Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CASO PRÁTICO
Nome e sobrenome(s):
Usuário:
Data:
CASO APLICADO
Uma mulher de 22 anos deu entrada no pronto-socorro do Hospital Pepe Aguirre com
fortes dores de estômago. Depois de aguardar por muito tempo, foi a vez dela. A
pessoa que fez seu atendimento na recepção central com voz alta, altiva e fria coletou
os dados dela e perguntou por que ela havia comparecido ao pronto socorro; a jovem
revelou os sintomas, mas no meio da história começou a sentir fortes dores, o que
evidentemente a impedia de continuar falando, porém, a atendente lhe disse:
“Senhorita, preciso que responda logo, tenho que atender mais gente! Você pode se
apressar?" Depois de alguns minutos, ela preencheu as informações no arquivo da
jovem e a atendente falou para ela sentar e esperar até que seja chamada.
A jovem, sem receber nenhum tipo de atenção, teve que esperar 45 minutos para ser
atendida de fato. Quando chegou a sua vez, com dificuldade chegou ao consultório
onde deveria ser atendida; o médico cumprimentou-a friamente, olhou seu prontuário,
revisou-o e diagnosticou-a com apendicite. Ele também anunciou que deveria fazer
uma operação de emergência, pois caso contrário sua doença poderia piorar para
peritonite e depois até vir à óbito. Entre dor e lágrimas, a jovem disse ao médico que
não tem dinheiro para pagar a operação, pois foi demitida do emprego há apenas uma
semana por não cumprir o horário, por isso não fechou contrato e não tem plano. Além
disso, sua família tem poucos recursos e também não tem salário fixo. Enquanto isso,
o médico olha para ela e ouve atentamente sua história.
1
2
a) O dilema ético no caso é a questão da equidade no acesso aos
cuidados de saúde e da obrigação do profissional de saúde de
fornecer atendimento adequado e respeitoso, mesmo que a paciente
não tenha recursos financeiros para pagar pelo tratamento. Além
disso, há a questão da responsabilidade do sistema de saúde em
garantir o acesso universal e equitativo aos cuidados de saúde.
b) A análise bioética deste caso envolve a aplicação dos princípios da
autonomia, da justiça e da beneficonsideração. A autonomia exige que
o médico respete a vontade da paciente em relação ao seu tratamento
e lhe informe as opções disponíveis, incluindo as implicações
financeiras. A justiça requer que a paciente tenha acesso igualitário
aos cuidados de saúde, independentemente de sua situação
financeira. A desconsideração implica que a paciente não deve ser
discriminada com base em sua condição financeira ou qualquer outra
circunstância.
A partir destes princípios, o julgamento ético é que a paciente deve ser
tratada com dignidade e respeito, e o médico deve garantir que ela
tenha acesso aos cuidados de saúde de que precisa, mesmo que não
tenha recursos financeiros para pagar. Isso pode incluir orientar a
paciente sobre opções de financiamento ou encaminhá-la para
programas governamentais ou comunitários que possam ajudar a
cobrir os custos da operação. Além disso, o sistema de saúde como
um todo deve garantir que as pessoas tenham acesso equitativo aos
cuidados de saúde, independentemente de sua condição financeira.
3
significa que a paciente deve ter o direito de decidir sobre seu
tratamento médico, incluindo o direito de recusar tratamento ou
escolher entre opções. Além disso, a jovem também tem o direito de
ser tratada com respeito e dignidade, independentemente de sua
condição financeira.
O princípio da não-discriminação significa que todos devem ter acesso
igualitário à saúde, independentemente de sua condição financeira ou
social. O fato de a jovem ter sido negada acesso a atendimento
médico adequado devido a sua situação financeira é claramente
discriminatório e viola esse princípio.
O princípio da justiça exige que sejam tomadas medidas para garantir
que as necessidades de saúde das pessoas sejam atendidas de
maneira equitativa e justa. Neste caso, isso significaria que o médico e
o hospital devem trabalhar para garantir que a jovem tenha acesso ao
tratamento de que precisa, independentemente de sua condição
financeira.
Em resumo, o julgamento ético deste caso é que o médico e o hospital
devem priorizar o bem-estar da paciente e garantir que ela tenha
acesso ao tratamento adequado, independentemente de sua situação
financeira. Este é um caso claro de descaso e violação dos direitos
humanos, e deve ser abordado para garantir que outros pacientes não
sejam tratados de maneira semelhante no futuro.