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FACULDADE DE MEDICINA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
UBERLÂNDIA - MG
2023
JULLY SILVA DIAS EVARISTO
UBERLÂNDIA - MG
2023
APRESENTAÇÃO
Gostaria de expressar minha sincera gratidão a todas as pessoas que tornaram possível
a conclusão bem-sucedida do meu estágio na atenção primária. Este período foi uma jornada
de aprendizado significativa e enriquecedora, e não teria sido possível sem o apoio generoso
de várias pessoas. Primeiramente, gostaria de expressar minha gratidão aos meus colegas de
estágio. Trabalhar em equipe foi essencial para superar desafios e criar um ambiente de
aprendizado colaborativo. Sou eternamente grata a Profa. Dra. Deborah, por deixar esse
período mais leve e divertido, aprender com você foi uma das coisas mais gratificantes de
toda a graduação, obrigada por tudo mestra.
Por último, mas não menos importante, quero agradecer à minha família e amigos, que
me apoiaram incondicionalmente ao longo desta jornada. Seu amor e encorajamento foram a
força que me manteve de pé por todos esses anos de graduação. Este estágio foi um capítulo
transformador na minha jornada profissional, e estou profundamente grato a todos que
fizeram parte dela.
Muito obrigada!
À minha amada família, noivo e gatinhos, Kaiser e
Joui.
I. INTRODUÇÃO
III. DESENVOLVIMENTO
O Estágio foi realizado na Unidade Básica de Saúde da Família São José, localizada
na Rua Delfina Almeida, 197, Bairro Jardim Brasília, Uberlândia – MG.
Ao buscar memórias para organizá-las em uma linha cronológica para poder começar
a escrever sobre minha história, estagnei em um momento em que vi que não lembrava muito
bem da minha infância, então, como escrever algo que eu me lembro vagamente?. Alguns
álbuns no colo, várias fotos espalhadas no chão, uma simples conversa com a minha mãe (que
vocês logo descobrirão o nome), e memórias começaram a surgir em minha mente. Lembrar
de coisas simples de 20 anos atrás não foi uma tarefa tão fácil, mas no fim rendeu boas
conversas, um cappuccino, fotos de vários momentos feliz e boas lembranças.
Sou a caçula de uma família composta por 4 pessoas, eu, minha mãe, meu pai e meu
irmão mais velho, que se chama Rôgistter. Moravamos no Bairro Jardim Brasília, na cidade
de Uberlândia mesmo, nos fundos da casa da minha avó paterna. Na casa da frente viviam:
minha avó Edmaura, minha tia Elisete, meu tio Edson e minha tia Aparecida, ou seja, desde
pequena sempre tive a casa cheia de gente e minha família sempre por perto, isso nos rendia
grandes almoços de domingo, com direito a macarronada e frango assado. Com essa
convivência aprendi a importância da família, o respeito com as diferenças, o poder do
compartilhar, o respeito com o espaço alheio e acima de tudo o amor, que essa convivência
diária produzia.
Fonte: Arquivo Pessoal
Vivi os primeiros anos com meus pais e meu irmão naquela pequena casa de paredes
brancas, um lugar aconchegante e cheio de amor, cada pequeno detalhe fazia a diferença. Os
sábados eram simples, porém cheio de memórias, cheiros e texturas. Ainda me lembro do
desenho animado que passava na televisão no quarto dos meus pais, o cheiro de amaciante das
roupas sendo lavadas, o barulho da panela de pressão cozinhando algo gostoso pro almoço, a
massa de rosca descansando em cima da mesa, para logo depois serem formadas pequenas
tranças que seriam cobertas de açúcar derretido no fim da tarde. Na estante amarela, ficavam
as lembranças em forma de fotos, cada uma com um sorriso diferente, um espaço, uma
experiência e um lugar em nossos corações.
Fonte: Arquivo Pessoal
Durante a minha infância, minha mãe dava aula de artes no Centro de Formação do
Menor Aura Celeste, onde tive a oportunidade de também estudar e aprender várias coisas,
como: xadrez, croché, pintura em cerâmica, artesanatos, esportes, dança, informática e
biblioteca. A partir do contato com a biblioteca, que iniciou meu amor pelos livros, que
perdura até os dias de hoje. Um dos primeiros livros que me lembro de ter contato, foi “João e
Maria”, a capa colorida, a história de dois irmãos e uma aventura emocionante na floresta,
fugindo dos perigos encontrados. À noite, próximo da hora de dormir, minha mãe lia o livro
pra mim, com um copo grande de leite e achocolatado e várias outras histórias surgiam na
minha cabeça.
Aos meus 4 anos de idade, meus pais viajaram para Londres em busca de
trabalho para conseguirem uma vida melhor, uma casa pra nós, um verdadeiro lar. Durante 3
anos em que eles estiveram fora, morei na casa da minha avó paterna, a mesma onde eu vivia
nos fundos com meus pais e meu irmão. Foram anos em que não sabia ao certo o que estava
acontecendo, um período de incerteza, saudades e muito aprendizado.
Na casa da minha vó, dividia o quarto com minha tia Elisete, ela foi e é uma grande
amiga até hoje, a qual eu chamo também de mãe. Ela e minha vó foram quem mais cuidaram
de mim nesse período de ausência. Aprendi bastante coisas com ambas e me divertia
colocando várias jóias da minha tia vendo ela se arrumar para sair aos fins de semana.
Considero esse período extremamente importante pra mim, pois nele, cresci, amadureci,
desenvolvi a paciência, e aprendi que tudo tem seu devido tempo. Cada processo e fases que
passamos, servem de degrau para nos tornamos quem somos hoje e se possível melhorar
futuramente, tudo isso concomitantemente a nossa vida profissional, para podermos extrair o
melhor e podermos também dar tudo de nós para entregar algo digno na profissão que
escolhemos.
A cada 6 meses, meus pais mandavam caixas por navio, com as mais diversas coisas
de Londres, coisas com um cheiro específico, que me lembrava eles, e ali eu sabia que era um
dia a menos até eu finalmente ver eles novamente. Toda semana, eram incontáveis horas ao
telefone, contando sobre cada coisa nova que havia descoberto, quando aprendi a ler, a andar
de bicicleta, quando aprendi a letra de um dos cantores favoritos do meu pai, cada pequeno
detalhe para trazê-los mais pra perto e faze-los sentir em casa novamente.
IV.C. O retorno
Num dia qualquer, minha tia me fez vestir um dos meus melhores vestidos, arrumou
meu cabelo com minhas tranças e elásticos rosa. Entrei em um carro, sem saber pra onde ia.
Cheguei no aeroporto, não sabia ao certo quem esperar, e nem passou pela minha cabeça que
seriam meus pais, então apenas esperei alguém sem saber ao certo quem era. Avistei uma
figura que me lembrava alguém e demorei alguns segundo para assimilar, com uma camiseta
vermelha e um sorriso no rosto, eu o reconheci. Era meu pai. Corri em meio a multidão que
desembarcava, tropeçando em meio a diversas malas no caminho, até alcança-lo. Ao lado,
estava a minha mãe, diferente de como quando havia ido, com um rosto um pouco cansado,
porém com um coração cheio de saudades.
IV.D. Jardins
Meu primeiro contato com uma escola, foi aos meus três anos de idade, numa creche
na cidade de Uberlândia, chamada MeiMei. Este lugar foi o início de tudo e me lembro
vagamente das atividades que desenvolvia lá, brincadeiras de roda, memória, esconde-
esconde, encaixe, entre outros exercícios. A partir das brincadeiras propostas, entendi o
conceito de compartilhar, paciência, ajudar, a convivência com outras crianças da mesma
idade fez com que eu me visse e enxergasse as mudanças que também estavam acontecendo
em mim. Permanecia na creche por meio período, até minha mãe vir me buscar, nesta época
ela dava aula de artes num Centro de Formação do Menor Aura Celeste, onde algum tempo
depois eu iria estudar também, além da instituição regular.
Como dito anteriormente, algum tempo depois ingressei nesse Centro de Formação,
onde tive a oportunidade de estudar e aprender várias coisas, como: xadrez, croché, pintura
em cerâmica, artesanatos, esportes, dança, informática, além do primeiro contato com uma
biblioteca de verdade. Esse período foi muito importante, pois foi nele que desenvolvi o gosto
pela arte, o mesmo que minha mãe, e foi ótimo compartilhar um hobbie com ela, que naquela
época além de ser minha mãe também foi minha professora de verdade. Após algum tempo na
creche, fui matriculada numa escola chamada ABC, que ficava perto da casa da minha vó,
onde morávamos no fundo na época. Ingressar naquela escola foi um salto muito grande pra
mim, meus pais se mudaram para a Inglaterra, tive meus primeiros amigos na escola, comecei
a natação e criei laços mais fortes com a minha prima, que estudava nessa mesma escola. Foi
nesse mesmo lugar que recebi a primeira bronca da diretora, pois havia quebrado o chaveiro
da minha colega de classe por acidente. Mesmo mudando de escola, eu continuei estudando
no Centro de Formação, onde continuava estudando artes e outras coisas.
Analisando esses primeiros anos de minha vida escolar, como um todo e todas as
pessoas envolvidas no processo, vejo que quero ser a profissional que escuta, que auxilia ao
máximo, entende as diferenças, respeita o tempo de cada um, assim como os profissionais que
fizeram parte dos meus primeiros anos escolares.
IV.E. A – B – C
Aos quatro anos de idade ingressei em outra escola, o ABC, ao qual permaneci até
entrar no ensino fundamental. Foi neste lugar, onde aprendi a ler e tenho memórias muito
legais. Em algumas sextas do mês, podiamos levar brinquedos e o último horário era
destinado para brincarmos com o que haviamos levado, às vezes enchiam a piscina da escola
e como com os brinquedos ficavamos até a hora de ir embora. Foi nesta escola que aprendi a
ler e a escrever, antes mesmo de ingressar no ensino fundamental. Neste período, meus pais já
estavam em Londres, então quem me levava e buscava era ou meu irmão ou minha avó
paterna, com quem eu morava.
Estudar nesse lugar foi o diferencial na minha educação, além da minha alfatização,
tive oportunidade de praticar esportes, como: karatê e capoeira e corrida. O processo de
mudar de escola, não foi fácil, pois me apeguei bastante aos meus professores e todos os
amigos que havia feito ali. Apesar do bullying que às vezes sofria, por ser uma das poucas
crianças negras, isso não impediu que fizesse amigos, que até hoje o nome guardo em minha
memória, Arthur e Gabriel. Tive uma formatura, e foi bem divertida, recebi um diploma
simbólico, além de uma apresentação final de capoeira. Sempre irei me lembrar da docura e
gentileza da minha professora Giselle, quem ensinou a capoeira o karatê e outros esportes
diversos. O processo de separação não foi fácil para mim. Mas havia nossos desafios me
esperando.
IV.F. Ensinos
Uma experiência bastante desagradável que tive nessa escola, que me marcou para
sempre, foi com uma professora, que não vou citar o nome, porém guardo até os dias de hoje.
No primeiro horário de aula, estava bastante apertada e pedi para ir ao banheiro, entretanto, o
pedido foi negado, infelizmente fiz na roupa mesmo. Por bastante tempo, me senti
envergonhada, e durante um bom período não levantava nem nos intervalos, pois sempre
achava que minha calça estava suja ou que as outras pessoas estavam olhando pra mim,
convivi com esse sentimento durante boa parte do ano, e isso, refletiu negativamente em
minhas notas.
No ano de 2008, após o retorno dos meus pais da Inglaterra, fui transferida para uma
escola próxima da minha nova casa. Mudar de escola pra mim foi excelente, pois não me
encontrava mais naquele ambiente tão traumático para mim. Neste novo lugar, tive acesso a
biblioteca da escola, na qual tinha vários livro incríveis, foi lá onde li meu primeiro livro
maior “ O senhor dos anéis” e sempre que podia pegava emprestado livros da biblioteca, era
um mundo mágico. Estudei ali, até ter que ir pro ensino médio, e novamente, assim como no
ABC, tive muita dificuldades em mudar de escola, pois ali, encontrei um ambiente seguro, de
aprendizagem, amizades, acolhimento, respeito, e mudar novamente, com toda certeza seria
muito difícil pra mim.
No ano de 2014 ingressei na nova escola, Ensino Médio, um novo lugar, novos
amigos, novas matérias, novos professores, os três anos decisivos na minha vida, o constante
questionamento sobre o que faria depois da escola, qual curso de fato escolheria. Desde
pequena sempre pensei em cuidar das pessoas, ao ir aos hospitais me sentia encantada com
todo conhecimento, o jaleco branco e todos instrumentos que os profissionais ali utilizavam,
desde pequena já tinha ideia do que queria fazer e isso jamais mudou com o passar dos anos.
Durante todo o ensino médio, estive me preparando para o Exame Nacional do Ensino Médio
(Enem), e no terceiro ano tive a oportunidade de participar de um intensivo de matemática
ofertado pelo meu professor da escola mesmo. Ele convidada os melhores alunos da sala para
seu intensivo que acontecia aos sábados.
Fiz o Enem teste no 2º ano do ensino médio, como um treinamento mesmo. Contudo,
nesse mesmo ano, me interessei pelo Programa Jovem Aprendiz, e comecei a trabalhar
algumas horas do dia em uma empresa chamada Cia da Terra Agronegócios, então eu
conciliava os estudos pela manhã com o trabalho a tarde, foi um período corrido, porém bem
satisfatório, tive experiências que jamais esquecerei. Mesmo depois do meu contrato como
menor aprendiz ter terminado, fui contratada como funcionária definitiva, no qual permaneci
até entrar na faculdade, no ano de 2018. O ensino médio foi um período de escolhas, desafios
e bastante estudo pra mim, eu trabalhei e me dediquei a minha formação, o que refletiu onde
estou hoje e graças ao programa de menor aprendiz já garanti uma experiência de como é
trabalhar de fato.
Durante nosso crescimento, passamos por diversas fases, e em cada uma dessas fases,
gostaríamos de ser uma coisa quando crescêssemos. Diferentemente da maioria, eu não queria
ser bailarina, ou bombeiro, ou policial, ou veterinário, eu enchia o peito de orgulho e dizia que
eu queria ser médica da cabeça. Anos mais tarde eu descobriria de fato o nome real, que era
psiquiatra, mal sabia eu o longo caminho que havia de percorrer. Não oscilei muito em
minhas escolhas de profissão, durante o ensino médio eu tinha uma convicção clara do que
gostaria de fazer e me mantive firme até conseguir parte disso. Infelizmente, não estou no
meu curso de primeira escolha, mas não se engane, eu aprendi a amar e com toda certeza vou
exercer essa profissão linda, corajosa, forte e que urgentemente necessita de um
reconhecimento digno, a enfermagem.
No fim do ano de 2016, estava no 3º ano do ensino médio, eu trabalhava por 4 horas
no dia como menor aprendiz em uma empresa de agronegócios. Como estava no ano da
minha formatura, decidi ingressar em um cursinho preparatório para fazer o vestibular, que
me permitiria ingressar no curso que eu desejava como eu já havia feito como treinamento,
agora era a hora de fazer pra valer. O primeiro curso preparatório que ingressei se chamava
Futuro, eu estudava pela manhã, trabalhava no período a tarde e logo após o trabalho eu ia
para o cursinho, no qual eu permanecia até 22h30min da noite. Eu trabalhava de segunda a
sexta, e aos sábados eu ia até o cursinho para fazer simulados para a prova que estava por vir.
Foi um período bem cansativo, porém eu me sentia motivada e estava ansiosa para me formar
no ensino médio e logo entrar na faculdade. Após certo período, não senti que estava de fato
aprendendo algo com o cursinho, por diversos problemas, então, ao sentar com meus pais
resolvi mudar e comecei em outro lugar, o qual eu agradeço por existir e por me fazer chegar
onde estou graças aos professores dedicados e prestativos que lá trabalhavam. Mesmo
mudando de cursinho, minha rotina permanecia a mesma, contudo, mais cansativa, o cursinho
era bem mais rígido e eu tinha diversas listas de exercícios a serem feitas.
Realizei a prova e não obtive o resultado esperado, contudo, estava no ano de minha
formatura e eu tinha mais algum tempo para me preparar pela frente. Depois de me formar, eu
tinha uma missão importante pela frente, minha faculdade. No início do ano de 2017, meu
contrato de menor aprendiz teve fim, contudo, recebi uma proposta para trabalhar como
efetiva na empresa. Isso foi um grande passo na minha caminhada, visto que, tive diversas
experiências, aprendi muitas coisas, conheci pessoas incríveis, e agora meu tempo se dividia
apenas entre trabalho que agora era em durante o dia todo e continuava com meus estudos a
noite, no mesmo cursinho e agora com minhas amigas como companhia. Foi um ano
novamente bem cansativo, e no fim do ano realizei outra prova, dessa vez o Exame Nacional
do Ensino Médio. Aguardava ansiosamente o resultado e depois de alguns meses o obtive.
Assim que abri o site, eu havia sido aprovada na minha segunda opção, a enfermagem. Ao
ligar eufórica pra minha mãe ela me incentivou, e disse que me apoiaria naquilo que eu
quisesse fazer. Eu aceitei, deixei o emprego pra trás e comecei a correr atrás do que eu sempre
sonhei. Fui aprovada em enfermagem no primeiro semestre de 2018.
Fonte: Arquivo Pessoal
A rotina de uma faculdade integral é bem pesada e por isso foi possível a criação de
grandes laços com eles, uma vez que nos passamos o dia inteiro na faculdade, e muitas vezes
ficamos até tarde da noite estudando na biblioteca antes de uma prova importante a ser feita.
Eles compartilham experiências comigo que eu jamais compartilharia com ninguém,
perrengues no hospital, horas e mais horas no laboratório de enfermagem, repetições de vários
procedimentos, horas em uma sala de estudo compartilhando conhecimento. A universidade
me permitiu viver diversas coisas que jamais pensaria viver, além disso, o amor por essa
profissão maravilhosa cresceu imensamente no meu peito, de pouquinho a pouquinho
tomando todo o espaço, a arte do cuidar é maravilhosa.
Fonte: Arquivo Pessoal
Escrever este portfólio me enche de emoção, pensar em toda trajetória e quem esteve e
está comigo durante todo esse caminho. Lembro-me de cada rosto e pessoa que contribuiu
para que chegar aqui fosse possível, seis anos depois de iniciar essa jornada, encerro
lindamente, cercada de pessoas calorosas e adoráveis (Profª Deborah, Josinha, Lóren, Mariana
e Gabriella).
O Estágio foi realizado na Unidade Básica de Saúde da Família São José, localizada
na Rua Delfina Almeida, 197, Bairro Jardim Brasília, Uberlândia – MG. A unidade conta
com: 02 Auxiliares administrativas/Recepção, 02 Técnicas de Enfermagem, 01 Enfermeira,
01 Médico, 06 Agentes comunitários de saúde (ACS) , 01 Auxiliar de limpeza, 01 Educador
físico, 01 Nutricionista, 01 Assistente social, 01 Fisioterapeuta, entre outros profissionais
especialistas, como psiquiatra, pediatra, ginecologista, ortopedista, que comparecem conforme
a demanda repassada pelo médico.
Fonte: Arquivo Pessoal
Acerca das minhas expectativas sobre o estágio, eu esperava uma oportunidade real
para aplicar os conhecimentos teóricos adquiridos durante a formação acadêmica, como na
disciplina de Saúde da Família e a Saúde Coletiva que tivemos durante vários semestres no
curso. Poder vivenciar situações práticas, lidar com casos reais de pacientes e desenvolver
habilidades clínicas. Além disso, como sabemos a unidade é composta por uma equipe
multiprofissional, a partir disso esperava ser integrada à equipe de saúde, interagindo com
profissionais experientes, como médicos, enfermeiros, e outros membros da equipe
multidisciplinar. Gostaria de participar ativamente das atividades da unidade de saúde,
contribuindo para um ambiente colaborativo, observando diferentes aspectos da atenção
primária, como consultas médicas, atendimentos de enfermagem, e participar de reuniões de
equipe.
Ainda imagina poder observar casos variados para que desta forma pudesse ampliar a
compreensão sobre as necessidades de saúde da comunidade atendida. Um aspecto que
considero importante e que desejava durante o estágio, através das consultas de enfermagem
era aprimorar as habilidades de comunicação com pacientes, familiares e colegas de equipe.
Poder participar em atividades de promoção da saúde e prevenção de doenças na comunidade.
Adquirir uma compreensão mais profunda do sistema de saúde, incluindo questões
relacionadas à gestão, organização e políticas de saúde. E por fim desenovolver uma atitude
reflexiva, avaliando continuamente suas práticas, aprendizados e identificando áreas para
melhoria.
Minhas expectativas pré-estágio foram todas cumpridas e sou grata a equipe que nos
acolheu durante esses meses, eles também foram responsáveis por esse crescimento. Tive a
oportunidade de acompanhar quase todos os profissionais da unidade: os agentes comunitários
em suas visitas diárias as famílias; a enfermeira, em todas suas responsabilidades tanto
assistenciais quanto gerenciais; o médico, seus atendimentos que me fizeram desenvolver um
olhar mais completo em relação ao paciente, em todas as suas necessidades; as técnicas de
enfermagem, seja na imunização, curativos, ou pequenos procedimentos que evidenciam o
verdadeiro cuidado com a comunidade; nos grupos de hiperdia, ou puericultura, nas ações em
saúde, seja na unidade ou nos espaços de convivência da comunidade, trazendo conhecimento
e promovendo a saúde.
Em meus “setores” finais, que na prática são juntos tive a oportunidade de ter as
Técnicas de enfermagem e a profª Deborah como preceptoras, pude aprender bastante sobre
imunização e algumas medicações feitas em UBSFs. As salas de imunização têm uma
importância central na atenção primária à saúde, proporcionando diversos benefícios e
contribuindo para promover o bem-estar da comunidade. As vacinas são uma das formas mais
eficazes de prevenção de doenças infecciosas, crianças, idosos, gestantes e pessoas com
condições de saúde crônicas muitas vezes são mais vulneráveis a essas condições, e por esse
motivo, a imunização contribui para proteger esses grupos vulneráveis, reduzindo a incidência
de complicações associadas a doenças evitáveis por vacinação. Além disso, a imunização é
reconhecida internacionalmente como uma estratégia eficaz para melhorar a saúde global.
Participar de campanhas globais de vacinação ajuda a prevenir a propagação de doenças
transmissíveis em escala mundial, como a COVID-19.
Imunização a domicilio:
Fonte: Arquivo Pessoal
Campanha Multivacinação:
Novembro Azul:
Expresso minha gratidão a todos que estiveram presentes nessa trajetória, colaborando
para meu desenvolvimento e aprofundamento em relação à enfermagem na atenção primária.
Este estágio representa não apenas o término de uma fase, mas é a base firme sobre a qual
edificarei minha carreira profissional, incorporando os princípios e valores obtidos nesta
experiência enriquecedora.
X. REFERÊNCIAS
BARBIANI R., DALLA NORA C. R., SCHAEFER R. Nursing practices in the primary
health care context: a scoping review. Rev. Latino-Am. Enfermagem, [S.I], 2016;24:e2721.
Disponível em: : http://dx.doi.org/10.1590/1518-8345.0880.2721. Acesso em: 28 nov. 2023.
BRASIL. Ministério da Saúde. O que é Atenção Primária?. Disponível em:
https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/saps/o-que-e-atencao-primaria. Acesso em: 28
nov. 2023.
FREITAS, G. M.; SANTOS, N. S. S. Atuação do enfermeiro na atenção básica de saúde:
revisão integrativa de literatura. Revista de Enfermagem do Centro-Oeste Mineiro, [S. l.],
2015. DOI: 10.19175/recom.v0i0.443. Disponível em:
http://www.seer.ufsj.edu.br/recom/article/view/443. Acesso em: 28 nov. 2023.