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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA DE AFONSO COSTA

LUANY MORAES DE SOUZA

ESTRATÉGIAS DE PROMOÇÃO DA SEGURANÇA DO PACIENTE NA ATENÇÃO


PRIMÁRIA À SAÚDE: REVISÃO INTEGRATIVA

NITERÓI - RJ

2022
1

LUANY MORAES DE SOUZA

ESTRATÉGIAS DE PROMOÇÃO DA SEGURANÇA DO PACIENTE NA ATENÇÃO


PRIMÁRIA À SAÚDE: REVISÃO INTEGRATIVA

Trabalho de Conclusão de Curso da


Universidade Federal Fluminense, que conta
como requisito para obtenção do título de
Enfermeira.

Orientadora: Profª. Drª. Ana Karine Ramos


Brum

Co-orientadora: Érika de Almeida Leite da Silva


Teixeira de Souza

NITERÓI - RJ

2022
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Ficha catalográfica automática - SDC/BENF


Gerada com informações fornecidas pelo autor

S719e Souza, Luany Moraes de

ESTRATÉGIAS DE PROMOÇÃO DA SEGURANÇA DO PACIENTE NA ATENÇÃO


PRIMÁRIA À SAÚDE : REVISÃO INTEGRATIVA / Luany Moraes de Souza ; Ana
Karine Ramos Brum, orientadora ; Érika de Almeida Leite da Silva
Teixeira de Souza, coorientadora. Niterói, 2022. 49 f.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Enfermagem)-


Universidade Federal Fluminense, Escola de Enfermagem Aurora de Afonso
Costa, Niterói, 2022.

1. Segurança do paciente. 2. Atenção primária à saúde.


3. Atenção primária. 4. Atenção primária de enfermagem.
5. Produção intelectual. I. Brum, Ana Karine Ramos, orientadora. II.
Teixeira de Souza, Érika de Almeida Leite da Silva, coorientadora. III.
Universidade Federal Fluminense. Escola de Enfermagem Aurora de Afonso
Costa. IV. Título.

CDD -

Bibliotecário responsável: Debora do Nascimento - CRB7/6368


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LUANY MORAES DE SOUZA

ESTRATÉGIAS DE PROMOÇÃO DA SEGURANÇA DO PACIENTE NA ATENÇÃO


PRIMÁRIA À SAÚDE: REVISÃO INTEGRATIVA

Trabalho de Conclusão de Curso da Universidade


Federal Fluminense, que conta como requisito
para obtenção do título de Enfermeira.

BANCA EXAMINADORA

Aprovado em: 08/ 07/2022.

Profª. Drª. Ana Karine Ramos Brum - UFF

Presidente

Mestranda Érika de Almeida Leite da Silva Teixeira de Souza

Co-orientadora

Profª. Drª. Karinne Cristinne da Silva Cunha - UFF

1° Examinador

Profª. Drª. Claudia Maria Messias - UFF

2° Examinador

NITERÓI - RJ

2022
4

Dedico este trabalho a minha mãe, Deborah


Moraes, por todo esforço realizado, por toda
lágrima derramada, por todos os domingos que
perdemos. Obrigada por tanto amor e
dedicação, sem você não seria possível.
5

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente à Deus e aos meus Orixás por toda força;


Agradeço à Universidade Federal Fluminense, à Escola de Enfermagem Aurora de
Afonso Costa, ao Hospital Universitário Antônio Pedro, aos Docentes e aos Pacientes. As
instituições e as pessoas que encontrei dentro de cada uma delas que me mudaram e tornaram
possível a minha formação. Serei eternamente grata.
Agradeço à minha família, sem vocês eu não teria alcançado esse sonho. Mãe obrigada
por me motivar a não desistir do “impossível”, honrarei sua luta. Aos meus irmãos Luanda,
Luan, Luisa e Ricardo agradeço por tanto carinho, apoio e inspiração, eu amo vocês.
Agradeço aos amigos da minha vida, em especial à Thuany Oliveira, por me motivar a
seguir a carreira de Enfermagem. Agradeço também ao Kleber Vinicius Nunes e ao Maurício
Antônio, por me mostrarem a minha capacidade e acreditarem nela, por todo apoio nesses
cinco anos e pela inspiração.
Agradeço também aos amigos que criei nessa caminhada, Beatriz Fileme, Geovana
Almeida, Klenda Martins, Letícia Santos e Rose Magdaleni, levarei vocês para sempre,
obrigado por tornarem tudo mais prazeroso.
Agradeço aos que torceram por mim durante todo o processo e que contribuíram para
minha chegada até aqui.
6

(...) Às vezes a felicidade demora a chegar


Aí é que a gente não pode deixar de sonhar
Guerreiro não foge da luta e não pode correr
Ninguém vai poder atrasar quem nasceu pra
vencer (...)

(Grupo Revelação)
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RESUMO

O termo segurança do paciente é definido como a redução a um nível mínimo aceitável do


risco de dano desnecessário associado ao cuidado em saúde (OMS, 2009). Ao entender a
importância e complexidade do trabalho exercido na APS em 2012 a OMS lança Safer
Primary Care Expert Working Group, que tem como objetivo promover a discussão da
segurança do paciente nos cuidados primários. O objetivo do estudo é identificar as
produções científicas existentes acerca de ações promotoras de segurança do paciente na
atenção primária à saúde, assim chegou-se ao seguinte questionamento: quais estratégias são
utilizadas pelos profissionais da atenção primária à saúde para promover a segurança do
paciente? Trata-se de uma revisão integrativa realizada com base nos estudos de Whittemore.
As buscas nas bases de dados resultaram em 5.870 estudos, sendo 5.815 encontrados na
plataforma BVS, 55 na SCopus e 3 na plataforma PubMed. Na primeira análise, 1.227 artigos
foram excluídos por duplicidade, na segunda análise, realizada com a leitura dos títulos, 3.785
estudos foram excluídos por não relacionarem a segurança do paciente com a APS, dos
estudos que seguiram para a etapa de leitura dos resumos 602 foram excluídos por se tratarem
de estudos internacionais e 187 por não se adequarem a temática desta pesquisa, na etapa de
leitura integral dos estudos 16 foram excluídos por não responderem a questão norteadora.
Foram selecionados 18 estudos para compor esta revisão integrativa. Os achados evidenciam
uma boa discussão sobre a segurança do paciente na APS. Pode ser visto que os movimentos
realizados pela OMS e instâncias nacionais, como a criação da 13° Câmara do CONASS -
2013 e a atualização da PNAB - 2017, impulsionaram a realização de pesquisas sobre a
temática. Sendo utilizado como estratégia para promoção da segurança do paciente o
diagnóstico situacional. Assim, conclui-se com a importância de fortalecimento dos
microprocessos e macroprocessos pensados com a gestão de risco e gestão de qualidade, para
fortalecer a cultura de segurança e assim implementar práticas seguras na APS.

Palavras chaves: Segurança do paciente; atenção primária à saúde; atenção primária;


atenção primária de enfermagem.
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ABSTRACT

The patient safety term is defined as a minimum risk of harm baseline, safety level of care in
2009). By understanding the importance and complexity of the work of the patient
safetypatient in PHC in 2, the WHO launches the Safe Primary Care Expert Working Group,
which aims to promote the discussion of safety in primary care. The objective of the study is
identified as existing scientific productions of promoting actions regarding patient safety in
primary health care, so it came to the following question: what are the strategies used by
primary health care professionals to promote patient safety? This is an integrative review
based on Whittemore's studies. Searching the databases resulted in 5,870 studies, of which
5,815 were found on the VHL platform, 55 on the SCopus and 3 on the PubMed platform.
Articles In the first analysis, 1,227 were excluded due to duplicity, in the analysis, carried out
by reading the titles, 3,785 were excluded by studies not related to the safety of the second
with PHC, of ​the studies that proceeded to the abstract reading stage, 602 were excluded
because they are international studies and research 187 because they do not fit an integral
thematic question of the studies 16 were excluded for not answering the question. Eighteen
studies were selected to compose this integrative review. The findings show a good discussion
about patient safety in PHC. It may be that the movements carried out by WHO and national
bodies, the creation of CONASS 2013, the update of PNAB 13 - be seen and ° 2017, are
aimed at carrying out research on the subject. Situational diagnosis is used as a strategy to
promote patient safety. Thus, it is concluded with the importance of strengthening
micro-processes and macro-processes designed with risk management and quality
management, to strengthen the safety culture and thus implement safe practices in PHC.

Keywords: Patient safety; primary health care; primary attention; primary nursing care.
9

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Quadro demonstrativo dos artigos

Quadro 2 - Quadro de análise de conteúdo

Quadro 3 - Quadro de resumo de resultados e conclusão


10

LISTA DE FIGURAS

Fluxograma: Fluxograma da estratégia de busca nas bases e fontes de dados

Gráfico 1: Distribuição de estudos por região

Gráfico 2: Distribuição anual dos estudos


11

LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES

APS - Atenção primária à saúde

BVS - Biblioteca Virtual em Saúde

EA - Evento adverso

DeCs - Descritores em Ciências da Saúde

MS - Ministério da saúde

OMS - Organização mundial da saúde

PFPSP - Plano de Fortalecimento de Práticas de Segurança do Paciente

PNAB - Política nacional de atenção básica

POP - Procedimento Operacional Padrão

PSNP - Programa Nacional de Segurança do Paciente

PubMed – National Library of Medicine

RAS - Rede de atenção à saúde

RJ - Rio de Janeiro

UBS - Unidade básica de saúde

UFF - Universidade Federal Fluminense

SAD - Serviço de Atenção Domiciliar


12

SUMÁRIO

1.1 MOTIVAÇÃO 14
1.2 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA 15
1.3 OBJETIVO GERAL 15
1.3.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 16
1.4 CONTRIBUIÇÕES DO ESTUDO 16
2 REVISÃO DE LITERATURA 17
2.1 ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE 17
2.2 SEGURANÇA DO PACIENTE 21
2.3 SEGURANÇA DO PACIENTE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE 24
3 METODOLOGIA 28
4 RESULTADOS 30
5 DISCUSSÃO 40
5.1 ESTRATÉGIAS UTILIZADAS POR PROFISSIONAIS PARA PROMOVER A
SEGURANÇA DO PACIENTE: 40
5.2 ESTRATÉGIAS PARA ALCANÇAR AS METAS INTERNACIONAIS DE
SEGURANÇA DO PACIENTE: 41
6 CONCLUSÃO 44
13

1 INTRODUÇÃO
O termo segurança do paciente é definido como a redução a um nível mínimo
aceitável do risco de dano desnecessário associado ao cuidado em saúde (OMS, 2009). Essa
definição expressa que os cuidados em saúde podem ter riscos e causar danos, mas cabe ao
profissional de saúde evitá-los ao mínimo aceitável.
A temática se popularizou a partir do relatório To err is human: Bulding a Safer
Health System divulgado em 1999 pelo Instituto de Medicina dos Estados Unidos da América.
Onde foi observada uma série de erros cometidos pelos profissionais de saúde. A partir deste
documento viu-se a necessidade de impulsionar entre os profissionais de saúde uma prática
que minimize os danos durante a assistência. Em 2004 a Organização Mundial da Saúde
(OMS) lança a World Alliance for Patient Safety com o objetivo de incentivar a realização de
estudos e estratégias para promover uma assistência de qualidade.
Devido ao tipo de tecnologia utilizada, a grande maioria dos estudos relacionados a
segurança do paciente estão voltados para o ambiente hospitalar. Isso se dá também pela
complexidade da demanda que chega neste nível de atenção (MARCHON, 2014).
Mas apesar da alta carga tecnológica e da complexidade da atenção hospitalar, a
maioria dos cuidados prestados ao longo da vida dos que acessam o sistema de saúde são
realizados pela Atenção Primária à Saúde (APS). A alta demanda e diversidade dos serviços
ofertados associados aos objetivos e as características da APS tornam o trabalho exercido
neste nível de atenção abstruso (MARCHON, 2014).
Ao entender a importância e complexidade do trabalho exercido na APS em 2012 a
OMS lança Safer Primary Care Expert Working Group, que tem como objetivo promover a
discussão da segurança do paciente nos cuidados primários. Esta iniciativa resultou em uma
série de estudos que puderam identificar os incidentes ocorridos na APS, entender como se dá
a cultura de segurança entre os profissionais que ali atuam e ainda quais estratégias foram
utilizadas para sanar as problemáticas encontradas.
Com este incentivo pode-se perceber que quando comparado com a atenção hospitalar
o número absoluto de incidentes na APS é menor. No entanto, ao analisarmos a
proporcionalidade as chances de um incidente ocorrer na APS são maiores pelas
características e frequência dos usuários no serviço (MARCHON, 2014). Atrelado ao
vinculo que o serviço cria com o usuário existem outras demandas que fazem parte da rotina
de trabalho na APS.
A rotina de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) abrange diversas demandas e deve
funcionar de maneira a sanar grande maioria delas. Além das demandas trazidas pelos
14

pacientes, a APS é coordenadora da Rede de Atenção à Saúde. Logo, o serviço é responsável


pelo atendimento inicial, por referenciar o paciente para outro serviço, quando necessário, e o
recebe novamente para dar continuidade na terapêutica adotada e garantir a recuperação total
do paciente (MENDES, 2011).
As diversas funções que a APS exerce tornam o seu trabalho complexo. Essa
complexidade não se dá pela carga tecnológica de aparelhos ou terapias, as chamadas
tecnologias duras, mas pelo agrupamento das atividades que devem ser realizadas pelo serviço
(MENDES, 2011). Desta forma a alta e diversificada demanda pode acarretar na ocorrência
de uma prática insegura para os pacientes.
Apesar da tecnologia utilizada na APS não ser uma tecnologia dura, o seu nível
tecnológico aproxima o usuário da ocorrência de um incidente (AGUIAR, 2020). Assim
vê-se a importância da prestação de um cuidado seguro na APS e isso se refuta por esta ser a
porta de entrada preferencial do paciente no sistema de saúde brasileiro. Com isso fica
evidente a necessidade de promover e difundir a discussão sobre a segurança do paciente
neste cenário.
Estudos apontam que as estratégias utilizadas para promover a segurança do paciente
na APS buscam compreender o número de incidentes que ocorrem no serviço, entender o
conhecimento dos profissionais acerca da temática segurança do paciente e ainda discutir o
nível de segurança na unidade pesquisada. Com o resultado dessas ações são buscadas
maneiras para minimizar o potencial risco de incidentes relacionado à assistência na APS
(MS, 2020).
Entender as estratégias utilizadas para realizar a promoção de segurança do paciente, e
conhecer seus resultados, facilitará no processo de implementação da temática na rotina de
trabalho de cuidados primários. Isso porque ao se identificar as estratégias mais eficientes
para promover a segurança do paciente os mecanismos para implementar na prática diária já
poderão ser pensados (MS, 2020).

1.1 MOTIVAÇÃO
Em 2019, durante o ensino teórico-prático presente na graduação em enfermagem da
Universidade Federal Fluminense (UFF) foi vivenciado uma fragilidade no que se refere à
discussão acerca da segurança do paciente na APS. Observou-se a baixa propagação de
estratégias promotoras de práticas seguras no contexto de consultas de enfermagem realizadas
na Unidade Básica de Saúde da Engenhoca (Niterói), onde ocorre a prática supervisionada
com discente da universidade.
15

Com a necessidade de um melhor entendimento sobre a temática foram iniciados


estudos junto ao programa LabQualiSeg-UFF. O programa está vinculado ao grupo de
pesquisa GePI, que tem como foco a segurança do paciente, gestão do cuidado seguro e
tecnologia no ensino na saúde.
No programa foram desenvolvidas atividades extensionistas que visam a propagação
da cultura de segurança entre discentes, profissionais da saúde e população como um todo.
Neste contexto pode se observar como a discussão acerca de práticas seguras deve ser inserida
no cotidiano de todos os profissionais de saúde, independente da complexidade tecnológica
do serviço que o mesmo atua.
Assim, chegou-se ao seguinte questionamento: Quais estratégias são utilizadas pelos
profissionais da atenção primária à saúde para promover a segurança do paciente?

1.2 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA


A realização da pesquisa acerca das estratégias utilizadas pelos profissionais da APS
para promover a segurança do paciente é viável por já existirem evidências científicas sobre a
temática. Em 2012 a OMS iniciou uma série de estudos voltados para promoção de cuidados
primários mais seguros. Essa entre outras iniciativas torna possível a realização de
levantamento de dados para responder a questão levantada.
As características do trabalho exercido na APS aumentam a complexidade da
assistência prestada neste nível de atenção. Entender como se dá essa complexidade
possibilita entender a relevância de aumentar a disseminação da segurança do paciente neste
cenário.
Com a atualização da Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) a segurança do
paciente foi incluída no documento base da APS brasileira expondo a necessidade de discutir
o tema. Desta forma fica evidente a importância da realização da pesquisa para fomentar a
discussão.
A relevância do estudo está na possibilidade de maior propagação das estratégias de
promoção de segurança do paciente entre os profissionais da APS, tendo em vista a
importância do tema nos cuidados primários. Como já mencionado, devido às características
e complexidades da APS garantir a qualidade da assistência prestada torna- se importante.

1.3 OBJETIVO GERAL


O objetivo do estudo é identificar as produções científicas existentes acerca de ações
promotoras de segurança do paciente na atenção primária à saúde.
16

1.3.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS


Descrever as estratégias utilizadas para promover as metas de segurança do paciente
na atenção primária à saúde; e especificar as estratégias utilizadas na prática da APS para
auxiliar os profissionais de saúde na promoção da segurança do paciente.

1.4 CONTRIBUIÇÕES DO ESTUDO


Ao identificar as estratégias utilizadas pelos profissionais da APS para promover a
segurança do paciente, o estudo tornará mais factível a inserção da temática na rotina de
trabalhadores e gestores que ainda não iniciaram este processo. Apesar do alerta feito pela
OMS, acerca da importância de cuidados primários seguros, completar em 2022 dez anos e a
inserção da temática nos documentos oficiais da APS brasileira (PNAB) completar cinco
anos, as formas de promover a segurança ainda é uma lacuna a ser sanada.
O estudo também contribui para maior conhecimento e disseminação da temática entre
os profissionais que atuam na APS. Como o tema é mais difundido na atenção terciária,
muitos profissionais de cuidados primários apresentam uma dificuldade em desenvolver
práticas seguras. Desta forma o estudo será relevante para contribuir na melhoria da
assistência aos pacientes nas UBS.
O maior entendimento dos profissionais sobre a segurança do paciente os prepara para
identificar fragilidades que possam interferir na qualidade da assistência prestada e facilita o
reconhecimento de erros cometidos. Estas características são o perfil de um profissional com
cultura de segurança, onde ele é capaz de identificar um erro e a partir dele analisar como tal
evento ocorreu e assim poder criar medidas para evitar uma recorrência. Logo o estudo irá
contribuir para auxiliar na estratégia que essa equipe pode tomar para evitar o erro
identificado.
Além dos benefícios na assistência direta ao paciente estudo fornecer para a Rede de
Atenção à Saúde (RAS) uma APS mais fortalecida, visto que a disseminação da cultura de
segurança diminui as chances de ocorrência de eventos adversos e por consequência uma
menor demanda de outros níveis de atenção. E ainda fornece à sociedade informações que
vão gerar usuários com autonomia e engajamentos sobre seu processo de cuidado, visto que a
segurança do paciente prevê a integração do assistido nas tomadas de decisão do seu plano
assistencial ao máximo possível.
17

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE


A idealização de APS surgiu no Reino Unido (1920) com o relatório de Dawson.
Considerado um marco para a organização da saúde, pois a partir dele sugeriu-se que os
serviços de saúde ofertados se dividissem. Estes serviços foram divididos e organizados de
acordo com suas complexidades e custos de cada tratamento realizado. Neste modelo a APS
deveria ser capaz de solucionar grande parte das demandas da população e ser a porta de
entrada para o sistema de saúde (PORTELA, 2016).
Ao longo dos anos 70 ocorreu uma série de Conferências, planejadas por organizações
das Nações Unidas. O propósito das conferências era discutir a diminuição da disparidade
econômica internacional entre os países. A OMS, presente nestas discussões, ressalta que não
seria possível atenuar as disparidades econômicas sem atenuar as desigualdades sociais e de
saúde. Assim deu-se origem a Carta de Alma-Ata, que traz os ideais da APS (GIOVANELLA,
2019).
Em 1978, foi publicada a Declaração de Cuidados Primários de Alma-Ata. A
declaração foi formulada a partir de uma série de conferências que tinham por objetivo
evidenciar a importância dos cuidados primários para sanar as diferenças em acesso à saúde.
Tendo em vista que, este é um dos movimentos para se alcançar um equilíbrio econômico e
social no mundo (GIOVANELLA, 2019).

O documento definiu a APS em:

atenção essencial em saúde com base em métodos práticos, cientificamente sólidos e


socialmente aceitáveis, bem como tecnologia disponibilizada universalmente a
indivíduos e famílias na comunidade por meio de sua plena participação e a um
custo que a comunidade e o país podem manter. Trata-se de uma parte integrante do
sistema de saúde do país e do desenvolvimento social e econômico da comunidade.
É o primeiro nível de contato com indivíduos, a família e a comunidade, trazendo os
cuidados de saúde o mais próximo possível de onde as pessoas vivem e trabalham, e
constitui o primeiro elemento de um processo contínuo de atenção em saúde (OPAS,
2007).

Além de definir o termo, a declaração impulsiona os Governos participantes a criarem


políticas de saúde com estratégias e ações que visassem a implementação da APS. Assim, em
1988, com a nova constituição brasileira, foi criado o Sistema Único de Saúde (SUS), que se
alinha aos princípios de cuidados primários trazidos na declaração de Alma-Ata
(GIOVANELLA, 2019).
18

A APS é responsável por organizar e prestar os cuidados primários. Por este motivo
essa instância de atenção à saúde é constituída por ações individuais e coletivas sendo ela
responsável por promover assistências que vão impactar a vida do usuário e de sua
comunidade, desde modo, a APS promove:

A promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o


tratamento, a reabilitação, a redução de danos e a manutenção da saúde com o
objetivo de desenvolver uma atenção integral que impacte na situação de saúde e
autonomia das pessoas e nos determinantes e condicionantes de saúde das
coletividades (PNAB, 2017).

Mendes descreve a inserção da APS no Brasil em ciclos, onde dos sete destacam-se:
o primeiro, que ocorre em 1924, com os Centros de Saúde da Universidade de São Paulo
(USP), que são criados sob influência do relatório de Dawson; o terceiro, onde as Secretarias
Estaduais instituem a incorporação de assistência médica à grupos como materno-infantil e
para as doenças infecciosas tuberculose e hanseníase, sem alterar as ações de prevenção de
doenças; o sexto ciclo de inserção se dá pela instituição do SUS, que tornou a gestão das
unidades de APS municipais e com isso promoveu uma expansão dos cuidados primários; e o
sétimo ciclo, e o vigente, é caracterizado pela inserção do Programa de Saúde da Família
(PSF) na APS, assim formando Atenção Básica à Saúde, que funciona com os mesmo
princípios da APS (MENDES, 2019).
No Brasil o termo adotado para a discussão da APS é “atenção básica à saúde”.
Segundo Ligia Giovanella, a adoção do termo pelo Movimento Sanitarista teve como objetivo
evitar a redundância que o termo “atenção primária à saúde" poderia gerar. Assim, utilizar
“atenção básica à saúde” se encaixa melhor nos objetivos da construção pretendida pelo
Movimento. Que concorda que o termo abrange o significado de sistema público universal e
uma concepção ampliada da cidadania (GIOVANELLA, 2018).
Apesar de adotar o termo atenção básica à saúde, o sistema brasileiro de cuidados
primários é sustentado pelos ideais da APS. O que gera o reconhecimento internacional das
políticas de APS do Brasil (GIOVANELLA, 2018).
Em 2006 é lançada a primeira edição da PNAB, ela sofreu atualizações em 2011 e
2017 sendo esta a vigente. A PNAB traz a definição da política, determina estratégias e
formas de implementá-las com a prática do cuidado e organiza a gestão, que funciona de
modo democrático e participativo, tais ações são incorporadas para incentivar e priorizar o
trabalho em equipe (PNAB, 2017).
Essas equipes vão atuar em um território já definido, assim, a população alvo das
Unidades de Atenção Básica (UAB) está dentro dessa área pré-determinada. Este formato
19

possibilita que as equipes consigam desenvolver o vínculo com o usuário, analisar as


necessidades individuais e coletivas, a partir do acolhimento, e encontrar as demandas
específicas acerca de sua área de abrangência. Desta forma, são traçadas metas para
solucionar as problemáticas encontradas, além disso, as ações promotoras de saúde serão mais
bem definidas por estarem de acordo com a necessidade dos indivíduos assistidos
(GUIMARÃES, 2020).
O exposto evidencia o papel da atenção primária na vigilância em saúde. Visto que ao
promover uma assistência direcionada a um grupo seleto facilita a percepção de
vulnerabilidades - sejam elas econômicas ou sociais -, e o aumento ou agravo de doenças, que
são determinantes essenciais para entendimento do processo de saúde da população (MS,
2018).
A partir deste entendimento a UBS desenvolve estratégias que envolvam desde a
gestão da unidade até a assistência prestada ao indivíduo, às famílias e à população. Essas
estratégias são realizadas dentro dos princípios da PNAB: universalidade, acessibilidade,
vínculo, continuidade do cuidado, integralidade da atenção, responsabilização, humanização,
equidade e da participação social (PNAB, 2017).
Assim, Política Nacional de Atenção Básica fundamenta o trabalho exercido nas UBS
pelas seguintes diretrizes:

I - Ter território adstrito sobre o mesmo, de forma a permitir o planejamento,


a programação descentralizada e o desenvolvimento de ações setoriais e
intersetoriais com impacto na situação, nos condicionantes e nos
determinantes da saúde das coletividades que constituem aquele território,
sempre em consonância com o princípio da equidade;
II - Possibilitar o acesso universal e contínuo a serviços de saúde de
qualidade e resolutivos, caracterizados como a porta de entrada aberta e
preferencial da rede de atenção, acolhendo os usuários e promovendo a
vinculação e corresponsabilização pela atenção às suas necessidades de
saúde. O estabelecimento de mecanismos que assegurem acessibilidade e
acolhimento pressupõe uma lógica de organização e funcionamento do
serviço de saúde que parte do princípio de que a unidade de saúde deva
receber e ouvir todas as pessoas que procuram os seus serviços, de modo
universal e sem diferenciações excludentes. O serviço de saúde deve se
organizar para assumir sua função central de acolher, escutar e oferecer uma
resposta positiva, capaz de resolver a grande maioria dos problemas de saúde
da população e/ou de minorar danos e sofrimentos desta, ou ainda se
responsabilizar Política Nacional de Atenção Básica 21 pela resposta, ainda
que esta seja ofertada em outros pontos de atenção da rede. A proximidade e
a capacidade de acolhimento, vinculação, responsabilização e resolutividade
são fundamentais para a efetivação da atenção básica como contato e porta
de entrada preferencial da rede de atenção;
III - Adscrever os usuários e desenvolver relações de vínculo e
responsabilização entre as equipes e a população adscrita, garantindo a
continuidade das ações de saúde e a longitudinalidade do cuidado. A
adscrição dos usuários é um processo de vinculação de pessoas e/ou famílias
e grupos a profissionais/equipes, com o objetivo de ser referência para o seu
20

cuidado. O vínculo, por sua vez, consiste na construção de relações de


afetividade e confiança entre o usuário e o trabalhador da saúde, permitindo
o aprofundamento do processo de corresponsabilização pela saúde,
construído ao longo do tempo, além de carregar, em si, um potencial
terapêutico. A longitudinalidade do cuidado pressupõe a continuidade da
relação clínica, com construção de vínculo e responsabilização entre
profissionais e usuários ao longo do tempo e de modo permanente,
acompanhando os efeitos das intervenções em saúde e de outros elementos
na vida dos usuários, ajustando condutas quando necessário, evitando a
perda de referências e diminuindo os riscos de iatrogenia decorrentes do
desconhecimento das histórias de vida e da coordenação do cuidado;
IV - Coordenar a integralidade em seus vários aspectos, a saber: integrando
as ações programáticas e demanda espontânea; articulando as ações de
promoção à saúde, prevenção de agravos, MINISTÉRIO DA SAÚDE
Secretaria de Atenção à Saúde Departamento de Atenção Básica 22
vigilância à saúde, tratamento e reabilitação e manejo das diversas
tecnologias de cuidado e de gestão necessárias a estes fins e à ampliação da
autonomia dos usuários e coletividades; trabalhando de forma
multiprofissional, interdisciplinar e em equipe; realizando a gestão do
cuidado integral do usuário e coordenando-o no conjunto da rede de atenção.
A presença de diferentes formações profissionais, assim como um alto grau
de articulação entre os profissionais, é essencial, de forma que não só as
ações sejam compartilhadas, mas também tenha lugar um processo
interdisciplinar no qual progressivamente os núcleos de competência
profissionais específicos vão enriquecendo o campo comum de
competências, ampliando, assim, a capacidade de cuidado de toda a equipe.
Essa organização pressupõe o deslocamento do processo de trabalho
centrado em procedimentos, profissionais para um processo centrado no
usuário, onde o cuidado do usuário é o imperativo ético-político que
organiza a intervenção técnico-científica; e
V - Estimular a participação dos usuários como forma de ampliar sua
autonomia e capacidade na construção do cuidado à sua saúde e das pessoas
e coletividades do território, no enfrentamento dos determinantes e
condicionantes de saúde, na organização e orientação dos serviços de saúde a
partir de lógicas mais centradas no usuário e no exercício do controle social.

Com isso, observa-se que a construção da PNAB é feita de maneira integrativa, onde o
trabalho do profissional é realizado junto à população assistida. E isso é feito com o incentivo
da participação dos usuários nas decisões terapêuticas adotadas no seu tratamento e com
estímulo para que este cidadão participe de reuniões que servem de base para planejamento de
ações da unidade e do município (PNAB, 2017).
Tendo em vista que a PNAB foi criada para disseminar a APS, garantir o direito à
saúde e com isso modificar o modelo de trabalho exercido nas Unidades Básicas de Saúde,
fica claro a importância deste modelo para o cenário brasileiro. Assim, entender e aplicar este
método organizacional melhora o serviço prestado e possibilita a execução dos objetivos do
SUS, mas, para isso é de suma importância que a APS esteja inserida, como coordenadora, na
RAS (MS, 2021).
O relatório de Dawson descreve os níveis de atenção à saúde e as relações que
deveriam ocorrer entre os mesmos, onde se forma a RAS (MENDES, 2019). Esse
entendimento do relatório expõe a importância da comunicação entre os diferentes níveis de
21

assistência. Na perspectiva da APS essa comunicação com as demais instâncias de saúde se


faz necessária e essencial por ela ser responsável pelo cuidado direto e contínuo do indivíduo
assistido e sua comunidade.
A RAS, é um modelo de organização poliárquica, que se refere um modelo horizontal,
com diferentes serviços de saúde articulados entre si com o objetivo de ofertar atenção de
maneira integral e contínua a uma determinada população (MENDES, 2019). Logo, não
existe hierarquia entre os serviços de saúde ofertados pelo sistema. Nesta conformação os
pontos de atenção são diferenciados pelos tipos de tecnologia ofertada, porém não é
empregado grau de importância entre os mesmos (MENDES, 2019).
A APS funciona como um coordenador da RAS, Mendes chama de Apoio Logístico.
Com a coordenação da APS é possível que a RAS ofereça um serviço de acordo com a real
necessidade da população adstrita e respeitando as individualidades de cada usuário, sem
desperdício de custos e de forma responsável para que se gerem benefícios para esta
população. Mendes descreve da seguinte forma “[...] no tempo certo, no lugar certo, com o
custo certo, com a qualidade certa, de forma humanizada e segura e com equidade, com
responsabilidades sanitária e econômica pela população adscrita e gerando valor para essa
população” (MENDES, 2011, p. 82).
Esses aspectos e características da APS evidenciam a complexidade do trabalho
exercido neste nível de atenção. A complexidade se dá ao profissional ter que integrar todas
as ações que devem ser desenvolvidas durante a assistência prestada aos usuários. Além de
aumentar a complexidade, integrar todas as ações eleva o nível de tecnologia utilizada no
serviço da APS.
As tecnologias utilizadas durante o cuidado em saúde na APS são consideradas leves e
leves duras. Onde as tecnologias leves se referem a criação de vínculo, ao acolhimento,
produção de autonomia dos usuários e gestão do processo de trabalho. Com relação às
tecnologias leves duras está relacionado aos saberes que vão estruturar e embasar o trabalho
exercido no atendimento em saúde (MENDES, 2011).

2.2 SEGURANÇA DO PACIENTE


Para contextualizar a Segurança do Paciente se faz necessário relembrar Hipócrates
(460 – 377 a.C.) que entoou a seguinte frase: “Primum non nocere”, que significa primeiro
não causar dano. Essa afirmação fez com que o mesmo ganhasse o status de pai da medicina.
Além desse título, a frase de Hipócrates revela uma característica que deve permear todas as
profissões que prestam assistência à saúde, não com o intuito de gerar medo em atuar, mas
22

para que se entendam os riscos em torno de sua prática e que evitá-los ao máximo possível é
uma função destes profissionais (ZAMBON, 2014).
Outro ponto de extrema relevância neste resgate histórico é a atuação de Florence
Nightingale na Guerra da Criméia (1853-1856). Ao se deparar com as condições que os
soldados feridos eram alocados, Florence resolveu implementar uma rotina higienização do
ambiente, dos pacientes e dos funcionários, garantindo que o ambiente tenha iluminação,
ventilação, que a temperatura se mantenha adequada, entre outras intervenções. Essas ações
fundamentam a teoria ambientalista criada por Nightingale que tem por objetivo fornecer um
ambiente que seja estimulador de saúde para paciente (MARTINS, 2016).
A teoria criada por Florence expõe a importância de ofertar um ambiente seguro para
que ocorra a recuperação do indivíduo cuidado. E para a mesma esse é o papel do
profissional de enfermagem, com isso fica claro que esta categoria deve atuar como uma
barreira para a ocorrência de erros referentes ao cuidado de saúde (NASCIMENTO,2015).
Mesmo com os fatos citados, a discussão sobre segurança do paciente ganha força a
partir da publicação do relatório To err is human: Bulding a Safer Health System em 1999
pelo Instituto de Medicina dos Estados Unidos da América. Neste estudo pode se evidenciar
que durante a assistência médica nos EUA o paciente estava exposto a uma série de erros
realizados pela equipe que o assistia. A partir disso, nos anos 2000 a segurança do paciente
entra em foco e se torna alvo de diversos estudos que visavam descobrir meios para
solucionar a problemática encontrada.
Assim, a OMS ao observar a relevância da discussão em 2004 cria a World Alliance
for Patient Safety. Um dos objetivos do grupo de pesquisa foi organizar o conceito de
segurança do paciente e trazer nomenclaturas para descrever os tipos de erros que ocorrem no
serviço de saúde (SIMAN, 2016). Desta forma foram descritos os seguintes erros relacionado
à assistência: Near miss ou “quase erro” - incidente em saúde que não atinge o paciente -,
incidentes sem dano - erro na assistência em saúde que atinge o paciente sem gerar um dano -
e incidentes com dano - erro na assistência em saúde que atingiu o paciente e gerou um dano,
conhecido como evento adverso.
Com a World Alliance for Patient Safety e outras iniciativas em 2009 foram
desenvolvidas as metas de segurança. As metas foram desenvolvidas com base em
evidências, onde observou-se os que erros mais geraram danos durante a assistência em saúde.
Assim, com o objetivo de qualificar os serviços de saúde foram desenvolvidas 6 metas:
Identificação correta do paciente - identificar, com segurança, o paciente como sendo a pessoa
para a qual se destina o atendimento -; Comunicação efetiva entre profissional de saúde e
23

paciente - desenvolver uma abordagem para melhorar a comunicação entre os prestadores de


cuidado, estabelecendo uma comunicação efetiva e compreendida pelo receptor -; Melhorar a
segurança dos medicamentos - desenvolver e implementar estratégias que promovam a
segurança do paciente e dos profissionais envolvidos no processo de utilização de
medicamentos -; Cirurgia segura - essa meta visa aperfeiçoar a comunicação entre os
profissionais envolvidos no processo e assegurar a inclusão do paciente na marcação do local
da intervenção para garantir cirurgias e procedimentos invasivos no local de correto e no
paciente correto -; Higiene das mãos - promover a prevenção e controle das infecções durante
o atendimento ao pacientes com ênfase na importância da prática da higienização das mãos -;
e Prevenção de quedas e de lesões - elaborar, implementar e acompanhar iniciativas
preventivas para reduzir lesões decorrentes de quedas (MS, 2021).
As metas evidenciam os principais erros cometidos pelos profissionais de saúde e
criam um objetivo a ser alcançado, que é a redução dos incidentes relacionados a esses erros.
Desta forma, os países que estão pactuados em desenvolver as metas de segurança criam
veículos que vão impulsionar iniciativas para sanar a problemática. As ações criadas e
implementadas também são fiscalizadas para analisar sua efetividade. (SIMAN, 2016).
No Brasil a discussão é iniciada em 2002 com as Redes Sentinelas que estavam
associadas a instituições e funcionavam sobre três pilares: busca ativa de eventos adversos,
notificação de eventos adversos e uso racional de tecnologias (MS, 2014). Essas medidas
junto a estudos internacionais foram referência para consolidar e organizar os critérios e
segurança para serem aplicados nas instituições que faziam parte da Rede Sentinela e as que
queriam participar.
Outra medida precursora ocorreu com a criação da Rede Brasileira de Enfermagem
para a Segurança do Paciente (REBRAENSP) em 2008. O foco da Rebraensp estava no
desenvolvimento educacional e no desenvolvimento de medidas promotoras de segurança
dentro da classe profissional. O grupo entendia a importância da categoria como prioritária e
cooperadora técnica no desenvolvimento da segurança do paciente (REBRAENSP, 2021).
Estas ações serviram de subsídio para a criação do Programa Nacional de Segurança
do Paciente, instituído pelo Ministério da Saúde pela Portaria N° 529 em 1° de abril de 2013.
Nesta portaria adotou-se em território nacional o seguinte conceito de segurança do paciente:
redução, a um mínimo aceitável, do risco de dano desnecessário associado ao cuidado de
saúde (MS, 2013).
No mesmo documento são conceituados os termos: incidente, evento adverso, cultura
de segurança e gestão de risco. Com essa portaria o Brasil está cumprindo um dos
24

compromissos firmado com a OMS na 57° Assembléia Mundial de Saúde e garantir uma
assistência qualificada em toda instituição de saúde (SIMAN, 2016).
Com o avanço das pesquisas dentro da temática foi evidenciado que desenvolver a
Cultura de Segurança é importante para a garantia da implementação e promoção de práticas
seguras. A cultura de segurança pode ser definida como um conjunto de atitudes,
competências e padrões de comportamento, individuais e de grupos, que vão determinar o
estilo e a prática de administração e organização do serviço de saúde (ROCHA, 2021).
O desenvolvimento de uma cultura de segurança possibilita a promoção e
implementação de práticas seguras. Desta forma, as Instituições de Saúde que conseguem
inserir a cultura na sua rotina oferecem uma assistência com mais qualidade. Isso porque ao
organizar as ações, identificar os erros da prática, sem o risco de punição, avaliar o
conhecimento dos profissionais, impulsionar o aperfeiçoamento e investir financeiramente em
ações promotoras de segurança torna mais factível colocar na rotina da Instituição as metas
internacionais de segurança do paciente (REIS, 2017).

2.3 SEGURANÇA DO PACIENTE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

A segurança do paciente no âmbito da APS entrou em discussão no ano de 2008. Onde


foi observado que a complexa composição do serviço oferece riscos ao usuário. Chegou-se a
este entendimento a partir da série de pesquisas voltadas para APS, Safer Primary Care Expert
Working Group, organizada e impulsionada pela OMS (OMS, 2012).
As pesquisas realizadas reforçaram a importância dos serviços da APS para a
população. Ficou evidente que as características do trabalho realizado na APS são essenciais
para a manutenção, promoção e prevenção da saúde. Segundo Mendes, esses atributos são:
primeiro contato, longitudinalidade, integralidade e coordenação do cuidado.
As pesquisas constataram também as falhas e erros cometidos no serviço. Sendo os
mais observados:

Os fatores relacionados com incidentes de segurança dos pacientes os mais


relevantes foram: comunicação entre profissionais de saúde e com pacientes;
trabalho em equipe na saúde; laboratório e diagnóstico por imagem; gestão de
dados; transições entre diferentes níveis de atenção e integridade do prontuário dos
pacientes (OMS, 2012).

As características do trabalho na APS, aqui já citados, apresentam questões de


segurança de maneira implícita. As ações de segurança do paciente podem ser observadas no
primeiro contato com o usuário aos processos administrativos, os chamados microprocessos e
macroprocessos.
25

Os macroprocessos referem-se à: territorialização, o cadastramento das famílias, a


classificação de riscos familiares, o diagnóstico local, a estratificação de risco das condições
crônicas, a programação e o monitoramento por estratos de riscos, a agenda e a
contratualização (MENDES, 2015).
A implementação do macroprocesso gera um marcador de qualidade. Desta forma
pode-se entender que essa distribuição auxilia na organização do serviço primário.
Fornecendo à população uma unidade estruturada para prestar os microprocessos.
Já os microprocessos referem-se a serviços básicos ofertados, como: recepção,
acolhimento e preparo; vacinação; curativo; farmácia; coleta de exames; procedimentos
terapêuticos; higienização e esterilização; e gerenciamento de resíduos. Esses serviços devem
ser executados de maneira adequada para garantir e dar condições de segurança ao usuário
(MENDES, 2015).
A implementação dos microprocessos ocorre pela criação de rotina na execução dos
procedimentos básicos. Essa rotina é instaurada a partir da criação de documentos que vão
padronizar a execução dos microprocessos. Essa organização minimiza as chances de erros e
potencializa a segurança do paciente.
O processo organizacional da APS auxilia na inserção de práticas seguras. Isso porque
a criação de fluxos e rotinas facilita a identificação de erros. Isto em uma equipe com cultura
de segurança se torna uma oportunidade de sanar a problemática encontrada e criar estratégias
mais seguras para a execução da prática (MENDES, 2015).
Apesar do exposto, a inserção da temática nas documentações oficiais da APS do
Brasil ocorreu em 2017. A PNAB, institui que nos serviços das UBS devem ser
desenvolvidas ações para segurança do paciente e propõe medidas para reduzir os riscos e
diminuir os EA:

Implantar estratégias de Segurança do Paciente na AB, estimulando prática


assistencial segura, envolvendo os pacientes na segurança, criando mecanismos para
evitar erros, garantir o cuidado centrado na pessoa, realizando planos locais de
segurança do paciente, fornecendo melhoria contínua relacionando a identificação, a
prevenção, a detecção e a redução de riscos (PNAB,2017).

Com a movimentação mundial e a atualização da PNAB fica evidente a necessidade


de maiores investimentos na discussão da segurança do paciente no âmbito da APS. A
formação da 13° Câmara Técnicas (CT) do Conselho Nacional de Secretários de Saúde
(CONASS) discute a Qualidade do cuidado e a Segurança do paciente e é formada por um
representante de cada Estado. A 13° CT é considerada um primeiro passo para a discussão de
estratégias de segurança do paciente na APS.
26

O objetivo da CT é incentivar que cada Estado crie seu plano de segurança e este
incentiva que os Municípios também os criem. No ano de 2018 a 13° CT inicia as discussões
para impulsionar a inclusão da APS nos planos de segurança desenvolvidos pelos Estados
(CONASS, 2018).
Assim, alguns Estados traçam suas estratégias para implementar a segurança do
paciente na APS. Nos planos são observadas o incentivo de criação de ações já conhecidas
como; criação de núcleo de segurança do paciente, notificação de incidentes e de eventos
adversos e implementação das metas. Como também ações mais específicas para o público e
serviço da APS, são elas: Boas práticas para o funcionamento das unidades de saúde da
Atenção Primária em Saúde; Transição do cuidado; Erros de diagnóstico; Riscos não clínicos;
e Erros administrativos (PFPSP RJ, 2019-2022).
Até as ações mais conhecidas trazem especificações para a APS. Assim, além das
obrigações já conhecidas do Núcleo de Segurança do Paciente na APS, segundo o Plano de
Fortalecimento das Práticas de Segurança do Paciente na Atenção Primária à Saúde Estado do
Rio de Janeiro 2019-2022 (PFPSP na APS RJ), deve ainda desenvolver as seguintes ações:

Identificar, analisar, avaliar, monitorar e comunicar os riscos; Integrar os diferentes


processos de gestão de risco; Promover o uso seguro de tecnologias; Prevenir
eventos adversos; Promover a comunicação efetiva entre profissionais de saúde e
entre os serviços; Estimular a participação do paciente e dos familiares na assistência
prestada; Promover o ambiente seguro; Promover a transição segura do cuidado;
Implantar os protocolos de segurança do paciente: identificação do paciente,
higienização das mãos, prevenção de quedas, prevenção de úlcera por pressão, uso
seguro de medicamentos; Implantar sistema de captação, análise e notificação de
eventos adversos; Implantar as medidas de prevenção de Infecções Relacionadas à
Assistência à Saúde (IRAS); Implantar ações de capacitação de profissionais de
saúde; Garantir o registro adequado e seguro da assistência prestada (PFPSP na APS
RJ, 2019-2022, pág. 20).

As especificações visam a melhor maneira de promover e implementar a segurança do


paciente no serviço. Assim ocorre a adequação das metas para a realidade do serviço. A meta
três, referente aos cuidados na administração de medicamentos, meta cinco, que se refere à
prevenção de infecções e meta seis, que se refere a prevenção de quedas e lesão por pressão a
seguem também orientações específicas.
O documento de 2016 foi desenvolvido como instrumento para auxiliar na promoção e
implementação das metas de segurança. Criado com base na Portaria n° 529 do MS e para
atender às demandas do Serviço de Atenção Domiciliar (SAD). O SAD foi instituído pelo MS
em 2011, pela portaria n° 2.029 e desde então é considerado um dos programas prioritários da
Saúde, dado seu potencial de inovação e resolubilidade no cuidado à saúde.
27

O documento elenca fatores que vão contribuir na promoção da segurança do paciente


no ambiente domiciliar. Assim, o documento traz medidas seguras a serem desenvolvidas
pela equipe multiprofissional e cuidadores, maneiras de promover um ambiente seguro,
incentiva a notificação e o monitoramento e ainda ressalta a importância do cuidado com os
profissionais e a educação permanente (MS, 2016)
Já as ações desenvolvidas para a APS (boas práticas para o funcionamento das
unidades de saúde da APS; transição do cuidado; erros de diagnóstico; riscos não clínicos; e
erros administrativos) as estratégias de promoção estão no PFPSP RJ.
Assim, para promover a segurança do paciente no âmbito da gestão é ressaltada a
necessidade de uma gestão de risco, gestão humanizada e gerenciamento da qualidade. Isso
porque a gestão é a base para a implementação de uma cultura de segurança nas instituições
(PFPSP RJ, 2019-2022).
Melhorar a comunicação entre profissionais, instâncias de saúde e usuário. Essa é
uma estratégia bem citada nos documentos oficiais para promoção da segurança no processo
de cuidado. Visto que a comunicação efetiva atenua as chances de erros e potencializa as
barreiras de proteção (PFPSP RJ, 2019-2022).
Outro ponto bem abordado é acerca da importância do fortalecimento da cultura de
segurança junto aos profissionais. Entende-se que o fortalecimento da cultura culmina em
práticas seguras na rotina dos profissionais. Assim, incentivar a qualificação e a educação
continuada dentro da temática segurança do paciente é oportuno e necessário.
Levando em consideração a complexidade dos serviços, a alta demanda de trabalho e a
importância da atenção primária à saúde para a organização da RAS garantir a oferta de um
serviço seguro deve ser prioridade. Por se tratar da porta de entrada, preferencial, do paciente
no serviço de saúde, ações na atenção primária irão refletir nos demais níveis de atenção.
Portanto, prestar um cuidado pautado na segurança do usuário garantirá que o mesmo possa
se tornar uma barreira de proteção no processo de sua assistência.
28

3 METODOLOGIA

Trata-se de uma revisão integrativa realizada com base nos estudos de Whittemore. Deste
modo seguiu-se as seguintes etapas: identificação da problemática; busca na literatura; coleta
de dados; análise crítica dos estudos incluídos; discussão dos resultados; e apresentação da
revisão integrativa (WHITTEMORE, 2005).
A identificação da problemática foi realizada através do desenvolvimento de uma
questão norteadora, elaborada de acordo com a combinação mnemônica PCC (P população –
profissionais de saúde; - C conceito – segurança do paciente; - C contexto – atenção primária
à saúde). Assim chegou-se ao seguinte questionamento: Quais estratégias são utilizadas pelos
profissionais da atenção primária à saúde para promover a segurança do paciente?
A busca na literatura ocorreu em bases de dados virtuais no mês de janeiro de 2022.
Esta fase foi realizada em 2 etapas, onde a primeira teve por objetivo delimitar a pesquisa nas
bases de dados virtuais por meio de descritores pesquisados na plataforma Decs/MeSH que
vão fundamentar a pesquisa, são eles: “Segurança do paciente”, “Patient Safety”, “Seguridad
del Paciente”; “Atenção primária”; “Atenção primária à Saúde”; “Atenção primária de
Enfermagem”;“Atenção primária em Saúde”; “Atenção primária de Saúde”, “Primary Health
Care”, “Atención Primaria de Salud”.
A segunda etapa compreendeu no cruzamento dos descritores nas bases de dados
virtuais: Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), SCopus e National Library of Medicine
(PubMed). Com o objetivo de achar o maior número de estudos e reduzir as chances de
perder dados importantes.
Os dados coletados deviam obedecer aos seguintes critérios para inclusão: estudos
escritos em português, inglês e espanhol; estudos de 2017 a 2022; que apresentem discussão
sobre a segurança do paciente na atenção primária à saúde; e as evidências incluídas nesse
estudo são preferencialmente artigos. Sendo excluídos os duplicados, os estudos
internacionais, os indisponíveis e os de revisões.
Durante a análise inicial um dos revisores realizou a leitura dos títulos e resumos dos
estudos. Onde se buscou evidências de que o mesmo responderia à questão norteadora desta
pesquisa. Realizando assim a pré-seleção dos estudos que seguiram para a próxima etapa.
Nesta fase os estudos selecionados, que respeitavam aos critérios de inclusão, foram
lidos na íntegra. Esses estudos tiveram suas referências analisadas para diminuir as chances
de ocorrência de viés de pesquisa.
29

No caso de incerteza, os estudos permaneceram para a fase seguinte. Que compreende


na inserção de um segundo avaliador para a realização da leitura, junto ao pesquisador, na
íntegra dos artigos selecionados na primeira etapa.
Fluxograma 1 – Fluxograma da estratégia de busca nas bases e fontes de dados.
30

4 RESULTADOS

As buscas nas bases de dados resultaram em 5.870 estudos, sendo 5.815 encontrados na
BVS, 55 na SCopus e 3 na PubMed. Na primeira análise 1.227 artigos foram excluídos por
duplicidade, na segunda análise, realizada com a leitura dos títulos, 3.785 estudos foram
excluídos por não relacionarem a segurança do paciente com a APS, dos estudos que
seguiram para a etapa de leitura dos resumos 602 foram excluídos por se tratarem de estudos
internacionais e 187 por não se adequarem a temática desta pesquisa, na etapa de leitura
integral dos estudos 16 foram excluídos por não responderem a questão norteadora. Foram
selecionados 18 estudos para compor esta revisão integrativa.
Para apresentação dos achados foram elaborados três quadros sinóticos onde a
primeira coluna dos quadros refere-se à identificação dos artigos, que foram identificados
pela letra maiúscula A, seguido da numeração de 1 a 18.
O Quadro 1 é intitulado “Quadro demonstrativo dos artigos" que contém as seguintes
informações: autores; revista/periódico; Estado onde ocorreu a pesquisa e ano de publicação;
metodologia e nível de evidência; e título do estudo. O Quadro 2 é intitulado “Quadro de
análise de conteúdo” que contém as seguintes informações: público alvo; medidas para
promover a segurança do paciente; resultado das ações de promoção; e metas
discutidas/abordadas. O Quadro 3 é intitulado “Quadro de resumo de resultados e conclusão”
que conta com a identificação dos estudos e o resumo dos seus resultados e da conclusão.
Os estudos foram organizados em ordem cronológica de publicação. O nível de
evidência dos artigos selecionados foi classificado a partir dos conhecimentos de Pereira e
Bachion (2006), onde a numeração indica o nível de evidência do estudo.

QUADRO 1 - QUADRO DEMONSTRATIVO DOS ARTIGOS


Revista/ Tipo de Estudo/
Artigos Autores Ano/ Estado Títulos
Periódicos Nível Evidência
Araújo G.M; Revista de 2017/ Rio Estudo descritivo Segurança do usuário:
Reisdorfer N.; et al. Enfermagem Grande do exploratório/ NE: cuidados com o
A1 UFPE On Line Sul 5 processamento de artigos
críticos na atenção básica

Oliveira M.C.B; Revista de APS 2017/ Santa Relato de Educação permanente


Metelski F.K.; et al v.24 Catarina experiência/ NE: para o processamento de
5 esterilização de materiais
A2 na atenção primária:
contribuições da
integração do
ensino-serviço
31

Musmanno L. H. F.; Revista de 2018/ Goiás Estudo Percepção de agentes


Bezarra A. L. Q.; et Enfermagem qualitativo, comunitários de saúde
A3 al UFPE On Line descritivo, sobre a segurança do
exploratório/ NE: paciente
4
Rolim E. C.; Rolim Com. Ciência 2018/ A elaboração das Uso de ferramentas de
C. L. R. C.; et al Saúde Distrito ferramentas de gestão clínica e de
Federal gestão clínica foi segurança do paciente em
A4 feita utilizando-se uma unidade de básica de
os aplicativos saúde no Distrito Federal
Word e Excel E:
4
Oliveira V. C.; Revista 2018/ Minas Estudo descritivo A percepção da equipe de
Tavares L. O.; et al Cuidarte Gerais qualitativo/ NE: 4 enfermagem sobre a
A5 segurança do paciente em
sala de vacinação

Pereira L. B.; Jobim Saúde em Rede 2018/ Rio Estudo realizado Percepção de equipes de
L.; et al Grande do a partir de saúde da família sobre a
A6 Sul aplicação de notificação de eventos
questionário/ NE: adversos a medicamentos
5
Medeiros S. G.; Portal de 2019/ Brasil Estudo Avaliação no cuidado com
Neto A. V. L.; et al Revistas de metodológico/ vacinas: construção e
A7 Enfermagem/ NE: 4 validação de protocolos
Acta Paulista
de Enfermagem
Silva A. P. F.; Revista Gaúcha 2019/ Rio Estudo Segurança do paciente na
Backes D. s.; et al de Grande do descritivo-explora atenção primária:
A8 Enfermagem/ Sul tório, abordagem concepção das
SciELO qualitativa/ NE: 4 enfermeiras da estratégia
de saúde da família
Nunes M, B, M; Texto e 2020/ São Estudo de Impacto dos ciclos
Gabriel C, S; et al. Contexto - Paulo intervenção/ NE: plan-do-study-act na
A9 Enfermagem 4 redução de erros
relacionados à
administração de vacina
Santos F. B.; Valente Revista Oficial 2020/ Rio de Estudo Sistematização da
G. S. C. do Conselho de Janeiro qualitativo, assistência de enfermagem
Enfermagem: descritivo, (SAE) e a segurança do
Enfermagem exploratório, do paciente no ambiente
A 10
em Foco tipo domiciliar
pesquisa-converg
ente-assistencial/
NE: 4
Souza E.; Rodrigues Revista de 2020/ Rio Estudo Avaliação e tratamento de
N. H.; et al. Enfermagem Grande do qualitativo, lesões por pressão na
A 11 UFPE On Line Sul descritivo, Estratégia de saúde da
exploratório/ NE: família
4
Xavier S. M.; Periódicos 2020/ Ceará Estudo Estratégia para promoção
Fernandes M. N. B,; UEM - Ciência, transversal/ NE: 4 de segurança dos usuários
A 12
et al Cuidado e diabéticos na estratégia de
Saúde saúde da família
32

Alencar S. V. G. L; Revista 2021/ Ceará Estudo com Segurança do paciente:


Nascimento E. A.; et Brasileira de abordagem representações sociais na
al Promoção à qualitativa, visão dos profissionais da
A 13 Saúde usando o atenção primária à saúde
referencial
teórico-metodoló
gico/ NE: 4
Silva L.L.T.; Dias Portal de 2021/ Minas Estudo Segurança do paciente na
F.C.S.; et al. Revista de Gerais exploratório e atenção primária à saúde:
A 14 Enfermagem/ descritivo com percepção da equipe de
Escola Anna abordagem enfermagem
Nery vol 26 qualitativa/ NE: 4
André CU; Silva Revista Oficial 2021/ Minas Relato de Núcleo de segurança do
AR; et al. do Conselho de Gerais Experiência/ NE: paciente na atenção
A 15 Enfermagem: 5 primária à saúde: a
Enfermagem transversalidade do
em Foco V. 12 cuidado seguro
Carvalho P. R.; Revista 2021/ Estudo Participação do paciente
Ferraz E. S. D; et al. Brasileira de Distrito exploratório na segurança do cuidado:
A 16 Enfermagem Federal qualitativo/ NE: 4 percepção de profissionais
da atenção primária à
saúde
Vasconcelos P. F.; Portal de 2021/ Ceará Pesquisa-ação/ Clima de segurança do
Carvalho R. E. F. L; Revista de NE: 5 paciente na atenção
et al. Enfermagem/ primária à saúde: análise
A 17
REME: Revista de causa raiz
mineira de
Enfermagem
Castanheira J. S.; Portal de 2022/ Rio Estudo descritivo Atuação da equipe de
Oliveira S. G.; et al Revistas de Grande do exploratório/ NE: enfermagem no
Enfermagem/ Sul 4 processamento de
A 18
Ciência, produtos para saúde na
Cuidado e atenção básica
Saúde
Fonte: produzido pela autora com base nos resultados da pesquisa, 2022.

QUADRO 2 - QUADRO DE ANÁLISE DE CONTEÚDO:


Artigos Objetivos dos estudos Público alvo Instrumentos utilizados
conhecer como profissionais da
saúde procedem no cuidado Equipe de enfermagem e
A1 com artigos críticos na atenção auxiliar ou técnico de saúde Entrevista semiestruturada
básica, com vistas à segurança bucal
dos usuários
Roda de conversa, revisão de
Relatar uma prática de
literatura, aplicação de checklist
Educação Permanente em Saúde
Profissionais e coordenadores e elaboração de Procedimento
(EPS) para qualificação do
A2 da estratégia de saúde da família Operacional Padrão (POP), para
processo de esterilização de
e estudantes universitários o processamento de produtos na
materiais de uma CME em um
Central de Material de
cenário de ESF.
Esterilização (CME).
Realização de oficinas para
Analisar a percepção dos apresentação do temática
A3 Agentes Comunitários de Saúde Agentes comunitários de saúde segurança do paciente e
sobre a segurança do paciente. posteriormente aplicação de
questionário
33

Divisão dos prontuários por


idade, elaboração de pastas de
Desenvolver e incorporar na
saúde e receitas simples, com o
rotina do serviço, ferramentas Colaboradores da Secretaria
foco em usuários de risco
A4 de gestão clínica com benefícios Estadual de Saúde e estudantes
aumentado e agrupamento de
tanto para o usuário quanto para de Medicina
diferentes formas de educação
o profissional.
permanente arquivadas em
atendimentos pré-estruturados
Conhecer a percepção da equipe
de enfermagem sobre a Profissionais da equipe de
A5 Entrevista semiestruturada
segurança do paciente na sala de enfermagem
vacinação.
Avaliar se os profissionais de
saúde das equipes de Estratégia
de Saúde da Família da Atenção
Primária à Saúde reconhecem a
notificação de Eventos Profissionais de saúde das
A6 Adversos relacionados a equipes de estratégia de saúde Questionário semiestruturado
medicamentos como forma de da família
promoção da Segurança do
Paciente e quais os possíveis
barreiras para execução da
mesma.
Construir e avaliar um protocolo
Elaboração de protocolo para
para avaliação do cuidado Equipe de enfermagem da salas
A7 funcionamento seguro da sala
seguro de enfermagem com de vacinação
de vacinação
vacinas na atenção primária.
Compreender as concepções de
enfermeiras atuantes na ESF Observação, não participativa,
acerca da segurança do paciente Enfermeiras da estratégia de da prática precedida de
A8
na APS e de que forma estas saúde da família (ESF) aplicação de entrevista
repercutem nas ações cotidianas semiestruturada
dessas profissionais.
Avaliação do impacto de um
programa de melhoria da A implementação de um
Profissionais de Enfermagem
A9 qualidade na redução de erros programa de melhoria da
atuantes nas salas de vacina
relacionados à administração de qualidade em 3 ciclos
vacinas.
Identificar os tipos de riscos
relacionados à segurança que os
Oficina de educação
pacientes acamados estão mais
permanente com aplicação de
expostos e descrever as
metodologias ativas e
dificuldades que a equipe Equipe multidisciplinar de
A 10 posteriormente foi criado um
multiprofissional de atenção atenção básica
mapa conceitual com as
básica encontra para
principais dificuldades
proporcionar a segurança do
apresentadas
paciente acamado de forma
efetiva no domicílio.
Conhecer como os enfermeiros
atuam na avaliação e tratamento Enfermeiros que atuam na
Entrevistas individuais
A 11 de lesão por pressão no contexto avaliação e tratamento de lesões
semi-estruturada
da Estratégia de Saúde da por pressão
Família.
Descrever as estratégias Entrevista semiestruturada a
A 12 utilizadas pelos enfermeiros Enfermeiros partir da criação de um grupo
para promoção de segurança do focal
34

usuário na Estratégia de Saúde


da Família.
Apreender as representações
sociais da segurança do paciente
A 13 sob a ótica dos profissionais de Profissionais de saúde da APS Entrevista semi-estruturada
saúde inseridos no contexto da
Atenção Primária à Saúde
Compreender a percepção da
equipe de enfermagem da
A 14 Equipe de Enfermagem Entrevista semiestruturada
atenção primária à saúde sobre a
segurança do paciente
O objetivo do experimento foi
capacitar e sensibilizar
profissionais de saúde e gestores Profissionais das equipes de
Implantação de oficinas e
sobre a importância da Estratégia de saúde da Família e
A 15 tutorias exclusivas sobre a
transversalidade do cuidado equipes de Unidades Básicas de
segurança do paciente
seguro a partir da implantação Saúde
de oficinas de segurança do
paciente no projeto PAS.
Analisar a percepção dos
profissionais de saúde sobre o
Entrevistas individuais
A 16 significado e a prática do Profissionais da saúde
semiestruturadas
envolvimento do paciente na
segurança do cuidado na APS.
Avaliar o clima de segurança na
Ocorreu em 4 fases:
APS e analisar as possíveis Profissionais de equipes de
A 17 exploratória, planejamento, ação
causas dos problemas unidades básicas de saúde
e avaliação
identificados.
Analisar a prática dos
profissionais de enfermagem no
A 18 Técnicos de enfermagem Entrevista semiestruturada
processamento de produtos para
saúde na atenção básica.
Fonte: produzido pela autora com base nos resultados da pesquisa, 2022.

QUADRO 3 - QUADRO DE RESUMOS DE RESULTADOS E CONCLUSÃO:


Artigos Resultado Conclusão
Nas três secretarias de saúde pesquisadas, o Há necessidade premente de rever o sistema de
reprocessamento de materiais e instrumentais processamento dos artigos críticos nos locais em
A1 carecem de melhor estruturação e organização, que foi desenvolvido o estudo.
buscando a qualificação dos serviços e gerando
maior segurança aos usuários.

Realizou-se reunião com a coordenação, roda de As atividades de Educação Permanente em Saúde


conversa com os profissionais e elaboração de favoreceram a transformação da práxis dos atores
instrumentos (checklist e procedimento do serviço e da academia, possibilitando o
A2
operacional padrão). diálogo corresponsável pela qualificação da
assistência, segurança do paciente e gestão do
trabalho.
35

Obtiveram-se da análise temática as categorias: Evidenciou-se que os agentes possuem


Compreensão sobre o significado de segurança conhecimento limitado sobre segurança do
do paciente e Corresponsabilização pela paciente, porém conseguem identificar a
segurança do paciente. ocorrência de incidentes sensíveis à atenção
primária, constituindo importantes atores na
continuidade de cuidados seguros. Considera-se
A3
que a educação permanente sistemática pode ser
o caminho a seguir pelos gestores para o
desenvolvimento de uma cultura de segurança e
de melhorias no cuidado aos usuários atendidos
nos serviços de saúde da família regional e
nacional.
Resultados-Discussão: A ferramenta A Pasta da Saúde é um conjunto de ferramentas
Pré-estruturados refere-se a um formulário clínicas com parte estratégica do conteúdo
editável que dispõem dos principais temas da disponibilizada de rotina aos usuários, com
Atenção Primária, dividido em 5 campos. O relatórios completos e acessíveis acerca das
primeiro refere-se à anamnese, o segundo, à doenças diagnosticadas e em investigação,
medicações, o terceiro a questionários, o quarto a medicações em uso e exames complementares,
Mapa de eventos e o quinto a orientações ao reforço contínuo ao longo do seguimento da
usuário com linguagem e formato adaptados. A importância de ter pasta física para guardar as
ferramenta Receita Simples refere-se a um documentações e sempre portar os impressos
modelo visual de receituário para usuários de relativos a informações de saúde, em todos os
risco (dificuldade de leitura por analfabetismo, níveis de cuidado.
A4
baixa escolaridade ou baixa acuidade visual);
com foco em períodos do dia de administração de
medicamentos. Esse novo receituário inclui um
impresso com separação por períodos do dia e
refeições, associando cada liga elástica de cor
específica com um determinado período do dia.
A ferramenta Prontuário por Idade é um modelo
de anotação adequado para queixas específicas ao
longo da consulta, algumas com tópicos
especializados (AAE), com orientações
específicas e alvos de tratamento.
Com base na análise das entrevistas abertas, os Na redução fenomenológica deste fenômeno e
resultados foram organizados em duas categorias: sua compreensão, leva a considerar que os
“O olhar para a sala de vacinação e a segurança profissionais devem abdicar dos “achismos”
do paciente” e “O fazer em sala de vacinação: a pré-existentes que possam influenciar na prática
busca da vacinação segura”. Os profissionais segura e incorporar conhecimentos e experiências
A5 compreendem a importância da prestação de uma fundamentadas em conhecimentos básicos de
assistência segura e de qualidade na sala de vacinação.
vacinação, entretanto, muitos fatores ambientais,
estruturais e gerenciais interferem na maneira de
oferecer a mesma.
Foram 175 respondentes: 53 agentes As barreiras identificadas sinalizam a
comunitários de saúde, 7 agentes de saúde bucal, necessidade de intervenções na cultura da
25 enfermeiros, 18 médicos, 14 odontólogos, 58 segurança do paciente na APS.A equipe da
técnicos de enfermagem. A falta de confiança, estratégia de saúde da família pode ser um elo de
medo de exposição por má prática e o medo de aproximação da APS com os Núcleos de
A6 perda da reputação foram as barreiras a Segurança do Paciente na prevenção de EAM.
notificação para os respondentes que possuem
menor tempo de trabalho na unidade de saúde.
Os profissionais com maior tempo de trabalho na
unidade atribuem o tempo como barreira à
notificação de EAM.
36

A avaliação do instrumento foi pelo cálculo do O protocolo para a segurança do cuidado de


Coeficiente de Validade de Conteúdo, tendo sido enfermagem com vacinas demonstrou alta
considerados válidos os itens com mais de 70% credibilidade e sua adoção nas instituições de
de concordância entre os juízes. O instrumento saúde pode contribuir para a qualidade da
A7 obteve um índice de concordância para os oito assistência com vacinas e das condutas dos
quesitos analisados já na primeira rodada e sua profissionais.
aplicação na prática dos serviços de atenção
primária foi recomendada por 75% dos juízes na
segunda rodada Delphi.

A análise resultou em três categorias temáticas As reflexões podem contribuir para a assistência
abordando os significados, as dificuldades e as de enfermagem com vistas à segurança do
A8 estratégias relacionadas ao cuidado seguro. A paciente, qualificando tanto o trabalho das
pesquisa mostra a necessidade de novos estudos enfermeiras, como o cuidado em saúde de modo
sobre o tema. ampliado.

Foram observadas 164 doses de vacinas Foi estabelecido uma terceira meta de 100% de
preparadas e vacinas em 51 usuários; 527 erros orientações em um período de oito meses, a qual
identificados e categorizados em 13 tipos. Em foi atingida no segundo ciclo Plano-Estudo-Act e
27,7% das observações realizadas na Fase I, mantido no quarto e ciclos, sendo confirmado um
A9 usuários/responsáveis ​não foram orientados sobre terceiro no processo.
possíveis reações adversas.

Confecção do instrumento de registro, com base Foram identificados como principais riscos à
na Classificação Internacional Para a Prática de segurança do paciente acamado no ambiente
Enfermagem (CIPE) e nas recomendações para domiciliar: Falta de apoio familiar; Adesão ao
anotações de enfermagem do Conselho Federal regime medicamentoso; Reação medicamentosa;
de Enfermagem (COFEN). Risco de infecção; Capacidade de executar a
A 10
higiene prejudicada; Risco de queda. Os
profissionais de saúde devem estar capacitados
para desenvolver ações de promoção, prevenção,
proteção e reabilitação da saúde, no âmbito
individual e coletivo.
Elencaram-se as seguintes categorias: Conclui-se que o enfermeiro necessita possuir o
Participação em formação específica sobre lesão conhecimento teórico prático para que,
por pressão; Aplicação de método de avaliação juntamente à equipe multiprofissional e à família,
de lesões por pressão; Indicação, utilização e se promova o cuidado na prevenção e tratamento
A 11 disponibilidade de coberturas para a prevenção e necessário a estes pacientes.
tratamento de lesões por pressão e Orientações a
pacientes e familiares sobre os cuidados com
lesões por pressão. mento necessário a estes
pacientes.
Os achados apontaram que as principais
estratégias utilizadas pelas enfermeiras para
promoção da segurança dos usuários diabéticos
A 12 foram consultas de enfermagem,
acompanhamento multiprofissional, promoção
aumento do nível de adesão do tratamento e
promoção do autocuidado.
37

As representações sociais apreendidas por meio Os profissionais de saúde demonstram, por meio
das falas caracterizam a segurança do paciente da ancoragem e da objetivação, que devem
como espaço social de interação entre aplicar os conceitos da segurança do paciente nos
profissionais e pacientes. Os profissionais, ao cenários sociais, mas necessitam que os gestores
exercerem sua prática, utilizam recursos para disponibilizem insumos e estrutura que
melhorar o atendimento, mas ressaltam a favoreçam essa assistência.
A 13 existência de riscos, sendo importante
desenvolver estratégias preventivas como
técnicas adequadas, desinfecção e esterilização.
Além disso, destacam a presença de fragilidades
na rotina de trabalho que interferem na garantia
da segurança do paciente, como estrutura física e
falta de materiais.
Emergiram três unidades temáticas: “O O desconhecimento da equipe de enfermagem
significado de segurança do paciente”, “Fatores indica a necessidade de capacitá-la acerca da
contribuintes para a ocorrência de erros na temática para subsidiar alterações no processo de
assistência à saúde” e “Estratégias para a trabalho com a incorporação de protocolos e de
segurança do paciente”. A equipe de enfermagem estratégias de mitigação e prevenção de eventos
desconhecia o Programa Nacional de Segurança adversos na Atenção Primária à Saúde que
A 14 do Paciente, mas destacaram ações de cuidado garantam uma assistência mais capacitada e
seguro e fatores que levam a ocorrência de erro, segura ao usuário.
além de reconhecerem a necessidade de uma
educação formal sobre a temática e melhoria do
processo de trabalho e da comunicação com a
alta gestão.

A experiência demonstrou que apesar destas As prioridades da Atenção Primária à Saúde


instâncias ou núcleos serem mais comuns na devem ser compreendidas conforme as
atenção hospitalar, construir essa narrativa para a legislações vigentes e de acordo com a gestão
Atenção Primária é possível e necessário para local.
A 15 viabilizar um sistema de saúde comprometido
com a definição de que é ofertado um cuidado de
saúde com atributos de qualidade, focado no
usuário seguro, oferecido no tempo certo, eficaz,
efetivo e equânime.
Revelaram-se as categorias: Significado do A prática dos profissionais revelou fatores
envolvimento do paciente na segurança do intervenientes e uso de estratégias de
cuidado; Fatores intervenientes ao envolvimento envolvimento. Identificou-se lacuna na formação
do paciente na segurança do cuidado; Estratégias sobre envolvimento do paciente na segurança do
de envolvimento do paciente na segurança do cuidado.
A 16 cuidado; Qualificação para o envolvimento do
paciente na segurança do cuidado. o significado
do envolvimento do paciente para a segurança do
cuidado foi associado à corresponsabilização e ao
cuidado centrado no paciente.

Na avaliação do clima de segurança, a satisfação Nota-se a necessidade de ações construídas


no trabalho foi a que obteve o maior escore. O coletivamente com gestores, usuários e
menor escore foi relacionado às condições de trabalhadores da saúde para melhoria do clima de
trabalho. Todos esses aspectos interferem segurança. Tais ações podem proporcionar
A 17 diretamente na segurança do paciente. As causas melhorias na qualidade do cuidado prestado
identificadas pelos trabalhadores por meio do
diagrama foram: ausência de recursos, falta de
adesão ao tratamento dos pacientes e estresse dos
profissionais.
38

Emergiram da análise, resultados que expressam Constata-se a presença de práticas equivocadas


a prática da equipe de enfermagem e a forma na realização dos processos de limpeza e
como organizam o trabalho acerca do esterilização dos produtos para a saúde,
Processamento de Produtos para a Saúde (PPS). implicando em potenciais perigos para a saúde
dos pacientes. O estudo demonstra a importância
A 18 da padronização dos processos de trabalho,
visando práticas compassadas com as
normatizações vigentes, harmônicas entre a
equipe, permeando a responsabilidade, o
conhecimento e a segurança.

Fonte: produzido pela autora com base nos resultados da pesquisa, 2022.

Ao analisar a distribuição dos estudos por Estado foi percebida a maior abordagem da
temática no Rio Grande do Sul, 27,8% - 5 (A 1, A 6, A 8, A 11 e A 18), Ceará (A 12, A 13 e
A 17) e Minas Gerais (A 5, A 14 e A15), cada um com 16,6% - 3 dos estudos. O Distrito
Federal concentra 11% - 2 (A 4 e A 16) dos estudos selecionados e um artigo não especifica o
local de realização da pesquisa (A 7). Os outros 22,4% - 4 estudos são distribuídos por Goiás
(A 3), Santa Catarina (A 2), São Paulo (A 9) e Rio de Janeiro (A 10). O Gráfico 1 demonstra
a distribuição regional dos estudos, não havendo pesquisas referentes à temática da segurança
do paciente na APS na região norte.

GRÁFICO 1 – DISTRIBUIÇÃO DOS ESTUDOS POR REGIÃO

Fonte: produzido pela autora com base nos resultados dos estudos, 2022.

Como exposto no Gráfico 2, a maioria das publicações ocorreram em 2021 com


27,8% - 5 (A 13, A 14, A 15, A 16 e A 17).

GRÁFICO 2 – DISTRIBUIÇÃO ANUAL DOS ESTUDOS


39

Fonte: produzido pela autora com base nos resultados da pesquisa, 2022.

Durante a análise evidenciou-se que 50% - 9 dos estudos tem como público alvo
enfermeiros, técnicos de enfermagem e/ou equipe de enfermagem (A 1, A 5, A 7, A 8, A 9, A
11, A 12, A 14 e A 18). Dos demais estudos o único que se direciona à uma categoria
profissional específica Agentes Comunitários de Saúde é o referido A 3 (5,6%). 44,4% - 8
dos estudos tem como público alvo profissionais que atuam na APS.
40

5 DISCUSSÃO

Os achados evidenciam existem propostas de discussão sobre a segurança do paciente


na APS. Pode ser visto que os movimentos realizados pela OMS e instâncias nacionais,
como a criação da 13° Câmara do CONASS - 2013 e a atualização da PNAB - 2017,
impulsionaram a realização de pesquisas sobre a temática.
O resultado da pesquisa aponta para uma maior disseminação da temática entre
profissionais de Enfermagem. As metas internacionais para segurança do paciente discutidas
são as Metas 3, de medicação segura, Meta 5, de redução do risco de infecção relacionado à
assistência e a Meta 6, de prevenção de queda e de lesões por pressão.
Para melhor discussão dos achados os resultados foram divididos em categorias.
Assim surgiram 2 categorias, denominadas: “Estratégias utilizadas por profissionais para
promover a segurança do paciente” e “ Estratégias para atingir as metas internacionais de
segurança do paciente”.

5.1 ESTRATÉGIAS UTILIZADAS POR PROFISSIONAIS PARA PROMOVER A


SEGURANÇA DO PACIENTE:

A principal estratégia utilizada nos estudos é o diagnóstico situacional. Esse


diagnóstico compreende na análise das de dados coletados de pessoas que atuam na área
pesquisada (BH, 2010). Deste modo, os dados foram coletados de profissionais da saúde
atuantes da APS.
Com o diagnóstico situacional é possível identificar quais são os riscos existentes na
prática. Essa é uma importante ferramenta de gestão, visto que ao identificar as deficiências
do serviço se torna possível realizar um planejamento efetivo e seguro (BH, 2010).
A utilização desta estratégia torna evidente a necessidade de organização que as
equipes de APS enfrenta. Essa desorganização culmina em uma assistência que expõe os
usuários e trabalhadores a riscos.
Nos achados que identificaram o diagnóstico situacional são apontadas as ações que
vão melhorar a prática exercida. Assim, as ações mais citadas são: educação permanente;
necessidade de capacitação; melhoria na infraestrutura das unidades; maior comunicação
entre gestores, usuários e trabalhadores; melhor organização dos serviços ofertados na APS; e
padronização dos serviços.
Os resultados expõem as fragilidades do microprocesso e macroprocessos da APS.
Segundo Mendes (2015), para o funcionamento de qualidade da APS é indispensável que o
41

microprocesso e o macroprocesso sejam organizados e operantes. Ao identificar nos estudos


as fragilidades nesses processos entende-se que a assistência prestada nos serviços de APS
está desorganizada e gera um cuidado pouco seguro.
Os apontamentos vão em concordância com o Plano de Fortalecimento de Práticas de
Segurança do Paciente na Atenção Primária à Saúde do Rio de Janeiro de 2019-2022 (PFPSP
APS do RJ). No PFPSP é ressaltado que para a implementação de uma cultura de segurança
é necessária uma boa gestão. Deste modo, infere-se que a gestão da APS precisa trabalhar
com o gerenciamento de risco e de qualidade. Tendo como objetivo garantir a
implementação da cultura de segurança e assim atingir as metas internacionais de segurança
do paciente e uma assistência segura.
Nos estudos que utilizaram como estratégia dinâmicas e ações praticas apresentaram
boa aceitação das equipes participantes. Observou-se mudança de atitude dos profissionais
onde os mesmos passaram adquirir uma postura mais consciente frente ao serviço prestado e
até mudança na prática exercida. A utilização de dinâmicas, como forma de promover
atitudes seguras se mostra efetiva.
A utilização de dinâmicas práticas como estratégia de promoção de segurança do
paciente possibilita conhecer o processo que gera risco ao serviço realizado. Segundo os
documentos oficiais do Ministério da Saúde, de 2020, entender o processo facilita na tomada
de decisão para mudança e/ou melhoria das práticas realizadas.
Pode ser visto que as estratégias para promover a segurança do paciente na APS ainda
são iniciais. Os profissionais que mais aparecem como promotores dessa ação são os
enfermeiros e técnicos de enfermagem. Deste modo, é observada nas falas a importância da
consulta de enfermagem para alcançar uma assistência de qualidade.
Esse dado ratifica o papel do enfermeiro na garantia da segurança do paciente. O
trabalho exercido pela profissão possibilita maiores intervenções para melhorar tanto a gestão
como a assistência direta ao paciente (REBRAENSP, 2021).
Deste modo, fica evidente a importância dos profissionais de enfermagem para
garantia de qualidade e segurança na assistência de saúde na APS.

5.2 ESTRATÉGIAS PARA ALCANÇAR AS METAS INTERNACIONAIS DE


SEGURANÇA DO PACIENTE:

Dos estudos selecionados para responder a questão norteadora, apenas 50% - 9


abordam alguma meta internacional de segurança do paciente. Destes, 44,5% - 4 discutem a
Meta 3 de medicação segura (A 5, A 7, A 10 e A 12), 33,3% - 3 trazem a discussão sobre a
42

Meta 5 de redução de risco de infecção associada à assistência (A 1, A 2 e A 18) e 22,2% -2


tratam a Meta 6 de prevenção de lesão por pressão e de quedas (A10 e A11).
Os estudos que discutem a Meta 3 são referentes às práticas seguras nas salas de
vacinas e durante a administração do imunobiológico. Nos estudos ficou evidenciado que a
estrutura das salas de vacinas, ou a falta delas, prejudica a oferta segura da assistência. São
relatadas condições que não contemplam as orientações do Manual de Normas e
Procedimento para Vacinação, 2014, como sala exclusiva e equipamentos específicos para
armazenamento das vacinas. Outro ponto encontrado nos estudos é a falta de conhecimento
dos profissionais sobre as vacinas aplicadas.
Como estratégia utilizada para promover a segurança nas salas de vacinação viu-se o
diagnóstico situacional e dinâmicas práticas. Onde foi apontada a falta de organização dos
processos da sala de vacinação e o baixo conhecimento dos profissionais que operavam as
salas.
Com esses achados foram apontadas a necessidade de realização de ações para
padronizar a assistência e capacitar os profissionais. Assim a criação de pastas com
informações sobre as vacinas e seus possíveis efeitos adversos, criação de POP
(Procedimento Operacional Padrão), investimento em cartazes informativos e maior
supervisão dos enfermeiros responsáveis.
Medidas semelhantes foram tomadas para atingir a meta 5. No processamento de
artigos críticos na APS fica clara a falta de padronização e conhecimento para realização do
serviço quanto quem são os responsáveis por executá-lo. Assim, os profissionais ressaltam a
necessidade de criação de POPs e local exclusivo para realizar os procedimentos.
Ao tratar da meta 6 os estudos realizados trazem como estratégia o Fluxo de
Atendimento, que tem como protagonista as equipes realizam a atenção domiciliar e os ACS.
O fluxo de atendimento domiciliar é trazido pelas ACS, de solicitação dos usuários ou
continuidade de acompanhamento pós hospitalização. Percebe-se que esse fluxo não é bem
definido e padronizado e isso se dá pelos déficits encontrados na APS.
A falta de material humano e de insumos para realizar as ações preventivas da meta 6
dificultam a efetividade do serviço. Assim ocorre uma adequação no serviço impossibilitando
a realização de acordo com Serviço de Atenção Domiciliar (SAD, 2011). Deste modo,
enfermeiras relatam que as tomadas de decisão são realizadas com base em gravidade,
disponibilidade de produtos e situação socioeconômica do usuário. Assim, só é realizado o
tratamento adequado quando o paciente tem condições de custear o seu tratamento.
43

Percebe-se que para atingir os objetivos das metas internacionais é necessário maior
investimento nos processos gerenciais da APS. Para Mendes o bom gerenciamento do
serviço promove a qualidade da assistência e satisfação dos usuários (MENDES, 2015).
44

6 CONCLUSÃO

A segurança do paciente é uma temática bem difundida no ambiente hospitalar.


Discutir segurança protege de ocorrência de danos, dá qualidade à assistência prestada e
preserva não só o usuário com o profissional que realiza os cuidados. No serviço hospitalar
são observadas diversas ações que vão promover e impulsionar a segurança do paciente
No entanto, a assistência em saúde deve ser segura e de qualidade em qualquer
serviço. A APS é composta por diversas demandas que a tornam complexa. Essa
complexidade eleva a tecnologia e abre margem para falhas e assim erros na assistência.
Deste modo, identificar as estratégias utilizadas por profissionais de saúde da APS
para promover a segurança do paciente se torna importante. Utilizando o método de análise
nas bases de dados foi realizada uma pesquisa para saber como o tema vem sendo abordado.
Assim os achados mostraram que os estudos sobre a segurança do paciente na APS
são iniciais. Mas já é possível reunir evidências sobre medidas tomadas em prol de uma
assistência mais segura.
Os achados indicam a importância de um gerenciamento de risco e de qualidade para
garantir o funcionamento dos microprocessos e macroprocessos. Pode ser visto nos estudos
uma desorganização no serviço ofertado que gera insegurança na assistência.
Os estudos citam como principal estratégia realizada na prática da APS para promover
a segurança do paciente o diagnóstico situacional. Essa evidência traz a necessidade de um
conhecimento mais aprofundado das situações de risco na APS. Além de mostrar as
situações de risco o diagnóstico traz possibilidade de formulação de um planejamento.
Deste modo fica claro que para melhorar a realização de práticas seguras na APS é
necessário investir nos processos organizacionais do serviço. Tendo em vista as questões
levantadas e as fragilidades expostas pelos profissionais é importante investir em ações de
educação e conscientização.
Das categorias profissionais a equipe de enfermagem é a mais presente nas ações de
segurança. Esse engajamento mostra a importância do desenvolvimento de habilidades para
promover a segurança nesta categoria profissional. Tendo em vista a diversidade de trabalho
que a APS demanda e as possibilidades de ocupação de cargos que o enfermeiro pode atuar
se torna fundamental o conhecimento acerca de práticas seguras.
Assim entende-se que a realização deste trabalho contribui para fomentar a discussão
e contribui para propagar a temática. Além das contribuições para a prática a realização da
45

pesquisa auxilia na ampliação do entendimento do conceito de segurança do paciente e a


forma que este deve ser inserido desde a formação.
Para as equipes e acadêmicos de enfermagem a presente pesquisa ratifica a
importância do tema para esta categoria profissional. Deste modo, o estudo contribuiu
trazendo informações para melhorar a prática realizada, melhorar a formação de acadêmica e
embasar ações já realizadas.
Assim, conclui-se este trabalho ressaltando a importância de fortalecimento dos
microprocessos e macroprocessos pensados com a gestão de risco e gestão de qualidade. Com
o objetivo de fortalecer a cultura de segurança e assim implementar de maneira efetiva
práticas seguras na Atenção Primária à Saúde.
46

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