Você está na página 1de 41

O D O N T O P E D I AT R I A

DO BEBÊ AO ADOLESCENTE: UMA VISÃO TRANSDISCIPLINAR

Coordenadoras
Liliana A. M. V. Takaoka
Lúcia Coutinho
Rosa Maria Eid Weiler

3a Edição
Título: Odontopediatria do Bebê ao Adolescente: Uma Visão Transdisciplinar
Coordenadoras: Liliana A. M. V. Takaoka, Lúcia Coutinho e Rosa Maria Eid Weiler
Produção editorial e revisão de texto: Rafael Rodrigues
Diagramação: Luiz Felipe May dos Santos
Capa: Paulo R. Salomão

© 2024 Santos Publicações Ltda.


3ª Edição

Todos os direitos reservados à Santos Publicações Ltda. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida,
armazenada ou transmitida por quaisquer que sejam os meios – mecânico, fotocópia, eletrônico ou outros –,
sem a prévia permissão do Editor.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Takaoka, Liliana A. M. V.
Odontopediatria do bebê ao adolescente: uma visão transdisciplinar / Liliana A. M. V. Takaoka, Lúcia Coutinho,
Rosa Maria Eid Weiler. -- 3. ed. -- São Paulo: Santos Publicações, 2024.

Bibliografia.
ISBN 978-65-84536-67-8

1. Odontopediatria I. Coutinho, Lúcia. II. Weiler, Rosa Maria Eid. III. Título.
CDD-617.645
23-165832 NLM-WU-480

Índices para catálogo sistemático:


1. Odontopediatria 617.645
Aline Graziele Benitez – Bibliotecária – CRB-1/3129

Rua Apeninos, 664 - Paraíso | CEP 01533-000 – São Paulo


Tel.: (11) 5574-1200 | www.santospub.com.br
Coordenadoras

Liliana A. M. V. Takaoka
Mestre e Doutora em Ciências Aplicadas à Pediatria
pela EPM-UNIFESP. Coordenadora do Grupo de Aten-
ção Transdisciplinar Materno-Infantil (ATRAMI). Coorde-
nadora da Odontopediatria do Ambulatório de Atendi-
mento ao Prematuro da EPM-UNIFESP. Vice-Presidente
do Viver e Sorrir: Grupo de Apoio ao Prematuro.

Lúcia Coutinho
Cirurgiã Dentista. Especialista em Odontopediatria
pela Universidade Camilo Castelo Branco – São Pau-
lo. Professora Assistente do Curso de Atualização em
Odontopediatria pela, ATRAMI, UNIFESP – São Paulo.
Capacitação em Gestão Empresarial pela FGV. Gesto-
ra e Odontopediatra atuante na Clínica Coutinho há
mais de 30 anos. Autora de 3 livros e diversos capí-
tulos de Odontologia Infantil. Membro Fundadora do
Grupo de Saúde Oral da Sociedade de Pediatria de
São Paulo. Membro do Grupo de Trabalho de Saúde
Oral da Sociedade Brasileira de Pediatria.

Rosa Maria Eid Weiler


Especialista em Odontopediatria pela FOUSP. Mestre
e Doutora em Ciências Aplicadas à Pediatria pela UNI-
FESP. Professora Permanente do Programa de Pós-gra-
duação em Educação e Saúde da EFLCH da UNIFESP.

III
Autores

Abykeyla Tosatti Adriela de Souza Mariath


Nutricionista. Especialista em Adolescência para Doutora em Odontologia. Professora Adjunta da
Equipe Multidisciplinar pelo Centro de Atendimento Faculdade de Odontologia da Universidade Federal
e Apoio ao Adolescente da EPM-UNIFESP. Nutricionis- do Rio Grande do Sul (FO-UFRGS). Professora do Curso
ta Pesquisadora do Centro de Dificuldades Alimenta- de Especialização em Odontopediatria da FO-UFRGS.
res do Instituto de Pesquisa e Ensino em Saúde In-
fantil (Pensi) da Fundação José Luiz Setúbal/Hospital Aida Sabbagh Haddad
Infantil Sabará. Mestrado em Clínicas Odontológicas FOUSP (área
de concentração: Cirurgia e Traumatologia Buco-
Adriana Aparecida Siviero Miachon maxilofacial). Doutorado em Diagnóstico Bucal pela
Mestre e Doutora pela EPM-UNIFESP. Professora FOUSP (área de concentração: Radiologia). Coorde-
Afiliada do Setor de Endocrinologia Pediátrica da Dis- nadora de Curso de Especialização em Odontologia
ciplina de Especialidades Pediátricas do Departamen- para Pacientes com Necessidades Especiais.
to de Pediatria da EPM-UNIFESP. Vice-Presidente do
Departamento Científico de Endocrinologia da Socie- Aiko Takahashi Mori
dade de Pediatria de São Paulo (gestão 2013-2016). Especialista em Ortodontia pela Unicastelo. Mestre
em Odontologia Legal pela FOUSP.
Adriana Carbone
Psicóloga. Especialista em Terapia Familiar e de Ca- Aline Leite de Farias
sal pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Graduada em Odontologia pela FOAr-UNESP. Mes-
(PUC-SP). Mestre em Psicologia pela PUC-SP. tre em Ciências Odontológicas, área de concentração
em Odontopediatria, pela FOAr-UNESP. Doutoranda
Adriana Cristina Jorqueira Neto no Programa de Pós-graduação em Ciências Odon-
Fisioterapeuta. Mestre em Distúrbios do Desenvol- tológicas, área de concentração em Odontopediatria,
vimento pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. da FOAr-UNESP.

Adriana de Oliveira Lira Ortega Aline Maria Luiz Pereira


Especialista em Odontopediatria pela FOUSP e em Nutricionista do Setor de Medicina do Adolescente,
Odontologia para Pacientes com Necessidades Es- Disciplina de Especialidades Pediátricas da Universi-
peciais pelo Conselho Federal de Odontologia (CFO). dade Federal de São Paulo (UNIFESP). Mestre em Bio-
Mestre em Morfologia Aplicada à Disfunção de ATM e logia Molecular pela UNIFESP. Doutora em Nutrição
Dor Orofacial pela EPM-UNIFESP. Doutora em Ciências pela UNIFESP. Coordenadora e Tutora do Programa de
Odontológicas e Pós-doutora em Patologia pela FOUSP. Residência Multiprofissional em Saúde da Criança e
do Adolescente pela UNIFESP. Membro da Coordena-
Adriana Lacombe ção do Curso de Especialização em Adolescência para
Graduada em Fisioterapia pela Universidade de Equipe Multiprofissional da UNIFESP.
São Paulo (USP). Mestre em Ciências Médicas pela
UERJ. Formação em Osteopatia pela Escuela de Os- Aljomar José Vechiato Filho
teopatía de Madrid. Especialista em Osteopatia pela Graduado pela Faculdade de Odontologia de Ara-
AOB/COFFITO. Membro da Associação dos Osteopa- çatuba (FOA-UNESP). Mestrado e Doutorado pelo
tas do Brasil (AOB). Formação Osteobebé de Osteopa- Departamento de Materiais Odontológicos e Próte-
tia Pediátrica, Paris. Sócia-Fundadora da OsteoKIDS de se da Faculdade de Odontologia de Araçatuba (FOA-
Osteopatia Pediátrica. -UNESP).

V
Ana Carina Tamanaha Andressa Belchior Mior Gambogi
Fonoaudióloga. Doutora em Ciências pela UNIFESP. Especialista em Ortodontia. Mestre em Odontolo-
Pós-doutora em Psiquiatria pela UNIFESP. Professora gia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Afiliada do Departamento de Fonoaudiologia da UNI- Professora Convidada no Curso de Especialização de
FESP. Ortodontia da Faculdade São Leopoldo Mandic em
Belo Horizonte. Professora e Membro da Comissão
Ana Estela Haddad Organizadora do Curso de Abordagem Multidiscipli-
Livre-docente. Professora Associada do Departa- nar na Trissomia do Cromossomo 21 da UFMG.
mento de Ortodontia e Odontopediatria da FOUSP.
Diretora de Gestão da Educação na Saúde do Ministé- Anete Colucci
rio da Saúde (2005-2011). Mestre em Pediatria pela EPM-UNIFESP. Professora
da disciplina Pediatria Geral e Comunitária do Depar-
Ana Lidia Ciamponi tamento de Pediatria da EPM-UNIFESP.
Especialista em Ortodontia pela Associação Bra-
sileira de Ensino Odontológico (ABENO). Mestre em Angela Maria Spinola e Castro
Odontopediatria pela FOUSP. Professora Associada da Professora Adjunta do Departamento de Pediatria.
Disciplina Odontopediatria do Departamento de Or- Chefe do Setor de Endocrinologia Pediátrica da EPM-
todontia e Odontopediatria da USP.
-UNIFESP.

Ana Lúcia de Sá Pinto


Anna Vitória Mendes Viana Silva
Pós-Doutorado em Medicina pela FMUSP. Coorde-
nadora do Ambulatório de Medicina do Exercício e Graduação em Odontologia pelo Centro Universi-
Esporte do Hospital das Clínicas da FMUSP. Pediatra e tário UNIFACID. Mestre em Odontologia pela Univer-
Médica do Exercício e Esporte. sidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Doutoranda
em Odontologia pela UFMG. Professora e Membro da
Ana Lucia Goulart Comissão Organizadora do Curso de Abordagem Mul-
tidisciplinar na Trissomia do Cromossomo 21 da UFMG.
Mestre e Doutora em Ciências Aplicadas à Pediatria
pela EPM-UNIFESP. Chefe do Departamento de Pedia-
tria da EPM-UNIFESP. Diretora Clínica do Viver e Sorrir: Antonio Pedro Ricomini Filho
Grupo de Apoio ao Prematuro. Professor Assistente Doutor de Bioquímica e Ca-
riologia da Faculdade de Odontologia de Piracicaba,
Anaeliza Figueiredo UNICAMP.
Graduada pela FO/UNISANTA. Especializanda em
Odontologia Hospitalar pelo Instituto de Ensino e Arlete Silva Ácciari
Pesquisa do HIAE. Habilitada em Laserterapia na Doutoranda e Mestra em Ciências pela Universida-
Odontologia pelo LELO-FOUSP. de Estadual de Campinas (UNICAMP). Graduada em
Psicologia pela Universidade São Francisco (USF). Es-
André Bedendo pecialização em Psicologia Transpessoal pela SESBLU/
Visiting Research Fellow no Department of Health ALUBRAT.
Sciences da University of York (Reino Unido). Doutor
em Psicobiologia pela Universidade Federal de São
Paulo (UNIFESP). Psicólogo pela Universidade Federal
Bábyla G. Monteiro
de Juiz de Fora (UFJF). Biomédica. Mestre e Doutora pela UNIFESP. Direto-
ra Científica da Pan Am Stem Cell.
André Luiz Monezi Andrade
Mestrado, Doutorado e Pós-Doutorado em Psico- Benjamin Israel Kopelman
biologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNI- Professor Emérito Aposentado da Disciplina de Pe-
FESP). Pós-Doutorado pela Pontifícia Universidade diatria Neonatal na EPM-UNIFESP. Presidente Emérito
Católica de Campinas. do Viver e Sorrir: Grupo de Apoio ao Prematuro.
VI
Bruno Frazão Gribel Christiana Murakami
Especialista e Mestre em Ortodontia pela Pontifícia Graduada em Odontologia pela Universidade de
Universidade Católica (PUC) – Minas Gerais. Pós-Doc São Paulo (FOUSP). Especialista em Odontopediatria
do Departamento de Ortodontia e Odontopediatria pela FUNDECTO-FOUSP. Mestre e Doutora em Ciên-
da Universidade de Michigan, EUA. cias Odontológicas pela FOUSP, área de concentra-
ção: Odontopediatria.
Camila Fragelli
Residência Multiprofissional em Saúde da Família Cinthia Pereira Machado Tabchoury
pela Universidade Federal de São Carlos. Mestrado e Professora Adjunta de Bioquímica e Cariologia da
Doutorado em Odontopediatria pela Universidade Faculdade de Odontologia de Piracicaba, UNICAMP.
Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, com uma
etapa realizada no exterior na UIPIU-Purdue Univer- Cintia Heloisa Mizue Miyaki Shima
sity-Indianápolis-EUA (2015). Pós-doutoranda na Uni- Especialista em Ortodontia pelo Grupos Odontoló-
versidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. gicos e Serviços (GEOS), entidade registrada no Con-
selho Federal de Odontologia e Conselho Regional de
Camila Merida Odontologia de São Paulo. Especialista em Ortopedia
Especialista em Odontopediatria pela ABENO-SP. Funcional dos Maxiliares pela Universidade Camilo
Especialista em Pacientes com Necessidades Espe- Castelo Branco - São Paulo.
ciais pelo CFO. Mestre em Ciências da Saúde pela
Faculdade de Medicina da Universidade de São Pau- Clarice Gonzaga Barbosa
lo. Odontopediatra do Serviço de Odontologia do Especialista em Odontopediatria. Mestre em En-
GRAACC-IOP/UNIFESP. genharia de Produção pela Universidade Federal de
Santa Catarina (UFSC).
Carlos Alberto Landi
Médico Pediatra com Habilitação em Medicina do Cláudio Gaspar
Adolescente pela Associação Médica Brasileira (AMB) Médico. Residente do Departamento de Psiquiatria
e Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Vice-Presi- da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).
dente do Departamento de Medicina do Adolescen-
te da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP). Pro- Cristina Buta-Michel
fessor/Preceptor da Disciplina de Atenção Primária
Especialista em Odontopediatria pela FOA – Aná-
à Saúde da Faculdade de Ciências Médicas da Santa
polis. Especialista em Ortopedia Funcional dos Maxi-
Casa de São Paulo. Professor de Medicina do Ado-
lares pelo CFO. Especialista em Ortodontia pela Fu-
lescente da Faculdade de Medicina da Universidade
norte. Mestranda em Ortodontia pela UNIARARAS.
Anhembi Morumbi. Pós-graduando no Programa de
Saúde Coletiva da Escola Paulista de Medicina (EPM)
Cristina Frange
da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).
Fisioterapeuta em Sono. Pós-Doutorado em Neuro-
logia e Neurociências, ênfase em Sono, pelo Departa-
Carlos de Paula Eduardo
mento de Neurologia e Neurocirurgia da Escola Pau-
Mestre e Doutor em Odontologia pela FOUSP – área lista de Medicina (EPM), Universidade Federal de São
de Concentração Dentística. Coordenador do Labo- Paulo (UNIFESP). Doutorado em Ciências, ênfase em
ratório Especial de Lasers em Odontologia da FOUSP Sono, pelo Departamento de Psicobiologia da EPM/
(LELO-FOUSP). Professor Titular Sênior da Faculdade de UNIFESP. Especialista em Fisioterapia Neurofuncional
Odontologia da Universidade de São Paulo (FOUSP). pela Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais
(FCMMG). Certificada em Sono por Notório Saber pela
Caroline Moraes Moriyama Associação Brasileira de Sono (ABS) e pela Associação
Doutora em Odontopediatria pela Universidade de Brasileira de Fisioterapia Cardiorrespiratória e Fisiotera-
São Paulo. Pós-doutoranda em Odontopediatria pela pia em Terapia Intensiva (ASSOBRAFIR). Especialista em
Universidade de São Paulo. Professora da Disciplina Sono pela World Sleep Academy/World Sleep. Atua na
de Odontopediatria da Universidade Metropolitana Frange Fisioterapia em Sono, na área clinica, de pesqui-
de Santos (Unimes). sa e consultoria em Fisioterapia em Sono.
VII
Dalva Alves Silva Odontopediatria da FOAr-UNESP. Pós-Doutorando
com bolsa FAPESP. Docente Colaborador junto à dis-
Especialização em Psicopedagogia. Formação de
ciplina de Odontopediatria da FOAr-UNESP.
Educadores em Valores Humanos, Educação Trans-
pessoal e Transdisciplinar. Mestre em Ciências Apli- Dyandra Loureiro
cadas à Pediatria, área Psicologia (Adolescência), pela
Nutricionista Formada pelo Centro Universitário São
UNIFESP (2003). Doutora em Ciências: Educação e
Camilo (CRN 34980). Pós-graduação em Nutrição Pediá-
Saúde na Infância e Adolescência pela UNIFESP, Gua-
trica, Escolar e na Adolescência pela Estácio de Sá. Res-
rulhos (2017). Atua como Psicopedagoga Colabora-
ponsável pelos Atendimentos do Centros de Excelência
dora do Setor de Medicina do Adolescente.
do Hospital Infantil Sabará. Experiência no atendimento
Dan Linetzky Waitzberg clínico a crianças, adolescentes, gestantes e adultos.
Médico Cirurgião. Professor Associado do Departa- Edna Akemi Hara
mento de Gastroenterologia da FMUSP. Coordenador
Fisioterapeuta pela Pontifícia Universidade Católica
do Laboratório de Metabologia e Nutrição em Cirurgia
de Campinas (PUC-Campinas). Especialista em Con-
Digestiva – Metanutri da FMUSP. Coordenador da Co-
ceito Neuroevolutivo Bobath e em Método Therasuit.
missão de Nutrologia do Complexo Hospitalar Hospital
das Clínicas da FMUSP. Livre-Docente, Doutor e Mestre Edson Negrelli
em Cirurgia pela FMUSP. Coordenador Clínico das EMTNs
Cirurgião-dentista. Formação em Reeducação Pos-
do Instituto Central do Hospital das Clínicas de São Paulo
tural Global (RPG) pela Université Internationale Perma-
(ICESP), Hospital Santa Catarina. Diretor-Presidente do Ga-
nente de Thérapie Manuelle, França/Portugal. Membro
nep Nutrição Humana, Diretor Científico da Bioma4me.
do Centro de Oclusão e Dor Orofacial da FOUSP (Mobi-
lização Musculoarticular no Sistema Estomatognático).
Daniela Prócida Raggio
Mestra e Doutora em Ciências Odontológicas pela Eduardo Dias de Andrade
FO/USP (Área de Concentração Odontopediatria). Cirurgião-dentista. Mestre e Doutor em Odontolo-
Professora Associada da Disciplina de Odontopedia- gia, Área de Farmacologia, pela Faculdade de Odon-
tria da FOUSP. Editora-Chefe do Periódico Internatio- tologia de Piracicaba da Universidade Estadual de
nal Journal of Paediatric Dentistry. Campinas (FOP-Unicamp). Professor Titular da Área
de Farmacologia, Anestesiologia e Terapêutica do De-
Danilo Antonio Duarte partamento de Ciências Fisiológicas da FOP-Unicamp.
Mestre e Doutor em Ciências Odontológicas pela
Universidade de São Paulo. Editor da Revista da As- Elaine Cristina Rocha de Pádua
sociação Paulista de Cirurgiões-Dentistas (APCD). Pro- Nutricionista. Especialista em Adolescência para
fessor da Faculdade de Odontologia da APCD (FAOA). Equipe Multidisciplinar pela UNIFESP e em Nutrição
nas Doenças Crônico-degenerativas pelo Instituto
Denise Ascenção Klatchoian Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (IIEPAE).
Cirurgiã-dentista. Especialista em Odontopediatria Mestre em Ciências da Saúde pela UNIFESP.
pela FOUSP/Fundação para o Desenvolvimento Cientí-
fico e Tecnológico da Odontologia (FUNDECTO). Mestre Eliana Maria Monteiro Caran
em Psicologia Social pela PUC-SP. Doutora em Ciências, Mestre e Doutora em Ciências Aplicadas à Pediatria
Setor de Reumatologia Pediátrica, pela EPM-UNIFESP. pela EMP-UNIFESP. Professora adjunta da Disciplina
de Especialidades do Departamento de Pediatria da
Diana A. Dias Câmara EPM-UNIFESP. Médica Oncologista Pediátrica do IOP/
Bióloga. Mestre e Doutora pela UNIFESP. Diretora GRAACC/UNIFESP.
Científica da Nicell.
Eneida Souza Bittar
Diego Girotto Bussaneli Enfermeira Consultora e Educadora em Aleitamen-
Graduado em Odontologia pela FOAr-UNESP. Mes- to Materno da Universidade da Califórnia, Estados
trado e Doutorado em Ciências Odontológicas pelo Unidos. Membro da International Lactation Consul-
Programa de Ciências Odontológicas na área de tant Association (ILCA).
VIII
Estela Maris Losso Flávia Calanca da Silva
Professora Titular de Odontopediatria na Universida- Doutoranda do Programa de Saúde Coletiva da Uni-
de Positivo (2003-2016). Pesquisadora Permanente do versidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Mestre em
Programa de Pós-graduação em Odontologia (2008- Ciências pela Universidade Federal de São Paulo. Gradua-
2916). Comissão Científica da Associação Paranaense da em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo.
de Odontopediatria (APROPED). Professora Colaborado-
ra do Curso de Especialização em Odontopediatria da Flávia Campos Geronimo
UFPR. Especialização em Odontopediatria pela Univer- Fisioterapeuta. Especialista em Fisioterapia Ortopé-
sidade de Marília. Mestrado e Doutorado em Ciências dica e Traumatologia.
Odontológicas, área de Odontopediatria, pela USP/SP.
Flavia Konishi
Fabio Fantozzi
Psicóloga pela Universidade Paulista (Unip). Espe-
Técnico em Prótese Dentária. Especialista em Orto-
cialista em Periodontia pela Associação Paulista de
dontia e em Protetores Orais. Professor de Técnicas de
Cirurgiões-dentistas (APCD), Regional de Araraquara.
Laboratório da Universidade de Trieste, Itália. Mestre e Doutora em Odontopediatria pela Faculda-
de de Odontologia de Araraquara (FOAr) da UNESP.
Fabíola Isabel Suano de Souza Coordenadora do Curso de Especialização em Odon-
Professora Adjunta do Departamento de Pediatria topediatria e Capacitação em Odontologia Intrauteri-
da EPM-UNIFESP. Professora Auxiliar do Departamen- na da APCD, Regional de Araraquara.
to de Pediatria da Faculdade de Medicina.
Francisco Antônio Pereira Fialho
Felipe Branco Arcadepani
Professor Titular da Faculdade de Engenharia de
Médico Residente de Psiquiatria do Departamen- Produção da UFSC. Coordenador do Núcleo de Com-
to de Psiquiatria da UNIFESP. Mestrando do Departa- plexidade e Cognição (NUCOG) e Núcleo da Cogni-
mento de Psiquiatria da UNIFESP. ção e Consciência (NEDECC).

Fernando Borba de Araujo Gabriel Benevides


Graduado em Odontologia pela Faculdade de
Médico pela Faculdade de Ciências Médicas da
Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande
Santa Casa de São Paulo. Residência em Pediatria e
do Sul (FO.UFRGS). Mestre em Odontopediatria pela Fa-
Gastroenterologia, Hepatologia e Nutrologia Pediátri-
culdade de Odontologia da Universidade de São Pau-
ca no Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da
lo (FOUSP). Doutor em Odontopediatria pela FOUSP.
FMUSP. Médico Voluntário da Unidade de Gastroente-
Professor Titular de Odontopediatria da FO.UFRGS.
rologia e Hepatologia Pediátrica do Instituto da Crian-
Professor do Programa de Pós-graduação (Mestrado/
ça do HC-FMUSP.
Doutorado) em Odontologia da FO.UFRGS. Coordena-
dor dos Cursos de Especialização em Odontopediatria
da Associação Brasileira de Odontologia (UniABO-RS) e Gabriel Tilli Politano
Zenith Educação Continuada (Zenith-SC). Bolsista Pro- Especialista em Odontopediatria pela FOUSP. Mes-
dutividade em Pesquisa do CNPq (2019-2022). tre em Odontopediatria pela São Leopoldo Mandic.
Doutor em Ginecologia e Obstetrícia pela Faculdade
Fernando César de Souza de Ciências Médicas da Unicamp. Professor Titular de
Especialista em Bases da Medicina Integrativa pelo Odontopediatria da Faculdade de Odontologia da
IIEPAE. Mestre em Educação: Formação de Professores São Leopoldo Mandic.
pela Universidade Cidade de São Paulo (Unicid). Doutor
em Educação: Currículo pela PUC-SP. Professor Convida- Gabriela Oliveira Berti
do da Disciplina Interdisciplinaridade e Cuidado Huma- Doutora em Odontopediatria pela Faculdade de
no do Curso de Pós-graduação em Bases da Medicina Odontologia da USP. Mestre em Odontopediatria pela
Integrativa do IIEPAE. Pesquisador do Grupo de Estudos Faculdade de Odontologia da USP. Professora do Cur-
e Pesquisas em Interdisciplinaridade da PUC-SP. so de Odontologia da Universidade Santo Amaro.
IX
Gabriele Andrade-Maia Henrique Pretti
Graduação em Odontologia pelo Centro Universi- Doutor em Ortodontia. Professor Associado da Fa-
tário Newton Paiva (Belo Horizonte/MG). Mestre em culdade de Odontologia da UFMG.
Odontologia pela Universidade Federal de Minas Ge-
rais (UFMG). Doutoranda em Odontologia pela UFMG. Isa de Pádua Cintra
Preceptora da Clínica Escola da Faculdade de Minas
Nutricionista. Especialista em Nutrição e Saúde
(FAMINAS/BH). Professora e Membro da Comissão Or-
Pública pela USP, campus Ribeirão Preto. Mestre em
ganizadora do Curso de Abordagem Multidisciplinar
Fisiologia pela Universidade Federal de Minas Gerais
na Trissomia do Cromossomo 21 da UFMG.
(UFMG). Doutora em Ciências pela UNIFESP. Professo-
ra Adjunta da Disciplina Especialidades Pediátricas do
Gisele Mendes Brito Departamento de Pediatria do CAAA/UNIFESP.
Médica Assistente da Pediatria do Instituto da
Criança do Hospital das Clínicas da FMUSP. Médica
Isabel Cristina Olegário
Residente de Medicina do Exercício e do Esporte do
Hospital das Clínicas da FMUSP. Médica Pediatra do Especialista, Mestre e Doutora em Odontopediatria
Hospital Samaritano. pela Faculdade de Odontologia da USP (FOUSP).

Giuseppe Alexandre Romito Isabela Almeida Pordeus


Mestre e Doutor em Odontologia na Área de Perio- Especialista em Odontopediatria pela UFMG. Mes-
dontia pela FOUSP. Coordenador do Curso de Espe- tre em Odontopediatria pela USP. Doutora em Epide-
cialização em Implantes da FUNDECTO/FO. Professor miologia e Saúde Pública pela Universidade College
Titular, Chefe do Departamento de Estomatologia. London, Inglaterra. Professora Titular da Disciplina
Odontopediatria do Departamento de Odontopedia-
Glaura César Pedroso tria e Ortodontia da UFMG.
Doutora em Ciências pela EPM-UNIFESP. Pediatra da
Disciplina Pediatria Geral e Comunitária da EPM-UNIFESP. Ivani Catarina Arantes Fazenda
Mestre em Filosofia da Educação pela PUC-SP.
Gustavo Antônio Moreira Doutora em Antropologia pela USP. Livre-docente
Médico Pediatra. Residência em Pediatria pela Uni- em Didática pela UNESP. Professora Titular do Progra-
versidade Federal de São Paulo. Fellowship de Pesqui- ma Stricto Sensu em Educação: Currículo da PUC-SP.
sa em Terapia Intensiva Pediátrica pela Universidade Coordenadora do GEPI/PUC-SP.
de Minnesota. Fellowship Clínico em Terapia Intensiva
Pediátrica pela Universidade de Maryland. Fellowship Jacy Perissinoto
de Pesquisa em Pneumologia Pediátrica pela Univer- Fonoaudióloga. Doutora em Distúrbios da Comunica-
sidade Johns Hopkins. Doutor em Ciências pela Uni- ção Humana pela UNIFESP. Pós-doutora em Psicolinguís-
versidade Federal de São Paulo. tica pela Paris 5-Sorbonne, França. Professora Associada IV
do Departamento de Fonoaudiologia da UNIFESP.
Gustavo Escudeiro da Silva
Graduado pela Faculdade de Odontologia da Uni-
Jaime A. Cury
versidade de São Paulo (FOUSP). Especialista em Den-
Professor Titular de Bioquímica e Cariologia da Fa-
tística Restauradora pelo CETAO.
culdade de Odontologia de Piracicaba (UNICAMP).
Gustavo Falbo Wandalsen
Especialista em Pediatria pela Sociedade Brasileira Jaqueline Sclearuc Ramos
de Pediatria (SBP) e em Alergia e Imunologia Clínica Psicóloga formada pela FMU com Especialização
pela Associação Brasileira de Alergia e Imunopatolo- em Psicoterapia Psicanalítica em Crianças e Adoles-
gia (ASBAI). Mestre e Doutor em Ciências pela UNI- centes pelo Instituto Sedes Sapientiae. Mestranda
FESP. Professor Adjunto da Disciplina de Alergia, Imu- pela Faculdade de Saúde Pública da UNIFESP. Certi-
nologia Clínica e Reumatologia do Departamento de ficada pelo Método Eline Snel de Mindfulness com
Pediatria da EPM-UNIFESP. crianças e adolescentes.
X
Jenny Abanto José Salomão Schwartzman
Especialista em Odontopediatria pela APCD. Mes- Especialista em Neurologia da Infância e Ado-
tre e Doutora em Odontopediatria pela FOUSP. Pro- lescência. Doutor em Medicina pela EPM-UNIFESP.
fessora dos Cursos de Odontopediatria Baseada em Professor Titular do Curso de Pós-graduação em Dis-
Evidências Científicas e de Odontopediatria na Pri- túrbios do Desenvolvimento da Universidade Presbi-
meira Infância da Fundação para o Desenvolvimento teriana Mackenzie.
Científico e Tecnológico da Odontologia (FUNDEC-
TO)-FOUSP. Professora Colaboradora da disciplina Juliana Feltrin de Souza
Prevenção em Odontopediatria do Departamento de Professora Adjunta de Odontopediatria da Univer-
Ortodontia e Odontopediatria da FOUSP. sidade Federal do Paraná. Pesquisadora Permanente
do Programa de Pós-graduação em Odontologia,
área de Odontopediatria, da Universidade Federal
Joanna Tatith Pereira do Paraná. Presidente da Associação Paranaense de
Especialista em Odontopediatria pela FO-UFRGS. Odontopediatria (APROPED, Gestão 2021-2023). Mes-
Mestre em Clínica Odontológica, com ênfase em tre e Doutora em Ciências Odontológicas, área de
Odontopediatria, pela FO-UFRGS. Professora do curso Odontopediatria, pela UNESP (FOAr-UNESP).
de Odontologia da Faculdade da Serra Gaúcha (FSG).
Juliana Maria Ferraz Sallum
Médica. Especialista em Oftalmologia e em Ge-
Jonas de Almeida Rodrigues
nética Clínica. Mestre em Oftalmologia pelo Depar-
Doutor em Odontologia. Professor Adjunto da FO- tamento de Oftalmologia da EPM-UNIFESP. Doutora
-UFRGS. Professor do Programa de Pós-graduação em em Medicina pelo Departamento de Oftalmologia
Odontologia e do Curso de Especialização em Odon- da EPM-UNIFESP e pelo Wilmer Eye Hospital − Johns
topediatria da FO-UFRGS. Hopkins University, EUA. Professora Doutora Afiliada
da Disciplina Oftalmologia do Departamento de Of-
José Carlos d’Ornellas Pereira Jr. talmologia da EPM-UNIFESP.
Graduado em Odontologia pela Universidade Karen Couto Cordeiro
Franciscana (UFN-SM). Especialista em Dentística pela
Nutricionista do Instituto Central do Hospital das
AGOR/RS. Mestre em Clínicas Odontológicas, com
Clínicas da Universidade de São Paulo. Especialista em
ênfase em Cariologia/Dentística, pela Faculdade de
Nutrição Clínica Avançada pela Universidade Munici-
Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande
pal de São Caetano. Especialista em Saúde da Criança
do Sul (FO.UFRGS). Doutorando em Clínicas Odonto-
e Adolescente pela Universidade Federal de São Paulo.
lógicas, com ênfase em Cariologia/Dentística, pela Fa-
culdade de Odontologia da Universidade Federal do Karina Correia Bonalumi Bittar
Rio Grande do Sul (FO.UFRGS).
Ortopedista Funcional dos Maxilares pela ACDC.
Odontopediatra pela AONP.
José Carlos Garófalo
Especialista em Dentística Restauradora pela APCD. Kelly Maria Silva Moreira
Mestrado pelo Departamento de Dentística (FOUSP). Graduada em Odontologia pela Universidade Fe-
Coordenador do curso de Especialização em Dentísti- deral de Minas Gerais. Especialista em Odontopedia-
ca Restauradora da SPO. tria pela São Leopoldo Mandic. Mestre e Doutoranda
em Odontopediatria pela Faculdade de Odontologia
José Carlos Pettorossi Imparato de Piracicaba, Universidade Estadual de Campinas.
Mestre e Doutor em Ciências Odontológicas pela
Universidade de São Paulo. Professor Livre Docente Lara Jansiski Motta
da Disciplina de Odontopediatria da Universidade de Mestre em Ciências da Reabilitação pela Universi-
São Paulo. Professor do Programa de Pós-graduação dade Nove de Julho. Doutora em Ciências da Saúde
da São Leopoldo Mandic, em Campinas. Presidente pela UNIFESP. Professora do Programa de Pós-gradua-
da Associação Brasileira de Odontopediatria. ção em Biofotônica Aplicada às Ciências da Saúde.
XI
Laurista Corrêa Filho Lucas Queiroz Caponi
Neonatologista. Especialista em Saúde da Mulher Graduando em Odontologia da Universidade
a da Criança pela Universidade René Descartes-Paris “G.D’Annunzio” Chieti, Itália. Membro do Executi-
V. Assistente Estrangeiro da Faculdade de Medicina vo Nacional da Associazione Italiana di Studenti di
Cochin / PortRoyalParis V. Odontoiatria (AISO), Itália. Delegado Italiano Interna-
cional nas Associações Internacional e Europeia de
Lêda Regina Fernandes Mugayar Estudantes de Odontologia (IADS e EDSA).
Especialista em Odontopediatria e Pacientes Espe-
ciais e em Radiologia e Diagnóstico Oral. Mestre em
Lúcia Coutinho
Odontopediatria e Odontologia Preventiva e Social. Professora Assistente do Curso de “Atualização em
Professora Associada do Departamento de Pediatric Odontopediatria” da ATRAMI – Escola Paulista de Me-
Dentistry da Universidade da Flórida, Estados Unidos. dicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM-U-
MIFESP). Especialista em Odontopediatria pela Uni-
versidade Camilo Castelo Branco (Unicastelo). Diretora
Levy Anderson César Alves
Clínica da Clínica Coutinho de Odontologia Integrada
Doutor em Ciências Odontológicas pela Univer-
em São Paulo, SP. Membro Fundador do Grupo de Saú-
sidade de São Paulo (USP). Professor no Curso de
de Oral da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP).
Odontologia da Universidade Guarulhos (UnG) e da
Universidade Paulista (UNIP). Pós-doutorando em
Luciana Saraiva
Ciências Odontológicas pela Faculdade de Odontolo-
gia da Universidade de São Paulo (FOUSP). Especialista em Periodontia pelo CRO. Mestre em
Periodontia pela Universidade de São Paulo (USP).
Doutora em Periodontia pela USP.
Liete Zwir
Especialista em DTM e Dor Orofacial pela UNIFESP. Luciane Lamour Ferreira
Mestre em Ciências Aplicadas à Saúde pela UNIFESP.
Mestre em Ciência da Computação e Especialista em
Doutora em Ciências da Pediatria pela UNIFESP. Gestão da Inovação, ambos pela UNICAMP. MBA em Ges-
tão Estratégica de Negócios e Pós-MBA em Neurociência
Lilian Guedes de Amorim aplicada aos negócios, ambos pela FGV. Business, Execu-
Especialista em Odontopediatria pela Universidade tive e Positive Coach, certificado pela SBC, consultora de
Federal de Santa Maria-RS. Doutora em Ciências da negócios, empreendedorismo, Vendas e Liderança.
Saúde pela Faculdade de Medicina da Universidade
Federal de Goiás (UFG). Professora Aposentada de Luciano Casagrande
Odontopediatria da UFG. Coordenadora do Núcleo Mestre em Odontopediatria pela Faculdade de Odon-
de Odontopediatria da Vitae Odontologia. tologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
(FO.UFRGS). Doutor em Odontologia. Professor Adjunto
Liliana A. M. V. Takaoka da FO-UFRGS. Professor do Programa de Pós-graduação
Mestre e Doutora em Ciências Aplicadas à Pediatria em Odontologia da FO-UFRGS. Professor do Curso de
pela EPM-UNIFESP. Coordenadora do Grupo de Aten- Especialização em Odontopediatria da FO-UFRGS.
ção Transdisciplinar Materno-Infantil (ATRAMI). Coorde-
nadora da Odontopediatria do Ambulatório de Atendi- Luiz Alberto Valente Soares Junior
mento ao Prematuro da EPM-UNIFESP. Vice-Presidente Especialista em Odontopediatria pela APCD. Espe-
do Viver e Sorrir: Grupo de Apoio ao Prematuro. cialista em Pacientes com Necessidades Especiais pelo
CFO. Habilitado em Odontologia Hospitalar. Mestre em
Lourdes Santos-Pinto Ciências, Fisiopatologia Experimental, pela FMUSP.
Mestrado e Doutorado em Ciências Odontológicas
pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Manoel de Nobrega
Filho. Pós-Doutorado na Baylor College of Dentistry Especialista em Otorrinolaringologia pela UNIFESP / As-
(1996-1997). Professora Titular da Universidade Esta- sociação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cer-
dual Paulista Júlio de Mesquita. vicofacial (ABORLCCF). Mestre em Otorrinolaringologia
XII
e Doutor em Medicina pela UNIFESP. Professor Afiliado Maria Naira Pereira Friggi
da Disciplina Otorrinolaringologia Pediátrica do Departa-
Cirurgiã-dentista. Mestre em Clínicas Odontológi-
mento de Otorrinolaringologia da UNIFESP. Membro do
cas e Doutora em Odontopediatria pela FOUSP. Pro-
Departamento Científico de Otorrinolaringologia da SBP.
fessora Coordenadora do Curso de Especialização em
Odontopediatria da Escola de Aperfeiçoamento Pro-
Manoel Simão fissional/Associação Paulista de Cirurgiões-dentistas
Psicólogo pela Universidade Metodista de São Pau- (EAPAPCD) (1993-2008). Professora Titular da Discipli-
lo. Mestrado em Neurociências e Comportamento – IP/ na Odontopediatria da Universidade Ibirapuera e da
NEC pela Universidade de São Paulo. Coordenador da Universidade Brás Cubas (1997-2012).
Pós-graduação em Psicologia Transpessoal da ALUBRAT.
Supervisor da Divisão de Odontologia do HCFMUSP.
Maria Sylvia de Souza Vitalle
Professor Adjunto / Chefe do Setor de Medicina do
Adolescente da UNIFESP. Presidente do Departamen-
Manuel Restrepo to de Adolescência da Sociedade de Pediatria de São
Graduado em Odontologia pela Universidade CES, Paulo. Vice-Coordenador do Programa de Pós-Gradua-
Colômbia. Mestre em Ciências Odontológicas Pelo pro- ção Educação e Saúde na Infância e Adolescência do
grama de Ciências Odontológicas, na área de Odon- Departamento de Educação da Escola de Filosofia,
topediatra da FOAr-UNESP. Doutorando em Ciências Ciências e Letras da UNIFESP. Membro da International
Odontológicas (Odontopediatria) na FOAr-UNESP. Association for Adolescent Health (IAAH).

Maria Teresa Terreri


Mara Samenho Professora Adjunta do Departamento de Pediatria
Pedagoga da Universidade Metodista de Piracicaba. da UNIFESP. Chefe do Setor de Reumatologia Pediátri-
Pós-graduada em Psicopedagogia pela PUC-SP. Pro- ca da UNIFESP.
fessora do Colégio Presbiteriano Mackenzie Tamboré.
Palestrante do Curso de Capacitação para Professores. Maria Wany Louzada Strufaldi
Professora Adjunta da Disciplina Pediatria Geral e Co-
Marcelo Bönecker munitária do Departamento de Pediatria da EPM-UNIFESP.
Doutor pela FOUSP e pelo Departamento de Epi-
demiologia e Saúde Pública da Universidade College Mariana Giannecchini Ferrari
London, Inglaterra. Pós-doutor pelo Dental Research Psicóloga Formada pela Pontifícia Universidade Cató-
Institute da Universidade de Witwatersrand, África do lica de Campinas. Membro do Departamento de Psica-
Sul. Professor Titular da Disciplina de Odontopediatria nálise de Crianças do Instituto Sedes Sapientiae. Profes-
da FOUSP. Membro da Diretoria da International Asso- sora e Supervisora do S Psi – Seminários Psicanalíticos.
ciation of Paediatric Dentistry (IAPD).
Mariana Pinheiro de Araújo
Marcos Nadler Gribel Especialista e Doutoranda em Odontopediatria
pela FOUSP.
Especialista em Ortopedia Funcional dos Maxilares,
Ortodontia, Dor Orofacial e DTM.
Mariângela Milena Santos Schalka
Cirurgiã-dentista e Odontopediatra. Especialista
Maria Christina Brunetti
em Ortopedia Funcional dos Maxilares com ênfa-
Dentista. Especialista em Periodontia pela UFRGS. se em Reabilitação Neurodusal pela Faculdade do
Mestre em Periodontia e Doutora em Saúde Pública Odontologia da Universidade Santo Amaro (Unisa).
pela USP. Mestre em Odontopediatria pela FOUSP.

Maria Isaura Monteiro Buelau Marina Bianco Perrone


Cirurgiã-dentista pela FOP-Unicamp. Especialista Terapeuta Ocupacional. Mestranda do Departa-
em Odontopediatria pela FOP-Unicamp. Membro mento de Psiquiatria da UNIFESP. Coordenadora do
Fundadora da Associação Brasileira Pedro Planas de Setor de Adolescentes do Programa de Orientação e
Reabilitação Neuro-oclusal (ABPP-RNO). Atendimento a Dependentes (PROAD), da UNIFESP.
XIII
Marina Stella Bello Silva genharia Biomédica pela UTFPR. Membro da Associação
dos Osteopatas do Brasil (AOB). Membro da Associação
Mestre e Doutora pelo Departamento de Dentís-
Brasileira de Ortopedia Funcional dos Maxilares (ABOFM).
tica da Faculdade de Odontologia da Universidade
Membro da Sociedade Brasileira de Dor (SBED). Sócio
de São Paulo e pela RWTH Aachen University (Rhei-
Fundador da Escola OsteoKIDS de Osteopatia Pediátrica.
nisch-Westfalische Technische Hochschule Aachen).
Colaboradora do Laboratório Especial de Laser em Melissa de Mattos Pimenta
Odontologia (LELO-FOUSP) e do Aachen Dental Laser
Bacharel em Ciências Sociais. Mestre e Doutora em
Institute (Aachen, Alemanha).
Sociologia pela Universidade de São Paulo (USP). Che-
Marisa Frasson de Azevedo fe do Departamento de Sociologia da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Fonoaudióloga. Especialista, Mestre e Doutora em
Distúrbios da Comunicação Humana pela UNIFESP. Mônica Andrade Lotufo
Professora Associada da Disciplina Distúrbios da Audi-
Especialista em Odontopediatria e Estomatologia
ção do Departamento de Fonoaudiologia da UNIFESP.
(FOUSP). Mestre em Diagnóstico Bucal, Subárea Se-
Matsuyoshi Mori miologia (FOUSP). Doutorado em Diagnóstico Bucal.
Pós-Doutorado na Faculdade de Medicina da USP.
Especialista em Disfunção Temporomandibular
pelo CFO. Mestrado em Clínicas Odontológicas pela Monica Gianesella Bertolaccini
Universidade de São Paulo. Doutorado em Prótese
Especialista em Odontopediatria pela FUNDECTO/
Dentária pela Universidade de São Paulo. Professor
FOUSP. Especialização Multiprofissional em Oncolo-
Doutor da Universidade de São Paulo.
gia Pediátrica pelo GRAACC-IOP/UNIFESP. Mestranda
em Ciências Aplicadas a Pediatria pela EPM-UNIFESP.
Mauro Batista de Morais
Mestre e Doutor em Nutrição pela EPM-UNIFESP. Pós- Nancy Ramacciotti de Oliveira-Monteiro
-doutor pelo Baylor College of Medicine, com apoio do
Psicóloga. Doutora em Psicologia Social pela USP. Do-
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
cente da UNIFESP, campus Baixada Santista (UNIFESP-BS).
Tecnológico (CNPq). Professor Associado Livre-docente
Coordenadora do Laboratório de Psicologia Ambiental e
da Disciplina Gastroenterologia Pediátrica e Chefe do
Desenvolvimento Humano (LADH/UNIFESP-BS).
Departamento de Pediatria da EPM-UNIFESP. Gastroente-
rologista Pediátrico da Clínica de Especialidades Pediátri- Nathalia Moretti Fontanezi
cas do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE). Orientador
Graduação em Nutrição pelo Centro Universitário
do Programa de Pós-graduação em Pediatria e Ciências
São Camilo. Mestrado em Ciências Aplicadas à Pedia-
Aplicadas à Pediatria da EPM-UNIFESP. Coordenador do
tria pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).
Programa de Pós-graduação em Pediatria da UNIFESP.
Especialização em Adolescência para Equipe Multi-
Mauro Fisberg disciplinar pela UNIFESP.
Especialista em Nutrologia-Pediatria. Doutor em Nelson Foresto Lizier
Medicina pela EPM-UNIFESP. Professor Associado IV
Doutor da Disciplina Especialidades Pediátricas do Biotecnologista. Mestre e Doutor pela UNIFESP. Di-
Setor de Medicina do Adolescente do Departamento retor Científico do Centro de Criogenia Brasil.
de Pediatria da EPM-UNIFESP. Coordenador do Cen-
tro de Dificuldades Alimentares do Instituto Pensi da Patrícia Junqueira
Fundação José Luiz Setúbal/Hospital Infantil Sabará. Fonoaudióloga pela PUC-SP. Doutora em Distúr-
Coordenador da Força-tarefa de Estilos de Vida Sau- bios da Comunicação Humana pra UNIFESP. Especia-
dável e Membro da Diretoria do ILSI Brasil. Membro lista em Motricidade Orofacial. Idealizadora e Respon-
da Diretoria (Board) do Danone Institute International. sável pelo Instituto de Desenvolvimento Infantil.

Mauro Gemelli Patricia Valério


Graduado em Fisioterapia pela UNIOESTE. Formação Ortopedista Funcional dos Maxilares pelo CFO.
em Osteopatia pela Escuela de Osteopatía de Madrid. Es- Doutora em Fisiologia pela UFMG. Pós-doutorado Jú-
pecialista em Osteopatia pelo COFFITO-BR. Mestre em En- nior e Sênior pela UFMG.
XIV
Paula Rodrigues Anjo Instituto de Metabolismo e Nutrição (IMEN). Pesquisadora
do Centro de Dificuldades Alimentares do Instituto Pensi
Graduação em Nutrição. Professora convidada
da Fundação José Luiz Setúbal/Hospital Infantil Sabará.
da Pósgraduação em Nutrição Hospitalar do Insti-
tuto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein. Ravana Angelini Sfalcin
Pósgraduação em Administração e Marketing. 25
Mestre e Doutora em Materiais Dentários pela Faculdade
anos de atuação técnica na indústria farmacêutica e
de Odontologia de Piracicaba - Unicamp. Pósdoutora em
alimentícia nacional e multinacional. Gerente do De-
Biofotônica Aplicada às Ciências da Saúde pela Uninove.
partamento de Nutrição da FQM.
Especialista em Odontopediatria pela FAOA- APCD.
Paulo Sérgio da Silva Santos Régia Cristina Oliveira
Especialista em Odontologia para Pacientes com
Graduação em Ciências Sociais pela Universidade de
Necessidades Especiais pelo CFO. Mestre e Doutor
São Paulo (USP). Mestrado e Doutorado em Sociologia
em Patologia Bucal pela FOUSP. Professor Doutor do
pela Universidade de São Paulo (USP). Pós-Doutorado
Departamento de Estomatologia da Faculdade de
em Saúde Coletiva pela Universidade Federal de São
Odontologia de Bauru (FOB) da USP.
Paulo (UNIFESP). PósDoutorado em Ciências Sociais
Pessia Grywac Meyerhof pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).
Terapeuta Ocupacional. Especialista em Tratamen- Regina Donnamaria Morais
to Neuroevolutivo − Conceito Bobath com Bebês pelo
Fonoaudióloga. Mestre em Distúrbios do Desen-
Inselspital em Berna, Suíça. Especialista em Síndrome
volvimento. Instrutora Sênior do Conceito Neuro Evo-
de Down pelo Centro de Estudos e Pesquisas Clínicas
lutivo Bobath.
de São Paulo (CEPEC-SP). Doutora em Psicologia pelo
Instituto de Psicologia da USP. Diretora Clínica da Rea- Regina Lucia da Silva Queiroz
bilitação Especializada em São Paulo.
Especialista em Odontopediatria e Ortodontia pela
Peter John Buelau Policlínica Geral do Rio de Janeiro (PGRJ). Especialista em
Radiologia pela Associação Fluminense de Educação. Pós-
Cirurgião-dentista. Especialista em Ortopedia Fun-
-graduada em Medicina Legal Odontoestomatológica, em
cional dos Maxilares pelo CFO. Professor Colaborador
Medicina Estética em Odontopediatria e em Odontoesto-
da Disciplina de Especialização em Ortopedia Funcio-
matologia do Esporte pela Universidade de Chieti, Itália.
nal dos Maxilares da EAP/APCD. Membro Fundador e
Primeiro Presidente da ABPP-RNO. Renata Franzon
Graduada em Odontologia pela Faculdade de Odon-
Priscila Maximino tologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Nutricionista. Especialista em Adolescência e Mestre em (FO.UFRGS). Mestre em Odontopediatria pela FO.UFRGS.
Ciências da Saúde pela EPM-UNIFESP. Nutricionista Titular Doutora em Odontopediatria pela FO.UFRGS. Professo-
do Centro de Dificuldades Alimentares do Instituto Pensi ra dos Cursos de Especialização em Odontopediatria da
da Fundação José Luiz Setúbal/Hospital Infantil Sabará. Associação Brasileira de Odontologia (UniABO-RS) e Ze-
nith Educação Continuada (Zenith-SC).
Priscilla Garcia Corbisier
Especialista em Odontopediatria pela Associação dos Renata Mendes Orsi
Cirurgiões Dentistas da Baixada Santista. Especialista em Graduada em Odontologia pela Universidade Fe-
Ortodontia pela Associação Brasileira de Odontologia – deral de Uberlândia. Especialista em Odontopediatria
Santos/SP. Pós-graduada em Odontologia para Pacien- pela EAP da APCD. Especialista em Ortopedia Funcio-
tes Especiais pela Faculdade São Leopoldo Mandic, SP. nal dos Maxilares pelo Conselho Federal de Odon-
tologia. Presidente da Câmara Técnica de Ortopedia
Rachel Helena Vieira Machado Funcional dos Maxilares do CROSP.
Nutricionista. Especialista em Nutrição na Infância e
Adolescência pela EPM-UNIFESP e em Nutrição Clínica Renzo Romano Taddei
Hospitalar pelo Instituto de Infectologia Emílio Ribas/ Doutor em Antropologia pela Universidade Co-
FMUSP. Mestre em Ciências da Saúde pela EPM-UNIFESP. lumbia, Estados Unidos. Professor Adjunto do Depar-
Professora do Curso de Pós-graduação em Nutrição do tamento de Ciências do Mar da UNIFESP.
XV
Ricardo Toma de Campinas. Professora de Pós-graduação do Centro
de Pesquisas Odontológicas São Leopoldo Mandic.
Pediatra e Gastroenterologista Pediátrico. Médico
Assistente e Coordenador do Grupo de Gastroente- Sandra Regina Pereira Silvestre
rologia Pediátrica do Instituto da Criança do Hospital
Graduada em Odontologia pela Universidade Fede-
das Clínicas da Universidade de São Paulo.
ral de Santa Catarina (UFSC). Especialista em Odontope-
diatria pela Faculdade de Odontologia da Universidade
Rodolfo Eduardo Scachetti
Federal do Rio Grande do Sul (FO.UFRGS). Especialista
Professor Adjunto da área de Humanidades do De- em Ortodontia pela Sociedade Brasileira dos Cirurgiões-
partamento de Ciências do Mar da UNIFESP-BS. -Dentistas (SOBRACID). Mestre em Odontopediatria
pela Faculdade São Leopoldo Mandic (SL MANDIC). Pro-
Rosa Maria Eid Weiler fessora do Curso de Especialização em Odontopediatria
Especialista em Odontopediatria pela FOUSP. Mestre e da Zenith Educação Continuada (Zenith-SC).
Doutora em Ciências Aplicadas à Pediatria pela UNIFESP.
Pós-doutora pela Escola de Filosofia, Letras e Ciências Hu- Saul Martins de Paiva
manas da UNIFESP no Programa de Educação e Saúde na Dentista. Mestre em Odontopediatria pela Univer-
Infância e Adolescência. Coordenadora da Área de Odon- sidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Doutor em
tologia do Setor de Medicina do Adolescente da UNIFESP. Odontopediatria pela USP. Pós-doutor em Saúde Pú-
blica pela Universidade McGill, Canadá. Professor Titu-
Rosa Resegue lar da Disciplina Odontopediatria do Departamento
Doutora em Pediatria pela EPM-UNIFESP. Pediatra de Odontopediatria e Ortodontia da UFMG.
da Disciplina Pediatria Geral e Comunitária do Depar-
tamento de Pediatria da UNIFESP. Coordenadora do Selma Mie Isotani
Projeto Desenvolver da Secretaria da Saúde de Embu Fonoaudióloga. Doutora em Ciências (Distúrbios
das Artes/EPM-UNIFESP. da Comunicação Humana) pela EPM-UNIFESP. Pós-
-doutora em Ciências da Saúde pela EPM-UNIFESP.
Rosana Fiorini Puccini Professora Colaboradora do Departamento de Fo-
Especialista em Pediatria. Doutora em Medicina e noaudiologia da EPM-UNIFESP.
Livre-docente em Pediatria. Professora Titular da Dis-
ciplina Pediatria Geral e Comunitária do Departamen- Sergio Eiji Furuta
to de Pediatria da EPM-UNIFESP. Médico Pediatra e Homeopata. Especialista em Pedia-
tria pela EPM-UNIFESP e em Homeopatia pela Associação
Rosanna Giaffredo Angrisani Médica Homeopática Brasileira/Associação Médica Brasi-
Especialista em Fonoaudiologia e Doutora em leira (AMHB/AMB). Professor do Curso de Especialização
Ciência pela UNIFESP. em Homeopatia da Associação Paulista de Homeopatia.
Presidente da Associação Paulista de Homeopatia.
Rosiane Mattar
Sérgio Nacarato
Professora Associada Livre-docente do Departa-
Psicomotrista. Especialista em Psicomotricidade
mento de Obstetrícia da EPM-UNIFESP.
pelo Institut Supérieur de Rééducation Psychomotri-
ce, França, e pelo Instituto Superior de Psicomotrici-
Sandra Kalil Bussadori dade e Educação (INSPE-GAE).
Mestrado em Odontologia (Materiais Dentários) pela
Universidade de São Paulo. Doutorado em Ciências Sheila Rejane Niskier
Odontológicas pela Universidade de São Paulo. Pós-Dou- Médica Pediatra. Residência em Infectologia no Hospi-
torado em Pediatria pela UNIFESP/SP. Professora Titular da tal Emilio Ribas. Título de Especialista em Pediatria, Mestre
UNINOVE e da Universidade Metropolitana de Santos. em Pediatria pela EPM-UNIFESP e Título de Especialista em
Medicina do Adolescente. Coordenadora do Ambulatório
Sandra Regina Echeverria Pinho da Silva do Setor de Medicina do Adolescente da EPM-UNIFESP.
Mestrado em Distúrbios do Desenvolvimento pela
Universidade Presbiteriana Mackenzie. Doutorado em Simone Brasil de Oliveira Iglesias
Ciências Odontológicas pela Universidade de São Pau- Mestre e Doutora em Pediatria e Ciências Aplicadas
lo. Professora Titular da Pontifícia Universidade Católica à Pediatria pela Universidade Federal de São Paulo. Re-
XVI
sidência de Pediatria pela Universidade Federal do Rio de Psicologia do Setor de Medicina do Adolescente
de Janeiro. Residência em Terapia Intensiva Pediátrica da Disciplina Especialidades Pediátricas do Departa-
pela UNIFESP. Especialização em Bioética pela FMUSP. mento de Pediatria da UNIFESP.
Coordenadora do Grupo de Bioética e Cuidados Palia-
tivos do Departamento de Pediatria da UNIFESP. Thatiane Bortolozo Menendez
Fisioterapeuta, Terapeuta e Doula.
Stefanie Bressan Werle
Professora do Curso de Odontologia da FSG. Mes- Thiago Marques Fidalgo
tre em Ciências Odontológicas pela Universidade Fe-
Professor Afiliado do Departamento de Psiquiatria
deral de Santa Maria (UFSM).
da UNIFESP. Pós-doutorado pela Mailman School of
Stella Maria P. A. C. Vieira Public Health – Columbia University. Coordenador
do Programa de Orientação e Atendimento a Depen-
Especialização em Odontopediatria pela Universi-
dentes (PROAD) da UNIFESP.
dade de São Paulo. Especialização em Odontologia
para Pacientes Especiais pelo Conselho Federal de
Medicina. Mestre em Ciências da Saúde pela Univer- Valéria Medau
sidade Presbiteriana Mackenzie. Doutora em Pediatria Especialista em Ortopedia Funcional dos Maxila-
e Ciências Aplicadas à Pediatria (EPM-UNIFESP). Coor- res pelo CFO. Professora de Ortopedia Funcional dos
denadora da Odontopediatria do Ambulatório de Maxilares no Instituto Marcelo Pedreira. Formação em
Atendimento ao Prematuro da EPM-UNIFESP. Applied Kinesiology.

Stephanie A. Garófalo Valeria Petri


Graduada pela Faculdade de Odontologia da Uni- Especialista e Doutora Livre-docente em Dermato-
versidade de São Paulo (FOUSP). Especialista em Pe- logia pela EPM-UNIFESP. Professora Titular da Discipli-
riodontia pela FFO-USP. Doutorada do Departamento na Dermatologia Infecto-parasitária do Departamen-
de Dentística da Faculdade de Odontologia da Uni- to de Dermatologia da UNIFESP.
versidade de São Paulo (FOUSP).
Vanessa Cristina Baptista
Sueli de Oliveira Negrelli Graduada em Psicologia pela UNIP. Especialização
Especialista em Prevenção de Incapacidades para em Terapia Cognitivo-Comportamental pelo IPq-HC-
Hanseníase pelo Hospital Lauro de Souza Lima, Secre- FMUSP. Transtornos Alimentares pelo IPq-HCFMUSP.
taria da Saúde do Estado de São Paulo, Bauru. Forma-
ção em RPG pela Université Internationale Permanen- Vera Regina Mello Dishchekenian
te de Thérapie Manuelle.
Graduada em Nutrição pelo Centro Universitário
Tathiane Larissa Lenzi São Camilo. Especialista em Nutrição Materno-infan-
til pela EPM-UNIFESP. Mestre e Doutora em Ciências
Graduada em Odontologia pela Universidade
Federal de Santa Maria (UFSM). Mestre em Ciências pelo Programa de Pós-graduação em Nutrição da
Odontológicas, com ênfase em Odontopediatria, pela EPM-UNIFESP, com doutorado-sanduiche na Albert
Faculdade de Odontologia da Universidade Federal Einstein College of Medicine, EUA.
de Santa Maria (UFSM). Doutora em Ciências Odon-
tológicas, área de concentração em Odontopediatria, Vera Saldanha
pela Faculdade de Odontologia da Universidade de Psicóloga Clínica. Doutora em Psicologia Transpes-
São Paulo (FOUSP). Professor Adjunto da Faculdade soal pela Faculdade de Educação da UNICAMP. Presi-
de Odontologia da Universidade Federal do Rio Gran- dente da Associação Luso-Brasileira de Transpessoal.
de do Sul (FO.UFRGS).
Yara Pierangeli Claudio da Fonseca
Teresa Helena Schoen Ferreira Especialista em Odontopediatria e em Ortodontia
Psicóloga e Pedagoga. Especialista em Psicope- e Ortopedia Facial. Professora no Atrami e do Curso
dagogia pelo CRP e em Adolescência pela UNIFESP. de Especialização em Odontopediatria da EAP/APCD
Mestre em Ciências Aplicadas à Pediatria e Doutora (1993-2008). Membro do Corpo Editorial da Revista Or-
em Ciências pela UNIFESP. Responsável pelo Serviço todontia, da Sociedade Paulista de Ortodontia (SPO).
XVII
Prefácio I

Confesso que foi com muita alegria que recebi pessoalmente, em minha sala na USP, o convite das autoras
para escrever o prefácio do livro Odontopediatria – A transdiciplinaridade na saúde e na educação.
Ao mesmo tempo em que recebia o convite, pensava que houve momentos em minha vida em que a gran-
de alegria era receber o convite para escrever capítulos de livros. No entanto, nos dias atuais, o que me cabe é
me sentir, de fato, muito honrado quando recebo um convite para prefaciar uma obra.
Qual não foi minha grande alegria quando, imediatamente após aceitar o convite para prefaciá-la, também
recebi o convite para colaborar e escrever um capítulo nela. Assim, na qualidade de prefaciante e colaborador,
com muita honra, descreverê-la-ei de forma sucinta.
As coordenadoras elaboraram um livro que aborda assuntos de transdisciplinaridade na área da saúde em
relação aos períodos gestacionais e à primeira infância que são relevantes e integrados à odontopediatria.
O leitor encontrará informações atuais e cientificamente comprovadas, fornecidas por diferentes profissio-
nais da área da saúde e que têm interface com o crescimento e o desenvolvimento infantil nos primeiros anos
de vida. Todos os profissionais de saúde que estão envolvidos diretamente com a criança sabem que se deve
trabalhar de forma integrada para garantir saúde geral e qualidade de vida dos pacientes infantis.
As coordenadoras, amigas e parceiras de caminhada pela odontopediatria, as quais conheço e admiro há
muito tempo, têm discutido e vivenciado na prática clínica a questão da transdisciplinaridade em suas trajetó-
rias de vida e, por isso, conseguiram reunir e convidar vários profissionais para contribuir com a obra.
Somando todas essas informações a respeito do objetivo da obra, seu conteúdo e o perfil das organizado-
ras, sinto-me seguro em afirmar que se trata de um livro sem igual e que preenche uma lacuna existente na
odontopediatria atual. Boa leitura a todos.
Prof. Marcelo Bönecker
Titular da disciplina Odontopediatria da FOUSP
Membro do Board da International Association Paediatric Dentistry

XVIII
Prefácio II

Prefaciar o livro Odontopediatria – A Transdisciplinaridade na Saúde e na Educação da Criança e do Adoles-


cente é um privilégio e resultado de um trabalho conjunto por cerca de duas décadas na Disciplina de Pedia-
tria Neonatal do Departamento de Pediatria da Escola Paulista de Medicina, uma experiência extremamente
profícua e qualificada e que me autoriza dizer que suas coordenadoras, as professoras Liliana Takaoka, Lúcia
Coutinho e Rosa Weiler, são referências muito importantes nas suas áreas de atuação.
A odontologia é pouco conhecida na área médica e nossa vivência revelou uma especialidade muito seme-
lhante à medicina e imprescindível à equipe Transdisciplinar de saúde.
Exige talento, formação primorosa, experiência, o contínuo aperfeiçoamento técnico e científico (ciência) e
sabedoria (ética).
Por suas características, o atendimento odontológico exige sensibilidade e afeto, contribuindo para o atendi-
mento humanizado dirigido a outros seres humanos.
Significa tratamento afável atendendo necessidades biológicas, psicológicas, educacionais e espirituais, cen-
trado na criança e na família por profissionais competentes. Devo ressaltar que dependendo de seu conheci-
mento cognitivo, a criança deve ser ouvida e saber a respeito do tratamento.
O livro reforça o conceito de multidisciplinaridade, amplamente reconhecida como a melhor forma de trata-
mento qualificado em que um conjunto de profissionais de saberes diferentes se completam em benefício da
criança e do adolescente. Tudo isso com efeito semeador.
Especialistas são o resultado do progresso do conhecimento e apesar de algumas críticas precisamos deles.
O livro é um sonho acalentado cuidadosamente concebido e traduz de maneira clara o conhecimento atual
dos assuntos discutidos por profissionais do mais alto nível, sendo importante para a prática diária.
Alguns assuntos não visam ao conhecimento técnico, mas importam na formação profissional, trazendo
questionamentos e desafios.
Nesta época de rápidas transformações, de desigualdades sociais com perda das noções de hierarquia e
respeito, o profissional da saúde é uma peça de resistência e deve lutar por mudanças e os direitos à saúde,
educação, segurança, bem como oportunidades iguais, que são valores essenciais ao ser humano.
Recordando, é muito gratificante observar o quanto foi conquistado do ponto de vista acadêmico, com en-
sino, pesquisa, teses, livros, cursos e obtenção de recursos, resultando em um atendimento de alta qualidade,
melhorando muito a vida e o desenvolvimento das crianças e famílias.
Rimos muito e o humor é um sinal de reconhecimento e um excelente antídoto contra a melancolia e o
ceticismo.
Recomendo muito esse livro e cumprimento as coordenadoras e colaboradores, com esperança de novas
contribuições dessa parceria tão bem-sucedida.
Com respeito e admiração.
Agradecido!
Benjamin Israel Kopelman
Professor Titular
Professor Emérito do Departamento de Pediatria da Universidade Federal de São Paulo

XIX
Apresentação I

Foi com muito orgulho, satisfação e honra que recebi o convite para escrever a apresentação desta obra cujo
tema principal é Odontopediatria – A transdisciplinaridade na saúde e na educação, das coordenadoras Liliana A.
M. V. Takaoka, Lúcia Coutinho e Rosa Maria Eid Weiler.
De acordo com alguns conceitos, a transdisciplinaridade significa mais do que disciplinas que colaboram
entre si em um projeto com um conhecimento comum a elas; significa também que há um modo de pensar
organizador, que pode atravessar as disciplinas e dar uma espécie de unidade, com interação entre os profissio-
nais e um comprometimento da informação e do trabalho em conjunto.
Ao avaliar os 40 temas dos capítulos que compõem este livro, ficam claras a intenção e a dedicação das coor-
denadoras em elaborar uma obra que envolva todos os aspectos da saúde e da educação na prática clínica da
odontopediatria.
Os temas distribuídos em quatro partes contemplam a transdisciplinaridade, o desenvolvimento da gesta-
ção, a criança e a criança no atendimento preventivo.
Fiquei encantado com a diversidade e a qualidade dos tópicos que foram escritos, principalmente porque o
momento é único, uma vez que a saúde e a educação caminham juntas no propósito de oferecer o melhor para
nossas crianças. A odontopediatria tem avançado cientificamente em todos os aspectos, e este livro fortalece
essas conquistas de maneira muito importante, pois aborda informações e orientações que ainda não foram
disponibilizadas com tantos detalhes e abrangências, em uma interação que só vem a contribuir para o aumen-
to do conhecimento do profissional para as suas tomadas de decisão na promoção da saúde, na prevenção e
no tratamento de problemas que envolvem várias áreas da clínica infantil.
A publicação deste livro é de suma importância e deixa clara a intenção das coordenadoras e dos autores de
colocar, de forma segura e objetiva, o papel da transdisciplinaridade no dia a dia da clínica de odontopediatria.
Boa leitura.
Paulo Cesar B. Rédua
Presidente da Associação Brasileira de Odontopediatria

XX
Apresentação II

Odontopediatria – Transdisciplinaridade na Saúde e na Educação da Criança e do Adolescente é mais um


sonho realizado pelo Grupo ATRAMI – Atenção Transdisciplinar Materno Infantil – para atender aos anseios de
muitos Odontopediatras que desejam o melhor atendimento clínico para seus pacientes.
Quem não passou por alguma situação que tenha como cenário a relação entre o Odontopediatra, o Pedia-
tra, o paciente infantil e seu núcleo familiar? Com certeza em algum momento fomos questionados ou ques-
tionamos determinada conduta de um ou outro lado…
Este novo livro servirá como fonte de aproximação entre vários profissionais que têm como objetivo o bem-
-estar das crianças.
Como presidente da ABOPED, Associação Brasileira de Odontopediatria, me sinto honrado por ter a oportu-
nidade de escrever e ao mesmo tempo refletir enquanto escrevo sobre a importância de um livro como este!
As coordenadoras com certeza conseguiram em 38 capítulos mostrar a criança sob o olhar de várias especiali-
dades e me arrisco a dizer que foi um olhar profundo.
Odontopediatria – Transdisciplinaridade na Saúde e na Educação da Criança e do Adolescente traz informa-
ções fundamentais para entender nossos pacientes em diferentes fases do desenvolvimento e do crescimento
e proporcionar assim um aprendizado ao leitor.
Este livro é um diferencial para quem se dedica ao atendimento infantil e do adolescente. Buscar a integração
das diversas disciplinas para um atendimento Humanizado e Amoroso é o caminho para atingir a Transdiscipli-
naridade.
Boa leitura a todos!
José Carlos Pettorossi Imparato
Professor Livre Docente da Disciplina de Odontopediatria da FO/USP
Presidente da Associação Brasileira de Odontopediatria (ABOPED)

XXI
Introdução

A Transdisciplinaridade é a ciência capaz de validar a integralidade do cuidado. Capacita conhecer um pouco


de cada disciplina e melhora o processo de ensino e aprendizagem.
A ideia de juntarmos as duas edições neste livro, que trata da transdisciplinaridade na saúde e na educação
da criança e do adolescente, vai permitir um conteúdo mais amplo envolvendo esse tema.
Novos capítulos foram incluídos, pois sempre que a nossa atuação profissional avança, novos desafios sur-
gem e nos impelem a transmitir o conhecimento relacionado a eles.
Este é um processo contínuo, que não se esgota em si. Nossos colaboradores são fundamentais com suas
expertises em difundir conhecimento e nos sentimos honradas em organizá-los.
Por meio da união das especialidades, buscamos tratar o Ser na sua integralidade, entendendo os anseios e
expectativas das famílias e, compartilhando de uma forma mais interativa, cada etapa do crescimento e desen-
volvimento de nossas crianças.
Que esta edição mais completa possa ajudá-los a trilhar caminhos mais interligados com uma visão integral
de nosso paciente pediátrico e hebiátrico.
Um novo livro feito com muito carinho, para vocês!
Boa leitura!
Liliana Takaoka, Lúcia Coutinho e Rosa Weiler
Coordenadoras do livro

XXII
Sumário

PARTE 1. A Transdisciplinaridade
Capítulo 1 – Transdisciplinaridade em Saúde e Educação: A Arte do Cuidado ..................................... 1
Ivani Catarina Arantes Fazenda, Fernando César de Souza

Capítulo 2 – A Transdisciplinaridade na Saúde ................................................................................................. 7


Liliana A. M. V. Takaoka, Lúcia Coutinho, Regina Donnamaria Morais, Rosa Maria Eid Weiler

PARTE 2. Desenvolvimento da Gestação


Capítulo 3 – Aspectos Importantes da Gestação para o Atendimento Transdisciplinar ................................15
Rosiane Mattar

Capítulo 4 – Atendimento à Gestante: Algumas Sinalizações Psicossociais e


Antropológicas............................................................................................................................................................19
Nancy Ramacciotti de Oliveira-Monteiro, Rodolfo Eduardo Scachetti, Renzo Romano Taddei

Capítulo 5 – Cuidados Odontológicos na Gestante....................................................................................... 24


Maria Christina Brunetti, Lúcia Coutinho, Eduardo Dias de Andrade

Capítulo 6 – Odontologia Intrauterina: Um Modelo Antecipado na Construção


da Saúde Bucal da Criança......................................................................................................................................33
Flavia Konishi, Gabriel Tilli Politano, Lêda Regina Fernandes Mugayar

Capítulo 7 – Fisioterapia na Gestação................................................................................................................. 39


Flávia Campos Geronimo, Thatiane Bortolozo Menendez

Capítulo 8 – Alimentação da Gestante ............................................................................................................... 46


Elaine Cristina Rocha de Pádua, Isa de Pádua Cintra

PARTE 3. A Criança
Capítulo 9 – Desenvolvimento Social da Criança ........................................................................................... 55
Rosana Fiorini Puccini, Anete Colucci, Rosa Resegue

Capítulo 10 – Saúde Bucal e Impacto na Qualidade de Vida da Criança................................................ 60


Jenny Abanto, Marcelo Bönecker, Saul Martins de Paiva, Isabela Almeida Pordeus

Capítulo 11 – Crescimento e Desenvolvimento.............................................................................................. 66


Maria Wany Louzada Strufaldi, Rosa Resegue

Capítulo 12 – Endocrinopatias da Infância ....................................................................................................... 76


Adriana Aparecida Siviero Miachon, Angela Maria Spinola e Castro

Capítulo 13 – Aleitamento Materno e Artificial............................................................................................... 87


Eneida Souza Bittar, Regina Donnamaria Morais

XXIII
Capítulo 14 – Nutrição Pós-aleitamento Materno.......................................................................................... 95
Mauro Fisberg, Priscila Maximino, Rachel Helena Vieira Machado, Abykeyla Tosatti

Capítulo 15 – Alimentação Complementar Gradativa: Aspectos Importantes


da Função Mastigatória......................................................................................................................................... 104
Mariângela Milena Santos Schalka, Peter John Buelau, Maria Isaura Monteiro Buelau

Capítulo 16 – Desenvolvimento da Criança Típica.......................................................................................113


José Salomão Schwartzman

Capítulo 17 – Crescimento e Desenvolvimento do Sistema Estomatognático


na Primeira Infância................................................................................................................................................ 121
Maria Naira Pereira Friggi, Yara Pierangeli Claudio da Fonseca

Capítulo 18 – Fonoaudiologia: Desenvolvimento da Motricidade Orofacial .....................................132


Regina Donnamaria Morais

Capítulo 19 – Fonoaudiologia: Desenvolvimento da Linguagem..........................................................141


Jacy Perissinoto, Selma Mie Isotani, Ana Carina Tamanaha

Capítulo 20 – Fonoaudiologia: Desenvolvimento da Audição ................................................................148


Marisa Frasson de Azevedo, Rosanna Giaffredo Angrisani

Capítulo 21 – Fisioterapia: Desenvolvimento da Motricidade Global da Criança.............................154


Adriana Cristina Jorqueira Neto, Edna Akemi Hara

Capítulo 22 – Terapia Ocupacional: Desenvolvimento das Habilidades Motoras da Criança .................. 165
Pessia Grywac Meyerhof

Capítulo 23 – Desenvolvimento da Visão ........................................................................................................172


Juliana Maria Ferraz Sallum

Capítulo 24 – Desenvolvimento Cognitivo e Aprendizagem...................................................................177


Teresa Helena Schoen Ferreira, Mara Samenho

Capítulo 25 – Aspectos Psicológicos Relevantes para o Atendimento de Crianças


no Século XXI ............................................................................................................................................................ 183
Denise Ascenção Klatchoian

Capítulo 26 – Psicomotricidade: Estimulação Precoce da Criança pelo Educador Físico ...................191


Sérgio Nacarato, Adriana Carbone

Capítulo 27 – Desenvolvimento Dental e Alterações Nutricionais, Endócrinas


e Traumáticas ............................................................................................................................................................ 201
Rosa Maria Eid Weiler, Liliana A. M. V. Takaoka, Ana Estela Haddad

Capítulo 28 – O Universo da Vitamina D: Saúde Óssea e Outros Benefícios.......................................209


Valeria Petri

Capítulo 29 – O Aparelho Respiratório da Criança: Otites, Rinites Alérgicas,


Rinossinusites e Complicações Advindas da Respiração Oral................................................................. 213
Manoel de Nobrega

Capítulo 30 – Rinite Alérgica: Visão do Alergista...........................................................................................219


Gustavo Falbo Wandalsen
XXIV
Capítulo 31 – Problemas mais Frequentes em Gastroenterologia Pediátrica:
Manejo Atual e Perspectivas Futuras ...............................................................................................................221
Mauro Batista de Morais

PARTE 4. A Criança e o Atendimento Preventivo


Capítulo 32 – Puericultura.....................................................................................................................................229
Maria Wany Louzada Strufaldi, Benjamin Israel Kopelman, Glaura César Pedroso,
Fabíola Isabel Suano de Souza

Capítulo 33 – Atendimento de Crianças com Necessidades Especiais.................................................238


Ana Lidia Ciamponi, Stella Maria P. A. C. Vieira, Adriana de Oliveira Lira Ortega

Capítulo 34 – Atendimento Odontológico Hospitalar................................................................................245


Stella Maria P. A. C. Vieira, Paulo Sérgio da Silva Santos

Capítulo 35 – Desenvolvimento da Oclusão na Dentição Decídua .......................................................249


Matsuyoshi Mori, Maria Naira Pereira Friggi, Aiko Takahashi Mori

Capítulo 36 – Postura Corporal, Respiração Bucal e Dentição Decídua ...............................................258


Matsuyoshi Mori, Maria Naira Pereira Friggi, Sueli de Oliveira Negrelli, Edson Negrelli

Capítulo 37 – Atendimento Odontológico na Primeira Infância: Da Prevenção


ao Traumatismo ....................................................................................................................................................... 264
Lúcia Coutinho, Liliana A. M. V. Takaoka, Rosa Maria Eid Weiler

Capítulo 38 – Homeopatia e Pediatria..............................................................................................................272


Sergio Eiji Furuta

Capítulo 39 – A Cárie e seu Tratamento por meio da Odontologia Minimamente Invasiva ...................276
Fernando Borba de Araujo, Adriela de Souza Mariath, Joanna Tatith Pereira,
Jonas de Almeida Rodrigues, Luciano Casagrande, Renata Franzon, Stefanie Bressan Werle

Capítulo 40 – Odontologia e Esporte................................................................................................................281


Regina Lucia da Silva Queiroz, Fabio Fantozzi, Lucas Queiroz Caponi

PARTE 5. Um Olhar Transdisciplinar


Capítulo 41 – Bioética na Transdisciplinaridade ...........................................................................................289
Simone Brasil de Oliveira Iglesias, Benjamin Israel Kopelman

Capítulo 42 – Odontoeducação e a Nova Cultura do Conhecimento Humanizado.............................295


Clarice Gonzaga Barbosa, Laurista Corrêa Filho, Francisco Antônio Pereira Fialho

Capítulo 43 – A Abordagem Integrativa Transpessoal na Melhora das


Ações de Saúde e Educação................................................................................................................................ 302
Vera Saldanha, Manoel Simão, Arlete Silva Ácciari

Capítulo 44 – Ortopedia Funcional dos Maxilares e as Alterações Posturais .....................................311


Patricia Valerio, Karina Correia Bonalumi Bittar

Capítulo 45 – Abordagem Contemporânea para as Crianças de um Novo Tempo..........................317


Flavia Konishi, Mariana Giannecchini Ferrari
XXV
Capítulo 46 – Empreendedorismo, Transdisciplinaridade e Gestão na Clínica
Odontopediátrica.................................................................................................................................................... 324
Lúcia Coutinho, Luciane Lamour Ferreira, Lilian Guedes de Amorim

Capítulo 47 – Abordagem em Adolescentes Usuários de Drogas: Repercussões Orais......................336


Felipe Branco Arcadepani, Thiago Marques Fidalgo, Marina Bianco Perrone, Rosa Maria Eid Weiler

Capítulo 48 – Olhar Transdisciplinar da Osteopatia.....................................................................................343


Mauro Gemelli, Adriana Lacombe

PARTE 6. Criança e Saúde Geral


Capítulo 49 – Repercussões Bucais da Prematuridade na Dentição Decídua....................................357
Liliana A. M. V. Takaoka, Ana Lúcia Goulart, Lúcia Coutinho, Benjamin Israel Kopelman

Capítulo 50 – Hipomineralização de Molares e Incisivos: Um Desafio Apenas


para Odontopediatras? ......................................................................................................................................... 366
Lourdes Santos-Pinto, Stella Maria P. A. C. Vieira, Camila Fragelli, Aline Leite de Farias,
Manuel Restrepo, Diego Girotto Bussaneli

Capítulo 51 – Abordagem Transdisciplinar do Paciente com Desgaste Dentário Erosivo .......................372


Christiana Murakami, Vera Regina Mello Dishchekenian, Vanessa Cristina Baptista,
Marcelo Bönecker

Capítulo 52 – Os Probióticos na Saúde Sistêmica e Oral............................................................................377


Paula Rodrigues Anjo, Dan Linetzky Waitzberg, Matsuyoshi Mori

Capítulo 53 – Dificuldade Alimentar na Infância: Uma Visão Transdisciplinar


para Melhor Compreensão e Tratamento ...................................................................................................... 389
Patrícia Junqueira, Ricardo Toma, Dyandra Loureiro, Jaqueline Sclearuc Ramos, Gabriel Benevides

Capítulo 54 – O Papel da Ortopedia Funcional dos Maxilares na Prevenção e


Interceptação de Más Oclusões na Dentição Decídua .............................................................................. 395
Cristina Buta-Michel, Karina Correia Bonalumi Bittar, Renata Mendes Orsi, Valéria Medau

Capítulo 55 – Oclusopatias na Infância: Esperar o quê?.............................................................................403


Marcos Nadler Gribel

PARTE 7. Adolescente
Capítulo 56 – Abordagem Transdisciplinar no Atendimento ao Adolescente
Frente às suas Transformações ........................................................................................................................... 411
Teresa Helena Schoen Ferreira, Dalva Alves Silva, Flávia Calanca da Silva, Maria Sylvia de Souza Vitalle

Capítulo 57 – Comportamento do Adolescente sob a Luz da Neurociência......................................417


André Bedendo, Andre Luiz Monezi Andrade

Capítulo 58 – Geração Z: O Impacto do Uso da Tecnologia......................................................................422


Sheila Rejane Niskier

Capítulo 59 – Atividade Física na Adolescência ............................................................................................425


Carlos Alberto Landi
XXVI
Capítulo 60 – Comportamento Alimentar na Adolescência.....................................................................429
Nathalia Moretti Fontanezi, Aline Maria Luiz Pereira

Capítulo 61 – Adolescência e Transição para a Vida Adulta......................................................................435


Melissa de Mattos Pimenta, Régia Cristina Oliveira

Capítulo 62 – Transtornos Mentais da Infância e da Adolescência ........................................................440


Cláudio Gaspar, Marina Bianco Perrone, Thiago Marques Fidalgo

Capítulo 63 – A Importância do Sono para a Criança e o Adolescente ................................................450


Gustavo Antônio Moreira, Cristina Frange

Capítulo 64 – Violência na Infância e Adolescência: Identificação e Condutas .................................460


Estela Maris Losso, Juliana Feltrin de Souza

PARTE 8. Doenças Crônicas


Capítulo 65 – Crianças com Doença Renal Crônica: Principais Complicações
e as Manifestações Bucais .................................................................................................................................... 471
Levy Anderson César Alves

Capítulo 66 – Doenças Reumáticas mais Frequentes na Infância e na Adolescência


e suas Repercussões Bucais ................................................................................................................................. 474
Liete Zwir, Maria Teresa Terreri

Capítulo 67 – Repercussões Clínicas do Diabetes Mellitus na Infância e Adolescência


e suas Manifestações Bucais................................................................................................................................ 482
Aida Sabbagh Haddad

Capítulo 68 – Doenças Oncológicas mais Frequentes na Infância e Adolescência e


o Papel do Odontopediatra no Controle das Complicações Orais........................................................ 489
Eliana Maria Monteiro Caran, Camila Merida, Monica Gianesella Bertolaccini

Capítulo 69 – Tratamento Odontológico de Crianças com Doenças Hematológicas .....................495


Luiz Alberto Valente Soares Junior

Capítulo 70 – Repercussões Bucais das Doenças Infectocontagiosas ..................................................503


Mônica Andrade Lotufo

PARTE 9. Terapias em Odontopediatria e Saúde Geral


Capítulo 71 – Terapia Fotodinâmica no Tratamento das Infecções Bucais..........................................509
Marina Stella Bello Silva, Anaeliza Figueiredo, Carlos de Paula Eduardo

Capítulo 72 – Cariologia e o Uso de Fluoretos no Controle da Doença Cárie ....................................516


Jaime A Cury, Antonio Pedro Ricomini Filho, Cinthia Pereira Machado Tabchoury

Capítulo 73 – Terapias não Invasivas e Minimamente Invasivas de Cárie............................................523


Kelly Maria Silva Moreira, Sandra Regina Echeverria Pinho da Silva, José Carlos Pettorossi Imparato

Capítulo 74 – O Uso de Hall Technique em Odontopediatria ..................................................................528


Daniela Prócida Raggio, Isabel Cristina Olegário, Mariana Pinheiro de Araújo
XXVII
Capítulo 75 – Procedimentos Restauradores Adesivos na Clínica Infantil ..........................................535
Fernando Borba de Araujo, Renata Franzon, Luciano Casagrande, Tathiane Larissa Lenzi,
José Carlos d’Ornellas Pereira Jr., Sandra Regina Pereira Silvestre

Capítulo 76 – Soluções Estéticas em Adolescentes: Defeitos de Esmalte e


Traumatismo Dentário .......................................................................................................................................... 546
José Carlos Garófalo, Aljomar José Vechiato Filho, Stephanie A. Garófalo, Gustavo Escudeiro da Silva

Capítulo 77 – Manejo do Paciente Portador de Periodontite Agressiva ..............................................553


Giuseppe Alexandre Romito, Luciana Saraiva

Capítulo 78 – Controle da Dor e Outras Urgências Clínicas em Crianças ............................................558


Caroline Moraes Moriyama, Gabriela Oliveira Berti, Danilo Antonio Duarte

Capítulo 79 – O Uso das Células-tronco de Polpa Dentária ......................................................................566


Nelson Foresto Lizier, Bábyla G. Monteiro, Diana A. Dias Câmara

Capítulo 80 – Protocolos Clínicos Atuais na Clínica Diária da Criança ao Adulto Jovem ....................570
Sandra Kalil Bussadori, Lara Jansiski Motta, Ravana Angelini Sfalcin

Capítulo 81 – Medicina do Exercício e do Esporte .......................................................................................578


Ana Lucia de Sá Pinto, Gisele Mendes Brito

Capítulo 82 – Tratamento Interdisciplinar em Crianças com Trissomia do 21:


Hipotonia Orofacial e Protrusão Lingual......................................................................................................... 584
Bruno Frazão Gribel, Andressa Belchior Mior Gambogi, Anna Vitória Mendes Viana Silva,
Gabriele Andrade-Maia, Henrique Pretti

Capítulo 83 – A Doença Causada pelo Covid-19 e as Repercussões na Nutrição,


Saúde Mental e Saúde Bucal em Crianças e Adolescentes ...................................................................... 591
Stella Maria P. A. C. Vieira, Karen Couto Cordeiro, Cintia Heloisa Mizue Miyaki Shima,
Priscilla Garcia Corbisier

XXVIII
PARTE 1
A Transdisciplinaridade Capítulo 1

Transdisciplinaridade em Saúde e Educação:


A Arte do Cuidado
Ivani Catarina Arantes Fazenda
Fernando César de Souza

Resumo
A transdisciplinaridade descrita nesta construção da metáfora da cura é vista como uma arte do cuidado em
três atos: cuidar de si, do outro e do mundo. O desenho metodológico é interdisciplinar e, em alguns momen-
tos, as atitudes são multidisciplinares, mas ambas apontam para o diálogo transdisciplinar, que estabelece as
parcerias, dinamiza o encontro e transcende as práticas. As três linhas de pensamento e ciência – multi, inter e
transdisciplinar – pedem urgência na integração corpo/mente e saúde/doença, em uma constante reverência
às histórias de vidas. Ao considerar os espaços da escola como áreas terapêuticas ou a clínica como espaço
de aprendizagem, os ritos de passagens são ressignificados em direção a uma “educação-próxima-de-nós”. A
pergunta que percorre todo o texto é: o conhecimento cura as pessoas? Assim, são coletadas, em um formato
de ensaio, as contradições entre o ensinar e o aprender na escola ou na clínica, mesclando teorias e práticas na
valoração da autocura inata em cada um, embora ainda não muito compreendida.

Nenhuma teoria pode se desenvolver sem encontrar uma es- A paz social é um objetivo mundial e um desejo
pécie de muro, e é preciso a prática para atravessar o muro.1 humano, mas o lembrete sobre isso vem carregado
Há tempos, os autores deste capítulo optaram pe- pelos noticiários com pautas de crescentes violências
los estudos da interdisciplinaridade em seu construc- que afligem a escola ou a clínica. Com tamanha cruel-
to teórico, conceitual, histórico e prático, o que não dade, é possível esquecer que há muitas experiências
significa que se tornaram limitados diante das outras generosas e colaborativas em todos os lugares. Neste
perspectivas do conhecimento que descrevem e re- capítulo, parte-se de uma óptica ancorada na palavra
desenham o mundo e as ciências. O claustro do co- shalom, que em hebraico significa “estar inteiro ou li-
nhecimento já permaneceu por muitos anos na his- vre”. Estando “inteiro”, pode-se lançar ao estado de pre-
tória humana, deixando os pesquisadores órfãos de sença, em que é possível se apropriar das histórias e
inovações e criatividades. Ser interdisciplinar é parti- se reconstruir diante dos incidentes críticos da vida,*
cipar dos mais variados saberes, fazeres e conviveres. obrigando-se a abandonar a mesmice existencial. Daí
Não se pode colocar-se em um pedestal científico o foco da metáfora da cura vista como cuidado para
qualquer e, do alto, ditar normas para a educação ou
para a saúde. Por isso, este capítulo ousa ao anunciar * Incidente crítico é todo ato de deslocamento que cada in-
divíduo vive diante de algo inusitado ou inesperado. Sensações
a transdisciplinaridade como uma possibilidade de
de inacabamento ou incertezas são constantes, e a instabilidade
conciliação e, ao mesmo tempo, de contradições, existencial é aparente. Esse conceito cunhado por Fazenda expli-
pois o diálogo convoca às reinvenções do cotidiano. ca a natural capacidade humana de adaptação.
disseminar uma diferente investigação fundada na
A Tríade do Cuidado
A Transdisciplinaridade

inteireza da paz e do diálogo que transcende os habi-


tuais falatórios. O cuidado reconhece a complexidade Quando o foco é o primeiro elemento da tríade –
e acolhe o paradoxo das relações humanas. o cuidar de si –, surgem descobertas referentes aos
A interdisciplinaridade com características brasi- sentidos pessoais, reconhecendo os movimentos de
leiras, marcada pela ação e efetivada pelo encontro, dentro para fora, pois as pessoas que vêm ao mundo
tornou-se evidente, dada a necessidade de se esco- precisam, por um lado, conhecer o mundo – nisso re-
lher uma linha metodológica que buscasse certa pra- side, como vimos, uma das tarefas da educação, mas,
ticidade. Uma atitude interdisciplinar não desconsi- por outro lado, o mundo também precisa conhecer
dera a disciplina, pelo contrário, acolhe-a como um os novos e pergunta a todo recém-chegado: “quem
professor com o seu aluno ou como um médico com és? ”.4 Assim se estabelecem as reflexões em um per-
o seu paciente, ambos na esperança por mais digni- curso introspectivo que revela os símbolos adorme-
dade entre os homens. cidos em cada indivíduo, na ânsia pela vida. Imedia-
Com o objetivo de descrever a efetividade do tamente, pergunta-se: há possibilidade de se criarem
cuidado entre as pessoas, apresenta-se aqui a tríade vínculos de cuidados entre os desejos próprios e as
dessa arte: cuidar de si, do outro e do mundo. Essa expectativas alheias? A vivência de cuidar de si traz
tríade pode aprimorar a prática profissional ou o “ser- uma capacidade de recuperar os saberes e fazeres
-no-mundo” como um “ato de perene incompletude ainda fragmentados pela pressa e pela hiperespecia-
que a potencialidade do vir a ser se constituirá”.2 lização das ciências. São necessários ensaios diários
A tríade tem uma abordagem metodológica inter- para a compreensão do que se é e de como essa
disciplinar, pois ela é vivida plenamente. Ao mesmo singularidade do agir é comunicada. Como dizia Cla-
tempo, quando as pessoas buscam seus projetos rice Lispector, “aquilo que é verdadeiramente imoral
para o bem comum, elas se apropriam das práticas é ter desistido de si mesmo”.
multidisciplinares. Consequentemente, pensar e agir A partir disso, vem o segundo ato da tríade, o cui-
sob a égide do cuidado leva às inovações transdisci- dar dos outros. Esse é um movimento de mão dupla,
plinares, em seus diversos níveis de realidade e possi- pois o indivíduo é provocado de fora para dentro e
bilidades. Essas combinações – multi, inter e transdis- reage de dentro para fora. As atitudes de desapego
ciplinar – podem garantir que o diálogo não seja um e ousadia se constelam no sentido de encontrar-se
monólogo, como anunciado por Nicolescu, em 2013: com o mundo do outro e aprender com ele. A cha-
Nós utilizamos as mesmas palavras, mas seus significados ve movida nessa ação é a humildade diante do saber
podem ser radicalmente diferentes. Nós somos manipula- alheio. Cuidar do outro é abrir-se para a escuta e para
dos por nossas próprias representações. O diálogo é estrita- a espera, intencionalmente. Escutar para além de ou-
mente impossível na falta de uma metodologia de diálogo. vir e esperar para além da ausência. Aqui, a espera é
Senão, podemos somente estabelecer monólogos.3† vigiada, e a escuta é atenta.
No estabelecimento do diálogo, a arte do cuidado Ao se viver o terceiro e último ato da tríade, o cuidar
é convocada, e os ambientes tendem a se tornar mais do mundo, reflete-se sobre o ato de olhar o impacto
saudáveis. A tríade integra os desejos como professo- das próprias ações no meio em que se vive. Palavras
res ou agentes da saúde, garantindo a paz (mesmo e intenções precisam transbordar de compaixão e si-
diante do caos) e o respeito às diferenças entre as pes- lêncio, como ensinou o médico François Xavier Bichat,
soas. Nota-se que a manutenção da paz é efetivada no no século XVIII: “a saúde é o silêncio dos órgãos”. Nesse
resgate das histórias de vida que costumeiramente se exercício é que se conhece o próprio jeito de cuidar
apresentam na escola ou na clínica, ativando a força de gente.
motriz de autoconfiança, tolerância e presença. Estar No percurso da tríade do cuidado, depara-se com
presente é uma ação urgente nos dias atuais, porém um dinamismo para além das disciplinas ou ciências
um pouco esquecida. com tendências de claustro. A consciência humana é
reconstruída nos processos curativos pela plenitude
da complexidade humana, ativada diante do saber e
do conhecimento. Pensar e agir localmente, para um
† Conferência realizada pelo físico romeno Basarab Nicolescu,
crescente cuidado com o planeta. Falar em sustenta-
em 2013, no Terceiro Ateliê sobre as Contradições, realizado na
École Nationale Supérieure des Mines, em Saint-Étienne, França. bilidade planetária é proporcionar ambientes saudá-
Tradução nossa. veis e atividades otimistas sem ser subserviente.
2
Disso, surgirão os questionamentos potencialmen- A partir desse mito, compreende-se a necessidade

Capítulo 1
te transdisciplinares: como reter as histórias inter- da reaproximação da educação com a saúde, em que
rompidas? Como estimular a leitura nas entrelinhas? curar é cuidar de alguém como um ser integral em
Como legitimar a autoria alheia sem ferir a própria constante evolução e com contínuas interrogações
história ou ciladas egoicas? existenciais. Paralelamente, é preciso que a competên-
cia do professor em cuidar da sua aula ou pensar na sua
Educação e Saúde: Reaproximação, didática o permita “curar-se” das possíveis cegueiras do
um Estado de Constante Querência excesso de informação sem sentido aos que o ouvirão.
Praticar o círculo do cuidado possibilitaria uma diferen-
A busca por entender a urgência da reaproxima-
te composição do currículo da escola ou da formação
ção dos dois campos do saber – saúde e educação
dos futuros médicos ou profissionais da saúde com ob-
– acontece quando se revisita a gênese da palavra
jetivos específicos de humanização em parceria.
“cura”. Em hebraico, encontra-se teraf, da mesma ori-
gem da palavra “terapeuta”, que significa “soltar nós,
abrir-se”, em uma perspectiva de desbloquear o outro A Escola e a Clínica como Espaços de
a alçar voos. Com essa interpretação de que a paz é Diálogo e Aprendizado
nossa meta é que evidenciamos uma nova compe-
Ao expandir a palavra “escola” para todo o espaço que
tência profissional centralizada na força do ato de cui-
propague a educação formal, não formal ou informal,
dar de si mesmo, do outro e do mundo.
são oferecidas mais chances de reescrever os itinerários
Encontra-se, também, a origem latina para a palavra
formativos e as experiências perpassadas pela pergun-
“cura” no sentido primitivo de cuidado, atenção, diligên-
ta: “o conhecimento cura as pessoas?”. Um exemplo está
cia e zelo, assim como o verbo curo ou curare com o sig-
no diálogo entre uma monja e um professor.
nificado de “cuidar de, olhar por, dar atenção a, tratar”.
Diante de tantas traduções, é preciso entender o Um professor pergunta: “o conhecimento cura as
sentido de ser docente ou agente de saúde como ser pessoas?”.
corresponsável pela manutenção da paz coletiva hoje A monja responde: “o que é o estado de doença
e no futuro. Isso nasce da decisão individual de bem- ou de saúde? São diferentes e complementares ao
-estar no mundo, como Jung (1959):‡ mesmo tempo. Penso que o conhecimento cura as
pessoas, pois o erro ou o acerto são necessários para
Quando se tem medo, quando não se vê nada adiante, so-
mente o passado, então a pessoa se petrifica, se põe num
o discernimento e a decisão, assim como a doença e
estado rígido e morre antes do tempo. Mas quando segue a cura: um não vive sem o outro. Como nos manter na
vivendo, esperando pela grande aventura que está por vir, corda bamba para que o equilíbrio esteja presente o
então se vive plenamente. E isso é que a tua consciência está tempo todo? Há uma sutileza e perfeição em perma-
tentando fazer. É assim, simplesmente. necer no equilíbrio entre a doença e a cura do meu
Também é importante ressaltar que o mito gre- estado mais adequado para cada circunstância, não
go de Asclépio apresentava a dualidade herói-deus projetar apenas uma realidade. Buda diz: ‘veja o que
quando ele foi enviado ao monte Pélion para sua é como é’. Significa que podemos usar óculos colo-
formação com Quíron. A figura do centauro Quíron ridos e significa também que, para cada momento,
remonta ao deus que trabalhava e agia com as mãos uma cor diferente será necessária, pois a mente que
porque era cirurgião e grande médico. Ele possuía a se cristaliza está meio adoentada. Dito isso, precisa-
imortalidade em um corpo que era metade cavalo mos quebrar os gelos dessas mentes. Minha supe-
e vivia entre os homens, mas, após ser atingido por riora dizia que uma sociedade e um relacionamento
uma flecha envenenada, passou a sentir fortes dores, vão se congelando porque cada um representa um
já que, como deus, não se curava nem morreria por papel e ninguém quer sair da sua zona de segurança,
esse ferimento. Daí passou a conviver com a dor e e, quando derretemos os gelos, viramos uma coisa
compreendeu que, para melhorá-la, era preciso saber morna, esta coisa vai chegando ao elo do outro num
qual o ponto de maior sensibilidade em seu corpo, processo de derretimento coletivo”.
apontando para a gênese da doença. O que leva a O professor pergunta: “isso poderia ser um tema
pensar sobre qual o ponto mais sensível no ato de essencial na formação de professores?”.
educar e ser educado? Cuidar e ser cuidado? E a monja responde: “realmente muitos professo-
res perderam a noção de valores porque é necessário
‡ Texto extraído da entrevista sobre a morte realizada em 1959. cumprir os conteúdos fixos da escola. Buda utilizava
3
uma metodologia diferenciada com seus discípulos pegando o meu certificado, percebo que estou curado.
A Transdisciplinaridade

porque não chegava jogando informação, ele utiliza- Muito obrigado a todos os professores e profissionais
va a arte das palavras para preparar os grupos para que ficaram envolvidos nesta minha reabilitação, do
receber os ensinamentos. Assim, é possível quebrar segurança da portaria, do pessoal da limpeza, da recep-
o gelo dos alunos e de seus próprios colegas profes- ção, da biblioteca, do pessoal do suporte e lanche dos
sores”. professores, que sempre receberam a mim e a todos
Pode-se dizer que, na raiz da educação, existe o com um sorriso, compreendendo e aceitando sem pre-
sentido inato do cuidado, nas atividades que articu- conceito nossas adversidades e que acreditou que eu
lam as qualidades físicas, espirituais e morais das pes- poderia ainda ter uma chance de ser curado” [sic].
soas. Por exemplo, em A República, de Platão, Livro X, O relato do aluno exemplifica o que se pretende
há o conceito de aretê, historicamente forjado antes com a valorização dos casos de paz diante da exces-
do conceito de paidos (que significa criança), em que siva propaganda das violências em sala de aula ou na
o fundamental é compreender sua inter-relação com clínica. A prática do cuidado comporia um diferente
a educação proposta na paideia grega. Os sofistas ex- currículo da escola ou da formação dos profissionais da
plicavam que o pedagogo é igual a paidagogós (pais, saúde, influenciando os desenhos das disciplinas e das
paidos = “criança” e agogôs = “guia, condutor”). competências, em uma melhoria didático-pedagógica
Metaforicamente, o pedagogo é, nesta concepção, que levaria a espaços mais saudáveis e, possivelmente,
o condutor ou o guia de crianças nos sentidos físico à sustentabilidade planetária.
e moral, posto que, enquanto conduz a criança, ge- Assim, o relato do aluno foi transformado em um
ralmente andando pelos arredores da cidade ou pe- quadro com três colunas que apontam para espaços
las estradas, constrói um diálogo junto com ela, que convencionais de aprendizagens, paradoxalmente
educa e encanta a ambos. Portanto, o pedagogo é relacionados aos espaços transdisciplinares de cuida-
aquele que conduz “alguém” a “algum” caminho. Isso dos. A primeira coluna trata dos locais convencionais
acontece nas escolas ou nas clínicas atuais. que priorizam seu status quo, muitas vezes imobili-
Deslocar-se das polaridades e permanecer “no meio zados. Na segunda coluna, estão as palavras do alu-
do caminho”, ou seja, a lógica do terceiro incluído – um no, que permitem evidenciar que o acolhimento foi
dos pilares da transdisciplinaridade –, pode ser traduzi- fundamental para seu resgate social e de autoestima.
do pelo relato de um aluno de determinado curso, em A terceira coluna traz a possibilidade de espaços de
uma instituição de educação profissional:§ “Eu era um práticas humanizadas e humanizantes que valoram a
desempregado anônimo, baixa autoestima, rejeitado paz social (Tabela 1.1).
por todos os amigos e discriminado na sociedade por As três colunas são complementares e admitem as
não fazer parte da economia de consumo, mas tinha dicotomias e os paradoxos entre o que existe e o que é
que parar com essa vida de desempregado andando desejável, aguçando outros conhecimentos em busca
por aí, distribuindo currículos, fazendo bicos, enfim. do autoconhecimento, pois
Pedi a Deus, eis que veio uma carta me aceitando num esse conhecimento de si não se especializa em um ou em
curso de vocês e aí vi uma luz no túnel, uma forma de vários dos registros das ciências do humano; tenta, pelo
tratamento, já não suportava mais ser um desemprega- contrário, apreender as suas complexas imbricações no
centro da nossa existencialidade. Procura, pois, envolver os
do anônimo. Chegando à escola, a clínica para essa de-
nossos diferentes modos de estar no mundo, de nos pro-
ficiência tão terrível, fui recebido por todos os profissio- jetarmos nele e de o fazermos na proporção do desenvol-
nais e lá deixei de ser um desempregado anônimo para vimento da nossa capacidade, para multiplicar, alargar,
ser um desempregado conhecido onde conheci várias aprofundar as nossas sensibilidades para nós mesmos e
pessoas na minha situação. Foi quando os ‘professores para o mundo [...].5
doutores’ começaram a aplicar doses homeopáticas de
autoestima, conhecimento e também na sala de reabi- O Cuidado como Arte e o Retorno ao
litação, descobrindo, recuperando e trazendo para fora
nossas habilidades. Hoje, faz dois dias que não estou
Coração
mais desempregado, estou caminhando sozinho. Hoje, Concorda-se com Hipócrates que a vida é curta, a
ciência é vasta, a oportunidade esquiva a intervenção
perigosa e o julgamento difícil. Não basta que o médico
§ Caso real vindo da caixa de sugestões de uma instituição edu-
cacional de São Paulo. Aluno bolsista de Programas Sociais, em faça o que é necessário, mas o doente e seus assistentes
2010. devem fazer o que lhes compete. E as circunstâncias de-
4
vem ser favoráveis. Assim, a educação é uma condição Em busca de uma ampliação da consciência no

Capítulo 1
permanente na vida das pessoas, e os ambientes preci- ato de cuidar, é utilizada uma proposta metodoló-
sam ser preparados para que a saúde se estabeleça, de gica para revisitar a formação docente ou médica
modo que os processos de cuidar de si, do outro e do diante dos paradigmas atuais, envolto de um olhar
mundo se efetivem gradativamente nos dois campos: científico que mescla os aspectos de abordagem
saúde e educação. Se for possível definir uma essência
universal, em uma “dança” entre singular-universal,
que abranja o cuidado, encontra-se o redire ad cor (do
simples-complexo ou doença-saúde.
latim “retorna ao teu coração”), reunindo a capacidade
inata de cura e de autonomia do indivíduo. Modificado Ao desbravar alguns territórios antes não com-
por situações saudáveis, ele não temerá o desconheci- preendidos, deixa-se o excesso das especializações
do ato do saber, pois o conhecimento tende a libertar profissionais, que aprisiona, para permitir que outros
de diversas amarras, lugar em que sons, linguagens e complexidades invadam a capaci-
só os espíritos estreitos permanecem prisioneiros de uma dade criativa de ser e agir no mundo. É uma experiên-
perspectiva epistemológica estritamente definida. Os gran- cia que devolve ao sujeito a sua capacidade de auto-
des espíritos olham por sobre os muros da sua especialida- confiança e autocontrole sobre sua vida e sua saúde,
de, ávidos de abraçar vastos horizontes e de realizar no seu
pensamento uma enciclopédia em estado nascente.6 mesmo em um estado de doença, parecido com o
fundamento da medicina integrativa que propõe
A experiência docente ou do agente de saúde
uma parceria entre o médico e seu paciente para a
não se restringe ao tempo de sala de aula ou à práti-
manutenção da saúde. Começa, assim, por colocar o
ca hospitalar, mas ao desejo de decidir permanecer
na incompletude intelectual causada pelas atitu- paciente como ator principal no processo, como seu
des interdisciplinares. Desse modo, com o diálogo próprio agente de saúde.6 Portanto, o “retorno ao seu
fraterno como estímulo e o respeito mútuo em re- coração”7 – redire ad cor – é o primeiro e mais corajoso
verência à sabedoria do outro, abre-se ao diálogo passo para o estabelecimento da paz e a reativação
transdisciplinar. dos processos de autocuras.

Tabela 1.1 Da aprendizagem convencional à atitude transdisciplinar

ESCOLA OU CLÍNICA COM FOCO NO


ESCOLA OU CLÍNICA CONVENCIONAL (UMA DEPOIMENTO DO ALUNO
CUIDADO (UMA POSSIBILIDADE DE
REALIDADE) “CURADO”
TRANSDISCIPLINARIDADE)
Desenha grades curriculares com foco no saber-
“Uma luz no fim do túnel, Valoriza o saber-ser e o saber-conviver;
fazer; disciplinas fechadas e pouco tempo ao
uma forma de tratamento...” acolher é respeitar as individualidades
diálogo
Pessoas vistas como dados estatísticos; Busca por metodologias que resgatam o
“Chegando à escola, a clínica
avaliações quantitativas são imprescindíveis; desenvolvimento humano, as identidades dos
para essa deficiência...”
foco nas classificações (ranking dos melhores) sujeitos e suas histórias de vida
Profissionais especialistas com foco em Cuidadores que estimulam a pesquisa e as
“Professores doutores
conteúdo; há projetos multidisciplinares, mas o conexões com o mundo e a vida; extrapolam
começaram a aplicar...”
foco ainda está na disciplina as disciplinas para o atendimento
Conteúdos mesclados com o tempo de
Geralmente, as aulas têm duração de 50
“Doses homeopáticas de aprendizado de cada pessoa e ao longo da
minutos, e a consulta, 20 minutos; não há tempo
autoestima...” vida; o indivíduo é convidado a escrever sua
para diálogos e trocas de experiências ou medos
história autonomamente
Salas com cadeira atrás de cadeira, criando Espaços flexíveis e móveis multiusos para
um ambiente de distanciamento; mesa do “Na sala de reabilitação...” facilitar o diálogo e as atividades teóricas e
consultório longe do paciente práticas
Pessoas atendidas em suas identidades e
Pessoas atendidas com foco em suas “Ter uma chance de ser expectativas psicossociais; histórias de vida
deficiências escolares ou em suas patologias curado...” são os fundamentos para o processo de
autocuidado

5
Acredita-se que os profissionais estariam prontos a
Considerações Finais
A Transdisciplinaridade

ouvir as múltiplas possibilidades de ação educativa


O texto traz na metáfora da cura o cuidado que aco- interdisciplinar com o olhar transdisciplinar, adequan-
lhe o paradoxo transdisciplinar, permite as vivências do linguagens e dando chances à imaginação e ao
interdisciplinares e compreende os benefícios dos atos conhecimento anunciado nas experiências acumula-
multidisciplinares. Há uma convivência pacífica e mul- das, pois “há um reiniciar em cada encontro onde o
tidimensional entre a multi, a inter e a transdisciplina- cuidado humano é central e movimenta todo o ciclo
ridade. Na medida em que se amplia o espaço da sala de liberdades e autonomias”.9
de aula como espaço terapêutico, ou a clínica como Assim, ao possibilitar a reflexão sobre esses novos
espaço de aprendizagem, deflagram-se as denúncias espaços de cuidado, na escola e sua comunidade de
e as angústias para um mundo melhor. A educação e ensinantes e aprendentes ou na clínica e sua comuni-
a saúde complementam-se diariamente quando são dade de cuidadores e cuidados, que todos marquem
sua presença nessa fase de desenvolvimento huma-
entendidos seus fundamentos de prevenção aos esta-
no único e urgente. Há que se respeitar as individua-
dos de baixa autoestima ou de autoconfiança dos seus
lidades e as capacidades inatas da cura que todos
habitantes, como exemplificado em Honneth,8 em
possuem, mas, muitas vezes, se esquecem. Há uma
que, na experiência do rebaixamento e da humilhação
tendência a terceirizar a própria saúde e a própria for-
social, os seres humanos são ameaçados em sua iden- mação educacional.
tidade, da mesma maneira que o são em sua vida física, É preciso ouvir as histórias individuais que direcio-
com o sofrimento de doenças. nam às mestiçagens de saberes e fazeres nas dimen-
Pela prática da paz e com o entendimento de que sões multi, inter ou transdisciplinar, pois, ao se habitar
a escola ou a clínica são essencialmente curativas, é uma nova forma de pensar e agir, apropria-se de um
possível desconstruir o forte símbolo de massificação “silenciar-se” e de um “admirar-se” nesse tumultuado
e padronização emoldurada pela ciência moderna. mundo moderno.

Referências Bibliográficas
1. Foucault M. Microfísica do poder. 29. reimp. Organização e tradução de Roberto Machado. Rio de Janeiro: Graal; 2011.
2. Fazenda ICA (org.). Interdisciplinaridade – Pensar, pesquisar e intervir. São Paulo: Cortez; 2014.
3. Nicolescu B. In: Guy B (coord.). ASLC 2013 – Troisièmes ateliers sur la contradiction. Saint Étienne: Libres Opinions. Presses de Mines;
2014.
4. Almeida VS. Educação em Hannah Arendt – Entre o mundo deserto e o amor ao mundo. São Paulo: Cortez; 2011.
5. Josso MC. O Corpo Biográfico: corpo falado e corpo que fala. Educação & Realidade 2012;1(1):19-31.
6. Gusdorf G. O gato que anda sozinho. In: Pombo O, Guimarães HM, Levy T. Inderdisciplinaridade: antologia. Porto: Campos das Letras;
2006. (Entrevista concedida a Pombo, Guimarães e Levy na França, em 1991).
7. Lima PTR (coord.). Medicina integrativa. Manuais de especialização. Barueri: Manole; 2014.
8. Honneth A. Luta por reconhecimento – A gramática moral dos conflitos sociais. 1. reimp. São Paulo: Editora 34; 2011.
9. Sciotti LMS, Souza FC. Acolher e cuidar de gente em uma instituição de educação profissional brasileira: a interdisciplinaridade
possível. Boletim técnico do Senac 2013; 39(2).

Bibliografia
Boff L. Saber cuidar: ética do humano – Compaixão pela terra. 18. ed. Rio de Janeiro: Vozes; 2012.
Sciotti LMS, Souza FC. In: Guy B (coord.). ASLC 2013 – Troisièmes ateliers sur la contradiction. Saint Étienne: Libres Opinions. Presses de
Mines; 2014.

6
Capítulo 2

A Transdisciplinaridade na Saúde
Liliana A. M. V. Takaoka
Lúcia Coutinho
Regina Donnamaria Morais
Rosa Maria Eid Weiler

não mais à fragmentação, mas, sim, à construção de


O Paradigma da Ciência do Passado e objetos por meio de um processo de composição,
Atual ou montagem, de elementos constituintes; não mais
A ciência ocidental, que se desenvolveu funda- uma busca de desintegração (ou seja, análise), e sim
mentada no modelo cartesiano-newtoniano, cresceu uma integração totalizadora (a síntese)1 (Figura 2.1).
apoiada no paradigma da fragmentação da entida- Muitos agora dizem que a ciência contemporânea
de a ser transformada em objeto de conhecimento. passa por uma crise paradigmática.3,4,6-8 Esse paradigma
Nesta visão, que postula objetividade, racionalidade busca uma nova visão, que deverá ser responsável por
e quantificação como únicos meios de se chegar ao dissolver toda espécie de reducionismo. A necessária in-
conhecimento, a produção do saber é reduzida aos
seus componentes elementares.1,2
Como resultado da análise cartesiana, surgiu a no-
ção de especialidade. O ideal renascentista do sábio-
-artista-cientista, encarnado na genialidade de Da Vinci,
e o movimento iluminista do enciclopedismo, exem-
plificado pelo talento múltiplo dos pioneiros cientistas
+
(que eram simultaneamente físicos, médicos, filósofos,
matemáticos, astrônomos, naturalistas e alguns até li-
MULTIDISCIPLINARIDADE

teratos e políticos), eram, em certa medida, marginais +


em relação à história da ciência vigente.3,4
Nessa linha de pensamento, a ciência acadêmica +
produzia campos disciplinares cada vez mais delimi-
tados com a valorização crescente da especialização +
e da subespecialização.
Em uma fase posterior, já no século XX, a formação
de novos campos disciplinares exigiu que os fun-
damentos da abordagem analítica do problema do
conhecimento fossem repensados.5 Nesta perspec-
tiva, a produção do conhecimento científico visava Figura 2.1 Modelo esquemático da multidisciplinaridade.
tegração do conhecimento força um novo debate no
Atuação Transdisciplinar
A Transdisciplinaridade

âmbito das diversas ciências e promove novas constru-


ções e atitudes. Os educadores em saúde e das áreas assistenciais
Paralelamente a esse processo evolutivo e trans- têm verificado e vivenciado o desenvolvimento da
formador, em 1970, Piaget introduziu o termo “trans- saúde como um bem universal. Nessa caminhada,
disciplinar”, no I Seminário Internacional sobre Pluri percebeu-se, aos poucos, que o saber começou a ul-
e Interdisciplinaridade, realizado na Universidade de trapassar os muros das academias na tentativa, ainda
Nice, também conhecido como Seminário de Nice, e, incipiente, porém determinada, de aproximar a teoria
desde aquela época, vem sendo estudada sua aplica- da prática, saindo do discurso politicamente correto
bilidade. Em 1994, na Carta da Transdisciplinaridade,9 para ser contextualizado em ações que realmente
produzida no I Congresso Mundial de Transdiscipli- mudassem os indicadores de saúde.15-17
naridade, realizado em Arrabida, Portugal, com fun- As especialidades da área da saúde estão caminhan-
damental colaboração do CIRET e apoio da Unesco, do para o atendimento do ser integral. Muitos são os
define-se o conceito de “transdisciplinar”.10 programas que buscam integrar-humanizar o atendi-
O prefixo trans remete ao que está entre, através mento por uma equipe multidisciplinar, visando a um
e além das disciplinas. Ele vai além do que se deno- trabalho interativo entre todos os profissionais que li-
minam disciplinas – memória do conhecimento; pro- dam com o paciente (médicos, dentistas, enfermeiros,
põe transcender a esse universo e trazer à tona a mul- auxiliares e técnicos de enfermagem e de laboratório,
tiplicidade dos modos de conhecimento. musicoterapeutas, fisioterapeutas, psicólogos, peda-
Para Basarab Nicolescu,10 a disciplina preocupa- gogos, psicopedagogos, fonoaudiólogos, terapeutas
-se com um mesmo e único plano da realidade ocupacionais, nutricionistas, assistentes sociais e ou-
ou com fragmentos de um plano de realidade, bem tros), em que haja a troca de saberes específicos de
como fomenta a transdisciplinaridade como uma for- forma a desenvolver ação de qualidade, que redunde
ma de ser, saber e abordar, atravessando as fronteiras em melhor atendimento para o paciente. Entretanto, o
epistemológicas de cada ciência, praticando o diálo- atendimento integral exige mais que uma equipe mul-
go dos saberes sem perder de vista a diversidade e tidisciplinar (Figura 2.2), é preciso reunir as disciplinas,
a preservação da vida no planeta, construindo uma que foram dissociadas, e criar as interdisciplinas (Figura
visão contextualizada e personalizada de leitura dos 2.3), num movimento de interdisciplinaridade, que se
fenômenos. manifesta, a partir de então, por um esforço de correla-
Desse confronto de disciplinas, podem emergir no- cionar as disciplinas e os profissionais envolvidos, que
vos dados que as articulem entre si e que dão uma descobrem que estas são inter-relacionadas. O reco-
nova visão da natureza e da realidade.11,12 nhecimento da interdependência das disciplinas leva
Apoiados na certeza da criação dessa nova visão à transdisciplinaridade (Figura 2.4), ou seja, o reconhe-
da natureza e da realidade, o Grupo de Atenção cimento de uma interdependência sistêmica.18,19
Materno-infantil iniciou seus trabalhos para difun-
dir os diversos olhares para um mesmo objeto de
estudo, a fim de que as disciplinas se articulassem INTERDISCIPLINARIDADE
entre si, estendendo também seus limites teóricos
e práticos. Pedgg
Ped
O INTERSEÇÃO
Há de se reavaliar os atuais modelos de serviços,
Neuro As Soc
de instituições de ensino e de pesquisas em saúde.
Segundo Capra,13 a transição para o novo modelo há Oft Neuro
de ser efetuada lenta e cuidadosamente, por causa As Soc
O O
do enorme poder simbólico da terapia biomédica na Pedgg
cultura ocidental. Oft
Ped
Enf Fono Neuro
A postura transdisciplinar é uma atitude de encon- Oft
tro entre ciência e tradição, entre ciência e sabedoria.
A transdisciplinaridade reata a ligação entre os ramos Enf Fono Odon Ped Fisio Pedgg
da ciência e a filosofia. O novo profissional deverá ser
cientista e filósofo, e o pesquisador deverá ser aberto
e inclusivo, basicamente distinto do tipo clássico.14 Figura 2.2 Modelo esquemático da interdisciplinaridade.
8
INTERDISCIPLINARIDADE

Capítulo 2
INTERSEÇÃO
Figura 2.3 Esquema de interseção do processo transdisciplinar.

ESQUEMA DE AVALIAÇÃO DE DESENVOLVIMENTO

gia
F Odon
lo
Psico tologia
ia
ap nal
E
Ter acio Pe
d
up D iat
ria
oc
C
ia
og

Otorrinolaringologia
iol

B
ud
n oa

A
Fo

Ne
uro
log
ia
ia
Fisioterap

F E D C B A A B C D E F

pedia
Não executa a tarefa
Orto
Car

Inicia, mas não completa


d iolo

Executa com auxílio A


gia

tria

B
uia

Executa a tarefa
iq
Ps

Etapa vencida C
D gem
Pneu erma
m olog Enf
ia E
lo gia
Psico
F

Figura 2.4 Avaliação global do indivíduo integral: interseção de disciplinas.


Fonte: adaptado de Günzburg, H.C., 1963, 1975, 1981 – Sociedade Pestalose do Brasil; Donnamaria R, 2012.

Espera-se que as atitudes e as ações da equipe prevenir e humanizar venham a ser, de fato, o desejo
transdisciplinar não sejam a síntese isolada de todas de toda a equipe. Espera-se que haja troca de sabe-
as especialidades, mas uma única especialidade, gera- res das diferentes especialidades para melhor conhe-
da da proposição conjunta, integrada, em que educar, cer o que significa o “estar doente” em cada cidadão
9
e o que representa esta doença em sua família, em 3. Quais atividades são específicas? Quais ativi-
A Transdisciplinaridade

seu meio social e em seu trabalho, e que a discussão dades são realizadas em conjunto com os de-
dessas ideias, entre todos os profissionais das mais mais profissionais da equipe?
diversas áreas que lidam com o paciente, tornem o 4. O que precisa ser feito para possibilitar a minha
atendimento o mais humanizado possível, em um efetiva integração com todos os demais profis-
contexto biopsicossocial. Neste contexto, a transdis- sionais da equipe?
ciplinaridade favoreceria a interseção entre todas as
disciplinas e interdisciplinas. Para que a configuração Os reducionismos profissionais e as distinções hie-
transdisciplinar seja alcançada, é fundamental que rárquicas podem impedir o desenvolvimento da prá-
esses profissionais de saúde estejam reciprocamente tica transdisciplinar. Por isso, é de suma importância
situados em sua área de origem e na área de cada a construção de espaços sistemáticos, continuados e
um dos colegas. É preciso que cada problema não não hierarquizados para que se instaure uma séria e
solucionado em uma das áreas seja levado para uma frutífera discussão sobre o temário relevante à prática
área vizinha e, assim, seja submetido à luz de um transdisciplinar.23
novo entendimento20-22 (Figura 2.5). É imprescindível que todos os profissionais de-
1. Quais os maiores desafios enfrentados na prá- monstrem profundo conhecimento quanto à sua mis-
tica socioeducacional? Como podem ser supe- são e que, além disso, sejam capazes de compartilhá-
rados? -la com todos os demais membros e parceiros.
2. Que valor tem a minha atuação na equipe? Igualmente, apresenta-se como condição primordial
Como posso aperfeiçoá-la?23 o domínio da cultura da instituição, entendida como
o conjunto de valores e normas informais que cons-
A atuação transdisciplinar carece, por conseguin- tituem percepções, pensamentos e sentimentos co-
te, de uma concepção de gestão pautada em dire- muns de uma organização, ou seja, suposições bási-
trizes democráticas, por meio da qual se atente aos cas consideradas válidas e que influenciam o modo
experimentos, às opiniões, aos conhecimentos e aos de agir dos membros da organização, constituindo
sentimentos manifestados pelos diferentes profissio- uma identidade organizacional.24
nais em relação ao trabalho transdisciplinar. Algumas Desse modo, alguns centros de atendimento já
questões são essenciais à concepção do processo vêm praticando essa atitude. O Ambulatório de Pre-
transdisciplinar e devem ser respondidas por todos maturos da Disciplina Pediatria Neonatal da Escola
os profissionais nele envolvidos, de maneira objetiva Paulista de Medicina da Universidade Federal de São
e transparente: Paulo (EPM-Unifesp) existe desde 1982. Foi criado
1. Quais atividades devo realizar? com o objetivo de prestar assistência multiprofissio-
2. Qual a real demanda e quais os objetivos de nal a crianças nascidas prematuras após a alta hospi-
cada atividade? talar. No Ambulatório, são acompanhados os prema-
turos com peso ao nascer inferior a 2.000 g nascidos
no Hospital São Paulo e aqueles com peso inferior
a 1.500 g nascidos no Hospital Municipal Vereador
José Storopolli e no Hospital Estadual de Diadema.
A cada ano, mais de 100 prematuros ingressam no
ambulatório e atualmente há cerca de 800 crianças
em acompanhamento, algumas delas já com 18 anos
de idade. Apesar de todos os esforços na melhoria da
assistência a essas pequenas crianças, alguns proble-
mas podem acompanhá-las por toda a vida. Cerca
de 10% das crianças com peso ao nascer menor que
1.500 g apresentam lesão cerebral. Além disso, a bai-
xa condição socioeconômica e cultural é o fator mais
associado com baixos quocientes de inteligência ne-
las. Desta forma, o auxílio social e financeiro às suas
Figura 2.5 Atendimento transdisciplinar: fonoaudióloga orientan- famílias pode contribuir para melhores crescimento e
do a escovação. desenvolvimento.24
10
O acompanhamento das crianças de muito baixo equipe já conhece todos os problemas apresentados

Capítulo 2
peso ao nascer ao longo dos anos mostra que elas por esses bebês no início de suas vidas. Como essas
apresentam risco bastante elevado de déficit motor crianças chegam a ficar 2 a 3 meses internadas, cria-se
(12%), auditivo (6%) e de linguagem (21%), além de um vínculo muito grande entre a família e a equipe.24
alterações comportamentais (18%). O déficit visual, Buscando integrar todos os sistemas que envolvem
observado em 10% dessas crianças, é 10 vezes mais este prematuro, sua família e sua situação sociocultu-
frequente comparado ao observado em crianças ral, e também buscando facilitar o comparecimento
com peso de nascimento superior a 2.500 g. Entre as dessas crianças ao seguimento, quando elas recebem
intercorrências clínicas, as doenças respiratórias são alta da unidade neonatal, sua primeira consulta no am-
as mais frequentes (32%).24 bulatório já está agendada e ocorre logo na primeira
Mesmo sem apresentar complicações graves no semana após a alta, visto que é imperioso saber como
período neonatal, as crianças nascidas prematuras está a adaptação do bebê com os pais até este ponto.24
apresentam risco aumentado para problemas de Nessa primeira consulta, o Ambulatório é apre-
desenvolvimento. Ainda que essas alterações sejam sentado à família, informando-a sobre seus objetivos
mínimas, o seu rápido reconhecimento é de funda- e funcionamento.24 A família e seu prematuro rece-
mental importância para a intervenção precoce e a berão atendimento pediátrico, neurológico, fonoau-
obtenção de melhor qualidade de vida.24 diológico, fisioterápico, psicológico e odontológico,
Em relação ao crescimento, os estudos mostram bem como assistência social, além das consultas
que crianças nascidas prematuras, mesmo corrigindo eventuais em caso de necessidade, buscando atua-
a sua idade pelo grau de prematuridade, apresentam ção transdisciplinar (Figuras 2.6 a 2.8).
peso e estatura inferiores aos das crianças nascidas O acompanhamento ambulatorial com as especia-
com 9 meses de gestação, e essas diferenças podem lidades permite o diagnóstico e o tratamento preco-
persistir até a idade adulta. A nutrição adequada e a ce das possíveis sequelas da prematuridade, minimi-
melhoria das condições gerais de saúde propiciam zando suas repercussões.24
crescimento mais adequado.24 O Centro de Atendimento e Apoio ao Adolescen-
Esse panorama indica a necessidade de acompa- te (CAAA), do Departamento de Pediatria da EPM-
nhamento especializado, sendo este o objetivo do -Unifesp, promove atividades de assistência integral à
Ambulatório de Prematuros. Esse acompanhamento saúde do adolescente. Contando com equipe multi-
é realizado por profissionais de diversos segmentos disciplinar formada por médicos, nutricionistas, edu-
da área da saúde, como pediatra, neurologista infantil, cadores físicos, assistentes sociais, fonoaudiólogos,
fonoaudiólogo, oftalmologista, psicólogo, fisioterapeu- dentistas, psicólogos e psicopedagogos, o CAAA rea-
ta, nutricionista, odontólogo e assistente social. Essa liza atendimento gratuito aos adolescentes na faixa
equipe é composta por profissionais que prestaram etária de 10 a 19 anos. Além desses profissionais, gi-
assistência a essas crianças durante a sua internação necologistas e urologistas passaram a prestar atendi-
no berçário, o que facilita o acompanhamento, pois a mento aos adolescentes dentro dos próprios setores.

Figura 2.6 Atendimento multidisciplinar (fisioterapeuta/terapeuta Figura 2.7 Atendimento multidisciplinar (fonoaudióloga/terapeuta
ocupacional) em atuação transdisciplinar. ocupacional) em atuação transdisciplinar.
11
integrado a crianças portadoras de deficiência físi-
A Transdisciplinaridade

ca e de suas famílias. A integração do atendimento


multiprofissional (dentro da filosofia transdisciplinar)
foi considerada ideal para melhoria das condições
de saúde das crianças e suas famílias. Eles criaram
o ambulatório em um hospital terciário com con-
sulta inicial com enfermeiro, assistente social e nu-
tricionista, e consulta médica realizada em conjunto
com todos os profissionais, para trocar informações
a respeito das condições familiares na sua integra-
lidade. Pacientes e seus familiares mantiveram forte
vínculo com a equipe, o que permitiu conhecimen-
Figura 2.8 Oficina de nutrição realizada com os adolescentes no to maior de suas realidades. Organizaram reuniões
CAAA e equipe multiprofissional (médico/nutricionista/dentista)
mensais com pais e cuidadores, alternando reuniões
trabalhando a transdisciplinaridade na nutrição.
informativas sobre temas ligados à deficiência física
e reuniões de grupo, conduzidas pela psicóloga da
equipe. O pensamento transdisciplinar na multidisci-
plinaridade permitiu otimizar o conhecimento sobre
a realidade dos pacientes e suas famílias. O projeto
As atividades esportivas para grupos determinados
abriu espaço de manifestação das famílias e troca de
de adolescentes são realizadas na atlética da EPM-
experiências. A transdisciplinaridade permitiu avan-
-Unifesp.
ços no aprendizado de estagiários das áreas médica
Os objetivos gerais do CAAA são a assistência in-
e de serviço social.28
tegral à saúde do adolescente, em seus aspectos
orgânicos, psicoemocionais e sociais, visando pre-
venir seus problemas para que possa atingir a idade
Considerações Gerais
adulta com saúde e prazer de viver. Especificamente, A transdisciplinaridade é uma forma de autotrans-
o CAAA procura promover a saúde do adolescente, formação orientada para o autoconhecimento, a uni-
atuando na pessoa, na família, no grupo, na escola, no dade do conhecimento e a criação de uma nova arte
trabalho e no lazer, nas entidades públicas e privadas, de viver em sociedade.10
para atingir os objetivos expostos: motivar o adoles- A transdisciplinaridade, que envolve conhecimen-
cente, a família e a comunidade a favor de sua saúde, to orientado por um sentido comum, permeia as
e constituir-se em um centro de referência para as- várias práticas profissionais e é um potente meio de
sistência, formação de pessoal e pesquisa nesta área modificação dessas práticas centradas nas doenças e
com enfoque transdisciplinar.25 em procedimentos e tarefas que não abordam o ser
O grupo transdisciplinar acredita que o adolescen- humano de modo integral.
te bem nutrido, em seu aspecto orgânico, psicoemo- As práticas fragmentadas geram alienação e des-
cional e social, é um adolescente saudável, com ener- motivação do profissional de saúde, pois, quando o
gia para se exercitar, disposição para estudar e melhor seu trabalho fica restrito a uma pequena parcela do
atenção e concentração, o que favorece o aprendiza- processo terapêutico, o profissional não consegue ter
do e o desenvolvimento de um adulto em condições uma dimensão do resultado global do estado de saú-
de ocupar o seu lugar no século XXI.27 de do seu paciente.
O projeto de extensão Grupo de Atendimento O atendimento transdisciplinar na saúde estimula
Multiprofissional a Crianças Portadoras de Bexiga e fortalece o trabalho em equipe e o diálogo entre os
Neurogênica (outro centro de referência transdis- profissionais. Contribui também para a produção de
ciplinar) foi criado em junho de 2002, em Londri- vínculos e para o fortalecimento do sentido de grupo,
na (PR), a partir da constatação da necessidade de além de estimular o empenho no trabalho de cada
contemplar essa população com um atendimento profissional envolvido na equipe.

12
Referências Bibliográficas

Capítulo 2
1. Almeida Filho N de. Transdisciplinaridade e o paradigma pós-disciplinar na saúde. Saúde Soc 2005;14:30-50.
2. Teixeira E. Reflexões sobre o paradigma holístico e holismo e saúde. Rev Esc Enf USP 1996;30:286-90.
3. Santos BS. Introdução a uma ciência pós-moderna. Rio de Janeiro: Graal; 1989.
4. Santos BS. Um discurso sobre as ciências. São Paulo: Cortez; 2003
5. Morin E. Introduction à la pensée complèxe. Paris: Sociales Françaises; 1990.
6. Morin E. Os sete saberes necessários à educação do futuro. São Paulo: Cortez; Brasília: Unesco; 2003.
7. Samaja J. Epistemologia y metodologia. Buenos Aires: Eudeba; 1996.
8. Carta de Arrábida. Transdisciplinaridade. Primeiro Congresso Mundial de Transdisciplinaridade. Convento de Arrábida: Portugal; 2 a 6
novembro, 1994. Disponível em: www.cetrans. futuro.usp.br. Acessado em: 4/5/2012.
9. Nicolescu B. The transdisciplinary evolution of learning. Disponível em: www.learndev.org/ dl/nicolescu_f.pdf. Acessado em: 4/5/2012.
10. Theóphilo R. Disponível em: www.sociologia. org.br/tex/ap40.htm. Acessado em: 4/5/2012.
11. Santos RP. Transdisciplinaridade. Caderno de Educação 1995; (8):7-9. Instituto Piaget, Lisboa. Disponível em: www.reniza.com/renato/
artigos/. Acessado em: 4/5/2012.
12. Capra F. O ponto de mutação. São Paulo: Cultrix; 1986.
13. Crema R. Introdução à visão holística. 2. ed. São Paulo: Summus; 1989.
14. Lobo Neto FJS, Prado AA, Fontanive DA, Silva PT, Provenzano ME, Moulin MN, et al. Formação pedagógica em educação profissional
na área de saúde: Enfermagem. Brasília: Ministério da Saúde; Rio de Janeiro: Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde
Pública; 2000. (Educação, Conhecimento, Ação, 3).
15. Watanabe M. Going multidisciplinary. Nature 2003;425:542-3.
16. Spagnuolo RS, Guerrini IA. The construction of a complex and transdisciplinary health model. Comunic Saúde Educ 2005;9(16):191-4.
17. Weil P, D’Ambrosio U, Crema R. Rumo à nova transdisciplinaridade: sistemas abertos de conhecimento. São Paulo: Summus; 1993. 175p.
18. Spagnuolo RS, Guerrini IA. A construção de um modelo de saúde complexo e transdisciplinar. Interface Comunic Saúde Educ
2005;9(16):191-4.
19. Morin E, Le Moigne JL. A inteligência da complexidade. São Paulo: Fundação Peirópolis; 2000.
20. Morin E. A religação dos saberes. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil; 2001.
21. Nicolescu B. Manifesto da transdisciplinaridade. Brasília: Unesco; 2000.
22. Rodrigues MM, Mendonça A. Equipes transdisciplinares e os desafios de uma prática articulada em socioeducação. Revista Igualdade XLIII
Temática: Medidas Socioeducativas em Meio Aberto 2015; 2. Disponível em: www2.mp.pr.gov.br/cpca/telas/ca_igualdade_39_12.php.
23. Wagner JA, Hollenbeck Jr. Comportamento organizacional – criando vantagem competitiva. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2002. 135p.
24. Vitalle MSS, Medeiros EHGR. Guias de medicina ambulatorial e hospitalar da Unifesp-EPM – Adolescência: uma abordagem
ambulatorial. Barueri: Manole; 2008. p. 3-4. Disponível em: www.caaa.unifesp.br/historico.htm. Acessado em: 5/5/2012.
25. Tavares MS. Transdisciplinaridade como estratégia de otimização de atendimento multiprofissional da criança portadora de
deficiência física em cidades de médio porte. Anais do 2o Congresso Brasileiro de Extensão Universitária Belo Horizonte – 12 a 15 de
setembro de 2004. Disponível em: www.ufmg.br/congrext/Saude/Saude189.pdf. Acessado em: 14/7/2018.

13

Você também pode gostar