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Palhoça
2012
RAFAEL LUIZ DE ANDRADE
MOTIVAÇÃO À PRÁTICA DE MUSCULAÇÃO:
UM ESTUDO NAS ACADEMIAS DE SÃO JOSÉ
Palhoça
2012
RAFAEL LUIZ DE ANDRADE
MOTIVAÇÃO À PRÁTICA DA MUSCULAÇÃO:
UM ESTUDO NAS ACADEMIAS DE SÃO JOSÉ
________________________________________________
Prof. e Orientadora Elinai dos Santos Freitas Schutz, Msc.
Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL)
______________________________________
Prof. Rafael Andreis, Msc.
Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL)
______________________________________ Prof.
Tatiana Marcela Rotta, Msc.
Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL)
AGRADECIMENTOS
Primeiramente quero agradecer a Deus por ter me dado saúde e força de
vontade na construção desse trabalho.
Quero agradecer em especial ao Exército Brasileiro por ter dado
oportunidade de estudar e trabalhar durante sete anos da minha vida, também quero
agradecer a minha chefe Major Márcia Regina que me ajudou muito nessa jornada.
A toda minha família, em especial meus pais, por todo tipo de apoio que
recebi deles.
Agradecer também a professora Elinai dos Santos Freitas Schütz, que me
orientou durante um ano em meu Trabalho de Conclusão de Curso.
A professora Vívian Lamounier que me deu a oportunidade em estagiar
em sua academia.
E todas as pessoas que participaram do questionário que dispuseram do
seu tempo para responder as questões.
RESUMO
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................9
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA E PROBLEMA...............................................9
1.2 OBJETIVO GERAL..............................................................................................10
1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS................................................................................10
1.4 JUSTIFICATIVA...................................................................................................11
2 REVISÃO DE LITERATURA...................................................................................13
2.1 MOTIVAÇÃO........................................................................................................13
2.1.1 Motivação intrínseca.........................................................................................15
2.1.2 Motivação extrínseca........................................................................................17
2.1.3 Estudos sobre fatores motivacionais................................................................18
2.2 ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE.............................................................................20
2.2.1 Estresse............................................................................................................24
2.2.2 Saúde................................................................................................................25
2.2.3 Sociabilidade.....................................................................................................27
2.2.4 Competitividade.................................................................................................29
2.2.5 Prazer................................................................................................................30
2.2.6 Estética..............................................................................................................31
3 MÉTODO.................................................................................................................33
3.1 TIPO DE PESQUISA............................................................................................33
3.2 PARTICIPANTES DA PESQUISA.......................................................................33
3.3 INSTRUMENTO DE PESQUISA.........................................................................33
3.4 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS....................................................34
3.5 ANÁLISE DOS DADOS.......................................................................................35
4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS......................................36
4.1 AMOSTRA GERAL..............................................................................................36
4.2 AMOSTRA POR SEXO........................................................................................37
4.3 AMOSTRA POR FAIXA ETÁRIA.........................................................................40
5 CONCLUSÃO E SUGESTÕES...............................................................................43
REFERÊNCIAS..........................................................................................................44
ANEXOS.....................................................................................................................49
9
1 INTRODUÇÃO
1.4 JUSTIFICATIVA
autores indicam então que a saúde foi o motivo principal para a prática da
musculação e salientam ser questão primordial na vida dos indivíduos entrevistados.
Concordando com esses achados, Balbinotti e Capozzoli (2008),
buscaram identificar os aspectos motivacionais nos usuários de academias de
ginástica, e tiveram como resultados a saúde como fator mais motivador para os
praticantes.
Sendo assim, a partir do número cada vez mais crescente de academias
de musculação, com este estudo busca-se conhecer a realidade motivacional no
município de São José buscando colaborar com os profissionais de Educação Física,
bem como gestores de academias no desenvolvimento de ações que busquem
fidelizar seus clientes.
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2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 MOTIVAÇÃO
Física, porque eles não trabalham apenas com atletas, mas, também, com alunos
que são, às vezes, forçados a praticar esportes. Neste sentido, os profissionais
precisam estar atentos a seus alunos. Às vezes, essa desmotivação pode acontecer
pelo elevado nível de cobrança ou pelo baixo nível de atividade.
Howley e Franks (2000) destacam que o profissional de Educação Física
deve, sempre, se preocupar com a motivação em dois níveis. O primeiro nível é
conseguir com que as pessoas comecem a seguir um programa de exercício físico.
As pessoas são educadas e orientadas a seguirem comportamentos saudáveis (a
maioria tem consciência de que devem fazer atividade física regular), porém, são
necessários programas adequados, que proporcionem contato e orientação de
profissionais, para complementar as informações a respeito da saúde. O segundo
nível é verificar o que pode ser feito para que as pessoas continuem a fazer
exercícios, regularmente, como estilo de vida. Atenção individual, objetivos
realísticos, participações em grupos, envolvimentos de cônjuges ou pessoas
importantes, contratos e programas que minimizam as lesões, todos esses itens
podem ajudar os praticantes a continuarem nos programas de exercícios.
Segundo Knijnik, Greguol e Santos (2005), para o estudo da motivação,
deve-se levar em consideração o mundo interior das pessoas e que, nesse mundo,
forças diferentes interagem para a tomada de decisão. Tal decisão leva a escolha de
um caminho que garante a elas o interesse e a interpretação de seus próprios
desejos inconscientes. Para os autores, entender esse complexo intrincado de forças
motivadoras deve ser preocupação necessária da prática do profissional.
Cada indivíduo possui duas tendências de fatores motivacionais:
tendência a chegar ao sucesso e a evitar o fracasso. O sucesso é definido como a
capacidade de sentir orgulho e prazer na realização das tarefas. Já o fracasso pode
ser analisado como experimentar a vergonha, humilhação em não ter conseguido
alcançar os objetivos. O comportamento de uma pessoa é influenciado por esses
dois componentes motivacionais (SAMULSKI, 2002).
Para Sage (1977 apud WEINBERG; GOULD, 2001), à motivação pode
ser definida, simplesmente, como a direção e a intensidade de nossos esforços.
A motivação também foi estudada da perspectiva teórica das orientações
motivacionais intrínsecas e extrínsecas (ELLIOTT; MESTER, 2000).
Com isso, os psicólogos do esporte e do exercício podem considerar a
15
Todos os estudos, que serão abordados logo abaixo, terão relação com
fatores motivacionais, controle de estresse, saúde, sociabilidade, competitividade,
prazer e estética.
Napoli e Sene (2008) realizaram estudos em praticantes de musculação
na cidade de Jaguaruna, em Santa Catarina, onde o objetivo era identificar os
principais motivos que levam as pessoas a procurarem academia para a prática do
exercício físico. O estudo foi realizado com 10 alunos, com idade entre 15 a 50 anos,
de ambos os sexos. O instrumento utilizado pelos autores foi o inventário de
motivação à prática regular de atividade física, adaptado por Balbinotti (2004). De
acordo com os resultados, a saúde é uma questão primordial na vida dos indivíduos
entrevistados, o prazer, estresse, social, estética e competição vieram em seguida.
Zambonato (2008) realizou um estudo, que teve como objetivo descrever
19
2.2.1 Estresse
2.2.2 Saúde
definições de saúde devem ser bem esclarecidas, tendo como um desafio de superar
as mais diversas dimensões (TOSCANO, 2001).
Ghorayeb e Barros (1999) seguem a mesma linha de Toscano (2001),
incluindo variadas dimensões referentes à saúde, podendo obter seis dimensões ou
domínios, dentre estas dimensões estão à física, que engloba não somente o quadro
clínico de uma pessoa, ou seja, a presença/ausência, gravidade/intensidade de
doenças orgânicas, como também a adoção de uma alimentação saudável, a não
utilização de hábitos nocivos à vida e, ainda, a utilização correta do nosso sistema
de saúde. Dimensão emocional, que engloba um adequado gerenciamento das
tensões do estresse e uma forte autoestima, somando um nível de inspiração com a
vida. Dimensão social são os relacionamentos com o próximo, o equilíbrio com o
ambiente e uma boa relação dentro de casa. Dimensão profissional é a clara
satisfação com o trabalho, sendo reconhecido profissionalmente na realização do
seu trabalho. Dimensão intelectual se utiliza na capacidade de criação em situações
diversas, agregando conhecimentos e partilhando o potencial com outras pessoas. E
por fim, dimensão espiritual, que encontra o propósito pela vida em valores éticos,
associados a pensamentos positivos e otimistas. Os autores relatam que todas as
dimensões ditas acima, são interligadas reciprocamente com saúde.
Portanto, a definição mais concreta e a mais convincente sobre saúde
vêm da Organização Mundial de Saúde (2011). A definição apareceu no preâmbulo
da constituição da OMS no final dos anos de 1940, e foi descrita da seguinte forma:
“a saúde é um estado de completo bem estar físico, mental e social, e não
meramente a ausência de doença ou enfermidade’’ (NIEMAN, 1999 p.4)”.
Essa definição recebeu algumas críticas por ser difícil de mensurar, a
OMS relatou que qualquer fragmentação de saúde deve considerar “a extensão pela
qual o indivíduo ou grupo é capaz de realizar suas absorvências, em satisfazer as
necessidades em modificar e enfrentar o ambiente”. A saúde é analisada como
recurso para a vida cotidiana alem de interagir com a sociedade e de adaptar-se ao
estresse, seja físico ou mental (NIEMAN, 2011).
Para Nahas (2010), a saúde é um dos nossos atributos mais preciosos. A
maioria das pessoas só pensa em manter ou melhorar a saúde. Para o autor, nos
dias de hoje, não se entende saúde apenas como um estado de ausência de
doenças. A saúde é considerada como uma condição humana com dimensões
físicas, sociais e psicológicas, formadas por um contínuo, onde, em suas
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2.2.3 Sociabilidade
2.2.4 Competitividade
sentimento de derrota pode ser um fator intrínseco em dar a volta por cima. No
entanto, a competitividade, dependendo do nível do atleta, pode passar dos limites,
despertando a falta de lealdade na tomada de algumas atitudes antidesportivas. A
falta de competitividade pode ser demonstrada em uma atitude física ou verbal
perante o adversário, pela desestabilização psicológica oferecida pela competição
(ESPORTE SOCIAL, 2011).
2.2.5 Prazer
Zambonato (2008 p. 26) destaca que “o ser humano, em geral, precisa ter
mais prazer pela vida, pois dessa maneira, se sentirá mais feliz, adaptando-se
melhor a sociedade, diante das constantes modificações”.
Pode-se afirmar, cada vez mais, que os benefícios advindos da prática da
atividade física redundam na melhora da qualidade de vida. Contudo, diversos
fatores podem ser determinantes para a escolha de uma atividade física, desde a
obtenção de saúde, estética, lazer, socialização e o prazer, dentre muitos outros
(SALVADOR, 2008).
Os sentimentos de prazer, experimentados pela participação em uma
atividade, cria a sensação de competição e autodeterminação. O prazer é uma
gratificação experimentada em uma conduta motivada intrinsecamente em definir a
operação dos níveis de motivação intrínseca (DECI; RYAN, 1985).
Um indivíduo, intrinsecamente motivado, ingressa na atividade física por
sua própria vontade, quer dizer, pela satisfação e pelo prazer de conhecer uma nova
atividade. Os comportamentos intrinsecamente motivados tem relação com o bem
estar, psicológico, interesse, prazer e persistência (RYAN; DACI, 2000b).
Raposo (1996 apud, FREITAS, 2002) destaca que a maioria das pessoas
prática atividade pelo prazer proporcionado e pelo divertimento protagonizado pela
atividade. Esses fatores podem ser classificados como intrínsecos.
Saba (2001), cita que a influência na manutenção da rotina à prática de
exercícios físicos, é o prazer. Mesmo que o exercício não leve a condição de bem
estar completo pelo indivíduo, o prazer pela prática garante a continuidade. O fator
prazer é de suma importância, pois desata o processo de interesse pela prática do
exercício físico, levando o sujeito em um maior entendimento na atividade em que
pratica.
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2.2.6 Estética
Nos últimos tempos o corpo tornou-se uma preocupação geral que atinge
diversas classes sociais, faixas etárias e grupos da sociedade. A preocupação
excessiva com o corpo toma caminhos desiguais em nossa sociedade. As
academias de ginástica, musculação, dança entre outras, proliferam a imagem do
corpo saudável, que deve ser cuidado a qualquer preço, oferecendo um modelo
estético a ser seguido (CORREIA, 2006).
Thompson (1996 apud SAIKALI et al., 2004 p. 164) destaca que no
conceito de imagem corporal existem três componentes:
3 MÉTODO
sujeitos praticam musculação pelo prazer pela prática, seguido pelo motivo saúde e
estética. Para as dimensões sociabilidade e controle de estresse os sujeitos
obtiveram resultados semelhantes à média. Como fator que menos esta associado à
motivação a prática da musculação pode-se citar a dimensão competitividade, que
pode ser explicada pela característica da modalidade musculação.
Os resultados deste estudo estão próximos, mas não semelhantes aos
encontrados por Capozolli (2010) que objetivou verificar os fatores motivacionais
para a pratica em academias de ginástica do município de Erechim/RS. O autor
encontrou que os motivos que levam a maioria dos sujeitos a buscar as academias
de ginástica foi a busca pela saúde, seguido pelo prazer, estética, controle de
estresse, sociabilidade e competitividade. Resultados semelhantes foram
encontrados por Napoli e Sene (2008) quando analisados os principais fatores
motivacionais que levam praticantes de musculação a treinar no período vespertino
na cidade de Jaguaruna, SC.
Buscando uma relação com outra modalidade esportiva, percebe-se que
os dois principais motivos foram semelhantes. No estudo de Bühler (2010) realizado
com praticantes de futebol de finais de semana também verificou-se que os
praticantes buscam a prática pelo prazer subsequente de, saúde, competitividade,
controle de estresse, sociabilidade e estética.
mulheres a prática da musculação foi o prazer seguido pela saúde, estética, controle
de estresse, sociabilidade e competitividade. Nas dimensões controle de estresse e
sociabilidade obtiveram resultados próximos da média. Não muito diferente das
mulheres, os motivos que levam os homens a prática da musculação também foi o
prazer subsequente de saúde, estética, sociabilidade, controle de estresse e
competitividade. Percebe-se com os resultados uma similaridade entre homens e
mulheres na busca pela prática da musculação, diferindo apenas na terceira
dimensão em que para as mulheres aparece o controle do estresse e para os
homens a sociabilidade. E quando comparado com um estudo com objetivos
semelhantes, verificou-se que o principal motivo difere-se tanto para homens quanto
para mulheres que buscam a prática em academias com objetivos de saúde, seguido
por prazer, estética, controle de estresse, sociabilidade e competitividade
(BALBINOTTI; CAPOZZOLLI 2008).
Diferentemente dos resultados encontrados neste estudo, Napoli e Sene
(2008) encontraram como principais fatores motivacionais a prática da musculação
no período vespertino, à saúde, seguido por prazer, estética, sociabilidade, controle
de estresse e competitividade. Neste mesmo estudo citado, para as mulheres a
saúde também vem em primeiro lugar subsequente de prazer, estética, controle de
estresse, sociabilidade e competitividade.
No estudo de Zambonato (2008) os resultados quando analisados
separando homens e mulheres também diferem desse estudo e concordam com os
resultados de Napoli e Sene (2008). Os motivos dos adolescentes com sobrepeso e
obesos a prática da atividade física para os homens teve como fator primordial à
saúde, seguido pelo prazer, estética, sociabilidade, controle de estresse e
competitividade, para as mulheres a saúde também vem em primeiro lugar, já as
outras dimensões vem seguido por estética, prazer, sociabilidade, controle de
estresse e competitividade.
No estudo de Saldanha (2008) foi verificado os motivos dos atletas de
basquetebol infanto-juvenil de 13 a 16 anos a prática regular da atividade física e o
fator que mais motiva as mulheres a prática é o prazer seguido de saúde,
sociabilidade, competitividade, estética e controle de estresse. Comparando a
variável sexo feminino na tabela 2 acima, somente as dimensões prazer e saúde
correspondem aos resultados. Já para os homens o motivo principal também é o
prazer subsequente de competitividade, saúde, sociabilidade, estética e controle de
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http://www.fef.unicamp.br/hotsites/imagemcorporal2010/cd/anais/trabalhos/portugue
s/Area1/IC1-28.pdf > Acesso em: 04 mai. 2012.
DECI, E. L.; RYAN, R.M. Intrinsic motivation and self-determination in human behavior.
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RYAN, R. M.; DECI, E. L. Intrinsic and extrinsic motivations: classic definitions and
new directions. Contemporary Educational Psychology, v. 25 n.1, p.54-67, 2000a.
ANEXOS