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UNIVERSIDADE ESTADUAL

VALE DO ACARAÚ
Centro de Ciências da Saúde
Curso de Educação Física

UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ


CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
(Bacharelado)

Millena Moura da Silva

PRODUÇÃO TEXTUAL: A IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO FÍSICA NA


PRÁTICA ESPORTIVA

Sobral-Ce
2023
A avaliação física é algo fundamental na vida do Profissional de Educação
Física, pois a mesma é necessária para a elaboração do método que será utilizado,
assim como conhecer cada especificidade do indivíduo que está sendo avaliado.
Tanto no ambiente desportivo em suas diversas modalidades, como nas academias,
os preparadores físicos, personal trainer e professores de musculação precisam
planejar seus treinamentos e para poder prescrever esses treinos com maior
precisão é necessário coletar dados que serão analisados cautelosamente com a
finalidade de decidir qual é a melhor abordagem para determinado objetivo , e qual
o melhor instrumento para isso.É esse conjunto de análises que chamamos de
avaliação física.
Segundo Machado e Abad (2012) a avaliação física proporciona informações
para que o profissional possa diagnosticar, verificar e acompanhar a evolução do
treino. É através da mesma que se pode determinar o processo em que o indivíduo
se encontra e inicialmente classificá-lo, sendo este um procedimento fundamental
para estabelecer objetivos importantes para prescrição do exercício físico e também
reajustes durante o processo do treinamento.
Prestes; Moura; Holpf, 2002 diz que isso prova que através da avaliação
física pode-se obter dados sobre as aptidões físicas como a flexibilidade,
composição corporal, cardiorrespiratória e neuromuscular, que serão utilizadas
como base para identificar o estado de saúde e/ou performance do indivíduo.
Para conhecer o perfil de quem vai efetuar o treinamento, seus objetivos e
possíveis limitações, assim como conhecer o seu grau de aptidão, alguns testes e
protocolos são necessários. Além disso, para poder saber se o treinamento está
surtindo os devidos resultados é necessário saber se os métodos e estratégias
utilizados precisam ser adequados ou modificados. Para quem já está treinando,
uma avaliação física bem feita pode trazer muitos benefícios no desenvolvimento
dos treinos, garantindo um acompanhamento mais eficaz e personalizado.
Há diversas formas e protocolos para efetuar uma avaliação física e sua
escolha dependerá das informações que se deseja sobre o avaliado, podendo ser
através de um questionário ou por alguns testes para obter valores, tendo como
finalidade mensurar diferentes valências físicas. Segue alguns exemplos:
ANAMNESE: A anamnese é um questionário muito importante para a
obtenção de dados de uma pessoa que serão analisados e interpretados, sendo que
é a partir dela, que o professor de Educação Física obterá informações para poder
prescrever uma periodização de treinamento completa e chegar ao objetivos
desejados, seja para hipertrofia, emagrecimento/definição muscular, ganho de força
e consequentemente, melhora da performance e vários outras atividade ou
esportes. Neste questionário pode haver perguntas como: Quais os objetivos com a
prática de atividade física; onde prefere praticar atividade física; quais esportes já
praticou; quais esportes você pratica; se tem praticado exercício físico regularmente;
quantos dias da semana você tem disponível para a prática de exercício físico;
quais os dias da semana de sua preferência para praticar exercício físico; se fuma;
se bebe; se sente alguma dor ou desconforto (muscular ou articular); se apresenta
alguma da doenças citadas (colesterol elevado, diabetes tipo I, diabetes tipo II,
hipertensão arterial, cardiopatias ou outras); se usa medicamentos, se o médico
sabe que está ingressando nessa prática de exercício físico; ou outras informações
relevantes.
QUESTIONÁRIO PAR-Q: Prontidão para Atividade física (Physical Activity
Readiness Questionnaire) é recomendado para indivíduos entre 15 e 69 anos, o
mesmo consta 7 perguntas totalmente direcionadas a fatores de risco e doenças.
Caso a pessoa responda positivamente a uma ou mais questões deve ser
encaminhado para uma avaliação multidisciplinar ou médica. Segue as perguntas:
Se médico já mencionou alguma vez que você tem uma condição cardíaca e que
você só deve realizar atividade física recomendada por um médico; você sente dor
no tórax quando realiza atividade física; no mês passado, você teve dor torácica
quando não estava realizando atividade física; você já perdeu o equilíbrio por causa
de tontura ou alguma vez já perdeu a consciência; você teve algum problema ósseo
ou de articulação que poderia piorar em consequência de uma alteração em sua
atividade física; seu médico está prescrevendo medicamento para sua pressão ou
condição cardíaca; você conhece alguma outra razão que o impeça de realizar
atividade física.
AVALIAÇÃO DE MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS: Esta avaliação é a mais
comum ao chegar em uma academia e muitos praticantes podem estar habituados
com ela. Neste momento, o professor tira medidas do seu aluno para constatar os
resultados obtidos em relação à perimetria, estatura, peso e ainda é efetuada a
medição das dobras cutâneas para calcular o percentual de gordura do avaliado. A
perimetria se trata de uma avaliação feita para poder conhecer a circunferência de
diversas partes do corpo e dessa forma interpretar os resultados para saber qual o
ponto de partida da atividade. Exemplos de lugares medidos na perimetria: Braços;
Coxas; Panturrilhas; Antebraços; Tronco; Cintura; Quadril.
DOBRAS CUTÂNEAS: Tem como objetivo obter uma estimativa do
percentual de gordura no avaliado, onde são mensuradas as dobras de diversas
áreas do corpo. Exemplos de protocolos utilizados: O Protocolo de Pollock é muito
utilizado, tanto por professores de Educação Física como por nutricionistas para
mensurar o percentual de gordura do avaliado. O método mais utilizado é o de 7
dobras, sendo os principais pontos (Subescapular, tríceps, peitoral, axilar média,
supra-ilíaca, abdominal e femoral médio). Por meio da fórmula de Siri é possível
obter os resultados utilizando os dados obtidos: Percentual de gordura (%BF) =
[(4,95/Densidade Corporal) – 4,50] x 100. O Protocolo de Faulkner utiliza de 4
dobras, sendo estas a do tríceps, subescapular, supra-ilíaca e abdominal, por meio
da fórmula: Percentual de gordura (%BF) = [0,153 x (tríceps + subescapular +
supra-ilíaca + abdominal) + 5,783].
AVALIAÇÃO DE FLEXIBILIDADE: A flexibilidade é extremamente importante
na prática dos exercícios, assim como nas atividades do cotidiano, pois garante uma
maior amplitude de movimento. Antes de prescrever os exercícios é importante
saber o grau de flexibilidade do aluno para conhecer possíveis encurtamentos e
desequilíbrios musculares que possam afetar seu desempenho no treino. Existem
alguns protocolos utilizados para mensurar o grau de flexibilidade dos avaliados e
estes são: Protocolo de sentar e alcançar no banco de Wells: Este teste consiste em
medir o grau de alcance que o avaliado pode obter a partir da flexão do seu tronco.
Para começar, o avaliado deve se sentar no solo, com os joelhos completamente
estendidos e flexionar o tronco à frente, de forma a alcançar com os braços
estendidos a maior distância possível. Flexiteste: Este protocolo é caracterizado por
medir diferentes movimentos de diversas articulações pelo corpo e que pode chegar
até 20 movimentos diferentes. A partir disso, são atribuídos valores referentes aos
graus de movimento que vão de 0 a 4 e depois esses valores são somados e
comparados na escala do flexíndice para saber o resultado do teste.
AVALIAÇÃO DE FORÇA: Para poder determinar com maior precisão a carga
que será utilizada nos treinos é necessário avaliar o grau de força de cada
praticante. Sendo assim, são utilizados alguns protocolos para poder obter estes
resultados: Teste de uma repetição máxima tem como objetivo encontrar o peso
utilizado para efetuar uma repetição máxima 1RM, sendo este um teste de avaliação
de força dinâmica. Para tal, geralmente é utilizado um exercício, como o supino, na
qual a pessoa avaliada tem que efetuar repetições com determinada carga até
chegar ao peso, onde efetue apenas uma repetição. A desvantagem deste protocolo
é que diversos fatores podem interferir nesta avaliação, por exemplo, sono,
alimentação e ciclo menstrual. (MATERKO, 2007). Além disso, também há o risco
de lesões, sendo que este não é indicado para iniciantes já que estes não estão
preparados para cargas tão pesadas. Segundo Materko et.al. (2007), também
podem ser utilizadas cargas submáximas e por meio destas calcular o percentual de
1RM por meio da contagem das repetições efetuadas com a carga utilizada. O teste
com dinamômetro tem como objetivo avaliar a força máxima estática, no qual se
utiliza um dinamômetro para poder obter a força mensurada. Neste protocolo, é
efetuada a contração por um período máximo de 5 segundos no aparelho que
mostrará o grau de força estática do avaliado. Teste de força-resistência: Neste
protocolo, são executadas repetições por um tempo determinado previamente pelo
avaliador, que geralmente vai de 30 segundos a 1 minuto, a partir do número de
repetições, o profissional irá avaliar o grau de força resistência do avaliado. Os
principais exercícios utilizados neste teste são o agachamento, as flexões de braços
e os abdominais.
Algumas formas de se realizar avaliação física foram apresentadas acima,
porém como a própria literatura nos traz, ainda existem diversas outras.
Por fim, pode-se mencionar aqui também os benefícios da avaliação física
dos indivíduos, como conseguir ter um panorama geral da saúde, a seleção de
exercícios físicos torna-se assertiva, é possível prevenir doenças Para concluir, a
Avaliação Física é uma excelente forma de descobrirmos mais sobre o nosso corpo,
além de ajudar na manutenção da saúde, é uma prática que nos enche de
informações relevantes, que não costumamos ter acesso no dia a dia e para cuidar
da saúde, precisamos conhecer nosso corpo profundamente.
REFERÊNCIAS
MACHADO, A. F.; ABAD, C. C.C.Manual de Avaliação Física.2ed. São Paulo: Ícone,
2012.

MATERKO et.al. Modelo de predição de uma repetição máxima (1RM) baseado nas
características antropométricas de homens e mulheres. Rev.Bras.Med. Esporte
vol.13 no.1 , 2007.

PRESTES, M. T.; MOURA. J. A. R.; HOPF, A. C. O. Estudo exploratório sobre


prescrição, orientação e avaliação de exercícios físicos em musculação. Revista
Kinesis, n. 26, p. 122-166, 2002. Disponível em:
https://periodicos.ufsm.br/kinesis/article/view/8008. Acesso em: 25 ago. 2021.

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