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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE ENFERMAGEM

BRUNA VALENTINA ZUCHATTI

“VALIDAÇÃO DO DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM FADIGA EM MULHERES NO


PÓS-PARTO IMEDIATO”

CAMPINAS

2020
BRUNA VALENTINA ZUCHATTI

“VALIDAÇÃO DO DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM FADIGA EM MULHERES NO


PÓS-PARTO IMEDIATO”

Dissertação apresentada à Faculdade de Enfermagem da


Universidade Estadual de Campinas como parte dos requisitos
exigidos para a obtenção do título de Mestra em Ciências da
Saúde na Área de Concentração: Cuidado e Inovação
Tecnológica em Saúde e Enfermagem.

ORIENTADOR: PROF(a). DR(a). ERIKA CHRISTIANE MAROCCO DURAN

ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO


FINAL DA [DISSERTAÇÃO/TESE] DEFENDIDA PELO
ALUNO BRUNA VALENTINA ZUCHATTI, E ORIENTADO PELO
PROF(a). DR(a). ERIKA CHRISTIANE MAROCCO DURAN

CAMPINAS

2020
Agência(s) de fomento(S) nº(s) de processo(s): 001” 88882.434700/2019-01.
BANCA EXAMINADORA DA DEFESA DE MESTRADO

BRUNA VALENTINA ZUCHATTI

ORIENTADOR: PROF(a). DR(a). ERIKA CHRISTIANE MAROCCO DURAN.

MEMBROS:

1. PROF. DR. ERIKA CHRISTIANE MAROCCO DURAN

2. PROF. DR. ANTONIETA KEIKO KAKUDA SHIMO

3. PROF. DR. ANA CRISTINA FREITAS DE VILHENA ABRÃO

Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Faculdade de Enfermagem


da Universidade Estadual de Campinas.

A ata de defesa com as respectivas assinaturas dos membros da banca


examinadora encontra-se no Sistema de Fluxo de Dissertação e na Secretaria
de Pós-graduação da Faculdade de Enfermagem.

Data: DATA DA DEFESA [22/09/2020]


DEDICATÓRIA

A Deus…

“Aos outros dou o direito de ser como são. A mim, dou o dever de ser cada dia
melhor”

Francisco Cândido Xavier.


AGRADECIMENTOS

A Deus, Nossa Senhora e Meus Mentores Espirituais por me ajudar e por transmitir
luz no meu caminho. A minha família, em especial minha mãe que sempre me
incentivou a estudar me deu todo o apoio.
Ao meu namorado Orcizo Francisco Silvestre, que me incentiva diariamente, sendo
sempre compreensivo e companheiro, enfim um homem maravilhoso.

À minha orientadora Profa. Dra. Erika Christiane M. Duran, que é uma profissional
ímpar. Obrigada pela paciência, pela ajuda e por acreditar em mim sempre, mesmo
quando eu já tinha desistido.

Á Profa. Dra. Antonieta Keiko Kakuda Shimo e a Profa. Dra. Ana Cristina Freitas de
Vilhena Abrão, por aceitarem a participar da banca examinadora, bem como pelas
valiosas contribuições que enriqueceram meu trabalho.

Ao Estatístico Henrique Ceretta Oliveira pela ajuda de sempre e por me salvar sempre
durante minha caminhada. À Secretaria de Pós-graduação, em especial ao Saulo
Saad Nogueira Benevides que sempre estava pronto com um sorriso no rosto a me
ajudar.
Ao Grupo de Pesquisa, obrigada pelos conhecimentos e incentivos, em especial a
Marisa, o Fábio, a Micnéias, a Raisa e a Natanaellin pela ajuda de sempre. Aos meus
demais amigos que me incentivaram e me apoiaram.

Enfim, o presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de


Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Código de
Financiamento 001” 88882.434700/2019-01.

.
RESUMO

O puerpério é um período no qual a mulher passa por grandes transformações e


mudanças que podem causar prejuízos e desconfortos. Deve-se ressaltar que, nesse
período, são identificados fenômenos que frequentemente ocorrem e podem tornar
um agravo para o estado de saúde da mulher, como a Fadiga, podendo interferir
negativamente nessa experiência. OBJETIVO: Determinar as medidas de acurácia
das características definidoras e fatores relacionados do Diagnóstico de Enfermagem
(DE) Fadiga (0093) em mulheres no período pós-parto imediato hospitalar, por meio
da validação clínica. MÉTODOS: Trata-se de um estudo metodológico de acurácia
diagnóstica para a validação do DE (0093) em mulheres no período pós-parto que
seguiu três etapas: primeira, a revisão integrativa (RI) de literatura que subsidiou a
elaboração das definições conceituais (DC) e operacionais (DO) das características
definidoras (CD) e fatores relacionados (FR) do referido DE; a segunda etapa, análise
do conteúdo das CD e dos FR por especialistas em sessão de grupo focal e a terceira,
foi a validação clínica, para determinar as medidas de acurácia das CD e FR.
RESULTADOS: A RI identificou 13 artigos que subsidiaram as construções das
definições, no entanto, por não terem sido suficiente, foi necessário o uso da literatura
cinzenta. Na análise de conteúdo por Grupo Focal foi aplicado o índice de validação
de conteúdo (IVC) inicial e final que validou todas as CD e FR. Nas medidas de
acurácia, a única CD do DE Fadiga (0093) em mulheres no período pós-parto
hospitalar da taxonomia da NANDA-I validada foi “cansaço” que obteve as maiores
medidas. Ressalta-se que essa etapa possibilitou a introdução de uma CD adicional,
a “dor”, indicador clínico referido pela população e que apresentou maiores valores
estatísticos de medidas de acurácia, sendo também validada. Sobre os FR, “privação
de sono” foi o único fator contribuinte validado por obter altos valores, além disso, esse
estudo possibilitou a sugestão da adição da CD dor, como um indicador clínico
relevante para esta população. Um outro ponto, seriam a retirada das CD “padrão de
sono não restaurador” e “aumento da necessidade de descanso”, pois são indicadores
que levam ao cansaço, ou seja, essas CD estão implícitas na CD “Cansaço”. Já em
relação aos FR as sugestões seria a retirada da “ansiedade”, nessa população, por
se caracterizar um DE e não um fator contribuinte e a “depressão” que pode ser
considerada uma condição associada. Sugere-se, também a inclusão de um novo DE
“Fadiga Materna” na taxonomia da NANDA-I. CONCLUSÃO: Esse estudo subsidia a
prática clínica do enfermeiro, uma vez que possibilita o refinamento do Diagnóstico de
Enfermagem Fadiga (0093) em mulheres em pós-parto hospitalar imediato.
DESCRITORES: Fadiga, Diagnóstico de enfermagem, Processo de enfermagem,
"Período pós-parto”, Estudos de validação.
ABSTRACT

The puerperium is a period in which women go through great transformations and


changes that can cause damage and discomfort. It should be emphasized that, in this
period, phenomena are identified that frequently occur and can make an aggravation
to the woman's state of health, such as fatigue, and can interfere negatively in this
experience. OBJECTIVE: To determine the measures of accuracy of the defining
characteristics and related factors of the Nursing Diagnosis (ED) Fatigue (0093) in
women in the immediate postpartum period, through clinical validation. METHOD: This
is a methodological study of diagnostic accuracy for the validation of ED (0093) in
women in the postpartum period that followed three stages: first, the integrative review
(IR) of literature that subsidized the elaboration of the conceptual (CD) and operational
(DO) definitions of the defining characteristics (CD) and related factors (RR) of the
referred ED; the second stage, analysis of the content of CD and RR by experts in
focal group session and the third, was the clinical validation, to determine the measures
of accuracy of CD and RR. RESULT: The IR identified 13 articles that subsidized the
constructions of the definitions, however, because they were not enough, it was
necessary the use of the gray literature. In the content analysis by Focus Group, the
initial and final content validation index (IVC) was applied, which validated all CD and
RR. In the accuracy measures, the only CD of DE Fadiga (0093) in women in the
postpartum period of the NANDA-I taxonomy validated was "fatigue" that obtained the
highest measures. It is important to emphasize that this step allowed the introduction
of an additional CD, the "pain", clinical indicator referred by the population and that
presented higher statistical values of accuracy measures, being also validated.
Regarding RR, "sleep deprivation" was the only contributing factor validated for
obtaining high values, in addition, this study made it possible to suggest the addition
of pain CD, as a relevant clinical indicator for this population. Another point would be
the removal of the "non restorative sleep pattern" and "increased need for rest" CD, as
these are indicators that lead to fatigue, i.e., these CD are implicit in the "Tiredness"
CD. In relation to the REs, the suggestions would be the removal of "anxiety" in this
population, because it is characterized as an ED and not a contributing factor and
"depression" that can be considered an associated condition. It is also suggested the
inclusion of a new ED "Maternal Fatigue" in the taxonomy of NANDA-I. CONCLUSION:
This study subsidizes the clinical practice of the nurse, since it allows the refinement
of the Diagnosis of Fatigue Nursing (0093) in women in immediate postpartum hospital.
KEY WORDS: Fatigue, Nursing Diagnosis, Nursing Process, "Postpartum Period",
Validation Studies.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

DISSERTAÇÃO

Quadro 1. Caracterização da Características definidoras e Fatores 21


relacionados do Diagnóstico de enfermagem Fadiga (0093). Campinas-SP,
2020.
Quadro 2. Critérios para seleção de especialistas proposto por Guimarães et 26
al. 2016. Campinas-SP, 2020.

Quadro 3. Organização do Dados para cálculos das Estatísticas de Acurácia 30


de um indicador Clínico proposto por Lopes et al. 2019. Campinas-SP, 2020.

MANUSCRITO 1

Figura 1. Fluxograma de busca e seleção de artigos adaptado de Preferred 37


Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA).
Quadro 1. Caracterização dos estudos selecionados quanto ao título, 39
periódico de publicação, país, idioma e ano de publicação. Campinas-SP,
2020.
Quadro 2. Apresentação dos artigos conforme delineamento metodológico, 41
nível de evidência e objetivo. Campinas-SP, 2020.
Quadro 3. Definições Conceituais e Operacionais das Características 45
Definidoras do Diagnóstico de Enfermagem Fadiga (0093). Campinas-SP,
2020.
Quadro 4. Definições Conceituais e Operacionais dos Fatores relacionados 48
do Diagnóstico de Enfermagem Fadiga (0093). Campinas-SP, 2020.

MANUSCRITO 2

Quadro 1 Critérios para seleção de especialistas proposto por Guimarães et 60


al. 2016. Campinas- SP, 2020.

MANUSCRITO 3

Quadro 1. Organização do Dados para cálculos das Estatísticas de Acurácia 78


de um indicador Clínico proposto por Lopes et al. 2019. Campinas-SP, 2020.
LISTA DE TABELAS

MANUSCRITO 2

Tabela 1. Taxa de concordância e Índice de Validação de Conteúdo (IVC) das 63


Definições Conceituais e operacionais das Características definidoras do DE
Fadiga (0093). Campinas-SP, 2020.

Tabela 2. Taxa de concordância e Índice de Validação de Conteúdo (IVC) das 65


Definições Conceituais e operacionais dos Fatores Relacionados do DE
Fadiga (0093). Campinas-SP, 2020.

MANUSCRITO 3

Tabela 1. Caracterização da Amostra de participantes com até 48 horas de 79


pós-parto imediato hospitalar. Campinas-SP, 2020.

Tabela 2. Porcentagem das Características Definidoras do Diagnóstico de 80


Enfermagem Fadiga (0093), em mulheres no pós-parto imediato hospitalar.
Campinas-SP, 2020.

Tabela 3. Porcentagem dos Fatores Relacionados do Diagnóstico de 81


Enfermagem Fadiga (0093), em mulheres no pós-parto imediato hospitalar.
Campinas-SP, 2020.

Tabela 4. Relação de horas dormidas X Diagnóstico de enfermagem Fadiga 82


(0093). Campinas-SP, 2020.

Tabela 5. Medidas de acurácia das Características Definidoras do 82


Diagnóstico de Enfermagem Fadiga (0093) em Mulheres no pós-parto
imediato hospitalar. Campinas-SP, 2020.

Tabela 6. Medidas de acurácia dos Fatores Relacionados do Diagnóstico de 83


Enfermagem Fadiga (0093) em Mulheres no pós-parto imediato hospitalar.
Campinas-SP, 2020.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CD – Característica Definidora

CEP – Comitê de Ética em Pesquisa

CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

CINAHL – Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature

COFEN–Conselho Federal de Enfermagem

BVS – Biblioteca Virtual de Saúde

DC – Definição Conceitual

DO – Definição Operacional

DECS – Descritores em Ciências da Saúde

DP – Desvio Padrão

DE – Diagnóstico de Enfermagem

E – Especificidade

FAS – Escala Fatigue Assessment Scale

FR – Fator relacionado

GF–Grupo Focal

IVC – Índice de validação de conteúdo

LILACS – Latin American and Caribean Health Science Literature Database

MeSH – Medical subject Headings of U. S. National Library of Medicine

MEDLINE – MEDICAL Literature Analysis and Retrieval System Online

NANDA-I – NANDA Internacional

PE – Processo de Enfermagem

RI – Revisão Integrativa
S – Sensibilidade

SAE – Sistematização da Assistência de Enfermagem

SLP – Sistemas de Linguagem Padronizadas

TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

VPP – Valor Preditivo Positivo

VPN – Valor Preditivo Negativo


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.............................................................................................. 16
2. OBJETIVOS.................................................................................................. 23
3. MÉTODOS................................................................................................... 23
4. RESULTADOS............................................................................................. 31
4.1 MANUSCRITO ..................................................................................
32
4.2 MANUSCRITO ..................................................................................
56
4.3 MANUSCRITO ..................................................................................
73
5. DISCUSSÃO GERAL................................................................................... 90
6. CONCLUSÃO.............................................................................................. 95
REFERÊNCIA..................................................................................................97
APÊNDICES....................................................................................................101
ANEXOS......................................................................................................... 117
16

1. INTRODUÇÃO

1.1. PERÍODO PÓS-PARTO

O nascimento de um bebê, é um momento de alegria, mas também é um


momento que a atenção de todos se volta para o recém-nascido e o cuidado com a
mãe é deixado de lado. O Cuidado materno nesse período é muito importante, pois a
mulher passou por momentos intensos, em alguns casos delicados, como uma
cesariana ou de alguma complicação durante o parto 1,2,3. Além disso, essa mulher se
encontra no período após o parto em um turbilhão de mudanças, de adaptação ao
novo papel de ser mãe e de retorno ao papel de mulher 1,2,3.

O período após o parto, chamado puerpério é um momento provisório, de


grande vulnerabilidade psíquica, em que há alteração emocional na mulher. É
compreendido em três fases: pós-parto imediato, pós-parto tardio e pós-parto remoto.
No pós-parto imediato, do 1º ao 10º dia, há prevalência de várias mudanças,
sobretudo ocorrem regressões gestacionais do organismo, atividade contrátil para
involução do útero, sangramento devido à ferida placentária1,2,3.
O pós-parto tardio do 11º ao 42º é considerado o período de transição, no qual
tem-se a recuperação, o útero regride, a presença de lactação, modificações na
vagina, loquiação diminui e se torna seroso1,2,3.
O Pós-parto remoto, após do 43º, trata-se de um período de duração
imprevisível, com presença ou não de lactação, a menstruação retorna para as
mulheres que não amamentam com ovulação 1,2,3.
O período pós-parto imediato é um período delicado e com muitas modificações
hormonais, psicoemocionais e físicas. Essas alterações acometem as mulheres
principalmente por dois fatores, primeiramente, relacionado à incursão do novo papel
de ser mãe e o outro é decorrente das modificações da dinâmica pessoal e familiar
que acontecem devido às demandas do bebê e às rotinas maternas. Salienta-se que
a saúde materna nesse período requer muita atenção por parte da equipe de saúde,
pois se trata de uma fase de grande morbimortalidade para as mulheres, sendo assim
deve-se ser atendida em sua totalidade 1,2,3.

O pós-parto imediato é um período muito sensível para a mulher, pois se trata


de um momento de recuperação da mulher e de adaptação do binômio. Nessa fase
17

são necessários cuidados especiais, devido às mudanças corporais que ocorrem,


como: involução uterina, sangramento vaginais e a lactação; as mudanças hormonais
com liberação de diversos hormônios e as mudanças psicoemocionais como a
insegurança em relação aos cuidados da saúde do bebê 1,2,3. Salienta-se que uma
boa parte das situações de morbidade e mortalidade materna acontece no período do
pós-parto imediato 1,2,3.
Ressalta-se que essas alterações interferem na dinâmica pessoal e familiar,
que tornam esse momento do nascimento de uma criança um período de grande
vulnerabilidade a problemas de saúde para as mulheres 1,2,3. Essas transformações,
especialmente, o fato de se tornar mãe e as questões hormonais, exercem muitas
influências na vida e na saúde da mulher 1,2,3.
Dentre as intercorrências mais comuns experimentadas pelas mulheres no
período pós-parto estão, a depressão pós-parto, hemorragias, dificuldades na
lactação, com presença de fissuras mamilares, a falta ou ausência de sono, os
distúrbios da ansiedade, o medo, a angústia, a irritabilidade, a falta de energia, a
tristeza prolongada, a baixa autoestima, as crises de choro, o sentimento de culpa, a
falta de interesse pelo bebê, as alterações no apetite e a sensação de não dar conta
do bebê e a Fadiga 1,2,3.
A depressão pós-parto é considerada um problema de saúde grave que atinge
no mundo, 15% a 20% e no Brasil são acometidas 32% a 38% dessas mulheres no
período pós-parto. A Depressão pós-parto não tratada pode levar ao mau
desenvolvimento inadequado da função materna e em estados mais graves ao
suicídio materno 4. ‘Outro fator preocupante no período pós-parto é a ansiedade
puerperal. Um fenômeno muito presente, entretanto, não é muito estudado, mesmo
sendo um período sugestivo ao surgimento de distúrbios de ansiedade que acabam
causando muitos danos, levando até uma depressão pós-parto 5.
Outro fenômeno recorrente e muito pouco estudado é a Fadiga, no qual já se
sabe que causa muitos prejuízos as mulheres no período pós-parto. Estudos 6, trazem
que esse fenômeno pode acarretar malefícios para a vida pessoal e familiar dessa
mulher. Em um estudo6, que objetivou avaliar a Fadiga no pós-parto evidenciou que
60% a 65% das mulheres, nesse período, apresentaram esse fenômeno e que ela
estava relacionada às modificações físicas e emocionais, sendo considerado
desgastante no período pós-parto 6.
18

Dessa forma, o período pós-parto é uma fase que pode trazer grandes
prejuízos para vida dessa mulher, por isso, a equipe de saúde, principalmente o
enfermeiro, deve estar muito atendo aos sinais clínicos dessas mulheres pode
oferecer um atendimento de qualidade a essa mulher.

1.2. FADIGA MATERNA

A Fadiga pode ser definida como uma sensação opressiva e prolongada de


exaustão ou uma capacidade diminuída de realizar trabalho físico e mental no nível
habitual 7. Um fenômeno sempre presente em diversas populações e tem incomodado
bastante, devido a sua influência negativa no período pós-parto6, pois requer da
mulher, esforços físicos e mentais para manter as rotinas maternas e sustentar a
interação mãe-bebê 8.
Pode-se conceituar a Fadiga Materna como sensação multidimensional, que
pode ser definida como experiências subjetivas, que engloba aspectos emocionais
que envolvam sentimentos de ansiedade e depressão e fatores físicos como cansaço
ou exaustão. Salienta-se que Fadiga e cansaço são termos frequentemente usados
como sinônimos, entretanto ao comparar esses termos, a fadiga é considerada um
fenômeno mais severo, um sentimento negativo, prologado e persistente, já o cansaço
é um sentimento mais físico e mais fácil de ser resolvido 8,9.
No período pós-parto imediato, a prevalência dos níveis da Fadiga Materna
ainda não está bem definida. Um estudo conduzido em Taiwan com 121 mulheres no
pós-parto verificou que a fadiga apresentou maiores níveis um dia após o parto,
apresentando diminuição em relação ao sétimo dia pós-parto 9.
Outro estudo10 em Taiwan com 197 mulheres referiu que os níveis de Fadiga
se mantiveram inalterados do segundo trimestre para um mês após o parto 10.

Já em um estudo8 na Austrália com amostra de 70 mulheres entre o período de


três a sete meses após o parto, mostrou que os níveis de Fadiga permaneceram
inalterados ao longo desse período. É importante ressaltar que os níveis de Fadiga
Materna acontecem mais frequentemente no primeiro mês pós-parto 8.
Deve-se destacar que alguns fatores psicológicos e fisiológicos também estão
associados à Fadiga Materna. Dentre os psicológicos, destaca-se a ansiedade e o
fisiológico está relacionado com a clínica da mulher como tipo de parto, paridade,
19

semanas gestacionais, hospitalização durante a gravidez, complicações na gravidez


e anemia pós-parto, os distúrbios do sono, referindo que a má qualidade está no
primeiro mês após o parto. Salienta-se que são fatores desencadeantes os cuidados
com o recém-nascido, a quantidade de choro do bebê, as rotinas maternas intensas
e estressantes e a ausência de uma rede de apoio, isto posto, reforça que a rede de
apoio nesse primeiro mês após o parto é de suma importância para equilíbrio físico e
psicoemocional dessa mulher 8,9,10.
Outra característica importante é sua relação com a paridade. Em estudo9 que
objetivou comparar a Fadiga Materna em primíparas mais novas e mais velhas com
as multíparas mais novas e mais velhas, constatou que as primíparas mais jovens e
as mais velhas apresentaram níveis mais altos do que as multíparas mais novas e
mais velhas no pós-parto imediato, durante a internação hospitalar e seus níveis
aumentaram, alcançando o seu ápice com um mês após o parto. Já as multíparas
mais jovens e mais velhas apresentaram níveis mais altos do que as primíparas mais
jovens e mais velhas com seis meses pós-parto. Esses dados são indícios que a
fadiga é presente em todo período pós-parto, além disso, pode-se considerar que a
paridade pode ser um fator contribuinte para esse fenômeno 9.
A fadiga é um sintoma e fenômeno de enfermagem importante que aparece no
pós-parto e pode interferir na transição para a maternidade. Por isso, fadiga Materna
é uma das principais preocupações pós-parto e a sua gravidade é muito preocupante.
Pode diminuir a capacidade da mulher de realizar tarefas físicas e mentais; também
diminui a sua capacidade de cuidar do bebê, as suas responsabilidades para com
outros membros da família e os seus deveres profissionais. Além disso, poderá
prejudicar os sistemas imunológicos, nervoso e mental da mãe e do bebê,
ocasionando em casos graves a interrupção da lactação, dificuldade no
relacionamento com os cônjuges e aumento do risco de depressão pós-parto 11.
Em resumo, essas informações sobre a Fadiga Materna sugerem a
necessidade de cuidados de enfermagem eficientes e especializados para o alívio
desse fenômeno na mulher o pós-parto9,11. Isto posto, deve-se ressaltar que a equipe
de saúde, principalmente a enfermagem, em especial o enfermeiro, precisa direcionar
a sua práxis para essa população que sofre com as demandas do período do pós-
parto, uma vez que o fenômeno fadiga causa muitos prejuízos e malefícios a vida
materna.
20

Dessa forma, optou-se pela utilização do Processo de Enfermagem (PE) como


instrumento metodológico de direcionamento do cuidado de qualidade 7,11.

1.3. PROCESSO DE ENFERMAGEM

O Processo de enfermagem (PE) é uma ferramenta metodológica que o


enfermeiro dispõe na prática como método de solução de problemas e determina os
aspectos das respostas humanas que exigem uma intervenção, direcionando o
cuidado de enfermagem 7. Regulamentado pela Resolução do Conselho Federal de
Enfermagem12 (COFEN) nº 358/2009, é organizado em cinco etapas inter-
relacionadas e interdependentes, que são: coleta de dados ou histórico de
enfermagem, diagnóstico de enfermagem (DE), planejamento de enfermagem,
implementação e avaliação de enfermagem. A coleta de dados tem o objetivo de
investigar a situação de saúde do paciente ou da comunidade, identificando os
problemas. Após essa etapa, o enfermeiro analisa os dados coletados e o estado de
saúde do indivíduo e elenca os principais DE, a próxima etapa é designar as
intervenções mais adequadas para esse DE e implementá-las, lembrando que se deve
sempre realizar a avaliação de enfermagem sobre essa conduta 7,12.

No presente estudo, o foco foi o DE, segunda etapa do PE. Pode-se defini-lo
DE como um julgamento clínico sobre as respostas humanas do indivíduo, da família
ou da comunidade aos processos vitais, aos problemas de saúde ou até mesmo de
uma vulnerabilidade. O DE direciona o cuidado da enfermagem, uma vez que é
determinante para realização de um plano de cuidado de enfermagem para que a
mesma consiga melhorar a clínica do paciente7.
A acurácia na identificação do DE é de extrema importância, uma vez que
identifica as características definidoras (CD) que são sinais e sintomas, os fatores
relacionados (FR), que são as causas ou fatores contribuintes, a população de risco
que são grupos de pessoas que partilham alguma característica que o indivíduo pode
ser suscetível a determinada resposta humana, sendo que são modificáveis pelo
enfermeiro e a condição associada são aquelas características relacionadas aos
diagnósticos médicos, lesões, procedimentos, dispositivos médicos ou agentes
farmacêuticos e não são modificáveis pelo enfermeiro que são respostas
apresentadas pelo paciente e essas situações clínicas servem para direcionar o plano
21

de cuidados de enfermagem. Com intuito facilitar o desenvolvimento do trabalho da


enfermagem, foram elaborados sistema de classificação de enfermagem que são
linguagens padronizadas do DE, das intervenções e dos resultados de enfermagem 7.
No contexto do DE, a classificação da NANDA Internacional (NANDA-I)
apresenta a nomeação dos fenômenos de enfermagem, uma vez que se configura em
sistema de classificação hierárquica divido em três níveis: domínios, classes e DE. Os
domínios são organizações que dividem os fenômenos em grupos principais, as
classes são subcategorias dentro dos domínios e o DE é julgamento clínico sobre a
resposta humana. A NANDA-I é formada por 13 domínios, 47 classes e 244 DE atuais
7.

Enfatiza-se que, no presente estudo, a investigação foi direcionada para o DE


Fadiga em mulheres no Pós-Parto imediato. A NANDA-I classifica o DE Fadiga
(00093) no Domínio de Atividade/Repouso, estando na Classe de Equilíbrio de
Energia, definido como uma “sensação opressiva e prolongada de exaustão e
capacidade diminuída para realizar o trabalho físico mental no nível habitual”. Esse
DE possui 16 características definidoras e nove fatores relacionados, conforme
quadro 1.

Quadro 1-Caracterização da Características definidoras e Fatores relacionados do


Diagnóstico de Enfermagem Fadiga (0093). Campinas-SP, 2020.
Características Definidoras
Alteração na concentração
Alteração na libido
Apatia
Aumento da necessidade de descanso
Aumento dos sintomas físicos
Cansaço
Capacidade prejudicada para manter as rotinas habituais
Capacidade prejudicada para manter o nível habitual de atividade física
Culpa devido à dificuldade para cumprir com as suas responsabilidades
Desempenho do papel ineficaz
Desinteresse quanto ao ambiente que o cerca
Energia insuficiente
22

Estado de sonolência
Introspecção
Letargia
Padrão de sono não restaurador
Fatores Relacionados
Ansiedade
Aumento do esforço físico
Barreira ambiental
Depressão
Desnutrição
Estilo de vida não estimulante
Estressores
Falta de condicionamento físico
Privação de sono

Esse DE possui também duas populações em Risco, exposição a evento de


vida negativo e profissão exigente e três condições associadas que são: anemia,
doença e gravidez 7.
Destaca-se que é recomendado que o DE Fadiga e seus componentes, como
os demais diagnósticos que compõem a mencionada classificação, devam ser
submetidos a um processo de revisão e validação para aprimoramento. Esse
processo deve ser subsidiado por metodologias de pesquisa, tais como análise de
conceito, validação de construto e critérios relativos, validação por consenso,
validação clínica e estudos sobre precisão diagnóstica. A validação clínica dos DE tem
por objetivo identificar as CD e FR, dentre o conjunto delas, que predizem a ocorrência
do DE investigado. Os estudos de validação visam minimizar erros e possibilitam a
identificação mais acurada do DE em questão, sendo assim, legitimando-o e
aperfeiçoando-o, tornando-o verdadeiro para determinada população e situação
clínica, por meio da identificação de seus elementos 13,14,15.

Salienta-se a necessidade de conhecer melhor os efeitos da Fadiga no período


pós-parto hospitalar imediato, esse período é bem ampliado para assim, realizar
intervenções que melhorem a saúde dessa mulher. Deve-se evidenciar ainda que o
conhecimento sobre o DE Fadiga (0093) durante o período pós-parto é fundamental
23

para o enfermeiro, visto que esse fenômeno está presente ocasionando mudanças
físicas, mentais e emocionais, modificando todo o bem-estar materno. Salienta-se que
essas conturbações do período pós-parto contribuem para aumentar a insegurança
da mulher em relação aos cuidados com seu bebê e dela própria nesta fase inicial da
maternidade, entretanto, há uma naturalização dessas manifestações, dentre eles
está a fadiga, muito presente nessa fase e que causa muitos prejuízos a vida materna
dessa mulher, além disso, é um fenômeno que é pouco estudado e não há estudo de
validação para essa população mulheres no pós-parto hospitalar imediato até o
presente momento.
Dessa maneira, surgiram os seguintes questionamentos:-Quais CD e FR do DE
Fadiga estão presentes em mulheres no período do pós-parto hospitalar imediato?

2. OBJETIVO

2.1. OBJETIVO GERAL

• Realizar a validação clínica do Diagnóstico de Enfermagem “Fadiga” (0093) em


mulheres no Pós-Parto hospitalar Imediato.

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Construir as Definições Conceituais e Operacionais das CD e dos FR DE Fadiga


(0093);
• Realizar a análise de conteúdo das CD e dos FR do DE Fadiga (0093);
• Realizar a validação clínica das CD e dos FR do DE Fadiga (0093) em mulheres
no Pós-Parto hospitalar imediato.

3. MÉTODOS

Trata-se de um estudo metodológico de acurácia diagnóstica para validação


clínica do DE “Fadiga” em mulheres no Pós-Parto Imediato, a partir da terminologia
NANDA-I. O presente estudo foi realizado em três etapas distintas de acordo com o
proposto por Lopes et al 13.
24

- Primeira Etapa: Revisão integrativa (RI) da literatura 16;


- Segunda Etapa: validação de conteúdo das CD e dos FR 13;
- Terceira Etapa: Acurácia diagnóstica 13.

3.1 CONSTRUÇÕES DAS DEFINIÇÕES CONCEITUAIS E OPERACIONAIS

Na primeira etapa do trabalho foram construídas as Definições Conceituais


(DC) e operacionais (DO) das CD do DE Fadiga (0093) em mulheres no pós-parto
imediato.
Ressalta-se que se faz necessário seguir fases para sua elaboração. A
identificação do tema ou questionamento; amostragem ou busca na literatura;
categorização dos estudos; avaliação dos estudos incluídos; interpretação dos
resultados; síntese do conhecimento evidenciado nos artigos analisados ou
apresentação da RI foram as fases seguidas nessa investigação 16.

As questões norteadoras deste estudo foram: -Quais as evidências clínicas


para o DE Fadiga em mulheres no pós-parto hospitalar imediato? - Quais os fatores
contribuintes para o DE Fadiga em mulheres no pós-parto imediato? Para realização
dessa RI, utilizaram-se as recomendações da diretriz do fluxograma Preferred
Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA), com os
seguintes passos: identificação do problema, seleção, elegibilidade e inclusão dos
estudos 16,17.O levantamento bibliográfico foi realizado entre os dias 18 e 19 de
setembro de 2019 nas bases de dados: COCHRANE, SCOPUS e MEDLINE (Medical
Literature Analysis and Retrieval System Online) e LILACS (Latin American and
Caribbean Health Science Literature). Os descritores utilizados segundo as diversas
bases de dados foram: Fadiga, Diagnóstico de Enfermagem, Processo de
Enfermagem e Período Pós-parto. Para o cruzamento dos descritores e palavras-
chave foram utilizados os operadores booleanos “OR” e “AND”.
Os critérios de inclusão foram artigos que referenciavam o DE Fadiga (0093)
e/ou mulheres que estejam no período do pós-parto, publicados em idioma inglês,
português ou espanhol, sem limite de data. Já os critérios de exclusão foram artigos
em formatos de editoriais, cartas ao leitor, resumos de congressos e artigos repetidos
em outras bases de dados já pesquisadas.
25

Para a extração dos dados dos estudos selecionados utilizou-se instrumento


elaborado e validado no Brasil, que contemplou dados de identificação, da instituição
do estudo, das características do periódico, da metodologia do estudo e de avaliação
do rigor metodológico 16,17.
Além disso, foi analisado o nível de evidência de cada estudo obtido através da
RI, segundo o proposto por Stillwell et al. 18 que caracteriza em sete níveis: nível I,
evidência de uma revisão sistemática ou metanálise de todos os ensaios clínicos
randomizados relevantes, ou de diretrizes baseadas em revisões sistemáticas de
ensaios clínicos randomizados; nível II, evidência obtida de, pelo menos, um ensaio
clínico randomizado controlado bem projetado; nível III, evidência de estudos
controlados bem projetados, sem randomização; nível IV, evidência de estudos de
coorte ou caso-controle; nível V, evidências de revisões sistemáticas de estudos
descritivos e qualitativos; nível VI, evidências de um único estudo descritivo ou
qualitativo; nível VII, evidências da opinião de autoridades e/ou relatórios de comitês
de especialistas.

3.2 ANÁLISE DE CONTEÚDO

Na etapa seguinte realizou-se a validação de conteúdo das DC e das DO das


CD e dos FR do DE Fadiga (0093) em mulheres no período pós-parto imediato por
meio de Grupo Focal (GF). Essa segunda etapa dos estudos de validação teve por
objetivo obter opinião de especialistas acerca das DC que são as definições abstratas
de um termo e a DO que é a definição da aplicabilidade daquele termo, das CD e dos
FR do DE Fadiga (0093) em mulheres no período pós-parto imediato 13,19,20.
O GF é um método de abordagem qualitativa que se utiliza de entrevista em
grupo para construção de pesquisa, entretanto, ressalta-se que essa técnica vem
sendo aplicada como uma estratégia complementar em pesquisas quantitativas, por
se tratar de uma ferramenta metodológica de otimização de tempo e baixo custo para
coleta de dados, que propicia reflexão aprofundada, ideias inovadoras e conhecimento
diverso sobre a temática estudada, mostrando-se uma ferramenta muito importante
em estudos de validação de conteúdo 19,20.
A construção do GF obedeceu aos seguintes passos metodológicos:
planejamento, condução das sessões e análise de dados. A composição do GF contou
26

com um moderador, representada pela pesquisadora principal, um observador,


representada pela orientadora e os especialistas 19,20,21,22,23.
A busca por especialistas ocorreu por meio do currículo Plataforma Lattes-
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), utilizando
as palavras-chave fadiga, enfermagem, obstetrícia, diagnósticos de enfermagem e
classificações de enfermagem e pelo método bola de neve que considerou as
indicações de enfermeiros previamente selecionados. Os especialistas foram
selecionados, considerando os que obtiveram escore maior ou igual a cinco, segundo
os critérios de Guimarães et. al. 2016 24, apresentados no Quadro 2.

Quadro 2. Critérios para seleção de especialistas proposto por Guimarães et al. 2016
24. Campinas- SP, 2020.
Critérios Pontuação
Experiência na clínica de pelo menos quatro anos na área de 04
enfermagem, e/ou obstetrícia, e/ou Classificações de Enfermagem
(obrigatório).
Experiência de pelo menos um ano na clínica ensino na área de 01
enfermagem, e/ou obstetrícia, e/ou Classificações de Enfermagem.
Experiência em pesquisa com artigos publicados em classificações 01
de enfermagem em revistas de referência.
Participação de pelo menos dois anos em um grupo de pesquisa na 01
área de enfermagem, e/ou obstetrícia, e/ou Classificações de
Enfermagem.
Doutorado em enfermagem, e/ou obstetrícia, e/ou Classificações de 02
Enfermagem.
Mestrado em enfermagem, e/ou obstetrícia, e/ou Classificações de 01
Enfermagem.
Residência de enfermagem, e/ou obstetrícia, e/ou Classificações de 01
Enfermagem.

A literatura orienta que deve ser acrescido um ponto extra para cada ano de
experiência na área clínica ou de ensino. Os enfermeiros que atingiram até cinco
27

pontos foram chamados de Juniores; de seis a 20 pontos, Masteres e maior que 20


foram chamados de Seniores 24.
Salienta-se que o número de especialistas para participar do GF, foi
estabelecido conforme o critério de Kind et al. 25, que refere que a partir de cinco
participantes, numericamente, já é possível realizar uma sessão de qualidade e com
discussões adequadas ao tema 25.
A pesquisadora principal convidou os enfermeiros especialistas para a
participação no GF, por meio de correio eletrônico (Apêndice I), via que também foi
enviado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (Apêndice II) com
informações sobre a pesquisa e aspectos éticos, o instrumento de caracterização dos
especialistas (Apêndice III) e o instrumento com as DC e as DO das CD e FR do DE
Fadiga (0093). Ressalta-se que o instrumento com as DC e DO encaminhado
subsidiou as sessões do GF. O GF foi composto por cinco enfermeiros.
As sessões do GF foram realizadas em dois encontros de duas horas cada nas
dependências da Faculdade de Enfermagem de uma universidade pública do interior
do estado de São Paulo. A primeira sessão iniciou-se com a recepção dos
especialistas pelo moderador que explicou as regras básicas, entregou o TCLE e o
instrumento de caracterização da amostra para os especialistas preencherem. Além
disso, o moderador mediou todas as discussões, nas duas sessões, seguindo o
instrumento com as DC e DO das CD e do FR do DE Fadiga (0093), que foram
construídas com subsídio da RI da literatura, primeira etapa do estudo de validação
19,20,21,22,23. Já o observador teve o objetivo de obter as informações verbais e não
verbais, com o propósito de, posteriormente, auxiliar o moderador na construção das
análises dos dados obtidos na discussão 19.
Os especialistas analisaram e discutiram se concordavam ou não com as DC
e DO das CD e do FR do DE Fadiga (0093), considerando os itens quanto a clareza,
a relevância e a precisão, e sua relação com a população, que nesse estudo são
mulheres no pós-parto imediato 26.
Ao realizar a validação de conteúdo por GF, deve-se atentar ao grau de
concordância entre os especialistas sobre os itens avaliados. Em um estudo, que
apresenta métodos para quantificar esse grau de concordância, pode-se destacar
duas fórmulas para estimar o grau de concordância entre os especialistas, sendo a
taxa de concordância e o índice de validação de conteúdo (IVC) 27.
28

A taxa de concordância é um método utilizado para medir a porcentagem de


concordância entre os especialistas. A taxa de concordância foi calculada pela
seguinte fórmula 27:

O IVC é um método que mede a proporção da concordância entre os


especialistas através do score de IVC. Para analisar emprega-se uma escala tipo likert
com pontuação de quatro pontos, sendo: 1 = item não equivalente, 2 = item necessita
de grande revisão para ser avaliada a equivalência, 3 = item equivalente, necessita
de pequenas alterações, 4 = item absolutamente equivalente. Dessa forma, nesse
estudo, o IVC foi calculado por meio da fórmula:

Salienta-se que os itens que receberam a pontuação “1” ou “2” devem ser
revisados ou eliminados. Isto posto, obtiveram-se os resultados e partir disso e
adotou-se um ponto de corte de 0,8 como nível mínimo de concordância a ser obtido
pelos especialistas dos itens que foram avaliados 27.

É importante destacar que o cálculo do IVC foi realizado duas vezes, ou seja,
as definições das CD e FR subsidiadas pela RI foram apresentadas e sua análise deu
origem ao IVC inicial e os componentes que precisaram de revisão, conforme o
exposto acima, passaram pelo processo e novo IVC foi calculado, denominado IVC
final. Foi realizada estatística descritiva para a caracterização da amostra, utilizando-
se o programa Statistical Package for Social Sciences® 20.0.

3.3 VALIDAÇÃO CLÍNICA

Essa é a última etapa do processo de validação do DE proposto por Lopes et


al. 13.
29

Tratou-se de estudo metodológico, do tipo validação clínica, de acurácia


diagnóstica dos componentes do DE “Fadiga” em mulheres no Pós-parto imediato. A
coleta de dados foi realizada junto a mulheres no pós-parto imediato, internadas na
enfermaria de alojamento de um hospital do interior do estado de São Paulo.
O Hospital consolidou-se como referência para o ensino, a pesquisa e a
assistência especializadas à saúde da mulher e do recém-nascido, sempre atendendo
por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), seu alojamento conjunto conta com 24
leitos 28.
Os critérios de inclusão foram mulheres no pós-parto imediato independente da
via (parto normal vaginal, fórceps ou operação cesariana). Já as mulheres que
possuíam alguma intercorrência como dor como fator limitante, hemorragia pós-parto
e aquelas que não conseguiram responder o questionário por qualquer motivo foram
excluídas.
O tamanho amostral foi por conveniência, considerando a recomendação da
iniciativa COSMIN, que refere que são necessários pelo menos 30 sujeitos no grupo
com o menor número de sujeitos para a amostra ser considerada de tamanho
adequado 29, dessa forma, a coleta foi realizada entre os meses de dezembro de 2019
a março de 2020, sendo a amostra total foi de 153 mulheres 29.

A pesquisadora foi responsável pela coleta de dados e inferência diagnóstica.


Dessa forma, comparecia, cinco vezes na semana e apresentava os objetivos do
estudo e seus critérios éticos para a mulher e, após o aceite, assinavam o (TCLE)
(Apêndice IV), ficando com uma via. Após isso, a pesquisadora aplicava os
instrumentos de coleta de dados, quais sejam: histórico de enfermagem (Apêndice V)
que continha dados sociodemográficos e clínicos coletados por consulta a prontuário,
exame físico, observação direta e anamnese, e um instrumento contendo as DC e DO
dos componentes do DE Fadiga (Apêndice VI), elaboradas na etapa da RI, bem como
local para registro da presença ou ausência das CD e FR e do referido DE.
Os dados coletados foram armazenados em planilhas e analisados pelo
Software Excel do Microsoft versão 2019. Foram realizadas as estatísticas descritivas
e inferencial, com apoio do software estatístico Statistical Analysis System (SAS)
versão 9.4 e Statistical Pack age for Social Science (SPSS) versão 22.0, para
investigar as medidas de acurácias. Foi avaliado as medidas de sensibilidade e
especificidade, Valor Preditivo Positivo (VPP) e Valores Preditivos Negativos (VPN).
30

No quadro 3, refere-se aos cálculos estatísticos das medidas de acurácias de


um indicador Clínico proposto por Lopes et al, 2019 13.

Quadro 3. Organização do Dados para cálculos das Estatísticas de Acurácia


de um indicador Clínico proposto por Lopes et al, 2019 13. Campinas-SP, 2020.
Diagnóstico de Enfermagem
Indicador Clínico Presente Ausente Total
Presente a B a+b

Ausente c D c+d

Total a+c b+d a+b+c+d

A sensibilidade representa a probabilidade do DE estar presente quando o


indicador ou fator contribuinte está presente, sendo calculada por Se= a/(a+c). A
especificidade representa a probabilidade do DE estar ausente quando o indicador
clínico ou fator contribuinte está ausente, sendo calculada Sp= d/(b+d). O VPP é a
porcentagem de indivíduos que possuem o indicador clínico ou fator contribuinte e que
o DE está presente, VPP=a/(a+b) e o VPN é a porcentagem de indivíduos que tem o
indicador clínico ou fator contribuinte ausente e o DE está ausente, sendo calculado
VPN= d/(c+d) 13. Salienta-se que os valores das medidas de acurácia das CD e dos
FR que obtiveram valores acima de 0,500 foram considerados bons valores pelo poder
de discriminação.
31

4. RESULTADOS

Nesse presente estudo, os resultados encontram-se em forma de


manuscritos científicos, que possibilitam uma forma sistematizada de
apresentação. Dessa forma, as produções científicas foram:

4.1. MANUSCRITO 1: DEFINIÇÃO CONCEITUAL E OPERACIONAL DOS


COMPONENTES DO DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM FADIGA (0093) EM
MULHERES NO PÓS-PARTO IMEDIATO.

4.2. MANUSCRITO 2: ANÁLISE DE CONTEÚDO DO DIAGNÓSTICO DE


ENFERMAGEM FADIGA (0093) EM MULHERES NO PÓS-PARTO
IMEDIATO POR MEIO DE UM GRUPO FOCAL.

4.3. MANUSCRITO 3: VALIDAÇÃO CLÍNICA DO DIAGNÓSTICO DE


ENFERMAGEM FADIGA (0093) EM MULHERES NO PÓS-PARTO
IMEDIATO.
32

4.1. MANUSCRITO 1: DEFINIÇÃO CONCEITUAL E OPERACIONAL DOS


COMPONENTES DO DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM FADIGA (0093)
EM MULHERES NO PÓS-PARTO IMEDIATO.

RESUMO

OBJETIVO: Construir as definições conceituais (DC) e operacionais (DO) das


Características Definidoras (CD) e dos Fatores Relacionados (FR) do Diagnóstico de
Enfermagem (DE) Fadiga (0093) em mulheres durante o período pós-parto imediato.
MÉTODOS: revisão integrativa de literatura, realizada nas bases de dados, Cochrane
Library, Latin American and Caribbean Health Science Literature, Medical Literature
Analysis and Retrieval System Online, SciVerse Scopus, seguindo padrões
metodológicos rigorosos. RESULTADOS: Foram incluídos 13 artigos que
identificaram mulheres no período pós-parto imediato que apresentaram o fenômeno
Fadiga em ambiente hospitalar. As rotinas hospitalares e a dinâmica do pós-parto
contribuíram para a privação do sono e cansaço, fazendo com que desencadeasse a
fadiga. Esses artigos foram subsídios para a construção das DC e das DO das CD e
dos FR do DE Fadiga (0093), no entanto, esses estudos não foram suficientes, sendo
necessário lançar mão da literatura cinzenta. CONCLUSÃO: As DC e as DO e dos
elementos do referido DE auxiliam a prática clínica do enfermeiro. Concluiu-se que a
mulher no período pós-parto hospitalar imediato é uma população específica e com
características peculiares e que as construções da DC e DO são de extrema
importância não só para nomear o fenômeno corretamente assim como identificar a
conduta frente ao fenômeno.
DESCRITORES: Estudos de validação, Fadiga, Período pós-parto, Processo de
enfermagem, Diagnóstico de Enfermagem.
33

INTRODUÇÃO

A Enfermagem é uma ciência que tem o objetivo o cuidado do ser humano.


Para prestar um cuidado acurado e direcionado, o enfermeiro utiliza de uma
ferramenta metodológica, chamada Processo de enfermagem (PE). Esse instrumento
é composto por cinco etapas, interdependentes e interligadas, o histórico de
enfermagem, diagnóstico de enfermagem (DE), planejamento, implementação e
avaliação 1.
O DE fornece um alicerce para a escolha das intervenções de enfermagem (IE)
para obter os resultados pelos quais o enfermeiro é responsável. Tem o objetivo de
orientar o plano de cuidados dos pacientes e de fornecer opções de IE mais
específicas, de forma a obter melhores resultados de enfermagem (RE) 2.
Para determinar os RE de cada DE selecionado, o enfermeiro pode utilizar-se
de um sistema de linguagem padronizado (SLP), que têm o objetivo de uniformizar os
termos e unificar a redação dos elementos apresentados para que os enfermeiros se
utilizem das mesmas terminologias para o cuidado a ser realizado 2. Nesse ambiente,
as SLP oferecem base para organizar DE, sendo ferramentas essenciais para ajudar
o enfermeiro na prática clínica. A Classificação mais utilizada é a N (NANDA-I)2, que
apresenta um sistema de classificação hierárquica divido em três níveis: domínios,
classes e DE 2.
Dentre os DE presentes na NANDA-I está o DE Fadiga (0093), sendo esse o
foco desse estudo. Está localizado no Domínio 4 de Atividade/Repouso, na Classe de
Equilíbrio de Energia, e é definido como “uma sensação opressiva e prolongada de
exaustão e capacidade diminuída para realizar o trabalho físico mental no nível
habitual” 2. Possui 16 Características Definidoras (CD), quais sejam, alteração na
concentração, alteração na libido, apatia, aumento da necessidade de descanso,
aumento dos sintomas físicos, cansaço, capacidade prejudicada para manter as
rotinas habituais, capacidade prejudicada para manter o nível habitual de atividade
física, culpa devido à dificuldade para cumprir com suas responsabilidades,
desempenho de papel ineficaz, desinteresse quanto ao ambiente que o cerca, energia
insuficiente, introspecção, letargia, estado de sonolência e padrão de sono não
restaurador. Possui nove fatores relacionados (FR): ansiedade, aumento no esforço
físico, barreira ambiental, depressão, desnutrição, estilo de vida não estimulante,
34

estressores, falta de condicionamento físico e privação de sono. As populações em


Risco são duas, exposição a evento de vida negativo e profissão exigente. Possui três
condições associadas que são anemia, doença e gravidez 2.
É importante ressaltar que a Fadiga pós-parto é uma das maiores dificuldades
das mães, e possui uma prevalência de 60 a 65% em mulheres no período pós-parto3.
A tarefa de ser uma mãe de um recém-nascido, de seus afazeres domésticos e de
seus cuidados com a família, torna esse momento muito complicado, fazendo com
que a mulher possa sentir-se vulnerável, irritada e às vezes chorando, sem esperança
e com Fadiga 3.
Esse fato tem preocupado os enfermeiros, devido a sua influência negativa na
qualidade de vida, das mulheres no período do puerpério imediato. Um estudo 3
verificou que o fenômeno Fadiga foi referido por 65% das mulheres correlacionando-
a com a situação de menos de seis horas no pós-parto3 e relatada por 63,5% das
puérperas como o maior no pós-parto imediato.3 A relação do sono e da Fadiga
durante o pós-parto foi investigada em estudo3 que objetivou investigar na literatura a
temática Fadiga, dessa forma foi identificado cinco fatores que promovem ou
favorecem o seu surgimento nesse período, quais sejam, sintomas depressivos, falta
de apoio social, trabalho e cuidado dos filhos e estressores subjacentes.3
Diante do exposto, é importante ressaltar que os enfermeiros do alojamento
conjunto devam possuir maior habilidade para realizar um raciocínio clínico mais
assertivo, a partir das observações e alterações do quadro clínico da paciente. Para
realizar esse julgamento, o enfermeiro necessita elencar os sinais e sintomas da
paciente e os fatores contribuintes e, a partir disso, nomear o DE, para posteriormente
realizar um direcionamento dos cuidados de enfermagem 2.
Nesse sentido, alguns pesquisadores têm trabalhado na tentativa de encontrar
mecanismos facilitadores para melhorar a identificação do fenômeno da Fadiga. Em
um estudo4 de RI que objetivou compreender melhor a identificação do referido
fenômeno evidenciou que o autorrelato das mulheres no período pós-parto e a
compreensão dos mecanismos biológicos da fadiga podem ajudar pesquisadores e
profissionais a analisarem os sinais e sintomas da Fadiga em diversas situações 5.
Salienta-se que sua identificação pode ser dificultada, uma vez que depende muito do
autorrelato dos indivíduos e de observações, algumas vezes subjetivas, não sendo
evidenciada muito facilmente 4,5.
35

Os estudos de validação têm o objetivo de aprimorar e refinar os componentes


do DE em uma população específica. Esse processo favorece o pensamento crítico,
ajuda no julgamento clínico do enfermeiro no momento da nomeação do DE, além de
melhor padronizar os registros e o diálogo da enfermagem. O processo de validação
poderá apresentar as etapas da RI, análise de conceito e validação clínica 6,7.
A RI traz subsídios para a elaboração das DC e as DO dos componentes do
DE, com o propósito de obter uma compreensão e melhor clareza em uma
determinada população.
Diante do contexto, objetivou-se, através de uma RI, construir as DC e DO das
CD e dos FR do DE Fadiga (0093) em mulheres durante o período pós-parto imediato.

MÉTODOS

Trata-se de uma revisão integrativa da literatura seguindo padrões


metodológicos rigorosos propostos por Whittemore9: identificação do problema;
pesquisa na literatura; avaliação e seleção; análise e apresentação dos dados. Para
a extração e sumarização dos dados dos artigos empregou-se instrumento adaptado
de Ursi10. Salienta-se que a RI se configura como etapa inicial do processo de estudos
de validação 6.
O levantamento bibliográfico por meio da RI, permitiu a obtenção de fontes de
conhecimento sobre o DE Fadiga (0093), além de contribuir para a construção das
Definições Conceituais (DC) e Definições Operacionais (DO) das Características
Definidoras (CD) e dos Fatores Relacionados (FR) do DE em questão, seguindo
padrões metodológicos rigorosos propostos por Whittemore 9.
Seguiram-se as seguintes fases para sua elaboração: identificação do tema ou
questionamento; amostragem ou busca na literatura; categorização dos estudos;
avaliação dos estudos incluídos; interpretação dos resultados; síntese do
conhecimento evidenciado nos artigos analisados10. As questões norteadoras deste
estudo foram: -Quais as evidências clínicas para o DE Fadiga em mulheres no pós-
parto imediato? -Quais os fatores contribuintes para o DE Fadiga em mulheres no pós-
parto imediato?
Para realização dessa RI, utilizaram-se as recomendações da diretriz do
fluxograma Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses
36

(PRISMA), com os seguintes passos: identificação do problema, seleção, elegibilidade


e inclusão dos estudos 10.
As buscas foram realizadas nos dias 18 e 19 de setembro de 2019 nas bases
de dados: Cochrane Library, Latin American and Caribbean Health Science Literature
(LILACS), Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE),
SciVerse Scopus (SCOPUS).
Os descritores utilizados segundo as diversas bases de dados foram: Fadiga,
Diagnóstico de Enfermagem, Processo de Enfermagem e Período Pós-parto. Para o
cruzamento dos descritores e palavras-chave foram utilizados os operadores
booleanos “OR” e “AND”.
Os critérios de inclusão foram artigos que referenciavam o DE Fadiga (0093)
e/ou mulheres que estejam no período do pós-parto, publicados em idioma inglês,
português ou espanhol, sem limite de data. Já os critérios de exclusão foram artigos
em formatos de editoriais, cartas ao leitor, resumos de congressos e repetidos em
outras bases de dados já pesquisadas.
Para a extração dos dados dos estudos selecionados utilizou-se do instrumento
elaborado e validado no Brasil, que contemplou dados de identificação, da instituição
do estudo, das características do periódico, da metodologia do estudo e de avaliação
do rigor metodológico 9,10.
Além disso, foi analisado o nível de evidência de cada estudo, segundo
proposto por Stillwell et al11 em sete níveis: nível I, evidência de uma revisão
sistemática ou metanálise de todos os ensaios clínicos randomizados relevantes ou
de diretrizes baseadas em revisões sistemáticas de ensaios clínicos
randomizados; nível II, evidência obtida de, pelo menos, um ensaio clínico
randomizado controlado bem projetado; nível III, evidência de estudos controlados
bem projetados, sem randomização; nível IV, evidência de estudos de coorte ou caso-
controle; nível V, evidências de revisões sistemáticas de estudos descritivos e
qualitativos; nível VI, evidências de um único estudo descritivo ou qualitativo; nível VII,
evidências da opinião de autoridades e/ou relatórios de comitês de especialistas 11.
Obteve-se 404 resultados de busca nas bases de dados, desses foram
eliminados 290 artigos após identificação de duplicidade em outras bases, obtendo-
se assim 114 artigos. Nesses estudos realizou-se uma leitura minuciosa do título e do
resumo para verificar se atendiam aos critérios de inclusão. Aqueles que não
37

contemplavam os critérios de inclusão foram excluídos, ocorrendo a exclusão de 67


artigos. Após essa etapa, resultou-se em 47 os artigos completos para elegibilidade e
leitura na íntegra.
Realizou-se uma leitura minuciosa na íntegra dos artigos, e aqueles que não
especificaram no estudo se tratar de mulheres no período pós-parto imediato e não
possuíam os indicadores clínicos e os fatores contribuintes para Fadiga em mulheres
nesse período, foram eliminados, totalizando a exclusão de 34 artigos e a amostra
final foi composta por 13 artigos. Ressalta-se que não foi possível construir todas as
DC e DO das CD e dos FR, apenas com a utilização dos artigos identificados pelo
levantamento bibliográfico da RI, sendo necessária a utilização da literatura
cinzenta12. Dessa forma, foi incluído ainda um dicionário12, conforme consta na Figura
1 que representa as etapas do fluxograma PRISMA10.

FIGURA 1- Fluxo do processo de seleção dos estudos. Adaptado do PRISMA 10.


Campinas-SP, 2020.
38

RESULTADOS

Foram selecionados 13 artigos para esta RI. Os Estudos que compuseram esta
RI identificaram que mulheres no período pós-parto imediato e que estavam em
ambiente hospitalar tiveram a presença da Fadiga em decorrência das rotinas
hospitalares e do próprio ambiente13,14,15,16. Também evidenciaram que esses são
fatores que potencializam a Fadiga no período pós-parto em mulheres com as
atividades de cuidados com o bebê após partos vaginais e cesarianas em ambientes
de alojamento conjunto17,18,19,20,21,22.
Enfatiza-se que o cansaço foi a característica definidora mais frequente nos
estudos18,20. Percebeu-se que o cansaço é um indicador clínico da Fadiga, porém,
muitas vezes, o utilizam como sinônimo de fadiga propiciando um erro em sua
nomeação 20.
Outros fatores contribuintes foram identificados como a hospitalização e suas
rotinas, a dor, as alterações do sono, a falta de descanso, a depressão pós-parto, a
dificuldade no processo da amamentação, tipo de parto e a paridade foram
evidenciados como fatores contribuintes para Fadiga no período pós-parto17-19. Além
desses citados, analgesia peridural, trauma perineal, dor perineal e segundo estágio
mais longo do trabalho de parto, também foram evidenciados, deve-se evidenciar que
esses fatores contribuintes estão diretamente relacionados entre o desenvolvimento
de fadiga no período pós-parto19.
Estudo14 que evidenciou que a fadiga pode ser desencadeada, com maior
frequência, em mulheres que tiveram cesárea em comparação com partos vaginais,
no entanto, a paridade não foi um preditor de Fadiga no pós-parto. Outros estudos14,17
apontam que a Fadiga pode estar fortemente associada à incidência de depressão
pós-parto em todo o período do puerpério, afetando a qualidade de vida da mãe e de
sua família.
Devido aos malefícios da Fadiga surgem propostas como medidas alternativas
não farmacológicas para seu alívio. Pesquisas16,23 trazem medidas como acupressão
e pilates, para tentar minimizar os prejuízos que esse fenômeno causa para a mulher
no período de pós-parto imediato. Esse fato evidencia o quanto a fadiga pode ser
prejudicial à mulher no momento da maternidade e destaca a importância de evitá-
lo17,23.
39

Em um estudo18 da Espanha que objetivou a tradução da escala Fatigue


Assessment Scale (FAS), foi observado que o autorrelato foi a CD mais frequente nas
mulheres no período pós-parto, dessa forma, vista como indicador clínico18.
Evidenciaram-se importantes achados relacionados à Fadiga e a mulheres em
período pós-parto imediato nessa RI. No entanto, não foram suficientes para a
elaboração das definições conceituais e operacionais das CD e FR do DE Fadiga, o
que justificou a utilização da literatura cinzenta. A outra fonte pesquisada, foi um
dicionário da língua portuguesa.13 Os quadros 1 e 2 apresentam as características dos
artigos.

Quadro 1. Caracterização dos estudos selecionados quanto ao título, periódico de


publicação, país, idioma e ano de publicação. Campinas-SP, 2020.

Periódico de
Título Idioma Ano
Publicação País de
Origem
Assessing the association
between fatigue and Sex Reprod
inglês 2018
functional status during Healthc Israel
postpartum13
International
Postpartum sleepiness and Journal of
sleepy driving in Australian Health Austrália Inglês 2015
mothers14 Promotion and
Education
The Effect of Aromatherapy
Treatment on Fatigue and Int J Community
Relaxation for Mothers during Based Nurs Japão inglês 2017
the Early Puerperal Period in Midwifery
Japan: A Pilot Study15
Effect of Pilates exercises on Singapore Med.
Irã inglês 2015
postpartum maternal fatigue16 Journal
40

The Spanish version of the


Fatigue Assessment Scale:
reliability and validity Peer Journal inglês 2017
assessment in postpartum
Espanha
women17
Factors Influencing
Postpartum Fatigue in Journal Nurse
inglês 2018
Vaginal-Birth Women: Testing Res
a Path Model18 China
Course of maternal fatigue
and its associated factors
during the first 6 months Nursing Open inglês 2018
postpartum: a prospective
Japão
cohort study19
Bladder Symptoms, Fatigue Asian Nurs Res
and Physical Activity in (Korean Soc Inglês 2017
Coreia
Postpartum Women20 Nurs Sci)
Postpartum fatigue, baby-care
activities, and maternal-infant
attachment of vaginal and Appl Nurs Res inglês 2015
cesarean births following Japão
rooming-in21
Fragmented sleep and fatigue
during postpartum
Nurs Health Sci inglês 2015
hospitalization in older
Japão
primiparous women22
Age-specific determinants of
post-partum fatigue in Jpn J Nurs Sci inglês 2016
primiparous women23 Japão

Postpartum fatigue, daytime


sleepiness, and psychomotor inglês 2019
Appl Nurs Res
vigilance are modifiable
Austrália
41

through a brief residential


early parenting program24
A acupressão auricular alivia
a ansiedade e a fadiga e
reduz os níveis de cortisol em International
inglês 2016
mulheres pós-cesarianas: um journal of
estudo controlado, cego e nursing studies
Japão
randomizado25

Quadro 2. Apresentação dos artigos conforme delineamento metodológico, nível de


evidência e objetivo. Campinas-SP, 2020.
Delineamento do
Referências
Estudo e nível de Objetivo
dos Artigos
Evidência
Avaliar os níveis e explorar a relação
entre essas duas variáveis. A Fadiga e
Corte Transversal
13 diminuição do estado funcional são
IV
preocupações comuns de saúde
durante o pós-parto.
Investigar a prevalência de fadiga e
sonolência pós-parto materna e
destaca o potencial aumento do risco
de acidentes enfrentado pelas mães
Corte transversal ao dirigir no período pós-parto. Vinte e
14
VI quatro mães de toda a Austrália
completaram um diário de sono e
direção por sete dias consecutivos em
três momentos; quando o bebê tinha 6,
12 e 18 semanas
Avaliar o processo e os resultados do
Corte transversal
15 uso de tratamentos de aromaterapia
III
para aumentar o relaxamento e
42

diminuir a fadiga das mães durante o


primeiro ao sétimo dia do período pós-
parto

Ensaio Clínico avaliar o efeito que os exercícios


16
II domiciliares de Pilates tiveram na
fadiga materna pós-parto

Traduzir a Escala de Avaliação de


Corte Transversal
17 Fadiga (FAS) para o espanhol e
VI
avaliar suas propriedades
psicométricas.
Testar um modelo de fatores que
influenciam a fadiga pós-parto e
Corte transversal
18 estimar os efeitos diretos e indiretos
VI
desses fatores sobre a fadiga pós-
parto em puérperas.
Identificar o curso da fadiga materna
durante os primeiros 6 meses após o
Corte transversal
19 parto e determinar os fatores
VI
associados a ela. Desenho: Um estudo
de coorte prospectivo.
Avaliar os sintomas da bexiga, fadiga e
Estudo Descritivo atividade física de acordo com o tempo
20
VI após o nascimento e os modos de
nascimento.
Comparar a fadiga pós-parto das
mulheres, as atividades de cuidados
Estudo Descritivo
21 com o bebê e o apego materno-infantil
IV
após partos vaginais e cesarianos em
ambientes de alojamento conjunto.
Estudo Longitudinal
22 Examinar as associações entre sono e
VI
43

características, a responsabilidade de
cuidar da alimentação e
o grau de fadiga durante a
hospitalização após o nascimento
em uma amostra homogênea de
primíparas japonesas mais velhas
mulheres

Identificar determinantes específicos


coorte prospectivo da idade para a autopercepção de
23
IV fadiga após o parto em mulheres
primíparas japonesas.

Avaliar o processo e os resultados do


Corte Transversal uso de aromaterapia para aumentar ou
24
VI diminuir a fadiga das mães durante o
primeiro dia do período pós-parto.

Analisar a eficácia de uma intervenção


de acupressão auricular fornecida
estudo controlado, cego durante o pós-parto precoce na
25
e randomizado II redução da ansiedade, níveis de
fadiga, níveis de cortisol, pressão
arterial e frequência cardíaca.

Evidencia-se que após a seleção desses artigos e da literatura cinzenta, foi


possível a construção das DC e das DO das CD e dos FR. Efetuou-se leitura
minuciosa dos artigos para as identificar a presença das CD e dos FR com suas DC
e DO do DE referido, entretanto, os artigos levantados não foram suficientes para uma
construção robusta, dessa forma, utilizou-se da literatura cinzenta para construção
e/ou complementação das definições.
44

Salienta-se que as definições conceituais e operacionais das CD e FR do DE


Fadiga (00093) serão apresentadas nos Quadros 3 e 4 a seguir.

Quadro 3. Definições Conceituais e Operacionais das Características Definidoras do


Diagnóstico de Enfermagem Fadiga (0093). Campinas-SP, 2020.
Fadiga Sensação opressiva e prolongada de exaustão2
Características
Definições Conceituais e Operacionais
Definidoras:
Conceitual: capacidade de não conseguir centrar
voluntariamente a atenção em suas atividades, também
pode ocorrer lapso de atenção sobre um cuidado bebê
e/ou atividade rotineiras.12,19,24
Alteração na concentração Operacional: Relato verbal ou observação do
profissional que evidencia a diminuição da capacidade
sustentada da atenção em se concentrar para realizar as
atividades rotineiras com o bebê ou de deter a
atenção.12,19,24
Conceitual: energia sexual, vital que caracteriza um
desinvestimento da relação do sujeito com ele mesmo ou
com outros objetos com a finalidade de satisfação.12
Alteração na libido Operacional: Relato verbal ou observação do
profissional que evidencia a diminuição da energia vital
quanto ao investimento no cuidado de si ou do outro ou
de objetos.12
Conceitual: alteração da vontade caracterizada pela
complexidade da vida mental relacionada intimamente os
campos instintivo, afetivos e intelectuais, bem como com
os conjuntos de valores princípios, hábitos e norma ética
Apatia: sócio culturais dos indivíduos.13
Operacional: Relato verbal ou observação do
profissional que evidencia a falta de vontade do indivíduo
seu sentimento desanimo perda de força e energia
associado a fadiga fácil e dificuldade de decisão.13
45

Conceitual: Percepção aumentada de não se sentir


descansada, não conseguir repousar ou manter um
Aumento da necessidade período de ócio.12,13,21
de descanso Operacional: Relato verbal de não se sentir
descansada, não conseguir repousar ou manter um
período ócio 12,13,21
Conceitual: Aumento da percepção individual das
alterações orgânicas e/ou funcionais.12,19
Aumento dos sintomas Operacional: Relato verbal sobre experiência de
físicos mudanças disruptivas no pós-parto e associado ao
aumento dos sintomas físicos como: apetite, sono,
exaustão, cansaço e energia.12,19
Conceitual: Efeito de cansar, estado de fadiga
provocado por esforço físico ou mental ou doença.
Estado de aborrecimento, tédio, há exaustão no
Cansaço: desenvolvimento em rotinas diárias, tanto físicas e
mentais.12,19
Operacional: Relato verbal cansaço ao realizar as
atividades habituais.12,19
Conceitual: incapacidade de realizar adequadamente as
Capacidade prejudicada
atividades de rotinas como antes.12,13,19
para manter as rotinas
Operacional: Relato verbal de não conseguir realizar as
habituais
atividades de rotinas como antes. 12,13,19
Conceitual: É definida como a incapacidade de realizar
Capacidade prejudicada exercícios ou atividades habituais ou incorporar novas
para manter o nível atividades de exercícios após o nascimento do bebê.12,18
habitual de atividade Operacional: Relato verbal de não conseguir realizar
física: exercícios ou atividades habituais após o nascimento do
bebê.12,18
Conceitual: Julgamento exacerbado de suas atribuições
Culpa devido à dificuldade
em relação de seu papel de mãe.12,14
para cumprir com suas
Operacionais: Relato verbal de não conseguir cumprir
responsabilidades:
seu papel idealizado de mãe e se sentir culpada.12,14
46

Conceitual: É definida como uma ineficiência ao


desempenhar o novo papel de ser mãe e esse fato
influencia no cuidado do bebê e em outras atividades
maternas.12,18,19
Desempenho de papel
Operacional: Relato verbal ou observação do
ineficaz:
profissional que evidencia a ineficiência ao desempenhar
o novo papel de ser mãe, e que esse fato influencia o
cuidado com o bebê e outras atividades maternas e as
funções familiares. 12,18,19
Conceitual: Falta de interesse ao meio que o rodeia.12
Desinteresse quanto ao
Operacional: Relato verbal de não interesse ao meio
ambiente que o cerca
que se vive.12
Conceitual: Percepção de esgotamento físico e/ou
mental para realizar as atividades maternas e cuidado de
si.12,23
Energia insuficiente
Operacional: Relato verbal de esgotamento que leva a
puérpera a cuidar inadequadamente de si ou do
bebê.12,23
Conceitual: Desejo de dormir ou uma incapacidade de
manter a vigília, considera difícil exercer as funções e as
atividades rotineiras.12,14,15
Estado de sonolência
Operacional: Relato verbal de ter dificuldade de manter
em vigília e realizar as atividades rotineiras e as
responsabilidades maternas.12,14,15
Conceitual: Reflexão que a pessoa faz sobre o que
ocorre no seu íntimo em seu interior sobre as
Introspecção experiências.12
Operacional: Relato verbal de pensar sobre as
mudanças que a maternidade trouxe sobre a sua vida.12
Conceitual: Lentificação psicomotora que reflete a
lentificação de toda a atividade psíquica. Toda a
Letargia:
movimentação voluntaria torna-se lenta difícil e pesada
podendo haver período de latência entre uma solicitação
47

ambiental e resposta motora do paciente.12


Operacional: Relato verbal ou observação do
profissional que evidencia a lentificação psicomotora.12
Conceitual: é a quantidade e uma qualidade de sono
insuficiente nos primeiros dias após o parto nos
Padrão de sono não hospitais.13,23
restaurado: Operacional: Relato verbal que não dormiu
quantitativamente e qualitativamente o suficiente, relata
que acorda cansada.12,22

Quadro 4. Definições Conceituais e Operacionais dos Fatores relacionados do


Diagnóstico de Enfermagem Fadiga (0093). Campinas-SP, 2020.
Fadiga Sensação opressiva e prolongada de exaustão2

Fatores Relacionados: Definições Conceituais e Operacionais


Conceitual: Sentimento vago e incômodo de desconforto
ou temor, acompanhado por resposta autonômica (a fonte é
frequentemente não específica ou desconhecida para o
indivíduo); sentimento de apreensão causado pela
antecipação de perigo. É um sinal de alerta que chama a
Ansiedade atenção para um perigo iminente e permite ao indivíduo
tomar medidas para lidar com a ameaça2,24.
Operacional: Relato verbal ou observação do profissional
que evidencia um certo incomodo, temor, desconforto,
apreensão em relação aos cuidados com o bebê, sintomas
de irritabilidade e de angústia no período pós-parto.2,24
Conceitual: Intensificação das forças físicas, intelectuais,
morais para a realização das tarefas.12,20
Aumento no Esforço
Operacional: Relato verbal da intensificação das forças
Físico
físicas para conciliar a realização dos cuidados com o bebê
com as rotinas diárias.12,20
48

Conceitual: Obstáculo, uma limitação sobre o ambiente


que o rodeia, nesse caso a hospitalização pós-parto e no
domicílio.12,20
Operacional: Relato Verbal uma limitação durante a
Barreira Ambiental
internação hospitalar no puerpério imediato e no domicílio
como exemplo: visitas contínuas, interferência climática,
diminuição da privacidade e reestruturação do ambiente
familiar.12,20
Conceitual: Ato ou efeito de deprimir, uma sensação de
humor deprimido, tristeza, de irritabilidade e sofrimento
emocional. Estado de desencorajamento, perda de
interesse.2,12
Operacional: Relato verbal ou observação do profissional
Depressão
que evidencia tristeza, irritabilidade, insônia e alteração do
apetite, diminuição do tom de voz, atitude introspectiva,
ideação derreista (pessimismo), falta de vontade, déficit de
autocuidado e podendo ocorrer insensibilidade com os
bebês (quanto nos cuidados e quanto a amamentação).2,12
Conceitual: Carência alimentar, enfraquecimento ou
emagrecimento por falta de nutrição.12
Desnutrição Operacional: Relato verbal ou observação do profissional
que evidencia perda de peso, um enfraquecimento, falta de
energia e cansaço.12
Conceitual: Conjuntos de traços, tendências, modos e
gostos de vida que desagradam a mulher, ou seja, não
Estilo de Vida não excitam.12
Estimulante Operacional: Relato verbal ou observação do profissional
que evidencia desinteresse, humor deprimido e não
estimulada.12
Conceitual: Algo ou algum fator que causa ou conduz ao
estresse, pressão psicológica ou física.12,20
Estressores
Operacional Relato verbal de estresse, exaustão física ou
psicológica com cuidados com o bebê, atividades da
49

maternidade associada a mudança nas atividades de vida


diárias.12,20

Conceitual: É definida como uma incapacidade do corpo


Falta de em resistir as atividades físicas, da sua rotina.12,20
Condicionamento Físico Operacional: Relato verbal de dificuldade para realizar
exercícios físicos e atividades rotineiras.12,20
Conceitual: Interrupções do sono materno causados pela
amamentação e cuidados com o bebê 12,14,21,24.
Privação do Sono Operacional: Relato verbal de diminuição da quantidade do
sono e que são despertadas a noite para realizar atividades
de cuidados com o bebê/amamentação 12,14,21,24

DISCUSSÃO

Foram consideradas evidências clínicas e fatores contribuintes para o


fenômeno Fadiga todos os sinais e sintomas, e fatores relacionados às mulheres no
período pós-parto imediato que apresentaram relevância estatística. Assim, os
estudos apresentaram a Fadiga como um fenômeno presente no período pós-parto
imediato e que sua diminuição e/ou seu controle depende de uma avaliação correta
do enfermeiro do alojamento conjunto 19,22.

A hospitalização é um fator importante no desencadeamento da Fadiga no


período pós-parto imediato, uma vez que o cuidado da equipe de profissionais de
saúde prestado, embora baseado no binômio mãe-filho, é fragmentado, com déficit de
medidas que auxiliem a mulher no seu bem-estar físico e mental, nos cuidados com o
bebê e com a amamentação, ou seja, nas suas reais necessidades. Os cuidados com
o bebê, incluindo a amamentação, produzem sobrecarga e pouco descanso podem
contribuir e, consequentemente, para a Fadiga19,21. Dentro desse contexto, as
enfermeiras devem avaliar, cuidadosamente, a Fadiga das mulheres no período pós-
parto imediato e implementar medidas, no alojamento conjunto, para garantir que
essas tenham, minimamente, redução do cansaço, sono noturno de qualidade, e
conforto, de modo a proteger mães e bebês e não desencadear o referido fenômeno
de enfermagem22.
50

O sono e a sonolência sentidos pela mulher no período pós-parto são, muitas


vezes, decorrentes dos cuidados noturnos com o bebê da rotina da amamentação e
da dor perineal17,19. As perturbações comuns do sono são fatores que devem ser
observados e tratados desde início, uma vez que são fatores mais prevalentes nos
seis primeiros meses após o parto e considerados fatores desencadeantes da
Fadiga17,19. Dessa forma, as enfermeiras e parteiras devem auxiliar o sono materno,
fornecendo apoio para garantir descanso da mãe e sono adequado, inclusive para a
recuperação do processo de parto19,23. Esforços especiais devem ser feitos para
reduzir sensações como ansiedade sobre a nova vida de bebês entre as puérperas. 23
Estudo16 que objetivou avaliar o uso de tratamentos como a aromaterapia para
assim conseguir diminuir a Fadiga das mães durante o primeiro ao sétimo dia do
período pós-parto, evidenciou que esse fenômeno é fortemente associada à
incidência de depressão pós-parto, afetando a qualidade de vida da mãe e de sua
família e interferindo na eficácia da amamentação 16.
Uma publicação17 realizada na Espanha utilizou a Escala de Avaliação de
Fadiga (FAS) para a identificação da fadiga em mulheres durante a gravidez, trabalho
de parto e período pós-parto, por meio do autorrelato. A FAS é uma ferramenta em
forma de questionário autorrelatado, composto por uma escala tipo Likert de 5 pontos,
variando de “1 = nunca” a “5 = sempre”. Cinco itens refletem o componente físico e
cinco o componente psicológico. Com a utilização dessa escala, observou-se que o
aumento da idade tem sido associado a maiores níveis de Fadiga pós-parto, além
disso, as primíparas podem apresentar maiores índices quando tiveram trabalhos de
parto mais longos e apresentaram maiores scores de dor durante o período pós-parto,
salienta-se que essa dor geralmente é associada a intervenções como
episiotomia/rafia, cicatriz de cesárea. Outro ponto, são as mulheres que tiveram
maiores dificuldades na amamentação, elas desenvolveram maior prevalência do
referido fenômeno, relacionando-o a importância do sucesso no aleitamento
materno17,18.
A associação entre paridade e idade foi investigada em uma pesquisa20 que
objetivou identificar o curso da fadiga materna durante os primeiros seis meses após
o parto e determinar os fatores associados Fadiga. Observou-se que, as primíparas
mostraram um nível, significativamente, maior de Fadiga do que as multíparas durante
a internação hospitalar, as multíparas apresentaram níveis, significativamente, mais
51

altos do fenômeno do que as primíparas mais jovens, aos seis meses após o parto,
bem como em mulheres que tiveram cesárea.17,20
Foram evidenciados também alguns métodos alternativos realizados no
período pré-natal como pilates, e no período pós-parto como acupressão auricular.
Configuram-se em métodos não farmacológicos e alternativos muito eficazes para
reduzir os níveis de cortisol, frequência cardíaca, ansiedade e Fadiga no pós-parto,
pois atuam como técnicas relaxantes de possíveis tensões no pré-parto e pós-parto,
diminuindo esses sintomas comuns e desagradáveis17,25.
É importante evidenciar que as CD como alteração na concentração, alteração
na libido, apatia, aumento dos sintomas físicos, capacidade prejudicada para manter
as rotinas habituais, capacidade prejudicada para manter o nível habitual de atividade
física, culpa devido à dificuldade para cumprir com suas responsabilidades,
desempenho de papel ineficaz, desinteresse quanto ao ambiente que o cerca,
introspecção e letargia e os FR como barreira ambiental, desnutrição, estilo de vida
não estimulante, estressores e falta de condicionamento físico, não foram encontrados
nos artigos dessa RI e suas definições foram elaboradas com base na similaridade
de indicadores e fatores identificados e na literatura cinzenta. Infere-se que,
provavelmente, esses elementos não são característicos da população em questão
2,13.

Esse estudo fornece aporte teórico-científico aos enfermeiros, por meio das
definições conceituais e operacionais, para a inferência do DE Fadiga (0093) o que
subsidiará um plano de cuidado mais acurado e a etapa posterior do estudo de
validação de análise de conteúdo.

CONCLUSÃO

Após a análise dos artigos incluídos nesta revisão, foi possível a construção
das DC e DO das CD e dos FR do DE Fadiga. Outro ponto a destacar que através da
leitura minuciosa, verificou-se que o principal indicador clínico foi o cansaço e os
fatores contribuintes foram aumento da necessidade de descanso e privação de sono
e a necessidade de dormir, a eficácia da amamentação, a paridade e via de parto.
Enfatiza-se que a CD cansaço e os FR privação de sono e aumento da
necessidade de descanso já estão presentes na classificação da NANDA-I.
52

É importante destacar que essa RI favoreceu a elaboração das DC e DO das


CD e dos FR do DE Fadiga em mulheres no período pós-parto hospitalar imediato, o
que propicia a lapidação de sistema de linguagem padronizada pelo enfermeiro.
Pontua-se, em relação ao fenômeno em estudo, que a construção das definições
facilita a compreensão do DE pelo enfermeiro e pela equipe de enfermagem,
possibilitando o cuidado do paciente mais eficiente e uniforme.
Recomenda-se que outros estudos sejam realizados para estabelecer a relação
entre o DE Fadiga e as mulheres no período do pós-parto imediato, uma vez que há
escassez sobre essas investigações, bem como em diferentes populações. Esses
dados destacam a importância de se replicarem estudos de validação em diferentes
populações, e da importância das outras etapas do estudo de validação de quais
sejam, análise de conteúdo e validação clínica.
Considera-se que este estudo subsidiará as próximas etapas do processo de
validação do DE Fadiga em mulheres no período pós-parto imediato, quais sejam,
análise de conteúdo e validação clínica. Ressalta-se que essa etapa se configura
como etapa que antecede a análise de conteúdo.
53

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http://dx.doi.org/10.1016/j.ijnurstu.2015.10.006. Epub 2015 Oct 22.
56

4.2. MANUSCRITO 2: ANÁLISE DE CONTEÚDO DO DIAGNÓSTICO DE


ENFERMAGEM FADIGA (0093) EM MULHERES NO PÓS-PARTO
IMEDIATO POR MEIO DE UM GRUPO FOCAL.

RESUMO

OBJETIVO: analisar o conteúdo das definições conceituais e operacionais das


Características Definidoras (CD) e dos Fatores Relacionados (FR) do Diagnóstico de
Enfermagem (DE) “Fadiga” (0093) em mulheres no Pós-Parto imediato através de
Grupo Focal (GF). MÉTODOS: Tratou-se de um estudo metodológico, do tipo análise
de conteúdo, por meio de um GF. Os especialistas analisaram e avaliaram cada CD
e FR dentro do GF. Em paralelo foi observado o grau de concordância entre os
especialistas por meio da taxa de concordância e do índice de validação de conteúdo
(IVC) com o objetivo de quantificar o grau de concordância entre os especialistas,
sendo assim foi realizada a estatística descritiva para a caracterização da amostra.
RESULTADOS: O GF foi composto por cinco enfermeiras, classificadas como
Masteres, segundo os critérios pré-estabelecidos. Os especialistas avaliaram,
discutiram e julgaram as DC e as DO dos componentes do DE Fadiga (0093) e
validaram as 16 CD e os nove FR, com adequações propostas e incorporadas. As CD
e FR que obtiveram IVC igual a 1,0 foram: “alteração de concentração”, “apatia”,
“aumento da necessidade de descanso”, “cansaço”, “capacidade prejudicada para
manter as rotinas habituais”, “capacidade prejudicada para manter o nível habitual de
atividade física”, “desempenho do papel ineficaz”, “energia insuficiente”, “estado de
sonolência”, “introspecção”, “padrão de sono restaurador”; FR foram “ansiedade”,
“aumento do esforço físico”, “depressão”, “desnutrição”, “falta de condicionamento
físico” e “privação do sono”. CONCLUSÃO: As CD e os FR identificados foram
validados para mulheres em pós-parto imediato. Salienta-se que esse estudo fornece
subsídio para a prática clínica do enfermeiro, uma vez que explicita os indicadores
clínicos e os fatores contribuintes durante a nomeação do DE Fadiga (0093) nessa
população. Ressalta-se que essa investigação se configura como etapa que antecede
a validação clínica.
DESCRITORES: Fadiga, Diagnóstico de enfermagem, Processo de enfermagem,
"Período pós-parto”, Estudos de validação.
57

INTRODUÇÃO

O Diagnóstico de Enfermagem (DE), proporciona a base para a elaboração das


intervenções de enfermagem, de forma a atingir resultados que irão melhorar o quadro
clínico do indivíduo. O DE é a segunda etapa do Processo de Enfermagem (PE), é
definido como o julgamento clínico do enfermeiro frente à resposta humana à condição
de saúde e/ou processos de vida do indivíduo, família e/ou comunidade 1.
Para descrever os fenômenos da prática clínica e organizar o conhecimento da
enfermagem, foram desenvolvidas as Classificações de Enfermagem, que propiciam
uma linguagem padronizada e possibilitam a comunicação clara entre a equipe de
enfermagem e de saúde 1. Os Sistemas de Classificação de Enfermagem permitem a
descrição do fenômeno em uma linguagem única, favorecendo o direcionamento e a
organização do cuidado de enfermagem, atualmente, a classificação de enfermagem
mais adotada no Brasil para DE é a da NANDA Internacional (NANDA-I) 1.
Para um DE ser incluído na Taxonomia da NANDA-I, deverá passar por
processo de revisão, necessita ser baseado em pesquisas, tais como validação
conteúdo e validação clínica e estudos sobre precisão diagnóstica. A validação de DE
é recomendada para todos os seus componentes, ou seja, título, definição, CD, FR
para seu refinamento 2. O processo de validação visa minimizar erros e possibilitam a
identificação mais assertiva do DE, aperfeiçoando-o, tornando-o verdadeiro para
determinada população, por meio da identificação de seus elementos 2.
A análise de conteúdo dos componentes do DE é uma etapa recomendada para
a validação de DE. Tem por objetivo analisar as definições conceituais (DC) e
Definições operacionais (DO) das Características Definidoras (CD) e dos Fatores
Relacionados (FR), presentes na NANDA-I, para a ocorrência do DE 2. Identificar os
indicadores clínicos e os fatores contribuintes poderá auxiliar o enfermeiro na seleção
do DE Fadiga (0093) durante o período pós-parto imediato e a elencar atividades que
auxiliem na promoção da qualidade de vida dessas mulheres e de suas famílias 1.
Para tal, validar o DE Fadiga (0093) se faz necessário para esta população 2.
No presente estudo, o foco foi o DE Fadiga (0093), proposto pela NANDA-I,
inserido no Domínio 4 de Atividade/Repouso, Classe de Equilíbrio de Energia, definido
como “sensação opressiva e prolongada de exaustão e capacidade diminuída para
realizar o trabalho físico mental no nível habitual 1. Esse DE possui 16 CD, quais
58

sejam: alteração na concentração, alteração na libido, apatia, aumento da


necessidade de descanso, aumento dos sintomas físicos, cansaço, capacidade
prejudicada para manter as rotinas habituais, capacidade prejudicada para manter o
nível habitual de atividade física, culpa devida à dificuldade para cumprir com suas
responsabilidades, desempenho ineficaz de papéis, desinteresse quanto ao ambiente
que o cerca, energia insuficiente, estado de sonolência, introspecção, letargia e
padrão de sono não restaurador. Possui nove FR que são: ansiedade, aumento no
esforço físico, barreira ambiental, depressão, desnutrição, estilo de vida não
estimulante, estressores, falta de condicionamento físico e privação de sono. As
populações em risco são duas, exposição a evento de vida negativo e profissão
exigente. Possui três condições associadas que são: anemia, doença e gravidez 1.
Em um estudo3 apontam que entre 60% a 65% das mulheres no período pós-
parto imediato podem apresentar o fenômeno Fadiga, que se configura como um dos
grandes problemas neste período, uma vez que causa prejuízos e desconfortos que
prejudicam a qualidade de vida. A Fadiga pode estar relacionada a distúrbios do sono,
depressão e problemas de rotina materna. Portanto, há necessidade de cuidados mais
específicos e intervenções mais acuradas, no intuito de melhorar a saúde física,
mental e emocional da mulher durante o período pós-parto imediato 3.
Para nomear o DE Fadiga (0093) o enfermeiro deverá se subsidiar das CD ou
indicadores clínicos e dos FR ou fatores contribuintes, com o seu raciocínio clínico.
Nesse sentido, a definição dos indicadores clínicos e fatores contribuintes se faz
necessária, conduzindo o profissional à avaliação clara das situações clínicas,
facilitando a tomada de decisão 1.
É recomendado que o DE e seus componentes, sejam submetidos a um
processo de revisão e validação para legitimação, tornando-o verdadeiro para
determinada população 2. Isto posto, realizou-se uma revisão integrativa (RI) com o
intuito de construir as definições conceituais (DC) e operacionais (DO) das CD e dos
FR do DE “Fadiga” (0093) em mulheres no Pós-Parto hospitalar imediato, para
posteriormente realizar a análise de conteúdo dessas definições, sendo que etapa
resultou em um estudo de RI 2.
Portanto, o objetivo desse estudo foi validar o conteúdo das definições
conceituais e operacionais das características definidora e dos fatores relacionados
59

do diagnóstico de enfermagem “Fadiga” (0093) em mulheres no Pós-Parto hospitalar


imediato.

MÉTODOS

Tratou-se de um estudo metodológico, do tipo análise de conteúdo, proposto


na literatura como segunda etapa do processo de validação de DE. Tem por objetivo
obter opinião de especialistas acerca das definições conceituais, e operacionais dos
componentes do DE Fadiga (0093) em mulheres no período pós-parto hospitalar
imediato 2. A definição conceitual é a definição abstrata de um termo e a definição
operacional é a definição da aplicabilidade daquele termo na prática.
Salienta-se que para esse estudo de análise de conteúdo, optou-se por realizar
um Grupo Focal (GF), que é uma estratégia muito útil na pesquisa avaliativa, pois
evidencia a necessidade de considerar a visão de diferentes indivíduos e diversos
contextos sociais sobre o fenômeno a ser avaliado 4,5,6,7,8.

O GF é um método qualitativo que se utiliza de entrevista em grupo para coleta


de dados, entretanto, ressalta-se que essa técnica vem sendo aplicada como uma
estratégia complementar em pesquisas quantitativas, por se tratar de uma ferramenta
metodológica de otimização de tempo e baixo custo para coleta de dados, que propicia
reflexão aprofundada, ideias inovadoras e conhecimento diverso sobre a temática
estudada, mostrando-se uma ferramenta muito importante para estudos de validação
de DE 4,5,6,7,8.
A construção do GF obedeceu aos seguintes passos metodológicos:
planejamento, condução das sessões e análise de dados. A composição do GF contou
com um moderador, representada pela pesquisadora principal, um observador,
representada pela orientadora e os especialistas 4,5,6,7,8.
A busca por especialistas ocorreu por meio de pesquisas em currículos na
Plataforma Lattes–Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq), utilizando as palavras-chave Fadiga, Enfermagem, Obstetrícia, Diagnósticos
de Enfermagem e Classificações de Enfermagem e pelo método bola de neve, que
considerou as indicações de enfermeiros previamente selecionados.
Os especialistas foram avaliados segundo os critérios de Guimarães et al. 2016
9, e foram incluídos na amostra de enfermeiros os que obtiveram escore maior ou igual
60

a cinco. A seguir, os critérios para seleção de especialistas estão apresentados no


Quadro 1.

Quadro 1. Critérios para seleção de especialistas. Guimarães et al. 2016 9. Campinas-


SP, 2020.
Critérios Pontuação
Experiência clínica de pelo menos quatro anos na área de 04
enfermagem, e/ou obstetrícia, e/ou Classificações de Enfermagem
(obrigatório).
Experiência de pelo menos um ano na clínica e/ou ensino na área de 01
enfermagem, e/ou obstetrícia, e/ou Classificações de Enfermagem.
Experiência em pesquisa com artigos publicados em classificações 01
de enfermagem em revistas de referência.
Participação de pelo menos dois anos em um grupo de pesquisa na 01
área de enfermagem, e/ou obstetrícia, e/ou Classificações de
Enfermagem.
Doutorado em enfermagem, e/ou obstetrícia, e/ou Classificações de 02
Enfermagem.
Mestrado em enfermagem, e/ou obstetrícia, e/ou Classificações de 01
Enfermagem.
Residência de enfermagem, e/ou obstetrícia, e/ou Classificações de 01
Enfermagem.

A literatura orienta que deve ser acrescido um ponto extra para cada ano de
experiência na área clínica ou de ensino. Os enfermeiros que atingiram até cinco
pontos foram chamados de Juniores; de seis a 20 pontos Masteres e maior que 20
foram chamados Seniores, segundo os critérios propostos por Guimarães et al9.
O número de especialistas para participar do GF, foi estabelecido conforme o
critério de Kind et al10, que refere que a partir de cinco participantes, numericamente,
já é possível realizar uma sessão de qualidade e com discussões adequadas ao
tema4,5,6,7,8.
A pesquisadora principal convidou os enfermeiros especialistas para a
participação no grupo focal, por meio de correio eletrônico, via que também foi enviado
61

o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) com informações sobre a


pesquisa e aspectos éticos, o instrumento de caracterização dos especialistas e o
instrumento contendo as DC e DO das CD e FR do DE Fadiga (0093). Ressalta-se
que o instrumento com as DC e DO encaminhado subsidiou as sessões do GF.
As sessões do GF foram realizadas em local reservado, nas dependências de
uma universidade pública do interior do estado de São Paulo. A primeira sessão
iniciou-se com a recepção dos especialistas pelo moderador que explicou as regras
básicas, entregou o TCLE e o instrumento de caracterização da amostra para os
especialistas preencherem. Salienta-se que na primeira sessão os especialistas
avaliaram as DC e DO das 16 CD e os noves FR do DE Fadiga (0093) e na segunda
sessão foi realizado a análise das DC e DO do FR do referido DE.
O moderador mediou todas as discussões, nas duas sessões, seguindo o
instrumento contendo as DC e DO das CD e do FR do DE Fadiga (0093), que foram
construídas com subsídio da revisão integrativa da literatura, primeira etapa do estudo
de validação 4,5,6,7,8. Já o observador teve o objetivo de obter as informações verbais
e não verbais, com o propósito de, posteriormente, auxiliar o moderador na construção
das análises dos dados obtidos na discussão 8.
Os especialistas analisaram e julgaram se concordavam ou não com as DC e
DO das CD e do FR do DE Fadiga (0093), considerando os itens quanto a clareza, a
relevância e a precisão para cada CD e FR e sua relação com a população, que nesse
estudo são mulheres no pós-parto hospitalar imediato4,5,6,7,8.
Ao realizar análise de conteúdo por GF, deve-se atentar ao grau de
concordância entre os especialistas sobre os itens avaliados. Alguns estudos
apresentam métodos para quantificar esse grau de concordância, dentre esses
destaca-se a taxa de concordância e o índice de validação de conteúdo (IVC) 11,12.

A taxa de concordância é um método utilizado para medir a porcentagem de


concordância entre os especialistas. Foi calculada pela seguinte fórmula11,12.
62

Esse método apresenta facilidade para cálculo e proporciona informações


importantes para entendimento 11,12.
O IVC é um método que mede a proporção da concordância entre os
especialistas por meio do score de índice de validação de conteúdo. Para analisar
emprega-se uma escala tipo Likert com pontuação de quatro pontos, sendo 1 = item
não equivalente, 2 = item necessita de grande revisão para ser avaliada a
equivalência, 3 = item equivalente, necessita de pequenas alterações, 4 = item
absolutamente equivalente. Dessa forma, nesse estudo, o cálculo foi realizado por
meio da fórmula11,12:

Salienta-se que os itens que receberam a pontuação “1” ou “2” devem ser
revisados ou eliminados. Isto posto, obtiveram-se os resultados e partir disso e
adotou-se um ponto de corte de 0,8 como nível mínimo de concordância a ser obtido
pelos especialistas dos itens que foram avaliados 11,12.

É importante destacar que o cálculo do IVC foi realizado duas vezes, ou seja,
as definições das CD e FR subsidiadas pela RI foram apresentadas e sua análise deu
origem ao IVC inicial e os componentes que precisaram de revisão, conforme o
exposto acima, passaram pelo processo e novo IVC foi calculado, denominado IVC
final. Foi realizada estatística descritiva para a caracterização da amostra, utilizando-
se o programa Statistical Package for Social Sciences® 20.0.

RESULTADOS

Para participar do GF foram convidados nove enfermeiros, no entanto, apenas


cincos participaram dos encontros. Dessa forma, o GF foi composto por cinco
enfermeiros que obtiveram pontuação de 6 a 20 pontos, segundo os critérios de
Guimarães et al9, sendo considerados Masteres; todas do sexo feminino, quatro eram
do estado de São Paulo e uma do estado de Mato Grosso e todos atuavam em
instituição de ensino superior na área de enfermagem.
63

Em relação à caracterização da amostra dos especialistas, entre os cincos


enfermeiros, três tinham mais que 10 anos de tempo de formação profissional e tempo
de atuação, na prática como enfermeiro e dois possuíam mais que 20 anos; três
enfermeiros tinham experiência de pelo menos quatros anos na área de processo de
enfermagem e dois possuíam experiências de pelo menos quatro anos na área de
ginecologia e obstetrícia; todos participavam de pelo menos de dois anos em grupo
de pesquisa; em questão a titulação, quatro tinham doutorado e um mestrado; no
quesito, especialização dois possuíam especialização em ginecologia e obstetrícia;
em relação às publicações, quatros enfermeiros possuíam artigo publicado na área
de processo de enfermagem e/ou ginecologia e obstetrícia.
A média de idade foi de 43 anos, desvio padrão (DP 6,04), sendo a idade
mínima 35 e a máxima 48 anos e a mediana 47 anos; tempo médio de formação 18,2
anos (DP 5,02), mínimo de 13 e máximo de 23 anos; tempo de experiência profissional
médio de 15 anos (DP 5,78), mínimo de 10 e máximo de 23 anos.
As tabelas 1 e 2 apresentam a taxa de concordância inicial e final e o IVC inicial
e final das definições conceituais e operacionais das CD e FR do DE Fadiga (0093),
respectivamente. Foram considerados validados os componentes que obtiveram IVC
final igual ou maior que 0,8. Salienta-se que foram realizados o IVC inicial,
apresentação das definições elaboradas com subsídio da revisão integrativa da
literatura no início da sessão do GF e o IVC final, após o julgamento e adequações
realizadas pelos especialistas.

Tabela 1. Taxa de concordância e Índice de Validação de Conteúdo (IVC) das


Definições Conceituais e operacionais das Características definidoras do DE Fadiga
(0093). Campinas-SP, 2020.
Características Taxa de IVC Taxa de IVC Classificação
Definidoras concordância Inicial concordância Final
inicial % Final %

Alteração na 100 O,8 100 1,0 Validada


concentração
Alteração na 100 0,0 100 0,8 Validada
libido
64

Apatia 100 0,8 100 1,0 Validada


Aumento da 100 0,8 100 1,0 Validada
necessidade
de descanso
Aumento dos 100 0,6 100 0,8 Validada
sintomas
físicos
Cansaço 100 1,0 100 1,0 Validada
Capacidade 100 0,6 100 1,0 Validada
prejudicada
para manter as
rotinas
habituais
Capacidade 100 0,8 100 1,0 Validada
prejudicada
para manter o
nível habitual
de atividade
física
Culpa devido à 100 0,8 100 0,9 Validada
dificuldade
para cumprir
com as suas
responsabilida
des
Desempenho 100 0,8 100 1,0 Validada
do papel
ineficaz
Desinteresse 100 0,6 100 0,8 Validada
quanto ao
ambiente que o
cerca
65

Energia 100 0,8 100 1,0 Validada


insuficiente
Estado de 100 1,0 100 1,0 Validada
sonolência
Introspecção 100 0,8 100 1,0 Validada
Letargia 100 0,0 100 0,8 Validada
Padrão de 100 1,0 100 1,0 Validada
sono não
restaurador

Tabela 2. Taxa de concordância e Índice de Validação de Conteúdo (IVC) das


Definições Conceituais e operacionais dos Fatores Relacionados do DE Fadiga
(0093). Campinas-SP. 2020.
Fatores Taxa de IVC Taxa de IVC Classificação
Relacionados concordância Inicial concordância Final
inicial % Final %
Ansiedade 100 1,0 100 1,0 Validada
Aumento do 100 0,6 100 1,0 Validada
esforço físico
Barreira 100 0,8 100 0,8 Validada
ambiental
Depressão 100 0,6 100 1,0 Validada
Desnutrição 100 1,0 100 1,0 Validada
Estilo de vida 100 0,6 100 0.8 Validada
não
estimulante
Estressores 100 0,8 100 0,9 Validada

Falta de 100 1,0 100 1,0 Validada


condicioname
nto físico
66

Privação de 100 1,0 100 1,0 Validada


sono

DISCUSSÃO

Estudos sobre validação de DE têm sido fortemente influenciados por


referenciais metodológicos que se classificam desde métodos tradicionais até
métodos considerados avançados, do ponto de vista estatístico. Na etapa de análise
de conteúdo, grupos de pesquisa sobre tecnologia do cuidado de enfermagem
realizam algumas adequações metodológicas e científicas com o objetivo de validar
elementos que compõem o DE de forma inovadora e dessa forma emerge o grupo
focal.
O GF é uma técnica complementar em pesquisas quantitativas que consiste
em debates, entrevistas e observação e teve, nesse estudo, o objetivo de analisar e
julgar as definições conceituais e operacionais da CD e FR do DE Fadiga (0093). É
importante destacar a importância do GF para o estudo uma vez que propiciou um
debate aberto, com trocas de experiências e enriquecimento da pesquisa. Salienta-se
que a técnica do GF facilita também na identificação de consenso ou divergência entre
os especialistas sobre os itens que estão sendo avaliados, fato que o diferencia de
outras técnicas 9.
A caracterização dos especialistas, bem como a média de idade, de tempo de
formação, de atuação prática e titulação demonstram a fase denominada Maturidade
Profissional, na qual o enfermeiro apresenta equilíbrio e correlação efetiva das
habilidades cognitivas e intelectuais 13. A classificação como Masteres dos
especialistas, ou seja, pontuação 6 a 20 pontos, reflete o nível mais avançado de
experiência clínica e de raciocínio. Enfermeiros experientes, como os desse estudo,
evidenciam detalhes extremamente importantes para o cuidado, enquanto
estabelecem correlação teórico-prática, e ignoram, acuradamente, informações pouco
relevantes 14. Aliado a esse fato, nessa investigação, tem-se a experiência clínica na
área de obstetrícia, que tornou mais pertinente as discussões e a problematização no
grupo focal para a população “mulheres no pós-parto hospitalar imediato” 14.
67

Outro ponto importante a destacar é que a maioria dos especialistas


apresentavam artigos publicados sobre processo de enfermagem e participavam em
mais de dois grupos de pesquisas alocados dentro de Diretórios de Pesquisa do
CNPq. A valorização da enfermagem como ciência traz reconhecimento e visibilidade
da enfermagem como profissão e isso é consolidado por meio de grupos de pesquisa
e produção cientifica 14.
No que tange ao perfil sociodemográfico dos enfermeiros, a amostra foi
composta por especialistas todos do sexo feminino, comprovando que a enfermagem
é uma profissão, predominantemente, feminina corroborando com a literatura 13.

Sobre os resultados da análise de conteúdo, os valores do IVC final, bem como


a taxa de concordância final validaram todas as definições conceituais e operacionais
das CD e dos FR. Esse fato demostrou consenso entre os especialistas e o
aprofundamento da discussão 8,11. Constatou-se, dessa forma, a presença do DE
Fadiga (0093) em mulheres no pós-parto hospitalar imediato e que esse DE causa
alteração na qualidade de vida nesse período 15,16,17.
Estudo que objetivou avaliar o curso da fadiga materna no período pós-parto
evidenciou que 67% das mulheres no Japão relataram Fadiga e que cuidados
maternos, fragmentação do sono, amamentação podem ser fatores contribuintes a
fadiga18.
Observou-se que, em algumas CD e FR, o IVC inicial foi zero ou menor do que
o ponto de corte, em contrapartida, o IVC final dessas CD e FR tiveram uma melhora
e um aumento desses índices, o que demonstra que as contribuições dos
especialistas trouxeram um aprimoramento e um refinamento a essas definições.
Os especialistas evidenciaram duas CD que estavam com as definições
conceituais e operacionais muito equivocadas. Dentre essas, destaca-se a CD
“alteração da libido”19 definida como “uma variação da procura instintiva do prazer
sexual” obteve IVC=0, pois sua definição tinha uma conotação “sexual” 21. Os
especialistas fizeram dois apontamentos, primeiro sobre o título equivocado e
sugestivo, levando ao sentido de conotação sexual, sendo assim sua definição não
era condizente ao proposto do DE, em relação à população em questão. Dessa forma,
por meio das discussões, o GF compreendeu que o título da CD deveria ser revisto
para essa população, e chegaram ao consenso que a definição caracteriza um
68

“desinvestimento da relação do sujeito com ele mesmo ou com outros objetos com a
finalidade de satisfação” e seu IVC aumentou para 0,8 19,20.

Em um estudo que objetivou identificar os conceitos do termo “libido”,


apresentaram dados similares, pois referem que o conceito do termo libido é ambíguo
e com várias definições, sendo definições desde “prazer sexual” até “relações com o
objeto”, causando confusões e equívocos 20.
Já a CD “Letargia” definida como “estado de profunda e prolongada
inconsciência, semelhante ao sono profundo” referência que está relacionado aos
níveis de consciência, e recebeu um IVC=0. Após as contribuições do GF,
compreendeu-se que a definição refletia a “Lentificação psicomotora”12 que reflete a
lentificação de toda a atividade psíquica. Toda a movimentação voluntaria torna-se
lenta, difícil e pesada, podendo haver período de latência entre uma solicitação
ambiental e resposta motora da paciente e após essas contribuições, obteve um IVC
final de 0,8 17,19.
As CD “aumento dos sintomas físicos” e “capacidade prejudicada para manter
as rotinas habituais” e “desinteresse do ambiente que o cerca” apresentaram IVC
inicial de 0,6. A CD “aumento dos sintomas físicos” foi definida, inicialmente “como um
aumento de uma série subjetiva de fenômeno referido por um paciente acerca da sua
doença”, entretanto, os especialistas referiram que esse conceito não era claro e
objetivo. Dessa forma, após as discussões dos especialistas e ajustes para tornar a
CD mais objetiva e clara, a definição validada foi “Aumento da percepção individual
das alterações orgânicas e/ou funcionais”, obtendo assim um IVC final 0,8 17,19.

A mesma situação aconteceu com a CD “capacidade prejudicada para manter


as rotinas habituais” que inicialmente possuía a definição “de incapacidade de não
conseguir realizar adequadamente as atividades rotineiramente”. Salienta-se que os
especialistas relataram que essa definição era ampla e com falta de objetividade. Após
as discussões houve um refinamento e a definição validada foi “incapacidade de
realizar adequadamente as atividades de rotinas como antes” e obteve um IVC final
de 1,0, sendo validadas sem maiores observações 11,18. Em um estudo17 que objetivou
analisar o curso da fadiga materna durante os seis primeiros meses após o parto,
apresentou dados similares sobre a CD “capacidade prejudicada para manter as
rotinas habituais”, relatando que a dinâmica mulher pós-parto apresenta essa
incapacidade de realizar as atividades como anteriormente realizava18.
69

Em relação a CD “desinteresse do ambiente que o cerca” que inicialmente


possuía a definição “falta de interesse ao meio que o rodeio”, os especialistas
relataram que essa definição era ampla e sem especificidade para essa população.
Após as discussões a definição teve poucas alterações, pois os especialistas
sugeriram que o título da CD precisava passar por uma revisão para ter adequações
e mais objetividade ao DE proposto, e por isso obteve um IVC final de 0,8.
Os especialistas julgaram os FR “estilo de vida não estimulantes”, “aumento do
esforço físico” e “depressão” com IVC inicial de 0,6. O FR “estilo de vida não
estimulantes” apresentava definição inicial “conjuntos de traços, tendências, modos
e gostos de vida não são estimulantes, ou seja, não excita”19. Os especialistas
apontaram que as definições eram muitas amplas e não estavam alinhadas com a
população, mulheres no pós-parto imediato. Após as discussões dos especialistas e
seus direcionamentos de modificação de semântica aos termos, as definições se
tornaram mais objetiva o IVC final foi de 0,8, validando o FR 17,19.

Salienta-se que os FR “aumento do esforço físico” e “depressão” tiveram o IVC


inicial de 0,6, uma vez que apresentavam um pequeno erro semântico. Após as
contribuições dos especialistas definiram que a definição sofresse algumas
adequações necessárias para uma melhor semântica, para que assim não ocorresse
erros, dessa forma as duas definições foram alteradas e as CD ficaram com IVC de
0,8 melhorando a correlação. Em um estudo18 que objetivou avaliar o curso da Fadiga
durantes os seis primeiros meses, evidenciou que existe uma associação entre o
termo depressão e a Fadiga. No entanto, deve-se compreender que são termos com
conceitos específicos e que a “depressão” pode ser considerada uma condição
associada a Fadiga 18.
É importante evidenciar que os especialistas sugeriram que os FR “barreira
ambiental” e “estilo de vida não estimulantes”, deveria passar uma revisão para
averiguar se são pertinentes ao DE referido, apesar de sido validados nessa fase.
Todas as CD e os FR foram validadas, entretanto, os especialistas fizeram
alguns apontamentos sobre algumas CD e FR. “Ansiedade”, “privação de sono” e
“padrão de sono não restaurador” foram consideradas não especificas e únicas do
referido DE, sendo pertencentes a outros DE dentro da Taxonomia NANDA-I 1. Dessa
forma, o inespecífico pode causar dificuldade na nomeação do DE e durante a
70

observação dos CD e dos FR e diminuído a clareza e objetividade dos indicadores


clínicos e fatores contribuintes durante a nomeação dos DE 1.
Outro ponto levantado pelos especialistas foi a especificidade da população,
mulheres no pós-parto hospitalar imediato com os CD e os FR, sendo uma população
muito singular e de indicadores clínicos e fatores contribuintes não tão amplos.

CONCLUSÃO

Esse estudo buscou contribuir para o refinamento do DE Fadiga (0093) para


auxiliar e melhorar a qualidade dessas mulheres no período pós-parto hospitalar
imediato. Todas as CD e os FR foram validados. Os resultados constataram que as
CD e os FR tem uma relação com o DE Fadiga (0093), porém quando se associa a
população “mulheres no pós-parto hospitalar imediato” isso não é muito visível como
em algumas CD: “alteração na libido” e “letargia” e alguns FR: “barreira ambiental” e
“estilo de vida não estimulantes”, sugerindo revisão e uma linguagem clara e objetiva
se faz necessária para possibilitar a melhoria da qualidade do atendimento de
mulheres no período pós-parto hospitalar imediato.
Dessa forma, esse estudo irá favorecer a busca pelo melhor uso do processo
de enfermagem na prática clínica pelo enfermeiro e poderá subsidiar a próxima etapa
do processo de validação.
71

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73

4.3 MANUSCRITO 3: VALIDAÇÃO CLÍNICA DO DIAGNÓSTICO DE


ENFERMAGEM FADIGA (0093) EM MULHERES NO PÓS-PARTO HOSPITALAR
IMEDIATO.

RESUMO

OBJETIVO: realizar a validação clínica do DE Fadiga (0093) em mulheres no Pós-


Parto hospitalar imediato. MÉTODOS: Trata-se de estudo metodológico, do tipo
validação clínica, de acurácia diagnóstica dos componentes do DE “Fadiga” em
mulheres no pós-parto hospitalar imediato. A coleta de dados foi realizada junto a
mulheres no pós-parto imediato internadas na enfermaria de alojamento conjunto de
um Hospital universitário do interior do Estado de São Paulo. Foram investigadas
medidas de acurácias de sensibilidade e especificidade, valores preditivos positivos e
negativos. RESULTADOS: A amostra foi composta por 153 mulheres no pós-parto
imediato internadas na enfermaria de alojamento conjunto com idade média de 27
anos, desvio padrão 6,62, variando de 14 a 43 anos. A CD que apresentou altos níveis
estatísticos foi “cansaço”, sendo essa validada, além disso, houve um acréscimo de
uma CD adicional “dor” que foi validada. Já o único FR validade foi “privação de sono
que obteve valores altos de medidas de acurácia. CONCLUSÃO: A CD “Cansaço” e
a adicional “Dor” e o FR “privação de sono” apresentaram alta prevalência e altos
valores de medidas de acurácia para o DE Fadiga (0093), considerados validados.
Esse estudo poderá contribuir para os enfermeiros na prática clínica a identificação
correta da Fadiga pós-parto hospitalar, um fenômeno presente que causa muitos
prejuízos em todo período do puerpério, além disso, estudo assim contribuirá para
ampliar a visibilidade da importância do processo de enfermagem na prestação do
cuidado com o paciente.
DESCRITORES: Fadiga, Diagnóstico de enfermagem, Processo de enfermagem,
“Período pós-parto”, Estudos de validação.
74

INTRODUÇÃO

O período pós-parto é compreendido como uma fase que ocorre mudanças e


grandes transformações na vida dessa mulher. Essas modificações acontecem
principalmente por dois fatores, primeiramente, relacionado a incursão do novo papel
de mãe e outro é decorrente das modificações da dinâmica pessoal e familiar que
acontece devido às demandas do bebê e as rotinas maternas, e isso interfere e
prejudica toda a dinâmica pessoal e familiar, que tornam esse momento do
nascimento de uma criança um período de maior vulnerabilidade a problemas de
saúde para as mulheres 1.
Também conhecido como puerpério é compreendido em três fases: pós-parto
imediato, pós-parto tardio e pós-parto remoto. No pós-parto imediato, do 1º ao 10º dia,
há prevalência de várias mudanças, sobretudo ocorrem regressões gestacionais do
organismo, involução uterina, sangramento devido à ferida placentária e início da
lactação. O pós-parto tardio do 11º ao 42º é o período de transição, no qual se tem a
recuperação, presença de lactação e a loquiação da mulher diminui e se torna seroso.
Pós-parto remoto, após 43º, trata-se de um período de duração variável, com
presença ou não de lactação, a menstruação retorna para mulheres que não
amamentam com a presença da ovulação 1,2.
Essas transformações, especialmente, o fato de se tornar mãe e as questões
hormonais, exercem muitas influências na vida e na saúde da mulher. Esses
estressores do período pós-parto podem levar a aumento de doenças físicas,
emocionais e mentais, com um impacto, a longo prazo, no bem-estar das mulheres e
suas famílias 3,4,5,6. Deve-se ressaltar que o descanso pós-parto se faz necessário,
pois as demandas nesse período são excessivas 3.
Durante o período pós-parto podem ser observadas algumas manifestações
clínicas como: cefaleia, hemorragias, dificuldades na lactação, como presença de
fissuras mamilares e infecções como mastite que geralmente ocorrem torno de 15
dias, distúrbios do sono, ansiedade, medo, angústia, irritabilidade, falta de energia,
tristeza prolongada, baixa autoestima, crises de choro, sentimento de culpa, falta de
interesse pelo bebê, alterações no apetite e no sono e a sensação de não dar conta
do bebê e a Fadiga 3,4,5,6.
75

Um fenômeno presente no período pós-parto e que ocasionam prejuízos e


muito desconforto para a mulher é a Fadiga. A literatura traz alguns estudos sobre as
causas desse fenômeno no pós-parto, em alguns estudos3,4 de revisão de integrativa,
mostra que entre 60% e 65% das mulheres no pós-parto dormem muito pouco, ou
seja, menos de 6 horas, ocasionando esse fenômeno, que acaba interferindo na
dinâmica da rotina materna, evidenciando assim, como um dos fenômenos mais
graves após o parto. Esse estudo3 também traz a relação entre Fadiga e a depressão
pós-parto, relacionando com os sintomas depressivos no período pós-parto3,4,5,6.
Além disso, não há muitos estudos sobre a Fadiga no período pós-parto,
mesmo sabendo-se que esse fenômeno tem sido relacionado a várias a alterações
prejudiciais à vida e no bem-estar materno; dessa forma deve-se ressaltar que há
necessidade de maiores estudos e intervenções mais qualificadas para que possa
conseguir melhorar a saúde física, mental e emocional da mulher durante o período
pós-parto imediato.
Dessa forma, para conseguir tornar o período pós-parto em um momento mais
saudável, se faz necessário intervenções e um direcionamento de um cuidado de
enfermagem mais acurado, sendo assim, o enfermeiro será o protagonista para
conseguir mudar esse cenário e transformar o período pós-parto imediato em
momento menos agravante a saúde da mulher, para isso ele pode utilizar-se de um
instrumento metodológico que denominamos Processo de Enfermagem (PE) 3,4,5,6.

O PE é uma ferramenta metodológica que o enfermeiro dispõe na prática como


método de solução de problemas e determina os aspectos das respostas humanas
que exigem uma intervenção, direcionando o cuidado de enfermagem.
Regulamentado pela Resolução do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) nº
358/2009, e organizado em cinco etapas inter-relacionadas e interdependentes, que
são: coleta de dados ou histórico de enfermagem, diagnóstico de enfermagem (DE),
planejamento de enfermagem, implementação e avaliação de enfermagem. A coleta
de dados tem o objetivo de investigar a situação de saúde do paciente ou da
comunidade, identificando os problemas. Após essa etapa, enfermeiro analisa os
dados coletados e o estado de saúde do indivíduo, e elenca os principais DE, a
próxima etapa é designar as intervenções mais adequadas para esse DE e
implementá-las, lembrando que se deve sempre realizar a avaliação de enfermagem
sobre essa conduta 7.
76

No presente estudo o foco será o DE que pode ser definido como um


julgamento clínico sobre as respostas humanas do indivíduo, da família ou da
comunidade aos processos vitais, aos problemas de saúde ou até mesmo de uma
vulnerabilidade. A função do DE é direcionar o cuidado da enfermagem, uma vez que
é determinante para realização de um plano de cuidado de enfermagem para que a
enfermagem consiga melhorar a clínica do paciente 8.
Com o objetivo de ajudar o enfermeiro na prática clínica para a nomeação do
DE, surgem as classificações de enfermagem que tem o objetivo de agrupar e
categorizar os DE. Atualmente a classificação de enfermagem mais conhecida é a
NANDA Internacional (NANDA-I) 8.
Dentre os DE propostos pela NANDA-I está o DE Fadiga (00093), aprovado em
1988, revisado em 1998 e 2017, pertencente ao Domínio 4 Atividade/Repouso,
estando na Classe 3 Equilíbrio de Energia, com 16 características definidoras (CD):
alteração na concentração, alteração na libido, apatia, aumento da necessidade de
descanso, aumento dos sintomas físicos, cansaço, capacidade prejudicada para
manter as rotinas habituais, capacidade prejudicada para manter o nível habitual de
atividade física, culpa devida à dificuldade para cumprir com suas responsabilidades,
desempenho ineficaz de papéis, desinteresse quanto ao ambiente que o cerca,
energia insuficiente, introspecção, estado de sonolência, letargia e padrão de sono
não restaurador e nove fatores relacionados (FR): ansiedade, aumento no esforço
físico, barreira ambiental, depressão, desnutrição, estilo de vida não estimulante,
estressores, falta de condicionamento físico e privação de sono. As populações em
Risco são exposições a evento de vida negativo e profissão exigente. Possui anemia,
doença e gravidez como condições associadas 8.
O DE direciona o cuidado da enfermagem, uma vez que é determinante para
realização de um plano de cuidado de enfermagem para que a consiga-se melhorar a
clínica do paciente6. Destaca-se que é recomendado que o DE Fadiga e seus
componentes, como os demais diagnósticos que compõem a mencionada
classificação, devam ser submetidos a um processo de revisão e validação para
aprimoramento. Esse processo deve ser subsidiado por metodologias de pesquisa. A
validação clínica dos DE tem por objetivo identificar as características definidoras e
fatores relacionados, dentre o conjunto delas, que predizem a ocorrência do
diagnóstico de enfermagem investigado. Os estudos de validação visam minimizar
77

erros e possibilitam a identificação mais acurada do DE em questão, sendo assim,


legitimando-o e aperfeiçoando-o, tornando-o verdadeiro para determinada população
e situação clínica, por meio da identificação de seus elementos 8,9.

Por esse motivo, estudos de validação tornam-se importantes para identificar


um conjunto de CD e FR e avaliar a relação específica desses indicadores e fatores
contribuintes mais plausíveis em uma determinada população7,9.
Nesse sentido, esse estudo objetivou realizar a validação clínica do DE Fadiga
(0093) em mulheres no Pós-Parto imediato.

MÉTODOS

Trata-se de estudo metodológico, do tipo validação clínica, de acurácia


diagnóstica dos componentes do DE “Fadiga” em mulheres no Pós-parto hospitalar
imediato. A coleta de dados foi realizada junto a mulheres no pós-parto imediato
internadas na enfermaria de alojamento conjunto de um Hospital Universitário do
interior do Estado de São Paulo, com mulheres até 48 horas após o parto.
O hospital consolidou-se como referência para o ensino, a pesquisa e a
assistência especializadas à saúde da mulher e do recém-nascido, sempre atendendo
por meio do Sistema Único de Saúde, o SUS. Em 2018 atendeu a 2.862 partos, com
24 leitos de alojamento conjunto 9,10.
Os critérios de inclusão foram mulheres no pós-parto hospitalar imediato que
tiveram parto normal vaginal, parto vaginal com fórceps e operação cesariana. Já as
mulheres que possuíam alguma intercorrência como dor sendo um fator limitante,
hemorragia pós-parto e aquelas que não conseguiram responder o questionário por
qualquer motivo foram excluídas.
O tamanho amostral foi por conveniência, considerando a recomendação da
iniciativa COSMIN, que refere que são necessários pelo menos 30 sujeitos no grupo
com o menor número de sujeitos para a amostra ser considerada de tamanho
adequado 9, dessa forma, a coleta foi realizada entre os meses de dezembro de 2019
a março de 2020, sendo a amostra total foi de 153 mulheres 9,11.
A pesquisadora foi responsável pela coleta de dados e inferência diagnóstica.
Dessa forma, a pesquisadora comparecia, cinco vezes na semana e apresentava os
objetivos do estudo e seus critérios éticos para a mulher e, após o aceite, assinavam
78

o Termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE), ficando com uma via. Após isso,
a pesquisadora aplicava os instrumentos de coleta de dados, quais sejam, Histórico
de Enfermagem que continha dados sociodemográficos e clínicos coletados por
consulta ao prontuário, exame físico, observação direta e anamnese, e um
instrumento contendo as definições conceituais (DC) e operacionais (DO) dos
componentes do DE Fadiga, elaboradas na etapa da revisão integrativa, bem como
local para registro da presença ou ausência das CD e FR e do referido DE.
A coleta acontecia no quarto da paciente dentro do alojamento conjunto, O
tempo de coleta variava em média de 15 a 20 minutos. As pacientes que foram
entrevistadas tinham permanência até 48 horas de internação hospitalar. As mulheres
que estavam no primeiro dia pós-parto tinham mais dificuldade para responder o
questionário e até de serem examinadas, por conta da adaptação, da recepção aos
familiares e do desconforto do período. Entretanto, as mulheres que se encontravam
no segundo ou no terceiro dia pós-parto estavam mais ambientadas, e assim, a
entrevista e o exame desenvolveram-se com maior facilidade.
Os dados coletados foram armazenados em planilhas e analisados pelo
Software Excel do Microsoft versão 2019. Foram realizadas as estatísticas descritivas
e inferencial, com apoio do software estatístico Statistical Analysis System (SAS)
versão 9.4 e Statistical Pack age for Social Science (SPSS) versão 22.0, para
investigar as medidas de acurácias. Foi avaliado as medidas de sensibilidade e
especificidade, Valor Preditivo Positivo (VPP) e Valores Preditivos Negativos (VPN).
No quadro 1, refere-se aos cálculos estatísticos das medidas de acurácia.

Quadro 1. Organização do Dados para cálculos das Estatísticas de Acurácia


de um indicador Clínico por Lopes et al, 2019 13. Campinas-SP, 2020.
Diagnóstico de Enfermagem
Indicador Clínico Presente Ausente Total
Presente a b a+b
Ausente c d c+d
Total a+c b+d a+b+c+d

A sensibilidade representa a probabilidade do DE estar presente quando o


indicador ou fator contribuinte está presente, sendo calculada por Se= a/(a+c). A
79

especificidade representa a probabilidade do DE estar ausente quando o indicador


clínico ou fator contribuinte está ausente, sendo calculada Sp= d/(b+d). O VPP é a
porcentagem de indivíduos que possuem o indicador clínico ou fator contribuinte e que
o DE está presente, VPP=a/(a+b) e o VPN é a porcentagem de indivíduos que tem o
indicador clínico ou fator contribuinte ausente e o DE está ausente, sendo calculado
VPN= d/(c+d) 13. Salienta-se que os valores das medidas de acurácia das CD e dos
FR que obtiveram valores acima de 0,500 foram considerados bons valores pelo poder
de discriminação.
O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o número do
CAEE 13512919.8.0000.5404 e parecer 4.035.696, e seu adendo CAE
13512919.8.0000.5404 e parecer 4.035.696, ressaltando-se que as coletas junto aos
pacientes foram realizadas após esclarecimentos sobre o estudo, os procedimentos
de coleta de dados e assinatura do TCLE.

RESULTADOS

A amostra foi composta por 153 mulheres no pós-parto imediato internadas na


enfermaria de alojamento conjunto com média de idade de 27 anos, com desvio
padrão de 6,62, sendo a idade mínima de 14 anos e a máxima 43 anos. A tabela 1
apresenta os dados de caracterização da amostra em relação ao estado civil e tipo de
parto.

Tabela 1. Caracterização da Amostra de participantes com até 48 horas do pós-parto


imediato hospitalar. Campinas-SP, 2020.
N %
IDADE
11-20 anos 26 17,0
21-30 anos 77 50,3
31-40 anos 47 30,7
41-50 anos 3 2,0

ESTADO CIVIL
Solteiro 29 19,0
80

Casado 43 28,1
Amasiado 81 52,9

PARTO
Normal 89 58,2
Cesária 58 37,9
Fórceps 6 3,9

PERÍODO DE INTERNAÇÃO (EM DIAS)


Primeiro 44 28,7
Secundo 37 24,2
Terceiro 72 47,0

LESÕES
Incisões abdominais 58 37,9
Lacerações perineais 54 35,2
Episiorrafia 12 0,7

O DE Fadiga (0093) esteve presente em 44,44% (n=68) e a frequência das CD


e FR foi descrita nas Tabela 2 e 3. Salienta-se que foram identificadas outras CD
durante a coleta de dados que foram denominadas adicionais.

Tabela 2. Porcentagem das Características Definidoras do Diagnóstico de


Enfermagem Fadiga (0093), em mulheres no pós-parto imediato hospitalar.
Campinas-SP, 2020.
Características Definidoras n %

Alteração da concentração 0 0
Alteração da libido 0 0
Apatia 1 0,7
Aumento da necessidade de descanso 28 18,3
Aumento dos sintomas físicos 14 9,2
Cansaço 70 45,8
81

Capacidade para manter rotinas habituais 1 0,7


Capacidade prejudicada para manter o nível habitual de 0 0
atividade física
Culpa devido à dificuldade para cumpri com suas 0 0
responsabilidades
Desempenho de papel ineficaz 0 0
Desinteresse quanto ao ambiente que o cerca 0 0
Energia insuficiente 21 13,7
Estado de Sonolência 36 23,5
Introspecção 3 2,0
Letargia 0 0
Padrão de sono não restaurador 31 20,0
*Desconforto ao movimento 25 16,3
*Dor 67 43,8
*CD adicionais;

Tabela 3. Porcentagem dos Fatores Relacionados do Diagnóstico de Enfermagem


Fadiga (0093), em mulheres no pós-parto imediato hospitalar. Campinas-SP, 2020.
Fatores Relacionados n %

Ansiedade 40 26,1
Aumento do Esforço Físico 7 4,6
Barreira Ambiental 0 0
Depressão 1 0,7
Desnutrição 0 0
Estilo de vida não estimulante 0 0
Estressores 3 2,0
Falta de condicionamento Físico 0 0
Privação de sono 71 46,4

Além disso, foi realizada uma investigação sobre a associação da presença do


DE Fadiga (0093) com as horas de sono das mulheres no período pós-parto, pois era
uma demanda que elas levantaram durante a entrevista, relatando que tiveram
82

privação do sono decorrente das rotinas maternas, amamentação e cuidados com o


bebê, conforme a tabela 4.

Tabela 4. Relação de horas dormidas X Diagnóstico de enfermagem Fadiga (0093).


Campinas- SP, 2020.
DE Fadiga

Sim Não
Horas Dormidas N % N % p-valor

Até 3 horas 64 64 36 36 0,0039

3- 6 horas 21 39,6 32 60,3

Foram calculadas as medidas de acurácia Sensibilidade, especificidade, valor


preditivo positivo e valor preditivo negativo para CD e FR.
Ressalta-se que as medidas de acurácia foram realizadas inclusive para os FR uma
vez que são componentes do enunciado do DE, portanto, são fatores que contribuem
para a presença ou ausência de um DE. As tabelas 5 e 6 apresentam as medidas de
acurácia das CD e FR do DE Fadiga (0093) em mulheres no pós-parto imediato.

Tabela 5. Medidas de acurácia das Características Definidoras do Diagnóstico de


Enfermagem Fadiga (0093) em Mulheres no pós-parto imediato hospitalar. Campinas-
SP. 2020.
Características Definidoras S E VPP VPN

Alteração da concentração 0 1,00 - 0,4444


Alteração da libido 0 1,00 - 0,4444
Apatia 0,0118 1,00 1,00 0,4474
Aumento da necessidade de descanso 0,3294 1,00 1,00 0,5440
Aumento dos sintomas físicos 0,1647 1,00 1,00 0,4892
Cansaço 0,8235 1,00 1,00 0,8193
Capacidade para manter rotinas 0,0118 1,00 1,00 0,4474
habituais
83

Capacidade prejudicada para manter o 0 1,00 - 0,4444


nível habitual de atividade física
Culpa devido à dificuldade para cumpri 0 1,00 - 0,4444
com suas responsabilidades
Desempenho de papel ineficaz 0 1,00 - 0,4444
Desinteresse quanto ao ambiente que o 0 1,00 - 0,4444
cerca
Energia insuficiente 0,2471 1,00 1,00 0,5152
Estado de Sonolência 0,4235 1,00 1,00 0,5812
Introspecção 0,0353 1,00 1,00 0,4533
Letargia 0 1,00 - 0,4444
Padrão de sono não restaurador 0,3647 1,00 1,00 0,5574
*Desconforto ao movimento 0,2118 0,8824 0,6923 0,4724
*Dor 0,5059 0,6471 0,6418 0,5116
*CD novas; S:Sensibilidade, E:Especificidade, VPP: Valor preditivo positivo, VPN: Valor Preditivo Negativo.

Tabela 6. Medidas de acurácia dos Fatores Relacionados do Diagnóstico de


Enfermagem Fadiga (0093) em Mulheres no pós-parto imediato hospitalar.
Campinas-SP, 2020.
Fatores Relacionados S E VPP VPN

Ansiedade 0,4706 1,00 1,00 0,6018


Aumento do Esforço Físico 0,0824 1,00 1,00 0,4658
Barreira Ambiental 0 1,00 - 0,4444
Depressão 0,0118 1,00 1,00 0,4474
Desnutrição 0 1,00 - 0,4444
Estilo de vida não estimulante 0 1,00 - 0,4444
Estressores 0.0353 1,00 1,00 0,4533
Falta de condicionamento Físico 0,0118 1,00 1,00 0,4474
Privação de sono 0,8353 1,00 1,00 0,8293

S:Sensibilidade, E:Especificidade, VPP: Valor preditivo positivo, VPN: Valor Preditivo Negativo.
84

A CD “cansaço” apresentou maior frequência (45,8%) maiores valores de


sensibilidade, especificidade e valores preditivos. A segunda CD mais frequente foi
“estado de sonolência” (23,5%), embora tenha apresentado baixo valor de
sensibilidade.
A terceira CD foi “Padrão de sono não restaurador” (23,5%) e a quarta CD
“aumento da necessidade de descanso” (18,3%) apresentando valores de
sensibilidade baixos ao ponto de corte e valores altos para especificidade e valores
preditivos. Ressalta-se que altos valores de especificidade indicam que ausência da
CD é boa para determinar a ausência do DE.
Além disso, durante a coleta houve o acréscimo de duas CD. Destaca-se o
indicador clínico “dor” teve uma frequência de 43,8%, com medidas de sensibilidade,
especificidade e valores preditivos altos.
Os FR mais frequentes foram a “privação de sono” com 46,4% e medidas de
sensibilidade, especificidade e valores preditivos altos, seguido pela “ansiedade” com
26,1% com a sensibilidade baixa, porém a especificidade e valores preditivos altos.

DISCUSSÃO

Na amostra de 153 mulheres no período pós-parto imediato, a maioria


apresentava idade na faixa de 21 a 30 anos, eram amasiadas e tiveram parto normal
e estavam no terceiro dia de internação do pós-parto. Esses resultados são
semelhantes a um estudo12 que objetivou avaliar os fatores que influenciavam a
Fadiga em puérperas no período pós-parto e que tiveram parto normal 12.
No que se refere às medidas de acurácia destaca-se a CD “cansaço”,
validada, que apresentou altos valores dessas medidas e pode ser considerada
preditora do DE Fadiga (0093), bem como a sua ausência é boa para determinar a
ausência do referido fenômeno de enfermagem, sendo, também, a mais frequente.
Esses resultados são semelhantes a um estudo13 que objetivou e avaliar a Fadiga
pós-parto, reforçando que o cansaço é o indicador mais prevalente, entretanto, esse
estudo ressalta que cansaço e Fadiga são termos que são usados como sinônimo e
que causam confusão 13.
A CD “dor” foi adicionada nesse estudo pela demanda que as mulheres no
período pós-parto referiram e apresentou altas medidas de acurácia, sendo validada,
85

acurada e preditora do referido DE Fadiga (0093) nessa população. Salienta-se que


as pacientes que referiam a dor durante a entrevista, eram pacientes que tiveram
operações cesárias 37,9%, dores na região do quadril e na vagina decorrente de
lacerações 35,2% e/ou episiotomias 0,7% e dores nas costas provavelmente devido
à analgesia. Esses resultados são semelhantes a um estudo13 que objetivou comparar
a Fadiga pós-parto das mulheres que se submeteram a parto normal vaginais e
cesarianas, e os cuidados com o bebê em ambientes de alojamento conjunto,
apresentou um resultado semelhante entre a associação da Fadiga e a dor 12.
A ausência das CD apatia, aumento da necessidade de descanso, aumento
dos sintomas físicos, capacidade para manter as rotinas habituais, energia
insuficiente, estado de sonolência, introspecção, padrão de sono não restaurador e a
adicional desconforto ao movimento foram e são boas para determinar a ausência do
DE Fadiga (0093) em mulheres no pós-parto hospitalar imediato. Evidencia-se que
esses indicadores geralmente podam não estar aparecendo no pós-parto imediato,
mas sim no puerpério tardio e/ou remoto.
Essas CD são propostas pela NANDA-I em outros DE, algumas como
indicadores clínicos outras como fatores contribuintes 8. Dessa forma, não são
exclusivas do DE Fadiga (0093) e não são específicas para as mulheres no pós-parto
hospitalar imediato, reforçando a necessidade dos estudos de validação para
populações especificas 8.
Salienta-se que as CD “estado de sonolência”, “padrão de sono não
restaurador”, “aumento da necessidade de descanso” estiveram presentes e mesmo
não sendo consideradas preditoras do referido DE, estabelecem correlação entre si e
com as mulheres nesse período.
Um ponto importante a destacar é que alguns estudos 12,13,14,15,16,17 que
objetivaram a avaliar a Fadiga pós-parto e o distúrbio do sono, evidenciaram que as
mulheres, nesse período, possuem sono fragmentado e não restaurador decorrente
dos cuidados com o bebê, amamentação, fazendo com que a mulher tenha estado de
sonolência, um padrão de sono não restaurador e aumento da necessidade de
descanso fatores que levam ao cansaço. Dessa forma, essas CD estão implícitas na
CD cansaço, sendo assim propondo a exclusão dessas CD para essa população
12,13,14,15,16,17.
86

O FR “privação do sono” foi validado e pode ser considerado o fator que mais
contribui para o DE Fadiga (0093) em mulheres no pós-parto hospitalar imediato, ou
seja, é o mais característico para o referido DE na população estudada. Alguns
estudos 12,13,14, relatam que os distúrbios do sono e privação do sono estão associados
aos cuidados com os bebês e com a amamentação, e isso reduz as horas dormidas
e piora a qualidade de sono 13,14,15.
Já a ausência dos FR “ansiedade”, “aumento do esforço físico”, “depressão”,
“estressores” e “falta de condicionamento físico” foram e são característicos para
contribuir com a ausência do DE nas mulheres no pós-parto. Salienta-se que esses
FR estabelecem correlação, uma vez que um potencializa a contribuição do outro para
a identificação do DE Fadiga (0093) em mulheres no pós-parto imediato. Em estudo14
que objetivou examinar as associações entre sono e a fadiga durante a hospitalização
após o nascimento do bebê, apresentaram resultados semelhantes, referindo que as
“privações do sono” são comuns entre as mães após o nascimento e a “ansiedade”
pode ocorrer devido à pressão sobre a hospitalização e as rotinas no pós-parto 14.
Ressalta-se que a “ansiedade”, nessa população, pode estar presente não
como FR, mas como DE e, também pode ser considerada uma condição associada.
Em um estudo13 que objetivou avaliar o curso da Fadiga no pós-parto, observou que,
embora a Fadiga possa ser desencadeada por aspectos emocionais, como a
ansiedade e a depressão, esses termos deverão ser compreendidos como fatores
separados 13. Dessa forma, propõe-se a exclusão desses FR para essa população.
Evidenciou-se a associação estatisticamente significante entre o DE Fadiga
(0093) e as horas dormidas. Observou-se que as mulheres que dormiram mínimos de
três horas, ou seja, dormiram pouco, apresentaram o referido DE. Alguns estudos12,18
que objetivou investigar as associações entre características do sono a e fadiga entre
primíparas japonesas mais velhas durante a hospitalização após o parto, observou
que um sono fragmentado e pouca quantidade, ou seja, déficit na qualidade e
quantidade de sono, pode estar associado a alta prevalência da Fadiga 12,18. Os
resultados da presente investigação corroboram com esse estudo.
Deve-se ressalta que o DE Fadiga (0093) esteve presente em mulheres no
período pós-parto imediato. Dessa forma, sugere-se alteração do título diagnóstico de
enfermagem, para essa população, para Fadiga Materna que pode ser definida como
sensação multidimensional que engloba aspectos físicos que incluem sentimentos de
87

cansaço ou exaustão, emocionais como ansiedade, depressão e cognitivos que


podem incluir sentimentos sem foco ou desmotivados. Deve-se evidenciar também
que a Fadiga engloba sentimento negativo, não sendo tão facilmente resolvida, sendo
muitas vezes mais severa e prolongada 11.

CONCLUSÃO

A Fadiga é parte do processo de adaptação da mulher no período pós-parto.


Em relação aos indicadores clínicos, a CD “Cansaço”, a CD adicional “Dor”, sobre os
fatores contribuintes, o FR “privação de sono” apresentou alta prevalência e altos
valores de medidas de acurácia para o DE Fadiga (0093), considerados validados.
Dessa forma, esse estudo de caráter inovador e enriquecedor, sugere a
adição da CD dor, como um indicador clínico relevante para a população, a retirada
das CD “padrão de sono não restaurador” e “aumento da necessidade de descanso”,
pois são fatores que levam ao cansaço, ou seja, essas CD estão implícitas na CD
cansaço. Já os FR a retirada da “ansiedade”, nessa população, por se caracterizar um
DE e a “depressão” pode ser considerada uma condição associada. Sugere-se,
também, a de um novo DE, qual seja, Fadiga Materna.
Portanto, esse estudo poderá contribuir para os enfermeiros na prática clínica
a identificação correta do DE Fadiga pós-parto imediato, um fenômeno presente que
causa muitos prejuízos em todo período do puerpério.
Acrescenta-se que esse estudo contribuirá para ampliar a visibilidade da
importância do processo de enfermagem na prestação do cuidado com o paciente.
88

REFERÊNCIAS

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Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS, CONITEC; 2016.
2. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de
Gestão e Incorporação de Tecnologias em Saúde. Diretrizes nacionais de
assistência ao parto normal: versão resumida [recurso eletrônico] / Ministério da
Saúde, Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Departamento
de Gestão e Incorporação de Tecnologias em Saúde. Brasília: Ministério da Saúde,
2017.
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revisión de la literatura." Revista chilena de obstetricia y ginecología 83.2 (2018):
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técnico do pré-natal e puerpério / organizado por Karina Calife, Tania Lago,
Carmen Lavras – São Paulo: SES/SP, 2010.
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Rev. Bras. Saúde Mater. Infant., Recife, 18 (1): 171-177 jan-mar., 2018.
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Sistematização da Assistência de Enfermagem e a Implementação do Processo
de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado do
profissional de Enfermagem, e dá outras providências. Brasília.
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classificação 2018-2020. Porto Alegre: Artmed; 2018.
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conceitos diagnósticos. In: NANDA International Inc.; Herdman TH, Carvalho EC,
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Enfermagem – Conceitos Básicos. 2. ed. Porto Alegre: Artmed Panamericana;
2019. p. 87-132. (Sistema de Educação em Saúde Continuada a Distância).
89

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11. Mokkink, L. B., Prinsen, C. A., Patrick, D. L., Alonso, J., Bouter, L. M., De Vet, H.
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2018;26(5):332-339. doi:10.1097/jnr.0000000000000249
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Stud. 2018;77:1-7. doi:10.1016/j.ijnurstu.2017.09.009.
90

5. DISCUSSÃO GERAL

Os estudos de validação têm o objetivo de refinamento e melhoramento do


DE. São indicados para facilitar o raciocínio clínico do enfermeiro em sua prática
clínica, incrementado, assim, a qualidade do cuidado de enfermagem prestado. Além
disso, os estudos de validação visam minimizar erros, aperfeiçoar, legitimar e tornar
verdadeiros os indicadores clínicos e fatores contribuintes de um DE, possibilitando
uma identificação mais acurada do DE 13.
Os modelos atuais de validação de DE proposto por Lopes et al13 são análise
de conceito, validação de conteúdo por especialistas e por uma validação clínica13.
Dessa forma, para realização desse estudo, foi adotado essas etapas.
A RI possibilitou a identificação do conhecimento produzido na literatura
acerca da Fadiga em mulheres no pós-parto hospitalar imediato. Além disso, essa
fase subsidiou as construções das definições conceituais e operacionais da CD e dos
FR 13,14,15,16,17. Entretanto, deve-se evidenciar que a produção cientifica identificada
não foi suficiente para construção das definições conceituais e operacionais do DE
Fadiga (0093), dessa forma, foi necessário uso da literatura cinzenta 13,14,28.

Os estudos9,10,11 apresentaram a Fadiga como um fenômeno presente no


período pós-parto imediato e que sua diminuição e/ou seu controle depende de uma
avaliação correta do enfermeiro do alojamento conjunto9,10,11.
Em alguns estudos9,11,30,31,32,33, mostraram que a hospitalização foi um fator
determinante para o desencadeamento da Fadiga no período pós-parto imediato. A
literatura mostrou que o cuidado da equipe de profissionais de saúde prestado,
embora baseado no binômio mãe-filho, é ainda muito fragmentado, com déficit de
medidas que auxiliem a mulher no seu bem-estar físico e mental, nos cuidados com o
bebê e com a amamentação, sendo assim produzem sobrecarga e pouco descanso
para as mulheres e, contribuindo para que a mesma desenvolva a resposta humana
Fadiga 9,11,30,32,33.
Outro ponto relevante, levantados pelos estudos33,34 foi o sono e a sonolência
sentidos pela mulher no período pós-parto são, muitas vezes, decorrentes dos
cuidados noturnos com o bebê da rotina da amamentação e da dor perineal 30,31.

Salienta-se que a RI favoreceu a elaboração das definições conceituais e


operacionais das CD e dos FR do DE Fadiga em mulheres no período pós-parto
91

imediato, o que propicia a lapidação de sistema de linguagem padronizada pelo


enfermeiro.
A segunda etapa foi a análise de conteúdo por especialistas por meio de
Grupo Focal18,19,20,21,22. Esse método inovador foi muito enriquecedor para estudo,
pois se tratou de um método qualitativo que cada vez mais vem sendo utilizado em
pesquisas quantitativas. Além disso, essa etapa com o GF possibilitou uma
investigação mais refinada, com discussões mais completas e amplas, e assim
enriquecendo muito mais o estudo 18.19,20,21,22.

O GF é uma técnica complementar em pesquisas quantitativas que consiste


em debates, entrevistas e observação e teve, nesse estudo, o objetivo de analisar e
julgar as definições conceituais e operacionais da CD e FR do DE Fadiga (0093). É
importante destacar a importância do GF para o estudo uma vez que propiciou um
debate aberto, com trocas de experiências e enriquecimento da pesquisa 19,20,21,22,23.

A caracterização dos especialistas, bem como a média de idade, de tempo de


formação, de atuação prática e titulação demonstram a fase denominada maturidade
profissional, na qual o enfermeiro apresenta equilíbrio e correlação efetiva das
habilidades cognitivas e intelectuais 13.
A classificação como Masteres dos especialistas, ou seja, pontuação 6 a 20
pontos, reflete o nível mais avançado de experiência clínica e de raciocínio.
Enfermeiros experientes, como os desse estudo, evidenciam detalhes extremamente
importantes para o cuidado, enquanto estabelecem correlação teórico-prática, e
ignoram, acuradamente, informações pouco relevantes 13,24. Aliado a esse fato, nessa
investigação, tem-se a experiência clínica na área de obstetrícia, que tornou mais
pertinente as discussões e a problematização no grupo focal para a população
“mulheres no pós-parto imediato” 13,24.
Sobre o perfil sociodemográfico dos enfermeiros, a amostra foi composta por
especialistas todos do sexo feminino, comprovando que a enfermagem é uma
profissão, predominantemente, feminina corroborando com a literatura 13.

Algumas definições levantadas pela literatura das CD: “alteração na libido” e


“letargia” foram apontadas como CD que possuem títulos ambíguos e conceitos que
não condizem com o propósito do DE referido. Após as contribuições do GF as
referidas CD foram reformuladas e os especialistas validaram as CD 35.
92

Referente a alguns FR: “barreira ambiental” e “estilo de vida não estimulantes”,


os especialistas sugeriram revisão e uma linguagem clara e objetiva se faz necessária
para possibilitar a melhoria da qualidade do atendimento de mulheres no período pós-
parto 35.
Todas as CD e os FR foram validadas, entretanto, os especialistas fizeram os
seguintes apontamentos, “Ansiedade”, “privação de sono” e “padrão de sono não
restaurador” foram consideradas não especificas e únicas do referido DE, sendo
pertencentes a outros DE dentro da NANDA-I, sendo assim inespecífico, e que esse
fato pode causar dificuldade na nomeação do DE referido35. Embora esse resultado
não tenha sido evidenciado na etapa de validação clínica.
Outro ponto levantado pelas especialistas, a especificidade da população
mulheres no pós-parto imediato com os CD e os FR, sendo uma população muito
singular e de indicadores clínicos e fatores contribuintes não tão amplos.
A última etapa do estudo é a validação clínica que determinou de medidas de
acurácia das CD e FR do DE Fadiga (0093) em mulheres no pós-parto imediato. As
medidas de acurácia de sensibilidade, especificidade, valor preditivos positivos e
valores preditivos negativos, auxiliaram no melhoramento e na eficácia da inferência
diagnóstica 13,14,15.
A CD “cansaço” foi validada pelos especialistas no GF e foi considerada
preditora do DE Fadiga (0093) em mulheres no pós-parto hospitalar imediato por suas
elevadas medidas de acurácia. Em um estudo que objetivou avaliar o curso da Fadiga
nos seis primeiros meses após o parto, relatou que a Fadiga é um fenômeno presente
no pós-parto trazendo muito prejuízos paras as mulheres, além esse estudo ressalta
que cansaço e fadiga são termos, frequentemente, utilizados como sinônimos
erroneamente, sendo a Fadiga mais severa e prolongada, cansaço é um indicador
clínico da Fadiga 9.
Outra CD validada pelos especialistas foi “padrão de sono não restaurador”
uma vez que as definições foram consideradas claras, adequadas, precisas e
estabeleciam relação com à população. Na validação clínica, foi considerada boa para
determinar a ausência do DE Fadiga (0093) em mulheres no pós-parto hospitalar
imediato, bem como apatia, aumento da necessidade de descanso, aumento dos
sintomas físicos, capacidade para manter as rotinas habituais, energia insuficiente,
estado de sonolência, introspecção e a CD adicional desconforto ao movimento.
93

A CD “dor” foi adicionada nesse estudo pela demanda que as mulheres no


alojamento conjunto referiram para pesquisadora, provavelmente decorrente das
intervenções muitas vezes praticadas em âmbitos hospitalares, dessa forma foi
realizada a inclusão desse indicador. A “dor” apresentou altas medidas de acurácia,
sendo validada, acurada e preditora do referido DE e da população. Esses resultados
são semelhantes a um estudo11 que objetivou comparar a Fadiga pós-parto das
mulheres que se submeteram a parto normal vaginais e cesarianas, e os cuidados
com o bebê em ambientes de alojamento conjunto, apresentou um resultado
semelhante entre a associação da Fadiga e a dor 11.

Em relação aos FR, os especialistas fizeram alguns apontamentos, sobre


“Ansiedade” e “privação de sono”, que foram validadas, porém foram consideradas
não especificas e características do referido DE, sendo pertencentes a outros DE
dentro da Taxonomia NANDA-I como indicador clínico e fatores contribuintes ou até
mesmo com DE, podendo causar confusão35.
O FR “privação do sono” pode ser considerado o fator que mais contribuiu
para o DE Fadiga (0093) em mulheres no pós-parto hospitalar imediato, ou seja, é o
mais característico para o referido DE na população estudada. Alguns estudos 9,11,31,33,
relatam que os distúrbios do sono e privação do sono devidos aos cuidados com os
bebês e com a amamentação reduz as horas dormidas e piora a qualidade de sono
9,11,31,33.

Já a ausência dos FR ansiedade, aumento do esforço físico, depressão,


estressores e falta de condicionamento físico foram e são característicos para
contribuir com a ausência do DE nas mulheres no pós-parto hospitalar imediato.
Salienta-se que esses FR estabelecem correlação, uma vez que um potencializa a
contribuição do outro para a identificação do DE Fadiga (0093) em mulheres no pós-
parto hospitalar imediato. Em estudo33 que objetivou examinar as associações entre
sono e a fadiga durante a hospitalização após o nascimento, apresentaram resultados
semelhantes, referindo que as “privações do sono” são comuns entre as mães após o
nascimento e a “ansiedade” pode ocorrer devido à pressão sobre a hospitalização e
as rotinas no pós-parto 33.
Ressalta-se que a “ansiedade”, nessa população, pode estar presente não
como FR, mas como DE e a “depressão” pode ser considerada uma condição
associada. Em um estudo9 que objetivou em avaliar o curso da Fadiga no pós-parto,
94

refere que embora a Fadiga pode ser desencadeada por aspectos emocionais, como
a ansiedade, a depressão, esses termos deverão ser compreendidos como fatores
separados 9. Dessa forma, propõe-se a exclusão desses FR para essa população.
Ressalta-se que cuidados direcionados aos aspectos emocionais,
psicológicos e estressores também promovem melhor qualidade de vida no pós-parto,
dessa forma, analisar se a presença do acompanhante favorece a utilização das
melhores práticas na assistência à mulher no parto e no pós-parto. Esses resultados
são semelhantes a um estudo36 que objetivou identificar as ações de apoio realizadas
à mulher durante o trabalho de parto, parto, cesárea e puerpério relata que ações
efetiva do acompanhantes desde o parto podem ser considerado como métodos não
farmacológicos de alívio da dor e da ansiedade, podendo ainda reduzir o tempo do
trabalho de parto uma vez que ele incentiva e ajuda a parturiente a realizar as
atividades recomendadas. Esse fato proporciona a um bem-estar físico e mental que
irá refletir no puerpério36.
Evidenciou-se a associação estatisticamente significante entre o DE Fadiga
(0093) e as horas dormidas. Observou-se que as mulheres que dormiram menos de
três horas, ou seja, dormiram pouco, apresentaram o referido DE.
95

6. CONCLUSÃO

A RI favoreceu o conhecimento científico acerca da produção cientifica que


tem sobre a Fadiga associada a mulheres no pós-parto imediato. É importante
destacar que a RI favoreceu a elaboração das DC e das DO das CD e dos FR do DE
Fadiga (0093) em mulheres no período pós-parto hospitalar imediato, o que propicia
a lapidação de sistema de linguagem padronizada pelo enfermeiro. Pontua-se, em
relação ao fenômeno em estudo, que a construção das definições facilita a
compreensão do DE pelo enfermeiro e pela equipe de enfermagem, possibilitando o
cuidado do paciente mais eficiente e uniforme.
A análise de conteúdo realizada por um grupo focal foi de extrema
importância, pois trouxe um método qualitativo para uma pesquisa quantitativa,
enriquecendo ainda mais essa etapa. Além disso, a presença de especialistas
Masteres e com experiência na prática clínica ajudou e refinou as discussões acerca
da temática.
Os resultados da etapa de validação de conteúdo por especialistas
constataram que as CD e os FR têm uma relação com do DE Fadiga (0093),
entretanto, quando se associa a população referida, algumas CD “alteração na libido”
e “letargia” e alguns FR: “barreira ambiental” e “estilo de vida não estimulantes”, não
se tornam condizentes no pós-parto hospitalar imediato, dessa maneira, foram
sugeridos revisões para esses indicadores clínicos e fatores contribuintes do título e
suas definições.
Referente aos resultados das etapas do presente estudo de validação do DE
Fadiga (0093) em mulheres no pós-parto imediato direciona a identificação dos
componentes acurados do enunciado do DE, qual seja, Fadiga relacionada a privação
do sono evidenciada por cansaço.
Evidencia-se, frente ao contexto, que ações de enfermagem direcionadas
para a promoção de horas dormidas são de extrema importância para essa população.
Dessa forma, a educação em saúde direcionada para o processo de amamentação e
cuidados com o bebê, apontados pelas mulheres, no presente estudo, como
deflagradores do cansaço, bem como a execução de atividades de enfermagem junto
ao binômio mãe-bebê no pós-parto imediato, possibilitam conforto e ambiente
saudável para o processo de descanso. Ressalta-se que cuidados
96

direcionados aos aspectos emocionais e estressores também promovem descanso,


mesmo que esses não tenham sido identificados como acurados, mas relacionados
entre si.
Outro ponto importante que as medidas de acurácia da validação clínica
possibilitaram, foi a introdução de uma CD adicional, “dor” que foi trazida pela
população. Também possibilitou a esse sugerir a exclusão de algumas CD como
“padrão de sono não restaurador” e “aumento da necessidade de descanso”, pois são
fatores que desencadeiam ao cansaço. Sobre os FR, também foi sugerido a retirada
da “ansiedade” nessa população pode estar presente não como FR e sim como DE e
da “depressão” pode ser considerada uma condição associada. Contudo, possibilitou
a proposta de novo DE “Fadiga materna”.
Os estudos de validação clínica são de extrema importância e necessidade,
pois auxiliam o refinamento do processo de enfermagem e assim melhorando os
cuidados de enfermagem prestado. Além disso, esse tipo de estudo aumenta a
visibilidade e tonar a enfermagem uma ciência mais qualificada.
97

REFERÊNCIAS

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https://doi.org/10.1590/1518-8345.2251.2994
101

APÊNDICE I

Carta convite para participação do Grupo Focal para análise de conteúdo por
Juízes.

Prezado Colega Enfermeiro.

Meu nome é Bruna Valentina Zuchatti, sou Mestranda do Programa de Pós-


Graduação em Enfermagem pela Faculdade de Enfermagem da Universidade
Estadual de Campinas-UNICAMP e meu projeto é intitulado “Validação do Diagnóstico
de Enfermagem Fadiga no Pós-Parto”, sob orientação da Prof.ª Dra. Erika Christiane
Marocco Duran.
Vemos por meio desta solicitar sua colaboração no estudo como Juízes em
diagnóstico de enfermagem e/ ou em enfermagem obstétrica. Esta fase do estudo é
fundamental e sua participação é primordial para o desenvolvimento deste estudo.
Para tanto, será necessário que você avalie as definições conceituais e operacionais
da CD e os FR proposto pela NANDA-I para Diagnóstico de enfermagem Fadiga em
Mulheres no Pós-Parto, que foi determinado anteriormente por buscas na literatura. O
encontro para realização do grupo focal será realizado em dois momentos, na
Faculdade de Enfermagem da Unicamp.
Aguardamos sua resposta e desde já agradecemos sua atenção.

Atenciosamente,

Bruna Valentina Zuchatti


E-mail: bruninha.valentina@yahoo.com.br
102

APÊNDICE II

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO GRUPO FOCAL-Juízes


Título da pesquisa: “Validação de Diagnóstico de enfermagem Fadiga e mulheres
no Pós-Parto Imediato”
Número do CAAE: 13512919.8.0000.5404
Nome do(s) responsável(is): Discente Enf.ª Bruna Valentina Zuchatti e Prof.ª Dr.ª
Erika Christiane Duran.
Você está sendo convidado a participar como voluntário de uma pesquisa. Este
documento, chamado Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, visa assegurar
seus direitos como participante e é elaborado em duas vias, uma que deverá ficar com
você e outra com o pesquisador.
Por favor, leia com atenção e calma, aproveitando para esclarecer suas
dúvidas. Se houver perguntas antes ou mesmo depois de assiná-lo, você poderá
esclarecê-las com o pesquisador. Se preferir, pode levar este Termo para casa e
consultar seus familiares ou outras pessoas antes de decidir participar. Não haverá
nenhum tipo de penalização ou prejuízo se você não aceitar participar ou retirar sua
autorização em qualquer momento.
Justificativa e objetivos:
O objetivo desta pesquisa, vinculada a Faculdade de Enfermagem da
Universidade Estadual de Campinas é validar o Diagnóstico de enfermagem “Fadiga”
em mulheres no Pós-Parto Imediato, que poderá propiciar a articulação entre a
pesquisa e o serviço de saúde promovendo o desenvolvimento acadêmico e científico
de Enfermagem, além de contribuir para a qualidade da assistência de enfermagem
ao paciente.

assinatura do Pesquisador____________________________ assinatura do Participantes____________________data __/__/__


103

Procedimentos:
Sua participação neste estudo envolverá a inferência diagnóstico do
Diagnóstico de Enfermagem Fadiga da NANDA-I. Você irá participar de um grupo
Focal, uma forma de interações e comunicações entre os grupos, com o objetivo de
reunir informações detalhada das informações coletadas anteriormente pela
pesquisadora por meio da revisão de literatura, para que possa assim ser realizado a
inferência sobre as definições conceituais e operacionais das características
definidoras e fatores relacionado do Diagnóstico de Enfermagem Fadiga em mulheres
no Pós-Parto Imediato.
Desconfortos e riscos:
O tipo de estudo proposto representa riscos mínimos previstos à população
dada sua natureza. Os desconfortos referem-se ao dispêndio de tempo para
preenchimento dos instrumentos citados acima, e poderá haver desconforto com a
presença da pesquisadora, haverá medidas para assegurar a proteção do participante
durante a pesquisa para que os necessários cuidados ao participante sejam
preservados.
Benefícios:
Já os possíveis benefícios, fato de você participar deste estudo não irá trazer
benefício direto a você, mas o esperado será proporcionar uma melhor assistência de
enfermagem em mulheres no pós-parto imediato.
Acompanhamento e assistência:
Após a resposta dos instrumentos não será necessário realizar nenhum tipo de
acompanhamento e/ ou assistência aos participantes.
Sigilo e privacidade:
As informações desse estudo são confidenciais e é assegurado o sigilo sobre
sua participação. As respostas de todos os entrevistados serão analisadas sem que
apareçam os nomes de quem respondeu. Estes dados serão divulgados em conjunto,
nunca individualmente, em eventos ou publicações científicas, não havendo
identificação dos participantes, a não ser entre os responsáveis pelo estudo.

assinatura do Pesquisador____________________________ assinatura do Participantes____________________data __/__/__


104

Ressarcimento e Indenização:
Você não terá nenhuma despesa, benefícios ou direitos financeiros, sua
participação ocorrerá durante seu período de internação. Você terá a garantia ao
direito a indenização diante de eventuais danos decorrentes da pesquisa.

Contato:
Em caso de dúvidas sobre a pesquisa, você poderá recorrer as pesquisadoras:
Bruna Valentina Zuchatti, orientanda da Faculdade em Enfermagem da Unicamp e
com ela poderá manter contato pelo telefone: (11) 9 9900-5468 e a Prof.ª Dr.ª Erika
Christiane Marocco Duran, docente de Enfermagem da Faculdade de Enfermagem da
Unicamp, contato pelo telefone: (19) 3251-8841/ (019) 9 8153-6077.
Em caso de denúncias ou reclamações sobre sua participação e sobre
questões éticas do estudo, você poderá entrar em contato com a secretaria do Comitê
de Ética em Pesquisa (CEP) da UNICAMP das 08:30hs às 11:30hs e das 13:00hs as
17:00hs na Rua: Tessália Vieira de Camargo, 126; CEP 13083-887 Campinas – SP;
telefone (19) 3521-8936 ou (19) 3521-7187; e-mail: cep@fcm.unicamp.br.

O Comitê de Ética em Pesquisa (CEP):


O papel do CEP é avaliar e acompanhar os aspectos éticos de todas as
pesquisas envolvendo seres humanos. A Comissão Nacional de Ética em Pesquisa
(CONEP), tem por objetivo desenvolver a regulamentação sobre proteção dos seres
humanos envolvidos nas pesquisas. Desempenha um papel coordenador da rede de
Comitês de Ética em Pesquisa (CEP) das instituições, além de assumir a função de
órgão consultor na área de ética em pesquisas

assinatura do Pesquisador____________________________ assinatura do Participantes____________________data __/__/__


105

Consentimento livre e esclarecido:


Após ter recebido esclarecimentos sobre a natureza da pesquisa, seus
objetivos, métodos, benefícios previstos, potenciais riscos e o incômodo que está
possa acarretar, aceito participar e declaro estar recebendo uma via original deste
documento assinada pelo pesquisador e por mim, tendo todas as folhas por nós
rubricadas:
Nome do (a) participante: _____________________________________________
Contato
telefônico______________________________________________________
e-mail
(opcional):_______________________________________________________
Data:___/___/___
________________________________________________
Assinatura do participante

Responsabilidade do Pesquisador:
Asseguro ter cumprido as exigências da resolução 466/2012 CNS/MS e
complementares na elaboração do protocolo e na obtenção deste Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido. Asseguro, também, ter explicado e fornecido uma
via deste documento ao participante. Informo que o estudo foi aprovado pelo CEP
perante o qual o projeto foi apresentado e pela CONEP, quando pertinente.
Comprometo-me a utilizar o material e os dados obtidos nesta pesquisa
exclusivamente para as finalidades previstas neste documento ou conforme o
consentimento dado pelo participante.
Data: ____/_____/______

_________________________________________________

Assinatura da Pesquisadora Bruna Valentina Zuchatti

assinatura do Pesquisador____________________________ assinatura do Participantes____________________data __/__/__


106

APÊNDICE III
Instrumento para Caracterização da Amostra-Grupo Focal: Juízes

Título da Pesquisa: " Validação do Diagnóstico de Enfermagem Fadiga em


Mulheres no pós-parto Imediato"

Identificação:
1. Nome Completo: ________________________________________________
Iniciais: (Ex.: J.M.S)
2. Data de nascimento: ___/___/___
3. Cidade que trabalha:______________________________________________

Dados Profissionais:

4. Maior titulação:__________________________________________________
5. Tempo de Formação Profissional? (Ex.: 4 anos e 6 meses):_______________
6. Tempo de Atuação prática como Enfermeiro? (Ex.: 4 anos e 6 meses):_______
7. Possui experiência de pelo menos 4 anos na área de obstetrícia e/ou Processo
de enfermagem: ( ) Sim ( ) Não
8. Se Sim, Especificar a área e tempo de experiência (Em anos e meses
completos):___________
9. Possui publicação de artigos sobre Processo de Enfermagem e Obstetrícia em
revista de referência? ( ) Sim ( ) Não
10. Participação de pelos mesmo dois anos em um grupo de pesquisa:
( ) Sim ( ) Não
Possui Residência em Enfermagem Obstetrícia, Especialização em
Enfermagem Obstetrícia, Mestrado em Enfermagem, Doutorado em
enfermagem na área de Processo de Enfermagem e/ou Obstetrícia:
( ) Sim ( ) Não
11. Se Sim, Qual?
( ) Residência em Enfermagem;
( ) Especialização em Obstetrícia;
( ) Mestrado em Enfermagem e/ou Obstetrícia;
( ) Doutorado em enfermagem e/ou obstetrícia;
107

APÊNDICE IV

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO


Título da pesquisa: “Validação de Diagnóstico de enfermagem Fadiga em Mulheres
no Pós-Parto Imediato”
Número do CAAE: 13512919.8.0000.5404
Nome do(s) responsável(is): Discente Enf.ª Bruna Valentina Zuchatti e Prof.ª Dr.ª Erika
Christiane Duran.
Você está sendo convidada a participar como voluntária de uma pesquisa que
será em forma de entrevista por um questionário, vinculada a Faculdade de
Enfermagem da Universidade Estadual de Campinas, que tem o objetivo de validar o
Diagnóstico de enfermagem “Fadiga” em Mulheres no Pós-parto Imediato. Você
participando dessa pesquisa eu vou entregar um termo de consentimento esclarecido,
você deverá ler na íntegra esse documento, pois ele contará todas as informações
necessárias da pesquisa e de como a pesquisa vai proceder. Por favor, leia com
atenção e calma, aproveitando para esclarecer suas dúvidas, pois esse documento
visa assegurar a você seus direitos como participante da pesquisa. Se houver
perguntas antes ou mesmo depois de assiná-lo, você poderá esclarecê-las com o
pesquisador. Você terá o tempo que quiser para ler, e se preferir, pode consultar seus
familiares ou outras pessoas antes de decidir participar. Não haverá nenhum tipo de
penalização ou prejuízo se você não aceitar participar ou retirar sua autorização em
qualquer momento.
O termo de consentimento esclarecido é elaborado em duas vias, todas as
folhas das duas vias serão datadas e assinadas pela pesquisadora e por você, sendo
que uma via deverá ficar com você e outra com o pesquisador.
Justificativa e objetivos:
Esta pesquisa tem como objetivo realizar a validação do Diagnóstico de
enfermagem Fadiga em mulheres no Pós-Parto imediato.

assinatura do Pesquisador____________________________ assinatura do Participantes____________________data __/__/__


108

Isso significa que através dessa pesquisa, eu como pesquisadora irei observar
e realizar uma entrevista para identificar os indicadores clínicos e fatores contribuintes
do Diagnóstico de enfermagem Fadiga, pois quando se identifica-se claramente os
indicadores clínicos e os fatores contribuintes do Diagnóstico de enfermagem
consegue-se melhorar a assistência prestada e dar qualidade ao cuidado de
enfermagem.
Procedimentos:
Participando do estudo o você está sendo convidado a participar de uma entrevista
e a ser observado durante a sua internação, pela pesquisadora. A Pesquisadora
somente irá realizar algumas perguntas e olhar o paciente, após isso irá assinalar no
papel a presença ou a ausência dos indicadores clínicos e dos fatores contribuintes
pertencentes ao diagnóstico de enfermagem Fadiga. Nada será feito com você que não
seja da rotina normal dos cuidados nas unidades. Você contará com a presença da
pesquisadora durante toda a coleta de dados da pesquisa.
Desconfortos e riscos:
O tipo de estudo que está sendo proposto para você terá riscos mínimos. Quem
irá realizar a entrevista será a pesquisadora. Caso ocorra desconfortos durante a
pesquisa como: o tempo para preenchimento dos instrumentos e com a presença da
pesquisadora, haverá medidas para assegurar a sua proteção e será realizado
cuidados necessários para que você seja preservado.
Benefícios:
Já os possíveis benefícios, fato de você participar deste estudo não irá trazer
benefício direto a você, mas o esperado será proporcionar uma melhor assistência de
Enfermagem as mulheres na fase do puerpério.
Acompanhamento e assistência:
Após a resposta dos instrumentos não será necessário realizar nenhum tipo de
acompanhamento e/ ou assistência a você.

assinatura do Pesquisador____________________________ assinatura do Participantes____________________data __/__/__


109

Sigilo e privacidade:
As informações desse estudo são confidenciais e é assegurado o sigilo a você
sobre a sua participação. As respostas de todos os entrevistados serão analisadas
sem que apareçam os nomes de quem respondeu. Estes dados serão divulgados em
conjunto, nunca individualmente, em eventos ou publicações científicas, não havendo
sua identificação no projeto, a não ser entre os responsáveis pelo estudo.
Ressarcimento e Indenização:
Você não terá nenhuma despesa, benefícios ou direitos financeiros, sua
participação ocorrerá durante seu período de internação. Você terá a garantia ao
direito a indenização diante de eventuais danos decorrentes da pesquisa.
Contato:
Em caso de dúvidas sobre a pesquisa, você poderá recorrer as pesquisadoras:
Bruna Valentina Zuchatti, orientanda da Faculdade em Enfermagem da Unicamp e
com ela poderá manter contato pelo telefone: (11) 9 9900-5468 e a Prof.ª Dr.ª Erika
Christiane Marocco Duran, docente de Enfermagem da Faculdade de Enfermagem da
Unicamp, contato pelo telefone: (19) 3251-8841/ (019) 9 8153-6077.
Em caso de denúncias ou reclamações sobre sua participação e sobre
questões éticas do estudo, você poderá entrar em contato com a secretaria do Comitê
de Ética em Pesquisa (CEP) da UNICAMP das 08:30hs às 11:30hs e das 13:00hs as
17:00hs na Rua: Tessália Vieira de Camargo, 126; CEP 13083-887 Campinas – SP;
telefone (19) 3521-8936 ou (19) 3521-7187; e-mail: cep@fcm.unicamp.br.
O Comitê de Ética em Pesquisa (CEP):
O papel do CEP é avaliar e acompanhar os aspectos éticos de todas as
pesquisas envolvendo seres humanos. A Comissão Nacional de Ética em Pesquisa
(CONEP), tem por objetivo desenvolver a regulamentação sobre proteção dos seres
humanos envolvidos nas pesquisas. Desempenha um papel coordenador da rede de
Comitês de Ética em Pesquisa (CEP) das instituições, além de assumir a função de
órgão consultor na área de ética em pesquisas

assinatura do Pesquisador____________________________ assinatura do Participantes____________________data __/__/__


110

Consentimento livre e esclarecido:


Após ter recebido esclarecimentos sobre a natureza da pesquisa, seus
objetivos, métodos, benefícios previstos, potenciais riscos e o incômodo que está
possa acarretar, aceito participar e declaro estar recebendo uma via original deste
documento assinada pelo pesquisador e por mim, tendo todas as folhas por nós
rubricadas:

Nome do (a) participante: _____________________________________________


Contato telefônico_____________________________________________________
e-mail (opcional):______________________________________________________

Data__/__/__

______________________________________________
Assinatura do Participante

Responsabilidade do Pesquisador:
Asseguro ter cumprido as exigências da resolução 466/2012 CNS/MS e
complementares na elaboração do protocolo e na obtenção deste Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido. Asseguro, também, ter explicado e fornecido uma
via deste documento a você. Informo que o estudo foi aprovado pelo CEP perante o
qual o projeto foi apresentado e pela CONEP, quando pertinente. Comprometo-me a
utilizar o material e os dados obtidos nesta pesquisa exclusivamente para as
finalidades previstas neste documento ou conforme o consentimento dado por você.

Data: ____/_____/______

__________________________________________________________

Assinatura Bruna Valentina Zuchatti

assinatura do Pesquisador____________________________ assinatura do Participantes____________________data __/__/__


111

APÊNDICE V
Instrumento para coleta de dados-Puérpera
Histórico de Enfermagem
Data: ___ /___ /______
Domínio 1 – Promoção da Saúde
Dados de identificação:
Nome: ________________________________________Prontuário:___________
Data de Nascimento: ___ /___ /______ Idade: _______Dias de internação: _______
Procedência: _________________
Patologias Associadas______________Tipo de Parto____________________
Medicamentos em uso:_____________________________________________
Exames: HIV_____ VDRL_____
Domínio 2 – Nutrição:
1. Peso: _______ g Altura: _______ m IMC: _____ kg/m2
2. Perda de peso ( ) sim ( ) não Ganho de peso ( ) sim ( ) não
Quanto (perda/ganho) kg? _________________________
3. Quantas refeições usualmente faz? ____________________________
4. Teve mudança de apetite recentemente? ( ) sim ( ) não
5. Alimenta bem: ( ) sim ( ) não Alergia a alimentos? ( ) sim ( ) não
6. Recém-Nascido:
Aleitamento Exclusivo ( ) Aleitamento misto ( ) ( )Somente Fórmula Láctea
Domínio 3 – Eliminação e troca:
Exame físico do abdome:
1. Palpação:
A. Útero abaixo da cicatriz umbilical ( ) sim ( ) não
B. Presença de globo de Segurança de pinard: ( ) sim ( ) não
2. Percussão: ( ) timpanismo, ( )hipertimpanismo, ( )submacicez ( macicez;
3. Ausculta de ruídos hidroaéreos ( ) presente ( ) ausente ( ) diminuídos
4. Tipo de abdome: ( )normal ( )globoso ( )ventre de Batráquio ( )pendular ( )
avental
( )escavado
5. Apresentou micção espontânea( )sim ( )não quantas micções por
dia?__________
112

A. Alterações de ao URINAR ( ) sim ( ) não qual______________


B. Uso de cateter vesical ( ) sim ( ) não
6. Loquiação: ( ) sim ( ) não Quantidade______Aspectos: ( )vermelho ( )Fuscia
( ) Rubro
7. Eliminação intestinal ( ) sim ( ) não quantas vezes por dia?______
Domínio 4 – Atividade/Repouso:
1. Limitações de movimento nas atividades de vida diária (dor, desconforto,
cansaço)? ( ) sim ( ) não Há quanto tempo? ______________________
2. Usa terapias naturais (relaxamento, meditação)? ( ) sim ( ) não
3. Dorme bem? ( ) sim ( ) não quantas horas?_______________________
4. Acorda cansado? ( ) sim ( ) não
5. Cochila durante o dia? ( ) sim ( ) não
6. Dificuldade para adormecer? ( ) sim ( ) não
7. Usa recursos para dormir? ( ) sim ( ) não
8. Micção interrompe sono com que frequência? ( ) sim ( ) não
9. Volta a dormir quando interrompe o sono? ( ) sim ( ) não
10. Atividades de lazer? ( ) sim ( ) não Quantas por
semana________________________
11. Frequência cardíaca: ______ bpm.
12. Pressão arterial:_____ / _____ mmHg
Exame físico respiratório:
1. Ritmo: ( ) normal ( ) dispnéica ( ) hipoventilação ( ) Cheyne Stokes ( )
Biot ( ) Kussmall
Frequência respiratória:_____rpm
Doenças Respiratórias ( ) sim ( ) não
qual?_______________________
2. Tosse ( ) sim ( ) não descreva_________________________
3. Uso de Medicamento ( ) sim ( ) não qual?_________________
4. Exames das Mamas:
A. Flácidas( ) Turgidas ( ) Ingurgitadas ( )
B. Mamilos: ( ) protusos ( ) planos ( ) invertidos
C. Presença de Colostro: ( ) sim ( ) não
Domínio 5 – Percepção/Cognição:
113

1. Avaliar: Julgamento; integridade dos órgãos do sentido:


a) Visão: ( ) preservadas ( ) não preservada
b) Audição: ( ) preservadas ( ) não preservada
c) Tato: ( ) preservadas ( ) não preservada
d) Olfato: ( ) preservadas ( ) não preservada
e) Gustação: ( ) preservadas ( ) não preservada
2. Alucinações, ilusões (são falsas impressões ou experiências sensoriais)
( ) presente ( ) ausente
3. Orientação quanto a pessoas, lugares e tempo
( ) sim ( ) não
Domínio 6 – Autopercepção:
1. Se você tivesse que descrever que tipo de pessoa é, o que diria?
( ) humorado ( ) alegre ( ) triste ( ) mal humorado
2. Você se gosta (do jeito que é)? ( ) sim ( ) não
Domínio 7 – Relacionamento de papel:
A. Profissão:__________________
B. Escolaridade: Ensino Fundamental ( ) Ensino Médio ( ) Ensino Superior ( )
C. Renda Familia: ( ) 1 salário-mínimo ( )2 Salários-Mínimos ( ) 3 salários
mínimos
() Maior que 4 salários-mínimos
D. Estado civil: ( ) Solteiro ( )Casado ( )Amaziada/Companheiro ( ) Viúva
( )Divorciado
E. Possui acompanhante na internação ( ) sim ( ) não
F. G___ PN___ PC__ A__ Nº de Filhos Vivos___________________
Domínio 8 – Sexualidade:
a. : Algum problema( ) sim ( ) não qual_______________________
Domínio 9 – Enfrentamento/Tolerância ao estresse:
A. Tem estresse ( ) sim ( ) não
B. O que a pessoa faz para reduzir o
estresse?_____________________________
Domínio 10 – Princípios da vida:
1. as práticas religiosas do paciente, necessidade de conversar com o líder
religioso ( ) sim ( ) não
114

2. Identificar se há dietas e tratamentos proibidos pela religião.


( ) sim ( ) não
3. Identificar se há excessiva preocupação com o significado da vida ou da morte,
conflito interno sobre sua crença, além do significado de seu sofrimento ou sua
existência, considerando a doença como uma forma de punição.
( ) sim ( ) não
Domínio 11 – Segurança/Proteção:
1. Temperatura Axilar: _______ºC
Pele e Mucos:
A) Hidratação ( ) preservadas ( ) não preservada
B) Textura, ( ) preservadas ( ) não preservada
C) Turgor ( ) preservadas ( ) não preservada
D) Elasticidade ( ) preservadas ( ) não preservada
E) Mobilidade ( ) preservadas ( ) não preservada
F) lesões de pele: ( ) sim ( ) Local__________
Incisão cirúrgica ( ) sim ( ) não tem dor local: ( ) sim ( ) não
Episiotomia ( ) sim ( ) não tem dor local: ( ) sim ( ) não
Laceração ( ) sim ( ) não grau: ( ) 1º ( ) 2º ( ) 3º ( ) 4º
G) Avaliação da cavidade oral (coloração, presença de lesões, hidratação):
( ) preservadas ( ) não preservada
H) Apresenta história de violência ou ameaças de violência contra outros ou
contra si próprio?
( ) Sim ( ) Não
Domínio 12 – Conforto:
1. Identificar se o paciente apresenta relato ou expressão de dor/desconforto,
( ) Sim ( ) Não
115

APÊNDICE VI

Avaliação das Características Definidoras e dos Fatores Relacionados do


Diagnóstico
de Enfermagem "Fadiga" em Mulheres no Pós-parto Imediato.
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM FADIGA:
Observação do Avaliador ( ) Presente Observação do Prontuário: ( ) Presente
( ) Ausente ( ) Ausente
1. Presença ou ausência dos Indicadores clínicos:
Características Definidoras Presente Ausente
Alteração na concentração
Alteração na libido
Apatia
Aumento da necessidade de descanso
Aumento dos sintomas físicos
Cansaço
Capacidade prejudicada para manter as rotinas habituais
Capacidade prejudicada para manter o nível habitual de
atividade física
Culpa devido à dificuldade para cumprir com as suas
responsabilidades
Desempenho do papel ineficaz
Desinteresse quanto ao ambiente que o cerca
Energia insuficiente
Estado de sonolência
Introspecção
Letargia
Padrão de sono não restaurador
116

2. Presença ou ausência do Fatores Contribuintes:


Fatores Relacionados Presente Ausente
Ansiedade
Aumento do esforço físico
Barreira ambiental
Depressão
Desnutrição
Estilo de vida não estimulante
Estressores
Falta de condicionamento físico
Privação de sono
117

ANEXOS
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