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Chagas, Gilson. Contabilidade Intermediária Simplificada.

Disponível em: Minha Biblioteca, Editora Saraiva, 2014. (adaptado)

DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS NO MOMENTO BRASILEIRO


Inserir as demonstrações contábeis brasileiras no padrão internacional, ou, como
preferem os doutrinadores, HARMONIZAR esses demonstrativos com o International
Accounting Standard Board (IASB) era preciso. Tais ajustes, há anos, eram pleiteados
pela classe contábil por meio de seus representantes e interpretes. Dessa forma, as
alterações surgidas em dezembro de 2007, pela Lei n. 11.638, e aperfeiçoadas em 2008
pela Medida Provisória n. 449 (posteriormente, Lei n. 11.941), eram previsíveis. E,
apesar dos transtornos causados na atividade e suas ferramentas e na própria
bibliografia, foram de bom grado recepcionadas pela profissão.

A NOVA ORDEM
A Lei n. 11.638/2007 promoveu, primordialmente, para vigorar já no exercício seguinte,
uma intervenção material e numérica no rol dos demonstrativos constantes da ordem
legal vigente. Alterou a relação há décadas estabelecida pela Lei n. 6.404/1976,
excluindo a Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos – Doar – e incorporando
duas outras demonstrações até então praticadas apenas como ferramenta suplementar
de gerência. São elas a Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) e a Demonstração do
Valor Adicionado (DVA). Com essa operação matemática – que logicamente adiciona
recursos novos à técnica e à atividade contábil – a lista anterior cresceu de cinco para
seis demonstrativos e passou a compor-se da seguinte forma:
• Balanço Patrimonial;
• Demonstração do Resultado do Exercício;
• Demonstração dos Fluxos de Caixa;
• Demonstração das Mutações do PL;
• Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados;
• Demonstração do Valor Adicionado.

UM ANO DE MUDANÇAS
Ao final de 2008, dias antes, portanto, de terminar o primeiro exercício sob a ideia da
Lei n. 11.638/2007, a ordem contábil é contemplada com novas regras. Surge a já
mencionada Medida Provisória n. 449 – posteriormente convertida na Lei n.
11.941/2009 – que outra vez altera a estrutura do Balanço e, de resto, o ordenamento
contábil. Algumas das mudanças introduzidas, aliás, não eram apenas postuladas pela
classe, mas já vinham sendo antecipadas, de algum modo, pelos profissionais em certas
tarefas especializadas. É o caso, por exemplo, do remanejamento (reclassificação) do
grupo Resultado de Exercícios Futuros nos procedimentos preparatórios para a análise
de Balanço. Esse grupo acabou excluído do Balanço na segunda fase da mudança.
PRINCIPAIS MUDANÇAS REALIZADAS NA CONTABILIDADE EM DECORRÊNCIA DAS LEIS
11.638/2007 E 11.941/2009.

Alterações da lei 11.638/2007:


 Fim da obrigatoriedade da DOAR; inclusão da DFC e da DVA.
 Separação do Imobilizado em Imobilizado e Intangível e constituição do Ativo após essa
alteração: AC, ARLP, Ativo Permanente (Investimentos, Imobilizado, Intangível,
Diferido)
 Proibição da retenção injustificada de lucros acumulados.
 Extinção de reservas de capital de doações e subvenções e prêmio na emissão de
debêntures.
 Extinção da reserva de reavaliação. Criação do ajuste de avaliação patrimonial.
 Inclusão do teste de recuperabilidade
 Inclusão do Ajuste a Valor Presente.
 Aplicação de alguns conceitos da Lei 6.404/76 para as sociedades de grande porte.

Alterações da lei 11.941/2009


 Extinção do diferido.
 Extinção de resultado de exercícios futuros.
 Nova divisão do Ativo: AC, ANC (ARLP, Investimentos, Imobilizado e Intangível)
 Nova divisão do passivo: PC, PNC
O BALANÇO PATRIMONIAL
O Balanço Patrimonial – a mais popular das demonstrações contábeis brasileiras e peça
obrigatória para empresas de todo porte – continua, como antes, dividido em dois
hemisférios: ATIVO (lado esquerdo) e PASSIVO (lado direito). Duas bandas graficamente
paralelas e opostas em essência e composição. Esses dois grupos dividem-se, por sua
vez, em subgrupos, conforme a natureza, prazos ou finalidades de seus elementos.
Trata-se de uma demonstração estática, que retrata o patrimônio da empresa em
valores do dia em que ele é levantado, e será com esse status que, a qualquer tempo,
será interpretado pelos analistas e visto e considerado pelos demais usuários. Tal
levantamento é obrigatório e usualmente feito no encerramento do exercício social.

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE) – DESDOBRANDO OS DADOS


A Demonstração do Resultado do Exercício – ou simplesmente DRE, como é tratada nos
meios contábeis – mostra os saldos finais das receitas, custos e despesas computados
na entidade, no curso do exercício social. Ou, de outro modo, os saldos acumulados no
dia de sua elaboração. O próprio nome define seu conteúdo e finalidade: ela apenas
demonstra, segundo uma ordem traçada pela Lei n. 6.404/1976, as contas, com
respectivos valores, que figuram nos lançamentos de apuração do resultado.
Em outras palavras, a DRE não apura, mas apenas demonstra o resultado que a empresa
obteve no exercício. Consiste em uma relação de contas, dispostas vertical e
dedutivamente, contendo os valores apurados e gastos pela empresa durante o período.
Em sua última linha, fica evidenciada a diferença (positiva ou negativa) entre uns e
outros. Isto é, entre as receitas (apurados) e despesas (gastos).

DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA (DFC) – A PASSAGEM DO DINHEIRO VIVO


A Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) ingressou no “quadro oficial” das
demonstrações contábeis brasileiras a partir do exercício de 2008. Foi admitida por força
da Lei n. 11.638/2007. Antes, e durante muitos anos, ela vinha sendo praticada apenas
de forma pontual e não obrigatória. A DFC demonstra o movimento financeiro da
entidade em um período focalizado. Mostra, de forma ordenada, as entradas e saídas
do dinheiro no caixa e equivalentes de caixa – independentemente das épocas em que
as receitas tenham sido geradas e os gastos incorridos.

Ela pode ser feita em qualquer fase do exercício, segundo a necessidade ou o interesse
momentâneo da entidade. A Lei n. 11.638, de 28 de dezembro de 2007, que a incluiu na
lista de demonstrações oficiais, em substituição à Demonstração de Origens e
Aplicações de Recursos (Doar), torna sua publicação anual obrigatória para as seguintes
entidades:
a) sociedades anônimas de capital aberto;
b) sociedades de capital fechado, cujo Patrimônio Líquido seja igual ou superior a dois
milhões de reais.
DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO (DVA) – REPARTINDO VALORES
Também incluída na Lei n. 6.404/1976, pela Lei n. 11.638/2007, a Demonstração de
Valor Adicionado (DVA) retrata a riqueza que a entidade auferiu no exercício e a forma
como esses valores são distribuídos entre os correspondentes, colaboradores e
proprietários. O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) já havia institucionalizado a
DVA por meio da Resolução 1.010/2005, normativo que também descrevia sua estrutura
e conteúdo.

DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO (DMPL)


A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) evidencia as mudanças
ocorridas nas contas do Patrimônio Líquido em um deter- minado período. Começa
pelos saldos iniciais das contas do PL, registra os ajustes dos períodos anteriores,
aumentos do capital social e suas fontes, as reversões de reservas, lucro do exercício em
curso, transferência deste para reservas e dividendos e seu saldo final.

DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS (DLPA)


Não obstante a Lei n. 11.638/2007 tenha extinguido a conta Lucros Acumulados,
deixando-a para o Patrimônio Líquido apenas o “prejuízo”, isto é, “Prejuízos
Acumulados”, a DLPA tem sua existência prolongada. Mantém-se na lista das
demonstrações contábeis oficiais, ou seja, aquelas relacionadas na Lei n. 60404/1976. A
DLPA, como costumamos abreviá-la, mostra como se compõe o lucro ou prejuízo da
entidade. Em outras palavras, como ele se forma e a que se destina.
Sobre o Balanço...

Está na Lei
Os passos seguintes mostrarão como a Lei n. 6.404/1976, em seu texto mais recente,
define o Balanço e cada um de seus grupos: No balanço, as contas serão classificadas
segundo os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o
conhecimento e a análise da situação financeira da companhia.

No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos


elementos nelas registrados, nos seguintes grupos:
I – ativo circulante; e (Incluído pela Lei no 11.941, de 2009)
II – ativo não circulante, composto por ativo realizável a longo prazo, investimentos,
imobilizado e intangível. (Incluído pela Lei no 11.941, de 2009)

No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos:


I – passivo circulante; (Incluído pela Lei no 11.941, de 2009)
II – passivo não circulante; e (Incluído pela Lei no 11.941, de 2009)
III – patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de
avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados.
(Incluído pela Lei no 11.941, de 2009)

Os saldos devedores e credores que a companhia não tiver direito de compensar serão
classificados separadamente. Convém acrescentar que o “grau de liquidez”, significa a
velocidade com que cada elemento patrimonial pode converter-se em dinheiro. E as
contas do Ativo Circulante e do Realizável a Longo Prazo (Ativo Não Circulante) devem
ser dispostas em “ordem decrescente” de liquidez. Isto é, a conta de realização mais
rápida – CAIXA – está no “ponto culminante” da estrutura patrimonial. É por ela que
todos os balanços começam. Em seguida, de cima para baixo, vem BANCOS CONTA
MOVIMENTO; e, na sequência e pela ordem, todas as demais.

Deve-se destacar, também, que as primeiras contas do Ativo Circulante (CAIXA, BANCOS
CONTA MOVIMENTO e APLICAÇÕES FINANCEIRAS DIÁRIAS) integram um segmento
denominado DISPONÍVEL, ou DISPONIBILIDADES, como expresso no texto legal, pois
nessas contas encontra-se o dinheiro de que a empresa poderá dispor imediatamente
ou dentro de 24 horas.
I – no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do exercício
social subsequente e as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte;

Exemplo:
ATIVO CIRCULANTE
DISPONÍVEL
Caixa........................................................................................ 12.000,00
Bancos Conta Movimento .........................................................2.000,00
Numerários em Trânsito.............................................................6.000,00
Aplicações de Liquidez Imediata..............................................20.000,00
CONTAS A RECEBER
CLIENTES
Duplicatas a Receber................................................................10.000,00
Promissórias a Receber.............................................................10.000,00
(–) Duplicatas Descontadas.....................................................(6.000,00)
(–) Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa...................(300,00)
Adiantamentos a Empregados ....................................................3.000,00
Cheques em Cobrança ...............................................................1.000,00
Dividendos a Receber.................................................................1.000,00
IMPOSTOS A RECUPERAR
ICMS a Recuperar......................................................................1.400,00
IPI a Recuperar ..........................................................................1.300,00
IRRF a Recuperar.......................................................................3.600,00
ESTOQUES
Mercadorias .............................................................................. 12.400,00
Material de Embalagem..............................................................1.600,00
Estoque de Material de Expediente............................................6.000,00
(–) Provisão para Perdas de Estoques......................................(1.000,00)
DESPESAS DO EXERCÍCIO SEGUINTE
Aluguéis Passivos a Apropriar (ou a Vencer).............................5.000,00
Despesas Financeiras a Apropriar (ou a Vencer)........................4.000,00
Juros Passivos a Apropriar (ou a Vencer)...................................2.200,00
Prêmios de Seguros a Apropriar (ou a Vencer)..........................4.800,00
Outras Despesas Pagas Antecipadamente...................................6.000,00
TOTAL DO ATIVO CIRCULANTE...................................................106.000,00

As contas redutoras do ativo também são conhecidas como contas retificadoras, porque
servem para “corrigir” os valores dispostos nesse grupo. Por este motivo, elas têm
natureza credora e, ainda que façam parte do grupo de ativos, têm o saldo oposto a ele.
(Principio prudência)
II – no ativo realizável a longo prazo: os direitos realizáveis após o término do exercício
seguinte, assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a
sociedades coligadas ou controladas, diretores, acionistas ou participantes no lucro da
companhia, que não constituírem negócios usuais na exploração do objeto da
companhia.

Exemplo:
ATIVO NÃO CIRCULANTE
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO
Adiantamento a Diretores e Acionistas..................................... 4.000,00
Empréstimos a Sociedades Coligadas........................................14.000,00

III – em investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e os direitos


de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à
manutenção da atividade da companhia ou da empresa;

Exemplo:
INVESTIMENTO
Participações em Coligadas........................................................2.600,00
Participações em Controladas ....................................................1.400,00
Obras de Arte ..........................................................................16.000,00
Imóveis de Renda.....................................................................16.000,00

IV – no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados
à manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa
finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os
benefícios, riscos e controle desses bens; (Redação dada pela Lei no 11.638, de 2007)

Exemplo:
IMOBILIZADO
Computadores e Periféricos......................................................10.000,00
Imóveis..................................................................................... 14.000,00
Instalações..................................................................................5.000,00
Móveis e Utensílios....................................................................3.600,00
Veículos.................................................................................... 16.400,00
(–) Depreciação Acumulada....................................................(4.000,00)
V – no intangível: os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à
manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de
comércio adquirido. (Incluído pela Lei no 11.638, de 2007)

Exemplo:
INTANGÍVEL
Marcas e Patentes ....................................................................14.000,00

Parágrafo único. Na companhia em que o ciclo operacional da empresa tiver duração


maior que o exercício social, a classificação no circulante ou longo prazo terá por base o
prazo desse ciclo.

No que tange à ordem do PASSIVO, embora a lei não a defina expressamente, a própria
natureza dos (sub)grupos, à exceção do Patrimônio Líquido, sugere que as contas sejam
dispostas em ordem decrescente de exigibilidade. Em outras palavras, as obrigações são
ordenadas – de cima para baixo – segundo os respectivos vencimentos. Primeiramente,
vem a mais exigível (vencimento mais próximo), em seguida, a segunda mais exigível e
assim por diante.

Passivo Exigível
As obrigações da companhia, inclusive financiamentos para aquisição de direitos do
ativo não circulante, serão classificadas no passivo circulante, quando se vencerem no
exercício seguinte, e no passivo não circulante, se tiverem vencimento em prazo maior.

Exemplo:
PASSIVO CIRCULANTE
Duplicatas a Pagar......................................................................6.000,00
Fornecedores ............................................................................ 14.000,00
Empréstimos ............................................................................. 16.000,00
Financiamento a Pagar...............................................................6.000,00
Promissórias a Pagar...................................................................2.400,00
Cofins a Recolher .........................................................................600,00
ICMS a Recolher .......................................................................1.600,00
IPI a Recolher............................................................................1.600,00
IRRF sobre Lucro Líquido a Recolher........................................3.800,00
ISS a Recolher...........................................................................3.000,00
PIS sobre Faturamento a Recolher.............................................5.000,00
Contribuições de Previdência a Recolher ..................................3.000,00
Décimo Terceiro Salário a Pagar..............................................10.000,00
Férias a Pagar ........................................................................... 10.000,00
FGTS a Recolher .......................................................................4.000,00
Salários a Pagar........................................................................20.000,00
Provisão para Contribuição Social.............................................1.600,00
Provisão para Férias....................................................................6.400,00
Provisão para Imposto de Renda................................................3.000,00
TOTAL DO PASSIVO CIRCULANTE...............................................118.000,00
PASSIVO NÃO CIRCULANTE
Duplicatas a Pagar após 365 dias..............................................10.000,00
Fornecedores (após 365 dias) ................................................... 22.000,00

Patrimônio Líquido
A conta do capital social discriminará o montante subscrito e, por dedução, a parcela
ainda não realizada.
 Serão classificadas como reservas de capital as contas que registrarem:
a) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte
do preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância
destinada à formação do capital social, inclusive nos casos de conversão em
ações de debêntures ou partes beneficiárias;
b) o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subcrição;

 Será ainda registrado como reserva de capital o resultado da correção monetária


do capital realizado, enquanto não-capitalizado.

 Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não


computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de competência,
as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuídos a elementos
do ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo, nos casos
previstos nesta Lei ou, em normas expedidas pela Comissão de Valores
Mobiliários.

 Serão classificados como reservas de lucros as contas constituídas pela


apropriação de lucros da companhia.

 As ações em tesouraria deverão ser destacadas no balanço como dedução da


conta do patrimônio líquido que registrar a origem dos recursos aplicados na sua
aquisição.

Capital Social é o valor que os sócios repassaram à empresa para seu funcionamento,
podendo ser em dinheiro, direitos ou bens. O Capital Subscrito é o valor que os sócios
se comprometeram a repassar à empresa no momento de assinatura do Contrato Social,
ou seja, é o valor prometido. Nem sempre esse valor é repassado de uma só vez,
podendo ser integralizado em várias “parcelas”, por exemplo, um capital subscrito de
R$ 100,00 pode ser integralizado com um repasse de R$ 50,00 no primeiro mês e de
mais R$ 50,00 no segundo mês. O Capital a Integralizar é o valor que os sócios ainda não
repassaram à empresa, necessário para integralizar o Capital Social. Dessa maneira o
Capital Social nada mais é que o valor que a empresa realmente já possui, obtido pelo
Capital Subscrito menos o Capital a Integralizar.
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Subscrito......................................................................40.000,00
(–) Capital a Realizar............................................................(10.000,00)
Reserva de Capital...................................................................14.000,00
Ajustes de Avaliação Patrimonial ..............................................4.000,00
Reserva Legal.............................................................................2.000,00
Reservas Estatutárias..................................................................3.000,00
Reservas para Contingências......................................................6.000,00
Reserva de Incentivo Fiscal......................................................10.000,00

Relativamente ao Patrimônio Líquido, temos a enfatizar, preliminarmente, que esse


grupo de contas representa a situação líquida e positiva da entidade. Forma-se, em regra
e pela ordem com Capital Social, contas de Reservas de Capital, Ajustes de Avaliação
Patrimonial, Reservas de Lucro e Prejuízos Acumulados. Situam-se, também, no
Patrimônio Líquido – quando sua geração for necessária –, as contas redutoras: Capital
a Realizar e Ações em Tesouraria.

Cálculo dos principais indicadores do balanço patrimonial

O cálculo é muito simples. Para obter o resultado, basta aplicar a seguinte fórmula:
Indicadores de rentabilidade/renda
O cálculo de rentabilidade ajuda a verificar o quanto renderam os investimentos, ou
seja, se o negócio dá lucro ou não.
 Giro de Ativos = Vendas /Ativo Total
 Retorno sobre os Ativos = Lucro Líquido /Ativo Total
 Retorno sobre o Patrimônio Líquido = Lucro Líquido /Patrimônio Líquido.
Indicadores de Liquidez
Todos os indicadores de liquidez têm o mesmo objetivo: analisar a relação do negócio
entre o seu capital e as suas dívidas.
 Liquidez Corrente = Ativo Circulante / Passivo Circulante
 Liquidez Seca = (Ativos Circulantes – Estoques) / Passivos Circulantes
 Liquidez Geral = (Ativos Circulantes + Realizável a Longo Prazo) / (Passivo
Circulantes + Exigível a Longo Prazo)
 Liquidez Imediata = Disponível /Passivos Circulantes
Indicadores de endividamento/dívidas
O cálculo dos indicadores de endividamento servem para medir ou verificar o quanto
um negócio possui de dívida sobre o valor de patrimônio e ativos.
 Endividamento = Passivo Total /Ativo Total
 Grau de Endividamento = Passivo / Patrimônio Líquido
ATIVO CIRCULANTE DISPONÍVEL
Caixa........................................................................................ 12.000,00
Bancos Conta Movimento .........................................................2.000,00
Numerários em Trânsito.............................................................6.000,00
Aplicações de Liquidez Imediata..............................................20.000,00
CONTAS A RECEBER Clientes
Duplicatas a Receber................................................................10.000,00
Promissórias a Receber.............................................................10.000,00
(–) Duplicatas Descontadas.....................................................(6.000,00)
(–) Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa...................(300,00)
Adiantamentos a Empregados ....................................................3.000,00
Cheques em Cobrança ...............................................................1.000,00
Dividendos a Receber.................................................................1.000,00
IMPOSTOS A RECUPERAR
ICMS a Recuperar......................................................................1.400,00
IPI a Recuperar ..........................................................................1.300,00
IRRF a Recuperar.......................................................................3.600,00
ESTOQUES
Mercadorias .............................................................................. 12.400,00
Material de Embalagem..............................................................1.600,00
Estoque de Material de Expediente............................................6.000,00
(–) Provisão para Perdas de Estoques......................................(1.000,00)
DESPESAS DO EXERCÍCIO SEGUINTE
Aluguéis Passivos a Apropriar (ou a Vencer).............................5.000,00
Despesas Financeiras a Apropriar (ou a Vencer)........................4.000,00
Juros Passivos a Apropriar (ou a Vencer)...................................2.200,00
Prêmios de Seguros a Apropriar (ou a Vencer)..........................4.800,00
Outras Despesas Pagas Antecipadamente...................................6.000,00
TOTAL DO ATIVO CIRCULANTE...................................................106.000,00
ATIVO NÃO CIRCULANTE REALIZÁVEL A LONGO PRAZO
Adiantamento a Diretores e Acionistas.....................................4.000,00
Empréstimos a Sociedades Coligadas........................................14.000,00
INVESTIMENTO
Participações em Coligadas........................................................2.600,00
Participações em Controladas ....................................................1.400,00
Obras de arte............................................................................16.000,00
Imóveis de Renda.....................................................................16.000,00
IMOBILIZADO
Computadores e Periféricos......................................................10.000,00
Imóveis..................................................................................... 14.000,00
Instalações..................................................................................5.000,00
Móveis e Utensílios....................................................................3.600,00
Veículos.................................................................................... 16.400,00
(–) Depreciação Acumulada....................................................(4.000,00)
INTANGÍVEL
Marcas e Patentes ....................................................................14.000,00
TOTAL DO ATIVO NÃO CIRCULANTE ........................................ 113.000,00
TOTAL DO ATIVO.......................................................................219.000,00
PASSIVO
PASSIVO CIRCULANTE
Duplicatas a Pagar......................................................................6.000,00
Fornecedores ............................................................................ 14.000,00
Empréstimos ............................................................................. 16.000,00
Financiamento a Pagar...............................................................6.000,00
Promissórias a Pagar...................................................................2.400,00
Cofins a Recolher .........................................................................600,00
ICMS a Recolher .......................................................................1.600,00
IPI a Recolher............................................................................1.600,00
IRRF sobre Lucro Líquido a Recolher........................................3.800,00
ISS a Recolher...........................................................................3.000,00
PIS sobre Faturamento a Recolher.............................................5.000,00
Contribuições de Previdência a Recolher ..................................3.000,00
Décimo Terceiro Salário a Pagar..............................................10.000,00
Férias a Pagar ........................................................................... 10.000,00
FGTS a Recolher .......................................................................4.000,00
Salários a Pagar........................................................................20.000,00
Provisão para Contribuição Social.............................................1.600,00
Provisão para Férias....................................................................6.400,00
Provisão para Imposto de Renda................................................3.000,00
TOTAL DO PASSIVO CIRCULANTE..............................................118.000,00
PASSIVO NÃO CIRCULANTE
Duplicatas a Pagar após 365 dias..............................................10.000,00
Fornecedores (após 365 dias) ................................................... 22.000,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Subscrito......................................................................40.000,00
(–) Capital a Realizar............................................................(10.000,00)
Reserva de Capital...................................................................14.000,00
Ajustes de Avaliação Patrimonial ..............................................4.000,00
Reserva Legal.............................................................................2.000,00
Reservas Estatutárias..................................................................3.000,00
Reservas para Contingências......................................................6.000,00
Reserva de Incentivo Fiscal......................................................10.000,00
TOTAL DO PASSIVO...................................................................219.000,00
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)

Uma pergunta usualmente feita por estudantes nos cursos de Contabilidade –


particularmente os que estudam nos períodos iniciais da graduação – diz respeito à
ordem em que as demonstrações devem ser elaboradas no encerramento do exercício.
A dúvida que os instiga é se a DRE vem antes do Balanço, uma vez que ela mostra o lucro
ou prejuízo da empresa no período, e tal resultado certamente será inserido na
respectiva conta do Patrimônio Líquido.

Tal questionamento – embora recorrente nas escolas – perdeu sua penúltima “razão de
existir” após a promulgação da Lei n. 11.638/2007. Eis os motivos:
1. A DRE, em tempo algum, teve o papel de apurar os lucros ou prejuízos do
exercício, já que essa tarefa está contida em um procedimento específico, anterior à
montagem dos demonstrativos. No encerramento de cada período, os saldos das contas
de receitas e despesas são transferidos, por meio de lançamentos próprios, para a conta
Resultado do Exercício (ou Lucros e Perdas, como preferem alguns autores). Elas ficam
então zeradas e a diferença devedora ou credora aparece em Resultado do Exercício.
2. Na atual ordem técnico-jurídica da Contabilidade brasileira, o Balanço
Patrimonial já não deve conter, em seu PL, a conta Lucros Acumulados. A diferença entre
receitas e despesas, conhecida mediante processo de “apuração do resultado”, quando
se mostra positiva, precisa ser transferida, ato contínuo, para Dividendos Propostos a
Pagar e para Reservas de Lucro. De outro modo, as diferenças negativas são lançadas
em Prejuízos Acumulados – conta mantida pela legislação atual e que integra o
Patrimônio Líquido na condição de redutora.

DRE E BALANÇO: PEÇAS PARALELAS


A Demonstração do Resultado do Exercício, conforme está na Lei n. 6.404/1976, ou
“Demonstração do Resultado do Período” (como o Comitê de Pronunciamentos
Contábeis tem preconizado) ou, ainda, “Balanço de Resultado Econômico”, conforme
está no Código Civil, é, segundo o próprio nome o denota, apenas um demonstrativo e
não um processo de contabilização. Ela literalmente demonstra, em uma disposição
lógica e rígida, as receitas e despesas do período, com seus saldos finais, os tributos
incidentes sobre as operações e lucros (quando houver) e, por fim, os resultados a que
a empresa chegou no final do período. Ela é elaborada simultaneamente ao Balanço – e
não antes ou depois deste – pois, embora paralelos ou coexistentes, são independentes
entre si.

DRE – forma e mérito


A DRE é um demonstrativo contábil obrigatório para todas as empresas, a despeito de
seu porte. Consiste em um relatório vertical e dedutivo, contendo todas as receitas
auferidas – recebidas ou não – e os custos e despesas incorridos – pagos e não pagos –
pela entidade, em um determinado período.
Indagações podem surgir quanto à justificativa técnica de entrarem na DRE receitas
“ganhas” e não recebidas e despesas incorridas e não pagas. Nesse pressuposto,
informamos que, conforme mencionado em parágrafos anteriores, o papel da DRE é
retratar o saldo final das contas de resultado movimentadas no período, os tributos
incidentes sobre operações e lucros e os valores e contas resultantes desse confronto –
independentemente de recebimentos ou pagamentos.
Ela se ocupa, em última análise, das ocorrências de efeito apenas econômico, pois
aqueles fatos financeiros – entradas e saídas do dinheiro propriamente dito –
constituem objeto da Demonstração dos Fluxos de Caixa.

Assim se faz uma DRE, segundo a Lei n. 6.404/1976:


Art. 187 – A demonstração do resultado do exercício discriminará:
I – A receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os
impostos;

Por exemplo:
RECEITA BRUTA DAS VENDAS E SERVIÇOS .................................... 600.000,00
Vendas de mercadorias...................................................................200.000,00
Receitas de serviços prestados........................................................400.000,00
DEDUÇÕES DAS VENDAS................................................................(122.000,00)
Vendas canceladas............................................................................80.000,00
PIS/PASEP ......................................................................................... 5.200,00
COFINS ............................................................................................. 10.400,00
ICMS S/VENDAS ............................................................................... 14.400,00
ISSQN ............................................................................................... 12.000,00

Vê-se, pelos tópicos precedentes, estruturados sob diretrizes da Lei n. 6.404/1976, que
a DRE parte de uma conta ou conjunção de contas, contendo o montante do
faturamento que a empresa obteve, no período, com a venda dos produtos e/ou dos
serviços prestados à clientela. Essa conta (ou grupo) denomina-se Receita Bruta das
Vendas, Receita Bruta das Vendas e Serviços (se for o caso) ou Receita Operacional
Bruta.

Ressalte-se, por oportuno, que a conta Receita Bruta das Vendas e Serviços pressupõe
atividades comercial e prestacional concomitantes. Isso significa que ela será
desdobrada em Receita Bruta das Vendas ou Receita Bruta dos Serviços, se a empresa
exercer, alternativamente, apenas uma dessas atividades.

Deduções das Vendas


O tópico sequente, Deduções das Vendas, constitui-se pelas vendas canceladas (ou
devolvidas), abatimentos incondicionalmente concedidos, “impostos” ou tributos
incidentes sobre faturamento, contas estas que, por sua natureza, devem ser abatidas
da receita, antes do Lucro Operacional Bruto.
II – as receitas líquidas das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços
vendidos e o lucro bruto;

Por exemplo:
RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA...................................................478.000,00
Custo dos Serviços Prestados ...................................................... (230.000,00)
Custo da Mercadoria Vendida – CMV............................................(60.600,00)
= LUCRO OPERACIONAL BRUTO.....................................................187.400,00

O tópico precedente, previsto inciso II do art. 187, apresenta a receita líquida (receita
bruta, menos as deduções), vindo, em seguida, o Custo das Mercadorias e Serviços
Vendidos, integrante obrigatório da DRE. Esse custo aparece logo abaixo da Receita
Líquida.

O Custo das Mercadorias Vendidas (CMV para os íntimos) é obtido por meio da fórmula:
EI (Estoque Inicial) + C (Compras do período) – EF (Estoque Final). O Custo dos Serviços
Prestados tem aplicação exclusiva às empresas com atividades prestacionais e sua
composição deriva de um conjunto de fatores, tais como materiais empregados, mão de
obra utilizada etc.

A fórmula do CMV pode ser ampliada, conforme as circunstâncias, para a seguinte


composição: CMV = EI + (C – DC + FC) – EF.
EI = Estoque Inicial.
C = Compras do período.
DC = Devolução de Compras.
FS = Fretes e Seguros (quando não inclusos no preço da mercadoria adquirida).
EF = Estoque Final.

Quanto ao Lucro Bruto, ou Lucro Operacional Bruto, ele configura o primeiro passo do
resultado. Na empresa comercial, é o Resultado Bruto com Mercadoria – RCM. Serve de
base para abatimento das chamadas despesas operacionais, de que tratará o inciso III,
e ainda funcionará como numerador no cálculo da “Margem Bruta”, em análise das
demonstrações contábeis.

Despesas Operacionais – gastos ordinários


III – as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as
despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais;

DESPESAS OPERACIONAIS ..............................................................(57.400,00)


Despesas de Vendas Comissões sobre vendas de
mercadorias......................................................................................(6.000,00)
Propaganda publicidade .................................................................(10.000,00)
Comissões pagas sobre serviços prestados......................................(20.000,00)
Despesas Financeiras
Despesas bancárias ..........................................................................(2.600,00)
Descontos condicionais concedidos ................................................(4.000,00)
Descontos obtidos ............................................................................ 13.400,00
Despesas Administrativas
Impostos e taxas..............................................................................(3.800,00)
Salários e encargos........................................................................(20.000,00)
Outras Despesas Operacionais........................................................( 4.400,00)

Eis acima o grupo das Despesas Operacionais. Elas significam, na verdade, um gênero de
despesas, com subdivisões ou espécies.

São elas: Despesas com Vendas (comissão de vendedores, publicidade etc.);


Despesas Financeiras (juros, taxas bancárias etc, deduzidas das receitas da mesma
espécie); Despesas Gerais e Administrativas (pessoal e encargos, água, luz e telefone,
entre outras); e Outras Despesas Operacionais – despesas menores.

Jogo financeiro – despesas versus receitas


No grupo das Despesas Financeiras, caso em apreço, os Descontos obtidos são receitas
financeiras. O valor de R$ 13.400,00 aparece sem parênteses para indicar sua natureza
oposta às demais contas do grupo e, portanto, deve ser subtraído delas.

Roteiro do lucro
Essas contas são dispostas logo abaixo do Lucro Operacional Bruto e têm seus valores
somados, à parte, e, em seguida, deduzidos do item anterior, resultando em um novo
item denominado Lucro ou Prejuízo Operacional, usualmente batizado pela doutrina
como Lucro Operacional Líquido ou Lucro Antes do Imposto de Renda – LAIR
(naturalmente, quando o resultado é positivo e há outras receitas ou despesas a
computar).

IV – o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas; (Redação


dada pela Lei no 11.941, de 2009)

Na sequência aparecem as Outras Receitas e as Outras Despesas. Esses resultados são


eventuais, ou seja, ganhos ou gastos ocorridos fora das operações regulares da
entidade. Quando existirem, podem apresentar-se com saldo credor (se receitas) ou
devedor (se despesas), ocasionando, conforme o caso, acréscimo ao lucro operacional
ou sua diminuição. Aí, sim, vem o Resultado do Exercício Antes do Imposto de Renda,
ou, Lucro do Exercício Antes do Imposto de Renda, o qual o jargão contábil costuma
chamar abreviadamente de LAIR. Veja:

V – o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o imposto;


= LUCRO OPERACIONAL LÍQUIDO..................................................130.000,00
Outras receitas...................................................................................2.000,00
RESULTADO DO EXERCÍCIO ANTES DO IMPOSTO DE
RENDA.....(LAIR)............................................................................132.000,00
Provisão para contribuição social..................................................(10.400,00)
Provisão para Imposto de Renda...................................................(21.600,00)
= RESULTADO DO EXERCÍCIO APÓS
O IMP. DE RENDA....(LAPIR).....................................................100.000,00

Cumprida essa etapa, vêm as contas Contribuição Social e Imposto de Renda. A primeira
é uma contribuição destinada à Previdência; a segunda é o famigerado “Leão”. Com a
subtração desses dois valores – calculados segundo as normas aplicadas ao regime
tributário em que a empresa se insere – chega-se ao Resultado do Exercício Após o
Imposto de Renda. Este, também denominado Lucro do Exercício Após o Imposto de
Renda, recebe no jargão a abreviatura de LAPIR.

Dinheiro em cascata
Tiram-se Contribuição Social e o Imposto de Renda, segundo as regras momentâneas do
Fisco, e o lucro remanescente, nas sociedades anônimas, é submetido a uma série de
cinco “participações”.

VI – as participações de debêntures, empregados, administradores e partes


beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos
de assistência ou previdência de emprega- dos, que não se caracterizem como despesa;

PARTICIPAÇÕES: ................................................................................. (22.100,00)


Debêntures................5% .....................................................................5.000,00
Empregados ...............5% .....................................................................4.750,00
Administradores........5% .................................................................... 4.512,50
Partes beneficiárias ..............................................................................3.737,50
Fundo de Assistência e Previdência
de Empregados ..........5% .....................................................................4.100,00
= LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO ...................................................... 77.900,00

Essa operação tem formato de cascata, pois as bases de cálculo decrescem


sucessivamente a cada nova participação calculada e deduzida de sua base antecedente.
Os participantes do lucro são, pela ordem, Debêntures, Empregados, Administradores,
Partes Beneficiárias e Contribuições para Instituições e Fundos de Assistência e
Previdência de Empregados.

Vencida, passo a passo, essa linha sequencial – obrigatória e de valores decrescentes –,


alcança-se o “lucro ou prejuízo do exercício e o seu montante por ação do capital social”.
As ações
O “montante por ações” consiste, na verdade, em uma divisão proporcional do lucro
líquido final pelo número de ações que compõem o capital da empresa. Obviamente,
esse divisor varia de empresa para empresa.

Poucos são os escolhidos


Esclareça-se, por necessário, que nem todas as sociedades possuem a lista completa
desses participantes. A ordem sequencial, no entanto, é obrigatória para as empresas
que os possuem no todo ou em parte. E mais: toda essa operação estruturada pela lei
para “retalhamento” do lucro líquido do exercício refere-se às sociedades anônimas,
pois as empresas de outras categorias limitam o rateio de seus lucros praticamente aos
administradores. Em outras palavras, não emitem debêntures (certo título de crédito),
raramente concedem participação aos empregados, não têm partes beneficiárias, e – se
entidades coletivas – formam seu capital social por meio de quotas – em vez de ações.
RECEITA BRUTA DAS VENDAS E SERVIÇOS .................................... 600.000,00
Vendas de mercadorias...................................................................200.000,00
Receitas de serviços prestados........................................................400.000,00
DEDUÇÕES DAS VENDAS..................................................................(122.000,00)
Vendas canceladas............................................................................80.000,00
PIS/PASEP ......................................................................................... 5.200,00
COFINS .............................................................................................. 10.400,00
ICMS S/VENDAS ............................................................................... 14.400,00
ISSQN ................................................................................................. 12.000,00
RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA.....................................................478.000,00
Custo dos Serviços Prestados ....................................................... (230.000,00)
Custo da Mercadoria Vendida – CMV...............................................(60.600,00)
= LUCRO OPERACIONAL BRUTO.........................................................187.400,00
DESPESAS OPERACIONAIS .................................................................(57.400,00)
Despesas de Vendas
Comissões sobre vendas de mercadorias.............................................6.000,00
Propaganda publicidade ...................................................................10.000,00
Comissões pagas sobre serviços prestados.........................................20.000,00
Despesas financeiras
Despesas bancárias .............................................................................2.600,00
Descontos condicionais concedidos ..................................................4.000,00
Descontos obtidos ......................................................................... (13.400,00)
Despesas administrativas
Impostos e taxa..................................................................................3.800,00
Salários e encargos...........................................................................20.000,00
Outras despesas operacionais..............................................................4.400,00
= LUCRO OPERACIONAL LÍQUIDO...................................................130.000,00
Outras receitas...................................................................................2.000,00
RESULTADO DO EXERCÍCIO ANTES DO IMPOSTO DE
RENDA.....(LAIR)..............................................................................132.000,00
Provisão para Contribuição Social................................................(10.400,00)
Provisão para Imposto de Renda...................................................(21.600,00)
= RESULTADO DO EXERCÍCIO APÓS O IMP. DE
RENDA....(LAPIR).............................................................................100.000,00
PARTICIPAÇÕES: ........................................................................... (22.100,00)
Debêntures ..............5% .....................................................................5.000,00
Empregados .............5% .....................................................................4.750,00
Administradores......5% .....................................................................4.512,50
Partes beneficiárias ............................................................................3.737,50
Fundo de Assistência e Previdência de Empregados........5% .............4.100,00
= LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO ..................................................... 77.900,00

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