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Nutracêuticos:

como prescrever

Agora, que você já conhece um pouco mais sobre nutracêuticos,


especificamente os benefícios de sua prescrição, como visto em
artigo anterior, vamos juntos entender como funciona essa
prescrição.

Siga comigo!

01
Conhecer para prescrever
Sem dúvida, o primeiro passo é você conhecer a fundo o ativo
que deseja prescrever, saber sua origem, métodos de extração,
possibilidades de associações a outros ativos, bem como
possível existência de um ativo padronizado da substância.

Mas o que significa o ativo ser padronizado? Essa informação


acredito ser de suma importância.

Por se tratar de substâncias naturais, a padronização é crucial.


Como um vinho, existem safras que são espetaculares e outras,
com a mesma uva, plantada no mesmo lugar, não geram vinhos
tão bons. Então, prescrever substâncias e ativos padronizados
garante a nós prescritores o poder de replicação dos resultados.

No entanto, na minha graduação, não tínhamos nenhuma matéria


sobre nutracêuticos. Foram seis anos de curso de Medicina em
período integral. E infelizmente tenho certeza de que esse
assunto continua sendo “esquecido” até os dias atuais, no
currículo da maioria das faculdades de Medicina mundo afora.

02
As formas farmacêuticas
Após conhecer os nutracêuticos, o passo seguinte é em relação
à prescrição, saber as possíveis formas farmacêuticas das
substâncias ativas desejadas. Essas formas se subdividem em:

Sólidas: pós granulados, comprimidos, drágeas, cápsulas,


gomas, chocolates, supositórios, óvulos.

Semissólidas: géis, loções, unguentos, linimentos, ceratos,


pastas, cremes, pomadas.

Líquidas: flaconetes, soluções, xaropes, elixires, suspensões,


emulsões, injetáveis, tinturas.

Gasosas: aerossóis.

Essas formas podem ser administradas pelas vias oral, sublingual,


endovenosa, intramuscular, retal, vaginal, oftálmica, inalatória,
auricular, transdérmica e subcutânea.

03
As doses terapêuticas
Em seguida, a etapa é estudarmos sobre as doses terapêuticas
para cada via de administração, bem como possíveis interações
com outros ativos que podem aumentar ou reduzir a
biodisponibilidade do nutracêutico.

Por sorte, temos acesso fácil a uma Medicina baseada em


evidências e suas publicações feitas ao redor do mundo todo.
Hoje, conseguimos em poucos cliques chegar a inúmeros
estudos sobre nutracêuticos, provando (ou muitas vezes não
provando) certa aplicabilidade médica.

Certamente, conhecer toda a farmacologia (absorção,


metabolização, excreção, interações com medicamentos e
outros suplementos) é de suma importância para uma prescrição
acertada.

Na prescrição de nutracêuticos é de suma importância que o


profissional esteja atualizado e busque conhecer bem os ativos
para sua boa indicação. Além da anamnese completa e precisa,
outro fato imprescindível é conhecer a realidade do paciente a
fim de prescrever conforme suas condições e acessibilidade, e
orientar sobre a forma de utilização, modo de preparo e
combinações.

Acredita que às vezes fazemos isso sem perceber? Quer um


exemplo? Veja no próximo tópico.

04
Para refletir
Você prescreveria cafeína para um paciente extremamente
ansioso que faz tratamento com medicamentos ansiolíticos?
Com certeza, não!

Enfim, viu como alguns conceitos já estão enraizados de forma


natural em profissionais como nós? Só nos falta abrir a mente
com carinho para essa nova visão.

Mais uma vez, não estamos aqui para orientar a prescrição de


apenas nutracêuticos, demonizando o uso de medicamentos
alopáticos. Muito pelo contrário!

Sobretudo, estamos aqui para mostrar que essa nova classe


farmacológica natural pode ser mais uma excelente ferramenta
disponível no arsenal terapêutico.

Conclusão
Como sempre abordamos em nosso blog, essa nova visão não
se trata de medicina alternativa. A prescrição de nutracêuticos
faz parte de uma abordagem complementar a diversas outras
estratégias farmacológicas ou não-farmacológicas que visam
melhorar a qualidade de vida do paciente, sempre buscando
manter o nosso juramento Hipocrático “primum non nocere”
(“primeiro não prejudicar” ou o princípio da não-maleficência).

/drthiagoalcantara
@drthiagoalcantara
www.drthiagoalcantara.com.br

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