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e Fitoterapia
PROFESSOR
Dr. Marcel Pereira Rangel
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Coordenador de Conteúdo Renato Castro da Silva Designer Educacional Ivana Martins Curadoria Katia Salvato Revisão
Textual Cintia Prezoto Editoração Adrian Marçareli dos Santos Ilustração Geison Ferreira da Silva Realidade Aumentada
Maicon Douglas Curriel, Matheus Alexander de Oliveira Guandalini, Eduardo Pereira Carvalho Fotos Shutterstock.
FICHA CATALOGRÁFICA
224 P.
ISBN: 978-85-459-2192-9
“Graduação - EaD”.
Impresso por:
Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar
Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679 Diretoria de Design Educacional
Reitor
Wilson de Matos Silva
Dr. Marcel Pereira Rangel
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possibilidades de interação de cada objeto.
RODA DE CONVERSA
PÍLULA DE APRENDIZAGEM
Uma dose extra de conhecimento é sempre bem-vinda. Posicionando seu leitor de QRCode
sobre o código, você terá acesso aos vídeos que complementam o assunto discutido
PENSANDO JUNTOS
EXPLORANDO IDEIAS
EU INDICO
Enquanto estuda, você pode acessar conteúdos online que ampliaram a discussão sobre
os assuntos de maneira interativa usando a tecnologia a seu favor.
O estudo de plantas com ação farmacológica no organismo é um processo antigo e a humanidade foi aprendendo
a selecionar seus constituintes tanto para alimentação quanto para curar os males e doenças. Assim, alguns povos,
como egípcios e mesopotâmicos, dominaram a arte da medicina fitoterápica, evoluindo no processo de cura x doenças.
A Fitoterapia constitui uma forma de terapia medicinal que vem crescendo notadamente nestes últimos anos, ao
ponto que, atualmente, o mercado mundial de fitoterápicos gira em torno de, aproximadamente, 22 bilhões de dóla-
res. Atentos a isso, a indústria farmacêutica investiu neste tipo de comércio, tanto que um estudo da FDA (Food and
Drugs Administration) mostrou que 50% dos medicamentos aprovados entre 1981 e 2006 são direta ou indiretamente
derivados de produtos naturais. Mesmo que a nova entidade química não passe em todos os testes clínicos, ela servirá
de modelo para a síntese de novos candidatos a fármaco.
Dentro desta perspectiva, o Brasil é um país privilegiado, considerando sua extensa e diversificada flora, detendo
aproximadamente um terço da flora mundial, assim, existe no país um grande número de grupos de pesquisa que tem
contribuído significativamente para o desenvolvimento da química de produtos naturais de plantas, a quimiotaxonomia,
a farmacologia de produtos naturais e outras áreas relacionadas.
É fundamental destacar que a falta de acesso ao medicamento é um dos fatores associados, muitas vezes, à
utilização dos fitoterápicos. Entretanto, é importante destacar que o uso deste tipo de composto deve ser respaldado
por um profissional habilitado e, além disso, a produção dos compostos é complexa envolvendo desde o plantio,
colheita, extração e produção final.
Outro ponto importante a se destacar é a falsa crença que pode ocorrer, muitas vezes, pelas pessoas, de que,
por se constituir de um medicamento fitoterápico à base de produtos naturais, não desenvolva efeitos adversos ou
toxicológicos na população. Deste modo, a garantia da eficácia e de todos os processos desde a extração até a comer-
cialização são imprescindíveis para eficácia do produto final disponibilizado à população. Neste aspecto, o ministério
da Saúde atento às demandas e necessidades populacionais, aprovou mais de 60 compostos medicinais a base de
plantas, dos quais a maioria é de uso popular a muitos anos, e agora, passam por uma maior fiscalização desde a sua
extração até comercio final.
Portanto, nota-se que a farmacologia relacionada à fitoterapia possui inúmeras interfaces, que envolvem um
processo interdisciplinar, multidisciplinar e interinstitucional, relacionando diversas áreas de conhecimento que vão
desde a antropologia botânica, fitoquímica, farmacologia, toxicologia, biotecnologia, química orgânica até a tecnologia
farmacêutica e aspectos nutricionais, com objetivo final para o desenvolvimento de fitoterápicos.
Neste contexto, o profissional nutricionista foi contemplado pelas Resoluções do Conselho Federal de Nutrição (CFN)
525/20131 e CFN 556/20152, onde regulamentam a prática da Fitoterapia pelo nutricionista, atribuindo-lhe competên-
cia para, nas modalidades que especifica, prescrever plantas medicinais e chás medicinais e medicamentos, produtos
tradicionais e preparações magistrais de fitoterápicos como complemento da prescrição dietética. Essa atribuição é
permitida aos profissionais nutricionista com Título de especialista outorgado pela Associação Brasileira de Nutrição
(ASBRAN) ou Certificado, devidamente registrado do CRN, de pós-graduação Lato Sensu com ênfase em Fitoterapia.
Você consegue imaginar a importância da fitoterapia para a humanidade ao longo dos anos? E na sua vida? Ou,
já parou para pensar como seria o tratamento das doenças ou complicações clínicas sem que pudéssemos utilizar
plantas ou seus derivados no desenvolvimento de medicamentos? Isso causaria limitação ou impacto nos tratamentos
dos pacientes? Também já pensou como elas são extraídas e se apresentam algum tipo de malefício no seu uso? Difícil
pensar que todos esses assuntos estão interligados e conectados, certo?
Mesmo que não pareça, muito antes do produto final chegar à população, todo processo de extração, análise far-
macológica, interação e toxicidade são analisadas e testadas para que o produto final seja utilizado como tratamento
em alguma situação. Isso demonstra a importância da utilização de compostos a base de plantas no desenvolvimento
dos medicamentos, constituindo, assim, a base da farmacologia moderna.
No estudo deste livro, iremos caminhar por esse complexo caminho, que envolve desde a análise básica dos métodos
extrativos até o possível potencial terapêutico ou tóxico da planta, portanto, será fundamental o entendimento da comple-
xidade do assunto, para isso, estar atualizado dos principais descritores relacionados ao assunto é imprescindível, desse
modo, faça uma pequena busca de medicamentos à base de plantas, para isso você pode utilizar palavras como: fitoterapia,
nutracêuticos e farmacognosia. Após essa pequena busca, realize uma reflexão descritiva ou não sobre a importância do
estudo das plantas e seus compostos atualmente e tente relacionar a sua vida e como este livro irá lhe auxiliar.
Vamos tentar mergulhar no assunto, experimente pensar em você em contato com a natureza, uma floresta, um campo
repleto de flores e folhas. Em algum momento você pensou que esse seria o cenário ideal para descobrir um novo com-
posto, capaz, talvez, de ser a chave para o tratamento de uma doença? Não seria maravilhoso? Para isso, você precisará
ter noções básicas de como extrair o produto essencial para formulação do seu composto, além disso pesquisar sobre as
análises farmacológicas (farmacocinética e farmacodinâmica), além de toxicológicas (toxicocinética e toxicodinâmica) e, a
partir destes questionamentos, você deveria se perguntar “eu saberia resolver todas essas questões”? Saberia o melhor
método de extração? Quais testes foram utilizados para avaliar o efeito? Como avaliar a toxicidade? Qual melhor grupo de
estudo? Qual melhor planta? Folhas? Flores? E talvez, após estes questionamentos, você chegará a uma conclusão de que
todo seu conhecimento prévio é imprescindível para o sucesso de seu desenvolvimento profissional. Deste modo, vale
a pena uma pequena autorreflexão antes do início da nossa jornada, “Como eu me sairia neste cenário?” Eu conseguiria
resolver todas estas questões? Teria facilidade? Dificuldade? Onde eu ficaria com mais perguntas a serem respondidas?
Para isso, utilize seu Diário de Bordo respondendo brevemente esses questionamentos, lembrando que todos estes temas
serão abordados em toda esta unidade, com objetivo de lhe auxiliar nestas respostas.
Agora que você já teve uma breve experiência sobre a temática deste livro, que tal se fizéssemos um breve desafio,
vá até uma farmácia ou qualquer loja que comercialize produtos à base de plantas e analise quais medicamentos você
irá encontrar com a formulação que contenha planta ou seus derivados. Após essa breve imersão, faça uma breve busca
para quais doenças ou condições são utilizados, como foram formulados, extraídos e, o mais importante, como saber
se são confiáveis. Após essa breve imersão, vá até uma farmácia e analise quais destes medicamentos estão disponíveis.
O que acha de colocar tudo no papel? Pegue os conceitos apresentados que, primeiramente, veem em sua mente, e
depois tente relacioná-los com intuito de formular o conteúdo, nós chamamos isso de brainstorming, ferramenta imprescin-
dível na construção do conhecimento, e fique tranquilo se inicialmente suas considerações forem superficiais, é exatamente
por isso que você está iniciando essa jornada junto conosco e verá que, ao longo do módulo, iremos propor diversos
tipos de avaliações com objetivo de fixar e que você tenha a melhor compreensão possível do conteúdo apresentado.
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11 2
37
PRINCÍPIOS BÁSICOS FÁRMACOS QUE
DA FARMACOLOGIA ATUAM NO TRATO
GASTROINTESTINAL
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FÁRMACOS QUE FARMACOLOGIA
ATUAM NO HORMONAL
METABOLISMO
GLICÊMICO E
LIPÍDICO
5 105 6
127
FÁRMACOS QUE FÁRMACOS QUE
ATUAM NA OBESI- ATUAM NOS
DADE - FÁRMACOS E DISTÚRBIOS COM-
SUBSTÂNCIAS PORTAMENTAIS
RELACIONADAS AO ATIVADORES E DE-
ESTILO DE VIDA E PRESSORES DO
ESPORTE SISTEMA NERVOSO
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151 171
MÉTODOS DE PRINCÍPIOS BÁSICOS
EXTRAÇÃO E PRO- DA TOXICIDADE
DUTOS NATURAIS
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INTERAÇÃO MEDICAMENTOS
X PLANTAS E INTERAÇÃO
ALIMENTAR X PLANTAS
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Princípios Básicos da
Farmacologia
Dr. Marcel Pereira Rangel
Quando você toma algum medicamento, já pensou como ele caminha dentro do organismo para fazer
efeito? Pense, você está com dor de cabeça, e toma um comprimido para tal. Como aquele composto
que você engole sabe onde está a dor? Ou a inflamação? Muito interessante, não é mesmo? Todas
estas etapas do caminho do medicamento até seu efeito e eliminação serão abordadas neste capítulo.
Os caminhos do medicamento desde sua administração, seu efeito e sua eliminação são denominados
Farmacocinética e Farmacodinâmica. Estes estudos garantem que o composto ativo seja absorvido,
faça seu efeito e seja prontamente eliminado do organismo, minimizando a probabilidade de provocar
efeitos adversos, e a partir destes estudos são definidas como será a via de administração e formulação
do composto. O estudo dos processos farmacocinéticos e farmacodinâmicos do fármaco correspondem
a um processo demorado, que pode levar até 2 anos para serem finalizados, dependendo da comple-
xidade estrutural do fármaco. Esse processo deve ser bem detalhado, uma vez que ele determinará
qual via de administração do medicamento, como ele será eliminado, onde realizará o efeito e quais os
possíveis efeitos adversos o medicamento pode causar, assim, todas as análises devem ser bem feitas e
o conhecimento dos processos deve ser compreendido na sua integridade. Portanto, conhecer todos
os processos, suas etapas e suas variações são fundamentais para melhor compreensão do capítulo.
Para aplicarmos, veja em sua casa, com amigos ou no trabalho, quais formulações (gotas, compri-
midos, aerossóis) de um mesmo medicamento estão disponíveis e perceba que, para alguns, temos
apresentações em muitas formas farmacêuticas, e outros, somente em uma, e pergunte-se por quê?
Pense um pouco no que acabamos de acordar, não seria mais fácil e prático se você pudesse escolher
como tomar o seu medicamento? Por que antes ou durante a refeição? De 8 em 8 ou de 12 em 12 horas?
Ou “em gotas” e não comprimido? Pensando nisso, você pode, primeiramente, se perguntar: como isso
é definido? E para tentar responder a essas questões, deve-se pensar no medicamento antes mesmo
dele ser comercializado, ou seja, no seu desenvolvimento, uma vez que, durante este processo, uma das
etapas mais importantes baseia-se no estudo em que se avalia qual a melhor via de administração do
medicamento, e após esta decisão, outras pesquisas relacionadas a sua efetividade, toxicidade, efeitos
adversos e vias de eliminação são definidas. Somente após todos estes testes, em células e em animais,
chamada fase pré-clínica, o composto está apto para testar sua segurança e eficácia em seres humanos,
e isso leva em torno de 5 a 10 anos. Você pensava que esse processo era tão complexo assim? Sem
problemas, este capítulo irá auxiliar no seu entendimento sobre os processos de absorção, metaboli-
zação, degradação e efeito dos princípios ativos, sejam de origem sintética ou natural. Para melhor
compreensão, que tal uma pequena dinâmica? Faça um brainstorming do assunto, ou seja, coloque em
um papel tudo o que você conhece sobre os princípios farmacocinéticos e farmacodinâmicos, guarde e
compare o seu conhecimento inicial com o conhecimento que você adquiriu após este módulo acabar.
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UNIDADE 1
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UNICESUMAR
Farmacocinética Farmacodinâmica
Absorção
Distribuição
A
D
M Atividade
E
Metabolismo
Excreção
Descrição da Imagem: na imagem é possível visualizar o desenho de um corpo dividido em dois momentos, do lado esquerdo da
imagem as fases da farmacocinética estão escritas em preto (Absorção, Distribuição, Metabolização e Excreção). Ainda do lado esquer-
do, no canto superior, está escrito (Farmacocinética), abaixo há um triângulo amarelo, uma flecha preta sai desse triângulo e entra no
corpo pelo pescoço e vai até outro triângulo desenhado no centro do corpo, próximo a região do umbigo, desse triângulo no centro
saem quatro flechas, três verdes e uma preta, a primeira flecha verde sai do triângulo e vai até o crânio indicando uma bolinha verde,
a segunda flecha verde sai do triângulo central e vai até o ombro direito indicando uma bolinha verde, a terceira flecha verde sai do
triângulo central e vai até o quadril do lado direito indicando também uma bolinha verde, por último, a quarta flecha, na cor preta, sai do
triângulo central e indica outro triângulo fora do corpo na cor cinza, na parte inferior da imagem. No lado direito da imagem, no canto
superior, está escrito (Farmacodinâmica) e no centro da imagem, abaixo do braço do desenho está escrito (Atividade), ambos na cor verde.
Novos fármacos são planejados e testados em formas posológicas distintas e administrados por uma
via específica. Deste modo, o sucesso do tratamento farmacológico envolve muitos fatores, dentre
eles wa escolha correta da via pela qual o medicamento será administrado (GOLAN et al., 2014).
Assim, quando se determina a via de administração a ser utilizada, de certo modo, define-se também
a superfície a qual o fármaco terá que ultrapassar para que seja distribuído na circulação até a chegada
ao órgão alvo (WHALEN; PANAVELIL; FINKEL, 2016). As vias de administração são escolhidas
para tirar proveito das moléculas de transporte e de outros mecanismos que possibilitem a entrada
do fármaco nos tecidos corporais (GOLAN et al., 2014). A via de administração é determinada,
primariamente, pelas propriedades do fármaco (p. ex., hidro ou lipossolubilidade, ionização) e pelos
objetivos terapêuticos (p. ex., necessidade de um início rápido de ação, necessidade de tratamento
por longo tempo ou restrição de acesso a um local específico). As vias principais de administração
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UNIDADE 1
Tipos de Injeções/Administrações
Intramuscular Subcutânea
Intravenosa
Intradérmica
Figura 2 - Representação dos tipos de vias parenterais, bem como seus níveis de profundidade na pele.
Descrição da Imagem: a imagem apresenta as maneiras de aplicar medicamento pela via injetável. Na parte superior da imagem, no
centro, está escrito “Tipos de Injeção”. No lado direito, na parte inferior, há o desenho de um quadrado representando as camadas da
pele. Na parte superior do quadrado na cor marrom clara, no centro, há um pelo na cor preta. No lado esquerdo do quadrado estão
descritas as camadas da pele, começando, na parte superior, epiderme, abaixo a derme, abaixo o tecido subcutâneo e por último o
músculo. Na parte superior da imagem, sobre o quadrado, há uma seringa com sua agulha que penetra todas as camadas até chegar
no músculo, acima dessa seringa está escrito “Intramuscular”. No lado direito do quadrado, na parte mais central da imagem, há outra
seringa com agulha que penetra as camadas até chegar no tecido subcutâneo, acima dessa seringa está escrito “Subcutânea”. No lado
direito do quadrado, logo abaixo da seringa anterior, há outra seringa com agulha que penetra a epiderme e a derme até chegar ao vaso
sanguíneo, acima dessa seringa, do lado direito da imagem, está escrito “Intravenosa”. No lado direito da imagem, na lateral direita do
quadrado, há outra seringa com agulha que penetra a derme, no canto esquerdo da imagem, atrás da seringa está escrito “Intradérmica”.
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UNICESUMAR
Intravenosa (IV): útil para fármacos que não são absorvidos por via oral, permite um efeito rápido e
um grau de controle máximo sobre a quantidade de fármaco administrada. Vantajosa para fármacos
que podem causar irritação quando administrados por outras vias, porque o fármaco se dilui no sangue
rapidamente. Entretanto, pode precipitar constituintes do sangue, causar hemólise ou outras reações
adversas se for introduzida muito rapidamente ou se alcançar concentrações elevadas.
Intramuscular (IM): fármacos administrados estão em soluções aquosas, que são absorvidas ra-
pidamente, ou em preparações especializadas de depósito, que são absorvidas lentamente. À medida
que o veículo se difunde para fora do músculo, o fármaco se precipita no local da injeção.
Subcutânea (SC): oferece absorção por difusão simples e é mais lenta do que a via IV. A injeção
SC minimiza os riscos de hemólise ou trombose associados à injeção IV e pode proporcionar efeitos
lentos, constantes e prolongados. Esta via não deve ser usada com fármacos que causam irritação
tissular, porque pode ocorrer dor intensa e necrose. Fármacos administrados comumente por via SC
incluem insulina e heparina (RANG; DALE, 2016).
Outras:
Inalação oral: as vias inalatórias oral e nasal (ver adiante) asseguram a rápida oferta do fármaco
por meio da ampla superfície.
Tópica: a aplicação tópica é usada quando se deseja um efeito local do fármaco, ou seja, aplicado
diretamente na pele para o tratamento.
Transdérmica: essa via de administração proporciona efeitos sistêmicos pela aplicação do fármaco
na pele, em geral, por meio de um adesivo cutâneo. A velocidade de absorção pode variar de modo
acentuado, dependendo das características físicas da pele no local da aplicação e da lipossolubilidade
do fármaco.
Retal: Como 50% da drenagem da região retal não passa pela circulação portal, a biotransformação
dos fármacos pelo fígado é minimizada com o uso desta via. A vantagem adicional da via retal é evitar
a destruição do fármaco no ambiente Trato Gastrointestinal (TGI). Ela também é útil se o fármaco
provoca êmese (vômito), quando administrado por via oral, ou se o paciente já se encontra vomitando
ou se está inconsciente (RANG; DALE, 2016; KATZUNG; GRAW, 2013).
FASES FARMACOCINÉTICAS
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UNIDADE 1
Figura 3 - A administração do fármaco pela via oral e sua passagem pelo sistema digestório
Descrição da Imagem: A imagem apresenta, ao centro, uma mão com 5 tipos de comprimidos, sendo uma cápsula azul claro e escura,
um comprimido vermelho, um verde, um amarelo e um azul. Ao lado da mão, do lado esquerdo, temos um comprimido (preto e amarelo)
grande acenando para o leitor com a mão direita e um grande sorriso mostrando os dentes. No canto superior esquerdo da imagem, há
um copo azul com água até sua metade, ao lado uma figura representando paciente em amarelo observado o medicamento a sua mão,
um pouco abaixo, o paciente agora em verde, está tomando o copo de água, acima desta imagem, temos um copo azul com três tipos
de medicamentos: um comprimido amarelo, uma capsula azul clara e um comprimido vermelho. E por fim, aparece a última descrição
do paciente em rosa, este, aparece de lado, com trajeto da boca até o estômago onde é observado os medicamentos dentro do órgão
representado por um comprimido azul e duas cápsulas, uma rosa escura e claro e outra azul escuro e claro.
Mecanismos de absorção de fármacos a partir do TGI - constitui modo mais seguro, comum,
conveniente e econômico de administrar os fármacos apresentando a absorção direta na circulação san-
guínea. Atualmente, são divididos em via oral (Figura 3), sob a língua (sublingual) ou entre a bochecha
e a gengiva (bucal) (GOODMAN; GILMAN, 2012; FUCHS; WANNMACHER; FERREIRA, 2010).
Dependendo das propriedades químicas, os fármacos podem ser absorvidos do trato gastroin-
testinal por difusão passiva, difusão facilitada, transporte ativo ou endocitose. Veículos de fármacos
podem ser muito importantes em facilitar o transporte e a permeação, por encapsular o agente ativo
em lipossomos e regular a liberação, como em preparados de liberação lenta, representados na Figura
4. Métodos mais novos de facilitar o transporte de fármacos por seu acoplamento a nanopartículas
estão sendo pesquisados (KATZUNG; GRAW, 2013; FUCHS; WANNMACHER; FERREIRA, 2010).
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UNICESUMAR
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UNIDADE 1
Descrição da Imagem: a imagem representa um tecido e seus receptores expressos na membrana, na parte inferior (parte interna - cor
rosada) e sangue (parte externa em azul), também pode-se observar pequenos pontos que representam os fármacos que variam de cor
ao decorrer da imagem. No primeiro processo, do lado esquerdo, observa-se o transporte conhecido como difusão, este é representado
por uma seta que se inicia no ambiente externo (mais concentrado) para o ambiente interno (menos concentrado), nela percorre o
fármaco representado pela coloração azul. Ao lado, seguindo para direita, observa-se o transporte conhecido como difusão facilitada,
representado por dois processos, que necessita de transportadores acoplados na membrana e tem início no ambiente externo (mais
concentrado) para o ambiente interno (menos concentrado), no primeiro processo, o fármaco representado pela coloração verde per-
corre do meio mais concentrado para o meio menos concentrado. No segundo processo, o fármaco representado por círculos na cor
rosa, percorre do meio mais concentrado para o meio menos concentrado. Separado por um tracejado, do lado esquerdo da imagem,
encontra-se o último tipo de transporte, conhecido como transporte ativo, na figura nota-se dois tipos de transporte inicialmente do
ambiente interno (mais concentrado) para o ambiente externo (menos concentrado), provocando o gasto de energia (representado
pelo ATP), e por fim último transporte do ambiente externo (mais concentrado) para o ambiente interno (menos concentrado).
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UNICESUMAR
BIODISPONIBILIDADE - após o fármaco sofrer sua dissolução (Figura 5) e absorção, ele atingirá
a circulação sistêmica, estando sua concentração diretamente relacionada à via de administração do
fármaco, à sua forma química e a certos fatores específicos do paciente – como transportadores e
enzimas gastrointestinais e hepáticos (GOLAN et al., 2014).
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UNIDADE 1
Descrição da Imagem: Imagem em azul escuro no fundo com uma cápsula em destaque no canto inferior esquerdo, esta cápsula
possui, na parte superior, a cor azul clara e na inferior azul escura. A imagem representa o fármaco em azul cintilante/brilhante saindo
de dentro da cápsula e sendo difundido na circulação.
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UNICESUMAR
Concentração do medicamento
no organismo
Intravenoso
Intramuscular
Subcutâneo
Oral
Tempo (t)
Descrição da Imagem: a imagem apresenta um gráfico com duas variáveis, horizontalmente o tempo, e verticalmente a concentração
de droga no corpo, ambos marcados por um traço preto. Na primeira imagem, tem-se a representação da administração por via intra-
venosa, representada por uma seringa branca, com agulha preta e líquido até metade rosa, esta, insere-se no braço com veia vermelha
marcada, sua administração está representada no gráfico pela linha rosa que inicialmente começa com uma alta concentração de
droga no corpo, mas à medida que o tempo passa essa concentração vai caindo. A próxima imagem representa a via de administração
intramuscular em verde, a imagem representada por uma seringa branca, com agulha preta e líquido até metade rosa, esta, insere-se
no músculo do braço representado por uma imagem acastanhada e com rasuras pretas. Sua administração está representada no
gráfico pela linha verde que, inicialmente, começa com uma alta concentração, menor que a linha rosa anteriormente apresentada, de
droga no corpo, mas à medida que o tempo passa essa concentração vai caindo. A próxima imagem representa a via de administração
subcutânea em azul, a imagem representada por uma seringa branca, com agulha preta e líquido até metade rosa, esta, insere-se na
parte subcutânea da pele representado por uma imagem rosada e com rasuras brancas. Sua administração está representada no grá-
fico pela linha azul que, inicialmente, começa com uma alta concentração de droga no corpo, mas à medida que o tempo passa essa
concentração vai caindo. Por fim, a última imagem representa a via de administração oral em roxo, a imagem representada por uma
pessoa engolindo um comprimido vermelho, este, desce pelo trato gastrointestinal representado por um tudo branco dentro do corpo
rosado. Sua administração está representada no gráfico pela linha roxa que, inicialmente, começa com uma concentração inferior que
as outras de droga no corpo, mas à medida que o tempo passa essa concentração vai caindo.
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UNIDADE 1
Descrição da Imagem: imagem com fundo branco e uma representação do fígado em vermelho e vesícula biliar em verde ao centro.
Em destaque, encontra-se uma caixa de medicamento entreaberta em azul, expondo quatro ampolas de fármacos com um liquido
amarelo, que preenche quase em sua totalidade as ampolas.
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UNICESUMAR
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UNIDADE 1
DETOXIFICAÇÃO
Toxinas
Fase 1
decomposição
de toxinas
Fase 2
Neutralizar
toxinas
Resíduo
Bile Urina
Figura 8 - Representação do processo de metabolização do organismo envolvendo fígado, vesícula biliar e rins.
Descrição da Imagem: : a imagem apresenta um fluxograma, na parte superior da imagem, no centro, está escrito "Detoxificação";
abaixo, inicia-se o fluxograma com o desenho do fígado em vermelho ao centro, neste fígado aparece a entrada da toxina/fármaco,
ocorrendo, assim, as reações de Fase 1 e 2, formando o resíduo. Uma seta sai do fígado na parte inferior indicando a palavra "Resíduo".
Abaixo da palavra resíduo saem duas setas, uma para a direita e outra para a esquerda. A seta para a esquerda indica a vesícula biliar,
desenhada em verde, uma seta sai da vesícula biliar e indica o intestino, logo abaixo. Ao lado dessa seta está escrito bili. A seta para a
direita indica os rins, outra seta sai dos rins e indica a bexiga, logo abaixo. Ao lado dessa seta está escrito urina.
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UNICESUMAR
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UNIDADE 1
Descrição da Imagem: a imagem apresenta três colunas e três linhas com desenhos em cada uma. Na primeira linha, no canto esquerdo
superior, possui duas pessoas e um comprimido, seguindo o raciocínio do teste, a próxima imagem à sua direita representa uma mo-
lécula de DNA e ao seu lado um microscópio finalizando a primeira linha. Na segunda linha, há o desenho de um vidro representando
processos químicos e logo após uma estrutura molecular, por fim, tem-se um paciente e um frasco de medicamento indicando o início
do teste clínico. Na última linha do lado esquerdo, observa-se duas pessoas com um tubo de sangue, ao lado uma mão com uma gota
de sangue e um tubo de ensaio, sendo finalizada a imagem com uma prancheta com os dados analisados.
Agora que você já está contextualizado com os processos cinéticos do fármaco, ou seja, como nosso
organismo interage com ele, que tal aprendermos como ocorre o seu efeito? Lembre-se do início do
capítulo, quando foi questionado como o princípio ativo “sabe” onde ele precisa desenvolver seu
efeito terapêutico: pois bem, vamos desvendar esse mistério! Sigamos em frente e iniciemos o estudo
dos processos farmacodinâmicos!
FARMACODINÂMICA – o termo farmacodinâmico se refere aos efeitos do fármaco no corpo,
ou seja, trata-se da ligação do fármaco com seu receptor específico desencadeando uma resposta no
organismo, processo representado pela Figura 9. Portanto, o estudo da farmacodinâmica se baseia no
conceito da ligação fármaco-receptor, uma vez que isso acontece, pode ocorrer uma resposta como
consequência dessa interação, se por acaso, existir um número considerável de receptores ocupados,
ou seja, a resposta a um fármaco é proporcional à concentração de receptores ligados (ocupados)
(GOODMAN; GILMAN, 2012; KATZUNG; GRAW, 2013).
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UNICESUMAR
Quando pensamos em efeito, a primeira palavra que deve vir a sua mente se chama receptor, mas
você realmente sabe o que isso quer dizer? Receptor é um termo genérico para descrever o local de
ação de um fármaco, ou seja, é uma molécula com propriedades que interagem com o fármaco, provo-
cando o efeito desejável ou não. Essas interações fármaco-receptor, normalmente, são classificadas
em estado ativo ou inativo, e deste modo, os fármacos são classificados de acordo com a capacidade
em manter ou alterar este estado, sendo divididos em:
Agonista: processo que favorece o efeito celular quando ocorre a ligação do receptor ao fármaco.
Antagonista: processo que dificulta ou inativa o efeito celular quando ocorre a ligação do re-
ceptor ao fármaco. Este ainda pode ser subdividido em: Reversíveis e Irreversíveis, ou seja, seu efeito
pode ser suprimido rapidamente ou seu efeito é prolongado, estando diretamente relacionado com
sua especificidade ao sítio de ação.
Após a interação fármaco x receptor, tem-se uma série de efeitos relacionados à concentração x
tempo, sendo considerados: efeitos imediatos, tardios e cumulativos (GOODMAN; GILMAN, 2012).
Efeitos Imediatos à: diretamente proporcional à concentração plasmática do fármaco, iniciando,
imediatamente após a administração do fármaco.
Efeitos Retardados à: atraso no mecanismo de ação, estão relacionados com alterações na con-
centração plasmática e no volume de distribuição. Deste modo, o efeito, leva um tempo até seu início,
dependendo do processo de absorção e distribuição do fármaco no organismo.
Efeitos Cumulativos à: relacionados ao potencial cumulativo, normalmente associado a
lipossolubilidade do composto e seu volume de distribuição, entretanto, condições como agres-
sões hepáticas e renais não devem ser descartadas, uma vez que interferem diretamente na
biotransformação e excreção dos compostos. Assim, o efeito ocorre a longo prazo, ou seja, pode
demorar horas ou dias para iniciar-se ou sessar-se (RANG; DALE, 2016; KATZUNG; GRAW,
2013; GOLAN et al., 2014; FUCHS; WANNMACHER; FERREIRA, 2010).
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UNIDADE 1
Sinal
Receptor
Líquido Extracelular
Membrana
Líquido Intracelular
Canal Fechado Canal aberto
Descrição da Imagem: a imagem apresenta o processo de interação fármaco x receptor. Na parte superior da imagem, no centro, está escrito
"Canal de Íon fechado por ligante". No centro da imagem há o desenho de uma membrana celular em amarelo escuro, onde observa duas
proteínas de forma oval em azul escuro com seus respectivos receptores acoplados na forma de Y. Abaixo desta membrana se tem o meio
intracelular na cor bege claro e, acima, o meio extracelular representado pela coloração azul clara. Do lado esquerdo da membrana há o dese-
nho de uma proteína com seu canal fechado. Acima desta proteína há pequenos círculos na cor vermelha, na superfície desta proteína há um
receptor em formato de Y. Na parte inferior sai uma seta indicando a palavra "Canal fechado". No lado direito há o desenho de uma proteína
com o canal aberto; na superfície desta proteína há um receptor na forma de Y e nele está acoplado um fármaco, representado por hexágono
verde. Acima desta proteína há pequenos círculos vermelhos, uma flecha aponta para o canal aberto e dentro do canal há um círculo vermelho,
abaixo dela, no meio intracelular, há dois círculos vermelhos. Uma seta sai da parte inferior da proteína indicando a palavra "Canal Aberto"
Você saberia me dizer quanto tempo demoraria da descoberta do princípio ativo desde sua ex-
tração até a aprovação pré-clínica nesta etapa em que estamos? Pense um pouco. Reflita sobre
tudo o que abordamos. Já tem uma estimativa?
Em média, a pesquisa pré-clínica, ou seja, a análise das interações entre o fármaco x organismo
analisados em animais, demora em média 1 a 2 anos, achou muito tempo? Esse tempo é necessário
para que haja uma compensação do potencial tóxico do fármaco, bem como qual sua melhor via
de administração, como ele é eliminado, metabolizado e, somente se for aprovado nesta etapa, o
fármaco está apto a iniciar os estudos clínicos. No desenvolvimento dos estudos clínicos, é importante
o acompanhamento dos parâmetros farmacocinéticos e farmacodinâmicos para que se comprove
em humanos o que foi analisado em animais, e qualquer variação deve ser analisada e decidir se
os testes continuaram ou retornaram à fase pré-clínica.
29
UNICESUMAR
Interações Fármaco-Receptor
Como o fármaco, ao ser disponibilizado na circulação sanguínea, sabe onde deve se ligar para
promover o efeito desejável?
Essa pergunta pode facilmente ser respondida, com o estudo da interação fármaco x receptor
(macromoléculas que, ao se ligarem ao fármaco, iniciam alterações celulares), com objetivo de pro-
vocar o seu efeito específico. Entretanto, a seletividade da ligação entre os fármacos e seus respectivos
receptores pode também iniciar os efeitos indesejáveis.
Como a ligação do fármaco produz uma alteração bioquímica e/ou fisiológica no organismo?
Sabe-se que a ligação de um fármaco a seu receptor resulta em mudança na conformação do
receptor, e esta alteração afeta diretamente a sua função (RANG; DALE, 2016).
Descrição da Imagem: imagem representada por uma membrana externa em azul, em que se nota a presença de receptores acima,
estes estão se conectando a moléculas de fármacos representadas em vermelho.
30
UNIDADE 1
INSÔNIA
VÔ
MI
TO
ALERGIA
IRRITABILIDADE
SUOR
SE A
NAU
DI
AR
C A
CÓLI
RE
IA
Figura 12 - Representação dos efeitos farmacológicos e adversos do medicamento após sua administração
Descrição da Imagem: imagem descreve alguns efeitos adversos comuns na administração do medicamento, sendo escrito, cada um,
em um pedaço de papel branco, sendo: Insônia, Vômito, Alergia, irritabilidade, Suor, Cólica, Diarreia e Náusea. Entre eles há comprimidos
de diversas cores e tamanhos espalhados.
Índice terapêutico - Definida como faixa de doses (concentrações) de um fármaco que pro-
duz resposta terapêutica, sem efeitos adversos inaceitáveis (toxicidade), em uma população de
pacientes. Para fármacos que apresentam pequena janela terapêutica, é preciso efetuar estreito
monitoramento de seus níveis plasmáticos, a fim de manter uma dose efetiva, sem ultrapassar
o nível passível de provocar toxicidade (GOLAN et al., 2014).
31
UNICESUMAR
Após toda a imersão do conteúdo, você já deve saber porque a administração dos medicamentos deve
seguir uma orientação rígida, evitando a possibilidade de surgirem efeitos adversos relacionados ao seu uso.
32
Encerramos esse longo e divertido momento, lembre-se que este capítulo irá ajudá-lo(a) em todos
os módulos relacionados ao uso dos compostos que possuem ação dentro do organismo, uma vez
que foram abordados os conceitos iniciais desta jornada farmacológica,
entretanto, você deve pensar que, para chegarmos ao final da construção
do conhecimento, precisamos solidificar muito bem a base dele. Para isso,
temos que garantir que você conseguiu absorver as informações de ma-
neira objetiva e correta, então, que tal se você produzir um Mapa Mental,
estabelecendo a relação e integração entre os processos Farmacocinética
e Farmacodinâmica, utilizando as palavras-chave: Absorção, Biodisponi-
bilidade, Ação e Receptor, de modo, que levem a uma integração e con-
exão com conteúdo? Para isso, uma sugestão de ferramenta gratuita é o
https://www.goconqr.com/.
FARMACOCINÉTICA
DIGESTÃO
EFEITO
ELIMINAÇÃO
METABOLIZAÇÃO
ACÚMULO
33
Vamos lá?
1. A Farmacologia, no seu sentido mais amplo, é a ciência que estuda o caminho do fármaco
desde sua administração, efeito e eliminação. Considerando o contexto, avalie as seguintes
asserções e a relação proposta entre elas.
I) O estudo da interação corpo x fármaco pode ser estudado pelos processos farmacocinéticos,
ou seja, desde sua via de administração, absorção, metabolização e excreção.
PORQUE
II) O estudo dos receptores e sua capacidade de interação com o fármaco x desencadeando
uma resposta desejável ou não é determinada pela farmacodinâmica.
2. Analise o texto.
a) Absorção.
b) Distribuição.
c) Biodisponibilidade.
d) Tempo de meia vida.
e) pH.
34
distribuir os fármacos, deste modo, nota-se que fármacos com altos volumes de distribuição
possuem menor capacidade de acúmulo, uma vez que são muito lipossolúveis, ou seja, fazem
o efeito farmacológico rapidamente.
IV) Os fármacos com melhor absorção tecidual são na forma ionizada, estes utilizam transporte
ativo, uma vez que não gasta ATP e promove a entrada rápida do fármaco.
V) Fármacos que, ao se ligarem no seu receptor, promovem uma resposta similar à produzida
por uma substância fisiológica são classificados como Agonistas.
Assinale a alternativa correta:
35
36
2
Fármacos que
atuam no Trato
gastrointestinal
Dr. Marcel Pereira Rangel
38
UNIDADE 2
Quando analisamos os medicamentos com ação direta no trato gastrointestinal, devemos relacionar uma
ação direta, ou seja, medicamento possui um efeito local, sem sofrer absorção. Ou uma ação indireta,
quando fármaco é absorvido e atua, principalmente, no sistema nervoso entérico, este, possui ação direta
no controle da motilidade gástrica, pH, síntese ou inibição de enzimas, estando, assim, diretamente
relacionado com as funções do trato gastrointestinal. Agora pare e reflita, você pensava que seu trato
gastrointestinal seria tão importante assim na ação dos medicamentos? E fique tranquilo, neste capí-
tulo, iremos abordar todo o sistema gástrico para que você entenda sua importância e, como sempre,
estamos atentos para que você tenha uma boa percepção e aprendizagem do módulo. Faça um Diário
de Bordo antes de iniciarmos o módulo, para que possamos analisar seu conhecimento prévio sobre
o assunto, e depois disso, podemos começar nossa imersão neste capítulo recheado de informações.
39
UNICESUMAR
Você sabia que as injúrias gástricas correspondem a quase 10% do dinheiro gasto em cuidados de saúde?
Condições como azia, indigestão, gases e constipação são problemas que causam mais desconforto
do que riscos à saúde (SILVERTHORN, 2017). O trato gastrointestinal, além de possuir inúmeras
funções além da digestão e absorção dos alimentos e medicamentos, constitui um sistema endócrino
especializado, bem como uma rede neural complexa conhecida como Sistema Nervoso Entérico.
Essa complexidade do trato gastrointestinal faz com que este sistema seja local de patologias simples
como azia, até complexa como síndromes genéticas (RANG; DALE, 2016).
ANATOMIA DO SISTEMA DIGESTÓRIO - Para iniciarmos a discussão do trato gastrointestinal,
vamos, primeiramente, conhecer sua anatomia e funcionalidade básica, assim, este conhecimento lhe
dará suporte nas discussões farmacológicas posteriores. O sistema digestório inicia com a cavidade
oral (boca e faringe), esôfago, estômago, intestino delgado e intestino grosso (SILVERTHORN, 2017).
FISIOLOGIA BÁSICA - A digestão consiste na quebra mecânica do alimento ao longo deste
caminho, sendo auxiliada por secreções de órgãos anexos, como glândulas salivares, o fígado, a vesícula
biliar e o pâncreas. Sendo assim, o produto desta digestão é absorvido no epitélio intestinal, sendo
direcionado para o sangue e distribuído ao organismo. Qualquer resíduo remanescente no lúmen ao
final do trato gastrointestinal (GI) deixa o corpo por meio de uma abertura, chamada de ânus. Vale
observar que há uma incrível variedade de bactérias no lúmen, particularmente no intestino grosso
(SILVERTHORN et al., 2017).
Para aprofundarmos um pouco a discussão, devemos observar que o trato gastrointestinal está sob
duplo controle: neuronal e hormonal.
O sistema nervoso entérico (SNE) pode atuar de forma independente e foi inicialmente reconhe-
cido há mais de um século, quando os cientistas observaram a habilidade do SNE de realizar um reflexo
independentemente do controle exercido pelo sistema nervoso central (SNC), observado na Figura 1.
40
UNIDADE 2
41
UNICESUMAR
Em resumo, a secreção gástrica sofre efeito positivo aumentando sua secreção (histamina, gastrina e
acetilcolina) e efeitos negativos (prostaglandinas), e o desequilíbrio destes agentes está relacionado
ao desenvolvimento de condições como: Úlceras pépticas, refluxo gastroesofágico (DRGE) e lesões
causadas pelos anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) (RANG; DALE, 2016; GOLAN et al., 2014).
FISIOPATOLOGÍA ÚLCERA - A úlcera péptica consiste em perda da integridade da mu-
cosa de revestimento tanto do estômago quanto do duodeno, causando dor, sangramento e
obstrução. Essa condição está associada por um desequilíbrio entre fatores protetores e fatores
lesivos na mucosa gastrintestinal. Esta seção descreve os principais mecanismos fisiopatológicos
envolvidos na formação ulcerosa, dos quais os mais comuns se refere a infecção por Helicobacter
pylori, a Bactéria gram-negativa que reside no ambiente ácido do estômago e induz o aumento
na produção da gastrina por meio do aumento da amônia, e como resultado uma hipersecreção
42
UNIDADE 2
43
UNICESUMAR
duas classes já apresentadas e os efeitos adversos são: boca seca, visão turva, arritmias cardíacas
e retenção urinária (GOLAN et al., 2014).
Antiácidos - Os antiácidos são o modo mais simples de tratar os sintomas da secreção exces-
siva de ácido gástrico. Neutralizam diretamente o ácido por meio de sua reação com o ácido,
formando água e sais. A maioria dos antiácidos em uso comum são sais de magnésio e alumí-
nio. (RANG; DALE, 2016; GOLAN et al., 2014). Os efeitos adversos comuns associados a esses
antiácidos incluem diarreia (magnésio) e constipação intestinal (alumínio). Os pacientes com
doença renal crônica devem evitar o uso de antiácidos contendo magnésio, pois podem levar ao
desenvolvimento de hipermagnesemia (GOLAN et al., 2014).
Figura 2 - Figura representa a análise dos compostos que podem ocasionar problemas gástricos
Descrição da Imagem: a imagem apresenta um estômago ilustrado em alaranjado, a parte central se encontra aberta e representa
um líquido esverdeado contendo um sanduíche com salsicha, comprimidos e outros alimentos, representando o processo digestivo.
Fora deste estômago, temos uma pessoa de cabelo amarelado segurando uma lupa e outra pessoa "em cima" do estômago com um
estetoscópio. Abaixo do estômago tem-se cinco comprimidos no chão da imagem, sendo dois comprimidos escuros e três comprimidos
com duas cores: vermelho e branco.
44
UNIDADE 2
Fármacos que protegem a mucosa - Afirma-se que alguns agentes, denominados citoprotetores,
aumentam os mecanismos endógenos de proteção da mucosa e/ou proporcionam uma barreira física
sobre a superfície da úlcera. Os agentes que promovem a defesa da mucosa são utilizados para alívio
sintomático da doença ulcerosa péptica.
Quelato de bismuto → Usado por apresentar efeito agressor ao bacilo da Helicobacter pylori
e acredita-se que também possua outras ações protetoras da mucosa, por mecanismos que não são
claros, e é amplamente utilizado como medicamento de venda livre para tratamento de sintomas
gastrointestinais leves.
Sucralfato→ O sucralfato tem pouca capacidade de modificar o pH gástrico. Na verdade, no am-
biente ácido do estômago, esse complexo pode formar géis complexos com o muco, ação que se pensa
diminuir a degradação do muco pela pepsina e limitar a difusão de íons hidrogênio. O sucralfato pode
também inibir a ação da pepsina e estimular a secreção de muco, bicarbonato e prostaglandinas pela
mucosa gástrica. Todas essas ações contribuem para o seu efeito protetor da mucosa (RANG; DALE,
2016; GOLAN et al., 2014)
Antimicrobianos - Pacientes com úlcera péptica (úlceras gástricas ou duodenais) infectados com
H. pylori precisam de tratamento antimicrobiano. A infecção por Helicobacter pylori é diagnosticada
via biópsia endoscópica da mucosa gástrica. A erradicação da bactéria resulta na cicatrização rápida
da úlcera ativa, esta erradicação bem-sucedida é possível com associações de antimicrobianos. Atual-
mente, o tratamento de escolha consiste em um Inibidor da Bomba de Prótons (IBP) combinado com
amoxicilina (metronidazol pode ser usado em pacientes alérgicos à penicilina) mais claritromicina.
O tratamento quádruplo com subsalicilato de bismuto, metronidazol e tetraciclina combinada a um
inibidor da bomba de prótons é outra opção. O tratamento quádruplo deve ser considerado em regiões
em que é elevada a resistência à claritromicina (WHALEN; PANAVELIL; FINKEL, 2016).
INTRODUÇÃO À MOTILIDADE GASTRINTESTINAL - Até este ponto, já sabemos que o
trato gastrintestinal é controlado por uma rede neural e por estímulos simpáticos e parassimpáticos,
bem como hormônios. Deste modo, os circuitos reflexos, dentro do Sistema Nervoso Entérico, estão
subjacentes a comportamentos estereotipados do intestino, como é o peristaltismo. Este processo
consiste em uma série de respostas reflexas à presença do bolo alimentar no lúmen de determinado
segmento do intestino. Este reflexo resulta na contração da musculatura e em um gradiente de pressão
que move o bolo alimentar em direção ao ânus (SILVERTHORN, 2017; GUYTON; HALL, 2017).
Estes processos dependem de uma série de elementos neurais responsáveis pelas funções sensorial,
retransmissora e efetora. Os neurônios motores sofrem influência positiva e negativa. A parte exci-
tatória é mediada pela ação da acetilcolina, enquanto a parte inibitória é mediada pela ação do:
óxido nítrico, péptido intestinal vasoativo (GOODMAN; GILMAN, 2012).
Fármacos que aumentam a motilidade gastrointestinal - A domperidona antagoniza princi-
palmente o receptor dopaminérgico D2, sem afetar significativamente os outros receptores. É usada por
aumentar a pressão no esfíncter esofágico inferior (desse modo, inibindo o refluxo gastroesofágico),
aumenta também o esvaziamento gástrico e o peristaltismo duodenal (GOODMAN; GILMAN, 2012).
45
UNICESUMAR
Porque meu filho tem cólica? Quando a criança pode comer alimentos sólidos? Você pode não se
lembrar, mas seu trato gastrointestinal demorou em torno de 2 anos para atingir uma maturidade
que permitisse com que os processos digestivos e absortivos fossem eficazes. Sabia que não é re-
comendado a introdução de alimentos sólidos antes dos 6 meses de idade? E que essa introdução
deve ser contínua e progressiva até que a criança tenha capacidade de digerir todo e qualquer
alimento? E que se essa introdução for feita de maneira errônea, as chances de provocar alguma
disfunção gástrica são muito grandes, principalmente quadros de cólica crônicos?
46
UNIDADE 2
Descrição da Imagem: a imagem apresenta um intestino e suas voltas, imagem escura com pontos de exclamação em ambos os lados,
representando anormalidade na função. Os fármacos que atuam neste tipo de condição são classificados com base no seu mecanismo
de ação, que será descrito a seguir:
47
UNICESUMAR
Emolientes fecais - O docusato de sódio é um composto tensoativo que atua no trato gastrointestinal
de maneira semelhante a um detergente e produz fezes mais umedecidas. Adicionalmente, tem um mo-
desto efeito estimulante laxativo (RANG; DALE, 2016; FUCHS; WANNMACHER; FERREIRA, 2010).
Agentes umectantes e emolientes fecais reduzem a tensão superficial das fezes com o objetivo
de facilitar a mistura das substâncias aquosas e gordurosas, amolecer as fezes e permitir a evacuação
mais fácil. O óleo mineral é indigerível e absorvido apenas em pequenas quantidades, penetra e ama-
cia as fezes, podendo interferir na reabsorção da água. Os efeitos adversos do óleo mineral impedem
sua utilização prolongada e incluem: interferência na absorção de substâncias lipossolúveis (como as
vitaminas); desenvolvimento de reações de corpo estranho na mucosa intestinal e em outros tecidos;
e eliminação do óleo pelo esfincter anal (GOODMAN; GILMAN, 2012).
Fibras da dieta e suplementos - Em condições normais, o volume, a consistência e a hidratação
das fezes dependem do teor de fibras da dieta. A definição de fibra é a parte do alimento que resiste
à digestão enzimática e chega ao intestino grosso praticamente inalterada. As bactérias do cólon fer-
mentam as fibras em graus variáveis, dependendo de sua composição química e hidrossolubilidade.
A fermentação das fibras exerce dois efeitos importantes: forma ácidos graxos de cadeias curtas, que
atuam como fatores tróficos no epitélio do intestino grosso e aumenta a contagem de bactérias. Em
geral, as fibras insolúveis e pouco fermentáveis, como a lignina, são mais eficazes para aumentar o
volume fecal e o trânsito intestinal (GOODMAN; GILMAN, 2012).
Você sabia que o consumo excessivo de fibras e laxantes pode provocar um efeito reverso e ser o
fator desencadeante da constipação? Por este motivo, a dieta deve ser equilibrada com concentra-
ção correta de água e alimentos que favorecem a motilidade intestinal, impactando diretamente
na absorção intestinal.
DIARREIA - O termo diarreia é definido como massa líquida excessiva, onde a maioria dos casos
resulta de distúrbios do transporte intestinal de água e eletrólitos (GOLAN et al., 2014). Globalmente,
a doença diarreica aguda é uma das principais causas de morte em lactentes desnutridos, especialmente
em países em desenvolvimento onde o atendimento médico é menos acessível, e cerca de 1-2 milhões
de crianças morrem por ano pela simples falta de contramedidas. A investigação e o entendimento
dos processos etiológicos responsáveis pela diarreia facilitam o tratamento eficaz (KUMAR; ABBAS;
FAUSTO, 2016; RANG; DALE, 2016; GOODMAN; GILMAN, 2012).
48
UNIDADE 2
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UNICESUMAR
Descrição da Imagem: a imagem apresenta uma mulher com camiseta verde e calça rosa, ajoelhada na frente de um vaso sanitário
branco em cima de um chão azul e paredes com azulejos azul e riscado branco, esta mulher encontra-se encostada com a mão esquerda
no vaso e com a mão na boca aparentemente com vontade de vomitar.
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UNIDADE 2
51
UNICESUMAR
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO
Muitos pacientes podem ser tratados satisfatoriamente por aconselhamento simples e medidas com-
plementares como restrições dietéticas e suplementação com fibras; as anormalidades psicológicas
evidentes devem ser tratadas adequadamente. Apesar dessas medidas, uma porcentagem significativa
dos pacientes continua incomodada pelos sintomas da doença e o tratamento farmacológico quase
sempre é experimentado (PENILDON, 2010).
Entretanto, existem poucas opções farmacológicas eficazes para esses casos, entre eles tem-se:
Antiespasmódicos: incluem anticolinérgicos, antagonistas do canal de cálcio e antagonistas dos
receptores opioides. Fármacos podem ser moderadamente eficazes em um subgrupo de pacientes e
são úteis como medida complementar.
Antidepressivos: classe mais eficaz devido suas propriedades neuromoduladoras e analgésicas,
independentes do seu efeito antidepressivo. Os antidepressivos tricíclicos têm uma longa história
de eficácia comprovada no tratamento da dor visceral “funcional” crônica. Os inibidores seletivos
da recaptação da serotonina têm menos efeitos adversos e têm sido recomendados especialmente
para os pacientes com constipação funcional, porque podem aumentar os movimentos intestinais e, até
mesmo, causar diarreia (GOODMAN; GILMAN, 2012; FUCHS; WANNMACHER; FERREIRA, 2010).
52
UNIDADE 2
Após toda essa exposição do conteúdo, vamos pensar um pouco. Qual interferência farmaco-
lógica pode acontecer em um paciente constipado? Com diarreia? Vômito? Intestino Irritado?
Úlcera? Pense um pouco! Se sua resposta foi relacionada aos processos absortivos, você pen-
sou corretamente, se lembrarmos que o trato gastrointestinal é a principal via de absorção do
organismo, qualquer condição que altere sua funcionalidade correta irá interferir diretamente
na absorção e, consequentemente, na biodisponibilidade do medicamento. Se você pensou em
probabilidade de intoxicação, você pensou certo também, uma vez que processos constipativos
evitam que o medicamento seja eliminado e, consequentemente, acumule-se no organismo,
sendo um fator de risco ao desenvolvimento de efeitos adversos. Portanto, o estudo dos
processos gastrointestinais, bem como seu tratamento, garantem uma boa probabilidade de
redução nos efeitos adversos relacionados a não absorção ou toxicidade.
Quanta informação interessante, concorda? Aposto que após este capítulo, você teve uma real
dimensão da importância da manutenção da integridade e funcionalidade do trato gastrointes-
tinal evitando, assim, complicações farmacológicas. Deste modo, que tal analisarmos uma breve
pesquisa sobre as formas mais rápidas de absorção? Faça uma comparação entre as formas far-
macêuticas, gotas ou comprimidos e responda essa pergunta: “QUAL FORMA É ABSORVIDA
MAIS RAPIDAMENTE NO TRATO GASTROINTESTINAL?”
53
Encerramos esse longo e divertido momento, lembre-se que este capítulo irá ajudá-lo em todos os
módulos relacionados ao uso dos compostos que possuem ação dentro do organismo, uma vez
que foram abordados os conceitos iniciais desta jornada farmacológica, entretanto, você deve pen-
sar que para chegarmos ao final da construção do conhecimento, precisamos solidificar muito bem
a base dele. Para isso, temos que garantir que você conseguiu absorver as informações de maneira
objetiva e correta, então, que tal se você produzir um Mapa Mental, estabelecendo a relação e inte-
gração entre os processos Farmacocinética e Farmacodinâmica, utilizando as palavras-chave: Trato
gastrointestinal, Controle, Sistema Nervoso Entérico, Serotonina, Hormônios, Gastrina, Problemas,
Constipação, Laxativos, Úlceras, Inibidores de Bomba de Prótons, Motilidade, Domperidona.
Vamos lá?
TRATO GASTROINTESTINAL
CONTROLE PROBLEMA
LAXATIVOS
SISTEMA NERVOSO ENTÉRICO
GASTRINA ÚLCERAS
DOMPERIDONA
54
1. O trato gastrointestinal apresenta particularidades farmacológicas importantes que impactam
diretamente os processos farmacocinéticos e dinâmicos. Considerando o contexto, avalie as
seguintes asserções e a relação proposta entre elas.
O sistema nervoso entérico é conhecido pela sua vasta similaridade com sistema nervoso
central, este sofre influência excitatória da acetilcolina e inibitória do óxido nítrico.
PORQUE
Os agentes colinérgicos utilizados no tratamento das úlceras pépticas atuam com antagonistas
dos receptores muscarínicos, provocando a diminuição da secreção do ácido clorídrico.
2. Analise o texto.
a) Antagonistas Histaminérgicos.
b) Inibidores da Bomba de próton.
c) Sulcratos.
d) Antidepressivos Tricíclicos.
e) Laxantes.
55
3. Analise as afirmativas referente a farmacologia do trato gastrointestinal:
56
3
Fármacos Que Atuam
no Metabolismo
Glicêmico e Lipídico
Dr. Marcel Pereira Rangel
Qual seu conhecimento prévio das Síndromes Metabólicas? Já ouviu falar? Sabe do que se trata? E o
tratamento destas síndromes são efetivos? Curativos? Preventivos? Insulina, sabe o que é? Pense um
pouco sobre Diabetes Mellitus e Dislipidemias, e agora conseguiria responder os questionamentos
propostos? Independentemente da sua resposta, convido você para, juntos, nos aprofundar neste
assunto tão importante para o organismo, bem como seu tratamento farmacológico.
Como anda seus hábitos de vida? Já se perguntou se eles impactam diretamente na sua saúde? E
no seu bem-estar? Fatores estressantes do dia a dia, como longas jornadas de trabalho ou estudo asso-
ciados às mudanças nos hábitos de vida, como diminuição do tempo para atividades físicas, consumo
excessivo de alimentos com alto teor de gordura e carboidratos, fez com que a população reduzisse a
sua qualidade de vida impactando diretamente no surgimento de doenças crônicas não transmissí-
veis que caracterizam a síndrome metabólica (SM), como Diabetes e dislipidemias. Estas condições,
atualmente, tornaram-se um grande problema de saúde pública em todas as faixas etárias, e mesmo
apresentando um tratamento considerado efetivo e com muitas opções, desde medicamentos por via
oral e injetável no controle do seu percurso, quando não tratada corretamente, pode levar o indivíduo
à morte ou complicações graves.
Reflita sobre sua alimentação, o que acha dela? Analise sua dieta por 1 semana, e anote os exercícios
físicos que faz. Após este período, tente analisar como são seus hábitos e se eles o levam como um
candidato ao desenvolvimento das Síndromes Metabólicas. Você também pode fazer uma árvore ge-
nealógica sua e dos seus familiares analisando quem já teve algum tipo de problema com carboidratos
e lipídios, uma vez que a condição genética, nestas situações, é muito forte.
Ao analisarmos o impacto das síndromes metabólicas na qualidade de vida do indivíduo, temos
que levar em conta que elas são consideradas doenças não transmissíveis, ou seja, o desenvolvimento,
agravamento e início delas estão relacionadas quase que exclusivamente aos hábitos de vida da pessoa.
Neste ponto, devemos ponderar que a população mundial está doente, quando relacionamos ao con-
sumo alimentar e prática de atividade física, isso pode ser facilmente constatado quando analisamos
que as síndromes metabólicas estão relacionadas a quatro das dez principais causas de morte na popu-
lação. Você pode fazer um simples questionamento “Mas não é só comer bem e fazer atividade física,
ou controlar a doença com medicamentos?” A resposta é sim, entretanto, isso é fácil? Pensando que
atualmente os hábitos de vida associados ao dia a dia de trabalho com rotinas cada vez menos saudáveis
são fatores de risco ao desenvolvimento das Síndromes Metabólicas e seus impactos são devastadores
na saúde e na qualidade de vida do indivíduo, mesmo o tratamento sendo efetivo quando utilizado
da forma correta. Assim, neste capítulo, iremos abordar as principais classes dos medicamentos que
atuam em diferentes momentos no desenvolvimento das doenças.
58
UNIDADE 3
59
UNICESUMAR
Os hormônios pancreáticos insulina e glucagon são os principais responsáveis pelo controle da glicemia
do organismo. Estes hormônios são secretados pelas células pancreáticas localizadas nas ilhotas de
Langerhans (células β produzem insulina; células α produzem glucagon) (FUCHS WANNMACHER;
FERREIRA, 2010). O nível de glicemia é facilmente obtido e proporciona orientação acurada sobre
o equilíbrio de insulina e hormônios contrarreguladores. Esse equilíbrio, normalmente, mantém os
níveis de glicemia dentro de uma faixa estreita (70 a 120 mg/dℓ), independentemente da ingestão
recente de alimentos. Entretanto, deve-se observar quadros de hipoglicemia, uma vez que sistemas
como central e cardíaco dependem de um suplemento constante de glicose para seu funcionamento
apropriado (GOLAN et al., 2014). Por outro lado, a hiperglicemia crônica é tóxica para numerosas
células e tecidos, provocando quadros de Diabetes Mellitus, que será abordado a seguir.
DIABETES MELLITUS - O médico Areteu, no ano 200, observou uma sede incontrolável e
excesso de urina em pacientes, assim, denominou esse conjunto de sinais como “diabetes”, cujo
significado, em grego, é “sifão” ou “que passa por”. Os estudos subsequentes acrescentaram o ter-
mo “mellitus” (do latim, “melado, doce”) ao nome da doença, após verificarem que os pacientes
diabéticos produziam urina contendo açúcar (GOLAN et al., 2014).
O diabetes é um grupo heterogêneo de síndromes caracterizadas por elevada glicemia atri-
buída à deficiência absoluta ou relativa de insulina. A American Diabetes Association (ADA)
reconhece algumas classificações clínicas do diabetes: Diabetes Mellitus tipo 1, Diabetes Mellitus
tipo 2 e Diabetes gestacional (FUCHS et al., 2010).
Diabetes melito tipo 1: mais comum em crianças, adolescentes ou adultos jovens, mas algu-
mas formas latentes podem ocorrer mais tardiamente. A doença é caracterizada por deficiência
absoluta de insulina devido à destruição das células β (FUCHS; WANNMACHER; FERREIRA,
2010). A predisposição genética ao diabetes tipo 1 está fortemente mapeada nos loci do antígeno
leucocitário humano (HLA), também conhecido como complexo principal de histocompati-
bilidade (CPH), que codifica proteínas envolvidas na apresentação de antígenos. Outros loci
genéticos contribuem fracamente para o diabetes tipo 1 (GOLAN et al., 2014). Os diabéticos
tipo 1 necessitam de insulina exógena para evitar a hiperglicemia grave e o estado catabólico de
cetoacidose, ameaçador à sobrevivência (FUCHS; WANNMACHER; FERREIRA, 2010).
Diabetes melito tipo 2: síndrome com caráter influenciador genético, idade, obesidade e resis-
tência periférica à insulina, em vez de processos autoimunes (FUCHS; WANNMACHER; FERREI-
RA, 2010). Em geral, a doença se desenvolve de modo gradual, sem qualquer sintoma no início. A
progressão para o diabetes tipo 2 frequentemente começa com um estado de resistência à insulina.
Com o aumento da idade e de peso, os tecidos que antes eram normalmente responsivos à insulina se
tornam relativamente refratários à ação do hormônio e necessitam de níveis aumentados de insulina
para responder de modo apropriado (GOLAN et al., 2014).
Diabetes Gestacional: durante a gravidez, a placenta e os hormônios placentários criam uma
resistência à insulina, que se torna mais pronunciada no último trimestre (KATZUNG; GRAW, 2013).
O diabetes gestacional não controlado pode causar macrossomia fetal (corpo anormalmente grande),
distócia de ombro (dificuldade no parto), bem como hipoglicemia neonatal. Dieta, exercício e/ou ad-
ministração de insulina são eficazes nessa condição (FUCHS; WANNMACHER; FERREIRA, 2010).
60
UNIDADE 3
Você sabia que existem mais de 460 milhões de pessoas com diabetes no mundo? E que a
maioria destas pessoas não recebe diagnóstico correto? Também sabia que o custo com saúde
envolvendo a doença ou seus agravantes foi em torno de US $ 760 bilhões de dólares em 2019
e que o diabetes entre suas distintas formas está entre as 10 principais causas de morte, com
quase metade ocorrendo em pessoas com menos de 60 anos? Estes números destacam a
importância da doença no impacto de vida dos indivíduos. Deste modo, a Organização Mundial
da Saúde instituiu o dia 14 de Novembro como “DIA MUNDIAL DO DIABETES", como meio de
conscientização para os dados alarmantes da doença.
61
UNICESUMAR
Após observarmos o impacto da doença, vamos nos aprofundar nos seus distintos tratamentos
farmacológicos e não farmacológicos:
TRATAMENTO - O objetivo do tratamento para diabetes é aliviar os sintomas relacionados
aos quadros hiperglicêmicos e, consequentemente, suas complicações, uma vez que não existe cura.
Lembrando de que, para sucesso do tratamento, é imprescindível a participação ativa do paciente nos
cuidados do diabetes (GOODMAN; GILMAN, 2012).
NÃO FARMACOLÓGICO - O paciente portador de diabetes deve receber educação nutricional,
praticar exercícios e receber instruções sobre os medicamentos destinados a reduzir o nível plasmá-
tico de glicose. No diabetes tipo 1, a correspondência entre o aporte de calorias e a dose de insulina é
muito importante. No diabetes tipo 2, a dieta é direcionada para a perda de peso, a redução da pressão
arterial e o risco de aterosclerose. O exercício proporciona múltiplos benefícios a pacientes portadores
de diabetes, porém pode ser necessário um ajuste da dose dos medicamentos hipoglicemiantes para
evitar a hipoglicemia relacionada ao exercício (GOODMAN; GILMAN, 2012).
FARMACOLÓGICO - O principal objetivo da terapia farmacológica consiste em normalizar os
parâmetros metabólicos, como a glicemia, reduzindo o risco de complicações a longo prazo. O tra-
tamento é diversificado, e em primeiro lugar, os pacientes obesos devem empenhar-se em reduzir o
peso corporal e aumentar a prática de exercícios físicos, a fim de melhorar a sensibilidade à insulina.
Dispõe-se de agentes terapêuticos para modificar a maior parte das etapas do processo de regulação
da homeostasia da glicose (GOLAN et al., 2014).
INSULINA
62
UNIDADE 3
Em 2021, a descoberta da Insulina completa 100 anos. O histórico desta descoberta passa, inicial-
mente, em 1869, em Berlim, por meio do estudo estrutural do pâncreas por Paul Langerhans, em
seguida pelas inúmeras tentativas de isolamento do hormônio até 1906 e 1922 quando foi realizada
a primeira injeção de insulina em Leonard Thompson. Finalmente, a insulina foi a primeira proteína
cuja sequência de aminoácidos foi identificada pelo grupo de Sanger em Cambridge, em 1955.
Figura 3 - Representação de
uma seringa e um frasco de
Insulina
Descrição da Imagem:
imagem com fundo azul,
e a direita um dispositivo
que elucida o mecanismo
de aplicação da insulina,
nele, está representado,
em Azul escuro, a gra-
duação de perfuração,
63
UNICESUMAR
A insulina é um hormônio proteico sintetizado, inicialmente, em uma molécula grande de 110 ami-
noácidos conhecida como pré-pró-insulina, esta é processada em pró-insulina e, a seguir, em insu-
lina e peptídeo C (GOODMAN; GILMAN, 2012). Ambos são armazenados e liberados juntos em
proporções idênticas (RANG; DALE, 2016). O principal fator que controla a síntese e a secreção de
insulina é a concentração de glicose no sangue, uma vez que as células pancreáticas respondem tanto
à concentração absoluta de glicose quanto a suas alterações. Além da glicose, sabe-se que estímulos
distintos, como: aminoácidos (principalmente arginina e leucina), ácidos graxos, o sistema nervoso
parassimpático e incretinas (especialmente GLP-1 e o GIP, também estão relacionados a liberação da
insulina (RANG; DALE, 2016).
Estímulo para secreção - Ao entrar no pâncreas, a glicose, por meio do transportador GLUT
2, aumenta seu metabolismo em razão ATP/ADP intracelular, que estimula a secreção de insulina.
A razão ATP/ADP modula a atividade de um canal de potássio sensível a concentração de ATP, este
fechado permite a abertura do Canal de Cálcio que, aberto, aumenta a concentração intracelular de
cálcio, resultando na liberação de insulina (GOLAN et al., 2014).
Quando circulante, o hormônio se liga aos seus receptores expressos em quase todos os tipos
de tecidos, produzindo diversos efeitos. No fígado, a insulina aumenta a atividade da glicoqui-
nase, mediando, assim, a fosforilação e o sequestro da glicose nos hepatócitos. Esse suprimento
aumentado de glicose no hepatócito fornece a energia necessária para síntese de glicogênio,
glicólise e síntese de ácidos graxos (GOLAN et al., 2014). No músculo esquelético, a insulina
estimula a translocação do transportador de glicose responsivo à insulina, o GLUT4, das vesí-
culas intracelulares para a superfície celular, facilitando a captação tanto da glicose quanto dos
aminoácidos, promovendo a síntese proteica e armazenamento da glicose, respectivamente. No
tecido adiposo, a insulina promove a expressão da lipoproteína lipase, que hidrolisa os triglice-
rídeos a partir das lipoproteínas circulantes para captação nos adipócitos. Uma vez no interior
da célula adiposa, glicose e ácidos graxos são armazenados predominantemente na forma de
triglicerídeos (GOLAN et al., 2014; GOODMAN; GILMAN, 2012; KATZUNG; GRAW, 2013).
Degradação da insulina - A insulina apresenta uma meia-vida de 5-6 min, devido à extensa depu-
ração hepática e excreção renal. Em geral, o fígado depura cerca de 60% da insulina circulante liberada
pelo pâncreas, em virtude de sua localização como sítio terminal do fluxo sanguíneo da veia porta,
ao passo que os rins removem 35 a 40% do hormônio endógeno (GOLAN et al., 2014; GOODMAN;
GILMAN, 2012; KATZUNG; GRAW, 2013).
TIPOS DE INSULINA - Insulina de ação curta – Ação após 30 min da administração com
pico entre 2 e 3 horas, recomenda-se ser injetada 30 a 45 minutos ou mais antes das refeições
para minimizar o desequilíbrio.
Insulina de ação rápida – Possui ação rápida (4 a 5 horas), permite a administração de
insulina imediatamente antes da refeição.
Insulinas de ação intermediária e de ação longa – A insulina NPH tem início de ação de cerca de 2 a
5 horas e duração de 4 a 12 horas, esse efeito é obtido por meio da combinação da insulina com protamina.
Sistemas de administração de insulina - Padrão: o modo padrão de insulinoterapia consiste
em sua injeção subcutânea com agulhas e seringas convencionais descartáveis.
64
UNIDADE 3
Injetores portáteis do tipo caneta: para facilitar as múltiplas injeções subcutâneas de insulina,
particularmente durante a insulinoterapia intensiva, foram desenvolvidos injetores portáteis do ta-
manho de uma caneta, que contêm cartuchos de insulina e agulha substituível.
Dispositivos de infusão subcutânea contínua de insulina: os dispositivos de infusão subcutânea
contínua de insulina consistem em bombas externas para a administração de insulina, programados
a partir dos resultados de automonitoração do nível de glicemia (KATZUNG; GRAW, 2013; GOOD-
MAN; GILMAN, 2012; FUCHS; WANNMACHER; FERREIRA, 2010).
Complicações da insulinoterapia - Hipoglicemia: Normalmente ocorre logo após a adminis-
tração, ou consumo inadequado de carboidratos e esforço físico, sendo revertida com administração
de soro glicosado (KATZUNG; GRAW, 2013).
Alergia à insulina – Constitui uma reação de hipersensibilidade de tipo imediato, e uma condição
rara, em que a urticária local ou sistêmica resulta da liberação de histamina por mastócitos teciduais
sensibilizados por anticorpos IgE anti-insulina (KATZUNG; GRAW, 2013).
Lipodistrofia nos locais de injeção: a injeção de preparações de insulina animal, algumas vezes,
resultou em atrofia do tecido adiposo subcutâneo no local da injeção (KATZUNG; GRAW, 2013).
Resistência à insulina – A incapacidade da insulina em quantidades normais de produzir a res-
posta esperada é descrita como resistência à insulina. A sensibilidade à insulina é afetada por muitos
fatores, incluindo idade, peso corporal, níveis de atividade física, doença e medicamentos (GOOD-
MAN; GILMAN, 2012; PENILDON, 2010).
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UNICESUMAR
Comer comida
CÉLULAS
Sentindo-se Cansado RESISTENTES À Fazendo Insulina
e com Fome
INSULINA
Descrição da Imagem: trata-se de um fluxograma, iniciando pela imagem escrito (Comer comida). Na parte superior tem-se uma pessoa
com calça vermelha e camisa branca, segurando um garfo cinza maior do que ela e ao lado um prato também cinza com quatro frutas
dentro: Abacate verde cortado ao meio deixando analisar o caroço em marrom, uma penca com duas bananas amarelas, uma laranja
cortada ao meio com três gomos aparentes e ao fundo um pedaço de melancia vermelha com oito sementes pretas, essa figura possui
uma flecha saindo dela em direção a próxima figura escrito (Fazendo Insulina), levemente abaixo, onde está representado pâncreas com
a cor laranja e dele saindo um círculo roxo representando o hormônio insulina. Essa figura possui uma flecha saindo dela em direção a
próxima figura escrito (Células Resistentes à Insulina), representada por cinco células arredondadas e com cor vermelha claro com uma
bola vermelha escura representando o núcleo, onde três moléculas de insulina representados pelos círculos roxos estão em contato.
Essa figura possui uma flecha saindo dela em direção à próxima figura escrita (Açúcar armazenado como Gordura), onde dois círculos
representando insulina e dois cubos de açúcar entram em uma célula representada pelo tecido adiposo. Essa figura possui uma flecha
saindo dela em direção a próxima figura escrita (Sentindo-se Cansado e com Fome), onde tem uma pessoa com calça vermelha e camisa
branca sentada em uma cadeira cinza dormindo representada
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UNIDADE 3
Ilha Pancreática
Glucose Insulina
Célula Beta
Descrição da Imagem: a imagem é uma sequência de eventos, iniciando com pâncreas representado por uma imagem amarelada,
desta imagem sai uma seta para baixo, onde está representada célula pancreática conhecida como (ilha pancreática), caracterizado por
uma porção de células azuladas, avermelhadas e roxas, onde ocorre o último processo descrito, por uma célula azulada com receptores
roxos escritos GLUT2, nele ocorre a passagem de moléculas de glicose representadas por círculos vermelhos. Dentro da célula tem
três flechas pretas em direção a um círculo azul claro com três triângulos roxos. Por fim, neste processo, tem-se um círculo acoplado
na membrana da célula aberta para exterior liberando três triângulos roxos.
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UNICESUMAR
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UNIDADE 3
LIPÍDIOS
Os lipídios são moléculas insolúveis, e consideradas essenciais para diversas funções no organismo,
como: síntese hormonal, biogênese das membranas e a manutenção da integridade das membranas.
Entretanto, seu excesso provoca as doenças cardiovasculares que estão relacionadas ao grande número
de óbitos mundialmente. Os principais fatores que contribuem para as anormalidades de lipoproteínas
parecem consistir nas dietas ocidentais combinadas a um estilo de vida sedentário; entretanto, foi tam-
bém identificado um número limitado de causas genéticas de hiperlipidemia (GOLAN et al., 2014).
Transporte de lipoproteínas - Apresentam esta apolaridade e devem ser transportados por meio
de um complexo chamado lipoproteínas, ou seja, agregadas macromoleculares que transportam
triglicerídeos e colesterol no sangue. Estas são diferenciadas baseadas na concentração e tipo dos
componentes, apresentando diferentes tipos de densidade e tamanho (GOLAN et al., 2014).
Existem quatro principais classes de lipoproteínas, que diferem quanto à proporção relativa dos
lipídios no núcleo e no tipo de apoproteína (diferentes tipos de apoA e apoB). A base para sua classi-
ficação em, de acordo com Rang e Dale (2016) é:
• HDL (contêm apoA1 e apoA2);
• LDL (contêm apoB-100);
• VLDL contêm apoB-100;
• Quilomícrons (contêm apoB-48).
Essas lipoproteínas executam o transporte de lipídios do organismo, seja pela via exógena (quilomí-
crons) ou endógena (HDL, LDL e VLDL). Os distúrbios metabólicos que envolvem elevações em qual-
quer espécie de lipoproteína são denominados Dislipidemias, sendo consideradas um dos principais
fatores de risco ao desenvolvimento de problemas coronarianos, necessitando, assim, de tratamento
adequado (KATZUNG; GRAW, 2013), uma vez que estudos demonstraram a existência de uma as-
sociação definitiva entre as concentrações plasmáticas de lipídios e o risco de doença cardiovascular.
O risco aumentado de mortalidade cardiovascular está mais estreitamente ligado a níveis elevados de
colesterol LDL e a níveis diminuídos de colesterol HDL. Além disso, a hipertrigliceridemia representa
um fator de risco (PENILDON, 2010; GOLAN et al., 2014).
69
UNICESUMAR
Descrição da Imagem: na figura podemos observar três imagens, da direita para esquerda, inicia-se com a descrição da molécula
do HDL que está representada por um círculo cinza, com quatro estruturas semelhantes a grãos de feijão na cor verde, seis traços
amarelos e quatro vermelhos intercalados que representam a gordura e proteína do HDL, acima dela há um símbolo em forma de V
e na cor verde, abaixo da figura estão as letras HDL em verde. Ao lado tem-se um coração representado em sua forma anatômica e
com cor vermelha, com duas artérias, uma em azul e outra em vermelho, localizadas na porção superior. Ao lado, temos a descrição
da molécula do LDL que está representada por um círculo cinza, com uma estrutura semelhante a um grão de feijão na cor verde,
múltiplos traços amarelos e oito vermelhos intercalados e que representam a gordura e proteína do LDL. Acima temos a letra X em
vermelho e abaixo da molécula temos as letras LDL em vermelho. Na parte inferior da imagem, no centro, há uma legenda. Uma
estrutura semelhante a um grão de feijão na cor verde, representando proteína, outra estrutura amarela representando colesterol
e outra estrutura vermelha representando os triglicerídeos.
70
UNIDADE 3
A aterosclerose constitui a principal causa de morte direta ou indiretamente. Sua fisiopatologia está
relacionada ao metabolismo de lipoproteínas que contêm apolipoproteína (apo) B-100, sendo elas
as lipoproteínas de baixa densidade (LDL), as lipoproteínas de intensidade intermediária (IDL) e as
lipoproteínas de densidade muito baixa (VLDL). Os componentes celulares nas placas ateroscleró-
ticas consistem em células espumosas, que são macrófagos transformados, e células musculares
lisas repletas de ésteres de colesterol. O ateroma é uma doença focal da camada íntima das artérias
de tamanhos médio e grande. As lesões evoluem durante décadas e, durante a maior parte desse
tempo são clinicamente silenciosas. A ocorrência de sintomas sinaliza doença avançada.
Descrição da Imagem: a imagem é uma representação do comprometimento do fluxo sanguíneo, que à medida que a placa de
gordura acontece, ocorre comprometimento sanguíneo. Inicialmente, temos o fluxo normal, com as hemácias representadas por
círculos vermelhos, passando livremente na artéria, e uma placa de gordura centralizada e com baixa espessura. Abaixo, a placa de
gordura aumentou de tamanho e, consequentemente, o fluxo sanguíneo já sofreu uma queda. Por fim, a última imagem se tem a
placa de gordura quase comprometendo todo o vaso, e cessando o fluxo sanguíneo com as hemácias todas acumuladas no canto.
71
UNICESUMAR
COLESTEROL
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UNIDADE 3
FARMACOCINÉTICA: apresenta tempo de meia vida variando entre 1 a 3 horas, com absorção
quase completa. Todos os fármacos sofrem efeitos de primeira passagem hepática, sendo eliminados
na urina (KATZUNG; GRAW, 2013).
EFEITOS ADVERSOS: Classe que apresenta uma boa tolerância, com efeitos indesejáveis leves:
citam-se dor muscular (mialgia), desconforto gastrointestinal, elevação das concentrações plasmáticas
de enzimas hepáticas, insônia e rash cutâneo. Efeitos adversos mais sérios são raros, mas incluem o
dano do músculo estriado (miosite que, quando é grave, é descrita como rabdomiólise) e angioedema
(RANG; DALE, 2016). Em alguns pacientes, ocorrem elevações na atividade da aminotransferase sérica
(até três vezes o normal). Esse aumento costuma ser intermitente e, em geral, não está associado a outras
evidências de hepatotoxicidade. A terapia pode ser mantida nesses pacientes na ausência de sintomas se
os níveis de aminotransferase forem monitorados e estáveis. Em alguns pacientes, que podem apresentar
doença hepática subjacente ou história de abuso de álcool, os níveis podem ultrapassar três vezes os
valores de referência (KATZUNG; GRAW, 2013; GOLAN et al., 2014; GOODMAN; GILMAN, 2012).
FIBRATOS - Classe relacionada à redução acentuada da lipoproteína VLDL, e, consequente-
mente, dos níveis séricos de triglicerídeos e LDL, e aumento do HDL. Apresenta mecanismo de ação
complexo como aumento da transcrição das lipoproteínas lipase, APOA1, e APOA5 que apresentam
como função a captação hepática do LDL. Além dos efeitos sobre lipoproteínas, os fibratos reduzem
a proteína C-reativa e o fibrinogênio plasmático, aumentam a tolerância à glicose e inibem a infla-
mação da musculatura lisa vascular por inibição da expressão do fator de transcrição nuclear NFκB.
Estão disponíveis vários derivados do ácido fíbrico (fibratos), incluindo bezafibrato, ciprofibrato,
genfibrozila, fenofibrato e clofibrato (RANG; DALE, 2016).
FARMACOCINÉTICA: Apresentam tempo de meia vida 1,5 horas, com absorção quase completa.
Todos os fármacos sofrem efeitos de primeira passagem hepático, sendo eliminados na urina na sua
forma inalterada (KATZUNG; GRAW, 2013; GOODMAN; GILMAN, 2012).
EFEITOS ADVERSOS: os efeitos adversos raros dos fibratos consistem em exantemas, sin-
tomas gastrintestinais, miopatia, arritmias, hipopotassemia e níveis sanguíneos elevados de
aminotransferases ou fosfatase alcalina. Alguns pacientes apresentam redução da contagem de
leucócitos ou do hematócrito (PENILDON, 2010).
FÁRMACOS QUE IMPEDEM A ABSORÇÃO DO COLESTEROL - Esta classe são resinas
que se ligam aos ácidos biliares no intestino delgado, formando um complexo resina-ácido biliar
que não pode ser absorvido, sendo assim, eliminado nas fezes. Esta diminuição da absorção dos
ácidos biliares resulta na regulação e aumento hepático da enzima 7α-hidroxilase, responsável
pela síntese de ácidos biliares. Deste modo, com aumento na síntese de ácidos biliares ocorre o
aumento na expressão de receptores LDL e, consequentemente, diminuição desta lipoproteína
circulante e redução nos níveis de colesterol.
Os três sequestradores de ácidos biliares disponíveis são colestiramina, colesevelam e co-
lestipol. Esses fármacos apresentam eficácia semelhante e produzem reduções de até 28% nos
níveis de LDL em concentrações terapêuticas.
73
UNICESUMAR
FARMACOCINÉTICA: Para maximizar a ligação desses agentes aos ácidos biliares, a admi-
nistração do fármaco deve ter sua hora programada, de modo que esteja presente no intestino
delgado depois de uma refeição (GOLAN et al., 2014).
EFEITOS ADVERSOS: os inibidores da absorção do colesterol têm apresentado um perfil de
segurança satisfatório, com poucos efeitos adversos ou nenhum. As queixas comuns consistem em
constipação intestinal de distensão abdominal, que habitualmente são aliviadas com o aumento
das fibras dietéticas. Deve-se evitar o uso de resinas em pacientes com diverticulite. Raramente,
verifica-se a ocorrência de má-absorção de vitamina K, resultando em hipoprotrombinemia
(KATZUNG; GRAW, 2013; GOLAN et al., 2014).
ÁCIDO NICOTÍNICO (NIACINA) - A niacina ou ácido nicotínico, vitamina B3, apresenta uma
diminuição das concentrações plasmáticas de LDL e Triglicerídeos, além de apresentar um aumento
no HDL. Seu mecanismo está relacionado ao aumento de receptores acoplados à proteína G nos adi-
pócitos, sendo que este estímulo pela niacina diminui a atividade da lipase sensível a hormônio dos
adipócitos, resultando em menor catabolismo dos triglicerídios nos tecidos periféricos e, portanto, em
fluxo diminuído de ácidos graxos livres para o fígado (GOODMAN; GILMAN, 2012).
FARMACOCINÉTICA: o uso farmacológico da niacina exige grandes doses (1.500 a 3.000 mg/dia),
é excretada na urina em sua forma inalterada, bem como na forma de vários metabólitos. Um deles, a
N-metil nicotinamida, cria uma retirada dos grupos metilas, o que pode, algumas vezes, resultar em
macrocitose eritrocitária, semelhante à deficiência de folato ou de vitamina B12 (KATZUNG; GRAW,
2013; FUCHS; WANNMACHER; FERREIRA, 2010).
EFEITOS ADVERSOS: além do rubor e do prurido, os efeitos adversos importantes da niacina
consistem em hiperuricemia, comprometimento da sensibilidade à insulina, hepatotoxicidade e pos-
sibilidade de miopatia induzida por estatinas. O comprometimento da sensibilidade à insulina pode
levar ao desenvolvimento de diabetes em pacientes de alto risco, e a niacina deve ser utilizada com
cautela nos pacientes diabéticos. Raramente, a niacina pode provocar miopatia, náuseas e desconforto
abdominal (KATZUNG; GRAW, 2013; GOLAN et al., 2014).
ÓLEO DE PEIXE - Os ácidos graxos ômega-3, o ácido eicosapentaenoico (EPA) e o ácido
docosaexaenoico (DHA), também conhecidos como óleos de peixe, mostram-se efetivos na
redução, em até 50%, dos níveis plasmáticos de triglicerídeos nos pacientes que apresentam
hipertrigliceridemia. O provável mecanismo de redução dos triglicerídios envolve a regulação
de fatores de transcrição nucleares, incluindo SREBP-1c e PPARα, produzindo uma redução na
biossíntese de triglicerídeos e um aumento da oxidação de ácidos graxos no fígado. Em geral, os
ácidos graxos ômega-3 são acrescentados ao tratamento quando as concentrações plasmáticas
de triglicerídeos ultrapassam 500 mg/dℓ. A influência do uso de ácidos graxos ômega-3 sobre os
desfechos clínicos não está bem definida (GOLAN et al., 2014; RANG; DALE, 2016).
74
UNIDADE 3
Descrição da Imagem: Imagem com fundo todo amarelo/dourado, com três peixes. O primeiro e maior, escrito Óleo de Peixe;
abaixo, no canto direito, um menor, escrito DHA; e na frente escrito EPA. Todos os peixes em amarelo mais claro que o fundo.
75
UNICESUMAR
corporal durante, pelo menos, um mês. As recomendações gerais consistem em limitar as calorias
totais provenientes das gorduras de 20 a 25% do consumo diário, as gorduras saturadas a menos de
7%, e o colesterol a menos de 200 mg/dia. Com esse esquema, são obtidas reduções dos níveis séri-
cos de colesterol na faixa de 10 a 20%. Recomenda-se o uso de carboidratos complexos e fibras, com
predominio das gorduras cis-monoinsaturadas. A redução do peso corporal, a restrição calórica e a
abstinência de álcool são particularmente importantes em pacientes com níveis elevados de VLDL e
IDL. (KATZUNG; GRAW, 2013; GOLAN et al., 2014).
Figura 10 - Representação de uma alimentação balanceada como fator protetor ao desenvolvimento de doenças
Descrição da Imagem: Imagem possui uma bandeja em forma de coração e dentro dela tem-se: um brócolis, uma maçã verde,
uma maçã vermelha, uma pera vermelha, uma laranja e um punhado de tomatinhos cereja avermelhados. No meio da bandeja
tem-se um estetoscópio que se expande para fora na coloração azul.
Você sabia que os diagnósticos do diabetes e das dislipidemias são realizados através do exame de
sangue? O teste oral de tolerância à glicose (TOTG) e hemoglobina glicada são recomendados para
diagnóstico e monitoramento do diabetes. Enquanto o lipidograma completo avalia o colesterol
total, triglicerídeos e as lipoproteínas de interesse: HDL, LDL e VLDL (BURTIS et al., 2016). Deste
modo, uma simples avaliação sanguínea pode ser a chave de um diagnóstico precoce e sucesso no
tratamento farmacológico das duas condições.
76
UNIDADE 3
Após esse vasto conhecimento sobre as síndromes metabólicas, percebemos quão importante é a
manutenção dos seus níveis no organismo para evitarmos o desenvolvimento das fisiopatologias
cardíacas e glicêmicas.
77
Finalizamos mais uma jornada neste vasto conhecimento da farmacologia, e esperamos que após
a leitura deste capítulo, seu conhecimento dentro dos mecanismos farmacológicos no controle
glicêmico e lipídico esteja atualizado e solidificado. Neste intuito, é imprescindível realizar uma
integração dos conteúdos e estabelecer a relação destes medicamentos nos processos de saúde e
doença. Para isso, que tal formarmos um mapa mental sobre os assuntos com objetivo de inte-
grá-los? Utilizando palavras-chave: Síndromes Metabólicas, Diabetes, Insulina, Alimentação, Dislipi-
demias, FIbratos, sendo assim, uma sugestão de ferramenta gratuita é o https://www.goconqr.com/.
Vamos lá?
Diabetes
Alimentação
Fibratos
78
1. Atualmente, as síndromes metabólicas são conhecidas como um dos principais problemas de
saúde pública, e entre as doenças destaca-se o Diabetes Mellitus, um distúrbio relacionado ao
metabolismo dos carboidratos. Sobre o Diabetes Mellitus, assinale a alternativa que descreve
corretamente a causa do Diabetes tipo 1:
PORQUE
3. Analise o texto:
As dislipidemias são distúrbios lipídicos importantes e quando não tratados são os principais
fatores de riscos no desenvolvimento de doenças coronarianas, principalmente a Aterosclerose.
Deste modo, assinale a alternativa em que descreve o fármaco que atua inibindo a enzima
HMG-CoA e, consequentemente, reduzindo a concentração de colesterol circulante:
a) Sinvastatina.
b) Óleo de Peixe.
c) Ciprofibrato.
d) Metformina.
e) Ácido Nicotínico.
79
4. Paciente K, L em resultados do lipidograma apresentou como resultado: Excesso da fração
VLDL e triglicerídeos. Portanto, analise as alternativas e assinale a que descreve o fármaco
mais indicado na regulação desta lipoproteína:
a) Sinvastatina.
b) Óleo de Peixe.
c) Ciprofibrato.
d) Metformina.
e) Ácido Nicotínico.
80
4
Farmacologia
Hormonal
Dr. Marcel Pereira Rangel
Após a explanação do capítulo passado, talvez você esteja se perguntando, além da insulina existe algum
outro hormônio controlador? Controla apenas o Metabolismo? Quais outros locais os hormônios atuam?
Onde são produzidos? Podemos aumentar ou diminuir sua concentração? A sua administração exógena
é recomendada? A farmacologia endócrina é uma área onde as perguntas são vastas e o conhecimento
também, deste modo, vamos juntos analisar todos os pontos fundamentais para sua imersão completa.
Nosso organismo funciona, em grande parte, pelo controle coordenado entre o sistema nervoso
central e sistema endócrino, por este motivo, não estranhe em encontrar, com muita frequência, o
termo neuroendócrino. Isso é uma clara referência da importância dos hormônios no controle do
organismo, e o metabolismo está intimamente ligado ao controle hormonal. Essa relação hormônio x
metabolismo fica clara quando encontramos as disfunções hormonais e o indivíduo apresenta algum
tipo de transtorno metabólico, um dos exemplos foi abordado no capítulo anterior com a relação insu-
lina x glicose x diabetes, entretanto, podemos também relacionar os distúrbios da tireoide, hipofisários,
gonadais etc. Deste modo, o objetivo deste capítulo é fazer com que você entenda a íntima relação dos
hormônios no controle metabólico do organismo e como seus distúrbios podem afetar o indivíduo.
Você conhece alguma pessoa que apresenta problemas hormonais? Se sim, questione ela qual o seu
distúrbio e se ele impactou diretamente no seu metabolismo como ganho ou perda de peso. Se não, pro-
cure as principais desordens nutricionais atualmente e tente fazer uma relação com o controle metabólico.
Ao pararmos e analisarmos o contexto atual dos hormônios, notamos uma grande evolução na busca
pelo seu entendimento. Isso faz todo sentido não? Se pensarmos que os hormônios são nossos ‘centros
controladores’ fora do sistema nervoso central, ou seja, aumento minha energia celular, aumento a
força de contração, aumento ou diminuo a eliminação de água, minerais e sais. Os hormônios regulam
a vontade de comer ou de parar de comer, pensando nisso, as pesquisas relacionando os hormônios
avançaram muito, nota-se isso quando analisamos a administração de hormônios exógenos no controle
metabólico, como: hormônios tireoidianos, insulina, hormônio do crescimento etc.
82
UNIDADE 4
Após essa reflexão, a pergunta que talvez você tenha é: se os hormônios são tão fundamentais por que
controlá-los? Como mantê-los em uma concentração adequada? Essa pergunta é muito complexa e
envolve sistemas distintos que são impactados desde a alimentação até os hábitos de vida, como con-
sumo de álcool, prática de atividade física, sono etc. Enfim, vamos juntos, agora, nos aprofundar neste
universo complexo e intrigante dos hormônios e sua relação com metabolismo.
INTRODUÇÃO A ENDOCRINOLOGIA - Hormônios são substâncias liberadas por células
especializadas, considerados mensageiros químicos do organismo, fundamentais em diversos proces-
sos, como Metabólico, Controle térmico, Hídrico, Reprodutivo, crescimento e desenvolvimento. Para
atingir esta ação, os hormônios agem nas suas células-alvo de três maneiras básicas: (1) controlando a
taxa de reações enzimáticas, (2) controlando o transporte de íons ou moléculas através de membranas
celulares e (3) controlando a expressão gênica e a síntese proteica (SILVERTHORN, 2017).
Os hormônios podem ser classificados de acordo com diferentes esquemas. O esquema utili-
zado os agrupa de acordo com a sua origem. Um esquema diferente divide os hormônios entre
aqueles cuja liberação é controlada pelo encéfalo e aqueles cuja liberação não é controlada por
ele. Outro esquema agrupa hormônios de acordo com a sua capacidade de se ligar a receptores
acoplados a proteínas G, receptores ligados a tirosinas-quinase ou a receptores intracelulares, e
assim por diante (SILVERTHORN, 2017).
83
UNICESUMAR
Sinalização Hormonal
Vaso Sanguineo
Endócrino Autócrino
Ligante
Paracrino
Figura 1 - Representação dos tipos de classificação hormonal de acordo com sua sinalização
Descrição da Imagem:: a imagem é dividida em três desenhos que representam os tipos de sinalização hormonal. Inicialmente, na parte
superior da imagem, tem-se a sinalização ENDÓCRINA - representada por uma célula arredondada na cor verde clara, com núcleo em
rosa. Esta célula libera hormônios representados por círculos azuis, tem-se mais de dez hormônios sendo liberados desta célula verde
em direção a um vaso sanguíneo, representado por um cone rosa. Estes hormônios caem na circulação sanguínea e fazem a ação em
uma célula azulada com núcleo representado por um círculo interno roxo, representando uma ação distante da célula que libera os
hormônios. Ao lado deste desenho, tem-se a sinalização AUTÓCRINA - representada por uma célula arredondada na cor verde clara,
com núcleo em rosa, esta célula libera hormônios representados por círculos azuis, tem-se mais de dez hormônios sendo liberados
desta célula verde, em direção a própria célula que libera os hormônios. Representando uma ação na mesma célula que libera os hor-
mônios. Na parte inferior da imagem, tem-se a sinalização PARÁCRINA - representada por uma célula arredondada na cor verde clara,
com núcleo em rosa, esta célula libera hormônios representados por círculos azuis, tem-se mais de dez hormônios sendo liberados
desta célula verde, em direção a próxima célula que libera os hormônios.
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UNIDADE 4
Você sabia que a terminologia “hormônio” foi abordada, pela primeira vez, no âmbito acadêmico em
1905, pelo fisiologista britânico Ernest Staling, em uma palestra onde relatou essa substância como
mensageiro químico que organizava e mediava as reações químicas do organismo. Essa abordagem
foi possível uma vez que Ernest havia isolado o primeiro hormônio conhecido na época: a secretina,
hormônio relacionado ao processo digestivo do organismo.
Para que ocorra a ação hormonal, é necessário que este se ligue aos seus receptores específicos
em células-alvo, desencadeando uma cascata de reações na célula, com cada etapa ficando mais
potencialmente ativada, de modo que até pequenas concentrações do hormônio podem ter grande
efeito (GUYTON; HALL, 2017).
85
UNICESUMAR
Figura 2 - Representação da ação extracelular dos hormônios, ligando-se aos seus receptores de membrana
Descrição da Imagem: Imagem dividida em três células, uma ao lado da outra, no sentido horizontal. A primeira célula (Alvo A) está
representada pela coloração amarelada, é circular com núcleo mais escuro que o resto da célula, e apresenta oito pequenos ligantes
em forma de “Y” para fora, representando os receptores extracelulares. Destes, apenas um está ligado ao hormônio, representado
nesta célula por um losango amarelo. A segunda célula (Alvo B) está representada pela coloração vermelha, é circular com núcleo mais
escuro que o resto da célula, e apresenta oito pequenos ligantes em forma de “Y” para fora, representando os receptores extracelulares.
Destes apenas um está ligado ao hormônio, representado nesta célula por um círculo vermelho. A terceira e última célula (Alvo C) está
representada pela coloração azul, é circular com núcleo mais escuro em alaranjado e apresenta oito pequenos ligantes em forma de
“Y” para fora, representando os receptores extracelulares. Destes, dois estão ligados pelo hormônio, representado nesta célula por um
losango amarelo e outro por um círculo vermelho.
A terapia de reposição hormonal é comumente utilizada em múltiplos casos, ela serve para repor a
concentração hormonal que, por algum motivo, apresentou um declínio em decorrência da idade,
doença, tumores. Entretanto essa terapia deve ser acompanhada e realizada apenas por profissionais
habilitados, uma vez que, após a imersão deste capítulo, você deve ter notado que a concentração
dos hormônios é muito bem estabelecida e controlada, de forma que seu aumento ou diminuição
apresenta respostas de controle por meio do feedback positivo e negativo. Deste modo, qualquer
alteração na sua concentração deve ser muito bem determinada para que isso não impacte no
organismo interferindo de maneira deletéria no funcionamento do corpo e, consequentemente,
na qualidade de vida do indivíduo.
FARMACOLOGIA HORMONAL - Agora que temos uma base sólida e introdutória dos hor-
mônios, vamos iniciar a discussão de como ocorre suas alterações e, consequentemente, condições
que necessitam de tratamento farmacológico. Para isso, vamos dividir os hormônios de acordo
com seus eixos de liberação e ação.
EIXO HIPOTÁLAMO x HIPÓFISE - A interação entre hipotálamo e hipófise constitui a integra-
ção mais importante entre o sistema nervoso e endócrino, uma vez que o hipotálamo constitui o local de
transdução neuroendócrina, ou seja, recebe e integra os sinais provenientes do cérebro desencadeando
86
UNIDADE 4
uma resposta por meio de sinais químicos que regulam a secreção dos hormônios hipofisários. Por sua vez,
os hormônios hipofisários alteram as atividades dos órgãos endócrinos periféricos (GOLAN et al., 2014).
Deste modo, hipotálamo e a hipófise funcionam de modo cooperativo como reguladores dominantes
do sistema endócrino. Em seu conjunto, os hormônios secretados pelo hipotálamo e pela hipófise con-
trolam importantes funções homeostáticas e metabólicas, incluindo reprodução, crescimento, lactação,
fisiologia da glândula tireoide e das glândulas suprarrenais e homeostasia da água (GOLAN et al., 2014).
Os hormônios da adeno-hipófise que serão abordados neste capítulo serão os seguintes: os hormô-
nios somatotróficos – hormônio do crescimento (GH) e A adrenocorticotrofina (ACTH).
Hormônio do crescimento (GH) - O hormônio é fundamental no crescimento e desenvolvimento
do corpo desde a infância até a fase adulta, sendo liberado de forma pulsátil com secreção aumentada
durante sono, hipoglicemia e exercícios físicos. A secreção é diminuída por somatostatina, obesidade,
hiperglicemia e gravidez (CONSTANZO, 2018; GUYTON; HALL, 2017).
Controle hipotalâmico - O hormônio liberador de hormônio do crescimento (GHRH) es-
timula a síntese e a secreção do hormônio do crescimento, este é liberado pelo núcleo arqueado
do hipotálamo. Já o núcleo paraventricular hipotalâmico libera o hormônio antagonista a sua
liberação conhecido como somatostatina, este inibe a secreção de hormônio do crescimento
ao bloquear a resposta da adeno-hipófise ao GHRH (CONSTANZO, 2018).
Os efeitos anabólicos do GH de aumento glicêmico sérico, síntese proteica, mobilização lipídica e
aumento da massa óssea são mediados tanto pela sua ação direta nos receptores da superfamília das
citocinas quanto pelo fator de crescimento semelhantes à insulina 1 (IGF-1), um hormônio liberado
na circulação pelos hepatócitos em resposta à estimulação pelo GH. Diferentemente do GH, que apre-
senta curta meia vida circulante e padrão pulsátil de secreção, o IGF-1 está ligado à proteína e perma-
nece estável na circulação por períodos mais prolongados em concentrações em estado de equilíbrio
dinâmico (GOLAN et al., 2014; FUCHS; WANNMACHER; FERREIRA, 2010; PENILDON, 2010).
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UNICESUMAR
REALIDADE
AUMENTADA
88
UNIDADE 4
Etapa 1 - Bomba de iodeto encontrada nas células epiteliais foliculares da tireoide tem
como função transportar, de forma ativa, Iodeto para dentro da célula.
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UNICESUMAR
HORMÔNIOS TIREOIDE
Glândula
Tireoide
Glândula
Pituitária
Calcitonina
Descrição da Imagem: Imagem apresenta o eixo de liberação dos hormônios da tireoide. Seguindo a sequência fisiológica, tem-se o início
da cascata de reação no hipotálamo, este está representado em marrom, liberando o hormônio TRH, ao qual tem uma flecha se deslocando
para glândula pituitária, localizada abaixo do hipotálamo, sendo representada anatomicamente na coloração rósea. Esta glândula libera
o hormônio TSH, este hormônio dirige-se em direção a glândula tireoide, representada anatomicamente na coloração vermelha. Após a
ação do TSH na tireoide, ocorre a síntese e liberação de três hormônios, sendo representados por círculos. O círculo verde representa o
hormônio T3, o círculo roxo representa o hormônio T4 e o círculo cinza representa o hormônio Calcitonina. Por fim, tem-se uma seta ver-
melha saindo da tireoide com os dizeres: Feedback de inibição negativa em direção tanto para glândula pituitária quanto para hipotálamo.
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UNIDADE 4
DESORDENS
DA TIREOIDE
Descrição da Imagem: a imagem representa a glândula tireoide, em um formato anatômico específico na coloração vermelha, esta glân-
dula está representada com lágrimas azuis nos dois olhos, que se apresentam com expressão triste voltados para baixo e sobrancelhas
franzidas, expressando sentimento de dor, bem como a boca. Acima dos olhos, tem-se um curativo no formato de “X” na coloração amarela.
Fora da glândula, tem-se seis cápsulas, metade azul e metade vermelha, círculos vermelhos e cruzes azuis e verdes, em um fundo branco
91
UNICESUMAR
• O bócio tóxico nodular é causado por neoplasia benigna ou adenoma, e pode desenvolver-se
em pacientes com bócio simples de longa duração. Essa condição pode ser resultado do uso
tanto do fármaco antiarrítmico amiodarona, que é rico em iodo, quanto de radiocontraste,
que também contém iodo.
• Bócio simples, não tóxico: o consumo prolongado de dieta deficiente em iodo leva ao aumento
do TRH plasmático e, por fim, ao aumento no tamanho da glândula. Em geral, a tireoide aumen-
tada produz quantidades normais de hormônio tireoidiano (RANG; DALE, 2016; GUYTON;
HALL, 2017; GOLAN et al., 2014).
• TRATAMENTO - O hipertireoidismo pode ser tratado farmacológico ou cirurgicamente.
• A cirurgia atualmente é usada apenas quando há problemas mecânicos decorrentes da com-
pressão da traqueia pela tireoide. Nessas circunstâncias, é comum a remoção de apenas parte
do órgão (RANG; DALE, 2016).
• Agentes farmacológicos têm como alvo cada etapa da síntese do hormônio tireoidiano, desde
a captação inicial de iodeto até a organificação, o acoplamento e a conversão periférica de T4
em T3. Clinicamente, dispõe-se de:
• Inibidores da captação de iodeto - Como o iodeto necessita ser transportado para dentro da
tireoide por um transporte simporte que utiliza sódio, os medicamentos desta classe possuem
uma similaridade ao iodeto, assim, ocorre uma competição por este transporte, inibindo sua
captação e, consequentemente, diminuindo a síntese dos hormônios tireoidianos. Entretanto,
o uso deste fármaco é incomum, por causa do potencial de causar anemia aplásica, doença que
acontece devido à falência da medula óssea (GOLAN et al., 2014, GUYTON; HALL, 2017).
92
UNIDADE 4
• Tioaminas - essa classe de medicamentos compete com a tireoglobulina pelo iodeto oxidado,
processo mediado pela enzima tireoperoxidase, deste modo, diminui a síntese dos hormônios
tireoidianos. É importante ressaltar que as tioaminas são bociógenos, ou seja, frequentemente
resultam na formação de bócio, este efeito ocorre uma vez que a inibição do fármaco acarreta no
aumento da liberação do TSH pela adeno-hipófise, na tentativa de restabelecer a homeostasia,
contudo, mesmo com os níveis plasmáticos aumentados de TSH, não conseguem elevar os ní-
veis de hormônio tireoidiano, devido à ação de tioamina. Em resposta à estimulação pelo TSH
elevado, a glândula tireoide sofre hipertrofia na tentativa de aumentar a síntese de hormônio
tireoidiano. Isso provoca eventual formação de bócio (MOLINA, 2014).
• Farmacocinética: Classe com meia-vida curta, o que exige sua administração 3 vezes/dia, são
geralmente bem tolerados. O efeito adverso mais frequente desses fármacos consiste em exan-
tema pruriginoso no início do tratamento, o qual pode sofrer remissão espontânea; artralgias
também são motivo comum para a interrupção desses fármacos e podem interferir na síntese
de protrombina dependente de vitamina K, ocasionando hipoprotrombinemia e aumento da
tendência a sangramento. Agranulocitose, hepatotoxicidade e vasculite constituem três com-
plicações raras, porém graves (GOODMAN; GILMAN, 2012).
• Inibidores do metabolismo periférico do hormônio da tireoide - Embora a maior parte do
hormônio tireoidiano seja sintetizada na glândula tireoide como T4, o hormônio tireoidiano
atua em sítios periféricos principalmente como T3. A conversão de T4 em T3 depende de uma
5’-desiodase periférica, e inibidores dessa enzima são adjuvantes efetivos no tratamento dos
sintomas de hipertireoidismo (GOLAN et al., 2014).
• Ipodato - O ipodato é um contraste radiológico utilizado antigamente para visualização de ductos
biliares em procedimentos de colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE). Além de
sua utilidade como contraste radiológico, o ipodato inibe significativamente a conversão de T4
em T3 por meio da inibição da enzima 5′-desiodase. Embora no passado tenha sido, algumas
vezes, empregado no tratamento de hipertireoidismo, não é mais comercialmente disponível.
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UNICESUMAR
O dia 25 de Maio é comemorado o “Dia Mundial da Tireoide”, sendo dedicado aos pacientes com
tireoide e a todos os que estão comprometidos com o estudo e o tratamento de doenças da tireoide
em todo o mundo. Este dia é dedicado e estimulado pelas sociedades responsáveis pelo estudo
das disfunções tireoidianas a fornecer informações e atualizações sobre o tratamento da tireoide
ao redor do mundo, seja ele farmacológico ou nutricional. Essas informações podem ser distribuí-
das por meio da mídia, eventos organizados e reuniões com a população. O objetivo é aumentar a
conscientização, por meio do acesso otimizado à educação, sobre a importância do funcionamento
ideal da glândula tireoide na infância, durante a gravidez e ao longo da vida adulta.
94
UNIDADE 4
DIA MUNDIAL DA
Figura 6 - Representação do Símbolo em comemoração ao Dia Mundial da Tireoide
Descrição da Imagem: Imagem representa uma glândula tireoide, no seu formato anatômico, esta imagem está pintada com uma mistura
de cores, azuis, roxo, verde e branco que se misturam ao decorrer da tireoide, e abaixo os dizeres “DIA MUNDIAL DA TIREOIDE”, em uma
referência a comemoração mundial da prevenção e cuidado aos distúrbios da tireoide.
Considerações gerais
A hipófise e o córtex da glândula suprarrenal liberam hormônios que regulam o equilíbrio de sal e
água, o dispêndio de energia, o crescimento, o comportamento sexual, a função imunológica e muitos
outros mecanismos vitais. O comandante-chefe desse impressionante exercício logístico é o hipotálamo,
e a unidade funcional é conhecida como eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (na sigla em inglês, HPA)
(GOODMAN; GILMAN, 2012; MOLINA, 2014).
O fator liberador de corticotrofina (CRF), tem como função estimular a liberação do hormônio
adrenocorticotrófico (ACTH). Preparações sintéticas são usadas para testar a capacidade da
hipófise em secretar ACTH e para avaliar se a deficiência de ACTH é causada por defeito na
hipófise ou no hipotálamo. Também são usadas para avaliar a função hipotalâmico-hipofisária
após o tratamento da síndrome de Cushing (RANG; DALE, 2016).
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UNICESUMAR
O córtex da suprarrenal - A glândula suprarrenal é composta de duas partes: a medula interna, que
secreta catecolaminas, e o córtex externo, que secreta os esteroides da suprarrenal. Os principais esteroides
da suprarrenal são aqueles com atividade de glicocorticoides. Os glicocorticoides têm ações difusas no
metabolismo intermediário, afetando o metabolismo de carboidratos e de proteínas, além de possuírem
potente efeito regulatório sobre os mecanismos de defesa do organismo (RANG; DALE et al., 2016).
Glicocorticoides - Síntese e liberação - O precursor dos glicocorticoides é o colesterol e são
sintetizados pela influência do ACTH liberado pela adeno hipófise, este, é liberado em forma pulsátil
com interferência circadiana, ou seja, sofrem interferência da hora do dia que aumentam ou diminuem
sua concentração. Este ritmo circadiano bem definido em sua secreção nos humanos sadios, cuja
concentração sanguínea é maior durante a manhã e sofre redução gradual ao longo do dia, atingindo
o ponto mais baixo à noite (RANG; DALE, 2016).
ACORDADO DORMINDO
Cortisol
Meltatonina
Descrição da Imagem: Imagem representa a liberação do hormônio cortisol durante o dia. A figura é dividida em colunas. Inicial-
mente, a figura está na coluna azul e tem-se os dizeres “acordado” onde a concentração de cortisol está baixa, essa concentração é
representada por uma linha preta. Esta linha sofre alterações na sua concentração, sendo que é finalizada em altas concentrações
quando a pessoa está dormindo, finalizando na coluna amarelada. Outra variável analisada é a concentração da melatonina, esta
se inicia na coluna azul e tem-se os dizeres “acordado” onde a concentração de melatonina está alta, essa concentração é repre-
sentada por uma linha amarela. Esta linha sofre alterações na sua concentração, sendo que é finalizada em baixas concentrações
quando a pessoa está dormindo, finalizando na coluna amarelada.
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UNIDADE 4
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UNICESUMAR
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UNIDADE 4
RESPOSTA AO ESTRESSE
Hipotálamo
Descrição da Imagem: Imagem representa o estímulo do estresse diretamente no hipotálamo, este estímulo é representado
por uma seta vermelha, e o hipotálamo anatomicamente em azul. Este estímulo acarreta na liberação do hormônio ACTH pela
pituitária anterior, que se direciona para glândula adrenal, localizada na parte superior do rim, representado anatomicamente na
coloração marrom, e na parte superior um aglomerado de células na cor amarela, representando a glândula adrenal. Esta glândula
sofre ação do ACTH, ocorrendo, assim, a liberação do cortisol.
Efeitos adversos - a terapia de reposição com glicocorticoides em doses baixas normalmente não
traz problemas, mas em doses elevadas ou administração prolongada ocorrem efeitos adversos
graves. Os principais efeitos adversos são os seguintes:
Supressão da resposta a infecções ou lesões: infecções oportunistas podem se tornar muito
graves se não forem tratadas rapidamente com agentes antimicrobianos e com aumento na dose
do esteroide. Sapinho (candidíase, uma infecção fúngica) ocorre com frequência quando os
glicocorticoides são administrados por inalação, em razão da supressão local dos mecanismos
anti-inflamatórios. A cicatrização de lesões é prejudicada e também pode ocorrer ulceração
péptica (GOODMAN; GILMAN, 2012; PENILDON, 2010).
Síndrome de Cushing - Condição relacionada ao excesso na produção do cortisol resultado do
aumento na síntese e liberação do hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), normalmente associado
a um distúrbio hipofisário ou aumento do distúrbio no córtex adrenal. Normalmente, o indivíduo
apresenta um acúmulo excessivo de gordura no tronco, uma face grande e redonda e pele fina.
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UNICESUMAR
Insuficiência aguda da suprarrenal: a retirada abrupta desses fármacos após terapia prolongada,
devido à supressão da capacidade do paciente para sintetizar corticosteroides. Devem-se seguir proce-
dimentos cautelosos para a retirada em estágios. A recuperação da função total da suprarrenal demora,
aproximadamente, 8 semanas, embora possa levar até 18 meses ou mais após tratamento prolongado
com doses elevadas (RANG; DALE, 2016).
As informações sobre os hormônios são voláteis e constantes, a todo momento você pode encontrar
uma nova terapia de reposição hormonal específica para algum tipo de doença. Tornando, assim, este
assunto muito interessante, concorda? Deste modo, que tal realizarmos uma breve busca das principais
terapias de reposição hormonal disponíveis atualmente, com objetivo de responder essa pergunta:
“QUAIS OS BENEFÍCIOS E MALEFÍCIOS DA REPOSIÇÃO HORMONAL?”.
100
Após toda essa vivência hormonal e complexa, convido você a analisar seus conhecimentos por
meio de Mapa mental utilizando as seguintes palavras chave: Hormônios, Definição, Classificação,
Ação, Química, Controle (feedback) Negativo, Positivo, Eixos Liberação, Hipotálamo, GHRH, Somato-
statina, Hipófise, Hormônio Crescimento, IGF-1, TSH, Tireoide, T3/T4, CRH, Adrenal e Cortisol. Tente
fazer a integração destas palavras para formar o mapa mental deste capítulo, lembrando que elas
são integradas. Vamos lá?
CLASSIFICAÇÃO AÇÃO
HORMÔNIOS
Lipídios, Aminoácidos e Protéicos
EIXOS LIBERAÇÃO
POSITIVO
GHRH
CRH
TIREÓIDE
ADRENAL
ACTH
CORTISOL
101
1. Leia o caso a seguir:
Mulher de 35 anos chega ao médico com queixas de fadiga generalizada, perda de 4 kg re-
centemente sem dieta. O exame bioquímico apresentou deficiência no hormônio TSH com
índices elevados de T4 e T3, destacando presença de Anticorpos contra receptores tireoidianos.
a) Hipotireoidismo de Graves.
b) Hipertireoidismo de Hashimoto.
c) Hipertireoidismo de Graves.
d) Síndrome de Cushing.
e) Hipotireoidismo de Hashimoto.
Homem de 45 anos chega ao médico com queixas de Fadiga, ganho rápido de peso com obe-
sidade central. Cortisol sérico e urinário elevado tanto às 24h (meia-noite), quanto às 08h da
manhã. Após a administração de 1 mg de Dexametasona ACTH plasmático, era de 100 ng/L
(Valor de Referência: Normal < 80 ng/L);
3. O sistema endócrino tem a função de garantir o fluxo de informações entre diferentes tipos
de células, possibilitando a integração funcional de todo organismo. Portanto, assinale a
assertiva correta.
102
d) O hormônio TSH atua estimulando a tireoide, a síntese e liberação dos hormônios T3 e T4,
estes possuem ação metabólica importante, uma vez que diminuem as proteínas desacopla-
doras e a utilização do oxigênio celular.
e) A síndrome de Laron é caracterizada pela incapacidade do organismo em sintetizar os re-
ceptores do IGF-1 e, como consequência, ocorre o déficit do crescimento e desenvolvimento
do indivíduo.
4. Hormônios são substâncias químicas que controlam diversas funções do organismo. As glân-
dulas endócrinas são aquelas que produzem substâncias que são lançadas diretamente no
sangue. Considerando, analise as assertivas.
A ação dos hormônios depende da característica química deles, uma vez que podem ser lipí-
dicos, proteicos e aminoácidos.
PORQUE
a) Hipotireoidismo.
b) Hiporiteoidismo.
c) Excesso de GH.
d) Déficit GH.
e) Síndrome de Cushing.
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5
Fármacos Que Atuam
na Obesidade -
Fármacos e Substâncias
Relacionadas ao Estilo
de Vida e Esporte
Dr. Marcel Pereira Rangel
106
UNIDADE 5
Como já foi descrito no texto acima, a obesidade, atualmente, se encontra entre as condições mais
preocupantes da sociedade. A correria do dia a dia, associado aos fatores ambientais e genéticos, faz
com que as pessoas se alimentem erroneamente, com alimentos cada vez mais industrializados com
pouco teor nutricional e extremamente calóricos. Estes fatores associados formam, em conjunto, riscos
ao desenvolvimento da obesidade e junto a ela as comorbidades, como riscos cardiovascular, hepático,
renal, entre outros. Esses fatores são tão importantes que, em 2020, ocorreram 168 mil mortes asso-
ciadas à obesidade no Brasil, este número reforça a necessidade de um controle do peso. Este controle
pode ser feito em diversos aspectos, desde nutricional quanto farmacológico.
O aspecto nutricional, relaciona-se ao consumo alimentar balanceado e, principalmente, com
menor expressão calórica. Na parte farmacológica, existe uma gama de fármacos que vão desde
simples medicamentos associados a menor absorção de nutrientes até inibição do centro da fome.
Nosso objetivo é de que, nesta unidade, abordaremos todos os métodos farmacológicos e não
farmacológicos associados ao controle da obesidade, para isso, faça um Diário de Bordo antes de
iniciarmos o módulo, para que possamos analisar seu conhecimento prévio sobre o assunto e, depois
disso, podemos começar nossa imersão nesta unidade recheada de informações.
107
UNICESUMAR
Fome
Comida
Saciedade
Figura 1 - Representação do controle exercido pelo sistema nervoso central no processo de fome e saciedade
Descrição da Imagem: a imagem possui um fundo acinzentado escuro, representando o corpo humano, sendo destacado dois locais:
o cérebro, em vermelho, e o estômago, em alaranjado. Estes dois órgãos estão interligados a um fluxograma que descreve o controle
da fome e saciedade. No início do fluxograma está o cérebro e dele sai um traço até uma caixa com texto em azul escrito (fome), desta
caixa segue uma flecha branca para baixo e, em outra caixa azul, com os dizeres (Comida). Desta caixa segue uma flecha branca para
baixo e em outra caixa azul com os dizeres (Saciedade), esta última caixa, desloca uma linha para o estômago, este fecha o fluxograma
com uma linha até o cérebro, deste modo, o fluxograma tem início e fim no cérebro.
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UNIDADE 5
Na tentativa de explicar como ocorre a regulação da ingestão alimentar, existem duas teorias:
Teoria glicostática: sugere que o metabolismo glicolítico nos centros hipotalâmicos regulam o
consumo do alimento, ou seja, quando ocorre a diminuição sérica da glicose, ocorre inibição do cen-
tro da saciedade e ativação do centro da fome; e quando ocorre o aumento sérico da glicose, ocorre
ativação do centro da saciedade e inibição do centro da fome (SILVERTHORN, 2017).
Teoria lipostática: sugere que a concentração lipídica do corpo, mediaria a liberação de sinais
químicos, modulando O centro da fome. Assim, se o armazenamento de gordura aumenta, a ingestão
diminui. No jejum, a ingestão aumenta. Deste modo, a obesidade seria o resultado da ruptura dessa
via (SILVERTHORN, 2017).
A descoberta do hormônio sintetizado pelos adipócitos – Leptina, em 1994, reforçou e embasou a
teoria lipostática. Estes hormônios atuam de forma de feedback negativo entre o hipotálamo x tecido
adiposo, ou seja, quanto maior a concentração de gordura corporal, isto é, aumento de tecido adiposo,
maior seria a secreção de leptina e menor consumo alimentar. Vale ressaltar que estes achados são
muito bem determinados em testes laboratoriais e não são bem transpostos para os seres humanos,
visto que só uma pequena porcentagem dos obesos é deficiente em leptina (SILVERTHORN, 2017).
Outra molécula atuante neste controle é o neuropeptídeo Y (NPY), um neurotransmissor cerebral
que parece servir de estímulo para a ingestão alimentar. Este neuropeptídeo pode sofrer influência na
sua concentração pelo hormônio grelina, secretado pelo estômago durante períodos de jejum, au-
mentando a sensação de fome. E, finalmente, pode-se associar o ciclo circadiano (sono ou vigília) no
processo de fome e saciedade, uma vez que os peptídeos cerebrais, chamados de peptídeos orexígenos
parecem desempenhar um papel na vigília, e no sono também exercem papel regulatório (SILVER-
THORN, 2017).
EQUILÍBRIO ENERGÉTICO - O metabolismo determina o destino dos alimentos consumidos,
ou seja, o que será queimado, e produzirá calor ou se tornará músculo, gordura ou outros componentes
celulares. No controle do peso, aplica-se a primeira lei da termodinâmica, onde fica estabelecido que
a quantidade de energia é constante, assim, determina-se que toda a energia que entra em um sistema
biológico, como o corpo humano, deve ser contabilizada, ou seja, equilíbrio de energia: em que mu-
danças nos estoques de energia corporal resultam na diferença entre a energia posta no sistema e a
energia utilizada (GUYTON; HALL, 2017).
Vale ressaltar que “entrada de energia” consiste na quantidade do alimento ingerido e absorvido, e
“saída de energia” consiste na utilização desta energia. Para isso, é fundamental que o indivíduo saiba
a concentração correta do alimento a ser ingerido e a quantidade de energia que o seu corpo gasta,
deste modo, vamos aplicar alguns conceitos a você para que isso fique claro.
GASTO ENERGÉTICO - Para estabelecer um equilíbrio de energia para o corpo humano, devemos
ser capazes de estimar tanto a energia contida nos alimentos (entrada de energia) quanto a energia
gasta na perda de calor e nos vários tipos de trabalho (saída de energia).
O modo para medir o conteúdo energético dos alimentos é por meio da calorimetria direta,
ou seja, após a ingestão, o alimento é queimado e ocorre liberação de calor, este calor, pode ser
mensurado em quilocalorias (kcal). O conteúdo calórico de qualquer alimento pode ser calcula-
109
UNICESUMAR
do pela multiplicação do número de gramas de cada componente pelo seu conteúdo de energia
metabólica (SILVERTHORN, 2017; GUYTON; HALL, 2017).
Taxa Metabólica - O método mais comum para estimar a taxa metabólica é determinar o consumo
de oxigênio da pessoa, a taxa na qual o corpo consome oxigênio à medida que metaboliza os nutrientes.
Essa taxa metabólica, entretanto, sofre diversas influências como:
Consumo de oxigênio ou produção de dióxido de carbono – Sabe-se que o aumento do con-
sumo de oxigênio resulta no maior consumo metabólico.
Idade e sexo – Homens apresentam maior taxa de massa magra e, consequentemente, uma maior
taxa metabólica do que as mulheres. Entretanto, destaca-se que em ambos os sexos ocorre a diminuição
da taxa metabólica em consequência da diminuição da massa magra.
Nível de atividade – A contração muscular proveniente da atividade física aumenta o consumo
de oxigênio e, consequentemente, a taxa metabólica, consumindo mais energia.
Hormônios – Os hormônios da tireoide (apresentados na unidade 4), aumentam o consu-
mo de oxigênio, deste modo, aumentam a taxa metabólica (SILVERTHORN, 2017; McARDLE;
KACTH; KATCH, 2016).
Estimando a gordura – Índice de massa corporal (IMC) - Um método simples e eficiente de
estimar o total de energia acumulada é pela análise do índice de massa corporal (IMC). Para calcular o
seu IMC: Peso (quilogramas/kg)/altura ao quadrado (metros). Os valores considerados ideais variam
entre 18,5 e 24,9. Valores inferiores a 18,5 são considerados abaixo do peso normal e acima de 24,9 são
considerados como sobrepeso. Um IMC acima de 30 indica obesidade, que se correlaciona com o aumen-
to do risco de desenvolvimento de diversas doenças crônicas não transmissíveis, incluindo o diabetes,
doença cardiovascular e pressão alta (SILVERTHORN, 2017; McARDLE; KACTH; KATCH, 2016).
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UNIDADE 5
Descrição da Imagem: a imagem representa os níveis de índice de massa corporal, e nela estão inseridas silhuetas coloridas de cinco
pessoas, todas na posição ereta com os pés juntos e braços colados ao corpo. Da esquerda da imagem para direita, inicia-se com um
corpo em azul, indicando uma pessoa abaixo do peso (com o texto <18,5). Ao lado, corpo em verde, indicando uma pessoa com peso
normal (com o texto 18,5 - 25,9). Em seguida, corpo em amarelo, indicando uma pessoa com sobrepeso (com o texto 25 - 29,9). Seguido
de um corpo em alaranjado, indicando uma pessoa obesa (com o texto 30 - 34,9). E por fim, corpo em rosa, indicando uma pessoa com
peso extremo (com o texto 35<).
Levando em consideração que o cálculo do IMC não distingue a quantidade de massa gorda
e massa magra, atletas altamente treinados, incluindo jogadores de futebol e halterofilistas,
podem ter valores distorcidos de IMC, fazendo-os parecer obesos. Neste sentido, atualmente,
pode-se utilizar o cálculo pela bioimpedância.
A bioimpedância elétrica é um exame destinado à avaliação da composição corporal, estimando a
massa magra, gordura corporal, água corporal total, entre outros dados que proporcionam informa-
ções mais precisas sobre o estado nutricional do paciente. O exame pode ser realizado nas consultas
de avaliação e acompanhamento nutricional ou em pacientes que tenham encaminhamento médico
ou de nutricionista para realizar somente o exame.
111
UNICESUMAR
OBESIDADE - A obesidade pode ser definida como a doença em que a saúde é afetada adversamente
por excesso de gordura corporal. Atualmente, é considerada um problema de saúde pública, tanto da
população adulta quanto infantil. Já foi abordado, neste módulo, que a gordura corporal representa
energia armazenada, e a obesidade ocorre quando os mecanismos homeostáticos que controlam o
balanço calórico apresentam alterações ou são suplantados (GOLAN et al., 2014).
Assim, a combinação de estilo de vida sedentário, suscetibilidade genética, influências culturais e
acesso irrestrito a amplo suprimento de alimentos altamente calóricos está levando à epidemia global
de obesidade (GUYTON; HALL, 2017; McARDLE; KACTH; KATCH, 2016).
Obesidade como um problema de saúde: Em 2008, a OMS estimou que já existem mais de 1,4
bilhão de adultos acima do peso, aproximadamente metade dos quais – equivalente a mais de 10%
da população mundial – é obesa, de acordo com os critérios descritos anteriormente.
Apesar da própria obesidade raramente ser fatal, está frequentemente coexiste com distúrbios me-
tabólicos e outros (particularmente a hipertensão, hipercolestrolemia e diabetes tipo 2), compreen-
dendo todos a síndrome metabólica. Isso acarreta um elevado risco de afecções cardiovasculares,
acidente vascular cerebral (AVC), cânceres (particularmente dependentes de hormônios), doenças
respiratórias (particularmente a apneia do sono) e problemas digestivos, além da osteoartrite.
Devido a esta importância do tema, foi criado o “DIA MUNDIAL DA OBESIDADE”, onde, no dia 4 de
março, promove a conscientização sobre a crescente crise global de obesidade e os perigos para a
saúde de estar gravemente acima do peso.
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UNIDADE 5
Obesidade
DIA MUNDIAL DA
Descrição da Imagem: a imagem possui uma pessoa em pé, com os braços colados no corpo na coloração azul escura e desta
pessoa sai uma sombra em azul claro representando um corpo obeso. Ao lado desta imagem, os dizeres Dia mundial da Obe-
sidade em azul
EXERCÍCIO E SAÚDE - A atividade física tem muitos efeitos positivos no corpo humano e, levando
em consideração de que o estilo de vida vem se alterando incessantemente durante o decorrer dos anos,
o controle da alimentação associado a atividade física regulares é uma mudança no estilo de vida que
muitas pessoas têm dificuldade (SILVERTHORN, 2017).
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UNICESUMAR
Descrição da Imagem: a imagem representa uma mulher ao ar livre fazendo alongamento em seu corpo para iniciar uma
atividade física. Esta mulher está de costas, com cabelo até metade das costas da coloração preta, com uma calça preta e uma
camisa regata na cor rosa claro. Está levemente inclinada para direita da imagem, onde seu braço esquerdo está acima da cabeça
com a mão espalmada para cima, o outro braço apoiado na cintura. Ao fundo, nota-se que a pessoa está em um local parecido
com um parque ou um bosque, no período do entardecer, uma vez que, pequenos raios de sol batem no corpo da mulher, bem
como na grama ao seu redor.
Desde a década de 50, sabe-se que as práticas de exercícios físicos reduzem o risco de desenvolvimento
de problemas cardíacos. Foi demonstrado que o exercício apresenta benefícios como: Diminuição na
pressão arterial e nos níveis de triacilgliceróis plasmáticos e aumento nos níveis de colesterol-HDL. Se
analisarmos que a pressão arterial alta é o principal fator de risco para acidentes vasculares encefálicos
(AVE), e triacilgliceróis elevados e níveis baixos de colesterol-HDL estão associados ao desenvolvi-
mento de aterosclerose e ao aumento no risco de infarto do miocárdio, a prática de exercícios físicos
se apresenta eficaz no combate a estas condições (GUYTON; HALL, 2017; SILVERTHORN, 2017).
Além disso, durante o exercício intenso, fatores neuro-humorais aumentam a liberação hormonal
de epinefrina, norepinefrina e glucagon e diminuem a liberação de insulina, provocando uma melhora
na mobilização glicêmica (McARDLE; KACTH; KATCH, 2016).
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UNIDADE 5
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UNICESUMAR
Supressores do apetite que atuam centralmente - Fármacos que atuam no sistema nervoso
central têm sido utilizados na tentativa de controlar o apetite, os exemplos destas classes são: sibu-
tramina, o rimonabanto (ambos retirados na maioria dos países) e a lorcaserina, um agonista
do receptor 5-HT2C recentemente aprovado como um supressor do apetite como medicamento
de auxílio à dieta, que deve ser retirado após perda de peso dos pacientes (RANG; DALE, 2016).
Descrição da Imagem: a imagem mostra uma mulher de semblante triste, esta possui cabelo escuro curto, com um prende-
dor de cabelo amarelo do lado esquerdo da cabeça. Ela se apresenta na coloração rósea, e está com a mão direita apoiando a
cabeça e a mão esquerda segurando uma colher branca. Na frente da mulher, encontra-se um prato de comida arredondado,
nele tem-se três itens na coloração verde (representando brócolis), um alimento amarelado (representando um purê) e por fim
um item vermelho com cabo verde (representando um tomate). Este prato está acima de uma toalha azul escura, que possui
quatro listras brancas, em cima de uma mesa amarelada. No fundo da imagem se encontra uma parede azul, com um relógio
arredondado, e ao no canto superior direito, um quadro com alguns riscos e um círculo branco.
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UNIDADE 5
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UNICESUMAR
A busca pelo corpo perfeito, muitas vezes, leva a quadros perigosos, principalmente na modulação
do metabolismo. O 2,4-dinitrofenol mais conhecido como “DNP” um produto químico industrial, é
facilmente encontrado em vendas online com propósito de “queimar gorduras”, seu mecanismo de
ação ocorre pelo bloqueio da síntese energética mitocondrial e, consequentemente, desvio para
metabolismo energético com objetivo de síntese de ATP, este desvio aumenta a taxa metabólica,
como consequência há aumento na mobilização lipídica. Entretanto, seus efeitos adversos mais
comuns são: aumento da temperatura corporal e pressão arterial, o que pode levar a complicações
e até mesmo ao óbito.
Descrição da Imagem: a imagem demonstra dois planos, no primeiro há um pote de vidro arredondado branco, metade dele
cheio com água, representada pela coloração azul. Dentro desta água está uma imagem de uma caveira representada em ver-
melho e possui dois ossos cruzados um para cada lado. No segundo plano, temos um livro aberto na coloração alaranjada com
a capa em marrom, além disso, um marca-página em verde. No lado direito do livro, há uma representação de escritas por 8
linhas paralelas escuras.
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UNIDADE 5
Atualmente, um dos controles da obesidade se refere à melhora nos hábitos alimentares, associados
à prática de atividade física que contribui para a redução do risco de desenvolvimento das doenças
crônicas não transmissíveis. Portanto, uma reeducação alimentar deve ser realizada e adequada às ne-
cessidades de cada indivíduo, para que tenha um impacto significativo na qualidade de vida das pessoas.
O uso medicinal de plantas na sua forma natural e sem processamento são utilizados em larga escala
por estarem disponíveis sem necessidade de prescrição e, ao contrário dos medicamentos de venda
livre, são considerados legalmente suplementos dietéticos e não medicamentos. Entretanto, são
regulados por órgãos competentes para analisar sua eficácia e efeitos adversos. Para os propósitos
desta unidade, as substâncias a base de plantas e as substâncias químicas sintéticas purificadas
serão denominadas suplementos dietéticos. Estes, não são considerados medicamentos de venda
livre, mas sim suplementos alimentares usados para manutenção da saúde.
Legalmente, os suplementos dietéticos têm como objetivo suplementar a dieta, mas os consumidores
podem utilizá-los da mesma forma que usam medicamentos e, inclusive, no lugar de fármacos ou
combinados a eles. Muitos consumidores adotaram o uso de suplementos dietéticos como uma
abordagem “natural” para cuidar de sua saúde. Infelizmente, é comum que haja equívocos concei-
tuais acerca de segurança e eficácia dos agentes, e o fato de as substâncias serem denominadas
“naturais” não representa garantia de segurança.
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UNICESUMAR
Neste sentido, na teoria do modelo transteórico, uma pessoa com sobrepeso que inicia a reeducação
alimentar deverá passar do estágio de pré-contemplação para a contemplação, e assim por diante, ou
seja, necessita compreender a obesidade como um problema de saúde e se preparar para as mudanças
oriundas desse novo comportamento alimentar.
Após este vasto conteúdo abordado nesta unidade, o que acha de uma boa leitura para fixar melhor o
conteúdo? Assim, fique atento(a) nas dicas:
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UNIDADE 5
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UNICESUMAR
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Encerramos este módulo e suas considerações fundamentais para a compreensão do processo
saúde x doença, principalmente relacionado aos hábitos alimentares atuais. E como observamos, o
tratamento farmacológico, apesar de limitado, apresenta uma boa eficácia, e visando esta ob-
servação, convidamos você para produzir um Mapa Mental, estabelecendo a relação e integração
entre os hábitos alimentares e desenvolvimento da obesidade e seu tratamento. Para isso, utilize as
palavras-chave: Obesidade, Controle, Fome, Grelina, Leptina, Saciedade, Tratamento, Farmacológi-
co, Supressor Apetite, Anfetaminas, Não farmacológicos, Reeducação Alimentar, Exercícios Físicos,
Variáveis, IMC e Taxa Metabolismo.
Vamos lá?
CONTROLE TRATAMENTO
ANFETAMINAS
GRELINA
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1. O tratamento não farmacológico da obesidade é complexo e depende de inúmeros fatores
para que tenha sucesso. Considerando o contexto, avalie as seguintes asserções e a relação
proposta entre elas.
A obesidade é uma condição relevante em idades adultas, uma vez que as crianças não de-
senvolvem este tipo de problema.
PORQUE
Possuem uma taxa metabólica superior aos adultos e, deste modo, seu consumo energético
supre a demanda calórica consumida, independentemente do teor do alimento.
2. Assinale a alternativa que descreve corretamente o fármaco que possui como mecanismo de
ação inibir a recaptação da serotonina e norepinefrina nos centros hipotalâmicos regulando
a fome.
a) Anfetaminas.
b) Sibutraminas.
c) DNP (2,4-dinitrofenol).
d) Grelina.
e) Leptina.
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3. Analise as afirmativas referente ao tratamento da obesidade:
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6
Fármacos Que Atuam
nos Distúrbios
Comportamentais
Ativadores e
Depressores do
Sistema Nervoso
Dr. Marcel Pereira Rangel
Quantas condições que acometem o sistema nervoso você conhece? Pense a respeito, talvez, a
primeira que venha na sua cabeça seja “Depressão” ou “Ansiedade”, e você está correto, entretan-
to, as condições agressoras do sistema nervoso são muito mais amplas e podem ser classificadas
de acordo com os neurotransmissores ou áreas específicas e acabam impactando diretamente
na qualidade de vida das pessoas. Pense também sobre o tratamento, você acredita que ele seja
efetivo? Muitos efeitos adversos? Venda liberada? Necessita de acompanhamento? São muitas
questões corretas, deste modo, convido você para que iniciemos esta complexa imersão no sistema
controlador do nosso organismo e juntos desvendarmos a sua farmacologia.
Você conhece alguma pessoa que apresenta condições que necessitam de medicamentos atuantes no
sistema nervoso central? Já observou se este tratamento teve um efeito imediato? Tardio? Ou não apre-
sentou efeito benéfico somente adversos? Os transtornos comportamentais atualmente compreendem
um dos principais problemas de saúde pública, uma vez que são condições debilitantes aos indivíduos
que impactam diretamente na qualidade de vida tanto da pessoa quanto dos seus cuidadores quando
necessário. Apesar do tratamento ser considerado efetivo na maioria das condições, pelo menos na
manutenção dos sintomas e na evitação da progressão das doenças, muitas vezes, o diagnóstico é tar-
dio, o que reduz proporcionalmente sua eficácia. Os tratamentos farmacológicos atuam em múltiplos
neurotransmissores e locais no sistema nervoso, assim, uma das primeiras perspectivas que você deve
ter, é que o sistema nervoso atua de forma integrada, ou seja, em conjunto, em suas múltiplas áreas.
Isso, muitas vezes, torna os medicamentos eficazes em distintas doenças, mas também aumenta a
chance no desenvolvimento de efeitos adversos.
Você saberia me dizer qual a doença mais incapacitante do sistema nervoso central? Quando
relacionamos incapacitações no sistema nervoso, pode ser tanto excitatória quanto inibitória. Pense
um pouco, e depois convido para que faça uma breve busca para que resolva esta pergunta, e assim,
juntos, iremos desvendar os tratamentos mais indicados em cada caso.
Certamente as doenças do sistema nervoso central são as condições mais impactantes tanto na
qualidade de vida direta do indivíduo quanto no seu cuidador, pensando assim, podemos refletir, prin-
cipalmente, nas condições neurodegenerativas que serão trabalhadas neste capítulo, estas condições,
como Alzheimer e Parkinson, apresentam um impacto direto no cuidado do indivíduo, uma vez que
elas evoluem para demência. Se pensarmos em condições como Esquizofrenia, Ansiedade, Pânico e
Epilepsia, estas condições impactam diretamente no próprio indivíduo. Independentemente da con-
dição, iremos abordar que a farmacologia é eficaz, entretanto, existem limitações, principalmente na
demora do diagnóstico e na persistência terapêutica do indivíduo que limitam sua efetividade.
Outra reflexão que podemos levantar neste capítulo seria do aumento no número de casos,
independentemente da idade com estas condições relacionadas acima, isto mostra como as
doenças comportamentais e demenciais estão inseridas no nosso cotidiano. Assim, neste capítulo,
iremos abordar as principais classes dos medicamentos que atuam em diferentes momentos no
desenvolvimento e no controle destas condições.
Para iniciarmos, convido-o a realizar um Diário de Bordo, com objetivo de que possamos ana-
lisar seu conhecimento prévio sobre o assunto e, depois disso, podemos começar nossa imersão
neste capítulo recheado de informações.
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UNIDADE 6
O sistema nervoso é uma rede de neurônios interligados por conexões sinápticas que confe-
rem uma complexidade incomparável a outros locais. Estes neurônios desempenham funções
distintas e importantes, como percepção – incluindo processamento sensorial, auditivo e visual,
estado de vigília, linguagem e consciência. Para desempenhá-las, os neurônios individuais que
compõem o sistema nervoso precisam estar organizados em redes funcionais, as quais são, por
sua vez, organizadas em unidades anatômicas maiores (MACHADO, 2014).
Deste modo, a farmacologia relacionada ao sistema nervoso central é certamente o local mais
desafiador de estudo, uma vez que este sistema é complexo e suas conexões se estendem por todo o
organismo, tornando a compreensão dos efeitos dos fármacos muito mais difícil. O cérebro compreende
o sistema mais “alto” do organismo; para iniciarmos nosso caminho na farmacologia deste local tão
complexo, primeiramente você precisa entender alguns conceitos básicos que, certamente, irão guiar
na compreensão dos efeitos farmacológicos, são eles (RANG; DALE, 2016):
Barreira hematoencefálica - Compreende um emaranhado de células endoteliais vasculares
justapostas que têm entre suas funções a proteção do sistema nervoso central contra partículas poten-
cialmente agressoras. Deste modo, os fármacos, para possuírem ação no SNC, devem ter condições
de atravessar essas barreiras (RANG; DALE, 2016; MACHADO, 2014).
Transmissão eletroquímica - Os neurônios se comunicam entre si e com outros tipos de células
por meio da liberação regulada de neurotransmissores. Estes, ao serem liberados, podem agir em lo-
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UNICESUMAR
cais próximos ou distantes em conexões especializadas denominadas sinapses, que apresentam uma
sequência geral de processos essenciais à transmissão eletroquímica, sendo: Síntese e Armazenamento,
Deslocamento Vesicular, Liberação, Retorno, Ação (GOLAN et al., 2014).
Neurotransmissor
Canais de cálcio
Receptor
Célula Pós Sináptica
Descrição da Imagem: Imagem apresenta processo de sinapse, ou seja, transmissão de impulso de um neurônio para o outro. Assim,
a imagem possui dois neurônios, representados anatomicamente na coloração alaranjada. No neurônio superior está escrito Célula
Pré-Sináptica, nele tem-se um ciclo com quatro vesículas pré-sinápticas, na coloração azulada, este ciclo é iniciado com a entrada de
cálcio por canais de cálcio acoplados no neurônio representada por dois círculos vermelhos, assim, temos dois destes na membrana
do neurônio. Esta entrada de cálcio inicia o deslocamento desta vesícula azul, do interior do neurônio até sua borda, onde libera o
neurotransmissor representado por pequenos pontos azulados (em grande quantidade) na fenda sináptica. Esta fenda é o espaço vazio
entre os dois neurônios. A imagem continua com o neurotransmissor liberado se ligando aos seus respectivos receptores representados
por retângulos roxos no neurônio pós-sináptico
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UNIDADE 6
Receptor GABA
Íon Cloreto
Membrana celular
Descrição da Imagem: Imagem representa o receptor GABAérgico, nela pode-se observar, inicialmente, uma visão superior do receptor,
onde se nota cinco pontos ou sítios de ligação coloridos representados por círculos. Dois sítios Alfa em azul, “Y” em verde e dois sítios
Beta em amarelo. Em seguida, este receptor aparece acoplado a membrana celular, esta membrana, na sua conformação fosfolipídica,
ou seja, parte da cadeia polar para cima representada por círculos azulados, com dois traços roxos representando a parte apolar saindo
da parte azul em direção a outro círculo azulado, deste modo, formando a membrana celular. No centro da imagem e no meio desta
membrana, tem-se o receptor GABAérgico acoplado, este receptor se apresenta transversalmente a membrana com os receptores citados
nas mesmas colocações. Na parte superior deste receptor, tem-se um círculo vermelho do íon cloreto, representando o mecanismo de
ação do receptor GABAérgico que, ao ser ativado, aumenta a entrada do íon cloreto para o espaço intracelular.
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UNICESUMAR
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UNIDADE 6
Você sabia que a cada 100 mortes 1 está relacionada ao suicídio? E que atualmente jovens na
faixa etária entre 15-20 anos são os que mais sofrem este tipo de acometimento? Pensando
nisso, a Organização Mundial de Saúde levou a discussão aos seus fóruns mundiais, para
chamar a atenção de um problema, muitas vezes, negligenciado em muitos países. No Brasil,
a Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP, desde 2014, promove discussões no mês de se-
tembro com o objetivo de prevenir e reduzir estes números.
10 DE SETEMBRO
Dia Mundial na
PREVENÇÃO DO
SUICÍDIO
Descrição da Imagem: Imagem apresenta uma mão na coloração rósea saindo do canto inferior esquerdo da imagem, esta mão
apresenta-se com braço esticado e entre ela passa-se um laço de uma corda marrom, assim, a mão segura essa corda com os dedos
fechados no canto superior do laço. Em cima desta mão, temos uma tesoura com cabo preto e pontas pontiagudas cinzas, em direção
a corda no ato de cortar. Esta tesoura é empunhada por outra mão que surge no canto direito superior também na coloração rósea.
Ao lado da imagem estão os dizeres, ou seja, 10 de setembro - Dia Mundial na Prevenção do Suicídio.
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UNICESUMAR
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UNIDADE 6
Descrição da Imagem: a imagem apresenta fundo marrom claro, com quatro mãos uma, sobreposta a outra, segurando um desenho
de uma cabeça humana na coloração rosa claro. Esta cabeça apresenta, no seu interior, na parte superior do crânio, um cérebro ana-
tomicamente representado na coloração rosa escuro. Dentro deste cérebro se encontram ondas cerebrais na coloração branca que
“cortam” todo o cérebro da esquerda para direita e que sobem e descem ao decorrer do percurso, representando as ondas cerebrais.
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UNICESUMAR
Ambas as isoformas da MAO podem degradar a dopamina, a MAO-B apresenta maior capacidade
e seletividade de quebra, assim, fármacos que atuam inibindo esta enzima são utilizados para aumentar
a função da DA no SNC. Por outro lado, a inibição da MAO-A retarda a degradação de todas as cate-
colaminas centrais e periféricas; inibição da MAO-A pode levar a uma toxicidade potencialmente fatal
quando combinada com agentes que liberam catecolaminas, como o simpaticomimético de ação indireta,
a tiramin , encontrado em certos vinhos e queijos (RANG; DALE, 2016; GOODMAN; GILMAN, 2012).
Receptores de dopamina - as propriedades dos receptores de dopamina foram originalmente clas-
sificadas com base em seu efeito sobre a formação do AMP cíclico (AMPc): a ativação dos receptores de
classe D1 leva ao aumento do AMPc, enquanto a ativação dos receptores da classe D2 inibe a produção
de AMPc. Ambos os receptores D1 e D2 são expressos em altos níveis no estriado (núcleo caudado e pu-
tamen), no qual desempenham um papel no controle motor dos núcleos da base, bem como no nucleus
accumbens. Os receptores D2 também são expressos em altos níveis nos lactotrofos da adeno-hipófise,
nos quais regulam a secreção de prolactina, além disso, seu papel na esquizofrenia é suportado pela
amortização dos sintomas quando fármacos atuam neste receptor (GOODMAN; GILMAN, 2012).
Área tegmental ventral: apresenta projeções para córtex, nucleus accumbens e outras estruturas
límbicas, áreas intimamente relacionadas com comportamentos motivacionais, pensamentos, afeti-
vas e recompensa (reforço positivo). Deste modo, a relação do comprometimento destas áreas está
relacionado com esquizofrenia (MACHADO, 2014; RANG; DALE, 2016).
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UNIDADE 6
VIAS DOPAMINÉRGICAS
CÓRTEX
FRONTAL
Estriado
Hipotálamo
Glândula Pituitária
Cerebelo
Descrição da Imagem:a imagem representa as vias dopaminérgicas no sistema nervoso central, assim temos um sistema nervoso
com corte anatômico, nele se apresenta o telencéfalo em roxo claro na parte superior, o mesencéfalo no meio da imagem em amarelo,
o cerebelo no canto direito da imagem em branco com riscos amarelos e, por fim, um risco preto no meio da imagem em direção ao
mesencéfalo representando o Tronco encefálico. Destas estruturas representadas anteriormente, inicia-se as projeções das vias do-
paminérgicas representadas por traços vermelhos, assim temos: Via Ventral tegmental, que se inicia com um círculo amarelo, abaixo
do mesencéfalo e se projeta com cinco flechas em direção ao córtex frontal do cérebro, representado na região superior esquerda da
imagem, destas quatro flechas chegam ao córtex e uma no hipotálamo um pouco abaixo na imagem. A próxima área Substância Negra
se inicia ao lado da área ventral também na parte inferior do mesencéfalo e se projeta com três flechas para o próprio mesencéfalo
que está anatomicamente acima desta área.
Após uma breve introdução ao mundo da Dopamina, vamos explicar a ação farmacológica da
Doença de Parkinson.
Doença de Parkinson - Na doença de Parkinson, há perda seletiva de neurônios dopaminér-
gicos na parte compacta da substância negra, estima-se que quando essa perda neuronal chega
a pelo menos 60-70%, surgem os primeiros sintomas. Essa perda resulta em comprometimentos
motores clássicos como: bradicinesia ou lentidão dos movimentos; rigidez, uma resistência ao
movimento passivo dos membros; comprometimento do equilíbrio postural e, principalmente,
o tremor característico quando os membros estão em repouso (GOLAN et al., 2014).
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UNICESUMAR
Descrição da Imagem: a imagem representa os sintomas clássicos da Doença de Parkinson, assim, e para isso, apresenta quatro homens
idosos. Estes homens, em todas as imagens, são representados por um senhor de cabelos brancos acinzentados, com face rosada,
óculos cinza, olhos pretos e bochechas marcadas em rosa, com uma camisa de manga longa verde, uma calça marrom clara e sapatos
marrons escuros. Na primeira imagem, da esquerda para direita, este senhor se apresenta imóvel, com os dois braços perto do corpo
e mãos paralelas aos braços, representando a bradicinesia (dificuldade em realizar movimentos); na segunda imagem, o senhor se
apresenta inclinado para trás com expressão de espanto como se fosse cair, sua mão esquerda está no ar, apresentando o sintoma de
dificuldade de execução do movimento. Na terceira imagem, apresenta-se parado e com a sua mão direita representando um tremor,
sintoma clássico da Doença de Parkinson, que seria o tremor em repouso. Por fim, na última imagem, tem-se o senhor com tremores
na perna direita, representando a “marcha parkinsoniana” ou seja, o movimento de marcha característico da Doença de Parkinson.
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UNIDADE 6
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UNIDADE 6
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UNICESUMAR
O mecanismo molecular da inibição dos transportadores ainda não foi elucidado, entretanto, sabe-se
que este aumento na concentração de neurotransmissores na fenda sináptica potencializa os disparos
pós-sinápticos e, consequentemente, apresente um efeito excitatório no neurônio. Deste modo, ADT
apresenta efeito terapêutico benéfico no tratamento da depressão, enxaqueca e outros distúrbios do-
lorosos (KATZUNG; GRAW, 2013).
Os efeitos adversos mais limitantes ao seu uso, incluem problemas cardiovasculares, uma vez que
interferem em canais de sódio, diminuindo o potencial de ação na condução do impulso cardíaco.
Outros efeitos mais comuns incluem (FUCHS; WANNMACHER; FERREIRA, 2010):
Efeito Colinérgico: devido ao bloqueio de receptores muscarínicos: boca seca, vômito, visão turva.
Efeitos Anti-Histamínicos: sedação, ganho de peso.
Efeitos Antiadrenérgicos: Hipotensão, taquicardia e sonolência.
Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) - Classe que revolucionou o tratamento
dos transtornos psiquiátricos. Sendo apresentado ao mercado na década de 80, a Fluoxetina se tornou,
rapidamente, um dos fármacos mais prescritos como primeira escolha, principalmente no transtorno
depressivo. Outros medicamentos desta classe incluem: citalopram, fluvoxamina, paroxetina, sertralina e
escitalopram (GOLAN et al., 2014; KATZUNG; GRAW, 2013; WHALEN; PANAVELIL; FINKEL, 2016).
Apresentam mecanismo de ação semelhante aos ADTs, entretanto, com especificidade na recaptação
somente da serotonina. No que diz respeito à eficácia clínica, pouca ou nenhuma diferença aos ADTs,
entretanto, sua grande “vantagem” está relacionada a menos efeitos adversos, principalmente ausência
de efeitos cardiovasculares, já que apresentam uma maior seletividade (GOLAN et al., 2014).
Deste modo, os ISRS são, em geral, mais bem tolerados que os ATC e apresentam melhor índice terapêu-
tico. Entretanto, mesmo com essas vantagens, apresentam efeitos adversos que devem ser considerados
como: Problemas Gastrointestinais, Insônia, disfunção sexual e rigidez muscular (GOLAN et al., 2014).
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UNIDADE 6
Pré sináptico
serotonina serotoninérgico
Eduzindo a concentração de
Vesículas com serotonina serotonina na fenda sináptica
Serotonina
Sinapse
Aumento do neurotransmissor
Inibidores da recaptação de serotonina na fenda sináptica
Descrição da Imagem: :a imagem representa o mecanismo de ação dos antidepressivos inibidores de recaptação de serotonina. Nela
tem-se duas sinapses representadas. A primeira sinapse, na parte superior da imagem, representa a transmissão serotoninérgica com
neurônio pré-sináptico serotoninérgico, contendo vesículas com serotonina, esta transmissão apresenta um problema, uma vez que,
ao liberar a serotonina representada por círculo rosa, ela retorna para o próprio neurônio pelo processo de recaptação mediado pelo
transportador acoplado no neurônio pré-sináptico representado em azul escuro reduzindo a concentração de serotonina na fenda
sináptica, deste modo, dificultando a ligação da serotonina no seu receptor pós-sináptico representado por um triângulo em roxo no
neurônio pós-sináptico. A segunda imagem, apresenta o mecanismo de ação dos fármacos Inibidores da recaptação de serotonina,
representados em verde, este promove o bloqueio do mecanismo de recaptação da serotonina da fenda sináptica para o neurônio
pré-sináptico representado em azul escuro. Com este, bloqueio nota-se um aumento do neurotransmissor na fenda sináptica repre-
sentado por círculos rosados, promovendo maior conexão com seus receptores pós-sinápticos representados por triângulos roxos e,
consequentemente, maior efeito.
143
UNICESUMAR
Descrição da Imagem: a imagem apresenta um cérebro representado anatomicamente e com dois tênis azul claro. Esse cérebro está
em rosa claro e seus lobos e giros traçados em rosa escuro. Ele se apresenta com olhos roxos fechados, sobrancelhas cerradas e boca
em expressão de dor ou tristeza, os dois braços também em roxo escuro para baixo representando cansaço.
144
UNIDADE 6
Antidepressivos atípicos - Esta classe inclui os medicamentos que não se enquadram em nenhuma
outra classe acima, com mecanismos de ação desconhecidos ou que ainda não foram totalmente ca-
racterizados e apresentam algum efeito nas comorbidades do SNC. Esses agentes incluem bupropiona,
mirtazapina, nefazodona e a trazodona (WHALEN; PANAVELIL; FINKEL, 2016).
A bupropiona parece atuar por mecanismos semelhantes aos das anfetaminas e mostra-se particu-
larmente útil no tratamento da depressão atípica, por aumentar os níveis de serotonina e de dopamina
no cérebro. A principal contraindicação ao uso da bupropiona consiste em predisposição a convulsões,
visto que o fármaco diminui o limiar convulsivo (WHALEN; PANAVELIL; FINKEL, 2016).
A mirtazapina bloqueia os receptores 5-HT2A e 5-HT2C pós-sinápticos apresentando um potente
efeito sedativo, além de estimulante do apetite, tornando-a um antidepressivo particularmente útil para
a população idosa (KATZUNG; GRAW, 2013).
A nefazodona e a trazodona também bloqueiam os receptores 5-HT2A e 5-HT2C pós-sinápticos
e de modo global, os antidepressivos atípicos apresentam relativamente poucos efeitos adversos e sua
eficácia clínica é significativa nos transtornos depressivos (KATZUNG; GRAW, 2013; GOODMAN;
GILMAN, 2012; FUCHS; WANNMACHER; FERREIRA, 2010).
Espero que, ao final deste intrigante capítulo, você tenha tido uma expe-
riência interessante no mundo da neurofarmacologia e tenha aprendido
o máximo possível nos distintos caminhos do sistema nervoso central.
Assim, convidamos você para clicar aqui e ouvir o Podcast sobre a impor-
tância destes conhecimentos apresentados no capítulo no entendimento
dos processos neuroquímicos que modulam o nosso comportamento
145
UNICESUMAR
146
UNIDADE 6
Ao terminarmos
a leitura deste ca-
pítulo, esperamos
que tenha perce-
bido como os fár-
macos que atuam
no sistema nervo-
so central possuem
funções distintas
em decorrência
da complexida-
de do sistema
nervoso central.
Deste modo, que
tal fazermos um
levantamento dos
5 principais fár-
macos utilizados
no tratamento das
condições relacio-
nadas ao sistema
nervoso central
e relacionar seus
efeitos adversos
a idade e comor-
bidades?
147
Estamos quase chegando ao final de mais um módulo, e este conteúdo talvez seja o mais denso
e aprofundado até o momento. Também não poderíamos deixar o sistema que coordena nosso
organismo explicado de forma superficial, você concorda? Deste modo, convido você a fazer um
MAPA MENTAL utilizando as seguintes palavras: sistema nervoso central, vias, barreira
hematoencefálica, gabaérgica, glutamatérgica, dopaminérgica, serotoninérgica, ansie-
dade, ansiolíticos, sedativos, ISRS, ADT, levodopa, carbidopa, parkinson, esclerose lateral
amiotrófica, depressão e TDAH. Porque o Mapa é fundamental neste capítulo? Analisando a
complexidade dos conteúdos abordados e todas as suas conexões, sugerimos o Mapa para que
você tenha a maior percepção de tudo o que foi abordado neste capítulo, assim, teremos a certeza
de que todo o conteúdo que gostaríamos que aprendesse foi aprendido.
BARREIRA HEMATOENCEFÁLICA
DOPAMINA
GLUTAMATÉRGICA
DEPRESSÃO LEVODOPA
ANSIOLÍTICOS
ADT
148
1. A neurofarmacologia é, talvez, o sistema mais complexo de atuação dos fármacos, isso ocorre
devido à plasticidade neural encontrada entre as conexões neuronais. Considerando o con-
texto, avalie as seguintes asserções e a relação proposta entre elas.
Os fármacos que atuam no sistema nervoso central possuem um caráter excitatório, deste
modo, atuam ativando as sinapses e favorecem a condução do potencial de ação.
PORQUE
Possuem como mecanismo de ação a abertura de canais de cloreto, deste modo, aumentam
a excitabilidade neuronal e, consequentemente, induzem a propagação do potencial de ação
dentro do corpo do neurônio.
2. Analise o texto.
a) L-DOPA.
b) Selegilina.
c) Carbidopa.
d) Fluoxetina.
e) Imipramina.
149
3. Analise as afirmativas referente ao tratamento da obesidade.
a) Tolerância.
b) Dependência.
c) Efeitos Muscarínicos.
d) Efeitos Colinérgicos.
e) Efeitos Adrenérgicos.
150
7
Métodos de Extração
e Produtos Naturais
Dr. Marcel Pereira Rangel
152
UNIDADE 7
Atualmente, não há como pensar no tratamento das doenças sem a associação dos produtos naturais. Isso
é observado pelo simples fato de que a maioria dos medicamentos disponíveis na farmácia com múltiplos
princípios ativos são, na sua grande maioria, oriundos de plantas ou metabólitos produzidos pelas plantas.
Temos que analisar que o caminho desde a classificação, extração, análise biológica, química e
testes em animais e humanos são um caminho longo e complexo. Deste modo, a produção de qual-
quer medicamento a base de plantas encontra, muitas vezes, barreiras desde sua extração até sua real
disponibilidade no mercado. Também esbarramos no problema da falta de informação da população
em geral, que tende a associar produtos naturais a substâncias inócuas, ou seja, que não produzem
efeitos adversos no organismo. Portanto, nosso objetivo neste capítulo é aprofundar e esclarecer os
processos extrativos e de análise dos princípios ativos a base de plantas, deste modo, convidamos você a
realizar um Diário de Bordo, com objetivo de que possamos analisar seu conhecimento prévio sobre
o assunto e, depois disso, podemos começar nossa imersão neste capítulo recheado de informações.
153
UNICESUMAR
Descrição da Imagem: a imagem representa a floresta amazônica e toda sua biodiversidade, é uma foto com visão superior
da mata, com um tronco marrom de árvore a sua direita, e ao fundo, as copas das árvores verdes, com o pôr do sol amarelado
acima das copas das árvores.
Neste aspecto, foi criado o Catálogo Taxonômico da Fauna Brasileira, com participação de pes-
quisadores do país todo, esta iniciativa registrou mais de 100 mil espécies de animais e plantas de
interesse científico. Em termos gerais, os dados coincidem com as estimativas prévias de riqueza
realizadas para a fauna brasileira.
Neste sentido, mesmo com essa riqueza de plantas presentes no nosso país, devemos ter processos
extrativos eficientes para que os metabólitos ativos de interesse clínicos sejam extraídos, deste modo,
agora, iniciaremos uma grande imersão neste mundo dos métodos extrativos. Vamos?
Antes do processo de extração, é importante analisarmos como o material chega até o labo-
ratório ou indústria que irá realizar o processo de extração, deste modo, vamos abordar alguns
pontos importantes como:
154
UNIDADE 7
Plantio: após preparo correto do solo e análise da melhor estação para plantio, recomenda-se evi-
tar a monocultura para as plantas medicinais. A associação ou consorciação entre plantas de espécies
diferentes deve ser uma prática constante, sempre procurando associar as plantas. Há plantas que têm
um certo antagonismo entre si, como os manjericões, a arruda e o funcho, que devem ficar afastados
da maioria das plantas (PEREIRA et al., 2011).
Colheita: deve-se analisar muito bem o ponto da colheita, para que ocorra o melhor apro-
veitamento na qualidade dos produtos naturais a serem extraídos, uma vez que, nas espécies
medicinais, a produção de substâncias com atividades terapêuticas apresentam alta variabilidade.
O ponto de colheita varia de acordo com o órgão da planta, estágio de desenvolvimento e época
do ano e hora do dia. O estágio de desenvolvimento é muito importante para que se determine
o ponto da colheita, principalmente (PEREIRA et al., 2011).
Outro aspecto que se deve observar seria na distribuição das substâncias ativas que se encon-
tra de forma irregular. Alguns grupos de substância se localizam preferencialmente em partes
específicas (PEREIRA et al., 2011).
Controle de qualidade: para o controle de qualidade devem ser anotados os seguintes dados:
momento da colheita, condução da lavoura, local, produtor, condições de secagem etc. Imediata-
mente após a colheita, o material deve ser encaminhado para a secagem. O consumo de plantas
medicinais frescas garante uma ação mais eficaz dos poderes curativos nelas presentes, embora
isso nem sempre seja possível, o que torna a secagem um método de conservação eficaz quando
bem conduzido (SÃO PAULO, 2017).
Armazenamento:
• O local deve ser escuro, sem umidade e limpo.
• As plantas devem ficar sobre estrados e não sobre o chão.
• Plantas aromáticas devem ficar armazenadas separadas em embalagens herméticas, para evitar
contaminação cruzada.
• A embalagem deve ser etiquetada, fornecendo informações sobre o conteúdo, data da colheita,
tipo de secagem, peso etc.
• Limpeza e inspeções periódicas devem ser realizadas para evitar infestação por insetos ou
pequenos animais (SÃO PAULO, 2017).
155
UNICESUMAR
Descrição da Imagem: : a imagem apresenta um fundo desfocado, com incidência de raios solares onde se percebe uma vege-
tação verde. A imagem, da esquerda para direita, apresenta uma mesa, onde tem-se: um ramo de planta com folhas verdes e
três frutos, ao lado, uma placa de petri com duas folhas em um líquido amarelado, atrás desta placa, uma vidraria alta com um
líquido transparente, e neste líquido um ramo de vegetal verde dentro. Ao lado um tubo vertical com líquido marrom até sua
metade, ao lado, um béquer grande com três tubos verticais preenchidos até sua metade com líquido esverdeado e, por fim, no
final da imagem um ramo de um galho com folhas verdes sob a mesa.
Agora iremos analisar as etapas para que ocorra o processo de extração dos metabólitos ativos
de origem vegetal:
Obtenção do material - Todo processo de investigação fitoquímica passa, necessariamente, pela
verificação da autenticidade do material vegetal a ser analisado. Tais dados podem ser obtidos a par-
tir de parâmetros botânicos como ensaios microscópicos e macroscópicos. Neste tipo de obtenção,
é recomendado um depósito em herbanário oficial para identificação do material, assim, evita-se
similaridade morfológica da planta a ser investigada (SIMÕES et al., 2017).
156
UNIDADE 7
Preparação da amostra para análise - A investigação dos ativos na planta pode ser feita do ma-
terial fresco ou seco; normalmente a opção do material a seco é mais utilizada, uma vez que a secagem
do material proporciona facilidade na fragmentação e estabilidade microbiológica. No entanto, vale
destacar que, dependendo do tipo de material a ser isolado e de suas características, a utilização do
material a fresco é mais recomendado (COSTA, 2002; AKISUE; OLIVEIRA; AKISUE, 2005).
Processos de Extração - Os processos de extração são utilizados para extrair a matéria desejada
do vegetal, utilizando, normalmente, métodos que se baseiam nas características físico-químicas do
vegetal, bem como processos de lavagem, deste modo, obtendo o metabólito de interesse. Estes pro-
cessos são, normalmente, divididos em processos extrativos a frio e a quente (COSTA, 2002).
A partir de agora, os métodos extrativos serão expostos para que você tenha uma boa noção de
como ocorre a extração do material de interesse dos vegetais.
Processos de extração a frio - Maceração: método baseado na extração da matéria-prima moída
ou triturada, sendo realizada em recipiente fechado por um período considerado longo, de dias ou
horas. Neste período ocorre a agitação pontual do material, sem que haja uma renovação do líquido
extraído. Portanto, ocorre o que se chama de “esgotamento” do material vegetal (SIMÕES et al., 2017).
Descrição da Imagem: a imagem representa o processo de maceração, assim, nela, temos ao centro um cadinho de madeira, e
algumas folhas verdes dentro e um macerador de madeira acima, este macerador possui dois frisos em sua ponta. Ao fundo da
imagem, percebe-se que o cadinho está sobre uma superfície amadeirada, nela tem-se treze folhas verdes alocadas de forma
aleatória na imagem.
157
UNICESUMAR
Percolação: método sugerido para ser utilizado quando material de interesse é termossensível e com
baixa concentração na planta. É um método mais dinâmico que o anterior, no qual ocorre a passagem
contínua do líquido extrator no material, levando ao esgotamento (COSTA, 2002).
Turbo-extração ou turbolização: método mais complexo que se baseia na extração do
metabólito ao mesmo tempo que ocorre a redução das partículas, para isso, utiliza-se um Ultra-
turrax. Esse método em conjunto de extração mais redução da matéria-prima favorece a extração
e o tempo. Somado a isso, é considerado um método simples, barato e eficaz. O ponto negativo
observado é de que há a redução do material, que pode levar a uma dificuldade na extração final
do metabólito ativo (SIMÕES et al., 2017; COSTA, 2002).
Processos de extração a quente - Os métodos de extração a quente são divididos em sistemas
abertos e fechados, assim, a seguir, iremos apresentar as suas particularidades.
Sistemas abertos - Infusão: processo simples com pouca demanda de utilização de equipamen-
tos ou materiais especiais. Método indicado para extração de materiais moles. O método se baseia no
contato direto de água fervente em recipientes cobertos, onde não ocorre a exaustão na extração do
metabólito de interesse (SIMÕES et al., 2017).
Sistemas fechados - Extração sob refluxo: método onde tanto o líquido quanto material são
colocados em um mesmo recipiente que será aquecido, este ficará acoplado a um condensador.
Método mais complexo que exige materiais e líquidos extratores específicos, assim, permite a
extração de materiais voláteis (COSTA, 2002).
Descrição da Imagem: a imagem apresenta um copo sobre um piso branco, ao fundo, uma folha verde grande. Este copo apre-
senta um líquido transparente quase em sua totalidade, e dentro do copo um líquido verde sendo dissolvido e espalhando-se
por todo o líquido transparente.
158
UNIDADE 7
Análise fitoquímica - Após a utilização dos métodos extrativos, existe a necessidade de caracterizar
os grupos metabólitos presentes no vegetal, para isso, utiliza-se ensaios clássicos que se baseiam em
reações químicas. Contudo, antes da análise ser realizada, há necessidade do isolamento do material,
assim, realiza-se processos que antecedem a análise propriamente dita como:
Fracionamento e Isolamento: processos que viabilizam a obtenção dos metabólitos primários e
secundários, por meio da redução de compostos com potenciais tóxicos e interferentes. A primeira
159
UNICESUMAR
etapa para o isolamento dos metabólitos é a preparação dos extratos que normalmente são utilizados
solventes líquidos, onde este processo tem como objetivo separar os compostos considerando sua
solubilidade e seu coeficiente de partição em diferentes solventes” (SIMÕES et al., 2017, SCHULZ;
HÄNSEL; TYLER, 2001).
Após a preparação dos extratos e do processo de partição com solventes, a obtenção de frações
enriquecidas ou o isolamento de compostos bioativos ocorre pelo uso de técnicas cromatográficas.
O termo METABOLÔMICA é implementado para determinar um conjunto de metabólitos pre-
sentes em um tecido. Os estudos são realizados partir de análises comparativas dos perfis metabólicos
individuais, obtidos a partir de métodos analíticos, sendo feito em duas etapas:
Primeira: envolve o cruzamento de informações relativas aos perfis metabólicos dos extratos
investigados e às atividades biológicas observadas para esses compostos.
Segunda: envolve análises metabólicas mais detalhadas.
Descrição da Imagem: a imagem possui um fundo esverdeado, nela tem-se uma folha verde, que possui uma gota de líquido
na sua ponta, este líquido, está caindo em um frasco marrom com a boca arredondada aberta. Neste frasco, encontra-se um
líquido transparente que preenche até sua metade.
160
UNIDADE 7
Eletroforese capilar:
métodos baseiam na diferença de migração de compostos iônicos ou
ionizáveis na presença de um campo elétrico. Técnica com grande pos-
sibilidade de investigar moléculas pequenas e simples até grandes e
complexas como: ácidos graxos, proteínas e ácidos nucleicos. Assim, a
técnica é utilizada na quantificação de metabólitos secundários (COLLINS;
BRAGA; BONATO, 1997).
Descrição da Imagem:a imagem possui um fundo azulado e representa uma lâmina após a revelação do método cromatográfico
em eletroforese. Esta lâmina está sendo segurada por uma mão, onde na imagem aparece apenas dois dedos. A lâmina, após a
revelação, possui diversas cores que, da esquerda para direita, são pequenas faixas: Verde, Cinza, Rosa, Azul, Preta, Verde, Azul,
Laranja, Preta, Rosa, Preta, Alaranjada, Roxo, Rosa e Preta.
161
UNICESUMAR
162
UNIDADE 7
Atualmente, mesmo com baixo curso da CCD e CP, estas estão sendo pouco utilizadas em decorrência
da perda de exatidão e precisão. Assim, atualmente, as CLAE e CG são técnicas mais utilizadas e con-
fiáveis para análise de produtos naturais, sendo considerada os métodos de referências em inúmeros
países incluindo Europa e EUA (COLLINS; BRAGA; BONATO, 1997).
CLAE: técnica mais utilizada uma vez que permite uma ampla amplitude de amostras a serem
analisadas e quantificadas. Assim, a técnica possui uma grande diversidade de detectores passíveis de
serem acoplados ao cromatógrafo, como detectores por ultravioleta. Outro fator importante foi a pos-
sibilidade do acoplamento de espectros de massas (EM) e de ressonância magnética nuclear (RMN),
fato que possibilitou a elucidação estrutural completa de moléculas sem a necessidade de amostras de
referência para comparação (LANÇAS, 2009).
Descrição da Imagem: a imagem representa um desenho de homem sentado em uma cadeira azul, ele se apresenta de jaleco
branco, calça cinza e sapatos marrons, possui cabelo castanho curto, com óculos e sorrindo. O homem está sentado em frente a
uma mesa, onde está apoiado com a mão direita, nesta mesa tem-se um equipamento cromatográfico com quatro partes pretas
e acima destas partes dois tubos de ensaio transparentes com líquido azul. Ao lado deste suporte uma tela de computador com
uma tabela com duas linhas e duas colunas, um gráfico acima em vermelho e um gráfico abaixo em azul.
163
UNICESUMAR
CG: método aplicado na separação de constituintes com ponto de ebulição em até 300 ºC e que
sejam termicamente estáveis. Características facilmente encontradas em amostras de óleos vo-
láteis (CASS; DEGANI, 2002).
VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS - Após tudo o que já foi visto neste capítulo, é fun-
damental que os métodos utilizados para extração sejam garantidos a sua capacidade de extrair os
compostos de interesse clínico. Assim, para o registro de tais medicamentos, a Agência Nacional de
Vigilância Sanitária determina que os métodos analíticos sejam validados (LORENZI; MATOS, 2008).
Essa validação passa por uma Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO), onde é fun-
damental que os laboratórios disponham de meios e critérios objetivos para demonstrar, através da
validação, que os métodos de ensaio que executam conduzem a resultados confiáveis e adequados à
qualidade pretendida (LORENZI; MATOS, 2008).
164
UNIDADE 7
Descrição da Imagem:a imagem representa uma mulher dentro de um laboratório, onde, ao fundo e na frente da imagem há
inúmeras vidrarias laboratoriais desfocadas na imagem. Esta mulher se apresenta com cabelo loiro preso, um brinco em forma
de círculo na orelha esquerda, com jaleco branco, óculos de proteção transparente e uma luva azul na mão direita. Esta mão
segura uma vidraria laboratorial com líquido transparente.
O processo de validação do método de extração é realizado com objetivo de garantir que a metodologia
seja capaz de extrair o composto de interesse com exatidão e precisão, assim, toda sua documentação
é obrigatória na solicitação de registro de produtos farmacêuticos.
LEGISLAÇÃO - relembramos a grande biodiversidade encontrada no território brasileiro,
tornando um recurso estratégico para o país em relação ao banco genético, fazendo a conservação
do patrimônio biológico e genético fundamental para o estudo da farmacologia moderna. Deste
modo, a biodiversidade deve ser considerada um bem jurídico relevante, uma vez que o uso de
plantas da biodiversidade brasileira constitui uma ferramenta potencial para a descoberta de
novos fármacos (BRASIL, 2014).
165
UNICESUMAR
“
a concessão de propriedade industrial pelos órgãos competentes, sobre processo ou
produto obtido a partir de amostra de componente do patrimônio genético, fica con-
dicionada à observância desta Medida Provisória, devendo o requerente informar a
origem do material genético e do conhecimento tradicional associado, quando for o caso
(BRASIL, 2020, on-line).
Descrição da Imagem:a imagem a legislação vigente no que rege os direitos autorais após a extração dos princípios ativos, nela,
tem ao centro, um martelo preto com meio dourado, em cima de uma folha de papel branca com os dizeres “DIREITOS AUTO-
RAIS”, esta folha branca está dentro de uma pasta marrom, ao lado de duas pastas escutas e em cima de uma mesa de madeira.
166
UNIDADE 7
O objetivo desse dispositivo é condicionar a concessão dos direitos de propriedade industrial à observân-
cia da Medida Provisória, ou seja, ao cumprimento dos requisitos da legislação de acesso. Assim, trouxe
a dificuldade no fato de que a exigência de qualquer novo requisito à concessão de patentes (no caso, a
comprovação de observância à Medida Provisória) resultaria no descumprimento, por parte do Brasil.
Após o final deste capítulo, você se deu conta que a maioria dos medicamentos utilizados na farma-
cologia moderna tem origem nas plantas? Deste modo, convido a você fazer uma breve pesquisa dos
três principais compostos utilizados na clínica moderna que são oriundos de plantas, tenho certeza
que o resultado vai surpreender. Vamos lá?
167
Para finalizarmos bem este módulo extremamente complexo e distinto, convidamos você para ana-
lisar o caminho desde a coleta do material até sua consolidação como princípio ativo de interesse
por meio de um Mapa mental, nele vamos utilizar as palavras: PRODUTO DE ORIGEM NATURAL,
BIODIVERSIDADE, PROCESSO DE EXTRAÇÃO, A FRIO, PERCOLAÇÃO, TURBOEXTRAÇÃO, A QUENTE,
SISTEMA ABERTO, INFUSÃO, DECOCÇÃO, SISTEMA FECHADO, REFLUXO, SOXHLET, TÉCNICAS CRO-
MATOGRÁFICAS, ELETROFORESE CAPILAR, CROMATOGRAFIA PAPEL, CROMATOGRAFIA CAMADA
DELGADA, CROMATOGRAFIA GASOSA, CROMATOGRAFIA LÍQUIDA DE ALTA EFICIÊNCIA, VALIDAÇÃO,
LEGISLAÇÃO, PRINCÍPIO ATIVO ISOLADO. Consolidando seu conhecimento e conectando tudo o
que foi abordado neste capítulo. Vamos lá?
BIODIVERSIDADE
DECOCÇÃO
INFUSÃO
TURBOEXTRAÇÃO
SISTEMA FECHADO
CROMATOGRAFIA LÍQUIDA
DE ALTA EFICIÊNCIA PRINCÍPIO ATIVO ISOLADO
168
1. Os métodos de extração são fundamentais no processo de isolamento e caracterização dos
produtos ativos, deste modo, avalie as seguintes asserções e a relação proposta entre elas.
O método de Soxhlet é conhecido por ser uma metodologia barata, simples, que utiliza solvente a quente em
sistema aberto simples.
PORQUE
a) Eletroforese Capilar.
b) CLAE.
c) CG.
d) CP.
e) CCD.
169
3. Analise as afirmativas abaixo:
170
8
Princípios Básicos da
Toxicidade
Dr. Marcel Pereira Rangel
Este capítulo difere um pouco dos demais, uma vez que tem como
objetivo preparar você para o último capítulo, onde será comparado
e analisado as propriedades farmacológicas dos produtos naturais
em relação à capacidade de promover efeitos tóxicos no organismo,
assim, antes desta comparação, precisamos embasar o conteúdo
da toxicologia, para que você esteja apto a compreender todos os
tópicos do próximo e último capítulo. Deste modo, convidamos
você para que aprofunde e conheça o grande mundo da toxicologia,
onde serão abordados temas como Toxicodinâmica, Toxicocinética
entre outros.
UNICESUMAR
172
UNIDADE 8
A toxicologia é um campo com estudo impactante no nosso dia a dia, podemos não perce-
ber, mas tudo que compramos antes de ser comercializado passou por testes toxicológicos que
garantiram sua segurança. Os testes toxicológicos analisam distintos parâmetros toxicológicos
que serão abordados neste capítulo, que muito se assemelham à primeira unidade deste livro,
onde foram abordados os princípios da farmacologia.
Ao analisarmos e refletirmos, podemos pensar se todas as substâncias passam por testes toxico-
lógicos antes de serem comercializadas, porque existem efeitos indesejáveis e riscos toxicológicos
eminentes. A resposta é complexa, mas devemos analisar que cada indivíduo responde a determinada
substâncias de uma forma, assim, os testes analisam o potencial tóxico que garante que, na maioria das
pessoas, essa substância não irá provocar nenhum tipo de problema, mas são muitas variáveis, como
idade, doenças pregressas e comorbidades que fazem com que o risco aumente a cada variável desta.
Assim, para iniciarmos, convido você a realizar o Diário de Bordo, com objetivo de que pos-
samos analisar seu conhecimento prévio sobre o assunto e, depois disso, podemos começar nossa
imersão neste capítulo recheado de informações.
173
UNICESUMAR
A toxicologia é a ciência que estuda os efeitos nocivos decorrentes das interações das substâncias ao
organismo, este estudo tem como objetivo prevenir, diagnosticar e tratar possíveis casos de intoxica-
ção. Atualmente, é uma das áreas com maior campo de atuação como: Análise de medicamentos,
ocupacional, alimentar, forense, veterinária, ambiental e genética (OGA, 2021).
174
UNIDADE 8
Descrição da Imagem: : a imagem representa substâncias com potência toxicológica, tem-se, assim, oito tubos com cores e símbolos
diferentes, sendo eles, da esquerda para direita. Primeiro tubo preenchido com líquido verde e um adesivo com fundo branco e borda
vermelha e ao centro uma representação em preto de um material explodindo com estilhaços. Ao lado, tubo preenchido com líquido
azul claro e um adesivo com fundo branco e borda vermelha e ao centro uma representação em preto de um material em chamas
como uma fogueira. Ao lado, tubo preenchido com líquido azul um pouco mais escuro que o anterior e um adesivo com fundo branco
e borda vermelha e ao centro uma representação em preto com uma árvore seca. Ao lado tubo preenchido com líquido azul escuro e
um adesivo com fundo branco e borda vermelha e ao centro uma representação em preto com uma pessoa e um traço branco no meio
do corpo dela. Ao lado, tubo preenchido com líquido vermelho claro e um adesivo com fundo branco e borda vermelha e ao centro uma
representação em preto com uma caveira ao centro e dois ossos cruzados em diagonal. Ao lado, tubo preenchido com líquido vermelho
claro igual ao anterior e um adesivo com fundo branco e borda vermelha e ao centro uma representação de um ponto de exclamação.
Ao lado tubo preenchido com líquido rosa e um adesivo com fundo branco e borda vermelha e ao centro uma representação de um
anel redondo com a borda superior em chamas, e por último um tubo preenchido com líquido amarelo claro igual ao anterior e um
adesivo com fundo branco e borda vermelha e ao centro uma representação de uma cauda de escorpião.
175
UNICESUMAR
Antes de iniciarmos o conteúdo propriamente dito, vamos abordar alguns pontos importantes para
que você aproveite o máximo possível deste capítulo.
Xenobióticos: substâncias químicas estranhas ao organismo sem valor nutricional.
Agentes Tóxicos: substâncias que possuem capacidade de lesar o sistema biológico alterando sua
função. Vale ressaltar que a intensidade da ação do agente tóxico será proporcional à concentração e
tempo de exposição (MOREAU; SIQUEIRA, 2011).
Intoxicação: processo patológico causado por substâncias endógenas ou exógenas levando a um
desequilíbrio fisiológico. Estes levam ao surgimento de sintomas (MOREAU; SIQUEIRA, 2011; BRU-
NI; VELHO; OLIVEIRA, 2012).
Toxicidade: capacidade do agente tóxico em provocar os efeitos nocivos ao organismo. O
grau de toxicidade de uma substância é avaliado quantitativamente pela medida da Dose Letal
(DL) 50, que é a dose de um agente tóxico, obtida estatisticamente, capaz de produzir a morte
de 50% da população em estudo (OGA, 2021).
TOXICOLOGIA E DOSAGEM
Descrição da Imagem: a imagem representa a análise do potencial tóxico dos compostos. A primeira imagem é representada com uma
seringa e um composto verde em uma baixa concentração em relação aos demais, sendo aplicada em um gato, este animal, aparece
com os olhos fechados e um leve sorriso, abaixo do animal estão os dizeres em verde DOSE TERAPÊUTICA. Ao lado desta imagem, temos
uma nova seringa e um composto amarelo com uma concentração superior à primeira imagem, sendo aplicada em um gato, este animal,
aparece com os olhos abertos e expressão de preocupação com boca fechada, abaixo do animal estão os dizeres em amarelo DOSE
TÓXICA. Ao lado desta imagem, temos uma nova seringa e um composto vermelho com uma concentração superior a todas as imagens,
sendo aplicada em um gato, este animal, aparece com os olhos e boca fechada, abaixo estão os dizeres em vermelho DOSE LETAL.
176
UNIDADE 8
Você já deve ter escutado a frase “A DIFERENÇA ENTRE REMÉDIO E O VENENO É SIMPLESMENTE A
DOSE”, dita pelo médico alquimista e físico Paracelso (1493), conhecido como um dos fundadores
da toxicologia. O que realmente ele quis dizer nesta frase é de que a dose da substância é um fator
importante na toxicologia, pois tem uma relação significativa com os efeitos sobre o indivíduo, uma
vez que todas as substâncias têm o potencial de serem tóxicas dependendo das condições e doses
administradas. Uma dose pequena de uma substância tóxica pode ser mortal. Da mesma forma,
uma dose alta de uma substância de baixa toxicidade pode não ter nenhum efeito. Deste modo,
para analisar a toxicidade de uma substância química, antes de ser comercializada, são realizados
testes em animais analisando a Dose Letal 50%, uma variável que analisa a dose necessária para
provocar a morte em 50% da população, assim, estabelecendo a dose de segurança do composto.
Agora que fizemos algumas breves conceitualizações, vamos iniciar nosso capítulo vasto de informações!
INTRODUÇÃO À TOXICOLOGIA - A história da toxicologia remete a civilizações desde a his-
tória antiga por meio das pesquisa dos venenos presentes em animais e vegetais, tais estudos presentes
em pergaminhos e escritas antigas. O estudo toxicológico teve um grande olhar, durante a segunda
guerra mundial, sendo utilizada nos conflitos e resultou no desenvolvimento de técnicas forenses
avançadas que são utilizadas até hoje (OGA, 2021; BRUNI; VELHO; OLIVEIRA, 2012).
Atualmente, o campo toxicológico avançou muito desde a análise até as notificações e, mesmo assim,
óbitos ou agravos relacionados aos processos inerentes da intoxicação resultam em grandes impactos
econômicos e sociais. As mortes de mais de 100 pessoas nos EUA, decorrentes do dietilenoglicol contido
em xarope de sulfanilamida (1937), a epidemia de focomelia e outras malformações produzidas pela
talidomida (1960) contribuíram de modo categórico para a necessidade de se introduzir mecanismos
para prevenir os efeitos indesejáveis dos medicamentos, agregando-se aos métodos existentes, os de
pós-comercialização, constituindo a Farmacovigilância (KLASSEN; WATIKINS, 2012).
177
UNICESUMAR
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 1,5 a 3% da população são intoxicadas anualmente,
isso representa, a cada ano, uma média de 4.800.000 novos casos. Já em casos de óbitos resultam, apro-
ximadamente, 0,1 a 0,4 % . No Brasil, existe o Sistema Nacional de Informação Tóxico-Farmacológica
(Sinitox/MS/Fiocruz) que divulga estatísticas anuais referentes a casos de intoxicação registrados pelos
Centros de Assistência e Informação Toxicológica (KLASSEN; WATIKINS, 2012).
O conceito de intoxicação já foi abordado anteriormente, agora vamos discutir os principais aspectos
a serem analisados em relação as suas classificações que podem ser de acordo com:
178
UNIDADE 8
Descrição da Imagem: a imagem representa alguns sintomas comuns em quadros de intoxicação. Nele tem-se seis sintomas, todos
representados por um menino, de coloração rosada, cabelo castanho escuro e com uma camisa azul. No primeiro sintoma, este menino
aparece com lenço de papel branco sendo segurado pelas duas mãos abaixo dos olhos, onde aparecem duas manchas vermelhas e
duas gotas azuladas, representando um espirro. Ao lado direito da imagem, o menino aparece com a mão esquerda fechada sendo
levada a boca, onde sai duas gotas azuis, representando a tosse. Seguindo a última imagem superior, o menino aparece com um
termômetro na boca onde a temperatura é mensurada por um líquido vermelho e aparecem três gotas azuis em seu rosto e duas
manchas vermelhas na sua face, representando a febre. No canto inferior, a primeira imagem à esquerda, representada pelo menino
com a mão esquerda na cabeça, e dela saem três raios vermelhos, representando dor de cabeça. Ao lado o menino aparece com
múltiplas manchas na cabeça representando erupções cutâneas e, por fim, na última imagem, o menino aparece com um líquido
verde saindo de sua boca e com os olhos fechados, representando o vômito.
Fases - Fase de exposição – fase em que a superfície do organismo entra em contato com o agente
tóxico. Sendo importante analisar a via de contato, frequência e duração da exposição, além das pro-
priedades do agente (OGA, 2021).
Fase de toxicocinética – inclui os processos desde a absorção, distribuição, armazenamento,
biotransformação e excreção do agente. Deve-se analisar as propriedades físico-químicas e os órgãos
alvos (OGA, 2021; KLASSEN; WATIKINS, 2012).
Fase de toxicodinâmica – compreende a interação entre as moléculas do toxicante e os sítios
de ação, específicos ou não, dos órgãos e, consequentemente, a alteração do equilíbrio homeostático
(OGA, 2021).
Fase clínica – fase em que há evidências de sinais e sintomas ou, ainda, alterações patológicas
detectadas mediante provas diagnósticas, caracterizando os efeitos nocivos provocados pela interação
do toxicante com o organismo (OGA, 2021, KLASSEN; WATIKINS, 2012).
Agora que você já tem uma boa base toxicológica, vamos abordar dois conceitos fundamentais em
qualquer área da toxicologia que seriam: Toxicocinética e Toxicodinâmica. Você pode fazer uma
analogia na grande parte dos conceitos com os assuntos abordados na unidade 1, onde analisamos os
179
UNICESUMAR
Descrição da Imagem: a imagem representa ação térmica do composto, uma vez que nela está representado um tubo de ensaio
com líquido na coloração escura, deste líquido, sai uma gota com três traços que entram em contato com uma mão espalmada
com cinco dedos. Esta gota, ao entrar em contato no dedo indicador, provoca uma lesão representada por um achatamento de
uma parte deste dedo.
Respiratórias: possuem grande área de superfície absortiva com fluxo sanguíneo extenso, assim
exerce uma boa ação de dissolução e muitos agentes químicos podem ser absorvidos rapidamente a
partir dos pulmões. Os agentes passíveis de sofrerem absorção pulmonar são os gases e vapores e os
aerossóis. As partículas podem entrar na circulação sistêmica ou não serem absorvidas e provocar
danos no epitélio pulmonar (BRUNI; VELHO; OLIVEIRA, 2012).
Trato gastrintestinal: o agente tóxico poderá sofrer absorção desde a boca até o reto. Poucas
substâncias sofrem a absorção na mucosa oral, porque o tempo de contato é pequeno nesse local. Um
180
UNIDADE 8
dos fatores que favorecem a absorção intestinal de nutrientes e xenobióticos é a presença de microvi-
losidades, que proporcionam grande área de superfície (BRUNI; VELHO; OLIVEIRA, 2012).
DISTRIBUIÇÃO - processo no qual o agente tóxico é transportado para o resto do organismo,
deslocando-se para células e tecidos distintos no organismo. Sua concentração depende, entre
outras propriedades, da sua característica lipossolúvel (MORAES; SZNELWAR; FERNICOLA,
2005; BRUNI; VELHO; OLIVEIRA, 2012).
Na circulação, o agente tóxico pode: ligar-se ao seu sítio de ação, ser eliminado, ser complexado em
hemácias e proteínas plasmáticas ou armazenado. Os principais locais de armazenamento são: proteínas
plasmáticas, fígado e rins, tecido ósseo, tecido adiposo, placenta, leite materno e cabelos (OGA, 2021).
BIOTRANSFORMAÇÃO - Processo que objetiva a redução da concentração e, consequentemen-
te, a possibilidade de uma substância desencadear uma resposta tóxica. Logo, a biotransformação é
conjunto de alterações químicas que pode ocorrer em qualquer órgão ou tecido orgânico como, por
exemplo, no intestino, rins, pulmões, pele, testículos e placenta, com objetivo de diminuir ou cessar a
toxicidade e facilitar a excreção (MORAES; SZNELWAR; FERNICOLA, 2005).
EXCREÇÃO - os xenobióticos que penetram no organismo são, posteriormente, excretados por meio da
urina, bile, fezes, ar expirado, leite, suor e outras secreções, sob forma inalterada ou modificada quimicamente.
“
Afinidade – geralmente o agente tóxico na sua forma livre está disponível a eliminação,
deste modo, se apresentar afinidade por tecidos ou agentes do sangue podem aumentar
a permanência no organismo;
Facilidade de biotransformação – Ao aumento da polaridade na biotransformação
facilita-se a secreção urinária;
Função renal – como a via renal e a principal via de excreção dos xenobióticos, qual-
quer disfunção dos órgãos irá interferir na velocidade e proporção de excreção (BRUNI;
VELHO; OLIVEIRA, 2012. p. 33).
Doping é o termo designado para indivíduos que utilizam substâncias que alteram a resposta fisioló-
gica do organismo, aumentando seu rendimento. Essas substâncias apresentam risco à saúde destas
pessoas, uma vez que potencializam a proliferação de células cancerígenas, sobrecarga cardiovascular,
sobrecarga hepática e alteração dos níveis de colesterol. Apesar de ter um histórico não tão recente
apenas, em 1967, o Comitê Olímpico Internacional (COI) formou uma comissão para classificação,
controle e proibição das substâncias utilizadas e suas devidas punições. O exame de doping pode ser
realizado pela coleta da urina ou sangue, sendo que os controles podem ser realizados nos períodos
de competições e fora delas. Entretanto, apesar dos avanços tecnológicos para a detecção do uso de
substâncias dopantes por atletas de alto-rendimento, o controle antidopagem ainda não é totalmente
seguro, favorecendo aos atletas desonestos que utilizam meios ilegais para levar vantagem a outros
competidores, assim, escândalos de doping no esporte são notícias frequentes.
181
UNICESUMAR
Descrição da Imagem:a imagem representa um símbolo no combate ao doping, assim, nela encontra-se com fundo branco e na parte
superior uma cápsula com metade dela em azul e a outra metade em vermelho. No meio uma seringa, com agulha toda na coloração
preta, e sob ela, um grande círculo em vermelho, e no meio do círculo cortando a seringa os dizeres “antidoping”.
182
UNIDADE 8
A atropina foi descoberta, em 1809, pelo químico francês Louis Nicolas Vauquelin (1763-1829),
ele isolou uma forma impura de beladona. Atualmente, é um dos principais antídotos para neutralizar
os efeitos tóxicos, principalmente de inseticidas e organofosforados, devido seu efeito farmacológico
de antagonizar os efeitos muscarínicos da acetilcolina. O mecanismo de ação da atropina é inibir
as ações muscarínicas da acetilcolina nas estruturas inervadas pelos nervos colinérgicos pós-gan-
glionares e nos músculos lisos que respondem à acetilcolina endógena, mas não são tão inervados.
AGENTES TÓXICOS - Os agentes tóxicos apresentam estruturas químicas das mais variadas e
podem ser classificados utilizando-se critérios diferentes conforme a finalidade de seu estudo. Entre
os critérios comumente usados, tem-se, por exemplo, o químico (Aminas Aromáticas, Hidrocar-
bonetos), físico (gás, líquido e sólido), o bioquímico (inibidor de sulfidrila, metemoglobinemia) e
o farmacológico (bloqueadores de receptores nicotínicos da acetilcolina; picrotoxina - bloqueador
dos canais de cloro GABA) (OGA, 2021).
A lei regulamentadora da utilização de agrotóxicos no Brasil era a lei n° 7.802, de 1989, sendo
com quase 35 anos sem sofrer muitas alterações em 2019, foi aprovado pelo congresso nacional sua
atualização. Um dos principais pontos a serem considerados seria para introduzir conceitos relativos a
“produtos novos”,“produto equivalente”,“avaliação de risco” e normas para registro de novos agrotóxicos.
SELETIVIDADE DE AÇÃO - Todas as substâncias químicas tóxicas produzem seus efeitos alteran-
do as condições fisiológicas e bioquímicas normais das células. Apresentando como mecanismos gerais:
183
UNICESUMAR
Descrição da Imagem: a imagem representa um borrifador em verde escuro, com líquido verde claro até um pouco acima da metade
do frasco, este líquido possui uma representação de veneno que se destaca por uma caveira branca com dois ossos cruzados trans-
versalmente. O borrifador é segurado por uma mão ilustrada na cor acastanhada. Na ponta dele sai uma fumaça branca que encobre
uma copa de árvore. Ao fundo da imagem, tem-se uma representação de uma vegetação, onde aparecem arbustos em verde escuro,
duas árvores com tronco em verde escuro e três ramificações de galhos com as folhas representadas em verde claro e outra árvore
com tronco em verde escuro e três ramificações de galhos com as folhas representadas em branco. Por fim, o céu é representado por
uma cor rosada que vai de encontro ao chão da floresta representado em laranja.
184
UNIDADE 8
Descrição da Imagem: a imagem representa uma pessoa deitada em uma cama com lençol branco, esta pessoa está com vestimenta
em azul claro, da mesma cor do lençol, este lençol também contém uma parte branca na sua borda. Esta pessoa, encontra-se deitada
com o braço esquerdo na cabeça com a mão ao lado do ouvido encobrindo seus olhos e nariz, seu braço direito está com uma agulha
que está acoplada a um cano transparente; ao fundo nota-se três vasos brancos com folhagens verdes desfocadas.
A gravidade do efeito tóxico, por outro lado, varia muito conforme o órgão afetado. Naturalmente,
o efeito é grave se o órgão afetado desempenha uma função vital, a elucidação dos mecanismos
básicos da toxicidade, assim como o estudo sobre os fatores que modificam a intensidade dos
efeitos tóxicos dos agentes são essenciais nos dias de hoje, uma vez que estes estudos norteiam o
desenvolvimento de antídotos e medidas preventivas com objetivo de minimizar o impacto do
agente tóxico (MORAES; SZNELWAR; FERNICOLA, 2005).
185
UNICESUMAR
Ao terminarmos o estudo conceitual deste capítulo, esperamos que você tenha se conscientizado da
importância da toxicologia em diferentes áreas, deste modo, que tal um desafio, encontre as 3 princi-
pais substâncias responsáveis por provocar quadros de intoxicação nos dias de hoje. Vamos lá?
186
Estamos quase prontos para finalizar esta unidade e preparar você para compreensão da próxi-
ma e última unidade deste livro, mas, antes disso, esperamos que tenha compreendido os efeitos
tóxicos e os parâmetros a serem analisados nesta unidade, então, convido a você a fazer um MAPA
MENTAL, utilizando as seguintes palavras: INTOXICAÇÃO, CONCEITOS, AGENTE TÓXICO, TOX-
ICOLOGIA, TOXICIDADE, TOXICODINÂMICA, TOXICOCINÉTICA, TOXICOLOGIA ALIMENTAR,
ÁREA DE ATUAÇÃO, ANÁLISES, TOXICOLOGIA OCUPACIONAL e TOXICOLOGIA AMBIENTAL
TOXICOLOGIA
ÁREA DE ATUAÇÃO
TOXICOLOGIA ALIMENTAR
INTOXICAÇÃO
TOXICODINÂMICA
TOXICOLOGIA AMBIENTAL
TOXICIDADE
187
1. Os conceitos da toxicologia são amplos e complexos, entretanto seu estudo é imprescindível
atualmente em diversas áreas. Deste modo, avalie as seguintes asserções e a relação proposta
entre elas.
II) Ela é determinada por existir evidências de sinais e sintomas ou, ainda, alterações patológicas
detectadas mediante provas diagnósticas, caracterizando os efeitos nocivos provocados pela
interação do intoxicante com o organismo.
a) Absorção.
b) Distribuição.
c) Biotransformação.
d) Excreção.
e) Sítio alvo.
188
3. Analise as afirmativas a seguir.
I) A severidade moderada ocorre quando os distúrbios são reversíveis e não são suficientemente
graves para provocar danos.
II) A definição de xenobióticos são de substâncias que possuem capacidade de lesionar o sistema
biológico alterando sua função.
III) Intoxicação crônica é determinada quando ocorre apenas um único contato com agente
tóxico em período de 24 horas.
IV) A fase de intoxicação conhecida como toxicocinética inclui os processos desde a absorção,
distribuição, armazenamento, biotransformação e excreção do agente.
V) O sinergismo descrito na toxicodinâmica é determinado pelo efeito induzido por dois ou mais
compostos juntos, é maior do que a soma dos efeitos de cada agente.
189
190
9
Interação
Medicamentos x
Plantas e Interação
Alimentar x Plantas
Dr. Marcel Pereira Rangel
Você já se sentiu mal após comer alguma coisa? Ou uma indisposição ao tomar algum líquido
feito de plantas ou folhas? Isso pode ser mais comum do que você imagina. Segundo o centro de
intoxicação e assistência toxicológica, as interações alimentares e com produtos de origem vegetal
representam uma boa parte das notificações de efeitos toxicológicos atualmente. Deste modo, o
próprio centro possui folders explicativos com uma listagem de produtos que podem vir provocar
estes tipos de efeitos, com objetivo de orientar melhor a população que pensa estar isenta desses
efeitos pelo simples fato de ser uma planta que cultiva no próprio quintal. Neste sentido, este capítulo
tem como objetivo orientar melhor você, futuro profissional da saúde, neste aspecto.
Após esta introdução, convido você a fazer uma breve busca sobre as principais interações
alimentares e fitoterápicas que provocaram qualquer efeito adverso no ano de 2021. Garanto
que você irá se surpreender com o número de casos e com a gravidade dos sintomas, você pode
fazer essas anotações no seu Diário de Bordo. Vamos lá?
192
UNIDADE 9
As interações entre fitoterápicos e alimentos, bem como medicamentos em geral são, muitas vezes,
confundidos com pequenos sintomas e, muitas vezes, negligenciados pelas pessoas a procurarem um
sistema de saúde. Entretanto, as intoxicações com este tipo de interação podem ser, na maioria das vezes,
muito mais perigosas ao organismo do que podem parecer. Isso ocorre, porque as pessoas, na demora de
procurar ajuda especializada, passam da fase aguda para crônica, do processo de intoxicação; um pro-
blema localizado, muitas vezes, pode se tornar sistêmico e muito mais perigoso e difícil de ser revertido.
Duas populações devem ser consideradas de alto risco, a idosa e a infantil. Idosa uma vez que
utilizam, na sua grande maioria, a polifarmácia, ou seja, muitos medicamentos, e o risco de interação
aumenta, associado a possíveis problemas hepáticos e renais. Já a infantil, deve-se levar em consideração
que a ingestão pode ser acidental ou mesmo provocada pelos pais, onde a criança remete sintomas
inespecíficos, como choro e dores abdominais, o que pode dificultar a percepção do problema.
Assim, para iniciarmos, convido você a realizar o Diário de Bordo, com objetivo de que pos-
samos analisar seu conhecimento prévio sobre o assunto, e depois disso, podemos começar nossa
imersão neste capítulo recheado de informações.
193
UNICESUMAR
194
UNIDADE 9
Descrição da Imagem: A imagem representa os fitoterápicos como medicamentos. Nela, encontra-se uma colher marrom ao centro
da imagem em uma superfície cinza; dentro desta colher, tem-se oito cápsulas marrons. Ao lado esquerdo da imagem possui um ramo
de folhas verdes entrelaçados e acima destas mais três cápsulas marrons idênticas às que estão dentro da colher.
195
UNICESUMAR
Portanto, sabe-se que quando a população não recebe a devida orientação, mostra-se mais sus-
cetível aos efeitos danosos produzidos pelas plantas medicinais e fitoterápicas. Esses efeitos nocivos
são decorrentes da administração isolada ou quando associados aos medicamentos sintéticos. Deste
modo, agora iremos analisar os principais pontos das interações que resultam nas intoxicações nos
fitoterápicos (SIMÕES et al., 2007).
INTERAÇÕES E INTOXICAÇÃO - Intoxicação é caracterizada como sendo a introdução
voluntária ou involuntária de substância danosa ao organismo, capaz de produzir consequências de
alterações significativas das funções vitais e que pode advir por inalação, ingestão e por contato direto.
O processo de intoxicação vegetal pode ser: fulminante, quando leva a morte do indivíduo; aguda,
quando o organismo apresenta defesa orgânica; e crônica quando o indivíduo apresenta equilíbrio
funcional orgânico que bloqueia a atividade tóxica. Destaca-se que os compostos que agem sobre os
centros nervosos são bem mais lesivos para o homem (HOEFLER, 2008).
Descrição da Imagem: A imagem representa uma pessoa com intoxicação. Nela tem-se uma mulher com cabelo castanho longo, blusa
amarela de mangas longas, uma calça azul clara e tênis pretos com cadarço branco. Esta mulher está com coloração facial verde com as
bocas fechadas e as duas mãos na cintura/barriga e encurvada, como se fosse vomitar. Ao lado tem-se uma representação anatômica
do estômago, que aparece na coloração vermelha e dentro dele possui um líquido verde que preenche mais da sua metade. Abaixo do
estômago, a imagem traz três cápsulas metade vermelha e metade azul.
Intoxicações fitoterápicas são comuns e ocorrem por inúmeros motivos como: falta de infor-
mações a respeito do cultivo, reações adversas, posologia, duração do tratamento, entre outras.
Interações entre plantas e fármacos podem levar a alterações farmacológicas e ainda a toxicidade
do medicamento. Essas interações podem ser do tipo:
196
UNIDADE 9
REALIDADE
A cada ano, são registrados diversos casos de intoxicações por
AUMENTADA
plantas tóxicas ornamentais, que envolvem, principalmente,
crianças e pequenos animais de estimação que ingeriram, de
forma acidental, plantas ornamentais tóxicas. E não é raro tais
plantas serem cultivadas dentro das residências, como plantas
ornamentais. As plantas tóxicas podem ser encontradas em todos
os lugares, seja como ornamentais dentro das residências ou nos
jardins e praças. Além disso, é bastante comum a ocorrência de
plantas tóxicas nas áreas rurais, as quais não são conhecidas pelas
populações locais, o que acaba favorecendo o acontecimento de
intoxicações (OSORIO-DE-CASTRO, 2010).
197
UNICESUMAR
Descrição da Imagem: A imagem representa um pesquisador em um laboratório com vidraças ao fundo. Este pesquisador está com
as duas mãos cobertas por luva azul, jaleco e camisa branca e máscara azul. Na sua mão direita está segurando um tubo com líquido
verde, que está sendo despejado em outro tubo com líquido verde apoiado em uma estante verde no centro da imagem. Na frente
desta estante há um suporte de vidro com três eppendorfs abertos com líquido verde. A sua mão esquerda está no canto da imagem
segurando um equipamento preto, ao lado da mão tem uma tampa vermelha na bancada branca. No primeiro plano, à direita da ima-
gem, tem-se uma estante com inúmeros tubos de ensaios vazios e com líquido verde tampados com tampa vermelha.
198
UNIDADE 9
Além deste efeito, o uso do Ginkgo biloba deve ser evitado concomitante:
• Anticoagulantes e/ou antiplaquetários podem aumentar o risco de complicações hemorrágicas,
já que estes medicamentos aumentam a fluidez sanguínea.
• Nifedipina (antagonista dos canais de cálcio) pode aumentar a frequência de efeitos adversos
desse anti-hipertensivo, tais como cefaleia, rubor e edema do tornozelo.
• Reduzir a eficácia dos anticonvulsivantes (GONÇALVES, 2019).
Boldo (Peumus boldus Molina) - A boldina causa inibição da agregação plaquetária decorrente
da não formação do tromboxano A2, deste modo, pacientes que estão sob a terapia de anticoagu-
lantes não devem ingerir concomitantemente medicamentos contendo Boldo pela ação aditiva
à função antiplaquetária de anticoagulante.
Outro efeito importante ocorre no uso prolongado abusivo como laxativo, onde poderá ocorrer
intensificação da ação de fármacos antiarrítmicos, como a quinidina, que afeta os canais de potássio
(FILHO; CECCONI; ZANCHETT, 2021).
Ginseng (Panax ginseng C. A, Meyer) - Destaca-se a interação com estrogênios, onde há efeitos
adversos devido ao aumento da atividade estrogênica, como mastalgia e excesso de sangramento
menstrual, provavelmente devido à atividade estrogênica sinérgica.
Ainda, destaca-se que o ginseng pode interagir com os hipoglicemiantes levando a hipoglicemia por
mecanismos ainda não elucidados, mas provavelmente pelo fato do ginseng aumentar a sensibilidade
aos receptores de insulina (FILHO; CECCONI; ZANCHETT, 2021).
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UNICESUMAR
Descrição da Imagem: : A imagem representa o Ginseng, nela temos oito raízes do Ginseng na coloração castanho entrelaçadas entre
si, e no meio das raízes cinco folhas verdes. Este Ginseng está sob uma mesa marrom com fundo desfocado de plantas verdes.
200
UNIDADE 9
Eucalipto (Eucalyptus globulus) - Óleo essencial, obtido a partir das folhas do eucalipto,
induz enzimas hepáticas envolvidas no metabolismo de fármacos e a ação de outras drogas poderá
ser diminuída quando administradas, concomitantemente. Relatos clínicos associam a adminis-
tração oral do óleo de eucalipto com dificuldade de raciocínio e alterações no sistema nervoso;
estes sintomas poderão ser intensificados quando esta droga for administrada conjuntamente
com medicamentos que atuam no sistema nervoso central (benzodiazepínicos, barbitúricos,
narcóticos, alguns antidepressivos e álcool) (GONÇALVES, 2019).
USO RACIONAL - A toxicidade de fitoterápicos tem se tornado um sério problema de saúde
pública, isso porque, além de causar reações adversas pelos seus próprios constituintes, promove
interações com alimentos ou medicamentos, sendo fundamental a orientação direcionada ao uso ra-
cional. O entendimento do uso racional de medicamentos está pautado no processo que compreende
a prescrição apropriada, a disponibilidade oportuna e a preços acessíveis, a dispensação em condições
adequadas e o consumo nas doses indicadas, nos intervalos definidos e no período de tempo indicado,
de medicamentos eficazes, seguros e de qualidade (TAVARES, 2012).
201
UNICESUMAR
Descrição da Imagem: : A imagem representa como a alimentação correta pode ser considerada um tratamento. Nela temos uma
cápsula verde no canto direito da imagem, que está entreaberta e nela está sendo inserida inúmeros alimentos que, da direita para
esquerda, aparecem na imagem: Uma maçã verde, um repolho verde, um coco aberto com interior branco e extremidades marrom,
três raízes de gengibre, uma goiaba aberta com interior vermelho, um filé de peixe alaranjado cortado, um tomate vermelho, uma
cebola roxa, um abacate cortado ao meio com interior amarelo, um morando, um alho branco, uma cebola cortada, uma laranja, um
ramo de brócolis, dois caules de alho-poró, azeitonas e castanhas.
Entretanto, as dificuldades encontradas no sistema de saúde, aliado aos fatores como o baixo poder
aquisitivo, a falta de programas educativos em saúde para a população em geral, além de outros aspectos,
leva as pessoas a praticarem a automedicação, baseando-se em qualquer informação recebida por leigos
e que são tomadas como verdadeiras para o restabelecimento da saúde. Deste modo, a cultura popular
na utilização de plantas medicinais, trazida através dos tempos, corrobora no uso indiscriminado de
plantas medicinais dentro do contexto da automedicação, que é entendida como a utilização de me-
dicamentos sem prescrição, orientação e/ou o acompanhamento. Deste modo, em setembro de 2003,
segundo o Relatório Final da 1.ª Conferência Nacional de Medicamentos e Assistência Farmacêutica
(Brasília-DF), evidenciou as propostas sobre o uso de fitoterápicos, considerando-se a necessidade de
políticas que considerassem o aconselhamento do seu uso correto, evitando o desenvolvimento dos
efeitos indesejáveis (TAVARES, 2012; FILHO; CECCONI; ZANCHETT, 2021).
202
UNIDADE 9
Descrição da Imagem: a imagem representa o risco elevado de intoxicação em crianças. Na imagem aparece uma menina com cabelos
longos coloração castanho claro e com tranças, com uma blusa vinho. A menina aparece no centro da imagem com uma cartela na sua
mão esquerda com cinco comprimidos alaranjados ainda na cartela e um comprimido na sua mão direita indo em direção a sua boca.
O risco é definido como a probabilidade de ocorrer um efeito adverso, com base na exposição
e potência de um ou mais agentes tóxicos expostos. A determinação do risco de intoxicação é
calculada por meio de estudos de avaliação ou monitoramento da exposição aos agentes poten-
cialmente danosos, tendo como interface de pesquisa a ótica ambiental e biológica. Dentre os
fatores, que podem influenciar no quadro de intoxicação, a idade dos indivíduos expostos ganha
destaque. Crianças e idosos são considerados grupos mais susceptíveis a intoxicação, quando
expostos a um agente sabidamente tóxico (OGA, 2021).
As crianças têm características que as tornam mais susceptíveis aos acidentes tóxicos, des-
tacando-se a imaturidade física e mental, a inexperiência e a incapacidade para prever e evitar
situações de perigo, a grande curiosidade e motivação em realizar tarefas, deste modo, acidentes
na infância constituem um sério problema de saúde pública no mundo. As intoxicações exógenas
envolvendo crianças menores de cinco anos são frequentes no mundo inteiro e podem responder
por, aproximadamente, 7% de todos os acidentes, dos quais 2% evoluem para óbito infantil. Nos
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204
UNIDADE 9
Descrição da Imagem: A imagem representa os riscos à saúde das interações alimentares. Nela tem-se uma tigela em formato de
coração na coloração marrom clara e, dentro dela alguns alimentos, como: três tomates vermelhos, quatro azeitonas verdes, um filé de
peixe alaranjado, cereais brancos, frutas rosas, cebola roxa, castanhas e tubérculos cortados. No fundo da imagem está em coloração
preta/cinza escura, e no meio da imagem, em branco, uma representação de um eletrocardiograma.
As interações entre nutrientes dependem, na sua maioria, dos hábitos alimentares do indivíduo, não
tendo grandes consequências clínicas se houver consumo de dieta equilibrada. O desequilíbrio no
consumo dos alimentos e o uso crônico de alguns fármacos devem ser considerados, pois podem
ocasionar algumas destas interações negativas (COSTA, 2017).
A ocorrência da interação depende da natureza física e química do medicamento, da formulação
na qual o medicamento é administrado, do tipo e volume da refeição, da ordem de ingestão do
alimento e medicamento, do intervalo de tempo entre alimentação e a administração do medi-
camento, da idade e estado nutricional do indivíduo (POLACOW, 2020).
Deve-se destacar também que com o aumento de doenças crônicas em grande parte da população,
aumentou também a procura por hábitos alimentares mais saudáveis. Uma das categorias alimenta-
res mais procuradas é a dos novos alimentos/ingredientes, substâncias bioativas, alimentos para fins
especiais e até mesmo medicamentos fitoterápicos derivados de alimentos (TAVARES, 2012).
As interações de alimentos atrasam o esvaziamento gástrico e reduzem a absorção de muitos fár-
macos; a quantidade total absorvida de fármaco pode ser ou não reduzida. Para garantir o uso eficaz
e seguro, é necessário identificar os possíveis riscos de interações a que estão expostos os indivíduos
205
UNICESUMAR
que fazem o uso concomitante desses compostos com tipos diferenciados de alimentos. Portanto,
agora vamos apresentar as principais interações entre fitoterápicos e alimentos presentes na Relação
Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME) (TAVARES, 2012).
Sene (Senna alexandrina Mill) - Fitoterápico utilizado como laxante, interfere reduzindo a ab-
sorção de nutrientes dos alimentos.
Salgueiro (Salix alba L.) - Fitoterápico utilizado como antitérmico, anti-inflamatório e analgésico,
interfere reduzindo a absorção de ferro (POLACOW, 2020).
Psylium (Plantago ovata) - Fitoterápico utilizado para reduzir os níveis de colesterol circulante,
interfere reduzindo a absorção de cálcio (POLACOW, 2020).
Hortelã-Pimenta (Mentha piperita L.) - Fitoterápico utilizado para cólica e gases intestinais,
interfere reduzindo a absorção de ferro.
Descrição da Imagem: a imagem representa as folhas de hortelã. Nela tem-se várias folhas espalhadas sobre uma bancada cinza e
também dentro de um cadinho e o pistilo branco.
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UNIDADE 9
Cascara Sagrada (Rhamnus purshiana D.C) - Fitoterápico utilizado para constipação intestinal,
interfere na absorção de nutrientes e alimentos (COSTA, 2017).
Alho (Allium sativum L.) - Utilizado com anticoagulantes orais como a varfarina, poderá aumentar
o tempo de sangramento, intensifica efeito de drogas hipoglicemiantes (insulina e glipizida), levando
a uma hipoglicemia (SIMÕES et al., 2007).
Alcaçuz (Glycyrrhiza glabra) - Pode desencadear possível quadro de pseudoaldosteronismo
por ação mineralocorticoide (caracterizado por retenção de sódio, cloro e água, edema, hipertensão
arterial e ocasionalmente mioglobinúria) (COSTA, 2017).
Após estas observações, fica evidente que o controle na utilização e prescrição dos fitoterápicos é im-
prescindível para controle dos efeitos adversos e toxicológicos, deste modo, resoluções examinadas, com
intuito de controlar essas prescrições, foram elaboradas na Resolução CFN 525/201314, recentemente
promulgada remete: “Regulamenta a prática da fitoterapia pelo nutricionista, atribuindo-lhe competên-
cia para, nas modalidades que especifica, prescrever plantas medicinais, drogas vegetais e fitoterápicos
como complemento da prescrição dietética e, dá outras providências” (BRASIL, 2013, on-line).
Essa medida foi necessária, uma vez que a prescrição de fitoterapia exige o domínio de um vasto
cabedal de conhecimentos e demanda cuidadosa análise do efeito terapêutico, avaliação de dosagem,
forma de apresentação, duração do tratamento, dos efeitos colaterais adversos, interações com medica-
mentos, outros fitoterápicos e alimentos, pois as interações desencadeiam efeitos duplicados, opostos,
alterações na absorção, no metabolismo e na excreção, ou seja, essas interações podem implicar toxi-
cidade, ineficácia do tratamento, deficiências nutricionais entre outras consequências (COSTA, 2017).
Descrição da Imagem: a imagem representa uma prescrição do fitoterápico. Nela tem-se uma pessoa com jaleco branco, camisa
azul e um estetoscópio no pescoço em dourado. Essa pessoa segura, com sua mão esquerda, um frasco branco de medicamento. Ao
lado direito da imagem, observa-se um copo de suco de laranja pela metade em uma mesa marrom, na sua frente uma fita métrica
verde com ponta amarela, ao fundo um limão amarelado. Atrás deste copo, uma tigela com frutas: um cacho de uva verde, uma maçã
vermelha, um pêssego vermelho e amarelo e um Kiwi marrom.
207
UNICESUMAR
Portanto, para a prescrição de fitoterápicos de forma segura, é imperioso que o profissional busque
capacitação específica para o desenvolvimento de conhecimentos e de habilidades com objetivo
de minimizar os potenciais riscos que sua utilização venha a trazer, garantindo sua eficácia sem
desenvolver os efeitos tóxicos ao organismo.
Ao terminarmos o estudo conceitual deste capítulo, esperamos que você tenha se conscientizado da
importância da análise e prescrição do fitoterápico no cotidiano das pessoas, assim, aqui vai o nosso
último desafio, que tal analisar quais fitoterápicos você ou alguém da sua família faz ou já fez uso e
levantar quais as possíveis interações ele teria, vamos lá?
208
Estamos quase prontos para finalizar esta unidade e preparar você para finalizar este livro, mas, an-
tes disso, esperamos que tenha compreendido as interações e potenciais tóxicos analisados nesta
unidade, então, convido você, aluno(a), a fazer um MAPA MENTAL, utilizando as seguintes palavras:
INTERAÇÕES, INTOXICAÇÃO, TOXICOCINÉTICA, TOXICODINÂMICA, USO RACIONAL, OMEPRAZOL,
PRESCRIÇÃO, ANTICOAGULANTE, SENE, GILSEN, GINKGO, ESTROGÊNIO, ALIMENTO, FITOTERÁPI-
COS, BOLDO, ALHO, HORTELÃ, VARFARINA, DÉFICIT FERRO, DÉFICIT NUTRICIONAL.
INTERAÇÕES ALIMENTARES
GINKGO
INTOXICAÇÃO ALHO
DÉFICIT
FARMACODINÂMICA NUTRICIONAL
ESTROGÊNIO
209
1. As análises de interação medicamentosa são imprescindíveis tanto no uso dos fitoterápicos
quanto na sua possível interação com os alimentos. Deste modo, avalie as seguintes asserções
e a relação proposta entre elas.
PORQUE
Mesmo sendo de origem vegetal, podem apresentar interações entre compostos ativos de
outras substâncias e também com alimentos ingeridos diariamente pelas pessoas.
2. Assinale a alternativa que descreve corretamente a substância que possui este tipo de
interação:
“Composto promove redução do nível sérico dos fármacos quando associados, uma vez que
induz a concentração das enzimas hepáticas, em especial a CP450. Sua interferência ocorre
principalmente quando associado aos inibidores de protease”.
a) Ginkgo.
b) Hipérico.
c) Sene.
d) Alho.
e) Psyllium.
3. Assinale a alternativa que descreve corretamente a substância que possui este tipo de interação:
“Composto utilizado para reduzir os níveis de colesterol sérico, entretanto, interfere na ab-
sorção de cálcio”.
a) Ginkgo.
b) Hipérico.
c) Sene.
d) Alho.
e) Guaco.
210
4. Analise as afirmativas a seguir:
211
UNIDADE 1
GOODMAN, L. S.; GILMAN, A. As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 12. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2012.
KATZUNG, B, G.; GRAW, H. Farmacologia Básica e Clínica. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.
RANG, H. P.; DALE, M. M. Farmacologia. 8. ed. Rio de Janeiro: Editora Elsevier, 2016.
WHALEN, K.; PANAVELIL, T. A.; FINKEL, R. Farmacologia Ilustrada. 6. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2016.
UNIDADE 2
GOODMAN, L. S.; GILMAN, A. As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 12. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2012.
GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado de Fisiologia Médica. 13. ed. Rio de Janeiro, Elsevier Ed.,
2017.
KATZUNG, B, G.; GRAW, H. Farmacologia Básica e Clínica. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.
KUMAR, V.; ABBAS, A.; FAUSTO, N. Robbins e Cotran – Patologia – Bases Patológicas das
Doenças. 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016.
RANG, H. P.; DALE, M. M. Farmacologia. 8. ed. Rio de Janeiro: Editora Elsevier, 2016.
SILVERTHORN, D. Fisiologia Humana: Uma Abordagem Integrada. 7. ed. Porto Alegre: Artmed,
2017.
212
WHALEN, K.; PANAVELIL, T. A.; FINKEL, R. Farmacologia Ilustrada. 6. ed. Porto Alegre: Art-
med, 2016.
UNIDADE 3
BURTIS, C. A. et al. Fundamentos de Química Clínica. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2016.
GOODMAN, L. S.; GILMAN, A. As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 12. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2012.
KATZUNG, B, G.; GRAW, H. Farmacologia Básica e Clínica. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.
RANG, H. P.; DALE, M. M. Farmacologia. 8. ed. Rio de Janeiro: Editora Elsevier, 2016.
UNIDADE 4
GOODMAN, L. S.; GILMAN, A. As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 12. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2012.
GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado de Fisiologia Médica. 13. ed. Rio de Janeiro, Elsevier Ed., 2017.
KATZUNG, B, G.; GRAW, H. Farmacologia Básica e Clínica. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.
RANG, H. P.; DALE, M. M. Farmacologia. 8. ed. Rio de Janeiro: Editora Elsevier, 2016.
SILVERTHORN, D. Fisiologia Humana: Uma Abordagem Integrada. 7. ed. Porto Alegre: Artmed,
2017.
213
UNIDADE 5
GOODMAN, L. S.; GILMAN, A. As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 12. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2012.
GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado de Fisiologia Médica. 13. ed. Rio de Janeiro, Elsevier Ed., 2017.
KATZUNG, B. G.; GRAW, H. Farmacologia Básica e Clínica. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.
MCARDLE, W. D.; KACTH, F.; KATCH, V. Fisiologia do Exercício - Nutrição, Energia e De-
sempenho humano. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
RANG, H. P.; DALE, M. M. Farmacologia. 8. ed. Rio de Janeiro: Editora Elsevier, 2016.
SILVERTHORN, D. Fisiologia Humana: Uma Abordagem Integrada. 7. ed. Porto Alegre: Artmed,
2017.
UNIDADE 6
GOODMAN, L. S.; GILMAN, A. As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 12. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2012.
KATZUNG, B. G.; GRAW, H. Farmacologia Básica e Clínica. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.
RANG, H. P.; DALE, M. M. Farmacologia. 8. ed. Rio de Janeiro: Editora Elsevier, 2016.
WHALEN, K.; PANAVELIL, T. A.; FINKEL, R. Farmacologia Ilustrada. 6. ed. Porto Alegre: Art-
med, 2016.
UNIDADE 7
AKISUE, G.; OLIVEIRA, F.; AKISUE, M. K. Farmacognosia. São Paulo: Atheneu, 2005.
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Brasília, 14 mai. 2014.
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trabalhistas para enfrentamento do estado de calamidade pública reconhecido pelo Decreto
Legislativo nº 6, de 20 de março de 2020, e da emergência de saúde pública de importância
internacional decorrente do coronavírus (covid-19), e dá outras providências. 2020. Dis-
ponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/mpv/mpv927.htm.
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UNIDADE 8
BRUNI, A. T.; VELHO, J. A.; OLIVEIRA, M. F. Fundamentos de química forense: uma análise
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UNIDADE 9
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216
OGA, S. Fundamentos de toxicologia. 5. ed. São Paulo: Atheneu, 2021. 848p
217
UNIDADE 1
1. B. A farmacocinética contextualiza o “caminho” do fármaco após sua administração, seja por via
oral, parenteral ou outras vias. Sendo observado todas os interferentes neste processo que podem
alterar a concentração do fármaco diminuindo, cessando ou eliminando seu efeito, a farmacodi-
nâmica analisa os tipos de receptores no organismo que possuem afinidade aos fármacos, e esta
afinidade promove um efeito desejável ou não no organismo.
3. C. Pois os fármacos administrados pela via injetável não sofrem efeito de primeira passagem, logo
não sofrem interferência na sua concentração administrada; os fármacos com alto volume de dis-
tribuição possuem maior capacidade de acúmulo, uma vez que o volume disponível no organismo
é limitado, deste modo, eles tendem a se acumular em tecidos como tecido adiposo, o que, a longo
prazo, é um fator de risco ao desenvolvimento da toxicidade do medicamento; fármacos na forma
ionizada não sofrem ou têm dificuldade na absorção.
UNIDADE 2
1. B. Ambas as respostas são verdadeiras, mas não se complementam por se tratar de assuntos
distintos. O sistema nervoso entérico (SNE) pode atuar de forma independente e foi, inicialmente,
reconhecido há mais de um século, quando os cientistas observaram a habilidade do SNE de rea-
lizar um reflexo independentemente do controle exercido pelo sistema nervoso central (SNC). Os
neurônios motores sofrem influência positiva e negativa. A parte excitatória é a acetilcolina, enquanto
os inibitórios são: óxido nítrico, embora, peptídeo intestinal vasoativo e, atualmente, sabe-se que
células enterocromafins dispersas por todo o epitélio do intestino liberam serotonina (5-HT) para
iniciar reflexos do intestino.
218
2. D. Antidepressivos: Classe mais eficaz no tratamento da síndrome do Cólon irritável devido suas
propriedades neuromoduladoras e analgésicas, independentes do seu efeito antidepressivo. Os
antidepressivos tricíclicos têm uma longa história de eficácia comprovada no tratamento da dor
visceral “funcional” crônica. Os inibidores seletivos da recaptação da serotonina têm menos efeitos
adversos e têm sido recomendados especialmente para os pacientes com constipação funcional,
porque podem aumentar os movimentos intestinais e até mesmo causar diarreia.
3. D. A secreção gástrica sofre efeito positivo aumentando sua secreção (histamina, gastrina e ace-
tilcolina) e efeitos negativos (prostaglandinas), e o desequilíbrios destes agentes está relacionado
ao desenvolvimento de condições como: Úlceras péptica, refluxo gastroesofágico). Citoprotetores,
aumentam os mecanismos endógenos de proteção da mucosa e/ou proporcionam uma barreira
física sobre a superfície da úlcera. Os agentes que promovem a defesa da mucosa são utilizados
para alívio sintomático da doença ulcerosa péptica. Quelato de bismuto e Sucratos fazem parte
desta classe). A domperidona antagoniza, principalmente, o receptor dopaminérgico D2, sem afetar
significativamente os outros receptores. É usada por aumentar a pressão no esfíncter esofágico
inferior (desse modo, inibindo o refluxo gastroesofágico), aumenta também o esvaziamento gástri-
co e o peristaltismo duodenal. É útil em distúrbios do esvaziamento gástrico e no refluxo gástrico
crônico. A metoclopramida estimula a motilidade gástrica, provocando acentuada aceleração do
esvaziamento gástrico. É útil no refluxo gastroesofágico e em distúrbios do esvaziamento gástrico,
mas é ineficaz no íleo paralítico, deste modo, úteis no tratamento do vômito). Probióticos: o trato
GI contém ampla flora comensal necessária para a saúde. Alterações no equilíbrio ou composição
desta flora são responsáveis pelas diarreias associadas ao uso de antibióticos e, possivelmente,
outras doenças. Preparações probióticas contendo uma variedade de cepas bacterianas mostraram
algum grau de benefício nas diarreias agudas, diarreias associadas a antibióticos e diarreias infec-
ciosas, mas a maioria dos estudos clínicos foi pequena e por isso as conclusões são limitadas). Os
glicocorticoides são potentes anti-inflamatórios, utilizados no tratamento das doenças intestinais
inflamatórias; os fármacos de escolha são em geral prednisolona ou budesonida (embora outros
possam ser usados). São dados por via oral ou localmente no intestino por supositórios ou enemas.
Os glicocorticoides são úteis para as crises agudas de doenças inflamatórias intestinais, não são
ideais para o tratamento de longo prazo (em razão de seus efeitos colaterais).
UNIDADE 3
1. C. Mais comum em crianças, adolescentes ou adultos jovens, mas algumas formas latentes podem
ocorrer mais tardiamente. A doença é caracterizada por deficiência absoluta de insulina devido à
destruição das células β (FUCHS; WANNMACHER; FERREIRA, 2010). A predisposição genética ao
diabetes tipo 1 está fortemente mapeada nos loci do antígeno leucocitário humano (HLA), também
conhecido como complexo principal de histocompatibilidade (CPH), que codifica proteínas envolvidas
na apresentação de antígenos. Outros loci genéticos contribuem fracamente para o diabetes tipo
1 (GOLAN et al., 2014).
2. E. As sulfonilureias são Fármacos classificados como secretagogos de insulina, pois promovem a libe-
ração de insulina das células β do pâncreas porque as biguanidas não atuam em glut4 no pâncreas.
219
3. A. A conversão de HMG-CoA a ácido mevalônico é uma das etapas mais importantes da síntese de
colesterol, sendo mediada pela enzima HMG-CoA redutase. Deste modo, os medicamentos desta
classe, como Sinvastatina, Lovastatina e a Pravastatina, são inibidores competitivos, específicos e
reversíveis da HMG-CoA redutase. A inibição da HMG-CoA redutase resulta na ativação da proteína
de ligação dos elementos reguladores de esterois 2 ou SREBP 2, este é considerado um fator de
transcrição regulatória dos receptores de LDL. Este aumento na expressão dos receptores de LDL,
resulta no aumento da sua captação intracelular e, consequentemente, diminuição da concentração
circulante.
UNIDADE 4
3. E. Na letra “a”, o hipotálamo é considerado o centro integrado dos sinais; na letra “b”, o estímulo ocorre
na adenohipófise; na letra “c”, excesso de cortisol é conhecido como síndrome de cushing, a síndro-
me de addison é a deficiência do cortisol; e na letra “d”, aumentam as proteínas desacopladoras.
4. A. A classificação dos hormônios quanto sua estrutura química interfere diretamente no tempo de
ação e, consequentemente, tempo de resposta à célula-alvo.
220
UNIDADE 5
1. E. Mesmo as crianças apresentando uma taxa metabólica superior à dos adultos, elas apresentam
risco ao desenvolvimento da obesidade e devem ter um controle alimentar condicionado à fase
de crescimento.
3. A. As assertivas I e III estão corretas. Assertiva II incorreta, uma vez que indica que a Dopamina
estaria envolvida no mecanismo de ação da sibutramina, mas, no caso, o correto seria serotoni-
na;assertiva IV incorreta, uma vez que a obesidade pode ser fatal: essa frequentemente coexiste
com distúrbios metabólicos e outros (particularmente a hipertensão, hipercolesterolemia e diabe-
tes tipo 2), compreendendo todas as síndromes metabólicas. Isso acarreta um elevado risco de
afecções cardiovasculares, AVCs, cânceres (particularmente dependentes de hormônios), doenças
respiratórias (particularmente a apneia do sono) e problemas digestivos, além da osteoartrite).
Assertiva V incorreta, uma vez que descreve o estágio de contemplação e, na assertiva, afirma ser
o estágio de preparação.
UNIDADE 6
1. E. Apenas uma parte dos fármacos possuem ação excitatória no sistema nervoso central, uma vez
que possuímos medicamentos inibitórios.
O mecanismo descrito de entrada de cloreto deixa a célula hiperpolarizada, deste modo, dificulta
a propagação do impulso, sendo mecanismo de fármacos inibitórios.
3. B. Assertiva I está incorreta, uma vez que os benzodiazepínicos promovem a entrada de cloreto e
não a saída, como está descrito na afirmativa; Assertiva III está incorreta uma vez que a via glutama-
térgica é pouco utilizada em decorrência dos inúmeros efeitos adversos que promove; e assertiva V
está incorreta, uma vez não se utiliza a associação dos antidepressivos MAOs com nenhuma outra
classe em decorrência dos efeitos adversos graves provocados.
4. A. Na tolerância medicamentosa ocorre uma diminuição do efeito de uma medicação por exposição
excessiva do paciente ao seu princípio ativo, necessitando, assim, de dosagens cada vez maiores do
mesmo medicamento para se obter os mesmos resultados comumente relacionados às dosagens
padrão.
221
UNIDADE 7
1. E. Primeira asserção incorreta: método Soxhlet demanda equipamentos específicos e com alto
custo. Segunda asserção incorreta: extração de materiais moles é método de infusão.
2. A.
3. C. Assertiva I incorreta: esta descrição faz referência à obtenção do material e não do fracionamento
como descrito. Assertiva III incorreta: método de infusão é um sistema quente aberto e utilizado
para extração de materiais moles.
UNIDADE 8
1. A. O conhecimento das fases de exposição é fundamental, a fase clínica ocorre quando há surgi-
mento dos sintomas após a exposição do agente tóxico sendo determinante no tratamento e na
conduta clínica.
3. E. Assertiva II incorreta: essa descrição faz referência a agente tóxico e não a xenobiótico como na
assertiva. Assertiva III incorreta: a descrição da assertiva é de uma intoxicação aguda e não crônica
como descrita na assertiva.
UNIDADE 9
2. B. Hipérico é o composto que promove redução do nível sérico dos fármacos quando associados,
uma vez que induz a concentração das enzimas hepáticas, em especial a CP450. Sua interferência
ocorre principalmente quando associado aos inibidores de protease.
3. E. Guaco é o composto utilizado para reduzir os níveis de colesterol sérico, entretanto, interfere
na absorção de cálcio.
4. C. Assertiva I incorreta: Esta descrição faz referência a fase FARMACODINÂMICA; assertiva III incor-
reta: a descrição da assertiva é da interação do CHÁ VERDE.
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