Você está na página 1de 5

CURSO: Teologia

DISCIPLINA: Hermenêutica
PROFESSOR: Adriel Moreira Barbosa
Acadêmica(o): Márcio Bastos de Souza

ATIVIDADE AVALIATIVA ESPECIAL

Prezados acadêmicos e prezadas acadêmicas, este conjunto de atividades avaliativas


especiais são referentes à Prova 1.
Em cada uma das questões de múltipla escolha, há apenas uma alternativa correta.
Nas questões dissertativas, você deverá desenvolver, de modo subjetivo, sua
compreensão com base nos estudos e discussões propostas na disciplina, portanto,
não copie o texto da apostila nem de nenhuma outra fontes, do contrário, a questão
será anulada.
Desejo-lhes uma boa prova. Fique bem!

PREENCHER APENAS GABARITO – SERÁ CORRIGIDO SOMENTE O GABARITO

1 2 3 4 5 6 7 8

a) b) a) c) b) a) d) a)

1. Croatto afirma que “da “intertextualidade” (um texto relacionado com outro,
etc.) passa-se à “intratextualidade” (tudo o que está dentro de um só texto) e,
dessa maneira, a Bíblia parece ser um só livro, apesar de suas múltiplas
variações ou manifestações.” Diante disso, podemos afirmar que:
a) Existem, na Bíblia, pequenas tradições, correntes teológicas, às vezes em conflito,
que não afetaram sua aceitação. Tradições anteriores são sempre convertidas e
atualizadas.
b) A maioria dos escritores e intérpretes partilhavam a visão comum de que as
Escrituras continham tanto um sentido literal como um espiritual, e atribuíam ao
intérprete a tarefa fundamental de elucidar e expor ambos os sentidos na pregação
e no ensino.
c) Não existe apropriação do sentido, na qual é estabelecida uma espécie de
dependência em relação ao texto interpretado com a exigência de possuir todo o
seu significado, portanto, intratextualidade e intertextualidade são duas falácias.
d) Nenhuma das alternativas está correta.
2. Sobre os métodos de interpretação desenvolvidos na Escolástica e na Reforma,
assinale a alternativa correta:
a) O métodos histórico-crítico, desenvolvido pelos reformadores, estava ligado ao
desenvolvimento da filosofia iluminista, que proporcionou um ferramental
indispensável para a elucidação de dúvidas quanto ao conteúdo bíblico.
b) O desenvolvimento do método histórico-gramatical representou uma ruptura com
a escola medieval, à medida em que revitalizou a busca pelos sentidos histórico e
literal do texto.
c) A hermenêutica da Reforma constituiu uma síntese de todos os métodos
anteriores, representando o auge da interpretação, que seguiu sem alterações até
nossos dias.
d) Nenhuma das alternativas está correta.

3. Sobre o texto a seguir, indique a opção correspondente:


“A comunicação humana é uma forma que temos de expressar o mundo que vemos
(os acontecimentos), mediada pela linguagem. A linguagem, por sua vez, é composta
por símbolos, passíveis de interpretações polissêmicas. Esse sistema de signos deve
“ser ativado” quando dizemos algo sobre algo – isto é, o momento da “fala” – que
pode ser entendido como o “acontecimento” da língua. Há três fatores que auxiliam
para “fechar o sentido” da fala em uma única direção.”
a) O emissor ou locutor; o receptor ou interlocutor; e um contexto ou horizonte de
compreensão comum ao emissor e ao receptor.
b) A estratégia hermenêutica; a codificação do sentido; e a materialização do texto
escrito, sem o qual não há transmissão.
c) O acontecimento; a fala, que produz a comunicação; e a forma escrita, que
sedimenta o sentido.
d) Nenhuma das alternativas está correta.

4. Podemos afirmar CORRETAMENTE que o método histórico-gramatical,


desenvolvido a partir da Reforma enfatizou:
a) O estudo do texto bíblico em suas principais traduções; a consideração do
contexto espiritual, estético e cultural das tradições bíblicas; ênfase na
originalidade dos textos bíblicos.
b) O estudo do texto bíblico da construção do texto, sob o aspecto de sua redação e
composição, a fim de eliminar características filológicas nocivas à boa
interpretação, a partir de uma perspectiva do gênero literário.
c) O estudo do texto bíblico em suas línguas originais; a consideração do contexto
histórico, literário e cultural dos textos bíblicos; ênfase na literalidade dos textos
bíblicos.
d) Nenhuma das alternativas está correta.

5. Sobre o texto a seguir, indique a opção correta:


“A hermenêutica foi primeiramente entendida como “arte da compreensão”,
sendo responsável por formular regras para a correta interpretação bíblica,
relacionando-se com a práxis do trabalho exegético. Mas, em tempos mais
recentes, a nova hermenêutica passou a lidar com problemas mais profundos e
fundamentais da interpretação, sendo influenciada pelas ciências do espírito.”
a) A tarefa de realizar uma hermenêutica bíblica se tornou quase impossível,
pois, o que devemos fazer depois de interpretar? Que diferença há entre
ensino e doutrina?
b) A Bíblia passou a ser problematizada como literatura, sendo possível discutir
certos aspectos anteriormente não tocados. Abriram-se também novas
possibilidades de interpretação.
c) A interpretação das Escrituras perdeu espaço para outras formas de
conhecimento, tornando a hermenêutica bíblica obsoleta e ineficaz.
d) Nenhuma das alternativas está correta.

6. Assinale a alternativa que corresponde a Polissemia:


a) A capacidade de incorporar uma gama variada de códigos complexos e de difícil
compreensão na produção de uma mensagem, não permitindo a produção de
sentido do texto.
b) Gama variada de tradições, que se entrecruzam na produção de uma ortodoxia
convincente e única.
c) Aquilo que ocorre quando a mensagem não é compreendida com exatidão ou
quando remetente e destinatário não compartilham do mesmo código de sentido.
d) Nenhuma das alternativas está correta.

7. Sobre o conceito de Polissemia, podemos citar como exemplo, fora da


interpretação bíblica:
a) As diferentes formas que aprendemos a nos orientar em relação à formação do
Universo.
b) As diferentes correntes do marxismo e de outras ideologias.
c) As diferentes correntes da filosofia clássica.
d) Nenhuma das alternativas está correta.

8. Leia o texto e assinale a alternativa correta:


“Segundo Christopher Hall (2007), para que o uso da alegoria não descambasse para
subjetificações interpretativas, os intérpretes da Patrística acrescentaram um
princípio determinante: a interpretação do texto deveria corresponder ao conjunto da
doutrina cristã. Em decorrência, até hoje a interpretação bíblica segue esse princípio
patrístico nas diferentes confessionalidades cristãs, de formas diferenciadas e, vale
ressaltar, nem sempre adequadas.”
a) Embora seja a doutrina cristã que tente estabelecer os limites, isso não impede
que elementos interpretativos sejam usados sem a garantia de que esta fosse a
intenção original do autor, como ocorre na interpretação de detalhes das
parábolas de Jesus.
b) Graças ao entendimento destes riscos, atualmente, o uso da interpretação
alegórica não incorre no risco de exageros na interpretação, o que pode ser
observado pelo seu uso constante.
c) O uso do método alegórico torna-se confiável a partir da mediação feita pelas
ferramentas das ciências sociais, surgido exatamente para corrigir os exageros
que eram cometidos durante a época Medieval.
d) Nenhuma das alternativas está correta.

9. Explique, com suas palavras e argumentos bem elaborados, onde há polissemia


e a clausura nos seguintes textos bíblicos: Dt 25.4 e 1Co 9.9-10
Resposta:

A polissemia encontrada em Dt 25.4 está na variedade de significado pois,


ao se tratar no natural do animal que efetua o arado não ser evitado de se alimentar,
caracteriza também o princípio da paga pelo trabalho humano realizado. Paulo em I Co
9.9-10 trás a clausura para o texto uma vez que o coloca apontando para o futuro das
relações humanas na igreja, quando no contexto utilizado atenta para o fato
reivindicatório do seu apostolado.

10. Disserte sobre o texto abaixo, colocando em diálogo as questões importantes


que o autor apresenta e os conceitos de clausura, polissemia, fusão de
horizontes e outros que considere importante:
“É preciso reconhecer que todo exegeta (ou hermeneuta) é sujeito de determinadas
práticas sociais e está imerso em uma tradição e em um contexto histórico, que o
sujeitam a determinadas práticas sociais. (...) Toda leitura é sempre exploradora,
portanto, o texto desprende “para diante” um “mundo” de possibilidades, que o
leitor pode sintonizar com seu próprio “mundo”.
Resposta:

A arte interpretativa sempre parte do princípio que aquele que interpreta tem
sua cosmovisão que foi construída dentro de um cenário cultural cheio de hábitos,
convenções e rotinas que sempre vão influenciar a análise textual. Cabe ao hermeneuta
ter a perspicácia de saber, muitas vezes utilizando ferramentas metodológicas eficazes,
mas sempre debaixo da iluminação do Espírito Santo, adentrar no contexto do autor, na
sua intencionalidade e se possível também na sua cosmovisão.

É certo que as escrituras, em especial o Antigo Testamento, em sua grande


parte possuem polissemia por natureza, pois o mesmo como entendia Calvino aponta
em toda a sua essência para o messias vindouro, não sem motivo boa parte destes textos
apresentam clausura nas próprias escrituras, principalmente em se tratando das profecias
messiânicas.
Enfim, cabe aqui ressaltar que diante de uma possibilidade infinda de
interpretações, devemos ao máximo nos resguardar da intencionalidade abrupta, o que
muitas vezes nos leva a utilizar erroneamente a dita interpretação para justificar os
nossos próprios anseios. Neste sentido a “fusão de horizontes” tratada por Croatto deve
estar sempre subjugada a sã doutrina bíblica, que Paulo trata em I Tm 6.3.

Você também pode gostar