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GRADUAÇÃO

Aromaterapia e
Cromoterapia
ME. FERNANDA GOMES LODI

Híbrido
GRADUAÇÃO
Aromaterapia e
Cromoterapia
Me. Fernanda Gomes Lodi
DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor e
Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos
Silva Filho, Pró-Reitor Executivo de EAD William
Victor Kendrick de Matos Silva, Pró-Reitor de
Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin, Presidente
da Mantenedora Cláudio Ferdinandi.
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a

NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James
136 p. Prestes e Tiago Stachon; Diretoria de Graduação
“Graduação - Híbridos”. e Pós-graduação Kátia Coelho; Diretoria de
1. Aromaterapia. 2. Cromoterapia. 3. Terapia 4. EaD. I. Título.
Permanência Leonardo Spaine; Diretoria de
Design Educacional Débora Leite; Head de
ISBN 978-85-459-2115-8 Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza
CDD - 22 ed. 613
CIP - NBR 12899 - AACR/2 Filho; Head de Metodologias Ativas Thuinie Daros;
Head de Curadoria e Inovação Tania Cristiane Yoshie
Fukushima; Gerência de Projetos Especiais Daniel
Impresso por:
F. Hey; Gerência de Produção de Conteúdos
Diogo Ribeiro Garcia; Gerência de Curadoria
Carolina Abdalla Normann de Freitas; Supervisão
do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de
Almeida Toledo; Supervisão de Projetos Especiais
Yasminn Talyta Tavares Zagonel; Projeto
Gráfico José Jhonny Coelho e Thayla Guimarães
Cripaldi; Fotos Shutterstock
Coordenador de Conteúdo Lilian Rosana dos Santos
Moraes.
NEAD - Núcleo de Educação a Distância Designer Educacional Janaina de Souza Pontes.
Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação
Revisão Textual Cintia Prezoto Ferreira e Erica
CEP 87050-900 - Maringá - Paraná Fernanda Ortega.
unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 Editoração André Morais de Freitas.
Ilustração Welington Vainer Satin de Oliveira.
Realidade Aumentada Kleber Ribeiro da Silva e César
Henrique Seidel
PALAVRA DO REITOR

Em um mundo global e dinâmico, nós trabalha-


mos com princípios éticos e profissionalismo, não
somente para oferecer uma educação de qualida-
de, mas, acima de tudo, para gerar uma conversão
integral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-
-nos em 4 pilares: intelectual, profissional, emo-
cional e espiritual.
Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois
cursos de graduação e 180 alunos. Hoje, temos
mais de 100 mil estudantes espalhados em todo
o Brasil: nos quatro campi presenciais (Maringá,
Curitiba, Ponta Grossa e Londrina) e em mais de
300 polos EAD no país, com dezenas de cursos de
graduação e pós-graduação. Produzimos e revi-
samos 500 livros e distribuímos mais de 500 mil
exemplares por ano. Somos reconhecidos pelo
MEC como uma instituição de excelência, com
IGC 4 em 7 anos consecutivos. Estamos entre os
10 maiores grupos educacionais do Brasil.
A rapidez do mundo moderno exige dos
educadores soluções inteligentes para as ne-
cessidades de todos. Para continuar relevante, a
instituição de educação precisa ter pelo menos
três virtudes: inovação, coragem e compromisso
com a qualidade. Por isso, desenvolvemos, para
os cursos de Bem-estar, metodologias ativas, as
quais visam reunir o melhor do ensino presencial
e a distância.
Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é
promover a educação de qualidade nas diferentes
áreas do conhecimento, formando profissionais
cidadãos que contribuam para o desenvolvimento
de uma sociedade justa e solidária.
Vamos juntos!
BOAS-VINDAS

Prezado(a) Acadêmico(a), bem-vindo(a) à Co-


munidade do Conhecimento.
Essa é a característica principal pela qual a
Unicesumar tem sido conhecida pelos nossos alu-
nos, professores e pela nossa sociedade. Porém, é
importante destacar aqui que não estamos falando
mais daquele conhecimento estático, repetitivo,
local e elitizado, mas de um conhecimento dinâ-
mico, renovável em minutos, atemporal, global,
democratizado, transformado pelas tecnologias
digitais e virtuais.
De fato, as tecnologias de informação e comu-
nicação têm nos aproximado cada vez mais de
pessoas, lugares, informações, da educação por
meio da conectividade via internet, do acesso
wireless em diferentes lugares e da mobilidade
dos celulares.
As redes sociais, os sites, blogs e os tablets ace-
leraram a informação e a produção do conheci-
mento, que não reconhece mais fuso horário e
atravessa oceanos em segundos.
A apropriação dessa nova forma de conhecer
transformou-se hoje em um dos principais fatores de
agregação de valor, de superação das desigualdades,
propagação de trabalho qualificado e de bem-estar.
Logo, como agente social, convido você a saber
cada vez mais, a conhecer, entender, selecionar e
usar a tecnologia que temos e que está disponível.
Da mesma forma que a imprensa de Gutenberg
modificou toda uma cultura e forma de conhecer,
as tecnologias atuais e suas novas ferramentas,
equipamentos e aplicações estão mudando a nossa
cultura e transformando a todos nós. Então, prio-
rizar o conhecimento hoje, por meio da Educação
a Distância (EAD), significa possibilitar o contato
com ambientes cativantes, ricos em informações
e interatividade. É um processo desafiador, que
ao mesmo tempo abrirá as portas para melhores
oportunidades. Como já disse Sócrates, “a vida
sem desafios não vale a pena ser vivida”. É isso que
a EAD da Unicesumar se propõe a fazer.
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você
está iniciando um processo de transformação,
pois quando investimos em nossa formação, seja
ela pessoal ou profissional, nos transformamos e,
consequentemente, transformamos também a so-
ciedade na qual estamos inseridos. De que forma
o fazemos? Criando oportunidades e/ou estabe-
lecendo mudanças capazes de alcançar um nível
de desenvolvimento compatível com os desafios
que surgem no mundo contemporâneo.
O Centro Universitário Cesumar mediante o
Núcleo de Educação a Distância, o(a) acompa-
nhará durante todo este processo, pois conforme
Freire (1996): “Os homens se educam juntos, na
transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem
dialógica e encontram-se integrados à proposta
pedagógica, contribuindo no processo educa-
cional, complementando sua formação profis-
sional, desenvolvendo competências e habilida-
des, e aplicando conceitos teóricos em situação
de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado
de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como
principal objetivo “provocar uma aproximação
entre você e o conteúdo”, desta forma possibilita
o desenvolvimento da autonomia em busca dos
conhecimentos necessários para a sua formação
pessoal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de
crescimento e construção do conhecimento deve
ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos
pedagógicos que o Centro Universitário Cesumar
lhe possibilita. Ou seja, acesse regularmente o Stu-
deo, que é o seu Ambiente Virtual de Aprendiza-
gem, interaja nos fóruns e enquetes, assista às aulas
ao vivo e participe das discussões. Além disso,
lembre-se que existe uma equipe de professores e
tutores que se encontra disponível para sanar suas
dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de apren-
dizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranquili-
dade e segurança sua trajetória acadêmica.
APRESENTAÇÃO

Olá aluno(a), seja bem-vindo(a)! Você está iniciando a disciplina de Aro-


materapia e Cromoterapia, a qual trará o embasamento necessário para
que, como futuro profissional da saúde, entenda o seu paciente de forma
holística e utilize tratamentos integrativos e complementares, de forma
isolada ou associando a outros recursos, em sua prática clínica.
Para isso, na Unidade 1, você começará entendendo o conceito de prin-
cípios ativos naturais, essências sintéticas e óleos essenciais; em seguida,
conhecerá o universo dos Óleos Vegetais e, ao final, os principais óleos
essenciais da atualidade.
Na Unidade 2, estudará o conceito e a origem do termo “aromatera-
pia” bem como sua relação com os óleos essenciais e quais estruturas
do corpo estão envolvidas na relação dos cheiros com os resultados em
tratamentos clínicos.
Para aplicar os óleos essenciais em protocolos de tratamento, na Uni-
dade 3, você conhecerá quais as principais técnicas de aplicação e como
elas devem ser realizadas.
Na Unidade 4, você conhecerá a cromoterapia; verá sua aplicação na
história, qual a definição e a importância da Luz e das Cores para agregá-
-lo em seus tratamentos, sendo abordado as sete cores do espectro solar,
os chakras e a sua relação com estas cores; por fim, como aplicá-las em
benefício e de seus clientes em tratamentos.
Todo este conteúdo te tornará um profissional melhor, capaz de ofe-
recer a cura e o entendimento que seu paciente necessita, com destaque
entre os colegas de profissão por trazer sempre um diferencial para sua
prática clínica.
CURRÍCULO DOS PROFESSORES

Me. Fernanda Gomes Lodi


Mestre em Ciências da Saúde pela Universidade Estadual de Maringá (2016-2017), especialista
em Docência no Ensino Superior pela Unicesumar (2013-2014), graduada em Enfermagem
pela Universidade Estadual de Maringá (2010-2013). Especialista em Biomedicina Estética,
com Ênfase em Procedimentos Invasivos pela UniCesumar (2018-2019).
Currículo Lattes disponível em: http://lattes.cnpq.br/7966317517847247.
Óleos Essenciais,
Vegetais e Essências
Sintéticas

13

Aromaterapia

45
Técnicas de
Aplicação dos
Óleos Essenciais

69

Cromoterapia

101
60 Mecanismo Olfativo

Utilize o aplicativo
Unicesumar Experience
para visualizar a
Realidade Aumentada.
Me. Fernanda Gomes Lodi

Óleos Essenciais, Vegetais


e Essências Sintéticas

PLANO DE ESTUDOS

Essências Sintéticas Conhecendo os Óleos


Essenciais

Óleos Essenciais Óleos Vegetais

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

• Conhecer a definição de princípio ativo natural e de óleo • Apresentar a definição do termo óleo vegetal, conhecer
essencial e apresentar o surgimento e a evolução dos sua composição química e biológica e as especificações
óleos essenciais na história. exigidas no momento da escolha.
• Entender a diferença entre essências sintéticas e óleos • Compreender a natureza funcional dos óleos essenciais e
essenciais. apresentar os mais comuns da atualidade e suas funções.
Óleos
Essenciais

Olá, aluno(a)! Sei que muitos alunos já se apropriam


dos vários benefícios que os óleos essenciais trazem
para a melhora da qualidade de vida dos que estão à
sua volta, mas é aqui que iniciaremos o estudo sobre
os óleos essenciais e a aromaterapia, em nosso curso.
Nesta unidade, serão abordadas algumas de-
finições que te auxiliarão na compreensão deste
tema. Você entenderá o que são princípios ativos
naturais para, então, conhecer os óleos essenciais
e sua origem histórica, bem como a definição de
essências sintéticas, para quê são usadas e qual a
importância de se conhecer o nome científico das
plantas e a natureza dos óleos essenciais.
Exploraremos, ainda, o universo dos Óleos Ve-
getais: o que são, qual a diferença em relação aos
óleos essenciais, para que são usados e como rea-
lizar a melhor escolha de acordo com a finalidade
e, finalmente, você terá acesso aos principais óleos
essenciais da atualidade, que são utilizados em di-
versos tratamentos clínicos.
Para iniciarmos os nossos estudos sobre os óleos
essenciais, começaremos com o conhecimento
sobre os princípios ativos naturais, pois, segundo
Fernando Amaral (2016, p. 1) “Óleo Essencial é um
Princípio Ativo Natural”.
Princípio Ativo Natural

Princípio ativo natural é toda substância que pode ser extraída e


isolada de plantas medicinais com propriedades terapêuticas, cienti-
ficamente comprovadas. É possível detectar vários princípios ativos
em uma mesma planta. Por exemplo, na calêndula, encontram-se
taninos, flavonoides e saponinas; na malva, os óleos essenciais e os
flavonoides (AMARAL, 2016; CORAZZA, 2010).
Existem vários grupos, subgrupos e classes de princípios ativos
naturais conhecidos e estudados pela ciência chamada farmacogno-
sia. Entretanto, na Tabela 1, estão apresentados os principais grupos
e suas substâncias para um melhor entendimento por você, futuro
profissional da saúde e bem-estar.
Tabela 1 - Princípios Ativos Naturais Mais Comuns

GRUPO GENERALIDADE ILUSTRATIVA CONHECIMENTO POPULAR

Alcaloides Atividade ligada ao sistema nervoso Cafeína, Nicotina

Precipitação de Proteínas, tratamentos em


Taninos Barbatimão, Hamamélis
mucosas

Atividade Laxante, desintoxicante,


Quinona Sene, cáscara-sagrada, ruibarbo
estimulante

Atividade ligada ao sistema vascular,


Flavonoides Cítricos, Ginko, maracujá
metabolismo gasoso

Capacidade de retenção e transferência


Mucilagens Babosa, plantas suculentas
de água

Transferência de energia para processos


Glucosídeos Maioria das plantas medicinais
metabólicos

Atividade detergente resistente a ácidos


Saponinas Calêndula, quilaia, alcaçuz
minerais diluídos

Amêndoa doce, semente de uva,


Óleos Vegetais Atividade protetora e umectante
girassol

Antissépticos, cicatrizantes, metabólicos, Lavanda, eucalipto, alecrim,


Óleos Essenciais
fungicidas, neurossupressores citronela

Fonte: adaptada de Amaral (2016).

UNIDADE 1 15
Agora que já foi descrito a qual grupo de princípio ativo natural
pertencem alguns óleos essenciais, facilitando a nossa prática clí-
nica, por meio do conhecimento das características químicas e da
ação farmacológica pelo qual um óleo é conhecido e pelos efeitos
terapêuticos, vamos conhecer um pouco mais sobre suas caracte-
rísticas e especificidades.

O que São Óleos Essenciais?

Óleo Essencial é todo grupo de princípio ativo natural, de poder


volátil e fragrância variável, proveniente de folhas, flores, caule,
talos, haste, pecíolo, casca, raízes ou outros elementos produzidos
por praticamente todas as plantas (AMARAL, 2016; CORAZZA,
2010; FERRAZ, 2019).

Figura 1 - Frascos com exemplos de plantas de onde podem ser extraídos óleos essenciais. Da esquerda para a direita:
Hortelã, Camomila, Lavanda, Manjericão, Alecrim.

16 Óleos Essenciais, Vegetais e Essências Sintéticas


Elas são constituídas por centenas de substâncias à coloração, variam de totalmente incolores
químicas, como álcoois, aldeídos, ésteres, fenóis a fortemente dourados, passando por nuances
e hidrocarbonetos e são chamados de voláteis, esverdeadas, âmbares e amareladas, como os óleos
refringentes, etéreos ou essenciais, por que eva- essenciais de patchouli, laranja e zimbro (AMA-
poram quando expostos ao ar, com temperaturas RAL, 2016; CORAZZA, 2010; FERRAZ, 2019;
normais (AMARAL, 2016; CORAZZA, 2010). PRICE, 1996).
O óleo essencial participa de várias atividades Gostaria de reforçar que óleos essências são
importantes para a vitalidade da espécie vegetal de apenas as substâncias naturais que se formam
onde é extraído, garantindo vantagens adaptativas dentro das plantas. Quando cópias desses óleos
no meio em que estão inseridos, por exemplo na são feitas em laboratórios, estas são chamadas
defesa contra o frio e predadores, no metabolismo, de essências e podem ser identificadas com o
na regeneração, na atração de polinizadores, no nome da planta da qual se extraiu o óleo essen-
controle hídrico, na proteção e na conservação da cial original.
planta (MIRANDA et al., 2016). Sendo assim, somente os óleos essenciais na-
Caracteristicamente, possuem odores pró- turais, que atendam a determinados critérios de
prios, têm densidade, em geral, menor que a qualidade, têm funcionalidade para a aplicação
da água, alto índice de refração, são sensíveis terapêutica. As essências não possuem tal fun-
à luz e ao ar, a maioria é opticamente ativa, cionalidade, podendo ser utilizadas apenas como
são relativamente fluidos (podendo se soli- agente de perfumação de produtos de higiene pes-
dificar a temperaturas mais baixas) e, quanto soal, perfumes e saneantes.

Pecíolo é a parte estreita que liga o limbo de uma folha ao caule ou haste, perto do qual se alarga,
muitas vezes, em uma bainha.
Âmbares/Cor âmbar é uma cor laranja-amarelo que recebeu seu nome devido ao material conhecido
como âmbar. Este, apesar de ser chamado de pedra, é uma resina fossilizada de árvores de 50 milhões
de anos, proveniente de uma grande variedade de pinheiros (o pinus succinites) que desapareceram
há milênios de anos da superfície da terra.
Fontes: Dicio ([2019], on-line)1 e Âmbar Báltico ([2019], on-line)2.

UNIDADE 1 17
Um pouco de História

Para entender melhor a história dos óleos essenciais, que se desenvolveu em con-
junto com a história do perfume e da aromaterapia, vamos dividi-la em três grandes
momentos: uso de ervas em defumações e Incenso e Uso dos Unguentos; Óleos
Essenciais, Álcool, Perfumes e Elixires; e Óleos Essenciais, Farmacologia e Química.

Uso de ervas em defumações e


incenso e uso dos unguentos

O uso de ervas, incenso e unguentos durou até o ano 1000. Essa


época era o momento em que as técnicas de destilação começaram a
se desenvolver. Por isso, o homem não conhecia o óleo essencial na
forma líquida, tampouco puro, como conhecemos hoje. Acredita-se
que todas as referências feitas a óleos, unções e óleos essenciais eram,
na verdade, menções a extratos oleosos ou alcoólicos de fermen-
tados, como o álcool de vinho, sendo, portanto, mais de extratos
aromáticos do que óleos essenciais.
Durante todo esse período, os recursos utilizados por sacerdotes
ou líderes religiosos eram 100% naturais. O que nos mostra que a
busca pela ação dos princípios ativos dos óleos essenciais, como
utilizamos hoje, vem desde o início das civilizações (AMARAL,
2016; FERRAZ, 2019).

Óleos essenciais, álcool, perfumes e elixires

O segundo período do conhecimento dos óleos essenciais come-


çou por volta do ano 1000 d.C., quando a humanidade aprende a
destilar (Figura 2). De acordo com os principais relatos, a destilação
marcou o início de um novo conhecimento para a humanidade,
e o protagonista desse evento tão importante foi Avicena (980-
1037), um polímata árabe, que ficou conhecido como o pai da
destilação a vapor.
Esse período foi muito importante, pois os óleos essenciais se
posicionaram e participaram efetivamente da vida moderna, aju-
dando, entre outras coisas, a desenvolver produtos de consumo que
não existiam, como os perfumes e os cosméticos, assim como os
produtos de higiene pessoal.

18 Óleos Essenciais, Vegetais e Essências Sintéticas


Óleos essenciais,
farmacologia e química

O terceiro e último período teve início em meados


de 1900 e se mantém até os dias atuais.
Alguns pesquisadores tiveram um papel muito
importante no desenvolvimento e na formação
industrial dos óleos essenciais, por exemplo os
doutores René Gateffossé (Francês), Paolo Rovesti
(Italiano) e Arthur Penfold (Australiano).
Esse desenvolvimento é constante e, mesmo no
cenário atual, com modernidades nas indústrias
químicas e farmacêuticas, na facilidade de acesso
a informações e ao mundo virtual e com a neces-
sidade de viver melhor, o óleo essencial continua
sendo uma novidade e grande fonte de inovações
(AMARAL, 2016; CORAZZA, 2010; FERRAZ,
Figura 2 - Alambique antigo, utilizado para a destilação 2019; PRICE, 1996).

Polímata é a pessoa que conhece ou estudou muitas ciências; cujo conhecimento não está restrito
a um único âmbito científico. Possui um vasto conhecimento em muitas áreas.
Fonte: Dicio ([2019], on-line)3.

UNIDADE 1 19
Essências
Sintéticas

Como visto anteriormente, os óleos essenciais são


princípios ativos naturais, extraídos diretamen-
te das plantas. As essências sintéticas, por outro
lado, são uma sintetização de derivados do pe-
tróleo e dos componentes encontrados nos óleos
essenciais originais, que não possuem o mesmo
processo de formação e nem sua complexidade
(AMARAL, 2016; FERRAZ, 2019).
As essências sintéticas são amplamente uti-
lizadas na indústria de perfume, cosméticos e
saneantes (substâncias utilizadas para a higieni-
zação e desinfecção de ambientes e no tratamento
de água), o que torna seu preço um pouco mais
acessível que o dos óleos essenciais que, devido à
forma de extração, encarece o produto.

20 Óleos Essenciais, Vegetais e Essências Sintéticas


O objetivo da utilização de uma essência, na Tabela 2 – Diferença na estrutura química entre óleos es-
produção de algumas substâncias, é apenas o de senciais e essências

perfumar, sem a pretensão de qualquer atividade Componentes do Componentes


farmacológica e terapêutica, ficando sua utilização Óleo Essencial de da Essência de
Lavanda Lavanda
restrita à aromatização de ambientes ou outras
perfumações (AMARAL, 2016; FERRAZ, 2019). • Ésteres • Ésteres

Quando comparados quimicamente, os óleos • Álcoois terpênicos • Álcoois terpênicos

essenciais possuem mais componentes que a es- • Monoterpenos


• Sesquiterpenos
sência, e a diferença não está só na estrutura quí-
• Cetonas
mica, mas também na orgânica, sendo os óleos
• Cumarinas
essenciais imbatíveis em sua capacidade de co-
• Ácidos
municação com organismos vivos (AMARAL,
• Aldeídos
2016; FERRAZ, 2019).
• Óxidos
Para exemplificar, observe a Tabela 2. Nela,
• Elementos traços
estão expostas as diferenças na quantidade de
componentes do Óleo Essencial de Lavanda e da
Fonte: Amaral (2016, p. 20).
Essência do mesmo perfume.

Figura 3 – Aromatizador de ambientes com essência de lavanda

Por fim, deixo uma dica importante para sua vida e futura prática clínica: sabendo
que os óleos essenciais têm afinidades com as células dos seres humanos, enquan-
to as essências não têm, e que substâncias sintéticas em tratamentos podem gerar
resultados distorcidos, utilizem os dois com muito cuidado e sempre respeitando a
indicação de cada um.

UNIDADE 1 21
Óleos
Vegetais

Alguns tratamentos com óleos essenciais con-


sistem na aplicação destes na pele do paciente.
Para essas técnicas, é preciso que o óleo essencial
esteja associado a uma substância, chamada de
base. Neste sentido, os óleos vegetais são bases
importantes, pois possuem uma afinidade natural
com o tecido cutâneo.

22 Óleos Essenciais, Vegetais e Essências Sintéticas


Figura 4 – Frascos com diferentes tipos de óleo vegetal

O que São Óleos Vegetais?

Os óleos vegetais são substâncias ricas em ácidos aceitação com a utilização dos óleos vegetais em
graxos, vitaminas e nutrientes como, por exemplo, tratamentos de Saúde e Bem-estar, por exemplo
os sais minerais. Eles são provenientes de plan- massagens corporais, massagem nos pés, trata-
tas oleaginosas, podendo ser extraídos por meio mentos faciais e capilares etc.; no entanto, de um
da técnica de prensagem a frio de grãos, como o modo geral, acredita-se que a aplicação de óleos
milho e a soja; de castanhas, como a castanha- na pele e nos cabelos aumenta a oleosidade, o que
-do-pará, o coco e a amêndoa doce; de sementes, prejudica sua aceitação por parte de algumas pes-
como o gergelim, o girassol e a semente de uva; soas.
e de frutos, como a azeitona, o abacate e o argan Essa informação não é verdadeira quando se
(AMARAL, 2016). trata da utilização de óleos vegetais puros, pois
Eles são capazes de promover maciez e umec- eles se integram rapidamente ao manto hidro-
tação da pele, pois penetram de forma rápida, leve lipídico, contribuindo para o controle da perda
e suave, além de auxiliar na manutenção da hidra- de água transdérmica e para o fornecimento de
tação natural e reduzir a velocidade da desidrata- ácidos graxos como fonte de energia para o meio
ção, diminuindo a perda de água transdérmica da celular, sem causar oclusão dos poros e, conse-
pele (AMARAL, 2016; CORAZZA, 2010). quentemente, sem deixar a pele (ou cabelo) oleosa.
Quando aplicados, são absorvidos de forma Ao contrário dos óleos vegetais, quando apli-
integral, pois se aderem e se misturam aos lipídeos camos óleos minerais, o paciente sente a sensação
produzidos pela pele, sem deixá-la oleosa, como de excesso de oleosidade, isto porque estes óleos
ocorre quando se aplica um óleo mineral, que é são semioclusivos, fechando os poros e evitando
mais oclusivo e impermeabilizante. a penetração de água; daí sua utilização em bebês,
A maioria dos pacientes apresenta uma boa nas trocas de fraldas.

UNIDADE 1 23
Na associação dos óleos essenciais com os a concentração de óleos essenciais no óleo vegetal
óleos vegetais, eles se misturam imediatamente, não deve ultrapassar 2%, e nestas combinações, os
sem a necessidade da utilização de um agente óleos vegetais recebem o nome de óleos carreado-
emulgador ou homogeneizador. Se a aplicação res ou óleos bases (AMARAL, 2016).
for na pele, os óleos essenciais se fixam nos óleos Visto isso, vamos conhecer as composições dos
vegetais, sendo liberados lentamente para o sis- óleos vegetais e, em seguida, quais os critérios para
tema cutâneo do indivíduo. que você faça escolha do melhor óleo vegetal para
Convém lembrar que, em formulações cos- os tratamentos de seus clientes.
méticas, para massagens e tratamentos diversos,

Composição dos Óleos Vegetais

Os óleos vegetais são também conhecidos como triacilgliceróis


(triglicérides, triacilglicerídeo, triacilglicérido), que é o seu nome
químico, e como óleos vegetais ou gorduras animais, que são seus
nomes populares (AMARAL, 2016; CORAZZA, 2010; PRICE,
1996).
Eles pertencem à classe dos lipídeos e são formados por um
glicerol e três ácidos graxos iguais ou diferentes, formando um tipo
particular de éster (o triacilglicerol), conforme se observa na Figura
5 (AMARAL, 2016; CORAZZA, 2010; PRICE, 1996).

H H O
H H O C R1 H C O C R1
H C OH O
H C OH + H O C R2
O
H C O C R2
H C OH O
H O H C O C R3
H O C R3 H
Glicerol
Ác. Graxos Triglicerídeos
Figura 5 - Uma molécula de glicerol, três moléculas de ácidos graxos e uma molécula de triglicerídeo
Fonte: a autora.

24 Óleos Essenciais, Vegetais e Essências Sintéticas


O glicerol é o componente comum em quase todos os óleos fixos,
e o que estabelece a diferença entre eles é a natureza dos ácidos
graxos que ele contém. Ele é um líquido viscoso incolor e inodoro,
e seu nome é derivado da palavra grega glykos, que significa “doce”.
Sua importância no contexto dos óleos vegetais vem do fato
de ser um dos precursores dos triglicerídeos – que são uma for-
ma lipídica especializada no armazenamento de energia – e dos
fosfolipídeos – que são os principais constituintes das membranas
biológicas das células e organelas. Ele pode ser, ainda, utilizado na
formação da glicose e fornecimento de energia para o metabolismo
celular (AMARAL, 2016).
Os ácidos graxos são compostos orgânicos pouco solúveis em
água, produzidos quando ocorre a quebra das gorduras, sendo tam-
bém considerados fonte de energia para as células.
Eles se dividem em saturados, monoinsaturados e poli-insatu-
rados, na qual os poli-insaturados (ácidos graxos essenciais) são os
mais indicados como parte da dieta alimentar, pois conferem ao or-
ganismo uma série de benefícios, sendo chamados de “gorduras boas”.

Como Escolher os É importante compreender que os óleos vege-


Óleos Vegetais tais são compostos por substâncias que o corpo
humano produz e por outras que ele não é capaz
Para a escolha do melhor óleo vegetal, você, futuro de produzir, e que existe uma grande semelhança
profissional da saúde, precisa conhecer algumas na estrutura química dos óleos vegetais, deixando
características e especificações destes produtos e, a impressão, ao toque, de que são muito parecidos
em seguida, basear-se em dois critérios principais: e podem ser aplicados todos da mesma maneira,
1. O tipo de pele e sua condição: lesada, sau- mas isto não é verdade (AMARAL, 2016; CO-
dável, irritada, envelhecida, oleosa, lisa, po- RAZZA, 2010).
rosa, ressecada etc. Cada um apresenta teores de ácidos graxos,
2. O tipo de tratamento: modelador, desli- vitaminas e características únicas e, graças ao
zante, penetrante, relaxante, hidratante, desenvolvimento tecnológico atual, nós conse-
umectante etc. (AMARAL, 2016). guimos utilizar óleos vegetais de alta qualidade.
De acordo com Amaral (2016), no Brasil, po-
Seguindo estes passos, você obterá os melhores de-se adquirir óleos vegetais puros e de qualidade
resultados nos tratamentos propostos, garantindo internacional, sendo estes encontrados em reven-
a excelência de seu trabalho e, principalmente, a dedores especializados.
satisfação dos seus clientes. Ainda assim, para que o profissional tenha
Agora, vamos conhecer um pouco melhor as certeza da procedência e qualidade do óleo ve-
propriedades estruturais e singulares dos óleos getal, ele deve identificar algumas normas e es-
vegetais que facilitarão seu reconhecimento e es- pecificações. Estas estão apresentadas no rótulo
colha. do produto e serão detalhadas a seguir.

UNIDADE 1 25
Nome comercial ou nome popular

Trata-se do nome da planta ou parte da planta que fornece o óleo


vegetal, por exemplo, óleo de coco, óleo de abacate, óleo de semente
de uva etc. Apenas essa nomenclatura não define se o produto é
realmente natural, se contêm substâncias químicas ou se a planta
realmente é da espécie desejada; para obter essa informação com
exatidão, é necessário buscar, no rótulo, o nome científico da planta
e também o INCI name (International Nomenclature of Cosme-
tic Ingredient), caso contrário, ele não é puro (AMARAL, 2016;
FERRAZ, 2019).

Nome científico

Nome apresentado no rótulo de um produto quando ele é de ori-


gem vegetal, por exemplo, Vitis vinifera, que é o nome científico
do óleo da semente de uva (AMARAL, 2016; CORAZZA, 2010;
FERRAZ, 2019).

INCI name (International Nomenclature


of Cosmetic Ingredient)

É a padronização e organização internacional de ingredientes cos-


méticos de forma segura e simplificada, facilitando a identificação
de qualquer componente de uma formulação proveniente de qual-
quer país (AMARAL, 2016).

26 Óleos Essenciais, Vegetais e Essências Sintéticas


Código CAS (Chemical Abstract Service)

São os números de registro designados às substâncias de maneira


sequencial, à medida que estas são colocadas na Base de Dados do
CAS. Assim, cada número de registro é um identificador numérico
único que designa apenas uma substância e não possui nenhum
significado químico (AMARAL, 2016).
A tabela, a seguir, apresenta os principais óleos vegetais do mer-
cado e suas especificações e propriedades terapêuticas. O intuito é
introduzi-lo ao conhecimento e à escolha correta do óleo vegetal
que será usado como base de óleos essenciais ou de forma pura em
alguns tratamentos.

UNIDADE 1 27
ÓLEOS VEGETAIS INCI Name Código CAS Composição
natural principal
Ações e
propriedades

ÓLEO DE ÓLEO DE ÓLEO DE ÓLEO DE ÓLEO DE


ARGAN ABACATE AMÊNDOAS DOCES COPAÍBA GÉRMEN DE TRIGO
Argania spinosa Persea gratíssima Prunus amygdalus dulcis Copaifera officinalis Triticum vulgare

Argania Spinosa Persea Prunus Amygdalus Copaifera Triticum Vulgare


Karnel Oil Gratissima Oil Dulcis Oil Officinalis Resin Germ Oil

299184-75-1 8024-32-6 8007-69-0 8001-61-4 68917-73-7

Ácidos graxos Ácidos graxos Ácidos graxos Ácidos graxos Ácidos graxos
monoinsaturados Ácido palmítico Ácido mirístico Ácido palmítico Ácido mirístico
e poli-insaturados Ácido esteárico Ácido palmítico
Ácido palmítico Ácido araquídico
Ácido palmítico Ácido araquídico Ácido esteárico
Ácido esteárico Ácido behênico Ácido palmitoleico
Ácido esteárico Ácido behênico Ácido oleico
Ácido behênico Ácido oleico
Ácido oleico Ácido palmitoleico
Ácido palmitoleico Ácido linoleico Ácido linoleico
Ácido linoleico Ácido oleico
Ácido oleico Ácido linolênico
Ácido linolênico Ácido linoleico Vitaminas A, B1, B2,
Ácido linolênico Ácido linoleico
B3, B6 e F
Vitaminas: A, B1, B2 Ácido linolênico Minerais A, CL, Co,
e D. Minerais: K, P, Vitaminas A, B1, Cu, Fe, K, Mg, Mn,
Mg, S, Ca, Na e Cu B6 e E Na, S, Si e Zn

Hidratação Maciez Hidratação Anti-inflamatória Hidratação


Regeneração Umectação Umectação Analgésica Umectação
Umectação Hidratação Hidratação
Proteção

INDICAÇÕES
Cabelos: caspa, Cabelos: caspa, Cabelos: pontas Cabelos: inflamação, Cabelos: seco, com
seborreia, queda, dar seborreia, queda, dar ressecadas, hidratação. couro cabeludo, psoríase, psoríase, couro cabeludo
brilho, melhorar a brilho, melhorar a Face: área faial total, seborreia. ressecado, pontas
densidade e densidade e flexibilidade ressecadas, melhora a
rugas, manchas, Face: pequenas áreas densidade da haste.
flexibilidade dos fios, dos fios, blindagem de asperezas, ressecamentos, faciais, lábios, inflamações,
blindagem de escamas escamas capilares, hidratação, umectação, furos de brinco, herpes, Face: hidratação profunda,
capilares, hidratação, fortalecimento, drenagem linfática, ressecamentos, rugas, umectação, fortalecimento,
umectação, resistência hidratação e nutrição. nutrição, vitalização, base manchas, asperezas, rosácea, vasos sanguíneos,
e força. universal para uso dos hidratação, umectação, drenagem linfática, rugas,
Face: rugas, manchas, flacidez, tônus, nutrição e
asperezas, óleos essenciais. regeneração, cicatrização,
Face: rugas, manchas, tonificação, proteção. reposição dos ácidos
asperezas, ressecamentos, Corpo: penetração graxos.
ressecamentos, hidratação, umectação, média, drenagem Corpo: áreas pequenas do
drenagem linfática, linfática, ultrassom, corpo, cotovelos, joelhos, Corpo: pernas, celulite,
hidratação e proteção. circulação, sola dos pés,
nutrição e vitalização. endermoterapia, alta unhas, inflamação, frieira
frequência, massagem palma das mãos, cotovelos,
Corpo: aplicação com nos pés, ressecamentos, joelhos, unhas, inflamação,
Corpo: penetração rápida, hidratante, maciez,
outros óleos corporais escamações, eczemas, frieira, dores, ressecamen-
drenagem linfática, hidratação, umectação,
como o de girassol, irritações, tendinites, tos, escamações, eczemas,
ultrassom, hipoalergênico,
amêndoas doces e tensão nervosa, picada de irritações, varizes,
endermoterapia, alta antiestrias, flexibilidade,
semente de uva. inseto. recuperação, vitamina E.
frequência, massagem tônus e proteção.
hidratante, maciez e Pés e mãos (unhas e Pés e mãos (unhas e
Pés e mãos (unhas e umectação. Pés e mãos (unhas e cutículas): Hidratação, cutículas): Hidratação,
cutículas): hidratação, cutículas): Hidratação, regeneração, umectação, regeneração, umectação,
regeneração, Pés e mãos: Hidratação regeneração, umectação, proteção, frieiras, micoses, proteção, frieiras e
umectação, proteção. leve e reflexologia podal. proteção. inflamações. rachaduras.

28 Óleos Essenciais, Vegetais e Essências Sintéticas


ÓLEO DE ÓLEO DE ÓLEO DE ÓLEO DE ROSA ÓLEO DE
GIRASSOL JOJOBA MACADÂMIA MOSQUETA WNF SEMENTE DE UVA
Helianthus annuus Simmondsia chinensis Macadamia ternifolia Rosa rubiginosa Vitis vinifera

Helianthus Simmondsia Macadamia Rosa Rubiginosa Vitis Vinífera


Annuus Seed Oil Chinensis Seed Oil Ternifolia Seed Oil Seed Oil Seed Oil

8001-21-6 61789-91-1 128497-20-1 84603-93-0 8024-22-4

Ácidos graxos Ácidos graxos Ácidos graxos Ácidos graxos Ácidos graxos
Ácido mirístico Ácido láurico Ácido láurico
Ácido palmítico Ácido mirístico Ácido mirístico
Ácido palmítico Ácido esteárico Ácido palmítico Ácido mirístico Ácido palmítico
Ácido esteárico Ácido esteárico Ácido palmítico
Ácido araquídico Ácido araquídico Ácido esteárico
Ácido araquídico Ácido esteárico
Ácido behênico Ácido behênico Ácido behênico Ácido araquídico
Ácido araquídico
Ácido lignocérico Ácido palmitoleico Ácido palmitoleico Ácido behênico
Ácido palmitoleico Ácido oleico Ácido behênico
Ácido oleico Ácido palmitoleico
Ácido oleico Ácido eicosanóico Ácido palmitoleico
Ácido linoleico Ácido linoleico Ácido oleico Ácido oleico
Ácido eicosanóico
Ácido erúcico Ácido linolênico Ácido linolênico Ácido eicosanóico Ácido linoleico
Ácido linoleico Vitaminas B1, B2 e B3 Ácido linolênico
Minerais K, Ca, Mg, P,
Ácido linoleico
Ácido linolênico Fe, Zn Ácido linolênico Vitamina E

Umectação Hidratação Hidratação Regeneração Regeneração


Proteção Umectação Umectação Hidratação Hidratação e umectação
Regeneração Desobstrução Conservação Cicatrização Hipoalergênico
Nutrição e hidratação Limpeza Proteção Flexibilidade

INDICAÇÕES
Cabelos: pontas ressecadas, Cabelos: couro Cabelos: dar brilho, Cabelos: inflamação, couro Cabelos: pontas ressecadas,
pontas duplas, hidratação. cabeludo, caspa, melhorar a densidade da cabeludo, psoríase, cicatrização, hidratação.
seborreia, queda de haste capilar, flexibilidade pontas quebradiças,
Face: área facial total, rugas, ressecamento. Face: área facial total, rugas,
manchas, asperezas, cabelo, dar brilho, dos fios, blindagem de
melhorar a densidade e escamas capilares, Face: pequenas áreas faciais, manchas, asperezas,
ressecamentos, hidratação, lábios, inflamações, furos de ressecamentos, hidratação,
umectação, nutrição, flexibilidade dos fios, fortalecimento das pontas,
brinco, herpes, ressecamentos, umectação, drenagem
vitalização, base universal para blindagem de escamas maciez e hidratação. rugas, manchas, asperezas,
capilares, fortalecimento linfática, nutrição,
uso dos óleos essenciais, Face: áreas pequenas da hidratação, umectação, vitalização, base universal
manobras intensas, base nas das pontas e maciez. face, rugas, manchas, regeneração, cicatrização, para uso dos óleos
terapias ayurvédicas. asperezas, ressecamentos, tonificação, proteção, essenciais, flexibilidade.
Face: áreas pequenas da hidratação, proteção, acne, demaquilante, pós-cirúrgico,
Corpo: penetração lenta, face, rugas, manchas, drenagem, lábios, queimadura, eczema e feridas. Corpo: penetração
ultrassom, endermoterapia, asperezas, Corpo: pequenas áreas,
alta frequência, massagem anti-aging, flacidez, média/rápida, drenagem
ressecamentos, umectação, hipoalergêni- cotovelos, joelhos, unhas, linfática, ultrassom,
hidratante, maciez, hidratação, hidratação, proteção, inflamação, dores, ressecamen-
umectação, base universal co, alta penetração. endermoterapia, alta
acne, drenagem, lábios. tos, escamações, eczemas,
frequência, massagem
para uso de óleos essenciais, Corpo: alta penetração, irritações, tendinites, tensão
hipoalergênico, antiestrias, maciez, flexibilidade, nervosa, picada de inseto, hidratante, maciez,
Corpo: aplicado hidratação, umectação, base
flexibilidade, tônus, proteção, associado a outros óleos massagem relaxante, cortes, cicatrizes, pós-cirúrgico,
modeladora, escaras, pés ou massagem detox, queimadura, feridas. universal para uso de óleos
corporais como de essenciais, flexibilidade.
mãos ressecadas. abacate, amêndoas drenagem linfática. Pés e mãos (unhas e
cutículas): hidratação,
Pés e mãos (unhas e doces, semente de uva, Pés e mãos: hidratação, regeneração, umectação, Pés e mãos (unhas e
cutículas): hidratação, girassol. regeneração, umectação, proteção, frieiras, micoses, cutículas): Hidratação,
regeneração, umectação, proteção, frieiras, inflamação, cicatrização, unhas regeneração, umectação,
proteção, frieiras e rachaduras. Pés e mãos: hidratação. rachaduras. quebradiças e ressecadas. proteção.

Infográfico 1 - Nomes, conceitos, composição natural e principais indicações dos óleos vegetais
Fonte: adaptado de Amaral (2016).

UNIDADE 1 29
Umectação: ocorre pela utilização de substâncias capazes de absorver água do ambiente, reter
água da formulação do cosmético e reter a água que está sendo perdida pela camada córnea. Essas
substâncias umectantes não permeiam a camada córnea.
Psoríase: é uma doença crônica que afeta a pele com períodos de exacerbação e remissão. É de
causa desconhecida e está relacionada à baixa imunidade e fatores genéticos. Existem vários tipos
de psoríase, contudo, a mais comum se apresenta por placas eritematosas, descamativas e o indi-
víduo pode apresentar prurido.
Seborreia: é o aumento do fluxo sebáceo no folículo piloso de origem genética ou hormonal, princi-
palmente a testosterona, que aumenta o volume das glândulas sebáceas. Na apresentação clínica,
os poros se encontram dilatados e podem estar presentes em lesões pustulosas (características da
hiperplasia da glândula sebácea). As regiões mais afetadas são a face e o couro cabeludo.
Eczema ou Dermatite: é uma doença inflamatória crônica da pele, intensamente pruriginosa, que
acomete todas as faixas etárias, porém é mais comum na infância. Quanto às lesões, na fase aguda
predominam pápulas eritematosas, vesiculação com exsudato seroso, erosão e escoriações tipo
crosta. Na fase crônica, observam-se placas descamativas espessas e liquenificação.

Fontes: Borges e Scorza (2016); Clinica Médica (2016).

Principais Diferenças entre Óleos Para finalizar este tópico, serão


Essenciais e Óleos Vegetais apresentadas algumas diferen-
ças dos óleos essenciais e ve-
getais. Qualquer um dos dois,
como já visto anteriormente,
são produzidos por plantas e
não se misturam em água. No
entanto, apesar dessa seme-
lhança básica, existem muitas
diferenças naturais entre ambos.
A Tabela 3, a seguir, apre-
senta algumas funções, carac-
terísticas e finalidades dos óleos
essenciais e vegetais.
Estude-a com muita aten-
ção, pois estas informações
são primordiais para sua apli-
Figura 6 – Óleo essencial e Óleo vegetal de capim-limão (capim-cidreira) cação prática.

30 Óleos Essenciais, Vegetais e Essências Sintéticas


Tabela 3 - Funções, características e finalidades dos óleos essenciais e dos óleos vegetais

CONCEITOS GERAIS ÓLEO VEGETAL ÓLEO ESSENCIAL

Ácidos Graxos Sim Não

Afinidade com a pele Fisiológica Metabólica

Aplicação em cosmético Até 30% da fórmula Até 2% da fórmula

Aplicação média no corpo 10 ml / aplicação 8 gotas / aplicação

Armazenagem Frasco âmbar, pet ou vidro Franco âmbar vidro

Aroma Óleo de cozinha Aroma da planta

Atividade Base Princípio ativo

Capilaridade Boa Maior

Conservação Necessita de antioxidante Autoconservante

Contaminação Sim Não

Deslizamento Alto Baixo

Durabilidade sem conservante 3 anos Imperecível

Emoliente Sim Não

Espalhabilidade Boa Menor

Hidratante Sim Não

Misturam em água Não Não

Misturam-se entre si Sim Sim

Natureza física Óleo fixo Etérea

Preço Menor Maior

Puro sobre a pele Sim Não, com raras exceções

Solúvel em álcool Não Sim

Termo resistência Alta Baixa

Umectante Sim Não

Volatilidade Não Sim

Fonte: adaptado de Amaral (2016).

UNIDADE 1 31
Conhecendo os
Óleos Essenciais

Cada óleo essencial possui suas propriedades te-


rapêuticas, sendo assim, como um profissional
promotor da saúde, devemos conhecer bem o re-
curso que está em nossas mãos associado com um
anamnese detalhado de nosso paciente/cliente,
para não cometermos erros simples, tais como
aplicar um óleo indicado para dores de cabeça
em um indivíduo com esta queixa, mas que não
gosta do aroma da planta.

32 Óleos Essenciais, Vegetais e Essências Sintéticas


A Importância da Nomenclatura Botânica das Plantas
Aromáticas para a Aplicação Correta dos Óleos Essenciais

Anteriormente, vimos que, para a correta identificação dos óleos vegetais e para atestar sua pureza,
devemos atentar-nos com o nome científico da sua planta de origem e também o INCI name presentes
no rótulo (AMARAL, 2016; FERRAZ, 2019).
Para os óleos essenciais não é diferente, pois é por meio da taxonomia e da nomenclatura botânica
das plantas aromáticas (seu nome científico) que conseguimos identificar as propriedades terapêuticas
de cada óleo essencial de forma individual.
A nomenclatura popular dos óleos essenciais possui muitos sinônimos, que acabam confundindo
os usuários e trazem insegurança na aplicação. Além disso, duas plantas do mesmo gênero podem
produzir óleos essenciais diferentes. Por isso, é importante conhecermos o nome científico da espécie
de uma planta que nada mais é do que a junção do seu gênero seguido de um único epíteto específico.
Por exemplo:

EUCALYPTUS (gênero) + GLOBULUS (epíteto) = Eucalyptus globulus.


EUCALYPTUS (gênero) + RADIATA (epíteto) = Eucalyptus radiata.

Note que, apesar de serem do • Lavanda cultivada no Brasil: LAVANDULA (gênero) +


mesmo gênero, são espécies DENTATA (epíteto) = Lavandula dentata. Seu óleo essen-
diferentes e, portanto, podem cial é rico em substâncias estimulantes do SNC.
produzir óleos essenciais dife- • Lavanda cultivada na França: LAVANDULA (gênero) + AN-
rentes com propriedades tera- GUSTIFOLIA (epíteto) = Lavandula angustifólia. Seu óleo
pêuticas diferentes (AMARAL, essencial é rico em substâncias sedativas do SNC.
2016; FERRAZ, 2019).
Outro exemplo muito im- Existem inúmeros exemplos, por isso reforço que os interessados
portante é o da Lavanda. Ela que pretendam trabalhar com os óleos essenciais devem buscar mais
é uma planta encontrada em informações e aprofundar-se no estudo de cada um (AMARAL,
quintais do Brasil e também 2016; FERRAZ, 2019).
cultivada na França; no entanto, Não é possível garantir que um óleo essencial seja eficaz em um
a primeira é rica em substâncias tratamento se ele não estiver enquadrado no padrão da literatura
estimulantes do Sistema Nervo- internacional que indica o seu uso.
so Central (SNC), enquanto a É necessário evitar, a qualquer custo, a aquisição de óleos es-
segunda é rica em substâncias senciais sem o nome científico da planta de origem (informação
sedativas do SNC: que deve ser apresentada no rótulo), pois só assim você conseguirá
classificar corretamente seu óleo para utilização.

UNIDADE 1 33
A mistura de dois ou mais óleos essenciais resulta em um blend ou sinergia.
Fonte: Amaral (2016, p. 24).

Principais Óleos
Essenciais da Atualidade

Agora que você conheceu um pouco sobre a história dos óleos essenciais, suas características, as princi-
pais diferenças com essências sintéticas e óleos vegetais, será apresentado os principais óleos essenciais
da atualidade e suas indicações terapêuticas. Vamos lá?

Tabela 4 - Óleos essenciais de A a Z


Nome
Propriedades / Usos / Indicações Frase que
Óleo Essencial Botânico
Ações Terapêuticas representa o óleo
(Científico)
- Pernas;
- Celulite;
- Pressão baixa;
- Tônico;
- Fraqueza; Alecrim é ação,
Rosmarinus - Estimulante;
ALECRIM - Queda de Cabelo; movimento e
officinalis - Atua no sistema
- Caspa; mudança.
circulatório.
- Transformação;
- Autoconfiança;
- Decisão.
- Varizes;
- Hemorroida;
- Protetor; - Celulite;
- Fortalecedor; - Queda de Cabelo; Cedro é solidez,
Juniperus
CEDRO - Atua no sistema - Caspa; purificação e
virginiana
circulatório; integridade.
- Acne;
- Antisséptico. - Contra traças e
insetos;
- Meditação.
- Pernas;
- Tônico;
- Celulite;
- Adstringente;
- Hemorroida;
- Atua no sistema Cipreste é limpeza,
Cupressus - Edema;
CIPRESTE circulatório; expansão, rigidez e
sempervirens - Tendinite;
- Antisséptico aéreo; fortalecimento.
- Dores;
- Antigripal;
- Reumatismo;
- Purificador.
- Gengivite.

34 Óleos Essenciais, Vegetais e Essências Sintéticas


- Repelente;
- Anti-infeccioso;
- Artrite; O óleo de citronela
- Bactericida; simboliza o verão, o
Cymbopogon - Dores;
CITRONELA - Espasmolítico; pôr do Sol, aquele fim
nardus - Reumatismo;
- Antisséptico aéreo; de tarde agradável nos
- Sinusite; climas tropicais.
- Fungicida.
- Congestão nasal.
- Tratamentos dentários;
- Anestésico local; - Gengiva;
- Analgésico; - Dores; Cravo é força e
Eugenia recuperação física,
CRAVO FOLHA - Antisséptico; - Artrite;
caryophyllus atitude e confiança
- Viricida; - Reumatismo; emocional.
- Fungicida. - Verrugas;
- Fungos.
- Melhorar e expandir a
respiração;
- Rinite; Eucalipto é liberdade,
- Mucolítico; é expansão, ele renova
Eucalyptus - Sinusite;
EUCALIPTO - Expectorante; a energia e mantém o
globulus - Gripo;
- Descongestionante. olho aberto com foco
- Resfriado; na vida.
- Congestão nasal;
- Sauna.
- Sistema digestivo;
- Flatulência;
- Espasmolítico; - Dispepsia;
- Galactogênico; - Gastralgia;
Erva-Doce é carinho,
- Regulador e - Parasitose; paz e equilíbrio. Ela
Foeniculum facilitador da
ERVA-DOCE - Dispneia nervosa; ajuda a encontrar o
vulgare produção de
- Asma; conforto e o prazer
hormônios físico e emocional.
(mulheres); -Bronquite;
- Emenagogo. - Dores lombares;
- Dores Estomacais;
- Cólica.
- Rugas;
- Manchas;
- Hidratação;
- Ressecamento;
- Maciez;
- Clareador; - Limpeza;
- Rejuvenescedor; - Envolvimento; Gerânio é a
Pelargonium - Anti-idade; - Maturidade; maturidade feminina,
GERÂNIO
graveolens - Homogeneizador; - Menopausa; alinhada, nobre e
- Hidratante; sofisticada.
- Agitação;
- Antidepressivo. -Ansiedade;
- Eczema;
- Depressão;
- Medo;
- Situações de perda e
luto.

UNIDADE 1 35
- Celulite;
- Tônus;
- Detox;
- Lipolítico;
- Gordura localizada;
- Antidepressivo;
- Flacidez; Grapefruit é energia
Citrus grandis, - Revigorante; pura, tem afinidade
- Sistema linfático;
GRAPEFRUIT Citrus máxima, - Digestivo; com o sol, com o
Citrus paradise Inapetência; verão, com a vitalidade
- Diurético;
- Depressão; e saúde.
- Desintoxicante;
- Acne;
- Enrijecedor.
- Oleosidade;
- Convalescença;
- Circulação.
- Sistema digestivo;
- Celulite;
- Tônus;
- Detox;
- Gordura localizada;
- Lipolítico;
- Flacidez;
- Desintoxicante;
- Sistema linfático; O óleo de Laranja
- Antidepressivo; Doce é leveza, doçura
Citrus aurantium Inapetência;
LARANJA DOCE - Antisséptico; infantil que conquista
dulcis - Depressão;
- Hipotensor; a alegria e a felicidade
- Acne; brincando.
- Emoliente;
- Oleosidade;
- Adstringente.
- Manchas;
- Medo;
- Equilíbrio;
- Convalescença;
- Circulação.
- Estresse;
- Insônia;
- Tensão nervosa e
muscular;
- Cólicas;
- Dores;
- Antisséptico; - Inflamações;
- Cicatrizante; Lavanda é o colo da
Lavandula - Queimaduras;
- Regenerador mãe num abraço
augustifolia, - Assaduras;
Celular; harmonioso,
LAVANDA Lavandula
- Cortes; incondicional, afetivo e
officinalis, - Calmante;
- Feridas; carinhoso. É cuidar, é
Lavandula vera.
- Tranquilizante; limpar.
- Pancadas;
- Relaxante muscular.
- Coceiras;
- Eczemas;
- Úlceras;
- Harmonização;
- Relaxamento;
- Repouso.

36 Óleos Essenciais, Vegetais e Essências Sintéticas


- Lipolítico;
- Oleosidade;
- Diurético;
- Celulite;
- Desintoxicante;
- Equilíbrio;
Cymbopogon - Tônico Digestivo;
- Criatividade; Lemongrass é
schoenanthus, - Vasodilatador; atitude, é trabalho, é
LEMONGRASS - Memória;
Cymbopogon - Antiviral; transformação pelo
citratus - Concentração; conhecimento.
- Lipolítico;
- Raciocínio;
- Desinfetante;
- Purificação;
- Repelente;
- Renovação.
- Equilibrante.
- Antisséptico; - Sistema Imunológico;
- Antiviral; - Caspa;
- Fungicida; - Seborreia;
- Parasiticida; - Candidíase;
- Bactericida; - Onicomicose; O óleo de Melaleuca é
MELALEUCA (TEA Melaleuca a regeneração, a volta
- Germicida; - Analgesia;
TREE) alternifolia ao estado natural da
- Cicatrizante; - Acne; saúde.
- Vermífugo; - Oleosidade;
- Hipotérmico; - Calos;
- Regenerador; - Frieiras;
- Estimulante. - Fungos.
- Flatulência;
- Repelente de
- Adelgaçante;
mosquito;
- Refrescante;
- Vômito;
- Constritor; O óleo de Menta é
- Enjôo;
- Analgésico; a compactação, a
MENTA Mentha piperita - Náusea; renovação da energia,
- Hipotérmico; o frio refrescante e
- Enxaqueca;
- Anti-inflamatório; renovador.
- Cansaço;
- Cefálico;
- Inchaço;
- Bactericida.
- Dor de cabeça;
- Halitose.
- Face;
- Rugas;
- Manchas;
- Emoliente;
- Ressecamento;
- Clareador;
- Maciez;
- Tônico para a pele; Palmarosa é a
Cymbopogon - Limpeza; brisa fortalecedora,
PALMAROSA WNF - Flexibilizante;
martini - Envolvimento; impregnada de
- Antirrugas; esperança e altivez.
- Maturidade;
- Antiflacidez;
- Menopausa;
- Hidratante.
- Agitação;
- Ansiedade;
- Flacidez.

UNIDADE 1 37
- Antisséptico;
- Varizes;
- Cicatrizante;
- Hemorroida;
- Citofilático;
- Eczemas;
- Febrífugo;
- Dermatoses
- Bactericida; seborreicas;
- Fungicida; - Rachaduras nos pés e O Patchuli é como uma
Pogostemon - Anti-inflamatório; mãos; película protetora que
PATCHULI
cablin - Tônico; - Escaras; envolve o nosso corpo
- Calmante; - Escamações; e a nossa alma.

- Relaxante; - Acne;
- Afrodisíaco; - Alergias;
- Regenerador; - Parasitoses;
- Hidratante; - Alinha o físico e o
- Umectante. emocional.

- Face;
- Rugas;
- Manchas;
- Hidratação;
- Ressecamento;
- Maciez;
- Antiaging; - Limpeza;
- Antirrugas; - Envolvimento; Rosa é nobreza,
Rosa damascena,
delicadeza e poder
ROSA Rosa centifolia, - Homogeneizador; - Maturidade;
transformador para
Rosa anatolia - Emoliente; - Menopausa; percepção da verdade.
- Clareador. - Agitação;
- Ansiedade;
- Eczema;
- Depressão;
- Medo;
- Perda;
- Luto.
- Face;
- Rugas;
- Manchas;
- Hidratação;
- Ressecamento;
- Maciez;
- Hidratante; - Limpeza; Sândalo amyris é
- Descongestionante; - Envolvimento; o prazer, a doçura,
Amyris
SÂNDALO AMYRIS a autoconfiança,
Balsamifera - Desintoxicante; - Maturidade; sentidos de forma
- Flebotônico. - Menopausa; sólida e profunda.
- Agitação;
- Ansiedade;
- Depressão;
- Medo;
- Perda;
- Luto.

38 Óleos Essenciais, Vegetais e Essências Sintéticas


- Onicomicoses;
- Fungos;
- Verruga plantar;
- Calos;
- Acne;
- Furúnculos;
- Antifúngico; - Estresse;
Tomilho é desinfecção,
- Antisséptico; - Fadiga; força que limpa,
TOMILHO Thymus vulgaris
- Cicatrizante; - Insônia; purifica e recupera a
- Imunoestimulante. - Bronquite; vitalidade natural.

- Dor de cabeça;
- Amigdalite;
- Tosse;
- Laringite;
- Halitose;
- Sinusite.
- Menopausa;
- Pele ressecada;
- Hipotensivo;
- Frigidez;
- Sedativo;
- Diabetes;
- Afrodisíaco; Ylan-Ylang é uma brisa
- Palpitação; mágica e misteriosa,
- Emoliente;
YLANG-YLANG Cananga odorata - Raiva; que seduz, atrai e
- Antidepressivo; envolve. Harmoniza
- Hiperpneia;
- Euforizante; quem se entrega a ele.
- Depressão;
- Hipotensivo;
- Regular o ciclo
- Sedativo.
menstrual;
- TPM.
- Sistema circulatório;
- Tônico; - Sistema linfático;
- Adstringente; - Edemas;
Zimbro é rigidez,
Juniperus - Diurético; - Hemorroida; força e acerto. Foco
ZIMBRO (Junípero)
communis - Antisséptico aéreo; - Celulite; na objetividade e na
- Antigripal; presença de espírito.
- Tendinite;
- Purificador. - Dores;
- Reumatismo.

Fonte: elaborada pela autora.

Existem inúmeros outros óleos essenciais tão importantes e conhecidos quanto os apresentados.
Agora, convido você a buscar esses óleos (nas referências indicadas neste livro) e estudar muito para
aprofundar-se e especializar-se cada vez mais neste mundo maravilhoso da aromaterapia.
Com isso, chegamos ao fim da nossa primeira unidade. Aqui, você aprendeu um pouco sobre os
óleos essenciais, óleos vegetais e essências sintéticas. Você obteve uma base teórica para avançarmos
no conteúdo e aplicarmos as propriedades dos óleos essenciais nos tratamentos clínicos, ou seja, para,
de fato, utilizarmos a Aromaterapia.

UNIDADE 1 39
Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução.

1. O Óleo Essencial é todo grupo de princípio ativo natural, de poder volátil e


fragrância variável, proveniente de partes das plantas. Na espécie vegetal em
que se encontra, ele participa de várias atividades importantes, por exemplo, o
metabolismo, a proteção e a conservação.
Diante do exposto e a respeito das características dos óleos essenciais, analise
as afirmações a seguir:
I) São relativamente fluidos e a maioria é opticamente ativa.
II) Todos têm densidade menor que a da água e coloração preta.
III) Sua coloração é variável e seu índice de refração é alto.

Está correto o que se afirma em:


a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e III, apenas.
e) I, II e III.

2. Alguns tratamentos com óleos essenciais consistem na aplicação destes na pele


do paciente. Para essas técnicas, é preciso que o óleo essencial esteja associado
a uma substância, chamada de base, como os óleos vegetais.
Diante do exposto e do conteúdo estudado nesta unidade, aponte três carac-
terísticas dos óleos vegetais.

3. No mercado atual, existem inúmeros óleos essenciais disponíveis para tratamen-


tos. Cada um com suas propriedades e indicações terapêuticas específicas. Um
bom profissional sabe avaliar bem o seu paciente e escolher o óleo essencial
que melhor se enquadra em suas necessidades.
Diante do exposto e dos conteúdos apresentados nesta unidade, escolha dois
óleos essenciais e, para cada um, aponte duas propriedades e duas indicações
terapêuticas.

40
LIVRO

O Guia Completo dos óleos Essenciais. Como usar os óleos essenciais para
a saúde, a beleza e o bem-estar
Autor: Gill Farrer-Halls
Editora: Pergaminho
Sinopse: nesse livro, a especialista Gill Farrer-Halls ensina você a usufruir de
todos os benefícios dos óleos extraídos de plantas aromáticas para tranquilizar
o corpo e a mente, aliviar os males mais comuns e preparar seus próprios cos-
méticos e tratamentos de pele em casa. São 40 receitas passo a passo, como
creme antienvelhecimento para o rosto, repelente de insetos, tônico capilar e
receitas culinárias. Um livro indispensável para todos que querem integrar o
mundo fascinante dos aromas ao dia a dia e ter uma vida mais saudável, natural
e equilibrada.

41
AMARAL, F. Técnicas de Aplicação de Óleos Essenciais – Terapias de Saúde e Beleza. São Paulo: Cengage
Learning, 2016.

BORGES, F. dos S.; SCORZA, F. A. Terapêutica em Estética: Conceitos e Técnicas. 1. ed. São Paulo: Phorte, 2016.

CLÍNICA MÉDICA. Alergia e imunologia clínica, doenças da pele, doenças infecciosas e parasitárias.
2. ed. Barueri: Manole, 2016. Volume 7.

CORAZZA, S. Aromacologia: uma ciência de muitos cheiros. São Paulo: Editora Senac, 2010.

FERRAZ, A. Guia Completo da Aromaterapia para Iniciantes. Como usar a Aromaterapia para Transformar
sua Saúde e Equilibrar suas Emoções. Viver de Aromas, on-line. Disponível em: https://viverdearomas.com.
br/wp-content/uploads/2019/10/Guia_completo_da_aromaterapia_para_iniciantes_2019-2_compresso.pdf.
Acesso em: 05 dez. 2019.

MIRANDA, C. A. S. F.; CARDOSO, M. das G.; BATISTA, L. R.; RODRIGUES, L. M. A.; FIGUEIREDO, A. C. da
S. Óleos essenciais de folhas de diversas espécies: propriedades antioxidantes e antibacterianas no crescimento
espécies patogênicas. Revista Ciência Agronômica, v. 47, n. 1, p. 213-220, 2016.

PRICE, S. Guia Prático da Aromaterapia: Como usar os óleos essenciais para ter saúde e vitalidade. 6. ed. São
Paulo: Siciliano, 1996.

REFERÊNCIAS ON-LINE

Em: https://www.dicio.com.br/peciolo/. Acesso em: 05 dez. 2019.


1

Em: https://www.ambarbaltico.com.br/o-que-e-ambar-baltico. Acesso em: 05 dez. 2019.


2

Em: https://www.dicio.com.br/polimata/. Acesso em: 05 dez. 2019.


3

42
1. D.

2.

• Ricos em ácidos graxos;

• Ricos em vitaminas;

• Ricos em nutrientes, como os sais minerais;

• Promovem maciez e umectação na pele;

• Penetram de forma rápida leve e suave na pele;

• Auxiliam na manutenção da hidratação natural da pele;

• Auxiliam na redução da velocidade de desidratação, diminuindo a perda de água transdérmica da pele;

• Não deixam a pele oleosa.

3. Exemplos:

1)

• Óleo essencial: Alecrim.

• Propriedades: tônico e estimulante.

• Indicações terapêuticas: para celulite e para melhorar a autoconfiança do paciente.

2)

• Óleo essencial: Gerânio

• Propriedades: clareador e antidepressivo.

• Indicações terapêuticas: para manchas na pele e para pacientes com depressão.

3)

• Óleo essencial: Melaleuca

• Propriedades: antisséptico e fungicida.

• Indicações terapêuticas: para caspa e fungos.

43
44
Me. Fernanda Gomes Lodi

Aromaterapia

PLANO DE ESTUDOS

Aromaterapia e o Uso Osmologia


dos Óleos Essenciais

A Origem da Aromacologia O Olfato


Aromaterapia

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

• Conhecer a origem e a evolução da aromaterapia na • Conhecer a ciência chamada osmologia, bem como
história. entender a relação do olfato com os sentimentos de
• Associar a aromaterapia com o uso dos óleos essenciais bem-estar.
e entender a definição desse termo. • Apresentar as estruturas do nariz e do sistema límbico
• Compreender a diferença de aromaterapia e aromacologia. responsáveis pela captação, processamento e resposta
aos odores.
A Origem da
Aromaterapia

Olá, aluno(a)! Agora que você conheceu os óleos


essenciais e suas propriedades terapêuticas, en-
tenderá um pouco sobre a ciência que utiliza as
essências para benefício da saúde e bem-estar.
Primeiramente, estudaremos o conceito e a
origem do termo “aromaterapia”, bem como sua
relação com os óleos essenciais.
Em seguida, você será apresentado ao estudo
dos cheiros, ou seja, como nosso corpo se com-
porta com determinados odores, quais estruturas
estão envolvidas e qual a relação com os resulta-
dos em tratamentos clínicos.
O uso de substâncias aromáticas para fins te-
rapêuticos e de embelezamento é relatado desde
muitos anos a.C. Diversas culturas orientais uti-
lizavam plantas, defumação e incensos em seus
rituais e em sua medicina.
A defumação é o processo de expor alguns tipos de alimentos à fumaça proveniente da queima de
partes de plantas, com o objetivo de os conservar e modificar o seu sabor.
Fonte: adaptado de Gava, Da Silva e Frias (2008).

Inúmeros relatos e dados históricos são encontra- 2016; ANDREI; DEL COMUNE, 2005; FERREI-
dos na literatura e, de forma sucinta, serão apre- RA, 2014).
sentados a seguir. Anos depois, aproximadamente 3 mil anos a.C.,
Começaremos com indícios do uso destas estudos demonstram, diversas atividades aromáti-
substâncias de, aproximadamente, 7 mil anos a.C., cas no Antigo Egito. Essas variam desde o uso de
em que peças de cerâmica, que seriam utilizadas incensos em rituais até a mumificação – procedi-
para guardar líquidos e incensórios para a quei- mento feito com bandagens contendo substâncias
ma de ervas, foram encontradas nas civilizações provenientes de plantas aromáticas, destinadas
chamadas de Oriente Próximo (Mesopotâmia, Irã à conservação do corpo, ou seja, substâncias de
e países do Levante, que se estendia da índia ao óleos essenciais que, milhares de anos depois,
Mar Mediterrâneo) (AMARAL, 2016; ANDREI; puderam ser identificadas, tamanho seu grande
DEL COMUNE, 2005; FERREIRA, 2014). poder de conservação (AMARAL, 2016; ANDREI;
No período chamado Neolítico (4 mil anos DEL COMUNE, 2005; FERREIRA, 2014).
a.C.), os homens das tribos cultivavam plantas e Esta cultura (Figura 1) é descrita como a mais
extraíam óleos graxos vegetais através da pressão aromatizada do passado e foi marcada pelo uso
aplicada por meio de pedras. Nessa época, já era de diversas plantas, óleos e resinas – substâncias
conhecida a toxicidade de algumas plantas que consideradas valiosíssimas e de uso restrito de
passaram a ser usadas com cuidado (AMARAL, sacerdotes e faraós.

Figura 1 - Representação da cultura egípcia em um mural com hieróglifos e símbolos egípcios

UNIDADE 2 47
Entre 2551 e 28 a.C., foram datados os primeiros registros sobre o
uso das ervas na medicina, após o desenvolvimento da técnica de
fabricação do papiro (AMARAL, 2016; ANDREI; DEL COMUNE,
2005; FERREIRA, 2014).
Na tumba do faraó Quefén, guardada pela esfinge de Gizé, eram
realizadas oferendas devocionais de incenso e olíbano. Na tumba
de Tutancamon (1550-1295 a.C.), foram encontrados óleos aro-
máticos de cedro, coentro, mirra, olíbano e zimbro (ANDREI; DEL
COMUNE, 2005; FERREIRA, 2014).
O olíbano é uma resina aromática usada para ritos religiosos,
incensos e perfumes. Na Figura 2, podemos observar uma resina
de olíbano de alta qualidade de Dhofar, Omã e Mirra da Etiópia.

Figura 2 - Olíbano

Em meados do século V, os registros referem-se às culturas Gregas,


Etruscas e Romanas. O uso de aromas nesta época ainda é demons-
trado nas castas nobres e nos rituais religiosos (AMARAL, 2016;
ANDREI; DEL COMUNE, 2005; FERREIRA, 2014).
Aponta-se a presença de incensórios e defumadores em obras de
arte e na decoração doméstica, assim como vasos e recipientes para
o armazenamento de unguentos, pomadas, mel e, provavelmente,
óleos vegetais. Nessa época, materiais como o bronze, a terracota,
a prata, entre outros aparecem como matéria-prima (AMARAL,
2016; ANDREI; DEL COMUNE, 2005; FERREIRA, 2014).
Até aqui, não se tem relatos de destilação. No entanto, essas in-
formações auxiliam na compreensão de como a cultura do perfume,
da higiene pessoal, do conhecimento das ervas, da farmácia e da
medicina foram, aos poucos, sendo desenvolvidas.

48 Aromaterapia
A partir do século VII, na Idade Média, por meio de registros
das antiguidades Islâmicas, percebemos a evolução dos materiais
metálicos e, com ela, o surgimento dos destiladores, dando início à
era do perfume sólido, da fumaça, do unguento e da resina (AMA-
RAL, 2016; ANDREI; DEL COMUNE, 2005; FERREIRA, 2014).
A destilação, descoberta por Avicena, como vimos na Unidade 1,
permitiu chegar aos princípios ativos de forma líquida que, quando
provenientes de plantas aromáticas, são óleos essenciais; com a as-
sociação destes a outras substâncias, formam os perfumes líquidos
(AMARAL, 2016; ANDREI; DEL COMUNE, 2005; CORAZZA,
2010; FERREIRA, 2014).
Não podemos, historicamente, separar o óleo essencial do perfu-
me, como vocês puderam perceber. Um sempre dependeu do outro,
tanto na busca pelo prazer como em seu entendimento e ligação
com o comportamento humano. Primeiro, veio Avicena, com a
extração do óleo essencial mais parecido com o que temos. Em
seguida, os alquimistas, com a refrigeração dos produtos destilados
e, por fim, descobriu-se o álcool, dando origem ao perfume líquido.
A palavra perfume tem sua origem no latim “per fumum”, que
quer dizer “através da fumaça”. Isto porque, desde a antiguidade, o
homem cultivava plantas e fazia fogo para assar a caça e se aque-
cer, e passou a sentir cheiros à medida que usava o fogo, pois cada
madeira, cada erva, cada folha ou flor que contenha um pouco de
óleo essencial em sua estrutura vegetal libera uma névoa aromáti-
ca e duradoura no ambiente quando queimada (AMARAL, 2016;
ANDREI; DEL COMUNE, 2005; FERREIRA, 2014).
Com este longo percurso, finalizando na criação do perfume,
a humanidade concluía uma de suas etapas na busca pela posse
do aroma agradável para a manutenção de seu corpo e ambientes.
Seguindo esse caminho do perfume, para chegar aos dias atuais
e finalizar nosso tour pela história, é importante ressaltar que, por
volta do ano de 1200, os perfumistas foram reconhecidos como
profissionais pelo rei Felipe Augusto II, que concedeu licença à
abertura de locais para a comercialização de essências (AMARAL,
2016; ANDREI; DEL COMUNE, 2005; FERREIRA, 2014).
Em 1492, com a descoberta da América, muitas plantas até en-
tão desconhecidas chegaram à Europa, mas foi apenas no século
XVII que a perfumaria foi difundida pelo mundo (AMARAL, 2016;
ANDREI; DEL COMUNE, 2005; FERREIRA, 2014).

UNIDADE 2 49
Nesta mesma época, os óleos essenciais caíram em desuso, pois
devido ao avanço da pesquisa científica, foram substituídos por
substâncias sintéticas com maior poder de cura em menor tempo
e passaram a ser vistos apenas por sua propriedade em perfumar.
Apenas no século XIX, em meados de 1928, os óleos essenciais
voltam a ser reconhecidos por seus poderes curativos. Isto porque
o francês René Maurice de Gattefossé sofreu queimaduras em um
acidente ocorrido em seu laboratório e, sem perceber, mergulhou
as mãos em um recipiente contendo óleo essencial de Lavanda,
pensando que fosse água. Para sua surpresa, a dor passou e ocorreu
cicatrização do ferimento sem infecção (AMARAL, 2016; ANDREI;
DEL COMUNE, 2005; CORAZZA, 2010; FERREIRA, 2014).
A partir deste evento, estudiosos passaram a investigar, por meio
de pesquisas, as atividades terapêuticas dos óleos essenciais, sendo
assim, instituída finalmente no mundo, o termo Aromaterapia, que
é a cada dia mais valorizada, devido às comprovações científicas de
sua eficácia para a saúde.
Após este fato, podemos encontrar relatos de diversas práticas
aromaterápicas usadas na Segunda Guerra Mundial para tratar os
feridos no livro Aromatherapie, escrito em 1964 por Jean Valnet (AN-
DREI; DEL COMUNE, 2005; CORAZZA, 2010; FERREIRA, 2014).
Pudemos observar que, na história da humanidade, à medida
que as civilizações progrediam, procuravam por formas de obter e
armazenar os preciosos produtos aromáticos.
Nas últimas décadas, houve um aumento significativo na busca
dos aromas e seus poderes terapêuticos. Este fato pode ser confir-
mado com o surgimento de instituições dedicadas apenas ao estudo
e divulgação das propriedades dos óleos essenciais.
Hoje, no mundo civilizado, todas as pessoas têm acesso a algum
tipo de perfume e/ou óleo essencial, o que é importante e reforça a
necessidade do nosso conhecimento e constante atualização sobre
suas ações, efeitos e propriedades terapêuticas.

50 Aromaterapia
Aromaterapia e o Uso
dos Óleos Essenciais

Agora que conhecemos um pouco da história


do uso das plantas aromáticas, vamos entender
o que significa o termo “AROMATERAPIA”.
Aromaterapia é um ramo da ciência chama-
da fitoterapia e consiste no conjunto de técni-
cas de inalação, administração oral e tópica de
aplicação de óleos essenciais com finalidades
terapêuticas, de bem-estar e de embelezamento
(AMARAL, 2016; CORAZZA, 2010; PENTEA-
DO, 2019; PRICE, 1996).
São práticas naturais e não invasivas capazes
de atuar não só no sintoma ou na doença, mas
também na manutenção do equilíbrio físico
e emocional do organismo, dando a esta tera-
pêutica uma característica holística (AMARAL,
2016; CORAZZA, 2002; FERRAZ, 2016; PEN-
TEADO, 2019).
Esta abordagem complementar tem por base a
complexa relação entre o sistema nervoso, o olfato
e o resto do organismo, assunto que será discutido
mais adiante.

UNIDADE 2 51
Diante disso, quando falarmos em aromaterapia, devemos, primeiramente, remeter à função
odorífera e, em seguida, lembrar das seguintes características (AMARAL, 2016):
1. Só é aromaterapia aquela prática de saúde ou beleza na qual se utiliza o óleo essencial como
ativo principal da técnica.
2. A técnica não pode conter nenhuma outra substância que altere a característica natural da
atividade do óleo essencial.
3. O resultado esperado deve ser a atividade da propriedade do óleo essencial.

Reforçamos, com isto, a informação de que o profissionais de saúde e beleza, estes devem en-
uso de óleos essenciais e a aromaterapia andam tender bem o que é a aromaterapia e sua relação
de mãos dadas em um caminho de crescimento com o óleo essencial e vice-versa.
contínuo desde muito tempo. O universo dos óleos essenciais é maior que o
Pode-se dizer que a década de 80 representou o da Aromaterapia, pois eles, como vimos até aqui,
renascimento da aromaterapia, sendo o momento são os princípios ativos amplamente utilizados pela
de conhecimento fármaco-químico, de aprimora- indústria; são matérias-primas das indústrias far-
mento, aperfeiçoamento e expansão das atividades macêuticas, de cosméticos e de perfumes, e tam-
com óleos essenciais. bém das indústrias veterinária, saneante e agrícola
No Brasil, a aromaterapia começou a popula- (ANDREI; DEL COMUNE, 2005; BRITO et al.,
rizar-se, de fato, em 1995, época em que se conso- 2013; CORAZZA, 2002; FERREIRA, 2014).
lidou o trabalho de empresas e profissionais que O fato de os óleos essenciais constituírem um
sustentam esse setor no nosso País (ANDREI; DEL universo tão abrangente é positivo para a aromate-
COMUNE, 2005; BRITO et al., 2013; CORAZZA, rapia, pois todos esses setores estão constantemen-
2010; FERREIRA, 2014). te se expandindo e desenvolvendo cada vez mais
Para a prática do uso de óleos essenciais por suas pesquisas e estudos sobre o tema.

52 Aromaterapia
Atualmente, alguns países, como a Inglaterra e a vez mais, devemos estudar os recursos oferecidos
França, são os que mais realizam pesquisas sobre o pelas plantas aromáticas e seus óleos essenciais,
uso dos óleos essenciais na terapêutica, mas países assim como desvendar os mistérios do corpo hu-
como os Estados Unidos, o Brasil, a Austrália e o mano em suas relações com o universo dos odores
Egito também têm feito a sua parte (ANDREI; (ANDREI; DEL COMUNE, 2005; BRITO et al.,
DEL COMUNE, 2005; BRITO et al., 2013; CO- 2013; CORAZZA, 2010; FERREIRA, 2014).
RAZZA, 2010; FERREIRA, 2014). O tratamento aromaterápico oferece inúme-
No Brasil, em 1985, foi realizado o I Simpó- ras possibilidades, que relacionam problemas
sio Brasileiro de Óleos Essenciais (SBOE), com a diversos, como indigestão, infecções, fadiga ou
finalidade de avaliar o desenvolvimento das pes- insônia, aos óleos essenciais e aos diversos mé-
quisas daquela época e colher subsídios para os todos de aplicação mais indicados para cada uso
próximos anos. (CORAZZA, 2010).
Muitos eventos aconteceram depois deste e Para finalizar este tópico, é importante destacar
acontecem até hoje. Eles visam apresentar novos que muitas pessoas entendem como sendo iguais
estudos sobre os óleos essenciais, bem como os a aromaterapia e aromacologia. No entanto, apesar
tratamentos propostos. de os dois termos se referirem a estudos relacio-
Junto a este crescente interesse pela área, au- nados ao aroma, a aromacologia não se propõe a
mentou também a indústria de produtos sintéticos, aplicações terapêuticas, dedicando-se, principal-
os quais não podem ser comparados aos naturais, mente, às questões sensoriais.
por não possuírem os mesmos efeitos terapêuticos. Veremos um pouco mais sobre esta ciência
Todo esse conhecimento está na base do desen- a seguir.
volvimento da aromaterapia, sinalizando que, cada

UNIDADE 2 53
Aromacologia

Aromacologia é o termo utilizado para definir a


psicologia do olfato e descrever as inter-relações
entre os aromas e seus efeitos psicofisiológicos,
ou seja, estuda o que nós chamamos de cheiros
relaxantes, estimulantes, polarizantes, mascu-
linos, femininos, infantis, alegres, refrescantes,
entre outros adjetivos (AMARAL, 2016; CO-
RAZZA, 2010).
Segundo Corazza (2010), este termo foi criado
em 1989, pelo Sense of Smell Institute, de Nova
York, que é uma fundação de pesquisa do olfato,
sendo uma área de conhecimento bastante nova,
que dará fundamento científico à aromaterapia.
A aromacologia é, portanto, uma ciência em
pleno desenvolvimento, que promoverá a inte-
gração entre diversas áreas, tais como a neurofi-
siologia, a química, a cosmetologia etc., trazendo
avanços tecnológicos para as fragrâncias e levan-
do à elaboração de compostos aromáticos capazes
de trazer bem-estar e harmonia para as pessoas,
além, é claro, de agradar o olfato (AMARAL, 2016;
CORAZZA, 2010).

54 Aromaterapia
Como comentado anteriormente, é comum a confusão dos ter-
mos aromacologia e aromaterapia, no entanto, existem duas dife-
renças básicas entre ambas: quanto à aplicação e quanto ao foco
(AMARAL, 2016).
1ª. Quanto à aplicação:
a) A aromaterapia utiliza apenas óleos essenciais puros e na-
turais, preconizando sua aplicação no corpo e no ambiente
de forma terapêutica.
b) A aromacologia utiliza óleos essenciais, essências e fragrân-
cias sintéticas, preconizando sua aplicação no corpo e no
ambiente para fins de perfumação funcional. O objetivo é
o desenvolvimento de um produto para o consumo, no qual
o aroma esteja alinhado a uma função, de modo a comple-
mentar a funcionalidade do produto.

2ª. Quanto ao foco:


a) O foco da aromaterapia é a melhora do estado físico e psí-
quico e/ou emocional de um indivíduo, por meio de técnicas
específicas de aplicação.
b) O foco da aromacologia é entender como uma fragrância
ou essência podem influenciar o humor e o comportamento
dos indivíduos por meio de produtos de consumo habituais
e da perfumação do corpo ou do ambiente.

Todas as fragrâncias, naturais ou sintéticas, podem receber uma


classificação, e com o avanço da aromacologia, teremos um en-
tendimento mais profundo da linguagem destas fragrâncias e das
respostas físicas e emocionais que provocam no ser humano.
Agora que vimos a diferença de aromacologia e aromaterapia,
vamos complementar nosso conhecimento estudando a anatomia,
neurofisiologia e a química do olfato, mostrando como a ciência
moderna explica esse engenhoso caminho que o aroma percorre
até chegar ao nosso cérebro, onde, mais precisamente no sistema
límbico, causará reações psicofisiológicas inconscientes.

UNIDADE 2 55
Osmologia

Osmologia, do grego “os” = cheiro e “logos” = ló-


gica, é um ramo da ciência que estuda o olfato e
os odores. Por meio da compreensão dos meca-
nismos da influência que o odor exerce sobre um
indivíduo, ela nos dá o entendimento de como o
ser humano reage aos odores e, assim, classifica
as substâncias aromáticas e busca reproduzir sua
ação em outros indivíduos (AMARAL, 2016; CO-
RAZZA, 2010).
O Olfato é um dos nossos cinco sentidos bá-
sicos e refere-se à capacidade de captar odores
com o sistema olfativo, e odores, por sua vez, são
emanações invisíveis que se desprendem de um
corpo (eflúvios) e afetam o olfato.
Ainda que invisíveis, os odores são formados
de moléculas – no caso, moléculas odoríferas –
que evocam memórias e provocam sensações, as
quais se convertem em reações físicas e compor-
tamentais (AMARAL, 2016; CORAZZA, 2010).

56 Aromaterapia
É sabido que o olfato é o mais evocativo dos sentidos, fazendo a
conexão entre memórias, instintos e prazer, e estudá-lo de manei-
ra mais completa significa entender os segredos que envolvem a
escolha de um perfume ou as memórias que um odor pode trazer.
Cada pessoa possui uma assinatura aromática, ou seja, os pro-
dutos odorizantes de sua preferência, construídos ao longo de sua
vida, com base em experiências vivenciadas de forma positiva ou
negativa e em sua personalidade (Figura 3).

Figura 3 - O olfato e as memórias afetivas

Se os cheiros não se conectassem aos eventos que vivenciamos e ao


modo peculiar de cada um lidar com tais eventos, nós poderíamos
usar a mesma fragrância, pois ela agradaria a todos. Contudo, essa
conexão existe e responde pela nossa individualidade na maneira
como nos perfumamos; afinal, cada um de nós é um ser único, e
a expressão, o estilo, o modo de se vestir, de se expressar e de se
perfumar constituem a nossa personalidade.
A quantidade de odores conhecidos é imensa, tanto que muitos
deles ainda não foram experimentados. De acordo com a osmo-
logia, suas propriedades devem ser bem conhecidas para que, ao
utilizá-los em diversos produtos, as pessoas possam obter benefícios
extras para a sua saúde e bem-estar.
Agora que destacamos a importância do odor na vida dos seres
humanos, vamos conhecer os mecanismos responsáveis por pro-
porcionar essas sensações.

UNIDADE 2 57
O Olfato

Os estudos científicos sobre o odor e sua aplica-


ção em aromaterapia, aromacologia e osmologia
unem-se em torno de um único sentido: o olfato.
Veremos, então, como funciona esse importan-
te sentido a partir das duas estruturas orgânicas
que lhe são necessárias: o nariz e o sistema lím-
bico; a primeira cumprindo uma função pratica-
mente mecânica, e a segunda, uma função mais
complexa, que é a de interpretação dos cheiros
(AMARAL, 2016).

58 Aromaterapia
O Nariz A estrutura do nariz

O nariz é o segmento superior da via respiratória. Ele apresenta dois O nariz pode ser dividido em
orifícios externos que são as narinas, e dois orifícios internos que nariz externo ou pirâmide na-
se comunicam com a rinofaringe, chamados de coanas (AMARAL, sal, e nariz interno ou fossas
2016; CORAZZA, 2010). nasais. De forma resumida, ele
Devido à sua localização, este órgão, normalmente, é a primeira é composto pelo septo nasal,
estrutura que observamos quando conversamos “face a face” com pelos ossos nasais, pelo teto, pa-
uma pessoa, pois ele fica no meio do nosso rosto, tem um forma- redes e chão da passagem nasal.
to triangular e é proeminente. Suas características dependem de O septo nasal separa as nari-
vários fatores, como a raça, o biótipo, a genética e o gênero, sendo nas em duas câmaras e é feito de
normalmente maiores nos homens. cartilagem na frente e osso atrás.
A passagem côncava, que liga as narinas ao alto da garganta, Os ossos nasais se projetam
mede, aproximadamente, 1 cm² em sua parte superior, onde está da parte anterior do crânio, for-
situada a mucosa olfativa e é a responsável por nossas sensações mando o topo da ponte do nariz.
olfativas (AMARAL, 2016; CORAZZA, 2010). O teto da passagem nasal é
As principais funções do nariz são filtrar, aquecer e umedecer formado por ossos da base do
o ar inalado antes que ele passe para o resto do trato respiratório crânio, chamados de etmoide e
(AMARAL, 2016; CORAZZA, 2010). lâmina cribrosa; as paredes são
formadas pelo maxilar supe-
Bulbo Olfativo
rior; e o chão, pelo palato duro.
Trato Olfativo No interior do teto nasal
(osso etmoidal) está situado
Nervos Olfativos
o bulbo olfativo, que projeta
pequenos cílios por meio de
minúsculas passagens existen-
O tes no osso que separa o bulbo.
IR
Esses cílios são as terminações
E
CH

dos nervos olfativos que se


assemelham a pequenos fios
de cabelo e respondem pela
captação de moléculas que
causam a sensação olfativa
(Figura 4) (AMARAL, 2016;
Figura 4 - Representação do nariz e estruturas responsáveis pela
captação de moléculas que causam a sensação olfativa CORAZZA, 2010).

UNIDADE 2 59
Mecanismo olfativo

Em menos de 1 segundo, o ser humano é capaz olfativo. Por esta razão, e para finalizar a nossa Uni-
de detectar vários cheiros diferentes presentes no dade 2 e a compreensão dos efeitos dos odores no
ar e em concentrações tão baixas que nenhuma indivíduo, estudaremos brevemente esse sistema.
máquina já construída consegue registrar (AN-
DREI; DEL COMUNE, 2005; CORAZZA, 2010).
De forma resumida, o processo olfativo cons- Sistema límbico
titui uma série de reações interligadas, químicas e
elétricas, que consistem na chegada da substância O sistema límbico é uma área em forma de anel,
odorante até o nariz, o seu processamento e a re- situada na parte central do cérebro, constituída
cepção pelos cílios olfativos. por um aglomerado de células nervosas interliga-
A partir daí, os cílios olfativos, por meio de cé- das que influencia o sistema nervoso autônomo
lulas receptoras, captam as moléculas aromáticas (aquele que regula automaticamente as funções
e, por meio dos neurônios, enviam impulsos ner- corporais), as emoções e o olfato (AMARAL,
vosos ao cérebro, reconhecendo essas moléculas, 2016; CORAZZA, 2010).
identificando-as e trazendo à tona uma memória; Ele é composto por estruturas e subestruturas
em seguida, uma sensação; e, por fim, uma ação internas chamadas de Hipotálamo, Amígdala, Hi-
física (AMARAL, 2016; ANDREI; DEL COMU- pocampo, Tálamo, Gânglia Basal, Giro Cingulado,
NE, 2005; CORAZZA, 2010). Fórnix, Núcleo septal e Corpo Mamilar; e tudo o
É no sistema límbico do cérebro que estão lo- que se sabe sobre esse sistema vem do estudo do
calizadas as células que processam as informações comportamento animal e de pessoas que sofreram
vindas dos terminais nervosos conectados ao bulbo lesões ou doenças nele (Figura 5).

GÂNGLIOS BASAIS
controle de movimentos,
aprendizado, hábito,
cognição e emoção

TÁLAMO
regulação
do sono,
HIPOTÁLAMO consciência
controla a e atenção
temperatura do
corpo, fome,
fadiga, sono

AMÍGDALA
memória,
tomada de
decisão e
respostas
emocionais HIPOCAMPO
memória, navegação

Mecanismo Olfativo Figura 5 - Sistema límbico e seus componentes

60 Aromaterapia
Os mecanismos que controlam os níveis de atividades nas diferentes partes do encéfalo e as bases
dos impulsos motivacionais, principalmente o controle motivacional do processo de aprendizado e
as sensações de prazer ou punição, são funções do sistema nervoso realizadas em grande parte pelas
regiões basais do cérebro derivadas do sistema límbico (AMARAL, 2016; CORAZZA, 2010).
As alterações comportamentais mais comumente observadas em decorrência de problemas no
sistema límbico foram de ordem emocional, como choro ou riso inapropriados, raiva facilmente
despertada, medo injustificado, ansiedade, depressão e interesse sexual excessivo (AMARAL, 2016).
Diante de todas estas informações, podemos concluir que a relação dos cheiros com os indivíduos
é algo real e de um poder imensurável.
Dentro disso, a aromaterapia nos dá condições de realizar tratamentos com nossos pacientes/
clientes que envolvem substâncias odoríferas naturais, no caso os óleos essenciais, e obter resultados
muito satisfatórios.
Para finalizar nossa unidade, vamos recordar alguns pontos importantes (AMARAL, 2016):

• O uso de odores para benefício humano tologia e a psicologia também têm contri-
é uma prática muito antiga. buído para formar as estruturas básicas da
• O conhecimento e o uso dos óleos essen- aplicação dos óleos essenciais.
ciais têm crescido nas áreas de química e • Para trabalhar com aromaterapia, é pre-
farmácia; no entanto, o vasto campo de ciso conhecer as plantas aromáticas, co-
atuação de um odor na forma de óleo nhecer os óleos essenciais, conhecer os
essencial e sua complexidade levaram à sistemas olfativo e límbico humano e
necessidade de o conhecimento abranger conhecer as técnicas de aplicação desta
outras áreas; assim, a neurologia, a derma- terapêutica.

Com isso, convido você para a leitura da Unidade 3, na qual descobrirá quais as principais técnicas de
aplicação da aromaterapia e como agregá-las em sua prática clínica.

UNIDADE 2 61
Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução.

1. Baseando-se nos conteúdos estudados até aqui, assinale a alternativa que


apresente a definição do termo “AROMATERAPIA”:
a) Aplicação de essências sintéticas para fins estéticos e de embelezamento.
b) Técnica que utiliza a energia que provém do Sol e das Estrelas para diversos
tratamentos.
c) Técnica de aplicação de óleos essenciais com finalidades terapêuticas, de bem-
-estar e de embelezamento.
d) Ciência que estuda as ações da luz artificial colorida para tratamentos psico-
lógicos e espirituais.
e) Ciência que se dedica a questões sensoriais, não se propondo a aplicações
terapêuticas.

2. A respeito das diferenças relacionadas com a aplicação e o foco da aromaterapia


e da aromacologia, analise as afirmações a seguir como verdadeira (V) ou falsa (F):
( ) Quanto à aplicação, a aromaterapia utiliza óleos essenciais, essências e fra-
grâncias sintéticas, preconizando sua aplicação no corpo e no ambiente para
fins de perfumação funcional.
( ) O foco da aromacologia é entender como uma fragrância ou essência podem
influenciar o humor e o comportamento dos indivíduos.
( ) O foco da aromaterapia é a melhora do estado físico e psíquico e/ou emocional
de um indivíduo, por meio de técnicas específicas de aplicação.

Assinale a alternativa correta.


a) V-V-V.
b) V-F-F.
c) F-F-F.
d) F-V-V.
e) V-F-V.

62
3. Aponte qual foi a data do I Simpósio Brasileiro de Óleos Essenciais (SBOE) e qual
foi sua finalidade.

4. Descreva a definição de Osmologia, conforme os conteúdos estudados nesta


unidade.

63
LIVRO

Técnicas de Aplicação de Óleos Essenciais – Terapias de Saúde e Beleza


Autor: Fernando Amaral
Editora: Cengage Learning
Sinopse: o universo dos óleos essenciais é maravilhoso e sábio. Com mais de
20 anos de experiência, Fernando Amaral pretende desvendar esse universo
para todos os profissionais ligados às áreas de saúde e beleza e em técnicas
que promovam a qualidade de vida e a saúde da pessoa, de sua pele, dos ca-
belos aos pés, em uma filosofia de vida para a manutenção do corpo saudável.
A obra está distribuída em capítulos que abordam questões como: o que é óleo
essencial?; as bases do uso de óleos essenciais em técnica de aromaterapia;
Óleos vegetais; Técnicas de aplicação; Protocolos de saúde e beleza com óleos
essenciais; além de Indicações terapêuticas.

64
AMARAL, F. Técnicas de Aplicação de Óleos Essenciais: Terapias de Saúde e Beleza. São Paulo: Cengage
Learning, 2016.

ANDREI, P.; DEL COMUNE, A. P. Aromaterapia e suas aplicações. Centro Universitário S. Camilo, São Paulo,
v. 11, n. 4, p. 57-68, out./dez. 2005.

BRITO, A. M. G.; RODRIGUES, S. A.; BRITO, R. G.; XAVIER-FILHO, L. Aromaterapia: da gênese a atualidade.
Rev. Bras. Pl. Med., Campinas, v. 15, n. 4, p. 789-793, 2013.

CORAZZA, S. Aromacologia: uma ciência de muitos cheiros. São Paulo: Editora Senac, 2010.

FERRAZ, A. Guia Completo da Aromaterapia para Iniciantes. Como usar a Aromaterapia para Transformar
sua Saúde e Equilibrar suas Emoções. Viver de Aromas, on-line. Disponível em: https://viverdearomas.com.
br/wp-content/uploads/2019/10/Guia_completo_da_aromaterapia_para_iniciantes_2019-2_compresso.pdf.
Acesso em: 06 dez. 2019.

FERREIRA, A. R. A. Uso de óleos essenciais como agentes terapêuticos. Porto: Universidade Fernando
Pessoa, Faculdade de Ciências da Saúde, 2014.

GAVA, A. J.; DA SILVA, C. A. B.; FRIAS, J. R. G. Tecnologia de Alimentos: princípios e aplicações. São Paulo:
Nobel, 2008.

PENTEADO, F. Aromaterapia e óleos essenciais: manual de uso para o dia a dia. 1. ed. São Paulo: Nova
Senda, 2019.

PRICE, S. Guia Prático da Aromaterapia: Como usar os óleos essenciais para ter saúde e vitalidade. 6. ed. São
Paulo: Siciliano, 1996.

65
1. C.

2. D.

3. No Brasil, em 1985, foi realizado o I Simpósio Brasileiro de Óleos Essenciais (SBOE), com a finalidade de
avaliar o desenvolvimento das pesquisas daquela época e colher subsídios para os próximos anos.

4. Osmologia, do grego “os” = cheiro e “logos” = lógica, é um ramo da ciência que estuda o olfato e os odores.
Por meio da compreensão dos mecanismos da influência que o odor exerce sobre um indivíduo, ela nos
dá o entendimento de como o ser humano reage aos odores e, assim, classifica as substâncias aromáticas
e busca reproduzir sua ação em outros indivíduos.

66
67
68
Me. Fernanda Gomes Lodi

Técnicas de Aplicação
dos Óleos Essenciais

PLANO DE ESTUDOS

As Principais Técnicas Primeiros Socorros em


Reações Adversas aos
Óleos Essenciais

A Escolha da Técnica Óleos Essenciais em


Equipamentos

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

• Aprender a identificar a queixa do paciente e, consequen- • Conhecer alguns equipamentos e como associá-los aos
temente, a melhor técnica para a utilização dos óleos es- óleos essenciais em protocolos de atendimento.
senciais no tratamento. • Apontar quais atendimentos de primeiros socorros de-
• Conhecer as principais técnicas de aplicação dos óleos vem ser realizados em reações adversas ao uso de óleos
essenciais. essenciais.
A escolha
da Técnica

Olá, aluno(a)! Nesta unidade, você será apresenta-


do aos principais métodos de aplicação dos óleos
essenciais. É importante que você saiba como es-
colher a melhor técnica diante da queixa do seu
paciente, como aplicá-la de forma correta e como
associar seus protocolos de tratamentos a equi-
pamentos com o intuito de potencializar o efeito
dos óleos utilizados (por esta razão, ao final da
unidade, serão apontados alguns equipamentos
que geralmente são associados aos óleos essenciais
e qual a função que irão exercer no paciente).
A escolha da técnica que será utilizada em de-
terminado tratamento é tão importante quanto
a sua aplicação. A decisão deve ser baseada em
sua estratégia terapêutica e no objetivo que se
deseja atingir.
Um bom profissional é aquele que consegue propor uma técnica
que atue efetivamente e diretamente na causa que estiver provo-
cando o desconforto em seu paciente.
Dentro de uma visão holística, o primeiro passo para a decisão de
qual caminho seguir é a realização do levantamento de dados pes-
soais do seu paciente, ou seja, deve ser feita uma entrevista e todas
as informações registradas em uma ficha de anamnese (AMARAL,
2016; CORAZZA, 2010).
Nesta ficha deve constar: a identificação do paciente (nome, sexo,
idade, profissão etc.), a queixa principal, os antecedentes pessoais
e familiares, os dados do exame físico geral realizado, a hipótese
diagnóstica e, por fim, a conduta que será tomada diante do quadro
identificado.
Assim, a técnica de aplicação do óleo essencial será determinada
e conduzida a partir desses fatos, por exemplo, um tratamento de
micose de unha raramente terá efeito por via olfativa, mesmo que o
óleo essencial seja fungicida; neste caso, ele deve ser aplicado (com
a técnica adequada – que será vista logo a seguir) diretamente sobre
o local (AMARAL, 2016).
Isso significa que um óleo essencial com propriedades tera-
pêuticas comprovadas só funciona de maneira eficaz se aplicado
mediante a técnica correta para determinado resultado e no local
indicado, garantindo uma margem de segurança, pois será tratado
um problema, sem afetar ou causar riscos mais graves a
outros sistemas do corpo (AMARAL, 2016).
Diante disso, a união do óleo essencial apro-
priado com a técnica correta é o que propor-
ciona o resultado efetivo e o benefício ao
paciente, ficando conhecidos, popular-
mente, como “aromaterapia”.

UNIDADE 3 71
A Relação da Eficácia dos Óleos Essenciais
em Diferentes Áreas do Corpo

Outro fator importante para a escolha da melhor técnica de emprego dos óleos essenciais é saber quais
tipos de benefícios a aplicação trará para os sistemas do corpo.
Assim, pode ser observado, no Quadro 1, que os óleos essenciais exercem diferentes alterações nos
tecidos, podendo trazer melhorias fisiológicas quando aplicados de forma correta.
Quadro 1 - Função exercida pelos óleos essenciais nos diversos sistemas corporais

Sistema corporal Função exercida pelos óleos essenciais

Cutâneo Hidratação, umectação, proteção, regeneração e conservação.

Vasodilatação, vasoconstrição, adstringência, estímulo ao metabolismo


Circulatório
gasoso, desintoxicação e fortalecimento dos vasos sanguíneos.
Limpeza e expansão das vias respiratórias, dissolução do muco,
Respiratório
antissepsia, desobstrução do trato nasal, proteção e purificação aérea.
Fortalecimento do sistema imunológico, aceleração na homeostase
Imunológico
de diversos sintomas.
Limpeza, desobstrução e drenagem do sistema, supressão a agentes
Linfático indesejáveis e aumento da capilaridade linfática sobre o sistema
venoso.
Estímulo de enzimas, equilíbrio ácido-básico, benefício direto sobre a
Digestivo digestão e a assimilação de nutrientes, ação carminativa, estomáquica,
aperitiva e digestiva.
Melhora da tensão nervosa, tendinite, torcicolo e bursite, estimulante
Nervoso contra letargia, equilibrante, trata a insônia, a irritação, a agitação e
a ansiedade.
Atua nos feromônios, na libido, na fertilidade, na virilidade e como
afrodisíaco, agem como substâncias similares a hormônios para
Reprodutor
melhora da tensão pré-menstrual, durante o ciclo menstrual e na
menopausa.
Regulação dos sistemas simpático e parassimpático, estímulo da
Autônomo - Límbico
pineal, memória, sentimentos, emoções e equilíbrio.

Fonte: adaptado de Amaral (2016) e De La Cruz ([2019]).

Caro(a) aluno(a), agora que você entendeu os passos que devem ser seguidos e quais pontos levar
em consideração, no momento da escolha da técnica de aplicação dos óleos essenciais, já está apto
para conhecer quais são essas técnicas e poder colocar em prática os protocolos de tratamentos que
irão se adequar ao objetivo você deseja atingir.

72 Técnicas de Aplicação dos Óleos Essenciais


As Principais
Técnicas

Como mencionado anteriormente, ao conjunto de


técnicas de aplicação de óleos essenciais, dá-se o
nome de “aromaterapia”, palavra que foi adotada
no início do século 20, como terminologia popu-
lar, utilizada para esclarecer a aplicação dos óleos
essenciais como ferramenta terapêutica (AMA-
RAL, 2016; ANDREI; DEL COMUNE, 2005; CO-
RAZZA, 2010; FERRAZ, 2019; FERREIRA, 2014;
PENTEADO, 2019).
É de suma importância entender que as técni-
cas de aplicação de óleos essenciais se originaram
do pensamento inicial da aromaterapia como prá-
tica terapêutica independente e autônoma; com
o desenvolvimento natural das profissões e de
seus profissionais atuantes nos campos da saú-
de e da beleza, essas técnicas também evoluíram,
tornando-se cada vez mais práticas, profundas e
eficientes.

UNIDADE 3 73
Compreender quando, como e por que usar cada óleo essen-
cial e óleo vegetal, dentro das técnicas de aplicação atuais para as
terapias de saúde e beleza, possibilitará que o profissional se torne
habilitado a desempenhar sua profissão e, ainda, que ele esteja apto
a criar novos protocolos de aplicação, que evoluirão de acordo com
a sua experiência.
O que se pretende, aqui, é oferecer conhecimento para propor-
cionar segurança na aplicação e a versatilidade necessária para
alcançar as centenas de possibilidades terapêuticas.
Sendo assim, as principais técnicas utilizadas e que serão abor-
dadas individualmente, a seguir, são:

• Difusão aérea.
• Sauna.
• Inalação.
• Banhos de imersão.
• Fricção.
• Massagem.
• Escalda-pés.
• Compressas.
• Uso interno / Ingestão.
• Aplicações Diretas.

74 Técnicas de Aplicação dos Óleos Essenciais


Difusão Aérea

Difusão aérea é a forma mais tradicional utilizada na aromaterapia, com a finalidade de atingir o olfato
ou o sistema respiratório de um indivíduo para transmitir as propriedades dos óleos essenciais em
benefício de tratamentos de ordem física e emocional.
A técnica consiste na difusão dos óleos essenciais no ambiente de forma simples e efetiva, por meio
de difusores de aroma (Figura 1) (AMARAL, 2016; FERRAZ, 2019).

Figura 1 - Difusor de aromas

Os difusores são peças capazes de propagar os óleos essenciais sem alterar sua propriedade natural,
mantendo suas moléculas intactas durante horas no ambiente. Dessa forma, eles purificam e melho-
ram a qualidade do ar, inclusive acabando com bactérias, vírus, fungos e ácaros por meio de óleos com
propriedades antissépticas (AMARAL, 2016; FERRAZ, 2019).
Existem difusores de diversos materiais, como vidro, metal, madeira e cerâmica, sendo este mais
adequado à aplicação dos óleos essenciais (AMARAL, 2016). Eles precisam ter a temperatura controlada
até, no máximo, 50-60 ºC, pois, se subir muito, pode alterar a composição química dos óleos essenciais
e diminuir suas qualidades terapêuticas (FERRAZ, 2019).

UNIDADE 3 75
De acordo com Ferraz (2016), ainda é preciso tomar cuidado
com o excesso de estimulação olfativa. Especialistas afirmam que
é recomendado criar intervalos sem cheiros para que o olfato se
renove antes de receber mais óleos essenciais.
Em técnicas de difusão aérea, aplicam-se poucas gotas de óleo
essencial, em média não mais que 10 gotas entre todos os óleos es-
senciais envolvidos na aplicação, e o tempo de exposição ao aroma,
em situações terapêuticas, deve ser de, no mínimo, 20 minutos e, no
máximo, três horas (AMARAL, 2016).
Quando se tratar de aromatização de ambientes comerciais,
pode-se aplicar de forma contínua, devendo-se, porém, preservar
a qualidade do resultado positivo, isto é, se o aroma estiver provo-
cando incômodo e mal-estar nas pessoas, é sinal de que a técnica e
a dosagem de aplicação podem estar erradas.
Quanto mais perto do chão os difusores estiverem posicionados,
maior sua efetividade, pois o fluxo da circulação do óleo essencial
no ambiente é ascendente, ou seja, como eles são voláteis, irão se
evaporar ou se volatilizar à temperatura ambiente, e sua tendência
natural é subir.

Se a difusão aérea for escolhida para um tratamento de problemas físicos do seu paciente, você
deve buscar óleos essenciais apropriados, como:
• Para tratar problemas respiratórios, os princípios ativos dos óleos essenciais devem ser muco-
líticos. Essas propriedades são encontradas no óleo de Eucalipto, por exemplo.
• Para tratar fungos de unhas, os princípios ativos devem ter propriedades antissépticas e fungi-
cidas, por exemplo os óleos essenciais de melaleuca, tomilho e cravo.
• Na área emocional, a difusão aérea atinge sem barreiras o sistema límbico, aquele responsável
por nossos sentimentos e emoções. Sendo assim, você deve buscar os óleos de acordo com a
sensação que deseja promover. Por exemplo: o cheiro de Lavanda provoca calma e harmonia,
e o cheiro de Eucalipto traz a sensação de liberdade.
Fonte: adaptado de Amaral (2016).

76 Técnicas de Aplicação dos Óleos Essenciais


O corpo humano reage naturalmente a odores de forma sensorial, eles são parte do nosso instinto de
sobrevivência. A difusão aérea tem acesso a esse mecanismo natural, atingindo-o por meio do olfato
para, desse modo, alcançar, os objetivos terapêuticos pretendidos.
Assim, para finalizar, seguem algumas instruções para o preparo de seu tratamento por meio de
difusão aérea:
1° Determine qual o tipo de difusor você irá utilizar.
2° Defina quais óleos essenciais serão empregados de acordo com o objetivo terapêutico que se
deseja atingir.
3° Escolha o ambiente no qual será aplicada a técnica.
4° Prepare seu equipamento.
5° Determine o tempo do tratamento.
6° Prepare seu paciente.
7° Inicie a difusão.

Lembre-se de observar as reações do seu paciente e, em casos de incômodos ou até reações alérgicas,
suspenda a técnica imediatamente e preste os primeiros socorros.

Sauna

Os óleos essenciais podem ser


aplicados pela técnica de sauna,
sendo as úmidas as mais indica-
das (Figura 2). Ela é, geralmente,
empregada para proporcionar
relaxamento e sensação de
bem-estar, no entanto, também
é espetacular para promover
limpeza e fortalecimento da
pele, melhorias no sistema cir-
culatório e linfático e estimu-
lar o metabolismo gasoso nas
células da epiderme, derme e
hipoderme (AMARAL, 2016).
Figura 2 - Sauna úmida

UNIDADE 3 77
A utilização deste recurso pode ser um excelente diferencial profissional para você, pois além dos be-
nefícios para tratamentos físicos, muitos pacientes procuram situações e momentos de relaxamento,
devido à rotina agitada e estressante do dia a dia.
Escolha a finalidade da sauna e selecione os óleos essenciais que lhe proporcionarão o resultado
desejado. Feito isso, utilize até 20 gotas desse óleo, seguindo as instruções do fabricante do equipamento,
e pronto, seu tratamento ficará completo e seu paciente muito satisfeito.

Inalação

A inalação é a técnica mais conveniente para trata- vapor d'água como condutor dos óleos essenciais,
mentos relacionados com problemas nas vias res- pode ser ministrada por meio de aparelhos ou de
piratórias e para limpeza facial (AMARAL, 2016; métodos caseiros, como a bacia e a panela.
CORAZZA, 2010). Existem algumas maneiras Quando a inalação é ministrada em apare-
de aplicação desta técnica, que se dividem em: lhos, deve-se aplicar somente uma gota de óleo
inalação seca e inalação úmida (AMARAL, 2016; essencial; o mais comum nesse caso é o óleo de
CORAZZA, 2010; FERRAZ, 2019; PRICE, 1996). eucalipto, sendo que a gota deve ser colocada em
A inalação seca pode ser feita por meio da apli- um chumaço de algodão previamente umede-
cação do óleo essencial diretamente em um lenço cido e posicionado na saída do inalador. Não se
de flanela ou nas próprias mãos ou, simplesmente, deve misturar o óleo essencial no líquido, pois
abrindo um frasco do óleo e posicionando próxi- eles podem interagir com o plástico do aparelho
mo ao nariz. A inalação úmida, na qual se utiliza o e danificá-lo (Figura 3) (AMARAL, 2016).

Figura 3 - Técnica de inalação


com aparelho convencional

78 Técnicas de Aplicação dos Óleos Essenciais


No método caseiro, pinga-se de três a seis gotas do óleo essencial em 2 litros de água
quente (não fervente) e aspira o vapor por 5 a 10 minutos. Para direcionar o vapor,
pode-se utilizar um cone de papelão com a base maior voltada para o recipiente e a
menor voltada para cima ou, até mesmo, uma toalha cobrindo a cabeça do indivíduo
(Figura 4) (CORAZZA, 2010).

Figura 4 - Inalação caseira

Banhos de Imersão

Os banhos de imersão são uma técnica terapêuti-


ca, completa, prazerosa, confortante e agregadora,
indicados para mudar a energia do corpo e o esta-
do emocional de um indivíduo (AMARAL, 2016;
FERRAZ, 2019; FERREIRA, 2014).
Como banho de imersão, deve-se entender o
banho de banheira em que a pessoa imerge na
água quente por 20 minutos (Figura 5). A adição
do óleo essencial deve ser feita enquanto a banhei-
ra está sendo enchida de água (3-10 gotas). Uma
vez que o óleo essencial não se dissolve completa-
mente na água, a pele vai absorvê-lo rapidamente
(AMARAL, 2016; CORAZZA, 2010; FERRAZ,
Figura 5 - Banho de imersão
2019; PRICE, 1996).

UNIDADE 3 79
O banho de imersão terapêutico não se resume a uma banheira com água quente e odor agradável;
como toda técnica de tratamento, ele deve ser planejado com extrema atenção para que se alcancem
o bem-estar e o equilíbrio físico e emocional por meio da atividade dos óleos essenciais. Assim, o te-
rapeuta deve estar atento e manter-se focado no motivo que levou o cliente a procurá-lo e utilizar os
óleos essenciais mais indicados para seu objetivo (AMARAL, 2016).
Os benefícios que essa técnica oferece preenchem os menus de diversos espaços terapêuticos. Por
isso, seguir os detalhes importantes a cada momento do banho garantirá um padrão de excelência
no resultado e uma percepção imediata deste pela pessoa em tratamento, que sentirá melhora no seu
quadro geral, por exemplo, na qualidade do sono, dos pensamentos, na energia para o trabalho, na
vitalidade e motivação.

Fricção

A fricção é uma das técnicas mais práticas e rá-


pidas para a aplicação de óleos essenciais na pele
nos tratamentos de saúde, beleza e bem-estar. Ela Nunca aplique os óleos essenciais diretamente
consiste em aplicar o óleo essencial (1 a 2 gotas) nos olhos, narinas e ouvidos! Eles podem ser
diluído em óleo vegetal ou creme neutro e espa- corrosivos e causar sérias queimaduras, prin-
lhá-lo suavemente com a ponta ou a polpa dos cipalmente nestas regiões de mucosas. Além
dedos das mãos sobre o local do tratamento. disso, podem causar, nos pacientes, cegueira
Esta técnica, ideal para dores, pode ser aplica- ou surdez se aplicados nos olhos e ouvidos, res-
da em articulações, músculos, cólicas, torcicolos, pectivamente.
pancadas, inflamações na pele, verrugas, calos,
frieiras, micoses de unha, pequenas feridas do Fonte: adaptado de Amaral (2016).
couro cabeludo etc.

80 Técnicas de Aplicação dos Óleos Essenciais


Massagem Para obter os benefícios da aromaterapia na mas-
sagem, os óleos essenciais, em sua forma pura, não
A massagem é a técnica mais difundida no meio são adequados, por isso, você precisará diluí-los em
terapêutico para a aplicação de óleos essenciais um veículo base para essa finalidade, como os óleos
no corpo. Ela consiste em uma estimulação muito vegetais ou os cremes neutros não iônicos (AMA-
eficaz da pele, músculos e tecidos conjuntivos, por RAL, 2016; FERRAZ, 2019; FERREIRA, 2014).
meio de técnicas que promovem o relaxamen- A diluição ideal é usar 2 mL de óleo essencial
to, a energização e o equilíbrio da saúde (Figura para 100 mL do veículo base. Assim, como em
6) (AMARAL, 2016; ANDREI; DEL COMUNE, 1mL de óleo essencial contém, em média, 22 a 25
2005; CORAZZA, 2010; FERRAZ, 2019). gotas, você deve aplicar 50 gotas de óleo essencial
em 100 mL do veículo para trabalhar dentro de
uma margem elevada de segurança (AMARAL,
2016; FERRAZ, 2019).
Entre os benefícios das técnicas de massagem
associadas aos óleos essenciais, podemos citar:
estímulo da circulação periférica do sangue; auxí-
lio na eliminação das toxinas do corpo, por meio
do estímulo ao sistema linfático; melhora dos
tônus musculares, devido à atuação nos tecidos
dos músculos, tendões e ligamentos, prevenindo
distensões e ferimentos decorrentes de tensão ex-
cessiva; fortalecimento do sistema imunológico;
diminuição da ansiedade; estímulo da libido; re-
dução da fadiga etc. (CORAZZA, 2010).
São inúmeras as técnicas de massagem que
podem ser utilizadas para melhoria da saúde, be-
leza e bem-estar, mas não serão abordadas neste
material; no entanto, deixarei uma dica para au-
xiliá-lo(a) na escolha do veículo base ideal para
a realização das técnicas.
Figura 6 - Realização de uma técnica de massagem Os cremes possuem uma função mais hi-
dratante. Eles levam água ao tecido, refrescam e
deixam a pele macia. São ótimos carreadores de
óleos essenciais quando formulados com óleos
vegetais. Cremes à base de óleo mineral, porém,
Uma dica: os óleos essenciais de melaleuca, la- são mais oclusivos e devem ser evitados quando o
vanda e eucalipto podem ser aplicados em altas intuito for utilizar o creme como veículo de óleos
concentrações, sem maiores riscos. essenciais. Então, se o seu tratamento tiver um
Fonte: adaptado de Amaral (2016). propósito mais hidratante e refrescante, utilize os
cremes (AMARAL, 2016).

UNIDADE 3 81
Os óleos vegetais possuem uma ação mais
umectante. Integram-se no manto hidrolipídi-
co da pele, fornecendo substâncias essenciais ao
bom funcionamento da pele e à sua proteção. A
função do óleo na pele é evitar a perda de água e
supri-la com substância lubrificante, mantendo
sua flexibilidade. Então, se o tratamento for mais
regenerativo, fortalecedor e protetor, utilize óleos
vegetais (AMARAL, 2016; CORAZZA, 2010).

Escalda-pés
Figura 7 - Preparo para a técnica de escalda-pés
É uma simples e fácil técnica de aplicação de
óleos essenciais que, além do tratamento locali-
zado para o próprio pé, também estimula pontos
reflexos das plantas dos pés.
A técnica é indicada para dores, inchaços,
micoses, micoses de unha, frieiras, problemas de No caso de dores crônicas, pode-se aplicar essa
circulação, reumatismo, artrite, dermatite, pele técnica uma vez por dia durante uma semana.
seca ou ressecada, calos, entre outros (AMARAL, No caso de micoses de unha, utilizar uma mistura
2016; PRICE, 1996; FERREIRA, 2014). de óleo essencial de melaleuca, cravo e tomilho
O ideal é a utilização de 5 a 10 gotas de óleo (3 gotas de cada) e aplicar como terapia comple-
essencial em recipientes contendo água quente, mentar a cada três dias, até o desaparecimento
em torno de 39 °C, e mergulhar os pés por 10 a do problema.
20 minutos, movimentando-os incessantemen-
te (Figura 7). Em seguida, deve-se embrulhá-los
em toalhas secas e aguardar mais alguns minutos. Uma recomendação importante na prática do
Finalize com uma massagem para potencializar escalda-pés é manter a parte superior do corpo
os efeitos e melhorar a sensação de bem-estar de do paciente aquecida e longe de golpes de ar frio,
seu paciente (AMARAL, 2016; PRICE, 1996; FER- pois variações de temperatura são indesejáveis em
REIRA, 2014). tratamentos com óleos essenciais.

82 Técnicas de Aplicação dos Óleos Essenciais


Compressas

Compressas são aplicações de óleos essenciais em locais do corpo em que haja a necessidade de trata-
mento de dor ou ferimento. É uma das formas terapêuticas mais antigas que existe, em que se aplicam,
no corpo, panos umedecidos ou embebidos em água limpa e potável, com algumas gotas de óleos
essenciais (Figura 8) (AMARAL, 2016; CORAZZA, 2010; PRICE, 1996).

Figura 8 - Insumos para uso em compressas

São, geralmente, utilizadas para tratar áreas doloridas, aliviar inchaço, inflamações, febre, dor de cabeça,
queimadura, picadas de inseto, ferimentos, cortes, problemas de pele, contusões, dores no peito e nos
músculos, cólicas menstruais, entre outros (Figura 9) (AMARAL, 2016; CORAZZA, 2010; PRICE, 1996).

Figura 9 - Compressa para diminuir a temperatura

UNIDADE 3 83
Elas podem ser frias ou mornas, dependendo do problema que será tratado. Por exemplo, para aliviar
inchaço, usam-se compressas frias e, para inflamações de pele, compressas mornas (CORAZZA, 2010;
FERREIRA, 2014).
Para preparar a compressa, deve-se encher uma bacia com água (morna ou fria) e pingar o óleo
essencial selecionado para a técnica, utilizando a proporção de 1 gota para 100 mL de água; em seguida,
misture vigorosamente esta solução e embeba uma toalha na água, aplicando no local de sua escolha
por, pelo menos, 30 minutos (AMARAL, 2016, CORAZZA, 2010; FERRAZ, 2019; PRICE, 1996).
Além da toalha, que é ideal para tratamentos de cólicas e dores musculares, outros tecidos podem
ser utilizados para execução da técnica, como: gaze (para ferimentos abertos ou feridas inflamadas);
algodão (ideal para aplicação sobre pústulas, comedões, furúnculos e unhas encravadas); e flanela ou
fralda (ideais em compressas frias, para aplicação em queimaduras solares e cortes extensos no corpo).

Uso interno / Ingestão Via sublingual

O uso interno é o processo de ingerir ou inter- É a aplicação de 1-3 gotas de óleo essencial debai-
nalizar um óleo essencial no corpo. Somente xo da língua. Como as mucosas dessa região são
óleos essenciais 100% puros, naturais e com- altamente vascularizadas por capilares sanguí-
pletos podem ser usados desta forma, uma vez neos e não passam pelo metabolismo do fígado,
que muitas empresas ainda comercializam óleos os óleos essenciais entram na corrente sanguínea
adulterados ou falsificados (FERRAZ, 2019). com muita eficácia e promove um efeito terapêu-
Tornar diário esse procedimento significa ga- tico ainda maior do que a ingestão direta do óleo
rantir equilíbrio ao organismo, bom funciona- essencial; por esta razão, doses menores devem ser
mento dos intestinos e melhora na imunidade usadas para evitar irritação local (FERRAZ, 2019).
(PRICE, 1996).
Segundo Ferraz (2016) e Ferreira (2014), a
dosagem de referência é, aproximadamente, 1 Cápsulas
gota de óleo essencial para cada 20 kg de peso
corporal, 3 vezes por dia. Isto é, para uma pessoa Uma forma comum de ingerir óleos essenciais
de 60-70 kg, apenas 3 gotas 3 vezes por dia é uma internamente é colocando 1-5 gotas de óleo essen-
dosagem segura e eficaz. cial em uma cápsula vazia, fechando e tomando
Existem diversas maneiras de ingerir os óleos com um pouco de água ou suco (FERRAZ, 2019;
essenciais, das quais podemos citar: FERREIRA, 2014).

84 Técnicas de Aplicação dos Óleos Essenciais


Bebidas

Outro método muito comum é a adição de 1-4 gotas de óleo essen-


cial em bebidas, como sucos, leites ou água (Figura 10). Lembre-se
de agitar bem antes de ingerir. Muitas vezes, o resultado é delicioso.

Figura 10 - Preparo para a ingestão dos óleos essenciais

Culinária

É a adição de óleos essenciais em pratos gastronômicos, por exem-


plo, em molhos para saladas, bolos, temperos etc. Algumas patolo-
gias que podem ser tratadas com as técnicas de ingestão dos óleos
essenciais são: tosses e gripes; flatulências; indigestão; prisão de
ventre; diarreia; dor de cabeça e cólicas; cistite; depressão; varizes;
pedras nos rins ou nas vias urinárias etc. (PRICE, 1996).

UNIDADE 3 85
Aplicações Diretas

Para finalizar esta seção, temos a técnica de aplicação direta dos


óleos essenciais, ou seja, pingar a gota diretamente no local que se
deseja tratar.
A aplicação tópica é o processo de colocar o óleo essencial em
contato com a pele, cabelo, boca, dentes, genitálias e unhas. De-
pendendo do que está sendo tratado, você pode utilizar o óleo
essencial puro no local, atentando-se, sempre, para não utilizar os
óleos essenciais dermo cáusticos, os quais podem causar danos à
pele, como os óleos de orégano, tomilho e canela (FERRAZ, 2019).
Outro fator que deve ser levado em consideração ao utilizar
um óleo essencial de forma tópica é que alguns deles podem gerar
queimaduras e manchas se a pele for exposta ao sol após a aplicação
(fototoxicidade).
Diante disso, reforço a importância de um estudo aprofundado
das características físicas, químicas e das propriedades terapêuticas
de cada óleo essencial antes da aplicação nos seus pacientes.
Se você seguir todas as instruções e indicações de uso
de cada óleo, associados à queixa do seu paciente e
melhor técnica de aplicação, com certeza obterá
excelentes resultados clínicos.

86 Técnicas de Aplicação dos Óleos Essenciais


Óleos Essenciais
em Equipamentos

Neste tópico, caro(a) acadêmico(a), você terá um


primeiro contato com alguns equipamentos que
podem ser utilizados em associação com os óleos es-
senciais para auxiliar e um protocolo de tratamento.
No entanto, saiba que as características, proprieda-
des e a variedade dos equipamentos que existem no
mercado hoje serão abordados em outra disciplina.
Nos dias atuais, a procura por protocolos que
envolvam equipamentos é muito grande; isto por-
que eles podem tornar alguns tratamentos mais
rápidos e com melhores resultados de forma não
invasiva. Além disso, a população tem acesso à in-
formação e aos resultados de tratamentos clínicos
de outras pessoas, de forma muito rápida e fácil,
com o uso da internet.
Pensando nisso e nos óleos essenciais, o in-
vestimento em alguns equipamentos é, sim, uma
ótima escolha, pois, em situações adequadas,
aceleram o tempo do tratamento sem alterar as
propriedades dos óleos essenciais; pelo contrário,
potencializam seu efeito e aumentam a velocidade
de penetração na pele do paciente.
De acordo com Amaral (2016), este aumento
na penetração acontece porque as ondas produzi-
das pelos equipamentos empurram (literalmente)

UNIDADE 3 87
as moléculas dos óleos essenciais em direção às No ultrassom terapêutico, a energia sonora
células, em um ambiente intersticial mais estimu- é constantemente convertida em energia térmi-
lado pelos aparelhos, e essas condições melhoram ca. A quantidade de calor produzida depende do
a permeabilidade não só das moléculas dos óleos meio em que as ondas sonoras são propagadas, de
essenciais como também a de todos os princípios modo que, nos meios em que as moléculas estão
ativos que forem utilizados. mais próximas, ocorre maior vibração molecular,
Diante disso, o uso combinado de óleos essen- produzindo maior quantidade de calor (BORGES;
ciais com equipamentos é muito vantajoso; no en- SCORZA, 2016).
tanto, como margem de segurança, deve-se usar a O uso do ultrassom foi incorporado a trata-
metade das dosagens convencionais descritas para mentos clínicos, de início na estética, após a des-
o mesmo tratamento. Isto é, utiliza-se a mesma coberta dos benefícios das ondas sonoras contí-
quantidade de óleo base ou creme neutro com a nuas ou pulsadas, que atuam na movimentação
metade da dose de óleos essenciais, e estes devem de substâncias importantes e nutrientes presentes
ser aplicados na pele cerca de 10 minutos antes da no fluído intersticial (AMARAL, 2016).
utilização do aparelho porque os princípios ativos Pensando nos óleos essenciais, eles devem ser
já devem estar disponíveis aos tecidos quando o aplicados antes do ultrassom, por meio das téc-
aparelho entrar em atividade. nicas de massagem ou fricção (vistas no tópico
Agora, vamos conhecer alguns equipamentos anterior desta unidade); assim que forem assimi-
que podem agregar na sua prática clínica? lados pela pele, aplica-se o ultrassom.
Geralmente, essa associação (óleo essencial +
ultrassom) é utilizada em tratamentos de gordura
Ultrassom localizada, Hidrolipodistrofia Ginoide (HLDG) –
celulite, e pré ou pós-operatórios, pois a grande
Um som é caracterizado por vibrações mecânicas vantagem é a velocidade com que eles agem nos
ou ondas mecânicas. O ser humano consegue sistemas lipídicos, aceleram o metabolismo e de-
distinguir sons com frequências que se encon- sintoxicam os tecidos.
tram entre 20 Hz e 20.000 Hz. Vibrações com
frequências abaixo ou acima desse espectro são
inaudíveis ao ouvido humano e chamadas, res-
pectivamente, de infrassons e ultrassons (BOR-
GES; SCORZA, 2016).
As ondas sonoras são originadas a partir de um
material e precisam de um meio para se propagar
(sólido, líquido ou gasoso), ou seja, o som não se
propaga no vácuo. Essa propagação não é visível,
mas à medida que as ondas de som passam através
de qualquer material, as moléculas se empurram
e a energia é transferida de uma para a outra, pro-
movendo uma vibração e, consequentemente, al-
teração do meio através do qual a onda se propaga
(BORGES; SCORZA, 2016). Figura 11 - Ultrassom como recurso terapêutico

88 Técnicas de Aplicação dos Óleos Essenciais


Sua utilização ainda é recente, mas os resultados obtidos até agora são animadores e estão incentivando
a adesão de diversos profissionais experientes. O fato é que os óleos essenciais são substâncias naturais
nobres e ricas em componentes ativos, perfeitamente adaptadas para a comunicação celular, e nenhuma
formulação química ou substância sintética é capaz de superar essa característica (AMARAL, 2016).
Este é um campo absolutamente fantástico e promissor e, para se destacar nele, basta que você siga
as instruções de uso nos protocolos e esteja em constante estudo e atualização.

Vacuoterapia/Endermologia Assim, a técnica pode ser utilizada tanto para


(Endermoterapia) tratamentos de beleza quanto de melhora da saú-
de, por exemplo, redução da tensão muscular,
A vacuoterapia é um recurso não invasivo, que ansiedade e estresse.
utiliza a pressão negativa, ou seja, uma sucção
que vai proporcionar os efeitos da massagem so-
bre a pele, destacando-se o efeito de incremento Peeling Físico
circulatório. Essa massagem mecânica produz
uma “mobilização” profunda do tecido subcutâ- Peeling é um termo em inglês que significa des-
neo, melhorando o contorno e o aspecto da su- camar ou descamação. O peeling físico promove
perfície corporal (AMARAL, 2016; BORGES; uma esfoliação mecânica da pele por meio de
SCORZA, 2016). agentes físicos e são classificados de acordo com
Verificou-se, por meio de estudo científico, a profundidade atingida. A técnica pode ser utili-
que esta técnica, mais conhecida como ender- zada em diversas partes do corpo, incluindo face,
moterapia, resultou em aumento da atividade corpo e pés (AMARAL, 2016; BORGES; SCOR-
fibroblástica local, aumento da espessura dos ZA, 2016).
vasos sanguíneos, incremento dos queratinóci- Quando um peeling físico é aplicado, ocorre,
tos e melhora da organização tissular (BORGES; imediatamente, o estímulo à formação de célu-
SCORZA, 2016). las novas, e é nesse momento que se deve ofe-
Para a associação com os óleos essenciais, recer a essas células em formação informações
estes devem ser aplicados na pele antes do equi- que contribuam para que a pele nova se forme
pamento e com a metade da dosagem que seria com menor influência do meio celular indeseja-
usualmente indicada. do. Os óleos essenciais são excelentes para esse
Dentre os benefícios e principais efeitos, po- propósito, deixando que as células se renovem
demos citar: auxílio na eliminação de toxinas influenciadas, basicamente, por seu meio intra-
acumuladas, melhora e estímulo da vasculariza- celular, ou seja, a célula nova se desenvolverá pre-
ção, melhora na circulação sanguínea e linfática, servando suas características naturais, levando a
ajuda na redução do volume das células adiposas um aumento na população de células realmente
e no tratamento da celulite e melhora no aspecto na pele e diminuindo a ação das células antigas
de ondulação do tecido (AMARAL, 2016). (AMARAL, 2016).

UNIDADE 3 89
Após a aplicação do peeling físico, realizado de acordo com o
tipo de pele do cliente, pode se seguir com o uso dos óleos essen-
ciais, que participam do processo como agentes de conservação e
de vitalidade.
Eles são empregados em dois momentos: imediatamente após
o peeling físico, por meio de compressa fria, e 24 horas depois,
quando podem ser aplicados com óleos vegetais, para atuar como
umectantes.
Da soma desses mecanismos resulta um tecido renovado, hi-
dratado e revitalizado. Assim, você pode utilizar a técnica em tra-
tamentos de beleza, bem-estar e saúde, por exemplo, na esfoliação
dos pés para auxílio em tratamentos de micoses e unhas encravadas.

90 Técnicas de Aplicação dos Óleos Essenciais


Primeiros Socorros em
Reações Adversas aos
Óleos Essenciais

Para finalizar esta terceira unidade, vou apontar


quais cuidados devem ser tomados em situações
que seu paciente apresente alguma reação adversa
à exposição aos óleos essenciais. Pensando de for-
ma mais didática, os cuidados foram divididos de
acordo com o local de contato do óleo essencial.

UNIDADE 3 91
Ingestão

Se o indivíduo apresentar qualquer indício de reação ou rejeição


ao óleo essencial ingerido, siga as seguintes orientações (FERRAZ,
2019):
1° Não induza ao vômito, pois substâncias dermo cáusticas po-
dem danificar as mucosas; também há um risco de ocorrer
a passagem do óleo essencial para os pulmões.
2° Se a pessoa estiver consciente e não convulsivante, enxague
sua boca com água em abundância e ligue para o serviço de
emergência mais próximo.
3° Se a pessoa estiver convulsivando e inconsciente, não dê
nenhuma substância a ela via oral. Assegure-se de que ela
está respirando e encaminhe-a o mais rápido possível para
o serviço de saúde mais próximo.

Inalação

Se o indivíduo apresentar qualquer indício de reação ou rejeição


ao óleo essencial inalado, siga as seguintes orientações (FERRAZ,
2019):
1° Tire a pessoa do local onde se encontra o óleo essencial e
leve-a para “tomar” ar fresco.
2° Se a pessoa não estiver respirando, realize as manobras de
Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP) abordadas na
disciplina de Técnicas e Procedimentos de Primei-
ros Socorros e ligue e/ou encaminhe-a imedia-
tamente para o serviço de saúde mais próximo.

92 Técnicas de Aplicação dos Óleos Essenciais


Contato com os Olhos

Se houver contato do óleo essencial com os óleos do paciente, siga


as seguintes orientações (FERRAZ, 2019):
1° Lave os olhos com água corrente por, pelo menos, 15 mi-
nutos. Se o paciente estiver usando lente de contato, lave os
olhos com as lentes durante 5 minutos e em seguida, retire-as
e continue lavando com a água corrente.
2° Instrua-o de que não fique com os olhos fechados.
3° Se a irritação persistir, encaminhe-o para o centro de saúde
mais próximo.

Aplicação na Pele

Se o paciente apresentar qualquer indício de reação ou rejeição


ao óleo essencial inalado, siga as seguintes orientações (FERRAZ,
2019):
1° Retire qualquer roupa contaminada.
2° Lave a pele gentilmente com água e sabão por, pelo menos,
10 minutos.
3° Exponha a pele ao ar ou ao ventilador (mas não ao sol di-
retamente), para acelerar a evaporação do óleo essencial.
4° Aplique um pouco de óleo vegetal em um pano de algodão
e remova o óleo essencial remanescente da pele.
5° Se a inflamação persistir, o uso de medicamento anti-hista-
mínico pode ser aconselhável.
6° Se a irritação persistir, instrua o paciente a procurar auxílio
médico.

Lembre-se, sua atitude, como profissional, pode salvar uma vida.


Com isso, chegamos ao fim de mais uma unidade do nosso material
didático.
Aqui, aprendemos a colocar em prática, por meio das formas de
aplicação, os conhecimentos adquiridos sobre os óleos essenciais e
sua atuação na aromaterapia.
Convido você, caro(a) aluno(a), a ler os materiais extras dispo-
nibilizados, bem como a buscar outras referências que te auxiliem
na prática terapêutica, pois, para se tornar um profissional com
excelência, você deve se atualizar e se aperfeiçoar cada vez mais.

UNIDADE 3 93
Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução.

1. Existe uma técnica considerada a mais difundida no meio terapêutico para a


aplicação de óleos essenciais no corpo. Ela consiste em uma estimulação mui-
to eficaz da pele, músculos e tecidos conjuntivos, por meio de manobras que
promovem o relaxamento, a energização e o equilíbrio da saúde.
Diante disso, assinale a alternativa que corresponda à técnica citada.
a) Inalação.
b) Massagem.
c) Ingestão.
d) Compressa fria.
e) Banho de imersão.

94
2. O uso combinado de óleos essenciais com equipamentos na prática clínica é
muito vantajoso; no entanto, como margem de segurança, deve-se usar a metade
das dosagens convencionais descritas para o mesmo tratamento.
Diante do exposto e com base no conteúdo estudado na Unidade 3, analise as
afirmações a seguir, a respeito dos equipamentos utilizados em combinação
com os óleos essenciais.
I) O profissional deve aplicar o óleo essencial na pele do paciente sempre após
a utilização do ultrassom.
II) A vacuoterapia pode ser utilizada tanto para tratamentos de beleza quanto
de melhora da saúde.
III) O peeling físico, em associação com óleos essenciais, auxilia na renovação
da pele.
IV) A associação do óleo essencial com o ultrassom pode ser utilizada em trata-
mentos de gordura localizada, pois aceleram o metabolismo e desintoxicam
os tecidos.

Assinale a alternativa correta.


a) Apenas I e II estão corretas.
b) Apenas II e III estão corretas.
c) Apenas I está correta.
d) Apenas II, III e IV estão corretas.
e) Apenas I, III e IV estão corretas.

3. Com base nos conteúdos vistos nesta unidade, descreva os procedimentos de


primeiros socorros que devem ser tomados em casos de reação ao óleo essen-
cial aplicado na pele.

95
LIVRO

O Livro de Receitas dos Óleos Essenciais


Autor: Susan Curtis, Pat Thomas, Fran Johnson
Editora: Publifolha
Sinopse: nesse livro, mais de 80 substâncias concentradas são descritas em
detalhes: características das plantas das quais são extraídas, benefícios para
saúde e cosmética e melhores usos, com instruções de segurança. Além disso,
o livro demonstra 100 receitas para serem usadas em massagens, banhos e
difusores, velas aromatizadas, esfoliantes, perfume, creme, entre outros cosmé-
ticos, compressas e unguentos. Traz ainda tabelas de recomendação dos óleos
mais adequados para cada problema ou desconforto, como dores musculares,
cólicas, insônia, ansiedade, queimaduras solares, entre muitos outros.

96
AMARAL, F. Técnicas de Aplicação de Óleos Essenciais – Terapias de Saúde e Beleza. São Paulo: Cengage
Learning, 2016.

ANDREI, P.; DEL COMUNE, A. P. Aromaterapia e suas aplicações. Centro Universitário S. Camilo, São Paulo,
v. 11, n. 4, p. 57-68, out./dez. 2005.

BORGES, F. dos S.; SCORZA, F. A. Terapêutica em Estética: Conceitos e Técnicas. 1. ed. São Paulo: Phorte, 2016.

CORAZZA, S. Aromacologia: uma ciência de muitos cheiros. São Paulo: Editora Senac, 2010.

DE LA CRUZ, M. G. F. O Uso de Óleos Essenciais na Terapêutica. Instituto Centro de Vida. Cuiabá - MT.
[2019]. Disponível em: http://laszlo.ind.br/admin/artigos/arquivos/oleosnaterapeutica.pdf. Acesso em: 18 dez.
2019.

FERRAZ, A. Guia Completo da Aromaterapia para Iniciantes. Como usar a Aromaterapia para Transformar
sua Saúde e Equilibrar suas Emoções. Viver de Aromas, on-line 2019. Disponível em: https://viverdearomas.
com.br/wp-content/uploads/2019/10/Guia_completo_da_aromaterapia_para_iniciantes_2019-2_compresso.
pdf. Acesso em: 05 dez. 2019.

FERREIRA, A. R. A. Uso de óleos essenciais como agentes terapêuticos. Universidade Fernando Pessoa -
Faculdade de Ciências da Saúde. Porto, 2014.

PENTEADO, F. Aromaterapia e óleos essenciais: manual de uso para o dia a dia. 1. ed. São Paulo: Nova
Senda, 2019.

PRICE, S. Guia Prático da Aromaterapia - Como usar os óleos essenciais para ter saúde e vitalidade. 6. ed.
São Paulo: Siciliano, 1996.

97
1. B.

2. D.

3. 1º Retire qualquer roupa contaminada; 2º Lave a pele gentilmente com água e sabão por, pelo menos, 10
minutos; 3º Exponha a pele ao ar ou ao ventilador (mas não ao sol diretamente), para acelerar a evapo-
ração do óleo essencial; 4º Aplique um pouco de óleo vegetal em um pano de algodão e remova o óleo
essencial remanescente da pele; 5º Se a inflamação persistir, o uso de medicamento anti-histamínico pode
ser aconselhável; 6º Se a irritação persistir, instrua o paciente a procurar auxílio médico.

98
99
100
Me. Fernanda Gomes Lodi

Cromoterapia

PLANO DE ESTUDOS

A Luz e as Cores Aplicações das Cores

História da Os Chakras e o
Cromoterapia Uso das Cores

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

• Entender o conceito de cromoterapia e seu surgimento • Entender o conceito, quais são e as especificidades dos
na história. Chakras.
• Compreender as definições de Luz e Cor e como elas se • Conhecer as formas de utilização das cores e as indicações
relacionam com o corpo e a mente de um indivíduo. e contraindicações terapêuticas.
História da
Cromoterapia

Olá, aluno(a), tudo bem? Seja bem-vindo(a) à


última unidade do livro e a um tema diferente
e tão interessante e importante quanto ao das
unidades anteriores. Agora, nós entraremos no
Universo das cores e você será apresentado(a) à
cromoterapia.
Ao longo da unidade, estudaremos a história
da cromoterapia, quais as cores utilizadas em
tratamento e suas funções específicas; veremos
os Chakras e como aplicar as cores em proto-
colos de tratamentos de algumas disfunções do
organismo humano.
Cromoterapia, do grego Kromos (cor) e Te-
rapheia (tratamento), é definida como a ciên-
cia que estabiliza o campo eletromagnético das
células, por meio da incidência de focos lumi-
nosos, com as cores do espectro solar, visando
restaurar a saúde do paciente (BALZANO, 2002;
MADEIRA, 2012).
Segundo Balzano, Guimarães e Guimarães
(2012), também pode ser definida como a ciência
que utiliza as cores do espectro solar para restaurar o
equilíbrio físico energético em áreas do corpo atin-
gidas por alguma disfunção, fundamentada em ou-
tras três ciências: Medicina, Física e Bioenergética. Espectro Solar é a figura que se vê na sombra
Seus efeitos variam conforme a intensidade das quando a luz do Sol se decompõe através de
cores utilizadas, possuindo vibrações específicas um prisma.
e capacidade terapêutica diferente, conforme o
diagnóstico e a necessidade de cada indivíduo Fonte: Dicionário Priberam ([2020], on-line)1.
(CAMARGO, 1997).

Figura 1 - Feixes de luz do espectro solar através de um prisma

Esse método de tratamento é muito antigo, tanto que sua origem não pode ser dita com precisão. No
entanto, de acordo com alguns historiadores, a prática da cura por meio do uso das cores é milenar,
tendo sido utilizada por grandes civilizações, como Egito, China, Grécia e Índia (BALZANO, 2002;
GHALIOUNGUI, 1983; GERBER, 2002; MADEIRA, 2012; WILLS, 1995; WILLS, 2000).
Papiros egípcios datados de 3.000 anos a.C. demonstram que as cores eram usadas para curar
doenças e desenvolver dons espirituais, por exemplo, por meio do preparo e uso da água solarizada
a partir de potes coloridos (MADEIRA, 2012). Outros registros mostram que os sacerdotes-médicos
tratavam os doentes com as cores utilizando-se de flores e pedras preciosas (GHALIOUNGUI, 1983).
Entre os métodos e ferramentas utilizadas pela medicina egípcia, podemos citar: cristais, pedras,
cores, sons (mantras), perfumes, encantamentos (sugestões mentais) e doação de energia pelas mãos
(MADEIRA, 2012).

UNIDADE 4 103
Dessa mesma época, encontram-se relatos da gico e o conceito de cores primárias e secundárias,
utilização das cores para tratamentos na Índia. no livro “A Teoria das Cores”. Sua obra registra,
Além das cores, a medicina indiana utiliza cris- pela primeira vez na história, a influência que a
tais, exercícios respiratórios, alimentos, massagem, cor exerce nas nossas vidas a nível físico, mental
mandalas e plantas medicinais que vão agir sobre as e emocional (BELLO, 2009).
glândulas, os chakras (centros de energia) e a aura. Desde então, muitos estudiosos e profissionais
Vale a pena destacar que foi esse povo que ofe- da área da ciência e saúde vêm estudando, apli-
receu a maior colaboração a respeito dos prin- cando e relatando o uso das cores em diversos tra-
cípios que determinam a cura e, especialmente, tamentos clínicos. Desta forma, entendemos que
a chamada medicina “Ayurvédica”, que significa cada cor possui vibrações e propriedades terapêu-
conhecimento das leis da vida (MADEIRA, 2012). ticas específicas, que ajudam o paciente a conhecer
A civilização Chinesa, em registros de 2.700 e explorar o seu interior, influenciando o sistema
a.C., utilizou as cores para diagnosticar os dese- nervoso, de acordo com os objetivos do tratamento.
quilíbrios internos e na alimentação dos indiví- De acordo com a frequência de vibração da
duos. Até os dias atuais, muitas práticas da me- luz captada pelos olhos, o cérebro cria a sensação
dicina tradicional chinesa utilizam a observação da cor. As frequências mais altas dão sensação
das cores para diagnósticos, por exemplo, a cor da do violeta e as frequências mais baixas a sensa-
pele, da língua, entre outras (MADEIRA, 2012). ção do vermelho. As frequências intermediárias
Os gregos, em meados de 500 anos a.C., já revelam todas as cores do arco-íris (MUNDT et
utilizavam esta forma de terapia, por meio dos al., [2020]).
benefícios trazidos pelos raios solares, ou seja, a Entre as terapias alternativas, a cromoterapia
helioterapia, sendo recomendada, inclusive, pelo é baseada nas sete cores do espectro solar com o
“Pai” da medicina, Hipócrates, que já observava intuito de alterar ou manter as vibrações do corpo
melhoras na disposição das pessoas que ficavam na frequência que provém em saúde, bem-estar e
expostas as luzes solares, em doses chamadas de equilíbrio, atuando desde o nível físico até os mais
terapêuticas. Sabemos que a principal fonte de sutis (AMBER, 2006).
vitamina D em nosso organismo é mediante a Por esta e outras razões, a cromoterapia consta
síntese realizada pela pele, quando em contato na relação das principais terapias complementares
com a luz ultravioleta. reconhecidas pela Organização Mundial de Saú-
Adiantando um pouco a história, no século de (OMS) desde 1976, e recentemente, em 2018,
XVII, Johann Wolfgang Von Goethe, um cientis- foi incluída, no Sistema Único de Saúde (SUS)
ta alemão, pesquisou por 40 anos as cores e sua brasileiro, como uma Prática Integrativa e Com-
bioinformação e estabeleceu seu aspecto fisioló- plementar (PIC) (BRASIL, 2018).

A Luz e as Cores

A palavra “Luz” se origina do latim lux e significa “o que brilha”. É uma forma de energia radiante que,
do ponto de vista da Física, entende-se como uma faixa de vibração eletromagnética, movendo-se no
espaço a uma velocidade de 300.000 km/s (quilômetros por segundo) (BALZANO, 2002).

104 Cromoterapia
Quanto ao comportamento de onda, a luz pode ser dividida em visível (entre 4.000 e 7.500 ångs-
tröns - Å) e invisível (acima de 7.500 Å: radiação infravermelha e ondas de rádio; abaixo de 4.000 Å:
radiação ultravioleta e raios-X).
Quanto à natureza, possui dois tipos de fluxos:
a) Fluxo de partículas (ou corpúsculos) que diferem pela energia.
b) Fluxo de ondas que se distinguem pelo seu comprimento.

Assim, a luz é uma associação ou um conjunto de corpúsculos e ondas, constituindo ambos o “quan-
tum” de radiação.

Ångström (Å) é uma unidade de medida de comprimento que se relaciona com o metro por meio
da relação:
1 Å = 10-10 m

Ela foi criada para aferições em nível atômico ou para medidas do comprimento de onda da radiação.
Quantum: a palavra apropriada na nossa língua é “quanto”, referente à mudança do nível energético
de uma matéria ao emitir ou absorver radiação. De acordo com a física quântica, são as unidades
de energia emitidas mediante à radiação eletromagnética.
Fonte: Astro ([2020], on-line)2 e Conceito ([2020], on-line)3.

Segundo Balzano (2002), todos os sistemas mate- natureza é o surgimento do arco-íris após as tem-
riais trocam continuamente energia com o meio pestades, mostrando as cores: vermelho, laranja,
externo. Esse fenômeno quase nunca é perceptível, amarelo, verde, azul, anil e violeta.
mas se evidencia quando os corpos são elevados a Isso acontece, porque a luz solar passa através de
uma temperatura superior a 500 °C. Nessas con- gotículas de água, que se encontram em suspensão
dições, tanto os sólidos quanto os líquidos ou os na atmosfera e produzem a refração da luz, ou seja,
gases têm a propriedade de emitir luz, ou seja, a sua decomposição nas diversas cores que as cons-
fornecem um conjunto de características, espec- tituem. O mesmo acontece quando a luz atravessa
tralmente definidas e utilizadas como impressão um prisma e surgem as cores do espectro solar.
digital identificadora de cada um deles, que é uma Assim, a cor se origina da luz e pode ser defi-
forma de energia. nida como uma forma de comprimento de onda
O mais conhecido de todos os fenômenos da (MADEIRA, 2012).

UNIDADE 4 105
Significado das Cores

Agora, entenderemos um pouco mais sobre o significado e os atri-


butos conferidos às sete cores do espectro solar, que podem ser
divididas entre cores quentes (vermelho, laranja e amarelo) e frias
(verde, azul, anil e violeta).

Vermelho

O vermelho é a cor que apresenta o menor comprimento de onda.


Ele está na extremidade quente do espectro e representa o fogo
(WILLS, 1995).
De acordo com Balzano (2002) e Wills (1995), é a cor da ale-
gria, do ego, do pensamento forte e do sentimento apaixonado. É
símbolo de vida, força e vitalidade e exprime amor espiritual pela
humanidade.
O vermelho-escuro indica paixão profunda, amor, coragem, ódio,
raiva etc. O marrom avermelhado mostra sensualidade e volúpia, e
o vermelho esfumaçado, ambição e crueldade. O carmesim indica
paixões e desejos baixos, e o escarlate, luxúria (WILLS, 1995). De
uma forma negativa, pode despertar a violência e a agressividade
nas pessoas.

Laranja

A cor laranja é símbolo da energia, representa espiritualidade, ale-


gria vital, entusiasmo, jovialidade, robustez, amor carinhoso, busca
do controle da energia sexual e sua força criadora e liderança (BAL-
ZANO, 2002; WILLS, 1995).
Na aura, um brilhante laranja-claro denota saúde e vitalidade;
um laranja-escuro, orgulho; um laranja embaçado cor de lama, um
intelecto fraco (WILLS, 1995).
No negativo, provoca orgulho espiritual, ambição, dogmatismo
e excesso de zelo.

106 Cromoterapia
Amarelo

O amarelo é a cor que simboliza a mente, o intelecto e a inteligên-


cia. Auxilia no desenvolvimento do raciocínio lógico e tem ação
sobre o sistema digestivo e os nervos motores (BALZANO, 2002;
WILLS, 1995).
Na aura, o amarelo-ouro denota altas qualidades anímicas; o
amarelo claro, grande força intelectual; o amarelo desbotado escuro,
ciúme e suspeita; e o amarelo sombrio, sem vida, falso otimismo. O
excesso de amarelo na aura mostra grande força mental (WILLS,
1995).
Os raios amarelos transmitem correntes magnéticas positivas
que inspiram e estimulam. Eles fortalecem os nervos e promovem
a mentalidade superior. Essa é a cor que ativa os nervos motores
do corpo físico, podendo, portanto, gerar energia nos músculos. As
partes do corpo que faltam a energia dessa cor podem manifestar
uma paralisia parcial ou completa. Por conseguinte, o amarelo é
uma cor usada para tratar essas condições (WILLS, 1995).
É considerada, também, a cor do desapego, mas se usada em
excesso pode deixar um indivíduo extremamente isolado.

Verde

O verde é a cor média do espectro, aquela que não está do lado


quente e nem do lado frio. É a cor da esperança, do equilíbrio, da
harmonia, da simpatia, da versatilidade, da fecundidade, da amizade
e das ideais curadoras (BALZANO, 2002; WILLS, 1995).
É considerada uma cor afrodisíaca e simboliza a força vital da
Terra. No entanto, como pontos fracos, pode desenvolver o ciúme
danoso, a inveja, o domínio sobre os outros e a arrogância.
Nas diferentes tonalidades, apresenta significados distintos: os
verdes-claros e brilhantes simbolizam boas qualidades; verdes leves,
prosperidade e sucesso; o verde médio, adaptabilidade e versatilida-
de, o verde-claro, simpatia; o verde-escuro, engano; e o verde-oliva,
traição e dupla natureza.

UNIDADE 4 107
Azul

A cor azul representa a essência espiritual de um indivíduo a sen-


sação de tranquilidade, a paz, a concentração e a propagação da
verdade. Em um tom azul profundo claro, essa cor revela o senti-
mento religioso puro; e um azul mais brilhante se relaciona com a
lealdade e a sinceridade (BALZANO, 2002; WILLS, 1995).
Muitos homens, descritos na história, que alcançaram um es-
tado de iluminação espiritual, têm interpretado isso como abun-
dância de azul em sua aura, denotando espiritualidade, devoção e
proteção. Um fato interessante que merece ser destacado é que no
Novo Testamento, a Virgem Maria é descrita usando um manto
azul (WILLS, 1995).
Associado a sentimentos e pensamentos negativos, a cor se re-
laciona com inércia, fraqueza e apatia.

Anil

Esta cor, em suas características visuais e nos sentimentos positivos,


é muito parecida com o azul, pois representa a espiritualidade, a
percepção espiritual, a intuição e o primeiro vislumbre da ilumi-
nação, além de levar o indivíduo a uma quietude e abnegação. No
entanto, quando há um desequilíbrio relacionado a ela, leva o ser a
uma falência espiritual (BALZANO, 2002).

108 Cromoterapia
Violeta

A cor violeta é a cor da mística, da alta sabedoria, da devoção e


do altruísmo. Também está relacionada com o respeito próprio e
a dignidade e é frequentemente necessária a pessoas que não tem
respeito pelos próprios pensamentos, sentimentos ou corpo físico
(BALZANO, 2002; WILLS, 1995).
Está ligada à introvisão e ao Eu superior, o que lhe confere a
característica de cor inspiracional. Para você ter uma ideia, mui-
to músicos, poetas e até pintores afirmaram que seus momentos
de maior inspiração surgiram quando estavam cercados pelo raio
violeta (WILLS, 1995).
Como é a cor do altruísmo, pode levar o indivíduo a sentimentos
negativos de luxúria, raiva e avareza.
É importante que você se lembre que todas as cores que levam ao
sentimento e ações negativas por parte dos indivíduos são opacas,
foscas e de baixa frequência.

E agora que estudamos as 7 cores do espectro solar e sua influência sobre os sentimentos e atitudes dos
seres humanos, vamos relacioná-las com os Chakras, que são nossos vórtices de energia, e conhecer um
pouco mais sobre esse assunto, que é de grande importância para o reequilíbrio energético e tratamento
dos pacientes que serão abordados no final da unidade, pois, de acordo com Gaspar (1997), uma das
finalidades mais importantes da cromoterapia é sua associação com os grandes Chakras.

UNIDADE 4 109
Os Chakras e
o Uso das Cores

A palavra Chakra é sânscrita e significa roda


(BALZANO, 2002; LEADBEATER, 2004). Da
mesma forma como falamos da roda do destino
ou da fortuna, assim também os budistas falam
da roda da vida e da morte, e designam com o
nome de Dhammachakkappavattana Sutta, o
primeiro sermão em que um Buda pregou sobre
este assunto (LEADBEATER, 2004).
O uso em acepção figurada da palavra chakra,
de que tratamos neste momento, refere-se a uma
série de vórtices semelhantes a rodas que existem
na superfície do duplo etérico do homem (LEA-
DBEATER, 2004).
Na natureza, quando num determinado ponto
do espaço operam certas forças em deslocamento,
observa-se a formação de redemoinhos ou turbi-
lhões, como os furacões; são exatamente essas for-
mas de energia ou vórtices, produzidos na altura
do Equador terrestre, que existem manifestadas
no corpo etérico humano (BALZANO, 2002).

110 Cromoterapia
possui certo eletromagnetismo, que resulta do
deslocamento de correntes elétricas por meio da
Segundo Kunz e Karagulla (1989), o homem é rede nervosa (BALZANO, 2002).
influenciado por um ambiente supersensorial e Assim, segundo Camargo (1997), os chakras
se expressa na vida física por meio de um tríplice podem ser definidos como centros de força e co-
mecanismo: nexão (ou enlace), pelos quais a energia do corpo
• O etérico ou vital. humano flui de um ponto a outro.
• O astral ou emocional. Outra definição para chakras é que eles são
• O mental. centros ou órgãos superfísicos por meio dos quais
Em conjunto, os três são chamados, na literatura as energias dos diferentes campos são sincroni-
teosófica, de personalidade. zadas e distribuídas ao corpo físico (KUNZ; KA-
Fonte: adaptado de Kunz e Karagulla (1989). RAGULA, 1989).
O diâmetro dos chakras pode atingir até 20
centímetros, nos seres mais evoluídos espiritual-
Na realidade, o vórtice ou chakra é uma espécie de mente, manifestando-se em cores suaves, quase
cone, cujo vértice fica no nível do corpo físico, abai- translúcidas e, às vezes, com brilho irradiante. Nas
xo da pele, e a sua porção aberta está na parte mais pessoas com vibrações mais pesadas, os vórtices
externa do corpo energético (BALZANO, 2002). têm o tamanho diminuto, mostrando cores indefi-
Cada um dos veículos etérico, astral e mental nidas, escuras e pouco translúcidas, quase opacas.
contém sete centros de força principais, que foram Existem sete chakras mais evidenciados que
chamados de chakras em virtude de sua forma. vão desde o básico (cóccix) até o mais elevado
Tanto no formato quanto no tipo de movimento, (coronário); e conforme sobem na anatomia do
eles lembram uma roda, cujo centro se comporta corpo, aumentam o grau de complexidade em
como o eixo, em torno do qual giram estruturas correspondência ao Universo.
em forma de pétalas (associadas às da flor de ló- Cada chakra possui um vórtice, uma locali-
tus) (KUNZ; KARAGULA, 1989). zação, um nome, uma característica e uma cor
De acordo com as leis físicas existentes na atua- específicos que estão apresentados no quadro
lidade, podemos dizer que todo organismo vivo a seguir:

UNIDADE 4 111
Quadro 1 - Características dos 7 chakras
Nome
Vórtice Localização Cor
sânscrito

Básico Muladhara Sacro Vermelho

Sacro Swadisthana Pélvis Laranja

Solar Manipura Plexo Solar Amarelo

Cardíaco Anahata Coração Verde

Laríngeo Vishudha Garganta Azul

Visual Ajãna 3º Olho-Shiva Anil

Coronário Sahasrara Moleira Violeta

Fonte: adaptado de Balzano (2002).

No corpo energético do ser humano, há duas correntes de energia


que fluem dos lados direito e esquerdo e que são positiva e nega-
tiva. Cada chakra é como um redemoinho de energia que gira sob
a influência de uma corrente positiva e negativa atuante sobre ele.
Assim, cada vórtice gira em direção oposta aos que estão acima e
abaixo de si mesmo (BALZANO, 2002).
Agora, veremos um pouco mais sobre cada chakra de forma
individual, para que, ao final da unidade, consigamos associá-lo às
cores e aos tratamentos na prática clínica.

112 Cromoterapia
Chakra Básico ou
Muladhara ou da Raiz

O nome Muladhara é traduzido como “raiz” ou


“base”. No ensinamento esotérico oriental, ele é
simbolizado por uma flor de lótus vermelha viva
com quatro pétalas (Figura 2). No centro da fi-
gura, há um quadrado levemente amarelo que
representa a terra e sua estabilidade.

Figura 2 - Símbolo representativo do Chakra Muladhara

O vermelho é a sua cor dominante, cabendo a ele servir de ponto de ligação entre nós e este planeta.
As crianças tendem a amá-lo porque, enquanto não chegarem à puberdade, não estão plenamente
ligadas ao planeta.
Este chakra está localizado na base da coluna vertebral (Figura 3), na região sacra, irradiando para
baixo (ligando o indivíduo com a terra) e tem como funções gerais manter a estrutura óssea e alimentar
o sistema nervoso central e periférico (BALZANO, 2002; WILLS, 1995).

As partes do corpo afetadas


por esse centro são as pernas,
os pés, os ossos, o intestino gros-
so, a coluna vertebral e o sistema
nervoso. Quando funciona ple-
namente, dá à pessoa uma forte
vontade de viver no plano físico,
deixando-a cheia de vitalidade e
energia (WILLS, 1995).
Se bloqueado, os níveis de
energia do indivíduo ficarão
Chakra
Muladhara baixos, fazendo a pessoa sentir
que não é possível realizar suas
tarefas cotidianas e deixando-a
sem entusiasmo.
Figura 3 - Localização do Chakra Muladhara

UNIDADE 4 113
Chakra Sacro
ou Swadisthana

O sentido literal da palavra Swadisthana é “do-


micílio próprio”. Ele é simbolizado por um lótus
laranja com seis pétalas que irradiam esta cor (Fi-
gura 4) e está relacionado com espiritualidade e
vitalidade do corpo.

Figura 4 - Símbolo representativo do Chakra Swadisthana

Responsável pela interligação do Espírito com o astral, por meio do canal conhecido como Cordão de
Prata, está situado entre o púbis e o umbigo (Figura 5).

Este centro está associado com


o sexo e o despertar da puber-
dade, sendo considerada a se-
gunda energia mais poderosa
de um ser humano, ficando
atrás apenas da força vital do
centro da raiz (WILLS, 1995;
BALZANO, 2002).
O Swadisthana está vincu-
lado com as emoções de medo
Chakra e ansiedade e com a pele, os
Swadisthana
órgãos reprodutores (princi-
palmente femininos), os rins, a
bexiga, o sistema circulatório, o
sistema linfático e as glândulas
suprarrenais (WILLS, 1995).
Figura 5 - Localização do Chakra Swadisthana

114 Cromoterapia
Chakra Solar ou Manipura

A palavra Manipura significa “cidade de joias” ou


“repleto de joias”. O chakra leva esse nome por ser
o centro do fogo, o ponto focal do calor que irradia
como um sol dourado.
Ele é descrito como um lótus amarelo brilhante
de dez pétalas, onde, no seu centro, há o desenho
de um triângulo virado para baixo (Figura 6)
(WILLS, 1995).

Figura 6 - Símbolo representativo do Chakra Manipura

Localizado entre a décima segunda vértebra torácica e a primeira vértebra lombar (Figura 7), ele
representa o centro da vitalidade dos corpos físico e psíquico, pois gera o calor necessário para a ma-
nutenção da vida.

No nível astral ou emocional,


esse centro está ligado ao dese-
jo e às emoções e exige atenção
especial em pessoas que care-
cem de confiança e coragem.
Chakra
Manipura
A nível físico, está associado
especialmente com o processo
de digestão e absorção e exerce
influência sobre a respiração, o
diafragma, o estômago, o duo-
deno, a vesícula biliar, o fígado e
o pâncreas (WILLS, 1995; BAL-
ZANO, 2002).
Figura 7 - Localização do Chakra Manipura

UNIDADE 4 115
Chakra Cardíaco
ou Anahata

A palavra Anahata significa o “intocado” e este


chakra é representado por um lótus verde de 12
pétalas com um hexagrama (como na estrela de
Davi) no centro, associado ao elemento ar e ao
sentido do tato (Figura 8).

Figura 8 - Símbolo representativo do Chakra Anahata

De acordo com Wills (1995), sua localização no corpo humano é entre a quarta e a quinta vértebras
torácicas (Figura 9), estando associado com o coração, o sistema circulatório, os pulmões, o sistema
respiratório, imunológico, os braços e mãos e o timo.

Chakra
Anahata

Esse é o centro responsável pelo


sentimento do amor, seja ele
puramente egoísta ou compas-
sivo e cuidadoso, agindo como
fonte motivadora e liberando
adrenalina (WILLS, 1995; BAL-
ZANO, 2002).
Figura 9 - Localização do Chakra Anahata

116 Cromoterapia
Chakra Laríngeo
ou Vishudha

Vishudha significa purificar, razão que faz esse


chakra ser o centro da purificação do ser. Ele é
simbolizado por uma flor de lótus de cor azul
com 16 pétalas e um triângulo no centro com o
vértice para baixo, contendo um círculo branco
(Figura 10) (WILLS, 1995).

Figura 10 - Símbolo representativo do Chakra Vishudha

Esse chakra se associa ao elemento éter e ao sentido da audição, estando localizado no centro da gar-
ganta (Figura 11). No nível físico, rege o sistema nervoso, os órgãos reprodutores femininos, as cordas
vocais, os ouvidos e as glândulas tireoides e paratireoides.

Este é o centro criativo, especial-


Chakra mente da palavra falada, em que
Vishudha
a garganta é conhecida como a
ponte que cruzamos para passar
do domínio físico ao espiritual.
Desequilíbrios desse Chakra
podem provocar asma, verti-
gens, alergias, anemia, fadiga,
laringite, dor de garganta, pro-
blemas menstruais, problemas
respiratórios e de pele, senti-
mento de vazio e dificuldade de
autoexpressão (WILLS, 1995).
Figura 11 - Localização do Chakra Vishudha

UNIDADE 4 117
Chakra Visual ou Ajãna

A palavra Ajãna significa “comando”, e é nesse cen-


tro que recebemos as ordens do Eu superior. Ele
é descrito como tendo duas pétalas de cor anil,
envoltas por um círculo contendo um triângulo
no centro de vértice voltado para baixo (Figura
12) (WILLS, 1995; BALZANO, 2002).
Figura 12 - Símbolo representativo do Chakra Ajãna

Pelo fato de estar localizado no centro da testa (Figura 13) e por relacionar-se com os dons da telepatia
e do saber, é denominado, muitas vezes, de Chakra do “Terceiro olho”.

Chakra
Ajãna
No nível físico está vinculado
com os olhos, o nariz, os ou-
vidos, o cérebro e a glândula
pineal; a nível emocional, pode
levar o indivíduo à sensação de
cansaço, irritabilidade, confusão
e pensamentos rígidos (WILLS,
1995; BALZANO, 2002).
Se desequilibrado, pode
provocar problemas nos seios
nasais, catarro, estado febril, in-
sônia, tensão mental, neurite e
enxaqueca (WILLS, 1995).
Figura 13 - Localização do Chakra Ajãna

118 Cromoterapia
Chakra Coronário
ou Sahasrara

O Sahasrara, também, conhecido como “Chakra


da Coroa” ou “Chakra de Mil Pétalas”, é represen-
tado por um lótus de mil pétalas de cor violeta
(Figura 14) com raios vibratórios em tons pálidos
e esmaecidos condensados na parte superior da
cabeça (WILLS, 1995; BALZANO, 2002).

Figura 14 - Símbolo representativo do Chakra Sahasrara

Situado logo acima do topo da cabeça (Figura 15), fora do corpo físico, ele se vincula com a glândula
hipófise e, principalmente, com a consciência superior do verdadeiro eu, irradiando a dignidade, o
respeito por si mesmo e a cura (WILLS, 1995; BALZANO, 2002).

Chakra
Sahasrara
Quando esse centro está aberto,
a pessoa vê a sua própria espiri-
tualidade e consegue trabalhar
com os três chakras superiores
em conjunto: Vishudha, Ajãna e
Sahasrara, alcançando um nível
espiritual muito elevado.
Agora que aprendemos um
pouco sobre a natureza da luz
e das cores, os sete Chakras e as
cores do espectro solar, vamos
conhecer algumas patologias fí-
sicas e emocionais dos seres hu-
manos e como propor tratamen-
tos utilizando a cromoterapia.
Figura 15 - Localização do Chakra Sahasrara

UNIDADE 4 119
Aplicações
das Cores

Como visto anteriormente, a cor apresenta com-


primentos de onda, e estes são capazes de afetar o
tecido vivo – corpo e mente (MADEIRA, 2012).
A ciência moderna reconhece que as ondas
eletromagnéticas que ocupam as extremidades
superior e inferior do espectro podem afetar os
seres humanos e usa esses raios para tratar en-
fermidades, como os raios infravermelhos, a luz
ultravioleta, os raios X e os raios gama. No entan-
to, muitas vezes, tratamentos com estes recursos
provocam muitos efeitos colaterais e de grande
intensidade (WILLS, 1995; HUMANIVERSIDA-
DE HOLÍSTICA, [2020]).
Sabendo disso, porque não utilizar as cores
visíveis do espectro solar, que também são capazes
de afetar as pessoas, em tratamentos de patologias
do corpo e da mente, com praticamente nenhum
efeito colateral?
Pensando nisso, muitos terapeutas têm utili-
zado a cromoterapia em sua prática clínica com
excelentes resultados e nós compreenderemos um
pouco mais sobre essas técnicas.

120 Cromoterapia
Um dos recursos usados são tratamentos com pedras, associa-
dos à cromoterapia, como pode ser visto na Figura 16. As pedras
utilizadas normalmente são cristal de quartzo, angelita, moldavita,
ametista, sodalita, lápis lazúli, azurita, cianita azul, água marinha,
quartzo azul, quartzo verde, amazonita, quartzo rosa, citrino, olho
de tigre, calcita mel, calcita laranja, cornalina, jaspe madeira, jaspe
vermelho, turmalina negra e a obsidiana.

Figura 16 - Pedras para massagem, equilíbrio dos chakras e cromoterapia

Além disso, podemos associar os Chakras com as pedras e po-


tencializar os efeitos em protocolos de tratamentos. Na Figura
17, estão apresentadas os Chakras e as pedras relacionadas com
cada um deles.

UNIDADE 4 121
OS 7 CHAKRAS

SAHASRARA 7 Coronal
Chakra da iluminação, faz a ligação com os planos da luz

AJÃNA 6 Frontal
Chakra da intuição, percepção espiritual e paranormalidade

VISHUDHA 5 Laríngeo
Chakra da comunicação, verdade pessoal e criatividade

ANAHATA 4 Cardíaco
Chakra do amor, que faz a circulação de toda a energia

MANIPURA 3 Plexo Solar


Chakra da identidade e força pessoal

SWADISTHANA 2 Umbilical
Chakra da criatividade, sexualidade e busca pela felicidade

MULADHARA 1 Raiz
Chakra da sobrevivência e necessidades físicas

Jaspe Vermelho Cornalina Citrino Quartzo Verde Quartzo Azul Lápis Lazúli Cristal de Quartzo

Turmalina Negra Calcita Laranja Olho de Tigre Amazonita Cianita Azul Sodalita Angelita

Obsidiana Jaspe Madeira Calcita Mel Quartzo Rosa Água Marinha Azurita Moldalvita

Pedras para equilíbrio dos chakras e cromoterapia

Figura 17 - As pedras e os Chakras


Fonte: adaptada de Rodrigues (2019, on-line)4.

122 Cromoterapia
Células de uma mesma área do corpo emitem, do seu núcleo, uma vibração colorida característica.
Quando saudável, a cor irradiada é sempre a mesma, mas quando adoece, a cor muda para mais
forte ou mais fraco, dependendo do que está acontecendo (WILLS, 1995; HUMANIVERSIDADE
HOLÍSTICA, [2020]).
Assim, podemos aplicar as cores no corpo por meio de diversas técnicas que podem ou não incluir
o uso de equipamentos. Entre os métodos, podemos citar a meditação, o uso de cristais e a influência
do ambiente, alimentos e vestimentas.
O tempo de aplicação varia de acordo com a quantidade de cores a serem utilizadas, e sempre
devemos começar e terminar um tratamento com a cor azul fazendo uma varredura (HUMANIVER-
SIDADE HOLÍSTICA, [2020]):
• 1 cor: 20 minutos.
• 2 cores: 10 minutos cada.
• Acima de 3 cores: 5 minutos cada.

Técnicas de Aplicação Respiração

Veremos algumas técnicas de aplicação das cores Essa técnica é baseada na energia psíquica e força
em protocolos de tratamentos. do pensamento. Com este método, a cor neces-
sária é visualizada e inalada na direção da parte
prejudicada do corpo.
Água solarizada Para realizá-la, basta imaginar a cor da qual
necessita e inspirar profundamente associando-a
Para esta técnica, são necessários um copo com ao ar. Ao expirar, imagine que as energias nocivas
água e um solarizador (caixa triangular com a para o organismo estão sendo expelidas e inspire
parte superior e inferior feitas com vidro colorido) novamente.
ou uma garrafa de vidro colorido ou envolto em
celofane.
Basta colocar algumas gotas de corante ali- Vestimentas
mentício dentro da garrafa com água e levá-la
ao sol. Os raios solares que atravessarem o vidro Utilizá-las de acordo com o efeito que desejamos
e penetrarem a água serão somente aqueles da provocar no indivíduo (ou em nós mesmos). Isto
cor que estiver envolvendo a garrafa, portanto, é, utilizar roupas de cor mais quentes quando
este processo deixará a água com a energia da cor desejamos aumentar a disposição e o humor e
(WILLS, 1995; HUMANIVERSIDADE HOLÍS- roupas de tons mais claros para trazer calmaria e
TICA, [2020]). sensação de relaxamento.

UNIDADE 4 123
Ambientes Aplicação direta

Esta técnica segue o mesmo princípio das roupas, Entre as diversas utilizações da cromoterapia, a
na qual reproduziremos nas cores do ambiente as mais conveniente é a aplicação de um foco lumi-
sensações que desejamos provocar no indivíduo. noso diretamente sobre o corpo, em um aposento
escuro, durante meia hora, todos os dias. A luz
deve partir de uma lâmpada colorida, colocada
num spot e irradiar-se por todo o corpo, prin-
cipalmente sobre a cabeça. Podem ser utilizados
Hoje em dia, as cores estão sendo usadas com ob- equipamentos específicos, como o bastão cromá-
jetivos terapêuticos. Maternidades estão usando tico, ou equipamentos de colorpuntura (Figura
a luz azul no tratamento de crianças recém-nas- 18) (que associam a cromoterapia com os pontos
cidas com icterícia. A luz azul tem um ótimo re- de acupuntura corporais).
sultado sobre este caso, sendo que antes a única
opção era uma arriscada transfusão de sangue.
Outro exemplo interessante são os quartos pin-
tados de cor-de-rosa em penitenciárias para acal-
mar prisioneiros violentos nos Estados Unidos.
Esses quartos são pintados de um brilhante cor-
-de-rosa e acalmam prisioneiros violentos numa
fração de segundos. Ainda em segundos, há uma
redução da força muscular, mostrando que a cor A aplicação de cores com caneta de luz ou focos
tem efeitos físicos e emocionais. de lâmpadas coloridas, é chamada de Cromo-
Fonte: adaptado de Humaniversidade Holística puntura.
([2020]). Fonte: Raízes da Energia (2014, on-line)5.

Figura 18 - Equipamento
de Colorpuntura

124 Cromoterapia
As Patologias e as Cores

Agora que você viu algumas maneiras de aplicar as cores, a seguir


serão apresentadas as principais indicações e contraindicações tera-
pêuticas de cada cor, e fica o convite para que você adeque a melhor
técnica de aplicação com a queixa do seu paciente.

Vermelho
• Efeitos: aumenta a pressão sanguínea e os ritmos respiratórios.
• Indicações: alterações cardiovasculares não congestivas, pressão baixa, insuficiência cardíaca,
anemia, fraqueza nervosa, impotência sexual, tristeza, depressão, melancolia, desinteresse pela
vida e pelas coisas, excesso de práticas psíquicas (yoga, meditação etc.), doenças musculares
atróficas, paralisias musculares, preguiça e doenças debilitantes em geral (HUMANIVERSIDADE
HOLÍSTICA, [2020]; BALZANO, 2002).
• Contraindicações: ira, nervosismo, tensão emocional excessiva, pressão alta, exaltação sexual,
tensão pré-menstrual, paranoias, esquizofrenias com agitação, fase maníaca do distúrbio afetivo
bipolar (mais útil na fase depressiva), cãibras musculares, doenças do fígado e da vesícula biliar,
insônia e excitabilidade exagerada (HUMANIVERSIDADE HOLÍSTICA, [2020]; BALZANO, 2002).

Laranja
• Efeitos: antiespasmódico, sendo, portanto, aplicado a casos de espasmos musculares e cãibras
de qualquer natureza. Fortalece e expande os pulmões; tonifica o estômago e ajuda no meta-
bolismo do cálcio. Ameniza as perturbações emocionais que afetam o estômago, porém pode
causar vômito. É responsável pelo estímulo das glândulas mamárias, aumentando a produção
de leite após o parto (HUMANIVERSIDADE HOLÍSTICA, [2020]; BALZANO, 2002).
• Indicações: fortalece as funções mentais.
• Contraindicações: pacientes que apresentam abuso de poder/egocentrismo (HUMANIVERSIDADE
HOLÍSTICA, 2019; BALZANO, 2002).

Verde
• Efeitos: leve contração dos músculos involuntários.
• Indicações: depressão crônica, complexo de inferioridade, psicose maníaco-depressiva, perso-
nalidade fraca, medo do fracasso, falta de motivação, autoestima diminuída, prisão de ventre,
falta de memória, crianças desatentas (HUMANIVERSIDADE HOLÍSTICA, [2020]; BALZANO, 2002).
• Contraindicações: hipocondria, sadismo, masoquismo, megalomania, úlcera gástrica e duodenal
(úlceras pépticas), cólicas menstruais, espasmos viscerais, diarreias dolorosas (HUMANIVERSIDADE
HOLÍSTICA, [2020]; BALZANO, 2002).

UNIDADE 4 125
Amarelo
• Efeitos: provoca o aumento da produção de sucos gástricos, responsáveis por uma boa diges-
tão. Tem capacidade tanto de estimular como de restaurar as células debilitadas. Capacidade de
purificar todo o corpo, mas em especial na pele, manifestam-se suas poderosas propriedades
curativas, estimulando a regeneração dos tecidos, acelerando o processo da cicatrização. O
amarelo tem ação antidistônica, estabelecendo certo grau de equilíbrio entre o sistema nervoso
simpático e o parassimpático. Como o vermelho, o amarelo também tende a elevar um pouco
a pressão sanguínea, só que com menos intensidade. Reduz levemente a produção de ácidos
gástricos (HUMANIVERSIDADE HOLÍSTICA, [2020]; BALZANO, 2002).
• Indicações: cicatrizes, manchas, pápulas, pústulas, comedões, furúnculos, manias, ideias fixas,
preocupação excessiva, fixação em aspectos materiais da vida, como lucros, acúmulos de bens
etc., estafa mental, excesso de senso de responsabilidade, fraqueza com pressão baixa, úlceras
gástrica e duodenal, choro excessivo e constante, falta de confiança no futuro, diarreias nervosas,
colites nervosas e doenças psicossomáticas em geral.
• Contraindicações: imaturidade, infantilidade, transtornos mentais, síndrome de Down, crianças
com distúrbios da fala, mau desenvolvimento psicomotor, pressão alta, atraso menstrual, falta
de memória, baixa capacidade de concentração e de cálculo (HUMANIVERSIDADE HOLÍSTICA,
[2020]; BALZANO, 2002).

Azul
• Efeitos: relaxa o corpo e regula o desenvolvimento harmonioso dos tecidos e da estrutura or-
gânica, sendo considerado um grande regenerador celular. Produz efeito calmante, refrescan-
te, absorvente e analgésico em todos os órgãos e sistemas do corpo humano. Possui intensa
ação purificadora que limpa as impurezas do organismo. Tem efeito antisséptico, bactericida
e estabilizador. Redução do pulso, redução leve da frequência cardíaca, diminuição do ritmo
respiratório, redução da pressão sanguínea, inibição da descarga de adrenalina, efeito hipnó-
tico no sistema nervoso central. Com a redução dos ritmos cardiocirculatórios, respiratórios e
nervosos, o organismo tende a recarregar-se energeticamente (HUMANIVERSIDADE HOLÍSTICA,
[2020]; BALZANO, 2002).
• Indicações: casos de stress, estafa, convalescença, pressão alta, obesidade, taquicardia, palpita-
ção, nervosismo, insônia, ira, irritabilidade, temperamento agressivo, ciúme, medo, insegurança,
ansiedade, alcoolismo, convulsões, esgotamento nervoso, agitação psicomotora, neuroses, in-
fecções bacterianas e fúngicas (por exemplo, micoses) (HUMANIVERSIDADE HOLÍSTICA, [2020];
BALZANO, 2002).
• Contraindicações: não possui contraindicações dignas de destaque. Existe uma certa contraindi-
cação em casos de coma, de estupor, de medos muito acentuados ou fobias (HUMANIVERSIDADE
HOLÍSTICA, [2020]; BALZANO, 2002).

126 Cromoterapia
Anil
• Efeitos: assim como a cor azul, possui propriedades relaxantes, sendo capaz de diminuir os
batimentos cardíacos. Tem efeito dissipador, relaxante das tensões e, ao mesmo tempo, encar-
rega-se de energizar o corpo físico.
• Indicações: stress, ansiedade, nervosismo e agitação (HUMANIVERSIDADE HOLÍSTICA, [2020];
BALZANO, 2002).
• Contraindicações: Não apresenta contraindicações.

Violeta
• Efeitos: atua em diversos órgãos, produzindo equilíbrio entre o sistema simpático e parassim-
pático. O violeta detém o crescimento de tumores. O uso da cor é eficaz nas pessoas nervosas
e excitadas; nestas, o efeito da cor é rápido e visível (HUMANIVERSIDADE HOLÍSTICA, [2020];
BALZANO, 2002).
• Indicações: carência afetiva, autodestruição, crises de personalidade, materialismo excessivo,
remorso e sentimento acentuado de culpa (HUMANIVERSIDADE HOLÍSTICA, [2020]; BALZANO,
2002).
• Contraindicações: mistificação, manias, psicoses, vícios de drogas, alcoolismo, hipoglicemia e
dispersão mental (HUMANIVERSIDADE HOLÍSTICA, [2020]; BALZANO, 2002).

Assim, chegamos ao final da quarta unidade do livro.


Espero que você tenha aproveitado o conteúdo e compreendido as funções das cores, dos Chakras
e como utilizá-los em benefício do cotidiano prático-clínico.
Deixo mais uma vez o meu convite para que você busque mais informações na literatura a respeito
destes conteúdos e se torne profissional com excelência e com ótimos diferenciais.

UNIDADE 4 127
Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução.

1. Entre as terapias alternativas, a cromoterapia tem sido muito utilizada e, in-


clusive, recentemente, em 2018, foi incluída no Sistema Único de Saúde (SUS)
brasileiro, como uma Prática Integrativa e Complementar (PIC).
Diante do exposto, e baseando-se nos conteúdos abordados nesta unidade do
livro, descreva a definição de “CROMOTERAPIA”.

2. O vermelho é a cor que tem o menor comprimento de onda e está na extre-


midade quente do espectro, representando o fogo. Segundo Balzano (2002) e
Wills (1995), é a cor da alegria, do ego, do pensamento forte e do sentimento
apaixonado. É símbolo de vida, força e vitalidade e exprime amor espiritual pela
humanidade.
Sabendo que esta cor pode ser utilizada em protocolos de tratamento, aponte
3 indicações e 3 contraindicações de seu uso para esta finalidade.

128
3. Os Chakras são centros ou órgãos superfísicos por meio dos quais as energias
dos diferentes campos são sincronizadas e distribuídas ao corpo físico. Existem
sete chakras mais evidenciados que vão desde o básico (cóccix) até o mais ele-
vado (coronário); e conforme sobem na anatomia do corpo, aumentam o grau
de complexidade em correspondência ao Universo.
Sabendo disso, e baseando-se no conteúdo desta unidade, analise as afirmações a
seguir como V, para verdadeiro e F para falso, a respeito dos 7 chakras.
I) O chakra Visual, também chamado de Ajãna, é representado pela cor anil e
localiza-se no centro da testa.
II) O chakra cardíaco tem a cor vermelha, e seu nome sânscrito é Anahata.
III) O chakra solar, ou Manipura, é amarelo e representa o centro da vitalidade
dos corpos físico e psíquico.
IV) O chakra básico ou Muladhara é o mais alto entre os 7, localizando-se na
moleira.
V) O Sahasrara, também conhecido como “Chakra da Coroa” ou “Chakra de Mil
Pétalas” é representado por um lótus de mil pétalas de cor violeta.

As afirmativas I, II, III, IV e V são, respectivamente:


a) V - V - V - F - F.
b) F - V - V - F - V.
c) V - F - V - F - V.
d) V - V - V - V - V.
e) F - F - F - F - F.

129
LIVRO

Cromoterapia – O segredo das cores.


Autor: Valcapelli
Editora: Vida e Consciência
Sinopse: o segredo das cores traz um amplo conhecimento sobre a ação das
cores em diversos aspectos da vida dos indivíduos, a influência que cada um
exerce no dia a dia, bem como seu uso correto nos momentos adequados. Um
livro para consultar a todo o instante!

130
AMBER, R. Cromoterapia. São Paulo: Editora Pensamento, 2006.

BALZANO, O. Cromoterapia – Medicina Quântica. Rio de Janeiro: Editora Biblioteca 24 Horas, 2002.

BALZANO, O.; GUIMARÃES, O. M. B.; GUIMARÃES, C. B. Cromoterapia: Tratamento para mais de 100
doenças. São Paulo: Editora LeBooks, 2012. Volume 2.

BELLO, S. R. Cromoterapia. Associação Paulista de Naturologia – ApaNat, 2009. Disponível em: http://www.
apanat.org.br/site/cromoterapia/. Acesso em: 13 jan. 2020.

BRASIL. Ministério da Saúde. Ministério da Saúde inclui 10 novas práticas integrativas no SUS. 12 de
março de 2018. Disponível em: http://www.saude.gov.br/noticias/agencia-saude/42737-ministerio-da-saude-
inclui-10-novas-praticas-integrativas-no-sus. Acesso em: 13 jan. 2020.

CAMARGO, O. N. de. Energia Vital e Cromoterapia. Passo Fundo: Pe. Berthier dos Missionários da Sagrada
Família, 1997.

GASPAR, E. D. Cromoterapia: cores para a vida e para a saúde. Rio de Janeiro: Editora Pallas, 1997.

GERBER, R. Medicina Vibracional: Uma medicina para o futuro. São Paulo: Editora Cultrix, 2002.

GHALIOUNGUI, P. La Médecine des Pharaons – Magie et Science médicale dans l’Egypte ancienne. Éditions
Robert Laffont. Paris, 1983. Disponível em: https://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k3365747b/f10.image.
texteImage. Acesso em: 14 jan. 2020.

HUMANIVERSIDADE HOLÍSTICA. Cromoterapia. São Paulo, [2020]. Disponível em: https://www.


google.com/url?q=https://docplayer.com.br/11738402-Humaniversidade-holistica-cromoterapia.
html&sa=D&ust=1578592813361000&usg=AFQjCNEc6W6n1D8yNemgM8h9uL6juidJFQ. Acesso em: 14
jan. 2020.

KUNZ, D. V. G.; KARAGULLA, S. Os Chakras e os campos de energia humanos. São Paulo: Editora
Pensamento, 1989.

LEADBEATER, C. W. Os Chkaras - os centros magnéticos vitais do ser humano. São Paulo: Editora Pensamento,
2004.

MADEIRA, M. de L. R. Cromoterapia: Harmonia e Equilíbrio usando as cores. 1. ed. Editora clube de autores,
2012. Disponível em: https://books.google.com.br/books?id=X997DwAAQBAJ&printsec=frontcover&hl=pt-
PT&source=gbs_ge_summary_r&cad=0#v=onepage&q&f=false. Acesso em: 14 jan. 2020.

131
MUNDT, B.; BENTO, V. A.; THIVES, F.; MACHADO, M. A Influência e Benefício das Cores da Cromoterapia
através do Cosmético Maquiagem. Siaibib, on-line. Disponível em: http://siaibib01.univali.br/pdf/Bruna%20
Mundt,%20Vanessa%20Bento.pdf. Acesso em: 13 jan. 2020.

WILLS, P. Manual de Reflexologia e Cromoterapia – Combinando as técnicas dessas duas modalidades


de cura com os conhecimentos da energia que flui através da aura e dos chakras. 1. ed. São Paulo: Editora
Pensamento, 1995.

WILLS, P. Manual e Cura pela cor – Um programa completo de cromoterapia. São Paulo: Editora Pensamento,
2000.

REFERÊNCIAS ON-LINE

Em: https://dicionario.priberam.org/espectro. Acesso em: 13 jan. 2020.


1

Em: http://www.astro.iag.usp.br/~ronaldo/intrcosm/Glossario/Angstrom.html. Acesso em: 13 jan. 2020.


2

Em: https://conceito.de/quantum. Acesso em: 13 jan. 2020.


3

Em: https://guiadaalma.com.br/cristaloterapia-terapia-dos-cristais/. Acesso em: 14 jan. 2020.


4

Em: http://raizesdaenergia.blogspot.com/2014/01/acunpuntura-sem-agulhas.html. Acesso em: 14 jan. 2020.


5

132
1. Cromoterapia, do grego Kromos = cor e Terapheia = tratamento, é definida como a ciência que estabiliza o
campo eletromagnético das células, por meio da incidência de focos luminosos, com as cores do espectro
solar, visando restaurar a saúde do paciente (BALZANO, 2002; MADEIRA, 2012).

Segundo Balzano, Guimarães e Guimarães (2012), também pode ser definida como a ciência que utiliza
as cores do espectro solar para restaurar o equilíbrio físico energético em áreas do corpo atingidas por
alguma disfunção, fundamentada em outras três ciências: Medicina, Física e Bioenergética.

2. Indicações: alterações cardiovasculares não congestivas, pressão baixa, insuficiência cardíaca, anemia,
fraqueza nervosa, impotência sexual, tristeza, depressão, melancolia, desinteresse pela vida e pelas coisas,
excesso de práticas psíquicas (yoga, meditação etc.), doenças musculares atróficas, paralisias musculares,
preguiça e doenças debilitantes em geral (HUMANIVERSIDADE HOLÍSTICA, [2020]; BALZANO, 2002).

Contraindicações: em casos de ira, nervosismo, tensão emocional excessiva, pressão alta, exaltação sexual,
tensão pré-menstrual, paranoias, esquizofrenias com agitação, fase maníaca do distúrbio afetivo bipolar
(mais útil na fase depressiva), cãibras musculares, doenças do fígado e da vesícula biliar, insônia e excita-
bilidade exagerada (HUMANIVERSIDADE HOLÍSTICA, [2020]; BALZANO, 2002).

3. C.

133
134
135
CONCLUSÃO

Caro(a) aluno(a), chegamos ao final da disciplina de Aromaterapia e Cro-


moterapia. Aqui, você conheceu um pouco sobre duas práticas de terapias
integrativas e complementares que podem ser utilizadas em tratamentos
de forma isolada ou combinada com outras técnicas.
Associar os aromas em nosso trabalho pode trazer muitos benefícios
para a prática clínica, mas, para isso, devemos conhecer as formas corretas
de aplicá-las, bem como durante a anamnese, saber coletar o que agrada
nosso paciente/cliente, pois os odores, por exemplo, “mexem” com nosso
emocional.
Você conheceu a aromaterapia e toda a complexidade que a envolve,
tais como as diferenças entre óleos essenciais, essências sintéticas e óleos
vegetais, como nosso corpo responde a estímulos olfativos, como utilizar os
óleos essenciais e quais as melhores técnicas de aplicação e a melhor forma
de avaliar seu paciente e selecionar o melhor protocolo para ele.
Aprendeu, também, sobre a cromoterapia, uma técnica bastante antiga e
complexa que relaciona ondas eletromagnéticas emitidas pelas cores para
tratamentos de doenças e situações que atingem os indivíduos.
Assim como os aromas, as cores também exercem influência na vida das
pessoas. Muitas marcas bem-sucedidas, já utilizam o poder das cores há
muitos anos, como na identidade visual das empresas, influenciando nossas
emoções e favorecendo sentimentos que podem otimizar tratamentos que
somam a cromoterapia, sendo, em muitos casos, essencial no bem-estar de
nosso paciente.
Com isso, você está apto a começar a utilização dessas técnicas na sua
prática clínica, no entanto, não pode esquecer que são complexas e precisam
ser mais exploradas e estudadas para que você apresente ao seu cliente com a
maior excelência possível, e como já disse, e repito, torne-se um profissional
de destaque e referência em sua área de atuação.
Espero ter contribuído com a sua formação e te desejo todo o sucesso
do mundo.

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