Mulher Marta de Oliveira PAISMCA/SES-RJ “É mister assinalar que a possibilidade efetiva de existência do PAISM, com a conseqüente melhora nos indicadores de saúde da população feminina, está condicionada aos avanços rumo à consolidação do SUS. Isto implica na reestruturação do modelo assistencial de saúde...” (Costa, Ana, 1999) Até o início dos anos 80 a política governamental com relação à mulher era centrada no ciclo gravídico- puerperal preconizada pelo Programa de Saúde Materno-Infantil (PSMI). Faltava, na ocasião, uma abordagem sobre a eficiência e eficácia das ações e não havia uma visão sobre a integralidade da saúde da mulher, tampouco sobre a integralidade do sistema. O processo de Reforma Sanitária ocorrido nos anos 70/80, possibilitou o desenvolvimento de um conjunto de conceitos e princípios capazes de transformar o sistema de saúde no Brasil. “Entre estes, o princípio da integralidade que entende a assistência organizada e voltada para o indivíduo na sua singularidade e totalidade holística, envolvendo ainda a implementação de políticas setoriais... “...nos aspectos específicos da política de assistência à saúde, preconiza a oferta de ações sincronizadas de promoção, proteção e recuperação, ampliando, assim, o então vigente conceito de saúde.” (Costa, Ana, 1999) Bases de Ação Programática do PAISM “...o objetivo é oferecer atividades de assistência integral clínico-ginecológica e educativa, voltadas para o aprimoramento do controle pré-natal, do parto e do puerpério; abordagem dos problemas presentes desde a adolescência até a terceira idade; o controle das doenças transmitidas sexualmente; do câncer cérvico-uterino e mamário; e assistência para a concepção e contracepção.” (MS, 1984) O sistema de saúde deve estar orientado e capacitado para o atendimento das necessidades de saúde da população feminina, observando o conceito de integralidade em todas as ações, propondo práticas educativas e propiciando à clientela informações necessárias para um maior controle sobre sua saúde. PSF Compromissos do Programa: Reconhecer a saúde como um direito de cidadania, humanizando as práticas de saúde. Prestar assistência universal, integral, equânime, contínua e de boa qualidade à população. Identificar os fatores de risco. Proporcionar o estabelecimento de parcerias e ações inter-setoriais. Estimular o exercício do controle social. “A prática da atenção primária é o ramo mais intelectualmente desafiador da medicina, na medida em que lida com grande complexidade e incerteza.” (Starfield, Barbara, UNESCO, 2002) Passados 20 anos da formulação do PAISM, observa-se através dos indicadores de saúde a existência de muitos obstáculos para a sua efetiva implantação. Embora ao longo desses anos o movimento de mulheres e profissionais de saúde tenham sustentado os princípios e a agenda do PAISM, a integralidade na assistência à saúde da mulher ainda não se efetivou. O Programa de Saúde da Mulher e a Estratégia Saúde da Família partilham o desafio, contido em seus princípios, de fazer valer o direito à saúde como um direito de cidadania.