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“Por Moisés foi dada a lei (entropia, causa mecânica, destruidora), pelo Cristo
vieram a graça e a verdade” (ectropia, causa dinâmica, construtora).
O desnivelamento construtor, produzido pelo consciente dinâmico, aumenta na
razão direta em que aumenta o nivelamento destruidor, produzido pelo
inconsciente mecânico.
O homem que passou pelos horrores de duas guerras mundiais não pode mais
crer na força redentora da nossa cultura e civilização, como pretendiam certos
otimistas do século passado. Ciência e técnica, cultura e civilização não
redimem o homem.
“Abrir uma escola é fechar uma cadeia” – nenhum homem pensante pode
continuar a endossar semelhante ingenuidade. Os grandes malfeitores da
humanidade não foram os analfabetos nem os idiotas, mas homens de notável
inteligência e, não raro, de grande erudição – porém sem experiência espiritual.
Tanto o Lúcifer como o Cristo residem no homem, no seu ego e no seu Eu;
mas, enquanto o Lúcifer mental já está em plena adultez, o Cristo espiritual se
encontra ainda na primeira infância, ou ainda em mera gestação...
A Filosofia Cósmica, porém, sabe que o homem é tanto Satã como Cristo; se
nele prevalece o ego, fala Satã; se nele triunfa o Eu, reina Cristo.
“O reino dos céus está dentro de vós... mas é um tesouro oculto...”
O filósofo, antes de Pitágoras, era chamado sóphos, isto é, “sábio”. O grande
iniciado de Samos achou que esse qualificativo competia somente ao Infinito
(Deus), que tudo sabe ou saboreia; mas o homem finito só pode ser um
buscador da sabedoria, um “amigo da sabedoria”, ou “filósofo”.
A ciência é do intelecto.
A sabedoria é da razão.
Do Gênesis ao Apocalipse
Razão e Vontade
A Vontade é algo como uma torrente dinâmica que sai desse imenso
reservatório-de energia estática; é uma voltagem que dinamiza a massa da
amperagem, canalizando-a em determinada direção.
A lei e os profetas
Através de toda a história da humanidade correm duas linhas paralelas – a lei e
os profetas, no dizer do Nazareno. A lei é representada pelos sacerdotes, e os
profetas pelos videntes de Israel, no Antigo Testamento; na filosofia, pelos
intelectualistas ou aristotélicos, por um lado, e pelos racionalistas ou platônicos,
por outro.
Lúcifer e Logos...
Satã e Cristo...
Poder e Verdade...
Outros lembram humildemente: “Não terias poder algum, se não te fosse dado
do alto...”
Mas os Pilatos encolhem os ombros, com cético desdém, dizendo: “Que coisa
é a Verdade?”...
2. A primeira edição deste livro foi publicada durante a Guerra Fria, entre os Estados Unidos e
a Rússia. (N. do E.)
E com isto nascerá o Indivíduo Eu, o Indiviso, o Não dividido, o homem egopecador
remido pelo Eu-redentor; o homem escravizado pela ilusão de
separatismo, e liberto pela verdade da integração.
O homem passando do egoconsciente para o Logo-consciente, do Satã do ego
para o Eu do Cristo, completa o seu vasto itinerário evolutivo.
A história do Filho Pródigo se repete através de séculos e milênios. A vida na
casa paterna, estágio do subego... A saída da casa paterna, o início do egoIuciférico, que
culmina no plano do ego-satânico. Sobrevém à culpa livremente
cometida a pena necessariamente subsequente... O cosmos reage ao caos...
Mas esse sofrimento não é simples punição é, sim, uma “castigação”, 3 uma
purificação... Pelo sofrimento, aceito e compreendido, preludia o homem a sua
redenção, rumo ao Eu crístico...
4 Entretanto, para fazer jus à mais rigorosa lógica, devemos acrescentar que a presença
parcial do Infinito no finito se refere à ordem lógica (do nosso conhecer), e não à ordem
ontológica (do ser em si). Na realidade ontológica o Infinito que é pura qualidade e, portanto,
indivisível, está totalmente em qualquer finito, embora o nosso conhecimento finito o enxergue
como presente, parcialmente. A presença de qualquer finito quantitativo é sempre
circunscritiva, ao passo que a presença do Infinito qualitativo é sempre definitiva, isto é,
totalmente no Todo e totalmente em qualquer parte.
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Para todo dualista, é uma força alheia (Lúcifer) que nos faz pecadores – e uma
força alheia (Cristo) que nos redime do pecado.
A razão (Eu) tem razões de que o intelecto nada sabe – e então somos
realmente livres. O ego personal é o alodeterminado, não totalmente, mas de
prevalência.
O Eu individual é autodeterminante, por vezes sua totalidade.
Na verdadeira liberdade age a intuição direta do Eu central – e não agem as
análises indiretas do ego periférico.