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SAÚDE
OBESIDADE E ATIVIDADE FÍSICA
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112p. : il.
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-8241-690-7
CDD 616.398
SUMÁRIO
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................100
1 COMPREENDENDO O CENÁRIO DO MUNDO CONTEMPORÂNEO
Para Ferreira Neto (1995) o processo de aprendizagem motora caracteriza-se por uma
progressão das habilidades físicas da criança, em função das situações em que é colocada. Isto
4
quer dizer que, considerando um determinado contexto, a criança investe em ações de acordo
com os meios de que dispõe. Assim, certos fatores favorecem a aprendizagem. Contudo, além
do envolvimento da criança na tarefa em si, a capacidade de aprender as habilidades motoras
também é influenciada pelo estado de desenvolvimento físico e cognitivo da criança, ou seja,
diferenças ocorrem em termos de qualidade dos movimentos, quando relacionados à idade e à
formação física, e ao nível de processamento de informação.
1
Estirão ou aceleração da velocidade de crescimento e de maturação óssea compreende a quatro etapas: período de
pré-aceleração, aceleração máxima, desaceleração e crescimento final. Esta fase tem duração média de 36 meses,
sendo que, o ganho em altura é de aproximadamente 10 centímetros por ano podendo ainda haver um acréscimo de
cinco a oito centímetros durante a fase de desaceleração até a parada total do crescimento. É nessa fase que o
indivíduo adquire aproximadamente 50% do seu peso final e 20-25% de sua estatura definitiva. O estirão ocorre
geralmente dois anos mais cedo no sexo feminino, podendo iniciar entre 9,5 e 14,5 nas meninas e entre 10,5 e 16 anos
nos meninos. A velocidade de crescimento pode alcançar aproximadamente 10 centímetros por ano no sexo masculino
e de oito a nove centímetros no sexo feminino (COLLI, 1993; JACOBSON, 1998).
dificulta o processo de crescimento físico e aprendizagem motora do indivíduo, cabendo aos
professores, profissionais da saúde identificar esses problemas e proporcionar-lhes devido
auxílio para a promoção de sua qualidade de vida. Num tempo em que as formas esguias e os
músculos esculpidos constituem um avassalador padrão de beleza, o excesso de peso e a
obesidade transformaram-se na grande epidemia do planeta, com consequências desastrosas
na saúde física e psíquica da população. Segundo Krusche (1992), já existe forte tendência por 5
parte da classe médica de entender a obesidade como sendo consequência, e não a causa, do
preconceito e da discriminação a que as pessoas com sobrepeso estão sujeitas.
Em contrapartida existe um lado menos visível da questão, mas com alto grau de
letalidade, que é o problema da Anorexia Nervosa e Bulimia, alteração alimentar caracterizada
pela recusa à alimentação e excesso na prática de atividade física. Atingindo preferencialmente
adolescentes e jovens do sexo feminino, é um transtorno psíquico que leva a pessoa à
compulsão de emagrecer, mesmo reconhecendo já ter atingido um limite de peso muito baixo,
potencialmente letal.
No caso dos profissionais que lidam com crianças e adolescentes, o desafio torna-se
ainda maior, pois envolve também a possibilidade de detectar distúrbios alimentares e alterações
de peso precocemente, antes que os danos se tornem crônicos e mesmo irreversíveis.
Atualmente, seja por motivação estética, seja pela melhoria da saúde, é cada vez
maior o número de pessoas que buscam emagrecer. Aquelas que não necessitam perder peso
também se interessam pelo assunto, porque a obesidade hoje se tornou um problema de saúde
pública. Os profissionais ligados à saúde devem estar cientes destes fatos, apoiando os esforços
para alterar e auxiliar em todos os comportamentos e hábitos que visam melhorias relativas à
saúde.
2
Obesidade, de acordo com a OMS (1995), é considerada o acúmulo de gordura corporal, uma doença crônica que
pode atingir graus capazes de afetar a saúde.
Assim, neste curso teremos a oportunidade de analisar os transtornos alimentares
ligados a modificações corporais e as modificações do mundo contemporâneo que levam as
pessoas a adquirem hábitos e estilos de vida inadequados. Buscaremos, também, mostrar os
benefícios da prática exercícios físicos para a saúde e qualidade de vida da população.
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2 CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO INFANTIL – MODIFICAÇÕES CORPORAIS
O cérebro, cerebelo e estruturas afins, aparelho ocular, perímetro cefálico, este tipo de
crescimento caracteriza-se por uma intensa velocidade nos dois primeiros anos de vida: o
perímetro cefálico aumenta cerca de 20 cm do nascimento aos 18 anos, dos quais 50% nos
primeiros seis meses de vida e 75% até os dois anos de idade.
Todas as estruturas em fase de intenso crescimento são mais vulneráveis aos agravos
de um modo geral: é o caso do Sistema Nervoso Central. Nos dois primeiros anos de vida, está
mais sujeito às agressões do que em qualquer outra fase da vida.
O corpo como um todo, dimensões externas (com exceção da cabeça e pescoço),
tecidos muscular e ósseo, volume sanguíneo, órgãos dos aparelhos respiratórios, circular e
digestivo, rins e baço. Este tipo de crescimento pode ser representado pelas curvas de peso e
estatura, que apresentam o aspecto geral de uma letra “S”, com dois períodos de maior
velocidade no crescimento extrauterino (0 a dois anos e por ocasião da puberdade), com
incrementos anuais decrescentes no primeiro período e crescente no segundo período. Entre 9
esses dois períodos, outro com incrementos anuais constantes.
10
Segundo Vago:
11
De acordo com Brasil (2002, p. 25-26) existem fatores extrínsecos que influenciam o
crescimento como:
a) Alimentação: a criança até cinco anos requer cuidados específicos com a sua alimentação.
Crescer consome energia: 32% das necessidades calóricas de um recém-nascido são
destinadas ao crescimento. A dieta da criança deve ter qualidade, quantidade, frequência e
consistência adequadas para cada idade. Para crianças com até seis meses de idade, o leite
materno exclusivo é o melhor alimento.
c) Higiene: a higiene adequada da criança, dos alimentos, do ambiente e de todos aqueles que
lidam com ela são fatores essenciais para seu bom crescimento. Isso implica na disponibilidade
de água potável, de meios adequados para o esgotamento sanitário, e destinação de lixo e em
conhecimentos, atitudes e práticas corretas sobre o manuseio, armazenamento, preparo e
conservação dos alimentos, de higiene corporal e do ambiente.
d) Cuidados gerais com a criança: assim como os demais aspectos citados acima, também é
fundamental para o bom crescimento e desenvolvimento a qualidade dos cuidados destinados à
criança. Em outras palavras, a criança pequena necessita estabelecer relações afetivas, precisa
de outra pessoa para ir se estruturando como um sujeito e para ter uma identidade própria.
Estabelecer, desde o nascimento, relações com pessoas que as escutem e entendam suas
necessidades, que lhe deem carinho e afeto, que lhe proporcionem oportunidades seguras de
explorar e conhecer o mundo que a rodeia, são condições essenciais ao adequado crescimento
e desenvolvimento da criança.
Após o nascimento, o ambiente em que a criança vive, os cuidados que lhe são
dispensados pelos pais, o carinho, estímulos e a alimentação passam a fazer parte significativa
no processo de maturação que a leva da dependência à independência (BRASIL, 2002).
14
3 CAPACIDADE FÍSICA DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
a) A criança de seis anos: falta experiência na relação com pessoas, tendo maior
facilidade para participar de atividade com um companheiro do que com dois ou mais, tem no
corpo sua principal linguagem para expressar suas ideias e sentimentos, sua participação em
atividades fortalecem seu aprendizado em razão de sua automotivação, maior capacidade de
concentração, melhor compreensão de informações verbais, capacidade de executar ações
motoras de baixa complexidade e maior domínio sobre as extremidades.
b) A criança de sete anos: possui maior compreensão e domínio sobre a
lateralidade, melhor noção de tempo e espaço, gosta de imitar e reproduzir ações e o equilíbrio
geral está mais estruturado. 16
c) A criança de oito anos: maior facilidade para participar de atividades em grupo,
sendo bem expansiva e com maior facilidade de expressão. Em termos motores está mais apta a
executar tarefas em ritmos mais acelerados, gosta de ser testada em atividades que envolvem
força, agilidade, velocidade e destreza.
d) A criança de nove anos: mais persistente no exercício de suas habilidades em
razão da maior maturidade de seu sistema neuromotor. Exerce bom domínio sobre o corpo,
sendo capaz de executar gestos desportivos mais refinados. Maior capacidade de interação.
e) A criança de 10 anos: apresenta traços individuais bem definidos, mais interativa
em jogos de grupos, melhor noção de tempo e espaço, lateralidade definida e domínio das
extremidades mais estruturados, interesse por atividade que envolve competição.
f) A criança de 11 e 12 anos: idade de transição apresenta maior amadurecimento
biopsicofísico e social, tem maior domínio sobre suas capacidades motoras, seus sentidos estão
mais bem coordenados em relação às respostas motoras, facilitando a execução de ações
motoras bem mais complexas.
g) Adolescência: o jovem tem um aumento de força e uma melhoria nas ações
coordenativas, bem como do aparelho locomotor, aumenta consideravelmente, a capacidade de
suportar carga, e a condição geral de assimilar intensa carga corporal esportiva, sendo o
momento propício para o treinamento de técnicas específicas das modalidades esportivas.
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4 DESENVOLVIMENTO DAS CAPACIDADES FÍSICAS
Para Rice e Howel (2000), as crianças hoje passam a maior parte de seu tempo livre
assistindo televisão, jogando em computador ou na internet, o que levaria à maior incidência de
18
aumento de peso corporal, relacionado à gordura corporal, a uma menor habilidade motora e
com isso a uma série de problemas relacionados às doenças crônico-degenerativas.
O aprendizado motor depende de vários fatores internos (o nível inicial, a motivação
pela aprendizagem, a experiência motora) e externos (linguagem, meio ambiente), porém o fator
mais importante para ocorrer a aprendizagem motora é a motivação.
No contexto de aprendizagem motora, crianças que percebem a si mesmas como
altamente competentes em uma atividade ou habilidade tendem a persistir por mais tempo e
continuar em tentativas de executar a habilidade com maestria, mesmo quando encontram
dificuldades. Ao contrário, crianças que percebem a si próprias como pouco competentes
tendem a desistirem ou perderem o interesse na maestria de habilidades ou tarefas,
principalmente quando encontram dificuldades (VALENTINI, 2002a).
Harter (1978 apud Valentini, 2002a) sugere que a motivação para a competência na
criança é estruturada sobre quatro fatores, os quais parecem influenciar níveis mais elevados ou
mais baixos de percepção de competência. Estes fatores incluem:
a) experiências passadas;
b) dificuldades ou desafios associados com o resultado da tarefa;
c) suporte e interação pessoal com outros que são significativos para a criança;
d) motivação intrínseca.
O aprendizado das capacidades físicas (força, velocidade, resistência, flexibilidade,
coordenação) ocorre com a motivação individual e o aperfeiçoamento dos movimentos; o
desenvolvimento das capacidades como a força, a velocidade e a resistência são atingidas em
idades diferenciadas (DANTAS, 2003).
O desenvolvimento de capacidades físicas fundamentais, na perspectiva de uma
prática apropriada ao nível de desenvolvimento infantil, deveria se constituir em foco de atenção
e prioridade de programas de movimento. As capacidades físicas fundamentais são
consideradas "blocos de construção" indispensáveis para o desenvolvimento de atividades de
movimento em uma perspectiva de vida ativa e saudável, bem como para a especialização de
habilidades motoras específicas da dança e/ou esportes (GABBARD, 2000; HAYWOOD et al.,
2001). É importante ressaltar que estas capacidades não acontecem naturalmente (NEWELL,
1984 apud VALENTINI, 2002b) durante a infância, elas são resultados de vários fatores que em
constante interação, influenciam o desenvolvimento físico da criança, entre eles o contexto de
ensino, a motivação, o desenvolvimento neurológico, as condições sociais e culturais e as 19
experiências passadas (GABBARD, 2000; HAYWOOD et al., 2001).
Crianças devem aprender certo nível de competência nas capacidades físicas
fundamentais para engajarem-se com sucesso (sucesso entendido neste contexto como
participação efetiva na atividade), em habilidades esportivas específicas que contribuam para
uma melhor qualidade de vida. (SEEFELDT,1982 apud VALENTINI, 2002b).
5 A VIDA ADULTA
A vida adulta constitui-se na fase mais ativa do ser humano em sociedade. O ser
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humano adulto vivencia em suas próprias situações de vida, características que lhe são
particulares. A grande maioria produz e trabalha; do trabalho vive e dele sobrevive, em qualquer
circunstância de realidade social, econômica e cultural (SANTOS; ANTUNES, 2007).
Mosquera (1982) apresenta as fases da vida adulta em adultez jovem, adultez média e
adultez velha.
São várias as transformações biológicas que ocorrem do início ao final da vida adulta.
As capacidades físicas são um exemplo disso, as quais poderão reverter-se do físico ao
psicológico na adultez, e, consequentemente, nas relações intra e interpessoais.
No Brasil, aproximadamente 70% dos adultos são sedentários (BOCH, 1998), o que
repercute negativamente nas transformações físicas, fisiológicas e psicológicas, pois o
desenvolvimento corporal da vida adulta no decorrer do tempo tende a ocorre uma decaída nas
estruturas corporais tais como: melhor elasticidade da pele, menor resistência óssea, menor
força muscular, ocorre um aumento na gordura corporal, baixa autoestima, risco a doenças
crônicas tais como hipertensão, diabetes, dentre outros.
Para minimizar esse quadro e proporcionar uma melhor qualidade de vida à população
adulta, a prática de atividade física tem sido considerada um dos componentes mais importantes
na modificação do risco em indivíduos acometidos por comorbidades decorrentes ou associadas
à inatividade. Essa é uma estratégia importante, tanto na prevenção, como no tratamento das
doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, diabetes mellitus, acidente vascular cerebral,
alguns tipos de câncer, osteoporose, depressão e desequilíbrio no perfil lipídico (FRANCIS,
1999).
23
AA
24
10 jan. 2010.
Apesar da Anorexia Nervosa ter sido descrita pela primeira vez em 1874, ainda não
se sabe se ela é primeiramente um distúrbio psicológico ou um distúrbio físico da
função da pituitária ou hipotalâmica, ou ainda uma função de ambos. As teorias mais
recentes propuseram que a sexualidade perturbada é a causa. Atualmente, é vista
como surgimento de padrões perturbados de interação familiar, até que um evento
ou fase da vida precipita a manifestação física dos sintomas (MAHAN, 2005, p. 497).
Aspectos biológicos incluem as alterações hormonais que ocorrem durante a
puberdade e as disfunções de neurotransmissores cerebrais (tais como a dopamina, a
serotonina e a noradrenalina) e dos peptídeos opioides, sabidamente ligados à regulação normal
do comportamento alimentar e à manutenção do peso, além dos aspectos genéticos. Existe
também uma predisposição genética no desenvolvimento da Anorexia. Parentes de primeiro
grau de pacientes com Anorexia exibem um risco aproximadamente 8 vezes maior de apresentar 26
a doença do que a população geral. Os modelos de sistemas familiares procuram identificar
determinados padrões de funcionamento familiar alterado, por exemplo, minimização de
conflitos, envolvimentos da criança em tensões familiares, pais ausentes, mães que competem
com as filhas, dentre outros. Porém, estes fatores hoje são vistos mais como mantenedores do
comportamento do que como causais.
E, das passarelas, esse falso ideal de beleza ganhou a mídia, o cinema, a televisão, as
ruas, os lares, as escolas e a sociedade em geral. Mas, apesar de tudo, qualquer mulher de bom
senso deve ter sempre em mente que esse ideal corporal não nasceu de uma opinião máscula,
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claramente definida. Ela veio das passarelas.
Uma vez instalada, inicialmente a Anorexia rouba a crítica em relação ao próprio corpo.
A pessoa vê-se gorda quando de fato não é; essa concepção distorcida do próprio corpo é de
natureza delirante.
A mídia, sem dúvida, é responsável por boa parte da tirania que o ideal do corpo
esquelético exerce sobre as pessoas. Para constatação dessa influência massacrante, basta
verificar o grande número de revistas, periódicos, sites e programas de televisão dedicados ao
culto do corpo e dos cuidados corporais.
As pessoas passam a valer o inverso de seus pesos. Não se lê ou estuda na mesma
proporção com que se malha. O prazer da comida, do sorvete, do brigadeiro se contrapõe à
culpa das calorias. Depois de um jantar delicioso, experimenta-se tremenda “ressaca moral”.
Com tudo isso, outros valores fundamentais para o desenvolvimento da personalidade humana
podem estar sendo esquecidos. O ser humano moderno corre o risco de ter sua existência
estreitamente limitada aos limites de seu próprio corpo. Não se transcende mais a corporeidade
por meio da reflexão, abstração e outras atividades meditativas.
Dados recentes do estudo conduzido pela disciplina de Nutrição da Unifesp
(Universidade Federal de São Paulo) desde 1997, conforme Bock (2002) anteriormente citado,
mostram que em uma escola particular da capital paulista 30% de um grupo de 178 meninas de
10 a 19 anos faziam algum tipo de dieta sem necessidade. Para especialistas, o resultado
é preocupante, já que a dieta desnecessária pode comprometer o desenvolvimento. O primeiro
passo para uma alimentação saudável na adolescência é entender e aceitar as mudanças do
corpo.
29
Caso a adolescente considere estar acima do peso, deve procurar ajuda médica. Maria
de Fátima destaca que os parâmetros do IMC (Índice de Massa Corpórea, divisão do peso pela
altura ao quadrado) aplicados em adultos não podem ser usados com jovens, pois nesse caso a
idade é considerada na avaliação.
Para recordar:
Restrição dietética.
Preocupação com comida, ler receitas, preparar refeições apenas para outros.
Isolamento social.
Sensibilidade ao frio.
Pressão arterial baixa que poderá resultar em desmaio, tonturas, perda da consciência.
Fraqueza generalizada.
10 jan. 2010.
Uma compulsão periódica é definida pela ingestão, num período limitado de tempo, de
uma quantidade de alimentos definitivamente maior do que a maioria dos pacientes consumiria
sob circunstâncias similares. Um “período limitado de tempo” refere-se a um período definido,
geralmente durando menos de 2 horas (LOPES, 1997).
Embora varie o tipo de alimento consumido durante os ataques de hiperfagia (comer
muito), ele tipicamente inclui doces e alimentos com alto teor calórico, tais como sorvetes ou
bolos. Entretanto, as compulsões periódicas parecem caracterizar-se mais por uma
anormalidade na quantidade de alimentos consumidos do que por uma avidez por determinados
nutrientes, como carboidratos (CORDÁS, 1995).
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Outra característica essencial da Bulimia Nervosa é o uso recorrente de
comportamentos compensatórios inadequados para prevenir o aumento de peso. Muitos
pacientes com Bulimia Nervosa empregam diversos métodos em suas tentativas de.
compensarem a compulsão periódica. A técnica compensatória mais comum é a indução de
vômito após um episódio de compulsão periódica (LOPES, 1997). De acordo com o trabalho de
Lopes (1997), esse método purgativo é empregado por 80 a 90% dos pacientes com Bulimia
Nervosa que se apresentam para tratamento em clínicas de transtornos alimentares. Os efeitos
imediatos do vômito incluem alívio do desconforto físico e redução do medo de ganhar peso. Em
alguns casos, o vômito torna-se um objetivo em si mesmo, de modo que a pessoa come em
excesso para vomitar ou vomita após ingerir uma pequena quantidade de alimento. Os pacientes
com Bulimia Nervosa podem usar uma variedade de métodos para a indução de vômitos,
incluindo o uso dos dedos ou instrumentos para estimular o reflexo de vômito. Os pacientes em
geral se tornam hábeis na indução de vômitos e por fim são capazes de vomitar quando querem.
Outros comportamentos purgativos incluem o uso indevido de laxantes e diuréticos.
Aproximadamente um terço dos pacientes com Bulimia Nervosa utiliza laxantes após um ataque
de hiperfagia. Raramente, os pacientes com esse transtorno utilizam enemas (introdução de
medicamentos pelo reto), após os episódios compulsivos (CORDÁS, 1995).
Os pacientes com Bulimia Nervosa podem jejuar por um dia ou mais ou exercitar-se
excessivamente na tentativa de compensar o comer compulsivo. Exercícios podem ser
considerados excessivos quando interferem significativamente em atividades importantes,
quando ocorrem em momentos ou contextos inadequados ou quando o paciente continua se
exercitando apesar de lesionado ou de outras complicações médicas. Pouco se conhece a
respeito das causas da Bulimia Nervosa. Possivelmente exista um modelo onde múltiplas causas
devem interagir para o surgimento da doença, incluindo aspectos socioculturais, psicológicos,
individuais e familiares, neuroquímicos e genéticos.
Influência cultural tem sido apontada, atualmente, como um forte desencadeante; o
corpo magro é encarado como símbolo de beleza, poder, autocontrole e modernidade. Desta
forma a propaganda dos regimes convence o público de que o corpo pode ser moldado. Assim, a
busca pelo corpo perfeito tem se manifestado em três áreas: nutrição/dieta, atividade física e
cirurgia plástica.
34
Distúrbio da interação familiar, eventos estressantes relacionados à sexualidade e
formação da identidade pessoal são apontados como fatores desencadeantes ou mantenedores
da Bulimia. Postula-se que alterações de diferentes neurotransmissores podem contribuir para o
complexo sintomático, notadamente dos mesmos neurotransmissores envolvidos na depressão
emocional.
Os pacientes com Bulimia Nervosa tipicamente estão dentro da faixa de peso normal,
embora alguns possam estar com um peso levemente acima ou abaixo do normal. O transtorno
ocorre, mas é incomum, entre pacientes moderada e morbidamente obesos. Há indícios de que,
antes do início do Transtorno Alimentar, os pacientes com Bulimia Nervosa estão mais
propensos ao excesso de peso do que seus pares. Entre os episódios compulsivos, os pacientes
com o transtorno tipicamente restringem seu consumo calórico total e selecionam
preferencialmente alimentos com baixas calorias (diet) evitando alimentos que percebem como
“engordantes” ou que provavelmente ativarão um ataque de hiperfagia (CORDÁS, 1995).
Algumas profissões em particular parecem apresentar maior risco, como é o caso dos
jóqueis, atletas, manequins e pessoas ligadas à moda em geral, onde o rigor com o controle do
peso é maior do que na população geral. Semelhante à Anorexia Nervosa, aspectos
socioculturais são importantes na medida em que a doença parece também mais comum em
classes econômicas mais elevadas. Toda essa obsessão com alimentos e calorias, embora
doentia, tem importante reforço em nossa cultura. Atualmente, a sociedade é obsessivamente
preocupada com tudo o que diga respeito ao peso, gordura, calorias.
Quando eu tinha 12 anos, já era muito alta e um pouco gordinha. Nas férias, os
garotos ficavam me zoando, me chamando de gorda. Aí meti na cabeça: gorda, é?
Então vou emagrecer. Tinha uma meta de peso; quando atingia, baixava mais.
Acordava às 5h da manhã para nadar, fazia quatro horas de exercícios todos os dias.
Uma vez fiquei uma semana sem comer absolutamente nada, só bebia água.
Descobri por acaso que induzir o vômito poderia ajudar a emagrecer. Foi num
programa de TV que mostrava o lado ruim da Anorexia. Só que, em vez de me
alertar, me deu a ideia: eu posso comer, é só vomitar depois (LOPES, 1997, p. 14).
TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL
2) Pesagem regular;
5) Prevenção de recaídas.
A TCC tanto pode ser realizada em âmbito individual como grupal para pacientes com
bulimia nervosa. Os resultados dos estudos com TCC grupal evidenciam taxas elevadas de
redução de sintomas e abstinência ao final do tratamento.
QUADRO 1 - Resultados de diferentes tratamentos para bulimia nervosa
SEGUIMENTO PÚBLICO 38
dando um sucesso de
93%.
56 pacientes
bulímicas
(critério de Russell).
recuperação
intermediária e 33%
tinham episódios
bulímicos e
purgativos 39
diariamente
termos de
comportamento
alimentar,
comportamentos
bulímicos.
cumulativa de 63% de
recaída em 78
semanas após a
recuperação / 50%
das
que se recuperaram
de um episódio
prospectivo recaíram
em outro.
OLMSTED e Follow-up de 2 48 mulheres com Razão de recaída de
bulimia nervosa 31,3% / 2/3 dos
Col., (1994) Anos. programa de 8
que recaíram tiveram
horas/dia,
pouca melhora
5 dias por semana
com durante o tempo de
seguimento. 40
refeições
supervisionadas.
39% continuaram a
experimentar
alguns sintomas.
alimentar não
especificado e 69,9%
estavam com
remissão parcial ou
completa.
Autocriticismo severo.
Obesidade:
Nas últimas décadas, tem-se dado grande ênfase ao estudo da gordura corporal e aos
índices de adiposidade em crianças, adolescentes, adultos, devido a sua associação com o
desenvolvimento de inúmeras doenças, representando um fator de risco para a saúde, quando
em excesso. A prevalência de sobrepeso e obesidade na população pode tornar-se importante
indicador de saúde presente e futura (GUEDES e GUEDES, 1998).
* Foram utilizadas como padrão de referência as curvas do National Center for Health Statistics
(NCHS) de 1978.
Já os adultos, pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde (2007) mostra que, 13%
dos adultos são obesos, sendo o índice maior entre as mulheres (13,6%) do que entre os
homens (12,4%). Em 2006, quando foi apresentada a primeira edição do estudo Vigilância de
Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas Por Inquérito Telefônico (VIGITEL), 11,4%
dos brasileiros eram obesos. Em 2008, esse índice subiu para 13%.
% % %
Sexo
% % %
% % %
Idade (anos) 50
Nunes et al., (1998), coloca que 30% desses fatores são de influência genética, dos
70% restantes – 10% seriam fatores transmissíveis culturalmente e 60% não transmissíveis. Em
um meio ambiente capaz de produzir obesidade (sedentarismo, estresse, alimentos de fácil
acesso), o indivíduo geneticamente suscetível aumentará de peso, em um grau bem significativo.
A obesidade representa o resultado final de uma interação complexa de numerosos fatores e de
influências externas.
As escolhas que uma pessoa faz sobre o gasto calórico e ingestão calórica têm um
impacto predominante sobre o desenvolvimento da obesidade. Se mais calorias forem
consumidas do que gastas, o equilíbrio calórico positivo resultará em ganho de peso. A fim de
perder peso de gordura, deve-se estabelecer um equilíbrio calórico negativo, isto pode ser
alcançado diminuindo a ingestão calórica e/ou aumentando o gasto calórico (LANCHA JUNIOR,
2006).
A causa da obesidade é multifatorial, podendo ser decorrente de fatores genéticos,
neuroendócrinos, dietéticos, psicológicos, culturais, socioeconômicos, dentre outros
(ENGSTROM; ANJOS, 1996; ESCRIVÃO et al., 2000; POPKIN, 1994). A figura abaixo mostra as
causas da obesidade.
52
MODELO CAUSAL DA OBESIDADE
53
9 CLASSIFICAÇÃO DA OBESIDADE
Segundo Nahas (1999), a obesidade pode ser definida como um IMC (Índice de Massa
54
Corporal – peso/altura2) igual ou superior a 30, aceita-se que o peso ideal ou de menor risco
para a saúde corresponde a um IMC de 20 a 25, e até 27 para pessoas idosas. Esse índice deve
ser usado para adultos. Para crianças e adolescentes devem ser utilizadas curvas específicas,
uma vez que ainda estão em fase de crescimento.
55
10 CONSEQUÊNCIAS DA OBESIDADE
Desde a antiguidade, Hipócrates percebera maior tendência dos obesos para a morte
56
súbita e, de fato, a questão da obesidade está muito além das preocupações estéticas. A
obesidade predispõe, então, a uma série de outras doenças. São também sintomas comuns aos
obesos o cansaço, a sudorese excessiva, principalmente nas extremidades e axilas, dores nas
pernas e colunas.
De acordo com McArdle (1998), o excesso de peso tem íntima relação, com a
mortalidade por doenças cardiovasculares. Normalmente a obesidade predispõe à hipertensão
arterial, ao aumento dos níveis de triglicérides e colesterol, bem como à diminuição do colesterol
benigno (HDL/colesterol). A obesidade é também um importante fator para o desenvolvimento do
diabetes mellitus, do tipo 2, não dependente de insulina. McArdle (1998) coloca que existem
inúmeros riscos para saúde de crianças, adolescentes e adultos obesos. Um relato dos Institutos
Nacionais de Saúde colocou que a obesidade deve ser encarada como uma doença
degenerativa crônica, perigos biológicos de enfermidade prematura e morte para níveis
surpreendentemente baixos de excesso de gordura, representando apenas 2,3 a 4,5 Kg acima
do peso corporal desejável. Os níveis mais altos de peso corporal dentro da variação normal
acarretam um aumento significativo no risco de cardiopatia e câncer. Uma mulher que ganha 9
Kg entre o final da adolescência e a meia-idade duplica seu risco de ataque cardíaco. Mais da
metade das mortes cardiovasculares e um terço das mortes relacionadas ao câncer de cólon,
endométrio e mama estavam relacionados ao excesso de peso.
PATOLOGIAS ASSOCIADAS À OBESIDADE
57
d) Doença renal;
k) Sobrecarga psicológica.
11 ASPECTOS SOCIAIS DA OBESIDADE
A obesidade configura-se hoje como uma problemática social, podendo ainda ser
59
entendida como uma expressão das mudanças ocorridas no mundo, exigindo das pessoas maior
rapidez e flexibilidade inclusive nos horários e nos modos de se alimentar, das apelações
exacerbadas ao consumo que leva os indivíduos a comerem e não necessariamente a se
alimentarem devidamente. A indústria alimentícia se aproveita desta ofensiva que instaura, não
apenas pelo modo de vida, mas pela maneira de consumir e de alimentar em consonância com
os interesses do mundo industrializado (DOMINGOS et al., 2005).
A comida está sendo percebida como uma forma de obter status social. O alimento em
nossa sociedade é uma mercadoria, e como tal, é explorada pela mídia. A sociedade de
consumo revela a estratégia da sedução. Esta lógica torna-se cada vez mais fortalecida, à
medida que as tecnologias e o mercado colocam à disposição do público uma diversificação,
cada vez mais vasta, de bens e de serviços (FELIPPE, 2004). Os fast-foods tornaram-se uma
alternativa de refeição rápida, porém na maior parte das vezes carecendo de aporte nutritivo. Em
busca de solucionar o problema do tempo, passou a satisfazer as exigências do paladar. De
modismo passou a ser a opção para um número crescente de consumidores.
Desta forma, o ato de comer, além de ser instrumento para “matar a fome”, pode
conter significados das mais diversas ordens, funcionando, por exemplo, como alívio de
ansiedade, de irritabilidade, como sedativo, motivo de celebração e euforia ou até mesmo, como
veículo na busca de aceitação social.
Sob um viés semelhante, Coulon (1995) retrata que as pessoas constroem seu mundo
social por meio dos sentidos que atribuem as suas experiências, objetos e situações em geral. E
parece que o mundo do sujeito obeso está sendo cimentado sob o preconceito, a discriminação
60
e o isolamento. Tudo isto revelando um contexto sociocultural de forma que os padrões em voga
se referem ao corpo perfeito, bonito, “malhado”, fisicamente bem delineado.
As pessoas obesas são vistas de forma mais negativa do que pessoas não obesas nos
aspectos de inteligência e sucesso e, portanto, socialmente evitadas ou até mesmo rejeitadas
para certas funções de trabalho (MILLER; ROTHBLUM; BRAND; BARBOUR e FELÍCIO, 1990).
A obesidade e consequentemente a discriminação atinge também as crianças. Na
sociedade contemporânea atividades lúdicas estão sendo substituídas pelo videogame,
computador e pela programação da TV que na maioria das vezes transmite programas que
induzem à imitação e ao consumo e que acabam por definir um padrão estético.
62
De acordo com Pollock et al. (1993), existem três fases que são determinadas no
aumento do número das células adiposas:
a) O primeiro ano de vida: o número de células adiposas é cerca de três vezes maior
no primeiro ano de vida do que no nascimento. Resultando em um aumento no número de
células no organismo. Assim na gestação, a mãe deve evitar engordar mais de nove quilos.
Deve-se evitar também dar alimentos sólidos ao bebê até um ano de idade. O lema de que
criança gordinha é saudável deve acabar, pois sua saúde pode ficar comprometida no futuro;
b) Após o primeiro ano de vida: o número de células adiposas aumenta de forma mais
gradual, até mais ou menos os dez anos de idade e continua aumentando durante o impulso do
crescimento e na adolescência;
c) Adolescência: as alterações psicofísicas fazem com que os adolescentes aumentem
o número de células por três fatores – as alterações hormonais, a ingestão de alimentos
calóricos e inatividade física. Já na fase adulta, ocorre o aumento no tamanho destas células já
existentes.
De acordo com Mello et al., (2004) o ganho de peso na criança é acompanhado por
63
aumento de estatura e aceleração da idade óssea, depois o ganho de peso continua, e a
estatura e a idade óssea se mantêm constantes.
13 AVALIAÇÃO DA OBESIDADE INFANTIL
ANTROPÔMETRO HORIZONTAL
1. A criança deve estar descalça, despida, sem touca, protetores ou enfeites de cabeça. O
cabelo deve estar solto.
2. Com o auxílio da mãe, deitar a criança mantendo seus ombros e cabeça apoiados na mesa ou
superfície plana. Segurar os tornozelos da criança mantendo-se as pernas esticadas. 65
4. Proceder à leitura da medida. A medida correta exige a precisão até o milímetro, contudo,
para evitar erros de medição aconselha-se aproximar, quando necessário, para o meio
centímetro mais próximo (exemplo: 70,2cm aproximar para 70,0 cm, 81,8cm, aproximar para
82,0 cm). Registrar imediatamente.
Instrumentos de medição:
A medição da altura da criança maior de 2 anos deve ser feita em pé, em balança plataforma
com antropômetro ou em antropômetro de parede (Figuras abaixo).
66
Procedimento para a medição:
1. A criança deve estar descalça, com roupas muito leves ou despida, sem touca, protetores ou
enfeites de cabeça. O cabelo deve estar solto.
2. Colocar a criança de pé, sem curvar os joelhos, braços ao longo do corpo com os calcanhares
e ombros eretos e olhando para frente.
3. Deslizar o antropômetro ou haste metálica da balança até encostar na cabeça da criança, com
pressão suficiente apenas para comprimir os cabelos, mantendo-a firme.
4. Proceder à leitura da medida. A medida correta exige a precisão até o milímetro, contudo,
para evitar erros de medição aconselha-se aproximar, quando necessário, para o meio
centímetro mais próximo (exemplo: 110,2 cm aproximar para 110,0 cm, 131,8 cm, aproximar
para 132,0 cm). Registrar imediatamente.
5. Avaliar a adequação da altura na tabela de percentis e informar a mãe sobre essa adequação.
BALANÇA PLATAFORMA COM ANTROPÔMETRO
67
Instrumentos de medição:
As balanças mais apropriadas para esta faixa etária são as que possuem divisões em, no
68
mínimo, 100g, capacidade total de, no mínimo, 25 kg, facilidade de leitura dos pesos e
mecanismo de tara. As balanças portáteis são aconselháveis por permitirem a deslocação para
visitas domiciliares, inquéritos, pesagens durante campanhas de vacinas.
1. Balança pediátrica, que possuem grande precisão com divisões em 10g, mas menor
capacidade (16kg) e portabilidade;
Técnicas de medição:
1. Colocar a balança pediátrica em superfície plana em altura que permita uma boa visualização
da escala, destravar e tarar a balança antes de toda e qualquer pesagem.
2. As balanças suspensas devem ser penduradas em local seguro e em altura que permita uma
boa visualização da escala, normalmente na altura dos olhos do profissional de saúde, tarar a
balança antes de toda e qualquer pesagem.
3. A criança deve estar descalça, despida ou, no caso de frio, com roupas muito leves, sem
touca, protetores ou enfeites de cabeça. O cabelo deve estar solto.
• Movimentar a peça ao longo do suporte até atingir o equilíbrio (balanças de braço) ou ler o
69
peso diretamente no relógio (balanças tipo relógio).
BALANÇA PEDIÁTRICA
70
PERCENTIL CLASSIFICAÇÃO
IMC (kg/m2)
CLASSIFICAÇÃO RISCO PARA A SAÚDE
72
Engstrom (2002), define que a classificação de crianças escolares dos 5 anos aos 9
anos e11 meses deve ser feito pelo indicador da tabela NCHS, pois IMC está ainda em fase de
discussão para essas faixas etárias. Existe também a tabela de Cole et al., (2000) com padrões
mundiais para sobrepeso e obesidade infantil. Obedecendo a recomendação da OMS,
sobrepeso e obesidade são definidos como IMC igual ou superior aos percentis 85 e 95 para
idade e sexo, respectivamente, descritos na tabela abaixo.
A redução na prática de exercício físico pode ser atribuída pela diminuição de espaços
apropriados para atividades ao ar livre, associada ao aumento da insegurança, que favorecem a
permanência em casa e ao aparecimento de atividades lúdicas mais sedentárias e acessíveis a
uma grande parte da população, entre os quais a televisão, os jogos eletrônicos e/ou os jogos de
computador. Desta forma, as crianças que apresentam excesso de peso ou obesidade têm maior
probabilidade no futuro de virem a ser obesas, acarretando problemas fisiológicos e psicológicos.
Comodidades como elevadores, escadas rolantes, transportes motorizados e o uso prolongado
de aparelhos eletrônicos, televisão, videogame e computador, facilitam a vida das pessoas, mas
levam à inatividade, fator importante relacionado à obesidade (OLIVEIRA et al., 2003; ROBERT,
2003; MELLO; LUFT; MEYER, 2004; OLIVEIRA, 2006).
O estudo de Oliveira et al., (2003), verificou que a obesidade infantil foi inversamente
relacionada com a prática da atividade física, com a presença de TV, computador e videogame
nas residências, além do baixo consumo de verduras, confirmando a influência do meio
ambiente sobre o desenvolvimento do excesso de peso. Estudos demonstram que a influência
da obesidade é de 10% em crianças que assistem menos de 1 hora de televisão por dia,
enquanto que se o hábito de ver TV persistir por 3, 4, 5 ou mais horas por dia a prevalência 75
aumenta para 25%, 27% e 35% respectivamente (MELLO; LUFT; MEYER, 2004).
Os pais precisam estimular seus filhos a manterem-se ativos, sem desprezar ocasiões
onde a atividade física pode ser realizada, como passeios de bicicleta, skate, patins, caminhadas
levando o animal de estimação para passear, prática de jardinagem e brincadeiras ao ar livre
(ROBERT, 2003; MELLO; LUFT; MEYER, 2004).
76
15 COMPLICAÇÕES DA OBESIDADE INFANTIL
Um dos aspectos que ajudam na perda de peso corresponde a mudanças nos hábitos
alimentares.
Para pacientes com IMC de 27 a 35, uma diminuição de 300 a 500 kcal/dia resultará
em uma perda de peso de cerca de 450 g/semana e de 10% em 6 meses. Para pacientes com
IMC maior que 35, déficit de 500 a 1.000 kcal/dia levará a uma perda de peso de cerca de 450 a
900 g/semana e 10% do peso em 6 meses (FAMADAS, 2010).
Após seis meses de tratamento, alcançada a perda de peso de cerca de 10%, o
indivíduo passará a gastar menos energia. Desse modo, caso seja necessário perder mais peso,
deve ser feito um ajustamento na dieta e na atividade física. Como regra geral, o paciente deve
escolher uma dieta de 1 000 a 1 200 kcal/dia (mulheres) e 1 200 a 1 500 kcal/dia (homens).
81
TABELA:
Leguminosas 34-360 (130) 4-30 (14) 0.1-0.3 (0.3) 11-61 (25) 2-8 (5)
Cereais 11-365 (290) 3-30 (11) 0.51-9 (3) 25-79 (59) 0.60-13 (4)
Leite e derivados 105-716 (340) 1-26 (12) 0.18-81 (27) 0.06-19 (4) Zero
Frutas a) 31-109 (56) 0.39-7 (1) 0.1-1 (0.4) 4-32 (14) 0.1-13 (3)
b) 135-589 (309)
Frutas
94-685 (511) 4-20 (11) 13-63 (42) 15-57 (31) 0.5-7 (3)
oleaginosas
Observações:
82
1. As taxas de calorias correspondem a kcal/100g de alimento; já as dos demais componentes, a
g/100g de alimento.
2. Para destaque das diferentes taxas dos nutrientes nos alimentos, representamos como: amarelo =
baixo teor, cor-de-rosa = médio teor e vermelho = alto teor.
3. Os valores fora dos parênteses representam as variações entre a quantidade mínima e a quantidade
máxima de determinado nutriente; já aqueles entre parênteses, representam a média.
FONTE: BARBOSA, (1999, p. 14); FAMADAS, (2010).
a) Fazer cerca de cinco refeições diárias. Não é necessário passar fome para
emagrecer;
b) Manter um intervalo, entre as ingestões de alimentos, de cerca de 3 a 4 horas.
Não ficar mais de 4 horas sem ingerir alimento para evitar a hipoglicemia que é a queda do nível
da glicose no sangue. Se isso acontecer, surgirão sintomas como sudorese, tonteira, irritação e
mal-estar;
c) Baseado na alimentação que vinha fazendo, procurar diminuir a quantidade de
alimento ingerido. É importante ter em mente que muitas vezes saciamos nossa fome com certa 83
quantidade de alimento e continuamos a ingerir mais alimento porque o consideramos saboroso.
Essa preocupação em frear a ingestão “excessiva” de alimento merece destaque;
d) Procurar reduzir os alimentos que contêm gordura e afastar o açúcar refinado e
os doces; substituir o açúcar por adoçante;
e) Devem ser ingeridos alimentos variados. Não existe qualquer alimento
indispensável ou completo. Desse modo, somente poderemos fornecer os nutrientes necessários
ao organismo empregando os mais diversos tipos possíveis de alimentos. Além do mais, com a
grande diversidade de alimentos, fica fácil selecionar aquele que cada pessoa considerar mais
agradável para o seu gosto;
f) Dar preferência aos cereais integrais, vegetais, legumes e frutas.
Ao contrário do que se pensa, os alimentos gordurosos não são proibidos; são até
necessários, logicamente nas quantidades referidas anteriormente. Ou seja, se quisermos ter
ideia dessa quantidade, basta reservar 30% das calorias totais, dos alimentos, para as gorduras.
Como sabemos que 1 g de gordura fornece 9 calorias, dividindo o número das calorias (30% do
total) por 9 teremos a quantidade, em gramas, de gordura. Exemplificando: se temos que ingerir
1 500 calorias de alimento ao dia, 30% desse total corresponderão às gorduras, ou seja, 450
calorias. Dividindo esse número por 9, poderemos consumir 50 g de gordura por dia (FAMADAS,
2010).
Os alimentos com fibra não podem ser esquecidos, pois, apesar de não serem
nutrientes, são indispensáveis ao organismo, pois garantem a integridade do tubo digestivo.
Existem, no comércio, produtos com alto teor de fibra, mas devemos dar preferência aos
alimentos que contêm essa substância; isso porque, ao ingerirmos alimentos com fibra, estamos
ingerindo, também, muitos nutrientes indispensáveis ao organismo. Nesse caso, devemos
observar o seguinte: a quantidade diária de fibra deve ficar entre 20 e 30 g. Começar com
pequenas quantidades, distribuídas em 2 ou 3 porções ao dia. Isso é para evitar transtorno
intestinal – diarreia, pois a sensibilidade às fibras varia de pessoa para pessoa (FAMADAS,
2010).
Resumindo o que foi dito, apresentamos abaixo as modificações que devem ser feitas
para alcançar uma dieta saudável e atingir a meta, que é o peso ideal.
Evitar Preferir
Leite integral e derivados (queijos, manteiga, Leite desnatado, queijos e iogurtes, porém, obtidos de
iogurtes, etc.). leite desnatado.
Óleos e gorduras: gordura de origem animal, Óleo de oliva extravirgem, óleo de canola e outros
gordura vegetal saturada (margarina, côco). óleos com lipídios monoinsaturados.
Caso não façam parte da alimentação, deverão ser introduzidos os alimentos indicados
no Quadro 3. Muitas vezes não consumimos esses alimentos, mesmo que gostemos deles. A
razão para isso é que criamos hábitos que nos levam a nos restringir a poucos alimentos, na
maior parte das vezes por comodidade. Por outro lado, eles podem ser “esquecidos” porque
preferimos escolher aqueles alimentos que são mais saborosos para nós.
Vegetais e tubérculos: abóbora, aipim, agrião, alface, aspargo, berinjela, brócolis, cebola, cenoura,
couve, chicória, chuchu, cogumelo, couve-flor, espinafre, nabo, pepino, pimentão, quiabo, rabanete,
repolho, tomate, vagem, batatas-doces e batatas-inglesas, etc.
Frutas: banana, maçã, pêra, mamão, ameixa, uva, abacate, figo, acerola, abacaxi, caqui, laranja,
pêssego, kiwi e outras, de acordo com o gosto de cada um.
86
16.2 ATIVIDADE FÍSICA
Temos que ressaltar que a atividade física é importantíssima para a saúde física e
mental. Matsudo e Matsudo (2000) reiteram a prescrição de atividade física enquanto fator de
prevenção de doença e melhoria da qualidade de vida e afirmam que os principais benefícios à
saúde advindos da prática de atividade física referem-se aos aspectos antropométricos,
neuromusculares, metabólicos e psicológicos. Os efeitos metabólicos são:
emagrecimento; mas essa colaboração é pequena em relação à perda obtida juntamente com a
correção alimentar. A quantidade de calorias que uma pessoa deverá consumir por dia deve ser
inferior à quantidade de calorias despendida pela atividade física.
O uso de exercícios para a redução ou manutenção do peso é baseado no balanço
energético (calórico), que quer dizer no equilíbrio dinâmico entre a quantidade de energia nos
alimentos e a energia gasta para manter o organismo vivo e nas atividades diárias. Este balanço
pode ser positivo ou negativo.
BALANÇO CALÓRICO POSITIVO: maior ingestão de alimentos e menor gasto energético com
atividade física (resultado: o indivíduo aumenta a gordura corporal, peso aumenta).
BALANÇO CALÓRICO NEGATIVO: menor ingestão de alimentos e maior gasto energético com
atividade física (resultado: o indivíduo perde peso, emagrece).
88
Por outro lado, com exercícios físicos, aumentamos a massa muscular e, com isso, o
metabolismo será maior em longo prazo, o que ajudará na manutenção do peso perdido.
Devemos ressaltar que com o aumento da massa muscular haverá ganho de pequena
quantidade de peso, mesmo que haja perda de gordura.
Peso corporal Levemente ativo Moderadamente ativo Muito ativo Intensamente ativo
Peso corporal Levemente ativo Moderadamente ativo Muito ativo Intensamente ativo
91
A partir daí, abre-se espaço para uma atividade física sistemática. Mas é preciso que
seja uma atividade aeróbica (caminhada, esteira, corrida, bicicleta, hidroginástica, natação,
remo, dança, ginástica aeróbica de baixo impacto), com elevação da frequência cardíaca a até
75% de sua capacidade máxima (VILELA, 2010).
Nessas condições, a primeira coisa que o organismo faz é lançar mão da glicose,
armazenada nos músculos sob a forma de glicogênio. Depois de aproximadamente 30 minutos,
quando o glicogênio se esgota, o organismo começa a queimar gordura como fonte de energia.
As dietas restritivas devem ser evitadas. Até porque, exatamente pelo fato de serem
desbalanceadas, o organismo se defende espontaneamente delas, fazendo com que, após um
período de restrição, a pessoa coma muito mais. O que o indivíduo precisa, isto sim, é buscar
uma mudança no estilo de vida, pois os fatores comportamentais desempenham, de longe, o
papel mais importante no emagrecimento (VILELA, 2010).
Os indivíduos que praticam exercícios físicos têm mais disposição para vida e para as
atividades do dia a dia.
Kamel (2003), coloca algumas regras que devemos seguir antes de realizar qualquer
atividade física:
1) Consultar um médico:
a) Analisar a existência de problemas cardiovasculares;
b) Realizar um “check up”.
2) Consultar um professor de Educação Física:
a) Adequar as atividades aos objetivos propostos (saúde, qualidade de vida,
emagrecimento, hipertrofia);
b) Elaborar um programa de treinamento.
96
3) Realização de aquecimento: o aquecimento tem objetivo de aumentar a
frequência cardíaca, aumentar a mobilidade articular e preparar todo o organismo para a
atividade proposta.
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