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LEGISLAÇÃO

Lei do Juizado Especial da Fazenda Pública – Lei n. 12.153/2009

Livro Eletrônico
© 05/2019

PRESIDENTE: Gabriel Granjeiro

VICE-PRESIDENTE: Rodrigo Teles Calado

COORDENADORA PEDAGÓGICA: Élica Lopes

ASSISTENTES PEDAGÓGICAS: Francineide Fontana, Kamilla Fernandes e Larissa Carvalho

SUPERVISORA DE PRODUÇÃO: Emanuelle Alves Melo

ASSISTENTES DE PRODUÇÃO: Giulia Batelli, Juliane Fenícia de Castro e Thaylinne Gomes Lima

REVISOR: Nathália Souza Medeiros Rodrigues

DIAGRAMADOR: Washington Nunes Chaves

CAPA: Washington Nunes Chaves

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LISIANE BRITO

Professora de Direito Administrativo, especia-


lista em preparação para concursos públicos.
Pós-graduada em Políticas Públicas e Gestão
Governamental pela UNIP. Advogada inscrita na
OAB/MG desde 1997. Graduada em direito pela
Faculdade de Direito da PUC/MG. Larga expe-
riência como docente, tendo ministrado aulas
de Direito Administrativo nos principais cursos
preparatórios do país. Já participou de bancas
examinadoras e elaboração de questões para
processos seletivos. Atua como advogada e
consultora de empresas na área de Licitações
e Contratos.

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Prof.ª Lisiane Brito

Lei n. 12.153/2009......................................................................................6
Introdução.................................................................................................6
A Lei n. 12.153/2009...................................................................................8
Aplicação Subsidiária das demais Leis dos Juizados Especiais e do CPC...............9
Questões de Concurso................................................................................ 23
Gabarito................................................................................................... 24
Gabarito Comentado.................................................................................. 25

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Apresentação da Aula

Caro(a) aluno(a),

Esta aula será dedicada ao estudo da Lei n. 12.153/2009, que regulamenta os

Juizados Especiais da Fazenda Pública.

Dentro desse tema, estudaremos o regime de pagamento das obrigações

de pagar quantia certa, e as “RPV”s (Requisições de Pequeno Valor).

É uma aula muito interessante, que aborda normas importantes para a resolu-

ção de questões da prova, mas que também têm interesses na vida prática.

Vamos lá!

Boa aula!

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LEI N. 12.153/2009
Introdução
O art. 98 da Constituição Federal de 1988 prevê que a União e os Estados de-

vem criar seus Juizados Especiais, com competência para o julgamento e execução

de causas de menor complexidade.

O inciso I desse artigo estabelece que o procedimento aplicável a essas causas,

nos juizados especiais, deve ser oral, sumaríssimo, com um sistema recursal dife-

rente do aplicável nos tribunais comuns.

Veja:

Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão:


I – juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes
para a conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexi-
dade e infrações penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimen-
tos oral e sumaríssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o
julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau;

Embora a criação dos Juizados Especiais já estivesse prevista no texto consti-

tucional, sua efetivação ainda dependia da edição de leis de organização judiciária.

A competência legislativa, para a criação dos Juizados Especiais, será da

União (lei federal), para os da Justiça Federal e Territórios e dos estados para a

criação dos Juizados Especiais Estaduais.

No que refere ao procedimento a ser aplicado nesses Juizados, somente lei

federal pode disciplinar o tema, pois se trata de competência privativa da União,

prevista no art. 22 da CF/88:

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:


I – direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico,
espacial e do trabalho;
...

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Então, o primeiro passo para a implementação dos Juizados Especiais seria a


edição de leis específicas. E assim foi feito.
Em 1995, foi promulgada a Lei n. 9.099/1995, primeira lei processual dedica-
da à disciplina dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais. Essa norma cumpriu
a determinação constitucional, traçando regras gerais. O art. 2º daquela lei trata
dos princípios, determinando que os processos serão orientados por critérios de
oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade,
buscando sempre que possível, a conciliação ou transação. Com isso, ficou
definido que os processos que tramitam nos Juizados Especiais deverão priorizar a
oralidade e o informalismo, sem deixar de assegurar o contraditório e a ampla
defesa. Também deverá ser buscada, sempre que possível, a solução da contro-
vérsia numa única audiência. O sistema deve ser operado de tal maneira que
produza o máximo de vantagem, com o mínimo de dispêndio de energia.
O processo deve ser rápido e haverá sempre espaço para a autocomposição.
O primeiro passo havia sido dado. No âmbito da justiça estadual, os Juizados
Especiais passaram a operar.
Até aí a justiça federal ainda não possuía Juizados Especiais cíveis e criminais.
Esses só foram instituídos e regulamentados a partir da Emenda Constitucional n.
22, de 1997 e da Lei n. 10.259/2001, que estabelece, no art. 1º, que serão apli-
cadas aos Juizados Especiais Federais, no que couber, o Código de Processo Civil e
as normas gerais, da Lei n. 9.099/1995.
Com isso, já haviam sido implantados os Juizados Especiais Cíveis e Criminais,
no âmbito das Justiças estaduais e da Justiça Federal. Mas, até então, os processos
de interesse da Fazenda Pública estavam excluídos dos Juizados Especiais.

Em 22 de dezembro de 2009, foi promulgada a Lei n. 12.153/2009, que dispõe

sobre os Juizados Especiais da Fazenda Pública, no âmbito dos Estados, Distrito

Federal, Territórios e Municípios.

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Com a promulgação dessa Lei, se completou o ciclo normativo de regula-

mentação do art. 98 da CF/88, necessário para a instalação, no âmbito das Justi-

ças Federal e estadual, mecanismos destinados a facilitar e simplificar o processa-

mento de causas menos complexas e de menor valor.

Essas leis, reunidas, formam um sistema processual próprio, que deve reger

os processos no âmbito dos Juizados Especiais, devendo todos eles seguirem os

mesmos princípios e adotar um rito simplificado.

A própria Lei n. 9.099/1995 diz que incumbe às leis estaduais disciplinar o que

ela denomina “sistema de Juizados Especiais Cíveis e Criminais” e, por isso, a Lei

n. 12.153/2009 explicita que esses também integram o sistema.

A Lei n. 12.153/2009
A aprovação da Lei dos Juizados Especiais da Fazenda Pública trouxe a

possibilidade de maior acesso ao sistema judicial, no que diz respeito a matérias

relacionadas à Fazenda Pública, que antes tramitavam na justiça comum. Abriu-se

a possibilidade de transação com o Poder Público; houve redução do prazo para

pagamento, dentre outras conquistas.

Essa lei veio com o objetivo de estender a experiência dos Juizados Especiais às

causas que envolvem interesses da Fazenda Pública da União, dos estados, do DF

e dos Municípios.

O art. 1º da Lei n. 12.153/2009 informa que os Juizados Especiais da Fazenda

Pública são “órgãos da justiça comum” e “integrantes do sistema dos Juizados

Especiais”.

Art. 1º Os Juizados Especiais da Fazenda Pública, órgãos da justiça comum e integran-


tes do Sistema dos Juizados Especiais, serão criados pela União, no Distrito Federal e
nos Territórios, e pelos Estados, para conciliação, processo, julgamento e execu-
ção, nas causas de sua competência.

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Parágrafo único. O sistema dos Juizados Especiais dos Estados e do Distrito Federal
é formado pelos Juizados Especiais Cíveis, Juizados Especiais Criminais e Juizados Es-
peciais da Fazenda Pública.

Aplicação Subsidiária das demais Leis dos Juizados Especiais e


do CPC

O art. 27 da Lei n. 12.143/2009 estabelece que se aplicam aos Juizados Espe-

ciais da Fazenda Pública, subsidiariamente, as leis dos Juizados Especiais Federais

e Estaduais (cíveis e criminais), bem como o Código de Processo Civil.

Art. 27. Aplica-se subsidiariamente o disposto nas Leis nos 5.869, de 11 de janeiro de


1973 – Código de Processo Civil, 9.099, de 26 de setembro de 1995, e 10.259, de 12
de julho de 2001.

Art. 2º – Competência

Os Juizados Especiais da Fazenda Pública são competentes para o julgamento

de causas cíveis que envolvam os interesses da Fazenda Pública dos Estados, DF,

Municípios e Territórios, até o valor de sessenta salários mínimos.

Art. 2º É de competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública processar, conciliar


e julgar causas cíveis de interesse dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos
Municípios, até o valor de 60 (sessenta) salários mínimos.

Art. 2º, § 2º – Limites de Valor

§ 2º Quando a pretensão versar sobre obrigações vincendas, para fins de competência
do Juizado Especial, a soma de 12 (doze) parcelas vincendas e de eventuais parce-
las vencidas não poderá exceder o valor referido no caput deste artigo.

Se a soma das parcelas já vencidas, com as vincendas, for superior a 60 salários

mínimos, a causa não poderá ser proposta no Juizado Especial da Fazenda Pública.

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O FONAJEF (Fórum Nacional dos Juizados Especiais Federais) já tem enuncia-

dos a esse respeito, em relação à competência daqueles Juizados.

ENUNCIADO 17 – FONAJEF – não cabe renúncia sobre parcelas vincendas para fins
de fixação de competência nos Juizados Especiais Federais.
ENUNCIADO 20 – FONAJEF – Não se admite, com base nos princípios da economia
processual e do juiz natural, o desdobramento de ações para cobrança de parcelas ven-
cidas e vincendas.

Art. 2º, § 1º – Exclusão da Competência

Estão excluídos da competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública:

a) Ações de Mandado de Segurança, impetradas contra autoridades em ge-

ral, sem relação com os atos do próprio juizado.

Na hipótese de Mandado de Segurança contra atos do próprio Juizado Especial,

a ação será julgada pelas Turmas Recursais do Juizado!

O § 5º do art. 19 da Lei n. 12.153 estabelece o seguinte:

Art. 19.
...
§ 5º Decorridos os prazos referidos nos §§ 3º e 4º, o relator incluirá o pedido em pauta
na sessão, com preferência sobre todos os demais feitos, ressalvados os processos
com réus presos, os habeas corpus e os mandados de segurança.

Veja agora o que diz a Súmula 376, do STJ:

Súmula 376 – STJ– Compete a turma recursal processar e julgar o mandado de segu-
rança contra ato de juizado especial (Súmula 376/STJ).

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Feitas essas importantes considerações, vamos voltar ao rol de hipóteses de

exclusão da competência dos Juizados Especiais

b) Ações Populares;

c) Ações sobre direitos ou interesses difusos e coletivos;

d) Ações de Improbidade Administrativa;

e) Ações que envolvam divisão, demarcação ou desapropriação de bens imó-

veis;

f) Execução fiscal e

g) Ações que visem anulação de penalidade de demissão de servidores públicos .

Veja o que diz o § 1º:

§ 1º Não se incluem na competência do Juizado Especial da Fazenda Pública:


I – as ações de mandado de segurança, de desapropriação, de divisão e demarcação,
populares, por improbidade administrativa, execuções fiscais e as demandas sobre di-
reitos ou interesses difusos e coletivos;
II – as causas sobre bens imóveis dos Estados, Distrito Federal, Territórios e Municí-
pios, autarquias e fundações públicas a eles vinculadas;
III – as causas que tenham como objeto a impugnação da pena de demissão impos-
ta a servidores públicos civis ou sanções disciplinares aplicadas a militares.

Art. 2º, § 4º – Competência Absoluta do Juizado Especial da Fazenda

Pública

Diferentemente do que ocorre com os Juizados Especiais Cíveis e Criminais, não

há liberdade de opção das partes entre os Juizados Especiais da Fazenda Pública

e a justiça comum, ordinária. Isso porque o art. 2º, § 4º, da Lei n. 12.153/2009

estabelece que a competência daqueles é absoluta. Veja:

Art. 2º
...
§ 4º No foro onde estiver instalado Juizado Especial da Fazenda Pública, a sua compe-
tência é absoluta.

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Art. 3º – Possibilidade de adoção de Providências Cautelares

Art. 3º O juiz poderá, de ofício ou a requerimento das partes, deferir quaisquer provi-
dências cautelares e antecipatórias no curso do processo, para evitar dano de difícil ou
de incerta reparação.

Nesse momento cabe a lição de Humberto Theodoro Jr:

No que se refere aos Juizados Especiais da Fazenda Pública, o juiz poderá deferir, de
ofício ou a requerimento das partes, medidas antecipatórias no curso do processo para
evitar dano de difícil ou incerta reparação (art. 3º da Lei n. 12.153/2099).É importante
ressaltar que será analisado na espécie de tutela antecipada, a disciplina legal geral do
Código de Processo Civil e a especial (Lei n. 9.494/1997) (THEODORO JR., 2010, p. 09).

Art. 4º – Irrecorribilidade das Decisões Interlocutórias, Salvo as que

Tratem de Cautelares e Tutela Provisória

O art. 4º da Lei estabelece que são irrecorríveis, como regra, as decisões

interlocutórias e prevê as que admitem recurso, indicando o art. 3º, que trata das

providências cautelares e antecipatórias, no curso do processo. Assim, de-

vemos interpretar a lei nos seguintes termos:

• Das decisões tomadas no Juizado Especial da Fazenda Pública, só se admite

recurso contra a sentença e tutela provisória.

Art. 4º Exceto nos casos do art. 3º, somente será admitido recurso contra a sentença.

Art. 5º – As Partes

Podem figurar como autores, pessoas físicas (inclusive os incapazes, desde que

representados e que o MP seja intimado); as pessoas jurídicas (inclusive OSCIPs,

microempresas, empresas de pequeno porte e as SCMS – Sociedades de Crédito

ao Microempreendedor).

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Na qualidade de réus, serão admitidos os Estados, Distrito Federal e Municípios,

bem como suas autarquias, fundações, empresas públicas e entidades a elas vin-

culadas.

Art. 5º Podem ser partes no Juizado Especial da Fazenda Pública:


I – como autores, as pessoas físicas e as microempresas e empresas de pequeno porte,
assim definidas na Lei Complementar n. 123, de 14 de dezembro de 2006;
II – como réus, os Estados, o Distrito Federal, os Territórios e os Municípios, bem como
autarquias, fundações e empresas públicas a eles vinculadas.

Art. 6º – Atos de Comunicação Processual – Citações e Intimações

As Fazendas Públicas dos Estados, DF e Municípios não gozam da prerrogativa

da intimação pessoal e, por essa razão, a Lei n. 12.153/2009 estabelece que nos

Juizados Especiais da Fazenda Pública a intimação será feita na forma do Código de

Processo Civil.

Art. 6º Quanto às citações e intimações, aplicam-se as disposições contidas na Lei


n. 5.869, de 11 de janeiro de 1973 – Código de Processo Civil.

Art. 7º – Prazos para a prática de atos e citação para audiência de con-

ciliação

A Lei n. 12.153/2009 não estabelece prazo diferenciado para a prática dos

atos processuais, em favor das pessoas jurídicas de direito público.

Em relação ao prazo mínimo de antecedência, da citação para a audiência de

conciliação, a lei estabelece o prazo de 30 dias.

Art. 7º Não haverá prazo diferenciado para a prática de qualquer ato processual
pelas pessoas jurídicas de direito público, inclusive a interposição de recursos, devendo
a citação para a audiência de conciliação ser efetuada com antecedência mínima de 30
(trinta) dias.

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Art. 8º – Possibilidade de Conciliação

A lei admite a conciliação, transação e até desistência da ação, entre os repre-


sentantes da Fazenda Pública e os autores da ação.

Art. 8º Os representantes judiciais dos réus presentes à audiência poderão conciliar,


transigir ou desistir nos processos da competência dos Juizados Especiais, nos termos e
nas hipóteses previstas na lei do respectivo ente da Federação.

Art. 9º – Ônus da Exibição de documentos

Nos termos da lei, é da Fazenda Pública o ônus de fornecer os documentos ne-
cessários ao esclarecimento dos fatos, devendo apresentá-los até a instalação da
audiência de conciliação.

Art. 9º A entidade ré deverá fornecer ao Juizado a documentação de que disponha para


o esclarecimento da causa, apresentando-a até a instalação da audiência de conciliação.

Art. 10 – Exame Técnico

As partes devem ter conhecimento do laudo apresentado, cinco dias antes da


audiência de conciliação. É importante salientar que nos Juizados Especiais, devido
à sumariedade do procedimento, não cabem perícias complexas ou onerosas, pois
essas não se enquadram no conceito de exame técnico. Se a causa demandar lau-
dos periciais complexos, foge da competência do Juizado Especial.

Art. 10. Para efetuar o exame técnico necessário à conciliação ou ao julgamento da


causa, o juiz nomeará pessoa habilitada, que apresentará o laudo até 5 (cinco) dias
antes da audiência.

Art. 11 – Inexistência de Reexame Necessário nos Juizados Especiais


da Fazenda Pública

O art. 11 da Lei n. 12.153/2009 é cópia do art. 13 da Lei dos Juizados Especiais


da Justiça Federal. Em ambos, não haverá reexame necessário.

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Art. 11. Nas causas de que trata esta Lei, não haverá reexame necessário.

Art. 12 – Cumprimento das Obrigações de Fazer, não Fazer e Entrega de

Coisa Certa

Mais uma vez a Lei n. 12.153/2009 copiou a Lei n. 10.259/2001, que trata dos

Juizados Especiais Federais.

O art. 12 determina que, para o cumprimento das obrigações resultantes do

acordo ou da sentença, deverá será enviado um ofício do juiz, encaminhado à au-

toridade que recebeu a citação, com cópia da sentença ou acordo firmado.

Art. 12. O cumprimento do acordo ou da sentença, com trânsito em julgado, que impo-


nham obrigação de fazer, não fazer ou entrega de coisa certa, será efetuado mediante
ofício do juiz à autoridade citada para a causa, com cópia da sentença ou do acordo.

Art. 13 – Cumprimento da Obrigação de Pagar Quantia certa

Cabe aos entes federados editar as respectivas leis que definam o limite para

as obrigações de pequeno valor, pois essas deverão ser pagas independente-

mente de precatórios. O prazo máximo para pagamento é de sessenta dias,

contados da entrega da requisição do juiz à autoridade citada no processo.

As obrigações que tenham valores superiores aos limites estabelecidos, serão

pagas por precatórios.

Art. 13. Tratando-se de obrigação de pagar quantia certa, após o trânsito em julgado


da decisão, o pagamento será efetuado:
I – no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, contado da entrega da requisição do juiz à
autoridade citada para a causa, independentemente de precatório, na hipótese do
§ 3º do art. 100 da Constituição Federal; ou
II – mediante precatório, caso o montante da condenação exceda o valor definido como
obrigação de pequeno valor.

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Nesse caso, o autor poderá renunciar ao valor que excedeu o limite, para que

possa optar pelo pagamento sem precatório.

Art. 13.
...
§ 5º Se o valor da execução ultrapassar o estabelecido para pagamento independen-
temente do precatório, o pagamento far-se-á, sempre, por meio do precatório, sendo
facultada à parte exequente a renúncia ao crédito do valor excedente, para que
possa optar pelo pagamento do saldo sem o precatório.

Se os limites não forem definidos por leis próprias, deverão ser aplicados os

previstos no § 3º do art. 13, da Lei n. 12.153/2009:

• Até 40 (quarenta) salários mínimos, para os Estados e DF;

• Até 30 (trinta) salários mínimos, para os municípios.

Art. 13.
...
§ 2º As obrigações definidas como de pequeno valor a serem pagas independentemen-
te de precatório terão como limite o que for estabelecido na lei do respectivo ente da
Federação.
§ 3º Até que se dê a publicação das leis de que trata o § 2º, os valores serão:
I – 40 (quarenta) salários mínimos, quanto aos Estados e ao Distrito Federal;
II – 30 (trinta) salários mínimos, quanto aos Municípios.

O saque do valor depositado poderá ser feito pelo autor, pessoalmente, em

qualquer agência do banco depositário, independentemente de alvará.

Se o saque for feito por procurador, somente poderá ser feito na agência onde

foi feito o depósito, com a apresentação de procuração específica.

Art. 13.
...
§ 6º O saque do valor depositado poderá ser feito pela parte autora, pessoalmente, em
qualquer agência do banco depositário, independentemente de alvará.
§ 7º O saque por meio de procurador somente poderá ser feito na agência destinatária
do depósito, mediante procuração específica, com firma reconhecida, da qual constem
o valor originalmente depositado e sua procedência.

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Lei do Juizado Especial da Fazenda Pública – Lei n. 12.153/2009
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Desatendimento da RPV

Se o depósito não for efetuado dentro do prazo estabelecido na requisição judi-

cial, o juiz determinará, imediatamente, o sequestro do valor suficiente ao cumpri-

mento da obrigação, dispensada a audiência da Fazenda Pública. É o que determina

o § 1º do art. 13, da Lei n. 12.153/2009:

Art. 13.
...
§ 1º Desatendida a requisição judicial, o juiz, imediatamente, determinará o sequestro
do numerário suficiente ao cumprimento da decisão, dispensada a audiência da Fazenda
Pública.

Art. 14 – A Instalação dos Juizados Especiais da Fazenda Pública

Compete aos Tribunais de Justiça dos Estados e do DF a instalação dos seus

Juizados Especiais da Fazenda Pública. A lei prevê a possibilidade de criação de

Juizados Especiais Adjuntos.

Art. 14. Os Juizados Especiais da Fazenda Pública serão instalados pelos Tribunais de


Justiça dos Estados e do Distrito Federal.
Parágrafo único. Poderão ser instalados Juizados Especiais Adjuntos, cabendo ao Tribu-
nal designar a Vara onde funcionará.

Art. 15 – Auxiliares da Justiça: Conciliadores e Juízes Leigos

A Lei n. 12.153/2009 prevê a presença de conciliadores e juízes leigos nos

Juizados Especiais. São auxiliares da justiça, recrutados para exercerem algu-

mas atribuições específicas.

Para o exercício da função de conciliador, deverá ser dada preferência a bacha-

réis em direito e, para atuarem como juízes leigos, advogados com mais de dois

anos de experiência.

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Lei do Juizado Especial da Fazenda Pública – Lei n. 12.153/2009
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O art. 15, § 2º, parte final, da Lei n. 12.153/2009, proíbe expressamente que

juízes leigos exerçam a advocacia perante os Juizados Especiais da Fazenda Públi-

ca, em todo o território nacional.

A lei não veda o exercício da advocacia, por juízes leigos! O que é proibido é o exer-

cício da advocacia em Juizados Especiais Cíveis!

Art. 15. Serão designados, na forma da legislação dos Estados e do Distrito Federal,


conciliadores e juízes leigos dos Juizados Especiais da Fazenda Pública, observadas as
atribuições previstas nos arts. 22, 37 e 40 da Lei n. 9.099, de 26 de setembro de 1995.
§ 1º Os conciliadores e juízes leigos são auxiliares da Justiça, recrutados, os primeiros,
preferentemente, entre os bacharéis em Direito, e os segundos, entre advogados com
mais de 2 (dois) anos de experiência.
§ 2º Os juízes leigos ficarão impedidos de exercer a advocacia perante todos os Juizados
Especiais da Fazenda Pública instalados em território nacional, enquanto no desempe-
nho de suas funções.

Art. 16 – Atribuições dos Conciliadores

A lei estabelece que o conciliador, sob supervisão do juiz, conduzirá a audiência

de conciliação, podendo inclusive ouvir a s partes e testemunhas, para o melhor

esclarecimento dos fatos.

Na hipótese de não ser possível a conciliação, o juiz deverá conduzir a fase de

instrução. Depoimentos já prestados serão aproveitados, se possível, desde que

não haja impugnação das partes.

Art. 16. Cabe ao conciliador, sob a supervisão do juiz, conduzir a audiência de conci-


liação.
§ 1º Poderá o conciliador, para fins de encaminhamento da composição amigável, ouvir
as partes e testemunhas sobre os contornos fáticos da controvérsia.
§ 2º Não obtida a conciliação, caberá ao juiz presidir a instrução do processo, podendo
dispensar novos depoimentos, se entender suficientes para o julgamento da causa os
esclarecimentos já constantes dos autos, e não houver impugnação das partes.

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Art. 17 – As Turmas Recursais

Esse artigo traça regras para o funcionamento das Turmas Recursais dos Juiza-

dos Especiais da Fazenda Pública.

Fica estabelecido, no § 1º, que serão compostas por juízes de primeiro grau de

jurisdição, devendo a designação ser feita com observância dos critérios de mere-

cimento e antiguidade, sendo dada preferência para aqueles que atuem no Sistema

dos Juizados Especiais Estaduais (da Fazenda Pública, Cíveis e Criminais).

Os juízes das Turmas Recursais cumprirão mandado de dois anos. Em regra não

haverá recondução, exceto se não houver outro juiz na sede daquela Turma.

Art. 17. As Turmas Recursais do Sistema dos Juizados Especiais são compostas por
juízes em exercício no primeiro grau de jurisdição, na forma da legislação dos Estados
e do Distrito Federal, com mandato de 2 (dois) anos, e integradas, preferencialmente,
por juízes do Sistema dos Juizados Especiais.
§ 1º A designação dos juízes das Turmas Recursais obedecerá aos critérios de antigui-
dade e merecimento.
§ 2º Não será permitida a recondução, salvo quando não houver outro juiz na sede da
Turma Recursal.

Art. 18 – Uniformização da Jurisprudência

Ocorrendo divergência entre decisões das Turmas Recursais, é possível o pedido

de uniformização de interpretação de lei.

Se a divergência ocorrer entre Turmas de um mesmo Estado, o pedido será

julgado em reunião conjunta dessas Turmas. Será designado pelo Tribunal de Jus-

tiça um desembargador, para presidir a reunião. A lei permite o emprego de meios

eletrônicos, para a hipótese de os juízes das Turmas Recursais que proferiram de-

cisões conflitantes terem domicílios diferentes.

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Lei do Juizado Especial da Fazenda Pública – Lei n. 12.153/2009
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Se a divergência ocorrer entre Turmas de Estados diferentes, ou se houver

decisão que contrarie súmula do STJ, o § 3º do art. 18 da Lei n. 12.153/2009

prevê o julgamento do pedido pelo próprio STJ.

Art. 18. Caberá pedido de uniformização de interpretação de lei quando houver


divergência entre decisões proferidas por Turmas Recursais sobre questões de direi-
to material.
§ 1º O pedido fundado em divergência entre Turmas do mesmo Estado será julga-
do em reunião conjunta das Turmas em conflito, sob a presidência de desembarga-
dor indicado pelo Tribunal de Justiça.
§ 2º No caso do § 1º, a reunião de juízes domiciliados em cidades diversas poderá ser
feita por meio eletrônico.
§ 3º Quando as Turmas de diferentes Estados derem a lei federal interpretações diver-
gentes, ou quando a decisão proferida estiver em contrariedade com súmula do Supe-
rior Tribunal de Justiça, o pedido será por este julgado.

Art. 19 – Impugnação da decisão

Esse artigo estabelece o controle, a ser exercido pelo STJ, sobre a decisão re-

sultante da reunião entre Turmas Recursais de um mesmo Estado, que divergiam

entre si, no caso de a decisão contrariar Súmula daquele Tribunal Superior.

Se isso ocorrer, caberá à parte interessada protocolar o pedido, dirigido ao STJ,

para que seja proferida uma decisão do Tribunal sobre aquele tema.

Art. 19. Quando a orientação acolhida pelas Turmas de Uniformização de que trata o


§ 1º do art. 18 contrariar súmula do Superior Tribunal de Justiça, a parte interessada
poderá provocar a manifestação deste, que dirimirá a divergência.
§ 1º Eventuais pedidos de uniformização fundados em questões idênticas e recebi-
dos subsequentemente em quaisquer das Turmas Recursais ficarão retidos nos autos,
aguardando pronunciamento do Superior Tribunal de Justiça.

O § 2º do art. 19 autoriza a concessão de medida liminar, determinando a sus-

pensão dos processos em que foi verificada a divergência, concedida pelo relator,

de ofício ou a requerimento da parte, desde que estejam demonstrados os requisi-

tos da medida.

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Art. 19.
...
§ 2º Nos casos do caput deste artigo e do § 3º do art. 18, presente a plausibilidade do
direito invocado e havendo fundado receio de dano de difícil reparação, poderá o relator
conceder, de ofício ou a requerimento do interessado, medida liminar determinando a
suspensão dos processos nos quais a controvérsia esteja estabelecida.

Arts. 20 e 21 – Procedimento do Pedido de Uniformização, pelo STJ e

Tribunais Locais

O art. 20 da Lei n. 12.153/2009 estabelece regras, a serem adotadas pelos

Tribunais de Justiça e STJ F para o processamento e julgamento dos pedidos de

uniformização da jurisprudência, no âmbito de suas competências.

Da mesma forma, o caput do art. 20, prevê a possibilidade de os Tribunais fa-

zerem a regulamentação do procedimento e julgamento do recurso Extraordinário.

Art. 20. Os Tribunais de Justiça, o Superior Tribunal de Justiça e o Supremo Tribunal


Federal, no âmbito de suas competências, expedirão normas regulamentando os proce-
dimentos a serem adotados para o processamento e o julgamento do pedido de unifor-
mização e do recurso extraordinário.

O art. 21, por sua vez, determina que seja observado, no RE, o disposto no

art. 19 da mesma Lei.

Art. 21. O recurso extraordinário, para os efeitos desta Lei, será processado e julgado
segundo o estabelecido no art. 19, além da observância das normas do Regimento.

Disposições Finais da Lei n. 12.153/2009

Os arts. 22 a 28 da Lei apresentam as disposições finais:

Art. 22. Os Juizados Especiais da Fazenda Pública serão instalados no prazo de até 2


(dois) anos da vigência desta Lei, podendo haver o aproveitamento total ou parcial das
estruturas das atuais Varas da Fazenda Pública.

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Art. 23. Os Tribunais de Justiça poderão limitar, por até 5 (cinco) anos, a partir da
entrada em vigor desta Lei, a competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública,
atendendo à necessidade da organização dos serviços judiciários e administrativos.
Art. 24. Não serão remetidas aos Juizados Especiais da Fazenda Pública as demandas
ajuizadas até a data de sua instalação, assim como as ajuizadas fora do Juizado Especial
por força do disposto no art. 23.
Art. 25. Competirá aos Tribunais de Justiça prestar o suporte administrativo necessário
ao funcionamento dos Juizados Especiais.
Art. 26. O disposto no art. 16 aplica-se aos Juizados Especiais Federais instituídos pela
Lei n. 10.259, de 12 de julho de 2001.
Art. 27. Aplica-se subsidiariamente o disposto nas Leis nos 5.869, de 11 de janeiro de
1973 – Código de Processo Civil, 9.099, de 26 de setembro de 1995, e 10.259, de 12
de julho de 2001.
Art. 28. Esta Lei entra em vigor após decorridos 6 (seis) meses de sua publicação ofi-
cial.

Querido(a) aluno(a), com isso, concluímos a última aula de Direito Processual

Civil, para o Concurso Público da PGE de Pernambuco.

Todos os tópicos do edital foram tratados e você teve a oportunidade de, ao final

de cada aula, resolver questões recentes da nossa Banca, com os comentários da

professora.

Sua preparação foi suficiente, acredite.

Agora, cabe a você ir para a prova confiante, o mais tranquilo(a) possível e agir

da mesma forma que agiria se estivesse solucionando as questões que selecionei

para o seu material. Lembre-se que elas foram extraídas de concursos recentes,

realizados pela mesma Banca Examinadora!

Desejo todo o SUCESSO na prova e a conquista do tão sonhado Cargo.

Um abraço afetuoso,

Lisiane

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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1    (CESPE/PGM-MANAUS/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/2018) Conside-

rando o disposto na Lei dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais e na Lei dos Jui-

zados Especiais da Fazenda Pública, julgue o item que se segue.

Nas causas cíveis de menor complexidade, os embargos de declaração opostos

contra a sentença interrompem o prazo para interposição de recurso.

Questão 2    (CESPE/PGM-MANAUS/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/2018) Conside-

rando o disposto na Lei dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais e na Lei dos Jui-

zados Especiais da Fazenda Pública, julgue o item que se segue.

Nas ações que tramitarem nos juizados especiais cíveis, não poderão ser partes do

processo as pessoas jurídicas de direito público, as empresas públicas da União,

a massa falida, o insolvente civil, o preso e o incapaz.

Questão 3    (CESPE/PGE-PE/PROCURADOR DO ESTADO/2018/ADAPTADA) Obser-

vada a regra que determina que o valor da causa não pode ultrapassar o limite de

sessenta salários mínimos, o juizado especial da fazenda pública possui competên-

cia para julgar ação em que contribuinte questione a validade do lançamento de

crédito tributário estadual.

Questão 4    (CESPE/DPE-AL/DEFENSOR PÚBLICO) É competência absoluta dos jui-

zados especiais da fazenda pública processar e julgar as causas de interesse dos

estados, do Distrito Federal, dos territórios e dos municípios cujos valores não ex-

cedam sessenta salários mínimos, inexistindo impedimento à formação de litiscon-

sórcio passivo do ente estatal com pessoa jurídica de direito privado.

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GABARITO
1. C

2. C

3. C

4. C

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GABARITO COMENTADO
Questão 1    (CESPE/PGM-MANAUS/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/2018) Conside-

rando o disposto na Lei dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais e na Lei dos Jui-

zados Especiais da Fazenda Pública, julgue o item que se segue.

Nas causas cíveis de menor complexidade, os embargos de declaração opostos

contra a sentença interrompem o prazo para interposição de recurso.

Certo.

Na verdade, temos aqui uma novidade, implementada pelo art. 1.065 do CPC/2015:

Art. 1.065. O art. 50 da Lei n. 9.099, de 26 de setembro de 1995, passa a vigorar com


a seguinte redação:
Art. 50. Os embargos de declaração interrompem o prazo para a interposição de recur-
so. (NR)

Com isso, a Lei n. 9.099/1995, que traça as regras gerais dos Juizados Especiais

passou a prever a interrupção de prazo para recurso de embargos de declaração.

Questão 2    (CESPE/PGM-MANAUS/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/2018) Conside-

rando o disposto na Lei dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais e na Lei dos Jui-

zados Especiais da Fazenda Pública, julgue o item que se segue.

Nas ações que tramitarem nos juizados especiais cíveis, não poderão ser partes do

processo as pessoas jurídicas de direito público, as empresas públicas da União,

a massa falida, o insolvente civil, o preso e o incapaz.

Certo.

Correta a afirmação, de acordo com o art. 8º da Lei n. 9.099/1995, que estabelece

as regras gerais aplicáveis aos Juizados Especiais.

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Questão 3    (CESPE/PGE-PE/PROCURADOR DO ESTADO/2018/ADAPTADA) Obser-

vada a regra que determina que o valor da causa não pode ultrapassar o limite de

sessenta salários mínimos, o juizado especial da fazenda pública possui competên-

cia para julgar ação em que contribuinte questione a validade do lançamento de

crédito tributário estadual.

Certo.

A Lei n. 12.135/09 traça, em seu art. 2º, § 1º, as hipóteses de exclusão da com-

petência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública. Veja:

Art. 2º
...
§ 1º Não se incluem na competência do Juizado Especial da Fazenda Pública:
I – as ações de mandado de segurança, de desapropriação, de divisão e demarcação,
populares, por improbidade administrativa, execuções fiscais e as demandas sobre di-
reitos ou interesses difusos e coletivos;
II – as causas sobre bens imóveis dos Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios,
autarquias e fundações públicas a eles vinculadas;
III – as causas que tenham como objeto a impugnação da pena de demissão imposta a
servidores públicos civis ou sanções disciplinares aplicadas a militares.

Questão 4    (CESPE/DPE-AL/DEFENSOR PÚBLICO) É competência absoluta dos jui-

zados especiais da fazenda pública processar e julgar as causas de interesse dos

estados, do Distrito Federal, dos territórios e dos municípios cujos valores não ex-

cedam sessenta salários mínimos, inexistindo impedimento à formação de litiscon-

sórcio passivo do ente estatal com pessoa jurídica de direito privado.

Certo.

Correta a afirmação. Trata-se da regra geral de competência, estabelecida pelo

“caput” do art. 2º da Lei n. 12.135/2009. Trata-se de regra de competência abso-

luta.

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Essa lei não estabelece nenhuma vedação à formação de litisconsórcio entre a En-

tidade Pública e pessoa jurídica de direito privado.

Art. 2º É de competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública processar, conciliar


e julgar causas cíveis de interesse dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos
Municípios, até o valor de 60 (sessenta) salários mínimos.

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