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FACULDADE CENTRO MATO‐GROSSENSE

EDUCAÇÃO FÍSICA‐ LICENCIATURA

TESTE DE COORDENÇAO MOTORA GLOBAL TGMD: APRESENTAÇÃO E


DESCRIÇAO

JÉSSICA TAVARES CALEGARI

SORRISO ‐ MT
NOVEMBRO DE 2011
FACULDADE CENTRO MATO‐GROSSENSE
CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ‐ LICENCIATURA

TESTE DE COORDENÇAO MOTORA GLOBAL TGMD:


APRESENTAÇÃO E DESCRIÇAO

Monografia apresentada ao
Curso de Graduação em Educação
Física da FACEM,como parte dos
requisitos para obtenção do título
de Licenciatura, sob a orientação da
Professora Mestre Sonia Maria Lifante.
.

SORRISO ‐ MT
DEZEMBRO DE 2011
CALEGARI, Jéssica Tavares
C128a Teste de coordenação motora global TGMD:
apresentação e descrição. – 2011.

Orientadora: Prof.Ms Sônia Maria Lifante


Trabalho de Conclusão de curso (Graduação) em
Educação Física Licenciatura da Faculdade Centro-Mato-
Grossense – Sorriso.

1. Coordenação motora 2. Teste TGMD


I. CALEGARI, Jéssica Tavares.

CDU-796.012
Catalogação: Solange Cristine Barbosa CRB-1/2583
FACULDADE CENTRO MATO‐GROSSENSE
CURSO DE EDUCAÇÕ FÍSICA

FOLHA DE APROVAÇÃO

TESTE DE COORDENÇAO MOTORA GLOBAL TGMD: APRESENTAÇÃO E DESCRIÇAO

JÉSSICA TAVARES CALEGARI

Monografia defendida e aprovada em sete (7) de dezembro de


2011, pela banca avaliadora:

_______________________________
Profª. Ms. Sonia Maria Lifante
Orientador(FACEM)

______________________________
Profº. Ms, Ariel Dias Loaces
(FACEM)

____________________________
Profº. Esp. Jailson Alvez Bomfim
(FACEM)
DEDICATÓRIA

Primeiramente a Deus por ter permitindo essa minha conquista, e a minha filha
Ágatta Cristyna Calegari Hemann.
AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, por ter permitido essa conquista;

A Profª. Ms.Sonia Maria Lifante pela orientação e principalmente pelo


incentivo, apoio, confiança e grande amizade, ingredientes que
possibilitaram a realização deste;

Aos meus pais e minha filha que estiveram comigo, nessa caminhando,
apoiando e incentivando;

A minha melhor amiga, parceira e companheira Solange Cristine Barbosa,


que me apoio desde inicio;

A todos os colegas de curso que contribuíram em muito, os quais se


tornaram grande amigos;

A todos os meus colegas de trabalho que me ajudaram, e incentivaram a


continuar,

Todos os professores e funcionários da FACEM, que estiveram ao nosso


lado.
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS....................................................................................iii
LISTA DE FIGURAS.....................................................................................iv
RESUMO ......................................................................................................v
ABSTRACT
1 INTRODUÇÃO...........................................................................................1
2 REVISÃO DE LITERATURA.....................................................................4
2.1Síndrome de Down.................................................................................4
2.2 Desenvolvimento Motor.......................................................................6
2.3 Estudos que utilizam o teste TGMD....................................................7
3.METODOLOGIA........................................................................................9
3.1 Tipo de pesquisa...................................................................................9
3.2 População e Amostra............................................................................9
3.3 Métodos e instrumentos aplicados.....................................................9
3.4 Análise dos resultados........................................................................17
3.5 Considerações éticas da pesquisa.....................................................17
4.RESULTADOS..........................................................................................18
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................22
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS........................................................23
APÊNDICE...................................................................................................25
ANEXOS......................................................................................................26
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - TGMD - CORRIDA.........................................................................11


Figura 2 - TGMD - GALOPE...........................................................................11
Figura 3 - TGMD - SALTITO...........................................................................12
Figura 4 - SALTITOS AFASTADOS ALTERNADOS.....................................12
Figura 5 - TGMD - Salto Horizontal..............................................................13
Figura 6 - TGMD - Saltito com Sobrepasso.................................................13
Figura 7 - TGMD - Deslizamento Lateral.......................................................14
Figura 8 - TGMD - Golpe com as duas mãos...............................................14
Figura 9 - TGMD - Quicar...............................................................................15
Figura 10 - TGMD – Receber..........................................................................15
Figura 11 - TGMD – Chute.............................................................................16
Figura 12 - TGMD – Arremesso Acima do Ombro......................................16
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - LOCOMOÇÃO E CONTROLE DE OBJETO...................................18


Tabela 2 - QUOCIENTE MOTOR.....................................................................18
Tabela 3 - RESULTADOS................................................................................19
RESUMO

Todo sujeitos que apresenta alguma deficiência, pode apresentar avanços ou


atrasos nos níveis de desenvolvimento motor, cada um desenvolve conforme as suas
capacidades físicas. A Síndrome de Down (SD) é uma patologia causada por um
acidente genético que provoca um atraso no desenvolvimento global da criança. A
coordenação motora tem sido alvo de inúmeras pesquisas que demonstram grande
interesse nas diversidades da estruturação e prática de habilidades motoras, com esta
afirmativa analisada a necessidade de buscarmos por instrumentos avaliativos que
possam ser utilizados como fonte de pesquisa sobre os aspectos da coordenação
motora. Para tanto, este estudo tem como objetivo principal apresentar teste de
coordenação motora global o TGMD (TEST OF GROSS MOTOR DEVELOPMENT),
proposto por Ulrich (2000), teste este que tem por objetivo avaliar a coordenação
motora global de crianças. Como forma de apresentar melhor o TGMD, participou
deste estudo dois sujeitos com (SD), sendo um menino de 15 (quinze) e uma menina
de 19 (dezenove) anos, todos matriculados em escola especial APAE do município de
Sorriso ‐ MT. Os resultados da classificação referente à variável da coordenação
motora global no sujeito do sexo feminino apresentaram uma classificação também
muito pobre. Ao analisarmos a idade equivalente dos sujeitos encontramos no sexo
masculino idade equivalente na avaliação da locomoção de 4.3 anos, e no controle de
objetos o equivalente da idade foi de 5.6 anos, já no sujeito do sexo feminino a idade
equivalente no requisito locomoção e controle de objetos foi de <3. O que fizemos
aqui foi propor um teste de fácil aplicação e que utiliza pouco material, pois sabemos
da realidade escolar enfrentada por muito professores, o teste foi descrito em
detalhes com fotos e procedimento, ainda oferecemos anexo todas as tabelas para a
mensuração dos restolhados.

Palavras chaves: Desenvolvimento motor, coordenação motora global


ABSTRACT

All subjects who present difficulties may present advances or delays in motor
development levels, each one develops as their physical abilities. Down Syndrome (DS)
is a disease caused by a genetic accident that causes a delay in the development of the
child. The coordination has been the subject of numerous studies that show great
interest in the diversity of structure and practice of motor skills with this statement
analyzed by the need to seek evaluative tools that can be used as a source of research
on aspects of motor coordination. Therefore, this study aims to present the main test
of the overall coordination TGMD (TEST OF GROSS MOTOR DEVELOPMENT), proposed
by Ulrich (2000), this test aims to assess the overall coordination of children. In order
to present the best TGMD, participated in this study two subjects (SD), and a boy of
fifteen (15) and a girl of 19 (nineteen) years, all enrolled in special school in the city of
APAE Smile ‐ MT. The classification results on the coordination of global variable in
female subjects showed a classification also very poor. By analyzing the equivalent age
of the subjects found the male equivalent age in the evaluation of locomotion of 4.3
years, and control objects in the equivalent age was 5.6 years, since the subject of the
female equivalent of the age requirement and locomotion control objects was <3.
What we did here was to propose a test of easy application that uses little material,
because we know the reality faced by many school teachers, the test was described in
detail with photos and procedure, we also offer all the attached tables for the
measurement of stubble.

Keywords: motor development, coordination of global


1. INTRODUÇÃO

O desenvolvimento humano divide-se em quatro domínios, a saber:


Motor, Cognitivo, Afetivo e Social (GO TANI). O desenvolvimento motor, foco
de estudo da educação física, possui duas subdivisão: desenvolvimento motor
global (ligado aos grandes grupos musculares) e desenvolvimento motor fino
(pequenos grupos musculares, que atuam em habilidades manipulativas).
Todos os sujeitos podem apresentar avanços ou atrasos nos níveis de
desenvolvimento motor, cada um desenvolve conforme as suas capacidades
físicas.
A Síndrome de Down (SD) é uma patologia causada por um acidente
genético que provoca um atraso no desenvolvimento global da criança.
Constatando grande dificuldade no desenvolvimento motor, físico, cognitivo e
sócio afetivo, acompanhado geralmente por cardiopatias congênitas e
inúmeros problemas relacionados à sua estrutura corporal (JUNIOR, 2007).
Pessoas com (SD) apresentam algumas complicações relacionadas à
saúde ocasionando déficits físicos, morfológicos, musculoesqueléticos e ainda
seqüelas neurológicas que influenciam em sua funcionalidade (COUTINHO,
1999).
Segundo Silva e Ferreira (2001), a educação física através da utilização
de atividades físicas, exercícios, jogos recreativos e esportivos auxiliam
significativamente na formação do indivíduo. Existem grupos de indivíduos que
necessitam de uma educação física especial, ou seja, adaptada as suas
necessidades especiais e dificuldades, não fugindo assim dos objetivos da
educação física, estimular o crescimento e o desenvolvimento, hipertrofia
muscular, flexibilidade, melhoria da capacidade cardiorrespiratória, além de
promover muitas descobertas dos próprios movimentos, alegria, motivação,
sem esquecer-se da formação para relacionamentos sociais do indivíduo.
Ulrich (2000) analisa a coordenação motora grossa como ação de
mobilidade de grandes grupos musculares, essencial produtor de força de
segmentos como membros superiores, membros inferiores e tronco. A
maturação destas habilidades possibilitam o desenvolvimento de habilidades
motoras finas ou especializadas (GALLAHUE, 2002).
O autor coloca ainda que, o funcionamento do organismo humano como
um sistema dinâmico nos quais seus diversos componentes se auto-organizam
e inter-relacionam constantemente, deve ser analisado de forma global,
havendo sempre conexão entre as estruturas sensoriais e motoras.
Kiphard (1976) analisa duas divisões de movimentos, na qual a
interação entre aspectos sensoriais, neurológicos e musculares seria
responsável pela produção de ações cinéticas precisas, ou seja, movimentos
voluntários, e as reações rápidas e adaptativas como movimentos reflexos,
com características rudimentares.
A coordenação motora tem sido alvo de inúmeras pesquisas que
demonstram grande interesse nas diversidades da estruturação e prática de
habilidades motoras, bem como o processo percorrido pelo indivíduo durante a
maturação destas habilidades.
Com esta afirmativa analisados a necessidade de buscarmos por
instrumentos avaliativos que possam ser utilizados como fonte de pesquisa
sobre os aspectos da coordenação motora tanto em crianças ditas normais
quanto crianças com alguma deficiência.
Para tanto, este estudo tem como objetivo principal apresentar teste de
coordenação motora global o TGMD (TEST OF GROSS MOTOR
DEVELOPMENT), proposto por Ulrich (2000), teste este que tem por objetivo
avaliar a coordenação motora global de crianças
Estudos acerca do desenvolvimento motor percorrem sua trajetória
associada aos âmbitos biólogos e psicólogos, que tem como objetivo principal
desvendar a origem, percurso e possíveis desordens decorrentes de
patologias.
O comportamento motor visto como meio de acesso ao desenvolvimento
neurológico e cognitivo, leva estudos a investigarem a sua organização,
relacionando a capacidade para a realização do movimento, sendo este
essencial para o indivíduo interagir apropriadamente com o meio em que vive.
Como forma de melhor apresentar o TGMD, resolvemos organizar
nossos objetivos específicos como forma demonstrar como este teste é
aplicado, bem como, quais os resultados que podemos chegar utilizando este
instrumento.
Para tanto, avaliamos dois sujeitos com diagnóstico de síndrome de
Down, sendo um menino e uma menina, os dois matriculados na APAE do
município de Sorriso – Mt.
Como o foco principal deste estudo não tange analisar a profundamente
os resultados dos avaliados, estes resultados não serão discutidos com outros
autores que utilizaram o mesmo teste.
2 REVISÃO BIBLIOGRAFICA
2.1 SÍNDROME DE DOWN

A (SD) foi à primeira aneuplóidia cromossômica reconhecida no


homem, também chamada de mongolismo, resultado de uma aberração
cromossômica, na qual estão presentes variáveis graus de deficiência mental e
malformações humanas, o quadro característico também apresenta alterações
e atrasos no nível do desenvolvimento psicomotor, de linguagem e cognitivo,
acompanhadas de vários graus de deficiência mental (MARCONDES, 1989;
WERNECK,1995; SCHWARTZMAN et al, 1999; CAMARGO E ASSIS, 2001).
É um conjunto de sinais e sintomas que caracterizam um atraso no
desenvolvimento das funções motoras e mentais.
Em 1930, Bleyr e Waaderberg associaram a síndrome à alteração
cromossômica, sendo confirmada em pesquisas independentes 30 anos mais
tarde, por Jerome Lejeune e Patrícia Jacobs, estes, descobriram que a
síndrome de Down era caracterizada por uma alteração genética ocasionada
pela presença de um cromossomo 21 adicional (trissomia 21).
Porém, observou-se que não havia necessidade de um trissomia
completa do cromossomo 21 para que a síndrome ocorresse. Aparentemente,
a duplicação do braço longo desses cromossomos já seria suficiente para que
o fenótipo da síndrome de Down ficasse evidente (BARBOSA ET AL.2000;
CARAKUSHANSKY, 2001).
Down identificou ainda, algumas das características fenotípicas que,
em conjunto, são exclusivas da (SD). Essas características físicas ultrapassam
o numero de 80, sendo as mais incidentes: face arredondada e com perfil
achatado, discreta inclinação dos olhos para cima língua protusa, nariz
pequeno, orelhas pequenas e com baixa implantação, pescoço curto e
alargado, excesso de pele na nuca, linha transversal única na palma da mão
(prega simiesca). Maior separação entre o hálux e o segundo dedo do pé,
baixa estatura, membros superiores e inferiores curtos, hipotonia muscular,
frouxidão de ligamentos, instabilidade atlanto-axial (SHERRIL, 1998;
SCHWARTZAM, 1999; CARAKUSHANSKY, 2001).
As alterações da (SD) podem ser originadas por três fatores, o que
origina três variações da trissomia (PUESCHEL; PUESCHEL, 1999;
CASTELÃO et AL. 2003):
- Trissomia 21 simples, ocorre em 95% dos casos, é a mais freqüente,
caracterizando-se por uma anomalia do óvulo, ou do espermatozóide, ou ainda
na primeira divisão celular levando a existência de mais um cromossomo no
par 21, mas em que todos eles são idênticos;
- Trissomia 21 mosaico, ocorre em 3% dos casos, caracterizando-se
por uma anomalia na segunda ou na terceira divisão celular, levando a
existência de células com 47 cromossomos;
- Trissomia 21 por translocação, ocorre em cerca de 2% dos casos,
sendo hereditário (um dos progenitores ou familiar tem esta anomalia, apesar
de muitos casos terem uma aparência normal), caracterizando-se por uma
anomalia na formação do óvulo, ou espermatozóide, ou ainda no momento da
divisão celular. Nestes casos, a totalidade ou parte de um cromossomo une-se
a totalidade ou parte de outro cromossomo do grupo 21.
Embora a maior incidência de nascimento de bebês com a síndrome de
Down ocorra a partir da idade materna de 35 anos, qualquer casal pode geral
um filho com a síndrome independente de raça ou condição social. No Brasil,
calcula-se que há um caso de (SD) em cada 600 nascimentos. Isso quer dizer
que nascem oito (8) mil bebês por ano. Não há culpados pela gestação de um
bebê com (SD) O acidente genético que ocorre na divisão celular é um
processo ainda inexplicável pela ciência e que foge ao controle dos pais e
médicos.
Para diagnosticar a (SD), a tecnologia atual conta com a cariotipagem
cromossômica, que pode ser realizada ainda durante a gestação, por analise
cito genética das vilosidades coriônicas ou celulares do líquido amniótico
(NUSSABAUM et al. 2002).
Porém, em geral a (SD) pode ser diagnosticada no nascimento ou logo
após este, considerando as características dismórficas da criança, que podem
até variar entre uma e outra, mas sempre um fenótipo característico da
síndrome.
2.2 DESENVOLVIMENTO MOTOR NORMAL

A capacidade de movimentar-se da criança é essencial para que ela


possa interagir apropriadamente com o meio ambiente em que vive e é sobre a
infância que a maioria dos estudos sobre desenvolvimento motor se encontra.
Por se tratar de um momento de grandes mudanças comportamentais,
profissionais de diversas áreas como pediatras, psicólogos, pedagogos e
Profissionais de Educação Física têm-se interessado pelo estudo do
desenvolvimento motor (CLARK & WHITALL, 1989b; WHITALL, 1995).
Os movimentos mudam dramaticamente nos 10 primeiros anos de
vida, mostrando ritmos de desenvolvimento diferentes de criança para criança,
ou seja, uma forte variabilidade individual de cada crianças.
O termo desenvolvimento nos remete a uma reflexão sobre os muitos
estudos já produzidos e as teorias empregadas para interpretar este fenômeno.
Para Lorenz (1977) citado por MANOEL (1998), este termo desenvolvimento
não representa simplesmente o fenômeno que observamos, mas
desenvolvimento trás a noção de algo que já existe implicitamente e que vem a
tornar-se explicito (MANOEL, 1998).
É importante ressaltar, também, que várias concepções têm sido
adotadas para estudar o desenvolvimento da criança, seja do ponto de vista
biológico, social, cultural, etc. A concepção determinística, por exemplo,
concebe o desenvolvimento como sendo mudanças qualitativas cuja direção é
controlada por um mecanismo interno de auto-regulação.
Compreende-se ainda como desenvolvimento motor, a interação entre
meio
ambiente que circunda o indivíduo e o seu desenvolvimento biológico, sendo
este desenvolvimento sintetizado ao longo do tempo como um histórico de
experiências vividas que,em suma, definem nosso comportamento ou padrão
motor, que necessita ser considerado em andamento ao longo da vida, ou seja,
uma porta aberta a novas experiências (GALLAHUE;OZMUN, 2005).
2.3 ESTUDOS QUE UTILIZAM O TESTE TGMD

O teste TGMD (TEST OF GROSS MOTOR DEVELOPMENT) foi criado


por Dale Ulrich no ano de 1985, para avaliar desempenho motor grosso e inclui
doze itens dos quais sete são habilidades de locomoção (correr, galopar,
saltitar, salto sobre o pé, salto com os dois pés, salto com um pé e corrida
lateral) e cinco são habilidades de controle de objeto (rebater, quicar, receber,
chutar, arremessar), VALENTINI (2002).
Alguns estudos foram realizados com o objetivo de avaliar a
coordenação motora em sujeitos em condições de deficiência mental, GORLA
(2001), GORLA (2005), e estudo centrar-se em avaliar o teste TGMD (ULRICH,
D. A.,1985), para população de pessoas em condições deficiência mental.
Em estudo realizado com objetivo de determinar a influência de uma
intervenção motora, com técnica de motivação orientada para a maestria
(TMOM), no desenvolvimento motor e na percepção de competência física,
participaram deste estudo crianças com idades entre seis e 10 anos ,
sendo 91 crianças que demonstraram atrasos motores previamente
identificados, estas crianças foram dividas em dois grupos: intervenção (N =
41) e controle (N = 50). Os participantes do grupo de intervenção foram
submetidos a 12 semanas (duas sessões semanais). Ao início e término da
intervenção, todos os participantes realizaram o Test of Gross Motor
Development – TGMD organizado por Ulrich, os participantes que
experienciaram a intervenção também responderam a Pictorial Scale of
Perceived Competence and Social Acceptance – PSPCSA no início e no
término da intervenção. Os resultados evidenciaram que a intervenção
promoveu mudanças significativamente positivas em relação à percepção
de competência física de meninos e meninas com atrasos no
desenvolvimento motor ( VALENTINI, 2002).
Ressaltando a afirmação de GORLA (2005), onde cita que avaliação é
importante para identificar atrasos e obter esclarecimentos sobre estratégias
instrutivas, fica evidente a importância do presente estudo, pois avaliando a
validade do teste TGMD-2, será possível contar com mais um instrumento de
avaliação. Esse trabalho trata-se também de um estudo inédito e de grande
importância, pois é realizado com uma população diferente do estudo original
do teste TGMD-2.
3 METODOLOGIA
3.1 TIPO DE PESQUISA
O presente estudo foi de caráter descritivo no sentido de expor a maior
quantidade possível e informações sobre o TGMD, e caráter transversal no se
refere a aplicação do teste.

3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA


Os participantes do estudo foram dois participantes com (SD), sendo um
menino de 15 (quinze) e uma menina de 19 (dezenove) anos, todos
matriculados em escola especial APAE do município de Sorriso - MT.

3.3 METODOS E INSTRUMENTOS APLICADOS

O TGMD-2 é um teste múltiplo que obtém informações sobre a


capacidade nas habilidades de locomoção e controle de objetos. Esse teste
possibilita uma avaliação separada de cada subescala (locomoção e controle
de objetos). Entretanto, o teste não permite a avaliação separada de cada
habilidade motora uma vez que elas estão integradas no modelo estatístico que
valida o teste.
O desenvolvimento de cada participante nas tarefas desse teste foi
analisado com a técnica de observação dos movimentos.
Todos os subtestes foram avaliados de forma qualitativa do movimento e
tiveram uma pontuação de 0 (zero) ou de 1 (um) ponto. Pontuação 0 (zero)
para o aluno que não executou corretamente o movimento e 1 (um) para o
aluno que executou o movimento corretamente.
Os dados brutos foram obtidos através do somatório de pontos
recebidos pelo indivíduo na execução de cada habilidade motora,
considerando-se a forma do movimento executado pelo indivíduo em cada
tentativa, sendo um total de três tentativas. Escores padrões, que levam em
consideração a idade do sujeito, foram usados neste estudo. Eles foram
elaborados a partir dos dados brutos e da idade dos indivíduos, ou seja, se um
determinado componente do movimento está presente na execução da
habilidade motora ou não, dentro de uma idade média para o desenvolvimento
deste componente.
A amplitude de resultados é de 1 (um) a 20 (vinte) para cada subescala.
O percentil também é fornecido e tem sido constantemente usado como
medida complementar no entendimento dos resultados do teste, VALENTINI
(2002).
Após a avaliação do teste de locomoção a pontuação dos seus
subtestes é somada e, de acordo com a Idade Centesimal do sujeito avaliado,
é possível encontrar na Tabela em anexo 1, o valor standardizado e a
porcentagem atingida. O mesmo ocorre na avaliação do teste de Controle de
Objetos, estando os valores verificados apresentados nas Tabelas em anexo 2
e 3, para os sexos feminino e masculino, respectivamente. Após essa
verificação são somados os valores standardizados do teste de locomoção e
de controle de objetos para que a criança seja classificada quanto ao
Quociente de desenvolvimento motor do TGMD-2 (anexo 4).
Com a pontuação atingida em cada teste, tanto o de locomoção quanto
o de controle de objetos, torna-se possível a classificação, conforme
apresentada na tabela em anexo 4, quanto a idade equivalente na respectiva
subescala (desenvolvimento locomotor e desenvolvimento de controle de
objetos).

Teste de Coordenação Motora TGMD - TEST OF GROSS MOTOR


DEVELOPMENT
O TGMD é um teste múltiplo que obtém informações sobre a
capacidade nas habilidades de locomoção e controle de objetos. Esse teste
possibilita uma avaliação separada de cada subescala (locomoção e controle
de objetos). Entretanto, o teste não permite a avaliação separada de cada
habilidade motora uma vez que elas estão integradas no modelo estatístico que
valida o teste.
Os subtestes do TGMD são:
Habilidade: Corrida – Através de uma breve corrida em linha reta. Deve
ser observado por um breve período, onde ambos os pés estão fora do chão,
se os braços estão em oposição às pernas e os cotovelos flexionados, se os
pés seguem uma linha imaginária, e se a perna de não suporte está flexionada
em aproximadamente 90º.
TGMD ‐ Corrida

FIGURA 1– TGMD - Corrida


Fonte: (ULRICH, 1985).

Habilidade: Galope – Executa um saltito com elevação de ambos os


pés. Observa se é executado com um passo para frente e seguido por um
passo com pé arrastado para a posição adjacente ou para a lateral do pé
condutor, se há um breve período onde os dois pés estão fora do chão, se os
braços estão flexionados e suspensos ao nível da cintura, e se possui
habilidade em conduzir os mesmos movimentos com o pé direito e esquerdo.

TGMD ‐ Galope

FIGURA 2 – TGMD - Galope


Fonte: (ULRICH, 1985)
Habilidade: Saltito – São executados três saltitos com uma perna. Deve-
se observar se a perna de suporte está flexionada e é trazida para trás do
corpo, se a perna de não suporte balança em movimento pendular para
conduzir a força, os braços flexionados ao nível do cotovelo e balanço para
frente na partida. Verificar se possui habilidade para saltar no pé direito e
esquerdo.

TGMD ‐ Saltito

FIGURA 3 – TGMD - Saltito


Fonte: (ULRICH, 1985).
Habilidade: Saltitos afastados alternados – Um salto com extensão e
troca de pernas. Observa se o avaliado parte de um pé e aterriza no pé oposto,
se ocorre um período onde ambos os pés estão fora do chão e observar se
alcança a frente com o braço oposto ao pé de impulsão.

TGMD ‐ Saltitos Afastados Alternados

FIGURA 4 – TGMD - Saltitos Afastados Alternados


Fonte: (ULRICH, 1985).
Habilidade: Salto Horizontal – Um salto para frente com ambos os pés.
Observa se o movimento preparatório incluindo flexão de ambos os joelhos
com braços estendidos atrás do corpo, os braços devem estar estendidos
forçadamente para frente e para cima, alcançando a máxima extensão acima
da cabeça. Iniciar e aterrizar em ambos os pés, simultaneamente, e se os
braços são trazidos para baixo durante a aterrissagem.

TGMD ‐ Salto Horizontal

FIGURA 5– TGMD - Salto Horizontal


Fonte: (ULRICH, 1985).
Habilidade: Saltito com Sobre passo – Saltito com um sobre passo.
Deve-se observar uma repetição rítmica de passo salto no pé alternado, o pé
da perna de não suporte deve ficar próximo à superfície durante o salto, e os
braços alternadamente movendo-se em oposição às pernas próximas ao nível
da cintura.

TGMD ‐ Saltito com Sobrepasso

FIGURA 6 – TGMD - Saltito com Sobrepasso


Fonte: (ULRICH, 1985).
Habilidade: Deslizamento Lateral – Um deslizar lateral com
afastamento das pernas seguidas de um saltito. Observa se o corpo vira-se
lateralmente para desejar a direção do movimento. Deve ter um passo lateral,
seguido da outra perna arrastada para um ponto próximo ao pé de impulsão,
seguido por um curto período, onde ambos os pés estão fora do solo,
verificando-se se há habilidade para deslizar com a perna direita e esquerda.

TGMD ‐ Deslizamento Lateral

FIGURA 7 – TGMD - Deslizamento Lateral


Fonte: (ULRICH, 1985).
Habilidade: Golpe com as duas mãos – Com as duas mãos e com o
auxílio de um taco e uma bolinha, o aluno deve golpear a bolinha lançada pelo
professor. Deve observar se a mão dominante segura o bastão acima da mão
não dominante, se o lado não dominante do corpo volta-se para o
arremessador, se o quadril e a coluna estão em rotação, e se o peso é
transferido com um passo dado para frente do pé que se encontra a frete.

TGMD ‐ Golpe com as duas mãos

FIGURA 08 – TGMD - Golpe com as duas mãos


Fonte: (ULRICH, 1985).
Habilidade: Quicar – Com o auxílio de uma bola média, o aluno deve
quicar a bola seguidamente. Observa-se o contato da bola com uma mão sobre
a altura do quadril, se a bola é empurrada com os dedos e não com um tapa,
se o contato da bola com o solo é na frente ou para fará do pé, ao lado da mão
que está sendo usada

TGMD ‐ Quicar

FIGURA 09– TGMD - Quicar


Fonte: (ULRICH, 1985).
Habilidade: Receber – O professor deve lançar uma bola para o aluno
receber. Deve-se observar a fase de preparação, onde os cotovelos devem ser
flexionados e as mãos estar na frente do corpo, se os braços se entendem na
preparação para o contato com a bola, se a bola é recebida e controlada
somente pelas mãos, e se os cotovelos são flexionados para absorver a força.

TGMD – Receber

FIGURA 10 – TGMD - Receber


Fonte: (ULRICH, 1985).
Habilidade: Chute – O aluno deve chutar uma bola parada. Observa-se o
alcance rápido e contínuo à bola, se o tronco está inclinado para trás durante o
contato com a bola, se o balanço do braço para frente é oposto à perna de
chute, e se finaliza com um salto no pé que não chuta.

FIGURA 11
TGMD – Chute

FIGURA 11 – TGMD - Chute


Fonte: (ULRICH, 1985).

Habilidade: Arremesso Acima do Ombro – Com o auxílio de uma bola


pequena, o aluno deve lançá-la. Observa-se o aluno executa um arco
decrescente de braço de arremesso para iniciar o movimento, se há rotação do
quadril e do ombro na direção de um ponto imaginário, se o peso é transferido
ao pé oposto da mão de arremesso, e se finaliza o movimento depois que a
bola for solta, diagonalmente em direção ao lado oposto do braço de
arremesso.

TGMD – Arremesso Acima do Ombro

FIGURA 12 – TGMD - Arremesso Acima do Ombro (ULRICH, 1985).

FIGURA 12 – TGMD - Arremesso Acima do Ombro


Fonte: (ULRICH, 1985).
3.4 Análise dos Resultados

Os dados foram analisados de forma qualitativa e quantitativa, conforme


tabelas específicas do teste e bibliografia existente na área.

3.5 Considerações éticas da pesquisa

Foram estabelecidos contatos anteriormente a coleta de dados com os


alunos, visando à apresentação dos objetivos, metodologia da pesquisa e a
obtenção da carta de autorização para desenvolver a coleta dos dados. Antes
de iniciar as atividades, os alunos foram informados dos propósitos do estudo,
de seus procedimentos.
Os participantes poderiam desistir de participar do estudo em qualquer
momento. No caso de concordância em participar do estudo foi solicitado à
assinatura do ‘’Termo de consentimento livre e esclarecido’’ pelos alunos. O
termo será assinado em três vias conforme legalidade exigida pela comissão
de Ética em Pesquisa.
O projeto estece de acordo com as ‘’Diretrizes e Normas
Regulamentadoras de Pesquisa Envolvendo Seres Humanos (196/96)
4. RESULTADOS
TABELA 1 – Resultado da soma dos testes, dos valores standardizados e do
percentual dos testes de locomoção e de controle de objetos.

Idade e teste Sexo

Masculino Feminino

Idade (anos) 15.245 19. 002

Teste de Locomoção

Soma 27 12

Valor standardizado 2 1

Valor percentual 1% <1%


Teste de Controle de
Objetos

Soma 32 14

Valor standardizado 4 1

Valor percentual 2% <1%


Fonte: Dados de Estudo

TABELA 2 - Quociente motor do teste TGMD

Sexo Soma Quociente Idade equivalente


motor
Locomoção Controle de
objetos

Masculino 7 61 4.3 5.6

Feminino 2 46 <3 <3


Fonte: Dados de Estudo

Ao analisarmos o quociente motor do teste TGMD, observo-se que no


sexo masculino o resultado da soma foi 7 equivalente ao quociente motor 61,
obtendo um resultado de idade equivalente na avaliação da locomoção de 4.3
anos, e no controle de objetos o equivalente da idade foi de 5.6 anos.
Já no quociente motor do teste TGMD do sexo feminino o resultado da
soma foi dois, menor que o masculino somando um quociente motor 46. A
idade equivalente no requisito locomoção se obteve um resultado <3, esse
resultado também é igual na questão de controle de objetos sendo também <3.

TABELA 3 – Resultado da classificação do teste motor TGMD


Sexo Quociente motor Classificação
TESTE TGMD
Masculino 61 Muito Pobre
Feminino 46 Muito Pobre
Fonte: Dados de Estudo

No resultado da classificação do teste motor TGMD, o sexo masculino,


obteve o quociente motor equivalente a 61, no qual a classificação é
considerada muito pobre, classificação esta referente a variável da
coordenação motora global.
Nos resultados do sexo feminino esse quociente motor foi de 46,
analisando essa classificação também é classificada muito pobre, classificação
esta referente a variável da coordenação motora global..
Segundo Gallahue (1989), é um engano pensar que o desenvolvimento
da fase das habilidades motoras do ser humano é determinado pela maturação
do indivíduo e pouco influenciado pelos fatores ambientais. O desenvolvimento
das habilidades específicas do ser humano também sofre influências da
prática, da motivação e da instrução. Com o tempo esse comportamento vai se
tornando mais eficiente, devido a dois aspectos: a consistência e a constância.
A primeira relacionada ao ganho no esquema de movimento e a segunda
ligada à capacidade de utilizar esse mesmo esquema em situações adversas.
Para Pereira e colaboradores (1997), a coordenação corporal é
influenciada pela captação do estímulo, através da percepção, mas podem
gerar atos motores globalmente harmonizados ou movimentos visivelmente
excessivos, pobres ou inexpressivos, resultando sempre em insucesso. A
perda do domínio psicomotor pode ser resultante de um comportamento
retraído, tímido ou hipercinético, podendo gerar distúrbios na coordenação de
movimento, além de influenciar negativamente a escolarização e o convívio
social.
O processo de desenvolvimento varia em termos de velocidade, ou seja,
cada sujeito pode apresentar atrasos ou avanços, dependendo das restrições
orgânicas do sujeito, restrições da tarefa, e do ambiente (HAYWOOD, 2004).
Logo os atrasos ou avanços influem diretamente nas habilidades da vida
diária, como por exemplo: caminhar, correr, saltar, vestir-se, etc. Todos os
sujeitos podem apresentar avanços ou atrasos nos níveis de desenvolvimento.
Diversos estudos disponibilizam evidências sobre características do
desempenho motor e cognitivo de crianças portadoras de (SD), No que se
refere ao desenvolvimento de habilidades motoras, as evidencias revelam que
estas crianças apresentam atraso nas aquisições de marcos motores básicos,
indicando que este marcos emerge.
Segundo (Tani et al.,1988), o desenvolvimento motor é um processo
contínuo e demorado e, pelo fato das mudanças mais acentuadas ocorrerem
nos primeiros anos de vida, existe a tendência em se considerar o estudo do
desenvolvimento motor como sendo apenas o estudo da criança, basicamente
pela aquisição, estabilização e diversificação das habilidades básicas.
De acordo com Neweel (1978), refere-se geralmente ao deslocamento
do corpo e membros produzido como conseqüência do padrão espacial e
temporal da contração muscular. É através de movimentos que o ser humano
aprende sobre o meio social em que vive. As primeiras respostas de uma
criança recém-nascidas são motoras, o seu progresso é medido através de
movimentos.
Na pessoa com (SD) a seqüência de desenvolvimento da criança
geralmente é bastante semelhante à de crianças sem a síndrome e as etapas e
os grandes marcos são atingidos, embora em um ritmo mais lento.
É necessário enfocar a criança, pois, enquanto são necessários cerca de
vinte anos para que o organismo se torne maduro, autoridades em
desenvolvimento da criança concordam que os primeiros anos de vida, do
nascimento aos seis anos, são anos cruciais para o indivíduo. As experiências
que a criança tem durante este período determinarão, por grande extensão,
que tipo de adulto a pessoa se tornará (Tani et al. , 1988). Mas não se pode
deixar de lado o fato de que o desenvolvimento é um processo contínuo que
ocorre ao longo de toda a vida do ser humano. Entende-se por habilidade
básica (andar, correr, arremessar, receber, saltar, quicar, rebater e chutar) uma
atividade motora comum com uma meta geral, sendo ela a base para
atividades motoras mais avançadas e altamente específicas (WICKSTRON,
1977).
Como supracitado na metodologia este estudo não objetivou
comparações dos resultados dos participantes deste estou com outros já
realizados com o teste TGMD.
Tampouco, objetivamos descrever detalhadamente os níveis de
coordenação motora global, encontrados nas avaliações.
Estes dados no remetem apenas a importância da utilização de
processos avaliativos que possam contribuir com a prática de profissionais que
atuam com crianças com deficiência ou não.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esse referido estudo vem reforçar a necessidade da avaliação motora


principalmente na população especial. As razões para mensuração são as
mesmas para quaisquer outros grupos, principalmente quando se leva em
conta que pelo menos 10% da população mundial apresentam algum tipo de
deficiência sendo que a deficiência mental é responsável pela maior parte
desse percentual (ONU, 1981).
É de grande importância a obtenção e explicação de valores qualitativos
e quantitativos sobre as variáveis motoras, que são de grande valia para o
auxílio profissional, bem como para o desenvolvimento global das pessoas com
deficiência mental, especificando os aspectos cognitivo, afetivo-social e motor.
Juntamente com a escassez das informações, nota-se que há na
literatura a utilização de testes padronizados aplicados com populações que
não apresentam características de deficiência mental, o que pode levar a uma
preocupação quanto ao caráter metodológico de algumas variáveis
apresentadas pelas pessoas com (SD), como por exemplo: o perfil da
deficiência, o nível de comunicação que este lhe permite, o ambiente, o grau de
entendimento, o nível de independência o caráter pessoal de extroversão e
introversão.
O que fizemos aqui foi propor um teste de fácil aplicação e que utiliza
pouco material, pois sabemos da realidade escolar enfrentada por muito
professores, o teste foi descrito em detalhes com fotos e procedimento, ainda
oferecemos anexo todas as tabelas para a mensuração dos restolhados.
As análises, juntamente com as ponderações feitas, levam à conclusão
que a avaliação é muito importante, devendo ser devidamente trabalhado na
área de Educação Física, para que, assim sejam melhoradas as habilidades
motoras das pessoas com deficiência mental, bem como o tipo de teste a ser
aplicado.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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