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Patrício Luciano Gaiondo

Salvador Avelino Miguel

Solomo Maquesson Chimbeta

Tito Quenedi Ernesto

Metais alcalinos terrosos

Licenciatura em ensino de Química com habilitação em ensino de Biologia

Universidade Púnguê

Tete

2019
Patrício Luciano Gaiondo

Salvador Avelino Miguel

Solomo Maquesson Chimbeta

Tito Quenedi Ernesto

Licenciatura em ensino de Química com habilitação em ensino de Biologia

O trabalho a ser apresentado na


cadeira de Químico Inorgânica
para fins avaliativos.

Docente: Mestre Tibúrcio Chembeze

Universidade Púnguê

Tete

2019
Índice

1.Introdução ................................................................................................................................ 4
1.1.Objetivos............................................................................................................................... 4
1.1.1Gerais .................................................................................................................................. 4
1.1.2.Especificas ......................................................................................................................... 4
2.Metais alcalinos Terrosos .................................................................................................... 5
2.1.Características gerais dos metais alcalinos terrosos.......................................................... 5
2.2.Berílio ............................................................................................................................... 5
2.2.1.Descoberta do berílio ..................................................................................................... 5
2.2.2.Ocorrência na natureza .................................................................................................. 6
2.2.3.Características do berílio ............................................................................................... 6
2.2.4.Reactividades do berílio................................................................................................. 6
2.2.5.Aplicações do berílio ..................................................................................................... 7
2.3.Magnésio ........................................................................................................................... 7
2.3.1.A descoberta de magnésio ............................................................................................. 7
2.3.2.Ocorrência do magnésio ................................................................................................ 7
2.3.3.Características do Magnésio: ......................................................................................... 8
2.3.4.Reactividade Magnésio .................................................................................................. 8
2.3.5.Obtenção do magnésio ................................................................................................... 8
2.3.6.Aplicações do magnésio ................................................................................................ 9
2.4.Cálcio ................................................................................................................................ 9
2.4.1.Descobertado cálcio ....................................................................................................... 9
2.4.2.Ocorrência ...................................................................................................................... 9
2.4.3.Obtenção ........................................................................................................................ 9
2.4.4.Propriedades físicas ..................................................................................................... 10
2.4.5.Propriedades químicas ................................................................................................. 10
2.4.6.Aplicação ..................................................................................................................... 11
2.4.7.Alguns compostos de cálcio ........................................................................................ 11
Óxido de cálcio (CaO) .......................................................................................................... 11
2.4.8.Propriedades químicas de CaO .................................................................................... 12
2.4.9.O carbonato de cálcio .................................................................................................. 12
2.4.10.Obtenção .................................................................................................................... 12
2.4.11.Sulfato de cálcio - (CaSO4) ....................................................................................... 12
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2.4.12.Obtenção (CaSO4) ..................................................................................................... 12


2.5.Estrôncio ......................................................................................................................... 13
2.5.1.A descoberta de Estrôncio ........................................................................................... 13
2.5.2.Ocorrência do Estrôncio .............................................................................................. 13
2.5.3.Características do Estrôncio......................................................................................... 13
2.5.4.Aplicações do Estrôncio .............................................................................................. 13
2.6.Bário................................................................................................................................ 14
2.6.1.Descoberta do bário ..................................................................................................... 14
2.6.2.Ocorrência do bário ..................................................................................................... 14
2.6.3.Características do bário ................................................................................................ 14
2.6.4.Reactividades do bário ................................................................................................. 14
2.6.5.Aplicação do bário ....................................................................................................... 14
2.7.Rádio ............................................................................................................................... 15
2.7.1.A descoberta de Rádio ................................................................................................. 15
2.7.2.Ocorrência do Rádio .................................................................................................... 15
2.7.3.Características do Rádio .............................................................................................. 15
2.7.4.Aplicações do Rádio .................................................................................................... 16
2.8.Propriedades dos metais alcalinos terrosos ..................................................................... 16
2.8.1.Propriedades físicas dos metais alcalinos terrosos ...................................................... 16
2.8.2.Propriedades químicas dos metais alcalinos terrosos .................................................. 16
2.9.Compostos dos metais alcalinos terrosos. ....................................................................... 17
3.Conclusão........................................................................................................................... 20
Bibliografia ........................................................................................................................... 21
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1.Introdução

Neste trabalho vamos falar sobre os metais alcalinos terrosos ou simplesmente os elementos
do segundo grupo principal. O II grupo principal da Tabela Periódica é composto pelos
elementos: Berílio (Be), Magnésio (Mg), Cálcio (Ca), Estrôncio (Sr), Bário (Ba) e Rádio (Ra),
que constitui a família dos metais alcalino-terrosos. Apresentam dois electrões no subnivel “s”
na orbital mais externa. Tipicamente bivalentes, constituem uma série gradual de metais
muito reactivos, formando geralmente compostos iónicos incolores, e menos básico que os do
Grupo I.

Para tal serão abordados características, ocorrência, métodos de obtenção, propriedades


físicas, químicas e alguns compostos dos metais alcalinos terrosos.

1.1.Objetivos

1.1.1Gerais

 Conhecer os elementos do segundo grupo da tabela periódica

1.1.2.Especificas

 Mencionar os elementos do segundo grupo da tabela periódica


 Caracterizar os elementos do segundo grupo da tabela periódica
 Descrever todos os elementos do segundo grupo da tabela periódica
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2.Metais alcalinos Terrosos

2.1.Características gerais dos metais alcalinos terrosos

O II grupo principal da Tabela Periódica é composto pelos elementos: Berílio (Be), Magnésio
(Mg), Cálcio (Ca), Estrôncio (Sr), Bário (Ba) e Rádio (Ra), que constitui a família dos metais
alcalino-terrosos. Apresentam dois electrões no subnivel “s” na orbital mais externa.
Tipicamente bivalentes, constituem uma série gradual de metais muito reactivos, formando
geralmente compostos iónicos incolores, e menos básico que os do Grupo I. Apresentam o
raio atómico menor que os metais alcalinos, devido ao aumento da carga positiva no núcleo.
Predomina a tendência de transferir (ceder) electrões de valência e o estado de oxidação é +2.
A alta reactividade está associada a formação de compostos na Natureza como fluoretos,
cloretos, óxidos, sulfatos, carbonatos, silicatos, etc.

Todos apresentam propriedades metálicas bem evidentes exceptuando o Berílio que forma
compostos com ligação covalente. Por exemplo:
 Be forma BeF2(g) (covalente com hibridização sp)

 Be forma [BeF4]2- (covalente com hibridização sp3)

 BeF2 é um aceitador de pares electrónicos (conceito de ácido e base de lewis)

O Rádio (Ra), que é o elemento mais pesado da família, é um elemento fortemente


radioactivo e relativamente escasso.
Os compostos são sais típicos.
Os metais são bons redutores, com excepção do Be são todos bons condutores.

2.2.Berílio

2.2.1.Descoberta do berílio

Berílio foi descoberto como óxido em 1797 por Vanguelin quando analisava o minério berilo
e em 1828 o químico alemão Friederich Wohler (1800-1882) e Bussy trabalhando
independentemente isolaram-no, fazendo reagir potássio sobre o Cloreto de berílio.
BeCl2 + 2K → 2KCl + Be
O berílio pode ser encontrado em cerca de 32 espécies de minérios, sendo os mais importantes
os berilos, o crisoberilo, a fanacita e as pedras preciosas, esmeraldas e água marinha.
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2.2.2.Ocorrência na natureza

O berílio é o elemento metálico do IIA grupo, tal como os metais alcalinos, não se encontra
livre na natureza. É encontrado na natureza principalmente como berilo Be3Al2(SiO3)6.
2.2.3.Características do berílio

 É o menor elemento do grupo, isto é, tem menor raio atómico e iónico, em


consequência é o elemento de mais baixa electropositividade e possui maior energia
de ionização comparando com os outros elementos do seu grupo;
 Apresenta mais facilidade na formação de iões e de complexos;
 Tem menor poder de absorção por unidade de espessura entre todos os materiais
utilizados em aparelhos;
 É branco metálico, duro, frágil e leve, muito estável a corrosão.
 É um metal tão duro que corta o vidro. É um elemento muito tóxico.
2.2.4.Reactividades do berílio

O número de coordenação característico para o ião berílio Be2+ é 4, nas condições normais o
berílio não forma iões simples, só complexos, tanto os catiões como os aniões o número de
coordenação quatro (4) corresponde a hibridização sp3.
Com o aquecimento o Berílio queima-se no seio de oxigénio e no ar, reage com enxofre e
nitrogénio do ar dando óxido berilíco, nitreto e sulfeto, respectivamente (BeO, Be3N3 e BeS);
Na água ele é praticamente insolúvel, mas dissolve-se facilmente tanto em ácidos como nas
bases, no último caso com formação dos hidroxoberilatos:
Be + 2NaOH + 2H2O Na2[Be(OH)4] + H2

O hidróxido de berílio tem carácter anfótero claramente exprimido, e por isso difere dos
hidróxidos dos metais alcalino-terrosos. Na água ele é praticamente insolúvel, mas dissolve-se
facilmente tanto em ácidos como nas bases, no último caso com formação dos
hidroxoberilatos:
Be(OH)2 + 2NaOH → Na2[Be(OH)4]
O Berílio arde com vapor de enxofre formando BeS. Este composto não se pode obter por via
húmida, como o BeO, não reage com água, o sulfureto de magnésio obtido duma forma
semelhante do metal e do enxofre, hidrolisa-se rapidamente.
MgS + 2H2O → Mg(OH)2 + H2S
O Berílio e os seus carbonetos reagem com água formando bases e desprendendo CH4
7

Be2C + 4H2O → 2Be(OH)2 + CH4


Reage com hidróxidos de sódio desprendendo hidrogénio e formando berilatos:
Be + 2NaOH → Na2BeO2 + H2
2.2.5.Aplicações do berílio

 O Berílio é usado na manufactura de ligas leves (Cu – Be, Ni – Be) que são resistentes
à corrosão por água salgada.
 O óxido de berílio, BeO, é empregado na manufactura de cadinhos refractários e no
revestimento de lâmpadas fluorescentes.
 Usado na obtenção de ligas com outros metais.
 Usado para fabricar as janelas dos tubos de raios-X: possui densidade electrónica
baixa, logo possui baixa capacidade de absorção;
 Aplica-se na fabricação das molas e instrumentos cirúrgicos.
2.3.Magnésio

2.3.1.A descoberta de magnésio

Em 1755, em Edimburgo na Escócia, Joseph Black identificou pela primeira vez este
elemento. Porém, somente em 1808 Sir Humphry Davy conseguiu isolar uma pequena porção
de magnésio por electrólise de uma mistura de óxido de magnésio (MgO) e óxido de mercúrio
(HgO). Contudo, o nome que prevaleceu foi o de magnésio, pois provinha de um mineral, a
magnesite (um carbonato de magnésio), oriunda de Magnésia, uma região da Grécia antiga.

A produção de uma quantidade razoável de Magnésio, que permitiu a descrição das


propriedades deste elemento, foi conseguida através da redução de Cloreto de magnésio
fundido com potássio metálico e realizada pela primeira vez pelo cientista francês Bussy em
1831.

2.3.2.Ocorrência do magnésio

O Magnésio: é o sexto metal mais abundante na crosta terrestre. Ele ocorre em muitos
minerais, na água do mar, em fontes naturais e em depósitos formados pela evaporação de
lagos. É encontrado na natureza como cloreto na água do mar e em vários minérios, sendo os
mais importantes: dolomita (MgCO3.CaCO3), magnesita (MgCO3), carnalita
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(KCl.MgCl2.6H2O), Brucita: Mg(OH)2, cainita (KClMgSO4.3H2O), olivina (MgFe)2SiO4,


Spinélio Mg(AlO2)2, amianto CaMg3(SiO3), o talco e pedra-sabão, H2Mg3(SiO3)4 e a esteatita.

Como depósitos salinos encontram-se nos sulfatos, sob forma de Kieserita MgSO4.H2O e
Kainita. Também podemos encontrar na clorofila das plantas.

2.3.3.Características do Magnésio:

O Magnésio é um metal bastante resistente e leve, aproximadamente 30% menos denso que o
alumínio. Possui coloração prateada, perdendo seu brilho quando exposto ao ar, por formar
óxido de magnésio. Quando pulverizado e exposto ao ar se inflama produzindo uma chama
branca. Reage com a água somente se esta estiver em ebulição, formando hidróxido de
magnésio e liberando hidrogénio. O Be e o Mg são mais semelhantes entre si. Mg pode
formar algumas ligações covalentes. Ex. Compostos de Grignard (R-Mg-X).

2.3.4.Reactividade Magnésio

O Magnésio quando exposto ao ar, oxida-se facilmente e, em estado finamente dividido,


queima no ar com uma chama intensa, rica em raios ultravioleta.

Ex: 2Mg + O2 → 2MgO

O Magnésio é um grande agente redutor e reage com vários ácidos, produzindo hidrogénio.
Não é atacado por bases e só a quente desloca o hidrogénio da água.

Mg + 2HCl → MgCl2 + H2

2.3.5.Obtenção do magnésio

O Mg é 1º a ser produzido devido ao seu potencial.

1. O Mg também pode ser obtido por:

𝑇̊ 𝐻2𝑂
a) Mg(OH)2→ MgO destilação térmica

2000℃
2 MgO + → 2 Mg + CO2 redução com C

+𝐻𝐶𝑙 𝑒𝑣𝑎𝑝𝑜𝑟𝑎çã𝑜 𝑓𝑢𝑠ã𝑜


b) Água do mar + CaO → Mg(OH)2↓ → MgCl2(aq)→ MgCl2→ Mg2+ + 2

Cl-→ Mg + Cl2
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2.3.6.Aplicações do magnésio

Magnésio: Usa-se em flash light, em fotografia, em fogo-de-artifício, junto com o cloreto de


potássio, em bombas incendiárias; em solda como oxidante; em metalurgia e ligas leves com
alumínio na composição do motor do automóvel. Como agente redutor na produção do urânio
puro e outros metais.

2.4.Cálcio

2.4.1.Descobertado cálcio

O Cálcio: era conhecido desde os tempos mais remotos da antiguidade sob a forma de óxido
de cálcio (CaO), mas só em 1808. Sir Humphry Davy conseguiu isola-lo puro por electrólise,
depois de Berzelius, também tê-lo preparado por electrólise de uma amalgama de CaO. O
cálcio.

CaO → ½ O2 + Ca reacção de Humphry Davy e Berzelius

2.4.2.Ocorrência

Segundo manual de apoio UP Beira (2010) O cálcio é o 5º metal mais abundante da crosta
terrestre ultrapassando a 3,4%. É um elemento fundamental na constituição dos dentes e
ossos. Devido a sua reactividade não é encontrado sob a forma metálica na natureza; ocorre
em grandes quantidades como:
Calcário (CaCO3), Gesso (CaSO4.2H2O), Dolomite (MgCO3. CaCO3), Fluorite (CaF2),
Silicatos (CaSiO3), Anidrita (CaSO4), giz, mármore, etc.
Os sais de cálcio ocorrem na maioria das águas minerais e são componentes essenciais tanto
dos tecidos das plantas como dos animais, bem como de conchas e ossos.

2.4.3.Obtenção

a) O cálcio metálico é obtido por electrólise do cloreto de cálcio fundido (CaCl2). Este
método é usado actualmente para preparar o cálcio.

CaCl2 → Ca(s) + Cl2(g)

b) É obtido pela redução do CaI2 por intermédio do sódio.

CaI2 + 2Na → Ca + 2NaI


10

c) Obtêm-se pela redução da cal viva calcinando com alumínio à 147K e 100Pa.

6CaO + 2Al → 3Ca + Ca3Al2O6

2.4.4.Propriedades físicas

O Cálcio é um metal branco prateado e brilhante, muito leve e é um dos mais moles que
existem, ao ser exposto ao ar, ele cobre-se rapidamente pela camada do óxido e ao ser
aquecido arde com chama viva avermelhada, possuindo assim a alta reactividade química.

Como na atmosfera existe, aproximadamente 0,04% de CO2, praticamente todas as águas


superficiais são soluções de gás carbónico. Consequentemente, todas essas águas estão em
condições de dissolver o calcário:

CaCO3 + CO2 + H2O → Ca2+ + 2 HCO3-

2.4.5.Propriedades químicas

a) Reage prontamente com nitrogénio atmosférico formando nitreto.

3Ca(s) + N2(g) → Ca3N2

b) Reage com oxigénio do ar atmosférico produzindo o óxido de cálcio.

2Ca(s) + O2(g) → 2CaO(s)

c) Decompõe a água liberando o H2

Ca(s) + 2H2 O(l) → Ca(OH)2(s) + H2(g)

d) Na atmosfera com o hidrogénio dá o hidreto de cálcio (CaH2), uma substância semelhante


com um sal, reage com água produzindo o hidróxido de cálcio e libertando grande quantidade
de hidrogénio, por isso aplica-se para a obtenção de H2 e também aplicado como título do
desencante efectivo, capaz de tirar a água mesmo dos cristalohidratos.

Ca(s) + H2(g) → CaH2(g)

CaH2 + 2H2O(l) → Ca(OH)2 + 2H2

e) O cálcio é um metal muito activo que se combina facilmente com halogéneos como por ex:
o flúor, bromo, iodo, consoante o esquema abaixo:
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Ca(s) + X2 → CaX2, onde x é o halogéneo em causa

Ex: Ca(s) + Cl2(g) → CaCl2(aq)

Ca(s) + I2(g) → CaI2(s)

f) O cálcio perante os óxidos metálicos como o caso de, Rb. U, Tr, Zr pode-se comportar
como agente redutor.

Ca(s) + 2RbCl → CaCl2 + 2Rb(s)

2.4.6.Aplicação

Cálcio: é usado como agente redutor de óxidos metálicos, como os de urânio e do tório, de
zircónio e das terras raras; como desoxidante; como agente ligante com o cobre, e serve como
gentes para gases residuais em tubos de vácuo.

Na preparação do metal berílio a partir dos seus compostos, agente desidratantes para
solventes orgânicos, remover o oxigénio e o enxofre do aço e de algumas outras ligas. Para
além de ser um componente maioritário dos ossos e dentes, o seu ião (Ca2+) activa diversa
processos metabólicos, cardíacos, contracção sanguínea, contracção muscular na transmissão
de impulsos. Contribui no crescimento de corais e esponjas calcárias de conchas e algas
marinhas. Usado na produção dos seus compostos como o CaO, CaH2, CaSO4 e outros.

2.4.7.Alguns compostos de cálcio

Óxido de cálcio (CaO)

O CaO é uma substância branca, muito resistente ao fogo, que se funde apenas à temperatura
cerca de 26000C, P. e de 25800C. Na técnica o óxido de cálcio chama-se cal viva. Obtêm-se
pela calcinação de carbonato de cálcio na forma de calcário ou giz.

A calcinação é realizada nos fornos altos, que tem o nome de fornos de cubo. O forno é
enchido pelas camadas alternadas de combustível e calcário e depois acendido debaixo.
Durante a calcinação, o carbonato de cálcio decompõem-se:

Ex: CaCO3(s) CO2(g) + CaO(s) - 178Kj


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2.4.8.Propriedades químicas de CaO

a) O óxido de cálcio reage facilmente com água libertando calor, durante este processo os
pedaços de CaO absorvem a água, aumentam de volume e desfazem-se se transformando num
pó fino e inconsistente - o hidróxido de cálcio.

Ex: CaO(s) + H2O(l) → Ca(OH)2 + 65Kj

b) O óxido de cálcio reage com CO2 formando carbonato.

Ex: CaO(s) + CO2(g) → CaCO3(s) + Calor

2.4.9.O carbonato de cálcio

É um sólido branco muito pouco solúvel na água. Ocorre na natureza como minerais calcite e
aragonite.

2.4.10.Obtenção

a) Obtêm-se pela combinação directa da cal viva e o dióxido de carbono.

CaO(s) + CO2(g) → CaCO3(s)

b) A partir da reacção de Ca(OH)2 e H2CO3

Ca(OH)2(s) + H2CO3 → CaCO3(s) + 2H2O(l)

c) A partir da reacção entre o sulfato de cálcio e o carbonato de sódio

CaSO4(s) + Na2CO3(s) → CaCO3(s) + Na2SO4(aq)

2.4.11.Sulfato de cálcio - (CaSO4)

O sulfato de cálcio é um sólido branco; r = 2, 96, P.F = 14500C. Ocorre na natureza como
mineral anidrita que têm umas estruturas rômbicas, mudando para uma cor monocíclica a
2000C. Mais vulgarmente é encontrado como composto dihidratado (CaSO4.2H2O)
conhecido por gesso de estuque. O CaSO4 é parcialmente solúvel na água.
2.4.12.Obtenção (CaSO4)

Pode-se obter a partir do seu sal dihidratado


CaSO4(s)310 - 400K CaSO4+ 1/2H2O 410-470K CaSO2(s)
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2.5.Estrôncio

2.5.1.A descoberta de Estrôncio

O Estrôncio: de Strontian, cidade escocesa. Em 1790, Adair Crawford (químico escocês)


identificou o mineral estroncianita, mas o elemento foi isolado pela primeira vez em 1808 por
Humphry Davy (químico inglês) com uso de electrólise.

2.5.2.Ocorrência do Estrôncio

Estrôncio encontra-se na natureza sob a forma de carbonatos e sulfatos. Encontra-se na


Estroncianita (SrCO3), Celestita (SrSO4) ou Sulfato de estrôncio.

2.5.3.Características do Estrôncio

Estrôncio Muitos de seus compostos assemelham-se aos compostos de bário e alguns


distinguem-se pela diferença de solubilidade em água. O estrôncio oxida-se facilmente,
queimando no ar com chama vermelha intensa.

Estrôncio é mais macio que cálcio e reage com água de forma mais intensa. O metal recém
cortado tem aparência prateada que rapidamente se torna amarelada devido à formação de
óxido. Deve ser conservado em querosene para impedir a oxidação. Alguns sais de estrôncio
dão um aspecto vermelho vivo a chamas.

Uma vez que possui propriedades semelhantes às do cálcio, se o estrôncio for ingerido
juntamente com os alimentos contaminados, é metabolizado e fixa-se nos ossos, provocando
graves danos devido à radiação.

O estrôncio tornou-se famoso devido à existência do seu isótopo radioactivo Sr90 que se
forma sobretudo nas explosões das bombas atómicas. Este isótopo possui um período de
semidesintegração de 28 anos, que se origina na fissão do urânio-235 e do chumbo-239.

2.5.4.Aplicações do Estrôncio

Estrôncio: os seus compostos têm muita aplicação: Ex: O Hidróxido de estrôncio é usado na
refinação de açúcar e o Nitrato de estrôncio na pirotécnica para a produção de fogos artifícios.
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2.6.Bário

2.6.1.Descoberta do bário

Em 1774, Scheele descobriu que o mineral, continha uma nova terra que originava um sulfato
insolúvel em água. Guyton de Morveau chamou-lhe "barote", devido a elevada densidade de
alguns dos compostos deste elemento.
O Bário é o 2º metal mais abundante no oceano, foi isolado em 1808, pela electrólise do
cloreto de bário, por Sir Humphry Davy na Inglaterra. Este nome foi posteriormente alterado
por Lavoisier para barrita, actualmente usado para o óxido hidratado de bário.
2.6.2.Ocorrência do bário

As principais fontes de bário são os minerais: (BaSO4), (BaCO3) e (BaOMnO2).


Estruturas interiores do corpo podem ser claramente caracterizadas porque o BaSO4 é opaco
aos raios-X.
2.6.3.Características do bário

Bário é um elemento metálico quimicamente semelhante ao cálcio, contudo é macio, com alto
ponto de fusão e, na forma pura, apresenta aspecto branco prateado semelhante ao chumbo.
Este metal oxida-se muito facilmente quando exposto ao ar e é altamente reactivo com água
ou álcool.
O Bário oxida rapidamente no ar, inflamando-se quando finamente dividido, e por isso deve
ser guardado em hidrocarbonetos líquidos, livres de oxigénio.
2.6.4.Reactividades do bário

No ar, o Bário arde com chama verde-esmeralda. Dissolve-se em água, gerando o hidróxido
de bário Ba(OH)2, fortemente alcalina. Por aquecimento em corrente de oxigénio, a
temperaturas elevadas, o Bário forma o Peróxido (BaO2).
2.6.5.Aplicação do bário

O metal bário encontra muito pouco emprego na forma metálica, no entanto o BaO, é
utilizado como agente secante, que se combina com água formando o Ba(OH)2 e com dióxido
de carbono formando o BaCO3.
O Sulfato de Bário é usado como material na fabricação de tintas, usam-se em pigmentos e
trabalho para diagnosticação em raio X e na fabricação de papel e da borracha; o nitreto e o
Cloreto são usados no fogo artifício para fornecer a luz verde.
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2.7.Rádio

2.7.1.A descoberta de Rádio

O Rádio: foi descoberto em 1898 pelo casal Pièrre e Marie Curie.

O rádio (do latim "radius", raio) foi descoberto por Marie Curie e seu marido Pierre em 1898
na pechblenda/uranita proveniente do norte da Boémia. Os Curies, removendo o urânio da
pechblenda encontraram um material residual que ainda emitia certa energia, a qual
denominariam energia radioactiva. Isolaram da mistura, composta principalmente de bário,
um material de chama de cor vermelha brilhante e linhas espectrais nunca visto antes, que
concluíram ser um novo elemento.

Em 1902, o rádio foi isolado na forma pura pelo casal Curie e André Debierne por electrólise
de uma solução de cloreto de rádio, usando um cátodo de mercúrio e ânodo de platina - irídio,
numa atmosfera de gás hidrogénio.

O rádio tem 25 diferentes isótopos, 4 dos quais são encontrados na natureza, sendo o Ra-226
o mais comum e o mais estável. O Ra-223, Ra-224, Ra-226 e o Ra-228 são todos gerados a
partir de da deterioração de urânio ou tório. O Ra-226 é um produto do decaimento do U-238,
e é o isótopo do rádio de mais longa vida, com uma meia-vida de 1602 anos. Em seguida, o de
mais longa vida é o Ra-228, um produto do Th-232, com uma vida de 200 anos.

2.7.2.Ocorrência do Rádio

Rádio: na natureza o rádio ocorre em muitos minerais, porém, sempre em quantidades


mínimas. Suas principais fontes são minérios de urânio, ainda que os mais ricos entre eles
jamais contenham quantidades superiores a 0,2 g de rádio por tonelada.

Actualmente as fontes ricas de rádio (minério) ficam no Zaire, grandes lagos do urso no
Canadá e nas areias de carnotita do colorado, E.U.A.

2.7.3.Características do Rádio

Rádio: É um elemento radioactivo, de massa atómica 226. Ao emitir partículas alfa e


radiações gama, converte-se em uma substância gasosa, o radônio, de massa atómica 222. O
radônio tem uma vida bastante curta (3,85 dias) e, por emissão de partículas alfa, converte-se
em rádio-A (de massa 218). Este, por sua vez, dá origem, por sucessivos decaimentos alfa,
beta e gama, a novos elementos radioactivos: rádio-B e rádio-C e assim por diante. O último
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termo dessa série radioactiva é o rádio-G, um elemento estável e de propriedades químicas


idênticas às do isótopo 207 do chumbo. Assim, como todos os metais alcalino-terrosos, seus
sais geralmente são pouco solúveis em água. O cloreto de rádio (RaCl2) é uma exceção.

2.7.4.Aplicações do Rádio

Rádio é um elemento mais radioactivo, um milhão de vezes que o urânio, sendo suas
radiações usadas no tratamento do câncer.

2.8.Propriedades dos metais alcalinos terrosos

2.8.1.Propriedades físicas dos metais alcalinos terrosos

Todos apresentam propriedades metálicas bem evidentes exceptuando o berílio. No cátodo


livre representam as substâncias Argênteo-Brancas, mais duras que os metais alcalinos, com
temperatura de fusão relativamente alta. Segundo a sua densidade todos são metais livres
excepto o rádio

2.8.2.Propriedades químicas dos metais alcalinos terrosos

Sabe-se que os metais alcalino-terrosos possuem dois electrões na última camada electrónica,
esses são removidos com facilidade relativa de átomos, que se transformam, neste caso, em
iões bicarregados positivamente. Portanto, eles são pouco menos activos quimicamente em
relação aos metais alcalinos do IA. Todavia, as principais reacções são:

a). Reacção com água

Os metais alcalinos terrosos reagem com água, formando hidróxidos, desprendendo o


hidrogénio e libertando calor.

Me + 2H2O → Me(OH)2 + H2 + Calor onde: Me - metal.

A frio os metais que reagem são (Ca, Sr ou Ba), pois atendendo que a reactividade no grupo
aumenta com o aumento do número atómico. O Be reage apenas com vapor de água, o
magnésio reage com água acima de 600C.

Ca + H2O → Ca(OH)2 + H2

b). Reacções com oxigénio

Quando exposto ao ar reagem com oxigénio formando óxidos.


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Ex: 2Mg + O2 → 2MgO

c). Reacção com halogéneo

A reacção com halogéneos dá-se directamente formando halogénetos, dos quais os metais
importantes são de cloro.

Ex: Ba + Cl2→ BaCl2

Mg + Cl2→ MgCl2

d). Reacções com nitrogénio

Reagem com nitrogénio da atmosfera formando nitretos.

Ex: 3Ca + N2→ Ca3N2

Por sua vez nitratos reagem com água formando hidróxido do metal e libertando NH3.

Ex: Ca3N2 + 6H2O → 3Ca(OH)2 + 2NH3

e). Reacção com hidrogénio

Reagem com hidrogénio formando hidretos, todos são salinos menos o BeH2 é covalente.

Ex: Be + H2 → BeH2

Ca + H2 → CaH2

2.9.Compostos dos metais alcalinos terrosos.

1.Óxidos.
Todos os metais alcalino-terrosos, podem reagir com o oxigénio formando óxidos metálicos
sólidos. A reacção é fortemente exotérmica:

a) Reacção com o Oxigénio


2M (s) + O2(g) → 2 MO (s)
Todos os óxidos dos metais alcalino-terrosos, com exceção do BeO (covalente), são cristais
iónicos com estrutura cristalina.
O Berílio constitui excepção: reage pouco com o oxigénio devido á formação duma camada
impermeável de BeO.
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Be + 2 H2O OH-
Be(OH)2 + H2↑
Be(OH)2 + 2 HO- → [Be(OH)4]2-
Be(OH)2TBeO
2.Hidróxidos
A reacção dos óxidos com a água formam bases M(OH)2, excepto o Be(OH)2.
Mg(OH)2 pela reacção de NH4OH com MgCl2
MgCl2 + 2 NH4OH → Mg(OH)2↓ + 2 NH4+ + 2 Cl-

3.Carbonatos e Sulfatos.
Os carbonatos dos metais alcalino-terrosos são sais de Ácido fraco (H2CO3) e bases fortes
(Me(OH)2). À medida que aumenta a basicidade dos hidróxidos, aumenta, também, a
estabilidade dos carbonatos MeCO3 em relação a hidrólise, desde Be(OH)2 até Ba(OH)2.
Os carbonatos CaCO3, SrCO3 e BaCO3 são formados simplesmente pela mistura de uma
solução aquosa que contenha os respectivos iões metálicos, Me2+, com uma solução aquosa
que contenha iões CO32-. Os carbonatos, que são praticamente insolúveis, precipitam da
solução sob forma de pó cristalino branco:
Me2+(aq) + CO32-(aq) → MeCO3(s)
Os sulfatos dos metais alcalino-terrosos, MSO4, são sólidos brancos, cristalinos,
extremamente estáveis ao calor. Eles podem ser preparados pela acção do H2SO4 sobre os
óxidos, hidróxidos e carbonatos metálicos:
MeO + H2SO4 → MeSO4 + H2O
SO4 → MeSO4 + 2H2O
MeCO3 + H2SO4 →MeSO4 + H2O + CO2
4.Sulfetos
Os sulfetos dos metais alcalino-terrosos podem ser preparados seja por união direita dos
elementos, seja pela redução do sulfato metálico com carbono à temperatura elevada:
Me + S → MeS
MeSO4 + 2C → MeS + CO2
Com exceção de BeS, todos os sulfetos se hidrolisam em água, formando Me(OH)2 e H2S:
MeS + 2 H2O → M(OH)2 + H2S
A reacção é muito lenta com água, mais é rápida com soluções aquosas ácidas:
MeS + 2H → Me2+ + H2S
MgS + 2H → Mg2+ + H2S
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5.Halogénetos
Todos os metais alcalino-terrosos, se combinam directamente e exotérmicamente com os
halogéneos, para formar halogénetos metálicos, MeX2:
Me(s) + X2(g) → MeX2(s)
Ca + Cl2 → CaCl2
O carácter da ligação metal-halogénio nos halogénetos de metais alcalino-terrosos varia
muito, dependendo do ião metálico e do halogéneo.
Os halogénetos dos outros metais alcalino-terrosos são essencialmente iónicos e dissolvem
em água, produzindo soluções neutras dos iões Me2+ e X- hidratados.
O BeCl2 que é covalente, quando entra em contacto com a água, ele se hidrata formando uma
solução de carácter ácido:
BeCl2(s) + H2O(l) Be (OH)2(s) + 2HCl(aq)
Os halogénetos de berílio, BeBr2 e BeI2, covalentes são solúveis em muitos solventes
orgânicos, como álcool metílico, CH3OH. Dos outros halogénetos de metais alcalino-terrosos,
somente o MgBr2 e o MgI2 são solúveis em solventes dessa natureza.

6.Hidretos
Os hidretos dos metais do Grupo II – A, MeH2, são sólidos brancos, de carácter
consideravelmente iónico. Como os metais alcalinos, os metais alcalino-terrosos mais
electropositivos, o Ca, o Sr e o Ba, reagem prontamente com gás hidrogénio a temperaturas
elevadas para formar os hidretos essencialmente iónicos:
Me + H2 → Me2+ (H-)2
Os hidretos BeH2 e MgH2 só podem ser preparados por vias indirectas:
MeH2(s) + 2 H2O (l) Me(OH)2(s) + 2 H2(g)

7.Nitretos
Os metais alcalino-terrosos, com exceção do Be, formam nitretos iónicos, M3N2, contendo ião
metálico no seu estado de oxidação normal, +2, e o ião nitreto trinegativo, N 3-. Esses nitretos
iónicos são cristais transparentes, incolores, com pontos de ebulição elevados. Eles podem ser
formados pela união directa do metal com o gás nitrogénio a temperaturas elevadas:
3Me (s) + N2(g) → M3N2(s)
Os nitretos de metais alcalino-terrosos reagem com a água para formar hidróxido de metal e
amónia:
Me3N2(s) + 6H2O → 3Me(OH)2 + 2NH3
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3.Conclusão

Neste trabalho vimos que o II grupo principal da Tabela Periódica é composto pelos
elementos: Berílio (Be), Magnésio (Mg), Cálcio (Ca), Estrôncio (Sr), Bário (Ba) e Rádio (Ra).

Todos apresentam propriedades metálicas bem evidentes exceptuando o berílio. No cátodo


livre representam as substâncias Argênteo-Brancas, mais duras que os metais alcalinos. Sabe-
se que os metais alcalino-terrosos possuem dois electrões na última camada electrónica, esses
são removidos com facilidade relativa de átomos, que se transformam, neste caso, em iões
bicarregados positivamente Os hidretos dos metais do Grupo II – A, MeH2, são sólidos
brancos, de carácter consideravelmente iónico.

Foram destacada inúmeras aplicações dos elementos do segundo grupo no seu todo, entre
tanto foram destacadas as ocorrências e obtenção laboratorial. Os metais alcalinos terrosos
não se encontram de uma forma livre pois tem alta tendência de reagir encontrados assim
como compostos.
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Bibliografia

CAMUENDO L. A. Anapula e SAMBO Armequina, Módulo de Química Inorgânica I


Universidade Pedagógica © 2013

Manual de apoio Química Inorgânica I UP Beira 2010

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