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GRADUAÇÃO

Eletrotermofototerapia
e Inovação Tecnológica
ME. PRISCILLA HELLEN MARTINEZ BLANCO KASHIWAKURA

Híbrido
GRADUAÇÃO
ELETROTERMOFOTOTERAPIA
E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

Me. Priscilla Hellen Martinez Blanco Kashiwakura

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EXPEDIENTE

DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de
Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de
EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi

NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA


Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James Prestes, Tiago Stachon Diretoria de Design Educacional
Débora Leite Diretoria de Graduação e Pós-graduação Kátia Coelho Diretoria de Permanência Leonardo
Spaine Head de Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho Gerência de Produção de Conteúdo
Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey Supervisão do Núcleo de Produção
de Materiais Nádila Toledo Supervisão Operacional de Ensino Luiz Arthur Sanglard

FICHA CATALOGRÁFICA

C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ.


Núcleo de Educação a Distância. KASHIWAKURA, Priscilla Hellen
Martinez Blanco.

Eletrotermofototerapia e Inovação Tecnológica.


Me. Priscilla Hellen Martinez Blanco Kashiwakura.

Maringá - PR.: UniCesumar, 2020.


128 p.
“Graduação - EaD”.

1. Eletrotermofototerapia 2. Inovação EaD. I. Título.

Impresso por: CDD - 22 ed. 701 Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar
CIP - NBR 12899 - AACR/2 Diretoria de Design Educacional
ISBN 978-65-5615-009-3
Equipe Produção de Materiais

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BOAS-VINDAS

Neste mundo globalizado e dinâmico,


nós trabalhamos com princípios éticos
e profissionalismo, não somente para Tudo isso para honrarmos a nossa missão,
oferecer educação de qualidade, mas que é promover a educação de qualidade
nas diferentes áreas do conhecimento,
também, acima de tudo, gerar a conversão
formando profissionais cidadãos
integral das pessoas ao conhecimento. que contribuam para o desenvolvimento
Baseamo-nos em quatro pilares: de uma sociedade justa e solidária.
intelectual, profissional, emocional e
espiritual.
Assim, iniciamos a Unicesumar em 1990,
com dois cursos de graduação e 180
alunos. Hoje, temos mais de 100 mil
estudantes espalhados em todo o Brasil,
nos quatro campi presenciais (Maringá,
Londrina, Curitiba e Ponta Grossa) e em
mais de 500 polos de educação a distância
espalhados por todos os estados do Brasil
e, também, no exterior, com dezenas de
cursos de graduação e pós-graduação. Por
ano, produzimos e revisamos 500 livros e
distribuímos mais de 500 mil exemplares.
Somos reconhecidos pelo MEC como uma
instituição de excelência, com IGC 4 por
sete anos consecutivos e estamos entre os
10 maiores grupos educacionais do Brasil.
A rapidez do mundo moderno exige dos
educadores soluções inteligentes para as
necessidades de todos. Para continuar
relevante, a instituição de educação
precisa ter, pelo menos, três virtudes:
inovação, coragem e compromisso com a
qualidade.Por isso, desenvolvemos para
os cursos híbridos, metodologias ativas,
as quais visam reunir o melhor do ensino
presencial e a distância.

Reitor
Wilson de Matos Silva
MINHA HISTÓRIA
MEU CURRÍCULO
trabalhar com fisioterapia cardiorrespiratória e
com a área da estética. Nessa altura me apaixonei
pela área da estética e pelos equipamentos, e sou
muito grata a essa área, porque dela me vieram
as melhores oportunidades profissionais. Depois
de formada, descobri um problema grave cardía-
co e fiz uma cirurgia, que me resultou em quase
dois anos fora do mercado de trabalho, no auge
da minha carreira. Nesse momento tive muito
medo de não conseguir trabalhar com a área da
fisioterapia e com a dermato-funcional, por conta
do esforço físico e resolvi me aventurar na acu-
puntura. Confesso que o começo foi muito difícil,
pois se tratava de outro tipo de medicina, mas
hoje sou acupunturista e atuo na área, e posso
afirmar que essa formação abriu meu campo de
visão profissional sobre os clientes que passam
sob meus cuidados; costumo dizer que sou uma
fisioterapeuta muito melhor depois da acupun-
tura. Além da acupuntura, tenho a especialidade
de osteopatia, alguns amigos(as) e clientes dizem
que tenho “olhos nas mãos”, e essa capacidade
de ver o organismo como um todo e a facilida-
de em fazer a leitura biológica do tecido veio da
osteopatia: uma técnica manipulativa e manual.
Aqui você pode Nas horas vagas, amo fazer atividade física ao ar
conhecer um livre, na verdade eu queria muito ser corredora
pouco mais sobre amadora de rua, mas confesso que depois que
me aventurei na maternidade ainda não consegui
mim, além das colocar em prática, prefiro consumir meu tempo
informações do livre com minha pequena e minha Família. Isso
meu currículo. mesmo que você está lendo, sou professora, sou
profissional, sou esposa, sou mãe, sou filha, irmã,
cunhada, tia, dona de casa e amo ser masterchef
nas horas que me sobram, pois isso é uma coisa
que relaxa minha família: ter comida boa, um bom
Olá, pessoal, eu atuo como professora dos cursos da vinho, uma boa companhia. Costumo dizer que
área da saúde da Unicesumar há doze anos, e essa sou uma mulher agraciada por Deus!! Digo pois
atividade profissional sempre foi um plano meu, em minha vida não falta nada.... tenho muitos
mas um plano futuro, sabe? Aquele que a gente acha perrengues e lutas, mas o sopro de vida de Deus
que vai acontecer depois de ter a família formada, e as esperanças se renovam a cada manhã em
carro, casa e cachorro. Entretanto, nem tudo que minha vida pessoal, profissional e familiar. Por
planejamos ocorre da forma ou no momento em isso agradeço a Deus pela oportunidade de poder
que esperamos, por isso, vou contar um pouco da me apresentar a você por meio deste livro e agra-
minha história para você. Além de ser professora, deço pela oportunidade de poder compartilhar
sou fisioterapeuta de formação. Quando saí da fa- com você meus conhecimentos sobre Eletrote-
culdade, tinha a certeza de que iria trabalhar com rapia, Equipamentos, Tecnologia, Protocolos de
ortopedia, mas não foi bem isso que aconteceu: fui tratamentos etc.
RECURSOS DE
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vinda. Posicionando seu leitor de QRCode sobre o código, você terá acesso aos
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PENSANDO JUNTOS: ao longo do livro, você será convidado(a) a refletir, questionar e


transformar. Aproveite este momento!

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termos e palavras-chave do assunto discutido, de forma mais objetiva.

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a discussão sobre os assuntos de maneira interativa usando a tecnologia a seu favor.

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CAMINHOS DE
APRENDIZAGEM
PROVOCAÇÕES INICIAIS
7

ELETROTERMOFOTOTERAPIA E
INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

1 9 2 31

Correntes
Eletroterapia
Elétricas

3 69 4 105

Recursos
Ondulatórios Recursos
Térmicos
PROVOCAÇÕES

INICIAIS
ELETROTERMOFOTOTERAPIA
E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

Imagine que você, profissional da área da saúde, depare-se em sua prática clínica, com pessoas muito
diferentes umas das outras e com vários tipos de problemas que se apresentarão de maneira desigual,
devido à peculiaridade de cada indivíduo. Vamos supor que chegue até sua clínica uma mulher, 36 anos,
mãe de três filhos, profissão bancária e cuja queixa feita durante a anamnese é de acúmulo de gordura
e “celulite” (fibro edema geloide) nodular em coxas e glúteos, além de ansiedade e queixa de unha en-
cravada. Como você, profissional da saúde, poderia auxiliar esta cliente? Quais técnicas e equipamentos
poderiam ser executados em seu protocolo para que interrompa a dor dessa cliente?
A terminologia “Eletrotermoterapia” abrange a utilização de todos os recursos elétricos que emitem cor-
rente elétrica ou ondas eletromagnéticas (eletro) e essa prática pode ser usada no caso descrito. Para
aprender a fazê-la funcionar, é importante, primeiro, que você saiba a patologia que está abordando e
tenha o conhecimento teórico-prático dos equipamentos. A cliente citada apresenta Fibro Edema Gelóide,
provavelmente de grau III, do tipo mista, pois apresenta gordura em excesso, alteração vascular e circula-
tória devido à sua atividade laboral. Também apresenta um quadro de alteração emocional e energética
decorrentes de uma síndrome de bipolaridade e a onicocriotose, provavelmente ambas decorrentes de
sua atividade laboral e do aumento do impacto em região podal e dedos do pé.
Agora, imagino que você esteja pensando: “tudo bem, professora, consigo ver a importância da eletrotera-
pia e dos recursos eletrotermofototerapêuticos na minha vida profissional, mas será que os equipamentos
realmente funcionam?” Quer ver?
Então, vamos lá. Pegue o controle remoto de sua TV e aperte o botão power para ligá-lo. Mesmo que
você não esteja vendo a corrente elétrica, a televisão será ligada, não é mesmo? Apesar da passagem de
energia pelo dispositivo ser invisível aos seus olhos, um impulso elétrico/ eletromagnético se direcionou
do controle remoto ao televisor.
PROVOCAÇÕES

INICIAIS
ELETROTERMOFOTOTERAPIA
E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

Em sentido parecido, às vezes, em sua prática clínica, não verá a energia e a cliente não relatará nenhuma
sensação. No entanto, mesmo estando invisível aos seus olhos, se a energia for aplicada de forma correta,
no caso clínico, será absorvida pelo corpo ocasionando mudanças. Assim, os resultados das intervenções
terapêuticas da eletrotermofototerapia dependem de como estes equipamentos vão ser manuseados
por você de acordo com o quadro clínico diagnosticado de sua cliente.
Portanto, a aplicação de uma corrente elétrica extracorpórea ou recursos Eletrotermofototerapêuticos
são capazes de melhorar, realçar, estimular e suplementar a energia biológica do corpo. Há uma gama de
equipamentos que garantem protocolos diferenciados que não geram acomodação sensorial e diversos
efeitos fisiológicos. Com a produção destes efeitos, certamente poderíamos esperar uma melhora de
problemas, como onicomicoses, de Fibro Edema Geloide, de Dermatofitose na pele, nas unhas ou pelos,
do quadro psicoemocional, de analgesias, de cicatrização de onicocriptoses e de outras patologias.
Esse rápido passeio tem como objetivo mostrar o que te espera nesta disciplina, com vistas a mostrar
como a eletroterapia e os recursos eletrotermofototerapêuticos podem fazer parte de seu dia a dia en-
quanto profissional. Inclusive, comece a treinar o seu olhar desde já. Quando você tomar banho, deixe
a água mais morna do que de costume e preste atenção nos efeitos que esta temperatura tem no seu
corpo, nos seus estados emocional e psicológico. Caso tenha dor, perceba o efeito desse banho sobre
ela. Alguns poderão sentir sono, relaxamento, melhora do quadro de ansiedade, melhora de dores mus-
culares etc. Isto ocorre devido aos efeitos gerados pela temperatura no tecido biológico, e estes efeitos
similares podem ocorrer com a utilização de equipamentos que emitem calor.
Preparado(a) para estudar os efeitos fisiológicos proporcionados pelos recursos eletrotermofototera-
pêuticos?
1 Eletroterapia
Me. Priscilla Hellen Martinez Blanco Kashiwakura

OPORTUNIDADES
DE
APRENDIZAGEM
Para o ponta pé inicial da nossa disciplina, começamos compreendendo
como a energia é emitida pelos recursos eletrotermofototerapêuticos. Para
desenvolver o conhecimento teórico a respeito da eletroterapia aplicada à
saúde, precisamos entender quais são os efeitos biológicos da eletrotera-
pia e seus efeitos nos clientes. Portanto, desenvolvemos, nesta unidade, o
conceito de eletroterapia, seus efeitos biológicos, bem como seu mecanismo
de ação no organismo, seus componentes elétricos e como procedemos
com sua aplicação prática, efetiva e responsável. A partir daí, você terá
subsídios para incorporar os conhecimentos específicos a respeito das
máquinas e tecnologias disponíveis atualmente em sua profissão. Como
consequência, também estará preparado(a) para as discussões a respeito
dos benefícios que podemos alcançar em nossos tratamentos por meio da
utilização das correntes elétricas em equipamentos voltados para a saúde,
bem como quais são as indicações, os efeitos, as contraindicações e a forma
de aplicação profissional.
Unicesumar

Imagine que você já é um(a) profissional concei- a mais fácil! O que impulsionará sua carreira é o
tuado(a) em sua cidade e um cliente entra em sua conhecimento do funcionamento da energia e do
clínica pedindo ajuda profissional em relação à aparelho e o conhecimento sobre as mudanças
queixa clínica dele: que esta energia é capaz de fazer em seu cliente.
Homem, 59 anos, com dor crônica e persis- Você será capaz de escolher o melhor recurso, o
tente em região de membro inferior direito até a melhor equipamento, quando utilizá-lo e qual é
região do hálux e em região lombo sacra. Ele se a melhor forma de aplicá-lo.
encontra com sobrepeso corporal e gordura loca- Assim, escolhemos um equipamento para ser
lizada em região abdominal, com circunferência utilizado em nosso protocolo, mas algumas vezes
abdominal de 104 cm, e possui doenças cardio- o resultado não é tão bom quanto você esperava,
vasculares associadas. Já realizou uma artrodese ou o cliente não relata muitas sensações e você
com fixação lombar. O cliente relata que, depois pode achar que a tecnologia não é boa o suficiente.
de alguns meses sem o alívio da dor, ele entrou Contudo, nem sempre podemos medir a sensação
em depressão, perdendo o seu emprego. Já fez uso sensorial do cliente em relação ao equipamento
de várias medicações e se submeteu a diversos e determinar o resultado final por essa sensação.
tratamentos conservadores, sem resposta signi- Quer ver uma situação bem clássica? Coloque
ficativa. Apresenta características de ansiedade, uma fruta em cima ou ao lado de seu micro-ondas
com síndrome de bipolaridade, e buscou atendi- e a deixe lá por uns três dias; o constante uso do
mento em sua clínica para obter melhora da dor, equipamento doméstico irá cozinhar a fruta ou
emagrecer e melhorar sua qualidade de vida. Em fazê-la mudar a coloração. Isso ocorre porque, em
sua avaliação, você confirma um quadro clínico alguns equipamentos, além de produzir uma ener-
doloroso crônico com alterações biomecânicas e gia que é emitida para um objetivo ou em uma
algumas alterações musculoesqueléticas impor- direção, a energia pode transpor o equipamento
tantes, hálux valgo (joanete grave em hálux), gor- e atingir estruturas adjacentes ou que estão ao
dura localizada do tipo compacta em abdômen e, redor, e você não viu e nem sentiu a energia que
além disso, observou um desequilíbrio energético transpôs o equipamento e deixou a fruta alterada.
em meridianos de fígado, baço, pâncreas e cora- E o que a situação apresentada tem a ver com
ção, e analisou traços de alterações emocionais. Eletrotermofototerapia ou sua aplicação prática?
Como você pode auxiliar este cliente com o A mesma vivência pode ocorrer em alguns equi-
uso da eletroterapia? pamentos utilizados por nós em nossas profissões
Conhecendo sobre a eletroterapia e seus efei- e devemos ter conhecimento desta propagação
tos, você poderá escolher qual é o melhor recur- de energia para saber se posicionar sobre quando
so para seu cliente. Por isso, o primeiro passo é utilizar ou não os recursos e até para saber como
compreender que a Eletroterapia é a utilização de devemos proceder com as orientações aos nossos
equipamentos que emitem energia para a pele do clientes. Então, mesmo tendo um leque de opções
cliente e, quando absorvida, gera efeitos terapêu- de recursos eletrotermofototerapêuticos, e pensan-
ticos importantes para os protocolos terapêuticos do na segurança e bem-estar de seu cliente, você
atualizados e tecnológicos. Ter o conhecimento não poderia utilizar vários modelos de equipa-
dos parâmetros do equipamento e da forma de mentos para buscar a soma de efeitos fisiológicos
ligar o aparelho não é a parte mais difícil, e sim e, desta forma, auxiliar no resultado tão esperado.

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UNIDADE 1

Nesse sentido, a utilização de equipamentos Os equipamentos atuais empregam diferentes


elétricos em nossos protocolos terapêuticos vem tipos de energias ao tecido biológico. Esta energia
para agregar valor e resultado. No entanto, antes pode ser elétrica, ondulatória, mecânica ou lumi-
de nos aprofundarmos em cada equipamento nosa, será emitida pelos equipamentos e deverá
dentro da área da Estética e Cosmética, Podo- ser absorvida pela pele, em que ocorrerá várias
logia e Terapias Integrativas e Complementares, alterações fisiológicas que culminam para o re-
precisamos trabalhar melhor o fundamento da sultado terapêutico (KITCHEN; BAZIN, 2003;
eletroterapia em nosso cotidiano profissional. AGNE, 2007; BORGES, 2010).
Como já adiantado, a Eletroterapia consiste no A energia emitida pelos recursos eletroter-
uso de correntes elétricas com objetivo terapêutico, mofototerapêuticos é conduzida através de cabos
ou seja, para desempenhar uma ação no tecido bio- condutores até os eletrodos que ficam aderidos à
lógico e desenvolver efeitos terapêuticos. Os equi- pele do cliente. Existe uma diversidade de equipa-
pamentos de eletroterapia utilizam uma intensida- mentos que podem ser utilizados na eletroterapia,
de de corrente microamperada ou amperada que, cada qual com suas indicações e contraindica-
quando absorvida pelo tecido biológico, promove ções de uso, porém todos possuem um objetivo
uma série de efeitos. Estes efeitos acarretam na me- comum: produzir algum efeito no tecido a ser
lhora da qualidade da pele, na redução de medidas tratado, que é obtido por meio das reações físicas,
corporais, de fibro edema geloide, no equilíbrio biológicas e fisiológicas que o tecido desenvolve
energético corporal, no controle microbiológico ao ser submetido à terapia (KITCHEN; BAZIN,
etc., ou seja, encontramos aplicabilidade da ele- 2003; BORGES, 2010; AGNE, 2007; CISNEROS;
troterapia em todas as áreas da saúde (KITCHEN; SALGADO, 2006; KAHN, 2001).
BAZIN, 2003; AGNE, 2007; BORGES, 2010). Além disso, para que o equipamento consiga
Na área da Estética e Cosmética, Podologia e distribuir energia suficiente para a produção dos
Terapias Integrativas e Complementares, a ele- efeitos, é necessário levar em consideração alguns
troterapia vem sendo empregada tanto na parte conceitos, tais como resistência, frequência, in-
terapêutica como no auxílio no diagnóstico pro- tensidade, voltagem, potência e condutividade e
fissional. Na parte terapêutica, a eletroterapia é impedância tecidual (KITCHEN; BAZIN, 2003;
utilizada em protocolos de emagrecimento, fibro BORGES, 2010; AGNE, 2007; CISNEROS; SAL-
edema geloide; pré e pós-operatórios estéticos, GADO, 2006).
estrias, rugas, marcas de expressão, manchas, acne, A frequência de um sinal elétrico é a quanti-
onicomicoses, onicocriptose, micoses ungueal, dade de ciclos elétricos completos em 1 s. Quan-
inflamações e infecções cutâneas e seus anexos, to menor for o período da onda, maior será a
tratamentos de desordens psicoemocionais e es- frequência dela. Por sua vez, a Intensidade é a
tresse. Por outro lado, no diagnóstico clínico, a quantidade de energia elétrica ofertada durante a
eletroterapia pode ser empregada na avaliação da utilização de um equipamento ao tecido biológico.
circulação tecidual, da qualidade da pele e seus Voltagem é a tensão elétrica (V), que também é
anexos e na avaliação do fluxo de Qi energético medida em volt (V): ela é responsável pela forma-
no organismo humano (LOW; REED, 2001; BOR- ção inicial da corrente elétrica e a encontramos
GES, 2010; HYODO, 1988, on-line)1. nas tomadas, pilhas e baterias.

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Unicesumar

A Impedância tecidual é a oposição ofereci- moto, com o uso de calor, frio e estimulação elétri-
da pelos tecidos biológicos frente a um estímulo ca. Nos últimos anos, tem-se visto o acréscimo de
externo, sendo denominada como impedância inúmeros outros agentes de tratamento ao reper-
elétrica e representada pela associação da resis- tório, como energias eletromagnéticas, luminosas,
tência, presente no fluido extra e intracelular, e ondulatórias e vibracionais (KITCHEN; BAZIN,
da capacitância, característica das membranas 2003; BORGES, 2010; GUIRRO; GUIRRO, 2004;
celulares. A resistência da pele pode ser alterada AGNE, 2007; AUTEROCHE, NAVAITH, 1992).
pela higienização prévia da região, pelo aqueci- Durante séculos, os antigos filósofos especula-
mento local e a utilização de um recurso elétrico ram sobre a natureza do calor e do frio e sobre os
prévio (KITCHEN; BAZIN, 2003; CISNEROS; efeitos que estas energias térmicas geram no or-
SALGADO, 2006; BORGES, 2010; ROBINSON; ganismo. No século XVIII, os físicos e bioquími-
SNYDER-MACKLER, 2010). cos chegaram à conclusão de que a velocidade de
Além da importância de saber distinguir os movimento das moléculas constituintes do corpo
parâmetros elétricos, temos que ter responsabili- ou objeto dava aos nossos sentidos a impressão
dade quanto à importância da tomada de decisão de calor ou de frio. Nessa época, o Dr. J. P. Joule,
quanto à eletroterapia, onde o conhecimento e as de Manchester, no ano de 1840, desempenhou
evidências científicas têm fundamental impacto com precisão uma pesquisa: um aparelho elabo-
na hora que você decide por um recurso eletro- rado para agitar a água e o calor desenvolvido ao
termofototerapêutico, pois há uma inter-relação realizá-lo e, com o desenvolvimento científico,
entre teoria, aprendizado, tomada de decisão e ele enunciou a lei da conservação de energia, que
efeitos clínicos. É essencial que façamos nosso foi a base da primeira lei da termodinâmica, uti-
aprendizado a partir das teorias básicas (tanto lizada até hoje para explicar os efeitos da energia
físicas quanto fisiológicas) e das evidências das térmica (KITCHEN; BAZIN, 2003; ROBINSON,
pesquisas científicas, assim como de reflexões SNYDER-MACKLER, 2010).
sobre nossa experiência na prática clínica (KIT- A partir daí, outros mecanismos começaram
CHEN; BAZIN, 2003; BORGES, 2010; GUIRRO; a ser empregados em relação aos equipamen-
GUIRRO, 2004). tos, mas todos os recursos eletrotermofotote-
Fica clara a responsabilidade profissional na rapêuticos recebem, primeiramente, a energia
hora de escolher utilizar os recursos da eletrotera- elétrica e, depois, por ação de seus transdutores,
pia nos protocolos terapêuticos ou no diagnóstico a modificam e transformam em energia mecâ-
clínico dos indivíduos que procuram por nossos nica, luminosa e eletromagnética (ROBINSON;
serviços. Portanto, se a escolha é do profissional, SNYDER-MACKLER, 2010), ou seja, o transdutor
cabe a ele ter o domínio teórico e prático destes é um dispositivo que converte um tipo de ener-
recursos e aplicar de forma segura e eficiente em gia qualquer em outro tipo de energia qualquer
seus clientes (KITCHEN; BAZIN, 2003; BORGES, (WERNECK, 1998).
2010; GUIRRO; GUIRRO, 2004). Na eletrotermofototerapia, existem numero-
A eletroterapia tem sido um dos recursos te- sas modalidades que você poderá escolher como
rapêuticos mais atuais e desenvolvidos da área da profissional em seu dia a dia de atendimento, te-
estética, da área de Terapias complementares e na mos como opções de equipamentos: a Corrente
área da podologia. Ela apresenta uma longa histó- Galvânica; Corrente Farádica; Corrente Russa;
ria na prática clínica desde seu princípio mais re- Corrente Aussie; Corrente Estereodinâmica; Ra-

12
UNIDADE 1

diofrequência; Ultrassom; Laser de baixa potên- tância para a formação dos profissionais na área
cia; Terapia combinada; Ultracavitação; Alta Fre- da saúde, principalmente para você, que está se
quência; Vapor de Ozônio; Termografia; Corrente preparando para atender as necessidades de seus
de Ryodoraku; entre outras. A eletrotermofoto- clientes na área da Estética e Cosmética, Terapias
terapia apresenta uma diversidade de aplicações, Complementares e Podologia.
que visam: redução de dor e espasmos muscula- Este entendimento da Bioeletricidade te au-
res; retorno da atividade neuromuscular, reparo xiliará na tomada de decisão quanto ao melhor
tecidual, incluindo lesões em pele; aumento do recurso elétrico a ser utilizado e te dará a certe-
fluxo sanguíneo local; redução de edema agudo za dos efeitos que poderão acontecer frente ao
e crônico (GERBER, 2002; KITCHEN; BAZIN, estímulo da energia do equipamento. Quando
2003; BORGES, 2010; GUIRRO; GUIRRO, 2004; se coloca um equipamento sobre a pele huma-
LACRIMANTI; GORETI, 2014a; GOULART et na, temos a transmissão da energia do aparelho
al., 2018; PEREZ; VASCONCELOS, 2018). para a pele: esta energia será absorvida pelas
Para que estes equipamentos consigam promo- terminações nervosas cutâneas, denominadas
ver, no tecido biológico alvo, sua ação, é necessário de receptores cutâneos, e será absorvida para
que, primeiro, ocorra a absorção dessa energia o tecido. Dependendo do tipo de energia, au-
pela pele da cliente e iniciando uma cascata de tomaticamente haverá alterações significativas
mudanças que culminaram nos resultados espe- nas células e no tecido alvo, além disso, esta
rados (KITCHEN; BAZIN, 2003; BORGES, 2010; energia absorvida será enviada ao sistema ner-
ROBINSON, SNYDER-MACKLER, 2010). voso periférico e ao sistema nervoso central que
A análise dos fenômenos bioelétricos justifica produzirá as respostas locais e sistêmicas frente
os fenômenos fisiológicos que ocorrem no tecido ao estímulo recebido pelo tecido (KITCHEN;
frente a um estímulo externo gerado na pele. O BAZIN, 2003; BORGES, 2010; ROBINSON,
estudo da bioeletricidade é de singular impor- SNYDER-MACKLER, 2010).

Este livro te auxiliará nessa introdução aos estudos da eletroterapia e aos


benefícios que os recursos eletrotermofototerapêuticos podem agregar em
sua prática clínica.

13
Unicesumar

Pode-se dizer que, quanto maior a intensidade, qual efeito fisiológico e terapêutico eu terei com a
amplitude e tempo de ação do estímulo elétrico utilização do recurso eletrotermofototerapêutico
do equipamento sobre a pele, diferentes serão os (ROBINSON; SNYDER-MACKLER, 2010).
efeitos fisiológicos e terapêuticos produzidos. O Quando utilizamos um equipamento para a esti-
que isso quer dizer? Vou ajudá-lo(a) a compreen- mulação tecidual em um protocolo terapêutico es-
der, vamos lá. Quando um estímulo elétrico entra tético, ou em um protocolo de equilíbrio energético,
na pele, se ele tiver baixa amplitude e intensidade, ou em um protocolo de podologia, a primeira coisa
ocorrerá uma estimulação dos receptores mais que acontecerá será o estímulo dos receptores da
superficiais da pele e a resposta será mais sensorial pele, e após essa estimulação, uma propagação do
referente à sensação de formigamento, aumento estímulo até o sistema nervoso central, onde será
da circulação sanguínea, aumento da oxigena- produzida a resposta frente ao estímulo recebido.
ção tecidual, melhora da drenagem de líquidos Sabe-se que as células presentes no tecido são
intersticiais etc. Conforme eu vou aumentando o capazes de gerar corrente elétrica, resultando em
estímulo elétrico emitido pelo equipamento, vou potencial ação. A estimulação do potencial de
conseguindo estimular receptores mais profundos ação celular desempenha mudanças na con-
da pele e terei respostas mais motoras, como a centração iônica intra e extracelular, aumenta o
contração muscular e talvez até a presença de dor transporte iônico, aumenta o transporte de água
(KAHN, 2001; KITCHEN; BAZIN, 2003; CISNE- e nutrientes, geração de sinalização e potencial
ROS; SALGADO, 2006; ROBINSON; SNYDER- sináptico, percepção sensorial, contração muscu-
-MACKLER, 2010). lar, liberação de substâncias e neurotransmissores
Portanto, a intensidade e os parâmetros ele- (KAHN, 2001; KITCHEN; BAZIN, 2003; CISNE-
trônicos colocados nos aparelhos antes do iní- ROS; SALGADO, 2006; ROBINSON; SNYDER-
cio da sessão terapêutica serão primordiais para -MACKLER, 2010; GUYTON; HALL, 2017).

Nestes dois vídeos, você terá uma explicação da cor-


rente elétrica, seus tipos e seu mecanismo de ação.
Este material auxiliará na fundamentação que esta-
mos fazendo.
Para acessar, use seu leitor de QR Code.

14
UNIDADE 1

A velocidade da condução do estímulo externo, oferecido pelo equipamento para o tecido biológico,
dependerá do tipo de fibra nervosa que será estimulada. Em nosso organismo, encontramos fibras
nervosas divididas em tipos A e C. As fibras tipo A possuem grande ou médio diâmetro, pois são
mielinizadas (Figura 1) e, consequentemente, conduzem impulsos nervosos com maior velocidade
por gerar um impulso saltatório. Estas fibras nervosas podem ser subdivididas em fibras alfa (aferente
ou eferente), beta (aferente ou eferente), gama (eferente) e delta (aferente) e o que as diferenciará é a
quantidade de bainha de mielina presente na fibra (GUYTON; HALL, 2017).
COMUNICAÇÃO NEURONAL

Dendritos

Núcleo Axônio Bainha


de mielina
Sinapses
Corpo celular
(soma)

Figura 1 - Ilustração da comunicação neural do Sistema Nervoso Periférico

Como se pode observar na Figura 1, a bainha de mielina é um reves-


timento descontínuo. Na figura, esta estrutura aparece na cor roxa
em toda a extensão do axônio e tem função isolante. Ela é formada
por uma membrana lipídica, rica em fosfolipídeos e colesterol e REALIDADE
permite maior velocidade de condução aos potenciais de ação por AUMENTADA
impedir a dissipação da energia elétrica na célula. Portanto, a velo-
cidade que o potencial de ação percorre o axônio está diretamente
relacionada ao diâmetro da fibra nervosa e à quantidade de bainha
de mielina presente na célula, quanto maior for a quantidade de
bainha de mielina, maior será a velocidade de condução (MENDES;
MELO, 2011; GUYTON; HALL, 2017).
No tecido nervoso, encontraremos quatro calibres de fibras ner-
vosas, que diferem entre si pelos diâmetros da bainha de mielina, são
as A-alfa, A-beta, A-delta e fibras do tipo C. As fibras A-alfa, A-beta e
A-delta são recobertas com mielina. As do tipo C não tem recobrimento
de mielina (MENDES; MELO, 2011; GUYTON; HALL, 2017).
As fibras tipo C constituem mais de 50% das fibras sensoriais dos
nervos periféricos, são fibras neurais mais delgadas, amielínicas (pois
não possuem ou possuem pouca bainha de mielina) e, consequente- Calibre de Fibra Nervosa

15
Unicesumar

mente, conduzem impulsos nervosos de forma mais 2017). Por outro lado, em um caso de Onicocriptose
lenta. Este tipo de fibra é responsável pela condu- com a utilização da eletroterapia, você conseguiria
ção do estímulo doloroso no organismo humano rapidamente estimular o organismo de sua cliente
(MENDES; MELO, 2011; GUYTON; HALL, 2017). para ter uma ação anti-inflamatória, bactericida e
Na eletroterapia, independentemente de sua área, analgésica e, desta forma, ela passa a ter maior qua-
sejam os equipamentos da Estética e Cosmética, lidade de vida e sem sintomas dolorosos (KAHN,
os equipamentos utilizados na área de Podologia e 2001; KITCHEN; BAZIN, 2003; CISNEROS; SAL-
Terapia complementar, o estímulo da energia emi- GADO, 2006; ROBINSON; SNYDER-MACKLER,
tida pelos recursos eletrotermofototerapêuticos es- 2010; GUYTON; HALL, 2017).
timulará fibras do tipo A, ou seja, esta energia, após Já conversamos sobre o mecanismo de ação da
ser absorvida pela pele, será conduzida ao sistema eletroterapia, a partir do momento que a energia
nervoso central por uma via periférica rápida, o que é absorvida pela pele de nossos pacientes. Chamo
provocará a liberação de neurotransmissores e a você, aluno(a), a imaginar os efeitos e os benefícios
produção dos resultados terapêuticos (KAHN, 2001; que a prática clínica da eletroterapia pode oferecer
MENDES; MELO, 2011; GUYTON; HALL, 2017). para você em sua profissão. Sabe-se que o organismo
Agora, imagine você, realizando um atendimento é formado por diferentes estruturas e sistemas; toda
terapêutico em que opta por utilizar uma eletrote- vez que você utiliza um estímulo externo na pele
rapia para analgesia ou equilíbrio energético: esse ou tecido com algum recurso eletrotermofotera-
estímulo subirá ao sistema nervoso central de sua pêutico, você estará produzindo, de forma direta
cliente, liberando neurotransmissores analgésicos (local) ou indireta (sistêmica), modificações e efeitos
e que provocam sensação de bem-estar muito an- em todos estes sistemas (KAHN, 2001; GUYTON;
tes do estímulo da dor chegar ao próprio sistema HALL, 2017).
nervoso central, pois o estímulo elétrico de seu Costumo dizer que a energia absorvida pela pele
equipamento sobe por via rápida e o estímulo do- será capaz de gerar três efeitos básicos: o físico, o
loroso sobe por via lenta. Conclusão, com poucas fisiológico e o terapêutico. Os efeitos físicos são as
intervenções, seu cliente melhora do quadro de dor, modificações celulares, os fisiológicos são as altera-
melhora seu humor e sua disposição para a vida e os ções no tecido como um todo e os efeitos terapêuti-
desafios que ela propõe (KAHN, 2001; KITCHEN; cos serão seus objetivos terapêuticos. Para facilitar
BAZIN, 2003; CISNEROS; SALGADO, 2006; RO- seu estudo e interpretação destes efeitos, podemos
BINSON; SNYDER-MACKLER, 2010; GUYTON; organizar os efeitos fisiológicos e terapêuticos em
HALL, 2017). efeitos locais e sistêmicos (BORGES, 2010; CISNE-
O mesmo processo ocorreria em um cliente ROS; SALGADO, 2006).
com queixa de Lipodistrofia localizada, em que o Dentre os efeitos locais ou físicos, incluem-se:
adipócito se apresenta lento e com volume aumen- as alterações de fluxo elétrico celular; a formação
tado. Se você intervier com um equipamento, você iônica nas correntes polarizadas; a formação de oxi-
rapidamente estimulará o sistema nervoso central a gênio e hidrogênio; as modificações de ph tecidual;
aumentar o metabolismo tecidual para a promoção movimentação de eletrólitos; rotação de moléculas
da lipólise e seu cliente reduzirá medidas corporais dipolos; deflagração do potencial de ação celular, a
naquela região (KAHN, 2001; KITCHEN; BAZIN, produção de calor tecidual (CISNEROS; SALGA-
2003; CISNEROS; SALGADO, 2006; ROBINSON; DO, 2006; ROBINSON; SNYDER-MACKLER,
SNYDER-MACKLER, 2010; GUYTON; HALL, 2010; GUYTON; HALL, 2017).

16
UNIDADE 1

Como resposta fisiológica, encontramos: as alterações no sistema circulatório e linfático; as alterações


musculoesqueléticas; as alterações metabólicas celulares e teciduais; a estimulação das terminações nervosas
teciduais; contração e relaxamento muscular; regeneração tecidual; mudança no equilíbrio térmico e quími-
co dos tecidos; efeitos analgésicos; equilíbrio energético e modulação das atividades fisiológicas corporais
(CISNEROS; SALGADO, 2006; ROBINSON; SNYDER-MACKLER, 2010; GUYTON; HALL, 2017).

Material didático claro e inserido na prática clínica, a leitura facilitará e au-


xiliará no aprofundamento sobre eletroterapia, principalmente em relação
aos efeitos biológicos gerados pelos equipamentos.

Já quando pensamos em efeitos terapêuticos, pre- • Na área da Podologia, podemos listar os efei-
cisamos pensar em quais objetivos terapêuticos tos terapêuticos como a cicatrização de lesões
eu e você enquanto profissionais, pretendemos de pele e anexos da pele; analgesia; ação anti-
atingir com o cliente. Por exemplo: -inflamatória; melhora do quadro de onico-
• Na área da Estética e Cosmética, os efeitos micoses; controle microbiológico em lesões
terapêuticos esperados com a utilização dos com presença de microrganismos; analgesia
recursos eletrotermofototerapêuticos são: a e cicatrização do pé diabético ou úlceras etc.
melhora da qualidade da pele; o preenchi- (BORGES, 2010).
mento das rugas e marcas de expressão; a • Na área da Terapia complementar, os
cicatrização da lesão acneica; o clareamento efeitos terapêuticos incluem: o equilíbrio
das manchas hipercrômicas; a redução do energético dos meridianos energéticos;
tecido adiposo localizado; a modelagem o alinhamento dos chakras e aura; neu-
corporal; redução dos edemas; a cicatrização tralizar padrões emocionais, traumas e
tecidual; perda de medidas etc. (GUIRRO; desarmonias; criar proteção em todos os
GUIRRO, 2004; BORGES, 2010; LACRI- níveis; e desenvolver saúde orgânica e física
MANTI; GORETI, 2014b; BORGES, 2015). (GERBER, 2002).

Neste site, você poderá ter acesso a artigos científicos relacionados aos
recursos eletrotermofototerapêuticos.
Para acessar, use seu leitor de QR Code.

17
Unicesumar

Para que todos estes efeitos ocorram em seus atendimentos, é ne- Conforme a Figura 2, o
cessário entender que os equipamentos são recursos que possuem elemento 1 é o aparelho local
regras de aplicação: a maioria dos equipamentos já possuem uma em que estão armazenados os
calibragem de fábrica, principalmente em relação à frequência e à componentes eletrônicos, re-
potência do aparelho. Os demais parâmetros serão selecionados sistores, transdutores que pro-
de acordo com o caso clínico e a experiência clínica de cada profis- duziram a energia do aparelho.
sional. Os equipamentos programáveis permitem ao profissional O elemento 2 corresponde aos
selecionar, modificar e ajustar a forma de emissão da energia e isso cabos condutores que, como o
é opcional, porém necessário, pois nenhum indivíduo permanece próprio nome já indica a sua
com os sintomas e sinais fixos e iguais a todo o momento (KAHN, função, conduzirão a energia
2001; CISNEROS; SALGADO, 2006). do aparelho para o eletrodo
Por isso, chamo atenção para um detalhe que, às vezes, não é que estará em contato com a
trabalhado e que pode impactar a utilização do recurso elétrico, pele. O elemento 3 são os ele-
que é o conhecimento de suas partes e componentes. Afinal de trodos que estarão em contato
contas, quando se adquire um aparelho, ele vem desmontado na com a pele e serão responsá-
caixa e o profissional é o responsável por encaixar suas partes e veis por transmitir a energia
operar sua função. Observe a Figura 2 de um aparelho da área da para o tecido biológico. O ele-
saúde e observe a demanda de partes e componentes. mento 4, porém, é o gel con-
dutor. Vamos falar agora um
1 Equipamento
pouco sobre cada um destes
elementos para que te auxilie
na identificação e montagem
dos equipamentos.
2
Cabos conectores O aparelho é a carcaça dos
Cintas elásticas 3 componentes eletrônicos: cada
equipamento possui seu design,
estrutura e tamanho. Alguns
Eletrodos condutivos equipamentos são grandes e ocu-
4 pam espaço físico no ambiente
da clínica, outros são pequenos e
Eletrodos condutivos
portáteis, garantindo um trans-
porte mais fácil, para um atendi-
5 CD do manual
mento domiciliar. Dependendo
do aparelho e da energia produzi-
Garras de jacaré
da, o tamanho da carcaça externa
Fusível de proteção
não quer dizer nada, precisa-se
Cabo de energia Gel clínico Agulhas
analisar seus componentes e as
características físicas da energia
Figura 2 - Componentes e partes eletrônicas dos equipamentos utilizados na área
da Estética e Cosmética; Podologia e Terapias Integrativas e Complementares produzida por ele (KAHN, 2001;
Fonte: adaptada de Ibramed ([2020], on-line)2. CISNEROS; SALGADO, 2006).

18
UNIDADE 1

O cabo condutor se conecta ao aparelho e se Com base nos valores de resistência elétrica
direciona o cliente até o eletrodo. Encontramos dos géis, pôde-se constatar que todos são efi-
cabos condutores com cores diferenciadas (ver- cientes na transmissão da corrente elétrica, po-
melho e preto; azul e cinza) que são usados mais dendo ser utilizado como uma interface. Por sua
em aparelhos que emitem correntes polarizadas vez, pensando no cabo conector, ele é um cabo
e cabos coloridos de mesma cor, que são utiliza- único e preto que conecta o aparelho à fonte
dos em aparelhos que emitem correntes despola- de energia, gerando a voltagem e iniciando o
rizadas. Além disso, podemos classificar os cabos movimento elétrico no aparelho (CISNEROS;
condutores conforme a forma de aplicação dos SALGADO, 2006).
eletrodos (monopolar ou bipolar): o monopolar Na prática, a corrente sempre se move do ele-
usamos somente um cabo condutor e o bipolar trodo negativo para o eletrodo positivo quan-
utilizamos dois cabos condutores para fechar do a corrente for polarizada e em uma direção
o campo elétrico (KAHN, 2001; CISNEROS; bifásica quando a corrente for despolarizada.
SALGADO, 2006). Contudo, não serão só as correntes elétricas as
Os eletrodos são os elementos que trans- responsáveis pelos efeitos dos equipamentos:
mitem por contato a energia produzida pelos encontramos a emissão de ozônio, a emissão
equipamentos para o tecido biológico. Para sua de energia eletromagnética, mecânica e sono-
utilização, em alguns casos, é necessário a utili- ra; são estas energias que serão emitidas pelos
zação de um produto ou líquido para criar uma equipamentos na área da saúde (BORGES, 2006;
interface entre o aparelho e a pele. Pode-se en- CISNEROS; SALGADO, 2006).
contrar eletrodo de metal (melhores condutores, A emissão da energia ocorre pelos eletrodos
porém os que oferecem maior risco de queima- que estarão posicionados na pele. Alguns fatores
dura), de borracha carbonada, de silicone, de devem ser observados, como a distância entre os
vidro e os autoadesivos. A escolha do tipo de eletrodos (pois será entre eles que se formará o
eletrodo depende da energia que utilizaremos no campo elétrico ou eletromagnético e, quanto maior
equipamento. Na prática clínica, os de borracha a distância, menor será o campo e menor será a
carbonada e silicone são os eletrodos de maior energia emitida para a pele), o acoplamento do ele-
durabilidade; são maleáveis e se adaptam aos trodo (que deverá ser perpendicular ao tecido ou
contornos corporais. Quanto maior a distân- à região, sem permitir espaços entre o eletrodo e a
cia entre os eletrodos, menor a intensidade da pele) e o uso de acessórios, como o gel condutor, gel
energia. Nas correntes polarizadas, não podemos de contato, glicerina líquida ou ativos cosméticos
utilizar os eletrodos autoadesivos e haverá efei- (que possuem a função de criar uma interface ou
tos abaixo dos eletrodos posicionados na pele comunicação entre o aparelho e a pele) (BORGES,
(KAHN, 2001; CISNEROS; SALGADO, 2006). 2006; CISNEROS; SALGADO, 2006).

19
Unicesumar

Esse artigo avalia a resistência elétrica inicial e no decorrer do tempo de


agentes de acoplamento utilizados na interface eletrodo-pele submetidos
à estimulação elétrica com corrente bifásica e corrente contínua.
BOLFE, V. J.; GUIRRO, R. R. J. Resistência elétrica dos géis e líquidos utiliza-
dos em eletroterapia no acoplamento eletrodo-pele. Rev Bras Fisioter., São
Carlos, v. 13, n. 6, p. 499-505, nov./dez. 2009.
Para acessar, use seu leitor de QR Code.

Além da colocação correta dos eletrodos, as colocações dos parâmetros na máquina farão a diferença
no tratamento, por isso, afirmo novamente a você, aluno(a), tenha o conhecimento teórico do equi-
pamento, tenha o conhecimento da fisiopatologia que acomete seu cliente/paciente, saiba sobre os
parâmetros práticos necessários para a utilização dos equipamentos. Desta forma, você estará com o
controle da tecnologia e saberá os efeitos que pode esperar com sua utilização.
Para finalizar esta unidade, deixo para você uma sequência de raciocínio para a aplicação prática
de seu recurso tecnológico:
T
ECKLIS
CH de se
u
stico
o d iagnó te. rá.
. Faça te/clien u tiliza
1 pacien amen
to
l e quip tada
.
o lh a qu a
e s e rá tra
2. Esc a reg
ião q
u
s
e sário
i g ien iz
n eces mentos
3. H
ssóri
s ace ão dos e
o s
quip
a
l i ze o ç
4. Uptai ra a apliceascolheu.
ocê
que v ento
.
ipam s de
e o e q u
s p rático
u o
5. Lig metr co.
o s parâ aso clíni
u e c te.
. C
q
olo com se u
o clien
6 acordo ento
n
eq u ipam
eo
icion
7. Pos rt. gia.
r te o Sta d a ener
8. Ap
e dade
a in tensi
eque
9. Ad
Figura 3 - Procedimento operacional padrão para a utilização da eletroterapia

Desta forma, você terá um padrão de colocação segura e eficiente, de forma que o auxilie na automati-
zação do processo e na utilização dos recursos elétricos. Todos os equipamentos apresentam um POP
(procedimento operacional padrão) de aplicação prática e clínica, este passo a passo se encontra no
manual do equipamento e você poderá utilizar os manuais de fábrica para manusear seu equipamento.

20
UNIDADE 1

Caro(a) aluno(a), chegamos ao final desta unidade e espero que você tenha entendido a importância
do uso da eletroterapia nos protocolos terapêuticos nas áreas de Estética e Cosmética, Podologia e Terapias
Integrativas Complementares. Não tenha medo em utilizar as tecnologias disponíveis para sua área, sejam
elas para fins terapêuticos ou para diagnóstico, mas busque conhecimento teórico e atualização sempre,
afinal de contas os recursos eletrofototermoterapêuticos sofrem evoluções e melhorias diariamente.
Espero ter auxiliado você em relação aos alicerces sobre a eletroterapia e sobre a utilização de recursos
elétricos nos protocolos estéticos faciais, capilares, corporais, no bem-estar e equilíbrio energético e nos
protocolos terapêuticos de podologia.
Nos próximas unidades, trabalharemos, de modo organizado, as formas de energias e quais são os
recursos incluídos em cada uma delas. Portanto, destrincharemos os equipamentos elétricos, ondulatórios,
luminosos etc. Vamos trabalhar o embasamento teórico e prático de cada equipamento e suas indicações
para cada área (Estética e cosmética, Terapia complementares e Podologia). Não perca o foco, anime-se!
Agora, imagine você e seu cliente na sua clínica e em seu protocolo de atendimento utilizará um re-
curso da eletroterapia. Descreva, no Diário de Bordo, qual seria a postura profissional adequada durante
a aplicação de uma eletroterapia clínica.

DIÁRIO DE BORDO

Vamos fechar esta unidade desenvolvendo um mapa mental sobre os recursos eletrotermofototera-
pêuticos, isto é, a Eletroterapia e sua aplicabilidade clínica.
Para dar uma mãozinha na revisão, convido que você produza o seu mapa mental para que possa
esquematizar de uma forma que você visualize, revise e memorize o conteúdo estudado ao longo da
unidade.

21
Para tanto, segue o mapa conceitual, do qual você extrairá os conceitos e os resumirá em palavras-chave
e imagens criando o seu próprio mapa mental. Acompanhe:

Eletroterapia

Consiste no uso de correntes elétricas com o objetivo terapêutico, ou seja, para


desempenhar uma ação no tecido biológico e desenvolver efeitos terapêuticos

A eletroterapia pode ser utilizada tanto na terapia como no diagnóstico

Terapia: a eletroterapia é utilizada em protocolos de emagrecimento, Diagnóstico: a eletroterapia pode ser empregada na avaliação
Fibro edema gelóide, pré e pós operatório estéticos, estria, marcas de da circulação tecidual, da qualidade da pele e seus anexos e na
expressão, mancha, acne, onicomicoses, unhas encravadas, micose avaliação do fluxo de Qi energético no organismo humano
ungueal, inflamações e infecções cutâneas e seus anexos,
tratamentos de desordens psico emocionais e estresse
Produção de energia pelo aparelho

Mecanismos de ação A energia é emitida para a pele do cliente


da eletroterapia
A energia é absorvida pela pele através dos receptores cutâneos

Produz efeitos físicos, biológicos, fisiológicos no tecido


que resultam no resultado terapêutico esperado

Efeitos gerados pela energia Efeito físico ou locais


produzida pelos equipamentos
Efeitos fisiológicos e sistêmicos
Cabo conector
Efeitos terapêuticos
Aparelho ou equipamento
Componentes físicos
dos equipamentos Cabo condutor Procedimento Operacional padrão (POP):
1– Faça o diagnóstico de seu paciente/cliente.
Eletrodos 2– Escolha qual equipamento utilizará.
3– Higienize a região que será tratada.
Acessórios 4– Utilize os acessórios necessários para a aplicação
dos equipamentos que você escolheu.
5– Ligue o equipamento.
6– Coloque os parâmetros práticos de acordo com
seu caso clínico.
7– Posicione o equipamento no cliente.
8– Aperte o Start.
9– Adeque a intensidade da energia.
Agora que você revisou de modo sintético a Eletroterapia, você fará a esquematização
em forma de mapa mental. Deixo como sugestão as seguintes palavras-chave:

CONCEITO

ELETROTERAPIA

APLICAÇÃO
COMPONENTES
ELÉTRICOS
MAPA MENTAL

23
1. Em relação à quantidade de bainha de mielina nos axônios, leia e assinale a alternativa correta,
quanto ao que pode ser produzido.
a) Reduz a velocidade de condução para promover transmissão mais confiável.
b) Força o impulso nervoso para saltar de nó em nó.
c) Ocorre em excesso na esclerose múltipla.
d) Leva a um aumento da capacitância efetiva da membrana.
e) Reduz a constante de comprimento para a disseminação passiva do potencial de membrana.

2. A polarização de um circuito elétrico é um efeito gerado pela corrente elétrica unidirecional ou


AGORA É COM VOCÊ

contínua. Em relação aos equipamentos polarizados e ao efeito abaixo dos eletrodos, analise as
afirmativas a seguir:
I) Quando o movimento dos elétrons ocorre em uma única direção, ocorre a formação de um
polo positivo e um polo negativo que acarreta respectivamente na formação eletroquímica
abaixo do eletrodo.
II) O eletrodo positivo concentra ácido clorídrico na pele.
III) O eletrodo negativo concentra ácido clorídrico na pele.
IV) Ambos os polos podem gerar efeito adverso de queimadura.

Assinale a alternativa que contemple as afirmativas corretas.


a) Apenas I, II e III.
b) Apenas II, III e IV.
c) Apenas I, II e IV.
d) Apenas III e IV.
e) Apenas II e III.

24
3. Em relação às partes que compõe um equipamento estético, podemos afirmar que:
I) Os cabos conectores podem ser coloridos independentemente da corrente elétrica produzida
pelo equipamento.
II) Eletrodos são os componentes que conduzem a energia para o tecido biológico.
III) O acoplamento do eletrodo interfere na absorção da energia do equipamento.

Assinale a alternativa que contemple as afirmativas corretas.


a) Somente I e II.
b) Somente II e III.
c) Somente I, II e III.

AGORA É COM VOCÊ


d) Somente a afirmativa I.
e) Somente a afirmativa III.

4. Justifique a importância da voltagem, pontuando onde a encontraremos nas clínicas.

5. De acordo com as estruturas nervosas que compõe o sistema de condução de informação no


sistema nervoso, elucide como podemos gerar um estímulo de redução de dor em: um cliente
com dor crônica, um cliente pós-operado de abdominoplastia e um cliente com pé diabético
ulcerativo, utilizando os recursos elétricos.

6. Justifique a importância do entendimento do conceito de materiais condutores e isolantes e


justifique o porquê que nossos equipamentos são todos condutores.

7. Descreva qual é a sensação que a cliente terá na pele quando utilizamos algum recurso elétrico
no protocolo terapêutico e relate dois cuidados com a intensidade da corrente elétrica.

25
1. B, está correta porque atua como um isolamento elétrico e aumenta a velocidade de propagação do impulso
nervoso ao longo do axônio, promovendo um impulso saltatório.

2. C, porque a afirmativa III, para ser considerada correta, deveria estar descrita da seguinte forma “O eletro-
do negativo concentra Base – Hidróxido de sódio (NaOh)” e não como se encontra descrito na afirmativa.
CONFIRA SUAS RESPOSTAS

3. B, porque a afirmativa I, para ser considerada correta, deveria estar descrita da seguinte forma “Os cabos
conectores geralmente são pretos independentemente da corrente elétrica produzida pelo equipamento”
e não como se encontra descrito na afirmativa.

4. Voltagem é a magnitude física que, em um circuito elétrico, impulsiona os elétrons ao longo de um con-
dutor. Isto é, conduz a energia elétrica com maior ou menor potência. Podemos encontrar a voltagem nas
tomadas, pilhas, baterias.

5. A lesão produz sinais que se transmitem por fibras finas. Estas penetram nos cornos posteriores da me-
dula e ativam as células de transmissão que, por seu turno, enviam sinais para o cérebro. A atividade das
fibras grossas excita igualmente células da substância gelatinosa e inibe, simultaneamente, a transmissão
dos influxos dolorosos procedentes das fibras aferentes finas. Na eletroterapia, o estímulo da energia
emitida pelos recursos eletrotermofototerapêuticos estimulará fibras do tipo A, ou seja, esta energia após
ser absorvida pela pele será conduzida ao sistema nervoso central por uma via periférica rápida, o que
provocará a liberação de neurotransmissores e a produção dos resultados terapêuticos como analgesia.

6. Os materiais condutores são materiais que possibilitam a movimentação de cargas elétricas em seu interior
com grande facilidade, enquanto os isolantes são materiais em que a corrente elétrica não consegue cir-
cular com facilidade. Os isolantes apresentam, portanto, uma resistividade muito alta quando comparada
aos condutores. Os recursos Eletrotermofoterapêuticos utilizados na estética facial, corporal e terapia
capilar, Terapias complementares e Podologia são condutores, porque possuem a função de emitir uma
determinada energia para a pele do cliente.

7. Em um recurso elétrico, a cliente terá a sensação de choque ou formigamento. Como profissional, devo
tomar cuidado com o nível da intensidade, pois deve respeitar o limiar sensorial da cliente; sempre alterar
a intensidade para não gerar acomodação sensorial.

26
AGNE, J. E. Eletrotermoterapia Teoria e Prática. Santa Maria, RS: Orium, 2007.

AUTEROCHE, B.; NAVAITH, P. O diagnóstico na Medicina Chinesa. São Paulo: Andrei, 1992.

BORGES, F. dos S. Dermato-Funcional: modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas. 3. ed. São Paulo:
Phorte, 2010.

BORGES, F. dos S. Dermato-Funcional: modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas. 5. ed. São Paulo:
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CISNEROS, L. de L.; SALGADO, A. H. I. Guia de Eletroterapia. Princípios biofísicos, conceitos e aplicações


clínicas. Belo Horizonte: Editora Coopmed, 2006.

GERBER, R. Medicina vibracional: uma medicina para o futuro. São Paulo: Editora Cultrix, 2002.

GOULART, C. P. et al. Efeitos adversos da eletrotermofototerapia. Fisioter Pesqui., v. 25, n. 4, p. 382-387, 2018.

GUIRRO, E.; GUIRRO, R. Fisioterapia Dermato-Funcional: fundamentos, recursos e patologias. 3. ed. São
Paulo: Manole, 2004.

GUYTON, A. C. HALL, J. E. Guyton & Hall tratado de fisiologia médica. 13. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017.

KITCHEN, S.; BAZIN, S. Eletroterapia: Prática baseada em evidências. 11. ed. São Paulo: Manole, 2003.

KAHN, J. Princípios e prática de eletroterapia. 4. ed. São Paulo: Santos, 2001.

LACRIMANTI, L. M.; GORETI, M. Curso didático de estética. 2. ed. São Caetano do Sul, SP: Ed. Yendis,

REFERÊNCIAS
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LACRIMANTI, L. M.; GORETI, M. Curso didático de estética. 2. ed. São Caetano do Sul, SP: Ed. Yendis,
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LOW, J.; REED, A. Eletroterapia Explicada. 3. ed. São Paulo: Manole, 2001.

MENDES, P. B. MELO, S. R. Origem e Desenvolvimento da Mielina no Sistema Nervoso Central - Um Estudo


de Revisão. Revista Saúde e Pesquisa, v. 4, n. 1, p. 93-99, jan./abr. 2011.

PEREZ, E.; VASCONCELOS, M. G. de. Técnicas estéticas corporais. São Paulo: Editora Érica, 2018.

ROBINSON A. J.; SNYDER-MACKLER, L. Eletrofisiologia Clínica - eletroterapia e teste eletrofisiológico.


2. ed., Porto Alegre: Artmed editora, 2010.

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Referências On-line
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Em: https://www.jstage.jst.go.jp/article/ryodoraku1986/34/6/34_6_127/_pdf. Acesso em: 20 abr. 2020.
2
Em: https://ibramed.com.br/site/equipamentos/neurodyn-compact/. Acesso em: 22 abr. 2020.

27
MEU ESPAÇO

28
29
MEU ESPAÇO
MEU ESPAÇO

30
2 Correntes Elétricas
Me. Priscilla Hellen Martinez Blanco Kashiwakura

OPORTUNIDADES
DE
APRENDIZAGEM

Nesta unidade, você, aluno(a), terá a oportunidade de aprofundar a pro-


blematização sobre o tema Eletroterapia aplicada à estética facial, corporal
e tratamentos capilares, nos protocolos dentro da área de Podologia e no
bem-estar dentro das Terapias Integrativas e Complementares. Além disso,
trabalharemos focados nos equipamentos elétricos que emitem corrente
elétrica, ou seja, trabalharemos com os diferentes tipos de correntes elé-
tricas terapêuticas utilizadas para o tratamento ou diagnóstico. Você terá a
oportunidade de entender o conceito, utilização, indicação, contraindicação
e aplicação prática de cada equipamento.
UNICESUMAR

Atualmente, encontramos uma gama de recursos Existe uma diversidade de equipamentos que
elétricos e complexos quanto às suas formas de emitem correntes elétricas que podem ser utili-
aplicação e seus parâmetros nas áreas da Estética zados na eletroterapia dentro da área da Estética
e Cosmética, Podologia e das Terapias Integrativas e Cosmética, Podologia e da Terapia Integrativa
e Complementares. Além disso, existe uma difi- e Complementar. Cada um destes equipamentos
culdade na aglutinação do conhecimento teórico apresenta suas particularidades quanto às suas in-
clínico, com o conhecimento teórico referente ao dicações e contraindicações, mas todos eles pos-
tipo de corrente elétrica utilizada, seus benefícios suem um objetivo em comum: produzir efeito no
biológicos e sobre a sua correta aplicação. Tudo tecido a ser tratado, que é obtido por meio das rea-
isso culmina para uma má utilização dos recursos ções físicas, biológicas e fisiológicas que o tecido
eletrotermofototerapêuticos. desenvolve ao ser submetido à terapia (BORGES,
Frente à situação sobrescrita, imagine que você 2010; BORGES, 2015; GUIRRO, E.; GUIRRO, R.,
trabalhe em uma grande clínica, estando sob a sua 2004; LACRIMANTI; GORETI, 2014a; LACRI-
responsabilidade a escolha e a forma de utilização MANTI; GORETI, 2014b).
dos recursos eletrotermofototerapêuticos dispo- No geral, os equipamentos empregam a
níveis na empresa. Suponha que a maior demanda corrente elétrica produzida através de cabos
de sua clínica seja: pessoas com queixa de gordura condutores e os eletrodos que ficam aderidos à
localizada; ansiosas com alterações no sono; e com pele do paciente. Esta corrente elétrica é consti-
queixa de onicomicose. Aparece, então, a seguinte tuída por um movimento de elétrons através da
situação clínica: matéria do equipamento até o tecido biológico
Mulher, 47 anos, com queixa estética de gor- (KITCHEN, 2003).
dura localizada em abdômen e flancos, ansiosa e Como resultado do rápido desenvolvimen-
com queixas em relação ao sono não restaurador, to da instrumentação eletrônica e da ciência da
além disso, relata dor na região lombar até a região computação, a tecnologia voltada para a saúde e
do hálux onde relata onicomicoses de repetições. bem-estar do ser humano vem obtendo consi-
Já fez uso de várias medicações para auxiliar no deráveis avanços. Equipamentos utilizados para
sono e se submeteu a diversos tratamentos con- diagnósticos tornaram-se cada vez mais precisos
servadores, sem resposta significativa. Buscou e indispensáveis aos profissionais de saúde, favore-
atendimento em sua clínica para obter melhora da cendo análise energética do paciente, auxiliando na
dor, emagrecer e melhorar sua qualidade de vida. leitura biológica e determinando sinais biológicos
Na avaliação, foi analisado Gordura localizada (MALMIVUO; PLONSEY, 1995).
do tipo compacta em abdômen e flancos, tensão No final, quanto mais conhecemos sobre o fun-
muscular generalizada e alterações emocionais. cionamento dessas correntes e a sua aplicabilidade,
Em relação à queixa de onicomicose, observou-se fica cada vez mais fácil raciocinar em formas de
a unha dos dois hálux comprometidos. utilização, criando protocolos de tratamento que
Quais equipamentos elétricos poderiam ser realmente reabilitem o tecido e o paciente e aju-
usados neste caso? dem-no a ter uma qualidade de vida melhor.

32
UNIDADE 2

Vamos experimentar juntos o movimento gue o canudo na parede e observe. O outro canudo,
elétrico entre materiais com diferente potencial porém, você irá jogar ou colocar na parede sem
elétrico? Para isso, você precisará dos seguintes atritar com o papel higiênico.
materiais: dois canudos de plástico e um pedaço A partir de suas observações, por que será que o
de papel higiênico. Com os materiais em mãos, primeiro canudo ficou preso na parede e o segun-
você deverá realizar um atrito utilizando o papel do canudo não ficou preso nela? Utilize o Diário
higiênico em um dos canudos; após a fricção, jo- de Bordo para descrever suas observações.

DIÁRIO DE BORDO
Essa atração entre os canudos ocorre justamente Esta mesma experimentação pode ser vivencia-
porque temos um movimento de energia entre da quando levamos um choque em contato com
uma matéria carregada eletricamente para uma o carro, porta da geladeira ou em outra pessoa
matéria neutra ou com menor carga elétrica. Essa (AGNE, 2007; KITCHEN, 2003).
transferência de energia é justamente a que ocor- Agora que você observou e descreveu sobre
re entre o aparelho e a pele do paciente, no qual a movimentação elétrica e a atração elétrica que
teremos a transferência da energia elétrica pelos vivenciamos sempre que estamos com um equipa-
polos dos eletrodos de um meio com maior car- mento ligado na pele de nosso paciente, voltemos
ga elétrica, que no caso é o equipamento, para ao nosso estudo de caso e às indicações de recur-
um meio com menor carga elétrica, que é a pele. sos elétricos para nosso paciente-chave:

33
UNICESUMAR

mulher, 47 anos, com queixa estética de gordura localizada em abdômen


e flancos, ansiosa e com queixas em relação ao sono não restaurador,
além disso, afirma ter dor na região lombar até a região do hálux, em que
relata onicomicoses de repetições. Já fez uso de várias medicações para
auxiliar no sono e se submeteu a diversos tratamentos conservadores,
sem resposta significativa. Buscou atendimento em sua clínica para
obter melhora da dor, emagrecer e melhorar sua qualidade de vida. Na
avaliação, foi analisado gordura localizada do tipo compacta em abdô-
men e flancos, tensão muscular generalizada e alterações emocionais.
Em relação à queixa de onicomicose, observou-se a unha dos dois hálux
comprometidos.

Os equipamentos elétricos emitem corrente elé- Microcorrentes, Eletrolipólise etc., ou seja, na


trica para a pele e sabe-se que o movimento da área da Estética facial e corporal, na Podologia e
corrente elétrica depende do movimento que o na Terapia Integrativa e Complementar, teremos
elétron realiza em um material condutor. Este mais recursos de correntes despolarizadas para
movimento elétrico na área da saúde pode ser a utilização em clínica (BORGES, 2010; BOR-
medido em ampère (A) ou microampère (mA) e GES, 2015; GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2004; LA-
este fluxo pode ocorrer de forma unidirecional, CRIMANTI; GORETI, 2014a; LACRIMANTI;
interrompida ou contínua (correntes polariza- GORETI, 2014b; AGNE, 2007; KITCHEN, 2003;
das) ou podem ocorrer de forma bidirecional, em KITCHEN; BAZIN, 1998).
que, este fluxo se inverte regularmente (correntes Este movimento elétrico será transmitido para a
despolarizadas) (AGNE, 2007; KITCHEN, 2003; pele do paciente pelo eletrodo, por isso que o acopla-
KITCHEN; BAZIN, 1998). mento dos eletrodos no corpo humano e a utilização
A questão de a intensidade ser em ampère ou de uma interface na aplicação (gel de contato, por
microampère trouxe mais segurança e menor exemplo), facilita a emissão da corrente, a absor-
risco de complicações como queimadura da pele ção do movimento elétrico pelo tecido biológico e,
e reações alérgicas quanto à corrente. As corren- desta forma, as modificações fisiológicas, promo-
tes polarizadas são os equipamentos de corrente vendo, sucessivamente, os resultados terapêuticos
galvânica e as despolarizadas são os equipamen- (GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2004; LACRIMANTI;
tos de Farádica, Russa, Aussie, Estereodinâmicas, GORETI, 2014a; LACRIMANTI; GORETI, 2014b).

34
UNIDADE 2

Quando estamos utilizando I (A)


equipamentos elétricos, geral-
mente iremos trabalhar com
eletrodos bipolares, ou seja,
com a aplicação de dois eletro-
dos sobre a pele, um do lado do
outro com cerca de cinco a dez
centímetros de distância entre
eles, eles são responsáveis por
transferir a corrente e formar t (S)
dois polos distintos: catodo e Figura 1 - Ilustração da corrente direta do equipamento de Corrente galvânica
Fonte: Só Física ([2020], on-line)1.
ânodo, o catodo seria o polo
negativo do aparelho e o ânodo seria o polo positivo. Este diferencial de carga no eletrodo do apa-
relho promoverá movimentação iônica intensa unidirecional ou bidirecional no tecido biológico e
será responsável pelo procedimento de iontoforese (BORGES, 2010; BORGES, 2015; GUIRRO, E.;
GUIRRO, R., 2004; LACRIMANTI; GORETI, 2014a; LACRIMANTI; GORETI, 2014b; AGNE, 2007;
KITCHEN, 2003; KITCHEN; BAZIN, 1998).

Iontoforese ou ionização é o procedimento de absorção de ativos através da pele por trans-


porte iônico sob a ação de uma corrente elétrica unidirecional (corrente galvânica); no polo
negativo, teremos permeação de íons negativos, ligeira vasodilatação e relaxamento; no polo
positivo, porém, teremos a permeação de íons positivos e ação analgésica, vasoconstrição
(BORGES, 2010; GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2004; AGNE, 2007; KITCHEN, 2003).

Nas correntes polarizadas, encontramos os equipamentos com a corrente galvânica, corrente farádica,
corrente TENS, microcorrentes, Eletrolipólise e corrente de baixa frequência para analgesia. Entre estes
recursos, a mais polarizada é a galvânica, pois ela a única corrente direta da área da saúde, e a única
com potencial de ionização contínuo enquanto o equipamento está ligado (BORGES, 2010; GUIRRO,
E.; GUIRRO, R., 2004; AGNE, 2007; KITCHEN, 2003).
O equipamento de corrente galvânica emprega o uso de uma corrente direta, constante ou
contínua com fins terapêuticos (Figura 1). A aplicação terapêutica da corrente galvânica na nossa
prática clínica se divide em Ionização, Desincruste e Eletrolifting (BORGES, 2010; GUIRRO, E.;
GUIRRO, R., 2004; AGNE, 2007; KITCHEN, 2003).
A ionização ou Iontoforese é o movimento das cargas para o polo oposto, como pode ser obser-
vado na Figura 2; propriedade utilizada para introduzir radicais químicos ou realizar permeação
de princípios ativos no tecido, o efeito deste procedimento dependerá do tipo de ativo utilizado
na permeação, podendo ser utilizado para fins estéticos, analgésicos, cicatrizantes ou renovadores
(BORGES, 2010; GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2004; AGNE, 2007; KITCHEN, 2003).

35
UNICESUMAR

A ELETRORREPULSÃO B ELETROSMOS
Bateria Bateria

Eletrodo Eletrodo Eletrodo Eletro


positivo negativo positivo negat

Pele Pele

Vaso
sanguíneo
Vaso
sanguíneo

O eletrodo positivo repele fármacos de carga positiva, O fluxo de um solvente fisiológico p


fazendo com que atravessem a pele; o mesmo ocorre no entre os eletrodos positivo e negat
eletrodo negativo com moléculas de carga negativa. fármaco eletricamente

ORREPULSÃO B ELETROSMOSE
Bateria Bateria

do Eletrodo Eletrodo Eletrodo


vo negativo positivo negativo

Pele Pele

Vaso
anguíneo
Vaso
sanguíneo

pele fármacos de carga positiva, O fluxo de um solvente fisiológico pela corrente elétrica
essem a pele;Figura
o mesmo ocorre
2 - Ilustração no
composta entre os eletrodos positivo e negativo “transporta” um
m moléculas por
de duas
carga negativa.
Figuras AeB fármaco eletricamente neutro.
Fonte: Baltar (2010, on-line)2.

36
UNIDADE 2

A ionização é um procedimento realizado com a corrente galvânica e poderia ser utilizada na área
da estética facial e corporal em procedimentos faciais e corporais para permeação de ativos hidratantes,
rejuvenescedores, clareadores, lipolíticos ou vasculares. Na área da Podologia, poderíamos utilizar para
permeação de ativos anti-inflamatórios, antifúngicos, cicatrizantes e analgésicos. Na área das Terapias
Integrativas e Complementares, poderíamos utilizar o recurso para permeação de frequenciais, ativos
relaxantes, analgésicos e calmantes (GERBER, 2002; KAHN, 2001; BORGES, 2015).
Além do procedimento de ionização, a corrente galvânica pode realizar o procedimento de de-
sincruste tecidual, que é um procedimento que une os efeitos da corrente galvânica com os efeitos
químicos de uma solução de limpeza (BORGES, 2010; GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2004; AGNE, 2007;
KITCHEN, 2003).
O desincruste utiliza a corrente galvânica para eliminar o excesso de secreção sebácea da pele. Ela
promove uma ação eletroquímica que facilita a limpeza superficial e profunda da pele, e este proce-
dimento pode ser utilizado em quadros de acne, pele oleosa, couro cabeludo oleoso ou seborreico e
no tratamento no controle de oleosidade da pele dentro da área da estética. Na podologia, poderia
ser utilizado na limpeza de onicomicoses e onicocriptose para auxiliar na retirada de impurezas. Por
sua vez, na área de Terapias complementares e Integrativas, utilizamos em qualquer procedimento
que necessite da limpeza da pele antecedente do tratamento, o que seria uma opção para substituir a
higienização com as mãos do terapeuta ou uma gomagem (GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2004; AGNE,
2007; KITCHEN, 2003) (Figura 3).

Figura 3 - Ilustração do procedimento


de desincruste com corrente galvânica

37
UNICESUMAR

Por outro lado, o eletrolifting ou galvanopuntura possui o objetivo de atenuar vincos, linhas de
expressão e as temidas estrias. Esta aplicação consiste em provocar uma sutil agressão na camada
superficial da epiderme, por meio de agulhas finas e pequenas com o intuito de estimular a produção
de novas células e neocolagênese para que ocorra o preenchimento das lesões atróficas (BORGES,
2010; GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2004; AGNE, 2007; KITCHEN, 2003).
Para a utilização da corrente galvânica, devemos respeitar um tempo de aplicação entre 5 a 30
minutos, escolher qual polaridade será utilizada (positiva, negativa ou alternada), e a intensidade do
procedimento será de acordo com o limiar do paciente, porém quanto maior a intensidade, mais efeito
da permeação, da saponificação e da inflamação (BORGES, 2010; GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2004;
AGNE, 2007; KITCHEN, 2003).

Para que você compreenda melhor como fica a pele com o efeito causado
pela aplicação de microcorrente galvânica na região glútea sobre lesões
de estria, com eletrodo de caneta porta agulha.
Para acessar, use seu leitor de QR Code.

Para que você consiga realizar a aplicação prática deste equipamento, eu sugiro que siga o procedi-
mento operacional padrão (POP) dos três procedimentos realizados pela corrente galvânica e utilize
os eletrodos corretos para a aplicação:

38
UNIDADE 2

Tabela 1 - Detalhamento dos procedimentos realizados pela corrente galvânica e seus respectivos eletrodos

Para realizar o procedimento de ionização: ligar, co-


nectar o eletrodo passivo no cabo cinza e o ativo no
cabo azul – bastão e rolo –, selecionar a polaridade
de acordo com o produto – contrária –, tempo, start,
intensidade.

Para realizar o procedimento de desincruste: ligar o


aparelho, conectar o eletrodo passivo no cabo cinza
e o ativo no cabo azul, envolver o eletrodo gancho em
um algodão, sem deixar nenhum espaço, embebedar
o algodão em uma solução de lauril sulfato de sódio,
selecionar a polaridade de acordo com o produto e
com a forma de desincruste – profundo ou superficial,
colocar o tempo, start, aumentar a intensidade de
acordo com a paciente, passar em círculos pela pele/
couro cabeludo.

Para realizar o procedimento de eletrolifting facial ou


corporal: ligar, conectar a caneta porta agulha, pola-
ridade negativa, tempo, start, intensidade.

Fonte: adaptada de Shopfisio ([2020], on-line)3, Shopfisio ([2020], on-line)4 e HBfisio ([2020], on-line)5.

No entanto, mesmo diante de todas estas formas de aplicação da corrente galvânica e de todos os seus
efeitos fisiológicos e polares, este equipamento é contraindicado em casos de: infecções locais; perda da
sensibilidade cutânea; pele desidratada e sensível; alterações circulatórias; lesões cutâneas ou feridas e sob
superfícies ósseas. Dentre os maiores riscos da corrente galvânica, encontram-se o choque e a queimadura
da pele (BORGES, 2010; GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2004; AGNE, 2007; KITCHEN, 2003).

39
UNICESUMAR

Dentre os ativos cosméticos ou medicamentosos que podem ser ionizáveis com a corrente
galvânica, podemos encontrar: a hialuronidase (positiva e tem ação antiedematosa); ceto-
profeno (negativo e anti-inflamatório); lidocaína e aconitina (positivo e analgésicos locais);
sulfato de atropina (positivo, é usado para hiperidrose) sulfato de cobre (positivo e fungicida);
diclofenaco (negativo e anti-inflamatório); dexametasona (negativo, é usado para tendinites);
thiomucase (negativo, é indicado para edemas e fibro edema geloide) (AGNE, 2007; ROBERT-
SON et al., 2006).

Nesta obra, você terá conteúdo a respeito dos equipamentos que emi-
tem corrente elétrica utilizados em suas áreas profissionais, além de ser
uma nova oportunidade de aprofundar os conhecimentos a respeito da
eletroterapia.

Por sua vez, a corrente farádica, TENS, corrente russa e corrente aussie são correntes elétricas consi-
deradas como excito motoras, pois promovem ação na junção neuromuscular responsável pela con-
tração e relaxamento das fibras musculares, ou seja, trafegam somente pelos músculos (PAOLILLO,
A.; PAOLLILO, F.; CLIQUET, 2004; REED; LOW, 2001).
Os equipamentos com corrente farádica (Figura 4) são equipamentos que emitem uma corrente
polarizada ou despolarizada que foi desenvolvida em 1831 por Michael Faraday. Esta corrente pos-
sibilita a estimulação de nervos e músculos, é uma corrente elétrica de baixa frequência, pulsada ou
alternada e apresenta como efeitos terapêuticos: a hipertonia muscular; promove estimulação do
ponto motor; realiza recrutamento de fibras musculares; promove melhora da drenagem venosa
tecidual; aumenta a oxigenação tecidual e circulação sanguínea por vasodilatação (GUIRRO, E.;
GUIRRO, R., 2004; AGNE, 2007; KITCHEN, 2003).
Portanto, sua indicação clínica envolve protocolos em que você tenha interesse em promover forta-
lecimento muscular facial, tonificação muscular facial, hipertonia, protocolos de tratamento do enve-
lhecimento, linhas de expressão, lifting facial, reabilitação de paralisia facial e harmonização muscular
facial (GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2004; AGNE, 2007; KITCHEN, 2003).

40
UNIDADE 2

A sua aplicação pode ser


realizada de forma Bipolar,
utilizando dois eletrodos, posi-
tivo e negativo (+ e -), respecti-
vamente na origem e inserção
muscular, e a aplicação Unipo-
lar, em que utilizamos somen-
te um eletrodo sobre o ponto
motor. Entretanto, para que
você consiga realizar a aplica-
ção prática deste equipamen-
to, como o equipamento da
corrente galvânica, eu sugiro Figura 4 - Estimulação elétrica muscular facial com a corrente farádica
que você siga o procedimento
operacional padrão (POP): ligar, conectar o eletrodo positivo no início do ventre muscular e o
negativo embaixo; colocar o tempo de 15 a 30 minutos; start e intensidade de acordo com o limiar
do paciente, mas até que seja realizado um esboço de movimento muscular na região da aplicação
(GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2004; AGNE, 2007; KITCHEN, 2003).

As contraindicações deste
equipamento já envolvem qua-
dros febris, extrema idade, pa-
ralisia espástica, degeneração de
axônio, perda de sensibilidade,
região precordial, paralisia flá-
cida com reação de degeneração
(GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2004;
AGNE, 2007; KITCHEN, 2003).
O equipamento de TENS
(estimulação elétrica nervosa
transcutânea) (Figura 5) é um
recurso elétrico não farmacoló-
gico para modulação de dores
Figura 5 - Aplicação do equipamento de TENS com eletrodos autoadesivos em
agudas e crônicas. O TENS en- região torácica alta
volve a transmissão de energia
elétrica de um estimulador externo para o sistema nervoso periférico, por meio de eletrodos de
superfície conectados na pele. É uma técnica simples e eficiente, muito utilizada para o alívio da dor
(PAOLILLO, A.; PAOLLILO, F.; CLIQUET, 2004; REED; LOW, 2001).

41
UNICESUMAR

A TENS pode ser classificada em quatro mo- padrão (POP) do equipamento: ligar, conectar o
dalidades: convencional, acupuntura, em rajadas eletrodo de forma bipolar ou radicular; colocar
(burst) e breve-intensa. A convencional tem baixa o tempo de 15 a 30 minutos; frequência e pulso
intensidade e alta frequência (10 a 200 Hz) e é de acordo com o tempo de dor do paciente, ou
comumente utilizada em dores agudas; a acupun- seja, quadros agudos utilizar frequência alta e
tura tem alta intensidade e baixa frequência (2 a 4 tempo baixo, enquanto nos quadros crônicos de
Hz) e é mais usada em dores crônicas e pode ser dor, utilizar frequência baixa e tempo de corrente
associada à acupuntura sistêmica com agulhas. alto; a intensidade de acordo com o limiar do
A produção de analgesia ocorre por diferentes paciente (AGNE, 2007; COSNERIS; SALGADO,
mecanismos. Na modalidade convencional, es- 2006; KOROTKOV et al., 2010).
timulam-se preferencialmente as fibras de maior A TENS, em geral, é usada no tratamento da
diâmetro (A-beta), fazendo com que a maior par- dor aguda e crônica, como nos casos de dor pós-
te da modulação da dor ocorra em nível medular; -operatória, obstétrica, dismenorreia, dor mus-
na modalidade acupuntura, estimulam-se fibras culoesquelética, fratura óssea e em procedimen-
de menor diâmetro (A-delta), em que se acredi- tos dentários, lombalgia, artrite, dor fantasma,
ta que ocorra analgesia principalmente no nível neuralgias, lesão de nervos periféricos (como
supra espinhal por liberação de neuromediado- em pacientes diabéticos com comprometimento
res endógenos e opioides. A eficácia da TENS neural), dor de fasceite plantar, dor facial, dor
pode variar de acordo com o tempo de duração óssea metastática e angina pectoris. E as contrain-
de pulso, frequência, polaridade e forma de onda dicações incluem dor de origem desconhecida,
(PAOLILLO, A.; PAOLLILO, F.; CLIQUET, 2004; marcapassos ou doenças cardíacas, epilepsia,
REED; LOW, 2001). no primeiro trimestre de gestação, sobre o seio
Para que você consiga atingir os efeitos anal- carotídeo, pele danificada ou com alteração da
gésicos produzidos pelos equipamentos de TENS, sensibilidade ou internamente na boca (AGNE,
é importante seguir o procedimento operacional 2007; KITCHEN, 2003).

Nesta obra, você terá a oportunidade de ler um pouco mais sobre as


correntes elétricas de estimulação muscular e as correntes analgésicas
por meio de exemplos práticos e casos clínicos reais.

Por outro lado, os equipamentos que trabalham com a microcorrente, também chamada de MENS
(Microcurrent Electrical Neuromuscular Stimulation), são um tipo de eletroestimulação que utiliza
correntes com parâmetros de intensidade na faixa de microampères, sendo de baixa frequência, po-
dendo apresentar correntes contínuas ou alternadas. É um equipamento que consegue estimular fibras
nervosas sensoriais subcutâneas. Como resultado, os pacientes não têm nenhuma percepção da sensação
de formigamento tão comumente associada com procedimentos eletroterapêuticos (BORGES, 2010;
GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2004; AGNE, 2007; KITCHEN, 2003).

42
UNIDADE 2

Esse tipo de equipamento se assemelha à corrente biológica dos tecidos e células e pode acarretar um
aumento da geração de ATP na ordem de 500%, aceleração do transporte através da membrana celular
e intracelular, aumentando a síntese proteica, como colágeno, melhorando a oxigenação e aumentando
o número de trocas iônicas e analgesia. Portanto, este recurso poderia ser utilizado na área da Estética
e Cosmética em protocolos de tratamento facial, corporal e em pós-operatório. Na área da Podologia,
poderíamos utilizar este recurso para cicatrização e analgesia. Na Área das Terapias Integrativas e com-
plementares, poderíamos utilizar em procedimentos de analgesia e relaxamento e na promoção da saúde
de idosos com pele sensível, pacientes diabéticos com lesões nos pés e na cicatrização da musculatura
pós-competição em um atleta (ROBERTSON et al., 2006; BORGES, 2010; GUIRRO, E.; GUIRRO, R.,
2004; AGNE, 2007; KITCHEN, 2003).
Nas Figuras 6 e 7, teremos a ilustração da aplicação dessa corrente em região facial e corporal.

Figura 6 - Microcorrente aplicado em região facial Figura 7 - Microcorrente aplicado em região corporal
Fonte: Cenci (2016, on-line)6. Fonte: DGM Eletrônica ([2020], on-line)7.

O conhecimento da bioeletricidade é fundamental para a compreensão de diversos fenôme-


nos que envolvem a eletroterapia. Sabe-se que existe um sistema de comunicação celular
denominado “sinalização”.

Os equipamentos de microcorrentes são indicados para protocolos de rejuvenescimento, controle


de envelhecimento, pós-operatórios para cicatrização, gordura localizada, cicatrização de feridas
na pele, corpo ou pés e no tratamento de queimaduras, pós-peeling, pós-microagulhamento,
tratamento de acne, estrias, flacidez, eletroacupuntura e analgesia (ROBERTSON et al., 2006;
BORGES, 2010; GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2004; AGNE, 2007; KITCHEN, 2003).

43
UNICESUMAR

Para que você consiga aplicar o equipamento As contraindicações deste equipamento são
de microcorrente, é importante seguir o pro- febres infecciosas, hemorragias, descalcificações
cedimento operacional padrão (POP) (ligar, graves (osteoporose severa), flebite, trombose,
conectar o eletrodo de forma bipolar fixo ou fraturas (antes de solidificadas), câncer, feridas
móvel, selecionar a polaridade ou utilizar de abertas, queimaduras recentes marca-passo, grá-
forma bipolar, colocar o tempo de 15 a 50 minu- vidas (ROBERTSON et al., 2006; BORGES, 2010;
tos, start e intensidade de acordo com o limiar GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2004; AGNE, 2007;
do paciente). KITCHEN, 2003).
Para procedimentos em que o objetivo seja Por sua vez, o equipamento de eletrolipofo-
cicatrização e renovação tecidual, deve-se utili- rese se utiliza de estimulação elétrica, destina-
zar a microcorrente alternada com intensidade da ao tratamento das adiposidades localizadas
entre 0 a 500 microampères, por 15 minutos (Figura 8). Essa aplicação ocorre por meio de
na forma fixa com a lesão ou cicatriz entre os vários pares de agulhas de acupuntura posi-
eletrodos. Contudo, para procedimentos fa- cionadas no tecido subcutâneo ou através de
ciais estéticos, flacidez e paralisia facial, deve eletrodos posicionados sobre a pele, ligados à
ser utilizado o equipamento de forma alternada corrente de baixa intensidade e frequência. Tal
e, neste caso, é obrigatório realizar três etapas estimulação elétrica provoca diversas modifica-
de aplicação com um tempo de 10 minutos de ções fisiológicas no adipócito, dentre elas, o in-
duração cada etapa, utilizando eletrodos mó- cremento do fluxo sanguíneo local, aumentando
veis (ROBERTSON et al., 2006; BORGES, 2010; o metabolismo celular e facilitando a queima
GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2004; AGNE, 2007; de calorias. Neste equipamento, aplica-se uma
KITCHEN, 2003). microcorrente específica de baixa frequência
A primeira etapa inclui a normalização do (por volta de 20 Hz), que atua diretamente nos
tecido: usa-se um eletrodo parado e o outro ao adipócitos (GRAFF; ISAAC, 2004; BORGES,
lado se movimentando com intensidade 0 a 100 2010; GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2004).
microampères; na segunda etapa, ocorre a ati- A prática da eletrolipólise por meio de agu-
vação muscular, nela usa-se movimento de pin- lhas requer cuidados de assepsia. O campo
çamento no ventre muscular com intensidade elétrico gerado na massa tissular compreen-
entre 100 a 300 microampères; na terceira etapa, dida entre as agulhas altera a permeabilida-
porém, ocorre a Ionização, usa-se o eletrodo de da membrana do adipócito aumentando a
movimentando do centro para os lados ou em S eliminação dos triglicerídeos intra-adipocitá-
com intensidade de até 500 microampères. Por rios, para o interstício. Essa prática é indolor
outro lado, para a utilização deste equipamento e, quando surge dor na aplicação, normalmen-
para casos de edema, usa-se luvas de vinil, com te é por mau posicionamento das agulhas que
um tempo de duração de até 50 minutos com devem permanecer implantadas no tecido sub-
intensidade de até 500 microampères, realizan- cutâneo dentro do tecido graxo, paralelas entre
do de forma associada a técnica manual de dre- si. A prática com eletrodos superficiais, porém,
nagem linfática manual (ROBERTSON et al., geralmente não provoca irritação ou queima-
2006; BORGES, 2010; GUIRRO, E.; GUIRRO, dura na pele (GRAFF; ISAAC, 2004; BORGES,
R., 2004; AGNE, 2007; KITCHEN, 2003). 2010; GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2004).

44
UNIDADE 2

O aparelho de eletrolipólise
possibilita o tratamento com
várias formas de ondas. Uti-
liza-se a onda A (corrente re-
tangular aguda) para diminuir
a resistência intrínseca da pele,
bem como a sensibilidade do-
lorosa. A onda B (corrente
retangular ampla) é destinada
para uma ação preferencial na
derme, com objetivo de esti-
mular as células, principal-
Figura 8 - Aplicação de Eletrolipólise com equipamento de eletrolipoforese em
mente os fibroblastos, na me- região abdominal
lhora da tonicidade da pele. A Fonte: Bioestetas ([2020], on-line)8.
onda C (corrente trapezoidal
aguda) tem como objetivo atuar diretamente nos adipócitos pela estimulação elétrica das termi-
nações do Sistema Nervoso Autônomo Simpático. A ação desta forma de onda se dá diretamente
sobre os receptores b-adrenérgicos que irá desencadear a liberação do AMP ciclo intra-adipocitário,
liberando, assim, os ácidos graxos e glicerol. E, por último, as ondas D e E (corrente trapezoidal
ampla) que têm ação direta no adipócito e no tecido muscular. A frequência preconizada é de 30
Hz, que promove a eliminação de produtos oriundos da lipólise (GRAFF; ISAAC, 2004; BORGES,
2010; GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2004).
A principal indicação da eletrolipólise está no tratamento da obesidade localizada, celulite e
lipodistrofias localizadas. E para que os resultados sejam alcançados com a utilização deste recur-
so, você, profissional, deve respeitar os seguintes passos: escolher a intensidade de acordo com a
paciente; programar o tempo da primeira onda ou programa em 10 minutos; da segunda onda ou
programa também 10 minutos; no da terceira onda ou programa, o tempo deverá ser superior a 10
até 20 minutos; e a quarta onda de 5 a 10 minutos; depois do tempo, selecionar a onda; apertar start
e colocar a intensidade (GRAFF; ISAAC, 2004; BORGES, 2010; GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2004).
Este equipamento é contraindicado para pessoas com transtornos cardíacos, pois podem apresentar
reações adversas, e portadores de marcapasso, já que a corrente pode prejudicar seu funcionamento.
Além disso, insuficiência renal, patologias circulatórias, como flebites, embolias, varizes, processos
infecciosos e inflamatórios, e neoplasias são contraindicados sob o risco de piora do quadro clínico
(GRAFF; ISAAC, 2004; BORGES, 2010; GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2004).
Na eletroacupuntura, os impulsos elétricos atuam sobre os nervos sensoriais, provocando
estímulos aferentes que poderão desencadear desde analgesia reflexa por produção de endorfinas
até regulação autônoma reflexa, que promove ajuste da fisiologia corporal e equilíbrio energético
dos meridianos (AHN; MARTINSEN, 2007; AUTEROCHE; NAVAITH, 1992) (Figura 9).

45
UNICESUMAR

Para a realização de eletroa-


cupuntura, o profissional pode
encontrar, no mercado, uma
gama de tipos de correntes elé-
tricas empregadas para este fim:
a retangular, a trapezoide, a trian-
gular e a despolarizada. Os pa-
râmetros mais importantes para
serem levados em consideração é
a duração dos pulsos, que devem
Figura 9 - Equipamento de Eletroacupuntura
Fonte: Save Money ([2020], on-line)9. ser entre 100, 200 e 300 milisse-
gundos e a frequência entre 5 a
60 hz (baixa frequência), e que o intervalo entre os pulsos não deve ser menor do que os impulsos. Caso
o equipamento respeite estas características elétricas e estes parâmetros, ele pode ser utilizado na prática
clínica da eletroacupuntura (AHN; MARTINSEN, 2007; AUTEROCHE; NAVAITH, 1992).
A eletroacupuntura é indicada para pacientes com distúrbios biológicos, emocionais, psicológicos,
dores agudas e crônicas e para buscar um equilíbrio energético mais rápido e eficaz, além das outras
técnicas da medicina tradicional chinesa (AHN; MARTINSEN, 2007; AUTEROCHE; NAVAITH, 1992).
Na prática clínica, utilizaremos a eletroacupuntura de forma bipolar (utilizando a corrente polarizada
ou despolarizada), o eletrodo catodo precede o anodo respeitando o fluxo energético do meridiano; dar
preferência ao mesmo canal energético (meridiano), durante o procedimento; respeitar o fluxo energético
dos canais (ascendente ou descendente); se os pontos energéticos escolhidos forem na mesma altura e
mesma característica, eleger o mais sensível à palpação e coloca-se o catodo; deve-se respeitar a colocação
de, no máximo, 12 estímulos por sessão e, na associação de procedimentos da eletroacupuntura com a
técnica de auriculoterapia, realizar a colocação do eletrodo catodo do lado dominante (AHN; MARTIN-
SEN, 2007; AUTEROCHE; NAVAITH, 1992).
Alguns protocolos para a prática de eletroacupuntura: dores generalizadas em que o paciente não iden-
tifica, utilizar pontos energéticos B60, R6, IG4, TA10, VB 38; dores, como espasmos musculares VB34, F2,
F3; dores que migram de uma região para outra, como na fibromialgia IG4, VB38, VB40, VB43; dores que
aparecem e agravam com mudança climática TA15; dores na boca, gengiva ou dentária: IG1, IG2; dores
nos MMSS IG4, IG10, IG11, IG15, TA5 e dores nos MMII: B60, VB34, E36, B31 (AHN; MARTINSEN,
2007; AUTEROCHE; NAVAITH, 1992).

Nesta obra, você poderá ler um pouco mais sobre os efeitos da ele-
troterapia para analgesia e eletroestimulação e poderá apreender um
pouco mais sobre a técnica elétrica de eletroacupuntura.

46
UNIDADE 2

A seguir um quadro comparativo entre a eletroacupuntura e a acupuntura sistêmica:


Quadro 1 - Comparação entre o procedimento de Eletroacupuntura e a Acupuntura sistêmica clássica

ELETROACUPUNTURA ACUPUNTURA SISTÊMICA


Menor número de agulhas Maior número de agulhas
Pontos por sessão +/- 12 Pontos por sessão +/- 50
Utiliza-se pontos sintomáticos e homeostáticos Utiliza-se pontos de tonificação, sedação, coman-
do, fonte etc.
Pontos locais Pontos locais e sistêmicos
Maior raio de ação cutânea Menor raio de ação cutânea
Agulhas mais longas e grossas Agulhas mais curtas e finas
Menos dor Estimulação manual oferece incômodo
Efeito analgésico potente Efeito analgésico menos potente
Atua no sintoma e harmonia energética Harmonia energética e biológica
Fonte: a autora.

Outro equipamento muito utilizado nas nossas áreas profissionais é a corrente russa. Desenvol-
vido desde a década de 70, utiliza-se de uma corrente alternada de média frequência (2500 a 5000
Hz) para promover ganho de força muscular e hipertrofia e, com uma nova estruturação física
para a construção de aparelhos de corrente russa, o uso clínico pode incluir o controle da dor. Na
estimulação elétrica neuromuscular (EENM) de média frequência (2.500Hz), a corrente russa é
a mais utilizada para fortalecimento muscular e deve ser sempre associada à prática de atividade
física ou associada a exercícios ativos e resistidos (BORGES, 2010; GUIRRO, E.; GUIRRO, R.,
2004; AGNE, 2007; KITCHEN, 2003) (Figura 10).

Figura 10 - Ilustração da apli-


cação de Eletroestimulação
por equipamentos de Corrente
russa e corrente Aussie

47
UNICESUMAR

As modulações mais comuns nos diversos aparelhos de Corrente Russa giram em torno dos ajustes de
intensidade de corrente (amplitude), rampas de subida (rise) e descida (decay), duração (largura) de
pulso, frequência portadora é modulada, ciclo (duty cicle), sustentação e repouso (tempo ON e tempo
OFF) e forma de onda. A colocação pode ser realizada de forma bipolar mioenergética ou de forma
móvel, no caso de protocolos faciais. A intensidade ofertada também depende do limiar de sensibili-
dade do paciente, mas é imprescindível que seja visualizada uma contração muscular (BORGES, 2010;
GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2004).
Neste tipo de equipamento, podemos escolher a forma de trabalho com a corrente russa, pois
podemos escolher o modo de emissão desta corrente (contínuo, sincronizado, recíproco e sequencial).
No modo contínuo, teremos a eletroestimulação ligada o tempo todo do equipamento, e os parâmetros
de rise, decay, on e off serão desativados; no modo sincronizado, todos os eletrodos emitem a energia
elétrica ao mesmo tempo, promovendo sincronia na contração muscular; no modo recíproco, seria
uma eletroestimulação alternada entre membros ou grupos musculares e a modalidade sequencial,
seria a estimulação de pares de eletrodos de forma sequencial, para drenagem linfática mecânica
(BORGES, 2010; GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2004).
Sabendo disso, devemos respeitar os seguintes procedimentos operacionais padrões da
corrente russa (BORGES, 2010; GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2004):

MODO SEQUENCIALIZADO
MODO CONTÍNUO
E RECÍPROCO
Neste caso, o equipamento passa a operar em
Neste caso, o equipamento passa a operar em
média frequência de 2.500 Hz modulado por
média frequência de 2.500 Hz modulado por
baixa frequência na faixa (escolhida pelo tera-
baixa frequência na faixa (escolhida pelo tera-
peuta) de 1 Hz a 120 Hz. A sensação de estimu-
peuta) de 1 Hz a 120 Hz. A sensação de estimu-
lação segue o tempo escolhido na rampa Rise
lação é contínua, constante.
que pode ser de 1 a 20 segundos.

MODO SINCRONIZADO
E RECÍPROCO
Neste caso, o equipamento passa a operar em média frequência de 2.500 Hz modulado por baixa frequência
na faixa (escolhida pelo terapeuta) de 1 Hz a 120 Hz. A sensação de estimulação segue os tempos escolhi-
dos nas rampas On, Off, Rise e Decay. No parâmetro rise (rampa de subida do pulso), o tempo pode variar
de 1 a 20 segundos. Regula a velocidade da contração, ou seja, o tempo desde o começo até a máxima
contração muscular. Este parâmetro deve ser o mesmo que o Decay (rampa de descida do pulso). O tempo
On regula a contração muscular, variável de 1 a 60 segundos. O tempo Off controla o tempo de repouso
da contração muscular, variável de 1 a 60 segundos. Nos casos de pacientes ativos fisicamente, podemos
utilizar um tempo On maior ou igual o Off, enquanto para os pacientes sedentários ou em reabilitação, o
tempo On deve ser menor ou igual Off.

48
UNIDADE 2

Os equipamentos de corrente russa são contraindicados em pacientes com


miopatias; neuropatias; lesões musculares agudas; fraturas não consoli-
dadas; distrofias musculares; alterações cognitivas e cardiopatas.
Os equipamentos de Corrente Aussie (também chamada corrente
AUSTRALIANA) (Figura 10) trabalham com a emissão de corrente
senoidal com frequência portadora de 1.000 Hz ou 4.000 Hz com du-
ração de burst de 4 ms ou 2 ms, modulada em trens de pulso (bursts)
de frequência variável de 1 a 120 Hz. Esta forma de estimulação é
a melhor para o controle da dor por meio da estimulação da via
“teoria das comportas”, realizando liberação de opioides endógenos.
Neste caso, a necessidade não é a produção de torque muscular e
sim a ativação das fibras nervosas para redução de dor (BORGES,
2010; BORGES, 2015).
A forma de calibragem e aplicação da corrente aussie obedece
aos mesmos padrões operacionais da corrente russa jpa descritos
e possui as mesmas contraindicações clínicas de sua utilização
(BORGES, 2010; BORGES, 2015).
A corrente estereodinâmica é uma corrente alternada ou in-
terrompida (polarizada e despolarizada), comumente utilizada
em equipamentos de terapia combinada, que são modalidades
terapêuticas que as-
sociam a emissão
de ondas mecâ-
nicas sonoras
(ultrassom)
com a emissão
de corrente
elétrica ao mes-
mo tempo – falare-
mos sobre este tipo de
modalidade na Unidade
3 deste livro (Figura 11)
– e promove drenagem
linfática, facilitando a
eliminação de líquidos
e toxinas. As correntes estereo-
dinâmicas promovem analgesia,
possui ação eletrolítica no teci-
do biológico quando utilizada
de forma polarizada (BORGES,
2015).

49
UNICESUMAR

Na prática clínica, este tipo de corrente é indicado para gordura localizada, celulite, hidrolipoclasia,
pré-operatório, pós-operatório, drenagem linfática, reabsorção de edemas, reabsorção de hematomas,
prevenção e tratamento de complicações pós-cirúrgicas, fortalecimento muscular facial e corporal,
rejuvenescimento ou melhora do tônus cutâneo, fonoforese e Iontoforese (BORGES, 2015).
Por outro lado, as contraindicações são: gestantes; doenças malignas – câncer, doenças autoimunes,
cardíacas, renais e hepáticas, vasculares, infecções; alterações de sensibilidade tecidual, incluindo caso
em que o paciente apresenta alterações de sensibilidade como pé diabético, distúrbios vasculares,
genitália e sobre a pele não íntegra (BORGES, 2015).

Neste livro, você terá contato com conteúdo de vários equipamentos


elétricos. O autor trabalha o conceito do aparelho, seus efeitos, indica-
ções, contraindicações e o padrão operacional de aplicação prática com
um adendo especial aos profissionais da área da estética.

A corrente interferencial (CI) é Figura 12 - Aplicação


de eletroestimulação
um instrumento muito utilizado com interferencial em
na reabilitação, pois apresenta região de braço direito
poucos efeitos adversos associa-
dos. Sua principal finalidade é
a analgesia. Este equipamento
trabalha com uma frequência
média (2, 4 ou 8 kHz) modulá-
vel por duas correntes senoidais
levemente diferentes, o que gera
uma corrente com frequência de
batimento modulada pela am-
plitude (AMF) (Figura 12). Seu
efeito é similar ao observado nas
correntes de baixa frequência,
como a estimulação neural elé-
trica transcutânea (TENS), po-
rém causa menor desconforto
e penetra mais profundamente
nos tecidos (PAOLILLO, A.;
PAOLLILO, F.; CLIQUET, 2004;
REED; LOW, 2001).

50
UNIDADE 2

Sua indicação terapêutica envolve


afecções ortopédicas e reu-
matológicas; sobre pontos
gatilhos (trigger points),
dor temporomandibular,
osteoartrose de joelho,
subluxação de ombro,
necrose avascular da
cabeça femoral, osteoar-
trose de quadril, pós-recons-
trução de ligamento cruzado
anterior (LCA), meniscectomia,
condroplastia e fibromialgia. Estudos
mais recentes apresentam outras utilida-
des e usos para as correntes de média frequência citan-
do a incontinência urinária; constipação intestinal; a
dismenorreia, dispepsia, psoríase palmar ou plantar, artrose psoriática, linfedema e facilitação do uso
de mão protética (PAOLILLO, A.; PAOLLILO, F.; CLIQUET, 2004; REED; LOW, 2001).
Para que seus efeitos sejam alcançados, os profissionais devem respeitar sua colocação e seus parâmetros
práticos dentro do procedimento operacional padrão utilizando frequência de 4000 Hz; AMF; Delta AMF;
Slope; durante tempo de vinte minutos. A aplicação dos eletrodos pode ser realizada de forma bipolar e
tetrapolar na região de dor ou sintoma (PAOLILLO, A.; PAOLLILO, F.; CLIQUET, 2004; REED; LOW, 2001).
A prática do uso da corrente interferencial é contraindicada nos portadores de marcapasso; Área Cardíaca;
Dores não diagnosticadas; Gravidez (primeiros 3 meses e áreas abdominais); Tromboflebite e Irritação locais
na pele (PAOLILLO, A.; PAOLLILO, F.; CLIQUET, 2004; REED; LOW, 2001).
Um novo dispositivo atualmente vem sendo bastante utilizado na área da estética: é o Eletrocautério,
que se utiliza de uma corrente de baixa frequência, com características contínuas e poder de cauterização
local (LACRIMANTI, GORETI, 2014a; LACRIMANTI; GORETI, 2014b) (Figura 14).
A tecnologia do equipamento consiste em uma descarga de energia elétrica baixa e controlada para
remoção superficial de pigmentos endógenos melânicos (melanina), que dão cor à pele, bem como
também a remoção de pigmentos exógenos presentes em micropigmentação. Além disso, pode ser
empregado na área estética em remoção da pele hiperqueratinizada nos casos de curetagem, rejuvenes-
cimento facial (tratamento de rugas e linhas), tratamento de estrias e indução do processo cicatricial
da pele, e na podologia, para retirada de verrugas plantares (LACRIMANTI, GORETI, 2014a; LACRI-
MANTI; GORETI, 2014b).
O equipamento é confeccionado em material plástico com as pontas em titânio, que podem ser au-
toclavadas ou substituídas a cada paciente. Suas contraindicações clínicas envolvem pacientes em uso
medicamentoso de substâncias fotossensibilizadora; lesões cancerígenas; manchas altas, enrugadas ou
escuras; verrugas anogenitais ou condilomas e melasmas; áreas com sangramento ou feridas abertas;
gravidez; cardiopatas, que possuem marcapassos; não utilizar em conjunto com aparelho de neuroesti-
mulação; lesões de herpes labial (LACRIMANTI, GORETI, 2014a; LACRIMANTI; GORETI, 2014b).

51
UNICESUMAR

Como este equipamento e retirar do cliente: anéis, brincos grandes, pulseiras e correntes
trabalha com a cauterização te- durante o procedimento (LACRIMANTI, GORETI, 2014a;
cidual, alguns efeitos adversos LACRIMANTI; GORETI, 2014b).
podem ocorrer e o profissional Após aplicação do recurso de Eletrocautério, é interessante
deve estar ciente para melhor utilizar a aplicação de creme hidratante rico em ativos cosméticos,
atender e orientar seu paciente; como fatores de crescimento, manteigas, óleos vegetais e ativos
entre estes efeitos pode citar a antimanchas sem a presença de corantes e fragrâncias; sugerem-se
dor e inflamação local; é neces- novas aplicações em intervalos de 15 a 21 dias dependendo da
sário realizar um teste prévio evolução do processo cicatricial individual de cada paciente (LA-
para verificar a resposta bioló- CRIMANTI, GORETI, 2014a; LACRIMANTI; GORETI, 2014b).
gica frente ao estímulo (LACRI- Outro dispositivo utilizado para análise energética dos pacien-
MANTI, GORETI, 2014a; LA- tes é o Microamperímetro de Ryodoraku, utilizado na medicina
CRIMANTI; GORETI, 2014b). tradicional chinesa e na prática de eletroacupuntura (Figura 14).
Para a aplicação prática, A Terapia Ryodoraku do Sistema Nervoso Periférico Autônomo
devemos escolher a ponteira (SNPA) é uma metodologia terapêutica de eletrodiagnóstico que,
do equipamento e rosquear na por meio de um aparelho chamado neurômetro, neurometer ou
caneta; ligar a chave geral liga/ energy meter, avalia pontos específicos do corpo para identificar
desliga; selecionar o ajuste de o nível de bioenergia da pessoa e, a partir do resultado, propõe
intensidade e iniciar sempre um tratamento por meio da Acupuntura (HYODO, 1986; LOW;
a aplicação com o ajuste de REED, 2001; WANG, 2001).
intensidade no menor nível
e aumentar conforme a ne-
cessidade e a resposta do pa-
ciente; a intensidade utilizada
na aplicação irá depender da
espessura, textura e sensi-
bilidade da pele aplicada. O
profissional saberá que a in-
tensidade está correta quando
encostar a ponta na pele do
indivíduo e ocorrer à caute-
rização epitelial; não é neces-
sário introduzir a ponta do
aparelho na pele, apenas en-
coste levemente sobre a área, Figura 14 - Equipamento de Ryodoraku
não é necessário aplicar força; Fonte: Americanas ([2020], on-line)12.

52
UNIDADE 2

Ryodoraku é uma palavra japonesa em que em condições anormais (YOSHIHARA,


Ryo significa “bom”, do corresponde a “eletro- 2018 apud CENTRO REICHIANO, 2018,
condutor” e raku “linha” ou “canal”. Portanto, on-line)13.
podemos dizer que Ryodoraku é um “bom canal
de eletrocondutividade de energia”. Essa técnica Atualmente, podemos encontrar, mundo afo-
foi desenvolvida no Japão, pelo médico Yoshio ra, diversos modelos de aparelho Ryodoraku,
Nakatani, e está baseada na identificação de tanto analógicos quanto digitais. As medidas
pontos eletropermeáveis na pele que sinalizam são tomadas pelas mãos e pelos pés nos canais
o estado energético do corpo. Então, ao medir Ryodoraku que, conforme já mencionado, são
o fluxo de corrente elétrica de um determina- semelhantes aos Meridianos da Acupuntura
do ponto do Ryodoraku, ou seja, do meridia- clássica chinesa. Os resultados das medidas são
no energético, é possível encontrar a reação de transferidos pelo software para o computador
excitabilidade daquele Ryodoraku. Se houver em que o aparelho estiver conectado, criando
um forte desequilíbrio, significa que há uma imediatamente, a cada leitura, um dado para o
manifestação de sintomas clínicos e específicos gráfico. A partir da leitura de todos os 24 pontos,
do meridiano energético (HYODO, 1986; LOW; o software gera um mapa mostrando o estado
REED, 2001; WANG, 2001; YOSHIHARA, 2018 energético do corpo, por meio de uma linha mé-
apud CENTRO REICHIANO, 2018, on-line)13. dia, chamada de Faixa de Intervalo Fisiológico.
O resultado das medidas realizadas pelo A partir da leitura do mapa, é possível diagnos-
dispositivo de Ryodoraku gera um gráfico que ticar e tratar os distúrbios energéticos que estão
mostra ao profissional da saúde, por meio de ocorrendo no corpo, a fim de harmonizar os Me-
um mapa, o estado energético do organismo ridianos desequilibrados (HYODO, 1986; LOW;
do paciente. De acordo com a bibliografia, o REED, 2001; WANG, 2001; YOSHIHARA, 2018
método de medição do Ryodoraku avalia a apud CENTRO REICHIANO, 2018, on-line)13.
amplitude da corrente elétrica de 24 pontos Outro dispositivo de eletrodiagnóstico ener-
representativos de 12 Meridianos segundo a gético é o Sistema quântico Bioelétrico (Figura
Medicina Tradicional Chinesa, no intuito de 15), que utiliza os conceitos da medicina quânti-
mensurar a fadiga, a excitação, o relaxamento ca para manipular a energia espiritual do corpo
ou a perturbação dos órgãos internos. e tratar e prevenir doenças. A saúde quântica é


a base de toda a ciência. A ideia de consciência,
Se a amplitude da corrente medida pelo e não a matéria, é o ‘chão’ para todos os seres.
Ryodoraku for muito alta ou muito baixa, Quando compreendemos esse fato, consegui-
isso indica que a energia do corpo huma- mos formular uma medicina integrada, que une
no foi distribuída de maneira não uni- métodos tradicionais aos alternativos (GER-
forme, ou seja, a fisiologia humana está BER, 2002; MALMIVUO; PLONSEY, 1995).

53
UNICESUMAR

Com testador de ouvido / mão


e chinelos massageadores

Figura 15 - Equipamento de sistema quântico bioelétrico


Fonte: Americanas ([2020], on-line)14.

O sistema Quântico Bioelétrico envolve proje- e tumores, e alterações emocionais (GERBER,


tos de inovações de alta tecnologia nas áreas da 2002; MALMIVUO; PLONSEY, 1995).
medicina, bioinformática, engenharia elétrica, O sistema Quântico Bioelétrico é um guia
entre outras ciências, aplicado a um equipamen- individualizado de consulta para a manuten-
to eletrônico de alta tecnologia, capaz de captar ção da saúde corporal e para uma avançada
o fraco campo magnético emitido pelas células ciência da saúde. Este sistema possui as van-
do corpo humano. A análise Quântica observa tagens de ser íntegro, não invasivo, prático,
e identifica, então, o estado de saúde das células simples, rápido, econômico e de fácil popu-
corporais e a possível ocorrência de doenças que larização. Com uma profunda e desenvolvi-
possam existir no organismo da pessoa testada, da investigação científica, este aparelho irá
apresentando, por fim, o resultado da análise e a contribuir em muito para a manutenção da
recomendação básica para prevenção desta en- saúde humana, com amplo desenvolvimento
fermidade, como diabetes, dislipidemias, altera- e perspectiva de aplicação (GERBER, 2002;
ções neurológicas, infecções respiratórias, câncer MALMIVUO; PLONSEY, 1995).

54
UNIDADE 2

Também conhecido como Biorressonância, é uma técnica para monitorar eletronicamente as


mudanças na energia do corpo em pontos da Acupuntura, transmitindo importantes informações
a respeito dos órgãos do corpo. Este recurso é capaz de identificar a frequência eletromagnética do
corpo ou de um órgão em particular e identificar se ele se encontra em equilíbrio (homeostase) ou
em desequilíbrio osmótico. A Biofísica demonstra que toda a matéria tem a sua própria frequên-
cia vibracional, que pode ser mutável e influenciada na presença de diversos fatores, internos ou
externos, tais como as emoções, pensamentos, parasitas indesejáveis, metais pesados, radiação,
sons, nutrientes celulares e cores que, juntos ou isoladamente, contribuem para o desequilíbrio
orgânico e o aparecimento de doenças (GERBER, 2002; MALMIVUO; PLONSEY, 1995).

Nesta obra, você terá a oportunidade de aprofundar sobre a energia


quântica e como podemos medir ou analisar a propagação dessa ener-
gia biológica. Essa leitura irá incrementar os estudos a respeito dos
equipamentos de Ryodoraku; analisador quântico bioelétrico.

55
UNICESUMAR

Continuando ainda dentro da linha de recursos elétricos de diagnóstico, podemos listar a


Bioimpedância elétrica (Figura 16), recurso utilizado para avaliação da composição corporal. O
método fundamenta-se no princípio de que os tecidos corporais oferecem diferentes oposições à
passagem da corrente elétrica. Em sistemas biológicos, a corrente elétrica é transmitida pelos íons
diluídos nos fluidos corporais, especificamente íons de sódio e potássio. Os tecidos magros são
altamente condutores de corrente elétrica devido à grande quantidade de água e eletrólitos, ou seja,
apresentam baixa resistência à passagem da corrente elétrica. Por outro lado, a gordura, o osso e
a pele constituem um meio de baixa condutividade, apresentando, portanto, elevada resistência.
Dessa forma, a condução da corrente elétrica pelo corpo se dá, geralmente, por quatro sensores
metálicos (modelo tetrapolar) que, em contato com as mãos e/ou pés, registram a impedância dos
segmentos corporais entre os membros superiores de uma corrente elétrica de baixa amplitude (800
µA) e alta frequência (50 kHz) (KOROTKOV et al., 2010; NELSON; HAYES; CURRIER, 2003).

Figura 16 - Equipamento de Bioimpedância elétrica


Fonte: Oliveira (2016, on-line)15.

Diante de todas estas opções apresentadas, fica claro que podemos optar por um ou outro equipamento
em nossos protocolos de atendimentos, não ficando restritos a um tipo só de tecnologia, agregando
nossa prática clínica. Conseguimos também visualizar as duas vertentes dos equipamentos elétricos,
os equipamentos utilizados somente para terapia ou tratamento e os equipamentos utilizados para
diagnóstico, bem como suas indicações e contraindicações (KOROTKOV et al., 2010; NELSON;
HAYES; CURRIER, 2003).

56
UNIDADE 2

Portanto, agora, com todo este conhecimento sobre os equipa-


mentos elétricos, você conseguiria determinar quais equipamentos
utilizaria para a nossa paciente, lá do início desta unidade? Suas
queixas incluem gordura localizada em abdômen e flancos, ansie-
dade, sono irregular, dor em região lombar e onicomicose. Levando
em consideração as queixas da paciente, fica claro que teremos que
utilizar equipamento que promove lipólise; relaxamento muscular;
analgesia e poderemos analisar o seu aspecto energético também
(KOROTKOV et al., 2010; NELSON; HAYES; CURRIER, 2003).

Neste momento, gostaria que você, meu(minha) aluno(a), se imaginasse como um profissional bem-
-sucedido de sua cidade, com recurso financeiro para investir em equipamentos. Você entra em contato
com diversas marcas de equipamentos e recebe para uma conversa vários representantes, para ouvir
as opções, preços e oportunidades comerciais.
Ao final, você fica com uma lista enorme de opções: corrente galvânica; corrente farádica; micro-
correntes; TENS; interferencial; eletrocautério; FES; corrente russa; corrente aussie; eletrolipoforese;
eletroacupuntura; corrente estereodinâmica; microamperímetro de ryodoraku; sistema quântico
bioelétrico; biorressonância; e a bioimpedância elétrica, por exemplo. Neste caso, listamos somente
os equipamentos elétricos que emitem algum tipo de corrente elétrica.
Em relação aos efeitos terapêuticos e a cada um destes equipamentos citados, descreva, neste
momento, utilizando a tabela a seguir, em qual efeito se enquadra cada um dos equipamentos
anteriores:

EFEITOS EQUIPAMENTO/ EQUIPAMENTO/ EQUIPAMENTO/


TERAPÊUTICOS CORRENTE CORRENTE CORRENTE
Exemplo 1 Exemplo 2 Exemplo 3
Analgesia
Diagnóstico
Equilíbrio energético
Redução de gordura
do adipócito
Eletroestimulação
muscular
Rejuvenescimento
Renovação tecidual
ou cicatrização
Ionização
Controle de oleosidade

Com a tabela preenchida e com todo o conteúdo disponível nesta unidade para você, vamos voltar em
nosso caso clínico inicial desta unidade:

57
UNICESUMAR

Mulher, 47 anos, com queixa estética de gordura localizada em abdômen e flancos, ansiosa e com queixas
em relação ao sono não restaurador, além disso, relata dor na região lombar até a região do hálux onde
relata onicomicoses de repetições. Já fez uso de várias medicações para auxiliar no sono e se submeteu
a diversos tratamentos conservadores, sem resposta significativa. Buscou atendimento em sua clínica
para obter melhora da dor, emagrecer e melhorar sua qualidade de vida. Na avaliação, foi analisado
Gordura localizada do tipo compacta em abdômen e flancos, tensão muscular generalizada e alterações
emocionais. Em relação à queixa de onicomicose, observou-se a unha dos dois hálux comprometidos.
Agora você consegue listar quais equipamentos elétricos são indicados e poderiam ser usados neste
caso? Pense e liste pelo menos cinco opções terapêuticas:

58
Agora que você finalizou o estudo da unidade dois, que tal testar a apreensão dos con-
teúdos esquematizando os conceitos em um mapa mental? A seguir, deixo as palavras
que sintetizam a unidade para que você possa preencher com as palavras-chave e
desenhar ícones que representem os conceitos.

POLARIZADAS

MAPA MENTAL
CORRENTES
ELÉTRICAS

DESPOLARIZADAS

59
1. Referente ao recrutamento muscular ocasionado pela eletroestimulação, é correto afirmar que o
estímulo elétrico recruta primeiro:
a) As fibras nervosas mais próximas do eletrodo e cujo limiar é mais alto. Sendo assim, as fibras mus-
culares do tipo I são estimuladas primeiro e as fibras do tipo II só entram em atividade por meio de
uma estimulação maior.
b) As fibras nervosas distantes do eletrodo e cujo limiar é mais alto. Sendo assim, as fibras musculares
do tipo II são estimuladas primeiro e as fibras do tipo I só entram em atividade por meio de uma
estimulação maior.
c) As fibras nervosas mais distantes do eletrodo e cujo limiar é mais baixo. Sendo assim, as fibras mus-
culares do tipo I são estimuladas primeiro e as fibras do tipo II só entram em atividade por meio de
uma estimulação maior.
AGORA É COM VOCÊ

d) As fibras nervosas que estão entre os eletrodos e cujo limiar é mais baixo. Sendo assim, as fibras
musculares do tipo II são estimuladas primeiro, enquanto as fibras do tipo I só entram em atividade
por meio de uma estimulação média.
e) As fibras nervosas mais próximas do eletrodo e cujo limiar é mais baixo. Sendo assim, as fibras mus-
culares do tipo II são estimuladas primeiro e as fibras do tipo I só entram em atividade por meio de
uma estimulação maior.

2. São efeitos fisiológicos da Microcorrente, exceto:


a) Diminuição da produção de ATP.
b) Melhora do transporte de aminoácidos.
c) Aumento na produção de colágeno.
d) Melhora nos processos de cicatrização em geral.
e) Drenagem de líquidos intersticiais.

3. Um medicamento, após ser ingerido, atinge a corrente sanguínea e se espalha pelo organismo, mas,
como suas moléculas “não sabem” onde é que está o problema, podem atuar em locais diferentes
do local “alvo” e desencadear efeitos além daqueles desejados. Não seria perfeito se as moléculas
dos medicamentos soubessem exatamente onde está o problema e fossem apenas até aquele local
exercer sua ação? A técnica conhecida como iontoforese, indolor e não invasiva, promete isso. Esta
técnica se baseia na aplicação de uma corrente elétrica contínua de baixa intensidade sobre a pele
do paciente, permitindo que fármacos permeiem membranas biológicas e alcancem a corrente san-
guínea, sem passar pelo estômago. Muitos pacientes relatam apenas um formigamento no local de
aplicação. O objetivo da corrente elétrica é formar poros que permitam a passagem do fármaco de
interesse. A corrente elétrica é constituída por eletrodos, positivo e negativo, por meio de uma solu-
ção aplicada sobre a pele. Se a molécula do medicamento tiver carga elétrica positiva ou negativa, ao
entrar em contato com o eletrodo de carga de mesmo sinal, ela será repelida e forçada a entrar na
pele (eletrorrepulsão). Se for neutra, a molécula será forçada a entrar na pele juntamente com o fluxo
de solvente fisiológico que se forma entre os eletrodos (eletrosmose). De acordo com as informações
sobre o uso da iontoforese, assinale a alternativa correta.

60
a) Provoca ferimento na pele do paciente ao serem introduzidos os eletrodos, rompendo o epitélio.
b) Aumenta o risco de estresse nos pacientes, causado pela aplicação da corrente elétrica.
c) Inibe o mecanismo de ação dos medicamentos no tecido-alvo, pois estes passam a entrar por meio
da pele.
d) Diminui o efeito colateral dos medicamentos, se comparados com aqueles em que a ingestão se faz
por via oral.
e) Deve ser eficaz para medicamentos constituídos de moléculas polares e ineficaz, se estas forem
apolares.

4. Justifique a importância da Eletroterapia no equilíbrio energético de um paciente.

AGORA É COM VOCÊ


5. De acordo com as estruturas nervosas que compõe o sistema de condução de informação no sistema
nervoso, descreva a teoria das comportas, utilizada nas correntes analgésicas.

6. A “Teoria das Comportas” vem sendo utilizada ao longo dos anos para explicar a ação do TENS no
controle da dor. A esse respeito, analise as afirmações a seguir.
A “Teoria das Comportas”, sozinha, não consegue esclarecer os mecanismos de analgesia da Estimu-
lação Elétrica Transcutânea Nervosa (TENS).

PORQUE

Tem sido observado que frequências altas na programação do TENS causam analgesia por mecanismo
diferente, como, por exemplo, a produção de opiáceos endógenos.
Analisando as afirmações, conclui-se que:
a) As duas afirmações são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira.
b) As duas afirmações são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira.
c) A primeira afirmação é verdadeira, e a segunda é falsa.
d) A primeira afirmação é falsa, e a segunda é verdadeira.
e) As duas afirmações são falsas.

7. Sobre a bioimpedância elétrica, assinale a alternativa correta.


a) A bioimpedância elétrica consiste na passagem de corrente elétrica de alto estímulo.
b) Gordura e osso são altamente condutores de corrente elétrica pela grande quantidade de água e
eletrólitos que apresentam.
c) Os tecidos magros são pobres condutores de corrente elétrica.
d) A composição corporal é estimada por meio da resistência oferecida pelo organismo à passagem da
corrente elétrica.
e) Fatores que alteram a água corporal total e a distribuição hídrica não influenciam na qualidade e
precisão da bioimpedância.

61
1. E. Na afirmativa se encontra descrito que o estímulo elétrico estimula as fibras nervosas mais próximas do
eletrodo e cujo limiar é mais baixo, isto é correto, pois as fibras próximas aos eletrodos são mais superfi-
ciais. As fibras musculares do tipo II são estimuladas primeiro, pois são mais rápidas do que as do tipo I,
só entram em atividade por meio de uma estimulação maior.

2. A. A afirmativa aponta que ocorre uma diminuição da produção de ATP na microcorrente e na verdade
ocorre um aumento de 500% de ATP celular com a utilização deste recurso.

3. D. No enunciado há a informação de que o medicamento atinge a corrente sanguínea sem passar pelo
estômago, e que alguns pacientes relatam apenas um formigamento no local da aplicação. Além disso, no
enunciado há a informação de que a técnica é indolor e não invasiva. Dessa forma, tal técnica diminui o
efeito colateral do medicamento se comparada à ingestão por via oral.
CONFIRA SUAS RESPOSTAS

4. Por meio da eletroterapia, podemos realizar a leitura energética dos meridianos; podemos realizar a lei-
tura de sinais biológicos celulares; alcançamos informações do campo energético do indivíduo; podemos
trabalhar eletroanalgesia com mais potência do que técnicas convencionais e alcançamos resultados mais
rápidos quando associadas à acupuntura.

5. Na eletroterapia, o estímulo da energia emitida pelos recursos eletrotermofototerapêuticos estimulará


fibras do tipo A, ou seja, esta energia, após ser absorvida pela pele, será conduzida ao sistema nervoso
central por uma via periférica rápida, o que provocará a liberação de neurotransmissores e a produção
dos resultados terapêuticos como analgesia.

6. C. A teoria da comporta da dor fundamenta uma base fisiológica para os efeitos eletroanalgésicos, mas
com a utilização de correntes de baixa frequência, também conseguimos liberar endorfinas que atuam no
mecanismo analgésico.

7. D. A bioimpedância é um método relativamente preciso, que consiste na passagem pelo corpo de uma
corrente elétrica de baixa amplitude e alta frequência. Isso permite mensurar a resistência tecidual ofere-
cida frente à corrente elétrica.

62
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Em: https://images-americanas.b2w.io/produtos/01/00/img/1682322/1/1682322111_1GG.jpg. Acesso em: 08 maio


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2020.

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15

Acesso em: 23 abr. 2020.

64
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MEU ESPAÇO
MEU ESPAÇO

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MEU ESPAÇO
MEU ESPAÇO

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3 Recursos Ondulatórios
Me. Priscilla Hellen Martinez Blanco Kashiwakura

OPORTUNIDADES
DE
APRENDIZAGEM

Olá, aluno(a)! Nesta unidade, trabalharemos com os equipamentos que


emitem ondas terapêuticas ao tecido biológico; trabalharemos seu conceito
teórico; efeitos fisiológicos e terapêuticos; indicações e suas contraindica-
ções clínicas; iremos trabalhar os procedimentos operacionais padrões
(POP) prático de cada equipamento ondulatório; desenvolveremos conteú-
do e conhecimento a respeito dos equipamentos ondulatórios mecânicos;
equipamentos ondulatórios sonoros; equipamentos ondulatórios eletro-
magnéticos e sobre os equipamentos ondulatórios luminosos.
UNICESUMAR

Encontramos nas áreas da Estética, Terapias integrativas e Complementares e na Podologia uma gama
de equipamentos que podem ser utilizados na prática clínica nos protocolos de atendimentos especia-
lizados e individualizados de cada área. Na Unidade 2, aprendemos sobre os equipamentos elétricos
que emitem algum tipo de estímulo elétrico para o tecido biológico, a fim de produzir algum efeito
fisiológico e terapêutico. Também pudemos observar que a variedade é muito grande, pensando só
em tipos de correntes, imagina se fossemos discutir marcas de aparelhos, a variedade seria imensa.
Agora, vamos desenvolver e aprofundar um pouco mais seu conhecimento a respeito da eletroterapia
e prepará-lo para a utilização de recursos que emitem ondas ao tecido biológico com o mesmo objetivo
dos equipamentos elétricos, porém com uma diferença: os equipamentos ondulatórios possuem maior
potência de energia, consequentemente mais profundo e mais estímulos eles ocasionam no tecido para
que os resultados possam ser alcançados.
Os profissionais que deixam essa escolha bem definida em seus protocolos acabam utilizando mais
equipamentos ondulatórios em seus procedimentos clínicos. Meu objetivo aqui é deixar claro, para
você, todas as suas possibilidades terapêuticas e te dar um leque de opções de recursos que podem ser
usados para os mesmos objetivos terapêuticos.
Quer ver como isso é possível? Vamos retomar o mesmo caso clínico da Unidade 2? Veja só:

Mulher, 47 anos, com queixa estética de gordura localizada em abdômen


e flancos, ansiosa e com queixas em relação ao sono não restaurador,
além disso, relata dor na região lombar até a região do hálux aonde re-
lata onicomicoses de repetições. Já fez uso de várias medicações para
auxiliar no sono e se submeteu a diversos tratamentos conservadores,
sem resposta significativa. Buscou atendimento em sua clínica para
obter melhora da dor, emagrecer e melhorar sua qualidade de vida. Na
avaliação, foi analisado gordura localizada do tipo compacta em abdô-
men e flancos, tensão muscular generalizada e alterações emocionais.
Em relação à queixa de onicomicose, observou-se a unha dos dois hálux
comprometidos.

Você já conseguiu listar quais os equipamentos elétricos mais indicados para este caso e ainda
conseguiu diferenciar os equipamentos por seus efeitos fisiológicos e terapêuticos. Pois bem, e
se agora eu dissesse para você que existem equipamentos ondulatórios que emitem luz, calor,
onda eletromagnética que podem ser utilizados neste mesmo caso, você acreditaria em mim?
Talvez sim pelo fato de eu ser a professora, mas você conseguiria listar quais são os equipamen-
tos ondulatórios mais indicados para o caso descrito acima?
Onda é uma perturbação da matéria, que é transmitida através do vácuo, do ar, do líquido ou de
uma matéria sólida. Sabe-se que existe uma variedade muito grande de ondas, por exemplo, as ondas
do mar, as ondas em uma corda, em uma mola, as ondas sonoras e as ondas eletromagnéticas etc.
(AGNE, 2001; AGNE, 2004; KITCHEN; BAZIN, 2003).

70
UNIDADE 3

Dentro da eletroterapia utilizada na área da estética facial e corporal, da Terapia complementar e


bem-estar e da Podologia existem diversos recursos que emitem energia ondulatória, por exemplo,
equipamentos que emitem onda sonora (Ultrassom; rádio); equipamentos que emitem onda mecâ-
nica (Endermologia; Plataforma vibratória); equipamentos que emitem onda eletromagnética (Alta
frequência; Radiofrequência) e equipamentos que emitem onda luminosa (Led; Laser). Todas estas
ondas podem diferir em muitos aspectos, como sua direção, seu comprimento, sua propagação, mas
todas podem transmitir energia de um ponto ao outro, ou seja, conseguimos transmitir energia de
alta frequência de um equipamento em contato com a pele para o tecido biológico alvo e assim gerar
as modificações fisiológicas necessárias para que os resultados almejados aconteçam (AGNE, 2004;
BORGES, 2006; BORGES, 2010; ALVES; CAMPOS, 2008).
Agora chegou a sua vez de experimentar as características de uma energia ondulatória. Vou fazer
um convite para que você experimente essa energia, para isso, preciso que você:
1. Pegue uma gelatina pronta (já resfriada e com a consistência firme) e a coloque dentro de um
recipiente plástico, de preferência transparente para que você veja a mudança na matéria.
2. Depois de feito isso, você deve agitar o pote com a gelatina e, à medida que você estiver agitando
o pote, diminua ou aumente sua velocidade da agitação; você verá que, quando agitada mais
lentamente, a gelatina demora mais para alterar sua consistência, quando agitada com maior
velocidade, a gelatina se torna líquida mais rápida.
3. Descreva suas observações.

Este fenômeno é observado nas energias ondulatórias mecânicas, sonoras e vibracionais, ou seja,
encontraremos esse tipo de comportamento ondulatório em vários modelos de equipamentos na sua
prática profissional. Toda esta mudança produzida pelo estímulo vibratório que você empregou no
recipiente proporcionou à matéria (gelatina no caso) vibração, agitação e calor. Contudo, isso poderia
acontecer em um tecido gorduroso, em uma contratura muscular, em uma aderência tecidual etc.
(AGNE, 2004; BORGES, 2006; BORGES, 2010; ALVES; CAMPOS, 2008).

71
UNICESUMAR

Imagino que você ainda esteja pensando em como a gelatina mudou


sua consistência somente com uma vibração. Isto acontece, pois ocorre
uma quebra entre as ligações químicas da matéria, favorecendo sua
maleabilidade.
Portanto, convido você, neste momento, a assistir ao vídeo a seguir:

Após assistir ao vídeo, utilize o espaço do Diário de Bordo para descrever quais mudanças que você
observou no primeiro recipiente do vídeo e quais mudanças você observou no segundo recipiente do
vídeo; pontue em qual recipiente houve mais vibração e em qual houve maior formação de bolhas.
Tente relacionar estas observações com a experimentação da gelatina que acabamos de fazer.
DIÁRIO DE BORDO

72
UNIDADE 3

A utilização de recursos Eletrotermofototerapêuticos que emitem energia ondulatória na área da Es-


tética facial e corporal, Terapias complementares e Podologia vem para agregar melhores resultados
e em um número menor de sessões, já que estamos falando de uma energia com maior facilidade de
propagação, com maior potência, com capacidade de gerar vibração molecular e tecidual e de modificar
a consistência da matéria pela qual se propagada. Por isso, proponho a você, neste momento, a aprofun-
dar seus conhecimentos a respeito da física ondulatória e em relação aos equipamentos que trabalham
com este tipo de energia (AGNE, 2004; BORGES, 2006; BORGES, 2010; ALVES; CAMPOS, 2008).
A energia ondulatória envolve a propagação de um estímulo de um ponto a outro, sem que haja a
necessidade de transporte direto de matéria entre esses dois pontos. Pensando em nossa abordagem
terapêutica profissional, iremos emitir uma onda do equipamento para o tecido biológico sem que eu
faça movimentos nesse tecido. No caso de equipamentos que emitem ondas mecânicas, a passagem da
onda produz oscilações no meio pela qual ela se propaga, resultando em agitação e produção de calor
no local. A onda sonora precisa produzir pequenas oscilações nas moléculas do ar para se propagar e,
quando entra em contato com o tecido biológico, também possui capacidade vibratória, como a onda
mecânica. Por outro lado, os equipamentos que trabalham com a emissão de energia ondulatória
eletromagnética não necessitam de um meio para a propagação dessa energia (AGNE, 2001; AGNE,
2004; KITCHEN; BAZIN, 2003).
Todas estas ondas podem diferir em muitos aspectos, como sua direção, seu comprimento e
sua propagação, mas todas podem transmitir energia de um ponto ao outro, ou seja, conseguimos
transmitir energia de alta frequência de um equipamento em contato com a pele para o tecido bio-
lógico alvo e, assim, gerar as modificações fisiológicas necessárias para que os resultados almejados
aconteçam (AGNE, 2001; AGNE, 2004; KITCHEN; BAZIN, 2003).
Em geral, as ondas produzidas pelos equipamentos da área da saúde podem ser caracterizadas:
por seu comprimento (representa a distância que separa dois pontos consecutivos que se encontram
na mesma posição de vibração); pela frequência (número de oscilações executadas pela fonte que
produz a onda por segundo, ou seja, é o número de vezes em que a onda se repete); por sua amplitude
(altura da onda); e por sua velocidade de propagação (que é a velocidade com que a onda se propaga
em determinada matéria) (AGNE, 2001; AGNE, 2004; KITCHEN; BAZIN, 2003).
Além disso, os equipamentos ondulatórios possuem a capacidade de produzirem tixotropismo,
sonoforese e cavitação no tecido biológico. São exatamente estes fenômenos que fazem a diferença
entre os resultados finais obtidos por estes recursos em relação a recursos elétricos de baixa ou média
frequência (AGNE, 2004; BORGES, 2006; BORGES, 2010; ALVES; CAMPOS, 2008).

73
UNICESUMAR

Tixotropismo é capacidade que a onda sonora e mecânica possui em amolecer estruturas


de maior consistência, de “liquefazer”, de transformar substâncias que estão em estado
mais gelatinoso, viscoso em um estado mais fluido, ou substâncias sólidas para o estado gel
(GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2002; KITCHEN; BAZIN, 2003).
Sonoforese é o aumento da permeabilidade da membrana celular e o aumento da permea-
bilidade tecidual, ocasionada pela propagação da onda e a produção de seus estímulos os-
cilatórios que facilita a penetração de ativos através da pele (GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2002;
KITCHEN; BAZIN, 2003).
Por sua vez, a cavitação é um efeito não térmico da onda sonora e mecânica que provoca
formação de bolhas ou cavidades micrométricas nos líquidos. Essas bolhas produzidas, em
geral, dependerão da frequência do aparelho e do modo de aplicação do transdutor, para se
tornar instáveis ou estáveis (GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2002; KITCHEN; BAZIN, 2003).

Podemos dividir os equipamentos ondulatórios da área da Estética facial e corporal, Terapias com-
plementares e Podologia por tipo da energia ondulatória que será emitida, desta forma, temos equi-
pamentos que emitem onda mecânica, sonora, luminosa e eletromagnética (GUIRRO, E.; GUIRRO,
R., 2002; BORGES, 2006; BORGES, 2010; ALVES; CAMPOS, 2008).
Agora, abordaremos cada tipo de onda e seus respectivos equipamentos disponíveis no mercado
para sua utilização profissional em seus protocolos de atendimentos clínicos.
Vamos iniciar falando sobre os equipamentos que emitem onda mecânica, que são perturbações que
transportam energia cinética e potencial através de um meio material, que, no nosso caso, será o tecido
biológico. Nesta gama de equipamentos, encontramos a Vacuoterapia, Endermologia, Massageadores,
Plataforma vibratória, ultrassom, lipocavitação e ondas de choque (GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2002;
BORGES, 2006; BORGES, 2010; ALVES; CAMPOS, 2008).
A vacuoterapia se trata de equipamentos que utilizam a pressão negativa associada às ventosas de
diversos tamanhos para promover a mobilização do tecido biológico e subcutâneo (Figura 1). Com esta
mobilização, é capaz de gerar estímulos oscilatórios e vibratórios que produzem efeitos fisiológicos e
terapêuticos, melhorando a circulação sanguínea e linfática no local, deixando a pele mais homogênea
e uniforme e a musculatura mais tonificada, remodelando o corpo como um todo. Hoje, ela é utilizada
na área da estética para rejuvenescimento facial, estria, sequela de acne, rugas, marcas de expressão e
massageamento tecidual. Na área da Terapia complementar, ela pode ser utilizada na ventosaterapia,
mobilização tecidual, desbloqueio energético pontual ou nos meridianos energéticos, relaxamento
muscular e analgesia. Na podologia, poderia ser utilizada para relaxamento de tecido fascial podal,
fascite plantar e limpeza local de pontos infectados (GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2002; BORGES, 2006;
MEYER; RODRIGUES; MEDEIROS, 2017).

74
UNIDADE 3

Figura 1 - Equipamento de Endermosucção utilizada para procedimento de vacuoterapia e endermologia


Fonte: Americanas ([2020], on-line)1.

É um método não invasivo terapêutico de uso externo, com massageamento por endermosucção,
que mobiliza os líquidos do tecido subcutâneo que provoca uma intensa hiperemia em pouco tempo,
isso porque ocorre a ativação das circulações sanguínea e linfática (GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2002;
BORGES, 2006; MEYER; RODRIGUES; MEDEIROS, 2017).
A sua utilização no tecido biológico produz efeitos cumulativos que aumentam a produção de colá-
geno e elastina, melhorando a textura e o tônus muscular; melhora a circulação sanguínea, responsável
pela condução e remoção de várias substâncias pelo organismo, dando um aspecto saudável à pele;
ativa o Sistema linfático, efeito reflexo da estimulação, o que contribui com a proteção do organismo
contra vírus e bactérias, e proporciona relaxamento e bem-estar, pois se trata de um tipo de massagem
(GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2002; BORGES, 2006; MEYER; RODRIGUES; MEDEIROS, 2017).
Sua utilização é contraindicada em casos de câncer ou tumores, fragilidade capilar tecidual, infecções
cutâneas, doenças reumáticas e gestantes (GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2002; BORGES, 2006; MEYER;
RODRIGUES; MEDEIROS, 2017).

75
UNICESUMAR

Para que você consiga realizar a aplicação prática deste equipamento, eu sugiro que siga o procedi-
mento operacional padrão (POP) da vacuoterapia: ligar o equipamento; preparar a pele do paciente;
escolher o tipo de ventosa que você irá utilizar; programar a pressão negativa que pode ser entre 100
a 400 mmHg dependendo do tecido, caso e paciente; apertar o start e realizar a aplicação na região até
ocasionar hiperemia local (GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2002; BORGES, 2006; MEYER; RODRIGUES;
MEDEIROS, 2017).
Por outro lado, a endermologia é um equipamento com uma tecnologia mais avançada quanto à
sucção tecidual e ao massageamento e mobilização que o recurso oferece. Podemos utilizar o mesmo
equipamento ilustrado na Figura 1 na descrição da vacuoterapia, o que difere as duas técnicas é a
presença de rolos ou ventosas no cabeçote. A técnica também é conhecida como palper roler (palpar -
rolar), produz uma mobilização profunda da pele e da tela subcutânea, permitindo um incremento na
circulação sanguínea superficial. Desta forma, sintetiza-se que a endermoterapia atua com aparelhos
que geram pressão negativa, modulada em unidades de mmHg de até 600 mmHg por meio de uma
bomba de sucção que pode ser contínua ou pulsátil (AZULAY, D.; AZULAY, R., 2006; GUIRRO, E.;
GUIRRO, R., 2002; BORGES, 2006; RAUNCH, 2009; MEYER; RODRIGUES; MEDEIROS, 2017).
A endermologia possui as mesmas indicações e contraindicações clínicas da vacuoterapia, incluindo
os pós-operatórios de tratamentos estéticos, pois a endermoterapia promove uma drenagem linfática
por meio dos seus movimentos, já que há uma estimulação contínua e/ou pulsada das pressões na pele,
tanto interna como externa, provocando uma oxigenação da área e, portanto, a liberação de toxinas
via estimulação do metabolismo celular (RAUNCH, 2009).
Outro aspecto importante de ser comentado aqui, sobre os procedimentos de endermologia, é que
as manobras ou movimentos realizados sobre a pele pelos cabeçotes devem ser executadas no sen-
tido das fibras musculares e a favor das linhas de tensão da pele, visando impedir a flacidez tecidual
(AZULAY, D.; AZULAY, R., 2006; GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2002; BORGES, 2006; RAUNCH, 2009;
MEYER; RODRIGUES; MEDEIROS, 2017).
Para que consiga realizar a aplicação prática deste equipamento, você deve seguir o passo a passo de
seu procedimento operacional padrão (POP): ligar o equipamento; preparar a pele do paciente; utilizar
um acessório para hidratação e deslocamento do cabeçote, por exemplo, uso de óleo corporal neutro;
escolher o tipo de cabeçote que irá utilizar; programar a pressão negativa que pode ser entre 100 a 600
mmHg dependendo do tecido, do caso e do limiar de sensibilidade da paciente; apertar o start e realizar
a aplicação na região até ocasionar hiperemia local (GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2002; BORGES, 2006).
As manobras que podem ser realizadas na endermologia são: deslizamento superficial e profundo;
oito; circular; zig-zag; vibração; percussão; e aplicação estática ou fixa (GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2002;
BORGES, 2006).
Os protocolos de tratamento que podemos utilizar a aplicação da vacuoterapia ou endermologia
são a limpeza de pele (kit de limpeza por sucção ou caneta extratora), limpeza de pontos infectados da
podologia (kit de limpeza por sucção ou caneta extratora), Peeling mecânico (Kit de caneta diamantada),
endermologia facial (ventosas ou cabeçotes pequenos de endermologia); endermologia corporal (ca-
beçotes maiores e até mesmo eletrônicos), Pump-Up (ventosas para glúteo e seios) e GuaSha (ventosas
pequenas ou cabeçotes corporais na forma contínua para estimulação energética local) (GUIRRO, E.;
GUIRRO, R., 2002; BORGES, 2006).

76
UNIDADE 3

Alguns equipamentos massageadores também


trabalham com a emissão de energia mecânica
oscilatória. É o caso do recurso conhecido como
Vibrocell (Figura 2): um aparelho de massa-
gem muito utilizado em terapia vibro-oscilató-
ria, desenvolvido para auxiliar o profissional na
realização de massagem/percussão, reduzindo a
fadiga do profissional e facilitando o tratamento
(RAUNCH, 2009).
Neste equipamento, contamos com um jogo de
diversas ponteiras. Esta grande variedade permite
ao profissional a escolha daquela que melhor se
adapta à região a ser tratada com a massagem
mecânica e por percussão (RAUNCH, 2009).
O ato de massagear por meio de estímulos
mecânicos e vibratórios consiste na prática de
aplicar força ou vibração sobre os tecidos moles Figura 2 - Ilustração de um equipamento de massagem
do corpo, principalmente músculos e tendões mecânica oscilatória (vibrocell)
Fonte: Americanas ([2020], on-line)2.
(RAUNCH, 2009).
Para a aplicação prática deste equipamento, você deve seguir o passo a passo de seu procedimento
operacional padrão (POP): ligar o equipamento; preparar a pele do paciente; utilizar um acessório
para hidratação e deslocamento do cabeçote, por exemplo, uso de óleo corporal neutro; escolher o tipo
de cabeçote que você irá utilizar; programar a frequência de 1-20 hertz para esfoliação e massagem
relaxante; de 21-40 hertz indicado para melhora do fluxo sanguíneo muscular e subcutâneo e para
reflexologia; e de 41-60 hertz para auxiliar na drenagem linfática superficial e tratamento tópicos da
pele; intensidade de acordo com a paciente e o tempo de vinte minutos (RAUNCH, 2009).
Um outro recurso ondulatório que ganhou visibilidade e vem ganhando popularidade é a plata-
forma vibratória ou whole-body vibration (WBV) (Figura 3): ela emite vibração para o corpo inteiro
por meio do contato podal ou de outra região corporal na plataforma do equipamento. Seus benefícios
vêm sendo investigados em pesquisas de alta qualidade em diferentes populações saudáveis ou com
doenças, ganhando notoriedade nas áreas de fitness, desporto e reabilitação (AMARAL; PÉCORA,
2012; CARNILALE; WAKELING, 2005).

77
UNICESUMAR

O treinamento com a utiliza-


ção da plataforma vibratória é
caracterizado por uma estimu-
lação externa que induz uma
vibração de oscilação a um
sujeito que está em uma plata-
forma de vibração, ou seja, uma
oscilação mecânica em torno
de uma posição ou ponto de
referência. A Plataforma Vibra-
tória gera vibrações mecânicas
que são transmitidas ao tecido
biológico e se propagam pelo
corpo em forma ascendente,
provocando vibrações e adap-
tações nos tecidos (AMARAL;
PÉCORA, 2012; CARNILALE;
WAKELING, 2005).
Atualmente, o treinamento
com vibrações mecânicas vem
sendo utilizado na melhora do
desempenho físico, nos trata-
mentos estéticos, protocolos de
emagrecimento, treinamento
esportivo, funcional e na área
da reabilitação (AMARAL;
Figura 3 - Ilustração de um equipamento de plataforma vibratória PÉCORA, 2012; CARNILALE;
Fonte: Power Plate ([2020], on-line)3. WAKELING, 2005).
A vibração provocada no corpo humano pela exposição à vibração da plataforma se constitui
como o agente estressor e, portanto, é responsável pelas respostas neurais e morfológicas que ocorrem
no organismo, pois provoca a sincronização das unidades motoras por meio dos motoneurônios, a
potencialização do reflexo de estiramento, o sinergismo da atividade muscular e alteração do sistema
de inervação recíproca, inibindo a musculatura antagonista, acarretando adaptações morfológicas e
funcionais (AMARAL; PÉCORA, 2012; CARNILALE; WAKELING, 2005).
As indicações clínicas para a utilização da Plataforma Vibratória dependem do público-alvo, do
objetivo e do resultado que se deseja atingir e inclui: a melhora na densidade de musculatura e densi-
dade óssea em mulheres na pós-menopausa; melhora da força muscular da perna em idosos; melhora
do equilíbrio em indivíduos idosos; melhora do equilíbrio, da marcha e da propriocepção; analgesia;
melhora na capacidade de exercício funcional e na qualidade de vida; melhora da circulação sanguínea
nas extremidades inferiores em mulheres Perimenopáusicas; aumento na produção de hormônio de
crescimento em homens (AMARAL; PÉCORA, 2012; CARNILALE; WAKELING, 2005).

78
UNIDADE 3

Não podemos utilizar a plataforma vibratória em pacientes com: osteoporose, espondiloses; val-
vulopatias cardíacas; enxertos metálicos; osteossíntese; marcapasso cardíaco e analgésico; feridas não
cicatrizadas; arritmias cardíacas; risco de trombose; intervenções cirúrgicas recentes; processos infla-
matórios; gravidez; epilepsia e tumores (AMARAL; PÉCORA, 2012; CARNILALE; WAKELING, 2005).
Para que você consiga realizar a aplicação prática deste equipamento, você deve seguir o passo a
passo de seu procedimento operacional padrão (POP): ligar o equipamento; programar a intensidade
e a amplitude de vibração; apertar o start e realizar os exercícios musculares em cima da plataforma
(AMARAL; PÉCORA, 2012; CARNILALE; WAKELING, 2005).

Neste site Power Plate, você terá acesso a conteúdo teórico sobre pla-
taforma vibratória; exemplos de exercícios; artigos científicos com a uti-
lização da plataforma vibratória e vários vídeos de treinamento prático
sobre este recurso.

Agora deixa eu demonstrar para


você uma atualidade na área dos
recursos ondulatórios que são
os equipamentos de ondas de
choque (Figura 4), que é um re-
curso não invasivo que promo-
ve estímulo mecânico no tecido
por meio de ondas ou impulsos
acústicos de alta intensidade de
energia por meio de cabeçotes
que produzem onda por mo-
vimento de pistão (GUIRRO;
CANCELIERI; SANTANA,
2011; BORGES, 2010).
Este recurso pode ser apli-
cado na área médica, estética,
fisioterapêutica e para relaxa-
mento muscular, sendo utili-
zado em: protocolos de trata-
mento de celulite; reabilitação;
Figura 4 - Equipamento de ondas de choque pontos gatilhos miofasciais;
Fonte: Shoptime ([2020], on-line)4. desordens das inserções tendí-

79
UNICESUMAR

neas; tratamento osteoarticular e de tecido conjuntivo; acupuntura; melhora da qualidade/tônus da


pele; melhora da circulação sanguínea local; relaxamento muscular e fascial; eliminação de toxinas;
lipólise (GUIRRO; CANCELIERI; SANTANA, 2011; BORGES, 2010).
Para sua aplicação prática, é necessário seguir o passo a passo de seu procedimento operacional padrão
(POP): ligar o equipamento; preparar a área de tratamento; utilizar um gel de contato neutro; posicionar
o aplicador de acordo com a região e o tratamento; programar a intensidade da vibração; apertar o start;
e realizar a aplicação estática ou dinâmica (GUIRRO; CANCELIERI; SANTANA, 2011; BORGES, 2010).
Dentre os equipamentos de ondas de choque, encontramos alguns dispositivos manuais e portáteis que
facilitam a abordagem terapêutica dos pacientes. Um desses modelos é o Hivolt, uma pistola de massagem
vibratória portátil que estimula o aumento da circulação, ajudando na liberação de músculos tensos e na
redução de dores após treinos intensos (Figura 5). Com até 3 horas de utilização por carga, leve e fácil de
usar, possui três configurações de velocidade que fornecem até 3200 percussões por minuto. Dentre suas
funções, a que se destaca é seu efeito analgésico e relaxante (GUIRRO; CANCELIERI; SANTANA, 2011).

Figura 5 - Equipamento portátil de ondas de choque


Fonte: Shopfisio ([2020], on-line)5.

Dentre os recursos ondulatórios mais comuns, encontramos o ultrassom terapêutico (Figura 6)


que produz a energia ondulatória por um transdutor que transforma a energia inicial elétrica em
energia mecânica e sonora inaudível. Esta capacidade de transformação de energia se dá pelo efeito
piezoeléctrico do cristal que se encontra dentro do cabeçote do equipamento (ALMEIDA et al., 2005;
DRAPER, PRENTICE, 2002).

80
UNIDADE 3

Antes que o ultrassom possa


ser aplicado, o contato entre o
transdutor e a pele deve ser ade-
quado para que não haja perda
de ondas, já que o ar é um pés-
simo condutor de onda (GUIR-
RO, E.; GUIRRO, R., 2002; BOR-
GES, 2006; BORGES, 2010).
O ultrassom consiste de vi-
brações mecânicas que são as
mesmas das ondas sonoras, mas
com uma frequência mais alta,
acima de 20 KHz, por isso as
ondas do ultrassom não são au-
díveis e são chamadas também
de ultrassonoras. A frequência
deste dispositivo varia entre 1
ou 3 MHz, sendo disponível,
atualmente, também em 5 MHz. Figura 6 – Equipamento de ultrassom terapêutico
Fonte: Americanas ([2020], on-line)6.
A intensidade varia entre 0,1 e
3,0 W/cm². A frequência de 5 MHz é indicada exclusivamente para área de dermatologia por apresen-
tar uma pequena capacidade de penetração nos tecidos biológicos (GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2002;
BORGES, 2006; BORGES, 2010).
Além disso, o profissional pode escolher de que forma a onda será emitida para o tecido biológico,
e isto impactará os efeitos produzidos no tecido e os resultados esperados com a aplicação. Podemos
utilizar o Ultrassom na forma contínua e pulsado. Estas formas de emissão produzirão efeitos térmi-
cos e não térmicos no tecido alvo, e a elevação de temperatura está relacionada com o aumento do
tempo de aplicação ou da intensidade utilizada, podendo trazer respostas benéficas ou deletérias ao
organismo. O ultrassom no modo contínuo apresenta efeito térmico dominante, e o ultrassom no
modo pulsado apresenta efeito mecânico dominante. O modo contínuo é quando a corrente elétrica é
aplicada ininterruptamente ao cristal, produzindo ondas contínuas. Por outro lado, no modo pulsado,
o equipamento interrompe momentaneamente a chegada de eletricidade no cristal, interrompendo
parcialmente a emissão das ondas, liberando as ondas em pacotes ou pulsos (GUIRRO, E.; GUIRRO,
R., 2002; BORGES, 2006; BORGES, 2010).
Atualmente, o ultrassom é um recurso terapêutico amplamente utilizado para diversas finalidades.
Quando a onda ultrassônica penetra os tecidos biológicos, é capaz de estimular processos de cicatriza-
ção, auxiliando no reparo de lesões, aliviar processos dolorosos, reduzir a rigidez articular, aumentar
o fluxo sanguíneo, aumentar a permeabilidade celular, auxiliar o retorno venoso e linfático, ajudar
na reabsorção de edemas e incrementar a maleabilidade de tecidos ricos em colágeno (GUIRRO, E.;
GUIRRO, R., 2002; BORGES, 2006; BORGES, 2010).

81
UNICESUMAR

Contudo, são contraindicados em gestantes, neoplasias, tumor, área dos olhos, área com isquemia,
sobre epífises ósseas em crescimento, radioterapia, gônadas e implantes metálicos na região (GUIRRO,
E.; GUIRRO, R., 2002; BORGES, 2006; BORGES, 2010).
Para sua aplicação prática, devemos obedecer ao passo a passo de seu POP: realizando a determi-
nação da frequência do ultrassom (3 Mhz); forma de emissão da onda (contínuo e pulsado); tempo
de dois minutos por ERA; e intensidade de acordo com a densidade tecidual (GUIRRO, E.; GUIRRO,
R., 2002; BORGES, 2006; BORGES, 2010).
Como um avanço tecnológico do equipamento de ultrassom terapêutico, encontramos a Terapia
combinada, que é um equipamento que trabalha com a emissão de onda sonora mecânica associada a
uma corrente elétrica de forma simultânea no mesmo local (Figura 7). Este dispositivo possui as mesmas
indicações e contraindicações do ultrassom terapêutico, porém sua aplicação prática dependerá do
modelo do equipamento. Os parâmetros que com certeza você deverá programar serão a programação
do ultrassom e a programação da corrente elétrica (BORGES, 2010).

Figura 7 - Equipamento de terapia combinada da marca Hibridi


Fonte: Negócio Estética (2015, on-line)7.

82
UNIDADE 3

Modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas


Neste livro, vocês terão acesso a conteúdo sobre os recursos ondulatórios
mecânicos

Outro avanço tecnológico do equi-


pamento de ultrassom terapêutico é
o recurso de lipocavitação, ultra-
cavitação, lipo sem corte e cavi-
tação instável, várias formas de de-
nominação para o mesmo recurso
elétrico que possui como principal
objetivo a diminuição do tecido adi-
poso subcutâneo (BORGES, 2010;
BISSCHOP, G.; BISSCHOP, E.;
COMMANDRE, 2001) (Figura 8).

Figura 8 - Aplicação do equipamento de


lipocavitação no abdômen e a ilustração
da agitação produzida pela onda no tecido
subcutâneo
Fonte: Tatiana Pizani ([2020], on-line)8.

Terapêutica em estética: conceitos e técnicas


Neste livro, você terá acesso a conteúdo sobre os recursos ondulatórios
eletromagnéticos e luminosos.

83
UNICESUMAR

O ultrassom de alta potência é considerado uma lipoaspiração não invasiva para o contorno corporal. O
tratamento é realizado em duas fases na mesma sessão, e o número de sessões depende das necessidades
específicas de cada paciente e da avaliação do profissional. Na primeira fase, ocorre a quebra das células
de gordura. Na segunda fase, os resíduos gerados pela destruição das células de gordura são rapidamente
drenados para o sistema linfático, permitindo assim, sua eliminação e processamento pelo sistema
metabólico natural do corpo (BORGES, 2010; BISSCHOP, G.; BISSCHOP, E.; COMMANDRE, 2001).
Podemos descrever dois mecanismos que auxiliam na redução do tecido adiposo. O primeiro é o
aumento da temperatura local que acarreta na necrose coagulativa dos adipócitos, resultando em uma
resposta de cicatrização em que os macrófagos irão migrar para a região e fagocitar os lipídios e restos
celulares, ocasionando em uma redução do tecido adiposo e do volume local. O segundo, por sua vez,
é a cavitação, gerada por energia mecânica e que causa uma oscilação, crescimento e colapso de bolhas
que levam ao colapso tecidual, por isso, é fundamental a ingestão de bastante água antes e durante o
tratamento. O líquido ingerido aumenta o potencial de implosão do tecido adiposo durante a aplica-
ção do ultrassom, eliminando toxinas que são liberadas pelo organismo por meio das vias normais de
excreção (BORGES, 2010; BISSCHOP, G.; BISSCHOP, E.; COMMANDRE, 2001).
Agora, vamos falar sobre ondas sonoras audíveis e sobre seus benefícios fisiológicos para a saúde,
que possuem objetivos curativos e preventivos. Vamos falar sobre musicoterapia, uma intervenção
que utiliza a música e seus elementos para promoção de aprendizagem, aquisição de novas habilida-
des, a fim de proporcionar melhor qualidade de vida (Figura 9). A musicoterapia pode ser aplicada
como um procedimento preventivo, de reabilitação ou tratamento (FEDERAÇÃO MUNDIAL DE
MUSICOTERAPIA, 1996).
Seus procedimentos e métodos de aplicação variam conforme a linha, abordagem, objetivos de
terapia e necessidades do indivíduo. As experiências musicais utilizadas variam entre audição, re-
criação, improvisação e composição, que podem ser aplicadas em grupo ou individuais. Além disso,
a abordagem pode ocorrer de forma direta ou indireta. Na forma direta, o terapeuta definirá as ati-
vidades da sessão e os momentos dessas atividades. Na forma indireta, o musicoterapeuta aguarda a
iniciativa do paciente para, então, definir suas ações e intervenções (FEDERAÇÃO MUNDIAL DE
MUSICOTERAPIA, 1996).

Musicoterapia e promoção da saúde


Boa leitura em relação à musicoterapia e seus benefícios na qualidade de
vida.

84
UNIDADE 3

As atividades mais utilizadas em musicoterapia incluem cantar, tocar instrumentos musicais, compor,
improvisar com a voz ou com os instrumentos, ouvir música e realizar jogos musicais (FEDERAÇÃO
MUNDIAL DE MUSICOTERAPIA, 1996).
Saindo dos recursos eletro-
termofototerapêuticos que
emitem onda sonora mecâni-
ca, passamos para os recursos
que emitem ondas luminosas,
e neste grupo encontramos os
equipamentos de Laser, Luz
intensa pulsada e LEDs (KA-
MINSKY, 2009).
O Laser ou “light amplifi-
cation by stimulated emission
of radiation” (amplificação de
luz por emissão estimulada de
radiação) trabalha com emis-
são de radiação eletromagnética
não ionizante e pode ser visível
ou invisível (PATRIOTA, 2007;
OGAWA, 2017; OSÓRIO; TO-
Figura 9 - Musicoterapia REZAN, 2002) (Figura 10).

Figura 10 - Aplicação do equipamento de Laser em região de Perna

85
UNICESUMAR

Neste artigo, você terá a oportunidade de ler e se aprofundar na ação do


laser em cicatrização cutânea.

O equipamento de Laser produz luz Monocromática, com coerência espacial e temporal, Colimação
e de Alta intensidade. Essa energia emitida pelo laser possui propriedades físicas que, empregada a
um comprimento de onda específica, interfere nos processos celulares, auxiliando nas ações biofísicas
e bioquímicas das células, ou seja, os tipos de lasers são denominados de acordo com a localização
da cavidade óptica que se encontra à volta do meio, que irá produzir o feixe de luz, determinando o
comprimento de onda (PATRIOTA, 2007; OGAWA, 2017; OSÓRIO; TOREZAN, 2002).
A terapia a laser ganhou muita popularidade no tratamento de lesões pigmentadas da pele e ta-
tuagens, em que ele trabalha com o princípio da fototermólise seletiva, gerando pulsos ultracurtos de
alta energia e potência, com um efeito fotoacústico adicional. Na dermatologia, pode-se classificar os
lasers, de acordo com as suas funções e aplicações clínicas, em: lasers de corte e de vaporização; lasers
vasculares; lasers pigmentares; lasers depilatórios e lasers de rejuvenescimento não ablativo (PATRIO-
TA, 2007; OGAWA, 2017; OSÓRIO; TOREZAN, 2002).
Além disso, atualmente na estética, é utilizado o laser de baixa potência, pois o laser de alta potência
é responsável por causar alterações permanentes ou destruição dos tecidos. Estes procedimentos com
laser de baixa potência utilizam aparelhos conhecidos como lasers de diodo, que são portáteis, pequenos
e de baixa intensidade. Assim, temos um efeito analgésico entre 2 a 4 Joules/cm2, efeito regenerativo
entre 3 a 6 Joules/cm2, efeito circulatório e anti-inflamatório entre 1 a 3 Joules/cm2. O laser de baixa
potência não produz efeito térmico; caso ocorra o aumento da temperatura local, isso será consequência
do aumento do metabolismo celular e da vasodilatação provocada na região. A fototerapia com lasers
de baixa potência produz efeitos não térmicos como efeitos fotoquímicos, fotofísicos e fotobiológicos
(PATRIOTA, 2007; OGAWA, 2017; OSÓRIO; TOREZAN, 2002).
Na estética, temos a atuação do laser infravermelho, de 808 nm, o qual é responsável por aumentar
a circulação, estimular o sistema imunológico, com ação analgésica e anti-inflamatória, aumentar a
permeabilidade da membrana celular, promover a reparação de tecidos ósseos e nervosos e possui ação
fibrinolítica, sendo, portanto, utilizado nos tratamentos estéticos pós-cirúrgicos devido à necessidade
de estimular o sistema imunológico, fazendo o aumento da drenagem linfática, causando diminuição
da dor e da inflamação, regeneração do tecido e diminuição de fibroses; nas cadeias ganglionares, age
promovendo o esvaziamento dos linfonodos; por sua capacidade de aumentar a permeabilidade da
membrana, é utilizado quando se deseja aumentar a penetração de ativos; por sua característica anti-
-inflamatória, é utilizado nos tratamentos de acne e nos quadros de celulite para diminuir fibroses e
edemas (PATRIOTA, 2007; OGAWA, 2017; OSÓRIO; TOREZAN, 2002).

86
UNIDADE 3

O laser vermelho, com comprimento de onda de 660 nm, tam- e pele fototipo IV e V. Como uma
bém pode ser utilizado nos tratamentos estéticos pós-cirúrgicos e das ações do laser é estimular a
acne, além de ser indicado nos tratamentos de revitalização cutânea, proliferação celular, deve-se to-
melhora na divisão celular; melhora da flacidez tissular, em rugas e mar muito cuidado com neopla-
estrias; e prevenção de alopecia (PATRIOTA, 2007; OGAWA, 2017; sias e lesões pré-cancerígenas, a
OSÓRIO; TOREZAN, 2002). fim de se evitar o estímulo a pro-
O laser fracionado de 1550 nm estimula a regeneração do colágeno gressão do tumor (PATRIOTA,
por meio da fototermólise fracionada pelo comprimento de onda, 2007; OGAWA, 2017; OSÓRIO;
enquanto nos lasers de depilação, o mecanismo de ação é a fototer- TOREZAN, 2002).
mólise seletiva pela melanina. Esta é encontrada somente no bulbo Por outro lado, a Luz Inten-
piloso, na fase anágena, e a depilação com o laser será eficaz quando sa Pulsada (Figura 11) funcio-
o laser atingir o bulbo a um determinado parâmetro de potência e se na de maneira diferente dos la-
encontrar em uma temperatura média de 60 °C, o que proporciona sers por ter seus raios liberados
a fototermólise seletiva, tendo a destruição completa do pelo. É ne- de maneira difusa ou não coli-
cessário que o paciente apresente pele clara e pelos escuros, pois na madas. É um equipamento que
fototermólise seletiva há uma grande produção de calor, que pode des- emite luzes de cores variadas
truir a melanina da epiderme e alterar outras células, causando efeitos (policromática), incorporando
contrários, como alteração na pigmentação, queimaduras e cicatrizes o efeito do calor produzido por
(PATRIOTA, 2007; OGAWA, 2017; OSÓRIO; TOREZAN, 2002). flashes. A Luz Intensa Pulsada
As suas contraindicações incluem: neoplasias, tratamento direto permite selecionar vários com-
sobre o olho, tratamento sobre o útero gravídico, tratamento sobre in- primentos de onda e pulsos
fecções, tratamento sobre as gônadas (ovários e testículos), tratamento simples, duplos ou triplos de
sobre áreas fotossensíveis ou fotossensibilizadas da pele, tratamento duração variável (RIBEIRO;
sobre áreas hemorrágicas, áreas com aplicação de toxina botulínica; ZEZELL, 2004).

Figura 11 - Ilustração dos filtros de comprimento de ondas luminosas emitidas pela Luz Intensa Pulsada e sua atuação na pele
Fonte: Layserskin ([2020], on-line)9.

87
UNICESUMAR

Como cada filtro de corte trabalha com uma cor de luz e um comprimento de onda, o equipamento
de Luz Intensa Pulsada propicia ao profissional a oportunidade de realizar diversos tratamentos com
a mesma máquina, ou seja, a luz pulsada realiza a fotodepilação e as fototerapias de acne, mancha e
rejuvenescimento (ALVES; CAMPOS, 2008).
Para cada procedimento deste, temos um procedimento operacional padrão diferente de como
proceder durante o atendimento do paciente e isto depende da marca e modelo do equipamento,
portanto, sempre sigam as orientações dos fabricantes (RIBEIRO; ZEZELL, 2004).
Outro equipamento que emite onda luminosa são os LEDs (Figura 12), ou light emitting diode, que
em português significa diodo emissor de luz. Esse tipo de emissão é diferente dos lasers, pois emitem
energia não coerente. O uso da fototerapia com LED cresceu nas áreas da Estética facial e corporal,
Terapia complementar e na Podologia (RIBEIRO; ZEZELL, 2004).

Parece provável que os efeitos benéficos do LED


são similares àqueles do laser, pois o mecanismo
envolvido é similar, com a absorção da luz pelas
estruturas cromóforas.

Cromóforos são estruturas biológicas que


possuem a capacidade de absorver Luz.
São cromóforos a melanina, a água, a bile
e a hemoglobina
Fonte: adaptado de Kaminsky (2009)

Figura 12 - Aplicação do equipamento de LED em região facial

Os LEDs são dispositivos semicondutores que, quando polarizados adequadamente, emitem luz na
faixa visível ou invisível. Embora tanto os lasers quanto os LEDs produzam luzes monocromáticas,
os LEDs apresentam menor colimação e coerência, resultando, geralmente, em bandas de emissão
mais largas, o que pode ser uma vantagem quando a complementaridade por um fotossensibilizador
é desejada (KAMINSKY, 2009).
Os lasers de baixa potência, por sua vez, têm como finalidade restabelecer o equilíbrio biológico celular
melhorando as condições de vitalidade tecidual, sendo reconhecidos por sua ação analgésica, biomodu-
ladora e anti-inflamatória sobre tecidos duros e moles (OGAWA, 2017; GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2002).

88
UNIDADE 3

Esses efeitos são gerados por efeitos fotoquímicos e fotoelétricos em vez de efeitos térmicos, não
apresentando, dessa forma, efeito antimicrobiano quando utilizados isoladamente. No caso específico
da terapia fotodinâmica, o efeito antimicrobiano pode ser atingido quando uma droga fotossensibi-
lizadora é ativada por uma luz de baixa intensidade (laser ou LED), gerando substâncias que podem
danificar e, em último caso, matar a célula-alvo (ALVES; CAMPOS, 2008).
Em geral, podemos diferenciar seis tipos de LEDs (OGAWA, 2017; GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2002):

• O LED com luz visível azul (400 – 470 nm) a permeabilidade e tonificação cutânea;
possui ação bactericida, oxigenante e ci- combate linhas de expressão, rugas, cica-
catrizante; diminui a produção excessiva trizes e manchas.
de oleosidade e secreção sebácea; auxilia • O LED com luz visível âmbar ou amarela
na oxigenação e na regeneração do tecido; (570 – 590 nm), aumenta o movimento
melhora a hidratação tecidual; tem efeito do sistema linfático; melhora a textura da
clareador, promovendo o clareamento de pele; aumenta a síntese de colágeno e elas-
manchas faciais, olheiras, axilas e virilha. tina, que confere ao rosto uma expressão
• O LED com luz visível verde (470 – 550 nm) saudável; estimula o metabolismo celular;
inibe o estímulo dos melanócitos que provo- melhora quadro de celulite, gordura locali-
cam a hiperpigmentação (manchas); estimula zada e estrias; promove hidratação tecidual
a microcirculação, desobstrui vasos linfáticos e iluminação Facial.
e elimina edemas; é rejuvenescedor atuan- • O LED de Luz violeta (380 – 450 nm) es-
do na síntese de fibroblastos, aumentando a timula a regeneração celular e o aumento
deposição de colágeno tipo I e reduzindo a do metabolismo local; melhora da viscoe-
atividade da colagenase nas papilas dérmicas. lasticidade; acelera a renovação da pele;
• O LED com luz visível vermelha (630 – reduz linhas de expressão e rugas; aumenta
700 nm) apresenta efeito rejuvenescedor o nível de hidratação celular e tecidual; e
e inflamatório, devido a atuar na derme estimula a lipólise.
como ativadora de fibroblastos e células de • O LED de Luz infravermelha (700 –
reorganização e firmeza da pele, apresenta 1200 nm) possui ação anti-inflamatória;
ação bioestimulante e regeneradora, pro- ação analgésica; ativação de fibroblastos,
movendo o rejuvenescimento das células; produzindo colágeno e elastina e aumento
produção de colágeno e elastina; aumenta da permeação de ativos.

Na prática clínica, podemos aplicar os LEDs utilizando os recursos elétricos que são os equipamentos,
máscaras faciais e manta térmica. Desta forma, finalizamos os equipamentos de onda luminosa, e ago-
ra iremos discutir sobre os recursos eletrotermofototerapêuticos que emitem onda eletromagnética.
Entre estes recursos, encontramos a Radiofrequência e o Alta frequência (OGAWA, 2017; GUIRRO,
E.; GUIRRO, R., 2002).

89
UNICESUMAR

Milady laser e luz


Leitura sobre conteúdo de recursos ondulatórios luminosos (Laser, Luz
Intensa Pulsada e LEDs).

O equipamento de radiofre-
quência (Figura 13) é método
não ablativo e não invasivo de
rejuvenescimento tecidual. A
corrente elétrica (produzida
pela Radiofrequência) conse-
gue alcançar os tecidos mais
profundos, gerando energia e
aquecimento (BORGES, 2010;
SILVA; ANDRADE; FACCHI-
Figura 13 - Aplicação do equipamento de radiofrequência em região abdominal
NETTI, 2018).
Enquanto ocorre o aquecimento volumétrico das camadas mais internas da pele, a superfície se man-
tém resfriada e protegida. Aquecidas, as fibras colágenas desnaturam e se contraem, levando à retração
do tecido. Ocorre, portanto, a contração imediata das fibras colágenas, que se retraem, bem como
estímulo à formação de novas fibras (neocolagênese tardia), tornando-as mais eficientes na sustenta-
ção da pele e em protocolos de tratamento de flacidez tissular (BORGES, 2010; SILVA; ANDRADE;
FACCHINETTI, 2018).
De todas as técnicas de aquecimento de tecido biológico, a radiofrequência parecer ser a mais
estabelecida e comprovada clinicamente, com a vantagem de chegar até camadas mais profundas da
pele, visto que até a hipoderme poderá ser afetada. Essa fonte de energia e calor é considerada uma
radiação no espectro eletromagnético compreendida entre 30 KHz e 300 MHz (BORGES, 2010; SILVA;
ANDRADE; FACCHINETTI, 2018).

90
UNIDADE 3

Figura 14 - Alta frequência também pode ser aplicada nos pés

Nos tratamentos estéticos, a radiofrequência tem ação por meio de sua corrente de alta frequência, que
gera calor por conversão, atingindo profundamente as camadas tissulares e promovendo oxigenação,
nutrição e vasodilatação dos tecidos; age desnaturando a fibra do colágeno, tendo como consequência
seu encurtamento, levando à contração do tecido conjuntivo redundante (BORGES, 2010; SILVA;
ANDRADE; FACCHINETTI, 2018).
A aplicação da radiofrequência pode ser realizada com a utilização de aplicadores monopolar, bi-
polar, tripolar, hexapolar, pentapolar ou hectapolar. Ela é indicada para tratamentos da pele em casos
de flacidez e remodelação corporal. Também nos tratamentos pós-lipoaspiração, rugas, cicatrizes,
alopecia (queda excessiva de cabelo), olheiras, adiposidades, estrias, manchas e fibroses. É contraindi-
cado o uso da radiofrequência em indivíduos com transtorno de sensibilidade, marcapasso, grávidas,
sobre glândulas que provoquem o aumento de hormônio, em focos infecciosos, pacientes que estejam
ingerindo vasodilatadores ou anticoagulante, hemofílicos e em estado febril (BORGES, 2010).
Para a aplicação prática, em seu procedimento operacional padrão (POP), precisamos respeitar a tem-
peratura que será utilizada e que dependerá do caso clínico (temperaturas baixas como 36 ºC a 38 ºC são
utilizadas para amolecimento de tecido, queloide e fibrose, enquanto as temperaturas altas como 39 ºC a
41 ºC são utilizadas para contrair o tecido, para FEG grau I e II, cicatriz, flacidez, rugas, estrias e gordura
localizada, podendo chegar, em alguns modelos de equipamentos, a uma temperatura de 42 ºC). O tempo
de permanência do aquecimento será determinado pela região e pelo tamanho do quadrante que será
trabalhado, mas podemos utilizar um tempo de permanecia de aquecimento em facial de três minutos e
em corporal de três a sete minutos por quadrante. Casos em que nosso objetivo seja a lipólise, poderemos
sustentar este aquecimento durante dez ou quinze minutos, sempre controlando esta temperatura pelo
termômetro e respeitando o limar de sensibilidade da cliente (BORGES, 2015).

91
UNICESUMAR

Dentre os tipos de radiofrequência que encontramos no mercado, atualmente temos a radiofre-


quência fraccionada que emite corrente alternada de alta frequência, gerando um campo magnético
que é liberado na ponta do eletrodo acoplado ao aparelho, o que explica efeito muito semelhante ao
laser de CO2. Trata-se, portanto, de um processo de corte e/ou coagulação, por meio da energia térmica
da radiofrequência (SILVA; ANDRADE; FACCHINETTI, 2018) (Figura 15).

Figura 15 - Demonstração de uma aplicação de Radiofrequência fracionada em região facial


Fonte: Spazio Perfetto ([2020], on-line)10.

O tipo de ponteira usada durante a aplicação da radiofrequência fracionada vai determinar a concen-
tração de energia em um ponto; então, quanto menor a área de contato (ponta do eletrodo), maior o
poder de ablação ou evaporação (SILVA; ANDRADE; FACCHINETTI, 2018).
Os primeiros relatos, com sucesso, do uso da radiofrequência ablativa não fracionada para rejuve-
nescimento foram para resurfacing da pálpebra inferior, porém é um procedimento que depende do
operador e provocaram complicações por excesso de efeito termal (SILVA; ANDRADE; FACCHI-
NETTI, 2018).
A radiofrequência fracionada constitui mais uma possibilidade para o tratamento do envelhecimento
cutâneo. É procedimento que emite ondas que alcançam as camadas mais profundas da pele, gerando
sobre elas energia e forte calor, porém mantendo a superfície resfriada e protegida. Pudemos observar
que o procedimento consegue atingir a profundidade de 100 micras, ou seja, atinge derme papilar,
em que causa ablação e coagulação de proteínas ao redor pelo dano térmico residual. Isso tanto leva
à contração das fibras colágenas existentes quanto estimula a formação de novas fibras, tornando-as
mais eficientes na sustentação da pele (SILVA; ANDRADE; FACCHINETTI, 2018).
O equipamento de alta frequência (Figura 16) já é um gerador de alta frequência, é um recurso
que vem sendo utilizado na área da saúde como auxílio no tratamento de lesões cutâneas. Apresenta
efeito cicatrizante, térmico, analgésico, bactericida, germicida, fungicida e anti-inflamatório, os quais

92
UNIDADE 3

são importantes para o tratamento de lesões da pele. Demonstra,


também, ação bactericida e antisséptica, sendo utilizado em lesões
dermatológicas infectadas por bactérias e fungos (BORGES, 2006;
GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2002).
O gerador produz correntes alternadas que po-
dem trabalhar com frequência entre 100.000 e
200.000 Hz e intensidade na ordem de 100 mA.
Além disso, o aparelho possui diferentes tipos
de eletrodos de vidro, com gás ou ar rarefeito
em seu interior que determinam a fluorescên-
cia (Figura 16). A função do gás é conduzir o
fluxo da corrente, enquanto a fluorescência é
causada pela passagem da corrente que ioniza
as moléculas do gás (BORGES, 2006; GUIR-
RO, E.; GUIRRO, R., 2002).
Em decorrência desse processo e da pas-
sagem de ondas eletromagnéticas pelo ar, há
a formação de ozônio (O3) na superfície do
eletrodo. O Ozônio estimula a produção de Figura 16 - Equipamento de Alta Frequência portátil
Fonte: Americanas ([2020], on-line)11.
citocinas, ativa os linfócitos T, melhora a oxige-
nação e o metabolismo celular por meio da vasodilatação e produz um aumento da resposta enzimática
antioxidativa, contribuindo de forma efetiva no tratamento de lesões cutâneas causadas por diferentes
microrganismos, por isso é indicado para profissionais da área da estética e também da podologia
(ELVIS; ELTA, 2011; VAL et al., 2003; VALADARES, 2018).

Figura 17 - Ilustração dos tipos de eletrodos do equipamento de Alta Frequência


Fonte: De corpo e alma (2016, on-line)12.

93
UNICESUMAR

Sabe-se que durante o uso do gerador de alta frequência existe a formação de gás ozônio na superfície
de seu eletrodo, podendo ser utilizado em diversos tratamentos, como em disfunções da coluna, na
prevenção de complicações pós-operatórias, no estímulo do reparo tecidual, indicada para desinfecção
pós-extração, acne inflamada, desinfecção do couro cabeludo em caso de seborreia, pós-depilação,
protocolos de hidratação, psoríase, permeação de ativos, onicomicoses, onicocriptose, micoses de pele
e unha (ELVIS; ELTA, 2011; VAL et al., 2003; VALADARES, 2018).
Para sua utilização prática, podemos utilizá-lo na pele por um tempo entre cinco a quinze minu-
tos; devemos proceder a escolha do melhor eletrodo para a região e caso a ser tratado e colocar uma
intensidade de acordo com sensibilidade da paciente (BORGES, 2006).
Aproveitando a discussão sobre o equipamento de alta frequência e a ação do gás ozônio no tecido
biológico, vamos falar um pouquinho sobre Ozonioterapia, que começou a ser utilizada na Alema-
nha e na União Soviética na Primeira Guerra Mundial, dissipando-se pela Europa, China e América,
porém apenas na Rússia, Cuba, Espanha e Itália a técnica é legalizada (ELVIS; ELTA, 2011; VAL et al.,
2003; VALADARES, 2018).
A ozonioterapia muitas vezes é comparada com a utilização da câmara hiperbárica de oxigênio,
entretanto, a aplicação do gás ozônio é mais eficiente, prática, de baixo custo, do que a câmara hiperbá-
rica. A ozonioterapia é uma mistura gasosa de cerca de 95% de oxigênio e não mais que 5% de ozônio
(ELVIS; ELTA, 2011; VAL et al., 2003; VALADARES, 2018).

Ozone: A New Medical Drug


Leitura sobre ozonioterapia, o livro esclarece que as bases biológicas da
terapia de ozônio são totalmente em linha com a bioquímica clássica, fisio-
lógica e conhecimento farmacológico.

Esta terapia promove a cicatrização, aumento da capacidade bactericida dos neutrófilos, efeito tóxico
sobre microrganismos, vasoconstrição arteriolar com consequente redução do edema, diminuição da
lesão por isquemia e reperfusão, diminuição do tempo de consolidação de fraturas. Ocorre a estimu-
lação da angiogênese, bem como a formação de colágeno, melhorando o processo de reparação óssea
(ELVIS; ELTA, 2011; VAL et al., 2003; VALADARES, 2018).
Há três possíveis mecanismos de ação que justificam a utilização da ozonioterapia. O primeiro me-
canismo está relacionado à inativação de microrganismos (nas bactérias há interrupção da integridade
do envelope celular por meio da oxidação dos fosfolipídios e lipoproteínas; nos fungos, o ozônio inibe
o crescimento celular; e nos vírus, o ozônio lesiona o capsídeo viral e perturba o ciclo reprodutivo ao
interromper o contato vírus-célula). O segundo mecanismo está ligado ao estímulo do metabolismo
do oxigênio. A terapia com ozônio provoca um aumento na taxa de glicólise dos glóbulos vermelhos,
elevando a estimulação do 2,3-difosfoglicerato, o que leva a um aumento na quantidade de oxigênio

94
UNIDADE 3

liberado para os tecidos. Ocorre uma estimulação da produção de enzimas que atuam como seques-
trantes de radicais livres e protetores da parede celular, e de vasodilatadores, como a prostaciclina. O
terceiro mecanismo está ligado à ativação do sistema imunológico, em que o ozônio administrado em
concentrações entre 30 e 55 µg/mL aumenta a produção de interferon e diminui o fator de necrose
tumoral e de interleucina-2, diminuindo a intensidade das reações imunológicas subsequentes (ELVIS;
ELTA, 2011; VAL et al., 2003; VALADARES, 2018).

Neste material, você terá a oportunidade de conhecer as práticas inte-


grativas e complementares, incluindo a ozonioterapia.

Na prática clínica, para ter segurança quando se trabalha com o ozônio, deve-se usar um gerador de
ozônio preciso e equipado com um fotômetro padronizado que permite determinar a concentração
de ozônio em tempo real e coletar um volume preciso de gás com uma concentração definida de
ozônio, pois a dose total é calculada multiplicando a concentração de ozônio com o volume de gás
(BORGES, 2006).
Com isso, finalizamos a gama de equipamentos elétricos ou recursos eletrotermofototerapêuticos
que trabalham com emissão de energia ondulatória e suas indicações clínicas, bem como seus efeitos
fisiológicos e terapêuticos (BORGES, 2006).
Espero que, desta forma, você tenha condições profissionais de escolher mais um tipo de energia
e mais opções de equipamentos para serem utilizados em seus protocolos de tratamento e garantir
resultados mais eficientes, individualizados e rápidos.

95
UNICESUMAR

Diante de todo esse conteúdo apresentado e deste leque de equipamentos ondulatórios indicados para
sua profissão, gostaria de convidar você para exercitar as indicações e efeitos dos equipamentos. Vou
listar abaixo alguns procedimentos clínicos e gostaria que você listasse os recursos indicados para cada
um desse procedimentos. Para que você consiga realizar esta atividade, utilize a conceitualização acima
para te ajudar a encontrar o melhor equipamento.

Procedimento 1
Lipólise
Recursos indicados:

Procedimento 2
Rejuvenescimento
Recursos indicados:

Procedimento 3
Controle microbiológico
Recursos indicados:

Procedimento 4
Cicatrização
Recursos indicados:

Procedimento 5
Depilação
Recursos indicados:

Procedimento 6
Relaxamento muscular
Recursos indicados:

Procedimento 7
Busca por qualidade de vida
Recursos indicados:

96
UNIDADE 3

Agora volte no início desta unidade e liste os recursos ondulatórios mais indicados para nossa pa-
ciente em questão, lembrando que ela apresenta gordura localizada em abdômen e flancos, ansiedade,
dificuldade de dormir, dor na região lombar e onicomicoses de repetições. Justifique sua escolha.

Equipamentos indicados para este caso:

97
Finalizamos o tema recursos ondulatórios, no qual trabalhamos os equipamentos ondu-
latórios: mecânicos, sonoros, eletromagnéticos e luminosos. Para assimilar o conteúdo,
chegou o momento de você esquematiza-lo em forma de mapa mental. Preencha cada
um dos conceitos a seguir com as respectivas explicações, em textos sintéticos, usando
ícones para ilustrar.
MAPA MENTAL

MECÂNICOS

RECURSOS
ONDAS ONDULATÓRIOS

LUMINOSOS

98
1. Sobre a definição de Plataforma Vibratória e os tipos de treinamento com vibração, assinale a
alternativa correta.
a) O estímulo vibratório é aplicado diretamente nas mãos, sendo assim transmitido aos músculos.
b) A fonte de aplicação da vibração é diretamente usada no tendão do músculo alvo.
c) O treinamento com vibração se trata de uma estimulação interna que induz oscilações mecânicas.
d) A Plataforma Vibratória gera vibrações mecânicas que são transmitidas e propagadas no corpo
em forma de energia.
e) A Plataforma Vibratória é contraindicada em casos de osteopenia.

AGORA É COM VOCÊ


2. A terapia por radiofrequência não ablativa utiliza corrente elétrica em média intensidade, cuja
potência empregada tem a finalidade de elevar a temperatura tecidual a níveis que possam
favorecer respostas fisiológicas perfeitamente controláveis. Sobre a base terapêutica da radio-
frequência, marque a alternativa correta.
a) A conversão da energia eletromagnética em efeito térmico deverá ser controlada conforme rea-
ções nos diferentes tecidos e, logicamente, com base nos objetivos traçados pelo profissional.
b) A diminuição da síntese proteica celular ao catabolismo periférico deve ser observada em caso
de estresse excessivo.
c) Uma radiação ionizante não produz alteração na estrutura molecular, sendo a água a principal
responsável pela transformação térmica da energia.
d) A indução de poros temporais em bactérias, protoplastos ou tecidos intactos mediante a apli-
cação de impulsos elétricos capazes de modificar o potencial elétrico transmembranar, permite
que esta aumente até 400% sua permeabilidade.
e) O aquecimento superficial da derme ocorre pela polarização das ondas eletromagnéticas quando
é absorvida pela pele.

3. O ultrassom é um recurso eletroterápico que transforma a energia mecânica, gerada pelas


ondas sonoras, em energia térmica e no efeito chamado micromassageamento tecidual. Assi-
nale a alternativa que corresponde às características do transdutor do aparelho de ultrassom.
Descreva o que é efeito piezoeléctrico, presente em todos recursos eletrotermofototerapêuticos
que emitem ultrassom.

4. Sobre os efeitos terapêuticos do Laser de baixa potência, marque verdadeiro (V) ou falso (F):
( ) Ação sobre o sistema linfático e inibição na produção de ATP.
( ) Anti-inflamatório e cicatrizante.
( ) Sem ação sobre o sistema circulatório e cicatrizante.
( ) Estimula a síntese de ATP e ação sobre sistema imune.

99
Assinale a alternativa CORRETA.
a) V, V, F, F.
b) V, F, F, V.
c) F, V, F, V.
d) V, V, V, V.
AGORA É COM VOCÊ

e) Nenhuma das alternativas é verdadeira.

5. A invenção do LED azul, que permite a geração de outras cores para compor a luz branca, permitiu
a construção de lâmpadas energeticamente mais eficientes e mais duráveis do que as incandes-
centes e fluorescentes. Em um experimento de laboratório, pretende-se associar duas pilhas em
série para acender um LED azul que requer 3,6 volts para o seu funcionamento. Detalhe os tipos
de LEDs que podem ser aplicados em tratamentos clínicos.

6. O ultrassom produz 3 tipos de efeitos: térmico, químico e mecânico. O efeito térmico provoca
aumento da vascularização do tecido e melhora da oxigenação local. O efeito químico provoca
produção de colágeno e de fibras elásticas melhorando a firmeza da pele. O efeito mecânico
promove micromassageamento tecidual. ANALISE as afirmativas e ASSINALE a que descreve os
efeitos NÃO térmicos produzidos pelo ultrassom.
a) Cavitação, correntes acústicas e ondas estacionárias.
b) Cavitação, correntes acústicas e produção de vitamina D.
c) Cavitação, ondas estacionárias e queratite.
d) Correntes acústicas, ondas estacionárias e produção de vitamina D.
e) Correntes acústicas, produção de vitamina D e eritema.

7. São bons exemplos de ondas mecânicas:


a) Calor, corrente elétrica, infravermelho.
b) Ultrassom, raios X, infravermelho.
c) Som, vibrações, terremotos, ultrassom.
d) Ultrassom, laser, campo magnético.
e) Equipamento de LED; megafone; radiofrequência fraccionada.

100
1. D. A vibração será transmitida para o organismo através da plataforma, o local de aplicação da vibração
é direta e indiretamente nos tecidos alvos, além disso, a fonte de aplicação da vibração é indireta (nos
pés), sendo, dessa forma, transmitida aos músculos. O treinamento é caracterizado por uma estimulação
externa que induz uma vibração de oscilação a um sujeito que está em uma plataforma de vibração, ou
seja, são oscilações mecânicas em torno de uma posição ou ponto de referência.

2. A. A radiofrequência produz energia térmica pela vibração tecidual ocasionada pela onda eletromagnética
e este aquecimento é controlado e dependerá do caso e do tecido alvo.

3. O efeito piezoeléctrico é fundamental para o desenvolvimento das ondas ultrassônicas e consiste na


capacidade de alguns cristais gerarem corrente elétrica por resposta a uma pressão mecânica. As ondas
ultrassônicas são geradas por transdutores ultrassônicos que é um dispositivo que converte um tipo de

CONFIRA SUAS RESPOSTAS


energia em outro.

4. C. O laser de baixa frequência possui função e efeito sobre a estimulação do sistema linfático e circulatório,
estimula a produção de ATP celular auxiliando na reparação tecidual; é anti-inflamatório e cicatrizante e
possui ação sobre o sistema imune.

5. Temos para aplicação clínica a opção de trabalhar com o LED Azul (possui ação bactericida); o LED Âmbar
(estimula a síntese e remodelamento de colágeno); o LED Vermelho (atua na microcirculação) e o LED
Infravermelho (promove alteração na permeabilidade da membrana celular, aumentando a absorção de
cosméticos e fármacos).

6. A. Os efeitos não térmicos do ultrassom seriam o efeito mecânico, micromassageamento tecidual, formação
de cavitação e ondas estacionárias.

7. C. O calor é uma energia térmica; o infravermelho e o laser são energia luminosa, a corrente elétrica não
é onda e sim movimento ordenado de elétrons; e o restante seria onda mecânica e sonora.

101
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103
MEU ESPAÇO

104
4 Recursos Térmicos
Me. Priscilla Hellen Martinez Blanco Kashiwakura

OPORTUNIDADES
DE
APRENDIZAGEM

Olá, aluno(a), chegamos a nossa última unidade de Recursos Eletroter-


mofototerapêuticos aplicados às áreas de Estética e cosmética, Podologia
e Terapias integrativas e Complementares. Aqui, vamos abordar sobre a
termodinâmica aplicada à saúde, sobre os efeitos terapêuticos do uso do
calor e do frio, discutiremos sobre os recursos que emitem calor e frio,
trabalharemos seu conceito teórico, efeitos fisiológicos e terapêuticos, indi-
cações clínicas e suas contraindicações, iremos trabalhar os procedimentos
operacionais padrões (POP) prático de cada equipamento, falaremos sobre
termo diagnóstico com termotegrafia e ressaltamos algumas inovações
tecnológicas na área da saúde.
UNICESUMAR

Atualmente, encontramos nas áreas da Estética e Cosmética, Podologia e Terapias integrativas e Comple-
mentares um leque de modelos de equipamentos térmicos que podem ser utilizados na prática clínica.
Na unidade anterior, aprendemos um pouco sobre os equipamentos elétricos que emitem ondas para
o tecido biológico a fim de produzir algum efeito fisiológico e terapêutico. Agora, iremos aprofundar
nosso conhecimento sobre os recursos térmicos que trabalham com emissão de calor ou frio ao tecido
biológico, para fins terapêuticos, e você poderá observar que a variedade é imensa, tanto quanto os
outros recursos que você já aprendeu.
Vamos analisar nossa situação clínica e decidirmos juntos quais recursos térmicos utilizar. Você
gostaria de aprender a fazer isso? Então, leia atentamente ao caso a seguir:

Mulher, 47 anos, com queixa estética de gordura localizada em abdômen


e flancos, com ansiedade, tensão pré-menstrual intensa, sono não res-
taurador, além disso, relata dor em região lombar até a região do pé, onde
relata pé de atleta e fasceíte plantar. Já fez uso de várias medicações e
tratamentos para melhora de seus sintomas, mas não obteve resposta
significativa. Buscou seu atendimento, pois ouviu de uma conhecida
que você sabe utilizar bem os recursos e que não mede esforços para
realizar um atendimento globalizado de seus pacientes.

Agora que você já sabe quais são as queixas e como está a saúde de sua cliente, você consegue pensar
nos recursos disponíveis e listar os equipamentos térmicos mais utilizados em sua profissão? Você
saberia dizer quais seriam os efeitos do calor e do frio para esse caso clínico?
No caso clínico descrito, você pode observar que a paciente buscou e necessita de ajuda, ela se
queixou de gordura localizada, ansiedade, sintomas de tensão pré-menstrual, alterações de sono que
acarreta cansaço, dores na lombar e dor em região do pé, ocasionadas pelas alterações de pé de atleta
e da fasceíte plantar. Os recursos elétricos que trabalham com efeitos térmicos são um tipo de mo-
dalidade terapêutica, na qual são utilizados agentes térmicos com objetivo de prevenção e cura, pela
diminuição ou aumento da temperatura tecidual e/ou corporal.
A termoterapia com aplicação de calor aumenta o suprimento sanguíneo, acelera o metabolismo,
reduz a resistência dos tecidos e promove analgesia. Esta forma de terapia pode ser aplicada de forma
superficial ou profunda. Por outro lado, a crioterapia é definida como a aplicação terapêutica de frio
que resulta em remoção de calor corporal, reduzindo, assim, a temperatura dos tecidos, diminuindo o
metabolismo e a circulação e promovendo analgesia (BORGES, 2010; AGNE, 2004).
Dentro da eletroterapia térmica, utilizada na área da Estética e Cosmética, da Podologia e da Tera-
pia Integrativa e complementar, existem diversos recursos, por exemplo: equipamentos que emitem
calor (vapor de ozônio, manta térmica, máscara térmica e a eletroterapia geral que conversamos nas
unidades anteriores); equipamentos que emitem frio (criofrequência, criolipólise, além das compressas
frias); e temos equipamentos de termo diagnóstico (termografia) (BORGES, 2010; PEREZ; OLIVEIRA;
SOUZA, 2014).

106
UNIDADE 4

Nesta unidade, conversaremos sobre cada um deles, para que você se sinta mais seguro na escolha
de qual recurso utilizar e em quais situações clínicas.

Quero chamar tua atenção e te convidar, agora, para experimentar as


características de uma energia térmica. Costumo dizer que só sabemos
orientar nossos clientes se soubermos sobre o que estamos falando,
e nada melhor do que poder experimentar na própria pele os efeitos
do calor e do frio para que você tenha vivência para explicar o que sua
cliente irá sentir quando você optar por utilizar o calor ou o frio em seus
protocolos terapêuticos.
Para esta experiência, você irá precisar:

Duas bolsas A outra você irá gelar no con-


térmicas. gelador - congelada.

Uma bolsa você irá aquecer no micro- Você irá colocar uma bolsa em
-ondas ou em água quente, conforme uma mão e a outra bolsa em sua
as orientações do fabricante. outra mão e aguardar uns minutos.

Preste atenção em suas sensações frente às duas bolsas térmicas, quais reações elas te proporcionam,
quais sensações você sente frente ao calor e frente ao frio e descreva todas essas observações.
Elas serão importantes para que você entenda sobre os efeitos que as temperaturas produzem
no tecido biológico.
Imagino que durante a experimentação você tenha vivido algumas sensações, por isso, utilize o
espaço do Diário a Bordo para responder às seguintes perguntas:
1. Qual bolsa você sentiu primeiro?
2. Qual delas você precisou retirar primeiro?
3. Qual delas foi mais confortável e passou uma sensação gostosa de bem-estar?

107
DIÁRIO DE BORDO UNICESUMAR

Provavelmente, você sentiu primeiro a bolsa de água rapêuticos do calor e do frio. A partir do momen-
fria, pois na pele temos mais receptores cutâneos to em que sabemos como a temperatura age em
térmicos para frio do que calor, então rapidamente nosso organismo, temos condições profissionais
reconhecemos temperaturas mais frias e abaixo de de escolher a melhor opção para nosso cliente
nossa temperatura corporal. Dessa forma, os recur- (PEREZ; OLIVEIRA; SOUZA, 2014).
sos frios são menos confortáveis e geram uma sensa- Nesta unidade, estamos discutindo em cima
ção de alerta (SALGADO, 1999; GUYTON, 1996). de uma situação clínica em que a cliente em
Por outro lado, a bolsa de água quente é mais questão apresenta gordura localizada generali-
confortável e gera sensações de relaxamento, pois zada em abdômen, ansiedade, sintomas de tensão
conseguimos permanecer por mais tempo com pré-menstrual, alterações de sono que acarreta
temperaturas mais elevadas no tecido, por ter- cansaço, dores na lombar e dor em região do pé,
mos na pele menos receptores cutâneos térmicos ocasionadas pelas alterações de pé de atleta e da
para calor. Isto também justifica o fato de termos fasceíte plantar. Será que, neste caso em especí-
muito mais recursos de calor do que frio para fico, poderíamos utilizar uma fonte de calor ou
nossa utilização profissional (SALGADO, 1999; uma fonte de frio em seu tratamento? A resposta
GUYTON, 1996). é sim! Podemos escolher recursos térmicos para
A termoterapia tem muito o que nos oferecer este caso e eu tenho enorme prazer em te orientar
quando conhecemos os efeitos fisiológicos e te- nesta escolha e neste conhecimento.

108
UNIDADE 4

Primeiramente, precisamos entender o que é termodinâmica e seu papel na área da saúde. A termo-
dinâmica é uma área da física que estuda os efeitos da temperatura e estuda como um sistema troca
energia por meio da transferência de trabalho e/ou de calor. Portanto, nesta área, estudaremos como
o calor e o frio age no tecido biológico e como eles produzem energia quando são absorvidos pelos
tecidos (AGNE, 2004; GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2004).

Nesta obra, você terá a oportunidade de entender como funciona a


termodinâmica, você poderá estudar sobre os efeitos térmicos do
calor e do frio e como ocorre a transferência de temperatura para
o organismo ou outro tipo de material.

A termoterapia consiste na aplicação de calor corporal para fins terapêuticos e a crioterapia,ao contrá-
rio da técnica anterior, é a aplicação do frio para tratamentos. Estas temperaturas podem gerar várias
mudanças teciduais e alterações metabólicas que resultarão em efeitos locais e sistêmicos no organismo
e isso gerará os resultados aguardados por nós (AGNE, 2004; GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2004).
O calor é capaz de gerar no tecido biológico: o aumento da temperatura local; expansão dos tecidos;
redução da viscosidade dos fluídos; promove a extensibilidade do colágeno; aumento do metabolismo; rela-
xamento muscular; aumento da atividade das glândulas sudoríparas; desintoxicação; aumento do consumo
de oxigênio; aumento da permeabilidade celular; alívio do quadro de dor; aumento do fluxo sanguíneo local;
vasodilatação local – hiperemia; reparo dos tecidos; redução da rigidez articular; melhora do retorno venoso
e linfático; e favorece a defesa e imunidade (AGNE, 2004; GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2004).
Por outro lado, o frio é capaz de gerar no tecido biológico: a vasoconstrição – redução do fluxo
sanguíneo; compressão dos tecidos e da matéria; diminuição da permeabilidade e metabolismo celular;
prevenção ou redução de edema; redução condução nervosa (sensorial e motora); analgesia e redução
espasmo muscular (BARREIRA; CAMARGO, 2003).
A transferência de energia térmica para o organismo humano pode acontecer por meio da condu-
ção, que é quando a energia térmica é transferida por contato direto entre superfícies com diferentes
temperaturas, por exemplo: banho de parafina, bolsa de água quente e compressas. Pode ser transfe-
rida por convecção, em que a energia é transferida por meio da circulação de líquidos e gases, como
exemplo a hidroterapia, banhos terapêuticos, vapor de ozônio, pela conversão, que é a transformação
de energia mecânica ou eletromagnética em energia térmica (é o que ocorre nos equipamentos), e
pela radiação, que é a transferência de energia por meio através da radiação eletromagnética de um
equipamento (BORGES; SCORZA, 2017).
Além da forma de transferência de temperatura, poderemos trabalhar com aquecimento ou res-
friamento tecidual superficial ou profundo e essa diferença depende da potência do equipamento, do
tempo de exposição à temperatura e a forma de transferência (BORGES, 2010; LOW; REED, 2001).

109
UNICESUMAR

O calor superficial é muito utilizado, por ser ser estimulados. Acima de 30 °C, os receptores de
mais seguro, de fácil aplicação e com menor custo calor começam a ser estimulados, porém se con-
financeiro, porque pode ser aplicado por meio tinuarmos a elevar a temperatura, quando chegar
de bolsa de água quente, bolsa térmica elétrica, em torno de 45 °C, as fibras de dor começam a ser
compressas úmidas, manta térmica, entre outros. estimuladas pelo calor. Esta estimulação sensorial
Seus efeitos podem ser menores do que o calor das fibras de dor é um mecanismo protetor frente
profundo, porém apresenta a grande vantagem à temperatura experimentada (GUYTON, 1996).
de poder ser indicado para realização em domi- No sistema nervoso central, o hipotálamo será
cílio pelo paciente (AGNE, 2004; GUIRRO, E.; o responsável pela regulação da temperatura cor-
GUIRRO, R., 2004). poral, funcionando como o termostato fisiológico.
O ser humano é capaz de perceber diversos Os mecanismos de feedback que regulam a tem-
estímulos mediante seu sistema sensorial. Os es- peratura do corpo operam por meio dos centros
tímulos externos são captados pelos receptores termorreguladores localizados no diencéfalo, mais
cutâneos e conduzidos ao sistema nervoso central, precisamente no hipotálamo. O corpo humano
o qual informa ao córtex sensitivo as sensações tem característica homeotérmica, ou seja, ele deve
provenientes do interior de seu corpo, como tam- manter sua temperatura interna relativamente
bém do exterior. Na termoterapia, basicamente os constante e dentro de certos limites fisiológicos,
receptores envolvidos são os receptores de frio, que gira em torno de 36 °C e 37 °C, tudo isso para
calor e dor (AGNE 2004; GUIRRO, E.; GUIRRO, garantir o perfeito funcionamento dos órgãos e
R., 2004). estrutura corporal como um todo. Quando ocorre
Se estivermos trabalhando com a temperatura um aumento excessivo dessa temperatura, seja
de frio local muito intenso (0 – 5 °C), apenas as ele provocado ou próprio do ambiente, o orga-
fibras de dor serão estimuladas, ou até mesmo nismo, por meio do sistema termostático natural,
essas não serão estimuladas. À medida que a tem- vai reagir desencadeando processos ativados pelo
peratura aumenta (10 – 15 °C), os impulsos da cérebro em busca do equilíbrio térmico, ou seja, a
dor cessam e os receptores de frio começam a termorregulação (GUYTON, 1996).

Nesta obra, você terá oportunidade de aprofundar seu conheci-


mento sobre os recursos térmicos e equipamentos como a manta
térmica, o vapor de ozônio, a radiofrequência e a criofrequência.

110
UNIDADE 4

Vários recursos térmicos são utilizados na área O ozônio deste equipamento é liberado por
da Estética e Cosmética, da Podologia e da Te- uma “faísca elétrica” de baixa corrente que é dis-
rapia Integrativa e complementar, e agora nós parada no vapor gerado pela ebulição da água
vamos conhecer um pouco mais sobre cada um dentro do tanque, permitindo ao usuário esco-
desses recursos. Vamos começar pelos recursos lher vapor com ozônio (calor mais ação do gás
que emitem calor para o tecido biológico (vapor de ozônio) ou somente vapor (calor) (BORGES,
de ozônio, manta térmica, máscara térmica e a 2010) (Figura 1).
eletroterapia geral que conversamos nas unida- O vapor se obtém quando a água contida no
des anteriores), em seguida falaremos sobre os depósito (tanque) alcança o ponto de ebulição.
equipamentos que emitem frio (criofrequência, Esse vapor em contato com a pele provoca uma
criolipólise, além das compressas frias) e, por final, sudorese que facilita a eliminação de toxinas, hi-
conversaremos sobre o equipamento de termo dratação e emoliência da capa córnea, facilitando
diagnóstico (termografia). Vamos lá! (BORGES, a extração de comedões e a penetração de produ-
2010; PEREZ; OLIVEIRA; SOUZA, 2014). tos (BORGES, 2010).
O vapor de ozônio é um equipamento desti- Por sua vez, a ozonioterapia é uma metodolo-
nado a produzir nutrição, hidratação e limpeza da gia que utiliza o gás ozônio para fins terapêuticos.
pele. Ele realiza a evaporação da água por meio de Ela vem sendo difundida amplamente a várias
uma resistência calefatora responsável pela ebulição áreas medicinais por sua administração de baixo
da água. Conforme vimos na Unidade 3, a ozonio- custo de investimento e manutenção, além de seu
terapia iniciou na Primeira Guerra Mundial e vem fácil manuseio e aplicação. O ozônio é uma subs-
sendo difundida na área da saúde como um recurso tância instável que se decompõe rapidamente em
de controle microbiológico e como estimulador oxigênio molecular (O2) e em oxigênio atômico
das atividades celulares biológicas; dentro destes (O) - (O3 = O2 + O) e suas principais proprieda-
recursos, o vapor de ozônio é um dos equipamentos des são a ação bactericida, fungicida e germicida
ligados a este tipo de terapia (BORGES, 2010). (BORGES, 2010).

Figura 1 - Aplicação do equipamento de


vapor de ozônio em região podal

111
UNICESUMAR

As indicações do vapor de
ozônio incluem a desintoxica-
ção e a limpeza da pele, sendo o
ozônio o maior responsável por
tal assepsia, bactericida e fun-
gicida, realiza a hidratação e a
reparação tecidual. Ele melhora
a nutrição tecidual, emoliência
da pele, também é coadjuvante
e eficaz para tratamentos esté-
ticos, pois estimula a circulação
pelo aumento da oxigenação
tissular e celular, gerando uma
vasodilatação e hiperemia. O
vapor de ozônio pode ser em-
pregado em qualquer região
do corpo, face ou cabelo, basta
direcionar a vaporização para
o local desejado (GUIRRO, E.;
Figura 2 - Aplicação do equipamento de vapor de ozônio em região facial GUIRRO, R., 2004).

No entanto, ele é contraindicado para processos inflamatórios e infecciosos, feridas na pele, alergias,
rosácea, tumores e câncer e no caso de pacientes com alterações da sensibilidade cutânea (GUIRRO,
E.; GUIRRO, R., 2004).
Para sua utilização, basta encher o reservatório do equipamento até o nível ideal de água, ligar para
que a água ferva e, quando estiver começando a vaporização da água, ligar a função de ozônio do
aparelho e direcionar para a região a ser tratada, utilizando um tempo de aplicação entre dez a trinta
minutos, respeitando uma distância entre o aparelho e a pele de, aproximadamente, 40 centímetros.
Além disso, pode-se optar por utilizar este recurso associado à aromaterapia com algodão embebido
com óleo essencial (GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2004).
Outro recurso térmico bastante utilizado é a manta térmica corporal (Figura 3) e a máscara
térmica facial (Figura 4). Estes recursos são responsáveis por conduzir calor ao tecido biológico por
condução, ou seja, por meio do contato (GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2004).

112
UNIDADE 4

A manta térmica é considera-


da, atualmente, como o método
mais eficaz não invasivo para cor-
reção da hipotermia corporal e é
muito utilizada na área da saúde
em geral. Ela é capaz de aumen-
tar a temperatura corporal. Deve
ser utilizada em variável de 38º
a 40º e, se utilizada previamente
por 30 minutos ao procedimento,
essa recuperação da temperatura
pode cair para 30 minutos. Con-
tudo, o uso da manta acima de
42 ºC pode acarretar desconforto
e sudorese aos pacientes (GUIR-
Figura 3 - Aplicação de manta térmica corporal
RO, E.; GUIRRO, R., 2004).
A reação local ao calor vai provocar aumento na liberação de substâncias produzidas pelo hipotálamo,
pequena região do cérebro que liga o sistema nervoso ao endócrino e que tem como uma de suas funções
a adequação dos processos metabólicos, entre eles a homeostase, que busca a regulação da temperatura
corporal. Os primeiros e principais mecanismos de termorregulação, que são a liberação da acetilcolina e
a sudorese, ocorrem a partir desse alerta emitido pelo hipotálamo. Além disso, tanto a produção do suor,
secreção eliminada pelas glândulas sudoríparas que fazem parte da derme e são constituídas por cloreto
de sódio e ureia em solução, quanto a liberação da acetilcolina são também maneiras encontradas pelo
organismo para eliminar toxinas, consideradas substâncias de origem biológica e que
podem provocar danos à saúde (GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2004; GUYTON, 1996).
Entretanto, como o aquecimento externo da superfície é mantido pelo uso da
manta térmica, o corpo será obrigado a procurar uma ou-
tra forma para restabelecer o equilíbrio térmico com
o seu interior. Como não consegue baixar a tem-
peratura vinda de fora, a alternativa encontrada
é elevar a temperatura internamente por meio
da produção de calor, que virá das reservas
orgânicas. Para cada grau Celsius (1 °C)
de elevação de temperatura corpórea
externa, verifica-se um aumento
de 13% na Taxa de Metabolismo
Basal, proporcionando o gasto de
energia pelo processo de lipólise
(GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2004;
GUYTON, 1996).

113
UNICESUMAR

Isto é, por meio da reação ter- pois acima disso começam a ocorrer danos proteicos, com destruição
mogênica, haverá a transforma- de células e tecidos, inclusive a degeneração do colágeno, um tipo de
ção da gordura em calor, ocasio- proteína. Contudo, não basta apenas monitorar a alteração de tempe-
nando sua diminuição. Também ratura, é necessário que haja o acompanhamento do cliente durante
será estimulada a vasodilatação todo o procedimento, além de cuidados preventivos, como conhecer o
superficial, bem como o aumen- histórico clínico desse indivíduo. Dessa forma, fica clara a desmistifica-
to das trocas metabólicas e po- ção de que não é o calor, ou seja, os tratamentos à base de termoterapia,
tencialização da permeabilidade que causam flacidez do tecido cutâneo, mas sim o uso indiscriminado
dos sais que atuam por osmose, e excessivo do recurso para elevação da temperatura, que aí sim pode
favorecendo a absorção dos ativos causar a alteração tissular (GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2004).
presentes nos cosméticos destina- Para garantir um atendimento seguro, o profissional deve observar
dos para os tratamentos de lipo- se sua manta térmica tem a presença de termostato que permite ajuste
distrofia e F.E.G., além da grande e controle de temperatura e acabamento sem costura para facilitar a
eliminação de toxinas, processos limpeza e manutenção, evitando o acúmulo de impurezas e a prolife-
relacionados diretamente à re- ração de microrganismos. Pode-se acoplar uma espécie de fronha, de
dução de medidas. Este recurso forma que a manta não entre em contato direto com a pele do cliente
também pode ser utilizado para (GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2004).
desintoxicação corporal e em Por sua vez, a máscara térmica facial também produz calor e o trans-
protocolos de relaxamento mus- fere para a pele por meio da condução, possuindo as mesmas indicações
cular (GUIRRO, E.; GUIRRO, R., e contraindicações do calor emitido pelo equipamento de vapor de
2004; GUYTON, 1996). ozônio (GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2004).
Entretanto, é contraindicada Outro recurso térmico que podemos citar aqui nesta unidade é o
nos casos de processos inflama- recurso terapêutico conhecido como banho de parafina (Figura 5).
tórios e infecciosos, feridas na Este tratamento é uma forma de transferência de calor superficial, em
pele, alergias, rosácea, tumores que se usa a parafina derretida misturada com óleo mineral a uma tem-
e câncer, gestantes e pacientes peratura de mais ou menos 52 °C a 54 °C (BORGES; SCORZA, 2017).
com alterações da sensibilidade
cutânea (GUIRRO, E.; GUIR-
RO, R., 2004).
O uso das mantas térmicas
nos tratamentos deve ser realiza-
do por profissionais especializa-
dos e preparados, pois é impres-
cindível que haja conhecimento
absoluto do procedimento para
correto controle da temperatura
utilizada, oferecendo segurança
ao cliente. A indicação é que a
temperatura da manta seja utili-
zada entre 40 °C e 45 °C, duran-
te 20 a 40 minutos de exposição, Figura 5 - Aplicação de banho de parafina em região podal

114
UNIDADE 4

Para a realização deste tratamento, é necessário Este procedimento é indicado em casos de ar-
um equipamento composto por um tanque de aço trose e artrite, dores articulares, tendinites, fibro-
inoxidável, cheio de água, que pode ser aquecida mialgia, queloides, fibroses, mialgias, entorses de
por meio de um resistor, que trabalhará como “ba- tornozelos, encurtamento muscular e fasceíte plan-
nho-maria” para a parafina que estará em outro tar. No entanto, este procedimento é contraindicado
compartimento. Dentro deste tanque contendo em áreas com alteração de sensibilidade, traumas e
água, vamos ter uma outra caixa metálica de dimen- quadros inflamatórios agudos, estado febril, áreas
sões menores contendo a parafina (AGNE, 2004). desvitalizadas e isquêmicas, regiões com hemorra-
Este recurso é capaz de gerar efeitos como a gia e lesões de pele, como feridas, cortes ou enxertos
analgesia, promove relaxamento muscular, me- de pele recente (GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2004).
lhora a flexibilidade dos tecidos, é anti-inflama- Dentro da termoterapia superficial, podemos
tório, promove vasodilatação, aumenta o fluxo citar as compressas quentes, bastante utilizadas
sanguíneo, aumenta o metabolismo, aumenta a nas técnicas integrativas e complementares e nas
extensibilidade do colágeno e melhora o retorno terapias de SPA. Para a realização da ação local
venoso e linfático (AGNE, 2004). das compressas, podemos utilizar bolsa de água
Podemos aplicar o banho de parafina das se- quente, pedras aquecidas e toalhas quentes, a uma
guintes formas: fazendo a imersão contínua (co- temperatura entre 45 a 50 ºC, durante 20 a 50 mi-
locando a área a ser tratada diretamente na cuba nutos. O objetivo é aquecer o tecido por condução
de parafina); fazendo a imersão repetida (coloque e promover vasodilatação, aumento da circula-
o segmento a ser tratado na cuba de parafina e ção sanguínea e linfática, promover relaxamento
logo em seguida retire-o e aguarde de 3 a 5 se- muscular, equilíbrio energético, desintoxicação e
gundos, repetindo o processo durante 5 a 7 vezes analgesia. As suas contraindicações são as mes-
até formar uma “luva de parafina”); ou por meio mas da manta térmica (GUIRRO, E.; GUIRRO,
da forma de pincelamento (com a ajuda de um R., 2004; GUYTON, 1996).
pincel, formar uma camada espessa de parafina na Para finalizar os recursos que emitem calor
área a ser tratada. Depois cobrir com um plástico para o tecido biológico, gostaria de chamar sua
e colocar uma toalha felpuda, a fim de manter a atenção para todos os recursos descritos anterior-
temperatura ou a manta térmica em baixa tempe- mente nas outras unidades, pois a maioria dos
ratura) (GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2004). recursos elétricos e ondulatórios promovem calor
Alguns cuidados devem ser tomados pelos tecidual e produzem energia térmica.
profissionais com o uso da parafina, como: sempre Neste momento, iniciaremos a discussão a res-
examinar a área a ser tratada; limpar bem a região peito dos equipamentos que emitem frio ao tecido
antes e depois do procedimento; sempre testar a biológico e irão acarretar os efeitos fisiológicos e
sensibilidade do paciente antes; avisar ao paciente terapêuticos das baixas temperaturas. Entre estes
sobre o desconforto do calor no início do trata- recursos encontramos a criolipólise e a criofre-
mento; manter o segmento imóvel para que não quência. O tratamento por meio do resfriamento
haja rachaduras e a consequente perda de calor; dos tecidos do corpo com fins terapêuticos é bas-
e evitar que o paciente encoste na cuba metálica. tante conhecido. A hipotermoterapia também é
Estes cuidados são imprescindíveis para evitar conhecida como terapia pelo frio, ou terapia fria,
queimaduras durante o procedimento (GUIRRO, ou ainda mais conhecida como crioterapia, que
E.; GUIRRO, R., 2004). possui como principal objetivo reduzir a tempe-

115
UNICESUMAR

ratura dos tecidos, reduzindo assim o metabolismo local e da necessidade de oxigênio pelos tecidos.
Logo que é aplicada a modalidade de crioterapia na pele, a temperatura superficial cai imediatamente
e de forma rápida; depois de alguns minutos, a temperatura começa a elevar-se devido às respostas de
produção de calor pelo organismo (GUYTON, 1996).
A crioterapia apresenta como efeitos gerais o aumento da viscosidade dos fluidos, a diminuição da
atividade de produção das glândulas sudoríparas, a diminuição da permeabilidade celular e o fecha-
mento dos poros existentes nos vasos sanguíneos (BARREIRA; CAMARGO, 2003).
Ela pode ser aplicada não só na fase aguda das patologias, mas também na fase subaguda e crônica,
e o tempo de aplicação varia entre 15 a 30 minutos, dependendo da forma que está sendo aplicada
sobre a pele (bolsas, compressas ou spray). Pensando em recursos da eletroterapia, temos disponível,
atualmente, a criofrequência e a criolipólise (JALIAN; AVRAM, 2013).
A criolipólise (Figura 6) vem se tornando um dos recursos mais eficazes para o tratamento de
gordura subcutânea localizada, pois com o controle da aplicação do frio sobre a pele, pode-se lesionar
seletivamente os adipócitos subcutâneos, evitando danos à epiderme e derme sobrejacentes, propor-
cionando uma forma eficaz de tratar o excesso de tecido adiposo subcutâneo, produzindo a morte dos
adipócitos por apoptose sem qualquer prejuízo para a pele ou estruturas internas adjacentes (JALIAN;
AVRAM, 2013).

Figura 6 - Aplicação da criolipólise localizada em abdômen

116
UNIDADE 4

Entendemos criolipólise como o “resfriamento” localizado do tecido adiposo subcutâneo de forma


não invasiva, com temperaturas em torno de -5 a -15 ºC (medidas externamente), durante 30 a 45
minutos de aplicação prática por região corporal, para conseguir causar uma paniculite fria locali-
zada, morte adipocitária por apoptose e, consequentemente, diminuição do contingente adiposo. O
dispositivo clínico atualmente utilizado é composto de um aplicador (manopla) em forma de “copo”
ou “placas”, que utiliza um vácuo moderado para puxar uma “prega” composta de pele e gordura para
dentro do aplicador, posicionando-a entre duas placas de arrefecimento (JALIAN; AVRAM, 2013).
O procedimento de criolipólise é indicado para o tratamento de acúmulos de gordura localizada,
bem definidos e com limites visíveis, em quantidade suficiente para preencher a cavidade do aplicador
do aparelho. As áreas mais comuns de tratamento são o abdômen superior e inferior, os flancos e os
acúmulos de gordura no dorso. Entretanto, com o passar do tempo, as regiões de aplicação têm sido
ampliadas com o desenvolvimento de novos formatos de ponteiras, como as utilizadas na face interna
da coxa, no culote, braços e papada (JALIAN; AVRAM, 2013).
É importante informar aos pacientes que os resultados demoram de dois a três meses para serem
observados, tempo necessário para ocorrer a eliminação dos lipídios por fagocitose dos macrófagos,
por isso, o procedimento deve ser realizado de forma associada a drenagem linfática manual ou me-
cânica (RODRIGUES, 1995).
A tecnologia está contraindicada em pacientes com diagnóstico de doenças relacionadas ao frio,
como crioglobulinemia, hemoglobinúria paroxística ao frio, urticária ao frio e fenômeno de Raynaud.
Também se deve evitar a realização da criolipólise em pacientes com hérnia na área de tratamento,
em gestantes e se, na região-alvo, forem visualizadas cicatrizes ou infecções (JALIAN; AVRAM, 2013).

Nesta obra, você terá a oportunidade de aprofundar seu conhe-


cimento a respeito da técnica de criolipólise, seu mecanismo de
ação, efeitos no tecido biológico, indicações e contraindicações.

O equipamento de criofrequência (Figura 7) permite aplicar -10 graus na superfície da pele por meio
da ponteira do equipamento, enquanto o sistema multipolar da mesma manopla aumenta consideravel-
mente a temperatura interna do tecido epidérmico. Este processo gera um choque no interior da pele
graças à combinação do frio externo e o calor interno e acarreta em um endurecimento instantâneo
da pele. Este choque tem um efeito desintoxicante, aumenta a oxigenação dos tecidos e a dilatação
dos vasos sanguíneos que alimentam a pele. Sua indicação é casos clínicos de lipodistrofia localizada,
fibroedema geloide e flacidez tissular. Contudo, suas contraindicações respeitam as contraindicações
da criolipólise e da radiofrequência (RODRIGUES, 1995; BORGES; SCORZA, 2017).

117
UNICESUMAR

Por outro lado, a termografia (Figura 8) é um dispositivo de termo


diagnóstico utilizado na área da saúde para verificação da tempe-
ratura tecidual e a sua relação com quadros patológicos. É uma
modalidade de captação da radiação infravermelha do corpo
ou segmentos corporais, que mensura e mapeia indiretamente
a distribuição da temperatura emitida pela superfície corporal,
determinando imagens relacionadas a ela; quando as imagens es-
tão laranjas e vermelhas, é sinal de vascularização tecidual, aumento
da temperatura tecidual e processos inflamatórios e infecciosos locais,
mas quando a imagem apresenta cores frias (verde e azul), equivale a um
tecido com baixa vascularização, metabolismo, oxigenação e atividade
(NEVES et al., 2015).
Atualmente, a termografia pode ser empregada em qualquer área da
saúde, sendo um instrumento de análise não invasiva e não radioativa,
capaz de analisar funções fisiológicas relacionadas com o controle da
temperatura da pele. O procedimento não é um método que mostra
anormalidades anatômicas, porém é capaz de mostrar alterações fisio-
lógicas do organismo (NEVES et al., 2015).

118
UNIDADE 4

Para realização de uma análise termográfica, é importante que os profissionais conheçam fatores que
influenciam o resultado do exame. Dentre eles, estão presentes os fatores ambientais (tamanho da sala
de coleta, temperatura ambiental, umidade relativa do ar, pressão atmosférica e radiação), os fatores
técnicos (câmera, protocolo, software e análise estatística) e os fatores individuais (sexo, idade, antro-
pometria, ritmo circadiano, emissividade da pele, uso de medicamentos e prática de exercício físico).
No entanto, se controlados, não há prejuízo no resultado final (NEVES et al., 2015).

Você terá a oportunidade de conhecer melhor sobre a termografia e


como é realizado o procedimento.

Existem várias aplicações da termografia no campo da saúde. Podemos utilizá-la para avaliação de
quadros de edema com alterações de fluxo sanguíneo, para avaliação da composição corporal, pro-
cessos de inflamação, cicatrização, mialgias, dores fasciais, desordens neurológicas, reumatológicas,
musculares, dermatológicas, doenças vasculares, patologias urológicas, ginecológicas, ortopédicas e
na avaliação de lesões do esporte (NEVES et al., 2015).
Para todas as áreas da saúde, está estabelecida que a termografia é uma medida que proporciona
um mapeamento visual da distribuição da temperatura da pele, mas não quantifica valores absolutos
de temperatura. Além disso, a termografia não deve ser usada como ferramenta diagnóstica única, mas
sim complementar (NEVES et al., 2015).
Finalizamos os equipamentos térmicos que trabalham com emissão de calor ou frio e suas indicações
clínicas, bem como seus efeitos fisiológicos e terapêuticos. Espero que, assim, você tenha condições
profissionais de escolher mais um tipo de recurso eletrotermofototerapêutico para seus protocolos de
tratamento e garantir resultados mais eficientes aos seus pacientes.
Desta forma, chegamos ao final de nossa jornada de recursos
eletrotermofototerapêuticos aplicados às áreas da Estética e Cosmé-
tica, Podologia e Terapias Integrativas e Complementares. Espero
que você tenha aproveitado esta oportunidade de aprendizagem
relacionada aos equipamentos e tecnologias da área da saúde, um
instrumento que, quando associado de forma correta com ou-
tros recursos e quando bem indicados aos casos clínicos de forma
correta, oferece melhores condições de trabalho ao profissional e
resultados satisfatórios aos pacientes.

119
UNICESUMAR

De acordo com o conteúdo e as atividades desenvolvidas até o momento, convido você, meu(minha)
aluno(a), a desenvolver a indicação terapêutica de recursos térmicos, vou listar alguns casos clínicos e
gostaria que você colocasse na frente quais equipamentos térmicos você utilizaria nestes casos:

Caso clinico 1: Paciente masculino com mialgia localizada por trauma de batida:
_____________________________________________________________________________

Caso clinico 2: Paciente feminino com mialgia generalizada por cansaço físico e estresse:
_____________________________________________________________________________

Caso clinico 3: Paciente masculino com dor em região dos pés por fasceíte plantar:
_____________________________________________________________________________

Caso clinico 4: Paciente feminino, ansiosa e com lipodistrofia localizada em abdômen:


_____________________________________________________________________________

Caso clinico 5: Paciente masculino com gordura localizada e flacidez abdominal pós-bariátrica:
_____________________________________________________________________________

Como você já exercitou a indicação terapêutica de recursos térmicos apresentada, vamos voltar em
nosso caso clínico inicial desta unidade:

Mulher, 47 anos, com queixa estética de gordura localizada em abdômen e flancos, com
queixa de ansiedade, tensão pré-menstrual intensa, sono não restaurador, relata dor em
região lombar até a região do pé, onde relata pé de atleta e fasceíte plantar. Já fez uso de
várias medicações e tratamentos para melhora de seus sintomas, mas não obteve resposta
significativa. Buscou seu atendimento, pois ouviu de uma conhecida que você sabe utilizar
bem os recursos e que não mede esforços para realizar um atendimento globalizado de seus
pacientes.

Agora você consegue listar quais equipamentos térmicos utilizaria em seu atendimento. Pense nos
sintomas dela e liste pelo menos cinco opções terapêuticas, justificando sua escolha relacionando às
descrições do caso exposto.

Recurso um:__________________________________________________________________________

Recurso dois: _______________________________________________________________________

Recurso três: _________________________________________________________________________

Recurso quatro: ______________________________________________________________________

Recurso cinco:________________________________________________________________________

120
Chegamos à última unidade, na qual estudamos os equipamentos que emitem ondas
terapêuticas, seu impacto ao tecido biológico, suas indicações e contraindicações clíni-
cas. Proponho que você feche com chave de ouro nossa disciplina, esquematizando o
conteúdo no mapa mental. Para tanto, deixo esquematizado as palavras a seguir para
que você possa preencher o seu mapa:

TEMPERATURAS

MAPA MENTAL
TERMODINÂMICA

RECURSOS TERMOSTATO
TÉRMICOS BIOLÓGICO

121
1. O relaxamento produzido pela hipertermia tissular nos espasmos musculares é resultado de
vários fenômenos, exceto o que está explicado na seguinte alternativa:
a) Diminuição da sensibilidade do fuso muscular ao estiramento.
b) Aumento da ação vasodilatadora por mecanismo reflexo a nível dos receptores de temperatura
local e central.
c) Aumento dos impulsos inibitórios a partir dos órgãos neurotendíneos de Golgi.
d) Diminuição do metabolismo tecidual à extensa elevação da temperatura por tempo prolongado.
e) Não se verifica modificação na contração muscular pelo aquecimento.
AGORA É COM VOCÊ

2. Termoterapia é definida como a terapia por meio da temperatura, isto é, dos efeitos do calor e
do frio sobre os diferentes tecidos do corpo. À luz dos conceitos fisioterapêuticos pertinentes,
assinale a opção correta.
a) O banho de parafina utiliza o princípio da convecção do calor para alterar a temperatura corporal.
b) A radiofrequência desencadeia aquecimento profundo por meio da conversão de energia ele-
tromagnética em calor.
c) O banho de parafina e a aplicação de micro-ondas são modalidades que produzem calor super-
ficial utilizadas em processos subagudos ou crônicos de afecções hematológicas.
d) A terapia por ultrassom, cujo princípio é a vibração acústica que se propaga em forma de ondas
de compressão longitudinal, gera, exclusivamente, o efeito de aquecimento profundo de tecidos
orgânicos.
e) Nenhuma das alternativas está correta.

3. A aplicação de crioterapia não deve ser realizada em:


a) Entorse de tornozelo.
b) Síndrome de Raynaud.
c) Contusões por trauma.
d) Traumatismos agudos.
e) Mialgias e tendinites.

4. Os processos que envolvem o movimento da energia térmica de um ponto para outro são descri-
tos como formas de transferência de calor. Na eletrotermoterapia, lidamos com a transferência
de energia térmica entre o ambiente e a superfície do corpo. Sobre as formas de transferência
de calor, é correto afirmar que:
a) As banheiras e ofurôs utilizados como recursos térmicos em SPA é uma forma de transferência
por convecção.
b) Na utilização da criolipólise, a transferência ocorre por condução.

122
c) O Ultrassom aquece o tecido por convecção.
d) A parafina conduz calor por convecção e radiação.
e) Todas as afirmativas estão corretas quanto à forma de transferência do calor.

5. A Termoterapia, seja na forma de calor, seja na forma de frio, vem sendo utilizada na rotina de
vários profissionais da saúde há anos, trazendo resultados paliativos e curativos necessários ao
processo de reabilitação. Assim sendo, analise as questões e marque a alternativa correta:
a) A crioterapia pode ser utilizada como prevenção e/ou tratamento de condições musculoesque-
léticas, principalmente compreendendo seu efeito sobre o metabolismo local.
b) Toda forma de calor superficial servirá, somente, em casos de somatização, entendendo que,

AGORA É COM VOCÊ


independente da região, o calor não tem penetração suficiente para regeneração.
c) Atualmente não evidenciamos melhores condições terapêuticas favoráveis em termoterapia, a
não ser pelo ultrassom, que é primordial ao processo de reabilitação funcional por aquecimento
superficial.
d) O calor profundo, em especial na forma do uso de equipamentos, não é mais utilizado atualmente,
entendendo que se tornaram obsoletos e incoerentes aos objetivos terapêuticos pretendidos.
e) Nenhuma das respostas está correta.

6. Assinale a alternativa correta quanto à estrutura: a temperatura corporal é controlada pelo equi-
líbrio entre o calor produzido pelo organismo e o calor dissipado para o ambiente. O responsável
pela termorregulação fisiológica no sistema nervoso é...
a) Bulbo.
b) Hipófise.
c) Hipotálamo.
d) Cerebelo.
e) Tronco cerebral.

7. Assinale a alternativa que define de forma correta o que é temperatura:


a) É a energia que se transmite de um corpo a outro em virtude de uma diferença de temperatura.
b) Uma grandeza associada ao grau de agitação das partículas que compõem um corpo, quanto
mais agitadas as partículas de um corpo, menor será sua temperatura.
c) Energia térmica em trânsito.
d) É uma forma de calor.
e) Uma grandeza associada ao grau de agitação das partículas que compõem um corpo, quanto
mais agitadas as partículas de um corpo, maior será sua temperatura.D. O aquecimento tecidual
é capaz de aumentar o metabolismo tecidual e não diminuir como está descrito na alternativa.

123
1. B. A radiofrequência emite para o tecido biológico onda eletromagnética que será convertida em energia
térmica.

2. B. A síndrome de Raynaud é uma contraindicação ao uso da crioterapia, o restante são indicações de seu
uso terapêutico.

3. A. As banheiras e os ofurôs transmitem o aquecimento por meio do aquecimento das moléculas da água.

4. E. Nenhuma das afirmativas está correta, pois afirmam efeitos e indicações erradas quanto ao uso tera-
pêutico da termoterapia e da crioterapia.
CONFIRA SUAS RESPOSTAS

5. C. Hipotálamo é a estrutura responsável por medir e controlar as mudanças de temperatura corporal,


desencadeando as reações e efeitos fisiológicos para sua normalização.

6. E. A temperatura é uma grandeza física associada ao grau de agitação das partículas que compõem um
corpo. Quanto maior o grau de agitação dessas partículas, maior será a temperatura.

124
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REFERÊNCIAS
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Referências on-line
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Em: https://images-americanas.b2w.io/produtos/01/00/img/20657/7/20657752_1SZ.jpg. Acesso em: 15 maio
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2
Em: https://images-americanas.b2w.io/produtos/01/00/img1/46250/9/46250983_1SZ.jpg. Acesso em: 15 maio
2020.

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