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AO JUÍZO DE DIREITO DA VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE


________

________ , ________ , menor absolutamente


incapaz, com ________ , nestes atos representado por
________ , ________ , ________ , portador da
cédula de identidade nº ________ , inscrito no CPF nº
________ , ambos residentes e domiciliados na
________ , ________ , ________ , na Cidade de
________ , ________ , ________ , vem
respeitosamente, por meio do seu Advogado, infra
assinado, ajuizar

AÇÃO DE ALIMENTOS C/C ALIMENTOS


PROVISÓRIOS

em face de ________ , brasileiro, ________ , residente


e domiciliado na ________ na cidade de ________ ,
pelos fatos e motivos que passa a expor.

DOS FATOS

As partes constituíram um relacionamento por mais de


________ anos, rompida em ________ , momento em que o Requerido
deixou a residência onde morava junto com os Autores.

Nesse rompimento, foi acordado entre as partes que o Requerido


auxiliaria na manutenção do Autor com a quantia que lhe fosse possível.

Porém, por mais de ________ meses, o requerido não deposita


qualquer valor, dificultando o sustento e formação das crianças. O Requerido
deixou de cumprir a sua parcela de responsabilidade no sustento dos menores,
obrigando a interposição desta ação.

Trata-se de ação que busca resguardar a dignidade e subsistência


do Autor.

A fixação de alimentos é medida urgente e indispensável à garantia


de condições mínimas de sobrevivência, razão pela qual busca a intervenção
estatal.

DA GUARDA

Inicialmente cumpre destacar que o direito busca, precipuamente,


resguardar os direitos e interesses do menor, devendo ser conduzida a presente
ação ao fim de atendê-los.
A legislação brasileira, em atenção às necessidades dos menores,
previu no Código Civil, em seu artigo 1.583 as condições mínimas que genitor
deve prover para que a guarda lhe seja atribuída, in verbis:

Art. 1.583. A guarda será unilateral ou compartilhada.

§ 1º Compreende-se por guarda unilateral a atribuída a um


só dos genitores ou a alguém que o substitua (art. 1.584, §
5º) e, por guarda compartilhada a responsabilização
conjunta e o exercício de direitos e deveres do pai e da mãe
que não vivam sob o mesmo teto, concernentes ao poder
familiar dos filhos comuns.

Dessa forma, deve-se definir a guarda com primordial atenção aos


interesses do menor, a ser conduzida conforme os termos e condições a seguir.

DA GUARDA COMPARTILHADA

Pelos fatos narrados, documentos que junta e pela oitiva de


testemunhas que irá compor o processo, restará demonstrado o direito das
crianças em ter um ambiente saudável e garantidor de suas necessidades.

A definição da guarda deve buscar primordial atenção aos


interesses do menor, sendo que a guarda compartilhada foi introduzida no
Direito Brasileiro como o melhor mecanismo para o desenvolvimento da
criança, devendo ser instituída mesmo quando não houver consenso
entre as partes, de acordo com a redação do §2º do Art. 1.584 do Código Civil:

§ 2º Quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto


à guarda do filho, encontrando-se ambos os genitores
aptos a exercer o poder familiar, será aplicada a guarda
compartilhada, salvo se um dos genitores declarar ao
magistrado que não deseja a guarda do menor.

Nesse sentido:

APELAÇÃO CÍVEL. FAMÍLIA. AÇÃO DE ALTERAÇÃO DE


GUARDA E REVISÃO DE ALIMENTOS. 1.
ESTABELECIMENTO DE GUARDA COMPARTILHADA.
ADEQUAÇÃO. PRESERVAÇÃO DOS SUPERIORES
INTERESSES DA CRIANÇA. De acordo com o art.
1.584, § 2º, do CCB, com redação dada pela Lei nº
13.058/2014, quando não houver acordo entre a
mãe e o pai quanto à guarda do filho,
encontrando-se ambos os genitores aptos a
exercer o poder familiar, será aplicada a guarda
compartilhada, salvo se um dos genitores declarar
ao magistrado que não deseja a guarda do menor.
Conforme entendimento sufragado pelo STJ, a guarda
compartilhada é a regra no ordenamento jurídico
brasileiro, somente não se mostrando recomendável a sua
fixação quando restar demonstrada a existência de
impedimento insuperável ao seu exercício, o que não
ocorre na espécie. A genitora, que até então exercia a
guarda unilateral, não manifestou concretamente qualquer
objeção ao compartilhamento da guarda, somente tecendo
considerações acerca de eventuais prejuízos decorrentes
da alteração da rotina do menor, o que não se
implementará, porquanto ora defere-se a guarda
compartilhada com manutenção da base de moradia junto
à genitora. Ademais, o genitor não pleiteou qualquer
alteração no regime de visitação vigente, pretendendo
apenas que lhe seja possibilitada participação mais ativa
na vida do filho, que é justamente o que a guarda
compartilhada visa, conforme art. 1.583, inc. I, do CCB. 2.
(...). UNÂNIME. (TJRS, Apelação 70077593796,
Relator(a): Luiz Felipe Brasil Santos, Oitava Câmara Cível,
Julgado em: 16/08/2018, Publicado em: 23/08/2018)

A guarda compartilhada é o ideal a ser buscado no


exercício do Poder Familiar entre pais separados, mesmo que demandem deles
reestruturações, concessões e adequações diversas, para que seus filhos possam
usufruir, durante sua formação, do ideal psicológico de duplo referencial.

Na lição da Ministra Nancy Andrighi:

"A custódia física conjunta é o ideal a ser buscado na


fixação da guarda compartilhada, porque sua
implementação quebra a monoparentalidade na criação
dos filhos, fato corriqueiro na guarda unilateral, que é
substituída pela implementação de condições propícias à
continuidade da existência de fontes bifrontais de
exercício do Poder Familiar". (STJ - Resp: 1251000 Dje
31/08/2011.)

No mesmo sentido, Maria Berenice Dias ao destacar sobre os


benefícios da guarda compartilhada destaca:

Os fundamentos da guarda compartilhada são de


ordem constitucional e psicológica, visando
basicamente garantir o interesse da prole.
Significa mais prerrogativas aos pais, fazendo com
que estejam presentes de forma mais intensa na
vida dos filhos. A participação no processo de
desenvolvimento integral leva à pluralização das
responsabilidades, estabelecendo verdadeira
democratização de sentimentos. Indispensável manter os
laços de afetividade, minorando os efeitos que a
separação sempre acarreta nos filhos, conferindo aos
pais o exercício da função parental de forma igualitária.
(in Manual de Direito das Famílias. 12ª ed. Revista dos
Tribunais: 2017. pg. 550)

Portanto, requer a imposição judicial das atribuições de


cada um dos pais, e o período de convivência da criança sob guarda
compartilhada.

DO PLANO DE PARENTALIDADE

Definida a guarda, deve ser homologado desde já o plano de


parentalidade, que nas palavras de Rolf Madaleno, ao disciplinar sobre o tema
conceitua:

"o plano de parentalidade é um instrumento utilizado


para concretizar a forma pela qual ambos os genitores
pensam em exercer suas responsabilidades parentais,
detalhando os compromissos que assumem a respeito da
guarda, dos cuidados e com a educação dos seus filhos."
(in Manual de Direito de Família. Forense. 2017. Kindle
edition, p. 3282)

Para tanto, propõe como plano de convivência da guarda


compartilhada nos seguintes termos:
1. Convivência:
1.1 ________ semanal, mediante ________ ;
1.2 Endereço do pai: ________
1.3 Endereço da mãe: ________
1.4 Fins de semana: ________
1.5 Feriados: ________
1.6 Datas festivas: ________

2. Despesas:
2.1 Escola: ________
2.2 Plano de saúde: ________
2.3 Alimentação: ________
2.4 Vestuário: ________
2.5 Material escolar: ________

As despesas extraordinárias passam a ser custeadas pelos


genitores, na proporção de 50% cada.

As alterações de quaisquer dos termos firmados deverão ser


previamente formalizados e aceite por ambas as partes no prazo de 15 dias.

DOS ALIMENTOS

A lei estabelece sabiamente os parâmetros a serem seguidos para


que a prestação de Alimentos seja firmada, devendo atender ao binômio
Necessidade/Possibilidade, como passará a demonstrar.

Nas palavras da doutrinadora Maria Berenice Dias:

"O fundamento do dever de alimentos se encontra


no princípio da solidariedade, ou seja, a fonte da
obrigação alimentar são os laços de parentalidade que
ligam as pessoas que constituem uma família,
independentemente de seu tipo: casamento, união
estável, famílias monoparentais, homoafetivas,
socioafetivas (eudemonistas), entre outras." (Maria
Berenice Dias, Manual de Direito das Famílias - Edição
2017, e-book, 28. Alimentos)

Ou seja, o direito a alimentos busca preservar o bem maior da vida


e assegurar a existência do indivíduo que depende deste auxílio para sobreviver.

DA NECESSIDADE DO ALIMENTANDO

As necessidades do alimentando ficam perfeitamente


demonstradas diante das despesas fixas mensais inerentes à subsistência do
Autor:

Aluguel R$ ________

Alimentação: R$ ________

Remédios R$: ________


(...)

DA POSSIBILIDADE FINANCEIRA DO ALIMENTANTE

Considerando que o réu mantém hoje vínculo empregatício com


renda em média de R$ ________ , ou seja apto a garantir sua subsistência e do
Autor, é de bom alvitre que os alimentos provisórios sejam determinados no
patamar de ________ dos rendimentos líquidos do réu, contemplando 13º
salário, férias, horas extras, verbas rescisórias, com a expedição de ofício ao seu
empregador, a fim de que promova o desconto na folha de pagamento e repasse
o valor, mediante depósito bancário, ao autor da ação.

DA JUSTIÇA GRATUITA

Nos termos do artigo 99 do Código de Processo Civil de 2015, o


direito à gratuidade de justiça é direito personalíssimo, não podendo ser
consideradas as condições financeiras de seus representantes, in verbis:

Art. 99 (...) § 6º O direito à gratuidade da justiça é


pessoal, não se estendendo a litisconsorte ou a sucessor
do beneficiário, salvo requerimento e deferimento
expressos.

Dessa forma, considerando que a presente ação envolve interesses


do menor, ao qual a hipossuficiência é presumida, não se pode condicionar a
concessão de gratuidade de justiça à demonstração de insuficiência de recursos
do representante legal, tendo em vista que o direito à gratuidade tem natureza
personalíssima.
Nesse sentido é o posicionamento em recente julgado do STJ:

CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. CUMPRIMENTO DE


SENTENÇA CONDENATÓRIA DE ALIMENTOS.
DIREITO AO BENEFÍCIO DA GRATUIDADE DA
JUSTIÇA. NATUREZA INDIVIDUAL E
PERSONALÍSSIMA. EXTENSÃO A TERCEIROS.
IMPOSSIBILIDADE. EXAME DO PREENCHIMENTO
DOS REQUISITOS AUTORIZADORES A PARTIR DA
SITUAÇÃO ECONÔMICA DE PESSOA DISTINTA DA
PARTE, COMO A REPRESENTANTE LEGAL DE
MENOR. VÍNCULO forte ENTRE DIFERENTES
SUJEITOS DE DIREITOS E OBRIGAÇÕES.
DEPENDÊNCIA ECONÔMICA DO MENOR.
AUTOMÁTICO EXAME DO DIREITO À GRATUIDADE
DE TITULARIDADE DO MENOR À LUZ DA SITUAÇÃO
ECONÔMICA DOS PAIS. IMPOSSIBILIDADE.
CRITÉRIOS. TENSÃO ENTRE A NATUREZA
PERSONALÍSSIMA DO DIREITO E INCAPACIDADE
ECONÔMICA DO MENOR. PREVALÊNCIA DA REGRA
DO ART. 99, §3º, DO NOVO CPC. ACENTUADA
PRESUNÇÃO DE INSUFICIÊNCIA DO MENOR.
CONTROLE JURISDICIONAL POSTERIOR.
POSSIBILIDADE. PRESERVAÇÃO DO ACESSO À
JUSTIÇA E CONTRADITÓRIO. RELEVÂNCIA DO
DIREITO MATERIAL. ALIMENTOS.
IMPRESCINDIBILIDADE DA SATISFAÇÃO DA DÍVIDA.
RISCO GRAVE E IMINENTE AOS CREDORES
MENORES. IMPOSSIBILIDADE DE RESTRIÇÃO
INJUSTIFICADA AO EXERCÍCIO DO DIREITO DE
AÇÃO. REPRESENTANTE LEGAL QUE EXERCE
ATIVIDADE PROFISSIONAL. VALOR DA OBRIGAÇÃO
ALIMENTAR. IRRELEVÂNCIA.(...)
2- O propósito recursal é definir se, em ação judicial que
versa sobre alimentos ajuizada por menor, é admissível
que a concessão da gratuidade de justiça esteja
condicionada a demonstração de insuficiência de recursos
de seu representante legal.

3- O direito ao benefício da gratuidade de justiça


possui natureza individual e personalíssima, não
podendo ser automaticamente estendido a quem não
preencha os pressupostos legais para a sua concessão e,
por idêntica razão, não se pode exigir que os pressupostos
legais que autorizam a concessão do benefício sejam
preenchidos por pessoa distinta da parte, como o seu
representante legal.

4- Em se tratando de menores representados pelos seus


pais, haverá sempre um forte vínculo entre a situação
desses dois diferentes sujeitos de direitos e obrigações,
sobretudo em razão da incapacidade civil e econômica do
próprio menor, o que não significa dizer, todavia,
que se deva automaticamente examinar o direito à
gratuidade a que poderia fazer jus o menor à luz
da situação financeira de seus pais.

5- A interpretação que melhor equaliza a tensão entre a


natureza personalíssima do direito à gratuidade e a notória
incapacidade econômica do menor consiste em aplicar,
inicialmente, a regra do art. 99, §3º, do novo CPC,
deferindo-se o benefício ao menor em razão da presunção
de sua insuficiência de recursos, ressalvada a possibilidade
de o réu demonstrar, com base no art. 99, §2º, do novo
CPC, a posteriori, a ausência dos pressupostos legais que
justificam a gratuidade, o que privilegia, a um só tempo, os
princípios da inafastabilidade da jurisdição e do
contraditório.

6- É igualmente imprescindível que se considere a


natureza do direito material que é objeto da ação em que
se pleiteia a gratuidade da justiça e, nesse contexto, não há
dúvida de que não pode existir restrição injustificada ao
exercício do direito de ação em que se busque o
adimplemento de obrigação de natureza alimentar.

7- O fato de o representante legal das partes


possuir atividade remunerada e o elevado valor da
obrigação alimentar que é objeto da execução não
podem, por si só, servir de empeço à concessão da
gratuidade de justiça aos menores credores dos
alimentos. 8- Recurso especial conhecido e provido.
(REsp 1807216/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI,
TERCEIRA TURMA, julgado em 04/02/2020, DJe
06/02/2020)

Desta forma, considerando a natureza da ação, envolvendo menor,


não se pode condicionar o deferimento da Gratuidade de Justiça pela análise
financeira dos pais, sendo a hipossuficiência do credor presumida.

Para tal benefício o representante do autor junta declaração de


hipossuficiência, o qual declara a inviabilidade de pagamento das custas judicias
sem comprometer a subsistência, conforme clara redação do Art. 99 Código de
Processo Civil de 2015.

Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser


formulado na petição inicial, na contestação, na petição
para ingresso de terceiro no processo ou em recurso.

(...)

§ 3º Presume-se verdadeira a alegação de


insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa
natural.

Assim, por simples petição, sem outras provas exigíveis por lei, faz
jus o Requerente ao benefício da gratuidade de justiça, podendo o Juiz negar o
pedido somente mediante prova robusta em contrário, conforme expresso no
CPC/15:

Art. 99 (...) § 2º O juiz somente poderá indeferir o pedido


se houver nos autos elementos que evidenciem a falta dos
pressupostos legais para a concessão de gratuidade,
devendo, antes de indeferir o pedido, determinar à parte a
comprovação do preenchimento dos referidos
pressupostos.

Cabe destacar que o a lei não exige atestada miserabilidade do


requerente, sendo suficiente a "insuficiência de recursos para pagar as custas,
despesas processuais e honorários advocatícios"(Art. 98, CPC/15), conforme
destaca a doutrina:

"Não se exige miserabilidade, nem estado de


necessidade, nem tampouco se fala em renda familiar ou
faturamento máximos. É possível que uma pessoa
natural, mesmo com bom renda mensal, seja merecedora
do benefício, e que também o seja aquela sujeito que é
proprietário de bens imóveis, mas não dispõe de liquidez.
A gratuidade judiciária é um dos mecanismos de
viabilização do acesso à justiça; não se pode
exigir que, para ter acesso à justiça, o sujeito
tenha que comprometer significativamente sua
renda, ou tenha que se desfazer de seus bens,
liquidando-os para angariar recursos e custear o
processo." (DIDIER JR. Fredie. OLIVEIRA, Rafael
Alexandria de. Benefício da Justiça Gratuita. 6ª ed.
Editora JusPodivm, 2016. p. 60)

Por tais razões, com fulcro no artigo 5º, LXXIV da Constituição


Federal e pelo artigo 98 do CPC, requer seja deferida a gratuidade de justiça ao
requerente.

DA JUSTIÇA GRATUITA

O Requerente atualmente é ________ , tendo sob sua


responsabilidade a manutenção de sua família, razão pela qual não poderia
arcar com as despesas processuais.

Ademais, em razão da pandemia, após a política de distanciamento


social imposta pelo Decreto ________ nº ________ (em anexo), o
requerente teve o seu contrato de trabalho reduzido, com redução do seu salário
em ________ , agravando drasticamente sua situação econômica.

Desta forma, mesmo que seus rendimentos sejam superiores ao


que motiva o deferimento da gratuidade de justiça, neste momento excepcional
de reduçào da sua remuneração, o autor se encontra em completo descontrole
de suas contas, em evidente endividamento.
Como prova, junta em anexo ao presente pedido ________ .

Para tal benefício o autor junta declaração de hipossuficiência e


comprovante de renda, os quais demonstram a inviabilidade de pagamento das
custas judicias sem comprometer sua subsistência, conforme clara redação do
Art. 99 Código de Processo Civil de 2015.

Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser


formulado na petição inicial, na contestação, na petição
para ingresso de terceiro no processo ou em recurso.

§ 1º Se superveniente à primeira manifestação da parte na


instância, o pedido poderá ser formulado por petição
simples, nos autos do próprio processo, e não suspenderá
seu curso.

§ 2º O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver


nos autos elementos que evidenciem a falta dos
pressupostos legais para a concessão de gratuidade,
devendo, antes de indeferir o pedido, determinar à parte a
comprovação do preenchimento dos referidos
pressupostos.

§ 3º Presume-se verdadeira a alegação de


insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa
natural.

Assim, por simples petição, sem outras provas exigíveis por lei, faz
jus o Requerente ao benefício da gratuidade de justiça:
AGRAVO DE INSTRUMENTO - MANDADO DE
SEGURANÇA - JUSTIÇA GRATUITA - Assistência
Judiciária indeferida - Inexistência de elementos nos
autos a indicar que o impetrante tem condições de
suportar o pagamento das custas e despesas
processuais sem comprometer o sustento próprio
e familiar, presumindo-se como verdadeira a
afirmação de hipossuficiência formulada nos
autos principais - Decisão reformada - Recurso provido.
(TJSP; Agravo de Instrumento 2083920-
71.2019.8.26.0000; Relator (a): Maria Laura Tavares;
Órgão Julgador: 5ª Câmara de Direito Público; Foro
Central - Fazenda Pública/Acidentes - 6ª Vara de Fazenda
Pública; Data do Julgamento: 23/05/2019; Data de
Registro: 23/05/2019

Cabe destacar que o a lei não exige atestada miserabilidade do


requerente, sendo suficiente a "insuficiência de recursos para pagar as custas,
despesas processuais e honorários advocatícios"(Art. 98, CPC/15), conforme
destaca a doutrina:

"Não se exige miserabilidade, nem estado de


necessidade, nem tampouco se fala em renda familiar ou
faturamento máximos. É possível que uma pessoa
natural, mesmo com bom renda mensal, seja merecedora
do benefício, e que também o seja aquela sujeito que é
proprietário de bens imóveis, mas não dispõe de liquidez.
A gratuidade judiciária é um dos mecanismos de
viabilização do acesso à justiça; não se pode
exigir que, para ter acesso à justiça, o sujeito
tenha que comprometer significativamente sua
renda, ou tenha que se desfazer de seus bens,
liquidando-os para angariar recursos e custear o
processo." (DIDIER JR. Fredie. OLIVEIRA, Rafael
Alexandria de. Benefício da Justiça Gratuita. 6ª ed.
Editora JusPodivm, 2016. p. 60)

"Requisitos da Gratuidade da Justiça. Não é necessário


que a parte seja pobre ou necessitada para que
possa beneficiar-se da gratuidade da justiça.
Basta que não tenha recursos suficientes para pagar as
custas, as despesas e os honorários do processo. Mesmo
que a pessoa tenha patrimônio suficiente, se estes bens
não têm liquidez para adimplir com essas despesas, há
direito à gratuidade." (MARINONI, Luiz Guilherme.
ARENHART, Sérgio Cruz. MITIDIERO, Daniel. Novo
Código de Processo Civil comentado. 3ª ed. Revista dos
Tribunais, 2017. Vers. ebook. Art. 98)

Por tais razões, com fulcro no artigo 5º, LXXIV da Constituição


Federal e pelo artigo 98 do CPC, requer seja deferida a gratuidade de justiça ao
requerente.

DA GRATUIDADE DOS EMOLUMENTOS

O artigo 5º, incs. XXXIV e XXXV da Constituição Federal assegura


a todos o direito de acesso à justiça em defesa de seus direitos,
independente do pagamento de taxas, e prevê expressamente ainda que a
lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.

Ao regulamentar tal dispositivo constitucional, o Código de


Processo Civil prevê:

Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou


estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as
custas, as despesas processuais e os honorários
advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma
da lei.

§ 1º A gratuidade da justiça compreende:


(...)

IX - os emolumentos devidos a notários ou


registradores em decorrência da prática de
registro, averbação ou qualquer outro ato notarial
necessário à efetivação de decisão judicial ou à
continuidade de processo judicial no qual o benefício
tenha sido concedido.

Portanto, devida a gratuidade em relação aos emolumentos


extrajudiciais exigidos pelo Cartório. Nesse sentido são os precedentes sobre o
tema:

PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL.


BENEFICIÁRIO DA AJG. EXECUÇÃO DE SENTENÇA.
REMESSA À CONTADORIA JUDICIAL PARA
CONFECÇÃO DE CÁLCULOS. DIREITO DO
BENEFICIÁRIO INDEPENDENTEMENTE DA
COMPLEXIDADE. 1. Esta Corte consolidou jurisprudência
no sentido de que o beneficiário da assistência judiciária
gratuita tem direito à elaboração de cálculos pela
Contadoria Judicial, independentemente de sua
complexidade. Precedentes. 2. Recurso especial a que se
dá provimento. (STJ - REsp 1725731/RS, Rel. Ministro OG
FERNANDES, SEGUNDA TURMA, julgado em
05/11/2019, DJe 07/11/2019)
AGRAVO DE INSTRUMENTO. JUSTIÇA GRATUITA.
EMOLUMENTOS DE CARTÓRIO EXTRAJUDICIAL.
ABRANGÊNCIA. Ação de usucapião. Decisão que
indeferiu o pedido de isenção dos emolumentos, taxas e
impostos devidos para concretização da transferência de
propriedade do imóvel objeto da ação à autora, que é
beneficiária da gratuidade da justiça. Benefício que se
estende aos emolumentos devidos em razão de
registro ou averbação de ato notarial necessário à
efetivação de decisão judicial (art. 98, § 1º, IX, do
CPC). (...). Decisão reformada em parte. AGRAVO
PARCIALMENTE PROVIDO. (TJSP; Agravo de
Instrumento 2037762-55.2019.8.26.0000; Relator (a):
Alexandre Marcondes; Órgão Julgador: 3ª Câmara de
Direito Privado; Foro de Santos - 10ª Vara Cível; Data do
Julgamento: 14/08/2014; Data de Registro: 22/03/2019)

Assim, por simples petição, uma vez que inexistente prova da


condição econômica do Requerente, requer o deferimento da gratuidade dos
emolumentos necessários para o deslinde do processo.

DOS PEDIDOS

Por todo o exposto, REQUER:

1. A concessão da gratuidade de justiça, nos termos do art. 98 do Código de


Processo Civil;

2. O arbitramento de ALIMENTOS PROVISÓRIOS, ao equivalente a


________ dos rendimentos líquidos do réu, contemplando 13º salário,
férias, horas extras, verbas rescisórias;
2.1 A expedição de ofício ao seu empregador ________ , a fim de que
promova o desconto na folha de pagamento e repasse o valor, mediante
depósito bancário, ao autor da ação;
2.1 No caso de desemprego, requer seja fixado o valor de alimentos ao
equivalente a ________ ;

3. A citação do réu para responder a presente ação, querendo;

4. A notificação à empresa ________ para fins de obter prova da renda do


requerido e que promova o desconto na folha de pagamento e repasse o
valor, mediante depósito bancário, ao autor da ação;

5. A PROCEDÊNCIA TOTAL da ação para fins de que sejam fixados


alimentos, equivalente a ________ dos rendimentos líquidos do réu,
contemplando 13º salário, férias, horas extras, verbas rescisórias,
mediante depósito bancário, ao autor da ação;
5.1 A expedição de ofício ao seu empregador ________ , a fim de que
promova o desconto na folha de pagamento e repasse o valor, mediante
depósito bancário, ao autor da ação;
5.2 No caso de eventual desemprego ou trabalho autônomo, desde já
requer seja fixado o valor de ________ salários mínimos;

6. A produção de todas as provas admitidas em direito, em especial a


testemunhal mediante designação de audiência;

7. Seja designada audiência de conciliação, e não havendo êxito, seja


designada audiência de Instrução e Julgamento para a oitiva das partes e
testemunhas;

8. Intimação do Ministério Público para intervir no feito, nos moldes do


artigo 698, do CPC;

9. A condenação do réu ao pagamento de honorários advocatícios nos


parâmetros previstos no art. 85, §2º do CPC.

10. Requer que as intimações ocorram EXCLUSIVAMENTE em nome do


Advogado ________ , OAB ________ .
Dá-se à causa o valor R$ ________ .

Nestes Termos, Pede Deferimento

________ , ________ .

________

ANEXOS:

1. Comprovante de renda

2. Declaração de hipossuficiência

3. Documentos de identidade do Autor, RG e CPF,

4. Comprovante de Residência

5. Procuração

6. Declaração de Pobreza e comprovante de renda

7. Evidências do vínculo empregatício e da renda do Réu

8. Planilhas demonstrativas das despesas e rendimentos

9. Demais provas do alegado

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