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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS

RAMON DE SOUZA GUMIERO

TREINAMENTO RESISTIDO
E GORDURA CORPORAL: UMA REVISÃO

VITÓRIA – ES
2017
RAMON DE SOUZA GUMIERO

TREINAMENTO RESISTIDO
E GORDURA CORPORAL: UMA REVISÃO

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Centro de Educação
Física e Desportos como requisito para
obtenção do título de Bacharel em
Educação Física.
Orientador: Prof. Dr. Lucas Guimarães
Ferreira.

VITÓRIA – ES
2017

1
RAMON DE SOUZA GUMIERO

TREINAMENTO RESISTIDO
E CORPORAL: UMA REVISÃO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Educação Física


e Desportos como requisito para obtenção do título de Bacharel em Educação
Física.

Aprovada em de de 2017.

COMISSÃO EXAMINADORA

__________________________________________________
Prof. Dr. Lucas Guimarães Ferreira
Universidade Federal do Espírito Santo Orientador

__________________________________________________
Prof. Dr. André Soares Leopoldo
Universidade Federal do Espírito Santo

__________________________________________________
Prof. Alexandre Barroso Melo
Universidade Federal do Espírito Santo

2
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ......................................................................................... 5

2. METODOLOGIA ...................................................................................... 8

3. RESULTADO E DISCUSSÃO.................................................................. 9

4. CONCLUSÃO .......................................................................................... 15

REFERÊNCIAS ....................................................................................... 16

ANEXO .................................................................................................... 22

3
RESUMO

Trata-se de uma revisão bibliográfica sobre os efeitos do treinamento resistido – de


força ou, simplesmente, musculação – na composição corporal, mais
especificamente na gordura corporal. O objetivo deste trabalho será reunir estudos
que avaliaram o efeito do treinamento resistido sobre a composição corporal, bem
como sua efetividade na redução de tecido adiposo. Nesta revisão, encontram
interpretações de trabalhos publicados até meados de novembro de 2015 na base
de dados PUBMED. Após leitura dos resumos e das metodologias, respeitando os
critérios de inclusão, 109 trabalhos foram selecionados, incluindo revisões de
literatura e destes, 25 são trabalhos originais que avaliaram os efeitos do
treinamento resistido na redução da gordura corporal e foram utilizados como base
de análise para a presente revisão. Destes, 16 encontraram sucesso na redução de
gordura corporal por meio do treinamento resistido, e 9 não foram significativos ou
sem redução. Embora não haja consenso sobre a eficiência em se reduzir gordura
corporal a partir do treinamento resistido, este método traz uma série de benefícios,
o que o torna indicado em programas de treinamento que visam promover redução
de peso.

Palavras-chave: treinamento resistido – composição corporal – emagrecimento.

4
1. INTRODUÇÃO

O treinamento resistido, também conhecido por treinamento de força ou contra


resistência, é caracterizado por um programa de exercícios que envolvem
movimentos contra uma resistência, utilizando algum equipamento, como pesos
livres e máquinas, ou o próprio peso do corpo. Fleck e Kraemer (1999) apontam
algumas das variáveis que compõem este tipo de treinamento. São elas: repetições,
número de séries, velocidade de execução, ordem de exercícios, intervalo de
recuperação e sobrecarga.

A repetição se caracteriza por um ciclo completo do movimento em um exercício, ou


seja, capacidade de sair do ponto inicial, alcançar um ponto final e retornar ao ponto
inicial novamente. Séries são conjuntos de repetições executadas sem interrupção.
A velocidade de execução irá determinar o tempo de execução das repetições, tanto
na fase concêntrica quanto excêntrica. A ordem dos exercícios afetará o grau de
descanso central ou periférico para o prosseguimento do treino, sendo possível
amenizar ou acentuar a intensidade de acordo com a ordem planejada. O intervalo
consiste no tempo de descanso entre as séries, exercícios e sessões. A sobrecarga
é a massa a ser mobilizada em um determinado exercício.

A partir de um planejamento bem estruturado, o treinamento resistido promove


ganhos de força, volume muscular, desempenho esportivo e redução da gordura
corporal (KRAEMER, 2004; DONGES, 2012; HANSEN et al., 2010), o que inclui a
gordura visceral (ISMAIL et al., 2010; IBAÑEZ ET al., 2005). Vale ressaltar que o
aumento da gordura visceral é um fator de risco cardiovascular, bem como o
elevado índice de triglicerídeos, diminuição do HDL, hipertensão arterial e
hiperglicemia em jejum (PAOLI et al., 2013; MONTILLO et al., 2010; DUTHEIL et al.,
2013; POULIOT et al., 1994).

5
Além dos fatores citados acima, o treinamento de força também melhora a
sensibilidade à insulina (CUFF et al., 2003; CAUZA et al., 2005; DUNSTAN et al.,
2002; IBAÑEZ et al., 2005; LEE et al. 2012), o consumo de oxigênio (HARRIS et al.,
1987; PAOLI et al., 2010), densidade mineral óssea (PRUITT et al., 1992; LOHMAN
et al., 1995; MENKES et al., 1993), a taxa metabólica de repouso (DOLEZAL, 1998;
KRAEMER, 2004) e interfere no quociente respiratório, diretamente relacionado à
oxidação de lipídeos e carboidratos (PAOLI et al., 2012).

Não por acaso é recomendado pela mais respeitadas organizações em saúde no


esporte, como o Colégio Americano de Medicina do Esporte (ACSM) e a Associação
Americana do Coração (AHA). Ambos exaltam a capacidade do treinamento contra
resistência em melhorar a qualidade motora, independência funcional e redução do
risco de doenças, independente da redução ou não de peso (ACSM, 2009;
HASKELL et al., 2007).

A recomendação mais recente, segundo o ACSM (2009), é de pelo menos 150-250


minutos semanais de atividade física com gasto calórico semanal entre 1200-2000
kcal, incluindo exercícios de resistência e aeróbios, para evitar ganho ou com ter
perda modesta de peso corporal. Atividades com duração maior que 250 minutos
por semana ou que gerem gasto calórico de 2200-2500 kcal por semana tem
demonstrado maior eficiência na redução de peso corporal (LOGUE et al., 2010). A
maior parte dos estudos, como o de Donnely (2003), utiliza atividades aeróbias.
Apesar de não haver consenso, o ACSM afirma que o treinamento resistido não é
uma alternativa autossuficiente para reduzir peso corporal, porém em associação
com o treinamento aeróbio atua positivamente na composição corporal, com
aumento de massa muscular e redução da adiposidade corporal.

Respostas hormonais ao treino resistido e sua capacidade de aumento de massa


muscular são justificativas frequentes para se analisar o efeito da composição
corporal por este tipo de treinamento. Numa situação aguda, pós treino, a atividade
metabólica e taxa de oxidação de gorduras são alteradas, assim como o aumento na
taxa metabólica de repouso (ACSM, 2009). Entretanto, o efeito da resposta
hormonal, ao menos no que se refere ao aumento de massa muscular, tem sido

6
questionado (SCHROEDER et al., 2013; WEST et al., 2009; WEST et al., 2010;
WEST et al., 2012). O treinamento resistido também tem sido associado à redução
da gordura corporal e isso tem sido foco de alguns estudos. É o caso do estudo do
italiano Antonio Paoli e colaboradores que, em 2010, publicaram um artigo
comparando o efeito de três protocolos de circuito, entre outros fins, na composição
corporal. Como resultado, encontraram maiores reduções na massa de gordura para
o grupo que treinou o protocolo mais intenso. Embora o estudo contenha uma série
de limitações, como o método de análise da composição corporal, a redução de 6%
da massa de gordura instiga pensar no treinamento resistido como uma opção para
reduzir gordura corporal.

O tecido adiposo, além da sua característica bem definida de maior reservatório de


energia do organismo, é um essencial órgão secretor de substâncias para o
funcionamento adequado dos sistemas. Entre elas estão: a leptina,
angiotensinogênio e fator-α de necrose tumoral (TNF-α). No armazenamento, os
lipídeos são compartimentados em triglicerídeos, uma estrutura formada por um
glicerol e três ácidos graxos, por ligações do tipo éster.

A lipólise é um processo que desfaz as ligações dos triglicerídeos, disponibilizando o


glicerol e ácidos graxos a nível extracelular. O glicerol segue para o fígado para ser
metabolizado enquanto os ácidos graxos livres são disponíveis para produção de
energia ou são reesterificados no tecido adiposo (BOUCHARD, 2003; ADAMI et al.,
2006). Esta mobilização da gordura depende que seus substratos sejam oxidados,
ou seja, utilizados como fonte de energia para que a quantidade de gordura corporal
seja reduzida.

O treinamento resistido e sua série de benefícios incluem a capacidade de reduzir a


gordura corporal, porém estudos que comprovem a eficiência deste método são
relativamente escassos. A associação com o treinamento resistido com o
treinamento aeróbio é mais frequente. Além disso, recentemente o exercício
intervalado de alta intensidade tem recebido muito destaque. O objetivo deste
trabalho será reunir estudos que avaliaram o efeito do treinamento resistido sobre a
composição corporal, bem como sua efetividade na redução de tecido adiposo.

7
2. METODOLOGIA

Qual o efeito do treinamento resistido na gordura corporal? Ele é capaz de reduzi-la


no organismo? Para responder estas perguntas foram feitas buscas online na base
de dados PUBMED até meados de novembro de 2015. A pesquisa utilizou as
seguintes palavras chave e suas combinações: resistance training, weight training,
body composition e fat loss. A seleção dos estudos se deu a partir da leitura dos
títulos e dos resumos, com base nos seguintes critérios de inclusão: trabalhos
publicados a partir do ano 2000; modelos humanos com indivíduos maiores de
dezoito anos; avaliação da massa de gordura corporal (visceral, subcutânea ou
ambos) pré e pós-intervenção; intervenção de pelo menos dois meses. Quando a
leitura do resumo não fornecia informação suficiente, realizou-se leitura do artigo
completo para definir sua inclusão ou não.

Foram selecionados 109 trabalhos, incluindo revisões de literatura. Destes, 25 são


trabalhos originais que atenderam os critérios de inclusão e avaliaram os efeitos do
treinamento resistido na gordura corporal e foram utilizados como base de análise
para a presente revisão. O restante é composto de trabalhos de revisão ou originais
que possuem objetivos distintos, mas serão utilizados como corpo teórico e base de
argumentação.

8
3. RESULTADO E DISCUSSÃO

A Tabela 1 (Anexo 1) apresenta os dados detalhados de artigos que avaliaram


composição corporal em resposta ao treinamento resistido. A coluna “Significativo” é
uma avaliação se o artigo apresenta dados positivos ou não com relação à redução
da gordura corporal de acordo com o método de análise estatística utilizada no
respectivo trabalho. Sendo assim, têm-se 16 estudos favoráveis e 9 desfavoráveis
ao treinamento resistido. As maiores reduções para indivíduos que treinaram força
foram de 4 quilogramas (CAUZA et al., 2015 & VALENTE et al., 2011), enquanto que
houveram estudos sem redução de gordura corporal (OLSON, 2007; WILLIS et al.,
2012) e resultados estatisticamente insignificantes (LEMMER et al., 2001 & POLAK,
2005).

IBAÑEZ et al., 2005 não expressou o resultado utilizando massa (kg), mas sim
valores percentuais, e encontrou redução de 8,5% do somatório de dobras cutâneas,
-10,3% de gordura intra-abdominal e -11,2% de gordura subcutânea, num protocolo
de duas vezes na semana. Foram 9 idosos do sexo masculino, diabéticos do tipo 2.
Os treinos aconteciam duas vezes na semana com duração de 45-60 minutos e
intervalo de pelo menos dois dias entre as sessões. Nas oito primeiras semanas eles
seguiram um protocolo de 3 a 4 séries de 10 a 15 repetições a 50-70% de 1 RM em
cada exercício. Nas outras 8 semanas, foram 3 a 5 séries de 5 a 6 repetições a 70-
80% de 1 RM.

De uma forma geral os protocolos contaram com estrutura muito similar. A


frequência semanal variou de 2 a 5 vezes na semana, com intervenções globais, ou
seja, com exercícios que exercitávamos principais grupos musculares na mesma
sessão de treinamento, com duas exceções (FIGUEROA et al., 2013 & LIMA et al.,
2012).

Dois dos trabalhos que apresentam resultados mais efetivos (CAUZA et al., 2015 &
VALENTE et al., 2011) contaram com protocolos de treinamento resistido que
utilizavam repetições máximas, ou seja, até a falha concêntrica, o que caracteriza
um método intenso de treinamento. Segundo um grupo inglês (STEELE et al., 2012)

9
treinar em alta intensidade é a chave para gerar adaptações fisiológicas no
organismo, independente da modalidade.

Neste estudo de revisão os autores apontam a capacidade do treinamento resistido,


se feito em alta intensidade, de aumentar a capacidade cardiovascular tanto quanto
o treinamento aeróbio. Uma das consequências da alta intensidade é a maior
ativação da piruvato desidrogenase, enzima importante para a entrada do piruvato
na mitocôndria, que possibilita sua utilização no sistema aeróbio para fornecimento
de energia (SMOLLE et al., 2006). Indo de encontro a isto CARDOSO et al., 2013
encontraram valores tão expressivos, porém com repetições submáximas e, além
disso, houve trabalho que também utilizou repetições máximas, e não obteve
sucesso na redução da gordura corporal (LEMMER et al., 2001).

Neste caso, foram avaliados 40 indivíduos jovens e idosos por seis meses de
intervenção. O objetivo foi avaliar o efeito da idade e do gênero no treinamento
resistido e suas variações na taxa metabólica basal e composição corporal. O
protocolo consistiu em três sessões semanais, com treino de todos os principais
grupos musculares por sessão. As primeiras 12 semanas de treinamento consistiram
de 1 série para os exercícios de membros superiores e 2 para os de membros
inferiores. Após breve aquecimento os exercícios eram iniciados a uma carga
referente a 5 RM, e quando atingiam a quarta ou quinta repetição, a carga era
reduzida a fim de se realizar mais uma ou duas repetições. Assim, o participante
continuava até completar 15 repetições, sempre a uma cadência de 2 segundos na
fase concêntrica e 3 segundos na excêntrica. As outras 12 semanas eram realizados
os mesmos exercícios, porém com média de 15 repetições máximas. Como
resultado, não foi encontrada redução significativa na gordura corporal, avaliada por
DEXA.

LEMMEY et al., 2009 realizaram um estudo com frequência semanal baixa, mas com
uma intervenção de seis meses e encontraram resultados satisfatórios. Foram
analisados 28 indivíduos de meia idade com artrite reumatoide. Eles foram divididos
em dois grupos: o que treinou musculação e o que treinou apenas flexibilidade. Em
uma frequência de duas vezes na semana, os indivíduos treinavam os principais

10
grupos musculares em cada sessão de treinamento, com 3 séries de 8 repetições a
80% de 1RM, com intervalo de um a dois minutos.

A avaliação da gordura corporal foi feita por meio de DEXA e encontrou redução de
2,3 quilogramas para o grupo que treinou força. Além deste dado, foram
encontrados ganhos expressivos de força e de capacidade funcional, avaliada por
meio de testes específicos. Não foi uma redução numericamente muito expressiva,
porém o resultado foi estatisticamente significativo. Indivíduos com artrite reumatoide
tem uma série de disfunções por conta da alteração da composição corporal,
resultando em aumento da massa gorda e redução de massa magra
(WESTHOVENS et al., 1997).

Em 2012, um estudo publicado por pesquisadores da Austrália avaliou o efeito dos


treinamentos aeróbio e resistido na gordura visceral em obesos e indivíduos com
sobrepeso. Trata-se de uma revisão sistemática de literatura e meta-análise. Foram
35 trabalhos selecionados pelos critérios de inclusão, dos quais faziam parte ter
mais de 4 semanas de intervenção, análise de composição corporal por meio de
tomografia computadorizada ou ressonância magnética por imagem, além de
incluírem estudos randomizados controlados para avaliar o efeito do treinamento
aeróbio e resistido, isolados ou não. O resultado da meta-análise mostra que o
treinamento resistido sozinho não é eficaz na redução de gordura visceral, como o
aeróbio (ISMAIL et al., 2012). Assim como aponta o estudo inglês (STELLE, 2012)
altas intensidades no treinamento aeróbio são apontadas como mais eficientes na
redução da gordura corporal, relacionado com a maior liberação do hormônio do
crescimento (GH), que estimula a lipólise, assim como o aumento de sensibilidade à
insulina (BEAUREGARD et al., 2008; FRANCO et al., 2008; PRITZLAFF et al.,
2000).

O treinamento resistido também é capaz de estimular a liberação do GH (KRAEMER


et al., 1999), principalmente em intensidade moderada, volume elevado e curtos
intervalos entre as séries (KRAEMER et al., 2005 & CRUZAT et al., 2008 &
MARTINS et al., 2008). Evidências indicam que o GH tem importante efeito no
processo de redução da quantidade de gordura corporal, principalmente por meio da

11
estimulação na mobilização de ácidos graxos livres do tecido adiposo, no gasto
energético em repouso e na sensibilidade às catecolaminas (CRUZAT et al., 2008).

Outro componente importante proveniente do exercício para a redução de gordura


corporal é o consumo excessivo de oxigênio após o exercício (EPOC). Trata-se da
demanda energética pós-exercício para recuperar os níveis de ATP/CP, retornar o
equilíbrio iônico, remoção de lactato, restauração do dano tecidual, aumento da
frequência cardíaca e da temperatura corporal (GAESSER et al., 1984; FOUREAUX
et al., 2006). Além destes fatores, estão atrelados efeitos de hormônios como o GH,
insulina, da tireoide e cortisol (THORNTON et al., 2002), aumento da atividade
simpática (BØRSHEIM et al., 1994), aumento da respiração mitocondrial pelo
aumento da concentração de norepinefrina (MELBY et al., 1992) e maior utilização
de ácidos graxos livres no Ciclo de Krebs (TROST et al., 1997).

Estudos apontam o efeito agudo do treinamento resistido intenso sobre o gasto


energético em repouso e no quociente respiratório, como efeitos do EPOC. (PAOLI
et al., 2012; SCHUENKE et al., 2002). Ambos estudos encontraram aumentos
expressivos, com mais de 20% no gasto energético pós exercício em até 22 horas
após o final da sessão. No estudo de Paoli o quociente respiratório ainda
permaneceu baixo após 22 horas, indicando maior utilização da gordura para
produção de energia (DIENER, 1997; PAOLI et al., 2012). Estes processos
acontecem para repor a depleção de glicogênio provocado pelo treinamento, sendo
que a reposição destas reservas utiliza outro substrato como fonte energética: a
gordura (TREMBLAY, 1994; FOUREAUX, 2006).

Apesar de na Tabela 1 identificarmos trabalhos que se destacam na redução mais


expressiva da gordura corporal (CAUZA et al., 2005; VALENTE et al., 2011,
CARDOSO et al., 2013), alguns não obtiveram redução significativa (FIGUEROA et
al., 2013; CAMPBELL et al., 2009; LEMMER et al., 2001; POLAK, 2005; OLSON,
2007; SANAL, 2013; WILLIS et al., 2012) e outros apresentaram redução pouco
expressiva (NICKLAS et al., 2015; BROCHU et al., 2009; DUSTAN et al., 2002; HO,
2002). Analisando os protocolos de treinamento dos 24 estudos em questão,
percebe-se algumas similaridades com relação à organização do treino, frequência

12
semanal, volume, intensidade e intervalos. Nestas semelhanças é possível encontrar
resultados bem distintos (CAMPBELL et al., 2009; LEMMEY et al., 2009).

Campbell e colaboradores analisaram o efeito do treinamento resistido na


composição corporal de 16 idosas pós-menopausa durante quatro meses. Foram
três sessões de treinamento semanais em dias não consecutivos, com treinos que
exercitavam todos os principais grupamentos musculares em cada sessão. Os
exercícios eram executados em 3 séries de 8 a 12 repetições a 80% de 1 RM com 1
a 2 minutos de intervalo. As mulheres foram divididas em dois grupos: o que treinou
força e o que não treinou. Utilizando o método de pesagem hidrostática e dobras
cutâneas, encontrou-se que a quantidade de gordura corporal foi semelhante entre
os dois grupos, porém o que treinou foi capaz de manter a massa livre de gordura.

Lemmey e colaboradores (2009) utilizaram um protocolo muito similar, entretanto


com uma frequência semanal de duas vezes na semana em uma intervenção de
seis meses. A avaliação da composição corporal foi através de DEXA e, como
resultado, obtiveram redução de 2,3 quilogramas de gordura corporal. Neste caso,
fora avaliados 28 indivíduos de meia idade com artrite reumatoide. Protocolos muito
semelhantes, com variação no volume semanal produziram resultados bem distintos,
sendo que o mais volumoso não foi significativo na redução da gordura corporal,
enquanto que o menos volumoso obteve resultado expressivo.

Há uma grande quantidade de variáveis envolvidas na prescrição de um programa


de treinamento resistido (KRAEMER, 1999), o que dificulta a compreensão dos
efeitos deste tipo de treinamento sobre a redução da gordura corporal e pode ter
relação com a heterogeneidade dos resultados apresentados pelos estudos
avaliados. Diferenças na prescrição de exercícios quanto ao período de intervenção,
intensidade, duração, modalidade e frequência contribuem para esta
heterogeneidade (ISMAIL, 2012). Paoli e colaboradores (2012) sugerem o
direcionamento de estudos para investigar mais afundo variáveis como: ação
muscular envolvida, tipo de resistência, volume (número total de séries e
repetições), exercícios escolhidos e estrutura do treinamento, sequência dos

13
exercícios, tempo de intervalo entre as séries, velocidade de execução dos
exercícios e frequência de treinamento.

Um exemplo da magnitude que a manipulação destas variáveis pode alcançar é o


exemplo do próprio Paoli em seu artigo publicado em 2010. Ele e seus
colaboradores dividiram 40 indivíduos em 4 grupos: controle, exercício aeróbio,
circuito de baixa intensidade e circuito de alta intensidade, com um protocolo
diferenciado. Todos se exercitaram 3 vezes por semana, em dias não consecutivos,
com exceção do grupo controle, que permaneceu sem atividade. O grupo do aeróbio
fez 40’ de esteira a 65% da FC máxima estimada por Percepção Subjetiva de
Esforço (PSE) com 4 séries de 20 abdominais para finalizar a sessão de
treinamento. O de circuito de baixa intensidade iniciava as sessões com 8’ de esteira
a a 65% da FC máxima estimada por PSE, seguido de um circuito envolvendo
exercícios de musculação intercalados por abdominais. Eram 3 séries de 15RM com
60” de intervalo. O grupo que treinou o circuito mais intenso iniciava com um
exercício intervalado na esteira de 3’ a 65% da FC máxima estimada por PSE com 1’
A 75% da FC máxima estimada por PSE, e seguiu a mesma proposta de intercalar
com os abdominais. Este utilizou um método mais avançado de treinamento
conhecido por Rest Pause, no qual cada exercício era executado em 3 séries de
6RM. Em cada série havia 2 pausas de 20”, nas quais as cargas eram mantidas e os
exercício retomado até a falha muscular. Como resultado, encontraram-se redução
de 6% da massa de gordura para o grupo que treinou o circuito intenso, e -2,5%
para o grupo que treinou circuito de baixa intensidade.

14
4. CONCLUSÃO

A partir desta revisão é possível identificar que a interferência do treinamento


resistido na redução da gordura corporal não é consenso. Há trabalhos que
encontram resultado positivo, no que diz respeito à redução de gordura, ao passo
que há estudos sem sucesso ou significância. É uma ferramenta útil na promoção da
saúde, pois desenvolve força, ajusta dislipidemias, aumenta a taxa metabólica de
repouso, massa muscular, densidade mineral óssea, consumo de oxigênio, entre
outras consequências. Por isso o treinamento resistido é indicado como parte do
programa de treinamento para redução de peso, porém é preciso mais estudos para
esclarecer formas eficazes de se manipular as variáveis do treinamento resistido e
embasar seu efeito na gordura corporal.

15
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21
ANEXO

Artigo Intervenção
Duração Avaliação
(Autor, Amostra Resultado Significativo
(meses) Frequência Modelo
Grupos Intensidade corporal
ano) semanal de TR

111 homens e
mulheres
Nicklas idosos 3x10 a 70% de -0,6+-1,5 kg G
et al., (obesos ou TR e TR + 1RM/1' de (TR) e -3,6+-2,8
2015 sobrepeso) 5 3x Global RC intervalo DEXA (TR+RC) +

41 mulheres
obesas,
Figueroa sedentárias, 2-3x18-22 D e D+TR (-kg
et al., pós Membros D, D + TR e repetições gordura); TR
2013 menopausa 3 3x inferiores TR submáximas DEXA (sem alteração) -

4x8-12
27 homens e repetições D (-1,7kg totais);
mulheres submáximas D+TR (-4kg
Avila et idosos (obeso (cadência na gord e -3kg
al., 2010 ou sobrepeso) 2,5 3x Global D e D + TR fase excêntrica) BOD POD totais) +

107 mulheres 2-4x10-15 a TR (-4+-3,5kg


Brochu sedentárias 65,70 e 80% de gord) ; TR+RC
et al., (obesas ou TR e TR + 1RM/60-90" de DEXA e (-5,6+-4,7kg
2009 sobrepeso) 6 3x Global RC intervalo Tomografia gord) -

22
Artigo Intervenção
Duração Avaliação
(Autor, Amostra Resultado Significativo
(meses) Frequência Modelo
Grupos Intensidade corporal
ano) semanal de TR

16 mulheres
idosas pós
Campbell menopausa 3x8-12 a 80% de DC, Pesagem TR atenuou
et al., com Sedentário 1RM/1-2' de hidrostática e perda de massa
2009 sobrepeso 4 3x Global e TR intervalo Siri magra -
Chá,
36 mulheres Placebo,
Cardoso (~30 anos) Chá + TR e 3x10
et al., sedentárias e Placebo + submáximas/1' Bioimpedância Placebo + TR (-
2013 obesas 2 3x Global TR de intervalo e DC 3,2 kg gord) +

22 homens e
mulheres de RT (3-6x10-
meia idade, 15RM) e A (15- TR (-4kg
Cauza et diabéticos tipo TR a 30' a gordura) e A (-
al., 2005 2 4 3x Global Aeróbio 60%VO2máx) DC 2,5kg gordura) +

102 homens e RT (2-4x8-10 a TR (-1,7kg de


Controle,
Cheyne, mulheres de 70-75% 1 RM) e gordura) a
2,5 Global TR e DEXA +
2012 meia idade, A (30-50' a 70-75 Aeróbio (-2kg de
Aeróbio
com Fcmáx) gordura)
sobrepeso e
sedentários 3x

23
25
Artigo Intervenção
Duração Avaliação
(Autor, Amostra Resultado Significativo
(meses) Frequência Modelo de Grupos Intensidade corporal
ano) semanal treinamento
RT+Redução de TR+Redução de
29 idosos peso (3x8-10 a peso (-2,4 +-
(homens e Redução de 75-85% 2,8kg de
Dustan
mulheres) peso e 1RM/1,5-2'); gordura) e
et al., 6 Global DEXA -
sedentários, Redução de Redução de Redução de
2002
diabéticos tipo peso + TR peso (5' de bike peso (-2,1 +- -
2 e com + 30' 2,4kg de
sobrepeso 3x alongamento) gordura)
TR(3x10 a
78 indivíduos 70%1RM); -2% da massa
Dutheil com Síndrome TR+aeróbio, tr(3x10 a gorda total para
et al., Metabólica, 12 Global tr+AERÓBIO 30%1RM); A(90' DEXA o grupo que +
2013 entre 50-70 e tr+aeróbio; a 70%VO2pico); treinou TR ou A
anos (90' a 30% VO2 intensos
3 a 4x pico)
-1 kg gordura
Arenas 37 idosos TR, TR em para o grupo
et al., (homens e circuito ou que treinou em
2013 mulheres) 3 2x Global Controle 1-3x6RM DEXA circuito +

Schmitz
et al., 56 mulheres TR e -1,09kg gordura
2003 de meia idade 3,75 2x Global Controle 3x8-10RM DEXA para TR +

24
26
Artigo Intervenção
Duração Avaliação
(Autor, Amostra Resultado Significativo
(meses) Frequência Modelo de Grupos Intensidade corporal
ano) semanal treinamento

133 mulheres -3,19kg gordura


Schmitz com em 12 meses e -
et al., sobrepeso ou TR e DEXA e 1,61kg gordura
2007 obesas 24 2x Global Controle 2-3x8-10RM Tomografia em 24 meses +

-8,5% somatório
9 homens 3-4 x 10-15 a DC; -10,3% gord
idosos 50-70% 1RM e intra abd; -
Ibañez et diabéticos tipo 3-5 x 5-6 a 70- DC e 11,2% gord
al., 2005 2 4 2x Global TR 80% 1RM Tomografia subc +

-1,8kg gord para


26 idosos homens e -1,7kg
Hunter, (homens e 2x10 a 65-80% BOD POD e gord para
2002 mulheres) 6,25 3x Global TR 1RM / 2' Tomografia mulheres +

40 homens e
Lemmer mulheres, Redução
et al., jovens e 1-3x15RM / 2-3' estatisticamente
2001 idosos 6 3x Global TR de intervalo DEXA não significante -

25
27
Artigo Intervenção
Duração Avaliação
(Autor, Amostra Resultado Significativo
(meses) Frequência Modelo de Grupos Intensidade corporal
ano) semanal treinamento

12 homens de Redução
Polak, meia idade TR em 1-2x12-15 a 60- estatisticamente
2005 obesos 3 3x Global circuito 70% 1 RM - não significante -

28 mulheres
Olson, com TR e 3x8-10
2007 sobrepeso 12 2-3x Global Controle submáximas DEXA Sem redução -

TR (3x8 a 80%
28 indivíduos de 1RM/1-2'
Lemmey de meia idade intervalo; C
et al., com artrite TR e (treino de -2,3kg gord para
2009 reumatoide 6 2x Global Controle flexibilidade) DEXA RT +

Controle,
Programa
28 mulheres Linear e PL=-1,75kg
Lima et jovens MMII e Programa 15-30RM/1-2' gord; PO =-
al., 2012 sedentárias 3 4x MMSS Ondulatório intervalo DC 1,55kg gord +

A (40’ a 65%FC A (-3% kg de


Max), TR gordura), TR (-
(3x6RM 6% kg de
40 adultos utilizando Rest gordura) e tr (-
Paoli et com Controle, A, Pause) e tr 2,5% kg de
al., 2010 sobrepeso 3 3x Global TR e tr (3x15RM) DC gordura) +

26
28
Artigo Intervenção
Duração Avaliação
(Autor, Amostra Resultado Significativo
(meses) Frequência Modelo de Grupos Intensidade corporal
ano) semanal treinamento
36
participantes
(homens)
Roberts sedentários, -1,2kg gord total
et al., obesos ou TR e e -0,8kg gord no
2012 sobrepeso 3 3x Global Controle 2-3 x 6-15RM DEXA tronco +

TR (4x8-12 a
64 adultos 75%1RM); A (30'
com a 60% FCR); A (-0,7kg gord)
sobrepeso ou TR, A, TR+A TR+A (metade e TR+A (-1,5 kg
Ho, 2012 obesos 3 5x Global e Controle de cada) DEXA gord) -

27 adultos Educação
Valente com alimentar e
et.al, sobrepeso ou Educação -4kg gord pra
2011 obesos 2,5 3x Global alimentar+TR 8-12 RM BOD POD quem treinou TR +

A (12
milhas/sem a 65-
119 adultos 80% VO2 pico),
Willis et obesos e A, TR e TR (3x8-12 70% DEXA e Sem redução
al., 2012 sedentários 8 3x Global A+TR 1 RM) e A+TR Tomografia para TR -

Legenda: D= Dieta; DC= Dobras cutâneas; RC= Restrição calórica; TR= Treinamento resistido; A=Aeróbio; aeróbio=aeróbio de
baixa intensidade; TR= Treinamento resistido de alta intensidade; tr= treinamento resistido de baixa intensidade; AERÓBIO=
Aeróbio de alta intensidade; aeróbio= aeróbio de baixa intensidade.
27
29

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