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NITERÓI - RJ
2022
1
NITERÓI - RJ
2022
2
CDD -
BANCA EXAMINADORA
Presidente
Co-orientadora
1° Examinador
2° Examinador
NITERÓI - RJ
2022
4
AGRADECIMENTOS
(Grupo Revelação)
7
RESUMO
ABSTRACT
The patient safety term is defined as a minimum risk of harm baseline, safety level of care in
2009). By understanding the importance and complexity of the work of the patient
safetypatient in PHC in 2, the WHO launches the Safe Primary Care Expert Working Group,
which aims to promote the discussion of safety in primary care. The objective of the study is
identified as existing scientific productions of promoting actions regarding patient safety in
primary health care, so it came to the following question: what are the strategies used by
primary health care professionals to promote patient safety? This is an integrative review
based on Whittemore's studies. Searching the databases resulted in 5,870 studies, of which
5,815 were found on the VHL platform, 55 on the SCopus and 3 on the PubMed platform.
Articles In the first analysis, 1,227 were excluded due to duplicity, in the analysis, carried out
by reading the titles, 3,785 were excluded by studies not related to the safety of the second
with PHC, of the studies that proceeded to the abstract reading stage, 602 were excluded
because they are international studies and research 187 because they do not fit an integral
thematic question of the studies 16 were excluded for not answering the question. Eighteen
studies were selected to compose this integrative review. The findings show a good discussion
about patient safety in PHC. It may be that the movements carried out by WHO and national
bodies, the creation of CONASS 2013, the update of PNAB 13 - be seen and ° 2017, are
aimed at carrying out research on the subject. Situational diagnosis is used as a strategy to
promote patient safety. Thus, it is concluded with the importance of strengthening
micro-processes and macro-processes designed with risk management and quality
management, to strengthen the safety culture and thus implement safe practices in PHC.
Keywords: Patient safety; primary health care; primary attention; primary nursing care.
9
LISTA DE QUADROS
LISTA DE FIGURAS
EA - Evento adverso
MS - Ministério da saúde
RJ - Rio de Janeiro
SUMÁRIO
1.1 MOTIVAÇÃO 14
1.2 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA 15
1.3 OBJETIVO GERAL 15
1.3.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 16
1.4 CONTRIBUIÇÕES DO ESTUDO 16
2 REVISÃO DE LITERATURA 17
2.1 ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE 17
2.2 SEGURANÇA DO PACIENTE 21
2.3 SEGURANÇA DO PACIENTE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE 24
3 METODOLOGIA 28
4 RESULTADOS 30
5 DISCUSSÃO 40
5.1 ESTRATÉGIAS UTILIZADAS POR PROFISSIONAIS PARA PROMOVER A
SEGURANÇA DO PACIENTE: 40
5.2 ESTRATÉGIAS PARA ALCANÇAR AS METAS INTERNACIONAIS DE
SEGURANÇA DO PACIENTE: 41
6 CONCLUSÃO 44
13
1 INTRODUÇÃO
O termo segurança do paciente é definido como a redução a um nível mínimo
aceitável do risco de dano desnecessário associado ao cuidado em saúde (OMS, 2009). Essa
definição expressa que os cuidados em saúde podem ter riscos e causar danos, mas cabe ao
profissional de saúde evitá-los ao mínimo aceitável.
A temática se popularizou a partir do relatório To err is human: Bulding a Safer
Health System divulgado em 1999 pelo Instituto de Medicina dos Estados Unidos da América.
Onde foi observada uma série de erros cometidos pelos profissionais de saúde. A partir deste
documento viu-se a necessidade de impulsionar entre os profissionais de saúde uma prática
que minimize os danos durante a assistência. Em 2004 a Organização Mundial da Saúde
(OMS) lança a World Alliance for Patient Safety com o objetivo de incentivar a realização de
estudos e estratégias para promover uma assistência de qualidade.
Devido ao tipo de tecnologia utilizada, a grande maioria dos estudos relacionados a
segurança do paciente estão voltados para o ambiente hospitalar. Isso se dá também pela
complexidade da demanda que chega neste nível de atenção (MARCHON, 2014).
Mas apesar da alta carga tecnológica e da complexidade da atenção hospitalar, a
maioria dos cuidados prestados ao longo da vida dos que acessam o sistema de saúde são
realizados pela Atenção Primária à Saúde (APS). A alta demanda e diversidade dos serviços
ofertados associados aos objetivos e as características da APS tornam o trabalho exercido
neste nível de atenção abstruso (MARCHON, 2014).
Ao entender a importância e complexidade do trabalho exercido na APS em 2012 a
OMS lança Safer Primary Care Expert Working Group, que tem como objetivo promover a
discussão da segurança do paciente nos cuidados primários. Esta iniciativa resultou em uma
série de estudos que puderam identificar os incidentes ocorridos na APS, entender como se dá
a cultura de segurança entre os profissionais que ali atuam e ainda quais estratégias foram
utilizadas para sanar as problemáticas encontradas.
Com este incentivo pode-se perceber que quando comparado com a atenção hospitalar
o número absoluto de incidentes na APS é menor. No entanto, ao analisarmos a
proporcionalidade as chances de um incidente ocorrer na APS são maiores pelas
características e frequência dos usuários no serviço (MARCHON, 2014). Atrelado ao
vinculo que o serviço cria com o usuário existem outras demandas que fazem parte da rotina
de trabalho na APS.
A rotina de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) abrange diversas demandas e deve
funcionar de maneira a sanar grande maioria delas. Além das demandas trazidas pelos
14
1.1 MOTIVAÇÃO
Em 2019, durante o ensino teórico-prático presente na graduação em enfermagem da
Universidade Federal Fluminense (UFF) foi vivenciado uma fragilidade no que se refere à
discussão acerca da segurança do paciente na APS. Observou-se a baixa propagação de
estratégias promotoras de práticas seguras no contexto de consultas de enfermagem realizadas
na Unidade Básica de Saúde da Engenhoca (Niterói), onde ocorre a prática supervisionada
com discente da universidade.
15
2 REVISÃO DE LITERATURA
A APS é responsável por organizar e prestar os cuidados primários. Por este motivo
essa instância de atenção à saúde é constituída por ações individuais e coletivas sendo ela
responsável por promover assistências que vão impactar a vida do usuário e de sua
comunidade, desde modo, a APS promove:
Mendes descreve a inserção da APS no Brasil em ciclos, onde dos sete destacam-se:
o primeiro, que ocorre em 1924, com os Centros de Saúde da Universidade de São Paulo
(USP), que são criados sob influência do relatório de Dawson; o terceiro, onde as Secretarias
Estaduais instituem a incorporação de assistência médica à grupos como materno-infantil e
para as doenças infecciosas tuberculose e hanseníase, sem alterar as ações de prevenção de
doenças; o sexto ciclo de inserção se dá pela instituição do SUS, que tornou a gestão das
unidades de APS municipais e com isso promoveu uma expansão dos cuidados primários; e o
sétimo ciclo, e o vigente, é caracterizado pela inserção do Programa de Saúde da Família
(PSF) na APS, assim formando Atenção Básica à Saúde, que funciona com os mesmo
princípios da APS (MENDES, 2019).
No Brasil o termo adotado para a discussão da APS é “atenção básica à saúde”.
Segundo Ligia Giovanella, a adoção do termo pelo Movimento Sanitarista teve como objetivo
evitar a redundância que o termo “atenção primária à saúde" poderia gerar. Assim, utilizar
“atenção básica à saúde” se encaixa melhor nos objetivos da construção pretendida pelo
Movimento. Que concorda que o termo abrange o significado de sistema público universal e
uma concepção ampliada da cidadania (GIOVANELLA, 2018).
Apesar de adotar o termo atenção básica à saúde, o sistema brasileiro de cuidados
primários é sustentado pelos ideais da APS. O que gera o reconhecimento internacional das
políticas de APS do Brasil (GIOVANELLA, 2018).
Em 2006 é lançada a primeira edição da PNAB, ela sofreu atualizações em 2011 e
2017 sendo esta a vigente. A PNAB traz a definição da política, determina estratégias e
formas de implementá-las com a prática do cuidado e organiza a gestão, que funciona de
modo democrático e participativo, tais ações são incorporadas para incentivar e priorizar o
trabalho em equipe (PNAB, 2017).
Essas equipes vão atuar em um território já definido, assim, a população alvo das
Unidades de Atenção Básica (UAB) está dentro dessa área pré-determinada. Este formato
19
Com isso, observa-se que a construção da PNAB é feita de maneira integrativa, onde o
trabalho do profissional é realizado junto à população assistida. E isso é feito com o incentivo
da participação dos usuários nas decisões terapêuticas adotadas no seu tratamento e com
estímulo para que este cidadão participe de reuniões que servem de base para planejamento de
ações da unidade e do município (PNAB, 2017).
Tendo em vista que a PNAB foi criada para disseminar a APS, garantir o direito à
saúde e com isso modificar o modelo de trabalho exercido nas Unidades Básicas de Saúde,
fica claro a importância deste modelo para o cenário brasileiro. Assim, entender e aplicar este
método organizacional melhora o serviço prestado e possibilita a execução dos objetivos do
SUS, mas, para isso é de suma importância que a APS esteja inserida, como coordenadora, na
RAS (MS, 2021).
O relatório de Dawson descreve os níveis de atenção à saúde e as relações que
deveriam ocorrer entre os mesmos, onde se forma a RAS (MENDES, 2019). Esse
entendimento do relatório expõe a importância da comunicação entre os diferentes níveis de
21
para que se entendam os riscos em torno de sua prática e que evitá-los ao máximo possível é
uma função destes profissionais (ZAMBON, 2014).
Outro ponto de extrema relevância neste resgate histórico é a atuação de Florence
Nightingale na Guerra da Criméia (1853-1856). Ao se deparar com as condições que os
soldados feridos eram alocados, Florence resolveu implementar uma rotina higienização do
ambiente, dos pacientes e dos funcionários, garantindo que o ambiente tenha iluminação,
ventilação, que a temperatura se mantenha adequada, entre outras intervenções. Essas ações
fundamentam a teoria ambientalista criada por Nightingale que tem por objetivo fornecer um
ambiente que seja estimulador de saúde para paciente (MARTINS, 2016).
A teoria criada por Florence expõe a importância de ofertar um ambiente seguro para
que ocorra a recuperação do indivíduo cuidado. E para a mesma esse é o papel do
profissional de enfermagem, com isso fica claro que esta categoria deve atuar como uma
barreira para a ocorrência de erros referentes ao cuidado de saúde (NASCIMENTO,2015).
Mesmo com os fatos citados, a discussão sobre segurança do paciente ganha força a
partir da publicação do relatório To err is human: Bulding a Safer Health System em 1999
pelo Instituto de Medicina dos Estados Unidos da América. Neste estudo pode se evidenciar
que durante a assistência médica nos EUA o paciente estava exposto a uma série de erros
realizados pela equipe que o assistia. A partir disso, nos anos 2000 a segurança do paciente
entra em foco e se torna alvo de diversos estudos que visavam descobrir meios para
solucionar a problemática encontrada.
Assim, a OMS ao observar a relevância da discussão em 2004 cria a World Alliance
for Patient Safety. Um dos objetivos do grupo de pesquisa foi organizar o conceito de
segurança do paciente e trazer nomenclaturas para descrever os tipos de erros que ocorrem no
serviço de saúde (SIMAN, 2016). Desta forma foram descritos os seguintes erros relacionado
à assistência: Near miss ou “quase erro” - incidente em saúde que não atinge o paciente -,
incidentes sem dano - erro na assistência em saúde que atinge o paciente sem gerar um dano -
e incidentes com dano - erro na assistência em saúde que atingiu o paciente e gerou um dano,
conhecido como evento adverso.
Com a World Alliance for Patient Safety e outras iniciativas em 2009 foram
desenvolvidas as metas de segurança. As metas foram desenvolvidas com base em
evidências, onde observou-se os que erros mais geraram danos durante a assistência em saúde.
Assim, com o objetivo de qualificar os serviços de saúde foram desenvolvidas 6 metas:
Identificação correta do paciente - identificar, com segurança, o paciente como sendo a pessoa
para a qual se destina o atendimento -; Comunicação efetiva entre profissional de saúde e
23
compromissos firmado com a OMS na 57° Assembléia Mundial de Saúde e garantir uma
assistência qualificada em toda instituição de saúde (SIMAN, 2016).
Com o avanço das pesquisas dentro da temática foi evidenciado que desenvolver a
Cultura de Segurança é importante para a garantia da implementação e promoção de práticas
seguras. A cultura de segurança pode ser definida como um conjunto de atitudes,
competências e padrões de comportamento, individuais e de grupos, que vão determinar o
estilo e a prática de administração e organização do serviço de saúde (ROCHA, 2021).
O desenvolvimento de uma cultura de segurança possibilita a promoção e
implementação de práticas seguras. Desta forma, as Instituições de Saúde que conseguem
inserir a cultura na sua rotina oferecem uma assistência com mais qualidade. Isso porque ao
organizar as ações, identificar os erros da prática, sem o risco de punição, avaliar o
conhecimento dos profissionais, impulsionar o aperfeiçoamento e investir financeiramente em
ações promotoras de segurança torna mais factível colocar na rotina da Instituição as metas
internacionais de segurança do paciente (REIS, 2017).
O objetivo da CT é incentivar que cada Estado crie seu plano de segurança e este
incentiva que os Municípios também os criem. No ano de 2018 a 13° CT inicia as discussões
para impulsionar a inclusão da APS nos planos de segurança desenvolvidos pelos Estados
(CONASS, 2018).
Assim, alguns Estados traçam suas estratégias para implementar a segurança do
paciente na APS. Nos planos são observadas o incentivo de criação de ações já conhecidas
como; criação de núcleo de segurança do paciente, notificação de incidentes e de eventos
adversos e implementação das metas. Como também ações mais específicas para o público e
serviço da APS, são elas: Boas práticas para o funcionamento das unidades de saúde da
Atenção Primária em Saúde; Transição do cuidado; Erros de diagnóstico; Riscos não clínicos;
e Erros administrativos (PFPSP RJ, 2019-2022).
Até as ações mais conhecidas trazem especificações para a APS. Assim, além das
obrigações já conhecidas do Núcleo de Segurança do Paciente na APS, segundo o Plano de
Fortalecimento das Práticas de Segurança do Paciente na Atenção Primária à Saúde Estado do
Rio de Janeiro 2019-2022 (PFPSP na APS RJ), deve ainda desenvolver as seguintes ações:
3 METODOLOGIA
Trata-se de uma revisão integrativa realizada com base nos estudos de Whittemore. Deste
modo seguiu-se as seguintes etapas: identificação da problemática; busca na literatura; coleta
de dados; análise crítica dos estudos incluídos; discussão dos resultados; e apresentação da
revisão integrativa (WHITTEMORE, 2005).
A identificação da problemática foi realizada através do desenvolvimento de uma
questão norteadora, elaborada de acordo com a combinação mnemônica PCC (P população –
profissionais de saúde; - C conceito – segurança do paciente; - C contexto – atenção primária
à saúde). Assim chegou-se ao seguinte questionamento: Quais estratégias são utilizadas pelos
profissionais da atenção primária à saúde para promover a segurança do paciente?
A busca na literatura ocorreu em bases de dados virtuais no mês de janeiro de 2022.
Esta fase foi realizada em 2 etapas, onde a primeira teve por objetivo delimitar a pesquisa nas
bases de dados virtuais por meio de descritores pesquisados na plataforma Decs/MeSH que
vão fundamentar a pesquisa, são eles: “Segurança do paciente”, “Patient Safety”, “Seguridad
del Paciente”; “Atenção primária”; “Atenção primária à Saúde”; “Atenção primária de
Enfermagem”;“Atenção primária em Saúde”; “Atenção primária de Saúde”, “Primary Health
Care”, “Atención Primaria de Salud”.
A segunda etapa compreendeu no cruzamento dos descritores nas bases de dados
virtuais: Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), SCopus e National Library of Medicine
(PubMed). Com o objetivo de achar o maior número de estudos e reduzir as chances de
perder dados importantes.
Os dados coletados deviam obedecer aos seguintes critérios para inclusão: estudos
escritos em português, inglês e espanhol; estudos de 2017 a 2022; que apresentem discussão
sobre a segurança do paciente na atenção primária à saúde; e as evidências incluídas nesse
estudo são preferencialmente artigos. Sendo excluídos os duplicados, os estudos
internacionais, os indisponíveis e os de revisões.
Durante a análise inicial um dos revisores realizou a leitura dos títulos e resumos dos
estudos. Onde se buscou evidências de que o mesmo responderia à questão norteadora desta
pesquisa. Realizando assim a pré-seleção dos estudos que seguiram para a próxima etapa.
Nesta fase os estudos selecionados, que respeitavam aos critérios de inclusão, foram
lidos na íntegra. Esses estudos tiveram suas referências analisadas para diminuir as chances
de ocorrência de viés de pesquisa.
29
4 RESULTADOS
As buscas nas bases de dados resultaram em 5.870 estudos, sendo 5.815 encontrados na
BVS, 55 na SCopus e 3 na PubMed. Na primeira análise 1.227 artigos foram excluídos por
duplicidade, na segunda análise, realizada com a leitura dos títulos, 3.785 estudos foram
excluídos por não relacionarem a segurança do paciente com a APS, dos estudos que
seguiram para a etapa de leitura dos resumos 602 foram excluídos por se tratarem de estudos
internacionais e 187 por não se adequarem a temática desta pesquisa, na etapa de leitura
integral dos estudos 16 foram excluídos por não responderem a questão norteadora. Foram
selecionados 18 estudos para compor esta revisão integrativa.
Para apresentação dos achados foram elaborados três quadros sinóticos onde a
primeira coluna dos quadros refere-se à identificação dos artigos, que foram identificados
pela letra maiúscula A, seguido da numeração de 1 a 18.
O Quadro 1 é intitulado “Quadro demonstrativo dos artigos" que contém as seguintes
informações: autores; revista/periódico; Estado onde ocorreu a pesquisa e ano de publicação;
metodologia e nível de evidência; e título do estudo. O Quadro 2 é intitulado “Quadro de
análise de conteúdo” que contém as seguintes informações: público alvo; medidas para
promover a segurança do paciente; resultado das ações de promoção; e metas
discutidas/abordadas. O Quadro 3 é intitulado “Quadro de resumo de resultados e conclusão”
que conta com a identificação dos estudos e o resumo dos seus resultados e da conclusão.
Os estudos foram organizados em ordem cronológica de publicação. O nível de
evidência dos artigos selecionados foi classificado a partir dos conhecimentos de Pereira e
Bachion (2006), onde a numeração indica o nível de evidência do estudo.
Pereira L. B.; Jobim Saúde em Rede 2018/ Rio Estudo realizado Percepção de equipes de
L.; et al Grande do a partir de saúde da família sobre a
A6 Sul aplicação de notificação de eventos
questionário/ NE: adversos a medicamentos
5
Medeiros S. G.; Portal de 2019/ Brasil Estudo Avaliação no cuidado com
Neto A. V. L.; et al Revistas de metodológico/ vacinas: construção e
A7 Enfermagem/ NE: 4 validação de protocolos
Acta Paulista
de Enfermagem
Silva A. P. F.; Revista Gaúcha 2019/ Rio Estudo Segurança do paciente na
Backes D. s.; et al de Grande do descritivo-explora atenção primária:
A8 Enfermagem/ Sul tório, abordagem concepção das
SciELO qualitativa/ NE: 4 enfermeiras da estratégia
de saúde da família
Nunes M, B, M; Texto e 2020/ São Estudo de Impacto dos ciclos
Gabriel C, S; et al. Contexto - Paulo intervenção/ NE: plan-do-study-act na
A9 Enfermagem 4 redução de erros
relacionados à
administração de vacina
Santos F. B.; Valente Revista Oficial 2020/ Rio de Estudo Sistematização da
G. S. C. do Conselho de Janeiro qualitativo, assistência de enfermagem
Enfermagem: descritivo, (SAE) e a segurança do
Enfermagem exploratório, do paciente no ambiente
A 10
em Foco tipo domiciliar
pesquisa-converg
ente-assistencial/
NE: 4
Souza E.; Rodrigues Revista de 2020/ Rio Estudo Avaliação e tratamento de
N. H.; et al. Enfermagem Grande do qualitativo, lesões por pressão na
A 11 UFPE On Line Sul descritivo, Estratégia de saúde da
exploratório/ NE: família
4
Xavier S. M.; Periódicos 2020/ Ceará Estudo Estratégia para promoção
Fernandes M. N. B,; UEM - Ciência, transversal/ NE: 4 de segurança dos usuários
A 12
et al Cuidado e diabéticos na estratégia de
Saúde saúde da família
32
A análise resultou em três categorias temáticas As reflexões podem contribuir para a assistência
abordando os significados, as dificuldades e as de enfermagem com vistas à segurança do
A8 estratégias relacionadas ao cuidado seguro. A paciente, qualificando tanto o trabalho das
pesquisa mostra a necessidade de novos estudos enfermeiras, como o cuidado em saúde de modo
sobre o tema. ampliado.
Foram observadas 164 doses de vacinas Foi estabelecido uma terceira meta de 100% de
preparadas e vacinas em 51 usuários; 527 erros orientações em um período de oito meses, a qual
identificados e categorizados em 13 tipos. Em foi atingida no segundo ciclo Plano-Estudo-Act e
27,7% das observações realizadas na Fase I, mantido no quarto e ciclos, sendo confirmado um
A9 usuários/responsáveis não foram orientados sobre terceiro no processo.
possíveis reações adversas.
Confecção do instrumento de registro, com base Foram identificados como principais riscos à
na Classificação Internacional Para a Prática de segurança do paciente acamado no ambiente
Enfermagem (CIPE) e nas recomendações para domiciliar: Falta de apoio familiar; Adesão ao
anotações de enfermagem do Conselho Federal regime medicamentoso; Reação medicamentosa;
de Enfermagem (COFEN). Risco de infecção; Capacidade de executar a
A 10
higiene prejudicada; Risco de queda. Os
profissionais de saúde devem estar capacitados
para desenvolver ações de promoção, prevenção,
proteção e reabilitação da saúde, no âmbito
individual e coletivo.
Elencaram-se as seguintes categorias: Conclui-se que o enfermeiro necessita possuir o
Participação em formação específica sobre lesão conhecimento teórico prático para que,
por pressão; Aplicação de método de avaliação juntamente à equipe multiprofissional e à família,
de lesões por pressão; Indicação, utilização e se promova o cuidado na prevenção e tratamento
A 11 disponibilidade de coberturas para a prevenção e necessário a estes pacientes.
tratamento de lesões por pressão e Orientações a
pacientes e familiares sobre os cuidados com
lesões por pressão. mento necessário a estes
pacientes.
Os achados apontaram que as principais
estratégias utilizadas pelas enfermeiras para
promoção da segurança dos usuários diabéticos
A 12 foram consultas de enfermagem,
acompanhamento multiprofissional, promoção
aumento do nível de adesão do tratamento e
promoção do autocuidado.
37
As representações sociais apreendidas por meio Os profissionais de saúde demonstram, por meio
das falas caracterizam a segurança do paciente da ancoragem e da objetivação, que devem
como espaço social de interação entre aplicar os conceitos da segurança do paciente nos
profissionais e pacientes. Os profissionais, ao cenários sociais, mas necessitam que os gestores
exercerem sua prática, utilizam recursos para disponibilizem insumos e estrutura que
melhorar o atendimento, mas ressaltam a favoreçam essa assistência.
A 13 existência de riscos, sendo importante
desenvolver estratégias preventivas como
técnicas adequadas, desinfecção e esterilização.
Além disso, destacam a presença de fragilidades
na rotina de trabalho que interferem na garantia
da segurança do paciente, como estrutura física e
falta de materiais.
Emergiram três unidades temáticas: “O O desconhecimento da equipe de enfermagem
significado de segurança do paciente”, “Fatores indica a necessidade de capacitá-la acerca da
contribuintes para a ocorrência de erros na temática para subsidiar alterações no processo de
assistência à saúde” e “Estratégias para a trabalho com a incorporação de protocolos e de
segurança do paciente”. A equipe de enfermagem estratégias de mitigação e prevenção de eventos
desconhecia o Programa Nacional de Segurança adversos na Atenção Primária à Saúde que
A 14 do Paciente, mas destacaram ações de cuidado garantam uma assistência mais capacitada e
seguro e fatores que levam a ocorrência de erro, segura ao usuário.
além de reconhecerem a necessidade de uma
educação formal sobre a temática e melhoria do
processo de trabalho e da comunicação com a
alta gestão.
Fonte: produzido pela autora com base nos resultados da pesquisa, 2022.
Ao analisar a distribuição dos estudos por Estado foi percebida a maior abordagem da
temática no Rio Grande do Sul, 27,8% - 5 (A 1, A 6, A 8, A 11 e A 18), Ceará (A 12, A 13 e
A 17) e Minas Gerais (A 5, A 14 e A15), cada um com 16,6% - 3 dos estudos. O Distrito
Federal concentra 11% - 2 (A 4 e A 16) dos estudos selecionados e um artigo não especifica o
local de realização da pesquisa (A 7). Os outros 22,4% - 4 estudos são distribuídos por Goiás
(A 3), Santa Catarina (A 2), São Paulo (A 9) e Rio de Janeiro (A 10). O Gráfico 1 demonstra
a distribuição regional dos estudos, não havendo pesquisas referentes à temática da segurança
do paciente na APS na região norte.
Fonte: produzido pela autora com base nos resultados dos estudos, 2022.
Fonte: produzido pela autora com base nos resultados da pesquisa, 2022.
Durante a análise evidenciou-se que 50% - 9 dos estudos tem como público alvo
enfermeiros, técnicos de enfermagem e/ou equipe de enfermagem (A 1, A 5, A 7, A 8, A 9, A
11, A 12, A 14 e A 18). Dos demais estudos o único que se direciona à uma categoria
profissional específica Agentes Comunitários de Saúde é o referido A 3 (5,6%). 44,4% - 8
dos estudos tem como público alvo profissionais que atuam na APS.
40
5 DISCUSSÃO
Percebe-se que para atingir os objetivos das metas internacionais é necessário maior
investimento nos processos gerenciais da APS. Para Mendes o bom gerenciamento do
serviço promove a qualidade da assistência e satisfação dos usuários (MENDES, 2015).
44
6 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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Brasília : Ipea, 2009. v.1 (291 p.) : gráfs., tabs.
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