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Guia

Terapêutico
para

FITOTERAPIA

Departamento Científico:
(21) 3298-5093
Guia Terapêutico para Fitoterapia

G UI A T ER A P ÊUT I C O DE FI TOT E R Á P IC OS
ÍNDICE DE PLANTAS POR NOMES COMUNS.

Abacateiro. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01 Espinheira Santa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20


Acerola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01 Fucus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
Agar-Agar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 02 Funcho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
Agrião . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 02 Garra-do-Diabo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
Alcachofra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03 Gengibre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
Alecrim . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03 Ginkgo biloba . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
Alfafa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 04 Ginseng . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
Alfavaca ................................................ 04 Glucomanan ........................................... 23
Alfazema ............................................... 05 Guaco ................................................... 24
Alho ..................................................... 05 Guar .................................................... 24
Angélica ................................................ 06 Gymnema .............................................. 25
Anis ..................................................... 06 Hamamelis ............................................ 25
Anis ..................................................... 21 Hypericum ............................................. 26
Arnica ................................................... 07 Jaborandi .............................................. 26
Arruda .................................................. 07 Jurubeba ............................................... 27
Babosa ................................................. 08 Kawa-Kawa ............................................ 27
Black Cohosh ......................................... 08 Laranja Amarga ...................................... 28
Boldo.................................................... 09 Maca .................................................... 28
Borrage................................................. 09 Malva ................................................... 29
Calêndula .............................................. 10 Manjericão ............................................. 04
Camomila .............................................. 10 Maracujá ............................................... 29
Canela .................................................. 11 Marapuama ............................................ 30
Capim-Limão .......................................... 11 Marcela ................................................. 30
Carqueja ............................................... 12 Melissa ................................................. 31
Cáscara Sagrada ..................................... 12 Morinda ................................................ 31
Cássia .................................................. 13 Mulungú ................................................ 32
Castanha-da-Índia .................................. 13 Pata-de-Vaca ......................................... 32
Catuaba ................................................ 14 Pau-Ferro .............................................. 33
Cavalinha .............................................. 14 Prímula-da-Noite..................................... 33
Centella ................................................ 15 Psyllium ................................................ 34
Chapéu-de-Couro .................................... 15 Quebra-Pedra ......................................... 34
Chlorella ............................................... 16 Red Clover ............................................. 35
Cipó-Cabeludo ........................................ 16 Rosa-Mosqueta ....................................... 35
Confrei ................................................. 17 Sálvia ................................................... 36
Copaíba ................................................ 17 Sene .................................................... 36
Crataegus .............................................. 18 Tília ..................................................... 37
Dente-de-Leão ....................................... 18 Uva-Ursi ............................................... 37
Equinacea.............................................. 19 Valeriana............................................... 38
Erva-Cidreira ......................................... 11 Zedoária ............................................... 38
Erva-de-Bicho ........................................ 19 Tabela de Indicações Médicas ................ 39
Erva-Doce ............................................. 06 Bibliografia ............................................ 40

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ABACATEIRO
Nome científico: Persea americana Mill, Laurus persea L.
Família: Lauraceae.
Partes utilizadas: folhas e óleo da polpa.
Histórico: é um fruto cultivado amplamente em todo o Brasil, natural da América Central e que precisa de bastante
umidade para seu bom desenvolvimento. É uma árvore frondosa que pode atingir mais de 10m de altura.

Principais constituintes: da polpa se extrai o óleo, cuja composição é predominantemente insaturada (C-18:1, C-
18:2, C-18:3). Pode conter, entretanto, até 20% de gordura saturada (C-16:0). Na fração insaponificável (até 2%)
estão presentes bioflavonóides (b-sitosterol, quercetina, perseitol), além de potássio, cálcio, fósforo e ferro.

Propriedades terapêuticas:
q É bastante diurético, sendo que as folhas e o óleo não apresentaram efeitos tóxicos. O álcool
perseitol, testado em animais (cães), é o princípio ativo diurético dessa planta. A substância age
diretamente sobre o túbulo renal, não alterando o equilíbrio cardiovascular.
q Estimula o fluxo menstrual, em função do b -sitosterol (um fitoesteróide).
q Também se observou aumento da secreção biliar pela administração do abacateiro e ação redutora da
flatulência.
q Em nível respiratório, o extrato do abacateiro auxilia a relaxar a musculatura lisa, sendo útil no
congestionamento por excesso de muco.
q Colquhoun, D.M. & cols estudaram a adição de óleo de abacate à dieta (monoinsaturados) e
verificaram que o grupo que ingeriu o produto teve consideráveis reduções no colesterol total, na LDL
e na apolipoproteína B. O estudo foi publicado no Am J Clinical Nutrition, 1992, 56.
Efeitos colaterais e toxicidade: Craigmill, A.L. & cols demonstraram que o extrato seco da semente do abacate,
quando administrado a camundongos de 10 a 14g, provocou a morte de todos os animais em teste. Os sinais de
toxicidade apareceram 2 a 3 dias após a ingestão. Na autópsia verificou-se hemorragia no cérebro, pulmões e
fígado. As folhas são tóxicas para peixes, mas em seres humanos não foram registrados efeitos significantes.

Interações: Blickstein, D. & cols mostraram que o abacate antagoniza a ação do anticoagulante warfarina, usado
para controle dos processos isquêmicos agudos (The Lancet, 1991, 337).

Indicações: doenças renais, oligúria ou anúria, cistites, uretrites, oligomenorréia e nas afecções hepáticas.
Dosagens:
n Extrato seco – cápsulas com 500mg, duas vezes ao dia.
n Extrato fluido: 2 a 5ml num copo d´água, duas vezes ao dia.

ACEROLA
Nome científico: Malpighia glabra L., Malpighia punicifolia L.
Família: Malpighiaceae.
Partes utilizadas: frutos.
Histórico: planta originária das Antilhas e América Central. A detecção do ácido ascórbico em alta concentração
(Asenjo, C - 1946) despertou grande interesse nutricional pela acerola. Além da vitamina C, este fruto apresenta
boas concentrações de tanino. Mas é na vitamina C onde a acerola se destaca, apresentando até 4,5g / 100g
contra apenas 0,05g / 100g da laranja (90 vezes mais). Na sua composição ainda se destacam as vitaminas B-1,
A (tanto quanto na cenoura), vitamina B-2 e vitamina B-3.

Principais constituintes: vitamina C (2-4%), vitamina A, vitaminas B-1, B-2 e B-3, tanino. Entre os minerais se
destacam o ferro (0,012%), o cálcio (0,012%) e flúor (0,011%). Outros componentes: proteínas 4% e
carbohidratos 8%. Traços de rutina, hesperidina e bioflavonóides.

Propriedades terapêuticas: a vitamina C é importante para a imunidade, além de atuar como antioxidante.
Efeitos colaterais e toxicidade: não relatados. Em caso de irritação gástrica suspender o uso.
Indicações:
q Antiescorbútico, face às altas concentrações de vitamina C (gripes e resfriados).
q Deficiências imunológicas, em função do papel que nesse sentido exerce a vitamina C.
q No stress, pois nesse estado há uma depleção marcante da vitamina C.

Dosagens: extrato seco – cápsulas com 500mg, duas a quatro vezes ao dia.

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AGAR-AGAR
Nome Científico: Cyamopsis tetragonolobus.
Família: Gracilariaceae e gigartinaceae.
Partes utilizadas: cultura de algas.
Histórico: inicialmente foi utilizado para cultivar bactérias em laboratório, pois é uma fonte completa de nutrientes
para o desenvolvimento biológico. A sua origem é considerada da Malásia, embora essa alga esteja presente no
litoral de várias regiões do planeta, inclusive Europa e Américas. Entre as principais espécies estão Gelidium
cartilagineum, Glacilaria confervoides (classe rodoficeas) e outras do gênero Gigardina, Ceramium e Encheuma. O
Agar japonês é considerado o melhor e é extraído das espécies de Gelidium, além ser usado na culinária local.

Principais constituintes: é uma mistura de polissacarídeos (agarose, pectina, anidrogalactose), com alto poder de
absorção hídrica. O teor total de polissacarídeos é muito variável (entre 50 e 90%). Além dos sacarídeos, as algas
possuem em sua composição significativos teores de fósforo, ferro, potássio, cloro, iodo e sais de cálcio. A celulose
também aparece em torno de 4%, havendo também outras fibras em sua composição. A concentração de proteínas
é pequena.

Propriedades terapêuticas:
q Tem ação laxativa, sem apresentar irritação para a mucosa. O seu poder de absorção hídrica
aumenta o bolo fecal, facilitando sua expulsão. Do total de carbohidratos presentes, apenas 10% são
absorvidos, o que confere pouco valor calórico ao Agar-agar.
q Devido ao seu poder de absorver água e ao seu baixo valor calórico, o agar-agar é usado para
auxiliar no controle da hiperfagia, sendo comum seu emprego nos tratamentos para a redução do
peso e obesidade.
Efeitos colaterais e toxicidade: não relatados. É contra-indicado para os casos de obstrução intestinal.
Indicações: constipação intestinal, hiperfagia.
Dosagens:
n Extrato seco – cápsulas com 500mg, duas vezes ao dia.

AGRIÃO
Nome científico: Sisymbrium nasturtium Thunb. , Nasturtium officinale R.
Família: Cruciferae.
Partes utilizadas: caule e folhas.
Histórico: a primeira descrição dessa planta comestível vem da Europa antiga, onde crescia em solos alagados. O
sabor característico (ligeiramente amargo e picante) tornou-a uma iguaria no acompanhamento dos pratos
principais (carnes) da época. Começou, então, a ser usada popularmente para alívio das afecções respiratórias
(tosse, congestão das vias aéreas) com sucesso. Logo o xarope de agrião passou a ser uma referência para estes
distúrbios comuns dos lugares úmidos. Foi trazido ao Brasil pelos portugueses e se adaptou muito bem às nossas
condições climáticas.

Principais constituintes: pode ser extraído um óleo essencial cujo principal componente é o isossulfocianato de
feniletila, um dos responsáveis pela ação descongestionante e expectorante. Estão presentes minerais (fósforo,
ferro, iodo, enxofre e cálcio). Apresenta, também, vitaminas (A, B-2, B-3 C, D, E) e o glicosídico ativo
gliconasturnina.

Propriedades terapêuticas: Os princípios ativos dessa planta exercem poderosa ação medicinal sobre as vias
respiratórias, funcionando como descongestionante e expectorante e apresentam importante ação diurética. Sua
concentração de vitamina C lhe confere ação antiescorbútica e tonificante (os fumantes se beneficiam com essa
planta que demonstra auxiliar na eliminação da nicotina) Seu alto teor de enxofre pode ser usado no combate à
caspa, em (shampoos).

Efeitos colaterais e toxicidade: não foram relatados efeitos tóxicos. Entretanto, não é recomendado nas
inflamações das vias urinárias e na úlcera gástrica (seu uso em grandes quantidades pode ocasionar irritação
gástrica), bem como a administração a crianças menores do que 4 anos.

Gestantes devem usar com moderação.


Indicações: nas afecções respiratórias, bronquites, gripes e resfriados, como diurético.
Dosagens:
n Xarope - tomar 1 colher três vezes ao dia.

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ALCACHOFRA
Nome científico: Cynara scolymus L.
Família: Compositae.
Partes utilizadas: folhas.
Histórico: a origem dessa planta pode ser a região do Mediterrâneo (os primeiros relatos remontam a Roma
Antiga) e, durante um bom tempo, foi um vegetal escasso ou raro. Hoje isso não acontece, pois é intensamente
cultivada para fins culinários ou medicamentosos. Embora sua origem seja atribuída à região central da Europa,
etimologicamente o nome que conhecemos - alcachofra - deriva da língua árabe (al-kharsaf). A denominação
científica Cynara (canina), em latim, estabelece uma semelhança de seus espinhos com dentes caninos. As folhas
são largas, de cor verde-acinzentada e a planta pode atingir 1,5m de altura.

Principais constituintes: cinarina (estimuladora da cloridria), ácidos clorogênico, málico e cafêico, pectina,
tanino, ácido glicólico, glicosídeos coleréticos, bioflavonóides (cinarosídeo e scolimosídeo), cinaropicrina (gosto
amargo), enzimas (cinarase, oxidase, ascorbinase, catalase, peroxidase). Apresenta ainda teores consideráveis de
betacaroteno.

Propriedades terapêuticas:
q Vários de seus ativos atuam como adstringentes, auxiliando na digestão das gorduras e evitando
acúmulo lipídico no fígado. Por isso, há muito é preconizada como um fitoterápico hepatoprotetor.
q Pesquisas mostraram que o extrato dessa planta estimula a síntese da bile (colerético), variando de
acordo com a composição química de cada exemplar, conforme demonstraram Puigmaciá M. & cols,
Planta Med- 1986, 52.
q A atividade diurética da alcachofra é muito citada na literatura fitoterápica, por exemplo, o "Guide to
Medicinal Plants", de Schauenberg, P. - Keats Publishing, 1977.
q Em "Health Plants of the World", Bianchini F. alerta para a atividade hipoglicemiante da alcachofra.
Isto se deve a ação da oxidase.
q Os níveis de colesterol diminuem com a administração de alcachofra, devido a cinarina. Em um
estudo realizado por 19 meses, a administração de 20mg de cinarina por via oral reduziu em cerca de
30% os níveis de colesterol e em 24% os de triglicérides.

Efeitos colaterais e toxicidade: não foram relatados efeitos sistêmicos.


Indicações: diurético, nas afecções hepáticas, no controle da hiperglicemia (como coadjuvante) e da
hipercolesteremia.

Dosagens:
n Extrato seco – cápsulas com 200 a 1.000mg/dia, duas vezes ao dia.
n Tintura - 10 a 20ml num copo d´água,, duas vezes ao dia.

ALECRIM
Nome científico: Rosmarinus officinalis L.
Família: Labiateae.
Partes utilizadas: folhas e flores.
Histórico: planta da Europa mediterrânea, é hoje cultivada em todo o mundo. O primeiro relato sobre o uso
medicinal do alecrim vem do século XVI. Naquela época queimavam-se as folhas dessecadas para aromatizar o ar.

Principais constituintes: pineno, cineol, borneol, canfeno, cânfora, diterpenos (óleo essencial). Além desses, o
ácido rosmarínico, saponinas, tanino e alcalóides.

Propriedades terapêuticas:
q Ligeiramente hipertensor, contribui para aumentar a circulação periférica.
q Sua ação carminativa é bastante enfatizada em toda a literatura, auxiliando o metabolismo
gastrintestinal.
Efeitos colaterais e toxicidade: superdosagem está associada com irritação estomacal e intestinal e,
ocasionalmente, danos renais (Tyler, V.E. "The New Honest Herbal", G.F. Stickley Co, 1987).
Indicações: colecistite, amenorréia, dismenorréia e oligomenorréia. Dores articulares e contusões.
Dosagens:
n Uso Oral: extrato seco – cápsulas com 500mg, duas vezes ao dia.
n Uso Tópico (contusões e dores articulares): loção a 8% de extrato fluido em veículo hidro-alcoólico.

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ALFAFA
Nome científico: Medicago sativa L.
Família: Leguminosae.
Partes utilizadas: folhas.

Histórico: planta originária do sudoeste da Ásia, possui alto valor nutritivo. É empregada como forragem nobre
para cavalos puro-sangue. O uso medicinal é recente (década de 50), tendo sido introduzida no Brasil no início do
século. O nome da planta - alfafa - vem do árabe, Al-fal-fa, significando pai de todos os alimentos.

Principais constituintes: rico suplemento nutricional, contendo cálcio (12mg%), potássio (1,4mg%), ferro
(5,4mg%), fósforo (51mg%) e oligoelementos, caroteno (8.000ui/100g), vitamina E, vitamina K e complexo B
(Worthinton - Roberts B, Breskin M.A. - "Fads or Facts? A Pharmacist's guide to controversial nutrition produtos",
Am. Pharm. 1983, 23).

Propriedades terapêuticas:
q Recomendada para complementar à alimentação.
q Coadjuvante no tratamento da deficiência do cálcio (osteoporose), pois é boa fonte do elemento.
q Atua como diurético.
q Suas fibras ligam-se ao colesterol livre no intestino e facilita sua eliminação pelas fezes, sem
absorção. Vários estudos atestam essa propriedade (Malinow, M.R. & cols, "Effect of alfafa saponins
on intestinal cholesterol absorption in rats", Am. J. Clin. Nutr, 1977. 30.).
Efeitos colaterais e toxicidade: a semente contém um aminoácido tóxico - a L-canavanina - análoga da arginina.
Esta semelhança lhe confere toxicidade por competição na incorporação do aminoácido às cadeia peptídicas. Assim,
a administração de L-arginina neutraliza a toxidez da L-canavanina. O catabolismo deste aminoácido produz no
organismo um outro análogo à L-ornitina, a L-canalina, que tem ação inibitória sobre uma importante vitamina do
complexo B, o piridoxal 5-fosfato (vitamina B-6). Segundo os trabalhos de Malinow MR. & cols, Science 1982, 216,
confirmados por Roberts JL. & cols, a L-canavanina pode deprimir a resposta imune por linfócitos B e está implicada
com o Lupus Eritematoso.

Indicações: antifadigante, pelo conteúdo nutricional de seu extrato. É usada também nos casos de má digestão e
inapetência ou ainda como diurético brando.

Dosagens: extrato seco - cápsulas com 300 a 500mg, duas vezes ao dia.

ALFAVACA
Nome científico: Ocimum basilicum L.
Família: Labiateae.
Partes utilizadas: planta inteira.

Histórico: planta da Ásia, é mais conhecida como manjericão. Pertence ao grupo das herbáceas, muito
aromática e intensamente usada em culinária, devido ao excelente paladar que confere aos alimentos. Poder atingir
até 1m de altura. É muito adaptável a climas quentes e foi trazida ao Brasil por imigrantes italianos, no século
XVIII. O período pré-floração é onde se encontra os maiores teores de ativos na planta.

Principais constituintes: o óleo essencial contém linalol, lineol, alcanfor, eugenol, cineol, pineno, timol. Contém
ainda taninos, saponinas, flavonóides, ácido cafêico.

Propriedades terapêuticas:
q É carminativo e antiespasmódico.
q Auxilia na regulação do pH estomacal.
q Possui ação diurética.
q Estimula a secreção láctea.

Efeitos colaterais e toxicidade: não relatados.


Indicações:
n Problemas digestivos.
n Oligúria.
n Na lactação.

Dosagens: extrato seco – cápsulas com 500mg, duas vezes ao dia.

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ALFAZEMA
Nome científico: Lavandula officinalis C., Lavandula angustifolia M.
Família: Labiatea.
Partes utilizadas: flores.
Histórico: usada há muito como aromatizante de banhos (gregos e romanos), o próprio nome Lavanda deriva do
latim, lavare. Os princípios aromatizantes são repelentes de insetos e antissépticos.

Principais constituintes: as flores da alfazema contêm mais de 1,5% de óleo volátil, uma mistura de mais de 150
componentes. Os mais abundantes são linalol, cineol, cânfora, pineno, acetato de linalila, limoneno e ácido
capróico. Apresenta, ainda, em sua composição tanino (até 12%), sesquiterpenos, aldeídos e cetonas.

Propriedades terapêuticas:
q Tem ação antiespasmódica e como tal é usada desde tempos remotos.
q Seu efeito hipoglicemiante foi documentado por Gamez, MJ. (Pharmazie 1987, 42, 706), na Espanha.
q Teve sua ação sedativa e hipnótica comprovada em trabalhos recentes (Hardy, M. & cols, The Lancet,
1995, 346).
q Seus princípios aromatizantes são repelentes de insetos.

Efeitos colaterais e toxicidade: o óleo de lavanda demonstrou baixa toxicidade ao ser administrado a
camundongos, por via subcutânea. O óleo de lavanda puro pode ser sensibilizante dérmico.

Indicações: dores abdominais e gástricas (antiespasmódico), carminativo, hipoglicemiante, repelente de insetos.

Dosagens:
n Extrato seco – cápsulas com 500mg, duas vezes ao dia.
n Óleo essencial - 5 gotas num copo d´água, duas vezes ao dia.

ALHO
Nome científico: Allium sativum L.
Família: Liliaceae.
Partes utilizadas: bulbo.
Histórico: segundo "The Lawrence Review of Natural Products", a palavra allium deriva do idioma Celta "all",
significando queimadura. É usado desde os primórdios da era sedentária para fins medicinais. Os nativos
americanos (do norte) usavam para curar inflamações (ouvidos), flatulência e escorbuto. Como alimento, sempre
foi muito empregado desde a Ásia, passando pela Europa toda até o continente americano. Os povos bárbaros
gabavam-se de sua disposição para luta e atribuíam boa parte disso ao alto consumo de alho. Os estudos sobre
longevidade efetuados pela médica romena Ana Aslan evidenciaram uma dieta bastante peculiar em populações da
Europa oriental, onde o alho, juntamente com coalhada (lactobacilos), representavam fatores importantes para
explicar o fenômeno.

Principais constituintes (por 100g): cálcio - 30mg; enxofre - 80mg; ferro - 1mg; germânio e selênio – traços;
vitamina C - 17mg; vitamina A - 0,1mg; vitamina B-1 - 0,1mg; vitamina B-2 - 0,1mg; alicina (sulfóxido = odor
característico), aliina, dialil-dissulfeto, dissulfeto de dietila, trissulfeto de metilalila.

Propriedades terapêuticas:
q Varredor de Radicais Livres (RL) em função dos compostos antioxidantes sulfurados e sulfóxidos.
Pesquisadores da Academia de Ciências Médicas de Shandong relataram o poder antioxidante da alicina.
Eles descobriram que este derivado sulfóxido da cisteína aumenta os níveis plasmáticos de duas importantes
enzimas: catalase e glutathion peroxidase. Essa descoberta reforçou o “status” de potente antioxidante da
alicina. Outros autores no Japão estudaram os compostos sulfurados no extrato de alho envelhecido
(desodorizado) e encontraram 5 compostos sulfurados que atuam como inibidores da peroxidação lipídica no
fígado, verdadeiros protetores desse órgão. McCaleb relatou que: “De acordo com as descobertas japonesas
os compostos sulfurados do extrato de alho envelhecido parecem ser 1.000 vezes mais potentes do que os
encontrados no alho cru”.- "Antioxidant, Antitumour and Cardiovascular Actions of Garlic", Herbal Gram.
1993, 29.

q Na área de pesquisas cardiovasculares muitos trabalhos mostram os efeitos benéficos do alho.

Efeitos colaterais e toxicidade: não relatados.


Indicações: deficiências imunes, astenia, afecções pulmonares e respiratórias, gripes freqüentes, hipertensão,
rouquidão, preventivo da ateroesclerose, anti-isquêmico.
Dosagens: cápsulas oleosas - 2 cápsulas ao dia; extrato seco - cápsulas com 500mg duas vezes ao dia.

-5- Depto. Científico: (21) 3298-5093


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ANGÉLICA
Nome científico: Angelica officinalis, Angelica archangelica.
Família: Umbelliferae.
Partes utilizadas: raiz e folhas.
Histórico: segundo uma lenda, a planta foi revelada aos humanos por um anjo (São Miguel) para curar uma peste.
É uma planta aromatizante e flavorizante e, segundo consta, é responsável pelo sabor característico do vinho tipo
moscatel. Além de ser usada em tinturas e extratos, pode ser usada como chá (infusões) a partir da raiz e das
folhas. É nativa das terras geladas do norte, tendo sido trazida para a Europa no século XVI (Inglaterra), onde logo
começou a ser utilizada como aromatizante e depois como planta medicinal para os males estomacais.

Principais constituintes: terpenos, sesquiterpenos, lactonas, alfa-felandreno, alfa-pineno e canfeno são os


principais. Identificou-se um alcalóide ativo, a arcangelicina, provavelmente responsável pela ação antinflamatória.

Propriedades terapêuticas:
q Embora tenha sido isolado um princípio ativo cardiotônico - uma a-lactona - o seu pequeno teor no extrato
não indica a planta para o aparelho cardiovascular.
q Ioannou Y.M. & cols estudando antídotos para o carcinogênico benzopireno, encontrou nesta a-lactona
um inibidor de seus efeitos cancerígenos ("Effect of butylated hydroxyanisole alpha-angelica lactone, and
beta-naphthoflavone on benzo pyrene: DNA adduct formation 'in vivo' in the forestomach, lung and liver of
mice" - Cancer Res. 1982, 42).
q Outra variedade da planta, Angelica sinensis, apresentou efeito imunoestimulante, segundo os trabalhos
de Choy Y.M. & cols. publicado no Am. J. Chin. Med, 1994 - 22.
q Princípios voláteis de Angelica archangelica mostraram atividade fungistática contra Aspergillus, Rhizopus,
Mucor e Alternaria.
q Substâncias amargos presentes no extrato parecem ser responsáveis pelos efeitos benéficos que a planta
exerce no aparelho digestivo, mormente o estômago.
Efeitos colaterais e toxicidade: Angélica é reconhecidamente segura para uso humano. Entretanto, a aplicação
tópica, que não é recomendada. A presença de certos princípios fotossensibilizadores (furo-cumarinas) pode
ocasionar queimaduras pela ação do UV na pele. Do ponto de vista botânico, é importante ressaltar que Angélica já
foi confundida com a Cicuta maculata L, uma planta venenosa.

Indicações: problemas digestivos, flatulências, cólicas, dismenorréias, falta de apetite, discreta ação diurética.
Dosagens:
n Extrato seco – cápsulas com 500mg, três vezes ao dia.
n Tintura mãe - 20 gotas num copo dágua, três vezes ao dia.

ANIS
Nome científico: Pimpinella anisum L.
Família: Umbelliferae.
Partes utilizadas: semente e caule.
Histórico: é uma bela planta cultivada desde há muitos séculos atrás (em 1.500 anos a.C. ela era cultivada no
Egito para fins culinário se na produção de bebidas). É muito conhecida no Brasil como erva-doce.
O anis se difundiu pelo mundo a partir do reinado de Carlos Magno, no século IX, que determinou o plantio de
certas ervas em todas as colônias do Império Romano.
Principais constituintes: anetol, metil-chavicol, p-metoxifenilacetona, neafitadieno, cumarinas.

Propriedades terapêuticas:
q Apresenta efeito carminativo, evitando acúmulo de gases. Melhora o peristaltismo.
q Em nível respiratório o xarope de anis é usado para hipersecreção brônquica e bronquites.

Efeitos colaterais e toxicidade: não relatados.

Indicações: problemas digestivos, má digestão, flatulência, problemas respiratórios, bronquites.

Dosagens:
n Extrato seco – cápsulas com 500mg, três vezes ao dia.
n Tintura - 20 gotas, três vezes ao dia (adultos); 10 gotas, duas vezes ao dia (crianças).
n Xarope 20% - 15ml, três vezes ao dia (adultos); 10ml, duas vezes ao dia (crianças).
n Infusão - ½ colher das sementes por xícara de água fervente.

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ARNICA
Nome científico: Arnica montana L.
Família: Compositae.
Partes utilizadas: flor e rizoma.
Histórico: planta que permaneceu bom tempo desconhecida, em função de se originar das regiões altas do norte
da Europa. Não foi conhecida por Hipócrates (460/370 a.C.), nem por Galeno (129/199). A descoberta de suas
propriedades foram consolidadas no século XII, na Alemanha. No século XVIII já constava de formulários médicos
importantes.

Principais constituintes: terpenos, arnidol, pradiol, arnisterina, lactonas, astragalina, taninos, umbeliferona,
carotenos.

Propriedades terapêuticas:
q Antinflamatória, revulsiva, antisséptica, analgésica. O uso é exclusivamente externo.
q Lactonas sesquiterpênicas foram relacionadas com ação antiagregante plaquetária, confirmada por
Schroder H & cols. "Arnica montana L inhibit human platelet function via thiol-dependent pathways",
Tromb. Res. 1990, 57.
Efeitos colaterais e toxicidade: o uso interno da arnica não é recomendado. O extrato alcoólico é cardiotóxico
para animais, conforme demonstrado por Forst, A.W. As flores e raízes causam vômitos e até coma, se ingeridas
por crianças. O FDA, órgão do governo dos EUA, classifica a arnica como uma erva não segura para uso interno,
porque o extrato alcoólico e aquoso contém, além de colina, contém duas substâncias ainda não identificadas que
provocam violenta gastrenterite, distúrbios do sistema nervoso, alterações circulatórias, fraqueza muscular e
morte. Por outro lado, seu uso tópico não apresenta perigo.

Indicações: para uso externo nos traumatismos e processos inflamatórios das articulações. Pode também ser
usada para tratamento das afecções bucais (gengivites e amidalites), em bochechos. Nestes casos recomenda-se
expressamente a não ingestão do preparado com arnica. Mais recentemente encontrou aplicação nos shampoos e
loções capilares com extrato de arnica 2 a 5%. Diminui a queda dos cabelos e controla a seborréia.

Dosagens:
n Extrato alcoólico 20% - uso tópico com massagens nos locais traumatizados e inflamados.
n Extrato aquoso 20% - para bochechos e gargarejos. Usar 2 colheres de sopa em ½ copo d'água.
n Shampoos e loções capilares – com 2 a 5% do extrato. Aplicar com massagens circulares no couro
cabeludo. Depois enxaguar.

ARRUDA
Nome científico: Ruta graveolens L., Ruta montana L. e Ruta bracteosa L.
Família: Rutaceae.
Partes utilizadas: folhas.
Histórico: o naturalista romano Plínio (23 a 79 a.C.) mencionou 84 remédios contendo arruda. Na Grécia antiga o
seu uso era vigiado, devido às propriedades abortivas. A partir do século XVII esta planta começou a figurar entre
rituais místicos como um elemento de proteção contra maus presságios e energias ruins. O próprio Leonardo da
Vinci difundiu os poderes metafísicos desta planta que até hoje é usada para afastar "maus fluidos".
Principais constituintes: no óleo essencial encontra-se 90% de metilheptilcetonas e metilnonilcarbinol. Alcalóides
como arborina, arborinina, graveolina e fagarinas são encontrados como ativos. Além desses, compostos flavônicos
(rutina) e cumarínicos (rutamarina) estão presentes. Tyler, V.E. e Wolters B. e Eilert U. investigaram sua
composição e determinaram que cerca de 1,5% dos ativos são arborina, arborinina e g-fagarina.

Propriedades terapêuticas:
q A planta tem muitas citações como antiespasmódica. Esta ação é atribuída aos alcalóides arborina e
arborinina. Um estudo sobre o efeito espasmolítico da arborinina em coronárias de porco mostrou que o
alcalóide é tão potente quanto a papaverina, enquanto a rutamarina mostrou ser 20 vezes mais potente
que ambos. A ação antiespasmódica é observada também sobre a musculatura lisa gastrintestinal.

Efeitos colaterais e toxicidade: a segurança da planta não foi estabelecida para uso em gestantes. Os princípios
antiespasmódicos são muito ativos e os extratos de arruda devem ser usados com moderação.

Por ser abortivo, o extrato não deve ser empregado em mulheres grávidas.
Indicações: como antiespasmódico, emenagogo. Também na oligomenorréia.
Dosagens: tintura – 2 a 5ml duas vezes ao dia.

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BABOSA
Nome científico: Aloe vera L, Aloe barbadensis Miller.
Família: Liliacea.
Partes utilizadas: parênquima (gel).
Histórico: a babosa tem uma história muito antiga. Foram encontrados desenhos dessa planta na tumba de faraós,
pois no Egito antigo ela era chamada de planta da imortalidade. O formulário médico egípcio de 1.500 a.C. já
mencionava o uso do aloe para feridas e tratamento da pele. Consta que Cleópatra usava preparações à base de
aloe (babosa) para embelezamento e tratamento cosmético. Nos dias de hoje a cosmética não abre mão do uso do
extrato dessa planta na confecção de cremes e loções hidratantes. João, no versículo 19:39-40, diz que "Nicodemus
trouxe uma mistura de mirra e aloe para a preparação do corpo de Jesus". Comerciantes árabes levaram a planta
para a Ásia no século VI. O seu nome - aloe - é proveniente do arábico, língua onde a palavra "alloeh" significa
substância amarga.

Principais constituintes: aloína, barbaloína (gosto amargo), emodina, aloinose. Entre as enzimas, celulase,
carboxipeptidase, catalase, amilase. Sacarídeos antraquinônicos são responsáveis pela forte ação hidratante da
planta.

Propriedades terapêuticas: é extensamente utilizado para cosméticos e produtos hidratantes e tonificantes da


pele. Em shampoos atua como anticaspa e melhora a hidratação dos fios, protegendo-os. Seu uso interno não é tão
difundido, mas tem reconhecida a sua ação laxativa muito violenta, além de helminticida eficaz. Há citações 1 sobre
componentes não identificados, mas com ação anti-prostaglandinas, atuando, assim, como antinflamatórios e
analgésicos.

Efeitos colaterais e toxicidade: o uso interno é pouco recomendado. Tem ação purgativa drástica. É contra-
indicado para mulheres gestantes, pois tem ação abortiva. Também não se indica o uso interno em crianças
(Spoerke, D.G. & Elkins B.R., Vet. Hum Toxicol.). Um dos componentes do látex, a aloe-emodina, provoca severos
espasmos gástricos.
Indicações: o uso interno é limitado como purgativo ou como emenagogo. Para uso externo o látex da planta
encontra muitas aplicações, como emoliente e hidratante, em cremes, géis e loções para a pele.
Dosagens:
n Extrato seco: cápsulas com 150mg uma vez ao dia.
n Shampoos: até 30% do látex fresco
n Cremes hidratantes: até 15% do látex fresco.

BLACK COHOSH
Nome científico: Cimicífuga racemosa.
Partes utilizadas: folhas.
Histórico: Black Cohosh é um fitoterápico nativo dos EUA, cujas propriedades medicamentosas se tornam cada vez
mais conhecidas. Embora apresente ações como adstringente, expectorante e diurética, seu uso mais difundido
ocorre na menopausa.

Composição: No extrato seco do Black Cohosh são encontrados vários tri-terpenos e, segundo os estudos
realizados, os compostos mais ativos são acteína e 27-deoxiacteína 2,8.

Principais constituintes: pode-se extrair um óleo volátil da planta, onde foram detectados eucaliptol, ascaridol,
cineol, eugenol e pineno. Além disso, contém alcalóides (o mais importante é a boldina), tanino, terpenos e
flavonóides.
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Propriedades terapêuticas: Daniel B. Mowrey relata as propriedades já comprovadas cientificamente:
q Normaliza a menstruação;
q Alivia a congestão uterina e vaginal;
Efeitos colaterais e toxicidade: raramente descritos 9 - tonteiras, náuseas, diarréia, dor-de-cabeça, podem
ocorrer nos casos de dosagens excessivas (acima de 500mg/dia).

Indicações: pesquisa envolvendo 131 médicos e 629 pacientes mostrou que o extrato da cimicifuga melhorou os
sintomas da menopausa em até 80% das pacientes em 6 a 8 semanas 10. Black Cohosh aliviou as dores de cabeça,
as palpitações, perspirações profusas, calores, irritabilidade. A completa desaparição dos sintomas foi observada
após 6 a 8 semanas, em cerca de 90% das pacientes tratadas.

Dosagens:
n extrato seco – cápsulas com 80mg, duas vezes ao dia 9.

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BOLDO
Nome científico: Peumus boldus, Boldus boldus.

Família: Monimiaceae.

Partes utilizadas: folhas.

Histórico: é uma planta originária dos Andes (região do Chile), que se aclimatou em alguns países da América do
Sul, inclusive no sul do Brasil. Seu odor fresco lembra um pouco o hortelã, com toques de cânfora. Nos meados do
século XIX despertou o interesse de médicos na Europa. Consta que o primeiro a estudá-la foi o médico francês
Baumez. Seu uso na forma de chá caseiro (amargo) foi muito difundido a partir no início do século, principalmente
no sul e sudeste do Brasil, onde ficou notório pelo seu efeito digestivo e de rápido alívio para os sintomas
decorrentes de alimentação gordurosa em excesso, assim como outros abusos alimentares.

Principais constituintes: pode-se extrair um óleo volátil da planta, onde foram detectados eucaliptol, ascaridol,
cineol, eugenol e pineno. Além disso, contém alcalóides (o mais importante é a boldina), tanino, terpenos e
flavonóides.

Propriedades terapêuticas: tem marcante ação colagoga e colerética.

Efeitos colaterais e toxicidade: essa planta pode ser tóxica, quando tomada em doses excessivas (acima de
75mg em uma só dose, em extrato seco). Entre os sintomas da intoxicação estão distúrbios da visão (alteração na
visualização de cores), tonteiras, vômitos, diarréias, espasmos e convulsões.

Indicações: utilização tradicional como colerético e hepatoprotetor. Esses efeitos vêm sendo comprovados
cientificamente, através de pesquisas "in vivo". Dentre elas citamos Lanhers & cols, "Hepatoprotective and
antiinflamatory effects of a traditional medicinal plant of Chile: Peumus boldus", Planta Medica, 1991, vol. 57.

Dosagens:
2
n Extrato seco: cápsulas com 50mg, duas a três vezes ao dia. Há registros de que doses acima de
100mg do extrato seco podem ser tóxicas ao ser humano.
n Tintura: 2ml num copo dágua três vezes ao dia.

BORRAGE
Nome científico: Borago officinalis L.

Família: Boraginaceae.

Partes utilizadas: semente (extração do óleo).

Histórico: vem de longe o uso dessa planta na medicina. Na Idade Média suas folhas e flores eram usadas no
vinho para melhorar a melancolia. Mais tarde outras indicações apareceram: reumatismo, bronquite, lactogênico. É
um medicamento oficial em vários países europeus - Alemanha, Espanha, Portugal, Romênia. Suas folhas, quando
trituradas, exalam um aroma que lembra o pepino. Também são comestíveis, no preparo de saladas.

Principais constituintes: hoje em dia encontramos muito mais aplicação no óleo extraído da semente da borrage.
Seu alto teor em GLA (ácido gama-linolênico, precursor de eicosanóides) - até 21% - o faz uma das principais
fontes da suplementação com ácidos graxos essenciais.

Propriedades terapêuticas: o óleo de borrage é rico em GLA, precursor de prostaglandinas. Afecções


dermatológicas, como eczemas, psoríase, estão associadas com deficiência de GLA. Bronquites também podem ter
como causa a deficiência de certas prostaglandinas que atuam como broncodilatadoras (PGE1).

Efeitos colaterais e toxicidade: desconhecidos.

Indicações:
q Na tensão pré-menstrual, por aumentar a liberação de PGE1.
q Nos processos inflamatórios (diminui a produção dos eicosanóides pró-inflamatórios),
q Como coadjuvante nas depressões moderadas.

Dosagens:
n Óleo: cápsulas com 500mg, duas a três vezes ao dia.
n Tintura: 1 a 3ml, três vezes ao dia.

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CALÊNDULA
Nome científico: Calendula officinalis L.
Família: Compositae.
Partes utilizadas: folha e flor.
Histórico: planta cuja origem é remota (Egito). Os primeiros registros surgem na Europa, tendo se adaptado bem
ao Brasil. Na secessão americana foi utilizada para assepsia das feridas. O arbusto chega a 2 - 2,5m de altura.
Principais constituintes: o óleo essencial contém carotenóides. Estão presentes antioxidantes bioflavonóides,
entre eles a quercetina. Outros: cálcio, silício, calendina, terpenos. Alguns têm ação repelente para insetos.

Propriedades terapêuticas: na literatura encontramos referências às suas propriedades imunoestimulantes 1. Um


estudo realizado por Wagner e publicado na revista alemã Arzneimittelforschung confirma o efeito
imunoestimulante da calêndula. São bem conhecidas as ações antisséptica, antiflogística e cicatrizante, a nível
externo. Estudos científicos mostraram que a aplicação de calêndula em feridas promoveu um aumento na síntese
do colágeno, nas glicoproteínas e nas nucleoproteínas (Klouchek-Popava E. et cols. - Acta Physiol. Pharmacol.
Bulgary, 1982; 8-63). Outras pesquisas, realizadas na Rússia, revelaram que preparações oculares com extrato de
calêndula aliviaram inflamações crônicas e conjuntivites em ratos ( Marinchev, V.N. et cols. - Oftalmol Zh, 1971;
26:196). Registram-se, ainda, as propriedades como planta colagoga, emenagoga e antinflamatória.
Efeitos colaterais e toxicidade: em animais doses de 50mg/kg do extrato não mostraram alterações histológicas
(Elias, R. et cols. "Antimutagenic activity of some saponins isolated from Calendula officinalis - Mutagenesis 1990; 5 (4):327.

Indicações:
q Uso tópico - na formulação de loções e cremes cicatrizantes, antinflamatórios e antissépticos.
q Uso interno - como colagogo, antinflamatório e imunoestimulante.
Dosagens:
n Cremes ou Loções: 2 a 3% do extrato de calêndula.
n Extrato seco: cápsulas com 250mg, duas a três vezes ao dia.
n Tintura: 0,3 a 1,2ml três vezes ao dia.

CAMOMILA
Nome científico: Matricaria chamomilla L.
Família: Compositae.
Partes utilizadas: flores.
Histórico: em Roma a camomila era usada como antiespasmódica e antinflamatória. Os chás eram utilizados para
tratar parasitas intestinais. Como cosmético o extrato é utilizado para o clareamento dos cabelos. Hoje se sabe que
o poder antinflamatório da camomila se deve ao azuleno, com 5% no total do óleo essencial e ao bisabolol.
Principais constituintes: amazuleno (cerca de 5% do óleo essencial), a-bisabolol (45-50%), ácido angélico,
apigenina, matricina, colina, mucilagens, cumarinas (umbeliferona), flavonóides (quercetina, luteolina).

Propriedades terapêuticas:
q a-bisabolol é o componente que exerce mais influência. Seu poder antinflamatório é bastante conhecido e relatado na
literatura científica. Jakolev & cols demonstraram que o ativo reduziu a inflamação em animais (ratos), bem como a
artrite ("Pharmacological Investigations with Compounds of Chamomile", Planta Medica, 1979, 35:125).
q O autor Isaac, O. mostrou que o a -bisabolol também exerce propriedades antipiréticas, segundo os estudos elaborados
com cobaias (Planta Medica 1979, 35:118).
q No tratamento das gastrites e das úlceras gástricas o a -bisabolol apresentou eficácia, conforme os estudos de Szelenyi, I.
realizados com ratos induzidos com indometacina, estresse e álcool ("Pharmacological Experiments with Compounds of
chamomile III", Planta Medica, 1979, 35:218).
q O efeito espasmódico da planta foi comprovado. Há estudos que mostram que a potência do bisabolol é equivalente à da
papaverina: "Investigations on the spasmolytic effect of compounds of chamomile and kamillosan®”, Planta Medica,
1980, 39:38. Outras substâncias presentes na planta também exercem ação antiespasmódica: apigenina, luteolina.
q Stern & cols. demonstraram o efeito antihistamínico da camomila em modelo com animais "Die antiallergische und
antiphlogistische Wirkung der Azulene", Arzn Forsch, 1956; 6:445.

Efeitos colaterais e toxicidade:


n Baixa toxicidade por via oral (DL50 oral de 15ml/kg em ratos).
n Foram negativos os testes teratogênicos realizados com ratas e coelhas (1ml/kg/via oral).
n Foram negativos os testes subcrônicos com ratos (1ml/kg/via oral/4 semanas).

Indicações: por via oral é indicado para tratamento das afecções e inflamações do aparelho gastrintestinal
(gastrites, esofagites, úlceras gástricas e duodenais) e como antiespasmódico. Em dermatologia, o azuleno e o alfa-
bisabolol podem ser empregados em cremes ou loções para tratamento de dermatites e alergias.

Dosagens:
n Infusão: 2 a 3 vezes ao dia.
n Extrato seco: cápsulas com 500mg, três vezes ao dia.
n Uso externo: cremes com 0,5-2% de azuleno e 0,1-1% de alfa-bisabolol. Cremes com 3 a 5% da tintura.

- 10 - Depto. Científico: (21) 3298-5093


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CANELA
Nome científico: Cinnamomum zeylanicum Ness.

Família: Lauraceae.

Partes utilizadas: córtex.

Histórico: originária do oriente (Sri-Lanka, Índia), a canela chegou a Europa por volta do século V.

Principais constituintes: eugenol, felandreno, vanilina, pineno, cineol.

Propriedades terapêuticas: hemostática, digestiva (aumenta as secreções do aparelho gastrintestinal),


emenagoga.

Efeitos colaterais e toxicidade: evitar usar o óleo essencial pura. Não usar na gravidez e lactação.

Indicações: hemorragias nasais, menorragia, atonia gástrica e problemas digestivos.

Dosagens:

n Extrato seco - cápsulas com 250mg, duas vezes ao dia.

n Tintura: 5ml, duas vezes ao dia.

CAPIM-LIMÃO
Nome científico: Cymbopogon citratus.

Família: Graminae.

Partes utilizadas: folhas.

Histórico: o capim-limão é originário da Ásia. A folha tem aroma agradável, ligeiramente cítrico, sendo uma planta
de fácil desenvolvimento em solos quentes e úmidos. Também é conhecido como erva-cidreira.

Principais constituintes: geranial, citral, citronelal estão entre os principais componentes (aldeídos). Outros
componentes importantes: geraniol, nerol, metil-heptenol, mirceno, farnesol, terpenos.

Propriedades terapêuticas:

q Alguns aldeídos do capim-limão apresentam ação antiespasmódica para o útero e intestinos. O efeito
antiespasmódico está vinculado à ação anticolinérgica (bloqueio da acetil colina), exercida pelo
extrato da planta.

q Apresenta ação ansiolítica e calmante, atribuída ao ativo mirceno.

Efeitos colaterais e toxicidade: não relatados.

Indicações:

q Como sedativo, o capim-limão é indicado para os estados de ansiedade e também na insônia.

q Age também como antiespasmódico nas cólicas intestinais e na flatulência.

Dosagens:
n Infusão: tomar 4 a 5 xícaras ao dia.
n Extrato seco: cápsulas com 500mg, três vezes ao dia.

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CARQUEJA
Nome científico: Baccharis genistelloides Person.
Família: Compositae.
Partes utilizadas: folhas e caules.
Histórico: a carqueja é originária da América do Sul, principalmente do cone sul. Cresce em lugares inóspitos,
pedregosos é já vem sendo utilizada há muito tempo com fins medicinais. O chá tem forte gosto amargo e é usado
nos distúrbios digestivos e cólicas gastrintestinais. É uma planta muito resistente que pode crescer até nas
pequenas fendas de pedras e de concreto, à beira das estradas, em condição bastante áridas.

Principais constituintes: carquejol, nopineno, calameno, eledol, eudesmol, lactonas diterpênicas, flavonóides,
polifenóis, taninos, saponinas, triterpenos.

Propriedades terapêuticas:
q Os princípios amargos exercem propriedades reguladoras das secreções gastrintestinais.
q A planta tem, também, forte ação diurética e hipoglicemiante, sendo útil no diabetes.
q Ensaios com cães evidenciaram marcante propriedade hipocolesteremiante (abaixou até 10%).

Efeitos colaterais e toxicidade: estudos com camundongos, usando-se um dos ativos (carquejol), evidenciaram
baixa toxicidade por via oral 1. A DL50 oral para ratos do carquejol é de 1,80g/kg.

O uso durante a gravidez e lactação não é aconselhado: não estão disponíveis dados sobre a segurança.

Indicações:
q Distúrbios do aparelho gastrintestinal, má digestão, flatulência, náuseas, azia, constipação. Também pode ser
usado no tratamento da litíase biliar.
q Como diurético - deve-se evitar excesso do chá (preferivelmente tomar no máximo 1 xícara por dia).

Dosagens:
n Infusão: 5g em 200ml, tomar 1 xícara.
n Extrato seco: cápsulas com 250mg, tomar duas vezes ao dia.
n Tintura: 5 a 10ml duas vezes ao dia.

CÁSCARA SAGRADA
Nome científico: Rhamnus purshiana D.C.
Família: Rhamnaceae.
Partes utilizadas: caule e ramos.
Histórico: a cáscara sagrada teve sua primeira descrição em 1805, pelos exploradores espanhóis da Califórnia. Sua
consolidação para uso médico ocorreu em 1877. A contrapartida européia dessa planta é a espécie Rhamnus
frangula, que foi descrita há mais tempo (1650) na Farmacopéia Inglesa. A árvore é frondosa (mede cerca de 6 a 9
metros de altura). A árvore é nativa do oeste dos Estados Unidos (Califórnia, Oregon, Washington e Montana)2.

Principais constituintes: derivados antracênicos (6 a 9%), barbaloína, crisaloína, emodina, antraquinonas, todos
com propriedades laxativas. Outros componentes encontrados no suco dos frutos: cinchol, cupreol, quebranchol,
emodina, ácidos linolêico, mirístico e málico, amido e tanino.

Propriedades terapêuticas: consagrada como laxante, a cáscara sagrada exerce essa propriedade devido,
principalmente, aos glicosídeos da antraquinona, que atuam como estimulantes do peristaltismo intestinal. Sobre
essa propriedade há muitos registros na literatura (Leung, A.Y "Encyclopaedia of Common Natural Ingredients Used
in Food, Drugs and Cosmetics", New York: J. Wiley Interscience, 1980.). O mecanismo de ação mais provável foi
proposto por Bisset, N.G. ("Herbal Drugs and Phytopharmaceuticals", Stuttgart; Medpharm Scientific Publishers,
1994, Deutchland): os antraglicosídeos impedem a reabsorção de água e eletrólitos no intestino, aumentando a
pressão e, conseqüentemente, estimulando o peristaltismo. Em geral os glicosídeos são mais ativos do que os
produtos de sua hidrólise. O efeito laxante é observado a partir de 6 horas da dose administrada. Estudos mais
recentes têm apontado efeitos interessantes com alguns componentes da cáscara sagrada: Leung relata que o
composto emodina foi testado em camundongos para tratamento da leucemia linfocítica P-388, com sucesso.
Sydiskis R.J. demonstrou que o extrato de R. purshiana inibiu, in vitro, o vírus Herpes simplex.

Efeitos colaterais e toxicidade: não foram relatados efeitos tóxicos significativos, porém o uso abusivo pode
provocar a perda de eletrólitos, especialmente potássio. O uso crônico pode levar à pigmentação da mucosa
intestinal (melanosis coli) e causar dependência na musculatura lisa do intestino.

Indicações: como laxativo nas constipações (a causa original deve ser pesquisada).
Dosagens:
n Extrato seco: cápsulas com 0,25g; duas vezes ao dia (como laxante).
n Extrato seco: cápsulas com 0,25g; três vezes ao dia (como purgativo).

- 12 - Depto. Científico: (21) 3298-5093


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CASSIA
Nome científico: Cassia nomame.
Família: Leguminosae.
Partes utilizadas: folhas.
Histórico: esta planta do grupo das fabáceas, família leguminosae, vem se destacando por seu efeito inibitório
sobre as enzimas que promovem a digestão de gorduras e, por conseqüência, auxilia na redução do acúmulo de
gordura corpora.

Principais constituintes: o extrato da Cassia nomame fornece diversos ativos, porém 5 deles chamaram a
atenção, em função de seu efeito inibitório sobre as lipases. Um estudo no ano de 1997, promovido na Universidade
de Okayama – Japão, constatou a presença de flavonóides que inibiram a digestão de gorduras. O principal ativo
parece ser a tri-hidroxiflavono catequina. Outros componentes fenólicos foram detectados (8%).

Propriedades terapêuticas: efeitos de importância médica até agora descritos para o extrato da Cassia nomame
abrangem a área cardiovascular e obesidade, principalmente:
q Redução de peso: com a diminuição da absorção de gorduras, a perda de peso se faz notar acentuadamente,
especialmente quando combinada com dieta para redução calórica. Yamamoto, M. & cols. publicaram um artigo
na revista International Journal of Obesity and Related Metabolism Disorders, em junho de 2000, onde testaram o
extrato de Cassia nomame em ratos, em estudo controlado. Como resultado final relataram a perda acentuada de
peso dos animais em teste e os níveis de perda foram considerados dose-dependentes. Brudkak, M.A, em seu
artigo “Weight-loss drugs and supplements: are there safer alternatives?”, publicado na revista Medical
Hypotheses, janeiro de 2002, considera “Esses produtos naturais apresentam-se como possíveis alternativas
àqueles que podem ser potencialmente letais e não são considerados mais as únicas opções”.
q Efeitos cardiovasculares: levando-se em conta a redução dos níveis de triglicerídeos e colesterol plasmáticos, o
extrato da planta pode ser considerado um fator de prevenção das doenças obstrutivas cardiovasculares.

q Apnéia do sono: conforme relatado no livro “Cassia nomame -Nature´s Fat Absorption Blocker”, por Elkins R; o
extrato da planta exerce efeito positivo sobre esse distúrbio.

Efeitos colaterais e toxicidade: a absorção das vitaminas lipossolúveis – A, E, D e K – pode ser reduzida. No
caso da prescrição de doses acima de 400mg/dia recomenda-se suplementação com estas vitaminas em horários
diferentes da administração da Cassia nomame. Diarréia de intensidade variável pode ocorrer em alguns pacientes.

Indicações:
q Redução de gordura corporal acumulada.
Dosagens: extrato seco – cápsulas com 200 a 600mg, duas vezes ao dia.

CASTANHA-DA-ÍNDIA
Nome científico: Aesculus hippocastanum L.
Família: Hippocastanaceae.
Partes utilizadas: Casca, sementes.
Histórico: o próprio nome em português, castanha-da-Índia, mostra que, no início, pensava-se que esta árvore
fosse originária da Índia, porém ela é nativa das Bálcãs. Na França há registros de sua presença no início do século
XVII (1615), tendo sido disseminada por toda a Europa, rapidamente. Há outras variedades de castanhas:
Aesculus hippocastanum (atinge 30m de altura), Aesculus gabra, Aesculus californinca, Castanea sativa.

Principais constituintes: Aesculus hippocastanum contém bioflavonóides (rutina) e sapogeninas - aescina.


Propriedades terapêuticas: Segundo Bisler, H. & cols. ("Effect of Horse Chestnut Seed Extract on Transcapillary
Filtration in Chronic Venous Insuffiency" - Dtsch Med Wochenschr, 1986), os triterpenos são os ativos que
diminuem a permeabilidade vascular, melhorando a inflamação venosa e agindo como um tônico da circulação. Um
outro ativo, a aescina, presente na proporção de 70%, foi avaliado por Guillaume, M & cols ("Veinotonic Effect,
Vascular Protection, Antiinflamatory and Free Radical Scavenging Properties of Horse Chestnut Extract" -
Arzneimittleforschung, 1994, 44) e mostrou, também, a capacidade de reduzir a permeabilidade vascular induzida
pela histamina, diminuindo o edema.

Efeitos colaterais e toxicidade: outras espécies de Aesculus que não a hippocastanum, podem conter um
produto tóxico, a aesculina. Não há dados que respaldem o uso infantil.

Indicações:
q Inflamações varicosas, edema.
q Problemas circulatórios.

Dosagens: extrato seco - cápsulas com 250 a 500mg; duas vezes ao dia.

- 13 - Depto. Científico: (21) 3298-5093


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CATUABA
Nome científico: Anemopaegma mirandum.
Família: Bignoniaceae.
Partes utilizadas: cascas.
Histórico: é uma planta nativa da região norte brasileira, conhecida há muitos anos pelos indígenas, que a utilizam
com fins medicinais. Houve certa confusão botânica quanto à sua correta denominação e sinonímias. Há algumas
plantas, de gênero diferente, também designadas por catuaba: Phyllanthus nobilis, Erytroxylum mirandum. O
gênero Anemopaegma é o que apresenta mais estudos, embora um outro gênero/espécie, a Trichilia catigua, seja
muito comum e também designada como catuaba.

Principais constituintes: a catuabina, princípio ativo amargo, é o mais importante componente. Também foram
identificados taninos e alcalóides relacionados com atropina e ioimbina.

Propriedades terapêuticas: a catuaba atua na transmissão nervosa. Em alguns centros nervosos atua como
adrenérgico, em outros como colinérgico. Empiricamente, sempre foi usada como tonificante e antidepressiva. Sua
associação com a ioimbina (extraída do Coryanthe yohimbe ou Pausinystalia yohimbe) produz uma boa terapêutica
auxiliar contra a impotência masculina (500mg de extrato seco de catuaba + 8mg de ioimbina por cápsula, duas
vezes ao dia).

Efeitos colaterais e toxicidade: doses elevadas podem ser tóxicas (ação muscarínica).

Indicações:
q Astenia, desânimo.
q Disfunção erétil.

Dosagens:
n Extrato seco: 0,5 a 1,0g; duas vezes ao dia.
n Tintura: 5 a 10ml/dia; duas vezes ao dia.

CAVALINHA
Nome científico: Equisetum arvense.

Família: Equisetaceae.

Partes utilizadas: caules.

Histórico: seu nome científico, em latim, significa "cauda de cavalo". Apresenta sabor levemente salgado e
amargo, crescendo em nosso país de forma bem generalizada, até a altitude de 2.500m. A cavalinha é uma planta
de origem européia e amplamente utilizada para fins medicinais no Brasil.

Principais constituintes: silício é o mineral mais abundante nesta planta, que contém ainda cálcio, magnésio,
manganês, fósforo e potássio. Possui em sua composição bioflavonóides - isoquercetina, canferol, fitosterol e
alcalóides - nicotina, palustrina, metosapiridina. Complementando, registra-se a presença de saponinas, vitamina C
e taninos.

Propriedades terapêuticas: principalmente diurética, com a vantagem de ser remineralizante. Para os tecidos
conectivos e ligamentos, o silício se torna um importante nutriente. Outras aplicações: como cicatrizante e
adstringente.

Efeitos colaterais e toxicidade: não relatados.

Indicações:

q Diurético
q Cicatrizante

Dosagens:
n Extrato seco: cápsulas com 250 a 500; duas vezes ao dia.
n Tintura: 20 a 50 gotas por dia.

- 14 - Depto. Científico: (21) 3298-5093


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CENTELLA
Nome científico: Centella asiatica L.
Família: Umbelliferae.
Partes utilizadas: partes aéreas.
Histórico: no Sri Lanka o povo percebeu que os elefantes mastigavam uma planta e associaram a longevidade dos
animais a esse hábito. Desde então a Centella vem sendo utilizada milenarmente como tonificante e até afrodisíaca.
Na época recente a Centella foi introduzida também nos tratamentos de afecções dermatológicas, celulite e flacidez.
Na década de 40 foi esclarecida parte da sua composição, onde um alcalóide chamado asiaticosídeo mostrou ser
um dos ativos mais importantes, apresentando importante ação lipolítica.

Principais constituintes: contém madecassol, aminoácidos, flavonóides, ácidos graxos, esteróides, sais
inorgânicos e o asiaticosídeo.

Propriedades terapêuticas:
q Cabe destacar a capacidade cicatrizante do extrato de Centella, bem documentado em diversos
estudos, como o realizado por Pizot & Dumez, publicado na Acad Sci, 1978, 286 (10):789.
q Num outro estudo, Tenni R. & cols mostraram que a fração triterpênica do extrato de Centella
aumentou a síntese de colágeno, in vitro, sem alterar a biossíntese de proteoglicans e proliferação
celular - Ital J. Biochem 1988, 37 (2):69.
Efeitos colaterais e toxicidade: Eun & Lee descreveram dermatite provocada pelo uso de preparações usando a
planta fresca, trabalho que foi publicado na revista "Contact Dermatitis", 1985; 13 (5): 310. Pela via oral, doses
maiores da Centella provocaram sedação em animais de laboratório.

Indicações: afecções da pele, feridas, hematomas, úlceras varicosas, medicina estética - celulite e flacidez.
Dosagens:
q Uso interno:
o Extrato fluido - 1ml/dia (20 gotas) por dia.
o Extrato seco: cápsulas com 100mg, duas vezes ao dia.

q Uso externo: extrato glicólico, 2 a 5% em géis e cremes.

CHAPÉU-DE-COURO
Nome científico: Echinodorus macrophyllus Mich
Família: Alismataceae.
Partes utilizadas: folhas.
Histórico: o chapéu-de-couro é planta espontânea no território nacional, cresce melhor em solos úmidos e várzeas.
Também é conhecido como erva-do-brejo ou erva-do-pântano.

Principais constituintes: muitos sais minerais, inclusive iodo. São também encontrados taninos, triterpenos,
flavonóides, heterosídeos cardiotônicos, resina e alcalóides.

Propriedades terapêuticas:
q Diurético suave que implementa a filtração glomerular e estimula a eliminação do ácido úrico. Possui
também atividade antisséptica das vias urinárias.
q Hepatoprotetor
q Laxante e estimulador da secreção biliar.
q Antireumático, em função da melhoria da excreção urinária de agentes pró-inflamatórios do
metabolismo.

Efeitos colaterais e toxicidade: não relatados.

Indicações:
q Nos processos inflamatórios (gota).
q Doenças renais e das vias urinárias.
q Problemas hepáticos.

Dosagens:
n Uso interno: extrato seco – cápsulas com 300 a 600mg; duas vezes ao dia.

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CHLORELLA
Nome científico: Chlorella pyrenoidosa.
Família: Cyanophyta.
Partes utilizadas: a alga inteira.
Histórico: a chlorella é uma alga unicelular de água doce cuja presença na terra é estimada há milhões de anos.
Foi primeiramente utilizada pelos japoneses, cuja culinária tem tradição no uso de algas alimentícias. A partir da
segunda guerra mundial passou a despertar muito interesse dos pesquisadores na área de nutrição humana, já que
seu uso pelos soldados provou ser de grande eficácia nutritiva. Na década de 80 foi descoberto um fator de
reprodução celular - o CGF (Chlorella Growth Factor), que estimula a renovação celular em cultura de células e em
animais de laboratório.

Principais constituintes: contém aproximadamente 55% de proteínas, sendo que a sua hidrólise fornece todos os
aminoácidos essenciais em teores significativos. Apresenta ainda 10% de lipídios, 18,5% de carbohidratos e 3% de
fibras. O restante compreende sais minerais - cálcio, fósforo, sódio, ferro, potássio e magnésio e vitaminas
(complexo B, vitamina C, vitamina E, carotenos).

Propriedades terapêuticas:
q Anticâncer: sua composição encerra dois agentes anticancerígenos, o CGF e um polissacarídeo
(Chlon-A). Este último demonstrou ser um estimulante das NK cells (Natural Killer cell), linfócitos
especializados na destruição de células cancerígenas.
q Estimulante do sistema imunológico.
q Excelente complemento nutricional tendo em vista que possui os nutrientes mais importantes para o
organismo, desde aminoácidos, lipídios, vitaminas, carbohidratos e sais minerais.
q Auxilia na diminuição do apetite e no controle da hiperfagia.
Efeitos colaterais e toxicidade: dependendo da dose inicial pode ocorrer ligeira diarréia, que cessa com o uso.
Indicações:
q Suplemento nutricional.
q Estimulante do sistema imune.
q Controle de peso: funciona produzindo a plenitude gástrica, com água.

Dosagens:
n Extrato seco:
§ Cápsulas com 500mg, duas vezes ao dia (suplemento nutricional).
§ Cápsulas com 1g meia hora antes das refeições, num copo com 300ml de água
(na hiperfagia).

CIPÓ-CABELUDO
Nome científico: Mikania hirsutissima DC.
Família: Compositae.
Partes utilizadas: planta florida.
Histórico: o cipó-cabeludo é uma planta pequena, aromática e de gosto bastante amargo. É uma espécie natural
de nosso território, encontrada em todas as regiões.

Principais constituintes: foram pouco estudados até agora, já tendo sido descoberta a presença de saponinas,
flavonas, terpenos, sais de alumínio, cálcio, ferro, potássio e sódio.

Propriedades terapêuticas: seus componentes, especialmente resinas, dificultam a perda de albumina pela urina.
Outros compostos (terpenos) atuam como antisséptico urinário.

Efeitos colaterais e toxicidade: não relatados.


Indicações:
q Infecções urinárias, nefrites, uretrites, cistites, pielonefrites.
q Dores reumáticas, gota.
q Cólicas menstruais.

Dosagens:
n Infusão: tomar 3 xícaras de chá por dia nas cistites.
n Extrato seco: cápsulas com 500mg, duas a três vezes ao dia.

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CONFREI
Nome científico: Symphytum officinale L.
Família: Boraginaceae.
Partes utilizadas: folhas e raízes.
Histórico: há registros do confrei para uso humano de 2.000 anos atrás. Na Grécia antiga ele já era conhecido e
também no Japão há citações bem antigas. Durante todo esse tempo as principais indicações terapêuticas do
confrei foram para tratamento de feridas e afecções dérmicas. Também foi utilizado na recuperação de fraturas e
nas úlceras gástricas. Estudos com animais de laboratório contra-indicam o uso interno do confrei.

Principais constituintes: o principal constituinte é a alantoína. Contém ainda taninos, açúcares, saponinas,
triterpenos, vitaminas, aminoácidos essenciais e ácido rosmarínico, entre os principais.

Propriedades terapêuticas: a alantoína promove a proliferação celular, por isso pode ser usada topicamente em
fórmulas cicatrizantes e re-epitelizantes. Segundo pesquisas no final da década de 80 (Andres R. - Relating
antiphlogistic efficacy of dermatics containing extracts of Symphytum officinale - Planta Medica, 1989 - 55), o
extrato de confrei apresenta também atividade antinflamatória, devido à presença do ácido rosmarínico.

Efeitos colaterais e toxicidade: o uso continuado do confrei por via oral pode trazer problemas hepáticos,
conforme relata The Lawrence Review of Natural Products. Essa toxicidade traduz-se, por uma indução a
carcinoma hepático. Essa potencialidade carcinogênica foi testada em animais (ratos) alimentados com 0,5 a 8%
de extrato de confrei por dia, durante 600 dias. A partir de 180 dias de teste ficaram evidentes os sinais de
toxicidade, ficando confirmado em nível histológico a indução de carcinomas hepáticos em todos os grupos, além de
carcinomas de bexiga. Os carcinomas hepáticos foram mais freqüentes nos animais alimentados com o extrato das
raízes do confrei, em relação àqueles que consumiram o extrato de folhas (Hirono & cols, "Carcinogenic activity of
Symphytum officinale" - J. Nat Cancer Inst. - 1978, 61).

Indicações:
q Somente pode ser usado externamente como cicatrizante.

Dosagens:
n Cremes e géis: 5 a 10% do extrato.

COPAÍBA
Nome científico: Copaifera sp
Família: Leguminosae.
Partes utilizadas: resina extraída do caule.
Histórico: planta da região norte (Amazônia). Os portugueses registraram que os índios usavam o óleo da copaíba
para cicatrizar as feridas de batalha. Os colonizadores descobriram aplicações internas da planta, como antisséptico
das vias urinárias. Mas o seu uso foi consagrado mesmo na área fitocosmética, onde o extrato de copaíba é muito
requerido.

Principais constituintes: ainda pouco estudados, porém foram identificados na composição da copaíba produtos
sesquiterpenos, bisaboleno, resinóides.

Propriedades terapêuticas: tem ação cicatrizante, além de atuar como antisséptico, propriedade que credencia o
óleo de copaíba para uso no tratamento da acne. Além de antisséptico é também adstringente, combatendo a
oleosidade excessiva da pele. Há experiência positiva com a incorporação do óleo de copaíba em xampus anticaspa.

Efeitos colaterais e toxicidade: Não relatados.

Indicações:
q Acne rosacea, acne vulgaris.
q Seborréia do couro cabeludo.
q Dermatite seborréia.

Dosagens:
n Cremes e géis: 2 a 5% do óleo.
n Xampus: 2 a 5% do óleo.

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CRATAEGUS
Nome científico: Crataegus oxyacantha L.
Família: Rosaceae.
Partes utilizadas: folhas.
Histórico: registrada somente no século XIX, na Europa. Em Portugal é conhecida como pirliteiro. São arbustos que
apresentam grande longevidade (podem viver mais de 200 anos). Nos EUA o uso do crataegus tornou-se popular
como cardiotônico.

Principais constituintes: contém flavonóides, galactosídeos, quercetol, procianidinas e ácidos triterpênicos.

Propriedades terapêuticas: no ano de 1973, Stepka W & cols relatavam as propriedades terapêuticas da infusão
de crataegus para o tratamento da hipertensão, taquicardias e arritmias ("A survey of the genus Crataegus for
hipotensive activity", Lloydia - 1973 - 36"). Hamon & cols demonstraram a potencialidade do extrato do crataegus
(nos EUA é conhecido como Hawthorn) como dilatador das artérias coronarianas. Na China, He G. ("Effect of the
prevention and treatment of atherosclerosis of a mixture of hawthorn and motherworn") observou os efeitos
benéficos dessa planta após administração prolongada a animais de laboratório: foram reduzidos os índices de
lipídios - triglicérides e colesterol.

Efeitos colaterais e toxicidade: em altas doses pode produzir hipotensão e sedação.

Indicações:
q Nas patologias cardiovasculares.
q Hipertensão arterial.
q Arritmias.
q Hipotonia do miocárdio.

Dosagens:
n Extrato seco: cápsulas com 300mg, duas a três vezes ao dia.
n Pode ser associada com Ginkgo biloba de 40 a 60mg.

DENTE-DE-LEÃO
Nome científico: Taraxacum officinale Wiggers
Família: Compositae.
Partes utilizadas: folhas e raízes.
Histórico: citada desde o século X pelos médicos árabes, o dente-de-leão aclimatou-se bem na América do Norte e
algumas partes da Europa. A partir do século XVI foi reconhecida como planta medicinal cujos efeitos diuréticos e
hepatoprotetor foram amplamente divulgados até os dias de hoje.

Principais constituintes: taraxerol, colina, taninos, levulina, inulina, pectina e sais minerais.

Propriedades terapêuticas: estudos como o de Farnsworth, N. R. & Segelman, A.B. (Tile and Till, 1971, 57)
mostraram que o extrato dessa planta possui efeito hipoglicêmico. Outras pesquisas (Chakurski & cols. - Vutr.
Boles, 1981 - 20) investigaram as propriedades medicinais do dente-de-leão e descreveram uma ação laxativa
suave. No Lawrence Review of Natural Products também é citada atividade diurética pertinente ao dente-de-leão.

Efeitos colaterais e toxicidade: Larregue & cols verificaram que o extrato dessa planta pode provocar dermatite
de contato, como acontece com outros membros dessa família (Ann Dermatol Venerol 1978 - 105). Hirono & cols.
não evidenciaram efeitos carcinogênicos em camundongos, conforme foi publicado no Journal Environ. Pathol.
Toxicol. 1978, número 1.

Indicações:
q Laxante suave.
q Diurético
q Hipoglicemiante

Dosagens:
n Infusão: tomar 3 xícaras do chá ao dia.
n Extrato seco: cápsulas com 500mg, duas a três vezes ao dia.

- 18 - Depto. Científico: (21) 3298-5093


Guia Terapêutico para Fitoterapia

EQUINACEA
Nome científico: Equinacea angustifolia DC.
Família: Compositae.
Partes utilizadas: raízes.
Histórico: a equinacea é planta nativa do EUA (Kansas, Nebraska e Missouri), conhecida e utilizada pelos índios
daquelas regiões. No século XIX já era a planta mais utilizada, com fins medicinais, nos EUA. Entretanto, a mistura
com outra espécie da família, o Parthenium integrifolium, desprovida de qualquer ação farmacológica, fez a fé
popular diminuir bastante com relação ao uso da equinacea. As primeiras atribuições medicinais para essa planta
foram no tratamento da vertigem e de picadas de cobra. No início do século XX foi muito usada como antinfeccioso.
Hoje sabemos que isso se devia às suas propriedades imunoestimulantes.

Principais constituintes: polissacarídeos (imunoestimulantes), ésteres do ácido cafêico, betaína, fitoesteróis,


alcalóides - equinaceína (uma isobutilamina complexa), substância tóxica para moscas adultas.

Propriedades terapêuticas: a equinacea figura entre as mais potentes plantas que atuam positivamente sobre o
sistema imune. A exemplo de outros vegetais (os cogumelos maitake e shitake), sua composição é rica em
polissacarídeos que funcionam como simuladores de antígenos, ativando a imunidade humoral. Entretanto, segundo
Bauer & col. ("Immunologic in vivo nd in vitro studies on Echinacea exracts" - Arzneimittelforschung, 1988 - 38), a
fração lipofílica do extrato é ainda mais ativa do ponto de vista imunológico e estimula bastante a fagocitose
(aumentam a motilidade dos leucócitos). Um polissacarídeo - o arabinogalactan - foi isolado e mostrou ser eficaz
na ativação dos macrófagos contra células cancerígenas e agentes infecciosos inoculados pela via intraperitoneal,
em camundongos (Luettig & cols - "Macrophage activation by the polysaccharide arabinogalactan isolated from
plant cell cultures of Echinacea purpura", Journal Nat. Cancer Instit., 1989, 81).

Efeitos colaterais e toxicidade: doses até 4g/kg em camundongos (intraperitoneal) não mostraram toxicidade.
Indicações:
q Imunoestimulante.
q Nas alergias.
q Cicatrizante.
Dosagens:
n Extrato seco: cápsulas com 500mg, três vezes ao dia.
n Tintura: 20 gotas, três vezes ao dia.

ERVA-DE-BICHO
Nome científico: Polygonum acre HBK

Família: Polygonaceae.

Partes utilizadas: folhas.

Histórico: a erva-de-bicho tem origem asiática. Da mesma família, outra planta - Polygonum multiflorum -
também apresenta propriedades medicinais, sendo esta última muito utilizada na medicina chinesa como
imunoestimulante e no tratamento da tuberculose. No caso da erva-de-bicho, seu uso vem sendo para finalidades
bem diferentes, como veremos a seguir. Os registros anteriores do uso do Polygonum acre localizam-se mais na
Rússia, onde era aplicada com anti-hemorrágico.

Principais constituintes: contém taninos, ácido fórmico, ácido valeriânico, flavonóides - quercetina, luteolina -
luteolinas e saponinas.

Propriedades terapêuticas: sua ação anti-hemorrágica é a mais difundida. A erva-de-bicho diminui a fragilidade
capilar e reforça a parede vascular. Tem sido muito aplicada no tratamento de varizes hemorroidais - além de
hemostática é cicatrizante. Possui, ainda, significativa ação diurética.

Efeitos colaterais e toxicidade: doses elevadas podem ser abortivas.

Indicações:
q Hemorróidas e varizes.

Dosagens:
n Extrato seco: cápsulas com 500mg, duas a três vezes ao dia.
n Tintura: 1 colher de sobremesa 3 vezes ao dia.

- 19 - Depto. Científico: (21) 3298-5093


Guia Terapêutico para Fitoterapia

ESPINHEIRA SANTA
Nome científico: Maytenus ilicifolia.

Família: Celastraceae.

Partes utilizadas: folhas.

Histórico: devemos sua aceitação no meio médico ao ilustre pesquisador, Professor Aluízio Franca. Apesar de gozar
de tradição como planta medicinal, a espinheira-santa passou a ser mais respeitada a partir dos relatos de
pesquisadores da Faculdade de Medicina do Paraná, que descreveram seu sucesso no tratamento da úlcera gástrica
com o extrato dessa planta.

Principais constituintes: terpenos, taninos, flavonóides, antocianidinas.

Propriedades terapêuticas: é um potente antiulceroso em função dos taninos presentes, elevam o pH estomacal
e estimulam a secreção das mucoproteínas. O extrato da espinheira-santa estimula o peristaltismo intestinal e
normaliza as funções digestivas, inclusive melhora o funcionamento do fígado.

Efeitos colaterais e toxicidade: não relatados.

Indicações:
q Antiulceroso

q Laxante

q Hepatoprotetor

Dosagens:
n Extrato seco: cápsulas com 500mg, duas a três vezes ao dia.
n Infusão: tomar 3 a 4 xícaras por dia.

FUCUS
Nome científico: Fucus vesiculosus.

Família: Fucaceae.

Partes utilizadas: a alga inteira.

Histórico: alga de água salgada muito abundante na consta do Atlântico, em regiões rochosas. Também é
encontrada no Oceano Pacífico e no Mar do Norte. Vem sendo usada na medicina desde o século XVIII, para
tratamento das afecções respiratórias - asma, bronquites. Devido à sua composição rica em minerais e proteínas,
era usado como alimento pelos anglo-saxões. Já os franceses, o utilizavam como fertilizante para o solo.

Principais constituintes: proteínas - 7,75%; alginato - 18%; lipídios - 4,8%; iodo - 0,12%; Cloro - 10,7%,
Potássio - 4,5%, Manitol - 10,8%; Pectina, Ferro, Fósforo.

Propriedades terapêuticas: por sua composição rica em iodo é empregada como auxiliar no tratamento do
hipotireoidismo. Atua, também melhorando a função intestinal. É usado como complemento alimentar.

Efeitos colaterais e toxicidade: já foi relatado caso de hipersensibilidade ao iodo.


q Não se recomenda o uso durante a gravidez.

Indicações:
q Hipotireoidismo.
q Laxante.
q Suplemento nutricional.

Dosagens:
n Extrato seco: cápsulas com 500mg, duas a três vezes ao dia.

- 20 - Depto. Científico: (21) 3298-5093


Guia Terapêutico para Fitoterapia

FUNCHO
Nome científico: Foeniculum vulgare.
Família: Umbelliferae.
Partes utilizadas: toda a planta.
Histórico: erva da Europa que foi introduzida no Brasil pelos colonizadores. Seus frutos são aromáticos e os licores
produzidos com o Foeniculum são muito apreciados. Difere da erva-doce (anis) pelo formato dos frutos
(mais arredondados).

Principais constituintes: ácido oléico, ácido linolêico, anetol, limoneno, alfa-pineno, foeniculina, pectina, taninos,
flavonóides, sais minerais, tocoferóis, terpenos.

Propriedades terapêuticas:
q Excelente digestivo que relaxa a musculatura do estômago, atuando como antiespasmódico. Atua,
também, como antiflatulento, auxiliando a eliminação dos gases.
q Na mulher favorece a lactação.
q Seu uso nas bronquites e afecções respiratórias é consagrado.

Efeitos colaterais e toxicidade: não relatados.

Indicações:
q Distúrbios digestivos.
q Flatulência.
q Bronquite.
q Anorexia.
q Dismenorréia.

Dosagens:
n Extrato seco: cápsulas com 500mg, duas a três vezes ao dia.
n Infusão: tomar 3 a 5 xícaras ao dia.

GARRA-DO-DIABO
Nome científico: Harpagotphytum procumbens.
Família: Pedaliaceae.
Partes utilizadas: tubérculos.
Histórico: a garra-do-diabo é um planta nativa das estepes da Namíbia e no deserto de Kalahari. Tem sido usada
pelos nativos como planta medicinal cujas aplicações principais são disfunções cardiovasculares, problemas
hepáticos e renais. Também a usam para dores-de-cabeça, alergias e reumatismos. Na África do Sul a garra-do-
diabo é bastante utilizada no tratamento da artrite. No Canadá ela é comercializada com indicação para o
tratamento da artrite reumatóide.

Principais constituintes: heterosídeos, ácidos aromáticos, ácido cinâmico, beta-sitosterol, flavonóides.

Propriedades terapêuticas: os efeitos sobre o aparelho circulatório da garra-do-diabo começaram a ser


comprovados nos estudos de Soulimani R & cols - "The role of stomachal digestion on the pharmacological activity
of plant extracts, using as an example extracts of Harpagophytum procumbens", Canadian J. Physiol. Pharmacol.,
1994 - 72. Nesta pesquisa, o efeito antiarrítmico da planta ficou evidente e, em menor grau, o efeito inotrópico.
Outro estudo, efetuado na Alemanha, mostrou que o extrato da garra-do-diabo possui atividade antinflamatória
equivalente à da fenilbutazona (Kampf R., Schwetz. Apothek. Zeitung - 1976, 114).

Efeitos colaterais e toxicidade: foram relatados dores-de-cabeça e anorexia.

Indicações:
q Antinflamatório: artrite reumatóide e gota.
q Antiarrítmico.

Dosagens:
n Extrato seco: cápsulas com 250 a 500mg, duas a três vezes ao dia.

- 21 - Depto. Científico: (21) 3298-5093


Guia Terapêutico para Fitoterapia

GENGIBRE
Nome científico: Zingiber officinale.
Família: Zingiberaceae.
Partes utilizadas: rizomas.
Histórico: o gengibre é originário da Índia, tendo se aclimatado bem na Jamaica e China. Há registros de uso
medicinal para o gengibre desde 1500, no alívio dos males estomacais. Apresenta aroma característico que facilita a
identificação.

Principais constituintes: gingerol, shogaol, dehidrogingerdiona, cineol, zingibereno, bisaboleno, geraniol, borneol,
linalol, gingeróis, d-canfeno.

Propriedades terapêuticas: alguns compostos apresentam atividade cardiotônica (shogaol). As


dehidrogingerdionas foram associadas à inibição da prostaglandina sintase, diminuindo, assim, a produção de
prostaglandinas da série 2 ( Kiuchi F. & cols. - "Inhibitors of prostaglandin biosynthesis from ginger", Chem. Pharm.
Bull 1982, 30). Nas pesquisas sobre imunidade, o gengibre mostrou atividade imunoestimulante, principalmente a
variedade Z. capitatum (Babbar O.P. - "Protective patterns of different interferons: possible efficacy of chick
embryo and plant interferons against microbial infections and malignancies of animals. Indian J. Exp. Biol. - 1982,
20). Mas a ação mais evidenciada com o gengibre é a exercida sobre o aparelho gastrintestinal, mormente a
atividade antiemética, conforme foi bem demonstrado em estudos clínicos com humanos (Fischer-Rasmussen W. &
cols. "Ginger treatment of hyperemesis gravidarum" - Eur J Obst Gynecol Reprod Biol 1991, 38).

Efeitos colaterais e toxicidade: há poucos relatos de toxicidade para humanos pela ingestão das raízes de
gengibre. Grandes quantidades ingeridas de uma única vez podem causar depressão no SNC e arritmias cardíaca.

Indicações: enjôos, imunoestimulante, rouquidão e problemas nas cordas vocais, asma brônquica, anorexia.

Dosagens:
n Pó: cápsulas com 250mg, duas a três vezes ao dia.
n Granulado: 1 a 2g/dia.

GINKGO BILOBA
Nome científico: Ginkgo biloba.

Família: Ginkgoaceae.

Partes utilizadas: folhas.

Histórico: é uma árvore muito antiga e supõe-se que seja ancestral do carvalho. Há botânicos que afirmam ser
essa a mais antiga árvore (foram encontrados fósseis de 200 milhões de anos). Há exemplares que estão vivos há
cerca de mil anos, sendo, portanto, um dos mais longevos vegetais. Na China é utilizada há muito tempo (2.800
anos a.C.) com fins medicinais. A imunidade da espécie é surpreendente, ela pode resistir a diversos parasitas.

Principais constituintes: a composição do Ginkgo biloba tem sido muito investigada a partir de 1980. Há uma
grande variedade de compostos bioflavonóides e de catequinas, além de diterpenos (ginkgolídeos) e
proantocianidinas. Todos com grande potencial antioxidante e protetores da parede vascular.

Propriedades terapêuticas: estudos científicos mostraram que o extrato do Ginkgo biloba (EGb) possui
capacidade de inibir a COMT (o-metil catecol transferase), atuando como um inibidor adrenérgico (Herz W - Panel
Discussion, Minerva Med. 1973, 79). Muitos outros estudos demonstraram claramente o potencial antioxidante do
EGb, um eficaz varredor dos radicais livres do oxigênio (Bauer U - "6-month double-blind randomized clinical trial of
ginkgo biloba extract versus placebo in two parallel groups in patientes suffering from peripheral arterial
insufficiency" - Arzneim Forsch, 1984 - 34). O potencial antioxidante do EGb explica, ao menos em parte, sua ação
protetora sobre a parede vascular.

Outros estudos (D'Avila & cols) comprovaram a ação vasodilatadora do EGb nas arteríolas cerebrais, melhorando a
memória e a cognição. Mais estudos (Kleijnen & Knipschild - "Ginkgo biloba for cerebral circulatory insufficiency",
British J. Clin. Pharmacol, 1992 - 34).

Efeitos colaterais e toxicidade: em doses acima de 80mg/dia alguns pacientes relataram dor-de-cabeça.
Indicações: insuficiência circulatória cerebral, ateroesclerose, vertigens, falhas de memória.

Dosagens:
n Extrato seco 24%: cápsulas com 40 a 80mg, duas vezes ao dia.

- 22 - Depto. Científico: (21) 3298-5093


Guia Terapêutico para Fitoterapia

GINSENG
Nome científico: Panax ginseng, Panax quinquefolium.
Família: Araliaceae.
Partes utilizadas: raízes.
Histórico: o ginseng foi a planta medicinal cujo uso mais se difundiu pelo mundo todo. O nome científico Panax
(grego) traduz "cura para todos os males" e a reputação do ginseng ganhou também o ocidente. O uso como
revigorante e tônico geral foi e ainda é o principal destino da planta, cuja agricultura rende milhões de dólares ao
EUA. Lá, anualmente, são embarcadas 45 toneladas de raízes da espécie P.quinquefolim para o oriente.

Principais constituintes: saponinas (panaquilon), glicosídeos (ginsenosídeos, panaxosídeos), terpenos.

Propriedades terapêuticas: em 1969 os pesquisadores Brekhman e Dardymov que o ginseng aumentava a


capacidade de trabalho, funcionando como "adaptogênio", ou seja, produto capaz de aumentar a resistência do
organismo ao stress químico e biológico. Em 1984, estudo com animais mostrou propriedades imunoestimulantes
(aumento no interferon e das NK cells) e de proteção hepática (aumento dos ribossomos), pela administração do
ginseng (Singh V.K. & cols., Planta Médica - 1984,50). Chong S.K. & cols. publicaram trabalho no The Lancet, 1982,
2, onde relataram os efeitos do ginseng sobre a musculatura lisa (similares à papaverina), efeitos analgésicos e
antinflamatórios, todos obtidos por via oral e cuja potência foi diretamente relacionada à magnitude da dose
administrada. Alguns trabalhos mostram efeitos interessantes do ginseng sobre a glicemia, cujos valores foram
reduzidos após a sua administração (Konno C. & cols, Plnata Medica 1984, 50).

Efeitos colaterais e toxicidade: pelo extenso uso em todo o mundo, o ginseng mostrou ser bastante seguro.
Estima-se que mais 6 milhões de pessoas façam uso regular do ginseng, só nos EUA. Apenas um único relato de
toxicidade foi publicado por Siegal R.K., JAMA, 1979,241. Nesse relato a observação de 133 pacientes que usaram
mais de 3g/dia do extrato seco das raízes do ginseng revelou um aumento na resposta motora, sensação de bem-
estar, aumento da cognição. Por outro lado, os efeitos colaterais foram: diarréia, erupções cutâneas, nervosismo,
insônia e hipertensão.

Indicações:
q Astenia.
q Perda de memória.
q Hiperglicemia.
Dosagens: extrato seco – cápsulas com 500mg, duas a três vezes ao dia.

GLUCOMANAN
Nome científico: Amorphophallus konjac.
Família: Araceae.
Partes utilizadas: raízes.
Histórico: a planta konjac é de origem japonesa e usada como alimento há muitos séculos, como farinha. A
capacidade de absorver grande quantidade de água é uma característica importante de seu uso como laxante.

Principais constituintes: o glucomanan é um polissacarídeo composto por glicose e manose. O tratamento da


farinha do konjak com soluções alcalinas desnatura o polissacarídeo, produzindo o koniaku, absorvente de água.

Propriedades terapêuticas: a ingestão do glucomanan aumenta o bolo fecal, já que o polissacarídeo retém
grande quantidade de água nos intestinos e facilita o seu esvaziamento. Essa capacidade de reter água pode ser
aproveitada para o controle da hiperfagia, quando se administra o polissacarídeo antes das refeições (2 a 3 g),
acompanhado por 300ml de água. Rapidamente ocorre um aumento no volume estomacal, com a sensação de
plenitude gástrica, que reduz, assim, a ingestão dos alimentos. Algumas pessoas relatam náuseas que pode ser
minorada com a administração concomitante de gengibre.

Efeitos colaterais e toxicidade: não relatados.


Indicações:
q Como laxante suave.
q Na hiperfagia.

Dosagens:
n Extrato seco: cápsulas com 500mg; duas a três vezes ao dia, na constipação intestinal.
n Extrato seco: cápsulas com 1g. Tomar uma ou duas cápsulas com um copo dágua (300ml) dágua,
½ antes das refeições (na hiperfagia).

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GUACO
Nome científico: Mikania glomerata.
Família: Compositae.
Partes utilizadas: folhas.
Histórico: o guaco é uma planta de origem sul americana, principalmente Argentina, Paraguai, Uruguai e sul do
Brasil, consistindo de um trepadeira lenhosa com muitos ramos. Seu uso foi aprendido com os índios locais que
tratavam picadas de cobras com o decocto das folhas.

Principais constituintes: rica em terpenos e sesquiterpenos, taninos, saponinas e uma substância amarga -
guacina.

Propriedades terapêuticas: um dos efeitos terapêuticos mais claros é sobre a asma e bronquite, já que os
terpenos exercem forte ação broncodilatadora. Além disso, é um bom expectorante. Em segundo plano ainda é
relatada a ação diurética desta planta. O efeito amenizador do envenenamento por picada de cobras foi relacionado
com uma substância glicosídica precursora da cumarina, anticoagulante que pode diminuir a deposição dos
complexos antígenos-anticorpos formados no envenenamento.

Efeitos colaterais e toxicidade: em altas doses - acima de 20ml/dia da tintura - podem ocorrer sintomas
gastrintestinais, especialmente vômitos e diarréia.

Indicações:
q Afecções respiratórias, especialmente bronquite e asma.
q Tosse e grande afluência de muco.
q Gripes e resfriados.
Dosagens:
n Tintura: 5 a 20ml por dia.
n Xarope Fito-Composto PhD: duas a três medidas de 5ml por dia.

GUAR
Nome científico: Cyamopsis tetragonolobus.
Família: Leguminosae.
Partes utilizadas: sementes.
Histórico: a goma-guar é um alimento muito apreciado no Oriente, especialmente Índia e Paquistão, há mais de
1.000 anos. É uma planta resistente a climas muito secos.

Principais constituintes: o pó obtido pela trituração das sementes é composto por proteínas e a maior parte por
fibras de polissacarídeo galactomanan (galactose e manose).

Propriedades terapêuticas: o galactomanan contido na goma-guar possui uma grande capacidade de absorver
água. Essa capacidade de reter água pode ser aproveitada para o controle da hiperfagia, quando se administra o
polissacarídeo antes das refeições (2 a 3 g), acompanhado por 300ml de água. Rapidamente ocorre um aumento no
volume estomacal, com a sensação de plenitude gástrica. Este efeito reduz a ingestão de alimentos. Também pode
ser usado como laxativo suave.

Os estudos mais recentes vêm mostrando que a goma-guar reduz a lipidemia, principalmente LDL (até 25%) e
Colesterol (até 15%), sem efeito sobre as triglicérides (Todd & cols, Drugs 1990, 39). O pesquisador propôs que o
mecanismo de ação é a inibição da absorção das gorduras por complexos formados com os ácidos biliares. Isto foi
corroborado por Turner & cols em artigo publicado no jornal médico Atheroesclerosis, 1990, 81.

Efeitos colaterais e toxicidade: não relatados.


Indicações:
q Nas hiperlipidemias (LDL alta e colesterol alto).
q Laxante.
q Na hiperfagia.
Dosagens:
n Extrato seco: cápsulas com 500mg; duas a três vezes ao dia, na constipação intestinal.
n Extrato seco: cápsulas com 1g. Tomar uma ou duas cápsulas com um copo dágua (300ml) dágua,
½ antes das refeições (na hiperfagia)..

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GYMNEMA
Nome científico: Gymnema sylvestre.

Família: Asclopiadaceaes.

Partes utilizadas: folhas.


Histórico: oram descritas várias ações terapêuticas para essa planta, entre elas a atividade benéfica para a
mucosa estomacal e sua propriedade diurética. Entretanto, o fato que vem chamando atenção sobre ela é a sua
capacidade de anular o paladar característico da glicose e dos açúcares.
Principais constituintes: tensoativos como o sulfato sódico de dodecila.
Propriedades terapêuticas: Mhaskar & Caius chamavam atenção para a presença de certas enzimas na
composição da Gymnema, as quais foram capazes de hidrolisar o açúcar em soluções. Os mesmos autores
verificaram que o extrato da Gymnema produzia hipoglicemia em animais de laboratório. O uso do extrato no
tratamento do diabetes mellitus foi, então, recomendado.
Em 1985, Adams M, da Universidade da Pensilvânia, descobriu que o extrato de Gymnema, quando administrado a
seres humanos, suprime a sensibilidade do paladar aos alimentos adocicados. O autor explicou essa atividade pela
presença de sulfato sódico de dodecila. Segundo esses estudos, o extrato da Gymnema é capaz de inibir a
sensibilidade aos açúcares por até 1 hora.

Efeitos colaterais e toxicidade: não relatadas.

Indicações:
q Obesidade, hiperfagia e compulsão por carbohidratos.
q Auxiliar no tratamento do diabetes tipo II.

Dosagens:
n Extrato seco: cápsulas com 500mg; tomar uma cápsula antes das refeições.

HAMAMELIS
Nome científico: Hamamelis virginiana.
Família: Hamameliaceae.
Partes utilizadas: cascas e folhas.
Histórico: a hamamelis é uma árvore originária dos EUA e Canadá. Os colonizadores ingleses a levaram para a
Inglaterra no século XVIII, de onde foi difundida por todo a Europa. Sua identificação ocorreu no estado de Virginia,
EUA, daí o seu nome Hamamelis virginiana.

Principais constituintes: saponinas, oxalato de cálcio, flavonóides, hamamelitanino.

Propriedades terapêuticas: a tintura e extrato de hamamelis apresentam grande adstringência - devido à


presença dos taninos - além de propriedades hemostáticas e vasoconstritoras. Pode ser usado como anti-
hemorrágico. Nas preparações externas e para uso cosmético o extrato de hamamelis encontra muitas aplicações:
em cremes anti-acne, cremes cicatrizantes, géis ou cremes para peles oleosas, em shampoos anti-seborréia e
destinados a cabelos oleosos.

Efeitos colaterais e toxicidade: para uso externo não foram relatados. Para uso interno, a superdosagem pode
acarretar salivação e irritação gástrica.

Indicações:
q Uso externo: acne, pele oleosa, seborréia do couro cabeludo, eczemas.

q Uso Interno: anti-hemorrágico, hemorróidas, varizes.

Dosagens:
n Uso externo:
o Cremes e géis para uso dermatológico e cosmético - 2 a 5 % do extrato.
o Shampoos: 2 a 5% do extrato.

n Uso Interno: extrato seco - cápsulas com 500mg, duas a três vezes ao dia.

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HYPERICUM
Nome científico: Hypericum perforatum.
Família: Gutiferae.
Partes utilizadas: folhas, flores.
Histórico: as propriedades sedativas do hypericum (Erva-de-São João) já eram conhecidas desde a Idade Média,
pois sua administração às pessoas "em crise" apresentava ação calmante, conforme relatos escritos. Curiosamente,
a partir do século XVIII, a planta caiu no esquecimento e entrou em desuso. A partir de 1990 o hypericum voltou a
ser alvo de interesse médico por suas propriedades como antidepressivo e ansiolítico. É uma planta nativa da
Europa e cresce bem em lugares sombrios e úmidos.

Principais constituintes: o ativo responsável pela ação sedativa é a hipericina, um alcalóide com coloração
vermelha. Outros componentes são os bioflavonóides (quercetina, rutina), pectinas, taninos e vitamina C.

Propriedades terapêuticas: o hypericum é um potente sedativo que atua como ansiolítico e antidepressivo.
Estudos constataram que a hipericina é um forte inibidor da Monoamino Oxidase - MAO (Suzuki, O. & cols. - Planta
Medica, 1984, 2). Estudos com humanos mostraram que o extrato do hypericum melhorou bastante a depressão
nas mulheres tratadas (Muldner & Zoller - Arzneimittelforschung, 1984, 34). Pesquisas mais recentes realizadas na
Alemanha (Ernst & Mueller, 1995 e 1996), corroboram esses achados e reafirmam a eficácia do hypericum no
tratamento da depressão.
Embora tenham sido iniciados estudos com o hypericum na imunidade com resultados positivos em animais
(camundongos) e no tratamento da AIDS, não houve continuidade para estabelecermos um preceito terapêutico.

Efeitos colaterais e toxicidade: não foram observados alterações no EEG ou ECG, bem como outros parâmetros
laboratoriais hematológicos e bioquímicos (Muldner& Zoller).

Indicações:
q Ansiedade.
q Depressão.

Dosagens: extrato seco - cápsulas com 250 ou 500mg, duas a três vezes ao dia.

JABORANDI
Nome científico: Pilocarpus jaborandi.
Família: Rutaceae.
Partes utilizadas: folhas.
Histórico: o jaborandi é um arbusto de pequeno porte, podendo atingir até 2 metros de altura. É planta originária
da América do Sul, cresce principalmente nas regiões norte e nordeste do Brasil (Amazônia, Maranhão e Piauí). Na
década de 40, quando se descobriu a substância ativa pilocarpina, um alcalóide vasodilatador, o jaborandi ganhou
importância na medicina.

Principais constituintes: vários alcalóides estão presentes nesta planta, entre os principais destacamos a
pilocarpina, pilosina, pilocarpidina. No óleo essencial foram identificados cariofileno, tridecanona.

Propriedades terapêuticas: a pilocarpina isoladamente encontrou bastante utilização médica - em oftalmologia,


no exame de fundo de olho; na gastroenterologia, como estimulante das secreções gástricas e intestinais. Hoje em
dia esses usos são menos freqüentes, porém em reumatologia ainda se registra utilização, principalmente no
tratamento da artrite reumatóide, pois atua como antinflamatório.
Entretanto, o uso mais difundido na atualidade é para o tratamento da queda de cabelos. A formulação de loções
tônicas e shampoos com o extrato de jaborandi para aplicação tópica traz excelentes resultados na queda dos
cabelos, pois melhora a irrigação sanguínea junto ao bulbo capilar, facilitando a nutrição do folículo e a síntese
protéica.

Efeitos colaterais e toxicidade: como alcalóide parassimpaticomimético a pilocarpina por via oral em doses
elevadas pode provocar sialorréia, vômitos e diarréia.

Indicações:
q Artrite reumatóide (uso interno)
q Queda dos cabelos (uso tópico)

Dosagens:
n Uso Interno: cápsulas com 500mg do extrato seco, duas vezes ao dia.
n Uso Externo: loção capilar de jaborandi - 40%; shampoos com 5 a 10% do extrato.

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JURUBEBA
Nome científico: Solanum paniculatum.
Família: Solanaceae.
Partes utilizadas: folhas, frutos e raízes.
Histórico: árvore que pode atingir 3,5m de altura, com tronco espinhoso. É encontrada nas Américas Central e do
Sul. Existem outras espécies do gênero Solanum que apresentam propriedades terapêuticas, porém, a Farmacopéia
Brasileira (2ª Ed.) estipulou esta espécie como droga oficial, com indicação para uso do caule e raízes. Em nível
popular, é comumente encontrada em tintura alcoólica bebível (com aguardente de cana).

Principais constituintes: os alcalóides representam até 1% do total do extrato das raízes e folhas, entre eles
solanina. Outros componentes: jurubidina, isojurubidina, jurubepina, juribina, paniculina, ácidos orgânicos, ceras.

Propriedades terapêuticas: estimula as funções digestivas, principalmente as secreções hepáticas e


pancreáticas. Tem ação diurética. Embora não haja comprovação científica é consumida como afrodisíaco.

Efeitos colaterais e toxicidade: não relatados.


Indicações:
q Distúrbios digestivos ou insuficiência hepática.
q Atonia gástrica e dispepsia.
q Constipação intestinal.
Dosagens:
n Tintura: 3 a 5 ml, duas a três vezes ao dia.
n Extrato seco: cápsulas com 500mg, duas a três vezes ao dia.

KAWA-KAWA
Nome científico: Piper methystycum.
Partes utilizadas: folhas e raízes.
Histórico: O uso da kawa-kawa é muito antigo. Em 1784 o navegador inglês James Cook, voltando de uma
expedição às ilhas do Pacífico, relatou o uso que os nativos faziam com uma beberagem chamada “ritual de kawa”,
que provocava forte efeito sedativo e relaxante. Após quase um século, médicos europeus começaram a
experimentar o uso de tinturas da raiz da planta.

Principais constituintes: em 1908 já aparecem trabalhos científicos com o medicamento, já que seus efeitos
eram irrefutáveis. Nesta época foram isolados alguns ativos, as cavalactonas. Hoje já são conhecidos vários ativos,
entre eles os principais são: cavaína, metisticina, dihidrocavaína, dimetoxidihidrocavaína, tetrahidroiangonina.

Propriedades terapêuticas: em 1964 Meyer e cols concluíram o primeiro estudo comparativo dos efeitos da
kawa-kawa com outras drogas (difenilhidantoína), onde o fitoterápico apresentou excelente desempenho como
anticonvulsivante. O estudo foi feito com ratos e despertou a atenção do mundo científico nos anos seguintes.
q O mais amplo estudo conduzido com a kawa-kawa para tratamento da ansiedade foi publicado em janeiro de 1997
na revista Pharmacopsychiatry e mostrou como a planta é efetiva, mas atua lenta e gradativamente. Os efeitos
se tornaram bem evidentes após 8 semanas de administração. O estudo foi chamado de “European Multicenter
Study”, com 101 pacientes com ansiedade, fobias e comportamento obsessivo-compulsivo. A avaliação prévia
dos pacientes seguiu a escala de Hamilton. Após 8 semanas de administração de kawa-kawa os pacientes
apresentaram grande melhoria em relação ao grupo placebo. 53% dos pacientes com kawa-kawa obtiveram
grande melhoria em seus sintomas
q Vários estudos mostram que o sono melhora muito com a administração da Kawa-kawa. Com o aumento das
espículas no EEG durante o sono ficou demonstrado que os ativos da Kawa-kawa, em doses de 100mg - 3 vezes
ao dia, diminuem a sensibilidade aos estímulos para despertar.
q Neste aspecto, um estudo conduzido com voluntários na Alemanha por Münte & cols, mostrou a comparação de
efeitos entre oxazepam, um diazepínico, e o extrato de kawa-kawa, no que tange à memória. A conclusão do
estudo foi de que o extrato de kawa-kawa interferiu minimamente com a memória (recognition), ao contrário do
oxazepam que produziu significante piora no coeficiente de memorização.

Efeitos colaterais e toxicidade: foi relatada insuficiência hepática com o uso continuado desta planta.

Indicações:
q Depressão.
q Insônia e ansiedade.

Dosagens:
n Extrato seco: cápsulas com 150 a 250mg duas vezes ao dia.

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LARANJA AMARGA
Nome científico: Citrus aurantium.
Partes utilizadas: frutos.
Histórico: a laranja amarga tem sido estudada por sua composição onde foram identificadas substâncias
adrenérgicas. Essas aminas ativas têm mostrado nos estudos que ativam a lipólise, contribuindo para a eliminação de
tecido gorduroso e, conseqüentemente, reduzindo o peso.

Principais constituintes: sinefrina, N-metiltiramina, hordenina, ocotpamina.

Propriedades terapêuticas: a ação dos ativos ocorre sobre os receptores adrenérgicos do tipo "b-3", sítios
específicos que regulam a lipólise. O extrato de Citrus aurantium, por não atuar significativamente sobre outros
receptores adrenérgicos (a-1, a -2, b-1, b-2), não apresenta os inconvenientes de outros adrenérgicos (alterações no
aparelho cardiovascular).
q O extrato de Citrus aurantium libera adrenalina e noradrenalina perto dos sítios de receptores "b-3". Esses
receptores são principalmente encontrados nos adipócitos e no fígado e são estimulados por esses dois
neurohormônios. Simultaneamente, esse estímulo causa um aumento na taxa metabólica - termogênese,
estimulando a queima de calorias. Com exercício físico a administração do extrato de Citrus aurantium se torna ainda
mais eficiente, visto que o estímulo da lipólise aumenta a disponibilidade de gordura para a produção de energia,
através da transformação dos ácidos graxos em Acetil CoA e entrada no ciclo de Krebs.
q Um estudo com mulheres obesas em dieta de 1.000 kcal e alta carga protéica mostrou perda de peso de 0,94kg, em
média, na primeira semana. A partir da segunda semana foram introduzidas cápsulas de extrato seco do Citrus
aurantium com 325mg cada - cerca de 14mg de aminas ativas por cápsula. A dose por dia foi de 4 a 5 cápsulas. A
perda de peso anotada foi de 2,44kg; ficando evidente a eficiência do o extrato da laranja amarga.

Efeitos colaterais e toxicidade: não relatados.


Indicações:
q Redução de gordura corporal acumulada.

Dosagens:
n Extrato seco: cápsulas com 325mg quatro vezes ao dia.

MACA
Nome científico: Lepidium meyinii.
Partes utilizadas: folhas e raízes.
Histórico: Os relatos sobre o uso dessa planta, cuja designação científica é Lepidium meyinii, já vem de longa
data. Os primeiros registros remontam à colonização espanhola nos Andes, mais especificamente no Peru, quando
os espanhóis aprenderam com os Incas sobre as propriedades medicinais das raízes da MACA.
A resistência da espécie é surpreendente, mesmo nas condições climáticas especiais das altitudes andinas. Aliás, a
pouca difusão do fitoterápico após a descoberta dos espanhóis foi ocasionada pelas dificuldades de aclimatação da
planta. A civilização Inca, detentora de avançada tecnologia para a época, conhecia as propriedades dos decoctos e
extratos da raiz da planta.

Principais constituintes: carbohidratos (59,0%); Proteínas (10,2%); Fibras (8,5%); Lipídios (2,2%); Compostos
ativos: isotiocianato de p-metoxibenzila, macamida, taninos e saponinas.

Propriedades terapêuticas: Mesmo os espanhóis, quando das dificuldades enfrentadas pelos seus animais de
campanha, relataram resultados surpreendentes ao administrar-lhes o extrato de maca junto com a forragem. Os
animais, segundo os escritos, recuperaram o ânimo e o vigor, efetuando esforços para os quais já se encontravam
incapacitados.
Diversos trabalhos foram realizados para esclarecer e confirmar os efeitos do Lepidium meyinii 11,12,13 e, com
animais de laboratório, ficou comprovado o aumento do número de cópulas, de sua duração e do nascimento de
filhotes.

Efeitos colaterais e toxicidade: observou-se um aumento no crescimento de pelos com o uso da Maca.

Indicações:
q Desinteresse sexual e disfunção erétil.
q Antifadigante.

Dosagens:
n Extrato seco: cápsulas com 500mg; tomar duas a três vezes ao dia, antes das refeições.

- 28 - Depto. Científico: (21) 3298-5093


Guia Terapêutico para Fitoterapia

MALVA
Nome científico: Malva silvestris.
Família: Malvaceae.
Partes utilizadas: folhas e raízes.
Histórico: a malva é uma herbácea usada há muito tempo (desde o século VIII a.C.). Nos tempos antigos foi
usada como desintoxicante alcoólico, estomáquico e como tempero para culinária, além de ornamentar os jardins
dos palácios.

Principais constituintes: fenóis (ácido cafêico), antocianidinas (malvina, malvidina), flavonóides, taninos,
vitamina A, vitamina B-1, vitamina B-2, vitamina C, lisina e leucina (aminoácidos).

Propriedades terapêuticas: o uso da malva em nossa época ficou muito restrito às infecções e afecções da
cavidade oral, através de colutórios antinflamatórios e antissépticos. O uso interno é indicado para afecções
pulmonares e respiratórias.

Efeitos colaterais e toxicidade: não relatados para Malva silvestris. Porém, outros membros da mesma família
(gênero gossypium) são abortivos.

Indicações:
q Afecções da cavidade oral.
q Afecções respiratórias.
q Cicatrizante e antinflamatório.

Dosagens:
n Tintura: colocar 15 ml da tintura num copo dágua e bochechar duas a três vezes ao dia, nas
afecções da cavidade oral e gengivas.
n Cremes e loções cicatrizantes: 5 a 10% do extrato glicólico.
n Uso interno: 20ml da tintura, 2 vezes ao dia.

MARACUJÁ
Nome científico: Passiflora alata, Passiflora incarnata.
Família: Passifloraceae.
Partes utilizadas: folhas.
Histórico: o maracujá é um arbusto originário da América Central e norte da América do Sul e necessita de clima
quente para bem se desenvolver. Suas flores são grandes e ornamentais e seu fruto é utilizado na confecção de
refrescos muito apreciados pelo aroma e sabor. O registro de sua descoberta (P. incarnata) foi feito pelos espanhóis
quando em expedição ao Peru, no ano de 1569. Estes exploradores viram na flor da P. incarnata uma semelhança
com o Cristo crucificado (paixão de Cristo) e denominaram a planta como passiflora, acreditando, inclusive, que
esse achado era significativo da aprovação dos céus à expedição.

Principais constituintes: alcalóides foram encontrados nas flores. Uma substância antifúngica foi identificada, o
passicol, nos trabalhos de Birner J. & Nicolls J.M.; Antimicrob. Agents Chemother 1973, 3. A substância mais
importante entre as substâncias ativas medicamentosas encontradas até agora é a passiflorina, com marcantes
efeitos sedativos. Outros alcalóides ativos são harmina, harmalina e harmalol. Bioflavonóides são também
encontrados em abundância (apigenina, quercetina, luteolina, canferol), além de vitamina C e ácido butírico.

Propriedades terapêuticas: os estudos com animais (Speroni E. & Minghetti A., Planta Medica 1988 54)
mostraram atividade do extrato de passiflora sobre o Sistema Nervoso Central. A estimulação ou a sedação são
dose-dependente. Doses de 10mg do extrato por 10g, em camundongos, reduziram o efeito estimulante da
metanfetamina. Os alcalóides harmina, harmalina tem ação espasmolítica sobre o músculo liso e atuam como
hipotensores e dilatadores das artérias coronárias 2.

Efeitos colaterais e toxicidade: não relatados, porém altas doses do extrato hidro-alcoólico ou tintura podem
provocar depressão do SNC. Não usar em conjunção com bebidas alcoólicas.

Indicações:
q Sedativo utilizado na insônia.
q Antihipertensivo.
q Analgésico.
Dosagens:
n Extrato hidro-alcoólico: 3ml três vezes ao dia.
n Tintura: 3ml três vezes ao dia.

- 29 - Depto. Científico: (21) 3298-5093


Guia Terapêutico para Fitoterapia

MARAPUAMA
Nome científico: Ptychopetalum olacoides.
Família: Olacaceae.
Partes utilizadas: raízes.
Histórico: a marapuama é um arbusto amazônico e a sua aclimatação fora dessa região não tem mostrado
sucesso. No Brasil é bastante conhecida, principalmente no sertão, onde é usada como afrodisíaco.

Principais constituintes: embora ainda pouco estudada a sua composição, alguns alcalóides já foram
identificados, entre eles a marapuamina. Além dessa, foram encontrados um triterpeno e um esterol, o lupeol.

Propriedades terapêuticas: estudos com animais mostraram que o extrato de marapuama reverteu o quadro de
hiperatividade induzida pelo alcalóide reserpina. Verificou-se, ainda, que essa planta melhora as funções digestivas.
Entretanto, o uso popularmente consagrado é como estimulante sexual, fato que foi corroborado em estudos
preliminares com humanos (70% de resultados positivos nas experiências clínicas realizadas).

Efeitos colaterais e toxicidade: não relatados.

Indicações:

q Desinteresse sexual.
q Dispepsias e distúrbios digestivos.

Dosagens:
n Tintura: 5ml três vezes ao dia.
n Extrato seco: cápsulas com 500mg; três vezes ao dia.

MARCELA
Nome científico: Achyrocline satureoides.
Família: Compositae.
Partes utilizadas: inflorescências.
Histórico: macela ou marcela são sinônimos para a mesma planta da família das Compositae, do tipo herbácea e
com flores abundantes na cor amarela. É uma planta silvestre que se aclimatou muito bem no sul do Brasil, embora
seja encontrada em praticamente todo o território nacional, à exceção da Amazônia. Na sexta-feira santa manda a
tradição que se recolham flores de marcela. Depois de secas, as flores servem para o preenchimento de
travesseiros.

Principais constituintes: os bioflavonóides são encontrados nas tinturas ou extratos, principalmente a quercetina,
a luteolina e a galangina. Também estão presentes saponinas triterpênicas.

Propriedades terapêuticas: várias propriedades são atribuídas à marcela, a mais conhecida é a ação sedativa das
infusões. Além dessa, os efeitos antinflamatórios, miorrelaxantes e digestivos são dignos de importância médica.
Estudos mais recentes 1 evidenciaram ação protetora da planta sobre os capilares, diminuindo sua fragilidade. Isto
se deve, provavelmente, à presença dos bioflavonóides. Outros estudos mostraram, ainda, um considerável
atividade miorrelaxante, utilizando-se o extrato aquoso.

Efeitos colaterais e toxicidade: não relatados.

Indicações:
q Sedativo e calmante.
q Digestivo e antiflatulento.
q Antiespasmódico.
q Antinflamatório.

Dosagens:
n Infusão: tomar 3 a 4 xícaras ao dia.
n Extrato seco: cápsulas com 500mg, duas a três vezes ao dia.

- 30 - Depto. Científico: (21) 3298-5093


Guia Terapêutico para Fitoterapia

MELISSA
Nome científico: Melissa officinalis.
Família: Labiateae.
Partes utilizadas: folhas.
Histórico: o nome melissa deriva de "mel". Essa planta é originária da Europa, exibindo forte aroma enquanto
fresca. Os árabes foram os pioneiros na utilização medicinal da melissa, no século X. Os usos mais indicados na
época eram ansiedade e depressão.

Principais constituintes: ácido rosmarínico, triterpenos, sesquiterpenos, taninos, geraniol, mirceno.

Propriedades terapêuticas:
q Sedativa e tranqüilizante. O composto ativo responsável por esses efeitos é o mirceno.
q Estimula a secreção biliar, atuando como digestivo (efeito do ácido rosmarínico).

Efeitos colaterais e toxicidade: superdosagem pode causar hipotensão.

Indicações:
q Nevralgias (faciais).
q Estresse.
q Ansiedade.
q Distúrbios digestivos.

Dosagens:
n Tintura hidro-alcoólica: 3ml; três vezes ao dia.
n Extrato seco: cápsulas com 500mg; três vezes ao dia.

MORINDA
Nome científico: Morinda citrifolia.
Partes utilizadas: frutos.
Histórico: Morinda citrifolia é uma planta cujos frutos têm sido usados pelos nativos da Polinésia durante muitos
séculos 14. Consumido na forma de bebida tradicional, as observações sobre o aumento da resistência e do
fortalecimento dos ossos são bem difundidas entre a população local. Os preparados do fruto são considerados
remédios tão importantes que, segundo os nativos, somente devem ser consumidos quando o estado do paciente
realmente o exigir – o gosto amargo e o odor desagradável restringem o uso 15.
A partir dessas indicações, as pesquisas científicas com essa planta começaram através dos estudos conduzidos
pelo Dr. Ralph Heinicke 16. O pesquisador centrou suas atenções, inicialmente, para a composição dos frutos, a qual
estudou intensamente. Foram esses estudos realizados no Havaí que revelaram os segredos do Noni, nome pelo
qual a planta é conhecida no seu local de origem.

Principais constituintes: principais ativos do fruto do Noni são Damnacanthal, Noni-ppt, Escopoletina e Pró-
xeronina, principais responsáveis pelas propriedades medicinais da planta 17,18.

Propriedades terapêuticas: estudos científicos apontam evidência de atividade antimutagênica e anticancerígena


para o Damnacanthal. Além da marcante inibição sobre o fator proliferativo Ras 19,20,21,22, o Damnacanthal parece
exercer ação estimulante sobre as NK cells 23, linfócitos especializados na destruição de células cancerígenas. Outro
ativo -N ONI - PPT (um precipitado hidro-alcoólico) – também apresentou potencial anti-carcinogênico 24,25 .

Efeitos colaterais e toxicidade: não relatados.

Indicações:
q Melhora a IMUNIDADE

q Prevenção do CÂNCER

Dosagens:
n Extrato seco: cápsulas com 500mg; três vezes ao dia
n Suco: tomar 200 a 300 ml por dia.

- 31 - Depto. Científico: (21) 3298-5093


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MULUNGÚ
Nome científico: Erythrina mulungu.
Família: Leguminosae.
Partes utilizadas: casca.
Histórico: o mulungú é uma árvore natural da região norte do Brasil, atingindo até 10m de altura. Da sua casca
faz-se os extratos ativos, cujas propriedades sedativas são amplamente conhecidas naquela região.

Principais constituintes: os alcalóides eritrina, erisopina, erisodina são os principais ativos dessa planta que
ainda não foi muito bem estudada.

Propriedades terapêuticas: as primeiras opções para tratamento com o mulungú são a ansiedade e a insônia. Há
registros de associação do mulungú com a passiflora, com ótimos resultados. Em segundo plano situam-se os
distúrbios digestivos, principalmente hiposecreção biliar.

Efeitos colaterais e toxicidade: não relatados.

Indicações:
q Insônia.
q Ansiedade.
q Depressão.
q Distúrbios da vesícula biliar.

Dosagens:
n Tintura hidro-alcoólica: 5ml; duas vezes ao dia (antes de dormir, no caso de insônia).
n Extrato seco: cápsulas com 500mg, duas a três vezes ao dia.

PATA-DE-VACA
Nome científico: Bauhinia fortificata.
Família: Leguminosae.
Partes utilizadas: folhas.
Histórico: embora muitos não saibam, a pata-de-vaca é originária da Ásia. É uma árvore de pequeno a médio
porte que se aclimatou muito bem no Brasil, para onde veio trazida pelos portugueses.

Principais constituintes: rutina e quercetina estão presentes na composição da pata-de-vaca, em significantes


concentrações. Além desses, pinitol, taninos e cumarinas foram identificados e entre os minerais o cromo se
destaca.

Propriedades terapêuticas: a principal ação terapêutica da pata-de-vaca é a diminuição da glicose plasmática


nos pacientes diabéticos 1. Isso se deve, provavelmente, à presença de cromo.

q Este elemento químico, na valência Cr+3, é o ativador do complexo GTF (glucose tolerance factor),
que auxilia o transporte da glicose através da membrana celular.
q O GTF facilita a entrada do açúcar na célula, onde será utilizado para produção de energia (ATP) na
mitocôndria.
q O uso do cromo em pacientes diabéticos mostrou que pode reduzi a dose das drogas hipoglicemiantes
clássicas (diabetes II).
q Outra ação terapêutica com a pata-de-vaca é a diurética, também é útil no diabetes.

Efeitos colaterais e toxicidade: não relatados.

Indicações:
q Diabetes (é hipoglicemiante).
q Diurético.
Dosagens:
n Infusão: 3 a 6 xícaras ao dia.
n Extrato seco: cápsulas com 500mg, duas a três vezes ao dia.

- 32 - Depto. Científico: (21) 3298-5093


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PAU-FERRO
Nome científico: Caesalpina ferrea.
Família: Leguminosae.
Partes utilizadas: raízes e cascas.
Histórico: é uma árvore lenhosa nativa do norte e nordeste brasileiros. Os índios tupis dela faziam seus tacapes de
guerra - sua madeira é de grande resistência (daí o seu nome "Pau-ferro") e utilizável na construção.

Principais constituintes: taninos, sitosterol, ácidos graxos, alcalóides, bioflavonóides e saponinas.

Propriedades terapêuticas: o extrato hidro-alcoólico foi testado com sucesso contra o desenvolvimento de
helmintos, especialmente os ancilostomídeos. Em nível do trato gastrintestinal, registra-se importante proteção
gástrica, diminuindo a hipercloridria, através do bloqueio dos receptores H2. O pau-ferro diminui a secreção
mucóide, descongestionando as vias respiratórias. Isso se deve, provavelmente, à grande concentração de taninos.
Efeitos colaterais e toxicidade: não relatados.
Indicações:
q Gastrites e Úlceras Pépticas
q Afecções respiratórias.
Dosagens:
n Extrato fluido: 5ml, duas a três vezes ao dia.
n Extrato seco: cápsulas com 500mg, duas a três vezes ao dia.

PRÍMULA-DA-NOITE
Nome científico: Oenothera biennis.
Família: Onagraceae.
Histórico: nativa da América do Norte. Pela riqueza em ácidos graxos essenciais (AGEs) é cultivada em mais de 15
países. Seu óleo é considerado suplemento nutricional em mais de 30 países. Na Europa foi introduzida no século
XVII, como planta ornamental 1. Na América do Norte os nativos usavam a planta como medicamento (sedativo).
Principais constituintes: o principal constituinte é o ácido linolêico, precursor do g-linolênico e das séries 1 e 2 de
prostaglandinas. O ácido linolêico representa até 75% do seu óleo total. Entre 8 a 11% é o teor de g-linolênico.
Ácido palmítico e oléico são também encontrados. Os ácidos graxos fornecidos pela prímula-da-noite são os da série
W-6. No homem, os ácidos graxos insaturados que podem ser formados no organismo são os da série W-9, devido à
presença do sistema D-9-desaturase. Os vegetais apresentam o sistema D-6-desaturase e os peixes o sistema D-3-
desaturase. Por isso, o homem é dependente da ingestão dos ácidos graxos da série 3 e 6.
Além dos óleos, a composição da prímula-da-noite apresenta taninos e fitosteróis (substâncias que atuam como
hormônios estrogênicos, pois se ligam aos receptores celulares destes últimos).

Propriedades terapêuticas: a deficiência dos ácidos graxos essenciais (linolêico e a-linolênico) foi vinculada a
problemas dermatológicos (eczemas e desidrose), conforme observações em animais de laboratório. Logo a seguir,
queda de cabelos e defeitos no tecido conectivo foram, também, associados à sua deficiência 2.
q Em nível do SNC, tem sido demonstrado que os AGEs representam elevado percentual em sua constituição. O
cérebro, por exemplo, contém aproximadamente 20% de AGEs da série Ômega-6. Teores surpreendentes de um
ácido da série 3, o docosahexanóico são encontrados no tecido cerebral. O leite materno é rico nesses ácidos,
assim como em ácido araquidônico, o principal lipídio na membrana celular.
q Vários estudos têm demonstrado o benefício da suplementação com GLA nas doenças inflamatórias,
especialmente artrite reumatóide. Belch, JJ & cols.(1988), num estudo duplo-cego placebo controlado com
pacientes sob tratamento com antinflamatório não esteroidal, demonstraram que houve sensível melhoria dos
pacientes tratados, em relação ao grupo placebo.
q Há, também, estudos interessantes sugerindo benefícios da suplementação com GLA em doenças neurológicas,
como o de Jamal, G. & cols, publicado no The Lancet, 1986, 1. Nesse estudo, o autor relata a reversão de danos
neurológicos em pacientes diabéticos com a suplementação de GLA.
q O uso de GLA na tensão pré-menstrual apresenta bons resultados, em função da presença dos fitoesteróis.
q Pesquisas têm demonstrado que a conversão de LA em GLA tem limites metabólicos (Brenner, R.R. "Prgr. Lipid.
Res, 1982-20 e Manku, M.S."Eur. J. Clin. Nutr.", 1988-42). Isto torna a suplementação com GLA mais importante
ainda. Entre as fontes mais significativas de GLA estão o óleo de prímula e o óleo de borrage.

Efeitos colaterais e toxicidade: não relatados até 4g por dia.


Indicações:
q Eczema atópico, Desidrose, Psoríase.
q Tensão Pré-Menstrual.
q Diabetes.
Dosagens: óleo - cápsulas tipo softgel com 500mg, duas a três vezes ao dia.

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PSYLLIUM
Nome científico: Plantago psyllium.
Família: Plantaginaceae.
Partes utilizadas: sementes.
Histórico: o psyllium é uma erva de porte pequeno (em torno de 40 a 50cm), cujas flores são de cor branca e
juntas, formando uma espiga. Cresce bem nos solos arenosos do Mediterrâneo e parece ter origem na Índia. Na
Europa começou a ser utilizada somente no século passado. A grande quantidade de fibras se encontra na casca
das sementes.

Principais constituintes: polissacarídeos, L-arabinose, D-xilose e ácido galacturônico estão entre os principais
componentes, além de uma pequena quantidade de amido.

Propriedades terapêuticas: rico em fibras polissacarídeas, o psyllium tem aplicação nos distúrbios intestinais,
especialmente na constipação. Sua capacidade de absorver água mantém bom volume fecal e diminui a pressão
sobre as paredes intestinais, reduzindo o risco de diverticulites. A ingestão de fibras vegetais reduz o risco de
câncer intestinal (American Association of Gatroenterology).
O psyllium, assim como outras fibras, promove a limpeza intestinal retirando resíduos, toxinas e metais tóxicos,
como alumínio, chumbo, mercúrio e cádmio. A associação de Psyllium, Pectina, Glucomanan e Goma Guar, com
200mg de cada (Multifibras®), é um suplemento com fibras vegetais com bons resultados na regularização da
função intestinal e na eliminação de metais tóxicos.
Há estudos mostrando que o psyllium reduz os níveis de LDL, aumentando os do HDL 1.
Efeitos colaterais e toxicidade: não relatados.
Indicações:
q Constipação intestinal.
q Intoxicações metálicas.
q Dislipidemias (alto LDL e baixo HDL).
Dosagens:
n Extrato seco: cápsulas de 500mg; 1 a 2 cápsulas três vezes ao dia (manhã, tarde e noite).
n Multifibras®: 8 a 12 cápsulas ao dia.
n O ajuste de dosagem com as fibras é individual. Recomenda-se o início do tratamento com 2 a
3g/dia nos primeiros 3 dias, aumentando gradativamente. Ocorrendo diarréia, reduzir a dose,
estabelecendo a dose de manutenção. Normalmente ela situa-se entre 4 a 5g/dia. Este processo
faz parte do protocolo de limpeza intestinal, juntamente com Lactobacilos e L-Glutamina - auxiliam
a restaurar a permeabilidade intestinal..

QUEBRA-PEDRA
Nome científico: Phyllantus niruri.
Família: Euphorbiaceae.
Partes utilizadas: flores, raízes, sementes.
Histórico: a quebra-pedra é uma erva resistente, considerada erva-daninha, que cresce até entre as pedras. Entre
os outros nomes atribuídos a essa planta estão erva-pombinha e saxifraga. Está bem aclimatada na região Sul e
Sudeste do Brasil, onde é encontrada com facilidade.

Principais constituintes: contém quercetina, rutina, astragalina, triterpenos e um fitoesteróide estradiol.


Propriedades terapêuticas:
q Diurético
q Hipoglicemiante
q Antiespasmódico
Efeitos colaterais e toxicidade: não relatados.
Indicações:
q Diurético
q Diabetes
q Litíase renal
Dosagens: extrato seco - cápsulas com 500mg, duas a três vezes ao dia.

- 34 - Depto. Científico: (21) 3298-5093


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RED-CLOVER
Nome científico: Trifolium pratense.
Partes utilizadas: folhas e flores.
Histórico: planta nativa da Europa (Itália, França, Alemanha), que foi levada para os EUA com a colonização, tendo
ali se aclimatado muito bem. As partes floridas superiores têm sido usadas há bastante tempo com fins medicinais.

Principais constituintes: segundo estudos (26) o Red Clover está entre as plantas mais ricas em isoflavonas. Os
extratos padronizados devem fornecer 20mg de isoflavonas por dose, para administração 2 vezes ao dia.

q Propriedades terapêuticas: Fitohormônio: na composição do Red Clover foram detectadas substâncias


do grupo das isoflavonas, em especial a mais ativa delas, a genisteína. Essas substâncias, por guardarem
estreita semelhança estrutural com os estrogênios, exercem discreta atividade hormonal, sem influenciar a
proliferação celular. Tais conceitos se acham respaldados em literatura internacional (4).

q Câncer: estudos científicos (27) com as isoflavonas (presentes no Red Clover) têm demonstrado que esses
componentes podem atuar como preventivos do câncer.

q Ateroesclerose: valem aqui os conhecimentos obtidos com as isoflavonas isoladamente, assim como
estudos específicos (28) onde ficou evidente a capacidade de prevenir as doenças cardiovasculares, em
especial as doenças obstrutivas, com marcante ação normalizadora sobre a lipidemia..

Efeitos colaterais e toxicidade: não relatados.


Indicações:
q Distúrbios da menstruação.
q O teor de isoflavonas no Red Clover confere atividade estrogênica a esta planta. Red Clover está
entre as plantas com bom potencial progestagênico. Seu extrato é indicado para alívio dos sintomas
que aparecem com a menopausa.

Dosagens:
n Cápsulas com 250mg do extrato seco, duas vezes ao dia.

ROSA-MOSQUETA
Nome científico: Rosa rubiginosa, Rosa canina.
Família: Rosaceae.
Partes utilizadas: casca e semente.
Histórico: a rosa-mosqueta é uma planta ornamental muito difundida no mundo inteiro. A sua origem parece ser o
oriente, provavelmente China, tendo sido introduzida na Grécia a.C. Sempre foi usada com fins medicamentosos ou
nutricionais, já que sua composição apresenta vitamina C, caroteno, aminoácidos, sais minerais. Atualmente o uso
mais comum é de seu óleo, rico em ácidos graxos essências, na cosmetologia e dermatologia.

Principais constituintes: na casca encontramos vitamina C, caroteno, aminoácidos, sais minerais, tanino e
pectina. No óleo as presenças de ácido linolêico (LA = 41%) e ácido gama linolênico (GLA = 39%) são marcantes.
Encontramos, também, o ácido trans-retinóico, um potente proliferador celular.

Propriedades terapêuticas: o óleo de rosa-mosqueta é muito usado como cicatrizante. Isso pode ser bem
explicado pela presença do ácido retinóico, que além de promover a cicatrização, melhora as cicatrizes
hipertróficas, em função de sua atividade queratolítica. Esta atividade permite a recomposição epitelial.

Efeitos colaterais e toxicidade: não relatados.


Indicações:
q Cicatrizante.
q Atenuante para cicatrizes hipertróficas.

Dosagens:
n Cremes: 3 a 5% do óleo, para a cicatrização.
n Cremes: 5 a 7% do óleo, para cicatrizes hipertróficas.
n Óleo puro: pode ser usado nas cicatrizes.

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SÁLVIA
Nome científico: Salvia officinalis.
Família: Labiateae.
Partes utilizadas: folhas.
Histórico: a sálvia é um pequeno arbusto que tem origem na Europa, na região Mediterrânea. O seu nome deriva
do Latim "Salus", que significa sáude. As folhas dessecadas são usadas como tempero culinário em muitas regiões e
têm a propriedade de mascarar o odor de peixe. Diz-se que o Rei de França Luis XIV bebia diariamente o chá de
sálvia 1.

Principais constituintes: a Salvia officinalis contém de 1 a 2,8% de óleo volátil 2. No extrato encontram-se
taninos (salviatanino), picrosalvin, ácidos rosmarínico, carnosínico e labiático, triterpenos (ácido ursólico), salvina e
saponinas.

Propriedades terapêuticas: segundo Leung, A.Y., "Encyclopedia of Common Natural Ingredients Used in Food,
Drugs and Cosmetics”, o extrato de sálvia exerce forte atividade antioxidante. Duke, J.A., em seu "Handbook of
Medicinal Herbs", relata as propriedades digestivas da sálvia e a atividade antiespasmódica.

Em nível cosmético, a sálvia pode ser bem aproveitada por seu efeito antiperspirante, podendo seu extrato ser
adicionado a desodorantes líquidos ou cremes. Também são preparados shampoos anticaspa com extrato de sálvia.

Efeitos colaterais e toxicidade: chás concentrados ou o extrato puro podem irritar as mucosas oral e estomacal.
Indicações:
q Uso interno:
o Antiespasmódico
o Digestivo
q Uso externo:
o Shampoos
o Desodorantes

Dosagens:
n Uso interno (extrato seco): cápsulas com 500mg, duas a três vezes ao dia.
n Uso externo, extrato: shampoos - 3 a 5%; cremes e desodorantes antiperspirantes - 2 a 5%.

SENE
Nome científico: Cassia angustifolia, Cassia acutifolia.
Família: Leguminosae.
Partes utilizadas: folhas.
Histórico: o sene é nativo do Egito e Sudão (C. acutifolia) e da Somália e Arábia (C. angustifolia). Os antigos
médicos árabes utilizavam a planta como catártico poderoso, já que apresenta poucos efeitos colaterais após o uso.
Devido à variação na concentração dos ativos tornou-se difícil prever a intensidade dos efeitos farmacológicos do
sene.

Principais constituintes: acima de 3% de antraquinona e glicosídeos relacionados 2. Campferol, pinitol, crisofanol,


aloe-emodina são outros componentes de destaque 1.

Propriedades terapêuticas: a ação dos glicosídeos de antraquinonas, após hidrólise intestinal, estimula o
peristaltismo, provocando o esvaziamento do conteúdo intestinal.

Efeitos colaterais e toxicidade: não está indicado para crianças e mulheres grávidas. Também não deve ser
administrado a pacientes com hemorróidas e enterites. O uso crônico dos glicosídeos antraquinônicos está
associado com pigmentação do cólon (melanosis coli).

Indicações:
q Constipação intestinal.

Dosagens:
n Extrato seco: cápsulas com 500mg; 1 a 2 cápsulas por vez.

- 36 - Depto. Científico: (21) 3298-5093


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TÍLIA
Nome científico: Tilia cordata.
Família: Tiliaceae.
Partes utilizadas: flores.
Histórico: desde a Idade Média a tília é usada para aliviar dores-de-cabeça e indisposições estomacais. Trata-se de
uma árvore frondosa e pouco comum que pode atingir 40m de altura. Para os germânicos antigos tinha um
significado sagrado. As flores devem ser deixadas secar à sombra, para melhor aproveitamento dos seus efeitos
terapêuticos e medicamentosos.

Principais constituintes: os bioflavonóides quercetina e o campferol são os componentes mais destacáveis nas
flores de tília. Além deles, sais de magnésio, taninos, cumarinas, hesperidina (também bioflavonóide), saponinas e
vitamina C estão presentes.

Propriedades terapêuticas: segundo Bisset, N. em "Herbal Drugs and Phytopharmaceuticals", os usos mais
consagrados da tília são nos resfriados e infecções respiratórias (funciona como expectorante).

Buchbauer, G. mostrou evidências de ação sedativa para esta planta, nos testes com animais de laboratório
(camundongos) 2.

O uso popular como antiespasmódico foi corroborado nos estudos in vitro, com duodenos de ratos, realizados por
Newall, C. e publicado no Herbal Medicine London, 1996; 181.

Uma outra aplicação que tem, também, respaldo em várias publicações, refere-se ao seu efeito diurético 1.
Efeitos colaterais e toxicidade: não relatados.

Indicações:
q Descongestionante.
q Expectorante.
q Antiespasmódico.
q Diurético.

Dosagens:
n Tintura hidro-alcoólica: 2ml, duas a três vezes ao dia.
n Extrato seco: cápsulas com 500mg, duas a três vezes ao dia.

UVA-URSI
Nome científico: Arctostaphylos uva ursi.
Família: Ericaceae.
Partes utilizadas: folhas.
Histórico: a uva-ursi, ou uva-ursina, ou uva-de-urso, é uma herbácea rasteira cuja origem parece ser da Europa
(França e Inglaterra têm registros antigos sobre essa planta). Já foi empregada na obtenção de pigmentos para
tintas e também no curtume do couro. Suas propriedades medicamentosas foram primeiro aplicadas no norte da
Europa. Devido à sua concentração rica em taninos e hidroquinona ela foi utilizada como antisséptico e
adstringente.

Principais constituintes: arbutina (hipocrômico), triterpenos, ácido ursólico, hidroquinona, taninos, isoquercetina,
uvalol e ácidos gálico e elágico.

Propriedades terapêuticas: são relatadas ações importantes como litolítico (auxilia a destruição e eliminação de
cálculos renais), nas uretrites e infecções do trato genito-urinário e na diarréia aguda 1.

Efeitos colaterais e toxicidade: pode provocar irritação na mucosa estomacal.

Indicações:
q Infecções da vias genito-urinárias.
q Litíase renal.
q Hipocromiante (uso tópico).

Dosagens:
n Uso interno: extrato seco - cápsulas com 500mg; duas a três vezes ao dia.
n Uso externo: cremes hipocromiantes com 2 a 3% do extrato glicólico.

- 37 - Depto. Científico: (21) 3298-5093


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VALERIANA
Nome científico: Valeriana officinalis.
Família: Valeriaceae.
Partes utilizadas: raízes.
Histórico: por incrível que pareça, no século XVI o extrato das raízes de valeriana era usado como perfume. Para a
grande maioria das pessoas o odor dessa planta é bastante desagradável. Já nessa época, entretanto, conheciam-
se as propriedades sedativas da valeriana, que até hoje são exploradas.

Principais constituintes: ácido valeriânico, alcalóides (valerina, chatinina), valerenal, tanino, a-pineno,
valepotriatos.

Propriedades terapêuticas: como é do conhecimento geral, o extrato de valeriana produz sedação moderada.
Esse efeito, que induz ao sono, está diretamente relacionado com o teor de valepotriatos no extrato, conforme
comprovaram os estudos de Houghton, P.J. "The Biological Activity of Valerian and Related Plants", J.
Ethnopharmacol 1988;22 e de Von Eickstedt, K.W. "Psychopharmacologic effects of valepotriates",
Arzneimittelforschung, 1969, 19. Os valepotriatos promovem o equilíbrio do sistema nervoso autônomo, sem
exercer ação direta sobre o sistema límbico.
Na insônia, um estudo duplo-cego, placebo controlado, realizado por Leathwood, P.D, com 128 pacientes insones
administrados com 400mg de extrato seco de valeriana (metade tomou placebo), mostrou que a planta é de grande
valor terapêutico, melhorando a intensidade e a qualidade do sono nos pacientes administrados com valeriana. O
estudo foi publicado no Pharmacol. Biochem. Behav., 1982, 17.
Os componentes ácido valeriânico e valeranona foram associados aos efeitos antiespasmódicos da planta, por
atuarem na regulação de entrada de cálcio na célula. Estes compostos mostraram ainda serem anticonvulsivantes e
hipotensores, influenciando os níveis cerebrais de GABA, serotonina e noradrenalina 2.

Efeitos colaterais e toxicidade: a toxicidade do extrato de valeriana é baixa. A DL50 oral para camundongos está
acima de 4,6g/kg (pouco tóxico). Entretanto, a superdosagem pode provocar cefaléia.

Indicações:
q Insônia.
q Ansiedade.

Dosagens:
n Extrato seco: cápsulas com 300 a 1.000mg, duas a três vezes ao dia.
n Extrato fluido (60%): 5ml; duas a três vezes ao dia.

ZEDOÁRIA
Nome científico: Curcuma zedoaria.
Família: Zingiberaceae.
Partes utilizadas: raízes.
Histórico: a zedoária é uma planta de 2-3 metros de altura, originária da Ásia e com folhas bem largas. A raiz
principal e os bulbos secundários (rizomas) são usados para extrair os ativos da planta, que têm sabor bastante
amargo 2. Era muito utilizada na China e na Índia pelos cantores, que mascavam as raízes para limpar a voz 1.

Principais constituintes: curcumenona, cineol, resinas, vitaminas B-1, B-2, B-6; sais minerais de cálcio,
magnésio, ferro, fósforo e potássio.

Propriedades terapêuticas: o extrato de zedoária tem propriedades antioxidantes, inibindo a peroxidação lipídica,
um fenômeno que envolve o ataque dos radicais livres principalmente à fração LDL 2.
Mas a sua aplicação terapêutica de maior destaque é junto ao aparelho digestivo, onde atua regulando a secreção
clorídrica e aumentando a secreção biliar. Assim, ela combate a azia e melhora o metabolismo das gorduras,
diminuindo as cólicas intestinais e estomacais. Além disso, a zedoária exerce uma ação laxativa suave. Há relatos
sobre o seu uso contra o mau hálito, proporcionando um agradável aroma em todo o trato digestivo superior 1.

Efeitos colaterais e toxicidade: a superdosagem pode ocasionar diarréia. Não deve ser usado na gravidez.
Indicações:
q Gastrites e úlceras
q Constipação intestinal.
q Prevenção da ateroesclerose.
Dosagens: extrato seco - cápsulas com 500mg; duas a três vezes ao dia.

- 38 - Depto. Científico: (21) 3298-5093


Guia Terapêutico para Fitoterapia

ANOREXIA Gengibre

ANSIOLÍTICOS Capim-Limão, Hypericum, Kawa-Kawa, Valeriana

ANTIÁCIDOS Alfavaca

ANTICARCINOGÊNICOS Angélica, Chlorella, Morinda

ANTIDEPRESSIVOS Hypericum, Kawa-Kawa

ANTIEMÉTICO Gengibre

ANTIESPASMÓDICOS Alfazema, Arruda, Camomila, Capim-Limão, Cipó-Cabeludo,


Marcela, Sálvia, Tília
ANTIFADIGANTES Catuaba, Ginseng, Maca
ANTI-FLATULENTOS e DIGESTIVOS Alecrim, Alfavaca, Anis, Funcho, Marapuama, Marcela, Sálvia

ANTI-HEMORRÁGICOS Canela, Hamamelis

ANTI-HIPERTENSIVOS Crataegus, Ginkgo biloba, Maracujá

ANTINFLAMATÓRIOS Arnica, Babosa, Borrage, Castanha-da-Índia, Chapéu-de-Couro,


Cipó-Cabeludo, Erva-de-Bicho, Garra-do-Diabo, Jaborandi
ANTIOXIDANTES Alho, Ginkgo biloba

ANTISSÉPTICO URINÁRIO Chapéu-de-Couro, Cipó-Cabeludo, Uva-Ursi

DESCONGESTIONANTES Abacateiro, Agrião, Anis, Guaco, Malva, Tília

ANTIVARICOSOS Castanha-da-Índia, Centella, Erva-de-Bicho, Hamamelis

ARRITMIAS CARDÍACAS Crataegus, Garra-do-Diabo

CELULITE Centella, Laranja Amarga

CIRCULATÓRIOS Arnica, Crataegus, Ginkgo biloba, Zedoária

COLAGOGOS E COLERÉTICOS Alcachofra, Alfafa, Boldo, Calêndula, Carqueja, Cassia, Chapéu-


de-Couro, Jurubeba
DISFUNÇÃO ERÉTIL Catuaba, Maca, Marapuama

DISTÚRBIOS DA MEMÓRIA Ginkgo biloba, Ginseng

DISTÚRBIOS DA MENSTRUAÇÃO Angélica, Black Chohosh, Cipó-Cabeludo, Funcho, Red Clover

DIURÉTICOS Abacateiro, Agrião, Alcachofra, Alfafa, Alfavaca, Carqueja,


Cavalinha, Dente-de-Leão, Pata-de-Vaca, Quebra-Pedra, Tília
ESTIMULANTES DA LACTAÇÃO Alfavaca

FITOHORMÔNIOS Abacateiro, Black Cohosh, Red Clover

GASTRITES E ESOFAGITES Camomila, Espinheira Santa, Zedoária

HEPATOPROTETORES Boldo, Carqueja, Espinheira Santa

HIPERFAGIA Agar-Agar, Cassia, Glucomanan, Guar, Gymnema, Laranja Amarga

HIPERLIPIDEMIAS Alfafa, Guar, Psyllium

HIPOGLICEMIANTE Alcachofra, Alfazema, Carqueja, Dente-de-Leão, Ginseng, Pata-


de-Vaca, Gymnema, Prímula-da-Noite, Quebra-Pedra
IMUNOESTIMULANTES Acerola, Alho, Angélica, Calêndula, Chlorella, Equinacea,
Gengibre, Morinda
LAXANTES Agar-Agar, Babosa, Cáscara Sagrada, Dente-de-Leão,
Espinheira Santa, Fucus, Glucomanan, Jurubeba, Psyllium,
LITÍASE RENAL Quebra-Pedra,
Sene, Zedoária Uva-Ursi
SEDATIVOS Alfazema, Hypericum, Kawa-Kawa, Maracujá, Marcela

SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS Acerola, Agrião, Alfafa, Chlorella, Fucus

TENSÃO PRÉ-MENSTRUAL Black Cohosh, Borrage, Prímula-da-Noite

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Guia Terapêutico para Fitoterapia

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