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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

RAFAEL LUIZ DE ANDRADE

MOTIVAÇÃO À PRÁTICA DA MUSCULAÇÃO:


UM ESTUDO NAS ACADEMIAS DE SÃO JOSÉ

Palhoça
2012
RAFAEL LUIZ DE ANDRADE
MOTIVAÇÃO À PRÁTICA DE MUSCULAÇÃO:
UM ESTUDO NAS ACADEMIAS DE SÃO JOSÉ

Relatório de Estágio apresentado ao Curso de


Educação Física da Universidade do Sul de Santa
Catarina como requisito parcial para obtenção do
título de Bacharel em Educação Física.

Orientadora: Prof. Elinai dos Santos Freitas Schütz, Msc.

Palhoça
2012
RAFAEL LUIZ DE ANDRADE
MOTIVAÇÃO À PRÁTICA DA MUSCULAÇÃO:
UM ESTUDO NAS ACADEMIAS DE SÃO JOSÉ

Este Relatório de Estágio foi julgado adequado à


obtenção do título de Bacharel em Educação
Física e aprovado em sua forma final pelo Curso
de Educação Física da Universidade do Sul de
Santa Catarina.

Palhoça, 25 de junho de 2012.

________________________________________________
Prof. e Orientadora Elinai dos Santos Freitas Schutz, Msc.
Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL)

______________________________________
Prof. Rafael Andreis, Msc.
Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL)

______________________________________ Prof.
Tatiana Marcela Rotta, Msc.
Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL)
AGRADECIMENTOS
Primeiramente quero agradecer a Deus por ter me dado saúde e força de
vontade na construção desse trabalho.
Quero agradecer em especial ao Exército Brasileiro por ter dado
oportunidade de estudar e trabalhar durante sete anos da minha vida, também quero
agradecer a minha chefe Major Márcia Regina que me ajudou muito nessa jornada.
A toda minha família, em especial meus pais, por todo tipo de apoio que
recebi deles.
Agradecer também a professora Elinai dos Santos Freitas Schütz, que me
orientou durante um ano em meu Trabalho de Conclusão de Curso.
A professora Vívian Lamounier que me deu a oportunidade em estagiar
em sua academia.
E todas as pessoas que participaram do questionário que dispuseram do
seu tempo para responder as questões.

RESUMO

A motivação, em qualquer ambiente, é um dos principais precursores para a


realização de uma tarefa bem sucedida. No campo da atividade física e da prática de
exercícios físicos a motivação exerce um papel de grande efeito sobre os indivíduos.
A motivação é um dos grandes responsáveis para que o individuo realize uma
atividade física ou não. Com o número cada vez mais crescente de academias
sendo verificado nas diversas regiões e cidades do país, o estudo busca conhecer
aspectos relacionados à motivação a prática da musculação no município de São
José contribuindo com subsídios teóricos para aplicação prática dos profissionais de
Educação Física, bem como gestores de academias no desenvolvimento de ações
que busquem fidelizar seus clientes. Foi utilizado como instrumento o IMPRAF 54
(Inventário de Motivação à Prática Regular de Atividade Física), constituído por 54
questões abrangendo seis dimensões: controle de estresse, saúde, sociabilidade,
competitividade, estética e prazer. Participaram 232 praticantes de musculação de
11 academias do município de São José, sendo 114 homens e 118 mulheres com
idade de 18 a 60 anos. Após analise dos fatores, verificou-se o que mais motiva os
praticantes de musculação é a dimensão prazer, seguido por saúde, estética,
sociabilidade, controle de estresse e competitividade. Na análise por gênero e por
faixa etária o prazer também foi à dimensão que mais motiva os praticantes de
musculação das academias de São José.

Palavras-chave: Motivação. Academia. Atividade Física.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Contínuo de Saúde .................................................................................. 27


LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Distribuição das dimensões motivacionais – amostra geral ....................


36 Gráfico 2 – Distribuição das dimensões motivacionais – amostra por
sexo .............. 38 Gráfico 3 – Distribuição das dimensões motivacionais – amostra
por faixa etária .... 41
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Dimensões motivacionais – amostra geral. .............................................


36
Tabela 2 – Dimensões motivacionais – amostra geral por sexo. ..............................
38 Tabela 3 – Dimensões motivacionais – em função da faixa
etária. ........................... 40
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................9
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA E PROBLEMA...............................................9
1.2 OBJETIVO GERAL..............................................................................................10
1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS................................................................................10
1.4 JUSTIFICATIVA...................................................................................................11
2 REVISÃO DE LITERATURA...................................................................................13
2.1 MOTIVAÇÃO........................................................................................................13
2.1.1 Motivação intrínseca.........................................................................................15
2.1.2 Motivação extrínseca........................................................................................17
2.1.3 Estudos sobre fatores motivacionais................................................................18
2.2 ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE.............................................................................20
2.2.1 Estresse............................................................................................................24
2.2.2 Saúde................................................................................................................25
2.2.3 Sociabilidade.....................................................................................................27
2.2.4 Competitividade.................................................................................................29
2.2.5 Prazer................................................................................................................30
2.2.6 Estética..............................................................................................................31
3 MÉTODO.................................................................................................................33
3.1 TIPO DE PESQUISA............................................................................................33
3.2 PARTICIPANTES DA PESQUISA.......................................................................33
3.3 INSTRUMENTO DE PESQUISA.........................................................................33
3.4 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS....................................................34
3.5 ANÁLISE DOS DADOS.......................................................................................35
4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS......................................36
4.1 AMOSTRA GERAL..............................................................................................36
4.2 AMOSTRA POR SEXO........................................................................................37
4.3 AMOSTRA POR FAIXA ETÁRIA.........................................................................40
5 CONCLUSÃO E SUGESTÕES...............................................................................43
REFERÊNCIAS..........................................................................................................44
ANEXOS.....................................................................................................................49
9

1 INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA E PROBLEMA

A motivação, em qualquer ambiente, é um dos principais precursores para


a realização de uma tarefa bem sucedida. Pode se dizer, que sem motivação não há
comportamento humano e muitos são os fatores que motivam os indivíduos no seu
dia a dia tanto e esses podem vir internamente ou externamente. Além disso, a força
em cada motivo influência e é influenciado pela maneira de perceber o mundo que
cada indivíduo possui (MACHADO, 1997).
No campo da atividade física e da prática de exercícios físicos Malavasi e
Both (2005) ressaltam que a motivação exerce um papel de grande efeito sobre os
indivíduos. A motivação é um dos grandes responsáveis para que o individuo realize
uma atividade física ou não.
Complementando, os mesmos autores destacam que o indivíduo que
obtém um alto nível de motivação, demonstra por palavras ou ações, seu desejo
pessoal de atingir com grande sucesso um padrão de excelência. Ou seja, “a
personalidade, as necessidades e os objetivos de um aluno, atleta ou praticante de
exercícios são os determinantes principais do comportamento motivador”
(WEINBERG; GOULD, 2001, p.74).
A motivação no esporte também denota fatores e processos que levam a
uma ação ou à inércia em diversas situações. De modo mais específico, o estudo
dos motivos implica no exame das razões pelas quais se escolhe fazer algo ou
executar algumas tarefas com maior empenho do que outras, ou ainda persistir
numa atividade por longo período de tempo (CRATTY, 1984).
Cada pessoa desenvolve uma visão de como a motivação funciona,
buscando teorias sobre o que as motivam. Por exemplo, se um aluno tem um
professor de Educação Física de quem ele acha que é bem sucedido, provavelmente
usara artifícios com as mesmas estratégias de motivação que o professor utiliza
(WEINBERG; GOULD, 2001).
A motivação para a prática esportiva é o principal aspecto que deve ser
considerado e analisado e está diretamente associado aos chamados ganhos
psicológicos. Normalmente, o termo motivação está relacionado a variáveis internas
que causam determinados comportamentos (MADEIRA et al., 2005).
10

Dentro das modalidades esportivas Miranda et al. (2005), citam a


musculação como uma das modalidades em que se é possível melhorar a saúde e
obter uma qualidade de vida melhor.
Costa, Bottcher, e Kokubun (2009) complementam que esta modalidade
se desenvolveu muito na década de 90, onde sua prescrição foi muito recomendada
em função dos benefícios para a melhora da saúde, através do desenvolvimento da
força muscular, bem estar psicossocial e capacidades funcionais.
Neste sentido pode-se citar que nos dias de hoje as atividades mais
procuradas em academias de acordo com Pereira (2006) são a ginástica aeróbica e
localizada, musculação, hidroginástica, natação, artes marciais e alongamento
(PEREIRA, 2006). E ainda Santos e Knijnik (2006) destacam a musculação como
modalidade mais procurada pelas pessoas atualmente.
Dentro desse contexto identifica-se o município de São José, atualmente
com cerca de 201.000 habitantes, distribuídos numa área territorial de 116 km2,
tornando-o o quarto município em população e eleitores e o segundo em maior
número de hab./km2 de Santa Catarina. (FARIAS, 2006). Não encontrou-se dados
atuais sobre o número de academias que oferecem a modalidade de musculação,
mas percebe-se que é cada vez mais crescente este número.
E a partir da contextualização formulou-se o seguinte problema de
pesquisa: Quais fatores motivacionais de praticantes de musculação em academias
de São José?

1.2 OBJETIVO GERAL

Investigar os fatores motivacionais de praticantes de musculação em


academias no município de São José.

1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Identificar o perfil motivacional dos praticantes referente ao controle de


estresse saúde, sociabilidade, estética e prazer em praticantes de
musculação;
• Comparar o perfil motivacional de homens e mulheres praticantes de
musculação;
11

• Comparar o perfil motivacional de indivíduos praticantes de


musculação por faixa etária.

1.4 JUSTIFICATIVA

O motivo da escolha do presente estudo foi à curiosidade em relação aos


fatores motivacionais de usuários de academias de musculação, pressupondo que
nos dias de hoje muitas pessoas procuram as academias de musculação, para obter
resultados ligados aos mais diversos objetivos: controle de estresse, saúde,
sociabilidade, competitividade, estética e prazer.
Atualmente o exercício físico, deve estar presente no dia a dia dos
indivíduos, carregando sempre consigo um conceito de “wellness”, um termo que
significa sentir-se bem, estar bem, satisfeito e motivado, com boa saúde, o que
implica na manutenção do exercício físico por um longo tempo (SABA, 2001).
O mesmo autor ainda salienta que “o exercício físico passou a ser um dos
deveres humanos, estimulando a elaboração de um modelo ginástico de conteúdo
patriótico-social que imprimiu os modelos pedagógicos existentes” (SABA, 2001, p.
18).
Concordando com esta ideia, a aparência física, os significados dado a
ela parecem atribuir características importantes no meio e na relação social. Nos
dias de hoje o grande interesse pelo corpo “belo” vem sendo trabalhado diretamente
nas academias de ginástica, como a musculação com finalidades comumente
estéticas tendo como objetivo padrões de beleza e saúde (CORREIA; QUEIRÓS,
2006).
Complementando, estudos realizados por Chagas e Samulski (1992) em
que verificaram os aspectos que levam indivíduos a procurarem uma academia de
ginástica concluíram que manter-se em boa forma, melhorar o condicionamento
físico, aumentar o bem estar corporal e psicológico, melhorar o bem estar de saúde e
prazer em realizar atividade física estavam entre os mais citados.
Napoli e Sene (2008) também buscando identificar os principais fatores
motivacionais que levam praticantes de musculação a treinar no período vespertino
na cidade de Jaguaruna, SC, verificaram que as dimensões mais citadas foram:
controle de estresse, saúde, sociabilidade, competitividade, estética e prazer. Os
12

autores indicam então que a saúde foi o motivo principal para a prática da
musculação e salientam ser questão primordial na vida dos indivíduos entrevistados.
Concordando com esses achados, Balbinotti e Capozzoli (2008),
buscaram identificar os aspectos motivacionais nos usuários de academias de
ginástica, e tiveram como resultados a saúde como fator mais motivador para os
praticantes.
Sendo assim, a partir do número cada vez mais crescente de academias
de musculação, com este estudo busca-se conhecer a realidade motivacional no
município de São José buscando colaborar com os profissionais de Educação Física,
bem como gestores de academias no desenvolvimento de ações que busquem
fidelizar seus clientes.
13

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 MOTIVAÇÃO

Na relação do ensino aprendizagem, de qualquer ambiente, conteúdo ou


momento, a motivação pode ser constituída em um elemento importantíssimo para a
execução de uma tarefa bem realizada (MACHADO, 1997).
Murray (1983 apud WEINBERG; GOULD, 2001) refere-se à motivação,
como um esforço de uma pessoa para dominar uma tarefa, atingir seus limites,
superar obstáculos, desempenhar melhor do que os outros e orgulhar-se de seu
talento.
Já para Gill (1986 apud WEINBERG; GOULD, 2001), motivação é a
orientação de uma pessoa a lutar por sucesso, persistir ante o fracasso e
experimentar o orgulho por suas realizações.
Técnicos, instrutores e professores possuem muito interesse na
motivação, que é uma das características de atletas que atingem seus limites e de
praticantes de exercícios que elevam altos níveis de condicionamento (WEINBERG;
GOULD, 2001).
Os mesmos autores destacam que visões gerais de motivação e
personalidade progrediram a partir de uma visão orientada, ao traço da ‘necessidade’
de uma conquista da pessoa, da visão interacional, que enfatiza a conquista das
metas, e do modo que tais metas afetam e são afetadas pela situação.
Segundo Knijnik, Greguol e Santos (2005), quando um indivíduo se motiva
por uma determinada ação, ele age por um objetivo, o qual se torna um desejo. Esse
desejo pode tornar-se uma necessidade e, pela qual, talvez, caso não consiga
alcançar a satisfação da meta traçada, poderá sentir-se desmotivado para a procura
de outros objetivos.
Para Samulski (2002), a motivação, para praticantes esportivos, depende
da interação entre a personalidade (expectativas, motivos, necessidades, interesses)
e fatores do meio ambiente, como tarefas atraentes, desafios e influências sociais.
Ao decorrer da vida uma pessoa pode mudar suas situações, como citado acima,
dependendo das necessidades de cada um.
Machado (1997) relata que o conhecimento dos problemas que envolvem
a motivação é muito importante para os professores que atuam com a Educação
14

Física, porque eles não trabalham apenas com atletas, mas, também, com alunos
que são, às vezes, forçados a praticar esportes. Neste sentido, os profissionais
precisam estar atentos a seus alunos. Às vezes, essa desmotivação pode acontecer
pelo elevado nível de cobrança ou pelo baixo nível de atividade.
Howley e Franks (2000) destacam que o profissional de Educação Física
deve, sempre, se preocupar com a motivação em dois níveis. O primeiro nível é
conseguir com que as pessoas comecem a seguir um programa de exercício físico.
As pessoas são educadas e orientadas a seguirem comportamentos saudáveis (a
maioria tem consciência de que devem fazer atividade física regular), porém, são
necessários programas adequados, que proporcionem contato e orientação de
profissionais, para complementar as informações a respeito da saúde. O segundo
nível é verificar o que pode ser feito para que as pessoas continuem a fazer
exercícios, regularmente, como estilo de vida. Atenção individual, objetivos
realísticos, participações em grupos, envolvimentos de cônjuges ou pessoas
importantes, contratos e programas que minimizam as lesões, todos esses itens
podem ajudar os praticantes a continuarem nos programas de exercícios.
Segundo Knijnik, Greguol e Santos (2005), para o estudo da motivação,
deve-se levar em consideração o mundo interior das pessoas e que, nesse mundo,
forças diferentes interagem para a tomada de decisão. Tal decisão leva a escolha de
um caminho que garante a elas o interesse e a interpretação de seus próprios
desejos inconscientes. Para os autores, entender esse complexo intrincado de forças
motivadoras deve ser preocupação necessária da prática do profissional.
Cada indivíduo possui duas tendências de fatores motivacionais:
tendência a chegar ao sucesso e a evitar o fracasso. O sucesso é definido como a
capacidade de sentir orgulho e prazer na realização das tarefas. Já o fracasso pode
ser analisado como experimentar a vergonha, humilhação em não ter conseguido
alcançar os objetivos. O comportamento de uma pessoa é influenciado por esses
dois componentes motivacionais (SAMULSKI, 2002).
Para Sage (1977 apud WEINBERG; GOULD, 2001), à motivação pode
ser definida, simplesmente, como a direção e a intensidade de nossos esforços.
A motivação também foi estudada da perspectiva teórica das orientações
motivacionais intrínsecas e extrínsecas (ELLIOTT; MESTER, 2000).
Com isso, os psicólogos do esporte e do exercício podem considerar a
15

motivação a partir de diversos pontos de vista, específicos, incluindo a motivação


intrínseca e extrínseca (WEINBERG; GOULD, 2001).

2.1.1 Motivação intrínseca

Segundo Engelmann (2010), as motivações intrínseca e extrínseca são


compostas de particularidades inerentes em cada uma delas e tem propiciado um
acúmulo de informações que possibilitam esclarecer alguns aspectos. Estes dois
tipos de motivação foram foco do interesse de investigadores, especialmente quanto
a motivação intrínseca.
Ryan e Deci (2000 apud ENGELMANN, 2010) definem motivação
intrínseca como uma tendência, natural, para buscar novidades e desafios, bem
como, para obter e exercitar as capacidades das pessoas. Para eles, a motivação
intrínseca é o fenômeno que melhor apresenta o potencial positivo da natureza
humana, sendo essencial para o desenvolvimento cognitivo e inserção social.
Para Brière e colaboradores (1995 apud, BALBINOTTI; CAPOZZOLI,
2008, p. 2), a motivação intrínseca pode ser subdividida em três tipos, motivação
para saber, motivação para realizar e motivação para experiência:

• Motivação intrínseca para saber ocorre quando se executa uma


atividade para satisfazer uma curiosidade, ao mesmo tempo em que se
aprende tal atividade;
• Motivação intrínseca para realizar ocorre quando um indivíduo realiza
uma atividade pelo prazer de executá-la;
• Motivação intrínseca para experiência ocorre quando um indivíduo
frequenta uma atividade para experimentar as situações estimulantes
inerentes à tarefa.

Sharkey (1998), aponta que as metas intrínsecas ou autoadministradas


são mais efetivas do que fontes impessoais em motivação duradoura, em adesão a
atividade. Mais do que fontes extrínsecas, a motivação, para persistir em uma
atividade, deve vir de dentro das necessidades humanas. Considerando como
exemplo os ex-atletas, que perdem o interesse dos esportes que praticam, quando a
glória acaba e as medalhas perdem o brilho.
De acordo com Ryan e Deci (2000a), existem, na motivação intrínseca,
outros fatores determinantes, que influenciam na contribuição para o envolvimento
deste tipo de motivação como, por exemplo, as três necessidades psicológicas
16

básicas que são, a competência, a autonomia e o pertencimento: a competência,


que é a capacidade de um indivíduo abranger-se suficientemente com o meio; a
autonomia, se refere à percepção do começo do comportamento ser interno, assim,
a pessoa vê necessidade de perceber que a ação ocorre por vontade própria e não
por situações externas; o pertencimento, condiz na percepção da existência de
vínculos interpessoais estáveis e duradouros.
Os comportamentos intrinsecamente motivados são intimamente
relacionados, vinculando-se ao prazer da satisfação, por si só, na própria atividade
(ELLIOTT; MESTER, 2000).
Deci (1975) propôs que os comportamentos intrinsecamente motivados
são baseados nas necessidades das pessoas, para se sentir(em) competente(s) e
autodeterminadas.
Segundo Neves e Boruchovitch (2004), uma pessoa realiza determinada
atividade pela própria vontade, por considerá-la interessante, atraente ou geradora
de satisfação. Essa orientação motivacional tem por causa a autonomia do aluno e a
autorregulação de aprendizagem. O mesmo autor ainda destaca, que a motivação
intrínseca se regula, em uma tendência natural, para buscar novidades e desafios.
A motivação intrínseca é inerente ao objeto de aprendizagem, à matéria a
ser aprendida, e ao movimento a ser executado, não dependendo de elementos
externos para atuar na aprendizagem. Ela deriva-se da satisfação da própria
atividade a ser aprendida. (MACHADO, 1997)
Amorim (2010) cita que os indivíduos intrinsecamente motivados são
aqueles que, sozinhos, conseguem realizar determinada tarefa, onde tem
capacidade suficiente para realizá-la, controlando suas próprias
ações, proporcionando prazer e desfrute das atividades. Essa motivação pode ser
acentuada se o indivíduo possuir um autocontrole, autodeterminação, e autonomia
para realizar as tarefas adotadas.
Já Weiss (1993) coloca que todos os adultos devem envolver-se, pais,
professores ou técnicos, no sentido de motivarem as pessoas. Para o autor, os
adultos devem fornecer retorno ‘feedback’, pois crianças com bom grau de
autoavaliação tendem a ter maior motivação intrínseca.
17

2.1.2 Motivação extrínseca

Os comportamentos motivados extrinsecamente são relacionados a


razões
fora da atividade (ELLIOTT; MESTER, 2000).
Weinberg e Gould (2001) correlacionam motivação intrínseca e
recompensas externas, afirmando que as recompensas extrínsecas têm grande força
em abalar a motivação intrínseca. Para os autores, a teoria de avaliação cognitiva
demonstra que as recompensas extrínsecas podem aumentar ou diminuir a
motivação intrínseca, dependendo da recompensa que o indivíduo obterá.
Por consequência, a motivação extrínseca seria relativa à própria
atividade a ser aprendida, não sendo o resultado como o próprio interesse, mas sim
determinante, por exemplo, “à própria matéria a ser aprendida, o salário do
trabalhador, ‘bicho’ no futebol ou a nota na escola”. Para que um indivíduo obtenha
um grau satisfatório de eficiência na atividade que será abordada, é preciso algum
motivo, seja ele, necessidade, desejo, interesse, impulso, curiosidade ou utilidade
(MACHADO, 1997 p. 171).
Guimarães (2003) destaca que uma pessoa extrinsecamente motivada,
pode utilizar uma atividade para melhorar as notas da escola e até mesmo ganhar
prêmios e elogios, e também poderá ajudar a evitar alguns problemas relacionados à
punição.
Ryan e Deci (2000a) afirmam que a associação das pessoas é a forma
mais autárquica da motivação extrínseca, fazendo com que essa motivação comece
a fazer parte do comportamento diário das pessoas, instaurando a prática da
atividade física como uma regra, a busca de algo e para a satisfação.
Os mesmos autores ainda destacam que quando as motivações
extrínsecas começam a fazer parte da vida cotidiana das pessoas, são interpretadas
como um resultado de associação, sendo a forma mais independente da motivação
extrínseca.
Neves e Boruchovitch (2004), definem motivação extrínseca como “a
motivação para trabalhar em resposta a algo externo a tarefa, como obtenção de
recompensas externas, materiais ou sociais em geral, com a finalidade de atender
solicitações ou pressões de outras pessoas, ou demonstrar competências e
habilidades”.
18

Para Deci e Ryan (2000 apud AMORIM, 2010, p. 18), a motivação


extrínseca possui quatro estilos de continuum para a autodeterminação, com
diferentes níveis de regulação tais como: regulação externa, regulação introjetada,
regulação identificada e regulação integrada.

Regulação externa: é o menor nível de regulação extrínseca. Neste, o


indivíduo realiza a tarefa apenas buscando o benefício que essa pode lhe proporcionar.
Ou então a pessoa se submete a tarefa por coação, com medo de ser castigada.
Regulação introjetada: o indivíduo participa da atividade por sentimento de culpa, ou por
medo de perder o seu espaço no grupo social. Regulação identificada: nesse tipo de
regulação o individuo senti uma atração especial por determinada atividade, o que a
toma importante para ele, embora a busca pela atividade não tenha surgido
autonomamente. Esse é um grau de autodeterminação maior. Regulação integrada: é a
forma de autodeterminação regulada ao nível mais alto, relativa à motivação extrínseca.
Nela os estilos externos servem como fonte e apoio para a realização das tarefas. As
regulações externas são internalizadas, embora a regra externa ainda esteja presente,
uma vez que o indivíduo não realizaria determinada atividade se não recebesse nada em
troca.

Amorim (2010) ainda destaca que a principal característica da motivação


extrínseca, em todos os níveis abordados anteriormente, são aqueles que se
relacionam com razões fora da atividade, como a integração ao determinado grupo
social, reconhecimento, evitar um castigo ou receber uma premiação, não utilizando
as atividades apenas para sentir o prazer que podem lhes proporcionar.

2.1.3 Estudos sobre fatores motivacionais

Todos os estudos, que serão abordados logo abaixo, terão relação com
fatores motivacionais, controle de estresse, saúde, sociabilidade, competitividade,
prazer e estética.
Napoli e Sene (2008) realizaram estudos em praticantes de musculação
na cidade de Jaguaruna, em Santa Catarina, onde o objetivo era identificar os
principais motivos que levam as pessoas a procurarem academia para a prática do
exercício físico. O estudo foi realizado com 10 alunos, com idade entre 15 a 50 anos,
de ambos os sexos. O instrumento utilizado pelos autores foi o inventário de
motivação à prática regular de atividade física, adaptado por Balbinotti (2004). De
acordo com os resultados, a saúde é uma questão primordial na vida dos indivíduos
entrevistados, o prazer, estresse, social, estética e competição vieram em seguida.
Zambonato (2008) realizou um estudo, que teve como objetivo descrever
19

e explorar a motivação à prática regular de atividades físicas em adolescentes com


sobrepeso e obesos, que frequentam as aulas de educação física das escolas de
ensino fundamental e médio de Erechim-RS. A amostra foi composta por 374 alunos,
com idade entre 13 a 18 anos, e o instrumento utilizado pelo autor foi o IMPRAF 54,
“Inventário de Motivação à Prática Regular de Atividade Física”. O fator mais
motivador, para os adolescentes com sobrepeso e obesos, à prática regular de
atividade física, foi à dimensão saúde seguido de prazer, estética, sociabilidade,
controle de estresse e competitividade.
Amorim (2010) realizou um estudo sobre fatores motivacionais, em
adultos jovens de uma academia de musculação em Porto Alegre, O instrumento
utilizado pelo autor também foi o IMPRAF 54. Participaram 40 indivíduos, praticantes
regulares de musculação, na faixa etária de 18 a 30 anos, de ambos os sexos. De
acordo com os resultados do estudo, os fatores que mais motivam os adultos jovens
são, a estética, o prazer e a saúde, seguidos pela sociabilidade e controle de
estresse e por último a competitividade.
Capozzoli (2010) realizou um estudo, com dimensões motivacionais
associadas à prática regular de atividade física, com praticantes em academias de
ginástica do município de Porto Alegre/RS. O instrumento utilizado foi o IMPRAF 126
Balbinotti (2003). O estudo obteve como amostra 300 praticantes de ginástica em
academia de Porto Alegre, com idade entre 18 a 65 anos. Constatou-se que a
dimensão que mais motiva é a saúde seguida, respectivamente, pelas dimensões
prazer, estética, controle de estresse, sociabilidade e competitividade.
Proença (2011) realizou um estudo, cujo objetivo foi investigar os motivos
pelos quais as mulheres, com idade entre 20 e 35 anos, procuram a musculação.
Participaram 50 mulheres e o questionário utilizado foi o Inventário de Motivação à
Prática Regular de Atividade Física, “IMPRAF” 54 adaptado com 18 questões de
Balbinotti e Barbosa (2006). A autora chegou à conclusão que a maioria das
mulheres, adultas, procura realizar musculação por um fator primordial que é a
saúde.
Outro estudo teve como objetivo identificar os fatores motivacionais que
levam as pessoas a procurarem por academias para à prática do exercício físico. O
estudo foi realizado na cidade de Caratinga, em Minas Gerais. A amostra foi
composta por 83 alunos, de diversas atividades oferecidas na academia, com idade
entre 18 a e 36 anos, de ambos os sexos. Os fatores abordados no questionário são
20

estética, lazer, saúde, terapêutico, profilático, condicionamento físico geral,


preparação física e alto rendimento. O autor chegou à conclusão, que o motivo que
mais tem levado as pessoas à academia, para a prática de atividade física, foi o fator
estética. (ARAUJO et al., 2007).
Saldanha (2008) realizou um estudo com praticantes de basquetebol
infanto-juvenil, na cidade de Porto Alegre, cujo objetivo central da pesquisa foi
verificar as dimensões dos níveis de motivação associadas à prática regular da
atividade física (controle de estresse, saúde, sociabilidade, competitividade, prazer e
estética) que melhor descrevem as atletas de basquetebol, na faixa etária dos 13
aos 16 anos. O instrumento utilizado no estudo foi o inventário de motivação à
prática regular de atividade física IMPRAF 54. A dimensão mais motivadora para
praticantes de Basquetebol infanto-juvenil à prática regular de atividade física foi o
prazer seguida da dimensão, competitividade, saúde, sociabilidade, estética e
controle do estresse.
Bühler (2010) objetivou verificar a motivação a prática regular de atividade
física em jogadores de futebol de finais de semana, na cidade de Novo
Hamburgo/RS. Participaram do estudo 15 indivíduos, com idade entre 17 a 60 anos.
Foi constatado no estudo, que o fator mais motivador, entre os jogadores de futebol
de finais de semana, foi o prazer seguido por saúde, competitividade, controle de
estresse, sociabilidade e estética.
O estudo de Balbinotti e capozzoli (2008) foi realizado para comparar os
níveis de motivação a prática regular de atividades físicas, de três diferentes grupos
alunos, de escolas de ensino fundamental e médio, do município de Erechim/RS,
obesos, com sobrepeso, e eutróficos. Participaram do estudo 274 alunos, do ensino
fundamental e médio, das escolas do município de Erechim/RS. A partir dos
resultados obtidos nesse estudo, a dimensão saúde foi verificada como principal
fator motivacional.

2.2 ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE

Muita coisa tem sido escrita sobre a importância de um estilo de vida


saudável. Apesar de tantas evidências, um grande número de pessoas ainda está
desinformada ou desinteressada pelos efeitos, de médio a longo prazo, da prática de
21

atividade física regular, de uma nutrição balanceada e de outros comportamentos


relacionados à saúde (NAHAS, 2010).
Para Howley e Franks (2000) é impossível descrever o mais alto nível de
saúde e dinâmica, sem sabermos o que é atividade física. Para os autores, atividade
física é essencial para uma boa saúde física e mental.
Weineck (2003) relata que todas as pessoas precisam de pouca atividade
física e treinamento, porém, devem ser realizados de forma regular e direcionados
para manter um nível de aptidão psicofísica até uma idade avançada, permitindo
levar uma vida normal e independente.
A atividade física se destaca como um dos mais importantes objetos de
estudo para a Educação Física e é conceituada como “qualquer movimento corporal
produzido pelos músculos esqueléticos que resulte em gasto energético” (DUCA;
NAHAS, 2011, p. 14).
Segundo a Organização Mundial da Saúde (2011), a atividade física
regular diária é um grande componente na prevenção de doenças crônicas,
juntamente com uma dieta saudável. Para as pessoas, a atividade física é um
poderoso meio de prevenção de doenças crônicas, pois, pode fornecer uma boa
melhora na saúde pública. Experiências disponíveis e as evidências científicas
mostram que a atividade física regular proporciona às pessoas, tanto homens como
mulheres, resultados benéficos (OMS, 2011). Atividade física interage positivamente
com as estratégias para melhorar a alimentação, desencorajar o uso de tabaco,
álcool e drogas, ajuda a reduzir a violência, aumenta a capacidade funcional e
promove a integração social (OMS, 2011).
Nieman (1999) segue os mesmos passos da Organização Mundial da
Saúde, quando diz que há uma fórmula para atividade física e que não custa nada. A
fórmula é simples, são exercícios praticados pelo menos 30 minutos, três vezes por
semana em um ritmo moderado.
Para muitas pessoas, manter um nível satisfatório de atividade física e
alcançar boa condição de aptidão física, relacionada à saúde, requer um grande
esforço individual. De fato nas sociedades de hoje, os níveis de atividade física
somente são mantidos quando uma forte motivação esta presente, quando um
indivíduo percebe os benefícios deste comportamento, ele observa como um grande
valor para sua vida (NAHAS, 2010).
22

A qualidade de vida de uma pessoa é prevenir ou retardar o


desencadeamento prematuro de problemas de saúde. Há estudos em que a
atividade física está relacionada com a redução do risco de desenvolvimento nos
mais variados problemas de saúde, incluindo ansiedade, aterosclerose, dor nas
costas, câncer, doença pulmonar crônica, doença coronária, depressão, diabete,
hipertensão, obesidade, osteoporose, e acidente vascular cerebral (HOWLEY;
FRANKS, 2000).
Um estudo realizado na Alemanha relata que 90 por cento da população
alemã tem consciência de que deveria praticar atividade física, mais somente 10 por
cento praticam regulamente (WEINECK, 2003).
A qualidade de vida pode ser definida como as “reações avaliativas de
uma pessoa à sua vida, em termos de satisfação ou de efeito negativo”. A qualidade
de vida é destacada por vários fatores psicossociais e comportamentos de saúde e,
quando vamos ficando mais velhos, vai se tornando um fator muito importante,
devido à relação saúde física e mental (WEINBERG; GOULD, 2001).
Weinberg e Gould (2001, p.386) destacam algumas pesquisas na relação
entre exercício e qualidade de vida:

• Indivíduos fisicamente ativos tendem a ter melhor saúde, demonstram


mais energia, tem atitudes mais positivas em relação ao trabalho e
demonstram uma maior capacidade de lidar com o estresse e com a
tensão.
• Estudantes universitários que participaram de algum programa de
condicionamento demonstraram qualidade de vida significativamente
melhor do que os que não praticaram exercícios.
• Os adultos mais velhos, que são fisicamente ativos, demonstram maior
satisfação de vida, devido a menor dependência dos outros, e melhor
saúde física global.

Toscano (2001) aponta que atividade física e saúde evidencia níveis


adequados de aptidão física. Um indivíduo que praticou exercícios, regularmente,
durante toda a jornada de sua existência, obterá efeitos benéficos no seu sistema
orgânico, tendo como recompensa o prolongamento da vida.
Rubio (2003) destaca que os programas de atividade física que são
oferecidos para a população, vêm preconizando uma abordagem de atividades que
levam as pessoas a vivenciarem vários estímulos para a área motora.
A mesma autora, ainda relata que os programas são direcionados a
atender a atividade física relacionada à saúde, seguramente, constituem-se em
23

mecanismos imprescindíveis, contribuindo para inibir o aparecimento de alguns


fatores de risco, que futuramente venha a contribuir no surgimento de disfunções de
caráter crônico.
Duca e Nahas (2011 p.14) destacam que inatividade física pode ser
facilmente compreendida pelo “ato de não praticar atividade física além das
atividades da vida diária”. Atualmente, dentre todas as causas de morte do mundo, a
inatividade física aparece na quarta posição. Quando observados apenas os efeitos
dos comportamentos de risco a saúde, a inatividade física fica atrás somente do
tabagismo, dentre todos os motivos de morte.
Um dado interessante do Ministério da Saúde (2004) indica que a não
prática de atividade física é a principal responsável por dois milhões de mortes no
mundo. Em um dado anual do Ministério da Saúde, estima-se que a inatividade física
seja responsável por 10%-16% dos casos de câncer de cólon, mama e diabetes e
22% das doenças isquêmicas do coração.
O Ministério da Saúde (2004) destaca ainda que a inatividade física é
mais acentuada em pessoas com renda baixa, sendo mais prevalentes em mulheres
e idosos, e que após a adolescência, a diminuição da atividade física ocorre de
forma progressiva.
Howley e Franks (2000) apontam o que é necessário para promover a
saúde, e o ponta pé inicial é que as comunidades, as escolas, os estados incentivem
e comuniquem mais a importância da atividade física para a população, para os
autores, existem três elementos para a melhora da saúde da população através da
atividade física, e são elas, clareza, acesso e segurança. Para clareza eles dizem
que os profissionais da saúde precisam evidenciar a importância da atividade física,
na medida em que se relacionam em diversas áreas de saúde. Os profissionais da
saúde terão que se tornar mais qualificados na hora de fornecer explicações, e com
isso facilitar o melhor entendimento das pessoas. Para um acesso melhor as
instituições publicas e privadas deveriam propiciar melhores ambientes, tornando a
atividade física atrativa para todas as idades, incluindo bons programas de saúde e
programas comunitários que sejam abertos a todos. A segurança, para atividade
física, é importantíssima, equipamentos apropriados para as atividades e para a
idade e o nível de cada individuo, cuidado e monitoramento dos praticantes, fazem
parte de um bom programa de qualidade.
24

2.2.1 Estresse

O estresse, de acordo com Nahas (2010 p. 229), origina-se do latim


stringere e, a partir do século XVII, foi empregado na Inglaterra no sentido de
adversidade ou aflição. Em 1936, o fisiologista Hans Selye, utilizou a palavra
estresse com o mesmo significado que é utilizado nos dias de hoje: “estresse é a
maneira como o organismo responde a qualquer estímulo – bom, ruim, real ou
imaginário – que altere seu estado de equilíbrio”.
Para Weineck (2003), existem fatores que são denominados como o
estresse bom, que possibilita um caráter animador e ativador e que são sentidos
pelas pessoas como agradáveis, como o sucesso, estar apaixonado, boas notícias,
impressão agradável etc. O estresse ruim, que deixa as pessoas doentes, contêm
cargas, esforços e aborrecimentos, que são expostos no seu dia-a-dia, por meio do
barulho, pressa, frustrações, operações, acidentes etc.
Ambos atuam sobre o mesmo sistema, ou seja, pelos hormônios
estressores, que coloca nosso corpo em elevada capacidade de rendimento e em
situação de alarme (WEINECK, 2003).
Um dos hábitos mais importantes que um indivíduo pode usar, para a
melhora do seu estado de espírito e controle do estresse, é a prática regular da
atividade física (NIEMAN, 2011).
Segundo Nahas (2010), existem poucas situações que alteram tantos o
sistema orgânico como a atividade física. Para verificar os efeitos do estresse, tem
sido comum utilizar o exercício físico para investigações científicas dos efeitos
agudos e crônicos do sistema cardiovascular, musculoesquelético, imunológico e
metabólico hormonal. Se um indivíduo realiza um esforço físico, é considerado uma
forma de estresse, se ele é praticado de forma regular, recreativa e que não leve a
exaustão, é considerado um estímulo que promove a saúde. O feito agudo inerente
da atividade física e a melhora da aptidão física ajudam as pessoas a reagir de
forma mais eficiente a outros fatores estressantes de ordem física e psicológica.
Nieman (1999) acredita que os agentes estressores crônicos são os
25

principais vilões, associados à lista pelos problemas de saúde. A ansiedade crônica


e a depressão podem ser originadas pelo aumento de situações modificadoras da
vida e da hostilidade e estão intimamente ligadas ao risco de doenças cardíacas,
câncer, infecção, problemas gastro intestinais, cefaleias e insônia.
Barefoot (1980 apud NIEMAN, 1999, p. 247) realizou um estudo em que:

Aproximadamente mil homens, acompanhados durante trinta anos, aqueles


que tinham pontuações mais elevadas de insatisfação num teste psicológico
realizado na segunda década de vida apresentavam uma probabilidade três
vezes maior de sofrer um ataque cardíaco e seis vezes maior de um
derrame durante a meia idade.

Para controlar o estresse existem cinco princípios importantes, o controle


dos estressores, que podem ser modificados, reduzidos, evitados ou controlados,
como escalar uma montanha com uma mochila, podendo controlar o estresse pelo
ritmo e carga transportada; controlando as reações de estresse a mente escolhe
uma resposta propicia, em um determinado evento estressor, desviando dos efeitos
prejudiciais sobre a saúde; apoio social de outras pessoas é um fator positivo para a
melhora da saúde, enquanto com o isolamento social, pode ocorrer uma queda na
saúde e até mesmo aumentar o risco em adquirir uma doença; satisfação em servir
os outros para obter paz na mente, a maioria das pessoas precisa estar
comprometida com o trabalho em prol de algo que eles possam respeitar;
mantendose saudável para que se possa ter uma vida saudável o corpo precisara de
sono, exercícios, relaxamento e uma dieta prudente (NIEMAN, 1999).
Segundo Nahas (2010), quando se realiza algum tipo de atividade que
traz prazer como esportes recreativos, jardinagem, caminhadas, e outras, podem
proporcionar uma distração dos agentes estressores do dia a dia, tranquilizando
seus efeitos no organismo.

2.2.2 Saúde

Os parâmetros resultantes dos esforços para definir saúde têm em comum


o fato de englobarem múltiplas dimensões, incluindo a saúde física, a capacidade de
realizar as tarefas do quotidiano, o estado emocional e o ângulo social. Infortúnio de
natureza física, psíquica e social, sempre estará presente, portanto, as mais variadas
26

definições de saúde devem ser bem esclarecidas, tendo como um desafio de superar
as mais diversas dimensões (TOSCANO, 2001).
Ghorayeb e Barros (1999) seguem a mesma linha de Toscano (2001),
incluindo variadas dimensões referentes à saúde, podendo obter seis dimensões ou
domínios, dentre estas dimensões estão à física, que engloba não somente o quadro
clínico de uma pessoa, ou seja, a presença/ausência, gravidade/intensidade de
doenças orgânicas, como também a adoção de uma alimentação saudável, a não
utilização de hábitos nocivos à vida e, ainda, a utilização correta do nosso sistema
de saúde. Dimensão emocional, que engloba um adequado gerenciamento das
tensões do estresse e uma forte autoestima, somando um nível de inspiração com a
vida. Dimensão social são os relacionamentos com o próximo, o equilíbrio com o
ambiente e uma boa relação dentro de casa. Dimensão profissional é a clara
satisfação com o trabalho, sendo reconhecido profissionalmente na realização do
seu trabalho. Dimensão intelectual se utiliza na capacidade de criação em situações
diversas, agregando conhecimentos e partilhando o potencial com outras pessoas. E
por fim, dimensão espiritual, que encontra o propósito pela vida em valores éticos,
associados a pensamentos positivos e otimistas. Os autores relatam que todas as
dimensões ditas acima, são interligadas reciprocamente com saúde.
Portanto, a definição mais concreta e a mais convincente sobre saúde
vêm da Organização Mundial de Saúde (2011). A definição apareceu no preâmbulo
da constituição da OMS no final dos anos de 1940, e foi descrita da seguinte forma:
“a saúde é um estado de completo bem estar físico, mental e social, e não
meramente a ausência de doença ou enfermidade’’ (NIEMAN, 1999 p.4)”.
Essa definição recebeu algumas críticas por ser difícil de mensurar, a
OMS relatou que qualquer fragmentação de saúde deve considerar “a extensão pela
qual o indivíduo ou grupo é capaz de realizar suas absorvências, em satisfazer as
necessidades em modificar e enfrentar o ambiente”. A saúde é analisada como
recurso para a vida cotidiana alem de interagir com a sociedade e de adaptar-se ao
estresse, seja físico ou mental (NIEMAN, 2011).
Para Nahas (2010), a saúde é um dos nossos atributos mais preciosos. A
maioria das pessoas só pensa em manter ou melhorar a saúde. Para o autor, nos
dias de hoje, não se entende saúde apenas como um estado de ausência de
doenças. A saúde é considerada como uma condição humana com dimensões
físicas, sociais e psicológicas, formadas por um contínuo, onde, em suas
27

extremidades, possui um polo negativo e outro positivo, como mostrado na figura


abaixo.

Figura 1 – Contínuo de Saúde

Fonte: Nahas, 2010

Nieman (2011) destaca que saúde e bem estar pressupõem que as


pessoas estejam envolvidas na melhora da qualidade de vida. Esse processo é
enfatizado pelo Continuum da saúde, ele demonstra que entre a saúde ideal e a
morte, encontra-se a doença, que é precedida por um período prolongado de hábitos
negativos de estilo de vida.
O mesmo autor relata que, segundo pesquisas, a população norte
americana se encontra na zona do comportamento de risco da figura acima,
relutando em passar para o lado positivo da figura. Um estudo realizado com
funcionários governamentais da saúde, onde foram analisados condutas individuais
e fatores ambientais, são responsáveis por 70% das mortes prematuras nos Estados
Unidos.
Pesquisas em vários países, inclusive no Brasil, tem destacado que o
estilo de vida passou a ser um dos mais importantes determinantes da saúde das
pessoas. Até o inicio do século XX, houve um período em que a saúde pública se
assentava em ações de melhoria ambiental, causa principal da mortalidade (NAHAS,
2010).

2.2.3 Sociabilidade

A dimensão sociabilidade busca relacionar as pessoas que utilizam o


28

esporte para a prática regular da atividade física, como forma de socialização no


desenvolvimento de relações com outras pessoas. Esta dimensão é um fator
motivacional que parte do começo, cujos indivíduos praticam a atividade física
regular com o objetivo de introduzir-se em um grupo ou relaciona-se com outros
indivíduos (RYAN; DECI, 2000b).
Gold e Weiss (1987) destacam que a inclusão das pessoas faz com que a
socialização, no meio desportivo, promova fortes laços com amigos de treino,
professores, técnicos e parentes. O envolvimento das pessoas com a atividade física
esportiva pode ter vários tipos de significados como, forma de lazer, cultura física,
esforço de auto superação, aprendizagem ou até mesmo integração social
(MACHADO, 1997).
Mota (1997) relata que atividade física regular ajuda a promover o
conhecimento do desenvolvimento das habilidades cognitivas e motoras, permitindo
relações de socialização com colegas e amigos.
A socialização pode ser entendida por “um processo pelo qual a pessoa
adquire capacidades sociais, como a percepção social, o idioma, motivos e atitudes
sociais, integração, interação e comunicação social que lhe permitem agir
adequadamente em situações sociais” (SAMULSKI, 2002 p. 37).
Para Weinberg e Gould, (2001), as pessoas iniciam um programa de
atividade física para ter a chance de socializar-se com outras pessoas. Elas podem
interagir com outros indivíduos, combatendo a solidão e afastar-se do isolamento
social, a experiência com outras pessoas levam a amizade e o companheirismo.
Cunha (1999 apud, CAPOZZOLI, 2010) salienta que alguns
frequentadores passam a ser, referência para a prática do exercício físico nas
academias, um espaço de convivência integrada que reafirma um status social e
financeiro de seus praticantes, muito além de aspectos físicos desportivos.
Praticantes regulares de exercícios frequentemente descobrem que dividir
a experiência diária torna o exercício mais prazeroso de ser realizado. Mais de 90%
dos praticantes de exercícios físicos preferem se exercitar com outras pessoas e não
sozinhos. O mesmo autor ainda destaca que, com a motivação elevada através da
prática do exercício físico e da socialização entre os grupos, as pessoas
estabelecem uma forma de aumentar a autoestima, que atua em seu
desenvolvimento físico e psicológico, formando novos ciclos de amizades
(WEINBERG; GOULD, 2001).
29

2.2.4 Competitividade

Segundo Amorim (2010), a competição está presente, no meio da


sociedade, e faz parte da vida de todos que estão em busca da melhora no
desempenho, que a atividade pode propor.
O termo competição pode ser usado de maneira geral em diferentes
situações. Por exemplo, “competimos contra os outros, contra nós mesmos, contra o
relógio ou livro de recordes e contra objetos e os elementos naturais (alpinismo,
canoagem)” (WEINBERG; GOULD, 2001 p. 120).
Coakley (1994 apud WEINBERG; GOULD, 2001 p. 120) define
competição como “um processo social que ocorre quando recompensas são dadas
as pessoas com base em seu desempenho comparado com os desempenhos de
outros indivíduos que estejam realizando a mesma tarefa ou participado do mesmo
evento”.
Gill e Deeter (1988 apud GALLEGOS et al., 2002, p. 145) destacam que a
competitividade é classificada em três tendências comportamentais, competidor,
determinado e vitorioso:

• Competidor reflete o prazer de competir em qualquer situação,


empenhando-se ao máximo por sucesso em cenários esportivos
competitivos;
• Determinado o atleta estabelece objetivos com desejo pessoal que pode
ser vitória em primeiro plano ou preparação para o desenvolvimento
através de experiência e, na sequência, vencer determinado
campeonato de maior benefício;
• Vitorioso o atleta busca a vitória como único objetivo em comparação
interpessoal e, em caso de derrota, a sua frustração é maior se
comparada com os atletas com tendência aos comportamentos,
determinados e competitivos.

Para De Rose Junior (2002), a competição refere-se à ocasião na qual o


indivíduo demonstra suas valências, em um jogo, onde haja confronto com dois ou
mais competidores. A competição esportiva pode ser considerada em um momento
onde os indivíduos disputam algo pelo mesmo objetivo.
A competitividade auxilia na evolução dos atletas, uma em que o
30

sentimento de derrota pode ser um fator intrínseco em dar a volta por cima. No
entanto, a competitividade, dependendo do nível do atleta, pode passar dos limites,
despertando a falta de lealdade na tomada de algumas atitudes antidesportivas. A
falta de competitividade pode ser demonstrada em uma atitude física ou verbal
perante o adversário, pela desestabilização psicológica oferecida pela competição
(ESPORTE SOCIAL, 2011).

2.2.5 Prazer

Zambonato (2008 p. 26) destaca que “o ser humano, em geral, precisa ter
mais prazer pela vida, pois dessa maneira, se sentirá mais feliz, adaptando-se
melhor a sociedade, diante das constantes modificações”.
Pode-se afirmar, cada vez mais, que os benefícios advindos da prática da
atividade física redundam na melhora da qualidade de vida. Contudo, diversos
fatores podem ser determinantes para a escolha de uma atividade física, desde a
obtenção de saúde, estética, lazer, socialização e o prazer, dentre muitos outros
(SALVADOR, 2008).
Os sentimentos de prazer, experimentados pela participação em uma
atividade, cria a sensação de competição e autodeterminação. O prazer é uma
gratificação experimentada em uma conduta motivada intrinsecamente em definir a
operação dos níveis de motivação intrínseca (DECI; RYAN, 1985).
Um indivíduo, intrinsecamente motivado, ingressa na atividade física por
sua própria vontade, quer dizer, pela satisfação e pelo prazer de conhecer uma nova
atividade. Os comportamentos intrinsecamente motivados tem relação com o bem
estar, psicológico, interesse, prazer e persistência (RYAN; DACI, 2000b).
Raposo (1996 apud, FREITAS, 2002) destaca que a maioria das pessoas
prática atividade pelo prazer proporcionado e pelo divertimento protagonizado pela
atividade. Esses fatores podem ser classificados como intrínsecos.
Saba (2001), cita que a influência na manutenção da rotina à prática de
exercícios físicos, é o prazer. Mesmo que o exercício não leve a condição de bem
estar completo pelo indivíduo, o prazer pela prática garante a continuidade. O fator
prazer é de suma importância, pois desata o processo de interesse pela prática do
exercício físico, levando o sujeito em um maior entendimento na atividade em que
pratica.
31

Segundo Ornstein e Sobel (1989 apud SHARKEY, 1998 p. 350):

As sensações prazerosas obtidas pela atividade física liberam em nosso


sistema nervoso, endorfinas e outras substâncias químicas semelhantes à
opiatos. Essas substâncias alcançam os receptores e satisfazem as
necessidades fisiológicas. Os autores afirmam que o desejo humano por
prazer evoluiu para estimular a sobrevivência.

O efeito positivo sobre os aspectos psicológicos origina-se do prazer que


é obtido na atividade realizada (ARAUJO et al., 2007). O exercício não tem que ser
doloroso ou fatigante para ser prazeroso, mais sim apenas ser regular e moderado
para oferecer prazeres saudáveis (SHARKEY, 1998). A sensação de prazer é o
reflexo de uma aptidão física, pois passa a ser compreendida como um organizador
que representa um estado multifacetado de bem estar resultante da prática da
atividade física (CORBIN, 1987).

2.2.6 Estética

Nos últimos tempos o corpo tornou-se uma preocupação geral que atinge
diversas classes sociais, faixas etárias e grupos da sociedade. A preocupação
excessiva com o corpo toma caminhos desiguais em nossa sociedade. As
academias de ginástica, musculação, dança entre outras, proliferam a imagem do
corpo saudável, que deve ser cuidado a qualquer preço, oferecendo um modelo
estético a ser seguido (CORREIA, 2006).
Thompson (1996 apud SAIKALI et al., 2004 p. 164) destaca que no
conceito de imagem corporal existem três componentes:

• Perceptivo, que se relaciona com a precisão da percepção da própria


aparência física, envolvendo uma estimativa do tamanho corporal e do
peso;
• Subjetivo, que envolve aspectos como satisfação com a aparência, o
nível de preocupação e ansiedade a ela associada;
• Comportamental, que focaliza as situações evitadas pelo indivíduo por
experimentar desconforto associado à aparência corporal.
32

Correia (2006) destaca que a aparência física e os significados cominados


a ela, constituem elementos importantes nas relações sociais. O interesse pelas
práticas corporais realizadas nas academias de ginástica, como a musculação com
propósitos estéticos, tem o objetivo principal em buscar certos padrões de beleza e
saúde.
Atualmente se vive na era da imagem corporal, na qual as pessoas são
bem vistos pela nossa imagem, por padrões de estética e beleza, que são atribuídos
pela nossa sociedade. Indivíduos utilizam a prática regular da atividade física para
alcançar e manter um corpo que seja invejável, aprovado pela sociedade que ela
esteja inserida (CAPOZZOLI, 2010).
Estudos realizados por Saba (2001) apontam que o principal motivo pela
procura de academias é o fator estético, evidenciando que a busca é pelo corpo
bonito e escultural.
Muitas das vezes a procura pela atividade física está relacionada ao
descontentamento corporal, colocando o fator estético como um fator principal para a
prática do exercício físico, deixando a saúde como consequência da boa forma física
(COELHO et al., 2010).
Kakeshita e Almeida (2006 apud COELHO, et al., 2010) realizaram uma
pesquisa a respeito do tamanho corporal com pessoas de ambos os sexos, e
mostrou que 87% das mulheres gostariam de reduzir o tamanho da silhueta e 73%
dos homens gostariam de aumentar. O autor destaca que estudos como este
demonstra que a insatisfação corporal atingem pessoas de ambos os sexos.
Outro estudo realizado por Kelley e Neufeld (2010 apud COELHO, et al.,
2010), com homens e mulheres abordando a satisfação corporal, verificou que a
busca pelo corpo magro ou musculoso não esta relacionada ao gênero. De acordo
com o estudo, as pessoas de ambos os sexos buscam a satisfação em ter um corpo
bonito, pelo ganho da massa muscular. Por esses resultados, as mulheres buscam o
corpo magro e esbelto e os homens a musculatura desenvolvida.
Quando ocorre uma insatisfação pela imagem corporal as pessoas iniciam
um programa de atividade física. As mulheres buscam a magreza e os homens, ter
músculos fortes e volumosos. Um programa de atividade física bem elaborado pode
reduzir o peso corporal, como de desejo para as mulheres, ou, para os homens,
aumentar a massa muscular. Em consequência a isso, a prática da atividade física
leva as pessoas a alcançarem corpos que idealizam (DAMASCENO et al., 2005).
33

3 MÉTODO

3.1 TIPO DE PESQUISA

Este estudo, quanto à sua natureza, caracteriza-se como uma pesquisa


aplicada. Para Oliveira (1998) pesquisa aplicada se determina como teorias ou leis
amplas para um ponto de partida, e tem por objetivo pesquisar, comprovar ou rejeitar
hipóteses propostos pelos modelos teóricos fazendo uma aplicação de diferentes
necessidades humanas.
Quanto à abordagem do problema, o trabalho foi caracterizado como uma
pesquisa quantitativa. Oliveira (1998) define que uma abordagem quantitativa
significa quantificar opiniões, dados, nas formas de coleta de informações e também
utilizar recursos e técnicas estatísticas mais simples.
Por fim, quanto aos objetivos, foi classificada como exploratória. Segundo
Oliveira (1998) pesquisa exploratória tem como razão a formulação de um problema
para efeito de uma pesquisa mais precisa ou, ainda, para elaboração de hipóteses.

3.2 PARTICIPANTES DA PESQUISA

Participaram da pesquisa 232 praticantes de musculação de 11


academias do Município de São José, com idade entre 18 a 60 anos, de ambos os
sexos.
A escolha dos participantes foi de forma não aleatória, intencional e com
participação voluntária.
Justifica-se este tipo de escolha dos sujeitos para a realização deste
trabalho, o número significativo e crescente de academias no município de São José,
contribuindo com isso para que se tenha uma amostra representativa e que
responda satisfatoriamente aos objetivos do trabalho.

3.3 INSTRUMENTO DE PESQUISA

Para verificar a motivação dos participantes de musculação das


academias de são José, foi utilizado o “Inventário de Motivação à Prática Regular de
Atividade Física” IMPRAF-54 elaborado por Balbinotti e Barbosa (2006).
34

O IMPRAF-54 é um instrumento que possibilita verificar a partir de 54


itens, com 9 blocos, seis possíveis dimensões associadas à motivação à prática
regular de atividades física; sendo que o primeiro bloco apresenta uma questão
relativa a dimensão motivacional: (1º) Controle de Estresse, (2º) Saúde, (3º)
Sociabilidade, (4º) Competitividade, (5º) Estética e (6º) Prazer. Essas questões são
repetidas até o oitavo bloco sendo que o último bloco, o nono é composto por seis
questões repetidas tendo como objetivo investigar o grau de concordância
acordadas a primeira e a segunda resposta ao mesmo item.
O questionário apresenta uma escala tipo likert com cinco opções, em
uma ordem crescente de avaliação: (1) “isto me motiva pouquíssimo”, (2) “isto me
motiva pouco”, (3) “mais ou menos, não sei dizer, tenho dúvida”, (4) “isto me motiva
muito” e (5) “isto me motiva muitíssimo”.

3.4 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS

Inicialmente foram contactadas 11 academias de musculação do


município de São José, foi explicado os objetivos da pesquisa e como houve
concordância foi assinado o Termo de Ciência e Concordância entre as Instituições.
Na pesquisa foram levados em consideração os princípios éticos de
acordo com a Resolução n.196, de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de
Saúde.
Com aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Sul
de Santa Catarina, (CEP – UNISUL, registro 11.516.4.09.III) foi agendado os dias e
horários para aplicação dos questionários, estando presente no local o pesquisador
para esclarecimento de possíveis duvidas.
A coleta de dados foi realizada nos meses de março e abril de 2011 em 11
academias do município de São José.
Os participantes da pesquisa foram convidados a participar do estudo,
informados quanto aos procedimentos a serem realizados, e após concordarem,
assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, para em seguida,
responder os questionários.
35

3.5 ANÁLISE DOS DADOS

Para análise dos dados, como se trata de um estudo transversal e visa


descrever os dados quantitativos, foi utilizado dados de estatística descritiva
utilizando parâmetros de média, desvio padrão e mediana através dos escores
obtidos pelo instrumento de pesquisa, apresentados através de gráficos e tabelas.
36

4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

4.1 AMOSTRA GERAL

Na tabela 1 e gráfico 1 a seguir estão apresentados os dados descritivos


dos valores observados em cada dimensão na amostra geral (Estresse, Saúde,
Sociabilidade, Competitividade, Estética e Prazer).

Tabela 1 – Dimensões motivacionais – amostra geral.


Dimensões Média ± (dp) min-max Mediana

Controle de estresse 25,3 ± 7,9 9 – 40 24


Saúde 30,6 ± 4,2 19 – 40 31
Sociabilidade 25,8 ± 7,0 13 – 40 25
Competitividade 17,4 ± 5,4 8 – 37 16
Estética 29,1 ± 5,7 8 – 40 30
Prazer 34,9 ± 5,4 10 – 40 36
Fonte: Elaboração dos autores, 2012.

Gráfico 1 – Distribuição das dimensões motivacionais – amostra geral.

Fonte: Elaboração dos autores, 2012.


De acordo com a tabela 1 e gráfico 1 apresentados acima, a maioria dos
37

sujeitos praticam musculação pelo prazer pela prática, seguido pelo motivo saúde e
estética. Para as dimensões sociabilidade e controle de estresse os sujeitos
obtiveram resultados semelhantes à média. Como fator que menos esta associado à
motivação a prática da musculação pode-se citar a dimensão competitividade, que
pode ser explicada pela característica da modalidade musculação.
Os resultados deste estudo estão próximos, mas não semelhantes aos
encontrados por Capozolli (2010) que objetivou verificar os fatores motivacionais
para a pratica em academias de ginástica do município de Erechim/RS. O autor
encontrou que os motivos que levam a maioria dos sujeitos a buscar as academias
de ginástica foi a busca pela saúde, seguido pelo prazer, estética, controle de
estresse, sociabilidade e competitividade. Resultados semelhantes foram
encontrados por Napoli e Sene (2008) quando analisados os principais fatores
motivacionais que levam praticantes de musculação a treinar no período vespertino
na cidade de Jaguaruna, SC.
Buscando uma relação com outra modalidade esportiva, percebe-se que
os dois principais motivos foram semelhantes. No estudo de Bühler (2010) realizado
com praticantes de futebol de finais de semana também verificou-se que os
praticantes buscam a prática pelo prazer subsequente de, saúde, competitividade,
controle de estresse, sociabilidade e estética.

4.2 AMOSTRA POR SEXO

Na tabela 2 e gráfico 2 abaixo são apresentados os dados descritivos dos


valores observados em cada dimensão em uma amostra comparativa por sexo.

Tabela 2 – Dimensões motivacionais – amostra geral por sexo.


38

Gênero Dimensões Média ± (dp) min-max Mediana

Controle de estresse 25,5 ± 7,4 12 – 40 26

Saúde 30,2 ± 4,3 19 – 37 31

Sociabilidade 25,1 ± 7,1 13 – 40 25


Feminino (n
= 118) Competitividade 16,0 ± 4,1 8 – 33 16

Estética 29,5 ± 5,3 9 – 40 31

Prazer 34,7 ± 5,6 19 – 40 37

Controle de estresse 25,1 ± 8,5 9 – 40 24

Saúde 30,9 ± 4,1 22 – 40 32

Sociabilidade 26,6 ± 6,8 13 – 40 26


Masculino (n
= 114) Competitividade 18,8 ± 6,2 10 – 37 16

Estética 28,7 ± 6,1 8 – 40 30

Prazer 35,0 ± 5,2 10 – 40 36

Fonte: Elaboração dos autores, 2012.

Gráfico 2 – Distribuição das dimensões motivacionais – amostra por sexo.

Fonte: Elaboração dos autores, 2012.


Conforme a tabela 2 e gráfico 2, as dimensão que mais motiva as
39

mulheres a prática da musculação foi o prazer seguido pela saúde, estética, controle
de estresse, sociabilidade e competitividade. Nas dimensões controle de estresse e
sociabilidade obtiveram resultados próximos da média. Não muito diferente das
mulheres, os motivos que levam os homens a prática da musculação também foi o
prazer subsequente de saúde, estética, sociabilidade, controle de estresse e
competitividade. Percebe-se com os resultados uma similaridade entre homens e
mulheres na busca pela prática da musculação, diferindo apenas na terceira
dimensão em que para as mulheres aparece o controle do estresse e para os
homens a sociabilidade. E quando comparado com um estudo com objetivos
semelhantes, verificou-se que o principal motivo difere-se tanto para homens quanto
para mulheres que buscam a prática em academias com objetivos de saúde, seguido
por prazer, estética, controle de estresse, sociabilidade e competitividade
(BALBINOTTI; CAPOZZOLLI 2008).
Diferentemente dos resultados encontrados neste estudo, Napoli e Sene
(2008) encontraram como principais fatores motivacionais a prática da musculação
no período vespertino, à saúde, seguido por prazer, estética, sociabilidade, controle
de estresse e competitividade. Neste mesmo estudo citado, para as mulheres a
saúde também vem em primeiro lugar subsequente de prazer, estética, controle de
estresse, sociabilidade e competitividade.
No estudo de Zambonato (2008) os resultados quando analisados
separando homens e mulheres também diferem desse estudo e concordam com os
resultados de Napoli e Sene (2008). Os motivos dos adolescentes com sobrepeso e
obesos a prática da atividade física para os homens teve como fator primordial à
saúde, seguido pelo prazer, estética, sociabilidade, controle de estresse e
competitividade, para as mulheres a saúde também vem em primeiro lugar, já as
outras dimensões vem seguido por estética, prazer, sociabilidade, controle de
estresse e competitividade.
No estudo de Saldanha (2008) foi verificado os motivos dos atletas de
basquetebol infanto-juvenil de 13 a 16 anos a prática regular da atividade física e o
fator que mais motiva as mulheres a prática é o prazer seguido de saúde,
sociabilidade, competitividade, estética e controle de estresse. Comparando a
variável sexo feminino na tabela 2 acima, somente as dimensões prazer e saúde
correspondem aos resultados. Já para os homens o motivo principal também é o
prazer subsequente de competitividade, saúde, sociabilidade, estética e controle de
40

estresse. Ao comparar com a tabela 2 acima, somente o prazer e a saúde se iguala


as dimensões.

4.3 AMOSTRA POR FAIXA ETÁRIA

Na tabela 3 e gráfico 3 são apresentados os dados descritivos dos valores


observados em função da faixa etária.

Tabela 3 – Dimensões motivacionais – em função da faixa etária.


Faixa etária Dimensões Média ± (dp) min-max Mediana
Controle de estresse 22,8 ± 7,3 9 – 37 21
Saúde 29,1 ± 5,0 20 – 37 31
Sociabilidade 24,8 ± 7,0 13 – 38 24
18 a 20 anos
(n = 37) Competitividade 17,6 ± 5,8 10 – 33 16
Estética 30,4 ± 5,5 8 – 38 32

Prazer 35,6 ± 4,9 20 – 40 37


Controle de estresse 25,3 ± 7,9 11 – 40 24
Saúde 30,6 ± 4,2 19 – 40 31
Sociabilidade 26,5 ± 7,2 13 – 40 27
21 a 30 anos
(n = 118) Competitividade 17,9 ± 5,9 8 – 37 16
Estética 29,6 ± 5,4 9 – 40 30

Prazer 35,3 ± 5,4 10 – 40 37


Controle de estresse 26,5 ± 8,6 11 – 40 26
Saúde 31,0 ± 3,6 21 – 36 32
Sociabilidade 25,2 ± 6,9 13 – 40 25
31 a 40 anos
(n = 49) Competitividade 16,6 ± 4,6 9 – 33 16
Estética 28,7 ± 6,0 9 – 39 29

Prazer 34,6 ± 5,0 20 – 40 35


Controle de estresse 26,4 ± 7,2 14 – 38 29
Saúde 31,4 ± 3,4 20 – 36 32
Sociabilidade 25,4 ± 6,4 13 – 39 26
41 a 60 anos
(n = 28) Competitividade 16,5 ± 4,1 10 – 28 16
Estética 26,0 ± 6,2 12 – 36 28

Prazer 32,5 ± 6,0 19 – 40 33


41

Fonte: Elaboração dos autores, 2012.


Gráfico 3 – Distribuição das dimensões motivacionais – amostra por faixa etária.

Fonte: Elaboração dos autores, 2012.

De acordo com a tabela 3 e gráfico 3 apresentadas acima, os sujeitos


com faixa etária de idade entre 18 a 20 anos, tem como principal motivo a prática da
musculação nas academias de São José o prazer, tendo como sequência a estética,
saúde, sociabilidade, controle de estresse.
Amorim (2010) em seu estudo verificou os fatores motivacionais de
adultos jovens do sexo masculino a prática da musculação na faixa etária de 18 a 30
anos. Teve como dimensão mais motivadora a estética seguida pelo prazer, saúde,
sociabilidade, controle de estresse e a competitividade. Esses resultados
apresentam-se de maneira diferente aos achados neste estudo com semelhanças
nas três ultimas dimensões: sociabilidade, controle de estresse e competitividade.
Analisando a faixa etária entre 21 a 30 anos na tabela 3 a dimensão que
mais motiva os praticantes de musculação de São José é o prazer em segundo vem
à saúde, estética, sociabilidade, controle de estresse e competitividade.
Com resultados deferindo, Proença (2011) investigou mulheres de 20 a 35
anos que praticam musculação em uma academia do município de Palhoça e a
dimensão que mais motiva as praticantes de musculação foi à Saúde.
42

Quando analisado a faixa etária entre 31 a 40 anos a dimensão que mais


motiva os praticantes de musculação das academias de São José permanece o
prazer seguido por saúde, estética, controle de estresse, sociabilidade e
competitividade. Já Capozolli (2010) analisando indivíduos de 21 a 40 anos, o
principal fator motivacional dos sujeitos praticantes é a saúde, logo após o prazer,
controle de estresse, estética, sociabilidade e competitividade.
Pouco mais próximo aos achados deste estudo Bühler (2010) analisando
praticantes de futebol na faixa etária de 32 a 45 anos, também obtiveram o prazer
como motivo principal, seguido por competitividade, saúde, controle de estresse,
sociabilidade e estética.
E por último a dimensão que mais motiva os sujeitos à prática da
musculação por faixa etária de 41 a 60 anos é o prazer de realizar a musculação
subsequente de saúde, controle de estresse, estética, sociabilidade e
competitividade. Nessa variável por faixa etária teve duas dimensões que se
igualaram à média, o controle de estresse e a sociabilidade. Estes dados também se
confrontaram de maneira diferente aos encontrados por Balbinotti e Capozzoli (2008)
que encontraram que os motivos que levam os sujeitos à prática em academias de
ginástica com idade entre 41 a 65 é a saúde seguido por prazer, estética, controle de
estresse, sociabilidade e competitividade.
Porém se comparado com o estudo de Bühler (2010) com faixa etária de
46 a 60 anos, o que mais motiva os praticantes de futebol é saúde subsequente de
prazer, competitividade, controle de estresse, sociabilidade e estética, podendo ser
verificado que somente a 4ª dimensão (sociabilidade) é que se apresenta
semelhante.
5 CONCLUSÃO E SUGESTÕES

Verifica-se que a dimensão que mais motiva os praticantes de musculação


nas academias de São José é o prazer seguido por saúde, estética, sociabilidade,
controle de estresse e por último a competitividade.
Mesmo analisando separadamente homens e mulheres, verificou-se um
comportamento semelhante da motivação entre os gêneros, nas três primeiras
dimensões analisadas Prazer, Saúde, Estética. Verificou-se uma inversão entre
homens e mulheres no que se refere ao 4º e 5º fator controle de estresse e
sociabilidade para as mulheres e sociabilidade e controle de estresse para os
43

homens. A competitividade aparece para ambos os sexos como o último fator


associado à prática da musculação.
De acordo com a distribuição por faixas etárias, pode-se dizer, de forma
geral, que os escores avaliados apresentam os mesmos valores, traduzindo que o
perfil motivacional, num todo, apresenta-se semelhante para as faixas etárias
analisadas. É de se esperar que, uma ou outra característica avaliada apresentem
diferenças, como a estética, que se apresentou superior nos indivíduos avaliados de
18 a 20 e mais reduzida nos indivíduos de 41 a 60 anos. Isto é um reflexo da
sociedade em geral e das fases da vida, onde as pessoas mais jovens, que
normalmente são mais inseguras, estão diante de constante avaliação e aprovação,
seja em suas relações pessoais, relações trabalhistas ou até mesmo com seu perfil
explorado pela sociedade. Porém, como este estudo tem uma amostra considerável,
admite-se que o que foi encontrado é reflexo dos padrões sociais e dos diferentes
perfis motivacionais ao longo da vida.
Verificou-se também que em qualquer variável (geral, sexo e faixa etária),
a dimensão que menos motiva os praticantes de musculação das academias de São
José é a competitividade. De fato isso ocorreu por ser um estudo com
frequentadores de academias de musculação que visa à atividade física e não a
competição.
Sugere-se outros estudos que também investiguem a motivação em
praticantes de musculação, com grupos com diferentes características e objetivos
para a prática, como fisiculturistas, halterofilistas, idosos, grupos especiais e
indivíduos saudáveis.
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ANEXOS

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