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GESTÃO DA INFORMAÇÃO

E TECNOLOGIA
Prof. Me. Marcel Santos Silva
Universidade de Marília
Avenida Hygino Muzzy Filho, 1001
CEP 17.525–902- Marília-SP

Reitor Pró-reitor Administrativo


Márcio Mesquita Serva Marco Antonio Teixeira
Vice-reitora Direção do Núcleo de Educação a Distância
Profª. Regina Lúcia Ottaiano Losasso Serva Paulo Pardo
Pró-Reitor Acadêmico Coordenação Pedagógica do Curso
Prof. José Roberto Marques de Castro
Pró-reitora de Pesquisa, Pós-graduação e Ação Edição de Arte, Diagramação, Design Gráfico
Comunitária B42 Design
Profª. Drª. Fernanda Mesquita Serva

F385m sobrenome, nome


nome livro / nome autor. nome /coordenador (coord.) - Marília:
Unimar, 2021.

PDF (00p.) : il. color.

ISBN xxxxxxxxxxxxx

1. tag 2. tag 3. tag 4. tag – Graduação I. Título.

 CDD – 00000

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BOAS-VINDAS
Ao iniciar a leitura deste material, que é parte do apoio pedagógico dos
nossos queridos discentes, convido o leitor a conhecer a UNIMAR –
Universidade de Marília.

Na UNIMAR, a educação sempre foi sinônimo de transformação, e não


conseguimos enxergar um melhor caminho senão por meio de um ensino
superior bem feito.

A história da UNIMAR, iniciada há mais de 60 anos, foi construída com base


na excelência do ensino superior para transformar vidas, com a missão
de formar profissionais éticos e competentes, inseridos na comunidade,
capazes de constituir o conhecimento e promover a cultura e o intercâmbio,
a fim de desenvolver a consciência coletiva na busca contínua da valorização
e da solidariedade humanas.

A história da UNIMAR é bela e de sucesso, e já projeta para o futuro novos


sonhos, conquistas e desafios.

A beleza e o sucesso, porém, não vêm somente do seu campus de mais de


350 alqueires e de suas construções funcionais e conectadas; vêm também
do seu corpo docente altamente qualificado e dos seus egressos: mais
de 100 mil pessoas, espalhados por todo o Brasil e o mundo, que tiveram
suas vidas impactadas e transformadas pelo ensino superior da UNIMAR.

Assim, é com orgulho que apresentamos a Educação a Distância da UNIMAR


com o mesmo propósito: promover transformação de forma democrática
e acessível em todos os cantos do nosso país. Se há alguma expectativa
de progresso e mudança de realidade do nosso povo, essa expectativa
está ligada de forma indissociável à educação.

Nós nos comprometemos com essa educação transformadora,


investimos nela, trabalhamos noite e dia para que ela seja
ofertada e esteja acessível a todos.

Muito obrigado por confiar uma parte importante do seu


futuro a nós, à UNIMAR e, tenha a certeza de que seremos
parceiros neste momento e não mediremos esforços para
o seu sucesso!

Não vamos parar, vamos continuar com investimentos


importantes na educação superior, sonhando sempre. Afinal,
não é possível nunca parar de sonhar!

Bons estudos!

Dr. Márcio Mesquita Serva


Reitor da UNIMAR
Que alegria poder fazer parte deste momento tão especial da sua vida!

Sempre trabalhei com jovens e sei o quanto estar matriculado


em um curso de ensino superior em uma Universidade de
excelência deve ser valorizado. Por isso, aproveite cada
minuto do seu tempo aqui na UNIMAR, vivenciando o ensino,
a pesquisa e a extensão universitária.

Fique atento aos comunicados institucionais, aproveite as


oportunidades, faça amizades e viva as experiências que
somente um ensino superior consegue proporcionar.

Acompanhe a UNIMAR pelas redes sociais, visite a sede


do campus universitário localizado na cidade de Marília,
navegue pelo nosso site unimar.br, comente no nosso blog
e compartilhe suas experiências. Viva a UNIMAR!

Muito obrigada por escolher esta Universidade para a Profa. Fernanda


Mesquita Serva
realização do seu sonho profissional. Seguiremos,
Pró-reitora de Pesquisa,
juntos, com nossa missão e com nossos valores, Pós-graduação e Ação
sempre com muita dedicação. Comunitária da UNIMAR

Bem-vindo(a) à Família UNIMAR.

Educar para transformar: esse é o foco da Universidade de Marília no seu


projeto de Educação a Distância. Como dizia um grande educador, são as
pessoas que transformam o mundo, e elas só o transformam
se estiverem capacitadas para isso.

Esse é o nosso propósito: contribuir para sua transformação


pessoal, oferecendo um ensino de qualidade, interativo,
inovador, e buscando nos superar a cada dia para que você
tenha a melhor experiência educacional. E, mais do que isso,
que você possa desenvolver as competências e habilidades
necessárias não somente para o seu futuro, mas para o seu
presente, neste momento mágico em que vivemos.

A UNIMAR será sua parceira em todos os momentos de


sua educação superior. Conte conosco! Estamos aqui para
apoiá-lo! Sabemos que você é o principal responsável pelo
seu crescimento pessoal e profissional, mas agora você
tem a gente para seguir junto com você. Prof. Me. Paulo Pardo
Coordenador do Núcleo
Sucesso sempre! EAD da UNIMAR
006 Aula 01: título aula 1

023 Aula 02: título aula 2

032 Aula 03: título aula 3

039 Aula 04: título aula 4

048 Aula 05: título aula 5

054 Aula 06: título aula 6

059 Aula 07: título aula 7

066 Aula 08: título aula 8

070 Aula 09: título aula 9

081 Aula 10: título aula 10

088 Aula 11: título aula 11

094 Aula 12: título aula 12

102 Aula 13: título aula 13

112 Aula 14: título aula 14

121 Aula 15: título aula 15

128 Aula 16: título aula 16


01

Introdução à gestão
da informação e do
conhecimento
02

Princípios da
Governança de TI
0
0
1
2
3
4
0
1
2
03

A TI como diferencial
estratégico nas
organizações
Imagem 3 - Processo de planejamento estratégico corporativo

PROCESSO DE; . 10
ESTRATEGICO 1 _ PRESAIFUAL

Fonte: Fernandes e Abreu (2074).

O plano de tecnologia da informação é o mecanismo de suporte para toda a


operação da organização, desde a implementação de novas soluções para
atendimento às necessidades do negócio, passando pela manutenção de
aplicativos, soluções e demais ativos de TI, até a implantação e manutenção de
serviços que estão vinculados ao uso de ativos tecnológicos e infraestrutura de
TI.
04

Planejamento
estratégico de
tecnologia da
informação
05

Implementação e
avaliação de estratégias
na área de Sistemas de
informação
Olá, estudantes!
Um princípio básico que deve ser lembrado pelos gestores é que, ao se
alterarem as estratégias organizacionais, consequentemente, as estratégias de
TI deverão mudar com elas, pois são dinâmicas. Outro ponto importante é o
fato de as pessoas serem resistentes a mudanças e com isso elas geram riscos,
pois o fator de sucesso de sistemas de informação depende das habilidades e
cooperação entre as pessoas, além dos recursos de TI e do projeto de processos
do negócio.
De acordo com Turban e Volonino (2013), a estratégia de TI direciona as
decisões de investimentos e como os sistemas de informação serão
desenvolvidos, implementados ou adquiridos. Ainda, segundo os autores, as
estratégias de TI são organizadas em duas categorias:

Desenvolvimento interno: como o próprio nome diz, ocorre


quando o desenvolvimento dos sistemas é realizado por equipe
interna, em algumas situações, com auxílio de uma consultoria
externa. Essa prática é utilizada quando as empresas possuem
informações confidenciais e competitivas e o objetivo é manter
isso pela própria equipe de TI;
Desenvolvimento terceirizado: ocorre quando o
desenvolvimento dos sistemas é realizado por empresas
terceirizadas. Há diversas formas de terceirização, podendo ser
por empresas de consultoria ou fornecedores, no mesmo país,
conhecido como terceirização onshore, e para outros países
offshore. Vale destacar que a computação em nuvem e as
soluções como SaaS (Software as a Service) também têm se
tornado opções de terceirização.
ATENÇÃO

A estratégia de negócio estabelece os rumos gerais do negócio. Já a


estratégia de TI compreende quais informações, sistemas e
arquiteturas de TI são necessários para que o negócio seja suportado,
além de como a infraestrutura e os serviços serão entregues

O alinhamento de TI e negócio está relacionado diretamente ao grau em que a


área de TI compreende as prioridades dos negócios e investe os seus recursos,
desenvolve seus projetos e disponibiliza informações conforme tais prioridades.
Esse alinhamento possui duas partes: a primeira consiste no alinhamento da
estratégia, da estrutura, da tecnologia e dos processos da área de TI para
àqueles das áreas funcionais da organização.
Já a segunda parte é definida como alinhamento estratégico de TI, que consiste
no alinhamento da estratégia de TI à estratégia organizacional. Nesta etapa, o
foco está em garantir que as decisões, prioridades e os projetos de sistemas de
informação estejam em conformidade com as necessidades de toda a
organização (TURBAN; VOLONINO, 2013).
SAIBA MAIS

Não há dois planejamentos estratégicos iguais, pois cada organização


possui seus propósitos e objetivos. Portanto, o planejamento
estratégico de SI deve refletir as demandas específicas da
organização, porém, há um conjunto de passos que pode auxiliar
esse processo, independentemente da empresa, que são: definir a
estratégia de TI, definir os objetivos, avaliar a situação atual de
sistemas, propor a situação mais adequada, levando em conta as
oportunidades emergentes de TI, apresentar o impacto no negócio,
desenvolver um roteiro de estratégia de SI e utilizar metodologias
ágeis de desenvolvimento.

De acordo com Audy, Becker e Freitas (1998), o modelo demonstrado na figura


2 consiste na incorporação dos novos conhecimentos provenientes de áreas de
tomada de decisão e de aprendizagem organizacional, objetivando o
desenvolvimento de estratégias implementáveis de Sistemas de Informação,
confirmando que os conhecimentos, capacidades e habilidades dos envolvidos
afetam diretamente a maneira como o setor de SI é demandado e gerenciado.
Imagem 2 – Planejamento Estratégico de Sistemas de informação

Fonte: Adaptado de Audy, Becker e Freitas (1998).

Ainda, de acordo com Audy, Becker e Freitas (1998), a estratégia de SI pode ser
considerada um produto composto dos processos de aprendizagem e
planejamento, adicionados aos processos de planejamento estratégico de
Sistema de Informação. Enxergar as empresas como ambientes de
aprendizagem implica admitir que cada empresa possui características que a
torna diferenciada perante as concorrentes, contexto histórico que corrobora
com sua cultura e estão alicerçados em capacidades de aprendizagem
acumuladas ao longo do tempo.
No que se refere à definição das estratégias de TI, o processo de
retroalimentação ocorrida por meio do processo decisório oportunístico, entre a
fase de implantação e as fases de avaliação e estratégica, possibilita a realização
de ajustes das estratégias, entre a originalmente estabelecida e a efetivamente
realizada.
Os sistemas de informação têm a capacidade de contribuir com três tipos de
recursos para uma organização, são eles: recursos tecnológicos, recursos
gerenciais de TI e capacidades técnicas.

Recursos tecnológicos: incluem infraestrutura, tecnologia proprietária,


hardware e software.
Capacidades técnicas de TI: incluem conhecimento técnico, habilidades
operacionais e conhecimento de desenvolvimento.
Recursos gerenciais de TI: compostos de habilidades de relacionamento entre
terceirizado e fornecedor, parcerias entre negócio e sistema de informação,
resposta de mercado, planejamento e habilidades de gestão.

CONECTE-SE

O artigo com o título “Alinhamento entre Planejamento Estratégico e


Sistema de Informação Gerencial: Estudo em Empresas do Terceiro
Setor com Atividade Hoteleira” traz um conjunto de elementos que
evidenciam a existência de alinhamento estratégico entre os sistemas
de informação e o planejamento estratégico nas organizações. Se
aprofunde no assunto, acessando o artigo no link a seguir.
06

O alinhamento
estratégico entre TI e
negócios
A tecnologia da informação não é mais algo que necessite de uma escolha para
cada caso, obrigando uma análise completa do custo/benefício para cada
implementação. Na verdade, no mundo digitalizado como o vivido atualmente,
não há possibilidade de uma empresa sobreviver sem o uso da tecnologia. O
que acontece, geralmente, é que os processos de negócios são construídos em
torno dos seus aplicativos de negócios e não o contrário, como deveria ser.
A tecnologia da informação evolui no sentido de deixar de realizar apenas uma
função burocrática e de suporte para o desenvolvimento de soluções bem mais
estratégicas, visto que as aplicações e modelos avançam no sentido de melhor
qualificar a tomada de decisão dos gestores da alta administração,
principalmente.
Conforme define Luftman (2000), o nível de alinhamento de uma organização
pode ser medido por meio de seis critérios básicos. O primeiro deles é a
Comunicação, que consiste no compartilhamento compreensível e coerente
de ideias entre negócios e TI, e vice-versa, buscando o entendimento e a troca
de conhecimento que assegure a execução da estratégia. Em algumas
situações, as organizações buscam pessoas que sejam capazes de mediar esta
interação, porém, isso pode restringir mais do que fomentar a comunicação.
O segundo critério consiste em Medidas de Valor e Competência, relacionadas
às práticas e indicadores cujo objetivo é atestar o valor e a competência de TI,
de modo que o negócio as compreenda. Vale ressaltar que não é simplesmente
mensurar fatores de desempenho, mas aplicar os recursos necessários para a
evolução contínua.
O terceiro critério é a Participação, que busca garantir que os participantes
adequados de TI e negócio estejam envolvidos diretamente na discussão e
revisão de prioridades e alocação de recursos, assim como da interação entre
estratégias, defendidos por Weill e Ross (2006).
O quarto critério é a Parceria, que tem como foco o relacionamento entre
negócios e TI, com o envolvimento da segunda, na definição de estratégias,
construindo confiança entre as partes e partilhando os riscos e resultados.
O quinto critério é o Escopo e Arquitetura, que busca analisar o quão capaz é a
TI de assumir um papel de suporte para uma infraestrutura flexível e
transparente, avaliar e aplicar tecnologias emergentes, viabilizar padrões
integrados e soluções customizáveis para as demandas do negócio.
O sexto e último critério são as Habilidades que incluem todas as
características dos recursos humanos, muito além das responsabilidades
convencionais, como salários, desempenho, carreira etc.
SAIBA MAIS

Há um conceito mais abrangente que define o alinhamento


estratégico em duas dimensões, sendo a primeira que considera o
foco externo, direcionado para o ambiente de negócios e o foco
interno, apontando para as estruturas administrativas. A segunda
dimensão separa a TI dos negócios.

Implementação do Alinhamento estratégico


É óbvio que a aplicabilidade desse processo de implementação do
alinhamento estratégico entre o negócio e a TI não é simples e rápido. De
acordo com Chan e Reich (2017), há dificuldades para que isso efetivamente
ocorra, dificuldades estas que estão diretamente concentradas no lado da
tecnologia da informação, com ênfase nas suas carências em relação ao
negócio, ou seja, a falta de conhecimento da estratégia corporativa, ausência de
consciência ou crença na importância do alinhamento, desconhecimento do
ambiente e das especificidades do negócio.
Um aspecto importante que deve ser considerado para avaliar o nível de
alinhamento estratégico de TI está relacionado à maturidade em que a TI se
encontra dentro da organização. Basicamente, são quatro categorias
sequenciais e cumulativas:
Artesanal: não há processos definidos nem indicadores para mensuração
de desempenho. Não há nenhum tipo de controle ou qualquer tipo de
alinhamento estratégico;
Eficiente: neste nível já existem alguns processos estabelecidos e uma
comunicação com a área de negócios. É o início de um caminho longo
rumo ao desejável para toda organização;
Efetiva: no terceiro nível, a TI já é capaz de reconhecer e priorizar aquilo
que é melhor para o negócio. A TI já tem alguns indicadores de
performance estabelecidos e implementou um modelo de governança de
TI, e padronizou os serviços com catálogos, de acordos de níveis de
serviços.
Estratégica: neste nível a TI atinge o ápice da estratégia. Ou seja, além das
ações e controles anteriores ela propicia vantagens sobre os concorrentes
por meio de inovações e soluções tecnológicas.

Alinhar a TI e negócio contribui para uma melhor experiência do cliente ou até


maior resultado financeiro. Podemos citar alguns benefícios, como:
Aumento da colaboração entre os funcionários;
Redução de despesas;
Ganho de visibilidade nas áreas problemáticas;
Aprimoramento dos setores e conhecimento dos funcionários;
Alcance da estratégia;
Tomada de decisão mais inteligente em todos os níveis de gerenciamento
da organização.

CONECTE-SE

Sem dúvida, o mundo está mudando. Nesta era da transformação


digital, a tecnologia já deixou de ser apenas um setor de apoio para se
tornar o centro de vários novos modelos de negócio que invadiram o
mercado. O artigo a seguir apresenta com mais detalhes os conceitos
e características que contribuem para a realização do alinhamento
entre o negócio e a TI.
A governança corporativa e de TI deve possibilitar a comunicação e o
direcionamento das ações da organização e da TI, na forma de controle de
desempenho, resultados, e garantir que os objetivos estão sendo alcançados.
Uma ferramenta que pode auxiliar nesse processo é o BSC (Balanced
Scorecard), que possui como objetivo o alinhamento do planejamento
estratégico com ações operacionais da organização. Por meio dele, pode-se
mapear os objetivos estratégicos da empresa, relacionando-os a indicadores de
desempenho categorizados em perspectivas: financeira, aprendizado e
crescimento, clientes e processos internos.
Por meio do uso do BSC, é possível avaliar os ativos intelectuais e intangíveis da
organização, como, por exemplo, qualidade dos serviços, motivação dos
funcionários, eficiência dos processos e satisfação dos clientes. Já o BSC IT
(Balanced Scorecard Information Technology) busca entender como as
aplicações e serviços de TI, as tecnologias poderão contribuir para os objetivos
do negócio atual e no longo prazo. A figura 2 apresenta um comparativo entre
os dois tipos de BSCs.

Imagem 2 – Comparativo entre BSC e BSC TI

Fonte: acesse o link disponível aqui

O alinhamento entre a TI e o negócio objetiva aprimorar a comunicação entre a


alta administração que toma as decisões de negócios e os executivos de TI que
gerenciam as operações técnicas. Com isso, é possível implementar planos
mais adaptáveis de negócios e arquiteturas de TI, além de uma alocação de
recursos mais efetiva
07

Uso dos Sistemas de


Suporte à Decisão
Na década de 1970, começaram a surgir sistemas de informação diferentes dos
construídos até então. Eram sistemas menores, interativos e desenvolvidos para
colaborar com os usuários no uso de modelos e dados na discussão de
problemas. Já na década seguinte, esse esforço de contribuição para a tomada
de decisão individual foi expandido para a organização como um todo.
A importância da informação dentro das organizações mudou nos últimos
anos por conta da evolução da gestão da informação, que deixou de apenas
gerir documentos e dados e passou a administrar recursos informacionais,
construindo resultados focados em eficiência operacional, mitigação de
desperdício e automatização de processos.
Claro que toda essa evolução se deve ao aprimoramento da tecnologia na
implementação de sistemas de informações mais robustos, inteligentes e
integrados, mais especificamente, aos sistemas de suporte à decisão (SSD).
Porém, para o melhor uso das informações gerenciais disponíveis nas
organizações, é preciso compreender como se estrutura um SSD.

SAIBA MAIS

Os sistemas de suporte à decisão têm alterado a forma como as


organizações competem, além de contribuir com elementos e
resultados que resultam em uma vantagem competitiva. Portanto, os
SSDs devem ser vistos estrategicamente, como uma oportunidade de
renovação organizacional, além de um investimento imprescindível
para que as organizações atinjam seus objetivos estratégicos.

Os SSDs são sistemas de computador de nível gerencial que combinam dados


e modelos analíticos sofisticados, além de possuírem uma interface amigável
para contribuir com uma melhor tomada de decisão. Esses sistemas estão sob
o controle do usuário desde o início até a implementação final e uso frequente.
Os sistemas de informações podem ser classificados em dois grupos: Sistemas
de Apoio à Operação e Sistemas de Apoio à Gestão. O Sistemas de Apoio à
Operação são responsáveis pela produção de diversos tipos de dados para uso
interno e externo da organização. Dentro desse grupo estão os sistemas de
processamento de transações, sistemas colaborativos e os sistemas de controle
de processos, conforme exibido pela figura 2. Os Sistemas de Apoio à Gestão
disponibilizam informações para que o nível gerencial tome a decisão de forma
mais eficiente e eficaz. Aqui podemos citar os sistemas de informação
gerencial, sistemas de suporte à decisão e os sistemas de informação executiva
(O’BRIEN, 2013 apud ARAÚJO, FILHO (2017).

Imagem 2 – Classificação dos Sistemas de Informação

Fonte: adaptado de O’Brien (2003).

Modelos de decisão
Há diversos modelos que descrevem como os indivíduos tomam suas decisões:

Modelo racional – estabelece os objetivos, examina todas as opções e define


qual a melhor alternativa. Ele é baseado no conceito de que as pessoas e
empresas tomam parte em cálculos ou adaptações que contribuem para a
maximização de valor. Esse conceito tem se tornado o foco das teorias
comportamentais do consumidor, das filosofias políticas e microeconômicas.
Modelo que define os objetivos – examina algumas poucas opções e seleciona
a primeira alternativa que atenda aos objetivos. Ele propõe a racionalidade
limitada, pois o processo de procura para soluções é limitado e ordenado
sequencialmente. Uma característica desse modelo é que, havendo
possibilidade, evitam opções novas e incertas, confiando em processos
operacionais padrão (POP).
Modelos de tomada de decisão organizacional – são bem diferentes do
modelo individual, pois levam em consideração características políticas e
culturais de uma empresa. São exemplos desse tipo de modelo: Ator Racional,
Burocrático, Político e Lata de Lixo.
Modelo Ator Racional – a organização seleciona os objetivos, examina as
opções e possíveis consequências, escolhe a alternativa que maximiza os
objetivos.
O modelo Burocrático se baseia no conceito de que tudo que uma empresa
realiza é resultado de procedimentos operacionais padrão coesos pelo uso ativo
ao longo dos anos. De acordo com essa metodologia, os problemas
pertencentes a uma organização são divididos em componentes e organizados
em grupos específicos, que possuem POPs para a resolução desses problemas.
Modelo político – é resultado de acordos políticos entre líderes e grupos de
interesse. As ações não são necessariamente racionais, com exceção no caso
político. Neste modelo, as empresas não criam soluções para a efetiva resolução
de algum problema, pois elas refletem os conflitos, os interesses distintos, o
poder desigual e a confusão que constitui a política.
Modelo “Lata de lixo” – estabelece que a organização não é racional, que a
tomada de decisão é acidental e é resultado de soluções, problemas e situações
que são aleatoriamente relacionadas. Por fim, a conclusão desse modelo é que
as soluções se relacionam aos problemas pelo acaso, considerando que as
empresas possuem soluções que estão em busca de problemas e os
tomadores de decisão estão em busca de trabalho.

Capacidade do SSD
Um sistema de suporte à decisão deve fornecer capacidades para responder às
questões e alcançar decisões mais assertivas. Tais capacidades que
caracterizam esse tipo de sistema são: representações, operações, ajuda de
memória e ajuda de controle.
A representação consiste na conceitualização de informações utilizadas para a
tomada de decisão, que podem ser: gráficos, listas, tabelas, relatórios e
simbologia para operações de controle.
A operação consiste na manipulação de dados matemáticos e lógicos, como
coletar informações, preparar relatórios, construir listas, atribuir valores e riscos,
além de gerar estatísticas e simular alternativas.
As ajudas de memória são visões em banco de dados, relacionamentos entre
visões e base de dados, bibliotecas e demais capacidades de refazer e atualizar
a memória.
As ajudas de controle são capacidades que possibilitam ao usuário controle
das atividades do SSD. Elas incluem funcionalidades, como multiplicidade de
menus e help, que garantem que o usuário controle as representações,
operações e memórias.
Há basicamente três tipos de pessoas envolvidas com os sistemas de suporte à
decisão, que são:
Desenvolvedores: são imprescindíveis para a construção das bases de
dados, modelos e linguagens de controle.
Usuários finais (gestores): o SSD deve disponibilizar formas para que os
usuários finais controlem a sessão. Estes devem ter a capacidade de
localizar dados relevantes, selecionar e executar modelos relevantes, além
de controle de operações sem a necessidade de intervenção dos
desenvolvedores.
Especialistas: precisa estar à disposição para consulta, treinamento,
conselhos e apoio, porém, as sessões devem ser coordenadas pelos
usuários finais.

Imagem 3 – visão geral de um SSD

Fonte: elaborada pelo autor (2022).

A figura 3 apresenta uma visão geral de um sistema de suporte à decisão,


composto pelos seguintes elementos:
Base de dados SSD: conjunto de dados históricos ou atuais, coletado por
meio de diversas aplicações, organizado para acesso fácil. Esses dados são
extraídos de fontes internas e externas, armazenados especificamente
para uso do SSD;
Base de modelos: conjunto de modelos analíticos e matemáticos com
fácil acesso aos usuários de SSD. Um modelo pode ser definido como uma
representação abstrata que ilustra os componentes ou relacionamentos
de um determinado fenômeno. Ele pode ser físico, matemático ou verbal.
Cada SSD é criado para um conjunto específico de propósitos que,
dependendo deste, terá disponível diferentes coleções de modelos. Há
outros modelos que podem ser inseridos neste contexto:
Modelos estatísticos: que contribuem para o estabelecimento de
relacionamentos, como, por exemplo, venda de produto por faixa etária.
Modelos de otimização: podem determinar alocação de recursos, ótima
para a minimizar ou maximizar variáveis específicas, por meio do uso de
programação linear, por exemplo.
Modelos de previsão: por meio de um conjunto de séries históricas é
possível projetar condições futuras. O tomador de decisão pode variar
essas condições avaliando o quanto elas podem impactar no negócio.
Software SSD: propicia uma fácil interação do usuário com a base de
dados e de modelos. Ele administra a criação, armazenamento e
recuperação dos modelos na base de modelos, integrando-os aos dados
disponíveis na base de dados SSD.
Interface do usuário: dispõe de uma interface amigável, flexível, fácil de
usar, além de apoiar a interação com o SSD.
Usuários: em geral, são executivos com estilos de trabalho e preferências
individuais muito bem definidas. São usuários que possuem pouca
aptidão para lidar com tecnologia, o que demanda uma interface intuitiva.
CONECTE-SE

O artigo sob o título “Os Sistemas de Informação como suporte à


tomada de decisão estratégica” busca estabelecer uma relação entre
a TI, os sistemas de informação e o planejamento estratégico das
organizações com a tomada de decisão. Para se aprofundar nesse
assunto, acesse o link a seguir.
08

Sistemas de Informação
de apoio ao processo
decisório
Os sistemas de informações possuem dados de vital importância para a
organização, bem como sobre o ambiente que o cerca. No início, a tomada de
decisão pertencia somente ao diretor/dono da organização. Porém, atualmente,
com a evolução dos Sistemas de informações também nos níveis táticos e
operacionais, os gestores desses níveis passaram a disponibilizar informações
que contribuem para o a tomada de decisão, aumentando assim a importância
dos SIs dentro do processo decisório (LAUDON, LAUDON; 2010).

Vale aqui buscar algumas definições de sistemas de informação, de


forma a entender que o papel da tecnologia da informação, por meio
de SIs tem aumentado consideravelmente nos últimos anos. Os
sistemas de informação podem ser definidos como mecanismos que
apoiam à gestão, implementados por meio da TI para conduzir as
informações que objetivam facilitar, agilizar e otimizar o processo
decisório nas organizações (PEREIRA; FONSECA, 1997).

Quando bem estruturados, os Sistemas de Informações possibilitam que as


empresas enfrentem as mudanças do mercado e estejam amparadas por um
processo decisório forte o suficiente para garantir a resolução dos problemas
(BAZZOTTI; GARCIA, 2012).
De acordo com Turban (2017), o Sistema de Apoio a Decisão (SAD) pode ser
definido com um sistema de informação computadorizado que une dados e
modelos com objetivo da resolução de problemas não estruturados ou
semiestruturados, com considerável participação do usuário.
Há basicamente dois tipos de Sistemas de Apoio a Decisão: o SAD orientado a
dados, que disponibiliza ferramentas para a manipulação e análise de dados e
no qual podem ser realizados diversos tipos de testes estatísticos, além da
possibilidade da combinação dos dados em distintas formas para exibição; e o
SAD baseado em modelos, que possui algum topo de modelo matemático ou
estatístico da decisão suportado.
O SAD está diretamente relacionado a um conjunto de tecnologias e
ferramentas, tais como: Data Warehouse, ferramentas OLAP, Data Mining,
Business Intelligence, Modelagem Analítica e de previsões, e sistemas CRM. O
uso das ferramentas supracitadas, realiza a integração dos dados existentes em
sistemas CRM e ERP, proporcionando a fidelização de clientes, além de otimizar
a alocação de recursos e melhorar a qualidade de produtos e serviços
prestados.
Imagem 2 – Integração entre ERP e CRM

Fonte: Elaborado pelo autor (2022).

O CRM Operacional, conforme ilustrado pela figura 2, são aplicações


direcionadas ao cliente, tais como ferramentas para automação de vendas e
marketing, suporte de atendimento ao cliente. Já o CRM Analítico são
ferramentas de análise de dados dos clientes construídos pelo CRM
Operacional. Ele se baseia em Data Warehouses que consolidam os dados dos
CRMs operacionais e demais formas de contato com o cliente.

Qualidade da informação
Para que os Sistemas de Informações propiciem um suporte adequado às
tomadas de decisão da organização, vários fatores devem ser considerados.
Dentre eles, a qualidade da informação produzida por estes sistemas (ASSIS
et.al, 2018). De acordo com Laudon e Laudon (1996) apud Assis et. al (2018),
alguns fatores que interferem na qualidade da informação disponibilizada
pelos sistemas de informação são os seguintes:
Ruído: para que não ocorram ruídos, a informação deve ser adequada ao
nível hierárquico a que se destina. Desta forma, as informações mais
analíticas são direcionais para os níveis de hierarquia mais baixa e as mais
sintéticas para níveis ais altos.
Precisa versus correta: depende do uso da informação, pois há situações
em que a informação correta já é suficiente. Existem outros casos em que
ela deve ser precisa e correta, ou seja, as informações devem estar
disponíveis no maior grau de detalhe possível.
Padronizada: informações repetitivas devem ser padronizadas para
fundamentar seus custos de produção, bem como facilitar a sua
compreensão de quem a recebe.
Previsão: em algumas situações há necessidade de se projetar o
comportamento atual no longo prazo, pois a comparação baseada em
dados históricos somente não atende.
Relevância: consiste no grau de significância que a informação possui.
Importante destacar, que ela deve ser unicamente necessária e suficiente
para a tomada de decisão.
Confiabilidade: é o grau de confiança que o tomador de decisão atribui à
informação. Estatisticamente falando, essa confiabilidade é a
porcentagem de vezes que a informação se mostra nos limites
considerados precisos.
Frequência: se refere a quantidade de oferecimento desta informação em
determinado período.
Redundância: é o excesso de informação que se possui por unidade de
elemento de dado. Consiste em uma forma de segurança contra erros no
processo de comunicação.
Custo/Benefício: o custo da produção da informação deve ser, no mínimo,
equivalente ao resultado proporcionado. Esse resultado pode ser medido
pela agregação de valor a um determinado processo.
Disponibilidade: consiste no local e momento em que a informação deve
estar disponível.
Transmissão: é garantir que os dados sejam transmitidos de forma
eficiente, reduzindo os pontos de transmissão, para que a entrega ocorra
sem distorção, omissão ou excesso e no tempo desejado.
09

Abordagens e processos
para a gestão da
informação nas
organizações
Olá, alunos!
Os conceitos de governança de dados podem ser aplicados nas mais distintas
situações. De acordo com o Data Governance Institute (2022), a Governança de
Dados é um sistema de direitos de decisão e responsabilidades para processos
relacionados a informações, executado de acordo com modelos acordados que
descrevem quem pode realizar quais ações, com quais informações e quando,
sob que circunstâncias e com quais métodos.
A Governança de Dados é uma disciplina que deve tratar do planejamento,
supervisão e controle sobre a gestão de dados, bem como do seu uso. É a
organização e implementação de políticas, procedimentos, comitês, papéis e
responsabilidades que confirmam as regras de comprometimento, direitos
decisórios e prestação de contas sobre o uso apropriado do dado (DAMA, 2022).
Para Fernandes, Diniz e Abreu (2019), qualquer que seja o foco estabelecido
pela organização, alguns objetivos são considerados comuns para
implementação de um programa de governança de dados, tais como:

Propiciar uma tomada de decisão mais assertiva;


Mitigar o atrito operacional;
Proteger as necessidades dos stakeholders;
Institucionalizar um gerenciamento comum no tratamento de
dados;
Criar padrões, processo e metodologias que possam ser
divulgadas na organização;
Mitigar custos e aumentar eficiência por meio da coordenação
de esforços conjuntos; e
Garantir a transparência dos processos.

Para o Data Governance Institute (2022), de forma geral, a governança de


dados possui seis áreas centrais: 1. Políticas, Normas e Estratégias; 2. Qualidade
dos dados; 3. Privacidade, Compliance, Security; 4. Arquitetura e Integração; 5.
Data Warehouse e BI; e 6. Alinhamento entre a Governança de Dados e as
estratégias de Tecnologia da Informação e negócio.
Modelos de maturidade e frameworks
Há diversos modelos de maturidade e frameworks que auxiliam na
implantação da governança de dados, contribuindo com as organizações no
cumprimento desse objetivo, porém, trataremos aqui de apenas três, conforme
a seguir (FERNANDES; DINIZ; ABREU, 2019).
O modelo DMM (Data Management Maturity) consiste em uma estrutura de
maturidade que possibilita a melhoria e maior capacidade de gerenciamento
do processo, contendo práticas para o estabelecimento, sustentação e
otimização do gerenciamento de dados, acompanhando todo o seu ciclo de
vida (MUHSINZODA, 2016; CMMI INSTITUTE, 2014). Esse modelo foi criado pelo
CMMI Institute, mas atualmente pertence à ISACA (Information Systems Audit
and Control Association). Ele apresenta uma metodologia para execução de
avaliações do programa de gestão de dados, com o objetivo de ser o guia para
avaliação de maturidade das organizações no que se refere a este tema.
Conforme Fernandes, Diniz e Abreu (2019), o DMM é composto por 06
categorias, subdivididas em 25 áreas de processos, conforme tabela 1.
Tabela 1 – categorias do DMM

CATEGORIA ÁREAS DE PROCESSOS

Estratégia de gestão de dados

Comunicações

Estratégia de gestão de dados Função de gestão de dados

Caso de negócio

Financiamento do programa

Gestão da governança

Governança de dados Glossário do negócio

Gestão de metadados

Estratégia de qualidade de dados

Perfil de dados
Qualidade de dados
Avaliação da qualidade de dados

Limpeza de dados

Definição de requisitos de dados

Operações de dados Ciclo de vida da gestão de dados

Gestão do fornecedor

Abordagem arquitetural

Padrões arquiteturais

Plataforma e arquitetura Plataforma de gestão de dados

Integração de dados

Dados históricos, arquivamento e retenção

Processos de suporte Medição e análise

Gerência de processos
Garantia da qualidade de processo

Gestão de risco

Gestão de configuração

Fonte: Fernandes, Diniz e Abreu (2019, p. 245).

O DAMA-DMBOK (Data Management Body Of Knowledge) tem como objetivo


ser um guia definitivo para a gestão de dados, pois possui as seguintes metas
(FERNANDES; DINIZ; ABREU, 2019):

Criar consenso e fornecer definições para áreas do conhecimento de


gestão de dados. Tais definições envolvem produtos, funções e demais
terminologias;
Identificar princípios que direcionam a gestão de dados;
Observar as boas práticas aceitas, métodos e técnicas adotados e
abordagens alternativas, sem referenciar fornecedores de tecnologia
específicos;
Identificar questões organizacionais e culturais que influenciam a gestão
de dados; e
Esclarecer o escopo e os limites da gestão de dados.

SAIBA MAIS

O gerenciamento de dados envolve um conjunto de funções


interdependentes, cada uma com seus próprios objetivos, atividades
e responsabilidades. Os profissionais de gerenciamento de dados
precisam levar em conta os desafios inerentes à tentativa de obter
valor de um ativo corporativo abstrato enquanto equilibram objetivos
estratégicos e operacionais, requisitos técnicos e de negócios
específicos, demandas de risco e conformidade e entendimentos
conflitantes do que os dados representam e se são de alta qualidade.
O modelo DAMA-DMBOK está em sua versão 2 e possui as seguintes áreas do
conhecimento relacionadas diretamente com a gestão de dados:

1 Governança de dados;

2 Arquitetura de dados;

3 Modelagem e design de dados;

4 Armazenamento e operações de dados;

5 Segurança de dados;
6 Referência e dados mestres;

7 Armazenamento de dados e BI;

8 Integração e interoperabilidade de dados;

9 Documentos e conteúdos;

10 Metadados; e

11 Qualidade de dados.
O DGI Framework foi construído pelo DGI (Data Governance Institute) com o
objetivo de auxiliar as organizações a empreenderem as iniciativas de
governança de dados. Ele busca apoiar as organizações a absorver informações
importantes para a implementação da governança de dados, como: missão da
governança de dados, o trabalho que deverá ser realizado, os papéis funcionais
envolvidos, a interação dos papéis para gerar valor à organização e quando os
processos serão executados.

De acordo com Tanaka (2015) apud Fernandes, Diniz e Abreu (2019), a


governança de dados possui os seguintes componentes, definidos pelo DGI:
Missão: a governança de dados possui, como missão, três partes: definição
e alinhamento das regras de forma proativa, fornecimento de serviços de
dados para todos os stakeholders e, resolução de problemas decursivos da
não conformidade com as regras.
Objetivos: métricas e medidas de sucesso, financiamento.
Regras e definições de dados: estão diretamente relacionadas às políticas
de dados, normas, requisitos de conformidade e regras de negócio.
Direitos de decisão: estabelecimento do processo de tomada de decisão
no que se refere aos dados, bem como quem e quando as decisões devem
ser tomadas.
Responsabilidades: definição de papéis e responsabilidades.
Mecanismos de controle: definição de controle de riscos da gestão de
dados, principalmente no que se refere à violação de dados sensíveis.
Stakeholders de dados: definição de todos os profissionais envolvidos no
processo.
Escritório de governança de dados: responsável por facilitar e corroborar
com as atividades de gestão de dados, além de coletar as métricas e
consolidar os resultados para compartilhamento entre os envolvidos.
Stewardship de dados: responsável pela definição de políticas, normas e
recomendações para uso de níveis mais altos, como, por exemplo, o
comitê de governança.
Processos: consiste em todas as atividades de governança de dados,
contempladas por:

Alinhamento de políticas, requisitos e controles;


Estabelecimento do processo e poder de decisão;
Estabelecimento de papéis e responsabilidades;
Execução da administração;
Gerenciamento de mudanças;
Definição dos dados;
Resolução de problemas;
Especificação de requisitos de qualidade dos dados;
Integração de governança de dados e governança de TI;
Gerenciamento das partes interessadas;
Realização das devidas comunicações; e
Medição de valor dos resultados.

ATENÇÃO

Ainda, com relação a abordagens e processos para a gestão da


informação nas organizações, devem-se acrescentar três outros tipos
de governança que são: governança de conteúdo, de processos e de
projetos.

A governança de conteúdo envolve um conjunto de ações relacionadas


diretamente com relação aos conteúdos não estruturados e semiestruturados,
tais como: imagens, vídeos, áudios e demais textos pertencentes à organização.
Com isso, podemos destacar os seguintes pontos, ao se tratar a governança e a
gestão de conteúdo:
Estabelecimento de política de conteúdo corporativo;
Criação de padrões de coleta, preservação e descarte ou destruição de
conteúdos digitais e físicos;
Estabelecimento de padrão de classificação de compressão de arquivos
para digitalização;
Estabelecimento de padrão de classificação e indexação do conteúdo,
objetivando a sua recuperação;
Definição de regras de controle de tempo retenção;
Definição de regras para gerenciamento da gestão documental;
Procedimentos para digitalização de documentos, segurança da
informação, continuidade dos serviços de gestão de conteúdo;
Criação de normas que garantam a autenticidade de documentos digitais
e físicos;
Definição de regras para reutilização e transferência de conteúdo; e
Criação de padrão de indicadores operacionais, gerenciais e estratégicos
da gestão de conteúdo.

A governança de processos compreende a avaliação da situação atual de


processos específicos, o direcionamento de gestão e governança e o
monitoramento dessa aplicação de direcionamento. Seu principal foco é
estabelecer e aprimorar o processo ao longo do tempo, objetivando maximizar
o retorno dos produtos ou serviços pertencentes à organização (FERNANDES;
DINIZ; ABREU, 2019). Ao se tratar de governança de processos, é importante
considerar: a arquitetura do processo, o nível de maturidade e conformidade do
processo, a qualidade dos entregáveis, a resolução de não conformidades e
pontos de auditoria e, por fim, a avaliação dos resultados.

Conforme definido por Fernandes, Diniz e Abreu (2019), a governança de


projeto compreende a análise da situação atual dos processos e das práticas de
gestão de projetos podendo, ainda, avaliar a maturidade, o estabelecimento de
direcionamento para o processo, monitoramento, medição dos benefícios
esperados e a melhoria contínua.
Ainda, segundo os autores, os aspectos que são envolvidos neste tipo de gestão
são: política corporativa e processos de gerenciamento de projetos, métodos e
práticas de gestão de projetos, papéis e responsabilidades em projetos,
medições relacionadas aos resultados do processo de gestão de projetos,
organização e papéis do escritório de projetos, política de desenvolvimento de
pessoal em gestão de projetos, entre outros.
CONECTE-SE

Devido à importância dos dados nas decisões estratégicas das


empresas, há a necessidade de aplicar processos maduros de gestão
de dados. Este artigo mostra o cenário de Uberlândia e região em
Governança de Dados, no ano de 2013. Para o estudo, foi utilizado
como referência o guia DMBOK, através de uma pesquisa de campo
envolvendo profissionais da área da tecnologia da informação. Para ter
acesso ao artigo completo, acesse o link a seguir.
10

Ferramentas de
tecnologia para a gestão
da informação
É sabido que, atualmente, se uma empresa não possui sistemas de tecnologia
da informação, consequentemente, não conseguirá permanecer no mercado,
pois há a necessidade de ao menos um sistema simples para gerenciar as
informações básicas e atender às obrigações legais.
Para que uma empresa consiga sobreviver e crescer no mercado atual é preciso
focar em produtividade e competitividade, por isso, algumas ferramentas
estratégicas de gestão da informação são essenciais para alcance dos níveis de
exigência do mercado, principalmente se diferenciar em relação à
concorrência.

Evolução das ferramentas


Na década de 1960, surgiu o primeiro sistema de controle de materiais na
indústria, chamado de BOM (Bill Of Materials), ou lista de materiais, em que
possui a única responsabilidade de geração de uma lista dos materiais
necessários para a fabricação de determinado produto.
Na década seguinte, surgiram os sistemas MRP (Manufacturing Resources
Planning), que em português significa Planejamento de Recursos de
Manufatura, conforme mostrado na figura 2, e possuía a responsabilidade de
realizar cálculos para automatização do planejamento dos materiais,
programação da produção, pedidos, previsão de vendas, ordens de compra e
estoque.
A evolução desses sistemas foi chamada de MRP II, ocorrida nos anos 1980, cujo
principal objetivo consistia em integrar mais funcionalidades na gestão de
produção, além de controle de vendas e estoque.
Imagem 2 – Componentes do MRP

Fonte: elaborada pelo autor (2022).

Já na década de 1990, surge o ERP (Enterprise Resource Management)


utilizado até hoje pelas organizações e em constante evolução. Os ERPs são
sistemas desenvolvidos para controle de diversas áreas e processos de uma
organização, eles possuem uma grande complexidade, tanto no seu
desenvolvimento quanto na sua utilização em geral.
Nos anos 2000, foram agregados aos sistemas ERP os sistemas CRM e SCM
(Supply Chain Management). Para este último, pressupõe, fundamentalmente,
que as empresas devem definir suas estratégias competitivas e funcionais por
meio de seus posicionamentos, tanto como fornecedores quanto como
clientes, dentro das cadeias produtivas nas quais estão inseridas.
O SCM tem representado uma nova e promissora fronteira para empresas
interessadas na obtenção de vantagens competitivas de forma efetiva e pode
ser considerada uma visão expandida, atualizada e, sobretudo, holística da
administração de materiais tradicional, abrangendo a gestão de toda a cadeia
produtiva de uma forma estratégica e integrada.
Já os sistemas CRM visam auxiliar no contato e relacionamento com o cliente,
atividades relacionadas ao marketing e vendas e aos serviços de pós-venda.
Eles ainda dão apoio a processos tipicamente transacionais, como recepção de
pedidos e atendimento a clientes.
Vale destacar que, conforme ilustrado pela figura 3, as evoluções das
ferramentas são cumulativas, ou seja, elas foram evoluindo por meio da
agregação de funcionalidades e ferramentais ao longo dos anos, tornando-se
uma ferramenta robusta para a gestão da informação.

Imagem 3 – Evolução das ferramentas de TI

Fonte: elaborada pelo autor (2022).


SAIBA MAIS

O ERP integra várias funções, como: controles financeiros,


contabilidade, folha de pagamento, faturamento, compras, produção,
estoque e logística. Possibilita um fluxo de informações único,
contínuo e consistente por toda a empresa, o que permite
administrar os negócios em uma única base de dados,
diferentemente do que ocorre com a maioria dos sistemas que
possuem um banco de dados específico para cada aplicação.

Novas ferramentas
Uma ferramenta de grande relevância que ganhou espaço dentro das
organizações é o BI (Business Intelligence), pois devido à qualidade dos
resultados que podem ser obtidos e usados para a tomada de decisão tornou-
se um diferencial competitivo. De acordo com Cortez et al. (2021), apesar de o BI
trabalhar com coleta de dados, é incontestável sua existência sem um ERP
suportando a estrutura de gestão e armazenamento de dados.
O Big Data é outra ferramenta estratégica de gestão da informação, pois
consegue processar um grande volume de dados com alto desempenho, o que
geralmente não é possível ser realizado por banco de dados convencional.
Russom (2011) descreve que a maioria das ferramentas projetadas para
mineração de dados ou análise estatística tende a ser otimizada para grandes
conjuntos de dados.
Na verdade, a regra geral é que quanto maior a amostra de dados, mais
precisas são as estatísticas e outros produtos da análise. Em vez de usar
ferramentas de mineração e estatísticas, muitos usuários geram ou codificam
manualmente SQL complexo, que analisa big data em busca do segmento de
cliente certo, perfil de rotatividade ou custo operacional excessivo. A mais nova
geração de ferramentas de visualização de dados e funções analíticas no banco
de dados também opera em big data.
Outra ferramenta que pode ser incorporada à gestão da informação é o uso do
aprendizado de máquina, como, por exemplo, ao se possuir os processos
mapeados dentro de uma ferramenta de gestão, é possível controlar e extrair
diversas informações, como: dados, prazos, valores, tempo gasto, quantidade de
tarefas, entre outras, que passam a estar armazenadas de forma estruturada
em uma base de dados.

ATENÇÃO

Portanto, com o aprendizado, entende-se que a agregação aos


processos de gestão da informação seja considerável, pois além da
análise humana realizada em relatórios de processos e indicadores de
BI, podem ser desenvolvidos algoritmos para analisar as informações,
tanto de maneira generalista como de uma forma mais focada nos
processos de negócio da empresa.

A gestão eficiente de uma empresa necessita da percepção objetiva e precisa


do valor da informação e de uma melhor compreensão do uso dos sistemas de
informação. A evolução dos sistemas computacionais e a redução dos custos de
hardware, nas últimas décadas, impulsionaram o armazenamento de dados e,
proporcionalmente ao desenvolvimento de novas e mais complexas estruturas
de armazenamento. As diferentes técnicas de gerenciamento de dados
disponíveis possibilitaram a implementação de algoritmos para identificação
de padrões ou associações (CUNHA; RIBEIRO; PEREIRA, 2014; SOUZA, 2015).
A Ciência de Dados se apresenta como uma importante ferramenta de TI com
a capacidade de gerenciar um volume crescente e variado de dados, já que é
capaz de identificar padrões válidos, podendo revelar informações relevantes,
que podem ajudar na tomada de decisão estratégica das organizações, como,
por exemplo, no direcionamento das ações em redução de custos, estratégias
de marketing e gestão de clientes, melhorando aspectos gerenciais e
aumentando a competitividade das organizações (SANTOS, 2017).
CONECTE-SE

Esse artigo objetiva indicar lições aprendidas em casos de fracasso na


implantação de sistemas ERP no Brasil. Para tanto, é feita uma
pesquisa bibliográfica em artigos que relatam casos brasileiros, com
identificação das lições aprendidas em cada caso nesse contexto
cultural específico. Para ler o artigo completo, acesse o link a seguir.
11

Governança Empresarial
de Tecnologia e
Informação - Cobit 2019
Não há como tratar de governança empresarial de tecnologia da informação e
não relacionar ao COBIT (Control Objectives for Information and related
Technology), que é baseado em uma visão corporativa e alinhada às boas
práticas de governança corporativa. Sua estrutura única e abrangente com
orientação consistente e integrada é expressa em linguagem não técnica e
independente de tecnologia.
Trabalhar em uma estrutura e alavancar boas práticas possibilita o
desenvolvimento e a otimização de processos de governança apropriados, além
de outros componentes do sistema de governança. A estrutura COBIT
estabelece a abordagem geral, além de orientar, por meio de normas e boas
práticas específicas, que podem ser aplicadas a processos, práticas, políticas e
procedimentos específicos, à medida que a empresa adapta sua
implementação. Nos aprofundaremos aqui na versão do COBIT 2019.

Princípio para uma estrutura de governança


O COBIT 2019 é composto por um conjunto em aberto, projetado para ser
customizável. As publicações disponíveis atualmente para esta versão são:
Estrutura do COBIT 2019: Introdução e Metodologia, apresenta os
conceitos-chave do COBIT;
Estrutura do COBIT 2019: Objetivos de Governança e de Gestão, descreve,
de forma completa, os 40 objetivos de governança e gestão, os processos
ali contidos e outros componentes relacionados, conforme ilustrado pela
figura 3. O guia também faz referência a outros padrões e estruturas;
Guia de Planejamento do COBIT 2019: Projetar uma Solução de
Governança de Informação e Tecnologia. O guia explora os fatores
envolvidos nos projetos que podem influenciar a governança, incluindo
um fluxo para planejar um sistema de governança adaptado à
organização; e
Guia de Implementação do COBIT 2019: Implementar e Otimizar uma
Solução de Governança de Informação e Tecnologia. Este guia representa
uma evolução do Guia de Implementação do COBIT 5 e desenvolve um
roteiro para a melhoria contínua da governança. Pode ser utilizado em
conjunto com o Guia de Planejamento do COBIT 2019.

Os objetivos de governança e gestão no COBIT 2019 estão agrupados em cinco


domínios, conforme mostrado na figura 2. Os domínios são denominados por
verbos que expressam a finalidade-chave e as áreas de atuação dos objetivos
neles contidos.
Domínios do Cobit 2019

Objetivos de
Objetivos de Gestão
Governança

APO Alinhar, BAI Construir, DSS Entregar,


EDM Avaliar, MEA Monitorar,
Planejar e Adquirir e Prestar Serviços e
Dirigir e Monitorar Avaliar e Analisar
Organizar Implementar Suportar Serviços

EDM Evaluate, DSS Deliver, MEA Monitor,


APO Align, Plan BAI Build, Acquire
Direct and Service and Evaluate and
and Organize and Implement
Monitor Support Assess

Fonte: adaptado de COBIT 2019 Framework: Introduction and Methodology.

Os objetivos de governança estão agrupados no domínio EDM. Neste domínio,


os órgãos de governança avaliam, direcionam o corpo gerencial na execução
das opções estratégicas e monitoram o cumprimento da estratégia.
Os objetivos de gestão estão organizados em quatro domínios, que são:
APO: aborda a organização como um todo, a estratégia e as atividades de
gestão de TI;
BAI: aborda a definição, aquisição e implementação das soluções de TI e
suas integrações nos processos de negócio;
DSS: focado na prestação e suporte dos serviços de TI, inclusive de serviços
de segurança; e
MEA: seus objetivos focam no monitoramento do desempenho e na
conformidade da TI com os objetivos de controles internos e os requisitos
externos.

De acordo com Neto e Macedo (2021), para atender aos objetivos de


governança e de gestão, a organização deve estabelecer, customizar e
sustentar um sistema de governança, composto por diversos componentes,
que podem ser definidos como fatores que, isoladamente, ou em conjunto,
contribuem para a boa operação do sistema de governança de TI da
organização. Eles interagem entre si, resultando em um sistema holístico de
governança para a TI.
SAIBA MAIS

O COBIT 2019 foi construído baseado em dois conjuntos de princípios,


os Princípios que descrevem os principais requisitos de um Sistema
de Governança para informações e tecnologia; e os Princípios para
uma estrutura de Governança que pode ser utilizada para construir
um Sistema de Governança para a toda a organização.

Imagem 4 – Componentes do Sistema de Governança

Fonte: adaptado de COBIT 2019, Framework.


Os componentes podem ser de tipos diferentes, sendo o mais familiar o
componente processos. No entanto, os componentes de um sistema de
governança, conforme mostrado pela figura 4, também incluem estruturas
organizacionais, políticas e normas, itens de informação, cultura e
comportamento, habilidades e competências, assim como serviços,
infraestrutura e aplicativos.

Processos descrevem um conjunto organizado de práticas e


atividades para alcançar alguns objetivos, resultando em
produtos que darão suporte ao atingimento dos objetivos gerais
relacionados à TI;
Estruturas Organizacionais são entidades-chave no processo
decisório em uma organização;
Princípios, políticas e procedimentos traduzem o
comportamento esperado em guias práticos para a gestão do
dia a dia;
Informação inclui todas as informações produzidas e utilizadas
pela organização. O COBIT 2019 concentra seu foco nas
informações necessárias para o efetivo funcionamento do
sistema de governança de TI;
Cultura, ética e comportamento dos indivíduos e da organização
são, frequentemente, fatores subestimados para o sucesso das
atividades de governança e gestão;
Pessoas, habilidades e competências são requisitos para boas
decisões, execução de ações corretivas e a conclusão bem-
sucedida de todas as atividades; e
Serviços, infraestrutura e aplicativos que fornecem à empresa o
sistema de governança para processamento de TI.

Uma área de foco no COBIT descreve um determinado tópico de governança,


domínio ou assunto que pode ser trabalhado por um conjunto de objetivos de
gestão e governança e seus componentes. Exemplos de áreas de foco incluem
pequenas e médias organizações, segurança cibernética, transformação digital,
computação em nuvem, privacidade e DevOps. A quantidade de áreas de foco
é virtualmente ilimitada. Isto é o que faz o COBIT aberto e dinâmico. Novas
áreas de foco podem ser acrescentadas quando necessário ou quando
especialistas ou profissionais de um determinado assunto fizerem uma
contribuição ao modelo aberto do COBIT (NETO; MACEDO, 2021).

CONECTE-SE

O COBIT é um framework globalmente reconhecido e utilizado para


Governança de TI. De forma simples, o COBIT está para a Governança
de TI assim como o ITIL está para o Gerenciamento de TI. O guia
completo para governança de TI pode ser acessado no link a seguir.
12

Gestão e Governança
Digital 4.0
O mundo atual passa por um processo de transformação digital em todas as
áreas do conhecimento. Para compreendermos o impacto que essa
transformação pode causar sobre a gestão e governança de TI, é preciso
analisarmos a situação atual das atividades de TI, tanto no que se refere à
tecnologia em si, como no que se refere às novas maneiras e arranjos
organizacionais que influenciam como os serviços e projetos são desenvolvidos,
não deixando de incluir os princípios aplicados às organizações exponenciais e
startups focados em organizações que já nascem digitais.
Desta forma, Silva et al. (2019) apontam os movimentos no mercado no que se
refere a processos de negócios, como:

Forte automação de processos de backoffice objetivando uma


organização sem papel;
Transações digitais entre as organizações;
Cadeia de valor totalmente integrada, objetivando a automação
completa e autonomia;
Processo de negócio e de operações autônomos;
Manufatura integrada e automatizada por completo;
Abundante utilização dos dados para aprendizagem e apoio à
tomada de decisão;
Negócios baseados em plataformas digitais; e
Criação de ecossistemas de organizações em torno de
plataformas digitais.

Já no que se refere à tecnologia, projetos e serviços, Silva et al. (2019) apontam


os movimentos:
Foco em agilidade com a utilização de métodos ágeis, como
Scrum, XP e TDD para o desenvolvimento de software;
Enorme busca por certificados relacionados a métodos ágeis,
técnicas e metodologias de inovação pelos profissionais de TI;
Muitas iniciativas de implementação de DevOps;
Uso intensivo de chatbots;
Implementação de RPA (Robotic Process Automation);
Uso intenso de big data e analytics na aprimoração de
processos, serviços e produtos objetivando melhorar a
experiência do cliente;
Projetos de desenvolvimento de plataformas digitais,
contribuindo para novos modelos de negócio;
Forte utilização de serviços de nuvem privada e híbrida de alto
desempenho;
Implementação das primeiras aplicações de IA;
Reforço dos aspectos de segurança da informação, além da
preocupação no atendimento à Lei Geral de Proteção aos dados;
Variedade de aplicativos com acesso por dispositivos móveis,
propiciando canais de interação com as empresas e diversos
serviços;
Acesso à streaming de qualidade pelos dispositivos móveis; e
Utilização de modelos preditivos e de implantação de
tecnologias habilitadoras nas mais diversas áreas, como
manufatura, logística, comércio e serviços.

No que se refere ao contexto organizacional, Silva et al. (2019) apontam que o


mindset de inovação, lean, agilidade, arranjos organizacionais ágeis e princípios
de organizações exponenciais estão em destaque. Alguns aspectos apontados
pelos autores são:
Criação de espaços de inovação por parte de grandes
corporações para atração de startups;
Novos arranjos organizacionais ágeis, por meio de squads e
tribos, para o desenvolvimento de projetos e disponibilização de
serviços;
Os squads e tribos devem ser formados por equipes
autogerenciadas com poderes para definição de melhor forma
de trabalhar, inclusive alteração de processos de forma
autônoma;
Surgimento de novos princípios para a gestão das organizações,
como:
A organização deve possuir um propósito que não seja somente
o lucro;
Líderes devem estar conscientes do propósito da empresa e
com perfil de mentor;
Foco direto na experiência do cliente e não mais em produtos ou
serviços;
Ambiente de trabalho motivador focado em resultados e
estrutura voltada para inovação e colaboração;
Equipes autônomas e dinâmicas;
Empreendedorismo e inovação aberta;
Processos adaptáveis e flexíveis;
Uso inteligente da informação disponível;
Pouca ênfase na posse de ativos;
Negócios sustentáveis.
Uso do processo de construção de produtos mínimos viáveis; e
Utilização dos princípios de organizações exponenciais:
Trabalhar com pessoa sob demanda, pelo uso de freelancer ou
temporário;
Construir uma comunidade engajada;
Utilização extensiva de algoritmos;
Alugar ao invés de imobilizar;
Interfaces com os usuários e clientes fortemente automatizadas;
Utilização de dashboards com os objetivos de performance;
Incentivo à experimentação; e
Equipe autogerenciadas;
Utilização de tecnologia para o trabalho colaborativo.
Modelo de Governança Digital 4.0
O modelo de governança 4.0 proposto por Silva et al. (2019), demonstrado na
figura 2, define que:
A organização deve desenvolver e implementar seu modelo de
governança digital a partir de modelos de referência;
O modelo de referência pode ser redefinido, de acordo com
fatores de design, objetivando o modelo objetivo da organização
ou o que seja mais adequado à realidade;
A implementação dos processos de gestão e governança
adotam a abordagem Lean;
O projeto do processo é realizado usando métodos de inovação
ágeis, como Sprint da Google ou o Lean Inception;
O produto criado do projeto de um processo é um MVP;
Definido o processo, ele é automatizado usando ferramentas,
como Jira, Trello, Pipefy, entre outros, ferramentas de ITSM ou de
workflow.
A governança e a gestão são ágeis pela utilização de meios e
ferramentas de colaboração na execução de processo ou de
monitoramento de conformidade;
Utilizando ferramentas ágeis, as mudanças nos processos
podem ser ligeiras, atribuindo poder aos times auto-organizados
e autônomos; entretanto, mantendo o conhecimento disponível
para todos os times;
A transformação de inovações em projetos ou
desenvolvimento/aquisição de novas soluções utiliza métodos
ágeis, com foco no Lean. Os projetos são implementados
utilizando métodos ágeis e o DevOps é utilizado para a
integração contínua e o deployment contínuo;
A infraestrutura de TI é ágil, baseada em infraestrutura como
código e serviços em nuvem, oferecendo disponibilidade para as
necessidades da empresa;
Os serviços de TI ou de TA são executados conforme o modelo
de serviços implementado, incluindo operações, incidentes,
problemas, serviços de segurança, requisições de serviços,
gerenciamento de capacidade, disponibilidade, mudança,
aceitação, configuração etc.;
A melhoria contínua é realizada por meio dos resultados das
entregas dos serviços e níveis de serviços;
Dois grandes blocos do modelo são fundamentais:
Novas formas de trabalho por meio da disponibilização do digital
workplace para o pessoal envolvido na implementação dos
produtos e serviços de TI, realizar mudança organizacional,
desenvolver pessoas, desenhar e implantar novos arranjos
organizacionais da TI etc.;
Gestão do conhecimento que é um dos principais pilares do
modelo, pois refere-se ao conhecimento construído desde o
desenvolvimento do modelo objetivo até a execução dos
serviços de TI. Isso engloba toda a documentação gerada,
registro de lições aprendidas, wikis, blogs, vlogs, podcasts, cursos
da modalidade em educação a distância, ou seja, tudo o que
uma equipe necessita para o desenvolvimento dos trabalhos
dentro de processos previamente definidos. A gestão do
conhecimento exige a criação de uma base de conhecimento
que seja compartilhada por todos os envolvidos em projetos de
TI.

SAIBA MAIS

O MVP ou Produto Mínimo Viável é um conceito que surgiu no


contexto do mercado de inovação e startups, ganhando o mundo,
por ser versátil e prático, ele rapidamente passou a ser aplicado por
empreendedores das mais variadas áreas, até mesmo em grandes
companhias. O uso do MVP possibilita realizar testes dos principais
pontos da ideia de um negócio, tendo como vantagens agilidade e
redução de custos.
Imagem 2 – Modelo de Governança Digital 4.0

Fonte: Adaptado de Silva et al. (2019).

CONECTE-SE

O artigo em formato de estudo de caso descreve um método de


Implementação de Governança de TI baseado na formação de um
Comitê Ágil para reestruturar processos burocráticos inadequados,
visando atender às demandas de melhoria na eficiência do uso de
recursos públicos por empresas e sociedades de economia mista. Para
ler o artigo completo, acesse o link a seguir.
13

Tecnologias
habilitadoras da
transformação digital
A revolução 4.0 traz consigo uma nova etapa de desenvolvimento da
humanidade, proporcionada pelo amadurecimento paralelo de diversas
tecnologias que tem origem no mundo físico, biológico e digital. Há um
conjunto considerável de tecnologias em destaque, que expõem avanços
significativos que propiciam oportunidades de benefícios para os negócios em
decorrência de sua aplicação. Podemos citar algumas, como: robótica
colaborativa, impressão 3D, internet das coisas, realidade virtual e aumentada,
inteligência artificial e aprendizado de máquina, blockchain, big data,
automação de processos robóticos, métodos ágeis, DevOps, modelagem
biológica, edição genética entre outros.

SAIBA MAIS

As tecnologias de big data, defendida por muitos autores, devem ser


tolerantes a falhas, possibilitar a escalabilidade, permitir arquitetura
distribuída e o processamento de volumes de dados cada vez
maiores. Dentre as principais, destacam-se: Hadoop, Spark, R, Data
Lakes, Database NoSQL, Streaming analytics, edge computing, entre
outros.

Para Silva et al. (2019), as tecnologias podem ser classificadas como originadas
em:
Mundo físico: robótica e impressão 3D;
Mundo digital: internet das coisas, gêmeos digitais, realidade
virtual e realidade aumentada, inteligência artificial, machine
learning, deep learning, blockchain e RPA (Robotic Process
Automation);
Mundo biológico: edição genética e modelagem e simulação
biológica;
Voltada para dados: big data e Analytics; e
Voltada para softwares e soluções digitais: Métodos ágeis e
DevOps.

Robótica Colaborativa
A robótica colaborativa consiste na automação de processos e a troca de
informações com o exterior são os objetivos buscados atualmente, fazendo
com que máquinas, sistemas de TI e equipes humanas trabalhem em rede. O
objetivo é conectar robôs e veículos guiados automatizados com o resto da
organização para obtenção do máximo desempenho.
Por meio da robótica colaborativa, os robôs deixam de ser somente máquinas
com braços mecânicos ou semelhantes a um humanoide, mas passam a ser
compostos de sensores, sistemas de visão e com capacidade de execução de
tarefas ao lado dos humanos. Isso faz com que a capacidade de aplicação seja
expandida e a produtividade melhore consideravelmente (SILVA et al., 2019).
Para Silva et al. (2019), novos tipos de robôs surgiram nos últimos anos, como:
Veículos autônomos: em que se destacam empresas, tais como Waymo,
Uber e Tesla;
Veículos com dispositivos de autonomia e segurança: uma resposta das
montadoras às iniciativas de veículos autônomos;
Drones ou robôs: equipamentos que realizam picking no warehouse e
realizam atividade de reposição de estoques com produtos; e
Sistemas dotados da capacidade de compreensão de textos e
automatização de tarefas: que antes eram restritas somente aos seres
humanos, tais como os advogados na análise de um contrato.
A robótica colaborativa torna a tecnologia, especialmente a automação
robótica, mais acessível às pequenas e médias empresas. De fato, representa
uma nova era na automação industrial, pois permite a introdução de robôs em
setores e processos industriais nos quais, até o momento, não era possível. Isso
significa maior flexibilidade e competitividade na automação de diversas
tarefas que geralmente são realizadas em ambientes fabris.

Impressão 3D
A tecnologia de impressão 3D contribui para a evolução e mudança do cenário
organizacional com a possibilidade de criação de produtos personalizados,
reduzindo perda de materiais durante esse processo, por meio do que é
chamado de manufatura aditiva.
Conforme afirmam Silva et al. (2019), essa tecnologia torna viável um conjunto
de abordagens que, anteriormente, não era possível, como:

Manufatura de peças de reposição in loco, sem a necessidade de


se valer de compras e logísticas ou, ainda, manter altos estoques;
Realização de testes antes da fabricação efetiva de
componentes;
Disponibilidade de um protótipo em um reduzido espaço de
tempo; e
Viabilidade de construção de peças porosas.

As organizações têm se interessado no uso da manufatura aditiva nas mais


diversas etapas da cadeia produtiva, seja no processo de produção, no
armazenamento e na distribuição dos produtos, enxergando como um
diferencial competitivo. O seu uso está diretamente ligado à redução no tempo
de espera, de entrega do produto e estoque.

Internet das Coisas (IoT)


O surgimento dos smartphones e da internet tem mudado totalmente a forma
como fazemos tudo, atualmente, porém, o que realmente está na pauta da
revolução é a possibilidade de conectividade de qualquer dispositivo na
internet. Pode-se citar alguns exemplos dessa nova forma de realizar atividades
que antes eram totalmente manuais. Por exemplo, uma casa disposta de
dispositivos inteligentes onde é possível a gestão de consumo de energia,
automação da temperatura, monitoramento de produtos na geladeira e
despensa.
Na indústria, as informações produzidas por operadores humanos podem ser
coletadas por meio de itens conectados à internet nos crachás ou
equipamentos de segurança. Dentre as diversas vantagens na utilização dessa
tecnologia está o controle de fluxo, monitoramento de segurança do
funcionário, de equipamentos e de máquinas, viabilizando manutenção
preventiva com o uso do sensoriamento (SILVA et al., 2019).
Um dos maiores impactos para as empresas é a capacidade de fazer mais em
menos tempo. A evolução tecnológica, geralmente, favorece a produtividade e
a eficiência, e os dispositivos interconectados incluem tudo, desde semáforos
(tornando seu trajeto mais rápido) até o rastreamento de chaves ou telefones
celulares perdidos. A IoT tem o potencial de impactar qualquer setor, seja
gerenciamento de projetos, gerenciamento de riscos, agricultura ou
planejamento urbano.

Gêmeos digitais, realidade virtual e


realidade aumentada
De acordo com Tao e Zhang (2017), um gêmeo digital é composto por três
partes: produto físico no espaço real, produto virtual no espaço virtual e a
conexão de dados e informações entre os espaços real e virtual. Vale destacar
que a parte virtual, além de armazenar o histórico da parte física, também
possui a capacidade de prover otimização e predição para ela, buscando
sempre a convergência entre as partes.
Outra definição apresentada por Silva et al. (2019) é que o gêmeo digital
possibilita a simulação digital de todos os elementos que compõem uma
determinada situação, sendo máquinas, seres humanos e topologia física. Com
isso, há a possibilidade de tratar a ergonomia, fluxo de processos,
funcionamento de peças, possibilitando ainda a visualização integrada de tudo.
Dentro da abrangência do contexto digital pode-se, ainda, imergir uma pessoa
com uso de óculos de realidade virtual. Com esse dispositivo é possível
compreender tudo o que ocorre à sua volta apenas com a projeção das
imagens ou, ainda, com sensores de percepção para sentir o movimento que se
está executando. Como exemplos de uso, podemos citar cabines de simulação
para treinamento de pilotos, de uma fábrica ou hospital, cada um com os
dispositivos reais do ambiente preparado para tal atividade (SILVA et al., 2019).
Outra aplicação do conceito de gêmeos digitais pode ser vista por meio da
realidade aumentada, que consiste na criação de um ambiente totalmente
artificial, no qual se utiliza um ambiente existente e o sobrepõe com novas
informações. Esse conceito não recria as cenas, mas apenas fornece
informações úteis adicionais à realidade atual. Silva et al. (2019) apresentam
uma aplicabilidade simples, porém, muito ampla, que demonstra a efetiva
interação entre o usuário e o meio físico.
No mundo real existem equipamentos muito complexos que podem ferir um
operador ou técnico em manutenção, e os procedimentos de manutenção tem
se tornado mais difíceis. Desta forma, com o uso de óculos de realidade
aumentada, é possível disponibilizar ao usuário a visualização do equipamento,
conduzindo-o passo a passo, enquanto o equipamento exibe qual a peça que
necessita de manutenção, qual a ferramenta utilizar, quando o usuário se vira
para a caixa de ferramentas, e qual o movimento a ser realizado até a
finalização do processo de conserto.

Inteligência artificial, machine learning e


deep learning
A inteligência artificial é uma linha de conceitos e algoritmos criada com o
objetivo de buscar bases para a consciência. Ela pode ser definida como um
campo da ciência e engenharia preocupado com a compreensão
computacional do que é comumente chamado de comportamento inteligente
e com a criação de artefatos que exibem tal comportamento. No entanto, uma
revolução vem ocorrendo nos últimos anos, está relacionada à introdução de
algoritmos de deep learning, que já possibilitam que uma máquina tome
decisões e automatize tarefas melhor que os humanos.
No contexto de machine learning, existem vários tipos de algoritmos. Pense
nesses algoritmos como técnicas concorrentes para a obtenção do melhor dos
dados. Alguns algoritmos são melhores em certos aspectos, mas não há um
que seja o melhor em todos os departamentos. O deep learning é um tipo de
algoritmo adaptável a diferentes complexidades de dados e regras. Não é
necessariamente o mais preciso, mas é extremamente adaptável.
Para Silva et al. (2019), foi por meio dos algoritmos de deep learning, que
consiste basicamente em realizar o treinamento de diferentes camadas que
filtram, desde o conteúdo original até obter o resultado, muitas aplicações de
automação se tornaram possíveis com eficiência consideravelmente maior que
os humanos. Um exemplo dessa evolução é o reconhecimento de imagens que
tem conseguido um nível de precisão altíssimo.

Blockchain
A tecnologia blockchain é uma das inovações mais recentes, que pode ser
considerada como um novo paradigma para a regulação das atividades
humanas e empresariais. Ela consiste em um mecanismo de consenso
distribuído para armazenar as informações da transação em uma rede Peer-to-
Peer (P2P). Na verdade, foi projetado como um projeto de código aberto para a
introdução de uma moeda digital, conhecida como bitcoin. Embora o conceito
de blockchain tenha sido discutido, pela primeira vez, por meio da bitcoin, ele
possui aplicações que vão muito além das criptomoedas.

Para Silva et al. (2019), a principal característica da blockchain é a sua


capacidade de validar itens de forma descentralizada, garantindo a segurança
das transações envolvidas. Para exemplificar, podemos considerar como se
fosse uma chave de criptografia que, conhecida entre as duas partes
envolvidas, poderia ser utilizada para decifrar uma mensagem.

ATENÇÃO

No entanto, o plano de fundo desta tecnologia garante que, mesmo


sem ter conhecimento da chave do outro e sem passar por uma
estrutura centralizada, é possível realizar cálculos que garantem que
as transações e informações são válidas. Todos os nós, pertencentes a
esta rede, envolvidos, são obrigados a executar os protocolos
computacionais de verificação.

Big Data Analytics


A maioria das definições de big data se concentra no tamanho dos dados
armazenados. O tamanho importa, mas existem outros atributos importantes,
tais como: variedade de dados e velocidade de dados. Os três Vs de big data –
volume, variedade e velocidade – constituem uma definição abrangente e
derrubam o mito de que big data é apenas sobre volume de dados. Além disso,
cada um dos três Vs, conforme ilustrado pela figura 2, tem suas próprias
ramificações para análise (RUSSOM, 2011).
De acordo com Silva et al. (2019), os três Vs de big data podem ser explicados da
seguinte forma: o volume é responsável pelo tratamento de grandes
quantidades de dados, já a variedade consiste no tratamento de diversos tipos
de conjunto de informação oriundos das mais variadas fontes de dados,
incluindo redes sociais e dados não estruturados, por fim, a velocidade, que
consiste na velocidade na aquisição e no armazenamento de dados.

Imagem 2 – Os três Vs do Big Data

Fonte: Adaptado de Russom (2011).

Para que as organizações possam obter ganhos dessa tecnologia, aparece o


analytics que será o meio para fazer com que decisões baseadas em dados
sejam realizadas. Conforme definido por Sas (2019) apud Silva et al. (2019), a
inteligência analítica é um campo multidimensional e abrangente que faz uso
de técnicas matemáticas, estatísticas e de modelagem preditiva e aprendizado
de máquinas para detectar padrões e conhecimento significativos em dados.
A inteligência analítica pode ser aplicada em quatro tipos de situações para
contribuir com a tomada de decisão, segundo Hagerty (2016) apud Silva et al.
(2019):

Obtenção de informações sobre o que ocorreu para


compreender padrões que possam contribuir com a tomada de
decisão;
Obtenção de informação para compreensão de uma
determinada situação ocorrida;
Obtenção de informações para prever o que poderá ocorrer; e
Obtenção de informações para indicar a melhor decisão para
uma determinada situação.

Ocasionalmente, em um processo de aprendizado de máquina, as avaliações e


os resultados dos modelos são aprimorados ao longo do tempo, levando em
consideração o aprendizado baseado em padrões detectados, bem como em
função de novas situações identificadas.
CONECTE-SE

A gestão do conhecimento na transformação digital para a Indústria


4.0: tecnologias digitais e suas aplicações em setores econômicos traz
a transformação digital, impulsionada pela Indústria 4.0, promove
ambiente volátil e competitivo e acelera o desenvolvimento de
inovadoras tecnologias, por vezes incompatíveis com práticas
tradicionais. Você poderá se aprofundar nesse conteúdo acessando o
link do artigo a seguir.
14

Qualidade, segurança e
controle da informação
No que diz respeito à segurança da informação, a governança de TI deve lidar
com o estabelecimento de um sistema de gerenciamento de segurança da
informação, que esteja alinhado aos desejos da organização.
De acordo com Silva et al. (2019), a governança também é responsável pela
elaboração de políticas, processos e procedimentos, tais como:

Política de segurança da informação;


Proteção contra software malicioso;
Segurança da rede de comunicação;
Segurança física e lógica;
Gerenciamento da identificação de usuários;
Gerenciamento do acesso a ativos físicos;
Gerenciamento de informação e documentos sensíveis;
Gerenciamento de vulnerabilidades; e
Monitoramento da infraestrutura no que se refere aos aspectos
de segurança.

Ainda, de acordo com os autores, o papel da governança consiste na avaliação


do sistema de gestão da qualidade e as práticas gerenciais e operacionais,
chaves que, a partir da detecção, determina e direciona o desenvolvimento de
práticas, monitorando a sua execução.

Segurança da Informação
Para Nieles, Dempsey e Pillitteri (2017), segurança da informação se define
como a proteção de informações e sistemas de informações contra acesso, uso,
divulgação, interrupção, modificação ou destruição não autorizada, a fim de
garantir confidencialidade, integridade e disponibilidade. Estes três últimos
termos formam o que é conhecido como a tríade CIA, do acrônimo em inglês
para confidentiality, integrity e availability.
De acordo com a NBR ISO/IEC 27002 (2013):
A segurança da informação é alcançada pela implementação de um
conjunto adequado de controles, incluindo políticas, processos,
procedimentos, estrutura organizacional e funções de software e
hardware. Estes controles precisam ser estabelecidos,
implementados, monitorados, analisados criticamente e
melhorados, quando necessário, para assegurar que os objetivos do
negócio e a segurança da informação da organização são atendidos.

A segurança da informação é constantemente desafiada a cumprir seus pilares


em que, geralmente, nos problemas enfrentados elas são referência. Dentro do
contexto de tecnologia e sistemas de informação, a segurança da informação
possui três pilares que sustentam seus objetivos, conforme figura 2.

Imagem 2 – Pilares da Segurança da Informação

Fonte: Elaborado pelo autor (2022).

A Confiabilidade garante que a informação só será acessada por usuários


autorizados, tendo como base o sigilo da informação. Objetivando garantir a
confidencialidade são usados controles de acessos, que garantem a não
divulgação da informação sem permissão, como: autenticação por senha e
permissão de acesso. Vale destacar que este princípio no mundo corporativo
garante o sigilo e protege o capital intelectual pertencente à organização,
principalmente, com relação às vantagens competitivas e diferenciais de
mercado.
A Disponibilidade possibilita que a informação esteja disponível para acesso
quando se deseja, para todos aqueles que tenham acesso, desta forma, se
garante a continuidade do serviço. Esse princípio está diretamente ligado à
eficácia do sistema e no seu perfeito funcionamento. Uma das formas mais
comuns para se garantir a disponibilidade é a realização de serviços
redundantes, além de cópias de segurança.
A Integridade garante que a informação não seja modificada por indivíduos
não autorizados, de forma a garantir suas características exatas desde a origem
até o destino, sem sofrer qualquer alteração ou violação em todo o processo de
transporte. Uma das formas comumente utilizadas para se garantir a
integridade da informação transacionada é a criptografia.

CONECTE-SE

Você sabia que o Governo Federal Brasileiro possui um Departamento


de Segurança Nacional que, além de ser responsável pelo
planejamento e supervisão da atividade de segurança da informação
nacional, trata ainda da estratégia nacional de Segurança Cibernética?
Acesse o site do DSIC

Além dos três pilares que sustentam a segurança da informação em sistemas,


há quatro princípios que norteiam e possibilitam os meios adequados para a
manutenção de um sistema organizado, seguro e confiável. São eles:
Autenticidade: Confirma a identidade do indivíduo emissor da
informação, por meio do qual garante que a informação procede da fonte
apresentada. A assinatura digital é um dos mecanismos que compreende
este princípio.
Não repúdio ou irretratabilidade: esse princípio comprova que o emissor
não negue a criação de determinado documento ou assinatura, não sendo
possível eximir a sua autoria.
Legalidade: seguir inteiramente as Leis e Regulamentações vigentes de
determinado local ou País na utilização da tecnologia da informação.
Privacidade: Confirma quais informações são disponibilizadas e quem são
os usuários que possuem acesso. A autenticidade e a confidencialidade
são princípios que contribuem para a manutenção da privacidade.

Normas
Uma norma pode ser definida como a medida para a realização de uma
determinada atividade. Ela tem como premissa básica, definir regras e
instrumentos de controle para garantir a conformidade de um processo, um
produto ou um serviço.
Conforme estabelece a ABNT ISO/IEC Guia 2 (2006), o objetivo do documento
de normalização consiste na definição de soluções, em consonância dos
envolvidos, para temas que possuem caráter repetitivo, tornando-se uma
poderosa ferramenta na autodisciplina de agentes ativos dos mercados.
Garante ainda, evidência aos legisladores se há necessidade de
regulamentações específicas em matérias que não são cobertas por normas.

ATENÇÃO

Importante destacar que uma norma, definida por um órgão


oficialmente normativo, é considerada uma referência idônea perante
o mercado a que se destina, passando a ser utilizada em processos de
regulamentação, de certificação, de metrologia, de acreditação, entre
outros.
Imagem 3 – Objetivos da normalização

Fonte: acesse o link disponível aqui

A aplicação de normas de segurança em ambientes computacionais é muito


mais do que modismo, na verdade, é uma maneira de assegurar coerência nas
ações dos responsáveis pelas atividades de administração em ambientes
computacionais. Aderir a padrões de segurança reconhecidamente eficientes
reduz problemas de incidentes intrinsicamente ligados às operações
executadas por computadores. Vejamos a seguir as normas criadas para a
segurança da informação.

Normas em segurança da informação


A segurança para sistemas de informações foi um dos primeiros temas a se
criarem padrões. A gestão de segurança da informação objetiva identificar
riscos, prever sua possibilidade de ocorrência e implantar medidas que, de
forma efetiva, reduzam sua realização. A figura 2 apresenta o histórico de
evolução das normas relacionadas à segurança da informação.
Imagem 4 – evolução das normas relacionadas à segurança da informação

Fonte: elaborado pelo autor (2022).

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) criou um conjunto de


normas direcionadas para a Segurança da Informação, sempre tendo como
referência os padrões definidos pela Organização Internacional de
Padronização, conhecida como ISO. A seguir, apresentamos as principais
normativas em vigência.
ABNT NBR ISO/IEC 27003:2020 – Tecnologia da informação — Técnicas de
segurança — Sistemas de gestão da segurança da informação —
Orientações.
ABNT NBR ISO/IEC 27004:2017 – Tecnologia da informação — Técnicas de
segurança — Sistemas de gestão da segurança da informação —
Monitoramento, medição, análise e avaliação.
ABNT NBR ISO/IEC 27005:2019 – Tecnologia da informação – Técnicas de
segurança – Gestão de riscos de segurança da informação.
ABNT NBR ISO/IEC 27007:2021 – Segurança da informação, segurança
cibernética e proteção da privacidade - Diretrizes para auditoria de
sistemas de gestão da segurança da informação.
ABNT NBR ISO/IEC 27037:2013 – Tecnologia da informação – Técnicas de
segurança – Diretrizes para identificação, coleta, aquisição e preservação
de evidência digital.
ABNT NBR ISO 22301:2020 – Segurança e resiliência — Sistema de gestão
de continuidade de negócios — Requisitos.
ABNT NBR 16167:2020 – Segurança da informação - Diretrizes para
classificação, rotulação, tratamento e gestão da informação.

Existem ainda duas normas que merecem um pouco mais de destaque que
são:
ABNT NBR ISO/IEC 27001:2019 Versão Corrigida 2020 – Técnicas de
segurança — Extensão da ABNT NBR ISO/IEC 27001 e ABNT NBR ISO/IEC
27002 para gestão da privacidade da informação — Requisitos e diretrizes.

Esta norma estabelece os requisitos principais para a definição do escopo do


Sistema de Gestão da Segurança da Informação, além da avaliação de riscos, a
identificação dos ativos e a eficácia dos controles internos implementados. Ela
promove a adoção de uma abordagem de processo para o estabelecimento e
implementação, operação, monitoramento, análise crítica e evolução do SGSI
dentro da organização.
Vale ressaltar que o processo para a gestão de segurança da informação
apresentada por esta norma contribui para que os usuários destaquem a
importância de alguns aspectos, como:
Compreensão dos requisitos de segurança da informação e a necessidade
de estabelecimento de uma política e objetivos claros;
Implantação e inserção de controles para a gestão de riscos no contexto
de negócio global da organização;
Monitoramento e análise crítica do desempenho e eficácia do SGSI;
Melhoria contínua baseada em indicadores objetivos.

ABNT NBR ISO/IEC 27002:2013 – Tecnologia da informação — Técnicas de


segurança — Código de prática para controles de segurança da
informação.

Governança da proteção de dados


A LGPD ou Lei Geral de Proteção de Dados é considerada um dos mais
importantes marcos legislativos no que se refere à proteção de dados pessoais
no Brasil. Ela foi promulgada, por meio da Lei Federal 13.709/2018, objetivando a
intenção de regulamentar a coleta, uso e o tratamento de dados pessoais, em
qualquer meio de uso.
A abrangência da LGPD vai desde compras online a redes sociais, de escolas a
teatros, de hospitais a bancos, afetando grande parte dos setores e serviços, nos
mais diversos papéis, seja de indivíduo, empresa ou governo.
De acordo com Silva et al. (2019), o conceito de governança adotado em busca
da conformidade com as obrigações da LGPD é estabelecido por três verbos
sequenciais: avaliar, dirigir e monitorar, que neste momento de transição
organizacional, serve de padrão mínimo para as organizações. Complementam,
ainda, que o compliance, como ferramental da governança corporativa,
determina a conformidade de cumprimento, de respeito e de obediência às
normas que as empresas e seus membros devem respeitar.
Para a implementação e o monitoramento de controles e conformidades de
forma geral, no mesmo sentido, quando determinados controles internos
obrigatórios são estabelecidos por Lei, o desafio da alta direção está na
arquitetura e construção de modelo de gestão o mais integrado possível,
objetivando o desenvolvimento de práticas organizacionais de modelagem
com um conjunto de atividades e variáveis interdependentes, as quais, na atual
era da TI, precisam de suporte e acompanhamento do avanço tecnológico
(SILVA et al., 2019).

CONECTE-SE

O que é a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais e quais as


principais transformações que ela traz para o País? Esse portal criado
pelo Serpro disponibiliza um conjunto de informações relacionado à
LGPD, estruturadas áreas de estudo, como proteção dos dados,
tratamento dos dados e temáticas, além de notícias sobre a Lei.
15

Gestão Inteligente
da informação nas
organizações
A Gestão Inteligente de Informação pode ser definida como um conjunto de
processos que tem por objetivo organizar, gerenciar e compreender todos os
tipos de dados, além da integração de descoberta de dispositivos IP,
compartilhamento de dados, banco de dados de infraestrutura, integração de
terceiros, patches automatizados e aplicativos.
Dentro das organizações, é preciso realizar muito mais atividades do que
somente capturar documentos, é necessária a absorção de todas as
informações disponíveis e a transformação destas em processos de negócios,
padronizando e automatizando-os, quando possível.

ATENÇÃO

Vale destacar que nem todo processo organizacional é imenso, com


um volume considerável de dados e documentos. Os processos
podem ser simples, porém, de grande agregação de valor em
informações. Uma condição primordial é a automatização desses
processos para que a transformação digital de fato ocorra em
qualquer negócio.

No centro dessa jornada de transformação está a necessidade de entender,


antecipar e redefinir as experiências dos clientes internos e externos. Essa
transformação depende de outros pontos importantes: agilidade e inovação
nos negócios, excelência operacional e conformidade automatizada e
governança da informação.
De acordo com a AIIM (Association for Intelligent Information Management), a
informação é o ativo mais valioso de uma organização. É o denominador
comum em experiência do cliente, agilidade nos negócios, excelência
operacional e automação, em que todos derivam do gerenciamento inteligente
de informações.
SAIBA MAIS

O mundo corporativo já trabalhou no passado com uma dicotomia


conveniente entre gerenciamento de dados e gerenciamento de
conteúdo. Se essa dicotomia já fez sentido, faz cada vez menos com o
passar do tempo. Os tipos de problemas centrados no cliente que
devem ser resolvidos exigem competências e tecnologias de ambos
os mundos de gerenciamento de dados e gerenciamento de
conteúdo.

Desafios da Gestão inteligente


Esses desafios estão criando uma demanda por novas práticas de
gerenciamento de informações que vão além do ECM (Enterprise Content
Management) tradicional. Chamamos isso de Gerenciamento Inteligente de
Informações (IIM), um roteiro que fornece três recursos principais:
Serviços de conteúdo: Uma abordagem flexível e modular que utiliza
conteúdo e informações onde e quando necessário, independentemente
de onde estejam armazenados;
Serviços de processo: Ferramentas que podem ser entregues com a
simplicidade de um aplicativo, mas dentro de uma estrutura que permite
que o negócio permaneça no controle; e
Serviços de análise: Ferramentas automatizadas para preparar todas as
informações, estruturadas e não estruturadas, para aprendizado de
máquina.
Imagem 2 – Gerenciamento inteligente da informação

Fonte: acesse o link disponível aqui

Ainda, de acordo com a AIIM, a melhor classificação para a gestão inteligente


da informação aplicável é:

Evolução do toolkit de informação


Gestão de conteúdo na nuvem;
Plataformas de colaboração interna e externa;
Plataformas de desenvolvimento self-service e low-code;
Integração de conteúdo.

Digitalização de processos organizacionais centrais


Automatização de processos robóticos;
BPM (Business Process Management);
Coleta inteligente multicanal;
Otimização de processos de alto volume.

Automatização de segurança e compliance


Gestão e preservação digital de registros;
eDiscovery & Legal;
Blockchain

Levantamento de Analytics e Machine Learning


Inteligência Artificial, análise de conteúdo e semântica;
Reconhecimento, extração e padronização de dados;
Metadados e gerenciamento da taxonomia;
Classificação de documentos;
Identificação de informações de identificação pessoal (PII).

Há uma evolução quando se trata de gerenciamento de informações


corporativas. Desta forma, devem ser levadas em consideração algumas
tendências amplas emergentes, como apresentado pela tabela 1, que moldarão
o mundo do gerenciamento de conteúdo no curto e no longo prazo, criando a
necessidade de uma descrição do setor mais ampla e abrangente do que o
ECM.
Tendências Emergentes Impactos na gestão da informação

Os usuários precisam fazer muito mais do que


apenas coletar documentos e informações; eles
precisam inserir informações de todos os tipos o
mais cedo possível nos processos de negócios e
Crescimento exponencial em volume, variedade padronizar e automatizar esses processos. Eles
de dados e conteúdo. Bilhões de novas conexões então precisam extrair insights desse volume
entre objetos por meio da Internet das Coisas. explosivo de informações e se preparar para a era
do processamento de máquinas e da inteligência
artificial. Finalmente, eles precisam desenvolver
políticas e processos automáticos para descartar
informações sem valor comercial.

A disponibilidade de novas ferramentas para


Ascensão de novas tecnologias centradas em gerenciar dados em grande escala aumenta a
dados — Hadoop, NoSQL, Blockchain. necessidade de gerenciamento eficaz de
metadados.

Incorporação dos principais recursos de


Gerenciamento de conteúdo central
gerenciamento de conteúdo diretamente nas
complementar cada vez mais sob pressão de
próprias plataformas de arquivos (Office 365,
preços, levando muitos provedores de soluções a
Amazon, Google, IBM/Box, DropBox) e redução dos
mudar seu foco para aplicativos e soluções.
custos de armazenamento.

As organizações precisam tirar o máximo possível


Expansão e crescente desafio de conformidade
do elemento humano da governança, primeiro
nacional e regional e demandas regulatórias – e o
convertendo tudo para o formato e depois
crescimento do “nacionalismo” de nuvem e
aplicando tecnologias semânticas e de
privacidade.
autoclassificação.

Uma mudança clara entre os principais


fornecedores de soluções para estratégias de Os usuários desejam soluções de gerenciamento
investimento em pesquisa e desenvolvimento que de conteúdo com uma estratégia de nuvem clara,
priorizam a nuvem; os usuários finais de grande mesmo que digam que não estão prontos para a
escala com os principais sistemas legados no local nuvem no momento.
são abandonados.
Isso não quer dizer que o mundo do gerenciamento de conteúdo seja o mesmo
que o mundo mais amplo do gerenciamento de dados. Tampouco implica que
o surgimento do Hadoop, Blockchain e outras tecnologias analíticas e
cognitivas substituam a necessidade de as organizações compreenderem
como, onde e por que devem gerenciar suas informações.
No entanto, é preciso entender que a história de tecnologia corporativa mais
ampla influencia a história de gerenciamento de conteúdo mais específico. A
história mais ampla influencia como os recursos de gerenciamento de
conteúdo e informações são utilizados e consumidos por usuários finais da vida
real que tentam resolver problemas cada vez mais complexos.
Com o passar do tempo, os recursos de gerenciamento de conteúdo serão
vistos muito menos como uma solução monolítica e muito mais como um
conjunto de recursos que podem ser consumidos de forma muito mais
modular, vinculados às necessidades de processos de negócios específicos. Os
recursos de conteúdo serão vinculados aos processos personalizados e na
plataforma SaaS (Software as a Service).

CONECTE-SE

As tecnologias de informação e comunicação possibilitam a


construção do conhecimento, desse modo, as organizações e seus
colaboradores devem transformar a informação em conhecimento e
aplicá-lo com facilidade, e é nesse contexto em que o uso das
tecnologias da informação e da comunicação se fazem necessários,
visando estabelecer medidas para garantir excelência ao
fortalecimento da instituição. Acesse o artigo a seguir para ler o
conteúdo completo.
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Aspectos éticos,
sociais e ambientais
das tecnologias da
informação
Nos últimos anos, tem aumentado a preocupação em adotar práticas
ambientais, sociais e de governança nos negócios, que podem ser utilizados
como critério para investimentos. Esse movimento é conhecido como ESG
(Environment, Social and Governance) que se refere à medição da
sustentabilidade de negócios em três fatores centrais, sendo critérios
ambientais, sociais e de governança.
Critérios ambientais: avaliam como uma organização contribui para os
desafios ambientais enfrentados pela sociedade, tais como resíduos,
poluição, desmatamento, mudanças climáticas e emissão de gases de
efeito estufa.
Critérios sociais: analisam como a organização trata as pessoas, como, por
exemplo, gestão de capital humano, diversidade, igualdade de
oportunidades, condições de trabalho, saúde e segurança.
Critérios de governança: buscam verificar como uma empresa é
governada, levando em consideração os quesitos referentes à
remuneração de seus executivos, diversidade e estrutura do conselho,
práticas fiscais, estratégia e corrupção.

Pode ser incorporado ainda à ESG a gestão de riscos de uma organização,


como ela gerencia as operações para mitigar os impactos negativos. No centro
do investimento ESG está o conceito de que as organizações possuem mais
chances de sucesso e retornos efetivos se construírem valor aos seus
stakeholders, não se limitando apenas aos proprietários e acionistas, mas aos
funcionários, fornecedores, clientes e à sociedade em geral.

SAIBA MAIS

Para representar e hierarquizar as iniciativas de ESG, a ferramenta


mais usada é a matriz de materialidade. Pois a materialidade é o
princípio que determina quais tópicos relevantes são suficientemente
importantes. A adoção de tecnologias, como IA, machine
learning, deep learning e cloud é uma grande aliada para um correto
acompanhamento da matriz de materialidade, permitindo não
apenas o acesso aos dados da própria empresa, como também das
iniciativas de ESG adotadas por outras organizações.
TI Verde
Em tecnologia da informação, para uma empresa se tornar ecológica consiste
em projetar, fabricar, utilizar e descartar equipamentos (servidores,
computadores), além de subsistemas relacionados de maneira eficiente e
eficaz, com o menor impacto ambiental possível. A TI verde compreende a
construção de melhores práticas de negócios com objetivo de possibilitar as
organizações, economizar energia, reduzir o lixo eletrônico, gerenciar as
operações, acompanhando as ações de seus clientes e fornecedores.
Conforme definido por Murugesan (2018), a TI verde consiste no estudo e na
prática de projetar, fabricar, utilizar e descartar dispositivos eletrônicos de uma
forma ambientalmente correta, garantindo o alcance de viabilidade econômica
no desempenho e utilização, respeitando aspectos sociais e éticos.
Dentro do arcabouço dos riscos ESG no setor de TI, estão discussões, como
práticas trabalhistas, utilização de energia, impacto ambiental nos processos de
fabricação e privacidade, segurança cibernética, entre outros. A TI pode
contribuir com ações que atendam aos conceitos ESG, como:

Planejar operação de TI mais centralizadas;


Utilizar aplicativos mais eficientes;
Definir o ciclo de vida de dispositivos e acessórios de TI de forma
cuidadosa;
Monitorar os resultados de TI; e
Otimizar de forma contínua a área de TI.

O uso da tecnologia tem levantado questões, como a violação de privacidade,


o desemprego causado pela automação dos processos e a exclusão digital.
No entanto, a mesma revolução tecnológica que causa o desemprego, propicia
o surgimento de novas atividades que necessitam mão de obra especializada,
forçando ao mercado de trabalho a necessidade de profissionais mais bem
qualificados.
Desta forma, a ética é usada para determinar os valores que estabelecem as
fronteiras morais no desenvolvimento e utilização de sistemas tecnológicos. A
ética necessita então de um mesmo nível de atualização que os novos
paradigmas gerados pela sociedade da informação (BRITTO, 2005).
Adequação ao ESG
Os pilares da TI são aceleradores para a execução de atividades ligadas às
dimensões do ESG, e seus gestores precisam atuar de forma proativa nas
discussões sobre esse tema estratégico. Algumas das áreas de TI podem
contribuir para a adequação aos princípios do ESG, tais como: sistemas,
segurança e comunicação, armazenamento de dados e processamento de
informações.

Sistemas
A governança faz parte da estrutura do ESG, pois sistemas que definem e
gerenciam os processos, evitando fraudes, estão diretamente ligados a esta
agenda. Não se pode deixar de incluir as soluções que gerenciam a cadeia
produtiva e estabelecem as relações dos fornecedores com seus funcionários,
gerenciando aspectos sociais de extrema relevância, como a possível existência
de trabalho análogo à escravidão.
No que se refere à questão ambiental, existem sistemas que monitoram os
processos de fabricação em busca da redução de materiais, além do consumo
energético e de água potável.

Segurança e comunicação
É de total responsabilidade da TI exercer governança sobre os perfis de acesso
aos sistemas e ambientes, bem como controlar e gerir o acesso a todo tipo de
informação, a disponibilização de sistemas para ambientes remotos, além do
controle sobre dispositivos móveis.

Armazenamento de dados
Existe um conjunto de KPIs criados e disponibilizados para aferir o
desempenho das empresas nos aspectos estratégicos ligados à ESG. A
capacidade da TI de construir esses KPIs, por meio de suas bases de dados, está
diretamente relacionada ao desempenho que a organização possuirá para
atingir suas metas sociais, ambientais e de governança.
Se a Tecnologia da informação pode contribuir com o sucesso de uma agenda
ESG na organização, a recíproca também é verdadeira, pois as estratégias de
ESG podem acelerar o processo de inovação tecnológica das empresas. No
entanto, para que isso ocorra, a TI precisará estar estruturada para receber as
demandas por projetos relacionados à inovação.

As inovações tecnológicas ecologicamente corretas ou soluções de capital


intelectual que mitigam o consumo de energia e danos ao meio ambiente,
além do objetivo verde passaram a ser parte do cotidiano do mundo
corporativo. A governança de TI verde possui abrangência ampla, desde
produtos de alta tecnologia até soluções de gerenciamento mais efetivas.
Como exemplo desses produtos e soluções, Mansur (2009) apresenta os
seguintes:
Processadores com vários núcleos que consomem menos energia;
Gestão efetiva das informações reduzindo o consumo de energia no
datacenter pelo menor processamento;
Redução de consumo de energia por meio de solução integrada de
impressora multifuncional;
Desenvolvimento de produtos e soluções orientado ao meio ambiente.
Projetos que consideram o ciclo de vida completo do produto;
Processos de produção verdes que integram a natureza ao conjunto de
embalagem, distribuição e descarte; e
Maximização do uso verde dos equipamentos a aplicações por meio de
melhor gerenciamento.
Melhor controle e nível de temperatura do datacenter;
Melhor layout dos equipamentos para utilizar o ambiente como meio de
refrigeração;
Soluções de corrente contínua para menor consumo de energia;
Automatização do adormecimento dos equipamentos durante os
períodos de não utilização;
Incentivo ao uso de tecnologias que reduzam a emissão de :
Teletrabalho;
Videoconferência;
Gestão efetiva do trânsito;
Gestão efetiva da logística de transporte e distribuição.

O capital intelectual e a metodologia permitirão que a empresa tenha um


critério prático comunicado, aceito e compreendido para compra de tecnologia
com efetividade energética. A governança é importante, pois ela poderá evitar
investimentos desnecessários em soluções de infraestrutura de energia e
refrigeração.
CONECTE-SE

Este artigo tem por finalidade discutir o tripé da sustentabilidade


ocupando um lugar de destaque nas organizações, ao levar em
consideração os três pilares que o sustentam, sendo o ambiental, o
social e a governança corporativa. Ele foca na importância da
comunicação na gestão da sustentabilidade, dentro das organizações
contemporâneas, inseridas na lógica do capital e da sociedade global.
Para mais detalhes, acesse o artigo completo no link a seguir.

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