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*Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência. Informamos
que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos.
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. A
violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código
Penal.
Bons estudos!
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01
Princípios de Economia
7
Caro aluno,
No dia a dia, nos deparamos com muitas questões econômicas, seja na
internet, jornais ou televisão. É muito comum nos depararmos com assuntos
relacionados com aumento de preços, crise econômica, desemprego, taxa de
juros e elevação dos impostos.
Apesar de considerados temas comuns ou rotineiros é necessário que um
profissional que almeja cargos que exigem tomadas de decisões possua
conhecimentos mais consistentes não só sobre estes assuntos citados, mas
também sobre os demais problemas econômicos, sendo capaz de formular
soluções para melhorar a qualidade de vida das pessoas e eficiência das
organizações.
8
PARA GABARITAR
Veja bem, aluno, há algumas palavras muito importantes nesta definição e para
compreendê-las vamos ao contexto.
Em toda sociedade, os recursos produtivos ou fatores de produção (mão de
obra, terra, matérias-primas, dentre outros) são limitados. Por outro lado, as
necessidades humanas são ilimitadas e sempre se renovam por força do
próprio crescimento populacional e do contínuo desejo de elevação do padrão
de vida. Independentemente do grau de desenvolvimento do país, nenhum
deles dispõe de todos os recursos necessários para satisfazer a todas as
necessidades da coletividade.
Conceitos Importantes
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Os problemas econômicos fundamentais: Vasconcellos e Garcia (2018)
ressaltam ainda que a escassez dos recursos ou fatores de produção, associada
às necessidades ilimitadas do homem, leva a um problema de escolha
originando, então, os chamados problemas econômicos fundamentais:
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02
Economia de Empresas
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Estudante, começaremos esta aula com uma importante definição de Baye
(2010). Para o autor, economia de empresas é o estudo de como direcionar
recursos escassos para atingir mais eficientemente as metas da empresa.
Veja bem como essa definição conversa com a definição de economia que
discutimos anteriormente.
Economia de empresas é uma disciplina muito ampla, em que se descrevem
métodos úteis para direcionar todos os recursos de uma família para maximizar
o seu bem-estar ou os recursos de uma empresa para maximizar seu lucro
(BAYE, 2010).
Complementando este conceito, McGuigan, Moyer e Harris (2016) afirmam que
a economia de empresas extrai da teoria microeconômica aqueles conceitos e
técnicas que permitem que os gestores selecionem a direção estratégica,
aloquem os recursos disponíveis da organização de forma eficiente e
respondam efetivamente a questões táticas. Todas essas decisões tomadas
pela gestão buscam fazer o seguinte:
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O Modelo de Tomada de Decisão
Para McGuigan, Moyer e Harris (2016), a capacidade de tomar boas decisões é a
chave para um desempenho gerencial bem-sucedido. Todas as tomadas de
decisões compartilham vários elementos.
Em primeiro lugar, quem toma a decisão deve priorizar os objetivos da
organização. Em seguida, deve identificar o problema que está exigindo uma
solução. Uma vez identificada a causa ou as causas do problema, o gestor deve
realizar um exame das soluções potenciais. A escolha entre essas alternativas
depende da análise dos custos e benefícios relacionados, e das limitações
organizacionais e societárias que possam tornar uma alternativa viável ou não
(McGUIGAN, MOYER e HARRIS, 2016).
O passo final do processo, depois de avaliadas todas as alternativas, consiste em
analisar a melhor alternativa disponível em termos de uma variedade de
alterações nas premissas antes de fazer uma recomendação. Esse passo final
importante é designado análise de sensibilidade. Conhecendo as limitações
das ações planejadas na medida em que o ambiente de decisão se altera, o
dirigente consegue passar em seguida para uma implementação da decisão,
monitorando cuidadosamente as variáveis negativas ou mudanças no mercado
que não foram previstas (McGUIGAN, MOYER e HARRIS, 2016).
Agentes Econômicos
Para os autores Nogami e Passos (2016), agentes econômicos são pessoas de
natureza física ou jurídica que, por meio de suas ações, contribuem para o
funcionamento do sistema econômico. São eles: as Famílias (ou unidades
familiares); as Empresas (ou unidades produtivas); e o Governo.
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Fonte: Elaborado com base em Nogami e Passos (2016).
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O Governo, por sua vez, inclui todas as organizações que, direta ou
indiretamente, estão sob o controle do Estado, nas suas esferas federais,
estaduais e municipais. Muitas vezes, o governo intervém no sistema
econômico atuando como empresário e produzindo bens e serviços através de
suas empresas estatais; em outras, age como comprador – quando, além de
contratar serviços, adquire materiais, equipamentos etc. –, tendo em vista a
realização de suas tarefas; outras vezes, ainda, o governo intervém no sistema
econômico por meio de regulamentos e conduta dos demais agentes
econômicos (NOGAMI e PASSOS, 2016).
Aluno, após conhecer cada um desses agentes, é necessário compreender
como eles interagem por meio do fluxo circular de renda.
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PARA GABARITAR
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03
Mercado - Micro e
Macroeconomia
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Nesta aula, abordaremos tanto as definições quanto as principais
diferenciações entre micro e macroeconomia. Após essa compreensão, o foco
da disciplina será na microeconomia.
Caro aluno, os problemas econômicos podem ser vistos e analisados sob duas
ópticas que se complementam: a microeconomia e a macroeconomia.
Podemos diferenciá-las compreendendo que a macroeconomia trata do
comportamento da economia como um todo – de períodos de prosperidade e
de recessão. Trata das flutuações do produto agregado, das taxas de variação
dos preços e dos níveis de emprego. Focaliza os objetivos macroeconômicos e
as variáveis que os afetam. Em macroeconomia, negligenciamos os
pormenores do comportamento de unidades econômicas individuais e
tratamos do desempenho geral (ROSSETI, 2016).
Por outro lado, para Carvalho (2015), a microeconomia trata da análise do
comportamento dos agentes econômicos individuais. Analisa, portanto, as
decisões dos consumidores e produtores, isoladamente, bem como as
interações entre esses agentes que compõem o mercado. Assim, engloba as
teorias do consumidor, do produtor e das estruturas de mercado, além de
aspectos relacionados à intervenção pública e às trocas internacionais que
afetam diretamente a produção ou o consumo dos bens e serviços.
De acordo com Frank (2013), grande parte da microeconomia exige o estudo de
como as pessoas fazem escolhas sob condições de escassez.
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Dessa maneira, a microeconomia é a parte da teoria
econômica que estuda o comportamento das unidades,
tais como os consumidores, as indústrias e empresas e
suas inter-relações.
NA PRÁTICA
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Atualmente, dados econômicos constituem uma fonte sistemática e objetiva
de informações, e os jornais publicam notícias sobre alguma estatística
divulgada recentemente quase todos os dias. Em geral, essas estatísticas são
produzidas pelo governo. Vários órgãos governamentais realizam
levantamentos em domicílios e empresas com o objetivo de aprender alguma
coisa sobre suas atividades econômicas — quanto estão ganhando; o que estão
comprando; que preços estão cobrando; se estão empregados ou se estão em
busca de trabalho; e assim, sucessivamente (MANKIW, 2014).
Com base nesses levantamentos, são calculadas várias estatísticas que
sintetizam as condições da economia. Os economistas usam essas estatísticas
para estudar a economia, enquanto os formuladores de políticas públicas as
utilizam para monitorar os avanços e formular políticas. Portanto, alunos, a
Macroeconomia se caracteriza como a teoria que estuda o nível de produto, o
nível de renda, o nível de emprego, o nível geral de preços, a taxa de salários, a
taxa de juros, a taxa de câmbio, o balanço de pagamentos e o estoque de
moeda, todos pelas médias globais e de forma agregada.
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PARA GABARITAR
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04
Oferta e Demanda
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Estudante, o objetivo desta aula é compreender as principais características da
oferta e demanda assim como suas respectivas representações gráficas.
Começaremos analisando o cenário onde tudo isso acontece, o mercado.
Mercado
Podemos definir mercado como o encontro de vendedores e compradores. Ele
não depende apenas de um lugar físico, pelo contrário, ele pode estar em
qualquer lugar, principalmente hoje em dia com as compras online muito em
alta.
Assim, o mercado não precisa ser um lugar fixo. Uma característica importante
do mercado é que nele estão presentes os fundamentos da procura e da oferta,
que representam os interesses de consumidores e produtores (ou vendedores).
Ou seja, o mercado é o contexto (e não o local) em que compradores (do lado
da procura) e vendedores (do lado da oferta) realizam transações.
Alternativamente, pode-se dizer que o mercado é a interação entre as forças de
oferta e de procura (VASCONCELLOS, TONETO JÚNIOR e SAKURAI, 2015).
A existência de um mercado é condição básica para a demanda e a oferta. A
oferta e a demanda são forças básicas de funcionamento de uma economia
capitalista, sendo que a oferta representa o desejo de vender por parte dos
vendedores e a demanda, por sua vez, representa o desejo de comprar por
parte dos compradores. Nas sociedades contemporâneas, as compras ocorrem
mediante o uso de moeda como meio de troca. Porém, nada impede que dois
agentes realizem trocas diretas entre produtos ou serviços, como ocorria na
antiguidade, por meio do escambo.
Para os autores Vasconcellos, Toneto Júnior e Sakurai (2015), seja com a
intermediação da moeda seja por trocas diretas, o mercado é o mecanismo
que permite a interação entre agentes econômicos e a realização de todas
essas transações.
É por isso que o mercado é tão importante para o funcionamento da economia!
Ainda, de acordo com os autores Vasconcellos, Toneto Júnior e Sakurai (2015),
compreender alguns termos é fundamental para que possamos continuar
nossa discussão sobre oferta e demanda, são eles:
1. Bens: são todas as coisas úteis que satisfazem às necessidades humanas.
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2. Preço: é a expressão monetária do valor de um bem ou serviço. Os bens se
dividem em não econômicos (abundantes ou livres) e econômicos (raros
ou escassos).
Demanda
Vasconcellos (2014) define demanda (ou procura) como a quantidade de certo
bem ou serviço que os consumidores desejam adquirir em determinado
período.
A relação entre as escolhas dos consumidores e o preço de um bem pode ser
representada através de uma curva de demanda. Com base na análise das
escolhas dos consumidores, entenderemos como se comporta essa curva de
demanda (GONÇALVES e GUIMARÃES, 2017).
PARA GABARITAR
25
Veremos que, em geral, a demanda por um bem é negativamente associada ao
seu preço, ou seja, a curva de demanda tem inclinação negativa: quanto maior
o preço, menor a demanda (GONÇALVES e GUIMARÃES, 2017).
Existe uma regra, conhecida como LEI DA DEMANDA.
LEI DA DEMANDA: Tudo o mais permanecendo constante (coeteris paribus),
quando o preço de um bem aumenta, a quantidade demandada cai.
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normalmente fresquinho etc. Dadas todas essas informações que influenciam a
demanda, digamos que o consumo de café de Bernardo no decorrer do mês de
março varie com o preço da seguinte forma:
50 cafés se o preço de cada um for R$ 1,00
40 cafés se o preço de cada um for R$ 1,50
30 cafés se o preço de cada um for R$ 2,00
20 cafés se o preço de cada um for R$ 2,50
10 cafés se o preço de cada um for R$ 3,00
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900 cafés se o preço for R$ 2,50
500 cafés se o preço for R$ 3,00
200 cafés se o preço for R$ 3,50
Oferta
Neste tópico voltamos nossa atenção para as empresas, a fim de entender os
determinantes dos preços dos produtos e a oferta de bens em uma economia.
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Define-se por oferta individual de um determinado bem (ou serviço) a
quantidade desse bem que um único produtor deseja vender no mercado, por
unidade de tempo (NOGAMI e PASSOS, 2016).
Para os autores Vasconcellos, Toneto Júnior e Sakurai (2015), oferta (ou função
oferta) é definida como a quantidade de um bem que os produtores (firmas)
desejam produzir e oferecer aos consumidores. Assim como no caso da
demanda, existe uma relação entre o preço do bem e a quantidade que as
empresas estão dispostas a produzir e oferecer aos consumidores.
Diferentemente da função demanda, contudo, a função oferta estabelece uma
relação positiva entre quantidade ofertada e nível de preços, coeteris paribus
(VASCONCELLOS, TONETO JÚNIOR e SAKURAI, 2015). Quanto mais alto é o
preço de mercado, maiores quantidades os vendedores estarão dispostos a
oferecer. Quanto mais baixo é o preço, menores quantidades os vendedores
estarão dispostos a oferecer. É a lei da oferta!
LEI DA OFERTA: as quantidades ofertadas variam diretamente com os preços. A
quantidade ofertada de um bem diminui quando seu preço cai.
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Exemplo:
Podemos exemplificar uma oferta de um bem X da seguinte forma:
1,00 1.000
3,00 3.000
6,00 6.000
8,00 8.000
10,00 10.000
Com esse exemplo, encerramos esta aula introdutória sobre oferta e demanda.
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05
Comportamentos da
Curva de Demanda
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Prezado estudante, já compreendemos o que é oferta e o que é demanda,
então, agora, veremos quais são os fatores que influenciam a demanda e,
consequentemente, podem deslocar a curva de demanda por determinado
bem.
As principais variáveis que influenciam a demanda são:
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Dessa maneira, observe que a curva de demanda é uma relação entre preço e
quantidade comprada, mantendo-se constantes a renda, o preço dos outros
bens e as preferências do consumidor (GONÇALVES e GUIMARÃES, 2017).
PARA GABARITAR
34
BEM INFERIOR
35
Neste contexto, podemos destacar que conceito de demanda se baseia na
teoria da escolha do consumidor. Cada consumidor enfrenta um problema de
otimização, em que o objetivo é escolher entre a combinação de bens e
serviços que maximize a satisfação ou utilidade, sujeito a uma restrição no
montante da renda (ou seja, do orçamento doméstico) disponível (McGUIGAN,
MOYER e HARRIS, 2016).
Nesse modelo de maximização restrita da utilidade, os economistas
identificaram dois motivos básicos para o aumento na quantidade demandada
resultante da redução de preços. Esses fatores são conhecidos como efeito
renda e efeito substituição.
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alugar na praia é maior, maior é também a demanda por cerveja e sorvete
nos supermercados perto da praia (GONÇALVES e GUIMARÃES, 2017).
2. Bens são substitutos se o consumo de um reduz o interesse pelo
consumo de outro. Por exemplo: Manteiga e margarina, Coca-Cola e
guaraná; passagens de ônibus ou viagens de Uber; ingressos para o
cinema e ingressos para o teatro. No caso de bens substitutos, mudanças
que estimulam o consumo de um dos bens tendem a reduzir o consumo
do outro. Por exemplo, se as pessoas passam a querer comprar mais Coca-
Cola, a demanda por guaraná tende a cair, pois normalmente não
consomem ambos em uma mesma refeição, um substitui o outro. Em
geral, produtos similares de marcas diferentes são bens substitutos (sejam
esses produtos pneus, açúcar, refrigerante ou pasta de dente)
(GONÇALVES e GUIMARÃES, 2017).
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Aluno, é importante ressaltar que temos o caso de bens substitutos em que o
aumento do preço do produto B aumenta a demanda pelo produto A. Assim,
quero que você observe que os gráficos continuam representando a demanda
pelo produto A, não pelo produto B, cuja demanda caiu.
Já no segundo gráfico, Figura (b), temos o caso de bens complementares, em
que o aumento do preço do produto B causa redução no consumo do produto
A. Nesse caso, também quero que você observe que isso também causa
redução de consumo de B, ainda que não representado neste gráfico. Note que
os gráficos continuam tendo o preço do bem no eixo Y e a quantidade
demandada no eixo X.
Dessa maneira, ao alterarmos o preço do bem substituto ou do bem
complementar, há um deslocamento da função no gráfico porque há uma
alteração em variáveis que influenciaram a demanda (no caso, o preço do bem
substituto ou o preço do bem complementar), mas que não estão
representadas nem no eixo X, nem no eixo Y.
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Concordando com esse pensamento, Gonçalves e Guimarães (2017) afirmam
que quando as preferências de um consumidor se modificam, suas escolhas
também se modificam. Por exemplo, campanhas de marketing bem-sucedidas
ou pesquisas científicas que convencem o consumidor dos benefícios de um
alimento aumentam a demanda por esse bem, enquanto notícias sobre os
efeitos negativos do mesmo alimento tendem a reduzir sua demanda.
As mudanças na maneira com que nos vestimos e, portanto, no tipo de roupas
que compramos são bons exemplos de mudanças nas nossas demandas
impulsionadas por alterações nos nossos gostos, nas nossas preferências.
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06
Comportamentos da
Curva de Oferta
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Caro aluno, antes de dar continuidade às nossas análises é importante
introduzirmos o conceito coeteris paribus aplicado tanto para análise da
demanda quanto para análise da oferta.
Para exemplificar, observando os determinantes da oferta, verificamos que
todos podem variar, simultaneamente, ficando difícil avaliar o efeito que cada
um deles, isoladamente, exerce sobre a oferta.
Para tentar contornar esse problema vamos nos valer da imposição da
condição coeteris paribus, expressão latina que significa tudo o mais
permanecendo constante. Permitimos, por exemplo, que o preço de um
produto se modifique, fazendo a suposição de que o preço dos fatores de
produção, a tecnologia, o preço dos outros bens, as expectativas e as condições
climáticas (quando for o caso) permaneçam inalterados (isso não significa dizer
que esses fatores não existam, mas tão somente que o seu valor permanece o
mesmo durante a análise). Assim procedendo, conseguimos identificar o efeito
que somente as mudanças de preço provocam nas quantidades ofertadas do
produto analisado. Dizemos, então, que a quantidade ofertada desse bem
depende do seu preço, coeteris paribus.
Da mesma forma que a demanda, a oferta de um determinado bem ou serviço
depende de vários fatores, dentre eles, podemos destacar:
1 O preço do bem.
3 A tecnologia.
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4 Os preços dos outros bens.
5 As expectativas.
6 As condições climáticas.
O Preço do Bem
De acordo com os autores Nogami e Passos (2016), normalmente, podemos
esperar a existência de uma relação direta entre a quantidade ofertada e o
preço. Nessas condições, quanto maior for o preço de um bem (ou serviço),
maior deverá ser sua quantidade ofertada no mercado. Da mesma forma,
quanto menor for o preço de um bem (ou serviço), menor deverá ser sua
quantidade ofertada no mercado.
É certo de que na análise do comportamento do ofertante devem ser sempre
relacionados o custo de produção e/ou distribuição e a receita total a obter. Se o
preço de venda alcançado pelo produto no mercado não for suficiente para
cobrir o custo de produção, não haverá estímulo para se oferecer a mercadoria.
Essa relação entre quantidade e preço deverá apresentar, portanto, um limite
mínimo dado pelo custo de produção; deverá apresentar também um limite
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máximo, dado pelo pleno emprego dos fatores de produção, quando então a
quantidade ofertada se tornará constante, independentemente das elevações
de preços que possam vir a ocorrer (NOGAMI e PASSOS, 2016).
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A Oferta e a Tecnologia
O avanço tecnológico exerce grande influência sobre a capacidade produtiva
das empresas, porque avanços tecnológicos que permitam obter um volume
maior de produção a custos menores, aumenta a lucratividade da empresa,
estimulando a produção e aumentando a oferta do bem produzido por essa
empresa no mercado.
Exemplificando: a introdução de uma nova máquina que permita obter uma
produção maior por unidade de tempo permitirá que a empresa que adote
essa nova máquina aumente a quantidade a ser ofertada desse produto no
mercado.
Graficamente, o que ocorre com a oferta, caso ocorra uma melhora tecnológica
que aumente a produtividade das firmas?
A melhora tecnológica causa um deslocamento do gráfico para a direita, o que
significa que, seja qual for o nível de preços, as empresas são capazes de
produzir uma maior quantidade de bens, sejam eles produtos ou serviços.
Aluno, observe que ao alterar a produtividade das empresas, haverá um
deslocamento de toda a oferta no gráfico.
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A Oferta e o Preço dos Outros
Bens
A oferta de um produto poderá ser afetada pela variação nos preços dos bens
que sejam substitutos ou complementares na produção.
No caso dos bens substitutos na produção, podemos considerar aqueles bens
que são produzidos com aproximadamente os mesmos recursos, como, por
exemplo, o milho e a soja. Se ocorrer aumento no preço da soja, tornando essa
cultura mais lucrativa e atraente que a cultura do milho, o agricultor que cultiva
milho poderá se interessar em plantar soja. Se isso ocorrer, teremos como
consequência aumento na área cultivada e na produção de soja, e diminuição
na área cultivada e na produção de milho. Devemos observar que a redução na
oferta de milho se dá em função do aumento no preço da soja (NOGAMI e
PASSOS, 2016).
Os bens complementares na produção, por sua vez, são aqueles que
apresentam alteração na produção em virtude da variação de preço de outro
bem. Esse é o caso da carne e do couro. Exemplificando: um aumento no preço
da carne poderá provocar um aumento no abate e, como consequência, um
aumento na oferta de couro. Inversamente, uma diminuição no preço da carne
deverá provocar uma diminuição na oferta de couro (NOGAMI e PASSOS, 2016).
As Expectativas
Se uma empresa espera que o preço de seu produto será mais alto no futuro do
que é hoje, ela tem um incentivo para diminuir a oferta agora e aumentá-la no
futuro.
Por exemplo, se um criador de gado acredita que haverá um aumento no preço
da carne no futuro, é provável que retenha o fornecimento atual de gado para o
abate, a fim de aproveitar preços mais altos posteriormente. Isso provoca uma
diminuição na oferta atual de carne.
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A Oferta e as Condições
Climáticas
Relativamente a alguns produtos, especialmente produtos agrícolas, as
condições climáticas exercem grande influência na oferta. Exemplificando: uma
fazenda na qual se produza café poderá sofrer uma grande redução na
produção desse bem caso ocorra uma geada. Se isso acontecer, a oferta de café
por parte desse produtor deverá diminuir (NOGAMI e PASSOS, 2016).
46
NA PRÁTICA
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07
Equilíbrio de Mercado
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Prezado aluno, o objetivo desta aula é relacionar características de
consumidores e produtores com seus respectivos planos de consumo e
produção, ou seja, com suas respectivas curvas de demanda e oferta,
compreendendo como elas interagem.
De fato, é importante observar que, isoladamente, nem a curva de demanda,
nem a curva de oferta podem trazer conclusões sobre até onde podem chegar
os preços ou em que medida os planos dos consumidores e dos produtores são
compatíveis, dessa forma, é importante essa visão mais holística do mercado.
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Complementando essa explicação, Vasconcellos (2011) afirma que na
intersecção das curvas de oferta e demanda, teremos o preço e a quantidade
de equilíbrio, isto é, o preço e a quantidade que atendem simultaneamente às
aspirações dos consumidores e dos produtores.
Se a quantidade ofertada se encontrar abaixo daquela de equilíbrio, teremos
uma situação de escassez do produto. Haverá uma competição entre os
consumidores, pois as quantidades procuradas serão maiores que as ofertadas.
Formar-se-ão filas, o que forçará a elevação dos preços, até atingir-se o
equilíbrio, quando as filas cessarão.
Analogamente, se a quantidade ofertada se encontrar acima do ponto de
equilíbrio, haverá um excesso ou excedente de produção, um acúmulo de
estoques não programado do produto, o que provocará uma competição entre
os produtores, conduzindo a uma redução dos preços, até que se atinja o ponto
de equilíbrio.
Como se observa, quando há competição tanto de consumidores como de
ofertantes, há uma tendência natural no mercado para se chegar a uma
situação de equilíbrio estacionário – sem filas e sem estoques não desejados
pelas empresas. Desse modo, se não há obstáculos para a livre movimentação
dos preços, ou seja, se o sistema é de concorrência pura ou perfeita, será
50
observada essa tendência natural de o preço e a quantidade atingirem
determinado nível desejado tanto pelos consumidores como pelos ofertantes
(VASCONCELLOS, 2011).
51
NA PRÁTICA
52
Certamente, esse não é o preço de equilíbrio, pois a oferta é maior do
que a demanda. Por outro lado, se o preço fosse R$ 2,00, a oferta seria
de dez unidades (ponto C), e a demanda, de 25 unidades (ponto D), o
que também não determinaria o preço de equilíbrio. Por definição, o
preço de equilíbrio é aquele que torna iguais a oferta e a demanda.
Observando o gráfico, verificamos facilmente que esse preço é R$
3,00 e que nele (ponto E) a oferta e a demanda de X são iguais a 18
unidades. Quando isso acontece, a oferta e a demanda são iguais a
um determinado preço e dizemos, então, que o mercado está em
equilíbrio. Efetivamente, esse é o mecanismo que determina os
preços dos bens e serviços em uma economia capitalista, ou
economia de mercado. O preço que pagamos por um maço de
cigarros, por um par de sapatos ou por um quilo de feijão é
determinado pelo mercado, pela oferta e procura de cada um desses
bens (SILVA e LEITE, 2017).
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08
Elasticidade
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Aluno, já compreendemos que a oferta e demanda podem variar, mas para que
essas ferramentas sejam verdadeiramente úteis, necessitamos conhecer o
quanto a oferta e a demanda variam em resposta às variações de preço.
Para chegar nessa resposta passamos pelo conceito de ELASTICIDADE.
Vamos citar alguns exemplos. Certas compras, como acessórios e viagens de
férias, são muito sensíveis às mudanças de preço. Por outro lado, a alimentação
e a eletricidade são necessidades básicas pelas quais as quantidades dos
consumidores respondem muito pouco às variações de preço.
E é justamente essa relação quantitativa entre preço e quantidade demandada
que é analisada usando o conceito essencial de elasticidade.
Elasticidade-preço da Demanda
Primeiramente, veremos a resposta da demanda do consumidor às variações
de preço. A elasticidade‐preço da demanda mede a variação da quantidade
demandada de um bem quando o seu preço varia. A definição precisa de
elasticidade é a variação percentual da quantidade demandada dividida pela
variação percentual do preço (NORDHAUS e SAMUELSON, 2012).
De acordo com os autores Nordhaus e Samuelson (2012), as elasticidades‐preço
dos bens, ou sensibilidade às alterações de preço, variam muito. Quando a
elasticidade‐preço de um bem é elevada, dizemos que o bem tem uma
demanda “elástica”, ou seja, a quantidade de sua demanda responde
fortemente às variações de preço. Quando a elasticidade‐preço de um bem é
fraca, ela é “inelástica”, pois a quantidade de sua demanda responde pouco às
variações de preço. Os bens que têm substitutos imediatos tendem a ter
demandas mais elásticas do que os que não têm.
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Por outro lado, uma alta no preço da carne de vaca pode direcionar essa
demanda para carne de porco ou de frango, para que os consumidores possam
satisfazer às suas necessidades de carne. Portanto, a carne de vaca apresenta
uma elevada elasticidade‐preço.
O tempo que os indivíduos levam para responder às variações de preço
também é importante. Um bom exemplo é o da gasolina. Suponha que você
está em viagem pelo país quando o preço da gasolina aumenta
repentinamente. Você iria vender o seu carro e interromperia as férias? Claro
que não. Por isso, no curto prazo, a demanda de gasolina pode ser muito
inelástica. No longo prazo, contudo, você pode ajustar o seu comportamento ao
aumento de preço da gasolina comprando um carro menor e mais econômico,
andando de bicicleta, tomando o metrô, mudando para mais perto do
emprego ou utilizando o carro com outras pessoas (NORDHAUS e
SAMUELSON, 2012).
Dessa maneira, podemos observar que a capacidade para ajustar os padrões de
consumo implica que as elasticidades da demanda sejam, em geral, maiores
no longo prazo do que no curto prazo.
As elasticidades‐preço tendem a ser maiores quando os bens são de luxo,
quando há substitutos e quando os consumidores têm mais tempo para ajustar
o seu comportamento. Em contrapartida, as elasticidades são menores para os
bens de primeira necessidade, para bens com poucos substitutos e no curto
prazo (NORDHAUS e SAMUELSON, 2012).
Podemos também classificar alguns tipos de elasticidade da demanda:
56
A natureza da necessidade satisfeita pelo produto. Quanto mais
possível classificar a necessidade como um luxo, mais sensíveis ao preço os
consumidores tenderão a ser e mais elástica será a demanda. Quanto mais
básica ou premente a necessidade, menos sensíveis ao preço os
consumidores tenderão a ser e menos elástica será a demanda.
O período de tempo. Quanto mais longo o período, mais elástica será a
demanda (os consumidores levam algum tempo para ajustar seus
padrões de consumo a uma mudança no preço).
A proporção da renda gasta no produto. Quanto maior a proporção da
renda gasta no produto, mais elástica a demanda tende a ser. É mais
provável que o consumidor note uma porcentagem de mudança no preço
de um produto se esse produto tiver um papel importante em seu padrão
de gastos totais, o que influenciará suas futuras intenções de compra.
O número de usos disponíveis para o produto. Quanto maior a
flexibilidade do produto em termos do número de usos aos quais ele pode
se destinar, mais elástica será a demanda. É claro que quanto maior o
número de usos disponível para o produto, mais produtos substitutos
estarão disponíveis.
Elasticidade-preço da Oferta
Do lado do comprador no mercado, utilizamos a elasticidade-preço da
demanda para medir a sensibilidade da quantidade demandada às alterações
de preço. Do lado do vendedor no mercado, uma medida semelhante é a
elasticidade-preço da oferta, definida como a variação percentual na
quantidade ofertada que ocorre em resposta a uma alteração de 1% no preço.
Por exemplo, se um aumento de 1% no preço do amendoim leva a um aumento
de 2% na quantidade ofertada, a elasticidade-preço da oferta de amendoim é 2
(FRANK, BERNANKE, 2012).
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De acordo com os autores Frank e Bernanke (2012), os fatores a seguir (dentre
outros) influenciam a maneira como insumos adicionais podem ser adquiridos
pelo produtor. Ou seja, esses fatores são importantes porque, em geral, quanto
mais fácil for a aquisição das unidades adicionais desses insumos, maior será a
elasticidade-preço da oferta.
58
elasticidade-preço da oferta de diamantes (ou, de qualquer forma, a
elasticidade-preço da oferta de pedras preciosas que têm características
semelhantes aos diamantes).
4. Tempo: Como leva algum tempo para os produtores trocarem uma
atividade por outra e como leva tempo para montar novas máquinas e
fábricas e treinar a mão de obra, a elasticidade-preço da oferta será maior
para a maioria dos produtos no longo prazo do que no curto prazo. No
curto prazo, a incapacidade de um fabricante de aumentar os estoques
existentes de equipamentos e mão de obra qualificada tornam impossível
expandir sua produção além de um determinado limite. Contudo, se o
problema fosse a falta de gerentes, novos MBAs poderiam ser treinados
em apenas dois anos. Ou, se o problema for a falta de consultoria jurídica,
novos advogados podem ser treinados em três anos. No longo prazo, as
empresas sempre podem comprar novos equipamentos, construir novas
fábricas e contratar mão de obra qualificada adicional. As condições que
deram origem à curva de oferta, perfeitamente elástica de limonada, no
exemplo discutido anteriormente, também são atendidas para muitos
outros produtos no longo prazo. Se um produto pode ser copiado (no
sentido de que qualquer empresa adquire o design e outras informações
técnicas necessárias para produzi-lo) e se os insumos necessários à sua
produção forem utilizados em proporções consideravelmente fixas e
estiverem disponíveis a preços de mercado fixos, então a curva de oferta
no longo prazo para aquele produto será horizontal. Contudo, muitos
produtos não atendem a essas condições e suas curvas de oferta
permanecem com uma inclinação ascendente, mesmo no longo prazo
(FRANK, BERNANKE, 2012).
59
NA PRÁTICA
60
09
Estruturas de Mercado -
Mercados Competitivos
ou Concorrência
Perfeita 61
Caro aluno, agora veremos um tópico muito interessante: As estruturas de
mercado.
De acordo com McGuigan, Moyer e Harris (2016), a relação entre empresas
individuais e o mercado relevante como um todo é conhecida como estrutura
de mercado do setor, e depende:
62
1. Concorrência perfeita: Os produtos de todas as empresas no mercado
são homogêneos.
2. Monopólio: É uma situação de mercado em que uma única empresa
vende um produto que não tenha substitutos próximos.
3. Concorrência monopolística: Existem muitas empresas vendendo
produtos diferenciados que são substitutos próximos entre si.
4. Oligopólio: É uma situação de mercado em que um pequeno número de
empresas domina o mercado, controlando a oferta de um produto que
pode ser homogêneo ou diferenciado.
Concorrência Perfeita
De acordo com McGuigan, Moyer e Harris (2016), o modelo setorial de
concorrência perfeita possui as seguintes características:
1. Muitos compradores e vendedores, cada um dos quais compra ou vende
uma proporção tão pequena da produção total do setor, que as ações de
um único comprador ou vendedor não conseguem exercer um impacto
perceptível sobre o preço de mercado.
63
NA PRÁTICA
64
barreiras legais à entrada e saída resultantes da ação governamental, tais
como a exigência de determinadas condições para o estabelecimento de
empresas em muitos mercados e que acabam resultando em
imperfeições da concorrência. Finalmente, barreiras econômicas, tais
como a necessidade de grandes investimentos, acabam por inviabilizar a
entrada de novas empresas no mercado. Por esse motivo pressupõe-se a
inexistência de tais obstáculos.
Dessa maneira, observa-se que essa é uma situação de mercado na qual o
número de compradores e de vendedores é tão grande que nenhum deles
agindo, individualmente, consegue afetar o preço.
65
10
Monopólio
66
O modelo de monopólio representa o outro extremo na estrutura de mercado
em relação à concorrência perfeita.
Segundo Baye (2010), ao determinar se um mercado é caracterizado por
monopólio, é importante especificar o mercado relevante para o produto. Por
exemplo, empresas concessionárias de serviços são monopólios locais em que
apenas uma empresa oferece o serviço a cada região. Para se assegurar disso,
existem praticamente tantas empresas concessionárias quanto existem
cidades no mundo, mas as concessionárias não competem diretamente contra
outras por consumidores.
Os substitutos por serviços elétricos em uma cidade são poucos, e, a não ser
que mudem para uma cidade diferente, os consumidores devem pagar o preço
pelos serviços locais ou ficar sem eletricidade. É nesse sentido que uma
companhia concessionária é um monopólio no mercado local. Ainda, de acordo
com o autor, quando alguém pensa em um monopólio, normalmente tem em
mente uma empresa muito grande.
No entanto, isso não é necessariamente verdadeiro; a consideração relevante é
se existem outras organizações vendendo substitutos próximos para o bem em
determinado mercado. Por exemplo, um posto de gasolina em uma pequena
cidade a várias centenas de quilômetros de outro posto de gasolina é um
monopolista naquela cidade. Em uma cidade grande, existem muitos postos de
gasolina, de forma que o mercado de gasolina não é caracterizado como
monopólio.
Monopólios
De acordo com McGuigan, Moyer e Harris (2016), podemos caracterizar o
monopólio com as seguintes características:
1. Somente uma empresa produz algum produto específico (em uma área
de mercado determinada).
2. Baixa elasticidade cruzada da demanda entre o produto do monopolista e
qualquer outro, isto é, não existem produtos substitutos próximos.
3. Nenhuma interdependência com outros concorrentes, porque a
empresa é monopolista em seu mercado relevante.
4. Barreiras substanciais à entrada impedem a concorrência de penetrar no
setor. Vasconcellos (2011) explica que para que existam monopólios, deve
67
haver barreiras que praticamente impeçam a entrada de novas firmas no
mercado. Essas barreiras à entrada podem advir das seguintes condições:
a. Vantagens de custo absolutas da empresa estabelecida, resultante de
economias na obtenção de insumos ou de técnicas de produção patenteadas.
b. Vantagens de diferenciação do produto resultantes da fidelidade do
consumidor aos produtos tradicionais.
c. Economias de escala, que aumentam a dificuldade para novas empresas
financiarem uma fábrica de tamanho eficiente ou obterem um volume de
vendas suficiente para conseguir os menores custos unitários nessa fábrica.
d. Grandes necessidades de capital, que excedem os recursos financeiros dos
concorrentes potenciais.
e. Exclusão legal dos concorrentes potenciais, como é o caso das concessionárias
de serviços públicos e das empresas com patentes e licenciamento exclusivo.
f. Segredos comerciais não disponíveis para concorrentes potenciais.
68
se torna pública, na ausência de um sistema de patente, outras
organizações poderiam produzir o produto e competir com o indivíduo ou
com a empresa que o desenvolveu. Como essas organizações não tiveram
de despender recursos desenvolvendo o produto, poderiam obter maiores
lucros do que o desenvolvedor original. Na ausência de um sistema de
patentes, haveria um incentivo reduzido por parte das empresas em
desenvolver novas tecnologias e produtos (BAYE, 2010).
3. Controle de matérias-primas básicas: posse de um insumo-chave, por
exemplo, o controle das minas de bauxita pelas empresas produtoras de
alumínio. Embora a posse de um insumo-chave seja uma das razões para
o aparecimento de monopólio, na prática, monopólios raramente surgem
por esse motivo.
Legislação Antitruste
Basicamente, a finalidade da política de defesa da concorrência consiste em
garantir e/ou estimular ambientes econômicos competitivos visando, dessa
forma, à maior eficiência econômica seja no âmbito da produção quanto do
próprio consumidor.
A legislação antitruste é um conjunto de leis destinado a controlar o poder dos
monopólios por meio das seguintes ações:
69
3 Permitem ao governo impedir que empresas façam
atividades que tornem o mercado menos competitivo.
70
o SBDC – SISTEMA BRASILEIRO DE DEFESA DA CONCORRÊNCIA e, em 2011, a
lei n.º 12.529 estrutura o SBDC e dispõe sobre a prevenção e a repressão às
infrações contra a ordem econômica, orientada pelos ditames constitucionais
de liberdade de iniciativa, livre concorrência, função social da propriedade,
defesa dos consumidores e repressão ao abuso do poder econômico.
NA PRÁTICA
71
Vale dizer que o CADE e a Secretaria de Acompanhamento Econômico são os
dois órgãos que regulam a concorrência. O CADE tem por principal objetivo
zelar pela conduta concorrencial, impedindo práticas que violem a essência
competitiva do mercado.
72
11
Oligopólio e Competição
Monopolística
73
Para Vasconcellos, Oliveira e Barbieri (2011), os padrões de concorrência
imperfeita podem ser os mais diversos possíveis. Na maioria dos mercados, a
concorrência e a possibilidade de as firmas individuais afetarem preços através
de decisões isoladas coexistem.
Oligopólios
Os oligopólios representam uma estrutura de mercado que tem poucas
empresas com relacionamento próximo. O número pequeno de firmas
possibilita que as ações de uma empresa individual no setor - com relação a
preço, produção, estilo ou qualidade do produto, condições de venda e outros
fatores - exerça um impacto perceptível sobre as vendas das demais do setor.
Ou seja, dessa forma, aluno, podemos observar que no oligopólio há uma
grande interdependência entre as empresas do setor.
Os produtos ou serviços produzidos ou prestados pelos oligopolistas podem ser
homogêneos - como nos casos de viagens aéreas, vigas de aço, alumínio e
cimento - ou diferenciados - como nos casos de automóveis, utilidades
domésticas e navios de cruzeiro.
74
Cartéis e outras formas de conluios
Uma característica importante dos mercados oligopolizados é que, por causa
do pequeno número de empresas, não necessariamente elas competem entre
si. É também possível que se coordenem e passem a atuar de forma conjunta
(cooperativa), formando o que os economistas chamam de “conluio”. É a
possibilidade de cooperação entre as empresas que torna possível a formação
do cartel, uma organização de produtores dentro de um setor determinando a
política a ser seguida por todas as empresas do grupo, e definindo, até mesmo,
os preços a serem praticados e a repartição do mercado entre seus integrantes
(VASCONCELLOS, TONETO JR. e SAKURAI, 2015).
Dessa maneira, observa-se que, às vezes, oligopolistas reduzem o risco inerente
de serem tão interdependentes ao concordar, formal ou informalmente, em
cooperar ou se unir na tomada de decisões. Acordos cooperativos entre
oligopolistas são chamados de cartéis. Em geral, conluios de qualquer tipo são
ilegais (McGUIGAN, MOYER, HARRIS, 2016).
Uma consequência dessa atuação “coletiva” é que ao atuar de maneira
cooperativa, os oligopolistas conseguem aumentar seus ganhos, reduzindo a
quantidade ofertada e aumentando os preços de mercado. A Organização dos
Países Exportadores de Petróleo (OPEP) é, provavelmente, o caso mais
tradicional de cartel: formada atualmente por doze países, seu objetivo é
coordenar e unificar as políticas de produção e venda de petróleo por parte de
seus membros (VASCONCELLOS, TONETO JR. e SAKURAI, 2015).
Competição Monopolística
De acordo com Vasconcellos, Oliveira e Barbieri (2011), a estrutura de mercado
chamada “Competição monopolística” procura encontrar um meio-termo mais
realista entre os extremos de competição perfeita e monopólio, reunindo
elementos dessas duas estruturas de mercado. Assim, nesse modelo, a
competição inclui a atividade de diferenciação de produtos.
Dessa forma, a concorrência monopolista é uma estrutura de mercado com um
número relativamente grande de empresas, cada uma vendendo um produto
diferenciado de alguma maneira dos produtos de seus concorrentes, e com
75
barreiras significativas para entrada no grupo de empresas líderes (McGUIGAN,
MOYER, HARRIS, 2016).
Ou seja, um mercado está em concorrência monopolística quando ele é
caracterizado pela presença de muitas firmas que produzem mercadorias
muito semelhantes, mas não idênticas, e pela livre entrada de novas empresas
nesse mercado. As causas da diferenciação entre os produtos podem ser as
mais diversas possíveis. Entre elas, podemos citar:
diferenciação na qualidade do produto;
diferenciação na localização da firma;
diferenciação nos serviços adicionais prestados pela firma, tais como
assistência técnica e informações ao consumidor;
diferenciação no serviço de vendas ao consumidor.
76
12
A Empresa para o
Mercado de Capitais
77
No momento em que a empresa consolidada tem sua operação bem
determinada e passa a precisar de investimento para, então, ser mais produtiva,
estando disposta a distribuir parte do seu resultado a investidores externos, ela
pode optar por uma forma muito poderosa de aumentar seu 'financiamento'
quando abre parte do seu capital.
Dessa maneira, uma pessoa comum consegue comprar uma pequena parte da
empresa, a qual ela disponibiliza e recebe participação proporcional no seu
resultado.
78
Vale destacar, aluno, que, historicamente, as empresas brasileiras distinguem-
se pelo acesso restrito ao capital privado de terceiros, financiando seus projetos
de investimento, principalmente com recursos próprios e financiamento
público. O modelo de financiamento brasileiro pode ser caracterizado pela
utilização de bancos públicos como uma fonte especial de recursos (PINHEIRO,
2019).
Por exemplo, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES) fornece a quase totalidade do financiamento de longo prazo,
sobretudo, com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
A Abertura de Capital
Abrir o capital de uma empresa significa tornar-se uma companhia de capital
aberto, ou seja, emitir ações para o público em geral, que poderão ser
transacionadas em bolsas de valores ou nos mercados de balcão.
Aparentemente, esse conceito é simples, porém, altera muito a estrutura
societária da empresa. Resumidamente, o controle que antes era exercido por
um grupo concentrado de sócios passa a ser disperso em muitos novos sócios
79
que não têm relação familiar ou de amizade com os antigos proprietários.
Veja bem, podemos então afirmar que abrir capital significa ter novos sócios!
Contudo, a abertura de capital pode ocorrer com ou sem oferta de ações no
mercado.
Para a abertura do capital, segundo a Lei n.º 6.385/76, a empresa pode emitir os
seguintes tipos de títulos de propriedade:
1 Ações.
2 Bônus de subscrição.
3 Debêntures.
4 Partes beneficiárias.
80
A decisão de abertura do capital de uma empresa não deve estar associada,
exclusivamente, a uma necessidade imediata de captação de recursos. Quando
o horizonte de planejamento empresarial indica uma futura necessidade, os
dirigentes ou acionistas podem promover colocações secundárias, ou primárias
de pequeno porte, de forma a preparar a empresa e o mercado para uma
posterior operação maior (PINHEIRO, 2019).
Para Pinheiro (2019), durante o processo de decisão sobre a abertura de capital
da empresa devem ser consideradas as vantagens e desvantagens para a
empresa. Dentre elas, destacam-se:
Vantagens
Aumento no caixa no caso de uma emissão privada e/ou da liquidez para
os sócios em uma colocação secundária.
Criação de moeda de troca na aquisição ou incorporação de outra
empresa.
Aumento da visibilidade, possibilitando eventuais fusões, aquisições ou
incorporações.
Diversificação das fontes de financiamento (inclusive otimizando o perfil
da dívida/patrimônio), possibilitando realizar estratégias de crescimento.
Possibilidade de remuneração diferenciada da equipe através de opção de
compra de ações da empresa, com objetivo de retenção.
Desvantagens
A distribuição de lucros aos novos acionistas.
Obrigatoriedade de auditoria.
Apresentação de contas de resultado.
Pagamento de anuidade à bolsa de valores.
Manutenção de informações à CVM, bolsas e mídia, entre outras.
A Bolsa de Valores
Aluno, neste momento do material, torna-se importante a compreensão sobre
a bolsa de valores.
81
Com a Revolução Industrial, a necessidade de grandes recursos para
investimentos obrigou os empresários a buscar no mercado, por meio das
Bolsas, o dinheiro do público. Desde o século XIX até hoje, as bolsas vêm se
aperfeiçoando sob todos os aspectos para atender às crescentes exigências do
mercado de capitais.
No Brasil, antes das bolsas existiam os corretores. Em 1845, para disciplinar as
atividades desses corretores, foi elaborado o Decreto n.º 417, que dava a eles a
exclusividade do acesso à negociação de títulos.
A primeira bolsa foi a do Rio de Janeiro, na época, Distrito Federal. Seu pregão
foi regulamentado em 1877. Em 13 de março de 1897, o Decreto-Lei n.º 2.475
regulamentou a bolsa e os corretores.
Em São Paulo, a Bolsa de Valores surgiu em 1890, após a queda da monarquia.
Seguindo o padrão europeu, foi fundada a Bolsa Livre de Valores, em 23 de
agosto de 1890. Já em 1895, esta Bolsa foi transformada pelo governo estadual
na Bolsa Oficial de Títulos de São Paulo. Seus membros, nomeados pelo
governo do estado, eram chamados de Corretores Oficiais de Fundos Públicos e
eram considerados funcionários de confiança.
82
Fonte: acesse o link https://ivian.com.br/roteiro/bolsa-de-valores-bovespa/
83
A B3 S.A. (Brasil, Bolsa, Balcão) é uma das maiores empresas provedoras de
infraestrutura para o mercado financeiro do mundo em valor de mercado,
oferecendo serviços de negociação (bolsa), pós-negociação (clearing), registro
de operações de balcão e de financiamento de veículos e imóveis.
84
13
Mercado de Capitais:
Conceitos Básicos e
Evolução Histórica85
Caro aluno, nesta aula, nós estudaremos sobre o mercado de capitais,
primeiramente com uma abordagem histórica e definições.
Definições
Podemos definir o mercado de capitais como um conjunto de instituições e de
instrumentos que negociam com títulos e valores mobiliários, objetivando a
canalização dos recursos dos agentes compradores para os agentes
vendedores. Ou seja, o mercado de capitais representa um sistema de
distribuição de valores mobiliários que tem o propósito de viabilizar a
capitalização das empresas e dar liquidez aos títulos emitidos por elas
(PINHEIRO, 2019).
De forma complementar, Pinheiro (2019) destaca que mercados financeiros
também podem ser definidos como o mecanismo ou ambiente através do qual
se produz um intercâmbio de ativos financeiros e se determinam seus preços.
São mercados nos quais os recursos financeiros são transferidos desde
unidades superavitárias, isto é, que têm um excesso de fundos, até aquelas
deficitárias, ou seja, que têm necessidades de fundos.
Antigamente, o mercado financeiro era o lugar físico ou ponto de encontro
entre ofertadores e tomadores, mas hoje, com o avanço da informática e das
telecomunicações, essa exigência física perdeu sua importância. O contato
entre os agentes ocorre de diversas formas (PINHEIRO, 2019). Assim, temos dois
tipos de mercados financeiros:
86
2 Sem localização física.
Evolução Histórica
Sobre o surgimento do mercado de capitais, destaca-se que ele ocorreu
quando o mercado de crédito deixou de atender às necessidades da atividade
produtiva, no sentido de garantir um fluxo de recursos nas condições
adequadas em termos de prazos, custos e exigibilidades (PINHEIRO, 2019).
Dessa maneira, para Pinheiro (2019), seu surgimento foi fundamentado em dois
princípios:
contribuir para o desenvolvimento econômico, atuando como propulsor
de capitais para os investimentos, estimulando a formação da poupança
privada; e
permitir e orientar a estruturação de uma sociedade pluralista, baseada na
economia de mercado, permitindo a participação coletiva de forma ampla
na riqueza e nos resultados da economia.
87
de moeda metálica era insuficiente e prevalecia o escambo, a troca de
mercadorias por outros produtos ou mesmo serviços, a partir dos primeiros dias
da colonização.
Os carregamentos de pau-brasil, item inicial de nossa pauta de exportações,
eram encomendados aos índios aliados. Pelos serviços de poda, abate e
embarque, os naturais da terra recebiam, em troca, ferramentas de ferro, cuja
fundição desconheciam, e bugigangas. Assim também, a compra de
suprimentos alimentares aos indígenas era feita por frotas e colonizadores
mediante escambo por foices, enxadas, facas, machados e anzóis.
Desde logo, a exploração de pau-brasil foi declarada monopólio da Coroa
Portuguesa e concedida a comerciantes lisboetas, entre os quais o famoso
cristão novo Fernão de Loronha. Seu nome foi depois alterado para Fernando
de Noronha e figura até hoje no mais notório arquipélago oceânico brasileiro.
Aquele monopólio foi o mais antigo de quantos o Estado português e depois o
brasileiro se outorgaram sobre a economia da Nação, impedindo a competição
e o livre enriquecimento do país.
A prática da concessão de autorizações para exploração de monopólios se
estenderia por todo o período colonial, inclusive nas áreas de mineração e
arrecadação de impostos, o que viria a favorecer as casas comerciais mais
poderosas, matriz na colônia do mercado de capitais que surgiria no século XIX.
Entretanto, logo nas primeiras décadas, o açúcar de cana também demandado
pela Europa substituiria o pau-brasil como tópico principal do comércio
exterior. Em 1526, chegou à Casa da Índia, em Lisboa, organismo português
encarregado das relações comerciais com o estrangeiro, a primeira partida de
açúcar produzido em Pernambuco.
88
Ainda, de acordo com Carvalho
Neto (2014), as primeiras moedas
foram cunhadas no Brasil na
capitania de São Vicente, de
Martim Affonso de Souza, em
território paulistano. Até 1556,
produziram-se peças de ouro de
lavagem denominadas São
Vicentes e meios São Vicentes,
que tiveram circulação na colônia.
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Criada em 1534, por Santo Inácio de Loyola, a Companhia de Jesus enviou seus
primeiros missionários ao Brasil, apenas 15 anos depois da fundação da ordem,
em 1549. Vieram com a frota que trouxe Tomé de Souza, governador-geral
recém-nomeado, que fundaria a cidade de Salvador naquele ano. Em 1600, já
havia colégios em todo o litoral, de Santa Catarina ao Ceará.
Expulsos do Brasil pelo Marquês de Pombal, em 1759, os Jesuítas poderiam ter
sido, no período colonial, o que de mais próximo tivemos de instituições
financeiras, como os Merchant Banks da Europa e dos Estados Unidos, matrizes
de seus mercados de capitais. Entretanto, as ordens religiosas não tinham
objetivos econômicos, mas usavam os recursos angariados, como óbolos ou
depósitos, para ostentar luxo suntuário em igrejas, capelas e mosteiros,
buscando a maior glória de Deus. O desenvolvimento de negócios e crédito
ficaria por conta de simples casas comerciais (CARVALHO NETO, 2014).
Dessa maneira, os seguintes acontecimentos importantes se desenvolveram:
89
A Criação do Banco do Brasil
Quando, em 1808, o Príncipe D. João e seu séquito
desembarcaram no Rio de Janeiro, após a estafante
travessia entre Lisboa e a capital de seus domínios na
América do Sul, a situação da economia local não era
diferente dos tempos anteriores. Predominava a crônica
falta de numerário, as riquezas produzidas tinham
circulação limitada e inexistiam instituições fornecedoras
de crédito. O ouro em pó ou barras funcionava como
moeda.
Uma das primeiras medidas econômicas na nova sede da
corte foi a determinação de que o ouro não mais
circulasse naquelas formas, mas fosse levado a um “banco
90
A Bolsa de São Paulo
Mesmo não contando com uma bolsa, São Paulo
ostentava, desde os 1870, um ativo mercado de balcão
para negócios nos títulos originados na província. Apesar
da precariedade de transporte e comunicações, o
mercado paulista não era totalmente estanque com
relação aos desenvolvimentos que ocorriam no Rio de
Janeiro, então, principal Praça do Império. Diversos papéis
de São Paulo eram negociados na Bolsa do Rio. Assim,
nada mais natural que o estado de espírito dos
investidores passasse pelos vasos comunicantes existentes
entre os dois mercados. Foi o que aconteceu no
Encilhamento até porque a euforia desencadeada com a
Abolição da Escravatura reverberou em todo o país
(CARVALHO NETO, 2014).
O mesmo fenômeno de criação de novas empresas,
descrito no cenário do mercado carioca, desdobrou-se na
cidade de São Paulo. Já foi destacado que dois dos três
primeiros bancos lançados em 1888, antes ainda da
libertação dos escravos, eram paulistas, os bancos Popular
de São Paulo e Itália-Brasil. Com o desenvolvimento da
bolha especulativa mais e mais companhias foram
nascendo em São Paulo e aumentando o volume de
negócios em seus papéis. A expansão do mercado criou o
clima propício à fundação de uma bolsa de valores na
capital de São Paulo.
91
31 de outubro de 1891. Entretanto, é uma saga que merece
ser descrita e interpretada nas minúcias possíveis, dada a
carência de fontes e arquivos sobre o tema.
A alma da criação da Bolsa Livre, antecessora da
BM&FBOVESPA, foi o pioneiro Emílio Rangel Pestana, um
corretor na acepção da palavra e grande conhecedor do
mercado local. Mas São Paulo deve ainda a outro Rangel
Pestana, Francisco, irmão de Emílio, o aparecimento de
mais um baluarte na vida da Pauliceia: o jornal O Estado
de S. Paulo, nascido em 1875, sob o nome de “A Província
de São Paulo''. Francisco foi político importante e membro
da junta que governou São Paulo nos primeiros dias da
República, da qual era defensor intransigente (CARVALHO
NETO, 2014).
92
14
Mercado de Capitais:
Sistema Financeiro
Nacional (SFN) 93
De acordo com o site do Banco Central do Brasil, o Sistema Financeiro Nacional
(SFN) é formado por um conjunto de entidades e instituições que promovem a
intermediação financeira, isto é, o encontro entre credores e tomadores de
recursos. É por meio do sistema financeiro que as pessoas, as empresas e o
governo circulam a maior parte dos seus ativos, pagam suas dívidas e realizam
seus investimentos.
O SFN é organizado por agentes normativos, supervisores e operadores. Os
órgãos normativos determinam regras gerais para o bom funcionamento do
sistema. As entidades supervisoras trabalham para que os integrantes do
sistema financeiro sigam as regras definidas pelos órgãos normativos. Os
operadores são as instituições que ofertam serviços financeiros, no papel de
intermediários.
94
Aluno, é muito importante que você saiba que até então o
Conselho Monetário Nacional era composto por apenas
três integrantes: o ministro da Fazenda, que ocupava o
lugar de presidente do CMN; o presidente do BACEN; e o
ministro do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão
(MPDG), porém, em 2019, houve uma reorganização nos
ministérios. Assim, o CMN passou a ser composto por:
ministro da Economia, presidente do BACEN e pelo
secretário Especial de Fazenda.
Os membros do CMN reúnem-se uma vez por mês para deliberar sobre
assuntos como orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras;
propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros;
zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras; e coordenar as
políticas monetária, creditícia, orçamentária e da dívida pública interna e
externa.
Em casos extraordinários, pode acontecer mais de uma reunião por mês. As
matérias aprovadas são regulamentadas por meio de Resoluções CMN
divulgadas no Diário Oficial da União (DOU) e no Busca de normas do Conselho
e do Banco Central (BC).
Junto ao CMN funciona a Comissão Técnica da Moeda e do Crédito (Comoc),
que atua como órgão de assessoramento técnico na formulação da política da
moeda e do crédito do Brasil. A Comoc manifesta-se previamente sobre
assuntos de competência do CMN.
A Secretaria-Executiva da Comoc e do CMN é exercida pelo Banco Central.
Compete à autoridade monetária organizar e assessorar as sessões
deliberativas (preparar, dar suporte, elaborar as atas e manter o arquivo
histórico, entre outras funções administrativas).
95
OS PRINCIPAIS OBJETIVOS DO CMN
adaptar o volume dos meios de pagamento às reais
necessidades da economia nacional;
regular o valor interno da moeda, corrigindo os surtos
inflacionários e deflacionários;
regular o valor externo da moeda e o equilíbrio da balança de
pagamentos;
orientar a aplicação de recursos das instituições financeiras
públicas e privadas;
zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras.
Liquidez e solvência são diferentes. A liquidez é a capacidade de
pagar as contas em dia, e a solvência é a relação entre o
patrimônio das empresas, seu endividamento e sua capacidade
de gerar recursos. Evidentemente, uma empresa insolvente,
ainda que em dia com suas contas em certo momento, acabará
por não ter condições de honrar o seu passivo.
96
CONECTE-SE
97
Monopólio de emissão
A função “Monopólio de Emissão” engloba a gestão das atividades referentes
ao meio circulante e destina-se a satisfazer à demanda de dinheiro
indispensável à atividade econômico-financeira do país. Do ponto de vista
operacional, o BCB (Banco Central do Brasil) atende às necessidades de
numerário do sistema bancário e, consequentemente, do público, por meio dos
mecanismos de emissão e recolhimento. É importante registrar que somente o
BCB emite moeda (a Casa da Moeda apenas fabrica o numerário).
Os conceitos econômicos de emissão/recolhimento monetário referem-se,
respectivamente, a colocar/retirar dinheiro em circulação,
aumentando/diminuindo os meios de pagamento.
Banqueiro do governo
Esta função guarda em suas origens estreita relação com o direito de emissão
do banco central, pois os governos concediam-no a instituições que, em muitos
casos, assumiam o compromisso de conceder-lhes empréstimos. O banco
central atualmente continua como o principal banqueiro do governo, pois
detém suas contas mais importantes, participa ativamente do manejo do seu
fluxo de fundos, e é o depositário e administrador das reservas internacionais
do país.
98
Supervisor do sistema financeiro
A estabilidade, a eficiência e o desenvolvimento do sistema financeiro
requerem esquemas de normas e procedimentos apropriados e sua
observância. Em muitos casos, a supervisão das instituições financeiras é
responsabilidade direta e exclusiva do banco central; em outros casos, pertence
à alçada de organismos independentes. Não obstante, em nenhum caso a
fiscalização é totalmente exógena ao banco central, a quem cabe elaborar
normas para o funcionamento do sistema financeiro e ser o prestamista de
última instância.
A regulação do sistema financeiro se inicia, geralmente, pela limitação do
número de participantes. As restrições, nesse sentido, vão desde requisitos
quanto à qualidade da administração, passam por montantes mínimos de
capital e chegam até a aplicação de critérios de “necessidade” ou
“conveniência” econômica, com os quais se pretende evitar um número
exagerado de instituições ou concentração excessiva.
99
diversos a agentes domiciliados no exterior (importações de bens e serviços,
realização de viagens ao exterior etc.). Por outro lado, ofertam divisas os
agentes econômicos que exportam bens e serviços em geral, que contratam
empréstimos no exterior etc., e que desejam internalizar os recursos no País.
Cabe à autoridade monetária de um país executar a política cambial, função
que exige a manutenção de ativos em moeda estrangeira e/ou ouro para
atuação nos mercados de câmbio, de forma a contribuir para a manutenção do
poder de compra da sua moeda e para assegurar o desempenho adequado das
transações internacionais, de acordo com as diretrizes da política econômica.
CONECTE-SE
100
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Bancos
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Prezados alunos, nesta aula, estudaremos sobre o papel dos bancos dentro do
sistema financeiro nacional. De acordo com o Banco Central do Brasil, o Banco
é uma instituição financeira especializada em intermediar o dinheiro entre
poupadores e aqueles que precisam de empréstimos, além de custodiar
(guardar) esse dinheiro. Ele providencia serviços financeiros para os clientes
(saques, empréstimos, investimentos, entre outros).
102
percentual dos depósitos em operações rurais, que os bancos não gostam,
também é um incentivo para darem preferência aos fundos de curto
prazo;
RDB – Recibo de Depósito Bancário: depósito a prazo fixo, com taxa pré ou
pós-fixada. É intransferível;
CDB – Certificado de Depósito Bancário: título nominativo com
rendimentos pré ou pós-fixados. A diferença em relação ao RDB é que
pode ser transferido. Chamamos a atenção para a mudança de forma,
tanto do CDB quanto do RDB que hoje são escriturais. Em outras palavras,
o antigo papel que os representava foi transformado em extratos de
computador, reduzindo substancialmente seus custos.
Bancos de Investimento
Entende-se por banco de investimento qualquer entidade especializada na
obtenção de dinheiro ou de outros recursos financeiros para que as empresas
privadas ou os governos possam realizar investimentos. Esses instrumentos
financeiros são obtidos pelo banco de investimento através da emissão e
comercialização de valores (títulos) nos mercados de capitais.
O principal objetivo de um banco de investimento é proporcionar um processo
de capitalização das organizações. Essa expansão normalmente ocorre por
meio de financiamentos com prazos mais longos, taxas de juros adequadas e,
principalmente, promover mediante a abertura e aumento de capital, via
lançamento de suas ações ao público, a melhora da estrutura financeira das
companhias.
Vale ressaltar que as fontes de recursos dos bancos de investimentos
(operações passivas) são principalmente o Certificado de Depósito Bancário –
CDB e o Recibo de Depósito Bancário – RDB com prazos maiores.
Além disso, como fonte de recursos utilizam também as linhas de crédito de
instituições financeiras públicas ou privadas, nacionais e internacionais.
Por outro lado, em relação às operações ativas, isto é, aquelas que trazem
receitas, podemos destacar:
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Repasses do Eximbank: Export & Import Bank dos
2 Estados Unidos que financia equipamentos americanos a
taxas reduzidas.
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Sede da CEF em Brasília
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Análise de
Investimentos
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Caro aluno, chegamos ao momento de estudar a análise de investimento.
Análise de investimento nada mais é do que o processo de planejar as compras
de ativos cujos retornos (fluxo de caixa) devem continuar por mais de um ano.
Quando uma empresa realiza a tomada de decisão sobre orçamento de capital
(análise de investimentos), os gestores da empresa comprometem recursos
para a expansão de sua capacidade produtiva, o aperfeiçoamento de sua
eficiência de custos ou diversificação de sua base de ativos. Dessa maneira,
cada uma destas decisões afeta os fluxos de caixa futuros que a empresa
espera gerar e seu respectivo risco.
Assim, vale destacar que despesas de capital são uma ponte entre decisões de
curto prazo de preço e produção e as decisões estratégicas de longo prazo que
os gestores maximizadores da riqueza devem tomar para permanecer
competitivos. Os gestores do setor público usam as análises custo-benefício e
custo-eficácia ao levar em consideração muitas decisões de distribuição de
recursos no longo prazo (MCGUIGAN, MOYER, HARRIS, 2016).
Dessa maneira, se faz-se necessário compreender alguns aspectos.
108
mercado financeiro.
Outras variáveis também podem influenciar na determinação da TMA, como o
projeto de vida e a responsabilidade social do empreendedor. Muitos
empreendedores contentam-se com um rendimento apenas razoável, um
pouco acima da rentabilidade ofertada pelos bancos em aplicações de baixo
risco, pois, além do aspecto financeiro, também levam em conta a
responsabilidade social perante a sua força de trabalho e o amor pelo que
fazem.
Essas questões, por sua vez, não condizem com as expectativas de um
investidor, que certamente irá considerar a variável financeira como
preponderante e exigir um prêmio pelo risco, ou seja, uma taxa
consideravelmente maior que as ofertadas no mercado financeiro.
Custo de Capital
Segundo Camloffski (2014), custo de capital é o custo do dinheiro que foi
aportado em um determinado investimento, ou seja, a remuneração que deve
ser obtida sobre o capital investido. Compõe-se, em linhas gerais, do custo do
dinheiro em si, ou seja, o que se deixa de ganhar no mercado financeiro ou em
outro investimento preterido, ou o juro que se paga pelo capital emprestado,
mais o prêmio pelo risco do negócio. Além disso, também devem ser
considerados o risco de crédito, o risco cambial e o risco país. A literatura
financeira traz algumas metodologias de cálculo para a obtenção do custo de
capital, mas a mais difundida é o Modelo de Precificação de Ativos Financeiros
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(CAPM), desenvolvido por William Sharpe e John Lintner. Cabe esclarecer que
não é objetivo desta obra revisar ou esclarecer tal metodologia de cálculo e,
portanto, a mesma não será abordada com maior nível de detalhamento.
O que se deve frisar é que se a perspectiva de rentabilidade for inferior ao custo
de capital estabelecido, não vale a pena implementar o projeto, pois o capital
não remunera o risco do investimento. Sendo assim, pode-se perceber que os
conceitos de taxa mínima de atratividade (TMA) e custo de capital se
complementam, pois, na verdade, o custo de capital acaba sendo utilizado
como taxa mínima de atratividade para a seleção dos projetos.
Custo de Oportunidade
O termo custo de oportunidade refere-se ao rendimento que seria obtido com
a segunda melhor opção de investimento disponível. Quando falamos sobre
análise de investimentos, pressupõe-se que nunca há apenas uma única
oportunidade de investimento, pois, mesmo que não haja outros projetos em
questão no mercado produtivo, sempre há a possibilidade de investir o dinheiro
no mercado financeiro. Sendo assim, as oportunidades de investimento devem
ser comparadas entre si e aquela com rentabilidade projetada superior deve ser
selecionada.
Novamente, os conceitos “Taxa Mínima de Atratividade”, “Custo de Capital” e
“Custo de Oportunidade” se complementam. Caso não estejam sendo
analisados outros investimentos no setor produtivo, o custo de oportunidade
seria, no mínimo, o rendimento do mercado financeiro mais um prêmio pelo
risco, que também pode ser compreendido como custo de capital ou TMA.
Entretanto, caso houvesse outros investimentos no setor produtivo em análise,
o custo de oportunidade seria o rendimento ofertado pela segunda melhor
alternativa para a alocação dos recursos, que, nesse caso, poderia ser superior
ao custo de capital e à TMA (CAMLOFFSKI, 2014).
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Conclusão
Caro aluno, finalizamos aqui a nossa disciplina. Foi possível ao longo das aulas
entender que a Economia de Empresas é um método de estudo e é
importantíssimo em seus pontos para as organizações, pois interfere
diretamente na quantidade, custos, insumos e tudo que envolve a
produtividade, seja ela de produtos ou serviços.
Dessa maneira, ao longo do livro, passamos pela compreensão dos mercados,
para quem vai vender, ou mesmo de quem vai comprar, lembrando que para
haver mercado precisamos de elementos querendo comprar e outro querendo
vender, explorando os conceitos de oferta, demanda, equilíbrio de mercado e até
mesmo as estruturas de mercado.
Para as organizações que estão prontas para investidores e abertura de capital,
estudamos sobre o mercado financeiro. Passamos também pela história de
bancos comerciais, suas burocracias e órgãos reguladores e bancos de
investimento, chegando na bolsa, que é quem oferta os papéis de cada empresa.
O que podemos notar, então, é que o mercado é um passo adiante para uma
empresa, que chega a ponto de abrir capital, para assim melhorar seus
investimentos e ter possibilidade de crescer ainda mais, além de pagar uma
participação a seus acionistas, pessoas essas que toparam investir em uma
pequena parte da empresa.
Assim, encerramos esta disciplina destacando a importância de conhecer estes
conceitos para adentrar e performar bem no mercado de trabalho atual.
Sucesso!
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Livro
Filme
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