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GUARDA COMPARTILHADA E ALIENAÇÃO PARENTAL:

DESAFIOS PARA A PSICOLOGIA JURÍDICA

Ana Karina Pereira Cabral


Mat. 03246872
Psicologia

No Brasil, a Lei 12.318 de 26 de agosto de 2010 consolidou o conceito de


Alienação Parental como a “interferência na formação psicológica da criança ou
do adolescente (...) para que repudie o genitor ou cause prejuízos ao
estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este”. Ou seja, de maneira
sintética, geralmente o alienador é a parte que detém a guarda dos filhos, e
este é responsável por implementar falsas memórias em relação à imagem do
alienado com o objetivo de dificultar e até mesmo obstruir a relação entre o
filho e o alienado. A alienação parental pode ser feita não só pelos pais. Os
avós também podem fazer uso dessa prática. Acontece geralmente no contexto
jurídico quando há disputa de guarda e estabelecimento de visitas. Mas pode
ocorrer devido a sentimentos mal resolvidos como ciúmes, vingança, medo,
raiva ou ódio. A alienação parental pode gerar danos cognitivos e
comportamentais na criança ou adolescente, comprometimento social,
sensação de desamparo, distúrbio de aprendizagem, ansiedade, insônia,
agressividade, comportamento hostil, falta de organização e extrema lealdade
ao alienador.
Na guarda compartilhada, o tempo de convívio com os filhos deve ser dividido
de maneira equilibrada, onde a responsabilidade dos direitos, deveres e
cuidados são de ambos os pais. Sobre a guarda compartilhada, eu sou a favor,
desde que os pais tenham alguma comunicação amigável. Também é
importante para a criança por permitir que a mesma aproveite o convívio com o
pai e a mãe. É muito importante que ambos os genitores estabeleçam limites e
uma rotina parecida para a criança ou o adolescente. Pois do contrário o
mesmo poderá ficar confuso e isso causará conflitos com o genitor que
estabelecerá uma rotina com mais disciplinada. O surgimento de conflitos
poderá ser causador da alienação parental, quando a conversa ente os pais
não surtir mais efeito.
Em relação ao estudo de caso exposto, percebe-se que a genitora é que detém
a guarda da criança. Se no início, o pai não sofria empecilho para visitar a
criança e os pais tinham uma convivência harmônica, de repente o pai se viu
prejudicado do convívio com o filho, pelo fato da mãe começar a impedir as
visitas. Não se sabe o motivo, mas houve a quebra de um acordo informal que
existia entre ambos. Nesse caso, o pai tem todo o direito de recorrer e buscar
seus direitos de convivência com o filho. Porém, é preciso investigar mais a
fundo por qual motivo a mãe começou a exercer esse comportamento.
Referências:
Alienação parental [recurso eletrônico]: responsabilidade civil/Luiz Carlos
Goiabeira Rosa, Fernanda da Silva Vieira Rosa, Fernanda Pantaleão Dirscherl.
Indaiatuba: Ed. Foco, 2023.
REZENDE, Luiza Franco. A psicologia jurídica e proteção das crianças e
dos adolescentes. Curitiba: Contentus, 2020.

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