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Muitos fatores estão associados tanto à etiologia quanto à progressão da doença, por isso é
importante reconhecer quais são os grupos que estão em risco de desenvolver a DRC. Dessa forma, é
possível realizar diagnóstico precoce e identificar fatores de prognóstico. Os indivíduos sob o risco de
desenvolver DRC são pessoas com diabetes e/ou hipertensão, idosos; portadores de obesidade, histórico
de doença no aparelho circulatório, histórico de DRC na família, tabagismo e uso de agentes nefrotóxico.
Além disso, pessoas com níveis pressóricos níveis glicêmicos e/ou níveis de colesterol mal controlados tem
pior prognóstico para perda de função renal ao longo da evolução clínica (BRASIL, 2014).
A linha de cuidado para a DRC visa à manutenção da função renal, e quando a progressão é severa, há
lentificação na velocidade de perda da função renal. A redução progressiva da TFG está associada ao declínio
paralelo das demais funções renais, portanto com a progressão da DRC é esperado o desenvolvimento de
anemia, acidose metabólica e alterações do metabolismo mineral e ósseo. Além disso, há uma relação
inversamente proporcional entre a TFG e o risco de morbidade cardiovascular, mortalidade por todas as
causas (BRASIL, 2014).
Fase dialítica
Quanto maior o tempo em diálise, maior o risco nutricional, aumentando também o risco de
mortalidade. Esse tratamento envolve mudanças no estilo de vida e ajustes em todos os aspectos da rotina
do indivíduo com uma alta taxa de não adesão (RIELLA E MARTINS, 2013).
O resultado da terapia dialítica é essencialmente dependente de uma nutrição adequada. Os
principais objetivos da terapia nutricional em pacientes em hemodiálise é atingir um bom estado
nutricional e manejar os distúrbios metabólicos influenciados pela nutrição. A prescrição dietética é um
grande desafio para o paciente e suas famílias, uma vez que pode limitar o consumo de alimentos que
muitas vezes fazem parte dos hábitos alimentares. Os profissionais de saúde precisam esclarecer as razões
de fazer as restrições alimentares assim como os riscos de não as seguir. Toda a rede de apoio do paciente
precisa participar dessas orientações nutricionais e sobre o preparo dos alimentos (RIELLA E MARTINS, 2013).
O aconselhamento dietético feito por nutricionistas treinados e de forma regular é importante
no manejo nutricional de pacientes em hemodiálise, possibilitando a remoção de barreiras para otimizar
a ingestão alimentar. Apesar disso, a ingestão alimentar pode ser insuficiente, especialmente em casos
de pacientes já desnutridos. Nesse caso, o suporte nutricional pode ser indicado. O passo inicial é o uso
de suplementos orais. Se essa tentativa não for bem-sucedida, a alimentação por meio de sondas deve
ser considerada. Caso essa também não seja bem tolerada ou se for contraindicada, deve-se tentar a nutrição
parenteral (RIELLA E MARTINS, 2013).
Diferente da recomendação de proteínas no tratamento conservador, na hemodiálise a
recomendação é de 1.2 g de proteína por kg de peso por dia, com pelo menos 50% de alto valor biológico,
em consequência da perda importante de aminoácidos que ocorre durante o procedimento dialítico
(QUINIBI, 2018). Contudo, essa avaliação deve ser feita de forma individualizada. Além disso, constipação
e diarreia são situações decorrentes das complicações da DRC. Por isso deve-se questionar o paciente
sobre o seu consumo de fibras de diferentes fontes. Além disso, o ganho de peso entre as diálises também
influencia nas recomendações de ingestão de líquidos. Pode ser necessário fazer restrição hídrica. A
avaliação deve ser feita individualmente, no entanto, de maneira geral, a recomendação diária de líquidos
varia de 500 a 1000 mL somados à diurese residual de 24 horas do paciente (RIELLA E MARTINS, 2013).
As recomendações de micronutrientes variam entre os pacientes em hemodiálise, de acordo com
o volume urinário e excreção dos micronutrientes. De maneira geral, a orientação é que esses pacientes
façam a mesma restrição de sódio dos pacientes em tratamento conservador, reduzindo o consumo de
alimentos processados e, especialmente, ultraprocessados (BRASIL, 2014; CHO, 2018). Os substitutos de
sal industrializados são compostos basicamente de cloreto de potássio, e não são indicados por causa do
risco de altos níveis de potássio no sangue. É essencial revisar continuamente com o paciente e as pessoas
que constituem a sua rede de apoio os pontos importantes sobre a alimentação com pouco sal, pois a
aderência a esse tipo de alimentação pode diminuir muito com o tempo (RIELLA e MARTINS, 2013).
O fósforo é um mineral abundante nos alimentos consumidos pela maioria das pessoas. No entanto,
o excesso de fósforo para pacientes em hemodiálise é um fator de risco importante para complicações
e morte cardiovascular. Para controlar a ingestão de fósforo, deve-se, além da hemodiálise, restringir a
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módulo VIIi
ingestão e inibir a absorção intestinal do mineral. Além disso, os alimentos com maior teor de fósforo são
também ricos em proteínas. Ou seja, dada a recomendação de aumentar a ingestão proteica para esses
pacientes torna-se muito difícil restringir o fósforo dietético de forma significativa (RIELLA e MARTINS,
2013). Entretanto, há alimentos ricos em fósforos, que, dentro de uma alimentação saudável, podem ser
evitados, tais como: refrigerantes de cola, embutidos, chocolates, cervejas (SBN, 2018).
O nutricionista juntamente com a equipe multidisciplinar especializada, avaliará individualmente a
necessidade de suplementação de vitaminas. A suplementação de vitamina D é indicada com o objetivo
de aumentar a absorção intestinal de cálcio e melhorar o metabolismo ósseo, no entanto exige cautela
e individualização na prescrição, pois pode também aumentar a absorção do fósforo. As vitaminas do
complexo B e vitamina C são eliminadas durante a diálise, portanto podem requerer suplementação. A
aterosclerose está relacionada com a deficiência de vitaminas do complexo B, especialmente vitaminas
B12 e B9, encontrada nessa população, aumentando o risco de mortalidade por causas circulatórias em
pacientes com diálise (RIELLA e MARTINS, 2013).
As orientações alimentares de potássio requerem muito cuidado sobre as fontes e quantidades
a serem restringidas para evitar valores muito baixos ou muito altos do mineral. É possível reduzir a
quantidade de potássio dos vegetais usando a técnica do remolho. O alimento fica de molho em água e
depois a água é trocada para cocção. Ainda, o cozimento em quantidade significativa de água promove
remoção do potássio de frutas e hortaliças em torno de 60%. Níveis baixos de potássio também podem
ocorrer nessa população, e quando isso ocorre antes da realização da diálise, pode ser um sinal importante
de risco nutricional ou desnutrição. Baixos níveis de potássio no sangue podem ocorrer devido à falta
de apetite, náuseas e vômitos. Nesse caso, as recomendações indicam a ingestão de alimentos ricos no
mineral, além de outras medidas terapêuticas (RIELLA e MARTINS, 2013).
Em geral, pacientes em hemodiálise estão suscetíveis ao desenvolvimento de deficiências de
qualquer outro nutriente, em especial aqueles que estão desnutridos, com a ingestão alimentar deficiente
e fazendo o uso de antibióticos. É preciso avaliar a suplementação individualmente (RIELLA e MARTINS,
2013).
Os portadores de doença renal, tanto na terapia
Carambola. Fonte: TelessaúdeRS-UFRGS
Transplante Renal
O transplante renal é uma das terapias renais substitutivas. Contudo, o paciente transplantado
não está isento de problemas alimentares. Às pessoas que receberam transplante renal, é recomendável
ingestão proteica de 0,8 g a 1,0 g por kg de peso corporal por dia, abordando questões específicas conforme
necessário. Ou seja, ingestão proteica adequada, mas não excessiva. Além disso, a ingestão de proteínas
minimiza o impacto nas comorbidades. A hipofosfatemia é comum pós transplante renal, para esses
pacientes deve-se recomendar uma ingestão de alto teor de fósforo (dieta ou suplementos) conforme
avaliação individualizada da equipe especializada (ACADEMY OF NUTRITION AND DIETETICS, 2010).
Concluindo
A atenção primária tem papel importante na prevenção da DCR. Existem diversas intervenções
protetoras que podem prevenir o aparecimento da DRC, como adoção de hábitos alimentares saudáveis,
prática de atividade física regular e estratégias farmacológicas para controle da pressão arterial,
dislipidemias, diabetes e tabagismo. Além disso, é fundamental identificar os grupos de risco na população.
Normalmente os pacientes que compõe os grupos de risco são atendidos pela equipe e para que não
sejam encaminhados de maneira tardia para a terapia renal substitutiva, é de extrema importância que os
profissionais possuam conhecimento sobre a história da doença, suas principais complicações e doenças
associadas (BRASIL, 2014)
O autocuidado e o envolvimento familiar são elementos chave para o sucesso desse
acompanhamento. Além disso, há necessidade de adotar estratégias e tecnologias educativas para
conscientizar as pessoas da responsabilidade por sua saúde, estimulando o autocuidado, pois, quando se
amplia a compreensão sobre a doença, criam-se subsídios para que políticas e ações em saúde invistam na
educação preventiva de doenças crônicas (BRASIL, 2014).
Doença Renal Crônica
módulo VIIi
REFERÊNCIAS:
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Doença Renal Crônica
módulo VIIi
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Equipe Responsável
A Equipe de coordenação, suporte e acompanhamento do Curso é formada por integrantes
do Núcleo de Telessaúde do Rio Grande do Sul (TelessaúdeRS-UFRGS).
TelessaúdeRS-UFRGS
Coordenação Geral Projeto Gráfico
Roberto Nunes Umpierre Carolyne Cabral
Marcelo Rodrigues Gonçalves
Diagramação e Ilustração
Coordenação da Teleducação Angélica Dias Pinheiro
Ana Paula Borngräber Corrêa Carolyne Vasques Cabral
Isabella Smaniotto Bello
Criação e revisão de conteúdo: Lorenzo Costa Kupstaitis
Ana Paula Bortoletto Martins
Andreza de Oliveira Vasconcelos Edição/Filmagem/Animação
Angélica Dias Pinheiro Bruno Tavares Rocha
Bárbara Carvalho de Oliveira Diego Santos Madia
Cynthia Goulart Molina-Bastos Luís Gustavo Ruwer da Silva
Gabriela Corrêa Souza Rafael Fernandes Krug
Gabriela Monteiro Grendene Rafael Martins Alves
Kamila Tiemann Gabe
Michele Drehmer Divulgação
Mirena Boklis Camila Hofstetter Camini
Patrícia Constante Jaime Samira Rodrigues
Rafael Marques Soares Gustavo Oliva Barnasque
Raísa Vieira Homem
Raquel Canuto Design Instrucional
Sabrina Dalbosco Gadenz Ana Paula Borngräber Corrêa
Shemeli Dias Konrad
Thais Ortiz Hammes Equipe de Teleducação
Verônica Lucas de Olivera Guattini Andreza de Oliveira Vasconcelos
Vivian Cristine Luft Angélica Dias Pinheiro
Ylana Elias Rodrigues Cynthia Goulart Molina-Bastos
Mohamed Anass Bodi
Luísa Pimentel Silva
Rosely de Andrade Vargas
Ylana Elias Rodrigues
Dúvidas e informações sobre o curso
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E-mail: ead@telessauders.ufrgs.br
Telefone: 51 33082093 ou 51 33082098
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