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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO

DO RIO GRANDE DO SUL

CARLOS AUGUSTO GIRAUDO DA SILVA

EFEITOS DE UM PROGRAMA DE TREINAMENTO FUNCIONAL DE ALTA


INTENSIDADE

Ijuí/RS
2018
CARLOS AUGUSTO GIRAUDO DA SILVA

EFEITOS DE UM PROGRAMA DE TREINAMENTO FUNCIONAL DE ALTA


INTENSIDADE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Banca Examinadora do Curso de Educação
Física da Unijuí - Campus Ijuí, como
exigência requisito para obtenção do título de
Bacharel em Educação Física.

Orientadora: Stela Maris Stefanello Stefanello

Ijuí
2018
Aos meus pais, Waldir e Marilda.
Obrigado pelo apoio, pelos ensinamentos e amor.
AGRADECIMENTOS

Aos meus pais Waldir e Marilda, por sempre estarem ao meu lado, acreditando e torcendo
pelo meu sucesso.

A minha namorada Josiane, pelo amor, carinho, atenção e pelo apoio em todos os momentos.

A professora Stela, por seu apoio e por ter compartilhado seus conhecimentos para a minha
formação. Sem sua ajuda este trabalho não teria se concretizado.

Ao Curso de Educação Física da Unijuí e a todos seus professores, pela transmissão de


conhecimentos que tornaram possível esta formação.
RESUMO
Este estudo monográfico teve por objetivo verificar os efeitos de um programa de 21 dias de
treinamento funcional em alta intensidade para o emagrecimento em mulheres sedentárias.
Para isso, foi realizado um estudo de caso no programa R21 da Academia Boa Forma de Ijuí /
RS. Para a análise de resultados foi subtraído os valores do peso corporal inicial e peso final
dos participantes da amostra da pesquisa e também calculado a média e desvio padrão da
idade, peso inicial, peso final e resultados da pesquisa. Estes dados foram tabulados com
auxílio do programa Microsoft Excel. Foi possível perceber que o treinamento funcional em
alta intensidade é capaz de apresentar respostas positivas em mulheres sedentárias quanto à
diminuição do peso corporal. E que adotar esse método de treinamento faz com que os
clientes que possuem pouco tempo para treinar frequentem as academias.

Palavras-chave: Treinamento funcional; Alta intensidade; Sedentarismo.


LISTA DE QUADROS

Quadro 01: Identificação, idade, peso inicial, peso final e resultados...................................... 22


LISTA DE TABELAS

Tabela 01: Média e desvio padrão ............................................................................................ 23


LISTA DE ANEXOS

Anexo 01: Tabela nutricional ................................................................................................... 29


Anexo 02: Quadros de treinos .................................................................................................. 30
Anexo 03: Ficha de controle de frequência ............................................................................. 32
Anexo 04: Termo de consentimento livre e esclarecido........................................................... 33
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 10

1. REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................................. 12


1.1. Obesidade. ......................................................................................................................... 12
1.2. Emagrecimento .................................................................................................................. 13
1.3. Conceitos e benefícios do exercício físico ........................................................................ 15
1.4. Conceitos e definições do treinamento funcional .............................................................. 16
1.5. Seis critérios do treinamento funcional ............................................................................. 18

2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ......................................................................... 19


2.1. Tipo de pesquisa ................................................................................................................ 19
2.2. Sujeitos .............................................................................................................................. 19
2.3. Procedimentos ................................................................................................................... 19
2.4. Instrumentos para levantamento de dados ......................................................................... 20
2.5. Análise de dados e discussão dos resultados ..................................................................... 21
2.6. Cuidados éticos ................................................................................................................. 21

3. ANÁLISE DE DADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ......................................... 22

CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................... 25


REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 26
10

INTRODUÇÃO

Estamos vivendo em um momento onde a sociedade sofre com um mau chamado


obesidade. Embora muitos não percebam, mas o estilo de vida atual tem um papel muito
importante nesse processo e desta forma vem causando uma grande pandemia de sujeitos com
sobrepeso corporal. Logo, “a Organização Pan-americana da Saúde afirma que mais de um
bilhão de pessoas apresenta excesso de peso no mundo, sendo que destas, 300 milhões são
obesas” (TEIXEIRA, 2012, p. 1). Porém, através da prática de exercícios físicos podemos
mudar esse contexto. Surge como uma das alternativas para o combate da obesidade e busca
ao emagrecimento, o treinamento funcional em alta intensidade e curta duração de tempo.
Deste modo podemos citar as academias de ginástica, onde várias práticas de
exercícios são disponibilizadas a população. Dentre as modalidades oferecidas o treinamento
funcional, segundo Teixeira et al. (2016) busca o aprimoramento nas capacidades utilizadas
no dia a dia do sujeito levando em consideração as suas características individuais.
O treinamento funcional se difere do treinamento tradicional de musculação. A
grande variação de exercícios que podem ser realizados nessa modalidade faz com que o
público se interesse cada vez mais pelos treinamentos. Apesar de ser um tipo de serviço
normalmente oferecido em academias, o treinamento funcional também pode ser realizado em
ambientes externos.
O treinamento funcional por ter uma variedade de exercícios motiva os
integrantes, melhorando todas as funções necessárias para o uso diário, estimulando novas
adaptações ao organismo, assim como sua coordenação motora e consciência corporal.
Quando pensamos em aliar o treinamento funcional e o emagrecimento, temos
que levar em consideração que este treinamento deve causar novas adaptações ao organismo e
desta forma tira-lo da homeostase. Nessa linha, avaliamos as curvas de volume e intensidade
em que os exercícios foram realizados para que o objetivo seja alcançado. A fim de conciliar
um treinamento eficaz, e ao mesmo tempo saudável para os praticantes.
O presente trabalho teve como objetivo geral verificar os efeitos de um programa
de 21 dias de treinamento funcional em alta intensidade para o emagrecimento em mulheres
sedentárias. Para isso, foi realizado um estudo de caso no programa R21 da Academia Boa
Forma de Ijuí / RS.
Este estudo se faz importante para saber diagnosticar os fatores que talvez possam
levar ao emagrecimento e fazer do treinamento funcional uma modalidade efetiva. E assim,
contribuir para o emagrecimento de sujeitos de maneira rápida e eficaz.
11

Pensando em estratégias de aproveitar o fator tempo, o programa R21 de


treinamento tem uma curta duração a cada dia de treino, são apenas 21 minutos diários de
treinamento. Deste modo, indivíduos com pouco tempo para realizar exercícios físicos podem
buscar o tão esperado objetivo.
Esta pesquisa foi dividida em capítulos, o primeiro capítulo tem um olhar sobre os
principais conceitos que envolvem o exercício físico sistematizado, especificamente o
treinamento funcional, e seus aspectos fisiológicos e aspectos sociais. No capítulo II, foi
descrito o caminho metodológico, e também as intervenções junto à empresa escolhida para a
pesquisa, a partir dos objetivos traçados para a amostra em questão.
Já no capítulo III realizamos as análises e discussões dos dados coletados, a fim
de responder, se o treinamento funcional em alta intensidade pode gerar desequilíbrios
fisiológicos no corpo humano de mulheres sedentárias na busca de perda de peso corporal em
apenas 21 dias de treinamento. Nas considerações finais, foi feita uma reflexão acerca da
importância do treinamento funcional, tanto no âmbito funcional e social dos clientes que
procuraram o programa R21 propiciando e incentivando hábitos saudáveis através dos
exercícios físicos.

Problema
Qual efeito relacionado ao peso corporal, que o treinamento funcional em alta
intensidade pode gerar em mulheres sedentárias, com sobrepeso e obesos durante 21 dias?

Objetivo geral:
Verificar os efeitos de um programa de 21 dias de treinamento funcional em alta
intensidade para o emagrecimento em mulheres sedentárias.

Objetivos específicos:
1. Analisar os resultados de 21 dias de treinamento funcional em alta intensidade para
mulheres sedentárias com idades entre 24 a 50 anos.
2. Investigar se o treinamento funcional pode ser eficaz no processo de emagrecimento.
12

1 REFERENCIAL TEÓRICO

1.1 OBESIDADE

Atualmente a sociedade vive no século da modernidade e da tecnologia. Embora


esses fatores tragam benefícios, temos um mau que vem crescendo de forma descontrolada e
que afeta várias pessoas. Chamamos esse mau de obesidade. Hauser et al. (2004, p. 72)
consideram a obesidade como “um dos maiores problemas de saúde da atualidade por estar
associada a inúmeras doenças, apesar de não representar uma grande causa isolada de morte”.
Hauser et al. (2004, p. 73) acrescentam que:
A obesidade tem sido considerada um dos mais graves problemas de saúde
pública da atualidade. Sua prevalência vem crescendo acentuadamente desde as
últimas décadas, inclusive nos países em desenvolvimento, o que levou a doença à
condição de epidemia global. A obesidade pode ser caracterizada como o distúrbio
nutricional mais importante do mundo desenvolvido, já que cerca de 10% de sua
população é obesa.

A palavra obesidade tem sua origem do “latim obesus (o que engordou de tanto
comer) - do verbo obdere (comer, devorar) - e sua associação com a mortalidade e a
morbidade são conhecidas há pelo menos dois mil anos” (ALMEIDA; FERREIRA apud
VARELA et al., 2007, p. 13).
Segundo Teixeira et al. (2012, p. 1) “a obesidade é um grave problema de saúde
pública mundial. A Organização Pan-americana da Saúde afirma que mais de um bilhão de
pessoas apresenta excesso de peso no mundo, sendo que destas, 300 milhões são obesas”.
Com isso, existem fatores que influenciam doenças crônicas, e a obesidade é considerada uma
das principais causas. Doenças como hipertensão arterial, resistência à insulina, intolerância à
glicose / diabetes tipo 2, obesidade e dislipidemia, gerando assim a síndrome metabólica
(ALMEIDA; SANTOS, 2007).
Quando falamos em excesso de peso corporal, Enes e Slater (2010, p. 164) dizem
que “sua prevalência aumentou nas últimas décadas em todo o mundo, inclusive nos países
em desenvolvimento, como o Brasil, onde anteriormente predominavam os problemas
relacionados à desnutrição”. Além disso, Costa et al. (2009, p. 1763) complementam que “a
cada ano, aproximadamente 2,6 milhões de pessoas morrem em consequência do excesso de
peso”.
Atualmente o estilo de vida das pessoas vem mudando, e o fato de trabalhar muito
e ter pouco tempo para dedicar-se a hábitos saudáveis pode ser uma das razões de vários
sujeitos estarem acima do peso considerado normal. Conforme Silva e Malina (2003, p. 64):
13

A Organização Mundial de Saúde reconheceu que a obesidade é uma


epidemia global, que atinge tanto países desenvolvidos quanto em desenvolvimento,
tendo como causas fundamentais o estilo de vida sedentário e um perfil nutricional
rico em gordura e alimento de alta densidade energética.

O aumento dos níveis de gordura corporal associado com a falta de atividade


física dos adolescentes vem se mostrando fator de muita preocupação nas pesquisas recentes,
e com isso o número de obesos precoces vem aumentando entre os adolescentes (PRATI;
PETROSKI, 2001). Além disso, Saito e Colli (apud PRATI; PETROSKI, 2001, p. 59)
relatam que a “obesidade constitui problema de difícil solução, quer pela complexidade como
se apresenta, quer pela complicada análise de suas causas”.
O fato de estar muito acima do peso considerado saudável e normal, além de
influenciar as chances de doenças crônicas, também pode trazer problemas com relação a
socialização do indivíduo. Felippe (2003, p. 2) diz que “a obesidade, produz discriminação,
preconceito e exclusão social”. Desta forma, exercícios físicos como o treinamento funcional
podem suprir a necessidade de convivência com outras pessoas.
A fim de encontrar uma solução para a obesidade, Ciolac e Guimarães (2004, p.
319) mostram que:
Para o tratamento da obesidade é necessário que o gasto energético seja
maior que o consumo energético diário, o que nos faz pensar que uma simples
redução na quantidade de comida através de dieta alimentar seja suficiente. No
entanto, isso não é tão simples; tem sido demonstrado que mudança no estilo de
vida, através de aumento na quantidade de atividade física praticada e reeducação
alimentar, é o melhor tratamento.

Portanto, percebe-se que obesidade é algo muito sério, e que as práticas de


exercícios físicos podem fazer a diferença. Embora para muitos ainda existam barreiras, o fato
de que a manutenção da saúde pode ser dada através desses exercícios físicos é evidente.

1.2 EMAGRECIMENTO

Atualmente a procura pelo emagrecimento tem crescido consideravelmente.


Embora poucos sujeitos se dediquem e se comprometam a mudar o estilo de vida para buscar
os resultados desejados, grande parte das pessoas buscam resultados crônicos de forma aguda.
Deste modo, acabam se decepcionando com a prática de exercício físico pelo fato de não
atingirem seus objetivos.
Apesar disso, Carnevali Jr. et al. (2013) nos mostra que os estudos dizem que o
treinamento físico é uma ótima e fundamental estratégia no processo de perda de peso. Onde a
14

intensidade está relacionada diretamente a este fator, pois quanto maior intensidade, maior
será a oxidação de ácidos graxos e consequentemente o emagrecimento.
Segundo Giampietro, Silva e Carnevali Jr. (2013) se praticarmos exercícios físicos
de maneira regular, podemos chegar ao emagrecimento de várias formas. Uma das estratégias
que podem servir para o emagrecimento é realizar sessões de treinamento em alta intensidade
precedida de outra de menor intensidade. Desta forma, percebemos que a intensidade do
exercício é talvez um dos principais fatores para emagrecer.
Para que o indivíduo encontre os números esperados com o treinamento quando o
objetivo é emagrecer, deve ser definido que “um programa voltado para o emagrecimento
adequado envolve o cumprimento de exercícios aeróbios, de força e de flexibilidade”
(LORENZETI et al., 2013, p. 191-192). Logo, destaca-se o método intervalado, pois “esse
método é caracterizado por uma maior intensidade e menor duração de esforço”
(GIAMPIETRO, 2013, p. 175).
Pensando no objetivo de emagrecimento, Varela et al. (2007, p. 13) dizem que,
“existem diversas formas de tratamento para a obesidade. Entre elas estão: terapia nutricional,
tratamento farmacológico, psicológico, exercício físico e em alguns casos, tratamento
cirúrgico”. Deste modo, “a realização, inicialmente, de 30 minutos de atividade física,
preferencialmente todos os dias ou um gasto energético semanal de 1000 kcal, progredindo
para um gasto energético superior a 2000 kcal semanais” (AMERICAN COLLEGE OF
SPORTS MEDICINE - ACSM apud SANTOS; NASCIMENTO; LIBERALI, 2008, p. 35)
pode contribuir no processo de perda de sobrepeso corporal para iniciantes na prática de
atividades regulares.
Pensando nas formas de lutar contra a obesidade, buscando o emagrecimento
saudável, vimos que:
Para o tratamento da obesidade é necessário que o gasto energético seja maior
que o consumo energético diário, o que nos faz pensar que uma simples redução na
quantidade de alimentos através de dieta seja suficiente. No entanto, isso não é tão
simples; tem sido demonstrado que mudança no estilo de vida, através de aumento na
quantidade de atividade física praticada e reeducação alimentar, é o melhor tratamento
(ACSM apud AGUIAR et al., 2008, p. 406).

Nessa lógica, Aguiar et al. (2008) complementa que, uma dieta hipocalórica
individualizada, associada a exercício físico, é eficiente para diminuir o percentual de gordura
e contribuir no processo de emagrecimento. A partir disso, percebemos que o processo de
emagrecimento envolve mais de uma área de estudo. E que quando unimos uma dieta
15

prescrita de forma individualizada, conforme a individualidade do paciente, e exercícios


físicos regulares, o objetivo de emagrecer do sujeito pode ser alcançado com sucesso.

1.3 CONCEITOS E BENEFÍCIOS DE EXERCÍCIO FÍSICO

A prática de atividades esportivas é algo comum na sociedade. Embora poucos


sujeitos sejam atletas profissionais, muitos indivíduos praticam alguma modalidade esportiva
com frequência diária. Apesar disso, sabemos que existem diferenças entre realizar exercícios
físicos e atividades físicas. Guedes e Guedes (1995, p. 12) já diziam que “mesmo
apresentando alguns elementos em comum, a expressão exercício físico não deve ser utilizada
como conotação idêntica a atividade física”. Desta forma neste capitulo, vamos discutir
alguns pontos relacionados a conceitos e definições de exercício físico.
Segundo Caspersen et al. (apud GUEDES; GUEDES, 1995) definição de
exercício físico é qualquer atividade física que seja sistematizada, com estruturação e deve ser
realizada de forma repetida afim de buscar algum objetivo além de melhorar ou manter
componentes da aptidão física.
Pensando que o exercício físico pode contribuir para o desenvolvimento de fatores
relacionados à saúde dos indivíduos, Antunes et al (2006, p. 108-109) diz que:
Atualmente exercício físico é uma necessidade absoluta para o homem, pois
com o desenvolvimento científico e tecnológico advindo da revolução industrial e da
revolução tecnológica, pela qual passamos, nos deparamos com elevado nível de
estresse, ansiedade e sedentarismo que compromete a saúde de boa parte das
populações de países desenvolvidos e em desenvolvimento.

A prevenção de doenças também se encaixa nas possíveis prevenções que o


exercício físico envolve. Rique, Soares e Meirelles (2002, p. 250) já diziam que “o exercício
físico regular atua na prevenção e controle das doenças cardiovasculares (DCV),
influenciando quase todos os seus fatores de risco (FR)”. Também podemos dizer que, “há
evidências científicas consistentes de que sua prática regular traz amplos benefícios para a
saúde física e mental” (MONTEIRO et al., 2004, p. 481).
Perante isso, torna-se possível dizer que a probabilidade de indivíduos sedentários
apresentarem acidente cardiovascular é duas vezes maior se compararmos com sujeitos que
praticam exercícios físicos regularmente (POWELL et al., apud GUEDES; GUEDES, 1995).
Desta forma, fica evidente que a prática regular dessas atividades pode contribuir de forma
positiva para a qualidade de vida da sociedade.
Segundo Alves et al (2016, p. 65):
16

Há um grande reconhecimento das vantagens da prática regular de exercícios


físicos e ou atividades físicas promovendo uma excelente redução nas doenças
crônicas degenerativas. Pois, dentro do quadro atual a inatividade já é considerada um
grande fator de risco primário, principalmente as doenças cardiovasculares, com isso
tem-se tornado fundamental a identificação das incessantes buscas em modelos
técnicos para a participação da população em estilos de vida.

Segundo Junior e Silveira (2017, p. 486) “a prática regular de exercícios físicos é


parte fundamental dos programas mundiais de promoção da saúde”. Deste modo gerando
novos hábitos saudáveis e um estilo de vida com qualidade.

1.4 CONCEITOS E DEFINIÇÕES DO TREINAMENTO FUNCIONAL

Treinamento funcional entra como uma modalidade de exercício físico que está
em alta na atualidade das academias de ginástica. Desta forma, “é visto hoje como uma nova
forma de condicionamento, que vem sendo baseado pelas leis do treinamento, fundamentado
nas pesquisas bibliográficas e testado em salas de treinamento, determinando suas linhas
básicas” (RIBEIRO apud ANDRADES; SALDANHA, 2012, p. 115).
No Brasil, o “treinamento funcional teve sua origem com os profissionais de
fisioterapias na reabilitação de pacientes, no qual utilizavam exercícios que imitavam o que
seus pacientes faziam em suas tarefas diárias ou em seu trabalho” (BARBOSA et al., 2016, p.
81). Teixeira e Evangelista (apud Teixeira e Evangelista, 2016, p. 16) conceituam treinamento
funcional como:
[...] aquele que objetiva o desenvolvimento integrado das diferentes capacidades
biomotoras, promovendo a melhora da habilidade e capacidade funcional para
realização das funções cotidianas e/ou esportivas com autonomia e segurança, sendo
baseado na aplicação prática dos princípios biológicos do treinamento físico, em
especial, a especificidade.

Para Andrades e Saldanha (2012, p. 115) “o treinamento funcional tem uma


abordagem dinâmica, motivante, desafiadora e complexa. Assim, o treino é construído com
base em movimentos do cotidiano ou movimentos específicos esportivos a fim de treinar o
indivíduo a partir da funcionalidade dos movimentos”. Nessa perspectiva podemos dizer que
os exercícios funcionais são utilizados em quase todos os momentos do dia a dia dos
indivíduos.
Seguindo a linha das características dos exercícios funcionais, estes podem ser
movimentos corporais com varias ações musculares juntas, como ações musculares
excêntricas, concêntricas e isométricas e nos três planos anatômicos (MONTEIRO;
EVANGELISTA apud REIS et al., 2016).
17

De acordo com Teixeira et al. e Colaboradores (2016, p. 202) “o treinamento


funcional assume as características das atividades cotidianas, sendo integrado, assimétrico,
acíclico e multiplanar”. Ou seja, “o treinamento funcional trabalha o corpo como um todo e
não somente grupos musculares isolados, ou seja, trabalha o corpo de forma integrada e
diversas capacidades, como força, equilíbrio, agilidade e resistência” (BARBOSA et al., 2016,
p. 81).
Durante a adolescência o exercício físico é um fator muito importante para o
desenvolvimento das capacidades físicas e motoras, reduzindo os riscos de doenças e
prevenindo a saúde. Nessa linha, o treinamento funcional surge como um colaborador para
que essas capacidades sejam desenvolvidas com sucesso e contribuam para o crescimento
saudável do adolescente (CHAGAS et al., 2016).
Para Chagas et al. (2016) o treinamento funcional constitui em um conjunto de
capacidades físicas como: força, flexibilidade, resistência cardiorrespiratória, equilíbrio,
agilidade e resistência muscular. Estas capacidades são aplicadas durante o treinamento em
variados momentos, normalmente de forma multiarticular, onde se trabalha todos os grandes
grupos musculares.
Para Leal e Colaboradores (apud JUNIOR; SILVEIRA, 2017, p. 486):
O treinamento funcional visa melhorar a capacidade funcional, através de
exercícios que estimulam os receptores proprioceptivos presentes no corpo, os quais
proporcionam melhora no desenvolvimento da consciência sinestésica e do controle
corporal; o equilíbrio muscular estático e dinâmico; diminuir a incidência de lesão e
aumentar a eficiência dos movimentos.

Conforme Teixeira e Evangelista (2016, p. 17 – 18):

[...] os movimentos de agachar, levantar, rotacionar, entre outros, deverão estar


presentes nos exercícios. Deve-se também levar em consideração eu as atividades da
vida diária são baseadas em ações complexas e, por conseguinte, essa complexidade
deve ser inserida no treinamento. Assim, um programa de treinamento funcional
deve ser/conter: integrado, multiarticular/multimuscular, multiplanar, assimetria,
transferência de peso, variações na base de suporte, alterações na posição do centro
de gravidade, acíclico e veloz.

Portanto, percebe-se que o treinamento funcional tem características especificas, e


que foge do treinamento tradicional, levando aos praticantes novos desafios. Deste modo, essa
modalidade contribui no aperfeiçoamento da aptidão física e capacidades motoras. Assim
sendo, realizada de forma regular e sistematizada, atrai variados públicos na busca de
diferentes objetivos.
18

1.5 SEIS CRITÉRIOS DO TREINAMENTO FUNCIONAL

De acordo com Paul Check (apud MONTEIRO; EVANGELISTA, 2015, p. 16)


“um exercício somente pode ser considerado funcional se ele preencher seis critérios, que são
descritos a seguir”.
Melhora de capacidades biomotoras relevantes: De acordo com Bompa (apud
MONTEIRO; EVANGELISTA, 2015, p. 16) “capacidades biomotoras são força, potência,
resistência, flexibilidade, coordenação, equilíbrio, agilidade e velocidade. Um exercício é
mais funcional quando o padrão biomotor mais se aproxima da capacidade que está faltando
no corpo do atleta”.
Padrão de movimento comparável a reflexos (reflexos de endireita- mento e
equilíbrio): Conforme Monteiro e Evangelista (2015) para o corpo se movimentar em locais
estáveis ou instáveis utilizam os reflexos para manter a postura ereta. Logo, indivíduos que
possuem lesões no sistema nervoso central, afetando a parte cognitiva precisam realizar
exercícios característicos para restaurar as ações reflexivas.
Manutenção do centro de gravidade sobre sua base de suporte: necessitamos de
manutenção no centro de gravidade sobre a base de suporte do nosso corpo para evitar
possíveis lesões resultantes da falha do componente estático postural ou do componente
postural dinâmico, logo o treinamento funcional deve trabalhar esses fatores (MONTEIRO;
EVANGELISTA, 2015).
Compatibilidade com um programa motor generalizado: exercícios que tem mais
adequados ao trabalho ou atividades diárias são os considerados mais funcionais. Assim,
como exemplo, o agachamento é similar com sentar e levantar de uma cadeira. (MONTEIRO;
EVANGELISTA, 2015).
Compatibilidade de cadeia aberta/fechada: Conforme Monteiro e Evangelista
(2015, p. 16) “nos dois tipos de exercícios (cadeia aberta e fechada), o recrutamento de
músculos e movimentos das articulações é específico em relação à tarefa. A seleção do
exercício funcional deverá ser igualmente específica para que se consiga um efeito funcional”.
Isolamento para integração: a fim de melhorar o desempenho, deve ser lembrado
que o corpo precisa ser treinado como um todo, e não somente isolando seguimentos. Logo, o
treinamento funcional reflete que esse treinamento isolado deve ser realizado apenas por um
tempo determinado para que ele possa contribuir para o desempenho funcional (MONTEIRO;
EVANGELISTA, 2015).
19

2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Neste capítulo apresentamos os procedimentos metodológicos da pesquisa


desenvolvida, possibilitando atingir seu objetivo e consequentemente o problema em questão.

2.1 TIPO DE PESQUISA

A pesquisa foi desenvolvida em formato de estudo de caso, com abordagem


quantitativa. Pode-se dizer que, estudo de caso, “hoje, é encarado como o delineamento mais
adequado para a investigação de um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto real,
onde os limites entre o fenômeno e o contexto não são claramente percebidos” (YIN apud
GIL, 2010, p. 37).
Deste modo, quanto à abordagem da investigação, uma pesquisa quantitativa
“considera que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em números opiniões e
informações para classifica-las e analisá-las” (ZAMBERLAN, 2016, p. 95).

2.2 SUJEITOS

A escolha da população do programa foi realizada conforme uma seleção dentro


do programa R21 na Academia Boa Forma na cidade de Ijuí-RS. Está seleção seguiu algumas
características como sedentarismo, sobrepeso corporal.
Quanto à de amostra da pesquisa, foram selecionados onze indivíduos do gênero
feminino, com idades entre 24 a 50 anos.

2.3 PROCEDIMENTOS

O programa de emagrecimento R21 foi desenvolvido para propor aos seus


participantes o resultado de perda de peso corporal em 21 dias de treinamento funcional na
Academia Boa Forma na cidade de Ijuí-Rs. O público alvo do programa seguiu as seguintes
variáveis: serem indivíduos sedentários e com sobrepeso corporal. O programa de
emagrecimento R21 é limitado para 20 participantes com faixa de idade entre 16 a 45 anos.
Além disso, R21 oferece a seus alunos acompanhamento nutricional (Anexo 01)
acompanhamento psicológico, treinamento diário e avaliação física no inicio do programa e
no final.
20

Logo que contrata o R21, o cliente passa pela anamnese, que tem a característica
de buscar dados gerais relacionados a informações pessoais, saúde, aptidão física e uso de
medicamentos. Esta coleta de dados é realizada no momento após a compra do pacote. Logo
após ter todos os dados necessários, é marcado um dia especifico para a coleta do diagnostico
inicial onde um professor responsável irá aferir o peso corporal do cliente, estatura.
Os treinamentos têm a duração de 21 minutos diários em alta intensidade de
exercícios funcionais realizados na parte interna da academia. O acompanhamento das
atividades de segunda-feira a sábado é realizado pelos professores da academia de forma geral
e nos domingos o cliente deve realizar o treinamento por conta própria. Cada participante do
programa assina uma lista de presença no final do treinamento, todos os dias, em função disso
foi controlada a frequência do aluno. Caso o cliente falte três dias de treinamento dos 21 dias
totais, o mesmo é excluído do programa.
A pesquisa foi desenvolvida seguindo o cronograma do programa de
emagrecimento R21, onde 11 sujeitos foram escolhidos conforme suas características para
fazerem parte da amostra do trabalho. Estes tiveram seus dados iniciais e finais expostos para
análise de resultados.
Quanto aos exercícios realizados no programa de treinamento, estes foram
planejados pelos educadores físicos da Academia Boa Forma. As atividades foram dividas em
três treinos de segunda a sábado, e um para o domingo. Cada semana os três treinos mudam
de forma com que a intensidade e dificuldade dos exercícios aumentam (Anexo 02).

2.4 INSTRUMENTOS PARA LEVANTAMENTO DE DADOS

Para o levantamento de dados do estudo no programa R21, foi desenvolvimento


um cronograma de pesagem dos participantes da pesquisa. A cada inicio e final da semana de
treinamento, o indivíduo fez a verificação do seu peso corporal a fim de verificar quantos
quilogramas atingiu durante a semana de atividades.
Para acompanhar a trajetória dos resultados do estudo foi criada uma ficha de
controle de frequência (anexo 03) com objetivo de registrar as datas e a presença dos
indivíduos e também o peso corporal atingido no final de cada semana de treinamento.
No inicio de cada dia de treinamento, os treinadores demonstravam e também
relembravam a sequência dos exercícios planejados para o dia. Logo então, a partir da
contagem dos 21 minutos de exercícios, a realização das tarefas dependia dos alunos.
21

Durante as três semanas de treinamento funcional em alta intensidade, os


professores da academia fizeram a verificação da intensidade das atividades através da
observação e percepção dos exercícios. A partir disso, os educadores interviam para que os
participantes buscassem motivação a fim de melhorar o desempenho durante os treinamentos.
Para que os treinamentos seguissem a linha da alta intensidade, os professores
intervinham diretamente durante os exercícios na busca dos melhores desempenhos. Buscou-
se sugar o máximo possível dos sujeitos da amostra na procura dos melhores resultados
biomecânicos agudos e também resultados crônicos, ou seja, a perda de peso de massa
corporal.

2.5 ANÁLISE E DISCUSSÕES DOS RESULTADOS

Para a analise de resultados foi subtraído os valores do peso corporal inicial e peso
final dos participantes da amostra da pesquisa. Os resultados coletados durante o processo de
diagnóstico final foram demonstrados em forma de quadro para melhor entendimento.
Também para analise de resultados foi calculado a média e desvio padrão da
idade, peso inicial, peso final e resultados da pesquisa. Estes dados foram tabulados com
auxílio do programa Microsoft Excel.

2.6 CUIDADOS ÉTICOS

Em relação aos aspectos éticos a pesquisa seguiu as normas estabelecidas na


resolução 196/1996 do Conselho Nacional de Saúde. Os participantes assinaram o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido que permitiu a participação no estudo e a liberação dos
resultados obtidos da mesma (Anexo 04).
22

3. ANÁLISE DE DADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Para o levantamento de dados dos participantes da pesquisa foi verificado, através


da balança digital, o peso de massa corporal no inicio de cada semana de treinamento e
também no final de cada semana de treinamento. Assim, logo que ocorreu a aferição da
pesagem no término de cada semana, o peso atual foi subtraído do inicial para verificar como
os indivíduos estavam reagindo aos treinamentos. Deste modo, no final da terceira semana de
treinamento fez-se a realização da subtração do peso de massa corporal inicial e final.
Na análise de dados, foi criado um quadro com identificação, idade, peso inicial,
peso final e resultado dos sujeitos da amostra da pesquisa. O quadro permitiu detalhar os
valores obtidos no diagnostico inicial e final do programa de emagrecimento.
Foram selecionados 11 sujeitos do gênero feminino para a amostra da pesquisa,
com idades entre 24 a 50 anos.

QUADRO 01: Identificação, idade, peso inicial, peso final e resultados.


ID IDADE PESO INICIAL PESO FINAL RESULTADO

01 24 72,8 68,1 -4,7


02 24 104,2 98,9 -5,3

03 26 79,7 76,9 -2,8


04 26 72,5 69,1 -3,4

05 27 80,3 76,2 -4,1


06 30 94,2 87,9 -6,3

07 32 82,4 77,1 -5,3


08 35 81,5 76,9 -4,6

09 37 79,2 75,1 -4,1


10 48 93,2 91,7 -1,5

11 50 67,1 63,8 -3,3


Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.
23

Os valores como média e desvio padrão utilizados para os cálculos de discussão


de análise de dados foram anexados na tabela 01.

TABELA 01: Média e desvio padrão do resultado da pesquisa.

MÉDIA DV
IDADE 32,63 9,15
PESO PRÉ (kg) 82,46 10,85
PESO PÓS (kg) 78,33 10,55
RESULTADOS (kg) -4,12 1,33
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.

A tabela acima mostra as características dos sujeitos, sendo média e desvio


padrão. Desta forma através dos resultados podemos perceber que os indivíduos atingiram
uma média de -4,12 kg de peso corporal. Isto nos mostra que, o treinamento funcional
realizado em alta intensidade pode ser eficaz para a diminuição do peso corporal.
Acreditamos que o formato em circuito do programa aqui executado, o caráter alto
da intensidade e a curta duração das sessões tenham propiciado o uso, predominantemente, do
metabolismo anaeróbico lático para a obtenção de energia.
O fato da perda de peso corporal observada na presente pesquisa, é de suma
importância para a estimulação dos participantes a adotarem um novo estilo de vida com a
prática regular de atividades físicas a fim de manter e dar continuidade nos resultados obtidos.
Cabe ressaltar que os benefícios aqui observados foram provenientes de apenas três semanas
de treinamento.
Segundo Neves et al. (2014, p. 407) “sabe-se que o excesso de gordura corporal,
especialmente a central, é fator de risco independente para o desenvolvimento de diabetes e
doenças cardíacas”. Logo, a diminuição do peso de massa corporal, apresentado na pesquisa
pode apresentar caráter preventivo contra essas doenças, mostrando, assim, a grande
relevância dos resultados aqui encontrados.
Como já é de conhecimento, Neves et al. (2014, p. 408) “o treinamento funcional
é capaz de ampliar as capacidades de equilíbrio, coordenação e agilidade, beneficiando tanto
as condições de saúde quanto promovendo a independência desse público”. Sabendo da
importância desse tipo de treinamento é possível destacar sua importância também no
24

processo de perda de peso e concluir que o treinamento funcional em alta intensidade, pode
contribuir na diminuição do peso corporal total.
A partir disso, os profissionais e clientes das academias poderão usar esse método
de treinamento como recurso no processo de emagrecimento. Deste modo, os profissionais
saberão a relevância de um treinamento com curta duração e alta intensidade para fins de
emagrecimento.
Varela et al. (2007) realizaram um estudo com o objetivo de avaliar a associação
do exercício físico, acompanhamento nutricional e psicológico, com duração de três meses,
onde 15 mulheres foram a amostra de pesquisa. Os resultados mostraram que o efeito foi
positivo quanto à associação do treinamento físico, do plano alimentar e do auxílio
psicológico. Os indivíduos perderam em média de 3,7 kg de peso corporal. Assim, percebe-se
que o treinamento funcional, com cargas de intensidade altas e curta duração de tempo, se
mostra eficaz na redução de peso.
Em outro importante estudo, Almeida e Pires (apud JUNIOR; LOPES;
AUGUSTO, 2009) “constataram que o treinamento intervalado de alta intensidade se mostrou
mais eficaz no sentido de promover maior gasto calórico em sessões isoladas de treino,
contribuindo mais decisivamente para a redução do peso corporal”. Desse modo, o programa
R21 se torna eficaz novamente, pois trabalha com altas intensidades.
Conforme observações realizadas durante a pesquisa, foi constatado que alguns
participantes da amostra sofreram dificuldades na realização de alguns exercícios em função
de serem indivíduos destreinados. Assim, quando era exigida uma consciência corporal mais
apurada para realização de exercícios complexos, foi visível a dificuldade encontrada nos
sujeitos.
O fato de serem indivíduos destreinados pode ter contribuído para o desempenho
muitas vezes abaixo do esperado e também para a desistência de alguns participantes da
pesquisa. Embora seja apenas 21 minutos de treinamento diário, a intensidade dos exercícios
era muito alto, então o desconforto sentido durante a realização das tarefas foi enorme para os
sujeitos. Durante o programa, alguns participantes passaram por momentos em que se
sentiram com mal estar pelo fato dos exercícios necessitarem de bom condicionamento físico
e estes serem sedentários.
25

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base na pesquisa de estudo de caso realizado, percebe-se que o treinamento


funcional vem ganhando espaço nas empresas do mercado fitness já que as pessoas estão
consumindo alimentos mais calóricos e deste modo procuram as academias na busca de
perder peso corporal com rapidez. Nesse sentido o treinamento de alta intensidade surge como
solução para o problema em questão.
As analises feitas comprovaram que o programa R21, ou seja, o treinamento
funcional em alta intensidade associado com a reeducação alimentar, é capaz de dar respostas
positivas em mulheres sedentárias quanto à diminuição do peso corporal. E assim, os
indivíduos que participaram da pesquisa e concluíram o processo de treinamento,
conseguiram ter um resultado positivo conforme o objetivo dos treinamentos.
Esses sujeitos participantes da amostra do estudo, e que concluíram todas as fases
do programa R21, são a prova de que é possível perder peso treinando pouco, porém de forma
sistematizada. Adotar esse método de treinamento faz com que os clientes que possuem pouco
tempo para treinar frequentem as academias e assim as empresas possam alcançar mais
clientes que muitas vezes não frequentam esses locais por falta de tempo.
Portanto percebe-se a importância dos educadores físicos na montagem de um
treinamento conforme a situação encontrada em diferentes públicos. E assim, levando até os
clientes o melhor resultado possível em cada situação.
Logo, a importância da continuidade nos estudos pode trazer novos resultados
contribuindo para a pesquisa cientifica. E talvez, nos próximos estudos realizar a verificação
da redução do percentual de gordura, pois se sabe que com o objetivo de prevenção de
doenças crônicas a redução da gordura corporal se faz necessária.
26

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29

ANEXOS

Anexo 01
Tabela nutricional
DESJEJUM: 7h30min QUANTIDADE OPÇÃO
Ovo mexido 2 unidades 90g 1/2 porção do grupo 3
Manteiga 1 colher de chá 7g 1 porção do grupo 7
Café preto 1 xícara 150ml *sem açúcar
COLAÇÃO: 10h
Nozes 1 colher de sopa 15g 1 porção do grupo 7
ALMOÇO: 12h
Alface, rúcula, tomate, agrião, repolho à vontade -
Azeite de oliva 1 colher de sopa 10g 1 porção do grupo 7
Legumes cozidos 1 xícara 100g 1 porção do grupo 5
Frango grelhado 2 pedaços pequenos 100g 1 porção do grupo 3
Arroz 2 colheres de sopa 50g 1/2 porção do grupo 1
Suco de limão natural 1 copo 150ml *sem açúcar
LANCHE DA TARDE: 16h
Banana 1 unidade 55g 1 porção do grupo 2
Aveia em flocos 1 colher de sopa 15g 1/2 porção do grupo 1
Ovo cozido 1 unidade 45g 1/4 porção do grupo 3
Café preto 1 xícara 150ml -
JANTAR: 20h
Alface, rúcula, tomate, agrião, repolho à vontade -
Brócolis refogado 2 colheres de sopa 30g 1/2 porção do grupo 5
Azeite de oliva 1 colher de sopa 10g 1 porção do grupo 7
Carne bovina moída 4 colheres de sopa 100g 1 porção do grupo 3
CEIA: 22h30min
Castanha do Brasil 1 colher de sopa 15g 1 porção do grupo 7
ÁGUA: 2,8 L/dia
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Anexo 02
Quadros de treinos

SEMANA 01
TREINO A TREINO B
EXERCÍCIOS SÉR. REP. INT. EXERCÍCIOS SÉR. REP. INT.
Agachamento livre 10x 30’ 10’ Burpee 10x 30’ 30’

Polichinelo 10x 60’ 10’ Corrida estática 10x 60’ 30’


Ext. de quadril dec. dorsal 10x 30’ 10’ Salto lateral 10x 30’ 30’
TREINO C
EXERCÍCIOS SÉR. REP. INT.
Montanha 10x 30’ 10’

Salto contra passo 10x 60’ 10’


Russian twist 10x 30’ 10’

SEMANA 02
TREINO A TREINO B
EXERCÍCIOS SÉR. REP. INT. EXERCÍCIOS SÉR. REP. INT.
Deslocamento lateral 8x 60’ 10’ Salto sobre step 10x 30’ 10’

Joelho alto + agachamento 8x 40’ 10’ Burpee 10x 30’ 10’


Posição de Flexão c/ mov. 8x 60’ 10’ Polichinelo frontal alter. 10x 30’ 10’
Montanha 10x 30’ 10’

TREINO C
EXERCÍCIOS SÉR. REP. INT.
Corrida estática step 8x 60’ 10’

Corrida está. joelho alto 8x 40’ 10’


Agachamento + desenvol. 8x 60’ 10’
31

SEMANA 03
TREINO A TREINO B
EXERCÍCIOS SÉR. REP. INT. EXERCÍCIOS SÉR. REP. INT.
Burpee 8x 60’ 30’ Deslocamento lateral 5x 60’ 30’
Polichinelo 8x 60’ 30’ Montanha lateral 5x 60’ 30’
Agachamento + desenvol. 8x 60’ 30’ Russian Twist 5x 60’ 30’
Salto leve 8x 60’ 30’ Salto lateral step 5x 60’ 30’

TREINO C
EXERCÍCIOS SÉR. REP. INT.
Agachamento 6x 60’ 30’
Afundo com salto 6x 60’ 30’
Burpee 6x 60’ 30’
Prancha isométrica 6x 60’ 30’

DOMINGO
TREINO DELTA
EXERCÍCIOS SÉR. REP. INT.
Corrida estática 8x 60’ 30’

Salto leve 8x 40’ 30’


Supra 8x 60’ 30’
32

Anexo 03
Ficha de controle de frequência
33

Anexo 04
Termo de consentimento livre e esclarecido
CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE

RESOLUÇÃO Nº 196, de 10 de outubro de 1996

O Plenário do Conselho Nacional de Saúde em sua Quinquagésima Nona Reunião Ordinária, realizada nos dias 09 e 10
de outubro de 1996, no uso de suas competências regimentais e atribuições conferidas pela Lei nº 8.080, de 19 de setembro de
1990, e pela Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990, RESOLVE:
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Prezado Senhor (a):

Estou desenvolvendo uma pesquisa denominada de Efeito do treinamento funcional em alta intensidade
para mulheres sedentárias durante 21 dias – R21. Este trabalho é parte dos estudos de Conclusão de Curso de
Graduação em Educação Física - Bacharelado da Universidade Regional do Noroeste do Estado do RS –
UNIJUÍ – Ijuí, e tem como objetivo geral verificar os efeitos de um programa de 21 dias de treinamento
funcional em alta intensidade para o emagrecimento em mulheres sedentárias. Objetivos específicos serão:
Analisar os resultados de 21 dias de treinamento funcional em alta intensidade para mulheres sedentárias com
idades entre 23 a 50 anos e investigar se o treinamento funcional pode ser eficaz no processo de emagrecimento.
Sendo assim, estou convidando você para participar deste trabalho através da exposição dos resultados do seu
treinamento.
O seu anonimato está assegurado e suas informações serão tratadas com sigilo absoluto, podendo você
ter acesso ao seu conteúdo, se julgar necessário. Você tem liberdade para recusar participar da pesquisa ou
afastar-se dela, em qualquer fase, sem que isso implique em danos pessoais. Está garantido que você não terá
nenhum tipo de despesa material ou financeira durante o desenvolvimento da pesquisa, como também, nenhum
constrangimento moral decorrente dela.
Como pesquisador, assumo toda e qualquer responsabilidade no decorrer da pesquisa e garanto-lhe
que suas informações somente serão utilizadas para o estudo acima mencionado. Se houver dúvidas quanto a sua
participação, poderá pedir esclarecimento.
Eu_________________________________________________________________RG______
_____________ ciente das informações recebidas concordo em participar da pesquisa, concedendo a exposição
dos resultados do programa de treinamento R21 ao pesquisador Carlos Augusto Giraudo da Silva, autorizando-o
a utilizar as informações, sem restrições de prazos ou citações, a partir da presente data, desde que seja garantido
o sigilo e anonimato.

_____________________ ______________________
Nome do participante Assinatura do participante

_____________________ ______________________
Nome do pesquisador Assinatura do pesquisador
____________________ ________________________
Nome da testemunha Assinatura da testemunha
34

Ijuí, ____de__________de__________2018

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