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ITG 1000 - MODELO CONTÁBIL SIMPLIFICADO PARA MICRO

E PEQUENAS EMPRESAS: PROCEDIMENTOS DE


ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL E ENCERRAMENTO DO BALANÇO
CONCEITO E PRÁTICA.

Professor Antonio Sacca

NANUQUE

JULHO/2016
Professor Antonio Saccá 1
1- INTRODUÇÃO

QUAL O PRAZO PARA FECHAMENTO DO BALANÇO?

Não há nas normas contábeis editadas pelo prazo específico para fechamento do balanço. O mesmo pode ser
fechado mensalmente, se a entidade assim o quiser.

A Lei nº 6.404 e o Novo Código Civil (art. 176 e 1.065, respectivamente) estabelecem que as empresas têm que
fechar seus balanços ao término do exercício social.

Nas Sociedades Limitadas (art. 1.078 caput e § 1º do novo código civil) e nas Sociedades por Ações (arts. 132 e 133
da Lei das S/A) há obrigatoriedade de realização de assembléia geral para apreciação das demonstrações contábeis
até 4 meses após o término do exercício social e, em ambos os casos, os acionistas devem receber cópia das
referidas demonstrações 1 mês antes da data da assembléia.

Portanto, e levando em consideração que o exercício social das entidades geralmente coincide com o ano
calendário, as mesmas teriam que estar com suas demonstrações contábeis à disposição dos acionistas até 31 de
março.

Para entidades que não se sujeitem às leis acima, não há prazos estabelecidos. Geralmente, os prazos para
fechamento dos balanços coincidem com os estabelecidos pela Receita Federal para apresentação da declaração
de Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas.

2- PROCEDIMENTOS PARA ENCERRAMENTO DO BALANÇO

Ao término do exercício, como se faz em todos os meses, procede-se ao levantamento do balancete de verificação,
com o objetivo de conhecer os saldos das contas do razão e conferir sua exatidão.

No balancete são relacionadas todas as contas utilizadas pela empresa, quer patrimonial quer de resultado,
demonstrando seus débitos, créditos e saldos.

As contas do balancete, no fim do exercício, sejam patrimoniais ou de resultado, nem sempre representam,
entretanto, os valores reais do patrimônio, naquela data, nem as variações patrimoniais do exercício, porque os
registros contábeis não acompanham a dinâmica patrimonial no mesmo ritmo em que ela se desenvolve.

Desta forma, muitos dos componentes patrimoniais aumentam ou diminuem de valor, sem que a contabilidade
registre tais variações, bem como muitas das receitas e despesas, recebidas ou pagas durante o exercício, não
correspondem realmente aos ingressos e ao custo do período.

Daí a necessidade de se proceder ao ajuste das contas patrimoniais e de resultado, na data do levantamento do
balanço, para que elas representem, em realidade, os componentes do patrimônio nessa data, bem como suas
variações no exercício.

2.1- CONCILIAÇÕES DOS SALDOS CONTÁBEIS


A conciliação consiste, basicamente, na comparação do saldo de uma conta com uma informação externa à
contabilidade, de maneira que se possa ter certeza quanto à exatidão do saldo em análise.

As fontes de informações mais usuais para verificação dos registros contábeis são os livros fiscais, os extratos
bancários, as posições de financiamentos e carteiras de cobranças, as folhas de pagamento, os controles de caixa,
etc.

2.2- AJUSTES E RECLASSIFICAÇÕES PATRIMONIAIS


Para elaboração do balanço devem ser efetuados vários ajustes e reclassificações nas contas patrimoniais, como
estoques, empréstimos, etc.

Calcula-se também a provisão para o Imposto de Renda e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, de acordo
com as normas tributárias vigentes, fazendo-se a respectiva contabilização.
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2.3- LANÇAMENTOS DE ENCERRAMENTO DO EXERCÍCIO
Para apuração do resultado do exercício, faz-se os lançamentos de encerramento, debitando-se as contas de
receitas e creditando-se uma conta transitória, chamada de “apuração do resultado do exercício”.

O inverso é efetuado nas contas de despesas e custos, debitando-se a conta “Apuração do Resultado do Exercício”
e creditando-se as contas de custos ou despesas.

O saldo da conta “Apuração do Resultado do Exercício” será então transferido para a conta de “Lucros ou Prejuízos
do Exercício, sendo esta distribuída para outras contas patrimoniais, conforme proposta da administração, com, por
exemplo: (a) Constituições das Reservas Legais; (b) Distribuição do Lucro; ou (c) Composição do saldo da conta de
Prejuízos Acumulados.

2.4- CLASSIFICAÇÕES DAS CONTAS PATRIMONIAIS


Após os ajustes pertinentes e lançamentos de encerramento das contas de resultado, as contas remanescentes são
apenas as contas patrimoniais, que devem ser separadas e classificadas em grupos para elaboração do balanço
patrimonial, sendo que o saldo do ativo deve ser igual ao do passivo.

2.5- AGRUPAMENTO
Os elementos da mesma natureza e os saldos de reduzido valor quando agrupados, e desde que seja indicada a
sua natureza e nunca devem ultrapassar, no total, um décimo do valor do respectivo grupo de contas, sendo vedada
a utilização de títulos genéricos como "diversas contas" ou "contas correntes".

2.6- DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS


A etapa final é a elaboração das demonstrações contábeis, segundo o porte da empresa definido a partir da
classificação do Quadro Sinótico da Lei 11.638/2007, ou seja:
a) Balanço Patrimonial - BP;
b) Demonstração do Resultado do Exercício - DRE;
c) Demonstração do Resultado do Exercício Abrangente - DREA;
c) Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido - DMPL;
d) Demonstração do Fluxo de Caixa - DFC;
e) Demonstração do Valor Adicionado – DVA;
f) Notas Explicativas - Para complementar dados das demonstrações relacionadas, existem as notas explicativas
que, na verdade, não são demonstrações financeiras, servem apenas para complementá-las.

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3- NORMAS E RESOLUÇÕES CONTABEIS
O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) emite suas normas, interpretações e comunicados técnicos de forma
convergente com as Normas Internacionais de Contabilidade emitidas pelo IASB e promove o uso dessas normas
em demonstrações contábeis para fins gerais no Brasil e outros relatórios financeiros. Outros relatórios financeiros
compreendem informações fornecidas fora das demonstrações contábeis que auxiliam na interpretação do conjunto
completo de demonstrações contábeis que auxiliam na interpretação do conjunto completo de demonstrações
contábeis ou melhoram a capacidade do usuário de tomar decisões econômicas eficientes.

As Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC) constituem-se num conjunto de regras e procedimentos de conduta
que devem ser observados como requisitos para o exercício da profissão contábil, bem como os conceitos
doutrinários, princípios, estrutura técnica e procedimentos a serem aplicados na realização dos trabalhos previstos
nas normas aprovadas por resolução emitidas pelo CFC.

Estas NBC, editadas pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC), compreendem as Normas propriamente ditas,
as Interpretações Técnicas e os Comunicados Técnicos. A ITG - Interpretação Técnica Geral compõem, portanto,
esta estrutura e tem por objetivo esclarecer a aplicação das Normas Brasileiras de Contabilidade, definindo regras e
procedimentos a serem aplicados em situações, transações ou atividades específicas, sem alterar a substância
dessas normas.

A inobservância às Normas Brasileiras de Contabilidade constitui infração disciplinar sujeita às penalidades previstas
nas alíneas de "c" a "g" do art. 27 do Decreto-Lei nº 9.295/46, alterado pela Lei nº 12.249/10 e ao Código de Ética
Profissional do Contador.

DECRETO-LEI Nº 9.295, DE 27 DE MAIO DE 1946.


D.O.U. de 28.5.1946
Cria o Conselho Federal de Contabilidade, define as atribuições do Contador e do Guarda-livros, e dá outras
providências.
[...]

CAPÍTULO V
DAS PENALIDADES
Art. 27. As penalidades aplicáveis por infração do exercício legal da profissão serão as seguintes:
a) multa de Cr$ 500,00 a Cr$ 1.000,00 aos infratores dos artigo 12 e 26 deste Decreto-lei;
b) multas de Cr$ 500,00 a Cr$ 1.000,00 aos profissionais e de Cr$ 1.000,00 a Cr$ 5.000,00 às firmas, sociedades,
associações, companhias e empresas, quando se tratar de infração dos arts. 15 e 20 e respectivos parágrafos;
c) multa de Cr$ 200,00 a Cr$ 500,00 aos infratores de dispositivos não mencionados nas alíneas precedentes ou
para os quais não haja indicação de penalidade especial;
d) suspensão do exercício da profissão aos profissionais que, dentro do âmbito de sua atuação e no que se referia à
parte técnica, forem responsáveis por qualquer falsidade de documentos que assinarem e pelas irregularidades de
escrituração praticadas no sentido de fraudar as rendas publicas (Decreto-lei nº 5.844, de 23-9-1943, artigo 39,
parágrafo primeiro);
e) suspensão do exercício da profissão, pelo prazo de seis meses a um ano, ao profissional que demonstrar
incapacidade técnica no desempenho de suas funções, a critério do Conselho Regional de Contabilidade a que
estiver sujeito, facultada, porém, ao interessado a mais ampla defesa por si ou pelo Sindicato a que pertencer.

LEI 12.249, DE 11 DE JUNHO DE 2010


D.O.U.: 14.06.2010
Conversão da Medida Provisória nº 472, de 2009 - Versão Compilada em 05.06.2012
Institui o Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento de Infraestrutura da Indústria Petrolífera nas
Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste - REPENEC; cria o Programa Um Computador por Aluno - PROUCA e
institui o Regime Especial de Aquisição de Computadores para Uso Educacional - RECOMPE; prorroga benefícios
fiscais; constitui fonte de recursos adicional aos agentes financeiros do Fundo da Marinha Mercante - FMM para
financiamentos de projetos aprovados pelo Conselho Diretor do Fundo da Marinha Mercante - CDFMM; institui o
Regime Especial para a Indústria Aeronáutica Brasileira-RETAERO; dispõe sobre a Letra Financeira e o Certificado
de Operações Estruturadas; ajusta o Programa Minha Casa Minha Vida - PMCMV; altera as Leis nos 8.248, de 23
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de outubro de 1991, 8.387, de 30 de dezembro de 1991, 11.196, de 21 de novembro de 2005, 10.865, de 30 de abril
de 2004, 11.484, de 31 de maio de 2007, 11.488, de 15 de junho de 2007, 9.718, de 27 de novembro de 1998,
9.430, de 27 de dezembro de 1996, 11.948, de 16 de junho de 2009, 11.977, de 7 de julho de 2009, 11.326, de 24
de julho de 2006, 11.941, de 27 de maio de 2009, 5.615, de 13 de outubro de 1970, 9.126, de 10 de novembro de
1995, 11.110, de 25 de abril de 2005, 7.940, de 20 de dezembro de 1989, 9.469, de 10 de julho de 1997, 12.029, de
15 de setembro de 2009, 12.189, de 12 de janeiro de 2010, 11.442, de 5 de janeiro de 2007, 11.775, de 17 de
setembro de 2008, os Decretos-Leis nos 9.295, de 27 de maio de 1946, 1.040, de 21 de outubro de 1969, e a
Medida Provisória no 2.158-35, de 24 de agosto de 2001; revoga as Leis nos 7.944, de 20 de dezembro de 1989,
10.829, de 23 de dezembro de 2003, o Decreto-Lei no 423, de 21 de janeiro de 1969; revoga dispositivos das Leis
nos 8.003, de 14 de março de 1990, 8.981, de 20 de janeiro de 1995, 5.025, de 10 de junho de 1966, 6.704, de 26
de outubro de 1979, 9.503, de 23 de setembro de 1997; e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

[...]

“Art. 27. As penalidades ético-disciplinares aplicáveis por infração ao exercício legal da profissão são as seguintes:
a) multa de 1 (uma) a 10 (dez) vezes o valor da anuidade do exercício em curso aos infratores dos arts. 12 e 26
deste Decreto-Lei;
b) multa de 1 (uma) a 10 (dez) vezes aos profissionais e de 2 (duas) a 20 (vinte) vezes o valor da anuidade do
exercício em curso às empresas ou a quaisquer organizações contábeis, quando se tratar de infração dos arts. 15 e
20 e seus respectivos parágrafos;
c) multa de 1 (uma) a 5 (cinco) vezes o valor da anuidade do exercício em curso aos infratores de dispositivos não
mencionados nas alíneas a e b ou para os quais não haja indicação de penalidade especial;
d) suspensão do exercício da profissão, pelo período de até 2 (dois) anos, aos profissionais que, dentro do âmbito
de sua atuação e no que se referir à parte técnica, forem responsáveis por qualquer falsidade de documentos que
assinarem e pelas irregularidades de escrituração praticadas no sentido de fraudar as rendas públicas;
e) suspensão do exercício da profissão, pelo prazo de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, ao profissional com comprovada
incapacidade técnica no desempenho de suas funções, a critério do Conselho Regional de Contabilidade a que
estiver sujeito, facultada, porém, ao interessado a mais ampla defesa;
f) cassação do exercício profissional quando comprovada incapacidade técnica de natureza grave, crime contra a
ordem econômica e tributária, produção de falsa prova de qualquer dos requisitos para registro profissional e
apropriação indevida de valores de clientes confiados a sua guarda, desde que homologada por 2/3 (dois terços) do
Plenário do Tribunal Superior de Ética e Disciplina;
g) advertência reservada, censura reservada e censura pública nos casos previstos no Código de Ética Profissional
dos Contabilistas elaborado e aprovado pelos Conselhos Federal e Regionais de Contabilidade, conforme previsão
do art. 10 do Decreto-Lei no 1.040, de 21 de outubro de 1969.” (NR)

CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO CONTADOR - CEPC


RESOLUÇÃO CFC Nº 803/1996

Aprova o Código de Ética Profissional do Contador – CEPC

[...]

CAPÍTULO II
DOS DEVERES E DAS PROIBIÇÕES
Art. 2º São deveres do Profissional da Contabilidade:
(Redação alterada pela Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)
I – exercer a profissão com zelo, diligência, honestidade e capacidade técnica, observada toda a legislação vigente,
em especial aos Princípios de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade, e resguardados os
interesses de seus clientes e/ou empregadores, sem prejuízo da dignidade e independência profissionais;
(Redação alterada pela Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)

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CAPÍTULO V
DAS PENALIDADES
Art. 12 A transgressão de preceito deste Código constitui infração ética, sancionada, segundo a gravidade, com a
aplicação de uma das seguintes penalidades:
I – advertência reservada;
II – censura reservada;
III – censura pública.

§ 1º Na aplicação das sanções éticas, podem ser consideradas como atenuantes:


(Redação alterada pela Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)
I – ação desenvolvida em defesa de prerrogativa profissional;
(Redação alterada pela Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)
II – ausência de punição ética anterior;
(Redação alterada pela Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)
III – prestação de relevantes serviços à Contabilidade.
(Redação alterada pela Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)

§ 2º Na aplicação das sanções éticas, podem ser consideradas como agravantes:


(Criado pelo Art. 25, da Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)
I – Ação cometida que resulte em ato que denigra publicamente a imagem do Profissional da Contabilidade;
(Criado pelo Art. 25, da Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)
II – punição ética anterior transitada em julgado.
(Criado pelo Art. 25, da Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)

Art. 13 O julgamento das questões relacionadas à transgressão de preceitos do Código de Ética incumbe,
originariamente, aos Conselhos Regionais de Contabilidade, que funcionarão como Tribunais Regionais de Ética e
Disciplina, facultado recurso dotado de efeito suspensivo, interposto no prazo de quinze dias para o Conselho
Federal de Contabilidade em sua condição de Tribunal Superior de Ética e Disciplina.
(Redação alterada pela Resolução CFC nº 950, de 29 de novembro de 2002)
§ 1º O recurso voluntário somente será encaminhado ao Tribunal Superior de Ética e Disciplina se o Tribunal
Regional de Ética e Disciplina respectivo mantiver ou reformar parcialmente a decisão.
(Redação alterada pela Resolução CFC nº 950, de 29 de novembro de 2002)

§ 2º Na hipótese do inciso III do art. 12, o Tribunal Regional de Ética e Disciplina deverá recorrer ex officio de sua
própria decisão (aplicação de pena de Censura Pública).
(Redação alterada pela Resolução CFC nº 950, de 29 de novembro de 2002)

§ 3º Quando se tratar de denúncia, o Conselho Regional de Contabilidade comunicará ao denunciante a instauração


do processo até trinta dias após esgotado o prazo de defesa.
(Renumerado pela Resolução CFC nº 819, de 20 de novembro de 1997)

Art. 14 O Profissional da Contabilidade poderá requerer desagravo público ao Conselho Regional de Contabilidade,
quando atingido, pública e injustamente, no exercício de sua profissão.
(Redação alterada pela Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)

CAPÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
(Criado pelo Art. 27, da Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)

[...]

Art. 15 Este Código de Ética Profissional se aplica aos Contadores e Técnicos em Contabilidade regidos pelo
Decreto-Lei nº. 9.295/46, alterado pela Lei nº. 12.249/10.
(Criado pelo Art. 28, da Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010).

Professor Antonio Saccá 6


3.1- ITG 1000 – MODELO CONTÁBIL PARA MICROEMPRESA E EMPRESA DE PEQUENO PORTE.

- Resolução CFC nº 750/93;


- ITG 2000 – Escrituração contabil;
- NBC TG 00 – Estrutura conceitual para elaboração e apresentação das demonstrações contábeis.

A ITG 1000 – Modelo Contábil para Microempresas e Empresa de Pequeno Porte foi aprovada pela Resolução
CFC No.1.418/12, emitida pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) em 05 de dezembro de 2012 (Em vigor a
partir de 01/01/2012).

O texto da ITG 1000 resultou de um processo de construção coletiva. Participaram de sua elaboração mais de
uma dezena de entidades de vários setores da economia brasileira, além de órgãos governamentais. A minuta da
ITG 1000 foi submetida à audiência pública, eletrônica e presencial, por cerca de quatro meses. O CFC registrou e
analisou quase uma centena de sugestões. Após o encerramento da audiência pública, o Grupo de Trabalho (GT)
constituído pelo CFC para elaborar a ITG 1000 avaliou as sugestões recebidas, incorporando aquelas entendidas
como pertinentes, submetendo a minuta à apreciação da Câmara Técnica do CFC, que por sua vez, definiu e
aprovou o texto final que foi homologado pelo Plenário do CFC.

O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) em 10 de dezembro de 2009, através da Resolução 1.255/09, aprova
a NBC TG 1000 – Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas, que teve a sua adoção obrigatória a partir
dos exercícios iniciados em 1º de janeiro de 2010 para todas as empresas definidas como “Pequenas e Médias
Empresas”, alcançando, inclusive, as microempresas e empresas de pequeno porte. A NBC TG 1000 possui 35
seções que definem o tratamento contábil para diversos tipos de eventos econômicos. Porém, várias seções
estabelecem o tratamento contábil de transações e fenômenos que geralmente não ocorrem, ou não se
fazem presentes, nas microempresas e empresas de pequeno porte brasileiras.

Desta forma, a ITG 1000 foi elaborada pelo CFC com o objetivo de propiciar um tratamento diferenciado para as
microempresas e empresas de pequeno porte, visando à simplificação da escrituração e da geração de
demonstrações contábeis, levando em consideração a realidade quanto ao porte, volume de negócios e de
transações realizadas por esse conjunto de entidades. Ressalta-se, entretanto, que tal simplificação não enseja,
sob quaisquer circunstâncias ou hipótese, o entendimento de que este grupo de empresas esteja desobrigado à
manutenção de escrituração contábil.

CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DA ITG 1000

NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE


ITG 1000 – MODELO CONTABIL PARA MICROEMPRESA E EMPRESA DE PEQUENO PORTE
Índice Item
ALCANCE 1–6
DEFINIÇÕES 7
ESCRITUAÇÃO 8 – 14
CRITÉRIOS E PROCEDIMENTOS CONTÁBEIS 15 – 25
DEMONSTRAÇÕES CONTABEIS 26 – 39
PLANO DE CONTAS SIMPLIFICADO 40 – 42

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ANEXO 1 – Carta de Responsabilidade da Administração
ANEXO 2 – Balanço Patrimonial
ANEXO 3 – Demonstração do Resultado do Período
ANEXO 4 – Plano de Contas Simplificado

ANALISE PONTO A PONTO:


ALCANCE:

1. Esta Interpretação estabelece critérios e procedimentos simplificados a serem observados pelas


entidades definidas e abrangidas pela NBC TG 1000 – Contabilidade para Pequenas e Médias
Empresas, que optarem pela adoção desta Interpretação, conforme estabelecido no item 2.

NOTA:

NBC TG 1000 - Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas (PMEs)

Seção 1

Pequenas e Médias Empresas

Alcance

1.1 Esta Norma se destina à utilização por pequenas e médias empresas (PMEs). Esta seção descreve as
características das PMEs.

Descrição de pequenas e médias empresas

1.2 Pequenas e médias empresas são empresas que:


(a) não têm obrigação pública de prestação de contas; e
(b) elaboram demonstrações contábeis para fins gerais para usuários externos. Exemplos de usuários
externos incluem proprietários que não estão envolvidos na administração do negócio, credores
existentes e potenciais, e agências de avaliação de crédito.

1.3 Uma empresa tem obrigação pública de prestação de contas se:


(a) seus instrumentos de dívida ou patrimoniais são negociados em mercado de ações ou estiverem no
processo de emissão de tais instrumentos para negociação em mercado aberto (em bolsa de valores
nacional ou estrangeira ou em mercado de balcão, incluindo mercados locais ou regionais); ou
(b) possuir ativos em condição fiduciária (*)¹ perante um grupo amplo de terceiros como um de seus
principais negócios. Esse é o caso típico de bancos, cooperativas de crédito, companhias de seguro,
corretoras de seguro, fundos mútuos e bancos de investimento.

Nota¹:- Condição Fiduciária: o devedor possui a posse do bem mas não a sua propriedade, exceto em casos de inadimplência com o credor.
Exemplo: Financiamento de bens móveis e imóveis.

Portanto, no Brasil as sociedades por ações, fechadas (sem negociação de suas ações ou outros instrumentos
patrimoniais ou de dívida no mercado e que não possuam ativos em condição fiduciária perante um amplo grupo de
terceiros), mesmo que obrigadas à publicação de suas demonstrações contábeis, são tidas, para fins desta Norma,
como pequenas e médias empresas, desde que não enquadradas pela Lei nº. 11.638/07 como sociedades de
grande porte. As sociedades limitadas e demais sociedades comerciais, desde que não enquadradas pela Lei nº.
11.638/07 como sociedades de grande porte, também são tidas, para fins desta Norma, como pequenas e médias
empresas.

Neste sentido, a Lei nº 11.638/2007 em seu art. 3º estabelece que:


Professor Antonio Saccá 8
Art. 3o Aplicam-se às sociedades de grande porte, ainda que não constituídas sob a forma de sociedades por ações,
as disposições da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, sobre escrituração e elaboração de demonstrações
financeiras e a obrigatoriedade de auditoria independente por auditor registrado na Comissão de Valores Mobiliários.
Passa então a vigora “novos tipos de sociedade” que são denominadas de:

1) Sociedade de grande porte

2) Sociedade de pequeno de médio porte

3) Sociedade de PL reduzido

4) Sociedade de PL elevado

1) Sociedades de grande porte: sociedade ou conjunto de sociedades sob controle comum (empresas interligadas)
que tiverem, no exercício social anterior, ativo total superior a R$ 240.000.000,00 ou receita bruta anual superior a
R$ 300.000.000,00. Podem ser sociedades de grande porte as S.A. de capital aberto ou fechado e as Ltda. (art. 3º,
Lei 11.638/07).

2) Sociedades de pequeno e médio porte: sociedade ou conjunto de sociedades sob controle comum (empresas
interligadas) que tiverem, no exercício social anterior, ativo total menor que ou igual a R$ 240.000.000,00, ou receita
bruta anual menor que ou igual a R$ 300.000.000,00. Podem ser sociedades de pequeno e médio porte as S/A de
capital aberto ou fechado e as Ltda. (art. 3º, Lei 11.638/07). Entretanto, para os fins da Lei 11.638/07, as S.A. de
capital fechado de pequeno e médio porte devem ser vistas sob a ótica do seu PL, exclusivamente, porque é ele o
que determinará quais as obrigações que devem ser cumpridas pela sociedade. Já as S.A. de capital aberto, seja
qual for o porte, sempre estão obrigadas à escrituração contábil e à elaboração e à publicação de suas
demonstrações.

3) Sociedades de PL reduzido: Sociedades anônimas de capital fechado que tenham patrimônio líquido inferior a
R$ 2.000.000,00 (art. 176, § 6º, Lei 6.404/76)

4) Sociedades de PL elevado: Sociedades anônimas de capital fechado que tenham patrimônio líquido maior que
ou igual a R$ 2.000.000,00 (art. 176, § 6º, Lei 6.404/76).

QUADRO SINÓTICO DE OBRIGATORIEDADES – Lei 11.638/2007

OBRIGATORIEDADES TIPO SOCIETÁRIO

S.A . S.A . S.A S.A. Ltda. Ltda.


Capital Capital Capital Capital Grande Pequeno
Aberto Fechado, de Fechado, Fechado porte e
Grande Porte
PL PL Elevado Médio Porte
Reduzido

Auditoria da Sim Sim Não Não Sim Não


Demonstração Financeira

Publicação da Sim Sim Sim Sim Não Não


Demonstração Financeira

Sujeita às Normas Sim Sim Não Não Sim Não


Contábeis da CVM.
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Sujeita às Normas Sim Sim Sim Sim Sim Sim
contábeis do CFC.

Sujeita às normas Sim Não Não Não Não Não


fiscalizadoras da CVM.

QUADRO SINÓTICO DE OBRIGATORIEDADES – LEI 11.638/2007


OBRIGAÇÕES TIPO SOCIETÁRIO
S.A . S.A . S.A . S.A . Ltda. Ltda. Pequeno
Capital Capital Capital Capital Grande e
Aberto Fechado, de Fechado Fechado Porte Médio Porte
Grande Porte PL PL
Reduzido Elevado
Escrituração contábil Sim Sim Sim Sim Sim Sim
completa de acordo
11.638/07
Balanço patrimonial Sim Sim Sim Sim Sim Sim
Demonstração do Sim Sim Sim Sim Sim Sim
resultado
Demonstração das Sim Sim Sim Sim Sim Sim
mutações do PL
Demonstração dos fluxos Sim Sim Não Sim Sim Não
de caixa (DFC)
Demonstração do valor Sim Não Não Não Não Não
adicionado (DVA)

2. Esta Interpretação é aplicável somente às entidades definidas como “Microempresa e Empresa


de Pequeno Porte”, conforme definido no item 3.

3. Para fins desta Interpretação, entende-se como “Microempresa e Empresa de Pequeno Porte”
a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada
ou o empresário a que se refere o Art. 966 da Lei n.º 10.406/02, que tenha auferido, no ano
calendário anterior, receita bruta anual até os limites previstos nos incisos I e II do Art. 3º da Lei
Complementar n.º 123/06.
NOTA:
o
LEI N 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002.

Institui o Código Civil.

[...]

Professor Antonio Saccá 10


LIVRO II
Do Direito de Empresa

TÍTULO I
Do Empresário

CAPÍTULO I
Da Caracterização e da Inscrição
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a
circulação de bens ou de serviços.

Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística,
ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.

LEI COMPLEMENTAR nº 123, de 14 DE DEZEMBRO DE 2006

DOU de 15.12.2006
Republicada no DOU de 31/01/2009 (Edição Extra)

Institui o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte; altera dispositivos das Leis nºs 8.212 e
8.213, ambas de 24 de julho de 1991, da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº
5.452, de 1º de maio de 1943, da Lei nº 10.189, de 14 de fevereiro de 2001 , da Lei Complementar nº 63, de 11 de
janeiro de 1990; e revoga as Leis nºs 9.317, de 5 de dezembro de 1996 , e 9.841, de 5 de outubro de 1999.
Alterada pela Lei Complementar n° 127, de 14 de agosto de 2007 .
Alterada pela Lei Complementar nº 128, de 19 de dezembro de 2008 .
Republicação em atendimento ao disposto no art. 6º da Lei Complementar nº 128, de 19 de dezembro de 2008 .
Alterada pela Lei Complementar n° 133, de 28 de dezembro de 2009 .
Alterada pela Lei Complementar nº 139, de 10 de novembro de 2011 .
Republicação em atendimento ao disposto no art. 5º da Lei Complementar nº 139, de 10 de novembro de 2011 .
Alterada pela Lei nº 12.792, de 28 de março de 2013.

CAPÍTULO II
DA DEFINIÇÃO DE MICROEMPRESA E DE EMPRESA DE PEQUENO PORTE

[...]

Art. 3 º Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se microempresas ou empresas de pequeno porte a sociedade
empresária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e o empresário a que se refere o art. 966 da
Lei n º 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no
Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que: ( Redação dada pela Lei Complementar nº 139, de 10 de
novembro de 2011 ) (Produção de efeitos – vide art. 7º da Lei Complementar nº 139, de 2011 )
I - no caso da microempresa aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e
sessenta mil reais); e Redação dada pela Lei Complementar nº 139, de 10 de novembro de 2011 ) (Produção de efeitos – vide
art. 7º da Lei Complementar nº 139, de 2011 )

II - no caso da empresa de pequeno porte aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e
sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais). Redação dada pela Lei
Complementar nº 139, de 10 de novembro de 2011 ) (Produção de efeitos – vide art. 7º da Lei Complementar nº 139, de 2011 )

Nota: Não confundir o enquadramento jurídico de ME e EPP com o enquadramento tributário – Simples Nacional.
Ou seja, a ITG não se aplica apenas as empresas optantes pelo Simples Nacional, aplica-se as ME e EPP
independente do regime de tributação de IR adotado por estas empresas. Podemos ter, portanto, uma
microempresa submetida ao Lucro Presumido que esta obrigada a dotar a ITG – 1000.

Professor Antonio Saccá 11


4. A adoção dessa Interpretação não desobriga a microempresa e a empresa de pequeno porte a
manutenção de escrituração contábil uniforme dos seus atos e fatos administrativos que provocaram
ou possam vir a provocar, alteração do seu patrimônio.
5. A microempresa e a empresa de pequeno porte que optarem pela adoção desta Interpretação devem
avaliar as exigências requeridas de outras legislações que lhe sejam aplicáveis.
6. A microempresa e a empresa de pequeno porte que não optaram pela adoção desta interpretação
devem continuar a adotar a NBC TG 1000 ou as Normas Brasileiras de Contabilidade Técnicas Gerais
Completas, quando aplicável.
NOTA:
Neste sentido, como Normas Brasileiras de Contabilidade Técnicas Gerais Completas temos a NBC TG 00 -
Estrutura Conceitual para Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis, aprovada pela Resolução
CFC n.º 1.121/08 e revogada pela Resolução CFC nº 1.374/11. Teve sua sigla e a numeração de NBC T 1 para NBC
TG - Estrutura Conceitual para Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis alterada pela Resolução
CFC nº 1.329/11.

Finalidade e status
Esta Estrutura Conceitual estabelece os conceitos que fundamentam a elaboração e a apresentação de
demonstrações contábeis destinadas a usuários externos. A finalidade desta Estrutura Conceitual é:
a) dar suporte ao desenvolvimento de novas normas, interpretações e comunicados técnicos e à revisão dos já
existentes, quando necessário;
b) dar suporte à promoção da harmonização das regulações, das normas contábeis e dos procedimentos
relacionados à apresentação das demonstrações contábeis, provendo uma base para a redução do número de
tratamentos contábeis alternativos permitidos pelas normas, interpretações e comunicados técnicos;
c) dar suporte aos órgãos reguladores nacionais;
d) auxiliar os responsáveis pela elaboração das demonstrações contábeis na aplicação das normas,
interpretações e comunicados técnicos e no tratamento de assuntos que ainda não tenham sido objeto desses
documentos;
e) auxiliar os auditores independentes a formar sua opinião sobre a conformidade das demonstrações contábeis
com as normas, interpretações e comunicados técnicos;
f) auxiliar os usuários das demonstrações contábeis na interpretação de informações nelas contidas, elaboradas
em conformidade com as normas, interpretações e comunicados técnicos; e
g) proporcionar aos interessados informações sobre o enfoque adotado na formulação das normas, das
interpretações e dos comunicados técnicos.

Alcance
Esta Estrutura Conceitual aborda:
(a) o objetivo da elaboração e divulgação de relatório contábil-financeiro;
(b) as características qualitativas da informação contábil-financeira útil;
(c) a definição, o reconhecimento e a mensuração dos elementos a partir dos quais as demonstrações contábeis são
elaboradas; e
(d) os conceitos de capital e de manutenção de capital.

I- Características qualitativas fundamentais


Relevância
Informação contábil-financeira relevante é aquela capaz de fazer diferença nas decisões que possam ser tomadas
pelos usuários. A informação pode ser capaz de fazer diferença em uma decisão mesmo no caso de alguns usuários
decidirem não a levar em consideração, ou já tiver tomado ciência de sua existência por outras fontes.

Materialidade
A informação é material se a sua omissão ou sua divulgação distorcida (misstating) puder influenciar decisões que
os usuários tomam com base na informação contábil-financeira acerca de entidade específica que reporta a
informação. Em outras palavras, a materialidade é um aspecto de relevância específico da entidade baseado na
natureza ou na magnitude, ou em ambos, dos itens para os quais a informação está relacionada no contexto do
relatório contábil-financeiro de uma entidade em particular. Conseqüentemente, não se pode especificar um limite
quantitativo uniforme para materialidade ou predeterminar o que seria julgado material para uma situação particular.
Professor Antonio Saccá 12
Representação fidedigna
Para ser útil, a informação contábil-financeira não tem só que representar um fenômeno relevante, mas tem também
que representar com fidedignidade o fenômeno que se propõe representar. Para ser representação perfeitamente
fidedigna, a realidade retratada precisa ter três atributos. Ela tem que ser completa, neutra e livre de erro. É claro, a
perfeição é rara, se de fato alcançável. O objetivo é maximizar referidos atributos na extensão que seja possível.

II- Características qualitativas de melhoria


Comparabilidade
As decisões de usuários implicam escolhas entre alternativas, como, por exemplo, vender ou manter um
investimento, ou investir em uma entidade ou noutra. Conseqüentemente, a informação acerca da entidade que
reporta informação será mais útil caso possa ser comparada com informação similar sobre outras entidades e com
informação similar sobre a mesma entidade para outro período ou para outra data.

Verificabilidade
A verificabilidade ajuda a assegurar aos usuários que a informação representa fidedignamente o fenômeno
econômico que se propõe representar. A verificação pode ser direta ou indireta. Verificação direta significa verificar
um montante ou outra representação por meio de observação direta, como, por exemplo, por meio da contagem de
caixa. Verificação indireta significa checar os dados de entrada do modelo, fórmula ou outra técnica e recalcular os
resultados obtidos por meio da aplicação da mesma metodologia. Um exemplo é a verificação do valor contábil dos
estoques por meio da checagem dos dados de entrada (quantidades e custos) e por meio do recálculo do saldo final
dos estoques utilizando a mesma premissa adotada no fluxo do custo (por exemplo, utilizando o método PEPS).

Tempestividade
Tempestividade significa ter informação disponível para tomadores de decisão a tempo de poder influenciá-los em
suas decisões. Em geral, a informação mais antiga é a que tem menos utilidade. Contudo, certa informação pode ter
o seu atributo tempestividade prolongado após o encerramento do período contábil, em decorrência de alguns
usuários, por exemplo, necessitarem identificar e avaliar tendências.

Compreensibilidade
Classificar, caracterizar e apresentar a informação com clareza e concisão torna-a compreensível.
Certos fenômenos são inerentemente complexos e não podem ser facilmente compreendidos. A exclusão de
informações sobre esses fenômenos dos relatórios contábil financeiros pode tornar a informação constante em
referidos relatórios mais facilmente compreendida. Contudo, referidos relatórios seriam considerados incompletos e
potencialmente distorcidos.

Equilíbrio entre custo e benefícios


Os benefícios derivados da informação devem exceder o custo de produzi-la. A avaliação dos custos e benefícios é,
em essência, um processo de julgamento. Além disso, os custos não recaem necessariamente sobre aqueles
usuários que usufruem dos benefícios e, freqüentemente, os benefícios da informação são usufruídos para vasta
gama de usuários externos.

Primazia da essência sobre a forma


Transações e outros eventos e condições devem ser contabilizados e apresentados de acordo com sua essência e
não meramente sob sua forma legal. Isso aumenta a confiabilidade das demonstrações contábeis.

Nota: Até Março/2013 já foram emitidos 51 pronunciamentos técnicos dos quais 44 foram aprovados em
audiência pública e transformados, através de Resolução do CFC (Conselho Federal de Contabilidade), em NBC-TG
(Normas Brasileira de Contabilidade – Técnicas Gerais), entre outras Interpretações e Orientações emitidas pelo
CPC.

Os Pronunciamentos Técnicos estabelecem conceitos doutrinários, estrutura técnica e procedimentos a serem


aplicados, tais como:
CPC 01 - R3 - Redução ao Valor Recuperável de Ativos (IAS 36) - (NBC-TG-01).
CPC 02 - R2 - Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio e Conversão De Demonstrações Contábeis (IAS 21) -
(NBC-TG-02).
Professor Antonio Saccá 13
CPC 03 - R2 - Demonstração dos Fluxos de Caixa (IAS 7) - (NBC-TG-03).
CPC 04 - R3 - Ativo Intangível (IAS 38) - (NBC-TG-04).
CPC 05 - R1 - Divulgação sobre Partes Relacionadas (IAS 24) - (NBC-TG-05).
CPC 06 - R2 - Operações de Arrendamento Mercantil (IAS 17) - (NBC-TG-06).
CPC 07 - R1 - Subvenção e Assistência Governamentais (IAS 20) - (NBC-TG-07).
CPC 08 - R1 - Custos de Transação e Prêmios na Emissão de Títulos e Valores Mobiliários (IAS 39–partes) - (NBC-
TG-08).
CPC 09 - Demonstração do Valor Adicionado (DVA) - (NBC-TG-09).
CPC 10 - R1 - Pagamento Baseado em Ações (IFRS 2) - (NBC-TG-10).
CPC 11 - Contratos de Seguro (IFRS 4) - (NBC-TG-11).
CPC 12 - Ajuste a Valor Presente - (NBC-TG-12).
CPC 13 - Adoção Inicial da Lei no. 11.638/07 e da Medida Provisória no. 449/08 - (NBC-TG-13).
CPC 14 - Instrumentos Financeiros: Reconhecimento, Mensuração e Evidenciação – Consultar: (OCPC-03 – CPC
38 – CPC 39 – CPC 40).
CPC 15- R1 - Combinação de Negócios (IFRS 3) - (NBC-TG-15).
CPC 16- R1 - Estoques (IAS 2) - (NBC-TG-16).
CPC 17 - R1 - Contratos de Construção (IAS 11) - (NBC-TG-17).
CPC 18 - R2 - Investimento em Coligada e em Controlada (IAS 28) (NBC-TG-18).
CPC 19 - R2 - Investimento em Empreendimento Controlado em Conjunto (Joint Venture) (IAS 31)-(NBC-TG-19).
CPC 20 - R1 - Custos de Empréstimos (IAS 23) - (NBC-TG-20).
CPC 21 - R3 - Demonstração Intermediária (IAS 34) - (NBC-TG-21).
CPC 22 - R2 - Informações por Segmento (IFRS 8) - (NBC-TG-22).
CPC 23 - Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro (IAS 8) - (NBC-TG-23).
CPC 24 - Evento Subseqüente (IAS 10) - (NBC-TG-24).
CPC 25 - Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes (IAS 37) (NBC-TG-25).
CPC 26 - R3 - Apresentação das Demonstrações Contábeis (IAS 1) – (NBC-TG-26).
CPC 27- R3 - Ativo Imobilizado (IAS 16) - (NBC-TG-27).
CPC 28- R3 - Propriedade para Investimento - (NBC-TG-28).
CPC 29- R2 - Ativo Biológico e Produto Agrícola - (NBC-TG-29).
CPC 30 - Receitas (IAS 18) - (NBC-TG-30).
CPC 31 - R3 - Ativo Não Circulante Mantido para Venda e Operação Descontinuada (IFRS 5) - (NBC-TG-31).
CPC 32 - R2 - Tributos sobre o Lucro (IAS 12) - (NBC-TG-32).
CPC 33 - R2 - Benefícios a Empregados (IAS 19) - (NBC-TG-33).
CPC 34 - Exploração e Avaliação de Recursos Minerais (IFRS 6) Aguardando revisão do IASB.
CPC 35 - R2 - Demonstrações Separadas (IAS 27) - (NBC-TG-35).
CPC 36 - R3 - Demonstrações Consolidadas (IAS 27) - (NBC-TG-37).
CPC 37 - R4 - Adoção Inicial das Normas Internacionais de Contabilidade (IFRS 1) - (NBC-TG-37).
CPC 38 - Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração (IAS 39) - (NBC-TG-38).
CPC 39 - Instrumentos Financeiros: Apresentação (IAS 32) - (NBC-TG-39).
CPC 40 - R2 - instrumentos Financeiros: Evidenciação (IFRS 7) (NBC-TG-40).
CPC 41 - Resultado por Ação (IAS 33) - (NBC-TG-41).
CPC 42 - Contabilidade e Evidenciação em Economia Altamente Inflacionária (IAS 29) - Aguardando discussão no
IASB.
CPC 43 - R1 - Adoção Inicial dos Pronunciamentos Técnicos CPC 15 a 40 - (NBC-TG-43).
CPC 44 - Demonstrações combinadas - Em Audiência Publica.
CPC 45- R2 - Divulgação de Participações em Outras Entidades - Aprovado.
CPC 46 - Mensuração do Valor Justo - Aprovado.
CPC PME - Contabilidade p/Pequenas e Médias Empresas-(NBC-TG-100).

Professor Antonio Saccá 14


As Orientações possuem caráter transitório e informativo, destinando-se a dar esclarecimentos sobre a adoção
dos Pronunciamentos Técnicos e/ou Interpretações.
OCPC 01- R1 - Entidades de Incorporação Imobiliária (Orientação) - (NBC-CTG-01).
OCPC 02- Esclarecimentos sobre as Demonstrações Contábeis de 2008 - (NBC-CTG-02) – CPC 03.
OCPC 03- Instrumentos Financeiros: Reconhecimento, Mensuração e Evidenciação - (NBC- CTG-03).
OCPC 04- Aplicação da Interpretação Técnica ICPC 02 às Entidades de Incorporação Imobiliária Brasileira - (NBC-
CTG-04).
OCPC 05- Contratos de Concessão - (NBC- CTG-05).

As Interpretações são emitidas para esclarecer, de forma mais ampla, os Pronunciamentos Técnicos.
ICPC 01- R1 - Contratos de Concessão (IFRIC 12) - (NBC- ITG-01).
ICPC 02- Contrato de Construção do Setor Imobiliário (IFRIC 15) - (NBC-ITG-02).
ICPC 03- Aspectos Complementares das Operações de Arrendamento Mercantil (IFRIC 4) - (NBC- ITG-03).
ICPC 04- Alcance do Pronunciamento Técnico CPC 10 - Pagamento Baseado em ações (IFRIC 8) – Consultar: CPC
10.
ICPC 05- Pronunciamento Técnico CPC 10 - Pagamento Baseado em ações - Transações de Ações do Grupo e em
Tesouraria (IFRIC 11) – Consultar CPC 10.
ICPC 06- Hedge de Investimento Líquido em uma Operação no Exterior (IFRC 16) - (NBC- ITG-06).
ICPC 07- Distribuição de Lucros in Natura (IFRIC 17) - (NBC- ITG-07).
ICPC 08- R1- Contabilização da Proposta de Pagamento de Dividendos–(NBC- ITG-08).
ICPC 09- R1- Demonstrações Contábeis Individuais, Demonstrações Contábeis Separadas, Demonstrações
Consolidadas e Aplicação do Método de Equivalência Patrimonial - (NBC- ITG-09).
ICPC 10- Interpretação sobre a Aplicação Inicial ao Ativo Imobilizado e à Propriedade para Investimento dos
Pronunciamentos Técnicos CPCs 27, 28, 37 e 43 - (NBC- ITG-10).
ICPC 11- Recebimento em Transferência de Ativos dos Clientes (IFRIC 18) - (NBC- ITG-11).
ICPC 12- Mudanças em Passivos por Desativação, Restauração e Outros Passivos Similares - (NBC- ITG-12).
ICPC 13- Direitos a Participações Decorrentes de Fundos de Desativação, Restauração e Reabilitação Ambiental
(IFRIC 5)- (NBC- ITG-13).
ICPC 14- Cotas de Cooperados em Entidades Cooperativas e Instrumentos Similares (IFRIC 2) - Audiência
pública encerrada.
ICPC 15- Passivo Decorrente de Participação em um Mercado Específico – Resíduos de Equipamentos
Eletroeletrônicos (IFRIC – 6) - (NBC- ITG-15).
ICPC 16- Extinção de Passivos Financeiros com Instrumentos Patrimoniais (IFRIC 19) - (NBC- ITG-16).
ICPC 17- Contratos de Concessão: Evidenciação - (NBC- ITG-17).

As Revisões tem por objetivo reavaliar o conteúdo técnico do CPC.


RCPC 01- Pronunciamentos Técnicos e Orientações (CPC 02, CPC 03, CPC 16, CPC 26, CPC 36, OCPC 01)
(IFRIC 12) - (Resolução CFC 1.273/2010).

DEFINIÇÕES:
7. As definições de termos utilizados nesta Interpretação constam no Glossário de Termos, incluído na
NBC TG 1000 – Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas, aprovado pela Resolução CFC nº
1.285/10.

NOTA:

APÊNDICE – GLOSSÁRIO DE TERMOS DA NBC TG 1000 – CONTABILIDADE PARA PEQUENAS E MÉDIAS


EMPRESAS
(Este Apêndice é parte integrante da NBC TG 1000)
(Incluído pela Resolução CFC nº 1.285/10)
Professor Antonio Saccá 15
Ações (ou quotas) em tesouraria: Instrumentos patrimoniais (de capital), como ações ou quotas, da própria
entidade, possuídos pela entidade ou outros membros do grupo consolidado.
Adoção inicial da Contabilidade para PMEs: Situação em que a entidade apresenta, pela primeira vez, suas
demonstrações contábeis anuais de acordo com a NBC TG 1000 – Contabilidade para Pequenas e Médias
Empresas, independentemente de ter sido o seu arcabouço contábil anterior o IFRS completo ou outra prática
contábil.
Nota: De acordo com a Resolução CFC 1319/10 as PME no ano de 2010, estão dispensadas de fazer os ajustes
nos exercícios anteriores para divulgação das demonstrações. Conseqüentemente nos anos posteriores caso ainda
não tenha feito.
Ágio por expectativa de rentabilidade futura (fundo de comércio ou goodwill): Benefícios econômicos futuros
decorrentes de ativos que não são passíveis de serem individualmente identificados nem separadamente
reconhecidos.
Altamente provável: Significativamente mais do que provável.
Amortização: Alocação sistemática do valor amortizável de ativo ao longo de sua vida útil.
Aplicação prospectiva (aplicação de mudança em política contábil): Aplicação de nova política contábil para
transações, outros eventos e condições que ocorram após a data em que a política foi alterada.
Aplicação retrospectiva (aplicação de mudança em política contábil): Aplicação de nova política contábil para
transações, outros eventos e condições como se essa política tivesse sempre sido aplicada.
Apresentação adequada: Representação confiável dos efeitos das transações, de outros eventos e condições de
acordo com as definições e critérios de reconhecimento para ativos, passivos, receitas e despesas.
Arrendamento mercantil: Acordo por meio do qual o arrendador transfere ao arrendatário, em troca de pagamento,
ou série de pagamentos, o direito de uso de ativo por um período de tempo acordado entre as partes. Também
conhecido como leasing.
Arrendamento mercantil financeiro: Arrendamento que transfere substancialmente todos os riscos e benefícios
vinculados à posse do ativo. O título de propriedade pode ou não ser futuramente transferido. O arrendamento que
não é arrendamento financeiro é arrendamento operacional.
Arrendamento mercantil operacional: Arrendamento que não transfere substancialmente todos os riscos e
benefícios inerentes à posse do ativo. Arrendamento que não é arrendamento operacional é arrendamento
financeiro.
Atividade agrícola: Gerenciamento da transformação biológica e da colheita de ativos biológicos para venda, ou
para conversão em produtos agrícolas ou em ativos biológicos adicionais da entidade.
Atividade de financiamento: Atividade que resulta em alterações no tamanho e na composição do patrimônio
integralizado e dos empréstimos da entidade.
Atividade de investimento: Aquisição e alienação de ativos de longo prazo e de outros investimentos não incluídos
em equivalentes de caixa.
Atividade operacional: As principais atividades geradoras de receita da entidade e de outras atividades que não
sejam atividades de investimento ou de financiamento.
Ativo: Recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados do qual se esperam benefícios
econômicos futuros para a entidade.
Ativo biológico: Animal ou planta vivos.
Ativo contingente: Ativo possível, que resulta de acontecimentos passados e cuja realização será confirmada
apenas pela ocorrência, ou não, de um ou mais acontecimentos futuros incertos, não totalmente sob controle da
entidade.
Ativo de plano (de benefício a empregado):
(a) ativos possuídos por fundo de benefício a empregado de longo prazo; e
(b) apólices de seguro qualificadas.

Professor Antonio Saccá 16


Ativo financeiro: Qualquer ativo que seja:
(a) dinheiro;
(b) instrumento patrimonial de outra entidade;
(c) direito contratual:
(i) de receber dinheiro ou outro ativo financeiro de outra entidade; ou
(ii) de trocar ativos ou passivos financeiros com outra entidade sob condições que são
potencialmente favoráveis à entidade; ou
(d) contrato que será ou que poderá vir a ser liquidado pelos instrumentos patrimoniais (como ações) da própria
entidade e que:
(i) pelo qual a entidade é ou pode ser obrigada a receber um número variável de instrumentos
patrimoniais da própria entidade; ou
(ii) será ou poderá vir a ser liquidado exceto pela troca de uma quantia fixa de dinheiro ou outro ativo
financeiro por um número fixo de instrumentos patrimoniais da própria entidade. Para esse fim, os
instrumentos patrimoniais da própria entidade não incluem instrumentos que sejam eles mesmos
contratos para recebimento futuro ou transmissão futura dos instrumentos patrimoniais da própria
entidade.
Ativo fiscal diferido: Tributo recuperável em períodos futuros, referente a:
(a) diferenças temporárias;
(b) compensação de prejuízos fiscais não utilizados; e
(c) compensação de créditos fiscais não utilizados.
Ativo imobilizado: Ativos tangíveis que:
(a) são disponibilizados para uso na produção ou fornecimento de bens ou serviços, ou para locação por outros,
para investimento, ou para fins administrativos; e
(b) espera-se que sejam usados por mais de um período contábil.
Ativo intangível: Ativo identificável não monetário sem substância física. Tal ativo é identificável quando:
(a) é separável, isto é, capaz de ser separado ou dividido da entidade e vendido, transferido, licenciado, alugado
ou trocado, tanto individualmente ou junto com contrato, ativo ou passivo relacionados; ou
(b) origina direitos contratuais ou outros direitos legais, independentemente de esses direitos serem transferidos
ou separáveis da entidade ou de outros direitos e obrigações.
Balanço patrimonial: Demonstração que apresenta a relação de ativos, passivos e patrimônio líquido de uma
entidade em data específica.
Base fiscal: A mensuração, conforme lei fiscal aplicável, de ativo, passivo ou instrumento patrimonial.
Benefício a empregado: Todas as formas de retribuição dada pela entidade em troca dos serviços prestados pelo
empregado.
Benefício adquirido (direito a benefício adquirido): Benefício cujo direito, sob as condições de plano de benefício
de aposentadoria, não é condicional à relação de emprego continuada.
Benefício por desligamento: Benefício a título de indenização por encerramento do contrato com empregados em
virtude de:
(a) decisão de a entidade terminar o vínculo empregatício do empregado antes da data normal de
aposentadoria; ou
(b) decisão do empregado de aderir a demissão voluntária em troca desse benefício.
Benefício pós-emprego: Benefício a empregado (exceto benefício por desligamento) que será pago após o período
de emprego.
Caixa: Dinheiro em caixa e depósitos à vista (ITG 1000).
Classe de ativos: Grupo de ativos de natureza e uso similares nas operações da entidade.
Coligada: Entidade, incluindo aquela não constituída na forma de sociedade, sobre a qual o investidor tem influência
significativa e que não é nem controlada nem participação em empreendimento controlado em conjunto (joint
venture).

Professor Antonio Saccá 17


Combinação de negócios: União de entidades ou negócios separados produzindo demonstrações contábeis de
uma única entidade que reporta. Operação ou outro evento por meio do qual um adquirente obtém o controle de um
ou mais negócios, independentemente da forma jurídica da operação.
Componente de entidade: Operações e fluxos de caixa que podem ser claramente distinguidos, operacionalmente
e para fins de demonstrações contábeis, das demais operações da entidade.
Compreensibilidade: A qualidade da informação de modo a torná-la compreensível por usuários que têm
conhecimento razoável de negócios e atividades econômicas, bem como de contabilidade, e a disposição de estudar
a informação com razoável diligência.
Compromisso firme: Contrato fechado de compra ou venda para a troca de uma quantidade determinada de
recursos a um preço determinado em uma ou mais datas futuras determinadas.
Confiabilidade: Qualidade da informação que a torna livre de erro material e viés e representa adequadamente
aquilo que tem a pretensão de representar ou seria razoável que representasse.
Continuidade: A entidade está em continuidade operacional a menos que a administração pretenda liquidá-la ou
interromper suas atividades, ou não tenha alternativa realista a não ser encerrá-las (ITG 1000).
Contrato de concessão de serviço: Contrato por meio do qual o governo ou outro órgão do setor público contrata
com operadora privada para desenvolver (ou aprimorar), operar e manter os ativos de infraestrutura do concedente,
tais como ruas, pontes, túneis, aeroportos, empresas de geração, transmissão ou distribuição de energia, prisões,
hospitais, etc.
Contrato de construção: Contrato especificamente negociado para a construção de ativo ou de combinação de
ativos que estejam intimamente interrelacionados ou interdependentes em termos da sua concepção, tecnologia e
função ou do seu propósito ou utilização.
Contrato de seguro: Contrato pelo qual uma parte (segurador) aceita um risco de seguro significativo de outra parte
(segurado), aceitando indenizar o segurado no caso de evento específico, futuro e incerto (evento segurado) afetar
adversamente o segurado.
Contrato oneroso: Contrato em que os custos inevitáveis de atender às obrigações do contrato excedem os
benefícios econômicos que se espera receber com ele.
Controlada: Entidade, incluindo aquela sem personalidade jurídica, tal como uma associação, controlada por outra
entidade (conhecida como controladora).
Controladora: Entidade que possui uma ou mais controladas.
Controle conjunto (joint venture): Controle compartilhado ajustado em contrato sobre uma atividade econômica.
Ele existe apenas quando as decisões financeiras e operacionais estratégicas relacionadas à atividade exigem o
consentimento unânime das partes que partilham do controle (empreendedores).

Controle (de entidade): Poder de governar as políticas operacionais e financeiras da entidade de modo a obter
benefícios de suas atividades.
Custo amortizado de ativo financeiro ou passivo financeiro: Montante pelo qual o ativo financeiro ou o passivo
financeiro é mensurado pelo valor de seu reconhecimento inicial, mais os juros acumulados com base no método da
taxa efetiva de juros, menos as amortizações de principal, menos qualquer redução (direta ou por meio de conta de
retificação) por ajuste ao valor recuperável ou impossibilidade de recebimento.
Custo atribuído (deemed cost): O valor justo remensurado de ativo na data da transição para a NBC TG 1000 –
Contabilidade para Pequenas ou Médias Empresas.
Custos de empréstimo: Juros e outros custos incorridos pela entidade com empréstimo de recursos.
Data de concessão: A data em que a entidade e outra parte (incluindo um empregado) entram em acordo quanto a
um acerto de pagamento baseado em ações, sendo a data em que as partes chegam a uma compreensão mútua
dos termos e condições do contrato. À data de concessão, a entidade confere à contraparte o direito ao dinheiro, a
outros ativos ou a instrumentos patrimoniais, desde que as condições de concessão especificadas (se houver) sejam
atendidas. Se o acordo estiver sujeito a um processo de aprovação (por exemplo, dos acionistas) a data de
concessão é aquela em que a aprovação é obtida.

Professor Antonio Saccá 18


Data de transição para esta Norma: Começo do primeiro período contábil para o qual a entidade apresenta
informações comparativas completas de acordo com esta Norma para PMEs em suas primeiras demonstrações
contábeis que observem esta Norma.
Demonstrações contábeis: Representação estruturada da posição patrimonial e financeira, do desempenho
financeiro e dos fluxos de caixa da entidade.
Demonstrações contábeis combinadas: Demonstrações contábeis de duas ou mais entidades controladas por um
único investidor.
Demonstrações contábeis consolidadas: Demonstrações contábeis da controladora e suas controladas
apresentadas como se fossem uma única entidade.
Demonstrações contábeis intermediárias: Demonstração contábil que contém um conjunto completo de
demonstrações contábeis ou um conjunto de demonstrações contábeis condensadas para um período intermediário.
Demonstrações contábeis para fins gerais: Demonstrações contábeis direcionadas às necessidades gerais de
informação financeira de vasta gama de usuários que não estão em posição de exigir demonstrações feitas sob
medida para atender suas necessidades particulares de informação.
Demonstração das mutações do patrimônio líquido: Demonstrações que apresentam lucro ou prejuízo do
período, itens de receita e despesa reconhecidos diretamente no patrimônio líquido do período, os efeitos das
alterações na política contábil e correção de erros reconhecidos no período, e as quantias das transações com
sócios em sua condição de sócios durante o período.
Demonstração de lucros ou prejuízos acumulados: Demonstração contábil que apresenta as alterações em
lucros ou prejuízos acumulados para um período.
Demonstração do resultado: Demonstração contábil que apresenta todos os itens de receita e despesa
reconhecidos no período, excluindo os itens de outros resultados abrangentes.
Demonstração do resultado abrangente: Demonstração que começa com lucro ou prejuízo do período e a seguir
mostra os itens de outros resultados abrangentes do período.
Demonstração dos fluxos de caixa: Demonstração que oferece informações sobre as alterações em caixa e
equivalentes de caixa da entidade por um período, mostrando alterações separadamente durante o período em
atividades operacionais, de investimento e de financiamento.
Demonstrações separadas: Aquelas apresentadas por uma controladora, um investidor em um sócio com
investimento em entidade controlada em conjunto, nas quais os investimentos são contabilizados com base na
participação societária direta ao invés de se basear nos resultados declarados e nos ativos líquidos contábeis das
entidades investidas.
Depreciação: Alocação sistemática do valor depreciável de ativo durante a sua vida útil.
Desempenho: Relação das receitas e das despesas da entidade na forma em que estão divulgadas na
demonstração do resultado e do resultado abrangente.
Desenvolvimento: Aplicação de resultados de pesquisa ou de outro conhecimento ao planejamento ou ao projeto
para a produção de materiais, dispositivos, produtos, processos, sistemas ou serviços, novos ou substancialmente
melhorados, antes do início de sua produção comercial ou uso.
Despesa: Redução de benefícios econômicos durante o período contábil, na forma de saídas ou redução de ativos
ou inclusão de passivos que resultam em reduções no patrimônio líquido, com exceção daqueles relativos a
distribuições de capital ou lucros a proprietários.
Despesa tributária: Valor total incluído na demonstração do resultado para o período contábil referente aos tributos
sobre o lucro corrente e diferido.
Desreconhecimento: Retirada (baixa na maior parte das vezes) de ativo ou passivo reconhecido anteriormente do
balanço patrimonial da entidade.
Diferenças temporárias: Diferenças entre o valor contábil de ativo, passivo ou outro item nas demonstrações
contábeis e sua base de cálculo fiscal que a entidade espera que vá afetar o lucro tributável quando o valor contábil
do ativo ou passivo for recuperado ou liquidado (ou, no caso de itens que não sejam ativos ou passivos, que
afetarão o lucro tributável no futuro).
Professor Antonio Saccá 19
Direito de aquisição: Na transação de pagamento baseado em ações, o direito da contraparte de receber dinheiro,
outros ativos ou instrumentos patrimoniais da entidade quando o direito da contraparte não for mais condicionado à
satisfação de quaisquer condições de aquisição.
Eficácia de um hedge: Grau em que alterações no valor justo ou nos fluxos de caixa do item protegido que são
atribuíveis a um risco coberto são compensadas por alterações no valor justo, ou fluxos de caixa, do instrumento de
hedge.
Empreendedor: Investidor em uma joint venture que tem controle conjunto sobre essa joint venture.
Empreendimento controlado em conjunto (joint venture): Acordo contratual por meio do qual duas ou mais
partes empreendem uma atividade econômica que está sujeita ao controle conjunto. Empreendimentos conjuntos
podem assumir a forma de operações controladas conjuntamente, ativos controlados conjuntamente ou entidades
controladas conjuntamente.
Empréstimo a pagar: Passivos financeiros que não obrigações comerciais de curto prazo a pagar em condições de
crédito normais.
Entidade controlada em conjunto: Empreendimento conjunto que envolve o estabelecimento de corporação,
sociedade ou outra entidade na qual cada empreendedor tem interesse. A entidade opera da mesma forma que
outros tipos de entidade, com a exceção de que um acordo contratual entre os empreendedores (venturers)
estabelece o controle conjunto sobre a atividade econômica da entidade.
Entidade governamental: Entidade do governo federal, estadual ou municipal, agências governamentais e órgãos
semelhantes, sejam locais, nacionais ou internacionais.
Equivalente de caixa: Investimentos de curto prazo, altamente líquidos, que são prontamente conversíveis em
dinheiro, e que estão sujeitos a risco insignificante de alterações no seu valor até sua efetiva conversão em caixa
(ITG 1000).
Erros: Omissões e inexatidões nas demonstrações contábeis da entidade para um ou mais períodos passados,
decorrentes de falha em usar ou de mau uso de informações confiáveis que:
(a) estavam disponíveis quando as demonstrações contábeis daqueles exercícios foram autorizadas para
emissão; e
(b) poderiam razoavelmente ter sido obtidas e levadas em consideração na elaboração e apresentação dessas
demonstrações contábeis.
Estoques: Ativos mantidos: (ITG 1000).
(a) para a venda no curso normal dos negócios;
(b) no processo de produção para venda; ou
(c) na forma de materiais ou suprimentos a serem consumidos no processo de produção ou na prestação de
serviços.
Financiamento (funding) (de benefícios de aposentadoria): Contribuições feitas por entidade, e algumas vezes
por seus empregados, a outra entidade, ou fundo, que é legalmente separada da entidade que apresenta as
demonstrações contábeis com a finalidade de cobrir o pagamento dos benefícios dos empregados.
Fluxos de caixa: Entradas e saídas de caixa e equivalentes de caixa.
Ganhos: Aumentos em benefícios econômicos e, como tais, não são diferentes em sua natureza das receitas.
Grupo econômico: Controladora e todas as suas controladas.
Impraticável: É impraticável aplicar uma exigência quando a entidade não pode aplicá-la após empregar todos os
esforços razoáveis para realizá-la.
Instrumento de hedge: Para o propósito da Seção 12, para fins de contabilização de hedge para PMEs, um
instrumento de cobertura (hedging) é um instrumento financeiro que atende a todos os termos e condições abaixo:
(a) ser swap de taxa de juros, swap de moeda estrangeira, contrato de câmbio a termo ou contrato de
mercadoria a termo, no qual se espera que seja altamente efetivo em termos de compensação de risco
identificado no item 12.17, o qual é considerado como sendo risco coberto;
(b) envolve uma parte externa à entidade apresentando as demonstrações contábeis (por exemplo, externa ao
grupo, segmento ou entidade individual que está apresentando as demonstrações contábeis);
(c) seu valor de referência é igual ao valor designado do principal ou valor referencial do item coberto;
Professor Antonio Saccá 20
(d) tem prazo de resgate específico não posterior:
(i) ao vencimento do instrumento financeiro sendo coberto;
(ii) à liquidez esperada do compromisso de compra ou venda da mercadoria; ou
(iii) à ocorrência de previsão cambial altamente improvável ou da transação de mercadoria sendo coberta;
(e) não tem características de pagamento antecipado, rescisão antecipada ou de prorrogação.

A entidade que escolher aplicar a NBC TG 38 na contabilização de instrumentos financeiros deve aplicar a definição
de instrumento de hedging daquela norma ao invés de usar esta definição.
Instrumento financeiro: Contrato que origina um ativo financeiro de uma entidade e um passivo financeiro ou
instrumento patrimonial de outra entidade.
Instrumento financeiro composto: Instrumento financeiro que, do ponto de vista do emissor, inclui um componente
de dívida e um componente patrimonial.
Instrumento financeiro negociado em mercado organizado: Instrumentos negociados, ou em processo de
emissão para negociação em mercado de ações (em bolsa de valores nacional ou estrangeira ou em mercado de
balcão, incluindo mercados locais ou regionais).
Investimento bruto no arrendamento mercantil: Total da soma:
(a) das contraprestações mínimas recebíveis pelo arrendador sob arrendamento financeiro; e
(b) de qualquer valor residual não garantido pertencente ao arrendador.
Investimento líquido no arrendamento mercantil: Investimento bruto em arrendamento descontado à taxa de
juros implícita no arrendamento.
Itens monetários: Unidades monetárias disponíveis e ativos e passivos a serem recebidos ou pagos em valor fixo
ou determinável de unidades monetárias.
Licença remunerada acumulável: Ausências remuneradas que serão compensadas em períodos futuros, quando
não totalmente compensadas no período corrente (como férias).
Lucro tributável (prejuízo fiscal): O lucro (prejuízo) para um período de declaração sobre o qual tributos sobre o
lucro são pagáveis ou recuperáveis, determinados de acordo com as regras estabelecidas pelas autoridades
tributárias. Lucro tributável é igual à receita tributável menos quantias dedutíveis da receita tributável.
Materialidade: Omissões ou declarações inexatas de itens são materiais se elas puderem, individual ou
coletivamente, influenciar as decisões econômicas de usuários tomadas com base nas demonstrações contábeis. A
materialidade depende do tamanho e da natureza da omissão ou imprecisão julgada nas circunstâncias que a
envolvem. O tamanho e natureza do item, ou a combinação de ambos, poderia ser o fator determinante (ITG1000).
Mensuração: Processo de determinação de quantias monetárias com que os elementos das demonstrações
contábeis devem ser reconhecidos e apresentados no balanço patrimonial, na demonstração do resultado e na
demonstração do resultado abrangente (ITG 1000).
Método da taxa efetiva de juros: Método de cálculo do custo amortizado de ativo ou passivo financeiro (ou grupo
de ativos ou passivos financeiros) e de alocação da receita ou da despesa de juros sobre o período pertinente
(método do juro composto).
Método de crédito unitário projetado: Método de avaliação atuarial que percebe cada período como originando
uma unidade adicional de direito ao benefício e mede cada unidade separadamente para constituir a obrigação final
(o que algumas vezes é chamado de método de benefício acumulado proporcional ao tempo de serviço ou como
método de anos/benefício de serviço).
Moeda de apresentação: Moeda em que as demonstrações contábeis são apresentadas (ITG 1000).
Moeda funcional: Moeda do ambiente econômico principal em que a entidade opera.
Mudança em estimativa contábil: Ajuste do valor contábil de ativo ou passivo, ou a quantia da baixa periódica de
ativo, que resulte da estimativa da situação de ativos e passivos, bem como de benefícios futuros esperados e
obrigações a eles relacionadas. Mudanças nas estimativas contábeis resultam de novas informações ou novos
desdobramentos e, por isso, não são correção de erros.

Professor Antonio Saccá 21


Negócio: Conjunto integrado de atividades e ativos conduzidos e administrados com o propósito de oferecer:
(a) retorno aos investidores; ou
(b) custos mais baixos ou outros benefícios econômicos direta e proporcionalmente aos sócios ou participantes.
Um negócio geralmente consiste de entradas, processos aplicados a essas entradas e saídas resultantes que são,
ou serão, utilizadas para gerar receitas. Se no conjunto transferido de atividades e ativos existir fundo de comércio
(goodwill), o conjunto transferido será considerado como um negócio.
Normas Internacionais de Contabilidade: Normas e Interpretações adotadas pela Junta Internacional de Normas
Contábeis (IASB). Elas englobam:
(a) Normas Internacionais de Relatórios Financeiros (IFRS);
(b) Normas Internacionais de Contabilidade (IAS); e
(c) Interpretações desenvolvidas pelo Comitê de Interpretações das Normas Internacionais de Relatórios
Financeiros (IFRIC) ou pelo antigo Comitê Permanente de Interpretações (SIC).
Notas explicativas (para demonstrações contábeis): Notas explicativas contêm informações além daquelas
apresentadas no balanço patrimonial, na demonstração do resultado abrangente, na demonstração do resultado,
nas demonstrações dos lucros ou prejuízos acumulados e do valor adicionado (se apresentadas), na demonstração
das mutações do patrimônio líquido e na demonstração dos fluxos de caixa. As notas explicativas oferecem
descrições narrativas ou composição de valores apresentados nessas demonstrações e informações sobre itens que
não se qualificam para o reconhecimento nessas demonstrações (ITG 1000).
Objetivo das demonstrações contábeis: Oferecer informação sobre a posição patrimonial e financeira, o
desempenho e os fluxos de caixa da entidade, que seja útil para a tomada de decisão por vasta gama de usuários
que não está em posição de exigir relatórios feitos sob medida para atender suas necessidades particulares de
informação.
Objeto de hedge: Para o propósito da Seção 12 desta Norma, para fins específicos de contabilização de hedge de
pequenas e médias empresas, um item protegido é:
(a) o risco de taxa de juros de instrumento de débito avaliado pelo custo amortizado;
(b) o risco cambial ou taxa de juros em compromisso firme ou com transação prevista altamente provável;
(c) o risco de preço de commodity da qual é titular ou em compromisso firme ou transação prevista altamente
provável para comprar ou vender uma commodity; ou
(d) o risco cambial em investimento líquido em operação no exterior.
Obrigação construtiva (obrigação não formalizada): Obrigação que decorre das ações da entidade em que:
(a) a entidade tenha indicado a outras partes que aceitará certas responsabilidades, com base em práticas
passadas, em políticas contábeis publicadas ou em declaração recente suficientemente específica; e
(b) em conseqüência disso, a entidade tenha criado expectativa válida nas outras partes de que cumprirá com
essas responsabilidades.
Obrigação de benefício definido (valor presente da): Valor presente, sem dedução de quaisquer ativos do plano,
de pagamentos futuros esperados, necessários para liquidar a obrigação resultante do serviço do empregado nos
períodos corrente e anteriores.
Obrigação pública de prestação de contas (accountability): Obrigação de prestação de contas aos fornecedores
de recursos presentes e potenciais e outros externos à entidade que tomam decisões econômicas, mas não estão
em posição de exigir relatórios feitos sob medida para atender suas necessidades particulares de informação. A
entidade tem responsabilidade pública se:
(a) seus instrumentos de dívida ou patrimoniais são trocados em mercado de ações ou estiver no processo de
emissão de tais instrumentas para troca em mercado de ações (em bolsa de valores nacional ou estrangeira
ou em mercado de balcão, incluindo mercados locais ou regionais); ou
(b) possuir ativos em condição fiduciária perante grupo amplo de terceiros como um de seus principais
negócios. Esse é o caso típico de bancos, cooperativas de crédito, companhias de seguro, corretoras de
seguro, fundos mútuos, bancos de investimento, etc.
Operação descontinuada: Componente da entidade que foi alienado ou detido para venda, e
(a) representa um ramo separado de negócios importante, ou área geográfica de operações;
(b) é parte de um plano coordenado único para liquidar um ramo separado de negócios importante, ou área
geográfica de operações; ou
(c) é uma controlada adquirida exclusivamente com vistas à revenda.

Professor Antonio Saccá 22


Outros resultados abrangentes: Itens de receita e despesa (incluindo ajustes de reclassificação de receita) que
não são reconhecidos como resultado, conforme exigido ou permitido por esta Norma.
Parte relacionada: Pessoa ou entidade que está relacionada com a entidade que está elaborando suas
demonstrações contábeis (entidade divulgadora), sendo que:
(a) pessoa ou membro próximo da família dessa pessoa é relacionado com a entidade divulgadora se essa
pessoa:
(i) é membro do pessoal chave de gestão da entidade ou entidade divulgadora ou de controladora da
entidade divulgadora;
(ii) tem controle sobre a entidade divulgadora; ou
(iii) tem controle conjunto ou influência significativa sobre a entidade divulgadora ou que tenha poder de
voto significativo na mesma;
(b) a entidade está relacionada com a entidade divulgadora se alguma das seguintes condições se aplicar:
(i) a entidade e a entidade divulgadora são membros do mesmo grupo econômico (o que significa que
cada controladora, controlada e entidade sob controle comum é parte relacionada com as outras);
(ii) qualquer uma das entidades é uma coligada ou empreendimento controlado em conjunto de outra
entidade (ou de membro de grupo econômico do qual a outra entidade é membro);
(iii) ambas as entidades são empreendimentos controlados em conjunto de uma terceira entidade;
(iv) qualquer das entidades é um empreendimento controlado em conjunto de uma terceira entidade e a
outra entidade é uma coligada da terceira entidade;
(v) a entidade tem plano de benefício pós-emprego para benefício dos empregados de qualquer entidade,
seja a entidade divulgadora ou a entidade relacionada com a entidade divulgadora. Se a entidade é
em si um plano desses, os empregadores patrocinadores também são relacionados com o plano;
(vi) a entidade é controlada ou controlada conjuntamente por pessoa identificada em (a);
(vii) uma pessoa identificada em (a)(i) tem poder de voto significativo na entidade;
(viii) uma pessoa identificada em (a)(ii) tem influência significativa sobre a entidade ou poder de voto
significativo na mesma;
(ix) uma pessoa, ou um membro próximo da família da pessoa, tem influência significativa sobre a
entidade ou poder de voto significativo nela e controle conjunto sobre a entidade divulgadora; e
(x) um membro do pessoal chave de gestão da entidade ou da controladora da entidade, ou membro
próximo da família desse membro, tem o controle ou controle conjunto sobre a entidade divulgadora
ou tem poder de voto significativo na mesma.
Participação de não controladores: Parte do patrimônio líquido da controlada não atribuível, direta ou
indiretamente, à controladora (comumente conhecida como participação de minoritários).
Passivo: Obrigação presente da entidade, derivada de eventos já ocorridos, cuja liquidação se espera resulte em
saída de recursos capazes de gerar benefícios econômicos.

Passivo contingente:
(a) obrigação possível que resulta de acontecimentos passados e cuja existência será confirmada apenas pela ocorrência
ou não de um ou mais acontecimentos futuros incertos não totalmente sob controle da entidade; ou
(b) obrigação presente que resulta de acontecimentos passados, mas que não é reconhecida porque:
(i) não é provável que desembolso de recurso que incorpora benefícios econômicos seja exigido para liquidar a
obrigação; ou
(ii) o valor da obrigação não pode ser mensurado de maneira suficientemente confiável.
Passivo de benefício definido (valor presente): Valor presente da obrigação de benefício definido no final do
período contábil, deduzido do valor justo nesse mesmo período de quaisquer ativos do plano (se houver), dos quais
as obrigações devem ser liquidadas diretamente.
Passivo financeiro: Qualquer passivo que seja:
(a) obrigação contratual:
(i) de entregar dinheiro ou outro ativo financeiro para outra entidade; ou
(ii) de trocar ativos ou passivos financeiros com outra entidade sob condições que são potencialmente
desfavoráveis à entidade; ou
(b) contrato que será ou poderá vir a ser liquidado por meio de instrumentos patrimoniais da própria entidade e:
(i) pelo qual a entidade é ou pode ser obrigada a receber um número variável de instrumentos
patrimoniais da própria entidade; ou
Professor Antonio Saccá 23
(ii) será ou poderá vir a ser liquidado exceto pela troca de quantia fixa de dinheiro ou outro ativo
financeiro por um número fixo de instrumentos patrimoniais da própria entidade. Para esse fim, os
instrumentos patrimoniais da própria entidade não incluem instrumentos que sejam eles mesmos
contratos para recebimento futuro ou transmissão futura dos instrumentos patrimoniais da própria
entidade.
Passivo fiscal diferido: Tributo a pagar ou a compensar em períodos contábeis futuros, referente a diferenças
temporárias.
Patrimônio líquido é o valor residual dos ativos da entidade após a dedução de todos os seus passivos.
Pequenas e médias empresas: Entidades que:
(a) não têm responsabilidade de prestação pública de contas; mas
(b) elaboram demonstrações contábeis para fins gerais para usuários externos (credores, processos licitatórios,
agências de avaliação de rating, etc.).
A entidade tem responsabilidade pública se:
(a) submeter, ou estiver no processo de submeter, suas demonstrações contábeis para comissão de valores
mobiliários ou outro órgão regulador com o propósito de emitir qualquer classe de instrumento em mercado
de ações; ou

(b) possuir ativos em condição fiduciária perante um grupo amplo de terceiros como um de seus principais
negócios. Esse é o caso típico de bancos, cooperativas de crédito, companhias de seguro, corretoras de
seguro, fundos mútuos, bancos de investimento, etc.
Perdas por desvalorização (impairment): Valor contábil do ativo que excede (a) no caso de estoques, seu preço
de venda menos o custo para completá-lo e despesa de vendê-lo ou (b) no caso de outros ativos, seu valor justo
menos a despesa para a venda (ITG 1000).
Período de divulgação: Período coberto pelas demonstrações contábeis ou por demonstração contábil
intermediária.
Período intermediário: Período de prestação de contas menor que um exercício social completo.
Pesquisa: Investigação original e planejada empreendida com o objetivo de ganhar novo conhecimento e
compreensão científica ou técnica.
Plano (de benefício de empregado) de previdência social: Planos de benefício de empregado estabelecidos por
legislação para cobrir todas as entidades (ou todas as entidades em determinada categoria, por exemplo,
determinado setor) e operados pelo governo nacional ou local ou por outro órgão (por exemplo, agência autônoma
criada especificamente para esse fim) que não está sujeita ao controle ou influência da entidade que divulga.
Plano de benefício pós-emprego: Acordo formal ou informal pelo qual a entidade compromete-se a proporcionar
benefícios pós-emprego para um ou mais empregados.
Plano de contribuição definida: Planos de benefício pós-emprego pelos quais a entidade paga contribuições fixas
para uma entidade separada (fundo), não tendo a obrigação legal ou construtiva de pagar contribuições adicionais,
ou de realizar pagamentos de benefício direto a empregados, se o fundo não possuir ativos suficientes para pagar
todos os benefícios do empregado referentes ao serviço do empregado nos períodos corrente e passados.
Plano multiempregadores: Plano de contribuição definida ou de benefício definido (exceto plano da previdência
social) que:
(a) possui ativos formados por contribuições de várias entidades patrocinadoras que não estão sob o mesmo
controle acionário; e
(b) utiliza aqueles ativos para fornecer benefícios a empregados a mais de uma entidade patrocinadora, de
modo que os níveis de contribuição e benefício sejam determinados sem identificar a entidade
patrocinadora que emprega os empregados em questão.
Política contábil: Princípios, bases, convenções, regras e práticas específicos aplicados pela entidade na
elaboração e apresentação das demonstrações contábeis (ITG 1000).
Posição financeira: Relação de ativos, passivos e patrimônio da entidade na forma em que estão divulgados no
balanço patrimonial.
Produção agrícola: Produto colhido dos ativos biológicos da entidade.
Professor Antonio Saccá 24
Propriedade para investimento: Imóvel (terreno ou construção, ou parte de construção, ou ambos) mantido pelo
proprietário ou arrendatário sob arrendamento para receber pagamento de aluguel ou para valorização de capital, ou
ambos, que não seja para:
(a) uso na produção ou fornecimento de bens ou serviços ou para fins administrativos; ou
(b) venda no curso normal dos negócios.
Proprietários: Possuidores de instrumentos classificados como patrimoniais.
Provável: Possibilidade de ocorrer um evento é maior do que a de não ocorrer (ITG 1000).
Provisão: Acréscimo de exigibilidade cujo valor e/ou prazo de pagamento ainda não está totalmente definido
(ITG 1000).
Prudência: A inclusão de grau de cuidado no exercício de julgamentos necessários para realizar estimativas
exigidas de acordo com as condições de incerteza, de modo que ativos ou receitas não sejam superavaliados e
passivos ou despesas não sejam subavaliados.
Receita: Aumento de benefícios econômicos durante o período contábil na forma de entradas ou aumentos de
ativos ou reduções de passivos que resultam em aumento no patrimônio líquido, com exceção daqueles relativos a
contribuições de capital feitas por proprietários.
Reconhecimento: O processo de incorporação ao balanço patrimonial ou à demonstração do resultado e do
resultado abrangente de item que atende à definição de elemento e satisfaz aos seguintes critérios:
(a) é provável que benefício econômico futuro associado com o item flua para ou da entidade; e
(b) o item tem custo ou valor que pode ser mensurado com confiança (ITG 1000).
Regime de competência: Efeitos das operações e de outros eventos são reconhecidos quando ocorrem (e não
quando são recebidos ou pagos como caixa ou equivalente de caixa) e são registrados na contabilidade e
divulgados nas demonstrações contábeis dos períodos aos quais se referem (ITG 1000).
Relevância: Importância da informação que permite influenciar as decisões econômicas de usuários, ajudando-os a
avaliar acontecimentos passados, presentes e futuros ou confirmando, ou corrigindo, suas avaliações passadas.
Resultado abrangente: Mutação no patrimônio líquido durante um período resultante de transações e outros
eventos, exceto mutações resultantes de transações de capital com proprietários e em sua condição de proprietários
(igual à soma do lucro ou prejuízo líquido do período com os outros resultados abrangentes).
Resultado do período: Total das receitas menos as despesas, excluindo os itens de outros resultados abrangentes.
Substancialmente aprovada: Alíquotas devem ser consideradas como substancialmente aprovadas quando
eventos futuros necessários ao processo de entrada em vigor da lei fiscal não alterarem o resultado.
Subvenção governamental: Assistência dada pelo governo na forma de transferências de recursos a uma entidade
em troca do cumprimento de certas condições relacionadas às suas atividades operacionais.
Taxa de juros implícita no arrendamento mercantil: Taxa de desconto que, no início do arrendamento, faz com
que a soma do valor atual (a) dos pagamentos mínimos do arrendamento e (b) do valor residual não garantido seja
igual à soma (i) do valor justo do ativo arrendado e (ii) de quaisquer custos iniciais diretos do arrendador.
Taxa de juros imputada: É a mais claramente determinável entre:
(a) a taxa prevalecente para um instrumento similar de emissor com classificação de crédito similar; ou
(b) a taxa de juros que desconta o valor nominal do instrumento para o preço atual de venda dos produtos ou
serviços.
Taxa de juros incremental de financiamento do arrendatário: Taxa de juros que o arrendatário teria de pagar em
arrendamento similar ou, se isso não for determinável, a taxa a que, no início do arrendamento, o arrendatário ficaria
sujeito a tomar emprestado, por prazo similar e com segurança similar, os recursos necessários para a compra do
ativo.
Taxa efetiva de juros: Taxa que desconta os pagamentos ou recebimentos futuros de caixa estimados, durante a
vida esperada do instrumento financeiro ou, quando apropriado, por um período mais curto, ao valor contábil líquido
do ativo ou passivo financeiro.
Tempestividade: Oferecer a informação nas demonstrações contábeis dentro do período adequado para a decisão.

Professor Antonio Saccá 25


Transação com partes relacionadas: Transferência de recursos, serviços ou obrigações entre partes relacionadas,
independentemente do preço cobrado.
Transação de pagamento baseada em ações: Uma transação na qual a entidade recebe bens ou serviços
(incluindo serviços de empregado) como compensação por instrumentos patrimoniais da entidade (incluindo ações
ou opções de ação), ou adquire bens ou serviços contraindo passivos com o fornecedor desses bens ou serviços por
valores que são baseados no preço das ações da entidade ou outros instrumentos patrimoniais da entidade.
Transação de pagamento baseada em ações liquidada em dinheiro: Transação cujo pagamento é baseado em
ações pela qual a entidade adquire bens ou serviços contraindo um passivo para transferir dinheiro ou outros ativos
ao fornecedor desses bens ou serviços por valores que são baseados no preço (ou valor) das ações ou outro
instrumento patrimonial da entidade.
Transação de pagamento baseada em ações liquidada pela entrega de instrumentos patrimoniais: Transação
de pagamento baseada em ações na qual a entidade recebe bens ou serviços como contraprestação de
instrumentos patrimoniais da entidade (incluindo ações ou opções de ação).
Transação prevista: Transação futura não comprometida, mas prevista.
Tributo corrente: Tributo a pagar (recuperável) referente ao lucro tributável (prejuízo fiscal) para o período de
declaração corrente e períodos passados.
Tributo diferido: Tributo a pagar (recuperável), referente ao lucro tributável (prejuízo fiscal) para períodos de
declaração futuros, em decorrência de transações ou eventos passados (ITG 1000).
Tributos sobre o lucro: Todos os impostos nacionais e estrangeiros que têm como base lucros tributáveis. Imposto
de renda também inclui impostos tais como impostos retidos na fonte, que são pagos por controlada, coligada ou
empreendimento controlado em conjunto em distribuições de resultado para a entidade.
Unidade geradora de caixa: Menor grupo de ativos identificáveis que gera entradas de caixa que são, em grande
parte, independentes de entradas de caixa de outros ativos ou grupos de ativos.
Valor contábil: Valor em que um ativo ou passivo é reconhecido no balanço patrimonial.
Valor depreciável: custo do ativo, ou outra quantia substituta do custo (nas demonstrações contábeis), menos o seu
valor residual (ITG 1000).
Valor em uso: Valor presente de fluxos de caixa futuros que se espera venha a ser gerado com um ativo ou uma
unidade geradora de caixa.
Valor intrínseco: A diferença entre o valor justo das ações pelo qual a contraparte tem direito (condicional ou
incondicional) de subscrever, ou o direito de receber, e o preço (se existir) que a contraparte tem que pagar por
essas ações. Por exemplo, uma opção de ação tem um preço de exercício de $ 15, e a ação tem um valor justo de $
20; o valor intrínseco, então, é de $ 5.
Valor justo: Valor pela qual um ativo pode ser trocado, um passivo liquidado, ou um instrumento patrimonial
concedido, entre partes conhecedoras e dispostas a isso, em uma transação em que não haja relação de privilégio
entre elas.
Valor justo menos despesa para vender: Valor que pode ser obtido com a venda de ativo ou unidade geradora de
caixa, em uma transação entre as partes, isentas de interesse, que devem ser conhecedoras e dispostas a isso,
menos as despesas da venda.
Valor nocional: Valor de unidades de moeda, ações, bushels, libras ou outras unidades especificadas em contrato
de instrumento financeiro.
Valor presente: Estimativa do valor presente descontado de fluxos de caixa líquidos no curso normal dos negócios.
Valor recuperável: O maior valor entre o valor justo diminuído das despesas de venda de um ativo e seu valor em
uso.
Valor residual de ativo: Valor estimado que a entidade obteria no presente com a alienação do ativo, após deduzir
as despesas estimadas da alienação, se o ativo já estivesse com a idade e com a condição esperada no fim de sua
vida útil (ITG 1000).

Professor Antonio Saccá 26


Vida útil: Período ao longo do qual se espera que um ativo esteja disponível para uso pela entidade, ou o número
de unidades de produção ou de unidades similares que se espera obter do ativo pela entidade (ITG 1000).

ESCRITURAÇÃO:
8. A escrituração contábil deve ser realizada com observância aos Princípios de Contabilidade, aprovados
pela Resolução CFC nº 750/93, e em conformidade com as disposições contidas nesta Interpretação.

9. As receitas, as despesas e os custos do período da entidade devem ser escriturados contabilmente, de


acordo com o regime de competência.
NOTA:

RESOLUÇÃO CFC nº 750 de 29 de dezembro de 1993


Dispõe sobre os Princípios de Contabilidade

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas atribuições legais e regimentais.

CONSIDERANDO a necessidade de prover fundamentação apropriada para interpretação e aplicação das


Normas Brasileiras de Contabilidade,

RESOLVE:

CAPÍTULO I

DOS PRINCÍPIOS E DE SUA OBSERVÂNCIA


Art. 1° Constituem PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE os enunciados por esta Resolução.
§ 1° A observância dos Princípios de Contabilidade é obrigatória no exercício da profissão e constitui
condição de legitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC).
§ 2° Na aplicação dos Princípios de Contabilidade a situações concretas, a essência das transações deve
prevalecer sobre seus aspectos formais.

CAPÍTULO II
DA CONCEITUAÇÃO, DA AMPLITUDE E DA ENUMERAÇÃO.
Art. 2° Os Princípios de Contabilidade representam a essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência
da Contabilidade, consoante o entendimento predominante nos universos científico e profissional de nosso País.
Concernem, pois, à Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o Patrimônio das
Entidades.

Art. 3° São Princípios de Contabilidade:


I – o da ENTIDADE;
II – o da CONTINUIDADE;
III – o da OPORTUNIDADE;
IV – o do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL;
V – o da CORREÇÃO MONETARIA (Revogado pela Resolução nº 1.282/10);
VI – o da COMPETÊNCIA e
VII – o da PRUDÊNCIA.

Professor Antonio Saccá 27


Seção I
O PRINCÍPIO DA ENTIDADE
Art. 4° O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a
autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios
existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição
de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por conseqüência, nesta acepção, o patrimônio não
se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição.

Parágrafo único. O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE, mas a recíproca não é verdadeira. A soma ou
agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova ENTIDADE, mas numa unidade de natureza
econômico-contábil.

Seção II
O PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE
Art. 5º O Princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade continuará em operação no futuro e, portanto,
a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio levam em conta esta circunstância.

Seção III
O PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE
Art. 6º O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração e apresentação dos componentes
patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas.
Parágrafo único. A falta de integridade e tempestividade na produção e na divulgação da informação contábil
pode ocasionar a perda de sua relevância, por isso é necessário ponderar a relação entre a
oportunidade e a confiabilidade da informação.

Seção IV
O PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL
Art. 7º O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os componentes do patrimônio devem ser
inicialmente registrados pelos valores originais das transações, expressos em moeda nacional.
§ 1º As seguintes bases de mensuração devem ser utilizadas em graus distintos e combinadas, ao longo do
tempo, de diferentes formas:
I – Custo histórico. Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a serem pagos em caixa ou
equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos que são entregues para adquiri-los na data da aquisição.
Os passivos são registrados pelos valores dos recursos que foram recebidos em troca da obrigação ou, em algumas
circunstâncias, pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais serão necessários
para liquidar o passivo no curso normal das operações; e
II – Variação do custo histórico. Uma vez integrado ao patrimônio, os componentes patrimoniais, ativos e
passivos, podem sofrer variações decorrentes dos seguintes fatores:
a) Custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais
teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos equivalentes fossem adquiridos na data ou no período das
demonstrações contábeis. Os passivos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, não
descontados, que seriam necessários para liquidar a obrigação na data ou no período das demonstrações contábeis;
b) Valor realizável. Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais
poderiam ser obtidos pela venda em uma forma ordenada. Os passivos são mantidos pelos valores em
caixa e equivalentes de caixa, não descontados, que se espera seriam pagos para liquidar as correspondentes
obrigações no curso normal das operações da Entidade;
c) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de entrada líquida
de caixa que se espera seja gerado pelo item no curso normal das operações da Entidade. Os passivos são
Professor Antonio Saccá 28
mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de saída líquida de caixa que se espera seja necessário
para liquidar o passivo no curso normal das operações da Entidade;
d) Valor justo. É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo liquidado, entre partes
conhecedoras, dispostas a isso, em uma transação sem favorecimentos; e
e) Atualização monetária. Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser
reconhecidos nos registros contábeis mediante o ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes
patrimoniais.
§ 2º São resultantes da adoção da atualização monetária:
I – a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não representa unidade constante em
termos do poder aquisitivo;
II – para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das transações originais, é necessário
atualizar sua expressão formal em moeda nacional, a fim de que permaneçam substantivamente corretos os valores
dos componentes patrimoniais e, por conseqüência, o do Patrimônio Líquido; e
III – a atualização monetária não representa nova avaliação, mas tão somente o ajustamento dos valores
originais para determinada data, mediante a aplicação de indexadores ou outros elementos aptos a traduzir a
variação do poder aquisitivo da moeda nacional em um dado período.

Seção V
Art. 8° - O PRINCÍPIO DA ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA - Revogado.

Seção VI
O PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA
Art. 9º O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam
reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento.
Parágrafo único. O Princípio da Competência pressupõe a simultaneidade da confrontação de receitas e de
despesas correlatas.

Seção VII
O PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA
Art. 10. O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e
do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das
mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.
Parágrafo único. O Princípio da Prudência pressupõe o emprego de certo grau de precaução no exercício
dos julgamentos necessários às estimativas em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos e receitas
não sejam superestimados e que passivos e despesas não sejam subestimados, atribuindo maior confiabilidade ao
processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais.

Art. 11. A inobservância dos Princípios de Contabilidade constitui infração às alíneas “c”, “d” e “e” do art. 27
do Decreto-Lei n° 9.295, de 27 de maio de 1946 e, quando aplicável, ao Código de Ética Profissional do Contabilista.

Art. 12. Revogada a Resolução CFC n° 530-81 esta Resolução entra em vigor a partir de 1° de janeiro de
1994.

Brasília, 29 de dezembro de 1993.


Ivan Carlos Gatti – Presidente

Professor Antonio Saccá 29


Exemplo de aplicação dos Principios
1- Principio do Entidade:
1.1- Jose Antonio tem a seguinte movimentação patrimonial, conforme demonstrado em sua DIRPF:

Bens Valor
1) Dinheiro................................. R$ 12.000,00
2) Terreno................................. R$ 60.000,00
3) Apartamento........................ R$ 40.000,00
4) Casa de Paia....................... R$ 30.000,00
5) (-) Emprestimos bancarios..... R$ 27.000,00
Total ......................................... R$ 115.000,00

1.2- Jose Antonio, decide abrir uma empresa denominada “Alfa” em 01/01/2013, destinando para este fim um
terreno. Desta forma, a contabilização da movimentação patrimonial de Jose e da empresa Alfa é assim registrada:

a) Jose Antonio:
Bens Saldo Inicial Movimentação Saldo Final
1) Dinheiro................................. R$ 12.000,00................R$ 0,00........................ R$ 12.000,00
2) Terreno................................. R$ 60.000,00................(-)R$ 60.000,00............ R$ 0,00
3) Apartamento........................ R$ 40.000,00............... R$ 0,00........................R$40.000,00
4) Casa de Paia....................... R$ 30.000,00............... R$ 0,00........................R$ 30.000,00
5) (-) Emprestimos bancarios..... R$ 27.000,00...............R$ 0,00........................R$ 27.000,00
6) Quotas capital empresa “Alfa”.R$ 0,00.......................R$ 60.000,00...............R$ 60.000,00
Total ......................................... R$ 115.000,00.............R$ 0,00........................R$ 115.000,00

b) Empresa “Alfa”:
Bens Ativo Patrimonio Liquido
1) Terreno................................. R$ 60.000,00
2) Capital Social ............................................................R$ 60.000,00
Total........................................... R$ 60.000,00..............R$ 60.000,00

Nota: Observe que “Alfa” é considerada uma unidade em separado e que seu patrimonio não se confunde com o
patrimonio do José Antonio. Essa, portanto, é a essencia do Principio da Entidade.

1.3- José Antonio, tendo em vista a necessidade de caixa da empresa “Alva” resolve emprestar recursos proprios em
15/01/2013 no valor de R$ 8.000,00. Desta forma, a contabilização da movimentação patrimonial de Jose e da
empresa Alfa é assim registrada:

a) José Antonio:
Bens Saldo Inicial Movimentação Saldo Final
1) Dinheiro................................. R$ 12.000,00................(-)R$ 8.000,00............. R$ 4.000,00
2) Terreno................................. R$ 0,00.........................(-)R$ 60.000,00............ R$ 0,00
3) Apartamento........................ R$ 40.000,00............... R$ 0,00........................R$ 40.000,00
4) Casa de Paia....................... R$ 30.000,00............... R$ 0,00........................R$ 30.000,00
5) (-) Emprestimos bancarios..... R$ 27.000,00...............R$ 0,00........................R$ 27.000,00
6) Quotas capital empresa “Alfa”.R$ 0,00.......................R$ 60.000,00...............R$ 60.000,00
7) Emprestimo a receber........... R$ 0,00..................... (-)R$ 8.000,00.............. R$ 8.000,00
Total ......................................... R$ 115.000,00.............R$ 0,00........................R$ 115.000,00

Professor Antonio Saccá 30


b) Empresa “Alfa”:
Bens Ativo Patrimonio Liquido
1) Terreno................................. R$ 60.000,00
2) Capital Social ............................................................R$ 60.000,00
3) Caixa ................................... R$ 8.000,00
4) Emprestimos a Pagar................................................R$ 8.000,00.
Total ......................................... R$ 68.000,00...............R$ 68.000,00

Nota: Atenção na realização das operações entre as empresas e seus socios ou pessoas ligadas, pois a NBC TG 05
– Divulgação s/Partes Relacionadas, define que é necessário que estas operações sejam evidenciadas em Notas
Explicativas.

Os empréstimos concedidos por sócios ou por empresas controladas ou de subsidiárias da controladora serão
classificados no passivo circulante se inexistir fixação de vencimento em instrumento próprio. Existindo vencimento,
a classificação obedecerá ao correspondente prazo.

A empresa que empresta o dinheiro (mutuante) irá registrar o direito de recebê-lo em conta do Realizável a Longo
Prazo, independentemente de o contrato especificar data de vencimento anterior ao término do exercício seguinte.
Esta classificação contábil é estabelecida pelo art. 179, inciso II da Lei 6.404/76 e segue o conceito do Principio da
Prudência.

2- O Principio da Continuidade
2.1- Presupoe que a entidade continuará em operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos
componentes do patrimonio devem evidenciar esta situação.
a) Cálculo dos Indices de Liquidez Corrente, Seca e Geral;
b) Cálculo do Grau de Individamento.
c) Ebitda (Sigla em inglês que traduzido: “Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização”.

3- O Principio da Oportunidade:
3.1- Com o objetivo de agilizar a elaboração das demonstrações contabeis, o diretor financeiro da empresa “Beta”
determina um prazo para que a contabilidade receba enviados pelas suas filiais, esclarecendo que os documentos
enviados após essa data serão registros no periodo seguinte.
Esta determinação fere a essência do Principio da Oportunidade, pois o mesmo define que o registro das operações
devem ser processados no periodo de sua ocorrencia, ainda que utilizando quantias estimadas (provisões).

4- O Principio do Registro pelo Valor Original:


4.1- A empresa “Gama” adquire mercadorias para revenda, cuja operação foi contratada pelo valor de R$ 1.000,00
sendo este o valor a ser registrado pela contabilidade, ainda que posteriormente esta mesma mercadoria possa
custar o valor de R$ 1.500,00.

4.2- A empresa “MMX” compra dolares de uma instituição financeira no Brasil e aplica esta quantia em um banco em
Nova Iorque com juros de 15%aa. Esta aplicação financeira no exterior deve ser registrada na contabilidade da
empresa “MMX” em Reais. O valor da aplicação e futuras correções devem ser convertidas para reais com base na
taxa de câmbio em vigor nestas datas.

5- O Principio da Atualização Monetária (Revogado pela Resolução CFC nº 1.282/10):


5.1- Se aplicado, constituiu segmento lógico do Principio do Registro pelo Valor Original, buscando a manutenção do
valor original sem caracterizar uma reavaliação, ou seja, representa apenas um ajuste do valores originais mediante
aplicação de indicadores oficiais que refletem a variação o poder aquisitivo da moeda (inflação).
Professor Antonio Saccá 31
6- O Principio da Competência:
6.1- A empresa “BIG” prestou serviço de limpeza no mes de Jan/2013, em 01/Fev/2013 faturou o serviço prestado
que será recebido em 01/Mar/2013. Pelo regime de compentência deve proceder ao registro da receita e do
respectivos gastos a ela relacionados no mes de Janeiro/2013.

6.2- A empresa “REAL” vende geladeiras com garantia de 2 anos. Respeitando o regime de compentência a
empresa procede ao provisionamento dos gastos com a garantia (peças, mão de obra etc) no momento da venda da
geladeira e não no momento da prestação do serviço, coberto pela garantia.

7- O Principio da Prudência:
7.1- A empresa “BRASIL” esta sendo questionada na justiça do trabalho por um ex-funcionário que foi demitido, com
grande probabilidade, segundo os advogados, de ter que pagar a causa. Os advogados estimam que o valor entre
no minimo R$ 10.000,00 e no maximo R$ 20.000,00. Na definição de qual valor a ser considerado para a
constituição da provisão, a contabilidade da empresa vai considerar a aplicabilidade do conceito do Principio da
Prudencia, ou seja, o valor de R$ 20.000,00.

7.2- A empresa “BH” moveu um processo na justiça contra a concessionaria de energia eletrica, no qual questiona
as quantias cobradas, segundo entendimento de seus tecnicos, de forma indevida em periodos passados. Após dois
anos, ganha a causa na justiça e o fornecedor se compromete a pagar um valor que varia entre no minimo de R$
30.000,00 e no maximo de R$ 50.000,00. Na definição de qual valor a ser considerado para a constituição da
provisão, a contabilidade da empresa vai considerar a aplicabilidade do conceito do Principio da Prudencia, ou seja,
o valor de R$ 30.000,00.

Nota: Na constituição de uma provisão, segundo a NBC TG 25 – Provisões, Passivos Contigentes e Ativos
Contigentes nos item 14 – 26, uma provisão deve ser registrada pela contabilidade quando existir os seguintes
elementos que caracterizam a operação como:
a) Uma obrigação presente, resultado de um evento passado;
b) Possa ser feita um estimativa confiavel do valor da obrigação;
c) E provável (mais sim do que não) uma saida de recursos para liquidação da obrigação.

Por sua vez, existindo uma Contigência (um acontecimento que tem como fundamento a incerteza de que pode ou
não acontecer) em decorrencia de processos nos quais a empresa esta envolvida deve ser considerado:
a) As Contingencias Passivas cuja probalidade de desembolso de recursos para liquidação da obriagação se
enquadram nas seguintes condições conforme Apêndice A do Pronunciamento Técnico CPC 25:
- Obrigação presente Provável - mensurável por meio de estimativa confiável
- A empresa deve provisionar o valor e divulgar as condições do processo em notas explicativas.

- Obrigação presente Possível (mais provável que não tenha saída de recursos do que sim)
- A empresa deve divulgar em notas explicativas.
- Obrigação presente Remota
- Não divulga em notas explicativas.
b) Contingências Ativas que, por atendimentos ao Princípio da Prudência, esses ganhos não devem ser
contabilizados enquanto não estiver efetivamente assegurada a sua obtenção em decisão final para a qual não
caibam mais quaisquer recursos. Devem ser divulgados em nota com a descrição da sua natureza, o valor potencial
e a expectativa da companhia sobre a sua eventual realização.

Nota: Mesmo nas situações em que haja jurisprudência favorável ao ganho, isto não é suficiente para dar base ao
reconhecimento do ganho contingente, uma vez que esta não assegura uma decisão final favorável à Companhia,
devendo ser feita divulgação em nota explicativa acerca do assunto.
Professor Antonio Saccá 32
Primazia da Essência sobre a forma:
Na aplicação dos Princípios de Contabilidade a situações concretas, a essência das transações deve prevalecer
sobre seus aspectos formais, ou seja, para a contabilidade, o mais importante é a realidade concreta dos fatos, e
não seus aspectos formais.
Assim, por exemplo, é o registro no ativo da empresa de determinados bens adquiridos por arrendamento mercantil,
haja vista que na prática, não obstante seus aspectos formais são verdadeiras operações de compra e venda
financiada.
Por fim, registramos que a obediência ao Princípio da Essência sobre a Forma é fundamental para a qualidade das
informações contábeis, além de melhor representar a posição econômica e financeira e do desempenho de qualquer
entidade, seja ela pública ou privada.
Base Legal: Art. 1º, § 2º da Res. CFC nº 750/1993 (UC: 19/02/14).

Convênções
A Resolução CFC 750/93 não faz referência às Convenções Contábeis. Entretanto, é pertinente que conheçamos
tais convenções, universalmente aceitas dadas a importância que elas representam para os registros contábeis
como um todo.
1. Convenção da Objetividade.
Refere-se ao sentido de neutralidade que se deve atribuir à Contabilidade nos registros dos fatos que envolvem a
gestão do patrimônio das entidades. Os registros contábeis, sempre que possível, devem ser baseados em
documentos que comprovem as respectivas transações.

1.1. Exemplo: toda vez que um contabilista tiver mais de uma opção de valores para atribuir a um dado bem, como
um documento original de compra e um laudo pericial de avaliação do bem, deverá optar pelo mais objetivo no
caso, o documento.
2. Convenção da Materialidade.
Tal convenção estabelece que não se deve perder tempo com registro irrelevantes do ponto de vista contábil;
registros cujos controles pode se tornar mais onerosos que os próprios valores a serem registrados.

A aplicação dessa convenção é relativa em relação à natureza da empresa e seus registros, por isso exigem bom
senso. Há situações em que, embora os valores sejam irrelevantes, a respectiva importância em relação a um todo
exige o registro.

2.1. Exemplo: podemos citar os materiais de expediente utilizados no escritório, como lápis, papéis, etc. Esses
materiais, embora consumidos diariamente, podem ser contabilizados apenas ao final do período por diferenças de
estoques, dado os seus pequenos valores unitários.

3. Convenção da Consistência
De acordo com essa Convenção Contábil, os critérios adotados no registro dos atos e fatos administrativos não
devem mudar freqüentemente. No caso de necessidade de mudanças em tais critérios, tais devem ser informadas
em notas explicativas. A quebra da consistência na escrituração provoca influências nos demonstrativos contábeis, o
que prejudica a análise clara e eficiente em comparação com os demonstrativos de exercícios anteriores.

3.1. Exemplo: Se, por exemplo, for adotado o método PEPS para avaliação de estoques, em lugar do Custo Médio
Ponderado Móvel (ambos atendem ao mesmo princípio geral, isto é, “Custo Como Base de Valor”), deverá ser
usado sempre o método nos outros períodos. E se houver a necessidade inadiável de se adotar outro critério, esta
adoção e seus efeitos no resultado devem ser declarados como nota de rodapé dos relatórios, de maneira a
cientificar o leitor.

Professor Antonio Saccá 33


10. Os lançamentos contábeis no Livro Diário devem ser feitos diariamente. É permitido, contudo, que os
lançamentos sejam feitos ao final de cada mês, desde que tenham como suporte os lucros ou outros
registros auxiliares escriturados em conformidade com a ITG 2000 – Escrituração Contabil, aprovada
pela Resolução CFC nº 1.330/11.

11. Para transações ou eventos materiais que não estejam cobertos por esta Interpretação, a entidade deve
utilizar como referência os requisitos apropriados estabelecidos na ITG 2000 – Escrituração Contábil e
na NBC TG 1000 – Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas.

NOTA:
NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE
ITG 2000 – ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL

[...]
Formalidades da escrituração contábil

1. A escrituração contábil deve ser realizada com observância aos Princípios de Contabilidade.

2. O nível de detalhamento da escrituração contábil deve estar alinhado às necessidades de informação de seus
usuários. Nesse sentido, esta Interpretação não estabelece o nível de detalhe ou mesmo sugere um plano de
contas a ser observado. O detalhamento dos registros contábeis é diretamente proporcional à complexidade
das operações da entidade e dos requisitos de informação a ela aplicáveis e, exceto nos casos em que uma
autoridade reguladora assim o requeira, não devem necessariamente observar um padrão pré-definido.

3. A escrituração contábil deve ser executada:


a) em idioma e em moeda corrente nacionais;
b) em forma contábil;
c) em ordem cronológica de dia, mês e ano;
d) com ausência de espaços em branco, entrelinhas, borrões, rasuras ou emendas; e
e) com base em documentos de origem externa ou interna ou, na sua falta, em elementos que comprovem
ou evidenciem fatos contábeis.

4. A escrituração em forma contábil de que trata o item 5 deve conter, no mínimo:


a) data do registro contábil, ou seja, a data em que o fato contábil ocorreu;
b) conta devedora;
c) conta credora;
d) histórico que represente a essência econômica da transação ou o código de histórico padronizado, neste
caso baseado em tabela auxiliar inclusa em livro próprio;
e) valor do registro contábil;
f) informação que permita identificar, de forma unívoca, todos os registros que integram um mesmo
lançamento contábil.

5. O registro contábil deve conter o número de identificação do lançamento em ordem seqüencial relacionado ao
respectivo documento de origem externa ou interna ou, na sua falta, em elementos que comprovem ou
evidenciem fatos contábeis.

6. A terminologia utilizada no registro contábil deve expressar a essência econômica da transação.

7. Os livros contábeis obrigatórios, entre eles o Livro Diário e o Livro Razão, em forma não digital, devem
revestir-se de formalidades extrínsecas, tais como:
a) serem encadernados;
b) terem suas folhas numeradas seqüencialmente;
c) conterem termo de abertura e de encerramento assinados pelo titular ou representante legal da entidade
e pelo profissional da contabilidade regularmente habilitado no Conselho Regional de Contabilidade.
Professor Antonio Saccá 34
8. Os livros contábeis obrigatórios, entre eles o Livro Diário e o Livro Razão, em forma digital, devem revestir-se
de formalidades extrínsecas, tais como:
a) serem assinados digitalmente pela entidade e pelo profissional da contabilidade regularmente habilitado;
b) serem autenticados no registro público competente.

9. Admite-se o uso de códigos e/ou abreviaturas, nos históricos dos lançamentos, desde que permanentes e
uniformes, devendo constar o significado dos códigos e/ou abreviaturas no Livro Diário ou em registro especial
revestido das formalidades extrínsecas de que tratam os itens 9 e 10.

10. A escrituração contábil e a emissão de relatórios, peças, análises, demonstrativos e demonstrações contábeis
são de atribuição e de responsabilidade exclusivas do profissional da contabilidade legalmente habilitado.

11. As demonstrações contábeis devem ser transcritas no Livro Diário, completando-se com as assinaturas do
titular ou de representante legal da entidade e do profissional da contabilidade legalmente habilitado.

Livro diário e livro razão

12. No Livro Diário devem ser lançadas, em ordem cronológica, com individualização, clareza e referência ao
documento probante, todas as operações ocorridas, e quaisquer outros fatos que provoquem variações
patrimoniais.

13. Quando o Livro Diário e o Livro Razão forem gerados por processo que utilize fichas ou folhas soltas, deve ser
adotado o registro “Balancetes Diários e Balanços”.

14. No caso da entidade adotar processo eletrônico ou mecanizado para a sua escrituração contábil, os
formulários de folhas soltas, devem ser numerados mecânica ou tipograficamente e encadernados em forma
de livro.

15. Em caso de escrituração contábil em forma digital, não há necessidade de impressão e encadernação em
forma de livro, porém o arquivo magnético autenticado pelo registro público competente deve ser mantido pela
entidade.

16. Os registros auxiliares, quando adotados, devem obedecer aos preceitos gerais da escrituração contábil.

17. A entidade é responsável pelo registro público de livros contábeis em órgão competente e por averbações
exigidas pela legislação de recuperação judicial, sendo atribuição do profissional de contabilidade a
comunicação formal dessas exigências à entidade.

Escrituração contábil de filial

18. A entidade que tiver unidade operacional ou de negócios, quer como filial, agência, sucursal ou assemelhada,
e que optar por sistema de escrituração descentralizado, deve ter registros contábeis que permitam a
identificação das transações de cada uma dessas unidades.

19. A escrituração de todas as unidades deve integrar um único sistema contábil.

20. A opção por escrituração descentralizada fica a critério da entidade.

21. Na escrituração descentralizada, deve ser observado o mesmo grau de detalhamento dos registros contábeis
da matriz.

22. As contas recíprocas relativas às transações entre matriz e unidades, bem como entre estas, devem ser
eliminadas quando da elaboração das demonstrações contábeis da entidade.

Professor Antonio Saccá 35


23. As despesas e as receitas que não possam ser atribuídas às unidades devem ser registradas na matriz e
distribuídas para as unidades de acordo com critérios da administração da entidade.

[...]

Retificação de lançamento contábil

31. Retificação de lançamento é o processo técnico de correção de registro realizado com erro na escrituração
contábil da entidade e pode ser feito por meio de:
a) estorno;
b) transferência; e
c) complementação.

32. Em qualquer das formas citadas no item 31, o histórico do lançamento deve precisar o motivo da retificação, a
data e a localização do lançamento de origem.

33. O estorno consiste em lançamento inverso àquele feito erroneamente, anulando-o totalmente.

34. Lançamento de transferência é aquele que promove a regularização de conta indevidamente debitada ou
creditada, por meio da transposição do registro para a conta adequada.

35. Lançamento de complementação é aquele que vem posteriormente complementar, aumentando ou reduzindo
o valor anteriormente registrado.

36. Os lançamentos realizados fora da época devida devem consignar, nos seus históricos, as datas efetivas das
ocorrências e a razão do registro extemporâneo.

NOTA:
“Para transações ou eventos materiais que não estejam cobertos por esta Interpretação”...

NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE


NBC TG 1000 – CONTABILIDADE PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
Seção Índice
INTRODUÇÃO
Seção 1 PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
Seção 2 CONCEITOS E PRINCÍPIOS GERAIS
Seção 3 APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Seção 4 BALANÇO PATRIMONIAL
Seção 5 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO E DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ABRANGENTE
Seção 6 DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO E DEMONSTRAÇÃO DE
LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS
Seção 7 DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA
Seção 8 NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Seção 9 DEMONSTRAÇÕES CONSOLIDADAS E SEPARADAS
Seção 10 POLÍTICAS CONTÁBEIS, MUDANÇA DE ESTIMATIVA E RETIFICAÇÃO DE ERRO
Seção 11 INSTRUMENTOS FINANCEIROS BÁSICOS
Seção 12 OUTROS TÓPICOS SOBRE INSTRUMENTOS FINANCEIROS
Professor Antonio Saccá 36
Seção 13 ESTOQUES
Seção 14 INVESTIMENTO EM CONTROLADA E EM COLIGADA
Seção 15 INVESTIMENTO EM EMPREENDIMENTO CONTROLADO EM CONJUNTO (JOINT VENTURE)
Seção 16 PROPRIEDADE PARA INVESTIMENTO
Seção 17 ATIVO IMOBILIZADO
Seção 18 ATIVO INTANGÍVEL EXCETO ÁGIO POR EXPECTATIVA DE RENTABILIDADE FUTURA
(GOODWILL)
Seção 19 COMBINAÇÃO DE NEGÓCIOS E ÁGIO POR EXPECTATIVA DE RENTABILIDADE FUTURA
(GOODWILL)
Seção 20 OPERAÇÕES DE ARRENDAMENTO MERCANTIL
Seção 21 PROVISÕES, PASSIVOS CONTINGENTES E ATIVOS CONTINGENTES
Apêndice – Guia sobre reconhecimento e mensuração de provisão
Seção 22 PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Apêndice – Exemplos de tratamento contábil para o emissor de instrumento de dívida conversível
Seção 23 RECEITAS
Apêndice – Exemplos de reconhecimento de receita
Seção 24 SUBVENÇÃO GOVERNAMENTAL
Seção 25 CUSTOS DE EMPRÉSTIMOS
Seção 26 PAGAMENTO BASEADO EM AÇÕES
Seção 27 REDUÇÃO AO VALOR RECUPERÁVEL DE ATIVOS
Seção 28 BENEFÍCIOS A EMPREGADOS
Seção 29 TRIBUTOS SOBRE O LUCRO
Seção 30 EFEITOS DAS MUDANÇAS NAS TAXAS DE CÂMBIO E CONVERSÃO DE DEMONSTRAÇÕES
CONTÁBEIS
Seção 31 HIPERINFLAÇÃO
Seção 32 EVENTO SUBSEQUENTE
Seção 33 DIVULGAÇÃO SOBRE PARTES RELACIONADAS
Seção 34 ATIVIDADES ESPECIALIZADAS
Seção 35 ADOÇÃO INICIAL DESTA NORMA
[...]

35.3 A entidade que adotar pela primeira vez esta Norma deve aplicar esta seção na elaboração
de suas primeiras demonstrações contábeis que se adequarem pela primeira vez a esta
Norma.

35.4 As primeiras demonstrações contábeis da entidade elaboradas em conformidade com esta


Norma devem conter uma declaração, explícita e não reservada, de conformidade com esta
NBC TG 1000 – Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas. As demonstrações
contábeis elaboradas em conformidade com esta Norma são as primeiras demonstrações
da entidade se, por exemplo, a entidade:

(a) não apresentou demonstrações contábeis para os períodos anteriores;


(b) apresentou suas demonstrações contábeis anteriores mais recentes de acordo com
outras exigências que não são consistentes com esta Norma em todos os aspectos;
ou
(c) apresentou suas demonstrações contábeis anteriores mais recentes em conformidade
com o conjunto completo das normas do CFC.
[...]

Professor Antonio Saccá 37


12. Para salvaguardar a sua responsabilidade, o profissional da Contabilidade deve obter Carta de
Responsabilidade da administração da entidade para a qual presta serviços, podendo, para tanto, seguir
o modelo sugerido no Anexo I desta Interpretação.

13. A Carta de Responsabilidade deve ser obtida conjuntamente com o contrato de prestação de serviços
contábeis de que trata a Resolução CFC nº 987/03 e renovada ao termino de cada exercício social.

14. A Carta de Responsabilidade tem por objetivo salvaguardar o profissional da Contabilidade no que se
refere a sua responsabilidade pela realização da escrituração contabil do período-base encerrado,
segregando-a e distinguindo-a das responsabilidades da administração da entidade, sobretudo no que se
refere à manutenção dos controles internos e ao acesso às informações.

NOTA:
Código Civil Brasileiro - Lei 10.406 de 10 de Janeiro de 2002:
Seção III
Da Administração

Art. 1.011. O administrador da sociedade deverá ter, no exercício de suas funções, o cuidado e a diligência que todo
homem ativo e probo¹ costuma empregar na administração de seus próprios negócios.

Essa responsabilidade especial já era prevista na Lei das Sociedades Anônimas, Lei 6404/76, sob o nome de "Dever
de Diligência"

[...]
Art. 1.016. Os administradores respondem solidariamente perante a sociedade e os terceiros prejudicados, por culpa
no desempenho de suas funções.

Lei das S/A – Lei 6.404 de 15 de dezembro de 1976


Art. 153. O administrador da companhia deve empregar, no exercício de suas funções, o cuidado e diligência que
todo homem ativo e probo costuma empregar na administração dos seus próprios negócios.

CTN- Código tributário Nacional – Lei nº 5.172 de 25 de outubro de 1966.

Art. 135 - São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de
atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos:
I- (...)
II- (...)
III- os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado."

Lei Previdenciária nº 8.620/93 – 05 de Janeiro de 1993:

Art. 13 - O titular da firma individual e os sócios das empresas por cotas de responsabilidade limitada respondem
solidariamente, com seus bens pessoais, pelos débitos junto à Seguridade Social.
Parágrafo único. Os acionistas controladores, os administradores, os gerentes e os diretores respondem
solidariamente e subsidiariamente, com seus bens pessoais, quanto a inadimplemento das obrigações para com a
Seguridade Social, por dolo ou culpa.
Nota¹: Excesso de honestidade – Bom caráter.

Professor Antonio Saccá 38


Modelo da Carta de Responsabilidade.

Belo Horizonte, 30 de Abril de 2016.


À
Duarte e Guimarães Contadores Associados Ltda
CRC n.º 63.660/0-5
Rua Rio das Pombas, nº 545 – Bairro Buritis
Belo Horizonte – Minas Gerais – CEP.32371.650

Prezados Senhores:
Declaramos para os devidos fins, como administrador e responsável legal da empresa “Irmãos Barbosa Ltda”,
“CNPJ 15.872.234.000/1-25”, que as informações relativas ao “período base 2015”, fornecidas a Vossas Senhorias para
escrituração e elaboração das demonstrações contábeis, obrigações acessórias, apuração de impostos e arquivos eletrônicos
exigidos pela fiscalização federal, estadual, municipal, trabalhista e previdenciária são fidedignas.

Também declaramos:
(a) que os controles internos adotados pela nossa empresa são de responsabilidade da administração e estão adequados ao
tipo de atividade e volume de transações;
(b) que não realizamos nenhum tipo de operação que possa ser considerada ilegal, frente à legislação vigente;
(c) que todos os documentos que geramos e recebemos de nossos fornecedores estão revestidos de total idoneidade;
(d) que os estoques registrados em conta própria foram por nós avaliados, contados e levantados fisicamente e perfazem a
realidade do período “encerrado em 2015”;
(e) que as informações registradas no sistema de gestão e controle interno, denominado de “Sistema de Gestão Empresarial
da Mastermaq – ERP”, são controladas e validadas com documentação suporte adequada, sendo de nossa inteira
responsabilidade todo o conteúdo do banco de dados e arquivos eletrônicos gerados.

Além disso, declaramos que não temos conhecimento de quaisquer fatos ocorridos no período base que possam afetar as
demonstrações contábeis ou que as afetam até a data desta carta ou, ainda, que possam afetar a continuidade das operações da
empresa.

Também confirmamos que não houve:


(a) fraude envolvendo administração ou empregados em cargos de responsabilidade ou confiança;
(b) fraude envolvendo terceiros que poderiam ter efeito material nas demonstrações contábeis;
(c) violação ou possíveis violações de leis, normas ou regulamentos cujos efeitos deveriam ser considerados para divulgação
nas demonstrações contábeis, ou mesmo dar origem ao registro de provisão para contingências passivas.

Atenciosamente,
João das Chagas Barbosa
Diretor Administrativo
Empresa Irmãos Barbosa Ltda.

Professor Antonio Saccá 39


CRITÉRIOS E PROCEDIMENTOS CONTÁBEIS:
15. O custo dos estoques deve compreender todos os custos de aquisição, transformação e outros custos
incorridos para trazer os estoques ao seu local e condição de consumo ou venda.

16. O custo dos estoques deve ser calculado considerando os custos individuais dos itens, sempre que
possível. Caso não seja possível, o custo dos estoques deve ser calculado por meio do uso do método
“Primeiro que Entra, Primeiro que Sai” (PEPS) ou o método do custo médio ponderado. A escolha entre
o PEPS e o custo médio ponderado é uma política contábil definida pela entidade e, portanto, esta deve
ser aplicada consistentemente entre os períodos.

17. Os estoques devem ser mensurados pelo menor valor entre o custo e o valor realizável líquido. Para
estoques de produtos acabados, o valor realizável líquido corresponde ao valor estimado do preço de
venda no curso normal dos negócios menos as despesas necessárias estimadas para a realização da
venda. Para estoques de produtos em elaboração, o valor realizável líquido corresponde ao valor
estimado do preço de venda no curso normal dos negócios menos os custos estimados para o término de
sua produção e as despesas necessárias estimadas para realização da venda.
NOTA:
NBC TG 16 – Estoque.

18. Um item do ativo imobilizado deve ser inicialmente mensurado pelo seu custo. O custo do ativo
imobilizado compreende o seu preço de aquisição, incluindo impostos de importação e tributos não
recuperáveis, além de quaisquer gastos incorridos diretamente atribuíveis ao esforço de trazê-lo para
sua condição de operação. Quaisquer descontos ou abatimentos sobre o valor de aquisição devem ser
deduzidos do custo do imobilizado.

19. O valor depreciável (custo menos valor residual) do ativo imobilizado deve ser alocado ao resultado do
período de uso, de modo uniforme ao longo de sua vida útil. É recomendável a adoção do método linear
para calculo da depreciação do imobilizado, por ser o método mais simples.

20. Se um item do ativo imobilizado apresentar evidências de desvalorização, passando a ser improvável que
gerará benefícios econômicos futuros ao longo de sua vida útil, o seu valor contábil deve ser reduzido ao
valor recuperável, mediante o reconhecimento de perda por desvalorização ou por não recuperabilidade
(impariment)

21. São exemplos de indicadores da redução do valor recuperável, que requerem o reconhecimento de perda
por desvalorização ou por não recuperabilidade:
a) declínio significativo no valor de mercado;
b) obsolescência;
c) quebra.

22. Terreno geralmente possui vida útil indefinida e, portanto, não deve ser depreciado. Edificação possui
vida útil limitada e, portanto, deve ser depreciado.

NOTA:
NBC TG 01 – Teste de Recuperabilidade (Impairment)
NBC TG 27 – Imobilizado.

Professor Antonio Saccá 40


23. As receitas de venda de produtos, mercadorias e serviços da entidade devem ser apresentadas líquidas
dos tributos sobre produtos, mercadorias e serviços, bem como dos abatimentos e devoluções, conforme
exemplificado no Anexo 3 desta Interpretação.

24. A receita de prestação de serviço deve ser reconhecida na proporção em que o serviço for prestado.

25. Quando houver incerteza sobre o recebimento de valor a receber de clientes, deve ser feita uma
estimativa da perda. A perda estimada com crédito de liquidação duvidosa deve ser reconhecida no
resultado do período, com redução do valor a receber de clientes por meio de conta retificadora
denominada “perda estimada com créditos de liquidação duvidosa”.

ANEXO 3

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO
em 31.12.x1 e 31.12.x0
Expresso em R$
DEMONSTRATIVO 31.12.x1 31.12.x0

VENDAS DE PRODUTOS, MERCADORIAS E SERVIÇOS.


Vendas de Produtos, Mercadorias e Serviços.
(-) Deduções de Tributos, Abatimentos e Devoluções.
(=) RECEITA LIQUIDA.

(-) CUSTO DAS VENDAS.


(-) Custo dos Produtos, Mercadorias e Serviços.

(=) LUCRO BRUTO.

(-) DESPESAS OPERACIONAIS.


(-) Despesas Administrativas.
(-) Despesas com Vendas.
(-) Outras Despesas Gerais.

(=) RESULTADO OPERACIONAL ANTES DO RESULTADO FINANCEIRO.

(+/-) RESULTADO FINANCEIRO.


(+) Receitas Financeiras.
(-) Despesas Financeiras.

(+/-) OUTRAS RECEITAS E DESPESAS OPERACIONAIS.

(=) RESULTADO ANTES DAS DESPESAS COM TRIBUTOS SOBRE O LUCRO.

(-) Despesa com Contribuição Social (*).


(-) Despesa com Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (*).

(=) RESULTADO LÍQUIDO DO PERÍODO.


(*) As entidades que estão enquadradas no Simples Nacional devem evidenciar os tributos na linha “Deduções de Tributos, Abatimentos e
Devoluções”. Neste caso, devem desconsiderar essas contas.

Resolução CFC Nº 1412 DE 26/10/2012


Publicado no DO em 12 nov 2012
Dá nova redação à NBC TG 30 - Receitas.

Professor Antonio Saccá 41


O Conselho Federal de Contabilidade, no exercício de suas atribuições legais e regimentais e com fundamento no
disposto na alínea "f" do Art. 6º do Decreto-Lei nº 9.295/1946, alterado pela Lei nº 12.249/2010,

A questão primordial na contabilização da receita é determinar quando reconhecê-la. A receita deve ser reconhecida
quando for provável que benefícios econômicos futuros fluam para a entidade e esses benefícios possam ser
confiavelmente mensurados. Esta Norma identifica as circunstâncias em que esses critérios são satisfeitos e, por
isso, a receita deve ser reconhecida. Ele também fornece orientação prática sobre a aplicação desses critérios.

“Segundo o item 18 da CPC 30. A receita só deve ser reconhecida quando for provável que os benefícios
econômicos associados à transação fluirão para a entidade. Em alguns casos específicos isso só pode ser
determinado quando do recebimento ou quando a incerteza for removida. Por exemplo, pode ser incerto que
uma autoridade governamental estrangeira conceda permissão para que a entidade compradora remeta o
pagamento da venda efetuada a um país estrangeiro. Quando a permissão for concedida, a incerteza
desaparece e a receita deve ser reconhecida. Entretanto, quando surgir incerteza relativa à realização de
valor já reconhecido na receita, o valor incobrável ou a parcela do valor cuja recuperação é
improvável deve ser reconhecido como despesa e não como redução do montante da receita
originalmente reconhecida.”

Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
o
LEI N 6.404, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1976.
Dispõe sobre as Sociedades por Ações.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
[...]
SEÇÃO III
Balanço Patrimonial
Grupo de Contas
[...]
Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes critérios.
I - as aplicações em instrumentos financeiros, inclusive derivativos, e em direitos e títulos de créditos, classificados
no ativo circulante ou no realizável a longo prazo: (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

[...]

b) pelo valor de custo de aquisição ou valor de emissão, atualizado conforme disposições legais ou contratuais,
ajustado ao valor provável de realização, quando este for inferior, no caso das demais aplicações e os direitos e
títulos de crédito; (Incluída pela Lei nº 11.638,de 2007)

DEMONSTRAÇÕES CONTABEIS.
26. A entidade deve elaborar o Balanço Patrimonial, a Demonstração do Resultado e as Notas Explicativas
ao final de cada exercício social. Quando houver necessidade, a entidade deve elaborá-los em períodos
intermediários.

27. A elaboração do conjunto completo das Demonstrações Contábeis, incluindo além das previstas no item
26, a Demonstração dos Fluxos de Caixa, a Demonstração do Resultado Abrangente e a Demonstração
das Mutações do Patrimônio Líquido, apesar de não serem obrigatórias para as entidades alcançadas
por esta Interpretação, é estimulada pelo Conselho Federal de Contabilidade.

Professor Antonio Saccá 42


28. As Demonstrações Contábeis devem ser identificadas, no mínimo, com as seguintes informações:
(a) a denominação da entidade;
(b) a data de encerramento do período de divulgação e o período coberto; e
(c) a apresentação dos valores do período encerrado na primeira coluna e na segunda, dos valores do
período anterior.

29. No Balanço Patrimonial, a entidade deve classificar os ativos como Ativo Circulante e Não Circulante e
os passivos como Passivo Circulante e Não Circulante.

30. O Ativo deve ser classificado como Ativo Circulante quando se espera que seja realizado até 12 meses da
data de encerramento do balanço patrimonial. Nos casos em que o ciclo operacional for superior a 12
meses, prevalece o ciclo operacional.

31. Todos os outros ativos devem ser classificados como Ativo Não Circulante.

32. O Passivo deve ser classificado como Passivo Circulante quando se espera que seja exigido até 12 meses
da data de encerramento do balanço patrimonial. Nos casos em que o ciclo operacional for superior a 12
meses, prevalece o ciclo operacional.

33. Todos os outros passivos devem ser classificados como Passivo Não Circulante.

34. No mínimo, o Balanço Patrimonial deve incluir e evidenciar os grupos de contas apresentados no Anexo
2 desta Interpretação.

35. No mínimo, a Demonstração do Resultado deve incluir e evidenciar os grupos de contas apresentados no
Anexo 3 desta Interpretação.

36. Itens adicionais, nomes de grupos e subtotais devem ser apresentados no Balanço Patrimonial ou na
Demonstração do Resultado se forem relevantes e materiais para a entidade.

37. As despesas com tributos sobre o lucro devem ser evidenciadas na Demonstração do Resultado do
período.

38. Quaisquer ganhos ou perdas, quando significativos, por serem eventuais e não decorrerem da atividade
principal e acessória da entidade, devem ser evidenciados na Demonstração do Resultado
separadamente das demais receitas, despesas e custos do período.

39. No mínimo, as Notas Explicativas às Demonstrações Contábeis devem incluir:


(a) declaração explícita e não reservada de conformidade com esta Interpretação;
(b) descrição resumida das operações da entidade e suas principais atividades;
(c) referência às principais práticas contábeis adotadas na elaboração das demonstrações contábeis;
(d) descrição resumida das políticas contábeis significativas utilizadas pela entidade;
(e) descrição resumida de contingências passivas, quando houver; e
(f) qualquer outra informação relevante para a adequada compreensão das demonstrações contábeis.

Professor Antonio Saccá 43


ANEXO 2

BALANÇO PATRIMONIAL
em 31.12.x1 e 31.12.x0
Expresso em R$

31.12.X1 31.12.X0 31.12.X1 31.12.X0


ATIVO PASSIVO e PATRIMÔNIO LÍQUIDO

CIRCULANTE CIRCULANTE

Caixa e Equivalentes de Caixa Empréstimos e Financiamentos

Contas a Receber Fornecedores

Estoques Obrigações Fiscais

Outros Créditos Obrigações Trabalhistas e Sociais

Contas a Pagar

Provisões

NÃO CIRCULANTE NÃO CIRCULANTE

Contas a Receber Financiamentos

Investimentos

Imobilizado PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Intangível Capital Social

(-) Depreciação e Amortização Acumuladas


Reservas de Capital

Reservas de Lucros

Lucros Acumulados

(-) Prejuízos Acumulados

TOTAL ATIVO TOTAL PASSIVO + PL

Professor Antonio Saccá 44


PLANO DE CONTAS SIMPLIFICADO:
40. O Plano de Contas, mesmo que simplificado, deve ser elaborado considerando-se as especificidades e
natureza das operações realizadas, bem como deve contemplar as necessidades de controle de
informações no que se refere aos aspectos fiscais e gerenciais.

41. O Plano de Contas Simplificado, apresentado no Anexo 4 desta Interpretação, deve conter, no mínimo, 4
(quatro) níveis, conforme segue:

Nível 1: Ativo;
Passivo e Patrimônio Líquido; e
Receitas, Custos e Despesas (Contas de Resultado).

Nível 2: Ativo Circulante e Ativo Não Circulante.


Passivo Circulante, Passivo Não Circulante e Patrimônio Líquido.
Receitas de Venda, Outras Receitas Operacionais, Custos e Despesas Operacionais.

Nível 3: Contas sintéticas que representam o somatório das contas analíticas que recebem os
lançamentos contábeis, como, por exemplo, Caixa e Equivalentes de Caixa.

Nível 4: Contas analíticas que recebem os lançamentos contábeis, como, por exemplo, Bancos Conta
Movimento.

42. Uma exemplificação dos 4 (quatro) níveis descritos no item 41 é a seguinte:


Nível 1 – Ativo
Nível 2 – Ativo Circulante
Nível 3 – Caixa e Equivalentes de Caixa
Nível 4 – Bancos Conta Movimento

ANEXO 4

PLANO DE CONTAS SIMPLIFICADO

Código Descrição das Contas

1 ATIVO

1.1 ATIVO CIRCULANTE

1.1.1 Caixa e Equivalentes de Caixa


1.1.1.01 Caixa
1.1.1.02 Bancos Conta Movimento

1.1.2 Contas a Receber


1.1.2.01 Clientes
1.1.2.02 (-) Perdas Estimadas com Créditos de Liquidação Duvidosa

Professor Antonio Saccá 45


1.1.3 Estoque
1.1.3.01 Mercadorias
1.1.3.02 Produtos Acabados
1.1.3.03 Insumos

1.1.4 Outros Créditos


1.1.4.01 Títulos a Receber
1.1.4.02 Impostos a Recuperar
1.1.4.03 Outros Valores a Receber

1.3 ATIVO NÃO CIRCULANTE

1.3.1 Realizável a Longo Prazo


1.3.1.01 Contas a Receber
1.3.1.02 (-) Perdas Estimadas com Créditos de Liquidação Duvidosa

1.3.2 Investimentos
1.3.2.01 Participações Societárias
1.3.2.02 Outros Investimentos

1.3.3 Imobilizado
1.3.3.01 Terrenos
1.3.3.02 Edificações
1.3.3.03 Máquinas e Equipamentos
1.3.3.04 Veículos
1.3.3.05 Móveis e Utensílios
1.3.3.06 (-) Depreciação Acumulada
1.3.3.07 (-) Provisão para Desvalorização do Imobilizado
1.3.4 Intangível
1.3.4.01 Softwares
1.3.4.02 (-) Amortização Acumulada
1.3.4.02 (-) Provisão para Desvaloriza do Intangível

2 PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO

2.1 PASSIVO CIRCULANTE

2.1.1 Empréstimos e Financiamentos


2.1.1.01 Empréstimos Bancários
2.1.1.02 Financiamentos

2.1.2 Fornecedores Nacionais


2.1.2.01 Fornecedor

Professor Antonio Saccá 46


2.1.3 Obrigações Fiscais
2.1.3.01 SIMPLES NACIONAL
2.1.3.02 ICMS a Recolher
2.1.3.03 ISSQN a Recolher

2.1.4 Obrigações Trabalhistas e Sociais


2.1.4.01 Salários a Pagar
2.1.4.02 FGTS a Recolher
2.1.4.03 INSS dos Segurados a Recolher

2.1.5 Provisões
2.1.5.01 Provisão de Férias
2.1.5.02 Provisão de 13º Salário
2.1.5.03 Provisão de Encargos Sociais sobre Férias e 13º Salário

2.1.6 Contas a Pagar


2.1.6.01 Telefone a Pagar
2.1.6.02 Energia a Pagar
2.1.6.03 Aluguel a Pagar

2.2 PASSIVO NÃO CIRCULANTE

2.2.2 Outras Contas a Pagar


2.2.2.01 Empréstimos de Sócios

2.3 PATRIMÔNIO LÍQUIDO

2.3.1 Capital Social


2.3.1.01 Capital Subscrito
2.3.1.02 (-) Capital a Integralizar

2.3.2 Reservas
2.3.2.01 Reservas de Capital
2.3.2.02 Reservas de Lucros

2.3.3 Lucros/Prejuízos Acumulados


2.3.3.01 Lucros Acumulados
2.3.3.02 (-) Prejuízos Acumulados

Professor Antonio Saccá 47


3 RECEITAS, CUSTOS E DESPEAS (CONTAS DE RESULTADO)

3.1 RECEITAS

3.1.1 Receitas de Venda


3.1.1.01 Venda de Produtos
3.1.1.02 Venda de Mercadorias
3.1.1.03 Venda de Serviços
3.1.1.04 (-) Deduções de Tributos, Abatimentos e Devoluções

3.1.2 Receitas Financeiras


3.1.2.01 Receitas de Aplicações Financeiras
3.1.2.02 Juros Ativos

3.1.3 Outras Receitas Operacionais


3.1.3.01 Receitas de Venda de Imobilizado
3.1.3.02 Receitas de Venda de Investimentos
3.1.3.03 Outras Receitas

3.2 CUSTOS E DESPESAS

3.2.1 Custos dos Produtos, Mercadorias e Serviços Vendidos


3.2.1.01 Custos dos Insumos
3.2.1.02 Custos da Mão de Obra
3.2.1.03 Outros Custos

3.2.2 Despesas Operacionais


3.2.2.01 Despesas Administrativas
3.2.2.02 Despesas com Vendas
3.2.2.03 Outras Despesas Gerais

3.2.3 Despesas Financeiras


3.2.3.01 Juros Passivos 3.2.3.02
3.2.3.02 Outras Despesas Financeiras

3.2.4 Outras Despesas Operacionais


3.2.4.01 Despesas com Baixa de Imobilizado
3.2.4.02 Despesas com Baixa de Investimentos
3.2.4.03 Outras Despesas

Professor Antonio Saccá 48


ORIENTAÇÃO TÉCNICA GERAL – OTG 1000, DE 21 DE OUTUBRO DE 2015

Aprova a OTG 1000 que dispõe sobre modelo


contábil para microempresa e empresa de pequeno
porte

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas atribuições legais e regimentais e com


fundamento no disposto na alínea “f” do Art. 6º do Decreto-Lei n.º 9.295/1946, alterado pela Lei n.º 12.249/2010, faz
saber que foi aprovada em seu Plenário a seguinte Orientação Técnica:

OTG 1000 – MODELO CONTÁBIL PARA MICROEMPRESA E EMPRESA DE PEQUENO PORTE

Sumário Item
Objetivo e alcance 1
Obrigatoriedade de manutenção de escrituração contábil 2–4
Regime de competência versus regime de caixa 5–7
Lançamentos contábeis diários e mensais 8 – 10
Mensuração e critérios de avaliação de estoques 11 – 16
Perda por desvalorização de ativo (impairment) 17 – 21
Reconhecimento proporcional das receitas de serviços prestados 22 – 25
Demonstrações contábeis comparadas 26 – 29
Notas explicativas 30 – 32
Carta de responsabilidade da administração 33 – 34

Objetivo e alcance

1. O Conselho Federal de Contabilidade emite a presente Orientação Técnica com a finalidade de esclarecer
assuntos que têm gerado dúvidas quanto aos critérios e procedimentos contábeis simplificados que devem ser
adotados pelas microempresas e empresas de pequeno porte, notadamente os seguintes:
(a) obrigatoriedade de manutenção de escrituração contábil;
(b) regime de competência versus regime de caixa;
(c) mensuração e critérios de avaliação de estoques;
(d) perda por desvalorização de ativo (impairment);
(e) reconhecimento proporcional das receitas de serviços;
(f) demonstrações contábeis comparadas;
(g) notas explicativas; e
(h) carta de responsabilidade da administração.

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Obrigatoriedade de manutenção de escrituração contábil

2. A adoção da ITG 1000 – Modelo Contábil para Microempresa e Empresa de Pequeno Porte não desobriga esse
tipo de entidade a manter a escrituração contábil regular. Essa orientação estabelece critérios e procedimentos
simplificados que podem ser adotados pelas entidades definidas como microempresa e empresa de pequeno
porte, alternativamente às regras estabelecidas pela NBC TG 1000 – Contabilidade para Pequenas e Médias
Empresas.

3. As microempresas e empresas de pequeno porte estão obrigadas à manutenção de escrituração contábil regular
e a elaborar demonstrações contábeis anuais, sendo-lhes permitido, contudo, adotar um modelo de escrituração
contábil e de elaboração de demonstrações contábeis bem mais simples.

4. Nesse contexto, e sem alterar o entendimento de que a ITG 1000 alcança todas as microempresas e empresas
de pequeno porte, mesmo aquelas que não estão enquadradas no regime tributário do Simples Nacional,
fazemos chamamento ao que está previsto no Art. 65 da Resolução do Comitê Gestor do Simples Nacional n.º
94, de 29 de novembro de 2011 (Resolução CGSN n.º 94/2011): “A ME ou EPP optante pelo Simples Nacional
poderá, opcionalmente, adotar a contabilidade simplificada para os registros e controles das operações
realizadas, atendendo-se às disposições previstas no Código Civil e nas Normas Brasileiras de Contabilidade
editadas pelo Conselho Federal de Contabilidade”.

Regime de competência versus regime de caixa

5. Os itens 8 e 9 da ITG 1000 estabelecem que a escrituração contábil deve ser realizada com observância aos
Princípios de Contabilidade, aprovados pela Resolução CFC n.º 750/1993, e as receitas realizadas, bem como
as despesas e os custos incorridos no período devem ser escriturados contabilmente, pela microempresa e
empresa de pequeno porte, de acordo com o regime de competência.

6. O regime de competência assegura que a microempresa e a empresa de pequeno porte tenham controle das suas
obrigações e do seu nível de endividamento (contas a pagar), bem como dos seus direitos a receber (clientes e
outros créditos), além de permitir a correta confrontação – a cada período contábil (mensal, trimestral, anual) –
entre as receitas realizadas e as despesas e os custos incorridos, o que possibilita aos administradores e
proprietários a adequada avaliação do resultado dos negócios.

7. Nesse contexto, é válido destacar que a apresentação da escrituração contábil regular, em especial do Livro
Diário e do Livro Razão, dispensa a microempresa e a empresa de pequeno porte da apresentação do Livro
Caixa. Esse entendimento também está previsto no parágrafo 3º do Art. 61 da Resolução CGSN n.º 94/2011.

Lançamentos contábeis diários e mensais

8. O item 10 da ITG 1000 estabelece que “os lançamentos contábeis no Livro Diário devem ser feitos
diariamente. É permitido, contudo, que os lançamentos sejam feitos ao final de cada mês, desde que tenham
como suporte os livros ou outros registros auxiliares escriturados em conformidade com a ITG 2000 –
Escrituração Contábil, aprovada pela Resolução CFC n.º 1.330/2011”.

9. A ITG 2000 permite que as entidades em geral, bem como a microempresa e a empresa de pequeno porte,
realizem lançamentos contábeis mensais, desde que sejam feitos com base na escrituração diária realizada em
outros livros auxiliares, ou mantida por força de legislação aplicável na forma do Art. 1.184 do Código Civil,
como, por exemplo, os Livros Fiscais previstos no Art. 61 da Resolução CGSN n.º 94/2011, quais sejam: Livro
Registro de Entradas, Livro Registro de Inventário, Livro Registro dos Serviços Prestados, entre outros que
sejam exigidos em face do segmento econômico de atuação da entidade.

Professor Antonio Saccá 50


10. Nesse contexto, e considerando o atual nível de informatização da escrituração dos livros exigidos e mantidos
pela microempresa e empresa de pequeno porte (tanto os livros fiscais, quanto os contábeis), os arquivos
eletrônicos dos lançamentos diários realizados nos livros fiscais podem ser utilizados para fins da escrituração
contábil por meio de “exportação” e “importação” de arquivos entre os sistemas informatizados de
escrituração.

Mensuração e critérios de avaliação de estoques

11. O item 16 da ITG 1000 estabelece que “o custo dos estoques deve ser calculado considerando os custos
individuais dos itens, sempre que possível”.

12. Cabe esclarecer que considerar os custos individuais de cada item é a forma mais adequada de se mensurar
cada produto ou mercadoria mantida em estoque. No entanto, dependendo da atividade econômica e do sistema
de controle interno existente na microempresa e na empresa de pequeno porte, essa forma de mensuração dos
estoques poderá implicar custos significativos para gerar a informação, por vezes maior do que os benefícios
derivados.

13. Por esse motivo, foi incluído no item 16 o texto: “caso não seja possível, o custo dos estoques deve ser
calculado por meio do uso do método Primeiro que Entra, Primeiro que Sai (PEPS) ou o método do custo
médio ponderado”, permitindo, com isso, a flexibilização quanto à adoção, pela microempresa e empresa de
pequeno porte, de outros métodos alternativos de avaliação dos seus estoques.

14. Dessa forma, as expressões “sempre que possível” e “caso não seja possível”, constantes do item 16 da ITG
1000, devem ser entendidas como “diretrizes gerais”, sendo permitida, portanto, a adoção de métodos
alternativos para a avaliação dos estoques.

15. Ainda sobre o item 16 da ITG 1000 de que “a escolha entre o PEPS e o custo médio ponderado é uma política
contábil definida pela entidade e, portanto, esta deve ser aplicada consistentemente entre os períodos”,
esclarece-se que isto significa que a administração da microempresa e da empresa de pequeno porte é livre para
definir o critério a ser usado para a avaliação dos estoques, e o profissional da contabilidade deve orientar sobre
os métodos existentes e sobre a sua adoção, que deve ser feita de modo uniforme e/ou consistente. Não é
permitida, portanto, a sua alternância entre uma forma de apuração e outra, sem motivo justificável.

16. A previsão do item 17 da ITG 1000 de que “os estoques devem ser mensurados pelo menor valor entre o custo
e o valor realizável líquido” não é uma situação comum ou usual nas atividades empresariais, mas, sim, uma
situação excepcional. A administração da microempresa e da empresa de pequeno porte deve fazer essa
avaliação somente se houver “evidências observáveis” de que os estoques sofreram desvalorização após a sua
aquisição. O objetivo desse procedimento é evitar que os estoques sejam apresentados por valores superiores
aos valores pelos quais a microempresa e a empresa de pequeno porte conseguem realizá-los ou vendê-los.

Perda por desvalorização de ativo (impairment)

17. Assim como a possível desvalorização dos estoques descrita no item anterior, a possível desvalorização de
itens do ativo imobilizado também pode ocorrer, e a sua previsão nos itens 20 e 21 da ITG 1000 tem por
objetivo evitar que a microempresa e a empresa de pequeno porte apresentem ativos imobilizados por valor
superior ao valor que são capazes de gerar em fluxos de benefícios econômicos presentes e futuros.

18. Esclarece-se que se trata de situações excepcionais, devendo os procedimentos previstos nos itens 20 e 21 da
ITG 1000 serem aplicados por ocasião da elaboração das Demonstrações Contábeis anuais.

Professor Antonio Saccá 51


19. Dessa forma, somente haverá necessidade de se reconhecer perda por desvalorização de ativo no resultado
anual quando existirem "evidências observáveis" ou “indícios” de que essa desvalorização ocorreu. Essa
identificação pode, inclusive, ser verificada por empregado da microempresa e da empresa de pequeno porte.

20. Nesse contexto, esta orientação exemplifica três indicadores de desvalorização que podem ser facilmente
observados nos itens do imobilizado, pela administração ou pelos empregados da microempresa e da empresa
de pequeno porte, a saber:
(a) declínio significativo no valor de mercado;
(b) obsolescência; e
(c) quebra.

21. Essa avaliação ou identificação não exige maiores conhecimentos e envolvimento de especialistas. Citamos,
como exemplo, as seguintes situações:
(a) modelo de veículo utilizado na frota da microempresa e empresa de pequeno porte parou de ser fabricado;
não havendo mais (ou havendo grande restrição de oferta) peças de reposição no mercado (declínio
significativo no valor de mercado);
(b) determinado equipamento eletrônico que não vai mais ser utilizado pela microempresa e empresa de
pequeno porte, em face do lançamento no mercado de equipamentos similares mais econômicos
(obsolescência); e
(c) máquina quebrada que não tem mais conserto (quebra).

Reconhecimento proporcional das receitas de serviços prestados

22. O item 24 da ITG 1000 estabelece que “a receita de prestação de serviço deve ser reconhecida na proporção em
que o serviço for prestado”.

23. Nesse sentido, esclarece-se que esse reconhecimento se faz necessário para a adequada confrontação – no
mesmo período – entre as receitas dos serviços prestados e as despesas e os custos incorridos, isto é, no
exercício social findo que a microempresa e a empresa de pequeno porte estão divulgando os resultados (lucro
ou prejuízo).

24. Dessa forma, a microempresa e a empresa de pequeno porte devem divulgar nas suas demonstrações contábeis
anuais, especificamente na Demonstração do Resultado, o valor proporcional das receitas dos serviços
prestados, tendo como contrapartida as contas de clientes divulgadas no Balanço Patrimonial do mesmo
período, mesmo que a microempresa e a empresa de pequeno porte ainda não tenham faturado os referidos
serviços para os seus clientes.

25. Essa exigência somente é aplicável ao término de cada exercício social e para a microempresa e a empresa de
pequeno porte que prestam serviços de forma contínua e com contratos que ultrapassem o término do exercício
social.

Demonstrações contábeis comparadas

26. A letra “c” do item 28 da ITG 1000 estabelece que a microempresa e a empresa de pequeno porte devem
elaborar e apresentar as demonstrações contábeis anuais do exercício findo que está sendo reportado, de forma
comparada com as do exercício imediatamente anterior.

27. A apresentação de forma comparada é uma exigência a ser observada para as demonstrações contábeis para
propósitos ou fins gerais.
Professor Antonio Saccá 52
28. Por outro lado, a divulgação das demostrações contábeis do ano anterior no mesmo documento que as
demontrações contábeis do exercício atual possibilita a comparabilidade das informações em atendimento às
necessidades dos usuários externos (instituições financeiras, fornecedores, licitantes, entre outros), reduzindo,
com isso, os custos operacionais, uma vez que essa divulgaçao não exigirá qualquer acréscimo de
investimento, haja vista que as demonstrações do ano anterior já estão prontas e arquivadas no banco de dados
dos sistemas informatizados (ou em outros aplicativos) utilizados pelo profissional da contabilidade,
responsável pela sua elaboração.

29. Nos casos em que a microempresa e a empresa de pequeno porte façam uso de sistemas informatizados
(software) que não apresentem essa funcionalidade, será permitido apresentar as demonstrações contábeis
referentes ao ano encerrado, sem a apresentação do ano anterior, até 31 de dezembro de 2016.

Notas explicativas

30. O item 39 da ITG 1000 estabelece a divulgação mínima de informações que a microempresa e a empresa de
pequeno porte devem fazer por meio de notas explicativas, relacionando aquelas que, em geral, devem ser
evidenciadas juntamente com as demonstrações contábeis anuais.

31. As notas explicativas são partes integrantes das demonstrações contábeis da microempresa e da empresa de
pequeno porte, e fornecem informações adicionais, relevantes e necessárias para sua adequada compreensão. A
empresa não está obrigada a divulgar todas as notas e pode elaborar apenas aquelas que considere importante
para explicar sua atividade ou para o melhor entendimento das suas demonstrações contábeis.

32. Nesse contexto, e com o objetivo de melhor esclarecer e orientar sobre os principais conteúdos que a
microempresa e a empresa de pequeno porte devem divulgar ou evidenciar, esta orientação apresenta, de forma
exemplificativa, os seguintes exemplos de textos de notas explicativas:

(a) Nota sobre a “Declaração de Conformidade” ou nota sobre “Base de Preparação e Apresentação”
Essa nota explicativa deve evidenciar que a microempresa e a empresa de pequeno porte adotaram a ITG
1000. Dessa forma, sugere-se o seguinte texto:
“A empresa X Ltda - ME ou EPP elaborou e está apresentando as suas Demonstrações Contábeis do
exercício findo em 31 de dezembro de 20XX de acordo com a ITG 1000 – Modelo Contábil para
Microempresa e Empresa de Pequeno Porte, emitida pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC).”

(b) Nota sobre “Descrição Resumida das Operações”


Essa nota explicativa deve descrever, de forma sucinta, as atividades que são exercidas pela microempresa
e pela empresa de pequeno porte. Dessa forma, sugere-se o seguinte texto:
“A empresa dedica-se ao comércio (indústria ou serviço) de produtos (mercadorias ou prestação de
serviços), estando em plena atividade desde ..... (data da constituição ou início das atividades)”.

(c) Nota sobre “Principais Práticas e Políticas Contábeis Adotadas”


Esclarecemos que as políticas são aquelas em que a microempresa e a empresa de pequeno porte têm
opções para a adoção de práticas, critérios e procedimentos contábeis, como, por exemplo: critérios de
depreciação do imobilizado; critérios de avaliação dos estoques, etc. Dessa forma, sugere-se o seguinte
texto:
• “A depreciação foi calculada pelo método linear, de acordo com a vida útil dos bens”;
• “Os estoques foram avaliados pelo custo médio ponderado de aquisição (ou pelo PEPS)”.

Professor Antonio Saccá 53


Essa nota também deve ser usada pela microempresa e empresa de pequeno porte para divulgar a
ocorrência, ou não, de “evidências observáveis” ou “indícios” de desvalorização de ativos, que requeiram
o reconhecimento, ou não, de perda por valor não recuperável. Dessa forma, sugere-se o seguinte texto:

“A administração da empresa constatou que houve a deteriorização de ativos imobilizados, em face de


acidente ocorrido em um veículo cujo conserto supera o valor de mercado, tendo sido reconhecida, no
resultado, a perda por não recuperabilidade do referido imobilizado no valor de R$ X.XXX,XX.”

(d) Nota sobre contingências passivas


Nessa nota, deve ser divulgada a descrição resumida de contingências passivas, quando houver. Dessa
forma, sugere-se, como exemplo, o seguinte texto:
“A empresa tem ações trabalhistas em andamento movidas por ex-empregados, com valor de perda
considerado possível pela assessoria jurídica, e a estimativa de desembolso, no ano seguinte, no valor de
R$ X.XXX,XX.”

(e) Nota sobre qualquer outra informação relevante


A empresa abandonou a produção de um produto. Dessa forma, sugere-se o seguinte texto:
“A empresa descontinuou a produção de uma de suas linhas de produtos. Todavia, isso não significa que
existe risco de descontinuidade das atividades operacionas, uma vez que a empresa vem apresentando
crescimento consistente nas suas demais linhas de produção, não havendo perspectiva de insolvência”.

Carta de responsabilidade da administração

33. Os itens 12 a 14 da ITG 1000, que tratam da Carta de Responsabilidade da Administração, têm por objetivo
definir e estabelecer a obrigatoriedade da existência formal de instrumento legal que evidencie e assegure a
responsabilidade da administração da microempresa e da empresa de pequeno porte na implantação e
manutenção dos controles internos, bem como no fornecimento, ao profissional da contabilidade, das
informações e documentações completas, necessárias à adequada realização da escrituração contábil e à
elaboração das demonstrações contábeis anuais.

34. Nesse sentido, esta orientação esclarece que a formalização da responsabilidade da administração da
microempresa e da empresa de pequeno porte pode ser atendida, de forma alternativa à carta exigida nos itens
12 a 14 da ITG 1000, mediante a inserção, no “Termo de Encerramento” do Livro Diário registrado em Órgão
de Registro do Comércio, a ser evidenciado e transcrito imediatamente acima da assinatura obrigatória do
administrador ou do representante legal da microempresa e empresa de pequeno porte, nos seguintes termos:
“A administração da empresa declara que: (i) possui controles internos necessários ao suporte e respaldo da
escrituração contábil e das Demonstrações Contábeis anuais; (ii) não praticou atos contrários às normas e à
legislação vigente aplicável; (iii) documentou todas as operações e transações realizadas pela empresa e as
encaminhou para o profissional da contabilidade, visando aos devidos registros contábeis por meio de
documentação hábil e idônea; e (iv) forneceu toda a informação necessária para a adequada elaboração das
demonstrações contábeis anuais e suas notas explicativas do exercício social findo em XX/XX/XXXX.”

Brasília, 23 de outubro de 2015.

Contador José Martonio Alves Coelho


Presidente

Professor Antonio Saccá 54


OCPC07 – EVIDENCIAÇÃO DE RELATÓRIOS CONTÁBEIS-FINANCEIROS.
No propósito de buscar uma melhoria na apresentação das demonstrações financeiras o Comitê de
Pronunciamentos Contábeis elaborou a Orientação Técnica OCPC 07 – Evidenciação na Divulgação dos Relatórios
Contábil-Financeiros de Propósito Geral.

COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS


ORIENTAÇÃO TÉCNICA OCPC 07
Evidenciação na Divulgação dos Relatórios Contábil-Financeiros de Propósito Geral

Sumário Item
RAZÕES DA EMISSÃO DESTA ORIENTAÇÃO SOBRE A ELABORAÇÃO DAS NOTAS EXPLICATIVAS IN1 – IN7
OBJETIVO 1–2
ALCANCE 3–5
EVIDENCIAÇÃO JÁ REGULAMENTADA 6 – 30
Principais diretrizes gerais contidas no Pronunciamento Conceitual Básico 6 – 19
Principais diretrizes gerais contidas no Pronunciamento Técnico CPC 26 20 – 28
Principais diretrizes gerais contidas na Lei das Sociedades por Ações 29 – 30
DIRETRIZES ADICIONAIS 31 – 39

O alcance desta orientação são essencialmente as questões de divulgação, não alcançando questões de
reconhecimento e de mensuração. Os principais efeitos esperados são:
a) Simplificação, sem omitir;
b) Inovar: evidenciar o que é mais relevante e descartar o que é redundante;
c) Reduzir custos de preparação e da publicação.

São 10 as principais sugestões contidas ao longo do texto da Orientação:


1) Usar linguagem comum em vez e jargão técnico;
2) Não confundir qualidade com quantidade;
3) Evitar repetições desnecessárias nas notas explicativas.
4) Divulgar a prática contábil adotadas na empresa em vez dos contidos nas IFRS;
5) Divulgar a prática contábil juntamente com a nota explicativa aplicável em vez de ter uma nota apenas para as
práticas adotadas;
6) Utilizar o julgamento na determinação daquilo que é realmente na visão do usuário;
7) Eliminar contas ou cifras que representam menos de 10% do montante total do grupo;
8) Reduzir formulários e tabelas e simplificar o que é publicado no jornal;
9) Utilizar as demonstrações financeiras como ferramenta de comunicação ao mercado, e não como um descritivo
de políticas, praticas e informações sem relevância;
10) Identificar e explicar claramente a causa de uma eventual ou possível mudança.

Professor Antonio Saccá 55


4- PROCEDIMENTOS PARA ENCERRAMENTO DO BALANÇO.

4.1- ATIVO:
As contas do ativo são dispostas em ordem crescente dos prazos esperados de realização e agrupadas segundo
sua expressão qualitativa, em:

4.1.1- Circulante, que é representado pelos direitos, desde que os prazos esperados de realização dos direitos,
estabelecidos ou esperados, situem-se no curso do exercício subsequente à data do balanço patrimonial e compõe-
se de:
a) Valores disponíveis para utilização imediata.
b) Direitos conversíveis em valores disponíveis a curto prazo.
c) Aplicação de recursos em despesas.

4.1.1.1- Caixa e Equivalente de Caixa: São os recursos financeiros que se encontram à disposição imediata da
entidade, compreendendo os meios de pagamento em moeda e em outras espécies, os depósitos bancários à vista
e os títulos de liquidez imediata com prazo de resgate de até 90 dias, denominados de “Caixa e Equivalente de
Caixa”.

Aspectos a destacar:
A NBC TG 03 define que a entidade deve divulgar os componentes de caixa e equivalentes de caixa e deve
apresentar uma conciliação dos valores em sua demonstração dos fluxos de caixa com os respectivos itens
contabilizados no balanço patrimonial.

O Regulamento do Imposto de Renda - RIR/99, em seu artigo 530, relaciona de forma taxativa as hipóteses em que
a autoridade administrativa pode desconsiderar a grandeza oferecida à tributação pelo contribuinte através do “Lucro
Líquido”, passando a mensurar este mesmo lucro pelo método de arbitramento com valores diferentes do apontado
pelo contribuinte, dentre as quais podemos destacar:
[...]
II - a escrituração a que estiver obrigado o contribuinte revelar evidentes indícios de fraudes ou contiver vícios, erros
ou deficiências que a tornem imprestável para:
a) identificar a efetiva movimentação financeira, inclusive bancária; ou
b) determinar o lucro real.
III - o contribuinte deixar de apresentar à autoridade tributária os livros e documentos da escrituração comercial e
fiscal, ou o Livro Caixa, na hipótese do parágrafo único do artigo 527.

A documentação contábil compreende todos os documentos, livros, papéis, registros e outras peças, que apoiam ou
compõem a escrituração contábil. A empresa é obrigada a manter em boa ordem a documentação contábil,
conforme dispõe o RIR/99 em seu artigo 264 e os itens 26 a 28 da Resolução do CFC nº 1330/2011 que aprovou a
NBC TG 2000 – Escrituração Contábil.

Portanto, a falta de apresentação do controle do caixa, conciliado com a respectiva documentação comprobatória
pelo Financeiro, alerta para fragilidade nos controles internos. A ausência desses procedimentos e controles
compromete sobremaneira a confiabilidade dos saldos consignados nos demonstrativos contábeis e financeiros.

Fonte contábil: NBC TG 03 – Demonstração dos Fluxos de Caixa, aprovada pela Resolução CFC 1.296/10.

Professor Antonio Saccá 56


4.1.1.2- Investimentos Temporários: São aplicações de recursos financeiros disponíveis em títulos ou valores
mobiliários ou direitos representativos destes, tais como Títulos de Crédito, Ações, Ouro (certificados de custódia),
Certificados de Depósitos Bancários – CDB, todos com prazo definido de regaste superior a 90 dias.

Aspectos a destacar:
Com a alteração promovida no inciso I do Artigo 183 da Lei 6.404/76, o critério de avaliação dos investimentos
temporários, classificados no Ativo Circulante ou no Realizável a Longo Prazo, sofreram as seguintes alterações:
a) pelo seu valor de mercado ou valor equivalente, quando se tratar de aplicações destinadas à negociação ou
disponíveis para venda; e
b) pelo valor de custo de aquisição ou valor de emissão, acrescidos dos rendimentos auferidos conforme
disposições legais ou contratuais, ajustado ao valor provável de realização, quando este for inferior, no caso das
demais aplicações em que os instrumentos financeiros forem mantidos até o vencimento.
Dessa forma, os instrumentos financeiros, direitos e títulos de crédito serão avaliados de acordo com a intenção da
empresa em negociá-los, com a segregação dos títulos disponíveis para a venda, e para negociação, dos demais.
Manteve-se, portanto, apenas para as demais aplicações, que não forem destinadas à negociação ou
disponibilizadas para venda, a antiga forma de avaliação dos ativos, custo ou mercado, dos dois o menor.
Exemplos de Investimentos Temporários:

a) Titulo: Letras Financeiras do Tesouro Nacional – Disponível para Negociação.


– Rendimento e Ajuste a Valor Justo = Receita Financeira.

b) Titulo: Notas do Banco Central e demais Aplicações – Mantida até o Vencimento.


– Rendimentos = Receita Financeira.
– Sem Ajuste a Valor Justo.

c) Titulo: Letra Hipotecária ou Ações – Disponíveis para Venda.


– Rendimento = Receita Financeira.
– Ajuste a Valor Justo = Ajuste de Avaliação Patrimonial.

4.1.1.2.1- Conta de Ajuste de Avaliação Patrimonial – Patrimônio Líquido.


Este grupo será utilizado para registrar a variação para mais ou para menos do valor de elementos do ativo, nas
seguintes situações:
a) aplicações em instrumentos financeiros, inclusive derivativos, e em direitos e títulos de créditos, classificados no
ativo circulante ou no realizável a longo prazo, quando se tratar de aplicações disponíveis para venda, devem ser
avaliados a valor de mercado (Artigo 183, Inciso I da Lei das S/A);
b) demais aplicações e os direitos e títulos de crédito, que não se enquadrem no critério acima, pelo valor de custo
de aquisição ou valor de emissão, atualizado conforme disposições legais ou contratuais, ajustado ao valor provável
de realização, quando este for inferior ( Artigo 183, Inciso I da Lei das S/A);
c) nas operações de incorporação, fusão e cisão, quando realizadas entre partes não relacionadas e estiverem
vinculadas à efetiva transferência de controle, onde todos os ativos da sociedade incorporada fusionada ou cindida
serão contabilizados pelo seu valor de mercado (Artigo 226, Parágrafo 3º da Lei das S/A).
Os registros dessas avaliações deverão ser efetuados diretamente no grupo que registra o ativo em contrapartida ao
grupo de "Ajustes de Avaliação Patrimonial", classificado no Patrimônio Líquido.

Exemplo (1) – Caso a empresa tenha apurado um ganho no investimento, disponível para venda:
1- Em 01/12/2013 a empresa investe em instrumentos financeiros que serão revendidos em 2014 (Lote de Ações na
Bolsa). O valor do investimento é de $1.000.000,00 e foi pago a vista.
D – Investimentos Temporários (AC).
C – Banco Conta Movimento (AC).
Valor: R$ 1.000.000,00.

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2- No dia 31/12/2013 a empresa recebeu dividendos no valor de R$ 10.000,00.
D – Banco Conta Movimento (AC).
C – Receita Financeira (RE).
Valor: R$ 10.000,00.

3- No dia 31/12/2013 a empresa avalia o valor do investimento em relação ao seu Valor Justo, para fins de
divulgação no balanço patrimonial em R$ 1.200.000,00.
D – Investimentos Temporários (AC).
C – Ajuste de Avaliação Patrimonial (PL).
Valor: R$ 200.000,00.

4- Em 31/12/2013 a empresa procede ao calculo dos tributos (IRPJ/CSLL) sobre a atualização pelo Valor Justo.
D – Ajuste de Avaliação Patrimonial (PL).
C – Imposto a Recolher Diferido (PNC).
Valor: R$ 68.000,00 (R$ 200.000,00 * 34%).

5- Em 2014 a empresa resgata o investimento por R$ 1.200.000,00.


D – Banco conta Movimento (AC).
C – Investimentos Temporários (AC).
Valor: R$ 1.200.000,00.

6- Neste momento o valor registrado como Ajuste da Avaliação Patrimonial será reconhecido como receita na DRE.
D – Ajuste da Avaliação Patrimonial (PL).
C – Outra Receita Operacional/Ganho com Investimento (RE).
Valor: R$ 200.000,00.

7- A empresa procede ao ajuste do lançamento do valor dos tributos.


D – Imposto a Recolher Diferido (PNC).
C – Ajuste de Avaliação Patrimonial (PL).
Valor: R$ 68.000,00.
Exemplo (2) – Caso a empresa tenha apurado uma perda no investimento, disponível para venda:
1- Em 01/12/2013 a empresa investe em instrumentos financeiros que serão revendidos em 2014 (Lote de Ações na
Bolsa). O valor do investimento é de $1.000.000,00 e foi pago a vista.
D – Investimentos Temporários (AC).
C – Banco Conta Movimento (AC).
Valor: R$ 1.000.000,00.

2- No dia 31/12/2013 a empresa recebeu dividendos no valor de R$ 10.000,00.


D – Banco Conta Movimento (AC).
C – Receita Financeira (RE).
Valor: R$ 10.000,00.

3- No dia 31/12/2013 a empresa avalia o valor do investimento em relação ao seu Valor Justo, para fins de
divulgação no balanço patrimonial em R$ 900.000,00.
D – Ajuste de Avaliação Patrimonial (PL).
C – Investimentos Temporários (AC).
Valor: R$ 100.000,00.
4- Em 31/12/2013 a empresa procede ao calculo dos tributos (IRPJ/CSLL) sobre a atualização pelo Valor Justo.
D – Imposto a Compensar - Ativo Diferido (ANC).
C – Ajuste de Avaliação Patrimonial (PL).
Valor: R$ 34.000,00 (R$ 100.000,00 * 34%).

5- Em 2014 a empresa resgata o investimento por R$ 1.200.000,00.


D – Banco conta Movimento (AC).
C – Investimentos Temporários (AC).
Valor: R$ 900.000,00.
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6- Neste momento o valor registrado como Ajuste da Avaliação Patrimonial será reconhecido como receita na DRE.
D – Outras Despesas Operacionais/Perda com Investimento (RE).
C – Ajuste da Avaliação Patrimonial (PL).
Valor: R$ 100.000,00.

7- A empresa procede ao ajuste do lançamento do valor dos tributos.


D – Ajuste de Avaliação Patrimonial (PL).
C – Imposto a Compensar – Ativo Diferido (ANC).
Valor: R$ 34.000,00.

Fonte contábil:
NBC TG 38 – Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração, aprovada pela Resolução CFC 1.196/09.
NBC TG 39 – Instrumentos Financeiros: Apresentação, aprovada pela Resolução CFC 1.197/09.
NBC TG 40 – Instrumentos Financeiros: Evidenciação, aprovada pela Resolução CFC 1.198/09.
NBC TG 32 – Tributos sobre Lucro, aprovado pela Resolução CFC 1.189/09.

4.1.1.3- Clientes: Compreende os valores a receber decorrentes das vendas efetuadas pela empresa, deduzido da
(-) Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa.

Deve estar conciliada com o relatório de contas a receber. O Contabilista a cada período ou fechamento de
balanço deverá solicitar ao financeiro da empresa a posição das duplicatas a receber naquela data, esse
procedimento evita erros contábeis, por exemplo o lançamento a maior de Receitas que proporciona o pagamento
a maior de tributos (PIS, COFINS, IRPJ, CSSL, ICMS e outros).
O saldo de contas a receber deve ser apresentado com base no seu valor de realização. Dessa forma, a
Administração da sociedade deve utilizar suas melhores estimativas, suportadas por dados técnicos, como prazo
médio de recebimento, participação de títulos vencidos no total do contas a receber e outros fatores para determinar
o montante suficiente de Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa em face da perspectiva de realização
do contas a receber.
As normas tributárias sobre dedutibilidade das perdas com contas a receber, regra geral, não possibilitam o
atendimento desse objetivo. A constituição de provisão para perdas em contas a receber, consequentemente,
resulta em diferença intertemporal. As normas tributárias estão contidas nos artigos 9º a 12º da Lei 9.430 de 27 de
dezembro de 1996.
No entanto, conforme Art.9°, § 1° da referida, as perdas no recebimento de créditos decorrentes das atividades da
pessoa jurídica poderão ser deduzidas como despesas, para determinação do lucro real na medida em que atender
aos seguintes critérios:
a) em relação aos quais tenha havido a declaração de insolvência do devedor, em sentença emanada do Poder
Judiciário;
b) sem garantia, de valor:
b.1) Até R$ 5.000,00 (cinco mil reais), por operação, vencidos há mais de 6 (seis) meses, independentemente de
iniciados os procedimentos judiciais para o seu recebimento;
b.2) Acima de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), até R$ 30.000,00 (trinta mil reais), por operação, vencidos há mais de 1
(um) ano, independentemente de iniciados os procedimentos judiciais para o seu recebimento, porém, mantida a
cobrança administrativa;
b.3) Superior a R$ 30.000,00 (trinta mil reais), vencidos há mais de 1 (um) ano, desde que iniciados e mantidos os
procedimentos judiciais para o seu recebimento;
c) com garantia, vencidos há mais de 2 (dois) anos, desde que iniciados e mantidos os procedimentos judiciais para
o seu recebimento ou o arresto das garantias;
d) contra devedor declarado falido ou pessoa jurídica declarada concordatária, relativamente à parcela que exceder
o valor que esta tenha se comprometido a pagar.

INSTRUÇÃO NORMATIVA RFB Nº 1515, DE 24 DE NOVEMBRO DE 2014


(Publicado(a) no DOU de 26/11/2014, seção 1, pág. 52)
TÍTULO I - DO IMPOSTO SOBRE A RENDA DAS PESSOAS JURÍDICAS E DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE
O LUCRO LÍQUIDO

Professor Antonio Saccá 59


CAPÍTULO VII - DA TRIBUTAÇÃO COM BASE NO LUCRO REAL
Seção III - Das Perdas no Recebimento de Créditos
Subseção I - Da Dedução
Art. 24. As perdas no recebimento de créditos decorrentes das atividades da pessoa jurídica poderão ser deduzidas
como despesas, para determinação do lucro real, observado o disposto neste artigo.
§ 1º Poderão ser registrados como perda os créditos:
I em relação aos quais tenha havido a declaração de insolvência do devedor, em sentença emanada do Poder
Judiciário;
II sem garantia, de valor:
a) até R$ 5.000,00 (cinco mil reais), por operação, vencidos há mais de 6 (seis) meses, independentemente de
iniciados os procedimentos judiciais para o seu recebimento;
b) acima de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) até R$ 30.000,00 (trinta mil reais), por operação, vencidos há mais de 1
(um) ano, independentemente de iniciados os procedimentos judiciais para o seu recebimento, porém mantida a
cobrança administrativa;
c) superior a R$ 30.000,00 (trinta mil reais), vencidos há mais de 1 (um) ano, desde que iniciados e mantidos os
procedimentos judiciais para o seu recebimento;
III com garantia, vencidos há mais de 2 (dois) anos, desde que iniciados e mantidos os procedimentos judiciais para
o seu recebimento ou o arresto das garantias;
IV contra devedor declarado falido ou pessoa jurídica em concordata ou recuperação judicial, relativamente à
parcela que exceder o valor que esta tenha se comprometido a pagar, observado o disposto no § 8º.
§ 2º Para efeitos do disposto neste artigo, considera se operação a venda de bens, a prestação de serviços, a
cessão de direitos, a aplicação de recursos financeiros em operações com títulos e valores mobiliários, constante de
um único contrato, no qual esteja prevista a forma de pagamento do preço pactuado, ainda que a transação seja
realizada para pagamento em mais de 1 (uma) parcela.
§ 3º No caso de empresas mercantis, a operação será caracterizada pela emissão da fatura, mesmo que englobe
mais de 1 (uma) nota fiscal.
§ 4º Para fins de se efetuar o registro da perda, os créditos a que se refere o inciso II do § 1º serão considerados
pelo seu valor original acrescido de reajustes em virtude de contrato, inclusive juros e outros encargos pelo
financiamento da operação e de eventuais acréscimos moratórios em razão da sua não liquidação, considerados até
a data da baixa.
§ 5º No caso de contrato de crédito em que o não pagamento de 1 (uma) ou mais parcelas implique o vencimento
automático de todas as demais parcelas vincendas, os limites a que se referem as alíneas “a” e “b” do inciso II do §
1º serão considerados em relação ao total dos créditos, por operação, com o mesmo devedor.
§ 6º Para o registro de nova perda em uma mesma operação, tratando se de créditos a que se refere o inciso II do §
1º, as condições ali prescritas deverão ser observadas em relação à soma da nova perda àquelas já registradas.
§ 7º Para fins do disposto nesta Instrução Normativa, considera se crédito garantido o proveniente de vendas com
reserva de domínio, de alienação fiduciária em garantia ou de operações com outras garantias reais.
§ 8º No caso de crédito com empresa em processo falimentar, em concordata ou em recuperação judicial, a dedução
da perda será admitida a partir da data da decretação da falência ou do deferimento do processamento da
concordata ou recuperação judicial, desde que a credora tenha adotado os procedimentos judiciais necessários para
o recebimento do crédito.
§ 9º A parcela do crédito cujo compromisso de pagar não houver sido honrado pela pessoa jurídica em concordata
ou recuperação judicial, poderá, também, ser deduzida como perda, observadas as condições previstas neste artigo.
§ 10. Não será admitida a dedução de perda no recebimento de créditos com pessoa jurídica que seja controladora,
controlada, coligada ou interligada, bem como pessoa física que seja acionista controlador, sócio, titular ou
administrador da pessoa jurídica credora, ou parente até o terceiro grau dessas pessoas físicas.
§ 11. Para os contratos inadimplidos (Ato de não cumprimento das cláusulas contratuais, caracterizado
geralmente por falta de pagamento do valor mutuado ou das prestações vencidas a favor ou ao
mutuante/credor), a partir de 8 de outubro de 2014, poderão ser registrados como perda os créditos:
I em relação aos quais tenha havido a declaração de insolvência do devedor, em sentença emanada do Poder
Judiciário;
II sem garantia, de valor:
a) até R$ 15.000,00 (quinze mil reais), por operação, vencidos há mais de 6 (seis) meses, independentemente de
iniciados os procedimentos judiciais para o seu recebimento;

Professor Antonio Saccá 60


b) acima de R$ 15.000,00 (quinze mil reais) até R$ 100.000,00 (cem mil reais), por operação, vencidos há mais de 1
(um) ano, independentemente de iniciados os procedimentos judiciais para o seu recebimento, mantida a cobrança
administrativa; e
c) superior a R$ 100.000,00 (cem mil reais), vencidos há mais de 1 (um) ano, desde que iniciados e mantidos os
procedimentos judiciais para o seu recebimento;
III com garantia, vencidos há mais de 2 (dois) anos, de valor:
a) até R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), independentemente de iniciados os procedimentos judiciais para o seu
recebimento ou o arresto das garantias; e
b) superior a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), desde que iniciados e mantidos os procedimentos judiciais para o
seu recebimento ou o arresto das garantias; e
IV contra devedor declarado falido ou pessoa jurídica em concordata ou recuperação judicial, relativamente à
parcela que exceder o valor que esta tenha se comprometido a pagar, observado o disposto no § 8º.

Subseção II - Do Registro Contábil das Perdas


Art. 25. Os registros contábeis das perdas serão efetuados a débito de conta de resultado e a crédito:
I da conta que registra o crédito de que trata a alínea “a” do inciso II do § 1º e a alínea “a” do inciso II do § 11 do art.
24;
II de conta redutora do crédito, nas demais hipóteses.
§ 1º Ocorrendo a desistência da cobrança pela via judicial, antes de decorridos 5 (cinco) anos do vencimento do
crédito, a perda eventualmente registrada deverá ser estornada ou adicionada ao lucro líquido, para determinação
do lucro real correspondente ao período de apuração em que se der a desistência.
§ 2º Na hipótese prevista no § 1º, o imposto será considerado como postergado desde o período de apuração em
que tenha sido reconhecido a perda.
§ 3º Se a solução da cobrança se der em virtude de acordo homologado por sentença judicial, o valor da perda a ser
estornado ou adicionado ao lucro líquido para determinação do lucro real será igual à soma da quantia recebida com
o saldo a receber renegociado, não sendo aplicável o disposto no § 2º.
§ 4º Os valores registrados na conta redutora do crédito referida no inciso II do caput poderão ser baixados
definitivamente em contrapartida à conta que registre o crédito, a partir do período de apuração em que se completar
5 (cinco) anos do vencimento do crédito sem que o mesmo tenha sido liquidado pelo devedor.

Subseção III - Dos Encargos Financeiros de Créditos Vencidos


Art. 26. Após 2 (dois) meses do vencimento do crédito, sem que tenha havido o seu recebimento, a pessoa jurídica
credora poderá excluir do lucro líquido, para determinação do lucro real, o valor dos encargos financeiros incidentes
sobre o crédito, contabilizado como receita, auferido a partir do prazo definido neste artigo.
§ 1º Ressalvadas as hipóteses previstas nas alíneas “a” e “b” do inciso II do § 1º do art. 24, nas alíneas “a” e “b” do
inciso II do § 11 do art. 24 e na alínea “a” do inciso III do § 11 do art. 24, o disposto neste artigo somente se aplica
quando a pessoa jurídica houver tomado as providências de caráter judicial necessárias ao recebimento do crédito.
§ 2º Caso as providências de que trata o § 1º sejam tomadas após o prazo de 2 (dois) meses do vencimento do
crédito, a exclusão de que trata este artigo só abrangerá os encargos financeiros auferidos a partir da data em que
tais providências forem efetivadas.
§ 3º Os valores excluídos deverão ser adicionados no período de apuração em que, para os fins legais, se tornarem
disponíveis para a pessoa jurídica credora ou em que for reconhecida a respectiva perda.
§ 4º A partir da citação inicial para o pagamento do débito, a pessoa jurídica devedora deverá adicionar ao lucro
líquido, para determinação do lucro real, os encargos incidentes sobre o débito vencido e não pago que tenham sido
deduzidos como despesa ou custo, incorridos a partir daquela data.
§ 5º Os valores adicionados a que se refere o § 4º poderão ser excluídos do lucro líquido, para determinação do
lucro real, no período de apuração em que ocorra a quitação do débito por qualquer forma.

Subseção IV
Dos Créditos Recuperados
Art. 27. Deverá ser computado na determinação do lucro real o montante dos créditos deduzidos que tenham sido
recuperados, em qualquer época ou a qualquer título, inclusive nos casos de novação da dívida ou do arresto dos
bens recebidos em garantia real.
§ 1º Os bens recebidos a título de quitação do débito serão escriturados pelo valor do crédito ou avaliados pelo valor
definido na decisão judicial que tenha determinado sua incorporação ao patrimônio do credor.
§ 2º Para fins do disposto neste artigo, os juros vincendos poderão ser computados na determinação do lucro real à
medida que forem incorridos.
Professor Antonio Saccá 61
§ 3º Nas operações de crédito realizadas por instituições financeiras autorizadas a funcionar pelo Banco Central do
Brasil, nos casos de renegociação de dívida, o reconhecimento da receita para fins de incidência de imposto sobre a
renda ocorrerá no momento do efetivo recebimento do crédito.

Nota: a concordata foi substituída pela recuperação judicial na nova lei de falências (Lei 11.101/2005). Entretanto,
não há alterações de procedimentos para dedução dos créditos não garantidos.

Contabilização.
A ITG 1000 – Modelo Contábil para Microempresa e Empresa de Pequeno Porte, prevê que:
25. Quando houver incerteza sobre o recebimento de valor a receber de clientes, deve ser feita uma estimativa da
perda. A perda estimada com crédito de liquidação duvidosa deve ser reconhecida no resultado do período, com
redução do valor a receber de clientes por meio de conta retificadora denominada “perda estimada com créditos de
liquidação duvidosa”.

De acordo com a Lei 9.430/96 no seu Art.10º, o registro contábil das perdas será efetuado a débito de conta de
resultado e a crédito:
a) da conta que registra o crédito, quando este não tiver garantia e seu valor for de até R$ 5.000,00, por operação, e
estiver vencido há mais de seis meses, independentemente de iniciados os procedimentos judiciais para o seu
recebimento;
b) de conta redutora do crédito, nas demais hipóteses.

Nota: Os valores registrados na conta redutora do crédito poderão ser baixados definitivamente em contrapartida à
conta que registre o crédito, a partir do período de apuração em que se completarem cinco anos do vencimento do
crédito sem que o mesmo tenha sido liquidado pelo devedor (Lei 9.430/96, Art. 10, § 4º).

Exemplo:
1. Contabilização de duplicata incobrável no valor de R$ 4.000,00, sem garantia, estando vencida há mais de 6
meses:
D – Despesa com Perda por Créditos Incobráveis (RE).
C – Valores a Receber/Clientes (AC).
Valor: R$ 4.000,00.

2. Crédito de R$ 20.000,00, vencido há mais de um ano, sob cobrança administrativa, originalmente lançado na
conta de Valores a Receber/Clientes:
a) no momento do registro da perda:
D – Despesa com Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa (RE).
C – Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa (Conta retificadora de Valores a Receber/Clientes).
Valor: R$ 20.000,00.
b) após 5 anos, sem que haja cobrança do crédito:
D – Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa (Conta retificadora de Valores a Receber/Clientes).
C – Valores a Receber/Clientes (AC).
Valor: R$ 20.000,00.

Nota: As pessoas jurídicas que tenham constituído contabilmente a provisão para créditos de liquidação duvidosa,
mesmo após a vedação da legislação fiscal, deverão no período de constituição da provisão, adicionar o valor da
referida provisão ao lucro líquido do período, para apuração do lucro real.

No período em que contabilmente a provisão for revertida, ela poderá ser excluída do lucro líquido para apuração do
lucro real.
o
O registro contábil das perdas deverá ser efetuado de acordo com o disposto no art. 10 da Lei n 9.430, de 1996.

Lançamento contábil:
D – Impostos e Contribuições a Compensar/Ajuste Fiscal Temporal-CSLL Diferido (Ativo Não Circulante).
C – Provisão para a CSLL (Resultado).

Professor Antonio Saccá 62


4.1.1.3.1-“Duplicatas Descontadas”.
Uma das formas mais comuns de captação de recursos pelas sociedades é o desconto de duplicatas. Essa
operação consiste em transferir para o banco, ou outra instituição financeira, o direito de receber o valor nominal da
duplicata e em troca receber à vista o montante da duplicata menos o valor cobrado pelo banco para realizar essa
operação. O valor cobrado pelo banco para o desconto das duplicatas deve ser considerada como despesa
financeira e diferida, para apropriação ao resultado na base "pro rata temporis" com relação à data do desconto e à
data de vencimento do título.
Cabe ressaltar que o banco tem direito de regresso sobre a empresa com relação ao pagamento do título. Caso o
cliente não pague o título descontado ao banco, este cobrará da empresa o valor integral do título.
As duplicatas descontadas são apresentadas como redutora do contas a receber.

A- Aplicação da Primazia da Essência sobre a Forma:


O item 20 do Pronunciamento Técnico CPC 38 estabelece o seguinte:
Quando a entidade transfere um ativo financeiro, deve avaliar até que ponto ela retém os riscos e benefícios da
propriedade do ativo financeiro. Nesse caso:
a) se a entidade transferir todos os riscos e benefícios da propriedade do ativo financeiro, a entidade deve
“desreconhecer” o ativo financeiro e reconhecer separadamente como ativos ou passivos quaisquer direitos e
obrigações criados ou retidos com a transferência;
b) se a entidade retiver todos os riscos e benefícios da propriedade do ativo financeiro, a entidade deve continuar a
reconhecer o ativo financeiro;

A.1- Quando a empresa não transfere os riscos e benefícios do Ativo ao banco.


Assim, de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 38, quando a entidade desconta uma duplicata no banco (faz
antecipação dos valores a receber), ela somente poderá baixá-lo se transferir todos os riscos e benefícios da
propriedade desse ativo e se não mantiver envolvimento continuado com ele. Caso contrário, a entidade deve
manter os instrumentos financeiros no ativo e tratar o valo recebido como empréstimo.

Para exemplificar essa condição, vamos considerar uma operação de desconto de duplicata, onde a empresa
oferece seus recebíveis vencíveis em 30, 60, 90 dias ao banco no valor total de R$ 90.000,00, com juros bancários
de R$ 15.000,00. Com base nos dados acima, temos o seguinte lançamento contábil:

Registro do “desconto” (agora, “empréstimo”, segundo o Pronunciamento Técnico CPC 38):


D – Banco Conta Movimento (AC).
C – Empréstimos a Pagar/Duplicatas Descontadas (PC).
Valor: R$ 90.000,00

A operação de desconto veio acompanhada de cobrança de juros pelo banco. A boa prática contábil requer que a
apropriação dos encargos financeiros seja feita de acordo com o princípio da competência. Portanto, recomendo que
a apropriação dos juros seja mensal, tendo em vista que muitas empresas geram balanços e balancetes, para fins
gerenciais, todos os meses.

Este, porém, não é único motivo para se reconhecer as despesas mensalmente. Não devemos esquecer que esse
procedimento é muito importante para as empresas tributadas com base no lucro real anual, que levantam balanços
de suspensão ou redução do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro
(CSL). Dessa forma, teremos os seguintes lançamentos:

Registro dos juros a apropriar:


D – Encargos/Juros a Apropriar (Conta Redutora do PC).
C – Banco Conta Movimento (AC).
Valor: R$ 15.000,00.

Apropriação mensal dos encargos financeiros:


D – Despesas Financeiras/Juros sobre Empréstimo (RE).
C – Encargos/Juros a Apropriar (Conta Redutora do PC).
Valor: R$ 5.000,00.

Professor Antonio Saccá 63


Nota: Prazo de recebimento das duplicatas é de três meses (dados do exemplo), por isso o valor mensal da
apropriação é R$ 5.000,00.

A empresa deve contabilizar a baixa das duplicatas na data da liquidação. A empresa consegue essa informação
através dos “avisos bancários” (borderôs, francesinhas, etc.) da instituição financeira, já que é ela que recebe o valor
do cliente. Dessa forma, teremos o seguinte lançamento:

Baixa das duplicatas pelo recebimento/quitação do empréstimo por conta dos avisos bancários:
D – Empréstimos a Pagar/Desconto de Duplicatas (PC).
C – Valores a Receber/Clientes (AC).
Valor: R$ 30.000,00.

Nota: Caso a duplicata não seja paga pelo cliente, o banco devolverá o título à empresa. Em geral, o contrato de
desconto/empréstimo prevê que o valor não recebido seja debitado da conta-corrente da empresa.

Assim, caso alguma duplicata não seja paga no vencimento, o Banco devolverá o título à empresa, procedendo ao
débito em sua conta-corrente do valor correspondente ao título não pago.

Débito na conta-corrente da duplicata não paga:


D – Empréstimos a Pagar/Desconto de Duplicatas (PC).
C – Banco Conta Movimento (AC).
Valor: R$ 30.000,00.

Nota: A parcela de juros descontadas na operação não é devolvida à empresa.

A.2- Quando a empresa transfere os riscos e benefícios do Ativo ao banco.


Considerando o mesmo exemplo, vamos supor que a empresa transfira todos os riscos e benefícios do ativo à
instituição financeira.

Naturalmente, nesse tipo de operação, os juros cobrados são maiores, já que a responsabilidade é do banco. Vamos
admitir que os juros cobrados fossem de R$ 24.000,00.

Atente que, nesse caso, não existe a figura do empréstimo. A empresa entregou definitivamente o título ao banco.
Em atendimento ao Pronunciamento Técnico CPC 38 (letra “a” do item 20), a empresa deve “desreconhecer” o ativo
financeiro e reconhecer separadamente como passivo qualquer obrigação criada ou retida com a transferência.

Portanto, a empresa deve baixar imediatamente as duplicatas e, simultaneamente, reconhecer como despesa o
valor dos juros cobrados.

Desse modo, teremos os seguintes registros contábeis:

Reconhecimento da “venda” das duplicatas:


D – Banco Conta Movimento (AC).
C – Valores a Receber/Clientes (AC).
Valor: R$ 90.000,00.

Reconhecimento dos encargos financeiros:


D – Despesas Financeiras/Juros (RE).
C – Banco Conta Movimento (AC) ou Juros a Pagar (PC).
Valor: R$ 24.000,00.

Professor Antonio Saccá 64


Fonte contábil:
NBC TG 38 – Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração, aprovado pela Resolução CFC 1.196/09
NBC TG 39 – Instrumentos Financeiros: Apresentação, aprovada pela Resolução CFC 1.197/09.
NBC TG 40 – Instrumentos Financeiros: Evidenciação, aprovada pela Resolução CFC 1.198/09.

4.1.1.4- Estoque.
Deve estar conferindo obrigatoriamente com o total da posição do Inventário a cada trimestre (Lucro Real
Trimestral) ou anual do balanço, Lucro Presumido e Simples Nacional). Se e a empresa apura o Imposto de
Renda anual (Lucro Real Anual) com suspensão ou redução, mês a mês deve manter um relatório de estoque não
sendo necessário o registro no Livro de Inventário. O Contabilista deve atentar para o preço unitário de cada
mercadoria ou produto, podendo avaliar as mercadorias compradas para revenda, menos os tributos recuperáveis,
pelo Custo Médio Ponderado Móvel ou Fixo ou o PEPS – Primeiro a Entrar é o Primeiro a Sair. No caso de
fabricação de produtos a matéria-prima pode ser avaliada considerando o preço de aquisição menos os tributos
recuperáveis, pelo Custo Médio Ponderado Móvel ou Fixo ou o PEPS – Primeiro a Entrar é o Primeiro a Sair.

Quando a empresa não se utiliza da contabilidade de custos integrada e coordenada com o restante da
escrituração, deve-se arbitrar o estoque avaliando nos seguintes critérios, conforme o art. 296 do RIR/1999:
I - Produtos em elaboração:
a) por uma vez e meia (150%) o maior custo das matérias-primas adquiridas no período-base (sem ICMS/IPI quando
recuperáveis); ou
b) 80% (oitenta por cento) do valor dos produtos acabados, determinado segundo o critério do item II;
II - Produtos acabados:
- 70% (setenta por cento) do maior preço de venda do período-base, sem inclusão do IPI, mas com ICMS incluso
(Parecer Normativo CST nº 14/1981).

Nota: O arbitramento pode apresentar distorções na apuração do resultado, uma vez que a percentagem de 70% é
bastante elevado e, nesse caso, supervaloriza o estoque de materiais em processamento e de produtos acabados
no encerramento do período-base. Essa supervalorização, em algumas situações, poderá fazer com que o custo dos
produtos vendidos apresente-se negativo. É comum o custo dos produtos vendidos apresentar valor negativo
quando existir grande quantidade de estoque de produtos acabados em decorrência de vendas reduzidas. Neste
caso, o custo dos produtos vendidos deverá ser considerado igual à zero.

A NBC TG 16 – Estoque prevê que:


O custo dos estoques deve compreender todos os custos de aquisição, transformação e outros custos incorridos
para trazer os estoques ao seu local e condição de consumo ou venda.

O custo dos estoques deve ser calculado considerando os custos individuais dos itens, sempre que possível. Caso
não seja possível, o custo dos estoques deve ser calculado por meio do uso do método “Primeiro que Entra,
Primeiro que Sai” (PEPS) ou o método do custo médio ponderado. A escolha entre o PEPS e o custo médio
ponderado é uma política contábil definida pela entidade e, portanto, esta deve ser aplicada consistentemente entre
os períodos.

Os estoques devem ser mensurados pelo menor valor entre o custo e o valor realizável líquido. Para
estoques de produtos acabados, o valor realizável líquido corresponde ao valor estimado do preço de venda no
curso normal dos negócios menos as despesas necessárias estimadas para a realização da venda. Para estoques
Professor Antonio Saccá 65
de produtos em elaboração, o valor realizável líquido corresponde ao valor estimado do preço de venda no curso
normal dos negócios menos os custos estimados para o término de sua produção e as despesas necessárias
estimadas para realização da venda.

O inciso II do art. 183 da Lei 6.404/76, também determina que o valor dos estoques seja deduzido de provisão para
ajustá-lo ao valor de mercado.
Porem, desde 1°.01.96, a despesa com a constituição dessa provisão é indedutível tanto para fins de determinação
do lucro real como das base cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (inciso IV do art. 298, do RIR/99).

Exemplo:
A companhia Vende Tudo S/A apura o custo por produto através do “Custo Médio Ponderado Móvel”.
Em 31/12/2012, a companhia apresentava os seguintes itens em seu estoque:
Produto Quantidade Estoque por Custo médio Preço de Venda (R$)
Unitário (R$) Total (R$)
Sofás 100 unidades 1.000,00 100.000,00 1.200,00
Mesa de jantar 200 unidades 500,00 100.000,00 700,00
Camas 300 unidades 1.500,00 450.000,00 1.650,00
Armários 400 unidades 750,00 300.000,00 900,00
Poltronas 500 unidades 250,00 125.000,00 400,00
Total do Estoque................................................................... 1.075.000,00

Informações adicionais:
a) Na composição do preço de venda inclui-se 18% de ICMS.
b) A companhia pratica o frete CIF de 2% sobre o preço de venda, sem impostos.
c) A companhia paga 3% de comissão aos vendedores sobre o preço de venda.
d) A companhia paga 1% de armazenamento a terceiros sobre o custo da mercadoria.

Solução:
1) Memória de cálculo dos Sofás:
Parte 1.1:
Preço de Venda-------------R$ 1.200,00.
ICMS = (R$ 1.200,00 x 18%) = R$ 216,00.
Frete = (R$ 1.200,00 – R$ 216,00) = R$ 984,00 x 2% = R$ 19,68.
Comissão = (R$ 1.200,00 * 3%) = R$ 36,00.
Custo de Armazenamento = (R$ 1.000,00 * 1%) = R$ 10,00.
Gasto total unitário -------------R$ 281,68.
Valor realizável líquido unitário = R$ 1.200,00 – R$ 281,68 = R$ 918,32.

Parte 1.2:
Quantidade = 100 unidades.
Custo médio por unidade = R$ 1.000,00.
Custo total = R$ 100.000,00.
Valor realizável por unidade = R$ 918,32.
Valor de provisão unitário = R$ 918,32 – R$ 1.000,00 = R$ 81,68.
Valor de provisão total = R$ 81,68 x 100 unidades = R$ 8.168,00.

2) Memória de cálculo das Mesas de jantar:


Parte 2.1:
Preço de Venda ----------------- R$ 700,00.
ICMS = (R$ 700,00 x 18%) = R$ 126,00.
Frete = (R$ 700,00 – R$ 126,00) = R$ 574,00 x 2% = R$ 11,48.
Comissão = (R$ 700,00 * 3%) = R$ 21,00.
Custo de Armazenamento= (500,00 * 1%) = R$ 5,00.
Gasto total unitário -------------R$ 163,48.
Valor realizável líquido unitário = R$ 700,00 – R$ 163,48 = R$ 536,52.

Professor Antonio Saccá 66


Parte 2.2:
Quantidade = 200 unidades.
Custo médio por unidade = R$ 500,00.
Custo total = R$ 100.000,00.
Valor realizável por unidade = R$ 536,32.
Valor de provisão unitário = R$ 536,52 – R$ 500,00 = - R$ 36,52.
Valor de provisão total = R$ 0,00.

3) Memória de cálculo das Camas:


Parte 3.1:
Preço de Venda = R$ 1.650,00.
ICMS = (R$ 1.650,00 x 18)% = R$ 297,00.
Frete = (R$ 1.650,00 – R$ 297,00) = R$ 1.353,00 x 2% = R$ 27,06.
Comissão = (R$ 1.650,00 * 3%) = R$ 49,50.
Custo de Armazenamento = (R$ 1.500,00 * 1%) = R$ 15,00.
Gasto total unitário -------------R$ 388,56.
Valor realizável líquido unitário = R$ 1.650,00 – R$ 388,56 = R$ 1.261,44.

Parte 3.2:
Quantidade = 300 unidades.
Custo médio por unidade = R$ 1.500,00.
Custo total = R$ 450.000,00.
Valor realizável por unidade = R$ 1.261,44.
Valor de provisão unitário = R$ 1.261,44 – R$ 1.500,00 = R$ 238,56.
Valor de provisão total = R$ 238,56 x 300 unidades = R$ 71.568,00.

4) Memória de cálculo dos Armários:


Parte 4.1:
Preço de Venda = R$ 900,00.
ICMS = R$ 900,00 x 18% = R$ 162,00.
Frete = (R$ 900,00 – R$162,00) = R$ 738,00 x 2% = R$ 14,76.
Comissão = (R$ 900,00 * 3%) = R$ 27,00.
Custo de Armazenamento = (R$ 750,00 * 1%) = R$ 7,50.
Gasto total unitário-----------R$ 211,26.
Valor realizável líquido unitário = R$ 900,00 – R$ 211,26 = R$ 688,74.

Parte 4.2:
Quantidade = 400 unidades.
Custo médio por unidade = R$ 750,00.
Custo total = R$ 300.000,00.
Valor realizável por unidade = R$ 688,74.
Valor de provisão unitário = R$ 688,74 – R$ 750,00 = R$ 61,26.
Valor de provisão total = R$ 61,26 x 400 unidades = R$ 24.504,00.

5) Memória de cálculo das Poltronas:


Parte 5.1:
Preço de Venda = R$ 400,00.
ICMS = (R$ 400,00 x 18%) = R$ 72,00.
Frete = (R$ 400,00 – R$ 72,00) = R$ 328,00 x 2% = R$ 6,56.
Comissão = (R$ 400,00 * 3%) = R$ 12,00.
Custo de Armazenamento = (R$ 250,00 * 1%) = R$ 2,50.
Gasto total unitário------------R$ 93,06.
Valor realizável líquido unitário = R$ 400,00 – R$ 93,06 = R$ 306,94

Parte 5.2:
Quantidade = 500 unidades.
Custo médio por unidade = R$ 250,00.
Professor Antonio Saccá 67
Custo total = R$ 125.000,00.
Valor realizável por unidade = R$ 306,94.
Valor realizável líquido total = 500 unidades x R$ 306,94 = R$ 153.470,00.
Valor de provisão unitário = R$ 306,94 – R$ 250,00 = - R$ 56,94.
Valor de Provisão total = R$ 0,00.

Total da provisão para o valor de realização = (R$ 8.168,00 + 71.568,00 + 24.504,00) = R$ 104.240,00.

Contabilização:
D – Outras Despesas Operacionais/Perda com Desvalorização de Estoque (RE).
C – (-) Provisão para Desvalorização do Estoque (AC).
Valor: R$ 104.240,00.

Nota: As quebras e perdas conhecidas em estoques ou calculadas por estimativa, relativas a estoques obsoletos
ou que se perdem ou evaporam no processo produtivo, podem ser ajustadas mediante a constituição da provisão
para perdas em estoques, classificada como redutora do subgrupo estoques, tendo como contrapartida uma conta
de despesa no resultado, não dedutível para efeitos fiscais.
o
O registro contábil das perdas deverá ser efetuado de acordo com o disposto no art. 10 da Lei n 9.430, de 1996.
Lançamento contábil:
D – Impostos e Contribuições a Compensar/Ajuste Fiscal Temporal-IRPJ/CSLL Diferido (ANC).
C – Provisão para a IRPJ/CSLL (RE).

Fonte contábil:
NBC TG 16 – Estoque, aprovada pela Resolução CFC 1.170/09.
NBC TG 32 – Tributos sobre Lucro, aprovado pela Resolução CFC 1.189/09.

4.1.1.5- Impostos a Recuperar/Compensar.


Registra a movimentação de compensação e o registro de impostos recuperáveis (ICMS, IPI, PIS, COFINS, IRF e
outros), bem como atualização destes valores, quando cabível.

A- Lucro Real - Estimava Mensal. Quando a empresa opta por pagar o IRPJ e CSLL de forma estimada, mensal,
os pagamentos do IRPJ respectivo não devem ser debitados em conta de resultado, mas sim em conta de ativo
circulante, já que na apuração do balanço anual se fará a compensação das parcelas pagas com o IRPJ apurado.
Entretanto, é saudável, para fins de análise contábil, que se faça a contabilização da provisão mensal do IRPJ e da
CSLL devidos, com base no balancete. Este valor ficará registrado no passivo, sem a transferência do saldo já pago
por estimativa.

Exemplo de lançamento contábil:


D – IRPJ Pago por Estimativa (AC).
C – Bancos Conta Movimento (AC).

D – CSLL Pago por Estimativa (AC).


C – Bancos Conta Movimento (AC).

D – Provisão para o Imposto de Renda (RE).


C – IRPJ a Pagar (PC).

D – Provisão para a CSLL (RE).


C – CSLL a Pagar (PC).

Encerramento do Exercício.
No final do exercício, apuram-se os valores devidos no balanço a título de IRPJ e CSLL, contabilizando-os em conta
do passivo e transferem-se os saldos das contas de IRPJ por Estimativa e CSLL por Estimativa para tais contas.

Se houver prejuízo fiscal, os saldos são transferidos para “IRPJ a Compensar” e “CSLL a Compensar”.
Professor Antonio Saccá 68
Se o montante pago a título de estimativa for superior ao devido, transfere-se somente o valor suficiente para
compensar o IRPJ e CSLL devidos, e o saldo do IRPJ e CSLL por estimativa serão transferidos para “IRPJ a
Compensar” e “CSLL a Compensar”.

Exemplo de lançamento contábil:


1) Transferência do IRPJ pago por estimativa á conta de IRPJ a Pagar:
D – IRPJ a Pagar (PC).
C – IRPJ Pago por Estimativa (AC).

2) Transferência da CSLL paga por estimativa á conta de CSLL a Pagar:


D – CSLL a Pagar (PC).
C – CSLL Pago por Estimativa (AC).

B- Impostos a Compensar – Ajustes Fiscais Temporários/Diferidos. A maioria dos ativos e passivos fiscais
diferidos surge da inclusão de receita ou despesa no lucro contábil, em um exercício diferente daquele em que é
tributável ou dedutível, devendo a contrapartida desse diferimento ser reconhecida na Demonstração do Resultado
do Exercício (DRE).
É fato que o valor contábil dos ativos e passivos fiscais diferidos pode mudar, mesmo que não se altere o valor das
diferenças temporárias correlatas.
Isso pode ocorrer como resultado de:
a) mudanças nas alíquotas ou na legislação fiscal;
b) reconsideração da possibilidade de recuperação do ativo fiscal diferido;
c) mudança na maneira pela qual se espera recuperar um ativo.
No balanço patrimonial, o ativo e o passivo fiscais correntes e o ativo e o passivo fiscais diferidos devem ser
classificados separadamente de outros ativos e passivos.
O ativo e o passivo fiscais correntes devem ser classificados no grupo Circulante.
Já o ativo ou o passivo fiscal diferido deve ser classificado destacadamente no Realizável a Longo Prazo ou no
Passivo Não Circulante, e transferido para o Circulante no momento apropriado, mas sempre identificando tratar-se
de item fiscal diferido.

Exemplos de operações que registradas pela contabilidade e ajustadas na apuração do Lucro Fiscal no LALUR e
tratadas como “Ajustes Fiscais Temporais”:
- Provisão para Credito de Liquidação Duvidosa;
- Provisão para Desvalorização do Estoque;
- Provisão para Desvalorização do Imobilizado;
- Provisão para o Ajuste a Valor Presente.

Observação: Estas operações, uma vez ocorrendo, devem registradas e controladas na Parte “B” do LALUR.
Exemplo do lançamento contábil:
1) Pela provisão do valor do IRPJ/CSLL a Pagar:
D – Provisão para o Imposto de Renda (RE).
C – IRPJ a Pagar (PC)

D – Provisão para a CSLL (RE).


C – CSLL a Pagar (PC).

2) Pelo registro do valor dos Tributos (IRPJ/CSLL) incidente sobre os valores adicionados ao Lucro Liquido
no LALUR na condição de “Ajustes Fiscais Temporais“:
D – Impostos e Contribuições a Compensar/Ajuste Fiscal Temporal-IRPJ Diferido (ANC).
C – Provisão para o Imposto de Renda (RE).

D – Impostos e Contribuições a Compensar/Ajuste Fiscal Temporal-CSLL Diferido (ANC).


C – Provisão para a CSLL (RE).
Fonte contábil: NBC TG 32 – Tributos sobre Lucro, aprovado pela Resolução CFC 1.189/09.
Professor Antonio Saccá 69
4.1.1.6- Adiantamentos a Terceiros, tais como:
a) Salários a empregados.
b) Férias, 13º Salário.
c) RCT (Recisão do Contrato de Trabalho).
d) Fornecedores (*).

Aspecto a destacar:
(*) Escrituração contabil pela aplicação do conceito da Primazia da Essência sobre a Forma:
Talvez a mais importante de todas as características contábeis é valorizar a essência de cada operação ao invés do
que está descrito em um documento, nota fiscal ou contrato.

Para que a informação represente adequadamente as transações e outros eventos que ela se propõe a representar,
é necessário que sejam contabilizados e apresentados de acordo com a sua substância e realidade econômica, e
não meramente sua forma legal.

A nova legislação contábil ascendeu uma luz que antes era pouco percebida ou exigida na escrituração contábil
brasileira, visando unicamente fornecer dados mais reais através das demonstrações financeiras agilizando e
facilitando o processo decisório pelos usuários da informação.

4.1.1.7- Despesas Antecipadas: São as aplicações em gastos que tenham realização no curso do período
subsequente à data do balanço patrimonial, tais como:
a) Seguro.
b) IPVA, IPTU.
c) Assinatura de periódicos.
d) Vale transporte.
e) Alvará de Licença.
f) e outros.

Aspectos a destacar:
As despesas antecipadas são aquelas pagas ou devidas com antecedência, mas referindo-se a períodos de
competência subsequentes.
As despesas do exercício seguinte serão apresentadas no balanço pelas importâncias aplicadas, diminuídas das
apropriações efetuadas no período, de forma a obedecer ao regime de competência.
A apropriação das despesas relacionadas neste grupo deve ser feita ao resultado do período a que corresponderem
e não ao período em que foram pagas, mediante controles auxiliares, com as informações relativas aos valores
pagos e às parcelas a serem apropriadas.
A Resolução 750/1993 do CFC, no seu art. 9º diz: "as receitas e despesas devem ser incluídas na apuração do
resultado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente
de recebimento ou pagamento" – Principio da Competência.

4.1.1.8- Outros Créditos: São os títulos de crédito, quaisquer valores mobiliários e os outros direitos, que não estão
relacionados com a atividade fim da entidade, tais como:
a) Títulos a Receber (Venda do Imobilizado).
b) Empréstimos a terceiros (Mutuo).
c) E outros.

Aspectos a Destacar:
Os elementos da mesma natureza e os pequenos saldos serão agrupados, desde que seja indicada a sua natureza
e nunca ultrapassem, no total, um décimo do valor do respectivo grupo de contas, sendo vedada a utilização de
títulos genéricos como "diversas contas” ou "conta-correntes".

Professor Antonio Saccá 70


4.1.1.9- Realizável a Longo Prazo.
Ativo realizável a longo prazo é qualquer conjunto de bens direitos que irão realizar-se em mais do que um
ano contábil, ou seja, 360 dias contados do ultimo dia do exercício social da data de publicação do balanço a que faz
parte.
Exemplos clássicos são: a) os Impostos a Recuperar; b) os Contratos de Mútuo valor (com os sócios); c) Os
empréstimos a sócios ou diretores, pois são certos direitos a receber que, mesmo pressupondo recebimento a Curto
Prazo, devem ser classificados no Realizável a Longo Prazo, aplicando-se o Principio da Prudência na medida em
que a empresa não vai acionar seu diretor se este não pagar na data combinada.

Serão, portanto, classificadas contas da mesma natureza das do ativo circulante, porém realizáveis após o término
do exercício seguinte, assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas
ou controladas, diretores, acionistas ou participantes no lucro, que não constituíram negócios usuais na exploração
do objeto da companhia.

A NBC TG 12- Ajuste a Valor Presente, prevê que:


Par. 09 - Ativos e passivos monetários com juros implícitos ou explícitos embutidos devem ser mensurados pelo
seu valor presente quando do seu reconhecimento inicial, por ser este o valor de custo original dentro da filosofia
de valor justo (fair value).
Par. 21 - Os elementos integrantes do ativo e do passivo decorrentes de operações de longo prazo, ou de curto
prazo quando houver efeito relevante, devem ser ajustados a valor presente com base em taxas de desconto que
reflitam as melhores avaliações do mercado quanto ao valor do dinheiro no tempo e os riscos específicos do ativo
e do passivo em suas datas originais.
Par. 22 - A quantificação do ajuste a valor presente deve ser realizada em base exponencial "pro rata die", a partir
da origem de cada transação, sendo os seus efeitos apropriados nas contas a que se vinculam.

Par. 23 - As reversões dos ajustes a valor presente dos ativos e passivos monetários qualificáveis devem
ser apropriadas como receitas ou despesas financeiras, a não ser que a entidade possa devidamente fundamentar
que o financiamento feito a seus clientes faça parte de suas atividades operacionais, quando então as reversões
serão apropriadas como receita operacional.

Esse é o caso, por exemplo, quando a entidade opera em dois segmentos distintos: (i) venda de produtos e
serviços e (ii) financiamento das vendas a prazo, e desde que sejam relevantes esse ajuste e os efeitos de sua
evidenciação.

A NBC TG 12 – Ajuste a Valor Presente, no entanto, não enumerou os ativos e passivos alcançados, o que coube
nesse caso ao Pronunciamento Técnico CPC 13 – Adoção Inicial da Lei Nº 11.638/07 e da Medida Provisória nº
449/08, posteriormente transformada na Lei 11.941/09, foi abordar o critério dos itens patrimoniais, orientando que
os elementos do ativo e do passivo decorrentes de operações de longo prazo, ou mesmo de curto prazo, quando
houver efeitos relevantes, devem ser ajustados a valor presente, tomando-se por base a data de origem da
transação (CPC, 2008).

Ajustados a valor presente Não ajustados a valor presente


1) Operação de vendas a clientes e compras de
fornecedores em prazos superiores ao ciclo 1) Impostos diferidos.
operacional da empresa.
2) Operações de venda a clientes e compras de fornecedores em
2) Operações de parcelamento de impostos com prazos condizentes com o ciclo operacional da empresa.
parcelas prefixadas. 3) Saldos credores de impostos, disponíveis para imediata
3) Contingências passivas com liquidação em data compensação mesmo que a realização seja prevista par a data futura
futura. (Ex.IR, IRPJ, CSLL, PIS, COFINS, ICMS).
4) Operações de parcelamento de impostos cujas parcelas sejam
atualizadas em SELIC.
5) REFIS e outros parcelamentos com liquidação atrelada a
faturamento futuro.

Professor Antonio Saccá 71


6) Financiamentos com o BNDES a taxas inferiores das praticadas
por outros bancos em outras modalidades de empréstimos.
7) Operações de mútuos entre empresas ligadas.

Exemplo de cálculo: Direito a Receber (Ativo).


A sociedade efetuou uma venda a prazo em 10.4.2014, no valor de $ 10.000,00 com vencimento da duplicata para
10.4.2015:
- Considerando uma taxa de juros 10% aa (juros simples), convertendo em taxa diária = 0,03 ad.
- Vencimento da duplicata em 1 ano = 365 dias.

Calculadora HP em 10/04/2014:
a) 10.000,00 (Enter) = FV
b) 365 dias = n (10/04/2014 a 10/04/2015).
c) 0,03% ad. = i (10%/365).
d) PV = R$ 8.962,97 = arredondando para R$ 8.963,00.
O valor presente dessa duplicata em 10.04.2014 = R$ 8.963,00.

Calculadora HP em 30/04/2014:
a) 10.000,00 (Enter) = FV
b) 345 dias = n (30/04/2014 a 10/04/2015).
c) 0,03% ad. = i (10%/365)
d) PV = 9.016,90 = arredondando para R$ 9.017,00
O Valor presente dessa duplicata em 30.04.2014 = R$ 9.017,00.
Lançamentos contábeis:
1) Em 10.4.2014 – Registro da venda a prazo, com emissão de nota fiscal e de duplicata.
D – Cliente (AC).
C – Receita com Venda (RE).
Valor: R$ 10.000,00.

2) Em 10.4.2014 – Registro de ajuste a valor presente (R$ 10.000,00 – R$ 8.963,00 = R$ 1.037,00)


D – (-) Provisão para Ajuste a Valor Presente (Conta redutora do AC).
C – (-) Ajuste a Valor Presente (Resultado - Conta redutora da Receita Bruta).
Valor: R$ 1.037,00.

3) Em 30.4.2014 – Ajuste da provisão no encerramento do mês de abril de 2012 (R$ 8.963,00 - R$ 9.017,00 = R$
54,00).
D – Receita Financeira/AVP (RE).
C – (-) Provisão para Ajuste a Valor Presente (Conta redutora do AC).
Valor: R$ 54,00.

Fonte contábil: NBC TG 12 – Ajuste a Valor Presente, aprovada pela Resolução CFC 1.151/09.

4.1.1.10- Investimentos em Coligadas ou Controladas.


Se houver investimentos em coligadas ou controladas verificar se estão avaliados pelo método da equivalência
patrimonial e quando estiverem solicitar balanço a essas empresas para efetuar os lançamentos contábeis,
lembrando que sobre o resultado positivo da equivalência patrimonial não incide tributação (IRPJ, CSSL, PIS,
COFINS) e no caso de resultado negativo são indedutíveis para fins de IRPJ e CSSL.

Estão obrigadas a proceder à avaliação de investimentos pelo valor de patrimônio líquido as sociedades anônimas
ou não que tenham participações societárias relevantes em:
a) sociedades controladas;
b) sociedades coligadas sobre cuja administração a sociedade investidora tenha influência;
c) sociedades coligadas de que a sociedade investidora participe com 20% (vinte por cento) ou mais do capital
social.

Professor Antonio Saccá 72


Por força da Lei 11.638/2007, a partir de 01.01.2008, a obrigatoriedade de avaliar pelo “Método da Equivalência
Patrimonial” atinge os investimentos em coligadas sobre cuja administração tenha influência significativa, ou de que
participe com 20% (vinte por cento) ou mais do capital votante, em controladas e em outras sociedades que façam
parte de um mesmo grupo ou estejam sob controle comum.

O termo "sobre cuja administração tenha influência" pode ser entendido da seguinte forma:
a) a empresa investidora tem só 15% do capital, mas é ela quem fornece a tecnologia de produção e designa o
diretor industrial ou o responsável pela área de produção;
b) a investidora tem só 15% de participação, mas é a responsável pela administração e finanças, sendo a área de
produção de responsabilidade dos outros acionistas.

Exemplo de cálculo (1): Controlada.


A empresa “Alfa” comprou a vista em 02/01/2013 60% do capital social de “Beta” pelo valor de R$ 6.750.000,00 A
empresa “Beta” tinha nessa data Patrimônio Liquido a Valor Justo de R$ 11.250.000,00 e apurou um lucro de R$
200.000,00 no exercício de 2013, declarando lucros distribuídos de R$ 100.000,00 nesta mesma data.

Lançamentos contábeis:
1) Em 02/01/2013 – Registro pelo investimento da empresa Alfa:
D – Investimento/Participação em Outras Empresas/Beta (ANC).
C – Banco Conta Movimento (AC).
Valor: R$ 6.750.000,00.

2) Em 31/12/2013 – Registro pela atualização do Investimento pelo MEP – Método de Equivalência Patrimonial (R$
200.000,00 x 60% = R$ 120.000,00).
D – Investimento/Participação em Outras Empresas/Ganho com Equivalência Patrimonial/Beta (ANC).
C – Outras Receitas Operacionais/Receita de Equivalência Patrimonial (RE).
Valor: R$ 120.000,00.

3) 31.12.2013 – Pelos lucros distribuídos (R$ 100.000,00 x 60% = R$ 60.000,00).


D – Lucros a Receber (AC).
C – Investimento/Participação em Outras Empresas/Ganho com Equivalência Patrimonial/Beta (ANC).
Valor: R$ 60.000,00.

A ITG 09 – Demonstrações Contábeis Individuais, Demonstrações Separadas, Demonstrações Consolidadas


e Aplicação do Método de Equivalência Patrimonial, prevê que na aplicação da equivalência patrimonial sobre
coligada, controlada ou controlada em conjunto, o resultado da equivalência patrimonial deve, basicamente,
representar a parcela da investidora no resultado líquido da investida. A equivalência patrimonial sobre os outros
resultados abrangentes da investida deve ser reconhecida, na investidora, também diretamente contra seu
patrimônio líquido, como parte dos outros resultados abrangentes da investidora.

61. Dessa forma, não transitam pelo resultado da investidora como resultado da equivalência patrimonial as
mutações do patrimônio líquido da investida que não transitam ou só transitarão futuramente pelo resultado da
investida, tais como:
a) Ajustes por variação cambial de investimentos no exterior e ganhos ou perdas de conversão (NBC TG 02 –
Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio e Conversão das Demonstrações Contábeis);
b) Determinados ganhos e perdas atuariais (NBC TG 33 – Benefícios a Empregados);
c) Variações no valor justo de ativos financeiros disponíveis para venda (Comunicado Técnico CTG 03 –
Instrumentos Financeiros: Reconhecimento, Mensuração e Evidenciação e NBC TG 38 – Instrumentos Financeiros:
Reconhecimento e Mensuração) – Ajuste de Avaliação Patrimonial;
d) Variações ao valor justo de instrumentos de hedge em contabilidade de hedge (NBC TG 38);
e) Realizações de reservas de reavaliação (NBC TG 27 – Ativo Imobilizado), etc.

Professor Antonio Saccá 73


Exemplo de cálculo (2): Controlada.
A empresa “Azul” tem 80% do capital social de “Gol” e o investimento é avaliado pelo MEP – Método de
Equivalência Patrimonial. Em 2013 o Patrimônio Líquido da empresa “Gol” teve a seguinte mutações:
a) Saldo no inicio do ano: R$ 100.000,00
b) Ajuste a Valor Justo de instrumentos financeiros disponíveis para venda, liquido dos efeitos tributários (Ajuste de
Avaliação Patrimonial): R$ 5.000,00.
c) Lucro Líquido do Exercício: 15.000,00.
d) Lucros Distribuídos: R$ 3.500,00
e) Saldo no final do ano: R$ 116.500,00

Lançamentos contábeis:
1) Em 31/12/2013 – Registro pela atualização do Investimento pelo MEP – Método de Equivalência Patrimonial.
D – Investimento/Participação em Outras Empresas/Ganho com Equivalência Patrimonial/Beta (Ativo Não
Circulante) – Valor: R$ 13.200,00 ((R$ 5.000,00 + R$ 15.000,00 + R$ 3.500,00)x80%).
C – Outros Resultados Abrangentes/Equivalência Patrimonial (PL) – (R$ 5.000,00 x 80%)
Valor: R$ 4.000,00.
C – Outras Receitas Operacionais/Receita de Equivalência Patrimonial (RE) – (R$ 15.000,00 x 80%)
Valor: R$ 12.000,00
D – Lucros a Receber (AC) – (R$ 3.500,00 x 80%) Valor: R$ 2.800,00

Fonte contábil:
NBC TG 18 – Investimento em Coligada, em Controlada e em Empreendimento Controlado em Conjunto, aprovada pela
Resolução CFC 1.241/09.
ITG 09 – Demonstração Contabeis Individuais, Demonstrações Separadas, Demonstrações Consolidadas e Aplicação do
Método de Equivalência Patrimonial, aprovada pela Resolução CFC 1.262/09.
ICPC 09 (R1)– Interpretação Técnica - Demonstração Contabeis Individuais, Demonstrações Separadas, Demonstrações
Consolidadas e Aplicação do Método de Equivalência Patrimonial.

4.1.1.11- Imobilizado e Intangível.


As contas devem estar de acordo com os controles patrimoniais da empresa, caso não existam o Contabilista
deverá manter planilha comprovando as despesas de depreciação e amortização contabilizadas, bem como,
através de visualização do Razão Contábil verificar se estão corretos os lançamentos de aquisição do imobilizado
e se nas vendas foram baixadas as depreciações e o custo contábil dos bens
vendidos.

A – Imobilizado:
A NBC TG 27 – Imobilizado, prevê que um item do ativo imobilizado deve ser inicialmente mensurado pelo seu
custo. O custo do ativo imobilizado compreende o seu preço de aquisição, incluindo impostos de importação e
tributos não recuperáveis, além de quaisquer gastos incorridos diretamente atribuíveis ao esforço de trazê-lo para
sua condição de operação. Quaisquer descontos ou abatimentos sobre o valor de aquisição devem ser deduzidos do
custo do imobilizado.

O valor depreciável (custo menos valor residual) do ativo imobilizado deve ser alocado ao resultado do período de
uso, de modo uniforme ao longo de sua vida útil. É recomendável a adoção do método linear para calculo da
depreciação do imobilizado, por ser o método mais simples.

Se um item do ativo imobilizado apresentar evidências de desvalorização, passando a ser improvável que gerará
benefícios econômicos futuros ao longo de sua vida útil, o seu valor contábil deve ser reduzido ao valor recuperável,
mediante o reconhecimento de perda por desvalorização ou por não recuperabilidade (impariment). São exemplos
de indicadores da redução do valor recuperável, que requerem o reconhecimento de perda por desvalorização ou
por não recuperabilidade:
a) declínio significativo no valor de mercado;
b) obsolescência;
c) quebra.
Terreno geralmente possui vida útil indefinida e, portanto, não deve ser depreciado. Edificação possui vida útil
limitada e, portanto, deve ser depreciado.
Professor Antonio Saccá 74
Exemplo:
De acordo com as normas de contabilidade, qual o valor a ser registrado no ativo imobilizado, após a feitura do teste
de recuperabilidade, sabendo que:
a) Uma empresa possui uma máquina avaliada em R$ 400.000,00 com depreciação acumulada de R$ 200.000,00.
b) Sabe-se que, se a empresa vender este bem por R$ 320.000,00 (preço justo) terá um custo de venda de
R$ 140.000,00.
c) Caso a empresa não vendesse o imobilizado e continuasse utilizando-o no processo produtivo, seria capaz de
produzir 10.000 unidades anuais.
Informações complementares:
a) O preço de venda do produto R$ 100,00 por unidade.
b) Os gastos médios incorridos na produção e venda de uma unidade do produto é R$ 85,00.

Resolução do caso:
1º Passo - Estabelecer o valor contábil do bem:
Bem (Custo histórico) = R$ 400.000,00.
Depreciação Acumulada = R$ 200.000,00.
Valor contábil (Custo corrigido) = R$ 200.000,00.

2º Passo - Calcular o valor recuperável:


a) pela venda:
Valor bruto da venda = R$ 320.000,00.
(-) Custo total pela venda = R$ 140.000,00.
(=) Valor recuperável pela venda = R$ 180.000,00.
b) pelo uso:
Receita de produção = 10.000 unidades x R$ 100,00 =R$ 1.000.000,00.
(-) Custo de produção = 10.000 unidades x R$ 85,00 = R$ 850.000,00.
(=) Valor do fluxo de caixa futuro líquido = R$ 150.000,00.

3º Passo - Efetuar o teste de recuperabilidade


a) Valor contábil do bem (custo histórico) = R$ 400.000,00.
b) Valor Depreciação Acumulada = R$ 200.000,00.
c) (a-b) Total do bem depreciado (Custo corrigido) = R$ 200.000,00.
d) Valor recuperável pela venda = R$ 180.000,00.
e) (c-d) Perda por desvalorização = R$ 20.000,00.

Neste caso a empresa deverá registrar uma perda por desvalorização da máquina em relação ao seu valor de
realização de R$ 20.000,00. A máquina ficaria registrada da seguinte forma no ativo imobilizado.

O resultado apurado pelo teste de recuperabilidade corresponde exatamente a uma redução de 10% do atual valor
contábil liquido, ou seja:
R$ 400.000,00 – R$ 200.000,00 = R$ 200.000,00 x 90% = R$ 20.000,00 (corresponde a 10% de redução).

Assim, reduziremos a 10% cada uma das contas do imobilizado, ou seja:


R$ 400.000,00 x 10% = R$ 40.000,00 = R$ 360.000,00
R$ 200.000,00 x 10% = R$ 20.000,00 = R$ 180.000,00
R$ 200.000,00 x 10% = R$ 20.000,00 = R$ 180.000,00

Esta analogia se faz necessário porque o valor justo, encontrado pelo resultado da aplicação do teste de
recuperabilidade, é liquido da depreciação. Desta forma teremos:
R$ 400.000,00 – R$ 200.000,00 = R$ 200.000,00 - R$ 180.000,00 = R$ 20.000,00
4º Passo – Lançamento contábil
Quando ficar identificado que o valor de realização do ativo é maior que o seu valor contábil, liquido da
depreciação(Custo corrigido), não será necessário nenhum tipo de registro. Entretanto, se o valor realizável do ativo
for menor que o valor contábil a empresa, liquido da depreciação(Custo corrigido), deverá efetuar o ajuste de
emparelhamento, por meio do seguinte lançamento contábil:
Professor Antonio Saccá 75
D – Outras Despesas Operacionais (Perda com desvalorização de ativo) Valor: R$ 20.000,00
D – Provisão p/Perda c/Desvalorização de Ativo (Redutor da Depreciação Acumulada) Valor: R$ 20.000,00
C – Provisão p/Perda c/Desvalorização de Ativo (Redutor do Imobilizado) Valor: R$ 40.000,00

B- Intangível:
A NBC TG 04 – Intangível, prevê que: um ativo satisfaz o critério de identificação, em termos de definição de um
ativo intangível, quando:
a) for separável, ou seja, puder ser separado da entidade e vendido, transferido, licenciado, alugado ou trocado,
individualmente ou junto com um contrato, ativo ou passivo relacionado, independente da intenção de uso pela
entidade; ou
b) resultar de direitos contratuais ou outros direitos legais, independentemente de tais direitos serem transferíveis ou
separáveis da entidade ou de outros direitos e obrigações.

Um ativo intangível deve ser reconhecido apenas se:


a) for provável que os benefícios econômicos futuros esperados atribuíveis ao ativo serão gerados em favor da
entidade; e
b) o custo do ativo possa ser mensurado com confiabilidade.

Gastos de pesquisa ou desenvolvimento:


Os gastos do projeto de pesquisa e desenvolvimento em andamento, adquirido separadamente ou em uma
combinação de negócios e reconhecido como ativo intangível, devem ser reconhecidos da seguinte maneira:
a) gastos de pesquisa – como despesa quando incorridos;
b) gastos de desenvolvimento que não atendem aos critérios de reconhecimento como ativo intangível, como
despesa quando incorridos; e
c) gastos de desenvolvimento em conformidade com referidos critérios de reconhecimento, adicionados ao valor
contábil do projeto de pesquisa ou desenvolvimento em andamento adquirido.

Ágio derivado da expectativa de rentabilidade futura (goodwill) gerado internamente


O ágio derivado da expectativa de rentabilidade futura (goodwill) gerado internamente não deve ser reconhecido
como ativo.

As diferenças entre valor de mercado da entidade e o valor contábil de seu patrimônio líquido, a qualquer momento,
podem incluir uma série de fatores que afetam o valor da entidade. No entanto, essas diferenças não representam o
custo dos ativos intangíveis controlados pela entidade.

Período e método de amortização


O valor amortizável de ativo intangível com vida útil definida deve ser apropriado de forma sistemática ao longo da
sua vida útil estimada.

A amortização deve ser iniciada a partir do momento em que o ativo estiver disponível para uso, ou seja, quando se
encontrar no local e nas condições necessários para que possa funcionar da maneira pretendida pela administração.

De acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 01 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos, a entidade deve
testar a perda de valor dos ativos intangíveis com vida útil indefinida, comparando o seu valor recuperável com o seu
valor contábil:
a) anualmente; e
b) sempre que existam indícios de que o ativo intangível pode ter perdido valor.

Exemplos de itens que se enquadram nessa categoria ampla são:


Softwares;
Patentes;
Direitos autorais;
Direitos sobre filmes cinematográficos;
Listas de clientes;
Direitos sobre hipotecas;
Licenças de pesca;
Quotas de importação;
Professor Antonio Saccá 76
Franquias;
Relacionamentos com clientes ou fornecedores;
Fidelidade de clientes;
Participação no mercado; e
Direitos de comercialização.

Exemplo do Intangível:
A Indústria Valinhos S.A investiu na pesquisa e desenvolvimento de um novo produto para atender a determinada
empresa do ramo de alimentos:
► A fase de pesquisa ocorreu em 2007 e consumiu R$ 1.000.000,00;
► A fase de desenvolvimento ocorreu entre 2008 e 2009 e consumiu R$ 2.000.000,00. Finalização do
desenvolvimento em 31/12/2009;
► Foi assinado contrato com a empresa do ramo de alimentos para fornecimento deste produto por 5 anos;
► Em 2011, o cliente solicitou uma melhoria no produto, que custou à Indústria Valinhos S.A outros
R$ 500.000,00 que, nesta data, finalizou as melhorias e firmou com o cliente um novo contrato pelo período
de 5 anos.
Lançamentos contábeis:
1- Pelo valor desembolsado a títulos de “Pesquisa” em 2007:
D – Despesas com Pesquisa Projeto “X” (RE).
C – Banco Conta Movimento (AC).
Valor R$1.000.000,00.

2- Pelo valor desembolsado a titulo de “Desenvolvimento” em 2008 e 2009:


D – Intangível (ANC).
C – Banco Conta Movimento (AC).
Valor: R$ 2.000.000,00.

3- Pela Amortização em 2010 e 2011:


D – Despesas com Amortização/Intangível (RE).
C – Amortização Acumulada/Intangível (ANC).
Valor: R$ 800.000,00 (R$ 400.000,00 por ano).

4- Pelo valor desembolsado a titulo de “Desenvolvimento” em 2011:


D – Intangível (ANC).
C – Banco Conta Movimento (AC).
Valor: R$ 500.000,00.

5- Pela Amortização em 2012:


D – Despesas com Amortização (RE).
C – Amortização Acumulada (ANC).
Valor: R$ 340.000,00.

C- Custo atribuído (Deemed Cost).


RESOLUÇÃO CFC Nº. 1.263/09
Aprova a ITG 10 – Interpretação sobre a Aplicação Inicial ao Ativo Imobilizado e à Propriedade para Investimento.
Avaliação inicial para o ativo imobilizado
[...]
Custo atribuído (deemed cost)
20. Além dos aspectos relatados nos itens 9 a 12, significativas variações de preços podem ter ocorrido desde a
aquisição dos ativos, o que pode provocar distorções no balanço patrimonial e no resultado.
21. Quando da adoção inicial da NBC TG 27¹, NBC TG 37¹ e NBC TG 43¹ no que diz respeito ao ativo imobilizado, a
administração da entidade pode identificar bens ou conjuntos de bens de valores relevantes ainda em operação,
Professor Antonio Saccá 77
relevância essa medida em termos de provável geração futura de caixa, e que apresentem valor contábil
substancialmente inferior ou superior ao seu valor justo (conforme definido no item 8 – Definições – da NBC TG 04¹)
em seus saldos iniciais.
22. Incentiva-se, fortemente, que, no caso do item 21 desta Interpretação, na adoção da NBC TG 27¹ seja adotado,
como custo atribuído (deemed cost), esse valor justo. Essa opção é aplicável apenas e tão somente na adoção
inicial, não sendo admitida revisão da opção em períodos subsequentes ao da adoção inicial. Consequentemente,
esse procedimento específico não significa a adoção da prática contábil da reavaliação de bens apresentada na
própria NBC TG 27¹. A previsão de atribuição de custo na adoção inicial (deemed cost) está em linha com o contido
nas normas contábeis internacionais emitidas pelo IASB (NBC TG 37¹, em especial nos itens D5 a D8A). Se
realizada reavaliação do imobilizado anteriormente, enquanto legalmente permitida, e substancialmente
representativa ainda do valor justo, podem seus valores ser admitidos como custo atribuído.
23. Ao adotar o previsto no item 22, a administração deverá indicar ou assegurar que o avaliador indique a vida útil
remanescente e o valor residual previsto a fim de estabelecer o valor depreciável e a nova taxa de depreciação na
data de transição.
24. Os possíveis efeitos da aplicação do custo atribuído (deemed cost) inicial apurados sobre o saldo do ativo
imobilizado decorrentes dessa nova avaliação, conforme descrito no item 23, devem ser contabilizados na abertura
do primeiro exercício social em que se aplicar a NBC TG 27¹, sendo as demonstrações contábeis apresentadas para
fins comparativos ajustadas para considerar este novo custo atribuído.
25. Os efeitos dos procedimentos de ajuste descritos nos itens 15 e 22 devem ser contabilizados conforme item 22
desta Interpretação, tendo por contrapartida a conta do patrimônio líquido denominada Ajustes de Avaliação
Patrimonial, nos termos do § 3º. do art. 182 da Lei nº. 6.404/76, mediante uso de subconta específica, e a conta
representativa de Tributos Diferidos Passivos, a depender da opção quanto ao regime de tributação da entidade.
26. Subsequentemente, e na medida em que os bens, objeto de atribuição de novo valor, nos termos do disposto no
item anterior e na parte inicial deste item, forem depreciados, amortizados ou baixados em contrapartida do
resultado, os respectivos valores devem, simultaneamente, ser transferidos da conta Ajustes de Avaliação
Patrimonial para a conta de Lucros ou Prejuízos Acumulados e, a depender da opção quanto ao regime de
tributação da entidade, da conta representativa de Tributos Diferidos Passivos para a conta representativa de
Tributos Correntes.
27. O novo valor, referido no item anterior, tem o objetivo exclusivo de substituir o valor contábil do bem ou conjunto
de bens em ou após 1º. de janeiro de 2009. Nessa data, esse valor passa a ser o novo valor do bem em substituição
ao valor contábil original de aquisição, sem, no entanto, implicar na mudança da prática contábil de custo histórico
como base de valor. Eventual reconhecimento futuro de perda por recuperabilidade desse valor, conforme NBC TG
01 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos, deve ser efetuado no resultado do período, sendo vedada a
utilização da baixa contra o patrimônio líquido utilizada para certas reduções ao valor recuperável de ativos
reavaliados.
28. Considerando o impacto que a adoção desta Interpretação pode trazer no resultado (lucro ou prejuízo) futuro da
entidade, por conta do aumento da despesa de depreciação, exaustão ou amortização no exercício da adoção inicial
e seguintes, é necessário que a administração divulgue em nota explicativa a política de dividendos que será
adotada durante a realização de toda a diferença gerada pelo novo valor.
29. O relatório que dá suporte ao registro inicial dos ajustes e recomposições referidos nesta Interpretação deve ser
aprovado pelo órgão deliberativo que tenha competência formal para fazê-lo, o qual deve, ainda, aprovar a política
de dividendos referida no item 28.
Revisão inicial das vidas úteis
30. Para a entidade que adotar o custo atribuído (deemed cost) citado no item 22, a primeira análise periódica da
vida útil econômica coincide com a data de transição (ver item 23). Para os demais casos a primeira das análises
periódicas com o objetivo de revisar e ajustar a vida útil econômica estimada para o cálculo da depreciação,
exaustão ou amortização, bem como para determinar o valor residual dos itens, será considerada como mudança de
estimativa (NBC TG 23 – Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro) e produzirá efeitos
contábeis prospectivamente apenas pelas alterações nos valores das depreciações do período a partir da data da
revisão. Nesses casos os efeitos contábeis deverão ser registrados no máximo a partir dos exercícios iniciados a
partir de 1º. de janeiro de 2010 e, por ser mudança prospectiva, os valores de depreciação calculados e
contabilizados antes da data da revisão não são recalculados.
Professor Antonio Saccá 78
Revisões periódicas das vidas úteis
31. Dada a necessidade de revisão das vidas úteis e do valor residual, no mínimo a cada exercício, a administração
deve manter e aprovar análise documentada que evidencie a necessidade ou não de alteração das expectativas
anteriores (oriundas de fatos econômicos, mudanças de negócios ou tecnológicas, ou a forma de utilização do bem,
etc.), a fim de solicitar ou não novas avaliações, com regularidade tal que as estimativas de vida útil e valor residual
permaneçam válidas em todos os exercícios.
32. Esse procedimento, para todas as entidades, adotantes ou não do custo atribuído, deve observar,
primordialmente, o aspecto da oportunidade das avaliações, com monitoramento da vida útil e do valor residual dos
ativos, de forma a permitir a necessária alteração do plano de depreciação na hipótese em que o contexto
econômico onde a entidade opera sofra alterações relevantes que afetem o nível de utilização dos ativos, mudança
na curva esperada de obsolescência e outros fatores.

Nota de esclarecimento adicional:


O custo atribuído somente pode ser utilizado na adoção inicial das normas convergidas, de acordo com a NBC TG
37, itens 30, D5 e D7, aprovada pela Resolução CFC nº 1.306/10, com a NBC TG 1000, item 35.10, aprovada pela
Resolução CFC nº 1.255/09, e com a ITG 10, aprovada pela Resolução CFC nº 1.263/09. Destaca-se, contudo, que,
de acordo com o item 22 da ITG 10, a adoção do custo atribuído é “aplicável apenas e tão somente na adoção
inicial, não sendo admitida revisão da opção em períodos subsequentes ao da adoção inicial”.

Quando da divulgação das demonstrações contábeis na adoção inicial de forma comparada, a entidade deve ajustar
os saldos do exercício anterior para fins de comparação. Por exemplo, exercício de 2010 comparado com 2009
(2009 deve ser ajustado). Ao contrário, a entidade que não divulga suas demonstrações de forma comparada com o
exercício anterior não tem necessidade de ajustar os saldos do exercício anterior.

As pequenas e médias empresas que adotaram a NBC TG 1000 - Contabilidade para Pequenas e Médias
Empresas em 2010 estão dispensadas de fazer os ajustes dos exercícios anteriores para divulgação das
demonstrações do exercício de 2010, conforme previsto na Resolução CFC nº 1.319/10.

Exemplo do Custo Atribuído:


Um veículo foi adquirido em 02/01/2006 por R$ 20.000,00, cuja depreciação foi calculada pelo método linear,
conforme taxa prevista no RIR/99 em 20% a.a.

Dados Adicionais:
a) Em 01/01/2009 foi avaliado, conforme laudo técnico, pelo Valor Justo de R$ 17.000,00;
a) Em 01/01/2009 foi avaliada a vida útil econômica, conforme laudo técnico, em + 5 anos;
b) Em 01/01/2009 foi definido, conformem laudo técnico, a taxa de depreciação pela vida útil econômica em
20%;
c) Em 01/01/2009 foi definido, conforme laudo técnico, o valor residual em R$ 7.000,00.

Pede-se:
a) Deverá ser realizado um Ajuste no Valor Original do Bem, para que a partir da aplicação do Custo Atribuído
(Deemed Cost) os cálculos sejam realizados sobre o novo valor.

Obs.: Este ajuste elimina a depreciação/amortização acumulada até a data da alteração e reflete na contabilidade,
para que a conciliação dos valores do patrimônio com a contabilidade fique correta.

Memória de Cálculo:
1- Aquisição do bem a vista em 02/01/2006 = R$ 20.000,00.

Lançamento contábil:
1.1- Em 02/01/2006 – Registro contábil da Aquisição do bem:
D – Veiculo (ANC) – Valor: R$ 20.000,00
C – Caixa (AC) – Valor: R$ 20.000,00

Professor Antonio Saccá 79


2- Memória de cálculo da Depreciação até 31/12/2008:
2.1 – Custo de Aquisição x Taxa de Depreciação (R$ 20.000,00 x 20% a.a = R$ 4.000,00) em 31/12/2006.
2.1.1 – Custo Corrigido em 31/12/2006= R$ 20.000,00 – R$ 4.000,00 = Valor: R$ 16.000,00.

2.2 – Custo de Aquisição x Taxa de Depreciação (R$ 20.000,00 x 20% a.a = R$ 4.000,00) em 31/12/2007.
2.2.1 – Custo Corrigido em 31/12/2007 = R$ 20.000,00 – R$ 8.000,00 = Valor: R$ 12.000,00.

2.3 – Custo de Aquisição x Taxa de Depreciação (R$ 20.000,00 x 20% a.a = R$ 4.000,00) em 31/12/2008.
2.3.1 – Custo Corrigido em 31/12/2008 = R$ 20.000,00 – R$ 12.000,00 = Valor: R$ 8.000,00.

Lançamento contábil:
2.1- Em 31/12/2006 – Registro contábil da Depreciação:
D – Despesa/Custo com depreciação/Veiculo (RE) – Valor: R$ 4.000,00
C – Depreciação Acumulada/Veiculo (ANC) – Valor: R$ 4.000,00

2.2- Em 31/12/2007 – Sequência do registro contábil da Depreciação:


D – Despesa/Custo com depreciação/Veiculo (RE) – Valor: R$ 4.000,00
C – Depreciação Acumulada/Veiculo (ANC) – Valor: R$ 4.000,00

2.3- Em 31/12/2008 – Sequência do registro contábil da Depreciação:


D – Despesa/Custo com depreciação/Veiculo (RE) – Valor: R$ 4.000,00
C – Depreciação Acumulada/Veiculo (ANC) – Valor: R$ 4.000,00

3- Memória de cálculo do Custo Atribuído em 01/01/2009:


3.1 – Baixa do Imobilizado = R$ 20.000,00.
3.2 – Baixa da Depreciação Acumulada = R$ 12.000,00.
3.3 – Valor Justo Custo – Custo Corrigido (R$ 17.000,00 – R$ 8.000,00 = R$ 9.000,00) em 01/01/2009.

Lançamento contábil:
3.1- Em 01/01/2009 – Baixa do Ativo Imobilizado:
D – Veiculo/Custo Atribuído (ANC) – Valor: R$ 20.000,00
C – Veiculo (ANC) – Valor: R$ 20.000,00

3.2- Em 01/01/2009 – Baixa da Depreciação Acumulada:


D – Depreciação Acumulada/Veiculo (ANC) – Valor: R$ 12.000,00
C – Veiculo/Custo Atribuído (ANC) – Valor: R$ 12.000,00

3.3- Em 01/01/2009 – Reconhecimento do Custo Atribuído:


D – Veiculo/Custo Atribuído (ANC) – Valor: R$ 9.000,00
C – Ajuste de Avaliação Patrimonial (PL) – Valor: R$ 9.000,00

4- Valor Residual em 01/01/2009 = R$ 7.000,00.

Lançamento contábil:
4.1- Em 01/01/2009 – Registro contábil do Valor Residual:
D – Veiculo/Valor Residual (ANC) – Valor: R$ 7.000,00
C – Veiculo/Custo Atribuído (ANC) – Valor: R$ 7.000,00

5- Memória da base de cálculo para Depreciação a partir de 01/01/2009:


5.1 – Valor Justo Custo – Valor Residual (R$ 17.000,00 – R$ 7.000,00 = R$ 10.000,00) em 01/01/2009.

Sem Lançamento contábil.

6- Cálculo da taxa de Depreciação pela “Vida Útil Econômica do Bem” a partir de 01/01/2009:
6.1 – Base de cálculo/Vida Útil Econômica do Bem ((R$ 10.000,00 / 5 anos) / 100) = 20%) em 01/01/2009

Sem Lançamento contábil.


Professor Antonio Saccá 80
7- Memória de cálculo do Imposto Diferido em 01/01/2009:
7.1 – IRPJ e CSLL - Custo Atribuído x 34% (R$ 9.000,00 X 34% = R$ 3.060,00) em 01/01/2009.
Lançamento contábil:
7.1- Em 01/01/2009 – Registro contábil do Imposto Diferido:
D – Tributos sobre Ajuste de Avaliação Patrimonial/Custo Atribuído (Conta Redutora no PL) – Valor: R$ 3.060,00
C – Imposto a Recolher Diferido (PNC) – Valor: R$ 3.060,00
8- Memória de cálculo da Depreciação até 31/12/2013:
8.1 – Base de cálculo x Taxa de depreciação (R$ 10.000,00 x 20% a.a = R$ 2.000,00) em 31/12/2009.
8.1.1 – Custo corrigido em 31/12/2009= R$ 17.000,00 – R$ 2.000,00 = Saldo: R$ 15.000,00.

8.2 – Base de cálculo x Taxa de depreciação (R$ 10.000,00 x 20% a.a = R$ 2.000,00) em 31/12/2010.
8.2.1 – Custo corrigido em 31/12/2010 = R$ 17.000,00 – R$ 4.000,00 = Saldo: R$ 13.000,00

8.3 – Base de cálculo x Taxa de depreciação (R$ 10.000,00 x 20% a.a = R$ 2.000,00) em 31/12/2011.
8.3.1 – Custo corrigido em 31/12/2011 = R$ 17.000,00 – R$ 6.000,00 = Saldo: R$ 11.000,00

8.4 – Base de cálculo x Taxa de depreciação (R$ 10.000,00 x 20% a.a = R$ 2.000,00) em 31/12/2012.
8.4.1 – Custo corrigido em 31/12/2012 = R$ 17.000,00 – R$ 8.000,00 = Saldo: R$ 9.000,00

8.5 – Base de cálculo x Taxa de depreciação (R$ 10.000,00 x 20% a.a = R$ 2.000,00) em 31/12/2013.
8.5.1 – Custo corrigido em 31/12/2013 = R$ 17.000,00 – R$ 10.000,00 = Saldo: R$ 7.000,00
Lançamento contábil:
8.1- Em 31/12/2009 – Registro contábil da Depreciação:
D – Despesa/Custo com depreciação/Veiculo (RE) – Valor: R$ 2.000,00
C – Depreciação Acumulada/Veiculo (ANC) – Valor: R$ 2.000,00

8.2- Em 31/12/2010 – Sequência do registro contábil da Depreciação:


D – Despesa/Custo com depreciação/Veiculo (RE) – Valor: R$ 2.000,00
C – Depreciação Acumulada/Veiculo (ANC) – Valor: R$ 2.000,00

8.3- Em 31/12/2011 – Sequência do registro contábil da Depreciação:


D – Despesa/Custo com depreciação/Veiculo (RE) – Valor: R$ 2.000,00
C – Depreciação Acumulada/Veiculo (ANC) – Valor: R$ 2.000,00

8.4- Em 31/12/2012 – Sequência do registro contábil da Depreciação:


D – Despesa/Custo com depreciação/Veiculo (RE) – Valor: R$ 2.000,00
C – Depreciação Acumulada/Veiculo (ANC) – Valor: R$ 2.000,00

8.5- Em 31/12/2013 – Sequência do registro contábil da Depreciação:


D – Despesa/Custo com depreciação/Veiculo (RE) – Valor: R$ 2.000,00
C – Depreciação Acumulada/Veiculo (ANC) – Valor: R$ 2.000,00

9- Memória da realização do Custo Atribuído até 31/12/2013:


9.1 – Custo atribuído x Taxa de depreciação (R$ 9.000,00 x 20% a.a = R$ 1.800,00) em 31/12/2009.
9.1.1 – Realização do Custo Atribuído em 31/12/2009= R$ 9.000,00 – R$ 1.800,00 = Saldo: R$ 7.200,00.

9.2 – Custo atribuído x Taxa de depreciação (R$ 9.000,00 x 20% a.a = R$ 1.800,00) em 31/12/2010.
9.2.1 – Realização do Custo Atribuído em 31/12/2010= R$ 9.000,00 – R$ 3.600,00 = Saldo: R$ 5.400,00.

9.3 – Custo atribuído x Taxa de depreciação (R$ 9.000,00 x 20% a.a = R$ 1.800,00) em 31/12/2011.
9.3.1 – Realização do Custo Atribuído em 31/12/2011= R$ 9.000,00 – R$ 5.400,00 = Saldo: R$ 3.600,00.

9.4 – Custo atribuído x Taxa de depreciação (R$ 9.000,00 x 20% a.a = R$ 1.800,00) em 31/12/2012.
9.4.1 – Realização do Custo Atribuído em 31/12/2012= R$ 9.000,00 – R$ 7.200,00 = Saldo: R$ 1.800,00.

Professor Antonio Saccá 81


9.5 – Custo atribuído x Taxa de depreciação (R$ 9.000,00 x 20% a.a = R$ 1.800,00) em 31/12/2013.
9.5.1 – Realização do Custo Atribuído em 31/12/2013= R$ 9.000,00 – R$ 9.000,00 = Saldo: R$ 0,00.

Lançamento contábil:
9.1 – Em 31/12/2009 – Registro contábil da Realização do Custo Atribuído:
D – Ajuste de Avaliação Patrimonial/Custo Atribuído (PL) – Valor: R$ 1.800,00
C – Lucros ou Acumulados (PL) – Valor: R$ 1.800,00

9.2 – Em 31/12/2010 – Sequência do registro contábil da Realização do Custo Atribuído:


D – Ajuste de Avaliação Patrimonial/Custo Atribuído (PL) – Valor: R$ 1.800,00
C – Lucros Acumulados (PL) – Valor: R$ 1.800,00

9.3 – Em 31/12/2011 – Sequência do registro contábil da Realização do Custo Atribuído:


D – Ajuste de Avaliação Patrimonial/Custo Atribuído (PL) – Valor: R$ 1.800,00
C – Lucros Acumulados (PL) – Valor: R$ 1.800,00

9.4 – Em 31/12/2012 – Sequência do registro contábil da Realização do Custo Atribuído:


D – Ajuste de Avaliação Patrimonial/Custo Atribuído (PL) – Valor: R$ 1.800,00
C – Lucros Acumulados (PL) – Valor: R$ 1.800,00

9.5 – Em 31/12/2013 – Sequência do registro contábil da Realização do Custo Atribuído:


D – Ajuste de Avaliação Patrimonial/Custo Atribuído (PL) – Valor: R$ 1.800,00
C – Lucros Acumulados (PL) – Valor: R$ 1.800,00
Observação: O valor equivalente à reavaliação deve ser adicionado via LALUR, ao Lucro Real e na base de cálculo
da Contribuição Social, neste caso, R$ 1.800,00.

10- Memória do Ajuste dos Tributos Diferidos até 31/12/2013:


10.1 – Realização do Custo Atribuído x 34% (R$ 1.800,00 x 34% = R$ 612,00) em 31/12/2009.
10.1.1 – Ajuste dos Tributos Diferidos em 31/12/2009= R$ 3.060,00 – R$ 612,00 = Saldo: R$ 2.448,00.

10.2 – Realização do Custo Atribuído x 34% (R$ 1.800,00 x 34% = R$ 612,00) em 31/12/2010.
10.2.1 – Ajuste dos Tributos Diferidos em 31/12/2010= R$ 3.060,00 – R$ 1.224,00 = Saldo: R$ 1.836,00.

10.3 – Realização do Custo Atribuído x 34% (R$ 1.800,00 x 34% = R$ 612,00) em 31/12/2011.
10.3.1 – Ajuste dos Tributos Diferidos em 31/12/2011= R$ 3.060,00 – R$ 1.836,00 = Saldo: R$ 1.224,00.

10.4 – Realização do Custo Atribuído x 34% (R$ 1.800,00 x 34% = R$ 612,00) em 31/12/2012.
10.4.1 – Ajuste dos Tributos Diferidos em 31/12/2012= R$ 3.060,00 – R$ 2.448,00 = Saldo: R$ 612,00.

10.5 – Realização do Custo Atribuído x 34% (R$ 1.800,00 x 34% = R$ 612,00) em 31/12/2013.
10.5.1 – Ajuste dos Tributos Diferidos em 31/12/2013= R$ 3.060,00 – R$ 3.060,00 = Saldo: R$ 0,00.

Lançamento contábil:
10.1 – Em 31/12/2009 – Registro contábil do Ajuste dos Tributos Diferidos:
D – Imposto a Recolher Diferido (PNC) – Valor: R$ 612,00
C – Imposto a Recolher (PC) – Valor: R$ 612,00

10.2 – Em 31/12/2010 – Sequência do registro contábil do Ajuste dos Tributos Diferidos:


D – Imposto a Recolher Diferido (PNC) – Valor: R$ 612,00
C – Imposto a Recolher (PC) – Valor: R$ 612,00

10.3 – Em 31/12/2011 – Sequência do registro contábil do Ajuste dos Tributos Diferidos:


D – Imposto a Recolher Diferido (PNC) – Valor: R$ 612,00
C – Imposto a Recolher (PC) – Valor: R$ 612,00

Professor Antonio Saccá 82


10.4 – Em 31/12/2012 – Sequência do registro contábil do Ajuste dos Tributos Diferidos:
D – Imposto a Recolher Diferido (PNC) – Valor: R$ 612,00
C – Imposto a Recolher (PC) – Valor: R$ 612,00

10.5 – Em 31/12/2013 – Sequência do registro contábil do Ajuste dos Tributos Diferidos:


D – Imposto a Recolher Diferido (PNC) – Valor: R$ 612,00
C – Imposto a Recolher (PC) – Valor: R$ 612,00

11- Transferência para Lucros Acumulados até 31/12/2013:


11.1 – Tributos Diferidos = R$ 612,00 em 31/12/2009.

11.2 – Tributos Diferidos = R$ 612,00 em 31/12/2010.


11.3 – Tributos Diferidos = R$ 612,00 em 31/12/2011.

11.4 – Tributos Diferidos = R$ 612,00 em 31/12/2012.

11.5 – Tributos Diferidos = R$ 612,00 em 31/12/2013.

Lançamento contábil:
11.1 – Em 31/12/2009 – Registro da Transferência dos Tributos para Lucros Acumulados:
D – Lucros Acumulados (PL) – Valor: R$ 612,00
C – Tributos sobre Ajuste de Avaliação Patrimonial/Custo Atribuído (Conta Redutora no PL) – Valor R$ 612,00

11.2 – Em 31/12/2010 – Registro da Transferência dos Tributos para Lucros Acumulados:


D – Lucros Acumulados (PL) – Valor: R$ 612,00
C – Tributos sobre Ajuste de Avaliação Patrimonial/Custo Atribuído (Conta Redutora no PL) – Valor R$ 612,00

11.3 – Em 31/12/2011 – Registro da Transferência dos Tributos para Lucros Acumulados:


D – Lucros Acumulados (PL) – Valor: R$ 612,00
C – Tributos sobre Ajuste de Avaliação Patrimonial/Custo Atribuído (Conta Redutora no PL) – Valor R$ 612,00

11.4 – Em 31/12/2012 – Registro da Transferência dos Tributos para Lucros Acumulados:


D – Lucros Acumulados (PL) – Valor: R$ 612,00
C – Tributos sobre Ajuste de Avaliação Patrimonial/Custo Atribuído (Conta Redutora no PL) – Valor: R$ 612,00

11.5 – Em 31/12/2013 – Registro da Transferência dos Tributos para Lucros Acumulados:


D – Lucros Acumulados (PL) – Valor: R$ 612,00
C – Tributos sobre Ajuste de Avaliação Patrimonial/Custo Atribuído (Conta Redutora no PL) – Valor: R$ 612,00

Fonte contábil:
NBC TG 04 – Intangível, aprovada pela Resolução CFC 1.303/10.
NBC TG 27 – Ativo Imobilizado, aprovada pela Resolução CFC 1.177/09.
NBC TG 28 – Propriedade para Investimentos, aprovado pela Resolução CFC.1.178/09.
NBC TG 37 – Adoção Inicial das Normas Internacionais de Contabilidade, aprovada pela Resolução CFC 1.306/10.
NBC TG 43 – Adoção Inicial dos Pronunciamentos Técnicos, aprovada pela Resolução CFC 1.315/10.
ITG 10 – Interpretação sobre a Aplicação Inicial ao Ativo Imobilizado e à Propriedade para Investimentos.
ICPC 10 – Interpretação sobre a Aplicação Inicial ao Ativo Imobilizado e à Propriedade para Investimentos dos
Pronunciamentos Técnicos CPC´s 27, 28, 37 e 43

Professor Antonio Saccá 83


4.2- PASSIVO
As contas do passivo são dispostas em ordem crescente dos prazos de exigibilidade, e agrupadas segundo sua
expressão qualitativa, em:

4.2.1- Circulante, que compõe-se das obrigações conhecidas e os encargos estimados, cujos prazos estabelecidos
ou esperados, situem-se no curso do exercício subsequente à data do balanço patrimonial.

4.2.1.1- Empréstimos, Financiamentos e Parcelamentos.


As contas de Empréstimos e Financiamentos registram as obrigações da entidade junto a instituições financeiras do
País e do Exterior, cujos recursos são destinados para financiar imobilizações ou para capital de giro.
Como regra geral, os empréstimos e financiamentos são suportados por contratos que estabelecem o seu valor,
forma e época de liberação, encargos incidentes, forma de pagamento, garantias além de outras cláusulas
contratuais. Os empréstimos distinguem-se dos financiamentos pelo fato de que estes representam um crédito
vinculado à aquisição de determinado bem, podendo ter a intervenção de instituição financeira ou diretamente com o
fornecedor do bem.
Os Empréstimos, Financiamentos e Parcelamentos, devem ser conciliados com o contrato objetivando a
contabilização dos juros e das atualizações pelo período de competência.

Exemplo:
Operação realizada pelo arrendatário (Quem contratou o Leasing Financeiro):

1- Contrato de Leasing Financeiro de 1 veículo em 10/01/2015 nas seguintes condições:


a) Custo de aquisição do bem: R$ 40.000,00.
b) Encargos Financeiros: R$ 8.000,00.
c) Total: R$ 48.000,00.
d) Prazo: 48 meses.
e) VRG ajustado, conforme contrato, de R$ 2.400,00 (Opção pelo pagamento ao final do contrato).
f) Prestação: R$ 950,00, que corresponde:
i. R$ 48.000,00/48 = R$ 1.000,00 (Valor total da parcela).
ii. R$ 2.400,00/48 = R$ 50,00 (VRG por parcela).
iii. R$ 1.000,00 – R$ 50,00 = R$ 950,00 (Valor líquido a pagar da prestação sem o VRG).
g) Vida útil econômica do bem em: 5 anos.
h) Valor residual do bem: R$ 2.000,00.

Obs.: O percentual de participação do VRG em relação ao total do financiamento corresponde ao percentual de 5%


ou seja, = R$ 2.400,00 / R$ 48.000,00 = 5%. Desta forma o valor correspondente ao valor do VRG sobre a parcela
dos encargos financeiros será calculada considerando = R$ 8.000,00 x 5% = R$ 400,00.

2- Lançamentos contábeis por quem contrata o Leasing Financeiro (ARRENDATARIO):


2.1- Em 10/01/2015 – Registro contábil da Aquisição do bem:
2.1.1- Parcelas de Curto Prazo (R$ 45.600,00/48x12) e Longo Prazo (R$ 45.600,00/48x36).
2.1.2- Encargos de Curto Prazo (R$ 7.600,00/48x12) e Longo Prazo (R$ 7.600,00/48x36).
D- Veículos (ANC) – R$ 40.000,00.
C- Financiamento ABC Leasing (PC) – Valor: R$ 11.400,00.
D- Encargos sobre Financiamento Leasing (PC) – Valor: R$ 1.900,00.
C- Financiamento ABC Leasing (PNC) – Valor: R$ 34.200,00.
D- Encargos sobre Financiamento Leasing (PNC) – Valor: R$ 5.700,00.
C- Financiamento ABC Leasing/VRG (PNC) – Valor: R$ 2.400,00.
D- Encargos sobre Financiamento Leasing/VRG (PNC) – Valor: R$ 400,00.

2.2- Em 10/01/2015 – Registro contábil do valor residual do bem:


D- Veículo/Valor residual (ANC) – Valor: R$ 2.000,00.
D- Veículo (ANC) – Valor: R$ 2.000,00.

Professor Antonio Saccá 84


3- Calcular e contabilizar, em 31/01/2015, o valor dos juros proporcional ao período, referente ao
Financiamento pelo Leasing ABC S/A.
a. R$ 1.900,00 / 12meses = R$ 158,33.
b. R$ 158,33 / 30dias = R$ 5,28.
c. R$ 5,28 x 21dias = R$ 110,88.
D- Despesa Financeira/Juros sobre Financiamento Leasing (RE) – Valor: R$ 110,88.
C- Encargos sobre Financiamento Leasing (PC) – Valor: R$ 110,88.

4- Calcular a depreciação do bem pela aquisição no mês de janeiro/15:


4.1- Taxa de 20% a.a (R$ 40.000,00 – R$ 2.000,00x20%/12/31x21):
D – Despesa com Depreciação (RE) – Valor: R$ 429,03.
C – Depreciação Acumulada (ANC) – Valor: R$ 429,03.

5- Contabilizar, em 10/02/2015, o pagamento da 1ª parcela do financiamento, apropriando os encargos


financeiros.
D- Financiamentos ABC S/A/Leasing (PC) – Valor: R$ 950,00.
C- Banco Conta Movimento/ABC S/A (AC) – Valor: R$ 950,00.

D- Despesa Financeira/Juros sobre Financiamento Leasing (RE) – Valor: R$ 47,45.


C- Encargos sobre Financiamento Leasing (PC) – Valor: R$ 47,45.

5.1- Pela recomposição dos saldos, em razão do pagamento da 1ª parcela em 10/02/2015:


5.1.1- Recomposição da Parcela de Curto Prazo ((R$ 48.000,00 – R$ 2.400,00)/48):
D- Financiamentos ABC S/A/Leasing (PNC) – Valor: R$ 950,00.
C- Financiamentos ABC S/A/Leasing (PC) – Valor: R$ 950,00.

5.1.2 – Recomposição da Parcela de Curto Prazo ((R$ 8.000,00 – R$ 400,00)/48):


D- Encargos s/Financiamentos Leasing (PC) – Valor: R$ 158,33.
C- Encargos s/Financiamentos Leasing (PNC) – Valor: R$ 158,33.

6- Calcular e contabilizar, em 28/02/2015, o valor dos juros proporcional ao período, referente ao


Financiamento pelo Leasing ABC S/A.
a. R$ 1.900,00 / 12meses = R$ 158,33.
b. R$ 158,33 / 28dias = R$ 5,65.
c. R$ 5,65 x 18dias = R$ 101,79.
D- Despesa Financeira/Juros sobre Financiamento Leasing (RE) – Valor: R$ 101,79.
C- Encargos sobre Financiamento Leasing (PC) – Valor: R$ 101,79.

7- Calcular a depreciação do bem pela aquisição no mês de fevereiro/15:


7.1- Taxa de 20% a.a (R$ 40.000,00 – R$ 2.000,00 = R$ 38.000,00x20%/12):
D – Despesa com Depreciação (RE) - Valor R$ 633,33.
C – Depreciação Acumulada (ANC) – Valor R$ 633,33.

8- Lançamentos contábeis pelo Arrendador (Quem esta financiando do bem):


Como o arrendamento mercantil financeiro na realidade é uma operação de financiamento. Por esse motivo, na
empresa arrendadora deve ser contabilizado no Ativo Circulante como Cliente Arrendamento Mercantil a Receber
pelo valor de custo do bem. Assim sendo, as Receitas de Arrendamento Mercantil a Apropriar devem ser
contabilizadas como redutora do valor total do contrato de arrendamento para que a conta Clientes Arrendamento
Mercantil a Receber apresente sempre o valor de custo do bem a amortizar mediante os pagamentos efetuados pelo
arrendatário.

8.1- Em 02/01/2015 – Pela aquisição do bem:


D – Imobilizado de Arrendamento (ANC) – Valor R$ 40.000,00.
D – Caixa/Banco (AC) – Valor R$ 40.000,00.

Professor Antonio Saccá 85


8.2- Em 10/01/2015 – Pelo arrendamento do bem:
D – Ciente Arrendamento Mercantil a Receber (AC) – Valor: R$ 11.400,00.
D – Cliente Arrendamento Mercantil a Receber (ANC) – Valor: R$ 34.200,00.
D – Cliente Arrendamento Mercantil a Receber/VRG (ANC) – Valor: R$ 2.400,00.
C – Receita de Arrendamento a Apropriar (AC) – Valor: R$ 1.900,00.
C – Receita de Arrendamento a Apropriar (ANC) – Valor: R$ 5.700,00.
C – Receita de Arrendamento a Apropriar/VRG (ANC) – Valor: R$ 400,00.
C – Imobilizado de Arrendamento (ANC) – Valor: R$ 40.000,00.

8.3- Em 31/01/2015 – Pela apropriação dos encargos:


D – Receita de Arrendamento a Apropriar (AC) – Valor: R$ 110,88.
C – Receita de Arrendamento Mercantil Financeira (RE) – Valor: R$ 110,88.

8.4- Em 10/02/2015 – Pelo recebimento das parcelas do principal:


D – Caixa (AC) – Valor: R$ 950,00.
C – Cliente Arrendamento Mercantil (ANC) – Valor: R$ 950,00.

8.5- Em 10/02/2015 – Pela apropriação complementar dos encargos:


D – Receita de Arrendamento a Apropriar (AC) – Valor: R$ 47,45.
C – Receita de Arrendamento Mercantil Financeira (RE) – Valor: R$ 47,45.

8.6- Pela recomposição dos saldos, em razão do pagamento da 1ª parcela em 10/02/2015:


8.6.1- Recomposição da Parcela de Curto Prazo ((R$ 48.000,00 – R$ 2.400,00)/48):
D – Cliente Arrendamento Mercantil (AC) – Valor: R$ 950,00.
C – Cliente Arrendamento Mercantil (ANC) – Valor: R$ 950,00.

8.6.2- Recomposição da Parcela de Curto Prazo ((R$ 8.000,00 – R$ 400,00)/48):


D – Receita de Arrendamento a Apropriar (ANC) – Valor: R$ 158,33.
C – Receita de Arrendamento a Apropriar (AC) – Valor: R$ 158,33.

8.6.3- Em 28/02/2015 – Pela apropriação dos encargos:


D – Receita de Arrendamento a Apropriar (AC) – Valor: R$ 101,79.
C – Receita de Arrendamento Mercantil Financeira (RE) – Valor: R$ 101,79.

Fonte contabil: NBC TG 06 – Operação de Arrendamento Mercantil, aprovada pela Resolução CFC 1.304/10.

4.2.1.2- Débitos com Pessoas Ligadas (Partes Relacionadas): Valores a pagar a empresas Coligadas,
Controladas, Joint-Venture, Diretores, Acionistas e Empresas c/Parentesco.
Aspectos a Destacar:
A NBC TG 05 - Divulgação sobre Partes Relacionadas trata a operação como sendo uma transferência de recursos,
serviços ou obrigações entre partes relacionadas. Desta forma, uma parte está relacionada com uma entidade se,
direta ou indiretamente por meio de um ou mais intermediários, ocorrer de:
a) Controlar ou for controlada por uma entidade.
b) Ter um interesse na entidade que lhe confira influência significativa (Coligada).
c) Tiver um controle conjunto sobre a entidade (Joint Venture).
d) For membro do pessoal-chave da administração da entidade ou de sua controladora.
e) For membro próximo da família ou de qualquer indivíduo (Membros próximos da família de um indivíduo são
aqueles membros da família que se espera que influenciem, ou seja, influenciados por essa pessoa nos seus
negócios com a entidade).
Fonte contabil: NBC TG 05 – Divulgação sobre Partes Relacionadas, aprovada pela Resolução CFC 1.297/10.

Professor Antonio Saccá 86


4.2.1.3- Fornecedores.
Todas as operações registradas devem estar acobertadas com Nota Fiscal correspondente.
A conta de Fornecedores “registra os movimentos com as aquisições de bens e de serviços, com exceção dos
destinados aos investimentos da entidade”. A conta de fornecedores compreende, pois, as dívidas a pagar
resultantes da compra de bens (matérias-primas, mercadorias…) e serviços utilizados ou consumidos pela empresa
no exercício da sua atividade corrente. Convém relembrar que as dívidas originadas pela aquisição de imobilizado
não respeitam à conta de Fornecedores, mas devem evidenciar-se na conta: Outras contas pagar/Fornecedores de
investimentos.

CONTAS DIVISIONÁRIAS
A conta 2 – Fornecedores desdobram-se do seguinte modo:
2- Fornecedores
2.1- Fornecedores c/c
2.2- Fornecedores títulos a pagar
2.3- (-) Provisão para Ajuste a Valor Presente
As contas de fornecedores podem ser desdobradas do seguinte modo:
2- Fornecedores
2.1- Fornecedores c/c
2.1.1- Fornecedores c/c – Contas Gerais
2.1.1.01- Fornecedor A
2.1.1.02- Fornecedor B
2.2 Fornecedores títulos a pagar
2.2.1- Fornecedores títulos a pagar – Contas Gerais
2.2.1.01- Fornecedor A
2.2.1.02- Fornecedor B
2.3- (-) Provisão para Ajuste a Valor Presente

Exemplo: Reflexo do AVP – Ajuste a Valor Presente sobre Fornecedores.


O valor total da compra a prazo está inserido na nota fiscal com o valor integral contendo, inclusive, os valores com
poder de compra futuro. Dado este fato, a compra deve ser contabilizada pelo valor descontado, para que não haja
uma superavaliação do passivo, em contrapartida com uma conta de ativo e/ou despesa.
- Compra a prazo de mercadorias em 10.04.2015, com vencimento da dívida para 10.04.2016:
- Valor da compra R$ 200.000,00.
- Considerando uma taxa de juros 10% a.a, convertendo em taxa diária = 0,03 ad.
- Vencimento da duplicata em 1 ano = 365 dias.

Calculadora HP em 10/04/2015:
a) 200.000,00 (Enter) = FV
b) 365 dias = n (10/04/2015 a 10/04/2016).
c) 0,03% ad. = i (10%/365).
d) PV = R$ 179.259,38 = arredondando para R$ 179.259,00.
O valor presente desta duplicata em 10.04.2015 = R$ 179.259,00.

Calculadora HP em 30/04/2015:
a) 200.000,00 (Enter) = FV
b) 345 dias = n (30/04/2015 a 10/04/2016).
c) 0,03% ad. = i (10%/365).
d) PV = R$ 180.338,00.
O valor presente desta duplicata em 30.04.2015 = R$ 180.338,00.

Lançamentos contábeis:
1) 10.04.2015 – Registro da compra a prazo, com emissão de nota fiscal e de duplicata.
2) 10.04.2015 – Registro de ajuste a valor presente (R$ 200.000,00 – R$ 179.259,00 = R$ 20.741,00).
3) 30.04.2015 – Ajuste da provisão no encerramento do mês de abril de 2015 (R$ 180.338,00 - R$ 179.259,00 = R$
1.079,00).
Fonte contábil: NBC TG 12 – Ajuste a Valor Presente, aprovada pela Resolução CFC 1.151/09.

Professor Antonio Saccá 87


4.2.1.4- Obrigações Trabalhistas e Sociais a Pagar, tais como: Salários e Encargos Sociais. Esta rubrica serve
para se registrar as obrigações da empresa junto a seus empregados, bem como aos agentes arrecadadores de
contribuições sociais como FGTS ( através da CEF), INSS, etc.

4.2.1.5- Provisões: Esta rubrica serve para se registrar os valores de provisão como por exemplo: Provisões de
Férias, 13º Salário e respectivos encargos. Os valores contabilizados precisam ser compatíveis com a GFIP
entregue. As Provisões de Férias e 13º Salário devem ser contabilizados mensalmente pelo valor equivalente a 1/12
(um doze avos) do salário atualizado de cada funcionário, acrescido dos encargos sociais. A contabilização é feita
baseada no princípio da competência, pois deve ser registrado todas as despesas no momento em que elas
acontecem, ou seja, quando incorridas. Cada mês transcorrido representa 1/12 (um doze avos) de obrigação para a
empresa e consequentemente 1/12 (um doze avos) de direito para o funcionário.
Este procedimento visa atender a elaboração dos balanços ou balancetes durante o ano para finalidades fiscais, na
medida em que a empresa é tributada pelo Lucro Real Anual, como também atender as orientações contidas nos
Princípios Fundamentais de Contabilidade.
Fonte contábil: NBC TG 25 – Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes.

4.2.1.6- Obrigações Tributárias a Pagar.


Em dia devem conferir com o pagamento no mês seguinte, os tributos a pagar em atraso devem ser relacionados
em planilhas a parte para contabilização dos juros e multas e posterior conferência com os saldos contábeis;

A- Lucro Presumido.
Quando a pessoa jurídica tiver escrituração completa, a contabilização do valor do IRPJ e CSLL devidos pelo lucro
presumido deve ser efetuada a uma conta de resultado, pelo regime de competência. Sugere-se a seguinte
seqüência de lançamentos:
1. Por ocasião do levantamento do balancete mensal:
D – Provisão para o Imposto de Renda (Resultado).
C – IRPJ a Pagar (Passivo Circulante).

2. Por ocasião do pagamento DARF:


D - IRPJ a Pagar (Passivo Circulante).
C - Caixa/Bancos (Ativo Circulante).

A NBC TG 32 – Tributos sobre Lucro, prevê que:


16. Os ativos e passivos fiscais diferidos devem ser mensurados pelas alíquotas que se espera que sejam aplicáveis
no período quando realizado o ativo ou liquidado o passivo, com base nas alíquotas (e legislação fiscal) que tenham
sido aprovadas ou substantivamente aprovadas ao final do período que está sendo reportado. A
mensuração dos passivos fiscais diferidos e ativos fiscais diferidos deve refletir os efeitos fiscais que se seguem à
maneira pela qual a entidade espera ao final do período que está sendo reportado, recuperar ou liquidar o valor
contábil de seus ativos e passivos.
As empresas tributadas pelo Lucro Presumido ou Simples Nacional que optam por oferecer à tributação a receita
pelo regime de caixa devem proceder ao reconhecimento da obrigação tributária pelo Regime de Competência se
utilizando, neste caso, das contas correspondentes ao Passivo Diferido.

Exemplo lançamento contábil:


1. Por ocasião do cálculo dos tributos tomando como referencia o reconhecimento da receita bruta pela
emissão das notas fiscais:
D – Provisão para o Imposto de Renda (Resultado).
C – IRPJ a Pagar Diferido (Passivo Não Circulante).

2. Por ocasião do cálculo dos tributos tomando como referencia o reconhecimento da receita recebida à
vista ou proveniente do pagamento efetuado pelo cliente:
D - IRPJ a Pagar (Passivo Circulante).
C – IRPJ a Pagar Diferido (Passivo não Circulante).
Fonte contábil: NBC TG 32 – Tributos sobre Lucro.
Professor Antonio Saccá 88
4.2.1.7- Outros Débitos/Outras Obrigações: a regra para o Passivo Circulante é a mesma do Ativo Circulante, ou
seja: as contas de pequeno valor podem ser agrupadas enquanto as mais representativas devem ser segregadas.
Temos neste grupo contas como:
a) Adiantamentos a clientes.
b) Títulos a Pagar.
c) Contas a Pagar, tais como:
c.1) Água, Luz e Telefonia.
c.2) Seguros.
c.3) Honorários, etc.

4.2.1.8- Passivo Não Circulante, que compõe-se das obrigações conhecidas e os encargos estimados, cujos
prazos estabelecidos de exigibilidade, situem-se após o término do exercício subsequente à data do balanço
patrimonial. Destaque para as conta:

4.2.1.9- Empréstimos, Financiamentos e Parcelamentos, considerando a conta redutora para registro dos
encargos a apropriar, para os empréstimos e financiamentos.

4.2.1.10- Empresas Ligadas (Partes Relacionadas): Valores a receber de empresas Coligadas, Controladas,
Joint-Venture, Diretores, Acionistas e Empresas c/Parentesco.

4.2.1.11- A constituição da “Provisão para Contingências Fiscais, Trabalhistas e outras”.


A NBC TG 25 - Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes, determina o tratamento contábil e os
requisitos de divulgação para todas as provisões, passivos e ativos contingentes, considerando que:

Uma provisão é um passivo de prazo ou valor incerto, que deve ser reconhecida quando, e apenas quando:
a) Uma entidade tem uma obrigação presente como resultado de um evento passado.
b) É provável, ou seja, mais provável que sim do que não, que uma saída de recursos que incorporam benefícios
econômicos será necessária para liquidar a obrigação.
c) Possa ser feita uma estimativa confiável do valor da obrigação.

4.3- PATRIMÔNIO LÍQUIDO:


As contas que compõem o Patrimônio Líquido devem ser agrupadas, segundo sua expressão qualitativa, em:
4.3.1- Capital: São os valores aportados pelos proprietários e os decorrentes de incorporações de reservas de
lucros.

4.3.2- Reservas: São os valores decorrentes de retenções de lucros, de reavaliação de ativos e de outras
circunstâncias.
A NBC TG 07 - Subvenção e Assistência Governamentais, estabelece que as Subvenções e Doações para
Investimento deverão ser registradas diretamente no resultado, sendo vedado o seu registro diretamente em conta
de reserva de capital.
Certos empreendimentos gozam de incentivos tributários de imposto sobre a renda na forma de isenção ou redução
do referido tributo, consoante prazos e condições estabelecidos em legislação específica. Esses incentivos atendem
ao conceito de subvenção governamental. O reconhecimento contábil dessa redução ou isenção tributária como
subvenção para investimento é efetuado registrando-se o imposto total no resultado como se devido fosse, em
contrapartida à receita de subvenção equivalente, a serem demonstrados um deduzido do outro.
A parcela do lucro resultante desta apropriação no resultado não deverá ser distribuída, sob pena de perda dos
respectivos incentivos fiscais. A assembleia geral poderá, por proposta dos órgãos de administração, destinar para
a Reserva de Incentivos Fiscais a parcela do lucro líquido decorrente de doações ou subvenções governamentais
para investimentos, que poderá ser excluída da base de cálculo do dividendo obrigatório.

O registro contábil do recebimento dessas subvenções era feito anteriormente diretamente no patrimônio líquido.
Contudo, como não se trata de recursos oriundos dos sócios ou acionistas da empresa, não faz sentido o registro
diretamente no patrimônio líquido, mas sim em resultado, demonstrando o esforço da entidade empresarial em
conseguir recursos via redução tributária ou recebimento de um bem para executar suas atividades.
Professor Antonio Saccá 89
A- Doação de Terreno com e sem condição contratual.
Quando a empresa recebe um terreno de uma prefeitura, por exemplo, para construir uma fábrica, passa a ter um
ativo, que deverá ser registrado na contabilidade. Contudo, para registrar a contrapartida, é preciso identificar as
condições da doação: com ou sem condição.
Se a doação não representar obrigação contratual, o registro deve ser imediatamente em receita.
Mas, se houver uma cláusula contratual, o registro da contrapartida do terreno deve ser em um passivo, sinalizando
uma obrigação. Quando a obrigação for cumprida, o passivo será transferido para a conta de receita. Importante
ressaltar que a conta que representa a obrigação poderá ser apresentada no passivo ou no imobilizado, reduzindo
o valor do terreno. Prefiro a segunda opção, pois não consigo ver um passivo nesse caso e sim uma redução do
ativo. Se a obrigação não for concluída, o ativo deixará de existir, não nascendo, pelo menos teoricamente, uma
obrigação de desembolsar recursos.
Exemplo: uma empresa industrial recebe um terreno, com obrigação de construir uma fábrica de automóveis e que
este terreno será transferido em definitivo para o nome da empresa no momento em que ela comprovar a
contratação de 500 empregados com carteira assinada. Os registros seriam os seguintes:

Pelo recebimento do terreno:


Débito: Terrenos (ANC)
Crédito: Obrigação por construção de Ativo (PC)
Pela construção da fabrica com contratação de 500 empregados:
Débito: Obrigação por construção de Ativo (PC)
Crédito: Receita Subvenção p/ investimentos (RE)

Tratamento fiscal da receita.


Assim, todo o valor do incentivo registrado em receita poderá ser excluído da base de dividendos e transferido
para a conta de reservas de lucros, denominada RESERVA DE INCENTIVOS FISCAIS. Se houver distribuição,
deverá ser adicionado nas bases dos tributos, ou seja, a exclusão será por um valor menor ou não existirá.

Por exemplo, se a empresa apresentou um lucro líquido de R$ 80 e possui uma receita com subvenção para
investimentos no valor de R$ 70, incluído neste lucro, a distribuição máxima permitida pela legislação fiscal seria de
R$ 10. Admitindo que a empresa resolva distribuir R$ 24 de dividendos aos seus acionistas, a legislação fiscal
determina o seguinte:
• EXCLUSÃO de R$ 70, referente Receita não tributada.
• ADIÇÃO de R$ 14, referente à parcela do incentivo fiscal que foi distribuída.

A receita, nesse caso, deveria ser apresentada na DRE na linha de OUTRAS RECEITAS OPERACIONAIS, após as
deduções com despesas de vendas e despesas administrativas. O registro em resultado, para demonstrar o esforço
da empresa em obter um bem que contribuirá na geração de receitas. Como não há despesa atrelada a esse bem, o
correto é o reconhecimento dessa receita como outras.

B- Reduções de ICMS:
Exemplo 1. Um incentivo muito comum é a redução no ICMS devido, para incentivar a instalação da empresa em
determinado estado da federação em detrimento de outro. Nesse caso, a despesa de ICMS (ou ICMS sobre Vendas,
como apresentamos no Brasil) será reconhecida pelo seu valor original, aplicando a alíquota vigente. E o crédito
presumido será reconhecido no ativo, com contrapartida em receita de subvenções para investimentos. Veja um
exemplo numérico a seguir.
A Cia. Alfa instala uma nova unidade em Roraima e obtém um incentivo fiscal de ICMS, que lhe permite obter um
crédito presumido de 10% do valor das vendas interestaduais, quando a alíquota cobrada será de 12%. Com
isso, admitindo uma receita bruta de R$ 1.000 ao final do ano, o registro contábil do ICMS seria feito da seguinte
forma:

Pela apuração do ICMS:


Débito: Despesa de ICMS (RE) – R$ 120
Crédito: ICMS a Pagar (PC) – R$ 120

Professor Antonio Saccá 90


Pelo registro do credito presumido (Incentivo):
Débito: ICMS a Recuperar (AC) – R$ 100
Crédito: Receita Subvenção p/ investimentos (RE) – R$ 100

Na apresentação, na DRE, recomenda-se apresentar a receita líquida por R$ 980, informando como Despesa de
ICMS apenas R$ 20. Em relação às bases de PIS, COFINS, IR e CSLL, a Cia. Alfa poderia excluir o valor de R$
100, condicionado a não distribuição aos sócios ou acionistas.
Admitindo um lucro líquido de R$ 90 na Cia. Alfa, não caberia nenhum valor passível de distribuição. Caso a
empresa efetuasse a distribuição de qualquer valor a título de dividendos, esse valor seria adicionado nas bases dos
tributos citados.

Exemplo 2: A Cia. Beta vende um produto denominado X, cuja alíquota de ICMS é de 15%. A legislação estadual,
como forma de incentivar a atividade, reduz a base de cálculo em 60% nas vendas realizadas no próprio estado.
Considerando uma receita bruta de R$ 1.000, com todas as vendas realizadas no próprio estado, teríamos a
seguinte contabilização recomendada:

Pela apuração do ICMS:


Débito: Despesa de ICMS (RE) – R$ 150
Crédito: ICMS a Pagar (PC) – R$ 150

Pelo registro do credito presumido (Incentivo):


Débito: ICMS a Pagar (PC) – R$ 90
Crédito: Receita Subvenção p/ investimentos (RE) – R$ 90

Explicando o registro: A despesa original do ICMS seria R$ 150, considerando a alíquota original de 15% aplicada
sobre a receita bruta obtida. Contudo, a base de cálculo foi reduzida em R$ 600 (60% de R$ 1.000), ficando pelo
valor de R$ 400. Com isso, aplicando 15% sobre R$ 600, que é a redução na base de cálculo, encontramos R$ 90,
valor do incentivo fiscal.

O cuidado é na hora da distribuição, pois como a maioria das empresas não deve reconhecer a receita com
subvenção para investimentos, a despesa de ICMS deve ser registrada pelo líquido, ou seja, por R$ 60. Para fins de
apresentação, nenhum problema, é até melhor assim. Mas, para fins de distribuição de dividendos e de registro do
lucro do período, o valor do incentivo (R$ 90) não poderá ser distribuído, devendo ser transferido para a conta de
RESERVA DE INCENTIVOS FISCAIS.

C- Empréstimos Subsidiados:
Outra situação comum é o incentivo creditício, que acontece como alternativa ao impedimento legal de redução de
alíquotas. Assim, o imposto é apurado e devido, mas diferido por um significativo número de anos, com juros
subsidiados. A recomendação da NBC TG 7 e da boa técnica contábil, fundamentada pelo lema ESSÊNCIA SOBRE
A FORMA é a seguinte: contabilizar o imposto normalmente e considerar como despesa financeira a taxa
usualmente obtida pela empresa em seus empréstimos e financiamentos, considerando a parcela dos juros que for
subsidiada como receita de subvenções para investimentos.

Exemplo: A Cia. Delta tem receita bruta de R$ 5.000 em 2010 e ICMS de 12%. Contudo, o ICMS apurado no ano só
é devido ao final do 5º ano (2015), ou seja, a empresa obtém um financiamento de 60 meses do próprio estado (ou
de entidade que lhe pertence) para pagamento do ICMS, com juros anuais (simples) de 1%. Na prática, o ICMS de
2010 será desembolsado no final de 2015, com juros de 5% (1% ao ano).
Os registros contábeis seriam feitos da seguinte forma:
Pela apuração do ICMS (2010) 
Débito: Despesa de ICMS (RE) – R$ 600
Crédito: ICMS a Pagar (PC) – R$ 600
Pela transferência de conta (2010): 
Débito: ICMS a Pagar (PC) – R$ 600
Crédito: Financiamentos a Pagar (PC) – R$ 600

Professor Antonio Saccá 91


Pelo registro anual dos Juros incorridos na Cia Delta em operação Normal (9%)¹:
Débito: Despesas Financeiras (RE) – R$ 54
Crédito: Financiamentos a Pagar (PC) – R$ 54

Nota¹: taxa média paga pela empresa em um financiamento de 5 anos, trazida a valor presente.

Pelo registro anual dos Incentivos Fiscais obtidos em 2010:


Débito: Redução Financiamento (Redutora Passivo) – R$ 48
Crédito: Receita Subvenção p/ investimentos (RE) – R$ 48

A contabilidade, portanto, no caso, registraria:


a) A despesa de ICMS por R$ 600;
b) O valor total do incentivo creditício como receita, no valor de R$ 240 (48 x 5 anos).
c) O ICMS pago, ao final de cinco anos, seria R$ 630, considerando a taxa de 5%;
d) Enquanto um financiamento a taxas de mercado representaria um desembolso final de R$ 870 (600 mais 54 x 5
anos).
e) Na DRE, o ICMS sobre Vendas, seria R$ 600.
f) Nos anos seguintes, a despesa financeira seria apresentada por R$ 54;
g) A receita com subvenção para investimentos reduzindo a despesa financeira em R$ 48, representando a
aplicação prática do lema ESSÊNCIA SOBRE A FORMA.

Os registros citados se justificam se existirem condições a serem cumpridas para que a Cia. Delta possa
efetivamente utilizar o incentivo creditício. Caso não existam condições exigidas para obtenção do incentivo, a
receita com subvenção para investimentos será registrada integralmente em 2010.

Conclusão:
As subvenções para investimentos devem ser registradas no resultado a partir de 2008, refletindo um ganho da
empresa com a redução de um imposto ou com a entrada de um ativo, isso no caso de doação de terreno ou outro
bem. Essa receita tem tratamento societário e fiscal específico, podendo ser retirada da base para pagamento de
dividendos e, também, excluída das bases de apuração de PIS, COFINS, CSLL e IR. Contudo, para que essa
exclusão possa ser feita, é necessário que o resultado positivo obtido com essas subvenções seja destinado a uma
RESERVA DE INCENTIVOS FISCAIS, não sendo distribuído sob nenhuma hipótese aos donos da empresa. O
incentivo é da empresa, não do empresário. Essa é a lógica.

4.3.3- Quotas ou Ações em Tesouraria: São os valores relacionados às ações ou quotas adquiridas pela própria
companhia ou sociedade limitada (Conta redutora).

4.3.4- Lucros ou Prejuízos Acumulados: São os lucros retidos ou ainda não destinados e os prejuízos ainda não
compensados, estes apresentados como parcela redutora do Patrimônio Líquido.

A conta Lucros Acumulados esta obrigada a não conter saldo positivo e esta obrigação aplica-se unicamente às
sociedades por ações, e não às demais. Assim, os saldos apurados precisam ser totalmente destinados por
proposta da administração da companhia no pressuposto de sua aprovação pela assembleia geral ordinária.

Essa conta continuará nos planos de contas, e seu uso continuará a ser feito para receber o resultado do exercício,
as reversões de determinadas reservas, os ajustes de exercícios anteriores, para distribuir os resultados nas suas
várias formas e destinar valores para reservas de lucros.

No caso onde houver “Passivo a Descoberto”, representado pelo saldo devedor no total do Patrimônio Liquido,
decorrente fundamentalmente pelo acumulo de sucessivos prejuízos, devido à sua excepcionalidade, a entidade
deve transferir o saldo devedor para o Ativo até a sua efetiva regularização.

4.3.5- Ajustes de Avaliação Patrimonial. Deverão ser lançadas, enquanto não computadas no resultado do
exercício em obediência ao regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valores
atribuídos a elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo, nos casos previstos
nesta Lei ou, em normas expedidas pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

Professor Antonio Saccá 92


4.4- RESULTADO

4.4.1- Receita: As Receitas Brutas decorrentes da exploração das atividades-fim da entidade.


Aspectos a Destacar:
A NBC TG 30 - Receitas define que a questão primordial na contabilização da receita é determinar quando e por
quanto reconhecê-la.
A receita proveniente da venda de bens deve ser reconhecida quando forem satisfeitas todas as seguintes
condições:
a) a entidade tenha transferido para o comprador os riscos e benefícios mais significativos inerentes à propriedade
dos bens;
b) a entidade não mantenha envolvimento continuado na gestão dos bens vendidos em grau normalmente associado
à propriedade e tampouco efetivo controle sobre tais bens;
c) o valor da receita possa ser mensurado com confiabilidade;
d) for provável que os benefícios econômicos associados à transação fluirão para a entidade; e
e) as despesas incorridas ou a serem incorridas, referentes à transação, possam ser mensuradas com
confiabilidade.
Exemplo de lançamento contábil:
A empresa A fabrica equipamentos eletrônicos na Zona Franca de Manaus. Ela vende sua produção para todo o
Brasil, sendo que cerca de 70% dela é vendida para a região Sudeste e Sul. A Empresa A tem um contrato com
uma grande empresa transportadora, encarregada de distribuir os seus produtos para essas regiões. As
mercadorias são seguradas, de tal forma que em caso de sinistro, a Empresa A não tenha perdas com seus
produtos no transporte, sendo ela própria (Empresa A) a beneficiária do seguro. A mercadoria leva cerca de 7 a 9
dias para chegar aos clientes da região Sudeste e Sul respectivamente.

I- Quando da saída da mercadoria - lançamentos contábeis:


1- Pela emissão da nota fiscal:
D- Cliente a Faturar (Ativo Circulante).
C- Receita a Apropriar (Passivo Circulante).

2- Pela baixa do estoque (1):


D- Estoque em Trânsito (Ativo Circulante).
C- Estoque (Ativo Circulante).

3- Pelos Tributos Incidentes sobre a Venda:


D- Tributos a Apropriar (Conta Redutora do Passivo Circulante).
C- Tributos a Recolher Diferido (Passivo Circulante).

II- Quando do aceito do cliente, após ter recebido a mercadoria:


1- Pelo Faturamento:
D- Clientes (Ativo Circulante).
C- Clientes a Faturar (Ativo Circulante).
D- Receita a Apropriar (Passivo Circulante).
C- Receita com Venda (Resultado).

2- Pelo reconhecimento do CMV:


D- CMV (Resultado).
C- Estoque em Trânsito (Ativo Circulante).

3- Pelo reconhecimento dos tributos Incidentes sobre a Venda:


D- Tributos Incidentes sobre a Receita (Resultado).
C- Tributos a Apropriar (Conta Redutora do Passivo Circulante).

D- Tributos a Recolher Diferido (Passivo Circulante).


C- Tributos a Recolher (Passivo Circulante).

Professor Antonio Saccá 93


4.4.2- ( - ) As Deduções da Receita Bruta, tais como:
4.4.2.1- ( - ) Os Impostos Incidentes sobre Venda:
a.1) ICMS, ISS, PIS, COFINS, Tributos que compõem o SIMPLES NACIONAL.

4.4.2.2- ( - ) Outras Deduções:


a) Vendas canceladas: São anulações de valores registrados como receitas brutas de vendas e serviços.
b) Devolução de Venda.
c) Abatimentos e descontos: São descontos e/ou abatimentos concedidos incondicionalmente.
d) Ajuste a Valor Presente.

4.4.2.3- (=) Receita Líquida, resultado das Receitas Brutas diminuídas das Deduções.

4.4.2.4- ( - ) Os Custos das Mercadorias Vendidas (CMV), Produtos Vendidos (CPV) ou Serviços Prestados (CPS)
que estão:
a) relacionados diretamente aos estoques, pois a baixa efetuada na conta estoque tem relação direta com as vendas
realizadas no período.
b) relacionados com um conjunto de gastos de fabricação de produtos de uma indústria. São reconhecidos
contabilmente nesta rubrica, quando a sociedade comercializa os bens produzidos.
c) Podem também representar os gastos que se relacionam diretamente com a prestação de serviços.

4.4.2.5- (=) Lucro/Prejuízo Bruto.

4.4.2.6- (+/-) As Despesas e Receitas Operacionais, que se dividem:


a) Despesas com Vendas, ligadas diretamente a atividade comercial da entidade.
b) Despesas Administrativas, ligadas diretamente aos gastos administrativos com a manutenção da entidade.
c) Outras Despesas/Receitas Operacionais, ligados diretamente aos gastos e receitas auferidos por operações não
resultantes diretamente da atividade fim da empresa.

Aspecto a Destacar:
Ao extinguir a Reserva de Prêmio na Emissão de Debêntures (Reserva de Capital), trouxe a obrigação de esse
prêmio ser tratado como receita na DRE, registrada pelo regime de competência e não quando do recebimento.

4.4.2.7- (=) Lucro/Prejuízo Antes dos Efeitos Financeiros.

4.4.2.8- (+/-) Resultado Financeiro, que se dividem:


a) Despesas Financeiras, ligadas diretamente aos gastos gerados por operações financeiras realizadas pela
empresa.
b) As Receitas financeira, ligadas diretamente a geração de receita por operações financeiras realizadas pela
empresa.

4.4.2.9- (=) Lucro/Prejuízo Antes da Tributação.

4.4.2.10- (-) Tributos sobre o Lucro, que se dividem:


a) Provisão para a CSLL/IRPJ, deduzidos dos ajustes fiscais temporários.

4.4.2.11- (=) Lucro/Prejuízo das Operações Continuadas.

4.4.2.12- (+/-) Resultado Líquido das Operações Descontinuadas, tais como:


a) Ganhos e Perdas com alienação do Ativo Imobilizado.
b) Impostos correntes e diferidos.

Aspectos a Destacar:
Eliminação da segregação das receitas e despesas como não operacionais. Assim, no âmbito do processo de
convergência com as normas internacionais as entidades deverão apresentar como “Resultado Líquido das
Operações Descontinuadas”.
Professor Antonio Saccá 94
4.4.2.13- (=) Lucro Líquido do Exercício Antes das Participações.

4.4.2.14- (-) As Participações Estatutárias no Lucro, tais como:


a) (-) Administradores.
b) (-) Empregados.
c) (-) Distribuição a Não Controladora (Acionistas Minoritários).
d) (-) Distribuição a Acionistas da Controladora.

4.4.2.15- (=) O Lucro Líquido do Exercício.

4.5- DEMONTRAÇÃO DO RESULTADO ABRANGENTE


A NBC TG 26 - Apresentação das Demonstrações Contábeis define a elaboração da Demonstração do Resultado
Abrangente do período que começa com o resultado liquido e inclui os outros resultados abrangentes.

A Demonstração do Resultado Abrangente – DRA tem como objetivo a evidenciação do lucro econômico de uma
entidade, ampliando o nível de divulgação dos resultados para além do conceito de lucro contábil, usualmente
evidenciado por meio de Demonstração do Resultado do Exercício – DRE. Com vistas a propiciar maior
transparência aos resultados, na DRA são evidenciados os ganhos e perdas reconhecidos diretamente no
Patrimônio Líquido.

A NBC TG 26 - Apresentação das Demonstrações Contábeis, portanto, estabelece que o lucro abrangente seja
calculado a partir do lucro líquido apurado na DRE, assim a demonstração do resultado abrangente deve, no
mínimo, incluir as seguintes rubricas:
1. Resultado líquido do período;
2. Cada item dos outros resultados abrangentes classificados conforme sua natureza;
3. Parcela dos outros resultados abrangentes de empresas investidas reconhecida por meio do método de
equivalência patrimonial; e
4. Resultado abrangente do período.

Segundo a Norma, a apresentação do resultado abrangente deve ser feita separada da DRE. A entidade deve
divulgar em notas explicativas os ajustes de reclassificação relativos à componente dos outros resultados
abrangentes.

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS ABRANGENTES


( = ) Lucro/Prejuízo do Exercício (Antes das Participações)
Resultado Abrangente: (Ajustes pelas variações ocorridas no PL):
( +/- ) Ajuste Exercícios Anteriores.
( +/-) Variação do Valor Justo de investimentos disponíveis para venda.
( - ) Tributos s/Variação Valor Justo investimentos disponíveis para venda.
( +) Realização de Reserva de Reavaliação (Ajuste de Avaliação Patrimonial).
( - ) Tributos sobre Realização de Reserva de Reavaliação (Ajuste de Avaliação Patrimonial).
( +/- ) Diferenças cambiais de conversão de operações no exterior.
( +/- ) Diferenças cambiais de conversão de equivalência patrimonial de investidas.
( = ) Resultado Abrangente Total.
( - ) Resultado Abrangente atribuível:
( - ) Distribuição a Não Controladoras.
( - ) Distribuição a Acionistas Controladoras.
( = ) Resultado Abrangente Total.

Professor Antonio Saccá 95


5-EXEMPLO DE DEMONSTRAÇÕES CONTABEIS
E NOTA EXPLICATIVA

EMPRESA MODELO LTDA


BALANÇOS PATRIMONIAIS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2015 E 2014
VALORES EM REAIS
Período
ATIVO Notas
2015 2014
CIRCULANTE 39.911 94.897
Caixa e equivalentes de caixa 04 30.708 88.712
Contas a receber de clientes e outras 05 8.803 6.185
Outros ativos 401 -
NÃO CIRCULANTE 115.657 5.928
Aplicações Financeiras 06 83.879 -
Imobilizado 07 27.728 4.457
Intangível 08 4.050 1.471
TOTAL DO ATIVO 155.568 100.824

PASSIVO 2015 2014


CIRCULANTE 18.612 6.758
Fornecedores 643 -
Obrigações trabalhistas e sociais 09 12.225 4.030
Obrigações tributárias 10 3.794 1.238
Outros passivos 11 1.950 1.491
NÃO CIRCULANTE - -
TOTAL DO PASSIVO 18.612 6.758
PATRIMONIO LIQUIDO 136.956 94.066
Capital social 12 25.000 10.000
Lucros Acumulados 111.956 84.066
TOTAL DO PASSIVO E PATRIMONIO LIQUIDO 155.568 100.824

________________________________
EMPRESA MODELO LTDA JOÃO “A”
JOSÉ “X” CRC-MG No.000000
SOCIO DIRETOR CONTADOR

As notas explicativas anexas são parte integrante das demonstrações contábeis.

Professor Antonio Saccá 96


EMPRESA MODELO LTDA
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO
PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2015 E 2014
VALORES EM REAIS
Período
ITENS DE RESULTADOS
Notas 2015 2014
RECEITA BRUTA 401.320 215.857
DEDUÇOES DA RECEITA BRUTA (22.896) (9.308)
Impostos incidentes (22.896) (9.308)
Simples Nacional (22.896) (9.308)
RECEITA LIQUIDA 14 378.424 206.549
CUSTO DOS SERVIÇOS PRESTADOS 15 (121.283) (57.392)
LUCRO BRUTO 257.141 149.157
(DESPESAS) RECEITAS OPERACIONAIS (46.455) (15.401)
Despesas administrativas e gerais 15 (46.455) (15.401)
LUCRO (PREJUIZO) ANTES DOS EFEITOS FINANCEIROS 210.685 133.756
(DESPESAS) RECEITAS FINANCEIRAS 16 4.878 2.437
Custos de financiamento (1.022) (3)
Receitas de investimentos 5.900 2.440
LUCRO (PREJUIZO) LIQUÍDO DAS OPERAÇÕES CONTINUADAS 215.563 136.193
LUCRO (PREJUIZO) LÍQUÍDO DO EXERCÍCIO 215.563 136.193

EMPRESA MODELO LTDA JOÃO “A”


JOSE “X” CRC-MG No.000000
SOCIO DIRETOR CONTADOR

As notas explicativas anexas são parte integrante das demonstrações contábeis.

EMPRESA MODELO LTDA


DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ABRANGENTE
PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2015 E 2014
VALORES EM REAIS
Período
ITENS
2015 2014

LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 214.563 136.193

OUTROS RESULTADOS ABRANGENTES 1.000 -

RESULTADO ABRANGENTE TOTAL DO EXERCÍCIO 215.563 136.193

EMPRESA MODELO LTDA


JOSE “X” JOÃO “A”
SOCIO DIRETOR CRC-MG No.000000
CONTADOR

Professor Antonio Saccá 97


DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO

VALORES EM REAIS

Capital Lucros/Prejuízo
Social Acumulado Total
Em 31 de dezembro de 2013 10.000 26.304 36.304
Distribuição de lucro - (78.431) (78.431)
Transações de capital com os sócios - (78.431) (78.431)
Lucro líquido do exercício - 136.193 136.193
Outros resultados abrangentes - - -
Mutações internas do patrimônio líquido - - - -
Em 31 de dezembro de 2014 10.000 84.066 94.066
Aumento de capital 15.000 - 15.000
Distribuição de lucro - (187.673) (187.673)
Transações de capital com os sócios 15.000 (187.673) (172.673)
Lucro líquido do exercício - 214.563 215.563
Outros resultados abrangentes - 1.000 -
Mutações internas do patrimônio líquido - - -
Em 31 de dezembro de 2015 25.000 111.956 136.956

EMPRESA MODELO LTDA JOÃO “A”


JOSÉ “X” CRC-MG No.000000
SOCIO DIRETOR CONTADOR

EMPRESA MODELO LTDA


DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA
PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2015 E 2014
VALORES EM REAIS
Período
ITENS
2015 2014
1. DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS
Lucro líquido antes do imposto de renda e contribuição social 214.563 136.193
Ajustes para conciliar o resultado às disponibilidades
geradas pelas atividades operacionais
Depreciação (+) 3.023 849
Amortização (+) 966 535
Provisão para credito de liquidação duvidosa (+) 1.500 -
Custos de financiamento (+) 1.022 3
Renda de investimento reconhecida no resultado (-) (5.900) (2.440)
Ajuste de exercícios anteriores (+) 1.000 -
Lucro líquido ajustado (=) 216.174 135.139
Variação no capital circulante
(Acréscimo) decréscimo nas contas a receber de clientes e outras (4.118) (5.985)
(Acréscimo) decréscimo nos aplicação financeira (83.879) -
(Acréscimo) decréscimo em outros ativos (401) -
Acréscimo (decréscimo) nas contas a pagar a fornecedores e outras 643 -
Professor Antonio Saccá 98
Acréscimo (decréscimo) nas obrigações trabalhistas 8.195 2.230
Acréscimo (decréscimo) nos tributos correntes a pagar 2.557 517
Acréscimo (decréscimo) nos demais passivos 459 1.491
Caixa proveniente das operações (=) 139.630 133.392
Caixa líquido proveniente das atividades operacionais 139.630 133.392

2. DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS


Juros, royalties e outras receitas de investimentos recebidos (+) 5.900 2.440
Aquisição de imobilizado (-) (26.295) (3.416)
Aquisição de intangíveis (-) (3.544) (0)
Caixa líquido proveniente das atividades de investimentos (23.939) (975)

3. DAS ATIVIDADES FINANCEIRAS


Juros sobre financiamentos (-) (1.022) (3)
Lucros distribuídos no período (-) (187.673) (78.431)
Integralização de capital (+) 15.000 -
Caixa líquido proveniente das atividades de financiamentos (173.695) (78.434)
(58.004) 53.983
4. VARIAÇÃO DAS DISPONIBILIDADES

DEMONSTRAÇÃO DA VARIAÇÃO DAS DISPONIBILIDADES


Saldo inicial das disponibilidades 88.712 34.729
Saldo final das disponibilidades 30.708 88.712
(58.004) 53.983

EMPRESA MODELO LTDA JOSE MIGUEL


JOSE DUARTE CRC-MG No.00000
SOCIO DIRETOR CONTADOR

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS


Findas em 31 de Dezembro de 2015 e 2014
Valores expressos em Reais (R$)

Nota 01 – Contexto operacional


A Empresa Modelo Ltda é uma sociedade empresária limitada, com sede a Avenida A nº 199, salas 001 e 002,
Bairro B, na cidade de Contagem, Estado de Minas Gerais, Brasil, e tem como principais operações o exercício da
atividade de prestação de serviços contábeis em geral, treinamento e desenvolvimento profissional e gerencial.

Nota 02 – Apresentação das demonstrações contábeis


As demonstrações contábeis inerentes aos exercícios findos em 31 de dezembro de 2014 e 2013 estão sendo
apresentadas em Reais (R$) e foram aprovadas pela administração no dia 10 de fevereiro de 2015.

As demonstrações contábeis foram elaboradas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil, tomando-se
como base a Lei n° 6.404/76, 11.638/07 e ITG 1000 – Modelo Contábil para Microempresas e Empresas de
Pequeno Porte emitido e aprovado pelo Conselho Federal de Contabilidade através da Resolução 1.418/12.

A preparação das demonstrações contábeis requer que a administração utilize estimativa e premissas que afetem os
valores reportados de ativos e passivos, a divulgação de ativos e passivos contingentes na data das demonstrações
contábeis, bem como os valores reconhecidos de receitas e despesas durante o exercício. Os resultados reais
podem ser diferentes dessas estimativas.
Professor Antonio Saccá 99
As demonstrações contábeis foram preparadas considerando o custo historio como base de valor.

Nota 03 – Sumário das principais práticas contábeis


(a) Caixa e equivalentes de caixa
Os fluxos de caixa dos investimentos a curto prazo são demonstrados pelos valores líquidos (aplicações e resgates).
As aplicações a curto prazo que possuem liquidez imediata e vencimento original em até 90 dias são consideradas
como caixa e equivalentes. Os demais investimentos, com vencimentos superiores há 90 dias, são reconhecidos a
valor justo e registrados em investimentos a curto prazo.

(b) Contas a receber


Os valores a receber são registrados e mantidos no balanço patrimonial pelo valor nominal dos títulos
representativos desses créditos, acrescidos das variações monetárias ou cambiais, quando aplicáveis, deduzidos de
provisão para cobrir eventuais perdas na sua realização.
A provisão para créditos de liquidação duvidosa é constituída em montante considerado suficiente pela
Administração para cobrir eventuais perdas estimadas na realização desses créditos. O valor estimado da provisão
para créditos de liquidação duvidosa pode ser modificado em função das expectativas da Administração com relação
à possibilidade de se recuperar os valores envolvidos, assim como por mudanças na situação financeira dos
clientes.

(c) Imobilizado
O imobilizado está registrado ao custo de aquisição ou construção (sendo os bens adquiridos no Brasil acrescidos
das atualizações monetárias até 1995) e não inclui os encargos financeiros incorridos, deduzindo da depreciação
acumulada. Os custos subseqüentes à aquisição dos ativos são incluídos no valor contábil dos ativos somente
quando é provável que benefícios econômicos futuros relacionados com o item agregarão valor para a empresa e
ainda serem mensuráveis de maneira confiável. Todos os outros custos, incluindo custos de reparo e manutenção,
são registrados no resultado financeiro do período em que são incorridos. Os bens são depreciados pelo método
linear, com base nas vidas úteis estimadas, a exceção dos terrenos que não são depreciados.

(d) Intangível
Os ativos intangíveis adquiridos separadamente são avaliados ao custo de aquisição, deduzido da amortização
acumulada e perdas por redução do valor recuperável, quando aplicável. A amortização de ativos com vida útil
definida é reconhecida na demonstração do resultado na categoria de despesa consistente com a utilização do ativo
intangível e são calculados em até 10 anos considerando a sua utilização efetiva que reflete os seus benefícios
econômicos futuros.

(e) Redução ao valor recuperável de ativos - Impairment


A empresa revisa o valor contábil dos ativos de vida longa, principalmente o imobilizado a ser mantido e utilizado nas
operações, com o objetivo de determinar e avaliar sempre que eventos ou mudanças nas circunstâncias indicarem
que o valor contábil de um ativo ou grupo de ativos não poderá ser recuperado. Os ativos intangíveis também são
revistos anualmente para se identificar evidências de perdas não recuperáveis, ou ainda, sempre que eventos ou
alterações nas circuntâncias indicarem que o valor contábil pode não ser recuperável. Quando este for o caso, o
valor recuperavel é calculado para verificar se há perda e, sendo assim, ela é reconhecida pelo montante em que o
valor contábil do ativo ultrapassar seu valor recuperável, que é o maior entre o preço liquido de venda e o valor de
uso de um ativo. São realizadas análises para identificar as circunstâncias que possam exigir a avaliação da
recuperabilidade dos ativos de vida longa e medir a taxa potencial de deterioração. Os ativos são agrupados e
avaliados segundo a possível deterioração, com base nos fluxos futuros de caixa projetados descontados do
negócio durante a vida remanescente estimada dos ativos, conforme o surgimento de novos acontecimentos ou
novas circunstâncias. Nesse caso, uma perda seria reconhecida com base no montante pelo qual o valor contábil
excede o valor provável de recuperação de um ativo de vida longa. O valor provável de recuperação é determinado
como sendo o maior valor entre (a) o valor de venda estimado dos ativos menos os custos estimados para venda e

Professor Antonio Saccá 100


(b) o valor em uso, determinado pelo valor presente esperado dos fluxos de caixa futuros do ativo ou da unidade
geradora de caixa.

(f) Contas a pagar


As contas a pagar aos fornecedores são obrigações a pagar por bens ou serviços que foram adquiridos no curso
normal dos negócios sendo classificados como passivos circulantes se o pagamento for devido no período de até
um ano (ou no ciclo operacional normal dos negócios, ainda que mais longo). Caso contrário, as contas a pagar são
apresentadas com passivo não circulante. As contas a pagar são reconhecidas pelo valor da fatura ou nota fiscal
correspondente.

(g) Benefícios a empregados e diretores


Os pagamentos de benefícios tais como salários, pró-labore, férias vencidas ou proporcionais, bem como os
respectivos encargos trabalhistas incidentes sobre estes benefícios são reconhecidos mensalmente no resultado por
meio de provisão respeitando o regime de competência.

(h) Tributos
A empresa é optante pelo sistema de tributação do Simples Nacional, que se constitui no regime especial unificado
de arrecadação de tributos e contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, instituída
pela Lei Complementar 123 de 14 de dezembro de 2006. As despesas correspondentes aos tributos são registradas
segundo o regime de competência.

(i) Ativo e passivo não circulante


Compreendem os bens e direitos realizáveis e as obrigações vencíveis após os 12 meses subseqüentes à data base
das demonstrações financeiras, acrescidos dos correspondentes encargos e variações monetárias incorridas, se
aplicável, até a data do balanço.

(j) Valor presente de ativos e passivos


Os ativos e passivos de longo prazo da Empresa Modelo Ltda são, quando aplicável, ajustados a valor presente
utilizando taxas de desconto que refletem a melhor estimativa da empresa. O ajuste a valor presente de ativos e
passivo monetários de curso prazo é, quando aplicável, calculado, e somente registrado, se considerado relevante
em relação às demonstrações financeiras. Para fins de registro e determinação de relevância, o ajuste a valor
presente é calculado levando em consideração os fluxos de caixa contratuais e a taxa de juros explícita, e em certos
casos implícita, dos respectivos ativos e passivos.

(k) Provisão para contingências


Os passivos contingentes são constituídos sempre que a perda for avaliada como provável o que ocasionaria uma
provável saída de recursos para a liquidação das obrigações e quando os montantes envolvidos forem mensuráveis
com suficiente segurança levando em conta a opinião dos assessores jurídicos, a natureza das ações, similaridade
com processos anteriores, complexidade e no posicionamento de tribunais. Os passivos contingentes classificados
como perdas possíveis não são reconhecidos contabilmente, sendo apenas divulgados nas demonstrações
financeiras, e os classificados como remotos não requerem provisão e nem divulgação. Os depósitos judiciais são
atualizados monetariamente e apresentados como dedução do valor do correspondente passivo constituído quando
não houver possibilidade de resgate destes depósitos, a menos que ocorra desfecho favorável da questão para a
empresa.

(l) Receitas e despesas


A Empresa Modelo Ltda tem como prática a adoção do regime de competência para o registro das mutações
patrimoniais ocorridas no exercício, assim como reconhecimento das receitas e despesas e custos,
independentemente de seu efetivo recebimento ou pagamento.

Professor Antonio Saccá 101


Nota 04 – Caixa e equivalentes de caixa

2015 2014
Caixa R$ 6.328 R$ 19.214
Depósitos Bancários R$ 24.380 R$ 9.558
Aplicações Financeiras de Liquidez Imediata (¹) R$ 0,00 R$ 59.940
Total de Caixa e Equivalentes de Caixa R$ 30.708 R$ 88.712

(¹) - Todas as aplicações financeiras de liquidez imediata foram efetuadas em investimento de baixo risco, com prazo
de vencimento de até 90 dias.

Nota 05 – Contas a receber de clientes

Saldos Saldos a
Saldos Vencidos até Vencidos há mais Total
Vincendos 180 dias de 180 dias 2015 2014
Contas a Receber (¹) R$ 8.803 R$ 0 R$ 1.500,00 R$ 10.303 R$ 6.185
(-) Provisão para Credito
de Liquidação Duvidosa(²) R$ 0 R$ 0 R$ 1.500,00 R$ 1.500 R$ 0
Total a Receber,
Líquido. R$ 8.803 R$ 0 R$ 0,00 R$ 8.803 R$ 6.185

(¹) Os valores a receber são provenientes das vendas de serviços e estão registrados no ativo circulante.

(²) A provisão para devedores duvidosos foi mensurada e reconhecida a partir da experiência da
Administração da Empresa Modelo Ltda em relação ao histórico das perdas efetivas. O valor de R$ 1.500,00 é
considerado suficiente para cobrir eventuais perdas que possam ocorrer na realização financeira dos créditos a
receber.

Nota 06 – Realizável a Longo Prazo


2015 2014
Aplicações Financeiras – Banco Itaú (¹) R$ 83.879 R$ 0
Total de Caixa e Equivalentes de Caixa R$ 83.879 R$ 0

O saldo de aplicações financeiras está representado por certificados de depósitos bancários, remunerados com base
na variação do CDI. Os certificados de depósitos bancários embora tenham vencimentos de longo prazo, podem ser
resgatados a qualquer tempo sem prejuízo da remuneração.

Nota 07 – Imobilizado

7.1) Custo corrigido do imobilizado

Depreciação Custo Corrigido


Custo Histórico Acumulada 2015 2014
Máquinas e Equipamentos R$ 1.374 R$ 92 R$ 1.283 R$ 0
Equipamento de Informática R$ 8.423 R$ 2.996 R$ 5.427 R$ 3.029
Moveis e Utensílios R$ 17.193 R$ 1.234 R$ 15.958 R$ 1.313
Instalações R$ 5.417 R$ 356 R$ 5.060 R$ 114
Total do Imobilizado R$ 32.406 R$ 4.678 R$ 27.728 R$ 4.457
Professor Antonio Saccá 102
7.2) Resumo da movimentação do imobilizado

Maquinas e Equipamentos de Moveis e Total


Equipamentos Informática Utensílios Instalações
(=) Saldo em 2013 R$ 0 R$ 1.890 R$ 0 R$ 0 R$ 1.890
(+) Aquisições R$ 0 R$ 1.900 R$ 1.394 R$ 121 R$ 3.416
(+/-) Transferências R$ 0 R$ 0 R$ 0 R$ 0 R$ 0
(-) Alienações R$ 0 R$ 0 R$ 0 R$ 0 R$ 0
(-) Baixas R$ 0 R$ 0 R$ 0 R$ 0 R$ 0
(-) Depreciação (¹) R$ 0 R$ 761 R$ 81 R$ 7 R$ 849
(-) Redução ao Valor Recuperável (²) R$ 0 R$ 0 R$ 0 R$ 0 R$ 0
(=) Saldo em 2014 R$ 0 R$ 3.029 R$ 1.313 R$ 114 R$ 4.457
(+) Aquisições R$ 1.374 R$ 3.827 R$ 15.798 R$ 5.296 R$ 26.295
(+/-) Transferências R$ 0 R$ 0 R$ 0 R$ 0 R$ 0
(-) Alienações R$ 0 R$ 0 R$ 0 R$ 0 R$ 0
(-) Baixas R$ 0 R$ 0 R$ 0 R$ 0 R$ 0
(-) Depreciação (¹) R$ 91 R$ 1.429 R$ 1.153 R$ 350 R$ 3.023
(-) Redução ao Valor Recuperável (²) R$ 0 R$ 0 R$ 0 R$ 0 R$ 0
(=) Saldo em 2015 R$ 1.283 R$ 5.427 R$ 15.958 R$ 5.060 R$ 27.728

(¹) A depreciação dos ativos imobilizados foi realizada pelo método linear com base nas vidas úteis estimadas pela
Administração da empresa e cujo valor residual é igual à zero, como segue:
Maquinas e Equipamentos.............................. 10 anos - 10% a.a
Equipamentos de Informática........................ 5 anos – 20% a.a
Moveis e Utensílios........................................ 10 anos – 10% a.a
Instalações.......................................................10 anos – 10% a.a

(²) A Administração não verificou evidências claras na data do balanço patrimonial de desvalorização de seus ativos
imobilizados. Diante disso, a Empresa Modelo Ltda não identificou necessidade de constituição de provisão para
impairment.

Nota 08 – Intangível
8.1) Custo corrigido do intangível

Custo de Amortização Custo Corrigido


Aquisição Acumulada 2015 2014
Software de Gestão R$ 6.218 R$ 2.169 R$ 4.050 R$ 1.471
Total do Intangível R$ 6.218 R$ 2.169 R$ 4.050 R$ 1.471

8.2) Resumo da movimentação do intangível

Software de Gestão Total


Saldo em 2013 R$ 2.005 R$ 2.005
Aquisições R$ 0 R$ 0
Capitalizações R$ 0 R$ 0
Transferências R$ 0 R$ 0
Professor Antonio Saccá 103
Baixas R$ 0 R$ 0
Amortização (¹) R$ 535 R$ 535
Redução ao Valor Recuperável (²) R$ 0 R$ 0
Saldo em 2014 R$ 1.471 R$ 1.471
Aquisições R$ 3.544 R$ 3.544
Capitalizações R$ 0 R$ 0
Transferências R$ 0 R$ 0
Baixas R$ 0 R$ 0
Amortização (¹) R$ 965 R$ 965
Redução ao Valor Recuperável (²) R$ 0 R$ 0
Saldo em 2015 R$ 4.050 R$ 4.050

(¹) A amortização do ativo intangível foi realizada pelo método linear com base na vida útil estimada pela
Administração da empresa e cujo valor residual é igual à zero, como segue:
Software de Gestão....................................... 5 anos - 20% a.a

(²) A Administração não verificou evidências claras na data do balanço patrimonial de desvalorização de seu ativo
intangível. Diante disso, a Empresa Modelo Ltda não identificou necessidade de constituição de provisão para
impairment.

Nota 09 – Obrigações trabalhistas e sociais

Passivo circulante 2015 2014


Salários a pagar R$ 1.153 R$ 1.144
Pró-Labore a Pagar R$ 6.221 R$ 1.207
Bolsa de estágio R$ 1.500 R$ 0
INSS a recolher R$ 1.114 R$ 330
FGTS a recolher R$ 225 R$ 217
Provisão de férias R$ 1.863 R$ 1.044
Provisão FGTS s/férias R$ 149 R$ 88
Total a Pagar R$ 12.225 R$ 4.030

Nota 10 – Obrigações tributárias


Passivo circulante 2015 2014
ISS a recolher R$ 546 R$ 259
Simples a recolher R$ 2.959 R$ 979
IRRF s/pró-labore R$ 289 R$ 0
Total R$ 3.794 R$ 1.238

Nota 11 – Outros passivos

Passivo circulante 2015 2014


Adiantamento de clientes R$ 650 R$ 1.491
Aluguéis a pagar R$ 1.300 R$ 0
Total de Outras Contas a Pagar R$ 1.950 R$ 1.491

Professor Antonio Saccá 104


Nota 12 – Patrimônio líquido

Numero de Quotas e
Quotistas Participação % 2015 2014
Jose “X” - R$ 0 R$ 5.000
Jose “Y” 6.250 – 50% R$ 6.250 R$ 5.000
Jose “Z” 6.250 – 50% R$ 6.250 R$ 0
Jose “A” 6.250 – 50% R$ 6.250 R$ 0
Jose “B” 6.250 – 50% R$ 6.250 R$ 0
Total 25.000 – 100% R$ 25.000 R$ 10.000

O Capital Social esta representado por 25.000 quotas no valor nominal de R$1,00 cada totalmente integralizado no
período, conforme alteração contratual registrado no Cartório xxx de Registro Civil de Pessoas Jurídicas, no Livro A,
sob o numero 0.000 em 00/00/2015, no qual foi registrado:
a) A consolidação do contrato social;
b) A transferência de endereço;
c) A transferência das quotas do sócio José “X”, no total de 5.000 quotas para os novos sócios:
c.1) José “Y” na quantidade de 2.500 quotas no valor total de R$ 2.500,00.
c.2) José “Z” na quantidade de 2.500 quotas no valor total de R$ 2.500,00
d) A transferência de parte das quotas do sócio José “A” no total de 2.500 quotas para o novo sócio Jose “B” no
valor total de R$ 2.500,00
e) A integralização em moeda corrente de 15.000 quotas no valor total de R$ 15.000,00 pelos sócios na seguinte
proporção:
e.1) José “Y”, integralização de 3.750 quotas no valor total de R$ 3.750,00.
e.2) José “Z”, integralização de 3.750 quotas no valor total de R$ 3.750,00
e.3) José “A”, integralização de 3.750 quotas no valor total de R$ 3.750,00
e.4) José “B”, integralização de 3.750 quotas no valor de R$ 3.750,00

Notas 13 – Julgamentos, estimativas e premissas contábeis significativas

a) Ajuste a valor presente - A empresa Modelo Ltda. verificou que não ocorreu em seus ativos e passivos de curto
e longo prazo, no período, a existência de operações que suscitassem o cálculo e registro do ajuste a valor
presente.

b) Provisão para contingências - A empresa Modelo Ltda. não verificou, no período, a ocorrência de ações
judiciais movida por terceiros que justificasse o registro da provisão de passivos contingenciais.

Nota 14 – Receitas operacionais


2015 2014
Receita Operacional Bruta:
Prestação de Serviços R$ 401.320 R$ 215.856
Total da Receita Operacional Bruta R$ 401.320 R$ 215.856
Tributos sobre a Receita:
Simples Nacional R$ 22.898 R$ 9.308
Total dos Tributos sobre a Receita R$ 22.898 R$ 9.308
Receita Operacional Líquida R$ 378.422 R$ 206.549

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Nota 15 – Custos e despesas por natureza
Natureza dos custos 2015 2014 Total
Pessoal e Administradores R$ 92.537 R$ 49.035 R$ 141.572
Benefícios e Encargos R$ 13.680 R$ 7.632 R$ 21.312
Serviços de Terceiros R$ 13.567 R$ 0 R$ 13.566
Provisão para Credito de Liquidação Duvidosa R$ 1.500 R$ 0 R$ 1.500
Total R$ 121.283 R$ 56.667 R$ 176.451

Natureza das despesas administrativas e gerais


2015 2014 Total
Serviços de Terceiros R$ 18.862 R$ 6.607 R$ 25.469
Alugueis e Arrendamentos R$ 14.850 R$ 1.610 R$ 16.460
Impostos e Taxas R$ 7.677 R$ 4.413 R$ 12.090
Depreciações e Amortizações R$ 3.989 R$ 1.384 R$ 5.373
Outros Materiais R$ 1.078 R$ 1.292 R$ 2.369
Total R$ 46.455 R$ 15.303 R$ 61.761

Nota 16 – Resultado financeiro


Natureza 2015 2014
Despesa financeira:
Juros de mora R$ 22 R$ 0
Descontos concedidos R$ 1.001 R$ 3
Total despesa financeira R$ 1.022 R$ 3
Receita financeira:
Descontos obtidos R$ 348 R$ 0
Rendimento de aplicação financeira R$ 5.552 R$ 2.440
Total receita financeira R$ 5.900 R$ 2.440
Total resultado financeiro R$ 4.877 R$ 2.437

Nota 17 – Instrumentos financeiros


a) Considerações gerais e gerenciamento de Riscos
A empresa participa de operações envolvendo ativos financeiros com o objetivo de gerir os recursos financeiros
disponíveis gerados pelas operações. Os riscos associados a estes instrumentos são gerenciados por meio de
estratégias conservadoras, visando liquidez, rentabilidade e segurança. A avaliação dos ativos financeiro em relação
aos valores de mercado é realizada por meio de informações disponíveis e metodologia de avaliação apropriada.
Entretanto, a interpretação dos dados de mercado e métodos de avaliação requer considerável julgamento e
estimativas para se calcular o valor de realização mais adequada. Como conseqüência, as estimativas apresentadas
podem divergir se utilizadas hipóteses e metodologia diferentes. O valor justo dos ativos financeiros é incluído no
valor pelo qual o instrumento poderia ser trocado em uma transação corrente entre partes dispostas a negociar, e
não em uma venda ou liquidação forcada. Os valores contábeis, tais como aplicações financeiras, contas a receber
e a pagar e outros referentes aos instrumentos financeiros constantes dos balanços patrimoniais, quando
comparados com os seus valores que poderiam ser obtidos na sua negociação em um mercado ativo ou, na
ausência destes, com o valor presente líquido ajustado com base na taxa vigente de juros no mercado, representam
efetivamente o valor justo.

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b) Fatores de Risco que podem afetar os negócios
Gestão de risco financeiro: A empresa esta exposta a diversos riscos inerentes à natureza de suas operações.
Dentre os principais fatores de risco de mercado que podem afetar o negócio da empresa, destacam-se:
b.1) Risco de liquidez – O risco de liquidez consiste na eventualidade da empresa não dispor de recursos
suficientes para cumprir com seus compromissos em função de diferença dos prazos de liquidação de seus direitos
e obrigações. O controle da liquidez e do fluxo de caixa da empresa é monitorado diariamente pelo departamento
financeiro, de modo a garantir que a geração operacional de caixa e captação prévia e recursos, quando necessária,
sejam suficientes para a manutenção do seu cronograma de compromissos, não gerando riscos de liquidez para a
empresa. O risco de credito esta associado principalmente às suas aplicações financeiras e valores a receber das
operações. Esse risco é atenuado pela restrição de suas operações a instituição financeira considerada de primeira
linha e cuja concentração não ultrapassa os limites aprovados na análise de credito das contrapartes.
b.2) Riscos financeiros – A gestão dos riscos financeiros é realizada combinando a analise dos instrumentos
financeiros com a diversificação e seleção de contrapartes. Regularmente, a natureza e a posição geral dos riscos
financeiros são monitoradas, com o propósito de avaliar o resultado e o impacto financeiro no fluxo de caixa.

EMPRESA MODELO LTDA LTDA

DIRETORIA

Jose “Y” Jose “X” Jose “A” Jose “B”


Sócio – Administrador Sócio - Administrador Sócio - Administrador Sócio - Administrador

João “A”
Contador
CRC/MG: 000000

OBRIGADO PELA ATENÇÃO


DEUS LHE ABENÇOE
SUCESSO

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