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HERMENEUTICA EM BULTMANN

Rudolf Bultman (1884-1976) foi exegeta e teólogo luterano alemão. Para Rudolf Bultmann, teólogo
protestante, a hermenêutica é o método histórico morfológico ou a arte de encontrar e explicar o
verdadeiro sentido de um texto, mediante as regras da Hermenêutica. (Ibidem: 99)

Desmitologização da Nova Hermenêutica segundo Rudolf Bultmann

Bultmann afirma que só se compreende o texto a partir duma análise existencial que nos leva a uma
decisão que muda a vida. A leitura do texto deve ter um impacto na nossa vida, sem essa mudança a
Bíblia seria um livro do passado morto. Bultmann pensa que o texto bíblico para ter o sentido é preciso
descortinar para ver a essência das palavras, Com Bultmann a interpretação torna-se a teologia
hermenêutica, sistema de pensamento e o conteúdo do texto.

1.1.A Hermenêutica da Existência Cristã em Bultmann

Ele responde a seguinte questão: "Será possível a exegese livre de premissas?"

Bultmann responde a esta pergunta com duas respostas antagónicas: sim e não. Sim, se “livre de
premissas” subentender uma “não pressuposição dos resultados da exegese”, isto é, se o intérprete
antes de confrontar-se com o texto estivesse livre de pressuposições sobre o mesmo. Não, que é o seu
conceito fundamental, visto que o exegeta aborda o texto guiado pela pré-compreensão do próprio
intérprete. Bultmann afirma que por mais objectivo que o hermeneuta pretenda ser ao abordar um
tema, ele não pode escapar à compreensão que dele tem:

“Resulta que uma compreensão, uma interpretação, sempre está orientada por um enfoque. Isto,
porém, inclui que ela nunca está isenta de premissas, mas precisamente, ela está dirigida por uma
compreensão prévia do assunto, consoante a qual ela pergunta ao texto"

1.1.Exposição do método histórico-crítico

Boultman “um texto deve ser interpretado segundo as regras da gramática...”, e, segundo o autor,
levando as matrizes estilísticos dos textos “... à exigência de que a exegese histórica observe o estilo
individual do texto”.

a observação de que cada texto fala na linguagem de sua época e de sua esfera histórica... o exegeta
precisa conhecer o condicionamento histórico da língua daquela época da qual provém o texto a ser
explicado.”

Bultmann pressupõe então, que, o estudo das literaturas apocalípticas, rabínicas, dos textos de Qumran
e da historiologia da religião semita são conditio sine qua non para uma compreensão satisfatória

O método histórico para Bultmann, implica na premissa de que a história é uma unidade no sentido de
um contexto integrada de efeitos e por isso mesmo “a concatenação de curso histórico não pode ser
quebrada pela intervenção de poderes sobrenaturais do além, significa portanto, que não pode haver
‘milagres’ nesse sentido.
Bultmann considera o exercício de interpretar o texto historicamente como uma necessidade, já que se
trata de uma língua estrangeira, costumes anacrónicos e cosmovisão estranha ao exegeta. Traduzir,
segundo Bultmann, “significa tornar compreensível, e pressupõe compreensão.” Essa compreensão da
história pressupõe a “compreensão das forças actuantes a unirem os fenómenos individuais.” “o evento
histórico faz parte do futuro.”

Concluindo seu argumento, Bultmann formula duas teses relacionadas às consequências da exegese dos
textos bíblicos. A primeira tese que trata do princípio existencial, provavelmente foi e será a que mais
expressa o método exegético de Bultmann. A segunda mostra o relativismo bultmanniano, de que a
compreensão de um texto nunca é definitiva, pois fala para dentro da existência. O papel do exegeta,
segundo Bultmann, em sua conclusão, é que o exegeta “ precisa ouvir a palavra da Escritura como
palavra falada para dentro de sua situação histórica específica, ele sempre entenderá de forma sempre
nova a palavra antiga”

A grande importância de Bultmann para o Novo Testamento e a teologia em geral foi a sua sensibilidade
de compreender que a Bíblia precisa ser actualizada para o homem de hoje.

a crítica mais fundamental levantada à hermenêutica existencial de Bultmann refere-se ao seu desprezo
pela reflexão sobre a linguagem em geral.

Bibliografia

BLEICHER, Josef. Hermenêutica Contemporânea. Edições 70, Lda, São Paulo, 1980

MONDIN, Battista. Os grandes teólogos do século vinte. São Paulo: Teológica, Paulus, 2003.

PELMER, Richard E. Hermenêutica. Edições 70, Lda, São Paulo, 2006

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