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Agnes Agostinho Manuel

Eunice Da Conceição Bento


Palmira Eufrásio David
Teles Tomas Martins
Vicente Xavier Zondane
Wisimane João Severiano

Licenciatura em Ensino de Biologia com Habilitações em Química

Universidade Púnguè
Extensão de Tete
2023
2

Agnes Agostinho Manuel


Eunice Da Conceição Bento
Palmira Eufrásio David
Teles Tomas Martins
Vicente Xavier Zondane
Wisimane João Severiano

Tema: Fósforo

O presente Trabalho da cadeira de


Química Inorgânica I a ser entregue
na Universidade Púnguè como
avaliação parcial sob orientação de:
Mestre Castigo Chame

Universidade Púnguè
Extensão de Tete
2023
3

Índice
1. Introdução................................................................................................................................5
1.1. Objectivo Geral.....................................................................................................................5
1.2. Objectivos específicos...........................................................................................................5
1.3. Metodologia..........................................................................................................................5
2. Fósforo (P)...............................................................................................................................6
2.1. Propriedades Químicas.........................................................................................................6
2.2. Ocorrência e abundância.......................................................................................................7
2.3. Alotropias do Fósforo...........................................................................................................8
2.3.1. Fósforo branco...................................................................................................................8
2.3.2. Fósforo vermelho...............................................................................................................9
2.3.3. Fósforo preto....................................................................................................................10
2.4. Aplicações do fósforo.........................................................................................................10
2.5. Importância para os seres vivos..........................................................................................11
2.5.1. Na Alimentação................................................................................................................12
2.6. Isótopos...............................................................................................................................12
2.7. Obtenção industrial.............................................................................................................13
2.8. Obtenção Laboratorial.........................................................................................................13
3. Compostos de fósforo com Oxigénio.....................................................................................13
3.1. Óxido de fósforo III............................................................................................................13
3.2. Pentóxido de difósforo........................................................................................................14
4. Compostos de fosforo com halogênios..................................................................................14
4.1. Haletos de fósforo...............................................................................................................14
4.2. Tricloreto de fósforo (PCl3 )................................................................................................14
4.2.1. Obtenção..........................................................................................................................14
4.3. Tribrometo de fósforo  (PBr3)............................................................................................15
4.3.1. Obtenção..........................................................................................................................15
4.3.2. Aplicação.........................................................................................................................15
4.4. Trifluoreto de fósforo (PF3).................................................................................................15
4.5. Triiodeto de fósforo  (PI3)...................................................................................................15
5. Fosfato....................................................................................................................................16
5.1. Formas de fosfato................................................................................................................16
5.1.1. Ortofosfato.......................................................................................................................16
4

5.1.2. Fosfato condensado..........................................................................................................17


5.1.3. Fosfatos orgânicos............................................................................................................17
6. Arsênio (As)...........................................................................................................................17
6.1. Principais características.....................................................................................................17
6.2. Aplicações...........................................................................................................................18
6.3. Propriedades Químicas e Físicas.........................................................................................19
6.4. Abundância e obtenção.......................................................................................................19
7. Antimónio (Sb)......................................................................................................................20
7.1.Interação com ácidos............................................................................................................20
7.2. Propriedades do antimônio..................................................................................................21
7.3. Obtenção do antimônio.......................................................................................................21
7.3. Aplicações do antimônio.....................................................................................................21
8. Bismuto (Bi)...........................................................................................................................22
8.1. Características principais....................................................................................................22
8.2. Aplicações...........................................................................................................................22
8.3. Ocorrência...........................................................................................................................23
8.4. Propriedades químicas e Físicas.........................................................................................23
9. Conclusão...............................................................................................................................24
10. Referências Bibliográficas...................................................................................................25
5

1. Introdução
O presente trabalho tem como principal realce o fósforo e os fosfatos. O nome ´fósforo´ adquiriu
novo significado graças ao químico britânico John Walker, que descobriu um composto que
ardia ao ser friccionado contra certas superfícies. Havia nascido o ´fósforo´ comum, colocado à
venda por Walker em 7 de abril de 1827. Inicialmente foi um artifício perigoso, pois soltava
chispas e costumava queimar as pessoas ou chamuscar sua roupa, até que em 1832 o austríaco J.
Siegal conseguiu fabricar os primeiros fósforos de segurança. Na Química, fosfato é
um íon poliatómico ou um radical que possui um átomo de fósforo, cercado por quatro átomos
de oxigênio. Na forma iônica, a carga formal é de -3. O fosfato é denotado como: PO4 3-. Nos
seres vivos, os fosfatos são encontrados sob a forma de orto fosfato, íon de fosfato solúvel com
fórmula PO43-. (FARBEN, 1928). Por ser obtido também através de reações inorgânicas (Pi) é
convencionalmente chamado de fosfato inorgânico. O ácido fosfórico e os seus sais são
substâncias inorgânicas. O fosfato inorgânico pode ser formado por meio de reações ATP ou
adenosina difosfato (ADP) gerando a formação de ADP ou AMP. (FARBEN, 1928).

1.1. Objectivo Geral


 Conhecer o elemento químico fósforo e seus fosfatos

1.2. Objectivos específicos


 Mencionar os tipos de fosfatos;
 Descrever as formas de obtenção do fósforo;
 Identificar as alotropias do fósforo;
 Identificar a ocorrência, obtenção, e a propriedades dos outros elementos da família de
fósforo

1.3. Metodologia

Este trabalho caracteriza-se como uma pesquisa bibliográfica porque consistiu no levantamento
de todas bibliografias já publicadas em forma de livros, revista, publicações avulta e impressa
escrita” (LAKATOS & MARCONI, 1991:45). Sua finalidade é colocar o pesquisador em
contacto direto com aquilo que foi escrito, fazendo uma análise paralela.
6

2. Fósforo (P)
De acordo com PACHECO 2008, o fósforo do latim phosphŏrus, e este do grego φωσφόρος,
portador de luz antigo nome do planeta Vênus, foi descoberto pelo alquimista alemão Henning
Brand em 1669, na cidade de Hamburgo, ao destilar uma mistura de urina e areia na procura
da pedra filosofal. Ao vaporizar a ureia obteve um material branco que brilhava no escuro e ardia
com uma chama brilhante. Ao longo do tempo, as substâncias que brilham na obscuridade
passaram a ser chamadas de fosforescentes. Brand, a primeira pessoa conhecida a descobrir o
elemento químico, manteve esta descoberta por um tempo em segredo.

O nome ´fósforo´ adquiriu novo significado graças ao químico britânico John Walker, que


descobriu um composto que ardia ao ser friccionado contra certas superfícies. Havia nascido o
´fósforo´ comum, colocado à venda por Walker em 7 de abril de 1827. Inicialmente foi um
artifício perigoso, pois soltava chispas e costumava queimar as pessoas ou chamuscar sua roupa,
até que em 1832 o austríaco J. Siegal conseguiu fabricar os primeiros fósforos de segurança.

Astrônomos traçaram a jornada do fósforo das regiões de formação estelar até os cometas usando
o ALMA e a sonda Rosetta. As moléculas contendo fósforo se formam quando estrelas
massivas são formadas. Fluxos de gás de jovens estrelas massivas abrem cavidades em nuvens
interestelares. Moléculas contendo fósforo se formam nas paredes da cavidade, através da ação
combinada de choques e radiação da estrela infantil. O monóxido de fósforo é
a molécula portadora de fósforo mais abundante nas paredes da cavidade. Se as paredes da
cavidade colapsarem para formar uma estrela, particularmente uma menos massiva como o Sol,
o monóxido de fósforo pode congelar e ficar preso nos grãos de poeira gelada que permanecem
ao redor da nova estrela. Esses grãos de poeira se juntam para formar seixos, rochas e,
finalmente, cometas, que se tornam transportadores de monóxido de fósforo. Fósforo saiu de
regiões de formação estelar e chegou à Terra através de cometas. Os fósforos atuais são
fabricados com sulfato de antimônio, súlfuros e agentes oxidantes tais como clorato de potássio.
(PACHECO, 2008).

2.1. Propriedades Químicas


 Apresenta diversas variedades alotrópicas e as principais são o branco, o vermelho e o
preto. Fósforo comum tem a aparência de um sólido branco e no estado puro se torna
incolor. A molécula tem 4 átomos (P4);
7

 Símbolo: P;
 Peso atómico: 30,97376;
 Número atómico: 15;
 Alta tendência de oxidação;
 Alto grau de reatividade;
 Indisponível na atmosfera;
 Ametal, mole e semi transparente;
 É solúvel em dissulfeto de carbono (CS2) e insolúvel em água;
 Em contato com o ar queima espontaneamente, produzindo o pentóxido;
 É altamente venenoso. Uma dosagem de 50 mg é fatal. Fósforo branco deve ser mantido
imerso em água e o contato com a pele provoca graves queimaduras;
 Forma bruta encontrada nas rochas; 

Grandeza Valor Unidade


Massa específica do sólido 1823 kg/m3
Ponto de fusão 44,2 °C
Calor de fusão 0,66 kJ/mol
Ponto de ebulição 277 °C
Calor de vaporização 12,4 KJ/mol
Temperatura crítica 721 °C
Eletronegatividade 2,19 Pauling
Estados de oxidação +5+3-3  
Resistividade elétrica 10 10-8 W m
Condutividade térmica 0,236 W/ (°C)
Calor específico 770 J/ (kg °C)
Estrutura cristalina Monoclínica
Tabela 1: Propriedades químicas do fósforo. Fonte: adaptado pelo autor

2.2. Ocorrência e abundância


O fósforo é o 12º elemento mais abundante da crosta terrestre. Em razão da alta reatividade, não
ocorre na forma pura, mas sempre na forma de íons fosfato (PO 43-). Por isso, na natureza, esse
elemento é encontrado em minerais formados por sais de fosfato. (BRUNET et al., 2005).
Estima-se que cerca de 550 minerais diferentes contenham fósforo em sua composição.
(BRUNET et al., 2005).
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O fósforo não é encontrado livre na natureza, mas na forma de fosfatos, principalmente. Pode ser
extraído dos fosfatos de metais alcalino-terrosos, que são encontrados em depósitos de rochas de
minerais como a clorapatita, a fluorapatita e a vivianita são uns dos minerais mais importantes

Nos organismos vivos, a presença desse elemento é importante, pois atua como suporte dos
compostos de cálcio. É encontrado sob a forma de fosfato de cálcio nos ossos e nos dentes, de
ésteres orto fosfóricos, associados aos ossos, e de ésteres difosfóricos, que fazem parte da reserva
genética dos seres vivos.

As principais substâncias que contêm fósforo são o hidreto de fósforo (PH 3); o pentóxido de
fósforo (P205); o ácido orto fosfórico (H3P04); o ácido fosforoso (H3P03); o orto fosfato de cálcio
(Ca3(P04)2). (BRUNET et al., 2005).

2.3. Alotropias do Fósforo


Alotropia é um fenômeno que ocorre quando um mesmo elemento químico tem a propriedade de
formar mais de uma substância simples. Essas variedades alotrópicas podem se diferir devido ao
número de átomos do elemento que estão ligados numa molécula ou devido ao arranjo dos
átomos no retículo cristalino. (SILVA, 2008). Um dos elementos que possuem variedades
alotrópicas é o fósforo (P), sendo que as mais comuns são o fósforo branco e o fósforo vermelho
mas também existe o fósforo preto. Esses dois alótropos do fósforo se diferem não pelo arranjo
espacial diferente, pois ambos são constituídos basicamente de moléculas tetraédricas, porém a
quantidade de átomos do fósforo é diferente em cada uma. (SILVA, 2008).

2.3.1. Fósforo branco


A fórmula molecular do fósforo branco é P 4, o que significa que suas moléculas são formadas
por quatro átomos de fósforo.

Imagem 1: Representação ilustrada da molécula de fósforo branco. Fonte:


https://www.coladaweb.com/wp-content/uploads/2016/03/20160329-fosforo-branco.jpg
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Esse tipo de fósforo é extremamente reativo, em grande parte devido à tensão dos ângulos de 60º
entre suas ligações. Ele é tão reativo que precisa ser guardado na água para não entrar em contato
com o ar e explodir. Deve-se ter muito cuidado ao manipulá-lo, pois ele causa queimaduras
graves na pele e intoxicação caso seja ingerido (apenas 0,1 g de fósforo branco ingerido pode
levar à morte)." "o fósforo branco é um sólido branco parecido com uma cera." E "Se for
aquecido na ausência de ar, o fósforo branco se transforma no fósforo vermelho. (SILVA, 2008).

Imagem 2: Fósforo branco guardado em água para não entrar em contato com o ar. Fonte:
https://s2.static.brasilescola.uol.com.br/img/2013/02/fosforo-branco.jpg

2.3.2. Fósforo vermelho


O fósforo vermelho não apresenta estrutura determinada, mas existem evidências de que ele se
trata de macromoléculas formadas pela ligação das estruturas tetraédricas mencionadas (P 4),
sendo representadas por Pn. (SILVA, 2008).

Imagem 3: Representação gráfica do fosforo vermelho. Fonte:


https://www.coladaweb.com/wp-content/uploads/2016/03/20160329-fosforo-vermelho.jpg

Ele é bem menos reativo que o fósforo branco, porém, pode entrar em combustão se sofrer
fricção. É por isso que ele é usado nas superfícies laterais das caixas de fósforo. Quando
esfregamos o palito na superfície da caixinha, o fósforo se acende e, por sua vez, acende o
material altamente inflamável que fica na cabeça do palito. Em alguns países é colocado o
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fósforo na cabeça do palito na forma de P4S3. (SILVA, 2008). O fósforo vermelho é um pó


amorfo, isto é, que não possui estrutura cristalina, e de cor vermelho-escura, como mostrado
abaixo:

Imagem 3: Fosforo vermelho em Pó. Fonte: https://s2.static.brasilescola.uol.com.br/img/2013/02/fosforo-


vermelho.jpg

2.3.3. Fósforo preto


 É o alótropo menos reativo e possui uma estrutura lamelar, isto é, formada pelo empilhamento
de camadas, assim como no grafite.

Imagem 3: Fosforo preto Fonte: https://static.mundoeducacao.uol.com.br/mundoeducacao/2023/03/alotropos-


fosforo.jpg

2.4. Aplicações do fósforo


O nome fósforo ganhou um novo significado graças ao químico britânico John Walker, que
percebeu que o material descoberto por Brand flamejava ao ser friccionado em algumas
superfícies. A partir de 7 de abril de 1827 começaram a ser comercializados os palitos de
fósforos. Em 1855, o fósforo passou a ser usado nos primeiros palitos de fósforo. No entanto, o
fato de haver fósforo na cabeça dos palitos (na verdade, o composto P 4S3) representava um
perigo, pois dentro da caixinha eles podiam atritar-se e pegar fogo. Por isso, atualmente, ao
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contrário do que alguns imaginam, o fósforo não vem na cabeça dos palitos, mas sim do lado de
fora da caixinha que os contém. (SILVA, 2008).

 Na indústria farmacêutica: para produzir reconstituintes e fixadores de cálcio.


 Na indústria metalúrgica: serve para formar ligas metálicas, como o bronze fosforoso,
também na produção de vidros especiais.
 Indústria agrícola: Na forma de fosfatos de potássio amônio, é empregado em
fertilizantes.
 Indústria alimentícia: acidificante de algumas bebidas, como refrigerantes e algumas
cervejas, além de emulsificante de leites queijos industrializados e leite em pó;
  Prevenção e tratamento de doenças: os orto polifosfatos são úteis no tratamento de
doenças como artrite reumatoide, artrose, cálculos renais e osteoporose. 
 O trifosfato de sódio é usado na prevenção de corrosões em tubulações e caldeiras.
 O fósforo branco já foi empregado na produção de inseticidas e raticidas, mas, por causa
de seu alto poder tóxico, foi substituído.
 Os compostos fosforados são usados como aditivos de gasolina e na produção de
plásticos e detergentes.
 Fósforo vermelho é usado na fabricação de fósforos de segurança, artefactos pirotécnicos,
bombas incendiárias e de fumaça, etc.
 Trifosfato de sódio é um agente de limpeza e é usado para prevenir corrosão em
tubulações e em caldeiras.
 Fósforo é um componente importante da estrutura celular, de tecidos nervosos e de ossos.

2.5. Importância para os seres vivos

Os seis elementos químicos mais importantes param os seres


vivos carbono, hidrogênio, oxigênio, nitrogênio, fósforo e enxofre são identificados pelo
acrônimo CHONPS. O oxigênio é encontrado em maior proporção nas moléculas (65%), seguido
do carbono (18%) e hidrogênio (10%). (PACHECO, 2008). Já o fósforo compõe apenas 1,2%
das moléculas biológicas. Ele é o principal componente da membrana plasmática e juntamente
com moléculas de lipídios formam uma camada de fosfolipídios. (PACHECO, 2008). Esse
elemento químico também pode ser encontrado nos ácidos nucleicos  (DNA e o RNA) e na
12

adenosina trifosfato (ATP) - nucleotídeo responsável pelo armazenamento de energia


proveniente do processo de respiração celular. Também é importante para a mineralização da
estrutura óssea; síntese de colágeno, vitaminas e homeostase (equilíbrio do meio interno) do
cálcio e mediação no processo de excreção renal. (PACHECO, 2008).

2.5.1. Na Alimentação
Segundo a Organização Mundial de Saúde  (OMS), consumo diário indicado de fósforo é de 700
mg. Essa quantidade deve ser obtida por meio da alimentação, já que por se tratar de um mineral,
esse elemento não é produzido pelo organismo e é obtido pelo consumo dos seguintes alimentos:

 Abacate
 Amendoim 
 Aveia
 Castanha-do-Pará
 Leite e derivados
 Lentilhas
 Ovos de galinha
 Pimenta
 Salmão
 Sardinha

2.6. Isótopos

O fósforo possui um único isótopo natural, de massa 31. Isótopos artificiais de fósforo são


conhecidos, como o 24P e 26P, sendo estes radioativos e com tempos de meia-vida relativamente
curtos. O isótopo artificial fósforo-31 possui tempo de meia-vida de 14,26 dias e tem aplicação
como marcador biológico de fósforo em organismos vivos. (BRUNET et al., 2005).

%
Símbolo Massa Meia vida Decaimento
Natural
29
P 0 28,9818 4,14 s CE p/ 29Si
30
P 0 29,9783 2,5 m CE p/ 30Si
31
P 100 30,9738 Estável  
32
P 0 31,9736 14,28 d b- p/ 32S
33
P 0 32,9717 25,3 d b- p/ 33S

Tabela 2: Isótopos do fósforo. Fonte: Adaptado pelo autor


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2.7. Obtenção industrial


Devido a sua reatividade, o fósforo não é encontrado nativo na natureza, porém forma parte de
numerosos minerais. A apatita é uma importante fonte de fósforo, existindo jazidas relevantes
deste mineral no Brasil, Marrocos, Rússia, Estados Unidos e em outros países. (PACHECO,
2008)

Há diferentes rotas químicas para a obtenção do fósforo, a depender da aplicação requerida. A


fabricação de fertilizantes é a maior fonte consumidora desse elemento, não necessitando de altos
padrões de pureza. Nesse caso, a rota química empregada é denominada “processo úmido”.
Nesse procedimento, é usada rocha fosfática tratada com ácido sulfúrico, formando o ácido
fosfórico (H3PO4). O H3PO4 é neutralizado e forma diferentes sais de fosfato, os quais compõem
os fertilizantes.

Ca3(P04)2+H2SO4 CaSO4+H3PO4

2.8. Obtenção Laboratorial


O fósforo empregado na fabricação de fármacos, detergentes e alimentos exige um padrão de
pureza mais elevado. Para isso, são empregados processos térmicos para a extração do fósforo
de minerais contendo fosfato. Os minerais (variações da apatita) são aquecidos na presença de
sílica e carbono (coque) em fornos específicos, conhecidos como fornos de arco submerso, em
temperatura entre 1150 °C e 1450 °C. Essa reação produz vapores de fósforo branco, que passam
por uma etapa de destilação para purificação e isolamento evitando-se a presença de ar para que
não inflame. (PACHECO, 2008)

2 Ca3(PO4)2 + 6 SiO2 +10 C → 6 CaSiO3 + 10 CO + P4 - 3 084 kJ


3. Compostos de fósforo com Oxigénio
Fósforo e oxigênio reagem para formar dois óxidos de fósforo diferentes:
3.1. Óxido de fósforo III
O óxido de fósforo III, também designado de trióxido de fósforo, é um sólido branco ou incolor
ceroso e de fórmula molecular P4O6. É solúvel em éter, clorofórmio e benzeno mas reage com
água fria formando-se ácido fosfónico (H3PO3), e com água quente formando-se fosfina e ácido
fosfórico  (V).
Acima de 210 ºC decompõe-se em fósforo vermelho e óxidos poliméricos. Reage com o cloro e
o bromo formando-se óxido de halogéneos e com bases formando-se fosfonatos.
14

Apesar de ser designado por trióxido por razões históricas, o óxido de fósforo III é constituído
por moléculas P4O6 de simetria tetraédrica na qual cada átomo de fósforo está ligado aos outros
três por uma ponte de oxigénio. O composto forma-se quando se faz arder fósforo numa
atmosfera deficiente em oxigénio.
P4 + 3O2 →P4O6

3.2. Pentóxido de difósforo 


Pentóxido de difósforo é um composto químico com fórmula P4O10  (seu nome deriva de sua
fórmula empírica, P2O5). Ele é utilizado como medida básica dos fertilizantes fosfatados. Este
sólido cristalino branco é o anidrido do ácido fosfórico. É um poderoso dessecante de gases e
líquidos em orgânico síntese. Óxido de fósforo (V) é preparado queimando fósforo em
excesso de oxigênio ou ar.

P4 + 5O → P4O10

4. Compostos de fosforo com halogênios


4.1. Haletos de fósforo
O fósforo forma uma variedade de tri e pentahaletos, sendo o mais importante o PCl3, usado em
sabão, detergentes, plásticos e na produção de inseticidas
4.2. Tricloreto de fósforo  (PCl3 )
Trio Oreto de fósforo é um importante produto químico industrial, sendo usado para a fabricação
de compostos organofosforados para uma grande variedade de aplicações como a produção de
acido fosforoso quando PCl3 reage rápida e exotermicamente com água  forma ácido fosforoso e
ácido clorídrico H3PO3, HCl. 
Pcl3 + 3H2O → 3HCl + H3PO3
4.2.1. Obtenção
A produção mundial excede um terço de milhão de toneladas. Tricloreto de fósforo é preparado
industrialmente pela reação de cloro com uma solução em refluxo de fósforo branco em
tricloreto de fósforo, com contínua remoção de PCl3 à medida que é formado.

P4 + 6 Cl2 → 4 PCl3


15

4.3. Tribrometo de fósforo  (PBr3)


Tribrometo de fósforo é um composto químico que se apresenta a temperatura ambiente como um líquido incolor
com a fórmula PBr3. Produz fumos ao ar devido a sua hidrólise e tem um odor penetrante. É largamente usado em
laboratório, em síntese orgânica para a conversão de álcoois e brometos de alquila.

4.3.1. Obtenção
PBr3 é obtido pelo tratamento de fósforo com bromo, usando o próprio PBr3 como solvente (fósforo branco é solúvel
em PBr3). Um excesso de fósforo é usado de maneira a prevenir a formação de PBr5.

P4 + 6Br2 → 4PBr3

4.3.2. Aplicação
O principal uso para tribrometo de fósforo é para a conversão de álcoois primários ou secundários a brometo
de alquila, como descrito acima. PBr3 usualmente dá mais altos rendimentos que ácido bromídrico, e evitando
problemas de rearranjo de carbocátion.

PBr3 + 3 RCOOH → 3 RCOBr + HP(O)(OH)2

4.4. Trifluoreto de fósforo (PF3)


 Trifluoreto de fósforo é um gás incolor e inodoro. Ele é altamente tóxico e reage lentamente com
água. É usado como um agente de ligação nos complexos metálicos. Reage lentamente com água para
dar o ácido de fósforo e ácido fluorídrico

PF3 + 3 H2O → H2PO3 + 3 HF

Ele é obtido através da reação do fosforo com o fluor


P4 + 6F2 → 4PF3
4.5. Triiodeto de fósforo  (PI3)
Triiodeto de fósforo  é um sólido vermelho instável que reage violentamente com a água. É um
engano comum afirmar que o PI3 é instável demais para ser armazenado; de fato, é disponível
comercialmente. É largamente usado em química orgânica para converter álcoois em iodetos de
alquila. É ainda um poderoso agente redutor.

Triiodeto de fósforo é comumente usado no laboratório para a conversão de álcoois primários ou


secundários em iodetos de alquila. O álcool é frequentemente usado como o solvente, além de
ser o reagente. Geralmente o PI3 é preparado in situ pela reação de fósforo vermelho com iodo na
presença de álcool; por exemplo, a conversão de metanol em iodometano:
16

PI3 + 3 CH3OH → 3 CH3I + H3PO3


É obtido através da reação do fósforo e o iodo
P4 + 6I2  → 4PI3
5. Fosfato
Na Química, fosfato é um íon poliatómico ou um radical que possui um átomo de fósforo,
cercado por quatro átomos de oxigênio. Na forma iônica, a carga formal é de -3. O fosfato é
denotado como: PO43-. Nos seres vivos, os fosfatos são encontrados sob a forma de orto fosfato,
íon de fosfato solúvel com fórmula PO43-. (FARBEN, 1928). Por ser obtido também através de
reações inorgânicas (Pi) é convencionalmente chamado de fosfato inorgânico. O ácido fosfórico
e os seus sais são substâncias inorgânicas. O fosfato inorgânico pode ser formado por meio de
reações ATP ou adenosina difosfato (ADP) gerando a formação de ADP ou AMP. (FARBEN,
1928).
O fosfato é fundamental para a vida. Isso acontece porque a formação de pirofosfato
(P2O74 denotado como PPi) acontece pelo ion orto fosfato ou então pela sua hidrólise. O
pirofosfato é a base para reações energéticas que acontecem no corpo humano. O PPi resulta de
processos como a hidrólise do ATP a AMP (ATP → AMP + PPI).
Além disso, os fosfatos tem um papel essencial na formação de nucleotídeos, componentes do
ADN e outros ácidos nucleicos. Esses ácidos são componentes de alguns lipídeos de membrana,
como os fosfoglicéridos. (FARBEN, 1928). Os fosfatos apresentam, ainda, papel crucial na
estrutura celular, uma vez que atuam no transporte e armazenamento de energia.  (FARBEN,
1928).
5.1. Formas de fosfato
Para fins de medição do fosfato, ele pode ser dividido em três categorias: ortofosfatos, fosfatos
condensados  e fosfatos orgânicos. No entanto, a única forma de fosfato que é realmente medida
colorimetricamente é o orto fosfato
5.1.1. Orto fosfato.
O ortofosfato. Dependendo do medidor, a medição do ortofosfato é mostrada como fosfato e / ou
fósforo. A preferência de ler de uma maneira ou de outra é baseada no padrão da indústria /
mercado. Por exemplo, em aquários de água salgada, a preferência é ler como fosfato sobre
fósforo. A diferença entre as duas medidas é apenas uma transformação matemática.
17

5.1.2. Fosfato condensado


Os fosfatos condensados são compostos de duas ou mais moléculas de orto fosfato que são
ligadas covalentemente. Esses fosfatos complexos incluem metafosfato, pirofosfato e
polifosfatos, que são adicionados à água potável e à água da caldeira para controle da corrosão.
Os fosfatos condensados podem ser encontrados nos detergentes devido à sua capacidade de
amolecer a água e permitir que o detergente seja mais eficaz.

5.1.3. Fosfatos orgânicos
Os fosfatos orgânicos são grupos de orto fosfato que estão ligados a moléculas orgânicas. Um
dos exemplos mais comuns é a molécula de adenosina trifosfato ou ATP. O ATP é comumente
chamado de moeda energética da célula devido ao seu uso como transportador de energia em
reações bioquímicas. Os fosfatos orgânicos surgem devido a processos biológicos, portanto, a
medição da fração de fosfato orgânico fornece uma aproximação da atividade biológica. Para
determinar a concentração total de fósforo, a amostra requer digestão a 150 ° C com ácido
sulfúrico e persulfato de potássio por 30 minutos para converter todas as formas de fósforo
(orgânico e condensado) em orto fosfato.

6. Arsênio (As)
O arsênio  ou arsénio  (do latim arsenium) é um elemento químico de símbolo As com número
atômico 33 (33 prótons e 33 elétrons) e com massa atómica 75 u. É um semimetal  (metaloide)
encontrado no grupo VA da Classificação Periódica dos Elementos. Como conservante
da madeira numa fórmula de arseniato de cobre e crômio, é o uso que representa, segundo
algumas estimativas, cerca de 70% do seu consumo mundial. Foi descoberto em 1250 por Santo
Alberto Magno. (ZUMDAHL, 2012). É considerado um dos cinco elementos químicos mais
letais do mundo, ao lado do chumbo, do tálio, do antimônio e do mercúrio.

6.1. Principais características


O arsênio apresenta três estados alotrópicos: cinza ou metálico, amarelo e negro. O arsênio cinza
metálico (forma α) é a forma mais estável nas condições normais e tem estrutura romboédrica; é
um bom condutor de calor, porém um péssimo condutor elétrico. O arsênio amarelo (forma γ) é
obtido quando o vapor de arsênio é esfriado rapidamente. É extremamente volátil e mais reativo
que o arsênio metálico e apresenta fosforescência à temperatura ambiente. Também se denomina
arsênio amarelo o mineral trissulfeto de arsênio. Uma terceira forma alotrópica, o arsênio negro
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(forma β), de estrutura hexagonal , tem propriedades intermediárias entre as formas alotrópicas
descritas, e se obtém da decomposição térmica da arsina ou resfriamento lento do vapor de
arsênio.

Todas as formas alotrópicas, exceto a cinza, não apresentam brilho metálico e apresentam uma
condutibilidade elétrica muito baixa, comportando-se como metal ou não metal em função,
basicamente, do seu estado de agregação. Reage violentamente com o cloro e se combina,
quando aquecido, com a maioria dos metais para formar o arsenieto correspondente; reage,
também, com o enxofre. Não reage com o ácido clorídrico em ausência de oxigênio, porém reage
com o ácido nítrico aquecido, estando concentrado ou diluído, e com outros oxidantes como
o peróxido de hidrogênio, o ácido perclórico e outros. É insolúvel em água, porém muitos de
seus compostos são solúveis. (ZUMDAHL, 2012). É um elemento químico essencial para a vida,
ainda que tanto o arsênio como seus compostos sejam extremamente venenosos.

6.2. Aplicações
 Conservante de couro e madeira (arseniato de cobre e crômio), uso que representa,
segundo algumas estimativas, cerca de 70% do seu consumo mundial.
 O arsenieto de gálio é um importante semicondutor empregado em circuitos
integrados mais rápidos e caros que os de silício.
 É usado como aditivo em ligas metálicas de chumbo e latão.
 Tem uso tradicional em inseticidas (arseniato de chumbo), herbicidas (arsenito de sódio)
e venenos. O dissulfeto de arsênio é usado como pigmento e em pirotécnica.
 Usado também como descolorante na fabricação do vidro (trióxido de arsênio).
 No início da Idade do Bronze o arsênio foi usado como componente do bronze mas
devido à sua toxicidade foi substituído posteriormente pelo estanho.
 É aplicado também na conservação de fosseis. Recentemente renovou-se o interesse
principalmente pelo uso do trióxido de arsênio para o tratamento de pacientes
com leucemia.

6.3. Propriedades Químicas e Físicas


Propriedades Químicas Propriedades físicas
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Massa atómica 74,92160 u


Raio atómico (calculado) 119 pm
Raio covalente 119±4 pm
Raio de Van der Waals 185 pm
Estado da matéria Sólido
Configuração eletrónica [As] 4s2 3d10 4p3
Ponto de fusão 1090 K
Elétrons (por nível de energia) 2, 8, 18, 5
Ponto de ebulição 887 K
Estado(s) de oxidação 5, 3, 2, 1, -3
Entalpia de fusão 24,44 kJ/mol
Estrutura cristalina Romboédrico
Entalpia de vaporização 34,76 kJ/mol
Numero atomico 33
Grupo, período, bloco 5,4,p Volume molar 12,95×10−6 m3/mol
Densidade 5727 kg/m3 Pressão de vapor 1 Pa a 553 K

Tabela 4: Propriedades físicas de As. Fonte: autor

Tabela 3: Propriedades Químicas do As. Fonte: autor

6.4. Abundância e obtenção


De acordo com ZUMDAHL, 2012 é o 52.º elemento em abundância da crosta terrestre e é
encontrado na forma nativa, principalmente sob forma de sulfeto e associado a uma série
de minerais que contém ouro, cobre, chumbo, ferro  (arsenopirita ou mispíquel), níquel, cobalto e
outros metais. Na fusão de minerais de ouro, cobre, chumbo e cobalto se obtém trióxido de
arsênio (As2O3) que se volatiliza no processo e é arrastado pelos gases da chaminé, podendo
conter mais de 30% do óxido. Os gases da chaminé são refinados posteriormente misturando-os
a uma pequena quantidade de galena ou pirita para evitar a formação de arsenitos, e pela queima
se obtém trióxido de arsênio com 90 a 95% de pureza. Por sublimação sucessiva pode-se obter
com uma pureza de 99%.

Reduzindo-se o óxido com carbono obtém-se o metaloide (semimetal arsênio), entretanto a


maioria do arsênio é comercializado como óxido. Praticamente a totalidade da produção mundial
de arsênio metálico é chinesa, que é também é o maior produtor mundial de trióxido de arsênio.

Segundo dados do serviço de prospeções geológicas estado-unidenses (U.S. Geological Survey)


as minas de cobre e chumbo contêm aproximadamente 11 milhões de toneladas de arsênio,
especialmente no Peru e Filipinas. O metaloide também é encontrado associado com depósitos
de cobre-ouro no Chile e de ouro no Canadá e diversos outros países. Existem centenas de
milhares de pequenas minas de ouro desativadas no mundo e centenas de grandes minas de ouro
20

em operação. Dos 16 tipos de depósitos de ouro geralmente reconhecidos, apenas 6 não têm
associação com arsênio. (ZUMDAHL, 2012).

7. Antimónio (Sb)
O antimônio, símbolo Sb e número atômico 51, é um elemento químico pertencente ao Grupo 15
(grupo do nitrogênio) da Tabela Periódica. Apesar de já ter sido considerado um semimetal, é
mais adequado classificá-lo como um metal. Em sua forma metálica, o antimônio é prateado,
escamoso e bastante quebradiço. Apesar de raro, possui um mineral que o tem como elemento
principal, a estibina (ou estibinita), de fórmula Sb2S3. (KUBASOVA, 1979).

Esse elemento é usado desde a Idade Antiga, quando egípcios e hindus utilizavam a estibina para
fazer a maquiagem preta de seus olhos. Contudo, atualmente é mais empregado na confecção de
baterias automotivas, em retardantes de chama e na indústria de semicondutores. O antimônio,
símbolo Sb, é um metal do Grupo 15 da Tabela Periódica, o grupo do nitrogênio. Até pouco
tempo, era comum ver o antimônio classificado como um semimetal, contudo, tal terminologia
está em desuso. Sua forma metálica apresenta uma coloração prateada, com brilho característico,
mas com um aspecto escamoso, além de ser bastante quebradiço. Existem apenas dois isótopos
naturais do antimônio: 121Sb e 123Sb. Porém, são conhecidos 45 isótopos radioativos.

É importante ressaltar além disso que o antimônio não é um bom condutor de calor e
eletricidade. (KUBASOVA, 1979). Apesar de não ser atacado pelo oxigênio presente no ar em
temperatura ambiente, ele sofre ignição quando aquecido, com a formação de fumos de
coloração branca de composição Sb2O3.

4 Sb + 3 O2 → 2 Sb2O3

7.1.Interação com ácidos


O antimônio não reage com ácidos não oxidantes, como o ácido clorídrico e o ácido fluorídrico,
mas reage com o HNO3 (formando o Sb2O5 hidratado) e com o H2SO4 (formando o
Sb2(SO4)3). O antimônio também possui boa reatividade com halogênios.

7.2. Propriedades do antimônio


 Símbolo: Sb.
 Número atômico: 51.
21

 Massa atômica: 121,760 u.m.a.


 Eletronegatividade: 2,05.
 Ponto de fusão: 630,63 °C.
 Ponto de ebulição: 1587 °C.
 Densidade: 6,68 g.cm-3 (20 °C).
 Configuração eletrônica: [Ar] 5s2 4d10 5p3.
 Série Química: metais, grupo 15

7.3. Obtenção do antimônio


O antimônio pode ser obtido por meio da redução da estibina com sucata de ferro.

Sb2S3 + 3 Fe → 3 FeS + 2 Sb

Outra forma possível de obtenção se dá convertendo o sulfeto a óxido (Sb2O3) via aquecimento
e fazendo a sua redução com carbono (C). Além disso, o antimônio também é comercialmente
obtido como subproduto da mineração de outros metais. (KUBASOVA, 1979).

A produção de antimônio é dominada pela China, que possui mais da metade da produção
mundial desse elemento, com cerca de 60.000 toneladas anuais.

7.3. Aplicações do antimônio


Ao longo da história, o antimônio teve usos importantes. Os antigos egípcios e os primeiros
hindus utilizavam a estibina para produção de maquiagem preta para os olhos há cerca de 5000
anos. Além disso, alquimistas acreditavam que o antimônio seria capaz de converter o chumbo
em ouro. (KUBASOVA, 1979).

Atualmente, contudo, o antimônio tem seu principal uso na confecção de baterias chumbo-ácido,
muito utilizadas em automóveis. O teor de antimônio em ligas com chumbo varia de 4 a 6% em
massa. O Sb tem boa resistência à corrosão, assim protegendo os terminais da bateria.

O antimônio também está presente em retardantes de chamas, sob a forma de Sb2O3, em


plásticos, papéis, adesivos, tintas e selantes. Durante a Segunda Guerra Mundial, SbCl3 era
aplicado em tendas e veículos norte-americanos, pois, em caso de incêndio, o antimônio e o cloro
se recombinariam para formar compostos estáveis que retirariam o oxigênio do ar. Também se
aplica o antimônio na indústria de cerâmicas e de vidros. (KUBASOVA, 1979).
22

Já o antimônio de alta pureza (99,999% ou mais) é utilizado na indústria dos semicondutores em


placas, conhecidas como wafers de silício, para a produção de detetores de infravermelho, além
de outros dispositivos.

8. Bismuto (Bi)
Para PHILLIPS et al. 2002 bismuto  (do alemão "Wismut", "massa branca") é um elemento
químico de símbolo Bi, de número atômico 83 (83 prótons e 83 elétrons), de massa atómica igual
a 208,9 u, encontrado no grupo 15  (anteriormente denominado VA) da classificação periódica
dos elementos químicos. À temperatura ambiente, o bismuto encontra-se no estado sólido.

Este elemento é pesado, frágil, trivalente, cristalino, de coloração rosácea que se assemelha


quimicamente ao arsênio e ao antimônio. É o mais diamagnético de todos os metais, e com
a condutividade térmica mais baixa entre todos os elementos, exceto do mercúrio. De todos os
metais, é o que menos conduz corrente elétrica.

8.1. Características principais


É um metal frágil com uma tonalidade rosácea e com brilho iridescente. Entre os metais pesados,
é o único que praticamente não é tóxico. Não existe outro metal mais diamagnético que o
bismuto, o mercúrio vem logo depois. Este metal, quando na forma elementar nativa, tem uma
alta resistência elétrica e, também tem o mais alto efeito Hall entre os metais, ou seja, ocorre um
aumento considerável da resistência elétrica quando colocado num campo magnético. Quando
aquecido em presença do ar queima com chama azul e seu óxido  (óxido de bismuto) forma
vapores amarelos. PHILLIPS et al. (2002).

8.2. Aplicações
 O oxicloreto de bismuto é usado extensivamente em cosméticos, e o subnitrato de
bismuto, o subcarbonato de bismuto são usados em medicina. O subsalicilato de bismuto
é um líquido cor-de-rosa usado como antidiarreico.

 Ímãs permanentes fortes podem ser feitos com ligas Mn-Bi denominadas bismanol;


 Muitas ligas de bismuto apresentam baixos pontos de fusão, por isso são usados para a
produção de dispositivos de segurança de detecção de incêndios;
 O bismuto é usado para a produção de ferros maleáveis;
 O bismuto está encontrando uso como catalisador para a produção de fibras acrílicas;
 Usado também como um material em termopares;
23

 Em reatores nucleares como suporte para combustível U-235 ou U-233;


 O subnitrato de bismuto é um componente dos esmaltes produzindo um
brilho iridescente;
 Elementos de bismuto metálico, devido ao seu elevado diamagnetismo, podem ser usados
como blindagem em experimentos de levitação magnética, com pequenos imãs de alta
intensidade magnética (tipicamente composições dos elementos neodímio, ferro e boro).
 Recentemente, na década de 1990 , foram iniciadas pesquisas no sentido de avaliar a
utilização do bismuto não tóxico em substituição ao chumbo tóxico para a produção de
ligas, que serão usadas em cerâmicas, esmaltes, pesos de anzóis de pescaria,
equipamentos de processamento de alimentos e, como substituto para encanamentos.
8.3. Ocorrência
O bismuto existe na crosta terrestre na forma nativa, não muito abundante, e na forma
de minerais. Os mais importantes minerais do bismuto são a bismutinita e a bismita.
Canadá, Bolívia, Japão, México, e Peru, são os maiores produtores. O bismuto nos Estados
Unidos é obtido como subproduto do processamento de minerais de cobre, ouro, prata, estanho e,
principalmente, do chumbo. Cristais de bismuto O bismuto de grande pureza pode formar
diferentes cristais coloridos. Estes cristais são produzidos em laboratório e vendidos aos
aficionados.

8.4. Propriedades químicas e Físicas


Propriedades químicas Propriedades Físicas
Nome, símbolo, número Bismuto, Bi, 83
Densidade, dureza 9780 kg/m3, 2,25
Massa atómica 208,98040 u
Raio atómico (calculado) 156 pm
Estado da matéria Sólido
Configuração electrónica [Xe] 4f14 5d10 6s2 6p3
Ponto de fusão 544,7 K
Elétrons (por nível) 2, 8, 18, 32, 18, 5 
Ponto de ebulição 1837 K
Estrutura cristalina Romboédrico
Entalpia de fusão 11,3 kJ/mol
Entalpia de vaporização 104,8 kJ/mol
Classe magnética Diamagnético
Tabela 6: Propriedades Físicas do Bi. Fonte:
autor Tabela 5: Propriedades Químicas do Bi. Fonte: autor
24

9. Conclusão
Tendo terminado o trabalho concluímos que Fosforo é um nome genérico dado a inúmeras
combinações distintas de fosfatos, tendo sido descoberto em 1669 por Henning Brand.

Fósforo é um não metal  (apesar de existir a forma alotrópica conhecida como fósforo preto que
se comporta como um semi-metal, apresentando estrutura cristalina)  multivalente pertencente
à série química do nitrogênio  (grupo 15 ou 5 A) que se encontra na natureza combinado,
formando fosfatos inorgânicos, inclusive nos seres vivos. Não é encontrado no estado nativo
porque é muito reativo, oxidando-se espontaneamente em contato com o oxigênio do ar
atmosférico, emitindo luz (fenômeno da fosforescência). O fosforo é o único macronutriente que
não existe na atmosfera, se não unicamente quando encontrado em forma sólida nas rochas.

Ao mineralizar-se, é absorvido pelas raízes das plantas e se incorpora a cadeia trófica dos
consumidores, sendo devolvido ao solo, nos excrementos ou através da morte. Uma parte do
fosforo é transportada por correntes de água. Ali, se incorpora na cadeia trófica marinha ou se
acumula e se perde nos solos marinhos, aonde não pode ser aproveitada pelos seres vivos, até
que o afloramento de algas profundas possa reincorporá-lo na cadeia trófica. A partir do "guano"
ou excremento de aves pelicaniformes, o fósforo pode ser reutilizado como "guano" reiniciando
um novo ciclo. Os compostos de fósforo intervêm em funções vitais para os seres vivos, sendo
considerado um elemento químico essencial e um dos elementos CHONPS. O fósforo tem
relevante papel na formação molecular do ADN e do ARN, bem como do ATP, adenosina tri-
fosfato. As células utilizam-no para armazenar e transportar a energia na forma de fosfato de
adenosina. Além disso, funciona como íons tampões, impedindo a acidificação ou alcalinização
do protoplasma.

Transformações ocorridas no século XX em certas regiões, com repercussões na urbanização,


na fecundidade e no meio ambiente, têm produzido impacto na estrutura etária da população e
na mortalidade, exigindo mudanças na resposta de cada sociedade aos problemas de saúde. A
queda da mortalidade  (principalmente a infantil), a redução da fecundidade e o aumento da
expectativa de vida resultam no envelhecimento da população e aumento das taxas
de doenças crónico-degenerativas
25

10. Referências Bibliográficas


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Hydrotreatment Catalysts: Characterization and Hydrodesulphurization Activity of Fluoride-
Cobalt-Molybdenum/γ-Alumina Catalysts." Applied Catalysis v. 38, pp. 273-287.

PACHECO, M. E., 2008, Desenvolvimento de Metodologia para Desativação Acelerada de


Catalisadores de Hidrotratamento em Plantas Piloto, Tese de Doutorado, COPPE/UFRJ, Rio de
Janeiro, RJ, Brasil.

PHILLIPS, D. C.SAWHILL, S. J.SELF, R., et al. 2002, "Synthesis, Characterization, and


Hydrodesulfurization Properties of Silica-Supported Molybdenum Phosphide Catalysts." Journal
of Catalysis v. 207, pp. 266-273.

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Diagnóstico de Falhas Baseado em Modelo, Dissertação de Mestrado, EQ/UFRJ, Rio de Janeiro,
RJ, Brasil.

ZUMDAHL, S. S., Phosphide, Encyclopædia Britannica Online. Disponível em


<http://www.britannica.com/EBchecked/topic/457435/phosphide>. Acessado em: 26 de Março
de 2023.

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