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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

CENTRO DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS


DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA
DISCIPLINA: TÓP. ESPECIAIS EM PSICOLOGIA CLÍNICA
PROFESSORA: MAURÍCIO MANGUEIRA

ALUNA: MICHELLE FERREIRA ANDRADE

RESENHA SOBRE O ARTIGO


“Alguns Conhecimentos elaborados até o presente momento pelas ciências

humanas a respeito do Homem – as quatro dimensões do corpo do homem”

Maurício Mangueira

São Cristóvão
Junho/2006
Resenha sobre o artigo “Alguns Conhecimentos elaborados até o presente momento

pelas ciências humanas a respeito do Homem – as quatro dimensões do corpo do homem” de

Maurício Mangueira

O presente texto fala o ponto de vista de alguns autores das grandes obras nas ciências
humanas, Marx, Engels, Freud, Nietzsche, Husserl, Heidegger, Foucalt, Deleuze, etc. A
Primeira afirmação que o autor faz no artigo é sobre o corpo do homem estar divido em 4
dimensões simultaneamente, e justifica essa afirmação informando que esse “corpo” é aberto
e não fechado, largo e não estreito e “cada dimensão coloca o corpo envolvido com outros
elementos que o ultrapassam.” Este conceito na minha leiga opinião parece um pouco óbvio e
não acrescenta muita coisa dentro das diversas outras teorias de muitos outros autores de
ciências humanas. Essa questão de dizer que o corpo é um “efeito, um resultado” significa
dizer que ele é criado com o desenvolvimento do mesmo. Teoria esta já desenvolvida pelos
antropólogos por exemplo. “O Homem nasce como uma Tábula rasa” teoria já desenvolvida
pelo filósofo inglês John Locke (1632-1704), o que significa dizer que o homem nasce como
um quadro em branco.
O autor continua dizendo que a “DIMENSÕES estão presentes simultaneamente e
sincronicamente” e essas Dimensões são: Biologia, Simbólica, Poder, Subjetiva e justifica
esta segunda afirmação no fato de apenas este conceito “pode situar diante das contradições
da existência do homem, da sua natureza.” E fala também das contradições do corpo do
homem: “morte-vida; existente-ausente; isolável-não isolável; solitário-povoado; individual-
social; falante-falado; pensante-pensado.”
Outro ponto apresentado é sobre os “DEVIRES” (Devir significa vir a ser;tornar-se
devenir) e fala sobre um DEVIR INDIVIDUAL e um DEVIR COLETIVO. O Devir
Individual seria tudo o que estivesse voltado a história individual do homem, “que vão desde
a fecundação até a morte” e o Devir Coletivo seria a inserção do corpo na história da
coletividade. O devir Coletivo ainda é subdivido em três outros tipos de Devires: Devir
Biológico que estaria relacionado com o corpo em relação a espécie, o Devir Simbólico, ou
seja o que o corpo deverá ser ou tornar-se dentro dos padrões culturais, das crenças vigentes,
Símbolos, etc. E o Devir Poder Institucional, que trata do que este corpo virá a ser dentro de
uma relação de poder, de dominação e da história institucional.
Neste parágrafo acima podemos notar a influencia de alguns autores para tal proposição
poderia identificar Nietzsche, Marx, Engels entre outros citados no primeiro parágrafo.
Neste pensamento o autor afirma que o corpo é formado, presentificado e atualiza.
Classifica ainda o Devir individual em outras duas modalidades o Devir Individual
subjetivo ou psicogênese, e um Devir somatogênico- orgânico .
Esta questão colocada pelo autor sobre os Devires e as suas classificações é bem
vigente, pois esmiúça, o desenvolvimento, o tornar-se a ser, do corpo do Homem em suas
diversas facetas.
Outro ponto interessante em dizer é como o autor conceitua o corpo. Ao classificar
todos esses aspectos, ele acaba unificando em um só ponto: o corpo. O que quer dizer que
mesmo que tenha diversas facetas ele é um corpo.
A Dimensão Biológica, segundo o autor, fica caracterizada pelo que vai estabelecer
contato com o “Fora”. Exemplos: nutrientes, o outro sexo. A morte seria o limite da
Dimensão biológico, mas não pertence a esta Dimensão. Nesta dimensão ela tem o
significado de um fenômeno natural. “O fato mais importante da Dimensão Biológica é o
Corpo do Homem possuir forças, forças essas que podem ser submetidas e exploradas.”
Na Dimensão Simbólica o autor explora a respeito da linguagem e suas produções:
mitos, crenças, conhecimentos, sonhos, filosofia, arte. “Esta dimensão coloca o corpo do
homem em relação a um sistema misto concreto/abstrato”. Fala sobre a importância do
sistema simbólico. “Esta Dimensão insatura o Principio de identidade do homem
independente da forma cultural concreta que ele possa vir assumir, ou seja, insatura a ordem
de fenômenos SUPERORGÂNICOS.” Nesta Dimensão surge o primeiro tipo de
subjetividade mística, crente, poética afirma o autor. A arte e a filosofia seriam as duas
produções simbólicas que melhor presentificam a Subjetividade Criadora do corpo do
homem. Neste tópico ainda é acrescentado pelo autor que “os vínculos inter-humanos da
Dimensão Simbólica são estabelecidos pelas Mitologias, pelos sistemas de crença, pelos
códigos lingüísticos” e “esta dimensão é um efeito, produto da coletividade e só existe pela e
na coletividade.” A característica básica da dimensão simbólica é a face do imaterial,
projetiva, mediata, sonhadora, espiritual.
Na Dimensão do Poder do Corpo do Homem diz a respeito da dominação de um corpo
sobre o outro que segundo o autor implica em conflito. “ Dimensão de Poder é a exploração
de tudo que se inventa para manter a exploração/dominação. É a dimensão da revolta, da luta,
do sangue, da insatisfação.” É nesta dimensão que o torna Dominante e Dominado. “ A força
liga os homens na sua Dimensão Poder é força dos sistemas de regras coercitivas. Os corpos
dos homens se aproximam pela força da obrigação. Essa ligação não supõe identidade. Ao
contrário, pressupõe a discórdia.” Nesta Dimensão podemos notar que o “conteúdo
semântico é a organização significativa do corpo do homem” são seus hábitos em relação ao
quê este sujeito representa nas Instituições. Esta é a Dimensão caracterizada pelas proibições
e regras.
A Dimensão Subjetiva do Corpo do Homem fala cobre a Individualização e
Singularidade. A subjetividade ainda é subdividida pelo autor em: Repetitivas e Criativas.
Suas qualidades podem ser idéias, afetos e perceptos. “É Dimensão da ação, do fazer. Nessa
dimensão a questão é: como se comporta ou como age o Corpo Individual do Homem?” O
Autor Define os vínculos estabelecidos com o corpo de intimidade e acrescenta a informação
que estes primeiros vínculos são estabelecidos no ambiente familiar. É na família em que se
cruzam as demais Dimensões também.
Os três tipos de Subjetividades se cruza na individualidade no que tange subjetividade
simbólica/mítica, senda elas Subjetividade Poder Conflitual e Subjetividade Criadora.
“O pensamento, o universo das idéias, é a qualidade mais importante do Corpo do
homem , quando se fala de criação . Pensar é Criar, criar é pensar. No entanto, pensar envolve
as dimensões: biológica, simbólica e de poder.”

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