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TERCEIRÃO

Redação
PROFESSORA
LÍVIA BARROS
TEMA
PROBLEMATIZAÇÃO

A população, no Brasil, majoritariamente, não


possui mecanismos psicossociais para lidar com a
morte, sobretudo de entes queridos, fazendo-se
necessário buscar caminhos para a abordagem e o
enfrentamento do luto na sociedade verde-amarela.
 Dificuldade de compreender e de aceitar a
finitude / a efemeridade da vida carnal.  Sofrimento emocional excessivo /
depressão, melancolia, ansiedade,
 Sentimento de incapacidade e de distúrbios do sono etc.
impotência diante da morte.
 Ausência de suporte psicoemocional  Sentimento de revolta e de vingança.
especializado e de acolhimento, inclusive
por parte das escolas.  Desequilíbrio emocional.

 Desconhecimento / dúvida acerca do que  Insatisfação / apatia.


sucede a existência terrena.
ARGUMENTAÇÃO
o O luto pode ser descrito como um sentimento de tristeza e dor provocado pela perda
de alguém ou algo que é precioso e amado. Este processo natural, que, mais cedo ou
mais tarde, todo mundo vive traz consequências emocionais que precisam ser
compreendidas e superadas. Afinal, não é nada fácil lidar com a angústia e a saudade
da ausência de um ente querido.
o A possibilidade de falar sobre os sentimentos e de expor os pensamentos sobre a
morte ajudam na integração emocional, fazendo com que a pessoa em luto se
reorganize internamente diante desta perda. “O auxílio e suporte emocional da
família e amigos, assim como uma crença ou religião em que a pessoa acredita,
também são fatores importantes e positivos na maneira de lidar com este processo
delicado”, explica Aline Cristina de Melo, psicóloga do Hospital e Maternidade São
Cristóvão.
o O processo do luto em si é composto por cinco estágios: negação, raiva,
barganha, depressão e aceitação. “Inicialmente, costuma-se apresentar uma
defesa temporária manifestada por meio da negação. Neste momento, a morte
apresenta-se inconcebível e difícil de acreditar. Outra reação comum é
a raiva, em que o indivíduo entra em contato com a revolta da perda. Nesta hora,
a pessoa se apresenta mais arisca diante de qualquer acolhimento e
intervenção”, analisa Aline Melo.

o Uma das reações mais reconhecidas do luto é o estado depressivo, quando a


morte desencadeia uma avalanche de sentimentos ruins e que, muitas vezes,
desestabiliza o indivíduo. “E por fim, podemos citar também o estágio da
aceitação, quando a pessoa entra em um estado mais equilibrado, conseguindo
compreender a realidade de maneira mais consciente e serena”, reitera.
o Como lidar com a perda no dia a dia?

Ter consciência de que o período de luto precisa ser vivido e enfrentado, com o
acolhimento da família e amigos;
Reconhecer que cada pessoa tem uma reação em relação ao luto e um tempo
pra vivenciá-lo. Ou seja, é preciso respeitar e entender seu próprio tempo;
Buscar forças em aspectos positivos e que dão alegria;
Falar sobre o que sente e o que ocorreu não fará com que a tristeza seja
potencializada, e sim diluída e integrada por meio da conversa;
Manter as atividades diárias e buscar ocupar o pensamento;
Ninguém, nem o tempo fará esquecer a pessoa que faleceu, mas ajudará a
administrar e aprender a lidar com a falta. Se o processo estiver difícil de ser enfrentado,
procure a ajuda de um psicólogo.
REPERTÓRIO
No filme estadunidense
“Pieces of Woman”, é retratada
a dificuldade da personagem
Martha em lidar com a morte
da sua filha, abordando como
isso resulta em problemas
emocionais, não só para ela,
como para os indivíduos que a
rodeiam.
Na obra ficcional, “Quem é
você, Alasca?”, o personagem
principal, Miles Halter, demonstra
ter apreço por últimas palavras
de grandes personalidades,
exteriorizando sua perspectiva
sobre a morte.
“Up! Altas Aventuras” retrata a
velhice de Carl, um senhor que parte em
busca de uma mágica aventura – sonho
que alimentou por muitos anos com sua
esposa falecida Ellie. O filme pode ser
considerado como a elaboração simbólica
do luto de Carl que, após o falecimento da
esposa, apreende um novo jeito de viver e,
com isso, parte em busca de novas
aventuras, além de amar outros objetos
substitutos para suas antigas fantasias.
A animação “O Rei Leão” narra a história de
um jovem leão que perde seu pai na infância;
carregado pela culpa, decide fugir para uma terra
distante com objetivo de esquecer os seus problemas,
vivendo altas aventuras com seus amigos Timão e
Pumba, até o momento em que descobre que precisa
assumir o seu lugar por direito como o rei da selva e
enfrentar os seus medos e traumas do passado.
A morte faz parte do desenvolvimento humano como uma condição
natural na vida de todos os seres vivos esteja ela simultaneamente próxima ou
distante. Apesar disso, é necessário compreender que cada cultura possui uma
forma subjetiva de entender o processo da morte, e as religiões e a Filosofia sempre
procuraram questionar e explicar a origem e o destino do homem.
“Viva – A Vida é Uma
Festa” narra uma história da
aventura do pequeno Miguel na
tradicional festa mexicana Día de
los Muertos, ou Dia dos Mortos. De
origem indígena, essa celebração
honra os defuntos no dia 2 de
novembro. Ao contrário do que
pode parecer, é uma das festas
mexicanas mais animadas. Segundo
a tradição, é o momento em que os
mortos visitam seus parentes, que
os recebem com comida, danças,
enfeites e muita música.
Nas histórias em quadrinhos
de “Batman”, o protagonista Bruce
Wayne tornou-se recluso, quase
nunca é visto em público e fica
trancado em sua fortaleza, o que já
parece indicar que Bruce apresenta
um dos estágios do luto, em razão
do assassinato de seus pais: o
isolamento e a depressão.
Em “Como Eu Era Antes de Você”, o rico
e bem-sucedido Will leva uma vida repleta de
conquistas, viagens e esportes radicais até ser
atingido por uma moto. O acidente o torna
tetraplégico, obrigando-o a permanecer em uma
cadeira de rodas. A situação o torna depressivo e
extremamente cínico. É neste contexto que
Louisa Clark é contratada para cuidar do jovem.
Porém, em razão de sua impossibilidade de
melhora, Will opta por submeter-se a um
procedimento de eutanásia.
A segunda geração romântica
no Brasil é o período que corresponde
de 1853 a 1869. Denominada
“Ultrarromântica” ou a Geração “Mal
do Século” os principais temas dessa
fase são: morte, amor não
correspondido, tédio, insatisfação,
pessimismo.
De Platão (428-347 a.C.) a
Heidegger (1889-1976), a tradição filosófica
é repleta de teorias e ensinamentos sobre a
morte, tema tão amedrontador quanto
instigante. Schopenhauer (1788-1860), um
dos mais ilustres pensadores alemães do
século 19, chega ao ponto de afirmar que
"a morte é a musa da filosofia" e, por isso,
Sócrates definiu a filosofia como
"preparação para a morte". Sem a morte,
seria mesmo difícil que se tivesse
filosofado.
A filosofia epicurista tem como princípio básico a
felicidade (eudaimonia) obtida pela prática da ataraxia - isto
é, pela calma e apatia em relação aos apetites mundanos.
Para isso, suas doutrinas valorizam o prazer (hedoné) como
algo natural.
Um dos grandes méritos de Epicuro foi ter
contribuído para libertar as pessoas do medo - sobretudo, da
morte. Ao considerar o ser humano como uma entidade coesa,
formada por um conjunto de átomos em movimento, Epicuro
concebe o fim da vida como um processo tão inevitável
quanto natural, descrito como a simples dissolução dessas
partículas elementares - que, mais tarde, se reunirão
novamente, dando origem a outros seres; razão pela qual o
filósofo sustenta: "A morte nada significa para nós".
Schopenhauer (1788-1860) apresenta a
morte como pedra chave para a filosofia, como
pode ser evidenciado em algumas passagens de
seu livro "A metafísica da morte": "No fundo,
entretanto, somos uno com o mundo, muito mais
do que estamos acostumados a pensar: sua
essência íntima é nossa vontade; seu fenômeno é
nossa representação. Para quem pudesse ter clara
consciência desse ser-uno, desapareceria a
diferença entre a persistência do mundo externo,
depois que se está morto, e a própria persistência
após a morte." (Schopenhauer, 1788-1860, p.100)
Friedrich Nietzsche
Para o filósofo, o homem vivencia
a morte de duas formas, de forma covarde
ou voluntária: "A morte covarde pode ser
definida, em poucas palavras, como a
experiência da morte como um acaso, cujo
efeito imediato é o desejo de morrer.
Nesse caso, deseja-se morrer porque se
morre. A falta de longevidade da vida basta
para que se pregue o abandono da mesma.
Aqueles que pensam assim, dirá Nietzsche,
são os pregadores da morte". (Nasser, E. (2008)
Nietzsche e a Morte. Cadernos de Filosofia Alemã)

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