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Raissa Araújo Mendes e Ronan Silva Cardoso
MANUAL DE AROMATERAPIA
Volume 5
Farmacologia Aplicada à Aromaterapia
2ª edição
Brasília-DF/Brasil
Edição dos autores
2020
ORGANIZAÇÃO
Apotecários da Floresta
TEXTOS
Raissa Mendes e Ronan Cardoso
ILUSTRAÇÕES
Adobe Stock
Apresentação .......................................................................................... 1
Introdução à Farmacologia ............................................................ 2
Farmacocinética ................................................................................... 5
Farmacodinâmica ............................................................................. 25
Interações medicamentosas ...................................................... 41
Toxicidade .............................................................................................. 45
Os autores ............................................................................................... 74
Referências ........................................................................................... 76
Saudações, aromaterapeuta!
Vamos descobrir?
1
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Introdução à Farmacologia
2
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integridade), seriam consideradas fármacos, uma vez
que ambos são substâncias ativas, ou seja, substâncias
que interagem com o organismo provocando alguma
alteração fisiológica. Mas não confundamos: um óleo
essencial não é um fármaco, mas é uma substância
líquida volátil composta por centenas de “fármacos
naturais” – as moléculas aromáticas.
Fazer estas relações entre óleos essenciais e
fármacos pode confundir, porque geralmente fala-se
de fármaco no contexto da Farmacologia Clássica, que
vai estudar as substâncias isoladas, na maioria das
vezes sintéticas. Mas não precisamos fazer confusão
entre um medicamento produzido com fármacos
sintéticos e uma substância natural rica e complexa
como um óleo essencial, porque de fato são diferentes
tanto em estrutura quanto em efeito. Todavia, é
ingênuo (e perigoso) desconsiderar que as moléculas
presentes nos OEs possuem ação farmacológica.
Aromafarmacologia
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as moléculas dos OEs e o organismo, dentro do que aqui
chamamos de Aromafarmacologia.
Para a Farmacologia – ou melhor, para a
Aromafarmacologia –, os óleos essenciais são, então,
substâncias compostas por moléculas aromáticas que
possuem determinadas estruturas químicas capazes
de interagir com o organismo, produzindo respostas
fisiológicas que poderiam trazer tanto efeitos
terapêuticos quanto, a depender de inúmeros fatores,
toxicidade.
Por esse motivo, é fundamental que
compreendamos os pormenores desse campo da
ciência, com o objetivo de utilizar os óleos essenciais
com segurança e eficácia terapêutica. Para tal,
iniciaremos no estudo da Farmacocinética, da
Farmacodinâmica, da Psicofarmacologia, das
Interações Medicamentosas e da Toxicidade.
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Farmacocinética
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Administração
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mas estas não utilizamos na prática
aromaterapêutica.
Um dos pontos a serem considerados na escolha da
via de administração é a biodisponibilidade da
molécula, ou seja, o quanto daquela molécula
permanece intacta até chegar na corrente sanguínea.
Uma molécula é 100% biodisponível quando, por
exemplo, a via de administração é intravenosa. Das
vias acima, a mais favorável a uma biodisponibilidade
mais íntegra é a sublingual, seguida da inalatória,
vaginal e retal.
Inalatória
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olfato) podem se beneficiar desta forma de uso, já que
as moléculas aromáticas não necessariamente
precisam da percepção olfativa para atuarem em
nosso organismo.
Cutânea
1
Quanto ao termo tópico, alguns autores podem se referir não somente ao uso na pele,
na parte externa do corpo, mas também ao uso em mucosas, boca, gengiva etc. Neste
material nós distinguimos o uso na pele, e chamamos de cutâneo, dos usos internos.
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Oral
Sublingual
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feita a partir da aplicação do OE diluído diretamente
debaixo da língua. Ela é preferível ao uso oral tanto
por fazer com que as moléculas aromáticas tenham
uma biodisponibilidade maior quanto pela segurança
no uso.
Vaginal
Retal
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Absorção
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Inalatória
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processamento de emoções, memórias e
comportamento sexual, além de estruturas corticais,
trazendo a percepção do odor e estimulando funções
psicológicas e cognitivas.
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outras, embora inspiradas, podem ser exaladas antes
da absorção, indo para a corrente sanguínea de fato
apenas uma parcela das moléculas. A exemplo, um
estudo identificou que, em uma inalação do óleo
essencial de laranja-doce (Citrus sinensis), 8% do alfa-
pineno inalado foi exalado antes mesmo de ser
absorvido.2
Cutânea
2
FALK-FILIPSSON, A. et al. Uptake, distribution and elimination of alpha-pinene in man
after exposure by inhalation. Scandinavian Joural of Work Enviroment and Health, v.
16, p. 372-378, 1990.
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sesquiterpênicas. Quanto menor a molécula, mais fácil
a absorção dela na pele.
As moléculas dos OEs, especialmente as menores,
podem também atuar como enhancers (melhoradores)
da absorção de outras substâncias. Inclusive, há
estudos demonstrando que a presença de moléculas
aromáticas menores facilitam a absorção de moléculas
maiores – inclusive de outras substâncias além dos OEs
– quando utilizadas juntas (em cosméticos e sinergias
aromaterapêuticas, por exemplo).3
O estrato córneo (e todas as demais estruturas da
pele) podem ser mais espessas ou mais finas a
depender do local do corpo. Na face e no couro cabeludo,
por exemplo, o estrato córneo é mais fino e, portanto, a
absorção das moléculas acontece mais rapidamente. Já
em locais como as mãos e os pés, ele é mais espesso,
tornando a absorção mais lenta.
Outra forma de contato com a pele para absorção
é a partir dos pelos, com penetração através do bulbo
do folículo sebáceo dos pelos do corpo e do cabelo. Por
esse motivo, é possível que em alguns locais do corpo
em que há mais pelo a absorção seja maior e mais
rápida.
3
WILLIAMS, A. C.; BARRY, B. W. Terpenes and the lipid-protein-partitioning theory of skin
penetration enhancement. Pharmacology Research, v. 8, p. 17-24, 1991.
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Após a penetração no estrato córneo ou a partir
dos folículos pilosos, as moléculas aromáticas
atravessam a epiderme e a derme e, como a hipoderme
(camada mais profunda da pele) é bastante
vascularizada, a partir desse momento as moléculas
são levadas diretamente para a corrente sanguínea
após a absorção.
Oral
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Se nos alimentarmos logo antes da administração
oral, é possível que tenhamos náuseas e que a absorção
e distribuição fiquem mais lentas. Além disso, uma
metabolização (metabolização de 1ª passagem) pode
começar a acontecer já no trato digestivo, quebrando
algumas moléculas aromáticas no estômago, como os
ésteres, que podem se tornar agressivos para o trato
digestivo a depender da dose administrada.
Sublingual
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Vaginal
Retal
Distribuição
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olfativos ectópicos presentes em diversos tecidos e vai
chegar ao local onde vai atuar. Em grávidas, as
moléculas também são distribuídas para a placenta e
feto.
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dose mínima e a dose máxima chamamos de janela
terapêutica.
Então, para medir o quanto de ativo é preciso para
ter uma determinada ação terapêutica e em quanto
tempo, utiliza-se a informação da concentração
plasmática, ou seja, da concentração daquela
substância na corrente sanguínea.
Em um gráfico de concentração plasmática,
podemos ver que após a administração de uma
determinada substância ativa, ela começa a fazer
efeito terapêutico, ultrapassando a dose mínima,
alcançando sua dose máxima e posteriormente
diminuindo a sua concentração até não estar mais
presente no plasma.
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Metabolização
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são metabolizadas no fígado. Todavia, também
encontramos estas enzimas em outros tecidos do
corpo, como nos rins e intestinos, que também são
órgãos de eliminação.
A depender da via de administração e local de
absorção, é possível que algumas destas moléculas
sejam metabolizadas ainda durante a absorção e
distribuição (metabolização de primeira passagem), o
que pode tanto diminuir sua eficácia terapêutica
quanto facilitar sua atuação.
Ademais, algumas substâncias aromáticas
metabolizadas (chamadas de metabólitos) podem ter
atuação terapêutica por vezes maior que a substância
não-metabolizada. Um exemplo é o limoneno, que é
biotransformado em ácido perílico e álcool perilil, cuja
capacidade antitumoral pode ser mais efetiva que a do
próprio limoneno.
Outra informação importante é que algumas
moléculas que não foram completamente
metabolizadas podem ou retornar aos para serem
biotransformadas (as com capacidade lipofílica maior,
como as de sesquiterpenos) a partir da reabsorção ou
até mesmo serem eliminadas em sua integridade (já
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foram encontradas moléculas de fenóis quase
completamente íntegras na urina).
Eliminação
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atravessar membranas e já estão prontas para sair do
corpo via urina. E as que ainda permanecem apolares
e hidrofóbicas geralmente são reabsorvidas para
novas tentativas de metabolização.
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Farmacodinâmica
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As interações moleculares
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também serão absorvidas e distribuídas para o
plasma, alcançando outras células e órgãos dentro do
corpo.
Ação antibacteriana
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da bactéria, diminuindo também a resistência de
bactérias.
Um fato interessante sobre a ação em bactérias é
que não há resistência bacteriana contra óleos
essenciais, e os OEs são inclusive capazes de eliminar
superbactérias que costumam ser resistentes a
medicamentos. Como em Aromaterapia geralmente
não utilizamos as moléculas isoladas, mas o OE em sua
integridade, composto por centenas de moléculas
diferentes, as bactérias não são capazes de
desenvolver resistência a elas, ao contrário do que
ocorre com os medicamentos convencionais, em que
há, quando muito, apenas duas ou três moléculas
ativas.
Exemplos de moléculas aromáticas com esta ação
são o terpinen-4-ol (componente majoritário do OE de
Melaleuca alternifolia), timol (presente em Thymus
vulgaris), carvacrol (presente em Origanum vulgare)
e eugenol (presente em Eugenia caryophillus).
Ação antifúngica
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permeabilidade celular dos fungos e/ou um bloqueio na
produção de ergosterol (lipídio similar ao colesterol em
humanos, cuja função é basicamente construir e
manter as membranas celulares).
Assim, há uma diminuição da permeabilidade das
membranas, deformando a superfície delas e
diminuindo a capacidade de os fungos aderirem às
mucosas humanas, o que diminui também sua
capacidade contaminante. Além disso, ocorre uma
lesão na estrutura do fungo e bloqueio à formação dos
micélios.
Exemplos de moléculas aromáticas com esta ação
são o timol (presente em Thymus vulgaris), carvacrol
(presente em Origanum vulgare), eugenol (presente
em Eugenia caryophillus), limoneno (presente em
Citrus limon) e trans-anetol (presente em Illicium
verum).
Ação antiviral
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diminuição da proteção do vírus, fazendo com que ele
fique despido e seja facilmente detectado pelas células
de defesa do organismo, para que elas próprias
destruam o vírus.
Exemplos de moléculas aromáticas com esta ação
são o timol (presente em Thymus vulgaris), carvacrol
(presente em Origanum vulgare), eugenol (presente
em Eugenia caryophillus), limoneno (presente em
Citrus limon) e trans-anetol (presente em Illicium
verum). Ademais, vale ressaltar que estas moléculas
também têm ação imunomoduladora, o que fortalece a
defesa do corpo contra estes patógenos.
Ação anti-inflamatória
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Praticamente todos os OEs atuarão, em algum
grau, sobre as COX e as prostaglandinas, mas algumas
das principais responsáveis por esta ação anti-
inflamatória mais importante terapeuticamente são o
alfa-bisabolol (encontrado na Matricaria recutita), o
camazuleno (também presente na Matricaria
recutita), o beta-cariofileno (encontrado na Copaifera
officinalis e na Eugenia cryophillus) e o eugenol
(Eugenia caryophillus e folhas de Cinnamomum
zeylanicum).
Ação analgésica
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recutita), o beta-cariofileno (encontrado na Copaifera
officinalis e na Eugenia cryophillus), o eugenol
(Eugenia caryophillus e folhas de Cinnamomum
zeylanicum), o salicilato de metila (na Gaultheria
procumbens), a cânfora (encontrado na Cinnamomum
camphora qt. canfora) e o mentol (encontrado na
Mentha piperita).
Ação antialérgica
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Ação antitumoral e anticarcinogênica
Ação antidepressiva
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(monoaminoxidase, enzima responsável por degradar
a serotonina na fenda sináptica, o que diminui sua
transmissão a outros neurônios).
Algumas das principais moléculas com esta ação
são o linalol (presente na Lavandula angustifolia, no
Cinnamomum camphora linaloliferum e na Salvia
sclarea) e o acetato de linalila (presente
principalmente na Lavandula angustifolia e na Salvia
sclarea).
Ação ansiolítica
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VOCÊ SABIA?
Temos receptores olfativos no corpo todo!
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Geneticistas acreditam que células-imune primitivas de
mamíferos ancestrais continham receptores químicos para as
proteger de patógenos externos e que, em algum ponto da
evolução dos vertebrados, esses receptores passaram a ser
produzidos em outros tecidos e órgãos, oferecendo uma nova
habilidade, a capacidade de perceber a presença de patógenos
em um ambiente pelo que chamamos de aroma.
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Esses receptores sempre estiveram envolvidos na percepção
de componentes químicos circulando em um sistema e atuam
regulando o metabolismo, processos homeostáticos e a
resposta imune, por exemplo, mas suas funções vão ainda além
disso.
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regulação da pressão sanguínea à regeneração de músculos,
cicatrizações difíceis, aderência de cálcio, apoptose de
tumores, aumento da resposta imune e dezenas de outras
queixas e doenças!
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nosso organismo, ativa o receptor olfativo OR2AT, o que leva a
uma reduzida proliferação e acelerada apoptose de células
tumorais de leucemia mieloide! Câncer de próstata, bexiga e
cólon também possuem registros científicos que estamos
deixando logo abaixo em nossa "listinha" de hoje.
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poderosos e estão aos poucos sendo melhor compreendidos pela
comunidade científica mundial.
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Interações medicamentosas
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interações. Traremos, pois, o que se sabe sobre elas nas
tabelas a seguir.
PODENDO
O ÓLEO ESSENCIAL DA PLANTA INTERAGE COM
RESULTAR EM
Medicamentos
metabolizados
Camomila alemã azul pela CYP2D6 Aumento do efeito
(geralmente do medicamento,
neurolépticos, podendo aumentar
antidepressivos os efeitos adversos
tricíclicos, e a toxicidade do
Tanaceto selvagem antidepressivos medicamento
ISRS e beta-
bloqueadores)
PRESENTE NO
PODENDO
O CONSTITUINTE OE DE PLANTAS INTERAGE COM
RESULTAR EM
COMO
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Limões,
Limoneno laranjas,
grapefruit Emplastos
Nerolidol Néroli
Quinidina
(medicamento
Hortelã- Bradicardia e
Mentol usado para
pimenta fibrilação cardíaca
restabelecimento
do ritmo cardíaco)
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FITOPREPARADO POR VIA ORAL
PODENDO
FITOPREPARADOS DA PLANTA INTERAGE COM
RESULTAR EM
Antidepressivos Crise
Anis-estrelado
IMAOs hipertensiva
Redução da
Anticoncepcionais
atividade do
orais
anticoncepcional
Varfarina
Hemorragia
(anticoagulante)
Camomila alemã
Ibuprofeno (anti- Aumento do efeito
inflamatório) do medicamento
Aumento da
Haloperidol
concentração
(antipsicótico)
plasmática
Ácido
Hemorragia
acetilsalicílico
Gengibre Anti-
Crise hipotensiva
hipertensivos
Varfarina Hemorragia
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Toxicidade
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Muitas vezes utilizados para mascarar o cheiro de
certas formulações, os aromas da indústria são uma
das maiores causas de alergias e reações tóxicas no
mundo. Está aí um grande exemplo do quanto a
humanidade é mais inteligente do que as plantas, como
defendem muitos cientistas (contém ironia!), afinal,
queremos a natureza domada ali no vidrinho, e quem
aprovou o rótulo sabe disso, então, promete-se lavanda,
mas o que vem é linalol, porque é mais fácil assim. Para
muitas pessoas, o linalol combinado com outras
moléculas, num blend típico padrão de produtos de
limpeza, será a referência do aroma da lavanda.
A tragédia, além dessa referência não condigna na
memória olfativa, consiste no fato de que a molécula
isolada não se comporta como a molécula em
sinergismo com as demais produções metabólicas das
plantas quando em sua integridade. Ou seja, a
molécula isolada do linalol jamais corresponderá ao
óleo essencial íntegro da lavanda, por exemplo, tanto
em aroma como em ações terapêuticas. Isso ocorre,
conforme vimos, por muitas razões, como competição a
nível de receptores, onde famílias químicas
resultantes da biossíntese do linalol fazem parte da
mistura natural da planta e, essas moléculas, em
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sinergismo, atenuam os efeitos tóxicos umas das
outras, ao passo que a molécula sintética isolada terá
outro resultado em nosso organismo, sendo, no geral,
as dosagens das versões sintéticas muito mais tóxicas
que as mesmas dosagens das opções naturais.
E ainda que a indústria com seu greenwashing
prometa a eficiência da camomila no rótulo do seu
shampoo, a fórmula da química industrial é
muitíssimo mais perigosa e menos eficaz do que a
versão natural produzida pela própria planta, na
esmagadora maioria das vezes. Contudo, não se
engane...
Uma pessoa desavisada poderia pensar: “OK, já
entendi tudo... Então os produtos da indústria são
tóxicos para um número extraordinário de pessoas,
mas isso não torna os produtos naturais igualmente
tóxicos, pelo contrário... Né? Afinal os naturais são
puros e antigos e fazem só bem porque meu corpo
reconhece melhor”. Bom... Esse raciocínio está
completamente errado! Tudo depende.
A Natureza é exuberante em suas magníficas
manifestações. Todos os seres humanos que já pisaram
ou pisam no planeta terra se beneficiaram/beneficiam
vastamente da generosidade dos seres vegetais.
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Todavia, entender disso que não existem riscos no uso
de qualquer substância natural é um equívoco
grosseiro e, por vezes, perigoso. Lembre-se, cara/o
alquimista deste caminho, lembre-se sempre do
mantra contemporâneo: “Não é porque é natural, que
não faz mal”.
Para compreendermos por que e como uma
substância pode nos fazer mal, se faz necessário um
estudo amplo acerca de sua toxicidade. Na
Aromaterapia, quando lidamos com óleos essenciais,
precisamos de conhecer os riscos, para que possamos
sempre atuar dentro de um limite seguro,
proporcional à gravidade e urgência da situação
enfrentada, sim, mas sobretudo respeitando cada
contexto, cada organismo. Cada escolha terapêutica
precisa de ser avaliada levando-se em consideração a
justa balança entre risco e benefício.
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anatômicas, patológicas e ou comportamentais que
afetam a performance de todo o corpo ou a sua
capacidade de responder a desafios.
Uma toxicidade pode se manifestar localmente ou
sistematicamente, assim como pode envolver
disrupção de processos bioquímicos. Em casos
extremos, pode levar o organismo à morte, como é o
caso, por exemplo, do salicilato de metila na
Aromaterapia: um constituinte molecular que, se
desavisadamente for ingerido em doses altas, será
metabolizado em ácido salicílico por nosso organismo,
em outras palavras, se tornará “aspirina líquida”,
produzindo os mesmos efeitos colaterais do famoso
medicamento. A Aspirina® é composta por ácido
acetilsalicílico, que será metabolizado em ácido
salicílico por nosso organismo. Este é um medicamento
de importância ímpar para a humanidade, mas seu uso
indevido pode ser perigoso e, da mesma forma,
devemos respeitar os óleos essenciais muito ricos em
salicilato de metila.
No organismo humano, os órgãos responsáveis por
absorção e eliminação são especialmente sensíveis à
toxicidade dos OE: pele, estômago, fígado, intestinos,
pulmão e rins. A toxicidade, quando local, geralmente
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se manifesta em um dos órgãos sensíveis e recebe um
nome relativo ao órgão, como nefrotoxicidade no caso
dos rins. Uma toxicidade sistêmica pode ocorrer de
diferentes formas, como resultando num carcinoma,
ou mudanças no peso corporal, desequilíbrios
relacionados à imunidade etc.
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efeitos adversos. Esse é o trabalho de quem estuda os
óleos essenciais: avaliar com cuidado cada caso.
Um xenobiótico pode ser inerentemente tóxico ou
tornado tóxico após o metabolismo (por processos como
oxidação, redução e hidrólise, por exemplo). Ou seja,
devemos conhecer o melhor que pudermos a
farmacologia dos óleos essenciais ou pelo menos das
principais moléculas componentes destes óleos para
guiarmos com segurança nossas decisões terapêuticas.
É possível ocorrerem diferentes reações a OEs, que
podem incluir: fotossensibilidade, dermatite de
contato, reações orais adversas (estomatite,
inflamação da membrana mucosa oral), outras reações
(coceiras, sensação de queimação etc.). Tais situações
podem ocorrer por diversos motivos. Além da
toxicidade inerente a uma determinada molécula, há
outros pontos a serem analisados por quem utiliza os
OE.
Alguns constituintes de OEs possuem a capacidade
de melhorar a absorção de outras substâncias,
aumentando sua permeabilidade: terpinen-4-ol e alfa-
terpineol, por exemplo, moléculas presentes no óleo
essencial da Melaleuca alternifólia, aumentam
significativamente a permeação de água e álcool
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(etanol) em tecidos humanos. O d-limoneno, por sua vez,
abundante no óleo essencial da laranja doce, aumenta
a permeação do eugenol. A molécula cânfora aumenta
a absorção da nicotina. Deveras há, dentre as tantas
moléculas produzidas pelas diferentes plantas
aromáticas, aquelas que podem reduzir a função de
barreira dos lipídeos na pele, tornando-os levemente
mais hidrofílicos, facilitando, assim, sua própria
passagem através da derme.
E atenção: óleos essenciais puros ou diluídos
podem produzir reações tóxicas ou alérgicas. É preciso
sempre conhecer cada planta e seu óleo para agir com
cautela.
A toxicidade de um OE pode ser agravada a
depender da exposição que um determinado
organismo tem a determinadas moléculas aromáticas.
Fatores como calor ou umidade podem alterar a
capacidade de absorção de diversos componentes. Uma
circulação capilar maior, como por efeito de massagem
ou contato com água quente, por exemplo, aumenta a
absorção através da pele entre 34 - 158%!
Ao fazer uso tópico de um OE, também devemos
considerar sobre volatilidade e oclusão: componentes
mais voláteis rapidamente são perdidos, diminuindo,
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assim, sua absorção. Quando a pele recebe uma oclusão
de um material não permeável após a aplicação de um
OE não diluído, a absorção para a corrente sanguínea é
consideravelmente maior.
Ainda sobre absorção, a quantidade de OE
absorvido através da pele em uma massagem pode
variar conforme:
• A quantidade total de OE aplicada
• A diluição do OE no veículo
• O veículo no qual se dispersou o OE
• A área total de pele na qual o OE foi aplicado
• A saúde e integridade da pele
• A idade de quem recebe o OE
• Temperatura e umidade da pele
• A extensão em que a pele é coberta após a
massagem
• Quão rapidamente a pele é lavada após a
massagem
• O OE utilizado
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citam o caso de uma mulher que, aconselhada por um
naturopata, certa vez ingeriu 20 gotas
(aproximadamente 1ml!) de OE de “Tuia maçã” durante
5 dias 2x ao dia e, aproximadamente 30 minutos após
a décima dose, teve uma convulsão e caiu, fraturando
o crânio (MILLET et al 1981, apud TISSERAND; YOUNG,
2014). O OE de tuia maçã, como é conhecido, é um óleo
essencial muito rico na cetona tujona, que pode ser
neurotóxica em doses elevadas.
A necessidade de ingestão de óleos essenciais é
algo verdadeiramente raro e deve ser conduzida
sempre por especialistas cuidadosos, justamente por
ser perigosa. Há muito mais a ser observado: OEs
podem permanecer mais tempo em tecidos gordurosos,
por exemplo. O Citral pode levar até 72h para ser
completamente eliminado do organismo de ratos.
Citral é uma molécula presente nos OEs conhecidos
como capim-limão e may chang, bastante lipofílica e
com ação teratogênica comprovada.
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Sistemas do corpo e a toxicidade
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Notas sobre dermoagressividade e reações
na pele
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presentes nas centenas de óleos essenciais
encontrados no mercado, existem, sim, alguns riscos
no uso destas substâncias e nós precisamos de
conhecer com maior profundidade sua natureza, para
melhor avaliarmos o que pode ou não valer a pena em
termos da relação risco/benefício que uma substância
como um OE pode oferecer a um organismo específico
em um contexto específico.
Afinal, como nos ensina o próprio Robert
Tisserand, autoridade mundial quando o assunto é
segurança no uso dos OE, se todos os componentes que
causaram pelo menos uma reação alérgica registrada
na história fossem proibidos em produtos para
cuidados naturais, não haveriam produtos para
cuidados naturais. Se todos os óleos essenciais fossem
utilizados visando-se a eliminação de todo e qualquer
risco, nenhum benefício poderia deles ser obtido
(TISSERAND; YOUNG, 2014).
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sensibilização da pele, sendo a irritação menos
problemática que a sensibilização. A concentração de
certas moléculas mais agressivas na pele, e o tempo de
exposição a elas pode levar uma irritação ao
desenvolvimento de uma alergia.
Muitos são os fatores que podem ser
determinantes para ocorrer ou não uma reação
dérmica, todavia, selecionamos algumas informações
que podem ser de grande ajuda para orientar uma
avaliação.
A severidade de uma reação dérmica varia de
acordo com fatores como a localização anatômica da
área exposta, a área total de pele exposta, a frequência
e duração da exposição, a substância utilizada, sua
quantidade e concentração totais exatas, o veículo
utilizado, se alguma oclusão foi ou não utilizada, a
presença de inflamação ou pele doente ou em
recuperação e o grau de penetração percutânea. Quem
utiliza óleos essenciais em cosméticos deve ter uma
atenção aos detalhes e buscar avaliar cada situação
com a maior clareza possível.
Não apenas o organismo de cada pessoa possui
uma constituição e resposta distintas e isso deve ser
entendido em seu contexto próprio, mas também
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devemos ter olhos para o dia, a estação, a atmosfera.
Dessa forma, as condições ambientais não devem ser
descartadas. Como exemplo, a radiação ultravioleta é o
fator determinante na fotossensibilização, uma vez
que moléculas como as furanocumarinas e o citral
absorvem um grande espectro de radiação solar, ao
passo que a umidade do ambiente ou a quantidade de
calor podem influenciar a sensibilidade no geral.
Fato é que existem diversos elementos e
condições que podem determinar a reatividade da
pele, mas você, aromaterapeuta, não precisa conhecer
todos eles. O importante é entender que todos eles
envolvem aspectos de um ou mais dos seguintes itens:
• Dosagem exata (quantidade e concentração da
substância)
• Grau de absorção percutânea da substância
• Grau de reatividade entre a substância e o
sistema imune
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1. Dosagem
Existe dosagem segura para utilizarmos óleos
essenciais? A dosagem é a variável de mais fácil
controle. Infelizmente, uma mesma dose de uma
substância pode produzir uma reação em uma pessoa
e não em outra.
Reações cutâneas são altamente dependentes da
concentração de OE absorvida. Uma pesquisa realizada
na Dinamarca com pacientes com dermatite
conhecidamente sensíveis à molécula aldeído
cinâmico, presente no OE de canela, mostrou a seguinte
relação:
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200ml de base) o componente molecular majoritário do
óleo essencial da canela em cascas, o aldeído cinâmico,
pode ser agressivo para pessoas já sensíveis.
É muito importante sempre ter em mente que
cada óleo essencial possui uma dosagem segura
distinta e cada pessoa pode reagir de formas
diferentes a uma mesma dosagem de um mesmo OE.
Cada caso é um caso.
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a depender da toxicidade da substância e das condições
do terreno biológico, este pode ser um fator agravante
do risco de reação adversa, com a exceção de moléculas
de baixo risco. Isso fica mais claro com a ajuda da
ciência: em 1989 nos EUA, 400 produtos contendo
quantidades altas de 48 moléculas aromáticas dentre
as mais comumente utilizadas, como acetato de linalila
(78%), citronelol (+de90%) e linalol (90%), foram listados
e, posteriormente (1995), em outros trabalhos, em 11
clínicas dermatológicas europeias estas moléculas
foram testadas cada uma em 100 ou mais pacientes
sensíveis com dermatite e nenhum único caso foi
reportado como tendo reações positivas de
importância clínica. Dessa forma, frequência de
exposição não necessariamente aumenta o risco de
dermatite de contato alérgica, ainda que seja um fator
de grande relevância a ser considerado.
É importante ressaltar que a presença de
elementos derivados de adulterações e contaminações
também é de importância fundamental quanto a
toxicidade e potencial alergênico de um óleo essencial.
Falsificações infelizmente são comuns no mercado e
nem sempre podemos percebê-las, motivo pelo qual
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devemos ter acesso à cromatografia e comprar apenas
com profissionais responsáveis e de confiança.
3. Oxidação
É crucial, para o cálculo do risco/benefício, levar
em consideração a oxidação dos constituintes
moleculares dos OEs, uma vez que os óxidos e
peróxidos formados nesse processo são mais reativos.
Monoterpenos como linalol, acetato de linalila,
limoneno e alfa-pineno, por exemplo, são moléculas que
podem oxidar mais facilmente e se tornarem
sensibilizantes. Nota-se, contudo, que não
necessariamente a presença de moléculas oxidadas
representa um risco de desencadeamento de processos
alergênicos no uso terapêutico dos óleos essenciais.
4. Validade
No geral, produtos mais velhos possuem maior
chances de causar sensibilizações cutâneas, todavia, é
interessante destacar que, por exemplo, o aldeído
cinâmico, possui uma surpreendente diminuição de
sua alergenicidade quando oxidado e, portanto,
transformado em ácido cinâmico, assim como quando
adicionado a misturas que contenham álcoois ou
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aminas, com as quais pode reagir e formar
componentes menos alergênicos ou mesmo não-
alergênicos.
Abaixo, uma lista fornecida pelo autor R.
Tisserand na obra Essential Oil Safety, com óleos
essenciais com maior risco de causar sensibilização se
oxidados:
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Terebintina Verbena (branca)
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em 10 pessoas com urticária adquirida após uma
aplicação tópica de aldeído cinâmico, 6 tiveram uma
reação consideravelmente menos severa quando
eugenol foi aplicado conjuntamente. O surpreendente
é que, mesmo quando aplicado 60 minutos após a
aplicação do aldeído cinâmico, o eugenol diminuiu a
reação e seu efeito não cessou com a lavagem do local.
Curiosamente, o OE canela extraído da casca da árvore,
rico em aldeído cinâmico, pode ter sua alergenicidade
diminuída quando combinado com o OE de canela
extraído das folhas da mesma árvore, por este último
ser, diferentemente do primeiro, muito rico em
eugenol.
Quando bem conhecido e aplicado, o poder de
anulação pode ser uma ferramenta decisiva em uma
formulação de tratamento, quando podemos usar a
nosso favor a competição inibitória das moléculas
pelos receptores espalhados pelo nosso organismo.
Indivíduos suscetíveis
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ser aplicado aos demais. Abaixo, listamos alguns
elementos que podem gerar diferentes respostas de
grupos de pessoas distintos aos tratamentos:
1. Estado de saúde
Para maior segurança em uma aplicação tópica,
observe o estado de saúde da pessoa e, também, da área
que receberá o óleo. Se um OE for aplicado sobre uma
pele doente, inflamada, sensibilizada ou ferida, por
exemplo, a situação pode se agravar, uma vez que a
absorção será maior do que o normal.
Ademais, o estresse psicológico também pode ter
efeitos adversos na saúde da pele, por exemplo: a
produção aumentada de glucocorticoides pode reduzir
a capacidade protetiva da pele; a sensibilização pode
aumentar, em virtude de respostas imunes,
agravando processos inflamatórios.
Atenção: OEs ansiolíticos podem reduzir
determinados processos inflamatórios e alergias
cutâneas, mesmo apenas com sua inalação, pois eles
reduzem os níveis da ‘substância P’ e,
consequentemente, do desencadeamento da cascata
inflamatória.
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Acerca do estresse oxidativo, doenças crônicas e
idade avançada são fatores que não raramente
encontram-se associados com uma redução geral nos
níveis de antioxidantes presentes no organismo e isso
pode aumentar a reatividade da pele. Especialmente
por conta dos radicais livres, quando o estresse
oxidativo supera a capacidade antioxidante da pele,
um processo degenerativo ocorre, podendo, inclusive,
gerar danos ao DNA.
2. Idade
Ainda que dados apontem que os casos registrados
de dermatite de contato aumentam conforme a idade
dos pacientes, teoricamente as crianças, em especial as
mais novinhas, são as mais sensíveis à possibilidade de
desenvolver uma dermatite de contato. Há poucos
casos oficiais de sensibilização cutânea em crianças, o
que não significa que não seja necessária grande
preocupação ao utilizar OEs nelas de forma tópica.
3. Sexo
De acordo com pesquisas realizadas em diferentes
países, há uma tendência maior do sexo feminino
apresentar maior sensibilidade a moléculas
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aromáticas. Isso pode se dever ao fato de em geral as
mulheres estarem mais expostas a produtos com
fragrâncias sintéticas e outros elementos capazes de
produzir reações com OEs ou por alguma predisposição
relacionada à resposta imune maior que mulheres
costumam apresentar em virtude de parâmetros
hormonais, em detrimento da permeabilidade da pele.
4. Genética
Fatores genéticos apresentam influência nos
casos de sensibilidade na medida em que diferentes
organismos podem ter diferentes reações imunes ou
desempenho metabólico na absorção tópica de
fragrâncias, sem falar na constituição própria de
receptores olfativos espalhados por todo organismo,
que podem influenciar respostas inflamatórias.
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DA MAGIA À CIÊNCIA
Do Salgueiro à Aspirina
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Por séculos o extrato da casca do salgueiro foi amplamente
utilizado especialmente para reduzir febres, inflamações e
para aliviar dores, com destaque para as articulares, e seu uso
e fama se espalhou por todo o mundo.
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época em que foi identificada outra poderosa propriedade do
AAS: a de inibir a agregação plaquetária, o que o tornou,
também, um valioso medicamento para tratar certas doenças
cardiovasculares.
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propriedades, contraindicações e efeitos colaterais que o
medicamento AAS.
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Os autores
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pelo Centro Universitário de Brasília, é, também, poeta
e escritor. Dedicado ao estudo de práticas orientais de
saúde desde a infância, tem uma relação íntima muito
especial com a Natureza e com a Alquimia, sua maior
inspiração. É médico da tradição chinesa em formação,
além de ter acumulado os saberes de diversos cursos,
em especial, na área da Aromaterapia, da Fitoterapia,
da Cosmetologia Natural, Saboaria Natural e da
Alquimia Espagírica.
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Referências
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https://www.apotecariosdafloresta.com
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