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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE


DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO-SENSU EM
EDUCAÇÃO FÍSICA

RELAÇÃO ENTRE COORDENAÇÃO MOTORA E


AGILIDADE EM JOVENS JOGADORES DE FUTEBOL

Glauber de Brito Menezes

NATAL - RN
2020
RELAÇÃO ENTRE COORDENAÇÃO MOTORA E AGILIDADE EM JOVENS
JOGADORES DE FUTEBOL

GLAUBER DE BRITO MENEZES

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-


Graduação em Educação Física da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, como requisito
parcial para obtenção do grau de Mestre em
Educação Física.

ORIENTADOR: PROF. DR. ARNALDO LUIS MORTATTI


Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências da Saúde - CCS

Menezes, Glauber de Brito.


Relação entre coordenação motora e agilidade em jovens
jogadores de futebol / Glauber de Brito Menezes. - 2020.
67f.: il.

Dissertação (Mestrado em Educação Física) - Universidade


Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências da Saúde,
Programa de Pós-Graduação em Educação Física. Natal, RN, 2020.
Orientador: Prof. Dr. Arnaldo Luis Mortatti.

1. Atividade física - Dissertação. 2. Desempenho motor -


Dissertação. 3. Tempo de resposta do movimento - Dissertação. 4.
Adolescentes - Dissertação. 5. Velocidade de mudança de direção
- Dissertação. I. Mortatti, Arnaldo Luis. II. Título.

RN/UF/BS-CCS CDU 796

Elaborado por ANA CRISTINA DA SILVA LOPES - CRB-15/263


UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM EDUCAÇÃO FÍSICA

Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Educação Física:

Prof. Dr. Eduardo Caldas Costa


GLAUBER DE BRITO MENEZES

RELAÇÃO ENTRE COORDENAÇÃO MOTORA E AGILIDADE EM JOVENS


JOGADORES DE FUTEBOL

Banca de defesa 31 de julho de 2020.

Titulares

Professor Dr. Arnaldo Luis Mortatti (Orientador)


Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Professor Dr. Ricardo Santos Oliveira (Membro interno)


Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Professor Dr. Fabio Yuzo Nakamura (Membro externo)


Universidade Federal da Paraíba
AGRADECIMENTOS

À Deus, primeiramente, por ter me dado a grande oportunidade de vivenciar essa experiência incrível,
guiando e iluminando meus caminhos ao longo dessa etapa importante da minha vida profissional e pessoal.
Aos meus pais Fátima e Menezes, pois sem o apoio de vocês seria impossível chegar até aqui,
obrigado por nunca pouparem esforços para me dar na medida do possível uma educação de qualidade e
sempre estarem me incentivando a nunca desistir dos desafios impostos pela vida, com vocês aprendi a ser
caprichoso, tentando fazer sempre o melhor, mesmo que as condições não fossem tão favoráveis. Obrigado
por tudo, amo muito vocês!
À minha irmã Glaucia que durante muitos anos acompanhou de perto minha trajetória, estando
sempre ao meu lado quando possível.
A toda minha família, tios, tias, primos que sempre estiveram ao meu lado, pois mesmo distantes
nesse momento, várias vezes me deram força para continuar.
À família da minha esposa, em especial ao senhor Joaquim, Dona Esmeralda e Eliaquim, pois sempre
me deram apoio e torceram pelo meu sucesso.
Aos meus amigos Augusto e Chelli por todas as palavras e mensagens de incentivo durante essa
trajetória e por sempre estarem dispostos a ajudar caso fosse necessário.
Aos professores da UFRN que passaram por esta trajetória e nela puderam me repassar um pouco do
que sabiam sempre com humildade e competência: Hassan Mohamed, Eduardo Caldas, Aguinaldo Surdi,
Paulo Dantas, Isabel Brandão, Maria Aparecida, Rosie Marie e Ana Paula Trussardi.
Aos professores Ricardo Oliveira e Fabio Nakamura, pela honra de poder contar com a participação
de vocês nas minhas bancas de qualificação e defesa, e com isso poder receber importantes considerações
de dois grandes professores com renomada experiência acadêmica para o desenvolvimento deste trabalho.
Ao secretário do programa Diego Pontes, uma das pessoas mais prestativas que conheci, estando
sempre disposto a ajudar todas as vezes em que precisei.
A todos os servidores da UFRN, em especial aos servidores com quem tive mais contato, Dedé,
Domingos, Luzinete, Gizelda, Seu Chaguinha, assim como todos do departamento de Educação Física.
Aos meus colegas de turma do mestrado, obrigado por tudo meus amigos: Andressa, Bérgson, Carlos
Alexandre, Carlos Alves, Edna, Elmir, Fernanda, Flávio, George, Gerson, Guzzo, Kaline, Levi, Liege, Lílian,
Mileyde, Nathália, Rômulo e Stephanie, vocês foram muito importantes nessa caminhada e sempre
lembrarei dos momentos de risadas, conversas, lanches e almoços juntos.
Ao colega Diego Rafael que me permitiu a oportunidade de escrever um artigo junto com ele, produto
de sua dissertação de mestrado.
Aos voluntários desta pesquisa, pois sem a participação e dedicação de vocês esse estudo não poderia
ser realizado e tendo em vista que foram mais de 100 jovens atletas avaliados, deixo aqui meu agradecimento
aos clubes/equipes de futebol e seus responsáveis em nome de todos os adolescentes avaliados: Escola de
Futebol Grêmio Natal e seus responsável Bruno Xavier, assim como sua mãe Dona Virginia e os professores
Pedro e Filipe que lá atuam. América futebol clube e na época o seu técnico da categoria de base Laerth.
Escolinha de futebol do Flamengo e seu técnico Aderson. Escolinha da AFURN e seu responsável Ademar.
Projeto Golaço e seus responsáveis Hudson e Pedro. Muito obrigada a todos vocês por tudo!
A todos os colegas de outras bases e de outras universidades, assim como os alunos da graduação da
UFRN que tiraram minhas dúvidas quando precisei e me ajudaram durante as coletas: Rômulo, Mateus e
Victor (AFISA-UFRN), Luís, Rodrigo, Ludmila, Gabriel e Will (GPEACE-UFRN), Diego, Glauco, Carlos,
Gabriel Gomes e Maria Rita (Graduandos-UFRN) e Valeska Conceição (UNINASSAU - Campina Grande).
Também quero deixar um agradecimento especial ao meu orientador e professor Arnaldo Mortatti,
obrigado por ter apostado em mim e me acolher como seu orientando, pois, a partir daí, tive a oportunidade
de poder conviver, aprender com um dos mais dedicados e competentes professores do departamento de
educação física da UFRN. Obrigado professor Arnaldo e parabéns pela sua proatividade, humildade e
sabedoria, me auxiliando e tirando minhas dúvidas sempre que preciso. Pois, encontrar virtudes como essas
em um meio em que as vezes o ego fala mais alto não é algo tão simples assim.
Sou bastante grato a todos que fazem parte do grupo de pesquisa GEPEFIC, pois tenho muito a
agradecer a todos vocês: Elias, Virginia, Bruno, Ayrton, Charles, Marxno, Ítalo, Kleber, Flávio, Luhane.
Obrigado por todo auxílio nas coletas, por todas considerações, conselhos e o mais importante, o incentivo,
companheirismo e união do grupo. Aproveito também para deixar as boas-vindas aos novos colegas da base
Thiago Cesar e Jaimar Fellipe, que infelizmente devido a pandemia não foi possível conhecê-los melhor.
Agradeço também o programa de Pós-Graduação em Educação Física-PPGEF da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte-UFRN pelos auxílios financeiros que foram concedidos aos congressos e a
oportunidade de cursar este mestrado.
Por fim, quero fazer um agradecimento muito especial as duas pessoas que foram fundamentais para
que eu continuasse firme durante essa caminhada e compartilharam comigo diretamente todos os momentos
de alegria, tristezas, estresses, ou seja, todas as emoções que rodearam este período do curso, minha esposa
Edilene e meu filho Samuel. Pois, por mais que as coisas parecessem difíceis, bastava chegar em casa e ver
os primeiros sorrisos do meu filho e receber o acolhimento carinhoso da minha esposa que o estresse e as
preocupações começavam a diminuir. Obrigado Edilene por ser uma mãe tão dedicada e ter passado por ter
suportado momentos tão difíceis junto ao meu filho quando não pude estar próximo de vocês, você foi uma
guerreira e me ajudou a vencer esta batalha. Amo muito vocês!
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 14
2. OBJETIVOS 16
3. HIPÓTESE 16
4. REVISÃO DA LITERATURA 17
4.1 Agilidade 17
4.1.1 A importância da agilidade no desempenho esportivo juvenil 18
4.1.2 Avaliação da agilidade 18
4.1.3 Desenvolvimento dos componentes da agilidade durante a adolescência 20
4.2 Coordenação motora 23
4.2.1 Componentes da coordenação motora 24
4.2.2 Desenvolvimento da coordenação motora durante a adolescência 25
4.2.3 Avaliação da coordenação motora 26
4.3 Crescimento, maturação e desempenho motor 27
4.3.1 Avaliação maturacional 28
5. MÉTODOS 30
5.1 Tipo de Estudo 30
5.2 Participantes da pesquisa 30
5.3 Critérios de inclusão e exclusão 30
5.4 Local da pesquisa 32
5.5 Aspectos Éticos da Pesquisa 32
5.6 Procedimentos da pesquisa 33
5.6.1 Variáveis antropométricas 33
5.6.2 Avaliação da maturação somática 34
5.6.3 Teste de agilidade reativa com utilização de vídeo (VRAT) 34
5.6.4 Teste de mudança de direção 37
5.6.5 Avaliação da coordenação motora (Teste KTK) 38
6. ANÁLISE ESTATÍSTICA 45
7. RESULTADOS 46
8. DISCUSSÃO 50
9. CONCLUSÃO 52
10. APLICAÇÕES PRÁTICAS 53
REFERÊNCIAS 54
ANEXOS 59
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

KTK – Körperkoordinationstest für Kinder (Teste de coordenação motora).


PVC – Pico de velocidade de crescimento.
IGF – Fator de crescimento semelhante à insulina.
SNC – Sistema nervoso central.
EPE – Erro padrão de estimativa.
TCLE – Termo de Consentimento livre e esclarecido.
TALE – Termo de assentimento livre e esclarecido.
ISAK – International Society for Advancement in Kinanthropometry (Sociedade
Internacional para o Avanço em Cineantropometria)
IC – Idade cronológica.
MC – Massa corporal.
EST - Estatura.
ATC – Altura tronco-cefálica.
CMI – Comprimento de membros inferiores.
VRAT – Video-based reactive agility test (Teste de agilidade reativa com utilização de
vídeo).
2D – Formato bidimensional.
ICs – Intervalos de confiança.
CCI – Coeficiente de correlação intraclasse.
CV – Coeficiente de variação.
DP – Desvio padrão.
ETM – Erro técnico de medida.
FIV – Fator de inflação da variância.
R – Correlação de Pearson.
P – P-Valor.
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Análise descritiva das variáveis antropométricas e de desempenho motor dos


jovens jogadores de futebol..................................................................................................46
Tabela 2 - Análise de confiabilidade das medidas antropométricas e das variáveis de
desempenho motor...............................................................................................................47
Tabela 3 – Análise de Regressão entre coordenação motora e as variáveis de desempenho
motor, controlando a maturação...........................................................................................49
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Fluxograma das etapas de recrutamento da amostra...........................………. 31


Figura 2 – Teste de agilidade (VRAT – Video-based reactive agility test).……………. 36
Figura 3 - Teste de velocidade de mudança de direção........................................………. 37
Figura 4 - Dimensões da trave de equilíbrio ………………………..................................38
Figura 5 – Execução sobre a trave de equilíbrio...........................................……………. 39
Figura 6 - Dimensões do bloco de espuma...........................................................………. 40
Figura 7 - Execução dos saltos monopedais .........……………….....................................41
Figura 8 - Dimensões da plataforma de madeira para os saltos laterais.............................42
Figura 9 - Execução saltos laterais.....................................................................................43
Figura 10 - Dimensões da plataforma de madeira para transferências sobre plataformas.43
Figura 11 - Execução transferências sobre plataformas...................................………......44
Figura 12 - Gráficos de correlação de Pearson entre coordenação motora e as variáveis dos
testes de agilidade e mudança de direção............................................................................48
LISTA DE ANEXOS

Anexo I – Termo de assentimento livre e esclarecido (TALE)...........................................59


Anexo II – Termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE)..................……….........61
Anexo III - Carta de anuência...............................................................................………. 65
Anexo IV - Termo de autorização para uso imagens para menor de idade.........................66
Anexo V – Ficha de coleta de dados (teste de coordenação motora – KTK) .....................67
RESUMO

RELAÇÃO ENTRE COORDENAÇÃO MOTORA E AGILIDADE EM JOVENS


JOGADORES DE FUTEBOL

Autor: Glauber de Brito Menezes

Orientador: Arnaldo Luis Mortatti

Objetivo: Verificar a relação entre a coordenação motora e os componentes cognitivos e físicos


da agilidade em jovens jogadores de futebol. Métodos: Trata-se de um estudo observacional
analítico de corte transversal, com uma abordagem quantitativa. Foram incluídos nesta análise
87 meninos púberes (14,17 ± 1,10 anos; massa corporal 55,79 ± 9,64 kg; altura 1,64 ± 0,09 m).
Inicialmente os adolescentes foram avaliados quanto à maturação somática e, em seguida, foram
realizados os testes de agilidade, velocidade de mudança de direção e coordenação motora
(KTK). As seguintes variáveis foram obtidas a partir desses testes: escore de coordenação
motora, tempo de percepção e tomada de decisão, tempo de resposta do movimento, tempo de
agilidade e tempo de mudança de direção. Resultados: A coordenação motora não apresentou
correlação com o tempo de percepção. No entanto, foram observadas correlações negativas de
moderada a alta entre a coordenação motora e o tempo de mudança de direção (r = -0,47, p
<0,01), tempo de agilidade (r = -0,52, p <0,01) e o tempo de resposta de movimento (r = -0,62,
p <0,01). Além disso, a análise de regressão mostrou que cada aumento no escore de
coordenação motora está associado a reduções significativas no tempo de agilidade (-0,023),
tempo de resposta ao movimento (-0,021) e tempo de mudança de direção (-0,021)
independentemente da maturação. Em conclusão, esses achados indicam que a coordenação
motora está significativamente relacionada aos componentes físicos da agilidade em jovens
jogadores de futebol.

PALAVRAS-CHAVE: Atividade física, desempenho motor, tempo de resposta do


movimento, adolescentes, velocidade de mudança de direção.
ABSTRACT

RELATIONSHIPS BETWEEN MOTOR COORDINATION AND AGILITY


PERFORMANCE IN YOUNG SOCCER PLAYERS

Author: Glauber de Brito Menezes

Advisor: Arnaldo Luis Mortatti

The aim of this study was to examine the relationships between motor coordination and
cognitive and physical components of agility in young soccer players. 87 pubertal boys were
analyzed (14.17 ± 1.10 years; body mass 55.79 ± 9.64 kg; height 1.64 ± 0.09 m).
Anthropometric measurements were used to determine the maturity offset, while physical
qualities including agility, change of direction speed (CODS) and motor coordination. The
following variables were obtained from these tests: motor coordination score, perception time
and decision-making, movement response time, agility time and CODS time. Motor
coordination revealed a trivial non-significant correlation with perception time and decision-
making (r = -0.10, p = 0.34). However, moderate to high negative correlations were observed
between motor coordination and CODS (r = -0.47, p < 0.01), agility time (r = -0.52, p < 0.01)
and movement response time (r = -0.62, p < 0.01). In addition, regression analysis showed that
each increase in motor coordination score was associated with significant decreases in agility
time (-0.023), movement response time (-0.021) and CODS time (-0.021) independent of
maturity offset. In conclusion, these findings indicated that motor coordination was
significantly related to the physical components of agility in young soccer players.

Keywords: Physical activity, motor performance, movement response time, adolescents,


change of direction speed.
14

1. INTRODUÇÃO

A agilidade, segundo Sheppard e Young 1, é definida como a capacidade de movimentar


rapidamente o corpo inteiro, mudando de direção ou velocidade em resposta a um determinado
estímulo. Além disso, esses autores foram mais além, destacaram que a agilidade possui dois
compontes-chave: o primeiro componente envolve os processos de percepção e tomada de
decisão, enquanto o segundo representa a velocidade de mudança de direção. Esses dois
componentes representam respectivamente os aspectos cognitivos e físicos da agilidade que
devem atuar de forma coordenada com o objetivo de realizar movimentos rápidos e precisos 1.
Além disso, esses componentes também fazem parte de um ciclo dinâmico de percepção-ação
que representa as duas fases da agilidade 2. A primeira fase compreende o período em que o
atleta detecta elementos-chave do ambiente externo (estímulo), realiza o processamento dessas
informações e decide qual movimento irá utilizar para determinada situação (percepção e
tomada de decisão), enquanto a segunda fase representa o intervalo de tempo entre a tomada de
decisão e a efetivação da resposta motora (tempo de resposta do movimento) 3.
A agilidade é considerada uma capacidade motora determinante para o desempenho de
várias modalidades esportivas, uma vez que os atletas estão constantemente acelerando,
4, 5
desacelerando e realizando mudanças de direção . No futebol, por exemplo, cada jogador
realiza em média 727 mudanças de direção por jogo, que são frequentemente executadas em
resposta aos movimentos da bola e ações do jogadores 6, ou seja, a maior parte desses
movimentos não são planejados, mas sim, reativos. Consequentemente, a capacidade de
responder rapidamente a um estímulo é fundamental para o desempenho do futebol, de tal forma
que a avaliação da agilidade passou a fazer parte do processo de treinamento esportivo, com o
objetivo de fornecer informações valiosas para técnicos e preparadores físicos 7. No entanto, a
agilidade tem sido rotineiramente avaliada através de testes que medem apenas a velocidade de
mudança de direção, sem uma resposta a um dado estímulo 3. Esse tipo de avaliação acaba
comprometendo a interpretação dos resultados, visto que, em situações reais de jogo, a tomada
de decisão é um aspecto muito importante no desempenho da agilidade 1. Portanto, avaliar
adequadamente a agilidade pode se tornar uma ferramenta essencial, principalmente durante a
puberdade, pois nesse período alguns fatores, incluindo a coordenação motora e a maturação,
podem potencialmente influenciar no desempenho da agilidade.
A coordenação motora é uma capacidade complexa e multidimensional, na qual vários
sistemas (senso-neuro-muscular) interagem harmoniosamente para garantir respostas motoras
eficientes e precisas em um ambiente dinâmico em constante mudança 8. Alguns estudos 9, 10
15

sugerem que o aprimoramento da coordenação motora pode levar a melhorias nas capacidades
de antecipação das ações do oponente, avaliação da situação, tomada de decisão, velocidade de
mudança de direção e coordenação espaço-temporal. Diante disso, pode-se pressupor que a
coordenação motora poderá influenciar os componentes cognitivos e físicos da agilidade, visto
que, logo após a percepção do estímulo, há uma necessidade de realizar ajustes posturais
apropriados e coordenados para que uma aplicação eficiente de força reativa seja realizada na
11
direção desejada . Embora uma relação entre coordenação motora e agilidade possa ser
fundamentada, essa relação precisa ser testada experimentalmente, especialmente em jovens
atletas que estão estabelecendo bases sólidas de desenvolvimento esportivo 12.
Outro fator que também pode influenciar no desempenho da agilidade é a maturação,
período caracterizado por alterações metabólicas, morfológicas e funcionais que podem
13
influenciar no desempenho da agilidade , principalmente devido a melhorias no sistema
neuromuscular, juntamente com o desenvolvimento das capacidades perceptivas e cognitivas
14
. A maturação pode, por exemplo, facilitar o processamento das informações sensoriais e
consequentemente a velocidade de tomada de decisão devido ao aumento da mielinização
neural que ocorre durante a puberdade 15. Da mesma forma, o tempo de resposta do movimento
pode, por exemplo, ser influenciado pela alta taxa de produção de força, resultado do aumento
da área de secção transversa do músculo, diferenciação contínua do tipo de fibra e ângulo de
13
penação que também ocorrem durante o processo maturacional . Mas, por outro lado, o
processo maturacional pode provocar uma redução no desempenho da agilidade devido aos
decréscimos temporários na coordenação motora decorrente do rápido crescimento corporal,
fenômeno conhecido como desajeitamento motor (motor awkwardness) que afeta cerca de 25%
16, 17
dos adolescentes durante o estirão de crescimento . Portanto, investigar a influência da
maturação na agilidade pode ajudar os profissionais a identificar e interpretar melhor os déficits
de desempenho, auxiliando, assim, no desenvolvimento de programas específicos de
treinamento direcionados para jovens atletas.
Apesar da importância da coordenação motora, especialmente durante a puberdade,
nenhum estudo tentou investigar a relação dessas duas capacidades com testes que possuem alta
validade externa 18, 19. Pois, embora alguns estudos tenham testado a relação entre coordenação
20, 21
motora e a velocidade de mudança de direção em jovens jogadores de futebol , pouco se
sabe sobre a relação entre coordenação motora e os subcomponentes da agilidade (por exemplo,
tomada de decisão, tempo de resposta do movimento). Portanto, o objetivo deste estudo foi
investigar a relação entre a coordenação motora e os componentes cognitivos e físicos da
agilidade em jovens jogadores de futebol, controlando os possíveis efeitos da maturação.
16

2. OBJETIVOS

2.1 Geral
Analisar a relação entre coordenação motora e os componentes cognitivos e físicos da
agilidade em jovens jogadores de futebol.

2.2 Específicos
Analisar as correlações entre a coordenação motora e os componentes dos testes de
agilidade (tempo de agilidade, tempo de percepção e tomada de decisão, tempo de resposta
do movimento) e velocidade de mudança de direção (tempo de mudança de direção).
Analisar a influência da coordenação motora e da maturação nos componentes dos testes
de agilidade e velocidade de mudança de direção.

3. HIPÓTESE

A hipótese levantada para a realização desta pesquisa é a de que haverá uma relação
significativa entre a coordenação motora e os componentes cognitivos e físicos da agilidade
independente da maturação.
17

4. REVISÃO DE LITERATURA

A revisão de literatura realizada e apresentada nesse capítulo tem como objetivo


demonstrar através de bases teóricas como a coordenação motora pode ser um fator muito
importante para o desempenho da agilidade. Para tanto, foi necessário levar em consideração
processos de crescimento e maturação, visto que são fatores que podem influênciar diretamente
tanto na coordenação motora quanto na agilidade.

4.1 AGILIDADE

A agilidade é considerada um requisito essencial para o desempenho bem-sucedido no


22
meio esportivo e classicamente tem sido definida como a capacidade de mudar de direção
23 24
rapidamente , ou, também, a capacidade de mudança de direção rápida e precisa , sendo
rotineiramente avaliada através de tarefas pré-planejadas. No entanto, pode-se observar que a
maioria das mudanças direcionais nos esportes coletivos são frequentemente iniciadas em
1, 25
resposta a estímulos externos . No futebol, por exemplo, análises de vídeo demonstraram
que durante uma partida os jogadores realizavam em média 727 mudanças de direção, cuja
maior parte desses movimentos eram realizados em resposta aos movimentos da bola e dos
jogadores 6.
Diante disso, Sheppard and Young 1 propuseram que agilidade seja definida como ‘‘ a
capacidade de movimentar rapidamente o corpo inteiro, mudando de direção ou velocidade em
resposta a um determinado estímulo ''. Esta definição é baseada em um modelo que separa a
agilidade em dois componentes, o primeiro se refere à velocidade de mudança de direção,
capacidade de desacelerar, reverter ou alterar a direção do movimento e acelerar novamente,
sendo influenciado pela técnica, velocidade linear, qualidades e morfologia dos músculos das
pernas e o segundo está relacionado aos processos perceptivos e de tomada de decisão
(rastreamento visual, conhecimento situacional, reconhecimento de padrões e antecipação) 1.
Diante deste contexto, e levando em consideração a definição de agilidade apresentada
acima, Šimonek 26 classifica a agilidade como uma capacidade motora hibrida e complexa. Essa
classificação pode ser justificada pelo fato de que o desempenho da agilidade depende tanto do
metabolismo energético (característica das capacidades condicionais) quanto dos processos que
envolvem a participação dos sistemas nervoso e sensorial (característica das capacidades
coordenativas).
18

4.1.1 A importância da agilidade no desempenho esportivo juvenil

Segundo Lloyd e Oliver 14 a agilidade pode ser considerada uma ponte importante entre
o treinamento técnico e o desempenho real de jovens atletas, uma vez que o desenvolvimento
desta capacidade contribui diretamente para a melhoria de desempenho de diversas modalidades
esportivas. Essa afirmação foi suportada através de vários estudos transversais envolvendo
3, 19, 25, 27, 28
esportes como futebol, netball, basquete e rugby , onde foi observada uma forte
relação entre o desempenho da agilidade e o sucesso esportivo de jovens atletas. Pois, esses
estudos revelaram que atletas de elite apresentavam um melhor desempenho da agilidade
quando comparados com atletas de outros níveis, no entanto, é importante ponderar que além
desse fator, outros fatores também podem estar associados ao sucesso esportivo. A agilidade
pode, portanto, ser considerada uma capacidade fundamental para o desempenho eficiente de
várias modalidades esportivas, apoiando com competência a execução de várias habilidades de
movimento, fornecendo assim uma base sólida para que um desempenho esportivo de sucesso
seja construído 14. Isso pode ser observado pelo fato de que as crianças geralmente executam
novas habilidades de maneira eficaz quando possuem habilidades motoras subjacentes gerais
bem desenvolvidas 29. No entanto, apesar da importante relação entre agilidade e o desempenho
esportivo de jovens atletas, ainda são escassos na literatura trabalhos que tenham buscado
avaliar essa relação em uma faixa etária mais próxima do pico de velocidade de crescimento,
pois a maioria dos estudos foram realizados com adolescentes pós-púberes 3, 19, 30.

4.1.2 Avaliação da agilidade

A partir do conceito de agilidade proposto por Sheppard e Young 1 diversos métodos de


31
avaliação da agilidade começaram a surgir . Alguns destes métodos foram questionados
devido sua validade ecológica, visto que os estímulos utilizados eram diferentes dos que
normalmente são encontrados no contexto esportivo 1, 32.
3 19
A afirmação acima foi demonstrada nos estudos de Henry et al. e Young , que
compararam o desempenho de jovens jogadores de futebol durante a realização de testes de
agilidade com estímulos diferentes. Ambos os estudos, compararam um teste de agilidade
realizado através da utilização de imagens projetadas em vídeo (jogador mudando de direção)
com testes utilizando sinais luminosos e setas de direção, respectivamente. Os resultados dos
estudos de Henry et al. 3 e Young 19 demonstraram que o grupo de jogadores classificados como
atletas de alto desempenho do futebol foi melhor do que o grupo de baixo desempenho apenas
19

no teste que utilizou o estímulo de vídeo, não sendo encontradas diferenças significativas
quando os grupos foram comparados utilizando os testes com sinais luminosos e setas de
direção. Diante deste resultado, os autores dos respectivos estudos apontam que os jogadores
de alto desempenho do futebol são mais rápidos no reconhecimento de informações visuais
relevantes (sinais posturais), aumentando assim a velocidade e a precisão de suas decisões. No
entanto, quando se utiliza testes genéricos de agilidade a possibilidade de utilizar habilidades
perceptivas e antecipatórias é retirada, o que acaba influenciando diretamente no resultado do
teste 3, 19.
Tendo em vista o acima exposto, Sheppard et al. 32 propuseram através de um estudo de
validação a utilização de um teste de agilidade com estímulo humano, onde o avaliado deveria
mudar de direção em resposta ao movimento de uma pessoa, pois desta maneira as habilidades
perceptivas e antecipatórias seriam testadas de maneira mais ecológica. O estudo Sheppard et
al. 32 demonstrou que jogadores titulares de um time de futebol foram mais rápidos do que os
jogadores reservas durante um teste de agilidade com a utilização de estímulo, esse mesmo
resultado não foi visto quando os jogadores realizaram um teste de mudança de direção
planejada, pois não foram encontradas diferenças significativas entre os dois grupos de
32
jogadores. Mas, embora o teste proposto por Sheppard et al. possua uma confiabilidade
adequada, uma possível variabilidade nos padrões de movimentos da pessoa que está servindo
de estímulo pode acabar influenciando nos resultados dos testes, pois parece difícil manter os
mesmos padrões de movimento repetidas vezes durante a aplicação do teste 19.
Diante dos problemas encontrados em alguns testes de agilidade, como foi exposto
19
anteriormente, o estudo de Young et al. propôs a validação de um teste de agilidade com
estimulo específico do esporte, para a realização do teste foi utilizada uma tela de projeção com
apresentação de vídeos, no qual o avaliado deveria responder aos movimentos de um jogador
19
de futebol exibidos na tela de projeção. Além desse teste, Young et al. também utilizou um
teste de agilidade que utilizava uma seta como estímulo e um teste de mudança de direção
planejada, onde os avaliados sabiam antecipadamente qual seria o sentido da mudança de
19
direção. Os resultados do estudo de Young et al. demonstraram que os jogadores mais
experientes, pertencentes a uma equipe de elite do futebol foram significativamente mais
rápidos no teste de agilidade com vídeo quando comparados com os atletas menos experientes,
este mesmo resultado não foi observado no teste de agilidade com a utilização de seta, assim
como no teste de mudança de direção planejada. Ou seja, diante de tudo que foi exposto até
aqui sobre a avaliação da agilidade, pode-se dizer que a aplicação de testes de agilidade com
20

estímulos padronizados (vídeos) e específicos do esporte parecem ser os mais adequados e


confiáveis para avaliar o desempenho da agilidade 3, 19, 25, 28.

4.1.3 Desenvolvimento dos componentes da agilidade durante a adolescência

33, 34
Estudos longitudinais apontam que a velocidade de mudança de direção melhora
naturalmente ao longo da infância e adolescência, embora essa melhora possa ocorrer de
35
maneira não linear. Este cenário foi corroborado pelo estudo longitudinal de Vänttinen
envolvendo jovens jogadores de futebol entre 11 e 15 anos, sendo observado que o pico de
desenvolvimento da capacidade de mudança de direção ocorre aproximadamente entre 13-14
anos de idade em jovens do sexo masculino, estando diretamente relacionado com o pico de
velocidade de crescimento (PVC).
Embora o pico de desenvolvimento da capacidade de mudança de direção aconteça
durante o pico de velocidade de crescimento, é possível observar melhorias importantes durante
o período pré-púbere (6-12 meses antes do PVC). Esta situação foi demonstrada no estudo
longitudinal de Philippaerts 34, no qual acompanhou jovens jogadores de futebol durante cinco
anos. Esses ganhos de desempenho no período pré-púbere parecem estar diretamente
relacionados ao desenvolvimento neural, resultando em melhorias no controle motor através de
uma eficiente coordenação inter e intra muscular 36.
Portanto, normalmente se espera que no período púbere e pós-púbere ocorram
melhorias mais significativas na capacidade de mudança de direção, visto que nestes períodos
são observados aumentos na força e na potência, resultado do contínuo desenvolvimento neural
somado ao aumento das concentrações de andrógenos sexuais como testosterona, hormônio do
crescimento e fator de crescimento semelhante à insulina (IGF) 13. A esse respeito, pode-se citar,
por exemplo, o estudo longitudinal de Hansen 37, no qual foi observado correlações positivas
entre as concentrações séricas de testosterona e IGF e o desenvolvimento de força em jovens
jogadores de elite do futebol. Juntos esses fatores resultarão em adaptações na estrutura
13
muscular que irão afetar diretamente na produção de força e potência , fatores importantes
para o desempenho da capacidade de mudança de direção 1. Dentre essas adaptações destacam-
se o aumento da seção transversal do músculo, considerado um importante preditor de força em
crianças 38, assim como o aumento do tamanho muscular 39. Além destas adaptações, estudos
também demonstraram que durante o processo maturacional ocorrem aumentos no ângulo de
penação 40 e no comprimento dos fascículos musculares 41.
21

Em relação ao desenvolvimento dos processos relacionados com a percepção e a tomada


de decisão durante a adolescência, pode-se observar que ainda há uma escassez na literatura a
respeito do impacto do crescimento e da maturação na percepção e nos processos de tomada de
decisão relacionados ao desempenho da agilidade, conforme foi identificado por Sheppard e
Young 1. Pois os estudos que buscaram observar a contribuição dos processos relacionados a
percepção e tomada de decisão no desempenho da agilidade foram realizados com uma
população com faixa etária entre 17-25 anos 3, 19, 25, 27, 42.
No entanto alguns autores 43, 44 apontam que, assim como a capacidade de mudança de
direção, os processos relacionados com a percepção e a tomada de decisão melhoram no
decorrer do processo maturacional e são responsáveis diretos pelas mudanças paralelas no
desempenho motor. Pode-se citar, como exemplo, o estudo de Gonçalves 44 no qual demonstrou
associações significativas entre a maturação e medidas de percepção periférica (campo visual,
rastreamento desvio e tempo de reação) em jovens jogadores de futebol.
Embora exista uma escassez de estudos experimentais a respeito do desenvolvimento
do processo de percepção durante a maturação e sua possível contribuição para o desempenho
da agilidade, pode-se pressupor a partir de fundamentações teóricas que o processo de
percepção é de fundamental importância para o desempenho da agilidade, visto que esse
processo é responsável por organizar, processar e interpretar as informações sensoriais,
facilitando assim uma efetiva tomada de decisão (resposta motora) 43, 45. No entanto para que o
processo de percepção e tomada de decisão alcance níveis mais elevados e eficientes, será
necessário que ocorra uma maturação adequada do sistema sensorial e seus receptores 46. A esse
respeito, pode-se observar, por exemplo, que o nervo óptico do sistema visual, assim como as
vias visuais para o córtex encontram-se totalmente mielinizado e já possuem características
funcionais alguns meses após o nascimento, mas a acuidade visual só atingirá os níveis adultos
por volta dos 10 anos de idade 46. Da mesma forma, o hardware cinestésico, responsável pelas
informações sensoriais do movimento, está praticamente completo no nascimento, mas
melhorias na capacidade de fazer julgamentos cinestésicos precisos continuam acontecendo
46
pelo menos até os 8 anos de idade e geralmente necessitam de mais tempo . Além disso,
46
Abernethy afirma que julgamentos mais complexos (por exemplo, aqueles envolvidos na
antecipação de um movimento de um oponente como nos esportes de invasão) podem continuar
melhorando até a terceira década de vida.
Do mesmo modo, a capacidade de realizar julgamentos cinestésicos de padrões
complexos de movimento amadurecem muito mais tarde do que julgamentos simples de
46
acuidade . Semelhantemente, as integrações visual-cinestésicas mais complexas também
22

levam mais tempo para se desenvolver (por exemplo, aquelas que envolvem a interceptação de
objetos, ou tempo de coincidência-antecipação, sendo necessário estabelecer a correspondência
entre estimativas da localização de um objeto e uma resposta motora específica, no qual os
movimentos devem ser iniciados e guiados cinestesicamente para coincidir com a chegada do
objeto) 46.
Em relação aos processos de tomada de decisão, observa-se que essa capacidade demora
mais tempo para amadurecer, visto que é bem mais complexo do que o simples fato de reagir a
um estímulo, pois além da reação é necessário tomar uma decisão 46. Em vista disso, as crianças
são mais lentas do que os adultos nas tomadas de decisões, pois além de serem mais lentas em
reações simples quando comparadas com adolescentes e adultos, elas também possuem uma
taxa mais lenta de processamento de informações, pois possuem uma capacidade relativamente
baixa de separar informações relevantes de informações irrelevantes, ou seja, acabam
processando mais informações para selecionar qualquer resposta 46.
O argumentação teórica exposta acima foi observada no estudo de Smith 47 que envolveu
crianças e adolescentes entre 8 e 17 anos, o estudo demonstrou através de um teste de tomada
de decisão (The Iowa Gambling Task) que houve uma melhora significativa na tomada de
decisão a partir dos 14 anos de idade, evoluindo progressivamente até os 17 anos de idade. Em
vista disso, pode-se dizer que a adolescência é um período sensível de maturação cerebral,
impulsionado pelo desenvolvimento do córtex pré-frontal e fortalecimento dos neurocircuitos
cerebrais que proporcionam uma rápida capacidade de tomar decisões e resolver problemas,
resultado de uma eficiente capacidade de processar informações complexas 48. Portanto, pode-
se observar que a melhora na capacidade de tomada decisão pode se estender até a segunda
década de vida ou mais, dependendo da prática e nível de complexidade 46. Corroborando com
a afirmação anterior, embora não estejam diretamente relacionadas ao esporte, pesquisas
sugerem que a exposição repetida de crianças e adolescentes a um determinado estímulo
resultará em melhorias na capacidade cognitiva, assim como no tempo resposta de movimento,
aprimorados pelo fortalecimento das vias sinápticas existentes 49 e pela poda sináptica 50. Esse
argumento é apoiado por pesquisas que sugerem que uma amplitude e profundidade de
experiências em diferentes atividades esportivas provavelmente ajudarão no desenvolvimento
de processos especializados de tomada de decisão 51.
52
Por fim, vale destacar o estudo pioneiro de Serpell et al. que buscou investigar se a
aplicação de um treinamento com utilização de vídeos com estímulos específicos relacionados
ao esporte poderia influenciar nas capacidades de percepção e tomada de decisão, os resultados
demonstraram que o grupo de atletas exposto ao treinamento com vídeos alcançaram resultados
23

superiores no teste de agilidade quando comparados com atletas que realizaram um treino com
exercícios com mudança de direção planejada. Embora o estudo de Serpell et al. 52 tenha sido
realizado com jovens entre 18 e 20 anos, ele foi capaz de demonstrar que as capacidades de
percepção e tomada de decisão associadas ao desempenho da agilidade são realmente treináveis.
Diante do que foi exposto neste capítulo, pode-se observar que há uma lacuna a respeito
de estudos que buscassem investigar o componente velocidade de mudança de direção e os
processos de percepção e tomada de decisão associados ao desempenho da agilidade em jovens
atletas. Portanto, espera-se que esse estudo possa contribuir significativamente com a literatura
e possa também motivar a realização de pesquisas futuras sobre essa temática envolvendo
jovens atletas.

4.2 COORDENAÇÃO MOTORA

A coordenação motora pode ser entendida como a capacidade de interagir


harmoniosamente os sistemas senso-neuro-muscular para garantir respostas motoras eficientes
e precisas em um ambiente em constante mudança 8. Esta interação envolve uma sequência
complexa de atividades que engloba o envio de informações provenientes do estímulo através
dos receptores sensoriais para o sistema nervoso central (SNC), a escolha e processamento do
programa motor adequado oriundo das habilidades aprendidas (aprendizagem motora), e
finalmente, a execução da ação motora. Durante todo esse processo, feedbacks a respeito da
execução do movimento são enviados para o SNC onde serão comparados com o resultado
desejado e, dessa forma, o corpo inicia o processo de refinamento da coordenação motora,
53
resultando em uma melhor eficiência na execução dos movimentos . Essa eficiência é
favorecida pelo aprimoramento da coordenação inter e intramuscular, sendo a primeira
responsável pela ótima interação entre os músculos sinergistas e antagonistas, assegurando a
rápida transição entre os estados de tensão e relaxamento muscular, e a segunda, pela
capacidade de recrutar e ativar uma quantidade adequada de unidades motoras de forma
sincronizada durante a contração muscular 54.
Assim sendo, a coordenação motora torna-se componente fundamental para a
performance esportiva, mais particularmente a coordenação motora geral, pois servirá de base
para a execução de movimentos mais complexos, incluindo os movimentos específicos do
55-57
esporte . Em vista dessa importância, a avaliação da coordenação motora geral passou a
fazer parte do processo de identificação de jovens talentos esportivos, pois parece ser a mais
adequada para descobrir o real potencial de um atleta para adquirir e realizar novas habilidades
24

técnicas de determinada modalidade 58-60, pois quando se tenta verificar esse potencial através
da coordenação motora específica, ou seja, através da execução de um movimento técnico de
um esporte, o resultado poderá ser influenciado pelo histórico de treinamento 58, 61.
A afirmação acima pode ser sustentada através dos estudos longitudinais retrospectivos
60 59
de Vandorpe et al. e Pion et al. , no qual observaram respectivamente que ginastas e
jogadoras de voleibol que apresentaram um melhor nível de coordenação motora, alcançaram
um nível competitivo superior comparado com atletas que possuíam níveis inferiores de
coordenação motora. Fato que não ocorreu quando os resultados dos testes específicos de
desempenho físico foram comparados com o nível competitivo destes atletas, o que corrobora
58
com Deprez et al. que sugere que as medidas de desempenho físico refletem mais a
capacidade física atual do que o potencial real de se destacar em determinado esporte.
No futebol, por exemplo, o nível de coordenação motora é especialmente importante
para a obtenção de ótimos resultados, visto que os jogadores que apresentam um alto nível de
coordenação motora, sentem mais facilidade em realizar movimentos mais complexos, além de
ter uma maior eficiência no desenvolvimento das capacidades motoras 54. Isso foi demonstrado
no estudo de Kokštejn et al. 62
, no qual observou que jovens jogadores de futebol que obtiveram
melhores resultados no teste de proficiência motora de Bruininks-Oseretsky, não só
desempenharam melhor o Speed Dribbling Test (teste de drible em velocidade), mas também
melhoraram alguns componentes da aptidão física, como força explosiva e resistência aeróbica.

4.2.1 Componentes da coordenação motora

Dentre os fatores influentes na melhora do nível de coordenação motora, pode-se


54
destacar as capacidades coordenativas , pois são responsáveis pela orientação espacial,
diferenciação de parâmetros de movimento, rearranjo e ajuste de atividades motoras,
coordenação (junção) de movimentos, tempo de resposta, senso de ritmo, equilíbrio e
relaxamento muscular voluntário 63, 64. De acordo com Meinel and Schnabell 65 as capacidades
coordenativas são componentes da coordenação motora, considerando-as como qualidades
específicas dos processos de condução e regulação motora.
65
Meinel and Schnabell identifica três capacidades coordenativas básicas do processo
de coordenação e que se inter-relacionam: capacidade de condução motora, capacidade de
adaptação e readaptação motora e capacidade de aprendizagem motora. No entanto Hirtz and
Schielk 63 reconhecem as capacidades coordenativas como uma classe das capacidades motoras.
25

66
Deste modo, Hirtz identificou cinco capacidades coordenativas consideradas na sua
perspectiva, como capacidades fundamentais e de particular relevância.
Capacidade de orientação espacial: Capacidade de perceber as modificações espaciais
(oponentes, bola, posição dos jogadores do time) à medida que elas intervêm na execução dos
movimentos.
Capacidade de diferenciação cinestésica: Capacidade que permite interpretar as informações
provenientes da musculatura e adequar os movimentos realizados com precisão e economia,
com base numa recepção e assimilação bem diferenciada e precisa de informações cinestésicas
Capacidade de reação motora: Capacidade de reagir rapidamente através de uma resposta
motora adequada a um determinado estímulo (acústico, visual, tátil, cinestésico, podendo ser
uma reação simples ou complexa (reações com escolhas).
Capacidade de ritmo: Capacidade de imprimir uma certa cadência na realização de um
movimento ou de se ajustar a um ritmo estabelecido ou previamente mudado, sendo necessário
organizar compromissos musculares de contração e descontração.
Capacidade de equilíbrio: Capacidade de manter uma posição, mesmo em condições difíceis,
ou de a recuperar rapidamente o equilíbrio após uma mudança rápida ou inesperada na posição
do corpo.
63
Para Hirtz and Schielk as capacidades coordenativas conjuntamente com as
capacidades condicionais e as habilidades motoras refletem-se na capacidade de rendimento
corporal. Ou seja, o ideal seria que o professor/técnico buscasse desenvolver em sua prática
diária tanto os componentes coordenativos quanto os físicos, pois o desenvolvimento de um
componente depende da participação do outro.

4.2.2 Desenvolvimento da coordenação motora durante a adolescência

O período mais intenso de desenvolvimento da coordenação motora e seus componentes


ocorre dos sete anos até o começo da puberdade, resultado da maturação acelerada e a intensa
estimulação do SNC e dos analisadores óptico, acústico e cinestésico, beneficiado pelo
desenvolvimento contínuo das capacidades físicas e cognitivas que, neste período, são
favoráveis para a aprendizagem motora e consequentemente para a prática esportiva. Após este
período o desenvolvimento é mais lento, podendo até mesmo ocorrer uma estagnação
temporária, sendo necessário estímulos adequados para que este desenvolvimento se prolongue
67
.
26

Além do que foi exposto acima, vale destacar que o processo maturacional pode
acarretar um declínio temporário na coordenação motora decorrente do rápido crescimento
corporal, cujo fenômeno é conhecido como desajeitamento motor (motor awkwardness) e
atinge cerca de 25% dos adolescentes 16, 17. Este fenômeno afeta principalmente o desempenho
de tarefas que envolvam equilíbrio e rápidos ajustes posturais, podendo perdurar por
16, 68
aproximadamente seis meses . Neste sentido, considerando que o equilíbrio e os ajustes
posturais são fatores de extrema importância para ao desempenho da agilidade 11, pode-se dizer
que esse declínio temporário na coordenação motora poderá afetar diretamente no desempenho
da agilidade. Esta situação foi demonstrada no estudo longitudinal de Philippaerts 34, pois foi
possível observar uma queda de desempenho na capacidade de mudança de direção logo após
o pico de velocidade do crescimento. Esse cenário fortalece a necessidade de um programa de
monitoramento a longo prazo para permitir que o professor/treinador faça julgamentos precisos
e esteja bem informado a respeito dos possíveis fatores de confusão que podem influenciar na
diminuição ou melhora da performance motora, evitando assim o julgamento equivocado em
14
relação ao desempenho desses jovens adolescentes . Visto que, normalmente em torno do
período que compreende o PVC, a coordenação será significativamente desafiada, fazendo com
que o progresso durante o treinamento são seja sempre linear, sendo necessário que o treinador
ocasionalmente precise regredir a complexidade dos exercícios para permitir um nível
apropriado de estímulo 14.

4.2.3 Avaliação da coordenação motora

Existem diversos procedimentos de avaliação da coordenação motora descritos na


69
literatura e que são utilizados com frequência . Dentre eles destacamos o
Körperkoordinationtest für Kinder (KTK), cuja primeira publicação a respeito deste teste foi
realizada em 1974 por Kiphard e Shilling 70, sendo revisada pelos mesmos autores em 2007 71.
Embora tenha se passado mais de 40 anos da sua primeira publicação, o teste KTK é um dos
mais utilizados e citados na literatura, isso pode ser justificado pela alta confiabilidade do teste
(r=0.90), ampla faixa etária de abrangência (5-15 anos) 21, baixo custo e fácil aplicação. Assim
como no presente estudo, o teste KTK também já foi utilizado anteriormente para testar a
coordenação motora em jovens jogadores de futebol 20, 21. O teste KTK é composto por quatro
tarefas motoras: trave de equilíbrio, saltos monopedais, saltos laterais e transferência sobre
plataforma. No entanto vale destacar que alguns estudos utilizaram uma versão do teste com
apenas três tarefas (trave de equilíbrio, saltos laterais e transferência sobre plataforma), esses
27

estudos demonstraram que mesmo com a retirada de uma tarefa, a medida continuou sendo
58, 72
válida para avaliar a coordenação motora . As tarefas motoras do teste KTK têm como
objetivo avaliar a utilização adequada de força que determina a amplitude e a velocidade do
movimento, a apropriada seleção dos músculos que influenciam a condução e orientação do
movimento e a capacidade de alternar rapidamente entre tensão e relaxamento muscular, pois
de acordo Kiphard e Schilling 73 essas três condições favorecem uma boa coordenação motora.
Por fim, é importante deixar claro que no presente estudo foi tomada a decisão de obter
o escore de coordenação motora a partir da conversão da pontuação bruta de cada uma das
quatro tarefas do teste KTK em escore-Z, e logo em seguida os escores-Z das quatro tarefas
foram somados. Pois, por meio dessa abordagem, foi possível verificar a distância de
desempenho de cada sujeito em relação ao desempenho médio do grupo. Este método parece
ser o mais adequado, pois considera as características peculiares de uma amostra específica, ao
invés de fazer comparações com tabelas de referências elaboradas há mais de 40 anos, em um
contexto diferente do atual e com uma amostra composta somente por crianças alemãs 71.
Portanto, diante do exposto acima, podemos afirmar que a bateria de teste KTK pode
ser considerada uma ferramenta adequada para investigar a coordenação motora em jovens
adolescentes jogadores de futebol.

4.3 Crescimento, maturação e desempenho motor

Diante do que foi exposto anteriormente a respeito da relação entre maturação,


coordenação motora e agilidade, pode-se afirmar que é de grande relevância compreender e
avaliar o processo maturacional. Isso é particularmente importante durante o período da
adolescência a fim de interpretar corretamente os resultados dos testes de desempenho e
fornecer uma interpretação válida a respeito dos aspectos fisiológicos e motores (desempenho
físico).
Crescimento e maturação são conceitos que são frequentemente usados juntos e às
vezes são considerados sinônimos e, devido a isso, é necessário esclarecer que o crescimento é
uma atividade biológica dominante durante as primeiras duas décadas de vida, inicia-se na
concepção e continua até o final da adolescência ou podendo se estender até o início dos vinte
anos para alguns indivíduos. O crescimento engloba aspectos biológicos quantitativos
(dimensionais) relacionados com a hipertrofia, hiperplasia e aumento ou acréscimo de
substâncias intercelulares. Esses processos ocorrem durante o crescimento, mas a hegemonia
de um ou de outro varia de acordo com a idade 74.
28

Por outro lado, a maturação biológica se refere ao progresso do desenvolvimento em


direção a um estado completo de maturidade morfológica, fisiológica e psicológica que é
75, 76
necessariamente afetada pela genética e fatores ambientais . Esse processo possui uma
ordem de progressão fixa, em que o ritmo pode variar, mas a sequência de manifestação das
43
características normalmente não varia . Por exemplo, durante a infância e adolescência,
indivíduos de mesma idade cronológica podem diferir dramaticamente no grau de maturidade
biológica, pois a maturação biológica não está absolutamente ligada ao tempo em sentido
cronológico. Para a maturação o tempo é visto de duas formas distintas: o timing e o tempo. O
timing refere-se à idade em que os eventos maturacionais específicos acontecem (menarca,
espermarca, início do desenvolvimento das mamas, aparecimento de pelos pubianos e idade do
pico de crescimento, entre outros), enquanto o tempo diz respeito ao índice e à velocidade com
que a maturação avança e progride em direção ao estado maturacional adulto 77.
Portanto, diante dos argumentos apontados acima, pode-se afirmar que os processos de
crescimento e maturação estão altamente relacionados, e ambos influenciam no desempenho
físico, que é geralmente medido como resultado (produto) de tarefas motoras padronizadas que
exigem velocidade, agilidade, equilíbrio, flexibilidade, força explosiva, resistência muscular
local e estática 78. Essa influência pode ser creditada, em grande parte, às alterações nos perfis
hormonais, aumentos de massa magra, mielinização dos neurônios motores e aumento da
coordenação inter e intramuscular 36, fatores que levam ao desenvolvimento de várias variáveis
físicas e fisiológicas 13.

4.3.1 Avaliação maturacional

Além de compreender o processo maturacional, é importante compreender como avaliar


este processo, a fim de interpretar corretamente os resultados dos testes de desempenho entre
os jovens para fornecer uma interpretação válida a respeito dos aspectos fisiológicos e motores
(desempenho físico). Assim sendo, os indicadores mais utilizados para avaliar este processo são
a maturação esquelética, obtida a partir de uma estimativa de idade "esquelética" usando
técnicas de radiografia, a maturação sexual através da apresentação de ilustrações
(aparecimento das características sexuais secundárias)79 e, por fim, a maturação somática, que
pode ser obtida através da equação de Mirwald et al. 80.
A equação de Mirwald et al. 80 surgiu a partir da análise dos dados antropométricos de
três estudos longitudinais, no qual foi observado que as medidas de altura, altura tronco-
cefálica, massa corporal e idade cronológica poderiam fornecer uma indicação do estágio
29

maturacional. Através deste cálculo é possível determinar os anos para o pico de velocidade de
crescimento, podendo este valor ser negativo (caso o sujeito não tenha ainda atingido o PVC)
ou positivo (caso já tenha ultrapassado o PVC). Uma das limitações deste método é a ampliação
do erro de medida observada em equações de predição, especialmente quando uma das medidas
tem uma relação direta com algumas variáveis independentes, como é o caso da altura tronco-
cefálica, necessitando de maiores cuidados e atenção durante os procedimentos de medição. 81.
Embora este método possua um erro padrão de estimativa de aproximadamente seis meses (EPE
= 0,592), ele é bastante utilizado em estudos envolvendo jovens atletas, pois é considerado um
método simples de administrar, barato, rápido e não invasivo. Além disso, uma vantagem desta
técnica é que a idade em PVC é um marcador comum de maturidade tanto dentro e entre grupos
de sujeitos e entre sexos, representando assim um método sólido para avaliar maturação
biológica 68.
Portanto, ao longo dos capítulos anteriores, foi possível observar a importância da
agilidade e da coordenação motora, assim como a relação dessas duas capacidades com a
maturação. Diante disso, espera-se realmente que a coordenação motora venha apresentar uma
relação com os componentes da agilidade independente da maturação e, dessa forma demonstrar
o quão é importante conduzir trabalhos que envolvam essas duas capacidades, especialmente
entre crianças e adolescentes com o objetivo de formar uma base sólida de desenvolvimento,
proporcionando uma adequada evolução esportiva tanto a curto quanto a longo prazo.
30

5. MÉTODOS

5.1 Tipo de Estudo:

Para o desenvolvimento desta pesquisa realizou-se um estudo observacional analítico de


corte transversal, com uma abordagem quantitativa, com o objetivo de analisar a relação entre
a coordenação motora e os componentes cognitivos e físicos da agilidade, controlando os
possíveis efeitos da maturação.

5.2 Participantes da pesquisa

Para definir o tamanho da amostra foi realizado o cálculo amostral através do programa
G*Power (v. 3.1.9.2, Dusseldorf, Alemanha), no qual foi demonstrado que uma amostra
composta por 80 participantes resultou em um poder estatístico de 80% (0,8) e nível alfa de 5%
(0,05) e um tamanho de efeito de r = 0,5. Portanto, foi determinado um número mínimo de 80
indivíduos, porém prevendo-se perdas e desistências em torno de 20%, foram convidados 102
jovens jogadores de futebol de cinco equipes diferentes. Desses, 13 participantes não
compareceram no dia da realização dos testes e 2 não conseguiram completar a bateria de testes
devido apresentarem dores e desconfortos musculoesqueléticos durante a realização dos testes.
Deste modo, a amostra final foi constituída por 87 adolescentes praticantes de futebol com idade
entre 12 e 15 anos que foram escolhidos de forma não-probabilística e intencional (figura 1).

5.3 Critérios de inclusão e exclusão

Os adolescentes escolhidos para posterior análise seguiram os seguintes critérios:


a) Idade entre 12 e 15 anos;
b) Ser voluntário para participação na pesquisa;
c) Apresentar o Termo de Consentimento e Livre Esclarecido (TCLE) assinado pelos pais
e responsáveis, assim como, o termo de assentimento assinado pelos participantes
(TALE).
31

Foram excluídos:
a) Indivíduos que não compareceram ao local nos dias dos testes
b) Indivíduos que apresentaram alguma lesão osteomuscular que o impedisse de
completar a bateria de testes.

Figura 1. Fluxograma das etapas de recrutamento da amostra


32

5.4 Local da pesquisa


Anteriormente a coleta os atletas foram instruídos sobre todos os procedimentos da
pesquisa. Todos os atletas concordaram participar voluntariamente assinando o temo de
assentimento (ANEXO I), e foram autorizados a participar pelos seus responsáveis com termo
de consentimento devidamente assinado (ANEXO II).

A coleta dos dados foi feita no próprio clube de origem e seguiram a seguinte sequência:
1. Avaliação antropométrica (Massa corporal, estatura, altura tronco-cefálica).
2. Teste de mudança de direção
3. Teste de agilidade reativa
4. Bateria de Testes KTK (Trave de equilíbrio, salto monopedal, saltos laterais e
transferência de plataformas).
Todos os participantes da pesquisa foram previamente familiarizados com todos os
procedimentos avaliativos antes de iniciar os testes válidos. Cada avaliação foi conduzida por
um único pesquisador experiente ao longo do estudo para garantir a confiabilidade das medidas.

5.5 Aspectos Éticos da Pesquisa


Foram assegurados aos participantes da pesquisa, o anonimato, o resguardo das
informações dadas em confiança e a proteção contra a sua revelação não autorizada.
A pesquisa respeitou a dignidade e autonomia do participante, reconhecendo sua
vulnerabilidade, assegurando sua vontade de contribuir e permanecer, ou não, na pesquisa, por
intermédio de manifestação expressa, livre e esclarecida.
A justificativa, os objetivos, procedimentos para coletas de dados, benefícios, riscos e
contribuições potenciais da pesquisa para comunidade e para a sociedade foram devidamente
explicados aos participantes pelo pesquisador responsável, possibilitando questionamentos por
parte dos mesmos.
Após os esclarecimentos dos objetivos da pesquisa e dos procedimentos, foram
solicitadas as assinaturas dos Termos de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) entregue
aos pais e Assentimento Livre e Esclarecido (TALE) entregue aos participantes, onde ficou
claro que mesmo depois da concordância o sujeito poderia retirar o consentimento e interromper
a participação na pesquisa a qualquer momento.
As fichas de coleta de dados utilizadas na pesquisa foram inicialmente preenchidas com
o nome do sujeito e logo depois foram numeradas, não sendo possível mais a sua identificação,
33

preservando, portanto, sua privacidade, de acordo com as normas da Declaração de Helsinki de


1964.
A identificação só será feita pelo responsável pela pesquisa, a fim de disponibilizar os
resultados dessas avaliações a aqueles sujeitos que se interessarem.
Foi determinado e consta no TCLE que a identificação das informações coletadas serão
confidenciais e serão divulgados apenas em congressos ou publicações científicas, não havendo
divulgação de nenhum dado que possa identificá-lo.
Por se tratar de dados individuais, os resultados serão disponibilizados:
(1) Para aqueles sujeitos que se interessarem pelos resultados e;
(2) Se os valores obtidos nas avaliações forem discrepantes em relação aos valores
considerados normais pela literatura.
A pesquisa se enquadra nas “Diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisa
envolvendo seres humanos” (Resolução 466/2012), editada pela Comissão Nacional de Saúde.
Assim, essa pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa com seres humanos
da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, com a CAEE, n° 02978818.3.0000.5537.

5.6 Procedimentos da pesquisa

5.6.1 Variáveis antropométricas


As variáveis antropométricas foram mensuradas segundo a padronização da
International Society for Advancement in Kinanthropometry – ISAK 82.
Para avaliação da massa corporal (kg) utilizou-se uma balança digital (precisão de 0,1
kg; Welmy, São Paulo, SP, Brasil). A estatura foi medida através de um estadiômetro fixo de
metal (precisão de 0,1 cm; marca Sanny, São Paulo, Brasil). A altura tronco-cefálica foi medida
a partir da estatura sentada, através de um estadiômetro (precisão de 0,1 cm; marca Sanny, São
Paulo, Brasil), com o auxílio de um banco de madeira de 50 cm de altura, no qual o avaliado se
posicionou com os glúteos apoiados, tronco e a cabeça no plano vertical do estadiômetro e as
mãos repousando sobre as coxas. A partir da altura tronco-cefálica foi possível obter o
comprimento dos membros inferiores através da subtração da altura tronco-cefálica da estatura.
34

5.6.2 Avaliação da maturação somática

A avaliação da maturação somática foi realizada a partir dos procedimentos escritos por
Mirwald et al.80 que estima a distância, em anos, que o sujeito se encontra do pico de velocidade
de crescimento (PVC) a partir de dados antropométricos tais como, idade cronológica (IC),
massa corporal (MC), estatura (EST), altura tronco-cefálica (ATC) e comprimento de membros
inferiores (CMI):
– 9.236 + (0.0002708 x (CMI x ATC)) – (0.001663 x (IC x CMI)) + (0.007216 x (IC x ATC))
+ (0.02292 x ((MC/EST) x 100))

5.6.3 Teste de agilidade reativa com utilização de vídeo (VRAT – Video-based reactive
agility test).

19
O VRAT é um teste de agilidade que foi validado por Young et al. , nesse teste foi
solicitado que os participantes reagissem a um passe realizado por um jogador exibido em uma
tela de projeção de 3 x 3 m (Figura 1). No vídeo projetado aparecia um jovem jogador de futebol
conduzindo uma bola e, num determinado momento, executava um passe lateral ao mesmo
tempo que efetuava uma mudança de direção para direita ou esquerda, aleatoriamente. Os
participantes foram orientados para que avançassem e reagissem ao passe do jogador exibido
no vídeo, tentando interceptá-lo como se estivessem em uma situação real de jogo, movendo-
se o mais rápido possível na mesma direção da bola. O teste era iniciado com um sinal sonoro,
em seguida os participantes realizavam um sprint de aproximadamente 4 m à frente e mudavam
de direção (de acordo com a direção do jogador na tela) correndo mais 4 m em direção ao portão
de saída (Figura 2). O sinal sonoro e a reprodução do vídeo eram acionados simultaneamente
através de um sistema de fotocélulas (Speed Test 6.0 Standard, Cefise, Nova Odessa, SP, Brasil)
conectado a um notebook (Dell Inspiron 14 2620, Dell, Inc., Round Rock, Texas, EUA) e a um
projetor de vídeo (Epson Powerlite X39, Seiko Epson Corporation, Nagano, Japão). O teste
terminava quando o avaliado passava pela fotocélula posicionada no portão de saída. Após a
familiarização do teste, cada participante realizava três tentativas com 30 segundos de descanso
entre elas. A média dos tempos das três tentativas foi utilizada como resultado final do teste,
19
assim como foi realizado no estudo de Young et al. . Além disso, vale destacar que uma
câmera de alta velocidade (Canon EOS REBEL T5i, Canon Inc., Tóquio, Japão) foi colocada a
5 m atrás da zona de teste para que fosse possível obter os dados de vídeo que foram analisados
posteriormente. Os dados de vídeo foram obtidos no formato bidimensional (2D) e estavam
35

alinhados com o sistema de fotocélulas. Para cada tentativa, foram obtidas as seguintes
variáveis:
Tempo de percepção e tomada de decisão: intervalo em segundos entre o início do passe
(liberação da bola) realizado pelo jogador projetado no vídeo e o instante em que o jogador
avaliado posicionou o pé de apoio para mudar de direção. Foi considerado como pé de apoio o
primeiro contato que deu início ao movimento do atleta para a direção final do teste na tentativa
de interceptar o passe
Tempo de resposta do movimento: intervalo em segundos entre o instante em que o jogador
avaliado posicionou o pé de apoio para mudar de direção e o momento em que o atleta passa
pelo portão de saída (fotocélulas).
Tempo de agilidade: tempo de percepção e tomada de decisão + tempo de resposta do
movimento.
Foram dadas instruções padronizadas para cada participante: “Você terá um exercício
de familiarização seguidos por três tentativas válidas. Ao sinal de prepare-se coloque o pé na
linha e fique parado, junto ao sinal sonoro o vídeo mostrará um jogador se movendo na sua
direção e num determinado momento ele mudará de direção para a esquerda ou direita. Se o
jogador mudar de direção à sua esquerda, você corre para o portão de saída do lado esquerdo,
se ele mudar para a direita, você corre para o portão de saída do lado direito. Faça isso o mais
rápido e com a maior precisão possível, como você faria se estivesse em um jogo real. Se você
cometer um erro e correr para o lado errado, você deve se recuperar correndo para o portão
correto”.
Foi solicitado a todos os sujeitos que no dia do teste evitassem praticar exercícios
extenuantes, assim como foram orientados para que mantivessem uma alimentação e hidratação
adequada.
Todos os vídeos utilizados para o teste VRAT foram gravados em um campo de futebol
e tiveram a participação de um jogador de futebol com características semelhantes às da amostra
deste estudo. Foi solicitado ao atleta que conduzisse uma bola por aproximadamente 6 m em
direção à câmera e, em determinado momento realizasse um passe lateral juntamente com uma
mudança de direção. Esse processo resultou em seis videoclipes (três mudanças de direção para
a esquerda e três para a direita) com pequenas alterações entre elas. A partir desses 6 videoclipes
e utilizando um método de combinação simples 51, foi possível formar 20 combinações com 3
vídeos sem repetição em cada uma das combinações, das quais 2 foram descartadas, pois todos
os vídeos dessas combinações estavam na mesma direção. Assim, restaram 18 combinações e
uma delas era selecionada aleatoriamente no momento da avaliação para cada participante,
36

utilizando uma ferramenta de randomização online83. Os videoclipes foram editados usando um


software de edição de vídeo (Sony Vegas Pro 13.0; Sony Creative Software Inc., Middleton,
WI, EUA).

Figura 2. Teste de agilidade (VRAT – Video-based reactive agility test)


37

5.6.4 Teste de mudança de direção

Para o teste de mudança de direção foram utilizadas as mesmas medidas do VRAT, para
que a distância e a direção do movimento fossem as mesmas. Dois cones foram posicionados
paralelamente a 4 m à frente da linha de partida, sinalizando que os avaliados só poderiam
iniciar a mudança de direção quando passassem pelos cones. O teste de mudança de direção
também começou com um sinal sonoro 84, 85 acionado pelo sistema de fotocélulas, no qual os
participantes realizavam um sprint de 4 m à frente e em seguida executavam uma mudança de
direção de 45º, finalizando o teste com mais outro sprint de 4 m em direção ao portão de saída
(Figura 2). Após a familiarização, cada avaliado realizava duas tentativas (primeiro para direita
e depois para esquerda) com um período de descanso de 30 segundos entre as tentativas. A
média dos tempos das três tentativas foi utilizada como resultado final do teste. Antes de cada
tentativa, os participantes eram informados antecipadamente qual seria o sentido da mudança
de direção. Para cada tentativa válida, foi obtida a variável tempo de mudança de direção,
medida em segundos.

1,5 m Dispositivo sonoro

Sistema de fotocélula

Fotocélula

1,5 m

Figura 3. Teste de velocidade de mudança de direção


38

5.6.5 Avaliação da coordenação motora, através da bateria de teste KTK


(Körperkoordinationstest für Kinder)
A coordenação motora foi avaliada através da bateria de testes KTK
(Körperkoordinationstest für Kinder) e O teste KTK consiste em quatro tarefas motoras: trave
de equilíbrio, saltos monopedais, saltos laterais e transferência sobre plataforma. Todas as
quatro tarefas motoras foram realizadas em condições padronizadas, de acordo com os
procedimentos descritos por Vandorpe et al. 18.
O escore de coordenação motora de cada participante foi obtido a partir da conversão da
pontuação bruta de cada uma das quatro tarefas do teste KTK em escore-Z, e logo em seguida
os escores-Z das quatro tarefas foram somados. O escore-Z de cada tarefa do teste KTK foi
calculado utilizando os dados referentes à pontuação bruta individual, pontuação bruta média e
desvio padrão do grupo referente a cada tarefa, como segue: ((pontuação individual bruta da
tarefa - pontuação bruta média do grupo) / desvio padrão do grupo), onde o resultado representa
a distância da pontuação média do grupo em desvios padrão.

Tarefa 01 – Trave de Equilíbrio


Objetivo: Estabilidade do equilíbrio em marcha para trás sobre a trave.
Material: Foram utilizadas três traves de 3 metros de comprimento e 3 cm de altura, com
larguras de 6 cm, 4,5cm e 3 cm. Na parte inferior são presos pequenos travessões de
15x1,5x5cm, espaçados de 50 em 50 cm. Com isso, as traves alcançaram uma altura total de
5cm. Como superfície de apoio para saída, foi colocado à frente da trave, uma plataforma
medindo 25x25x5cm. As três traves de equilíbrio foram colocadas paralelamente, tal como
demonstrado na Figura 4.

Figura 4 – dimensões da trave de equilíbrio

Fonte: Gorla, Araújo e Rodriguez (2009) Página 106


39

Execução: O participante caminhou para trás sobre as três traves de madeira com
espessuras diferentes, os deslocamentos realizados foram realizados em ordem decrescente em
relação a largura das traves. Após três tentativas na mesma trave de madeira, o participante
passava para a trave com menor largura. Durante o deslocamento (passos) não foi permitido
tocar o solo com os pés. Antes das tentativas válidas foi realizado um pré-exercício para se
adaptar à trave, no qual foi executado um deslocamento à frente e outro à retaguarda. No
exercício-ensaio, o indivíduo equilibrou-se, andando para trás, em toda a extensão da trave (caso
tocasse o pé no chão, deveria continuar no mesmo ponto), para que pudesse estimar melhor à
distância a ser passada e familiarizar-se mais intensivamente com o processo de equilíbrio. Se
o sujeito tocasse o pé no chão (em qualquer tentativa válida), o mesmo deveria voltar à
plataforma de início e fazer a próxima passagem válida (são três tentativas válidas em cada
trave). Assim, em cada trave, o indivíduo realizou um exercício-ensaio, ou seja, andou uma vez
para frente e uma vez para trás. Para a medição do rendimento, executou o deslocamento três
vezes para trás, conforme figura 2:

Figura 5- execução sobre a trave de equilíbrio

Fonte: Gorla, Araújo e Rodriguez (2009) Página 107

Avaliação da Tarefa: Para cada trave foram contabilizadas 3 tentativas válidas, o que totalizou
9 tentativas. Contou-se a quantidade de apoios (passos) sobre a trave no deslocamento à
retaguarda. O primeiro pé de apoio não foi contabilizado como ponto de valorização. Só a partir
do momento do segundo apoio foi iniciada a contagem dos pontos. O avaliador contou em voz
alta a quantidade de passos, até que um pé tocasse o solo ou até que fossem atingidos 8 pontos
40

(passos). A máxima pontuação possível era de 72 pontos (8 por trave). O resultado foi o
somatório de apoios à retaguarda nas nove tentativas.
Foram anotados os valores de cada tentativa correspondente a cada trave (Anexo 4),
sendo feita a soma horizontal de cada uma. Depois da soma das colunas horizontais, foi
realizada a soma na vertical, obtendo-se dessa forma o valor bruto da tarefa.

Tarefa 02 – Saltos Monopedais


Objetivo: Coordenação dos membros inferiores; energia dinâmica/força.
Material: Foram usados 12 blocos de espuma, medindo cada um 50cm x 20cm x 5cm, tal como
demonstra a Figura 3.

Figura 6 – dimensões do bloco de espuma

Fonte: Gorla, Araújo e Rodriguez (2009) Página 108

Execução: A tarefa consistiu em saltar com uma das pernas os blocos de espuma colocados uns
sobre os outros. O avaliador demonstrou a tarefa, saltando com uma das pernas por cima de um
bloco de espuma colocado transversalmente na direção do salto, com uma distância de impulso
de aproximadamente 1,50m. A altura inicial a ser contada como passagem válida, foi baseada
no resultado do exercício-ensaio e na idade do indivíduo. Sendo alcançados, mais ou menos, o
mesmo número de passagens a serem executadas pelos sujeitos nas diferentes faixas etárias.
Foram realizados dois exercícios ensaio para cada perna (direita e esquerda).
Alturas recomendadas para o início do teste em anos de idade são: de 5 a 6 anos (nenhum
bloco de espuma); de 6 a 7 anos (1 bloco de espuma com 5 cm); de 7 a 8 anos (3 blocos de
espuma, totalizando 15cm); de 9 a 10 anos (5 blocos de espuma, totalizando 25cm); de 11 a 14
anos (7 blocos de espuma, totalizando 35cm).
Antes de iniciar a tarefa o avaliador apertou visivelmente os blocos para baixo, a fim de
demonstrar ao indivíduo, que não há perigo caso o mesmo venha ter impacto com o material.
Após a ultrapassagem do bloco, foi solicitado que o indivíduo realizasse pelo menos mais dois
41

saltos com a mesma perna, para que a tarefa fosse considerada válida. Foram previstas até três
passagens válidas por perna, em cada altura, conforme Figura 4.

Figura 7- execução dos saltos monopedais

Fonte: Gorla, Araújo e Rodriguez (2009) Página 110

Avaliação da tarefa: Para cada altura, as passagens foram avaliadas da seguinte forma:
primeira tentativa válida (3 pontos); segunda tentativa válida (2 pontos); terceira tentativa válida
(1 ponto). Era considerado erro, caso o indivíduo tocasse no chão com a outra perna, derrubasse
o bloco, ou, ainda, após ultrapassar o bloco de espuma, tocasse os dois pés juntos no chão. Por
isso, foi solicitado que, depois de transpor os blocos de espuma, o adolescente realizasse mais
dois saltos. Caso o indivíduo errasse nas três tentativas válidas numa determinada altura, a
continuidade somente seria feita, se nas duas passagens (alturas) anteriores, houvesse um total
de 5 pontos. Caso contrário, a tarefa seria interrompida. Isto foi válido para a perna direita,
assim como, para a perna esquerda. Com os 12 blocos de espuma (altura = 60 cm), a máxima
pontuação possível era 39 pontos por perna, totalizando assim 78 pontos.
Os valores foram anotados nas respectivas alturas, sendo que, se o indivíduo começasse
a tarefa com uma altura de 15 cm, por exemplo, nos números anteriores seriam anotados os
valores de três pontos. As alturas não ultrapassadas após o término da tarefa foram preenchidas
com o valor zero. Os pontos foram somados horizontalmente para a perna direita e esquerda e
verticalmente na coluna “soma” da planilha para a obtenção do resultado do valor bruto da
tarefa (Anexo 4).
42

Tarefa 03 – Saltos Laterais


Objetivo: Velocidade em saltos alternados.
Material: Uma plataforma de madeira (compensado) de 60 x 50 x 0,8cm, com um sarrafo
divisório de 60 x 4 x 2cm e um cronômetro, tal como demonstra a figura 5

Figura 8 – dimensões da plataforma de madeira para os saltos laterais.

Fonte: Gorla, Araújo e Rodriguez (2009) Página 111

Execução: A tarefa consistiu em saltitar de um lado a outro, com os dois pés ao mesmo tempo,
o mais rápido possível, durante 15 segundos. O avaliador demonstrou a tarefa, colocando-se ao
lado do sarrafo divisório, saltitando por cima dela, de um lado a outro, com os dois pés ao
mesmo tempo. Como exercício-ensaio, foram realizados cinco saltitamentos. Para que os saltos
fossem válidos, os participantes deviam passar os dois pés respectivamente sobre o sarrafo
divisório, de um lado a outro. A tarefa não era interrompida caso o indivíduo tocasse o sarrafo
divisório, saltasse fora da plataforma, ou parasse o saltitamento durante o teste, porém, o
avaliador instruía, imediatamente, o indivíduo: “Continue! Continue!”. No entanto, caso o
indivíduo não se comportasse de acordo com a instrução dada, a tarefa seria interrompida e
reiniciaria após nova instrução e demonstração. Caso houvesse interferência por meio de
estímulos externos que desviasse a atenção do executante, a tentativa não seria registrada como
válida. Desta forma, a tarefa seria reiniciada. Não foram permitidas mais que duas tentativas
não avaliadas. No total, foram executadas duas passagens válidas.
43

Figura 9 – Execução saltos laterais

Fonte: Gorla, Araújo e Rodriguez (2009) Página 112

Avaliação da Tarefa: Foi anotado o número de saltitamentos dados, em duas passagens de 15


segundos. Saltitando para um lado, contava-se 1 (um) ponto; voltando, contava-se outro e,
assim, sucessivamente. Como resultado da tarefa, foram somados os saltitamentos das duas
passagens válidas, obtendo-se o valor bruto da tarefa (Anexo 4).

Tarefa 04 – Transferências sobre Plataformas

Objetivo: lateralidade; estruturação espaço-temporal.


Material: Um cronômetro e duas plataformas de madeira com 25 x 25 x 1,5cm e em cujas
quinas se encontram aparafusados quatro pés com 3,5cm de altura, tal como figura 7. Na direção
de deslocar é necessária uma área livre de 5 a 6 metros.

Figura 10 - Dimensões da plataforma de madeira para transferências sobre plataformas

FONTE: Gorla, Araújo e Rodriguez (2009). Página113

Execução: A tarefa consistiu em deslocar-se sobre as plataformas colocadas no solo, em


paralelo, uma ao lado da outra, com um espaço de cerca de 12,5 cm entre elas. O tempo de
duração foi de 20 segundos e o indivíduo teve duas tentativas para a realização da tarefa.
44

Primeiramente, o avaliador demonstrou a tarefa da seguinte maneira: ficou em pé sobre a


plataforma da direita colocada na sua frente; pegou a da esquerda com as duas mãos e colocou
no lado direito, passando a pisar sobre ela, livrando então a da sua esquerda, e assim
sucessivamente (a transferência lateral poderia ser feita para a direita ou para a esquerda, de
acordo com a preferência do indivíduo, esta direção deveria ser mantida nas duas passagens
válidas). O avaliador demonstrou que, na execução desta tarefa, tratou-se em princípio da
velocidade da transferência. Ele também avisou que, caso as plataformas fossem colocadas
muito perto ou muito afastadas, isso poderia gerar desvantagens no rendimento a ser mensurado.
Caso surgissem interferências externas durante a execução, que desviassem a atenção do
indivíduo, a tarefa seria interrompida, sem considerar o que foi realizado. Caso houvesse apoio
das mãos, toque de pés no chão, queda ou quando a plataforma fosse pega apenas com uma das
mãos, o avaliador instruía o indivíduo a continuar sendo realizada uma rápida correção verbal,
sem que a tarefa fosse interrompida. No entanto, se o indivíduo não se comportasse de acordo
com a instrução dada, a tarefa seria interrompida e repetida após nova instrução e demonstração.
Não foram permitidas mais do que duas tentativas falhas. Foram executadas duas passagens de
20 segundos, com um intervalo de pelo menos 10 segundos entre elas. O avaliador contou os
pontos em voz alta; ele assumiu uma posição em relação ao indivíduo (distância não maior que
2 metros), movendo-se na mesma direção escolhida pelo avaliado, com este procedimento foi
assegurado a transferência lateral das plataformas, evitando-se que a mesma fosse colocada à
frente. Após a demonstração pelo avaliador, foi realizado o exercício-ensaio, no qual o
indivíduo transferiu de 3 a 5 vezes a plataforma.

Figura 11 - Execução transferências sobre plataformas

FONTE: Gorla, Araújo e Rodriguez (2009). Página 115

Avaliação da tarefa: Foi contabilizado tanto o número de transferência das plataformas, quanto
a passagem do indivíduo, num tempo de 20 segundos. Contou-se um ponto quando a plataforma
livre for apoiada do outro lado; 2 pontos quando o indivíduo passou com os dois pés para a
45

plataforma livre, e assim sucessivamente. Foram anotados os valores da primeira e segunda


tentativas válidas e, em seguida, esses valores foram somados na horizontal, obtendo-se o valor
bruto da tarefa (anexo 4).

6. ANÁLISE ESTATÍSTICA

Para verificação da normalidade dos dados foi utilizado o teste de Kolmogorov-


Smirnov. A estatística descritiva foi realizada através da média, desvio padrão e intervalo de
confiança de 95% (ICs). A confiabilidade "teste-reteste" foi calculada a partir dos dados de 20
jogadores selecionados aleatoriamente que realizaram duas vezes a bateria de testes utilizada
no presente estudo, sendo respeitado um intervalo de 1 semana entre as 2 coletas. Os testes
foram realizados no mesmo horário e no mesmo dia da semana. Além disso, o número de
tentativas tanto no teste quanto no reteste foi o mesmo para todas as avaliações. Os dados
obtidos na primeira e segunda sessão de testes foram avaliados quanto à confiabilidade,
utilizando-se coeficientes de correlação intraclasse (CCI, modelo misto bidirecional) para
determinar a concordância absoluta e os coeficientes de variação (CV), calculados como DP ( /
média x 100 e o erro técnico de medida (ETM), sendo calculado pela divisão do DP das
diferenças entre os resultados das duas coletas por √2.
Os coeficientes de correlação de Pearson foram utilizados inicialmente para avaliar as
relações entre coordenação motora e maturação com tempo de agilidade, tempo de percepção e
tomada de decisão, tempo de resposta do movimento e tempo de mudança de direção. As
86
magnitudes das relações foram baseadas nos critérios propostos por Hopkins : r = 0 a 0,1
(trivial); 0,11 a 0,3 (pequeno); 0,31 a 0,5 (moderado); 0,51 a 0,7 (alto); 0,71 a 0,9 (muito alto);
0,91 -1,0 (quase perfeito). A regressão linear foi utilizada para verificar a influência da
coordenação motora nos componentes da agilidade e na capacidade de mudança de direção
controlando o efeito da maturação. Para isso, inserimos a coordenação motora como variável
independente e a maturação como covariável. As variáveis tempo de percepção e tomada de
decisão, tempo de resposta do movimento e tempo de mudança de direção foram inseridas como
variáveis dependentes. A multicolinearidade entre as variáveis independentes foi testada através
dos testes fator de inflação da variância (FIV) e Durbin-Watson. A falta de colinearidade
indicou uma fraca associação entre coordenação motora e maturação. A significância estatística
para todos os testes foi estabelecida em p <0,05. Todas as análises estatísticas foram realizadas
utilizando o pacote Estatístico as estatísticas IBM SPSS (Versão 24.0; IBM Corporation, NY,
EUA).
46

7. RESULTADOS

Os dados descritivos para caracterização dos 87 adolescentes praticantes de futebol


analisados estão apresentados na tabela 1 e os valores de confiabilidade das medidas
antropométricas, tarefas motoras do teste KTK e dos componentes dos testes de agilidade e
mudança de direção estão apresentados na Tabela 2.

Tabela 1. Média, desvio padrão e intervalo de confiança dos valores referentes às variáveis
antropométricas, tarefas motoras do teste KTK, teste de velocidade de mudança de direção e
dos componentes do teste de agilidade (n = 87).

Variáveis Média (± DP) CI 95% (min – máx.)

Variáveis antropométricas
Idade (anos) 14.17 (± 1.10) (13.93 – 14.40)
Massa corporal (Kg) 55.79 (± 9.64) (53.74 – 57.85)
Estatura (cm) 164.31 (± 9.20) (162.35 – 166.27)
Estatura tronco-cefálica (cm) 84.42 (± 5.68) (83.20 – 85.63)

Maturação (anos) 0.12 (± 1.15) (-0.12 - 0.36)

Tarefas motoras do teste KTK


(pontuação bruta)
Trave de equilíbrio 55.47 (± 12.41) (52.85 – 58.12)
Saltos monopedais 66.24 (± 14.73) (63.10 – 69.38)
Saltos laterais 65.91 (± 19.48) (61.75 – 70.06)
Transferência sobre plataforma 73.22 (± 15.30) (69.96 – 76.48)

Teste de velocidade de mudança de


direção
Tempo de mudança de direção (s) 2.371 (± 0.149) (2.339 – 2.403)

Teste de agilidade (VRAT)


Tempo de percepção e tomada de decisão (s) 0.177 (± 0.71) (0.162 – 0.192)
Tempo de resposta de movimento (s) 1.053 (± 0.105) (1.030 – 1.075)
Tempo de agilidade (s) 1.231 (± 0.139) (1.201 – 1.260)

CI95%: 95% intervalo de confiança. DP: desvio padrão.


47

Table 2. Confiabilidade das medidas antropométricas, pontuações brutas das quatro tarefas do
teste KTK, teste de velocidade de mudança de direção e dos componentes e componentes do
teste de agilidade.

Variáveis CCI (%) CV (%) ETM

Anthropometric Measures

Massa corporal (Kg) 0.99 0.92 0.53


Estatura (cm) 0.99 0.31 0.76
Estatura tronco-cefálica (cm) 0.99 0.60 0.48

Tarefas motoras do teste KTK


(pontuação bruta)
Trave de equilíbrio 0.96 3.57 2.46
Saltos monopedais 0.80 5.09 4.17
Saltos laterais 0.97 6.46 2.84
Transferência sobre plataforma 0.91 4.12 2.77

Teste de velocidade de mudança de direção


CODS time (s) 0.85 3.04 0.09

Teste de agilidade
Tempo de percepção e tomada de decisão (s) 0.81 16.75 0.04
Tempo de resposta do movimento (s) 0.80 3.14 0.04
Tempo de agilidade (s) 0.87 2.85 0.04
*CCI = coeficiente de correlação intraclasse; CV: coeficiente de variação; ETM: Erro típico da
medida.

Associações entre coordenação motora e os componentes da agilidade são mostradas na


Figura 3. Não foi encontrada correlação significativa entre coordenação motora e tempo de
percepção e tomada de decisão (r = -0,10, p = 0,34). Entretanto, a coordenação motora teve uma
alta correlação negativa com o tempo de resposta ao movimento (r = -0,62, p = 0,001) e o tempo
de agilidade (r = -0,52, p = 0,001). Além disso, a coordenação motora teve uma correlação
negativa moderada com o tempo de mudança de direção (r = -0,47, p = 0,001).
48

Tempo de resposta do
Tempo de percepção e

Tempo de agilidade
tomada de decisão

Coordenação movimento Coordenação motora Coordenação motora


motora
Figura 12. Gráficos de correlação de Pearson, entre coordenação motora e tempo de percepção e tomada
de decisão, tempo de resposta ao movimento e tempo de agilidade.

No que diz respeito às correlações entre maturação e os componentes do teste de


agilidade e mudança de direção, nossos resultados revelaram que a maturação não apresentou
correlação significativa com as variáveis tempo de percepção e tomada de decisão (r = -0,05, p
= 0,64) e coordenação motora (r = -0,146, p = 0,17). Também foi observado que a maturação
teve uma pequena correlação negativa com os tempos de agilidade (r = -0,25, p = 0,01) e
resposta do movimento (r = -0,30, p = 0,005). Bo entanto, foi possível observar que a maturação
apresentou uma correlação negativa moderada com o tempo de mudança de direção (r = -0,35,
p = 0,001).

As análises de regressão são apresentadas na Tabela 3. Considerando o efeito da


maturação, cada aumento nos escores de coordenação motora resultou em uma melhoria
significativa no tempo de agilidade (β = -0,023 s; p <0,001), tempo de resposta do movimento
(β = -0,021s; p <0,001) e tempo de mudança de direção (β = -0,021s; p <0,001). Além disso,
também foi observado que a maturação esteva associado negativamente ao tempo de resposta
do movimento (β = -0,021 s; p = 0,012), tempo de mudança de direção (β = -0,038 s; p = 0,002).
49

Tabela 3. Variação percentual do R² (∆R²), coeficientes não padronizados (b) e padronizados


(β) e valor de p obtidos do modelo de regressão linear em relação aos componentes dos testes
de mudança de direção e agilidade controlando o efeito da maturação.

Variável Modelo Preditor ∆R² B β p

Tempo de agilidade (s) 1 Coordenação motora 0,275 -0,024 -524 0,000**

Coordenação motora - 0,023 -498 0,000**


2 0,031
Maturação -0,022 -180 0,057

Tempo de percepção e
1 Coordenação motora 0,010 -0,002 -0,102 0,346
tomada de decisão (s)

Coordenação motora -0,002 -0,097 0,380


2 0,002
Maturação -0,002 -0,036 0,742

Tempo de resposta do
1 Coordenação motora 0,385 -0,022 -0,621 0,000**
movimento (s)

Coordenação motora -0,021 -0,589 0,000**


2 0,045
Maturação -0,020 -0,214 0,012**

Tempo de mudança de
1 Coordenação motora 0,222 -0,023 -0,471 0,000**
direção (s)

Coordenação motora -0,021 -0,428 0,000**


2 0,086
Maturação -0,038 -0,296 0,002**
**Significante a nível de 0,01; *Significante a nível de 0,05.
50

8. DISCUSSÃO

De acordo com o nosso conhecimento, este é o primeiro estudo a investigar a relação


entre coordenação motora e os componentes da agilidade em jovens jogadores de futebol,
controlando a maturação. Os principais achados foram: a coordenação motora apresentou uma
correlação significativa tanto com o desempenho da agilidade quanto com a velocidade de
mudança de direção, contribuindo significativamente para a variação dos componentes dessas
variáveis, principalmente em relação ao tempo de resposta do movimento. Esses achados
confirmam parcialmente nossa hipótese, visto que a coordenação motora apresentou uma
correlação significativa apenas com os componentes físicos da agilidade, representados pela
variável tempo de resposta do movimento, não sendo encontrada correlação significativa entre
a coordenação motora e os componentes cognitivos da agilidade, representados pela variável
tempo de percepção e tomada de decisão. Além disso, é importante destacar que foi observado
que esses achados não sofreram influências significativas da maturação.
Partindo do entendimento de que a coordenação motora é a capacidade responsável pela
interação entre os sistemas senso-neuro-muscular 8, foi pressuposto que a coordenação motora
1, 9, 10
estaria associada ao desempenho da agilidade em adolescentes . Os achados atuais
corroboram com esta fundamentação teórica, uma vez que este é o primeiro estudo a demonstrar
experimentalmente a relação entre coordenação motora e o desempenho da agilidade em jovens
adolescentes. Além disso, fomos mais além, estamos adicionando à literatura informações sobre
como a coordenação motora está relacionada com os diferentes componentes da agilidade, em
vez de relacionar apenas a agilidade em si. Entretanto, comparações diretas dos resultados aqui
apresentados e os resultados de outros estudos não foram possíveis devido à falta de estudos
experimentais sobre a relação entre a coordenação motora e o desempenho da agilidade.
O tempo de percepção e tomada de decisão foi o componente da agilidade que não se
correlacionou com a coordenação motora. Isso pode ser explicado pelo fato de que o tempo de
percepção e tomada de decisão parece ser predominantemente influenciado pelos sistemas
sensorial e neural, com pouco envolvimento do sistema motor 87. No entanto, considerando que
a variável tempo de percepção e tomada de decisão foi avaliada de maneira indireta, cuja sendo
representada pelo intervalo de tempo entre a apresentação do estímulo e o posicionamento do
pé de apoio do avaliado, pode-se dizer que, mesmo durante esse intervalo de tempo poderá
haver um envolvimento do sistema motor através de uma pré-ativação muscular preparatória,
cujo nível de pré-ativação muscular parece depender da capacidade de detectar sinais relevantes
no ambiente (antecipação) 88. Isso foi observado no estudo de Spiteri et al. 88 que demonstrou
51

através da utilização de um teste de agilidade reativa multidirecional juntamente com uma


avaliação eletromiográfica, que jogadores adultos da elite do basquetebol que reagiram e
tomaram decisões mais rapidamente frente a um estímulo tinham um maior grau de pré-ativação
muscular, o que requer altos níveis de coordenação motora. Portanto, pode-se pressupor que os
participantes deste estudo não foram capazes de tirar proveito da capacidade de pré-ativação
muscular e, consequentemente, da coordenação motora durante a fase de percepção e tomada
de decisão por serem jovens adolescentes e não possuírem essa capacidade tão bem
desenvolvida, no entanto, essa suposição requer uma investigação mais aprofundada.
O tempo de resposta do movimento foi o componente da agilidade que apresentou a
maior correlação com a coordenação motora. Uma possível explicação para este resultado é que
imediatamente após a tomada de decisão ocorre uma série de ajustes posturais, o que requer um
88, 89
alto grau de coordenação motora para sincronizar os sistemas sensorio-neuro-muscular .
Esses ajustes posturais permitem uma eficaz aplicação de força reativa que depende de um
elevado grau de coordenação inter e intramuscular capaz de promover uma adequada transição
de ações musculares excentricas para concêntricas com objetivo de realizar uma eficiente
propulsão e aceleração lateral 11, 90. Em vista deste resultado, destacamos que o presente estudo
é o primeiro a demonstrar experimentalmente que, de fato, a coordenação motora explica uma
quantidade significativa da variação no tempo de resposta do movimento.
Embora o teste de mudança de direção seja um teste pré-planejado e de baixa
complexidade, o que poderia levar a uma demanda reduzida de coordenação motora 55, 89, 91 foi
observada uma associação negativa moderada entre coordenação motora e o tempo de mudança
de direção. Esse resultado foi semelhante ao encontrado na correlação entre coordenação
motora e o tempo de agilidade, pois, embora a classificação utilizada 86 indique uma diferença
entre essas correlações, os valores observados foram muito próximos. Diante disso, pode-se
dizer que a coordenação motora desempenha um papel de grande importância tanto para o
desempenho da agilidade quanto para a velocidade de mudança de direção.
Uma decisão importante neste estudo foi controlar o efeito da maturação, uma vez que
a maturação é considerada um fator de confusão que pode influenciar diretamente no
92
desempenho físico e, portanto, o não-controle dessa variável pode gerar interpretações
inadequadas dos resultados. As análises de regressão mostraram que a coordenação motora
influenciou significativamente o tempo de resposta do movimento, o tempo de agilidade e o
tempo de mudança de direção, independentemente da maturação. Pois, embora a maturação
tenha uma forte relação com as capacidades condicionais, o aprendizado motor e o desempenho
dessas capacidades dependem da ação conjunta das capacidades coordenativas com as
52

93, 94
capacidades sensoriais, perceptivas e condicionais . Isso foi corroborado pelos resultados
do presente estudo, visto que a maturação e a coordenação motora juntas foram capazes de
explicar significativamente o tempo de resposta do movimento e o tempo de mudança de
direção. Vale destacar, ainda, que essas duas variáveis parecem depender significativamente
dos aspectos físicos (por exemplo, força e potência) quando comparadas com as demais
variáveis testadas neste estudo 1. No entanto, embora as adaptações relacionadas à maturação
promovam melhorias no desempenho físico, especialmente em tarefas que exijam força
explosiva, potência e velocidade, o aproveitamento adequado dessas adaptações dependerá
significativamente do nível de coordenação motora do indivíduo 93, 94.
Diante do exposto até aqui e reconhecendo que alguns adolescentes poderão apresentar
uma redução temporária nos níveis de coordenação motora devido ao rápido crescimento
corporal durante o processo maturacional, o que pode prejudicar temporariamente o
78
desempenho físico , vale destacar a importância de desenvolver e refinar a coordenação
motora em todas as fases de desenvolvimento. Visto que aumentos nos níveis de coordenação
motora podem levar a melhorias no desempenho físico, onde pequenos ganhos podem fazer
uma grande diferença, especialmente no ambiente esportivo. Essa afirmação pode ser
corroborada pelos nossos resultados, assim como os resultados de estudos anteriores 21, 95. Além
disso, os resultados aqui apresentados demonstram que a coordenação motora é uma capacidade
independente da maturação, ou seja, ela não depende apenas do desenvolvimento natural e
adaptações ocorridas durante a adolescência, mas também requer um treinamento apropriado
para que o seu desenvolvimento ocorra da melhor maneira possível.

9. CONCLUSÃO

Diante do exposto, conclui-se que a coordenação motora está associada com a agilidade,
mais especificamente com o componente físico tempo de resposta do movimento,
demonstrando que um melhor ajuste motor pós-estímulo resulta em um desempenho de
agilidade mais rápido e preciso em jovens jogadores de futebol.
53

10. APLICAÇÕES PRÁTICAS

Os resultados deste estudo sugerem que professores/treinadores devem procurar incluir


atividades com o objetivo de desenvolver a coordenação motora, além do treinamento
tradicional de futebol, a fim de promover melhorias no desempenho da agilidade. Pois, como
foi visto através dos resultados deste estudo, avaliar, refinar e desenvolver a coordenação
motora na época do estirão do crescimento parece uma abordagem sensata, devido aos possíveis
decréscimos temporários na coordenação motora decorrente do rápido crescimento corporal.
Entre as abordagens que podem ser adotadas para o desenvolvimento e/ou aprimoramento da
coordenação motora e competência na realização de movimentos que envolvam agilidade e
velocidade de mudança de direção, os profissionais podem considerar o uso de uma estratégia
de microdose, na qual alguns exercícios específicos são rotineiramente prescritos no início das
sessões voltadas para o desenvolvimento de habilidades técnicas. Essa abordagem poderá
fornecer uma exposição consistente aos desafios relevantes do movimento e desenvolver um
acúmulo adequado de estímulos (doses de treino) dentro dos limites e realidades dos programas
esportivos voltados para jovens atletas que possuem uma disponibilidade de tempo limitada.
54

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59

ANEXOS

ANEXO I- Termo e assentimento da criança do estudo

TERMO DE ASSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TALE)

Você está sendo convidado a participar da pesquisa O EFEITO DO TREINAMENTO


NEUROMUSCULAR INTEGRATIVO NO DESEMPENHO MOTOR E NA TOMADA DE
DECISÃO NO FUTEBOL EM JOVENS ADOLESCENTES DE 12 A 16 ANOS, coordenada
pelo professor Glauber de Brito Menezes, telefone (85) 98898-2488.
Queremos avaliar os efeitos do treinamento neuromuscular integrativo, pois esse
treinamento pode te ajudar a tomar decisões corretas durante um jogo de futebol, assim como
realizar os movimentos corretos na hora certa e dessa maneira irá favorecer um melhor
desempenho no futebol, além disso observaremos se você está crescendo e desenvolvendo mais
que os seus amigos da mesma turma.
Você só precisa participar da pesquisa se quiser, é um direito seu e não terá nenhum
problema se desistir. As crianças que irão participar desta pesquisa têm de 12 a 16 anos de
idade.
A pesquisa será feita na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) no
projeto de extensão GOLAÇO que você já faz parte, através de um programa de treinamento
físico durante 3 meses, com duração de 20 minutos, duas vezes por semana, onde você poderá
ver o quanto de forte, equilibrado, flexível, ágil, resistente e se você consegue realizar dois
exercícios ao mesmo tempo sem se distrair. Queremos também saber antes de iniciar a pesquisa,
o quanto de tempo que você gasta fazendo atividades físicas, esses testes serão realizados no
início e no final do período da pesquisa. Além disso, você participará de 4 partidas de futebol
(2 antes e 2 depois da pesquisa) , que serão filmadas para avaliar como você se saiu nessas
partidas. E por final será realizada a coleta salivar, que tem por objetivo analisar se as alterações hormonais
podem influenciar nos resultados de alguns testes que serão realizados neste trabalho. Durante a pesquisa,
será usado colchonetes, escada de coordenação, cones, balança, fita métrica, instrumento de
medição de ossos e gordura corporal. Esse treinamento é considerado seguro, mas é possível a
previsão de riscos mínimo, ou seja, o risco que você corre é semelhante àquele sentido num
exame físico ou psicológico de rotina. Caso aconteça algo errado, você pode me procurar pelo
telefone que tem no começo do texto. Mas há coisas boas que podem acontecer como melhorar
o seu desempenho no futebol, assim como melhorar o seu equilíbrio, força muscular e agilidade.
60

Se você morar longe da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, nós daremos a
seus pais dinheiro suficiente para transporte, para também acompanhar a pesquisa.
Ninguém saberá que você está participando da pesquisa; não falaremos a outras pessoas,
nem daremos a estranhos as informações que você nos der. Os resultados da pesquisa vão ser
publicados apenas em congressos ou publicações científicas, mas sem identificar os
adolescentes que participaram.

CONSENTIMENTO PÓS INFORMADO


Eu aceito participar da pesquisa O
EFEITO DO TREINAMENTO NEUROMUSCULAR INTEGRATIVO NO DESEMPENHO
MOTOR E NA TOMADA DE DECISÃO NO FUTEBOL EM JOVENS ADOLESCENTES
DE 12 A 16 ANOS.
Entendi as coisas ruins e as coisas boas que podem acontecer.
Entendi que posso dizer “sim” e participar, mas que, a qualquer momento, posso dizer
“não” e desistir e que ninguém vai ficar com raiva de mim.
Os pesquisadores tiraram minhas dúvidas e conversaram com os meus responsáveis.
Recebi uma via deste termo de assentimento. A outra via ficará com o pesquisador
responsável (nome do pesquisador responsável). Li o documento e concordo em participar da
pesquisa.

Natal, de _de .

Assinatura do menor Assinatura do pesquisador


61

ANEXO II- Termo de consentimento do pai ou responsável pela criança do estudo

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE


Esclarecimentos
Estamos solicitando a você a autorização para que o menor pelo qual você é responsável
participe da pesquisa: O EFEITO DO TREINAMENTO NEUROMUSCULAR
INTEGRATIVO NO DESEMPENHO MOTOR E NA TOMADA DE DECISÃO NO
FUTEBOL EM JOVENS ADOLESCENTES DE 12 A 16 ANOS, que tem como pesquisador
responsável Glauber de Brito Menezes, (85) 98898-2488.
Esta pesquisa pretende analisar o efeito do treinamento neuromuscular integrativo – INT
(INT é definido como um programa de treinamento que incorpora atividades gerais (por
exemplo, habilidades motoras fundamentais) e específicas de força e condicionamento com o
objetivo de reduzir lesões, melhorar o desempenho esportivo e desempenho de habilidades
motoras, que podem ter influência direta durante as ações do esporte (futebol), por exemplo nas
decisões tomadas durante o jogo e assim proporcionar um maior desempenho esportivo.
O motivo que nos leva a fazer este estudo partiu do entendimento que apesar dos vários
trabalhos realizados sobre a importância da capacidade do jogador em tomar decisões
adequadas (escolher como tocar e para quem tocar), poucos apresentam algum modelo de
treinamento físico capaz de melhorar essas habilidades.
Caso você decida autorizar, ele deverá realizar algumas avaliações bastante simples
como o tempo que ele gasta fazendo atividades físicas, avaliação da composição corporal
(quantidade de gordura e músculos que ele tem), a força, flexibilidade, agilidade, resistência
muscular e se ele consegue realizar dois exercícios ao mesmo tempo sem se distrair. Além disso,
ele participará de 4 partidas de futebol (2 antes e 2 depois da pesquisa) , que serão filmadas para
avaliar como ele se saiu nessas partidas. E por final realizará a coleta de saliva, que tem por
objetivo analisar a relação entre o nível de testosterona e o desempenho em alguns testes que
serão realizados neste trabalho, tal coleta acontecerá de forma não invasiva e a previsão de
riscos é mínima, ou seja, não trará prejuízo à saúde. As atividades práticas (treinamento do
neuromuscular integrativo) serão apropriadas para a idade dos adolescentes e todas as aulas
serão supervisionadas pelos pesquisadores. As avaliações citadas anteriormente serão
realizadas no início e no final do período da pesquisa para verificar se houve alteração no
desempenho dos testes após a aplicação do treinamento.
62

A previsão de riscos é mínima, ou seja, o risco que ele corre é semelhante àquele sentido
num exame físico ou psicológico de rotina. Podendo também o participante passar por
sensações de constrangimento durante gravações de vídeo, resultando em experiências
negativas. Para tanto, profissionais qualificados estarão à disposição para tais eventualidades.
Ainda, as avaliações e o próprio treinamento poderão ser interrompidos a qualquer momento
pelos avaliadores quando houver sinais de cansaço ou pelo próprio participante caso queira, se
este sentir qualquer desconforto de qualquer natureza e ele terá como benefício uma possível
melhora do seu desempenho no futebol.
Em caso de algum problema que ele possa ter, relacionado com a pesquisa, ele terá
direito a assistência gratuita que será prestada de esclarecimento e resposta a qualquer pergunta;
a liberdade de abandonar a pesquisa a qualquer momento sem prejuízo para si; a garantia de
privacidade à sua identidade e do sigilo de suas informações; a garantia de que caso haja algum
dano à dano à criança/adolescente os prejuízos serão assumidos pelo pesquisador ou pela
instituição responsável, inclusive acompanhamento médico e hospitalar.
Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas ligando para Glauber
de Brito Menezes, Telefone: (85) 988982488. E-mail de contato:
glauber.brito.menezes@gmail.com. Você tem o direito de recusar sua autorização, em qualquer
fase da pesquisa, sem nenhum prejuízo para você e para ele.
Os dados que você ele irá nos fornecer serão confidenciais e serão divulgados apenas
em congressos ou publicações científicas, sempre de forma anônima, não havendo divulgação
de nenhum dado que possa lhe identificar.
Esses dados serão guardados pelo pesquisador responsável por essa pesquisa em local
seguro e por um período de 5 anos. Se você ou o seu acompanhante tiverem alguns gastos pela
sua participação nessa pesquisa, eles serão assumidos pelo pesquisador e reembolsado para
vocês. Se você sofrer qualquer dano decorrente desta pesquisa, sendo ele imediato ou tardio,
previsto ou não, você será indenizado.
Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá ligar para Comitê de Ética
em Pesquisa – instituição que avalia a ética das pesquisas antes que elas comecem e fornece
proteção aos participantes das mesmas – da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, nos
telefones (84) 3215-3135 / (84) 9.9193.6266, através do e-mail cepufrn@reitoria.ufrn.br ou
pelo formulário de contato do site <www.cep.propesq.ufrn.br> . Você ainda pode ir
pessoalmente à sede do CEP, de segunda a sexta, das 08:00h às 12:00h e das 14:00h às 18:00h,
na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Campus Central. Lagoa Nova. Natal/RN.CEP
63

59078-970. Este documento foi impresso em duas vias. Uma ficará com você e a outra com o
pesquisador responsável Glauber de Brito Menezes.

Consentimento Livre e Esclarecido


Eu, , representante
legal do menor , autorizo sua
participação na pesquisa O EFEITO DO TREINAMENTO NEUROMUSCULAR
INTEGRATIVO NO DESEMPENHO MOTOR E NA TOMADA DE DECISÃO NO
FUTEBOL EM JOVENS ADOLESCENTES DE 12 A 16 ANOS.
Esta autorização foi concedida após os esclarecimentos que recebi sobre os
objetivos, importância e o modo como os dados serão coletados, por ter entendido os riscos,
desconfortos e benefícios que essa pesquisa pode trazer para ele e por ter compreendido todos
os direitos que ele(a) terá como participante e eu como seu representante legal.
Autorizo, ainda, a publicação das informações fornecidas por ele(a) em
congressos e/ou publicações científicas, desde que os dados apresentados não possam
identificá-lo(a).

Natal, _ de de

Assinatura do representante legal


64

Declaração do pesquisador responsável

Como pesquisador responsável pelo estudo O EFEITO DO TREINAMENTO


NEUROMUSCULAR INTEGRATIVO NO DESEMPENHO MOTOR E NA TOMADA DE
DECISÃO NO FUTEBOL EM JOVENS ADOLESCENTES DE 12 A 16 ANOS, declaro que
assumo a inteira responsabilidade de cumprir fielmente os procedimentos metodologicamente
e direitos que foram esclarecidos e assegurados ao participante desse estudo, assim como
manter sigilo e confidencialidade sobre a identidade do mesmo.
Declaro ainda estar ciente que na inobservância do compromisso ora assumido estarei
infringindo as normas e diretrizes propostas pela Resolução 466/12 do Conselho Nacional de
Saúde – CNS, que regulamenta as pesquisas envolvendo o ser humano.

Natal / /

Assinatura do pesquisador responsável


65

ANEXO III- CARTA DE ANUÊNCIA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE


CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
PROGRAMA DE PÓS - GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

Por ter sido informado verbalmente e por escrito sobre os objetivos e metodologia da
pesquisa intitulada O EFEITO DO TREINAMENTO NEUROMUSCULAR
INTEGRATIVO NO DESEMPENHO MOTOR E NA TOMADA DE DECISÃO NO
FUTEBOL EM JOVENS ADOLESCENTES DE 12 A 16 ANOS, coordenada pelo Professor
Dr. Arnaldo Luis Mortatti, concordo em autorizar a realização das etapas: Avaliação do nível
de atividade física através do uso de um acelerômetro, avaliação do nível de testosterona (coleta
salivar), avaliação antropométrica (maturação somática), avaliação do desempenho motor
coordenado através da bateria de testes KTK, realização dos testes de agilidade, Shuttle run
(corrida de ida e volta) e agilidade reativa e aplicação do treinamento neuromuscular integrativo
e avaliação da tomada de decisão esportiva nesta Instituição que, dentro do projeto de extensão
golaço.
Esta Instituição está ciente de suas corresponsabilidades como instituição coparticipante
do presente projeto de pesquisa, e de seu compromisso no resguardo da segurança e bem-estar
dos sujeitos de pesquisa nela recrutados, dispondo de infraestrutura necessária para a garantia
de tal segurança e bem-estar.
Esta autorização está condicionada à aprovação prévia da pesquisa acima citada por um
Comitê de Ética em Pesquisa e ao cumprimento das determinações éticas propostas na
Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde – CNS e suas complementares. O
descumprimento desses condicionamentos assegura-me o direito de retirar minha anuência a
qualquer momento da pesquisa.
Natal
06/09/2019
CPF:15986356896 MATRÍCULA:1793257
66

ANEXO IV

TERMO DE AUTORIZAÇÃO PARA USO DE IMAGENS (FOTOS E VÍDEOS) PARA


MENOR DE IDADE

Eu, , AUTORIZO o Professor Dr. Arnaldo Luis


Mortatti, professor do Programa de Pós-Graduação em Educação Física da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte e coordenador da pesquisa intitulada: O EFEITO DO TREINAMENTO
NEUROMUSCULAR INTEGRATIVO NO DESEMPENHO MOTOR E NA TOMADA DE
DECISÃO NO FUTEBOL EM JOVENS ADOLESCENTES DE 12 A 16 ANOS a fixar, armazenar e
exibir a imagem de por meio de foto ou vídeo com o fim específico
de inseri-la nas informações que serão geradas na pesquisa, aqui citada, e em outras publicações dela
decorrentes, quais sejam: revistas científicas, congressos e jornais.
A presente autorização abrange, exclusivamente, o uso de imagem para os fins aqui
estabelecidos e deverá sempre preservar o anonimato. Qualquer outra forma de utilização e/ou
reprodução deverá ser por mim autorizada.
O pesquisador responsável Glauber de Brito Menezes, assegurou-me que os dados serão
armazenados em HD interno, sob sua responsabilidade, por 5 anos, e após esse período, serão destruídas.
Assegurou-me, também, que a participação na pesquisa poderá ser interrompida a qualquer
momento, assim como a posse ou solicitação das imagens.

Natal, de de .

Assinatura do responsável pelo menor

Assinatura do pesquisador responsável

ESTE DOCUMENTO DEVERÁ SER ELABORADO EM DUAS VIAS; UMA FICARÁ COM O
PARTICIPANTE E OUTRA COM O PESQUISADOR RESPONSÁVEL.
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ANEXO V

FICHA DE COLETA DE DADOS (TESTE DE COORDENAÇÃO


MOTORA – KTK)
Nome: _____________
Data de Nascimento: Data da Avaliação: Sexo: ( ) M ( ) F
Avaliador Responsável: _______________________________

PLANILHA DA TAREFA TRAVE DE EQUILÍBRIO


Trave 1 2 3 Soma
6,0 cm
4,5 cm
3,0 cm
Total

PLANILHA DA TAREFA SALTO MONOPEDAL

ALT 00 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 Soma
Direita
Esquerda
Total

PLANILHA DA TAREFA DO SALTO LATERAL

Saltar 15 segundos 1 2 Soma

PLANILHA DA TAREFA TRANSFERÊNCIA SOBRE PLATAFORMA

1 2 Soma
Deslocar 20 segundos

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