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CURSO DE
MARKETING ESPORTIVO
Aluno:
AN02FREV001/REV 4.0
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CURSO DE
MARKETING ESPORTIVO
MÓDULO I
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são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.
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SUMÁRIO
MÓDULO I
1. ESPORTE, INDÚSTRIA DO ESPORTE E ADMINISTRAÇÃO ESPORTIVA
1.1 DEFINIÇÃO DE ESPORTE
1.2 A ORIGEM DO ESPORTE
1.3 A INDÚSTRIA DO ESPORTE
1.4 ADMINISTRAÇÃO ESPORTIVA
1.5 ESTUDOS DE CASOS – PARTE 1
1.6 RESUMO DO MÓDULO I
MÓDULO II
2. MARKETING E MARKETING ESPORTIVO
2.1 DEFINIÇÃO DE MARKETING
2.1.1 Composto de Marketing ou Mix de Marketing
2.2 A ORIGEM DO MARKETING
2.3 DEFINIÇÃO DE MARKETING ESPORTIVO
2.4 ORIGEM DO MARKETING ESPORTIVO
2.4.1 Período das Origens (1820 – 1890)
2.4.2 Período do Desenvolvimento Institucionalizado (1880 – 1920)
2.4.3 Período da Refinação e Formalização (1920 – 1990)
2.5 MARKETING DO ESPORTE X MARKETING NO ESPORTE
2.5.1 Marketing do Esporte
2.5.2 Marketing no Esporte
2.6 RESUMO DO MÓDULO II
MÓDULO III
3. CONSUMIDOR, CONCORRENTE E COMPOSTO DO MARKETING
ESPORTIVO
3.1 ANÁLISE DO CONSUMIDOR ESPORTIVO
3.2 ANÁLISE DA CONCORRÊNCIA NA INDÚSTRIA DO ESPORTE
3.3 ESTRATÉGIA DO COMPOSTO DO MARKETING ESPORTIVO
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3.3.1 Produto na Indústria do Esporte
3.3.1.1 Ciclo de Vida do Produto Esportivo
3.3.2 Preço na Indústria do Esporte
3.3.3 Praça na Indústria do Esporte
3.3.4 Promoção na Indústria do Esporte
3.4 RESUMO DO MÓDULO III
MÓDULO IV
4. PESQUISA, SEGMENTAÇÃO E MÉTODOS PROMOCIONAIS DO
MARKETING ESPORTIVO
4.1 PESQUISA DE MARKETING ESPORTIVO
4.1.1 Tipos de Pesquisas do Marketing Esportivo
4.2 SEGMENTAÇÃO DO MARKETING ESPORTIVO
4.3 MÉTODOS PROMOCIONAIS NO ESPORTE
4.4 ESTUDOS DE CASO – PARTE 2
4.5 RESUMO DO MÓDULO IV
CONSIDERAÇÕES FINAIS
GLOSSÁRIO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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MÓDULO I
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Quando tratamos do esporte referindo-se a tipos específicos de atividades,
falamos do uso de atividades motoras, proeza física ou esforço físico. Para
simplificar, pense em um jogo de xadrez, são mínimos os fatores físicos que
envolvem o jogo, como a simples habilidade motora de mover as peças sem
derrubar as demais do tabuleiro correto? Logo, xadrez não deve ser considerado
como esporte.
Quanto às condições sob as quais as atividades acontecem nos revelam que
uma atividade, mesmo possuindo atividade física do mais elevado grau, somente
será esporte se possuir alguma forma de competição ocorrida sob condições formais
e organizadas. Por exemplo, quando dois amigos, em um campo de futebol,
disputam pela quantidade de gols que conseguem fazer. Isso seria esporte? Embora
apresente claramente um tipo de competição, não podemos considerar essa
atividade como esporte, pois não possui condições formalizadas e organizadas, ou
seja, não é uma atividade física competitiva institucionalizada, como uma partida de
futebol entre São Paulo e Corinthians, ou quaisquer outros times.
E finalmente, a dependência da orientação subjetiva dos participantes
envolvidos nas atividades refere-se aos motivos pelos quais os participantes
praticam o esporte, seja por motivações intrínsecas, como o prazer e a liberdade
que o esporte traz, ou pelas motivações extrínsecas, como remuneração,
premiação, fama garantida pela vitória da competição. O fato é que as duas
motivações devem ser importantes, cada uma na sua medida (e essa medida não é
possível delimitar, pois é subjetiva a cada participante). Porém é importante frizar
que o ideal é não haver ausência de uma ou de outra, pois se a prática da atividade
somente for por motivações intrínsecas, corre-se o risco do esporte virar apenas
uma brincadeira, pela ausência do anseio da vitória, o que teoricamente não pode
concretizar a competição. Já se apenas as motivações extrínsicas tomarem conta
dos participantes, tende-se a perder o “espírito esportivo” e a atividade se tornar um
espetáculo ou apenas uma comercialização.
Portanto, baseado nas informações transmitidas há pouco, Barbanti (2006,
p. 57) define esporte como “um atividade competitiva institucionalizada que envolve
esforço físico vigoroso ou o uso de habilidades motoras relativamente complexas,
por indivíduos, cuja participação é motivada por uma combinação de fatores
intrínsecos e extrínsecos”.
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1.2 A ORIGEM DO ESPORTE
Caro(a) aluno(a), você tem alguma noção de quando o Esporte surgiu? Pois
é, realmente é difícil relatar uma data exata sobre tal surgimento. Dizem que o
Esporte surgiu há muitos e muitos anos, o que não nos permite apontar uma data
tão precisa para esse acontecimento. Há quem diz que desde a era dos seres
primitivos já ocorria a prática do esporte, quando para sobreviver precisavam lutar,
correr, saltar, lançar objetos, praticar o arco e flecha, nadar, entre outras atividades
as quais hoje possuem modalidades esportivas específicas. Nessa mesma época
relacionavam-se os esportes aos rituais e práticas religiosas, os cultos aos deuses.
Acompanhe a seguir alguns indícios sobre o início da realização de algumas
práticas esportivas.
Por volta de 1850 a.C. foi descoberto no Egito, na Necrópole de Beni-
Hassan, um mural com imagens que mostravam a luta em vários movimentos. Na
Irlanda ocorreram arremessos em 1830 a.C. e salto em altura em 1160 a.C.
Vestígios dos primeiros esquiadores são apontados na Noruega e dos primeiros
remadores e pescadores na Rússia.
Outros importantes indícios são retratados por Duarte (2003, p. 13):
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“De 75 d.C. a 83 d.C., o esporte ganhou mais destaque, e novas
competições ocorreram na Grégia e em Roma” (DUARTE, 2003, p. 14).
Em 1336 e 1492 apresentam-se as notícias iniciais sobre o alpinismo.
Praticavam-se o sumô, por volta de 754 a.C., nos templos Shinto. Em 1684 é
conhecida a arena circular.
Aponta-se que o esqui surgiu na Finlândia e na Suécia em 1771. Em 1603 a
natação torna-se obrigatória no Japão.
E finalmente, não deixaríamos de comentar sobre um dos esportes mais
inspiradores para os brasileiros. Não é tão difícil adivinhar a que estamos nos
referindo! Sim, isso mesmo, a nossa paixão nacional, o Futebol. Veja alguns relatos
que já dão início a esse esporte.
Na China, em 2600 a.C. surge o kemari, uma invenção de Yang-Tsé. O
kemari era composto por oito jogadores de cada lado em um campo quadrado de
14m separado por um fio de seda amarrado em duas estacas fincadas no chão. Os
jogadores deveriam passar a bola de 22 cm de diâmetro, além das estacas, com os
pés, sem deixar a bola cair. A bola era preenchida com cabelos para que ficasse
cheia. Pensa-se que o futebol surgiu a partir desse acontecimento, mas há muitas
dúvidas e polêmicas. Na Grécia Antiga havia um jogo disputado com bola, no qual a
bola era feita de bexiga de boi e revestida por uma capa de couro. Surgiu em 1488 o
esporte chamado calcio florentino, considerado por muitos como o “pai do futebol”.
Seu surgimento deu-se precisamente em 15 de fevereiro de 1488, na praça Santa
Croce, de Florença. Era composto por duas equipes, Brancos X Verdes, e cada
equipe possuia mais de 25 jogadores, com defensores, passadores e corredores. Há
relatos de que em 1660 iniciram os regulamentos no futebol, como o número de
participantes no jogo e o tamanho do terreno (80 m x 120 m). Também surgem os
gols, inicialmente chamados de arcos. O pioneirismo do futebol é disputado entre
franceses e ingleses, mas há quem afirma que a organização é inglesa.
De acordo com Duarte (2003, p. 214-215) “O jogo começou a ser organizado
há 150 anos […] Em 1868 surge a figura do árbitro […] Em 1891 aparecem as
redes”.
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países da Europa Central, em 1900. Em 1904, surge a Federação de
Futebol Association (FIFA)”. (DUARTE, 2003, p. 215).
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local onde praticava o Tiro. Em 1991 foi criada a Confederação Brasileira de Tiro
com Arco.
O remo foi considerado o principal esporte brasileiro na segunda metade do
século XIX até o início do século XX, surgindo a criação de diversos clubes no Rio
de Janeiro, em São Paulo e no Rio Grande do Sul.
Também nessa mesma época introduziram no Brasil a natação competitiva,
o basquete, o tênis, a esgrima, e o já citado futebol. Interessante citar um dos
marcos do futebol: a ruptura do futebol elitizado, visto o alcance da primeira divisão
do futebol carioca pelo Vasco da Gama com uma equipe formada por alguns
jogadores negros.
Institucionalmente falando, a história do esporte brasileiro iniciou em 1937,
pela criação, por meio da Lei nº 378 de 13/03/1937, da Divisão de Educação Física
do Ministério da Educação e Cultura, a qual teve como diretores: Major João
Barbosa Leite, Coronel Caio Mário de Noronha Miranda, Professor Alfredo Colombo,
General Antônio Pires de Castro Filho, Coronel Genival de Freitas e Coronel Arthur
Orlando da Costa Ferreira.
No ano de 1970, tal divisão foi transformada no Departamento de Educação
Física e Desportos do Ministério da Educação e Cultura, compondo sua direção o
Coronel Eric Tinoco Marques e o Coronel Osny Vasconcellos.
Em 1978 o departamento transformou-se em Secretaria de Educação Física
e Desporto, ainda pertencente ao Ministério da Educação. Permaneceu assim até
1989, quando então ocorreu, em 1990, na presidência de Fernando Collor de Melo,
a extinção da Secretaria ligada ao Ministério da Educação e criação da Secretaria de
Desportos da Presidência da República. Esta secretaria teve como secretários
Arthur Antunes Coimbra – Zico, de março de 1991 a abril de 1991 e Bernad
Rajzman, de abril de 1991 a outubro de 1992.
Em 1992, após a saída de Collor da presidência, o vínculo do esporte voltou
ao Ministério da Educação, com a Secretaria de Desportos, possuindo os seguintes
secretários: Márcio Baroukel de Souza, de 1992 a 1994, e Marcos André da Costa
Berenguer, de 1994 a 1995.
Em 1955 foi criado o Ministério de Estado Extraordinário do Esporte, pelo
então presidente Fernando Henrique Cardoso, e à Secretaria de Desporto do
Ministério da Educação coube à prestação do apoio técnico administrativo.
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No mês de março de 1955, a secretaria transforma-se no Instituto Nacional
de Desenvolvimento do Desporto (INDESP), passando a ser subordinado ao
Ministério Extraordinário do Esporte.
Em 31 de dezembro de 1988 cria-se o Ministério do Esporte e Turismo,
ainda por Fernado Henrique Cardoso, por meio da Medida Provisória nº 1.794-8. O
INDESP passa, então, a subordinar-se a esse novo Ministério.
Em 2000 surge a Secretaria Nacional de Esporte, promovendo a extinção do
INDESP. Em 2003, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva separa o Ministério do
Esporte e Turismo, o esporte passa a ter um ministério próprio, assumido pelo
deputado federal Agnelo Queiroz, que posteriormente foi substituído, em 2006, pelo
secretário executivo, Orlando Silva Junior. Em 2011 quem toma a posse é o ministro
Aldo Rebelo.
Agora iremos definir a Indústria do Esporte, para que assim, logo mais,
possamos entender como lidar e conquistar esse mercado.
Stotlar & Pitts (2002, p.5) definem a Indústria do Esporte como “o mercado
no qual os produtos oferecidos aos compradores relacionam-se a esporte, fitness,
recreação ou lazer e podem incluir atividades, bens, serviços, pessoas, lugares ou
ideias”.
É preciso compreender que a Indústria do Esporte inclui uma grande
variedade de produtos e compradores de produtos orientados ao esporte. E mais do
que somente o esporte, mas orientados às atividades que estão próximas ao
mesmo, como as atividades recreativas e de lazer.
Para ampliar nossa compreensão sobre a Indústria do Esporte e seus
produtos, Stotlar & Pitts (2002, p. 5) nos apresenta alguns exemplos dos tipos de
produtos oferecidos pela indútria:
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Equipamentos e acessórios necessários ou desejados na prática de
atividades esportivas e de fitness, como uniformes de softball, joelheiras
e demais acessórios para hóquei no gelo, equipamento de musculação
para mulheres, patins de rodas e capacetes para ciclismo;
Brindes promocionais usados para promover esportes, eventos
esportivos ou atividades de fitness, como bonés e camisetas com
símbolos de clubes, camisetas ou toalhas de academias, almofadas
para arquibancadas com logomarca;
Instalações necessárias ou desejadas para se praticar um esporte,
como um novo estádio, ou reforma de quadras de tênis;
Serviços, como encordoamento de raquetes de tênis, lavanderia, ou
limpeza de tacos de golfe;
Atividades recreativas, como ciclismo radical, montanhismo, camping,
equitação, remo, esqui cross country (ou nórdico), vela e alpinismo;
Administração e marketing completo para uma grande maratona
oferecida por uma empresa privada especializada em administração e
marketing de maratona de competições semelhantes;
Oferta de um indivíduo para tratar de assuntos financeiros, legais,
contratuais, e promocionais de um atleta profissional;
Revistas sobre esportes específicos e outras atividades oferecidas por
editoras.
A Indústria do Esporte está cada vez mais crescente no Brasil, seja pelos
nossos esportes tradicionais, por esportes internacionalizados ou por esportes
criados em nosso território.
De acordo com dados coletados da Pesquisa de Orçamento Familiar (PFO)
do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), 2011, no ano de 2010 a
prática esportiva representou 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, o que
representa R$ 72 bilhões, para ficar mais claro, isso significa a projeção de gastos
esportivos no Brasil.
Os eventos esportivos possuem grande participação no processo de
evolução da Indústria do Esporte no Brasil, pois, além de encantar o público, o
conscientiza em relação à necessidade da prática esportiva, especialmente em
tempos atuais em que tratamos de qualidade de vida e bem-estar, e somos alvo
para megaeventos esportivos: ano de 2007, Jogos Pan-Americanos; ano de 2013,
Copa das Confederações, ano de 2014, Copa do Mundo, ano de 2016, Jogos
Olímpicos no Rio de Janeiro.
Camargo (2013) apresenta informações relevantes sobre a dimensão do
consumo relacionado à indústria do esporte, apresentadas em palestra realizada na
Comissão da Cadeia Produtiva do Desporto da Fiesp, em 03/07/13, pelo professor
da Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro, Istvan Karoly Kasnar:
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Em 2008, 61% da chamada classe alta – com renda familiar acima de R$
4.500,00 – praticava exercícios por afirmarem saber que lhes fazia bem à
saúde […] na classe baixa – com renda familiar inferior a R$ 980,00 -, esse
índice era de 42%. No quesito da prática de esporte por diversão e lazer, a
classe baixa representou 63%, contra 54% da classe alta.1
1
Disponível em: <http://www.fiesp.com.br/noticias/pratica-esportiva-representa-19-do-pib-brasileiro-
afirma-professor-da-fgv-durante-reuniao-da-comissao-da-cadeia-produtiva-do-desporto-da-fiesp/>
Acesso em: 08 nov. 2013.
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FIGURA 1 – ESPORTES PRATICADOS PELOS BRASILEIROS MAIORES DE 16
ANOS
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Nossos Dados, onde revela dados muito interessantes coletados por mais de 17
milhões de públicos internautas (ver Figura 2).
De acordo com a pesquisa, 64% dos internautas acompanham o futebol
regularmente. Há o aumento do índice da luta em nosso país, resultado do
crescimento acelerado do MMA, além do crescente reconhecimento que os
lutadores brasileiros estão conquistando ao redor do mundo.
A indústria do esporte é verdadeiramente ampla, e os dados apresentados
anteriormente compõem um pedacinho minúsculo desse mercado.
De acordo com Pitts e Stotlar (2002), para entender melhor esse mercado, o
ideal é organizá-lo de maneira segmentada, iniciando por uma dimensão geográfica
menor, para assim perceber o vasto mercado a que estamos tratando.
Então, caro (a) aluno (a), vamos juntos organizar a nossa indústria do
esporte?
Inicialmente é necessário delimitar um espaço. Que tal a sua cidade? Caso
sua cidade seja muito grande, comece pelo seu bairro. Vamos lá! Agora é preciso
listar e organizar categorias. Tais categorias devem discriminar produtos
industrializados e serviços que tenham relação com o esporte, por exemplo: roupas,
calçados, artigos esportivos, equipamentos esportivos, atividades esportivas,
academias, revistas esportivas, empresas de marketing esportivo, entre outros.
Agora apresente quantas empresas na sua região se enquadram em tais
categorias. Em seguida, especifique os produtos/serviços que essas empresas
oferecem. Por exemplo: quantos clubes há nessa região? O que esses clubes
oferecem? Quantas academias existem e quais os serviços oferecidos? Há centros
de recreação? Campo de golfe? Pista de Corrida? Equipes esportivas profissionais?
Lojas de esportes aquáticos? Loja de artigos de pesca? Academias de dança?
Possivelmente sua lista deve ter ficado longa, bem longa.
Foi possível perceber como estamos cercados pelo esporte e seus
produtos?
Esse é só um pedacinho da indústria a que estamos nos referindo!
Importante entender que a indústria do esporte não se limita apenas às
atividades esportivas, mas a tudo o que o esporte faz e oferece, por meio de seus
produtos, serviços, ideias, lugares.
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FIGURA 2 – PÚBLICO ALVO DA INDÚSTRIA DO ESPORTE
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profissional de marketing esportivo no planejamento de estratégias de
marketing. Compreender a função de um produto é fundamental para tal
profissional. (PITTS & STOTLAR, 2002, p. 21)
FONTE: Pitss, Fielding & Miller, 1994 apud Pitts & Stotlar, 2002, p. 20
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1.4 ADMINISTRAÇÃO ESPORTIVA
Prezado (a) aluno (a), depois de conhecer o esporte e sua indústria, agora é
o momento de lhe apresentar como as estratégias que envolvem essa área são
administradas e organizadas. Nesse instante o convidamos a conhecer a
Administração Esportiva.
Pitts & Stotlar (2002, p. 4-5) afirmam que a expressão Administração
Esportiva “são todas as pessoas, atividades, negócios e organizações envolvidas
em produzir, auxiliar, promover ou organizar produtos esportivos, de fitness e de
recreação”.
A condução da Administração Esportiva pode variar entre países, de acordo
com suas culturas ou percepções, ou seja, a Administração Esportiva do Brasil pode
ser diferente, em alguns ou em vários aspectos, da Administração Esportiva dos
EUA, do Canadá e da África.
Essa área surgiu no Brasil por volta da década de 40. Vejamos a seguir um
pedacinho da história da Administração Esportiva, que surge em decorrência de
cursos e estudos específicos ao tema.
1906: aconteceu a primeira convenção nacional das Associações Cristãs de
Moços (ACMs) brasileiras, envolvendo gestores das unidades do Rio de Janeiro,
São Paulo e Rio Grande do Sul. Tais encontros se davam pelo objetivo de troca de
experiências entre si e treinamentos, que por vezes contavam com os especialistas
americanos.
1920: Criação do Instituto Técnico Continental pela Associação Cristã de
Moços, com sede no Rio de Janeiro, Buenos Aires, Montevidéu. No Instituto eram
formados técnicos em Educação Física e em Administração. Nesse mesmo ano os
gestores passam a ser denominados de “secretários gerais”, passando a ser
formados no Uruguai e, posteriormente, em São Paulo.
1922: Participação da ACM nos Jogos Olímpicos Latino-Americanos, em tal
evento a ACM e Comitê Olímpico Internacional se associam para cobrir a parte
administrativa do evento.
1930 e 1940: Sob autoria de Jair Jordão Ramos, são publicados manuais no
Exército Brasileiro sobre “Organização de Competições”, esses foram publicados até
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a década de 1970. Nos anos de 1940, outro livro de Jordão Ramos circulou no
Exército, agora entitulado como “Dêem Estádios ao Exército”, que apresentava
informações sobre a manutenção das instalações esportivas como uma função
administrativa básica. “O manual de Educação Física da Marinha Brasileira (sem
autoria identificada) dos anos de 1940 seguia o do Exército, mas com adição de
preceitos de organização de esportes por citação de publicações da Marinha dos
EUA.” (DACOSTA, 2006, p. 1).
1941: Surge o Decreto Lei nº 3.199 de 1941, esse torna legítimo o esporte
profissional e insere a organização e a prática do esporte amparado ao Conselho
Nacional do Desporto (CND). “O entendimento de ‘organização’ neste caso referia-
se à estrutura hierárquica das entidades esportivas de acordo com a filiação e
jurisdição (nação, estado e município), definidas no ato legal” (DACOSTA, 2006, p.
1). Essa expressão, organização, foi incluída na disciplina de Administração
Esportiva.
1942: Publicação do livro “Organização de Educação Física e Desportos”
sob autoria de Maria Lenk. Essa foi a primeira obra de Administração Esportiva no
Brasil. O foco dessa publicação foi, não somente, a estrutura das entidades
esportivas no Brasil, mas também aspectos jurídicos. Além disso, trata sobre a
organização de jogos e esportes na tradição do Exército Brasileiro, sobre os
procedimentos de gestão semelhantes ao exterior (EUA e Alemanha) e estudo de
gestão de instalações esportivas. Pode-se dizer que a tradição da disciplina
Administração Esportiva no Brasil originou-se dessa abordagem.
1942 – 1967: A influência militar ainda é bem marcante e presente,
especialmente na denominada Administração do Esporte e da Educação Física e na
produção de manuais, livros e artigos.
Década 1970: o Diagnóstico da Educação Física e Desportos no Brasil é
publicado em 1971, esse revela o quanto ainda era deficiente a gestão esportiva no
Brasil. Em 1979 é publicado o caderno técnico “Noções de Administração para
Professores de Educação Física e Desportos”, de Lamartine P. da Costa, que
estabelece uma nova fase da disciplina estruturada anteriormente por Maria Lenk.
Nessa nova publicação são apresentados conceitos modernos de gestão e de
marketing. Nessa mesma década, um pouco antes dessa publicação, inauguraram-
se, na Universidade Gama Filho do Rio de Janeiro, cursos de lato sensu e de
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especialização em Administração Esportiva. A Unicamp de SP passa a reestruturar a
disciplina de graduação e apresenta o Marketing Esportivo como base.
Década de 1980: Publicado livro sobre administração de academias de
ginástica. O desenvolvimento da Administração Esportiva foi centrado na UGF e
Unicamp. Nessa década surgem as primeiras manifestações de marketing no
esporte, no Brasil. No ano de 1989 é promovido no RJ o curso de Gestão Esportiva,
na sede do Comitê Olímpico Brasileiro.
1993: Surgem novas pesquisas sobre a Administração Esportiva no Brasil.
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(DACOSTA, 2006, p. 2). Estabilidade e fixação da disciplina Administração Esportiva
na graduação. Porém, desativação da mesma em nível de mestrado da UGF e
Unicamp. Surgimento de vários cursos de MBA em gestão esportiva em regiões
diversas do país, como também cursos de lato sensu na mesma área. Em destaque
o MBA da Fundação Getúlio Vargas – FGV do RJ.
1999 – 2000: Projeto “Gestão Esportiva”, uma implementação da Secretaria
Nacional de Esporte do Ministério do Esporte, “seu objetivo era o de capacitar, por
meio de palestras e cursos de qualificação profissional, recursos humanos, visando
a melhoria gerencial do esporte brasileiro”. (DACOSTA, 2006, p. 1). O público-alvo
foram servidores, técnicos de esporte, dirigentes esportivos, professores de
Educação Física, atletas e ex-atletas. No ano de 1999, em 10 cursos ministrados,
capacitaram-se 450 pessoas. No ano 2000, em 30 cursos ministrados, ocorreu a
capacitação de 1.800 pessoas.
2003: Criação do Estatuto da Defesa do Torcedor, sob Lei nº 10.761 de
2003.
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Prezado (a) aluno (a), para que possa visualizar e entender de uma maneira
mais prática o que foi abordado nesse capítulo, acompanhe os casos apresentados
a seguir, onde conheceremos histórias reais do impacto do esporte, da dimensão da
indústria do esporte e da eficiência da administração esportiva.
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edições divididas entre edições de Inverno e Verão, a ESPN transformou o evento
na maior marca radical e de atitude jovem do mundo. E nesse caso, a campanha de
comunicação tinha como objetivo tirar o X Games do nicho de esportes de ação e
torná-lo um evento cobiçado pela mídia, pelo público e por patrocinadores.
E como plano para alcançar seus objetivos, o X Games Brasil contou com
muitas opções de entretenimento, lojas, shows das bandas CPM 22 e Charlie Brown
Jr., clínica de skate street e apresentações especiais e competidores de níveis
altíssimos. Sem contar os prêmios em dinheiro, que superaram cifras de grandes
eventos tradicionais no calendário brasileiro, como a tradicional Corrida de São
Silvestre e as provas da Stock Car. Para melhorar ainda mais, também foram
montadas tendas no evento para comercialização de Produtos Licenciados da marca
X Game. Isso tudo gerou ótimo resultado. O ESPN X Games Brasil 2008, em sua
primeira edição, não só atingiu o seu objetivo como foi além. Foi o maior evento de
esportes radicais realizado no país e já pode ser considerado o segundo maior
evento de esportes radicais do mundo. O X Games, com a participação da ReUnion,
agência de Marketing Esportivo, atraiu mais de 44 mil espectadores aficionados por
adrenalina. E na mídia, no total foram 26 horas de transmissão ao vivo em dois
Canais de TV, com transmissão para mais de 100 países e 110 milhões de pessoas,
e na Internet, com 350 mil acessos.
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fazia era justamente como preencher esses vazios; afinal, precisava manter sua
estrutura girando e pagando seus funcionários.
Como nessa época o governo militar brasileiro acabara de instituir a
educação física obrigatória nos colégios, abria-se um forte mercado consumidor
para tênis. Nestor de Paula enxergou nesse fato a solução para seu problema de
sazonalidade. Propôs a grandes escolas brasileiras que recomendassem seus tênis
como parte do uniforme obrigatório; em troca, colocaria o nome da escola nos tênis.
Surgia aí a linha de tênis da Calçados Azaleia S.A. O próximo passo seria colocar
um nome que não conflitasse com a linha de sapatos femininos chamada Azaleia.
De Paula acabara de retornar de uma viagem de férias com sua família pela
Europa, onde achou muito interessante o nome e o logotipo da companhia aérea
grega Olympic Airlines. Da inspiração do berço dos Jogos Olímpicos surgia o nome
da nova linha de produtos Olympikus.
Para atender à necessidade de um tênis resistente a todas as provas a que
uma criança no colégio submete o seu calçado, foi criado o modelo colegial, com
sola de borracha, cabedal em couro, com o objetivo de ser robusto o suficiente para
durar até as próximas férias. Dessa maneira haveria mercado para os tênis no início
do ano e nas férias de julho, justamente os buracos de produção da Azaleia.
As mães adoraram. Já as crianças encaravam-no como o tênis que a sua
mãe escolheu, o que mais tarde acarretaria problemas para a marca.
O lançamento foi um sucesso, tanto que a Olympikus se firmou como uma
das grandes marcas brasileiras desde o seu início por meio de um agressivo
trabalho de propaganda em televisão.
Nessa época, o tênis se popularizava rapidamente entre os jovens,
ganhando cada vez mais as ruas, tornando-se o calçado preferido para o dia-a-dia
fora das escolas também. A Olympikus começou, então, a mudar o seu
posicionamento, afastando-se do conceito de tênis para o colégio e passando a
incorporar elementos de comportamento em sua comunicação.
Nos anos 70 os comerciais falavam apenas de atributos de qualidade e
resistência. Nos anos 80 passaram a abordar temas como música e sexo,
mostrando que o tênis Olympikus era o companheiro para todas as horas. Além da
preocupação com a qualidade intrínseca, havia também a necessidade de dar
aceitação social para a marca.
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24
É dessa época o envolvimento da marca com o nascimento do surfe
profissional brasileiro, esporte que era a principal referência de moda para os jovens
brasileiros da década de 80. A Olympikus foi a patrocinadora dos primeiros circuitos
profissionais de surfe e um dos patrocinadores do filme Menino do Rio, totalmente
voltado à temática do surfe.
No final dos anos 80, o mercado é sacudido pela chegada das marcas
internacionais e dos primeiros tênis importados. Foi uma revolução. De repente os
consumidores não queriam mais um tênis prático e confortável de uma marca
companheira, queriam um tênis para a prática de esportes de uma marca
“americana”.
Nessa época, o Brasil vivia o início da abertura da economia e havia um
desejo muito grande de experimentar coisas antes inacessíveis. Além do que, os
tênis que chegavam eram incomparáveis em termos de tecnologia com os
fabricados no País.
A Calçados Azaleia S.A., sabedora de impossibilidade de competir com os
produtos das marcas internacionais, e respaldada pelo desempenho da divisão de
calçados femininos, decidiu tirar a marca Olympikus do mercado.
Destacou um grupo de profissionais para estudar esse novo mercado e
determinar a viabilidade de o grupo competir com esses novos entrantes. Durante
quatro anos esse grupo de profissionais percorreu o mundo em busca de tecnologia
de produção, maquinário, fornecedores de matéria-prima e design para poder
relançar a marca no mercado.
Ficou claro que o consumidor queria um tênis que tivesse tecnologia para a
prática de esportes, falasse uma linguagem internacional, a mesma que ele passava
a ter acesso via televisão a cabo que acabara de chegar ao Brasil e estivesse sendo
usado por atletas conhecidos que ele via na TV.
No início de 1994 a Azaleia relançou a “nova” Olympikus para atender esses
consumidores. Com novos produtos, adaptados à nova realidade e inspirados nos
dos concorrentes e com novo posicionamento, a Olympikus agora seria uma marca
esportiva internacional com produtos voltados à prática de esportes de alto
rendimento.
Para mostrar sua nova cara para o consumidor, a marca utilizou nas suas
mensagens o mesmo veículo de outras marcas mundiais, usando atletas
AN02FREV001/REV 4.0
25
americanos da NBA, com comerciais produzidos nos Estados Unidos,
estabelecendo essa linguagem internacional tanto pedida. Entretanto, para fugir da
concorrência direta e buscando maximizar a capacidade produtiva da empresa, os
preços estabelecidos foram cerca de 40% mais baixos do que os das marcas
internacionais.
Para completar a equação, a Olympikus passou a patrocinar diretamente o
esporte, visando credibilizar sua mensagem publicitária de tênis para a prática
esportiva, garantir um laboratório adequado ao desenvolvimento de produtos de alto
rendimento e garantir uma visibilidade de marca por meio das transmissões de
televisão.
O esporte escolhido foi o vôlei que, em 1992, havia conseguido a primeira
medalha de ouro em esportes coletivos para o Brasil em Jogos Olímpicos. Esse
esporte, além da enorme popularidade na época em decorrência da presença de
ídolos da garotada, como Maurício e Giovane, possuía uma base de praticantes de
ambos os sexos que gerava uma base de consumidores bastante ampla.
O início aconteceu por meio do patrocínio da equipe Telesp de São Paulo
em 1994, passando depois a empresa a administrar diretamente um clube de vôlei
em Campinas. Depois de campeão brasileiro, esse time foi transferido para algumas
cidades por motivos promocionais até encerrar suas atividades no Rio de Janeiro em
1999.
Em três anos essa estratégia possibilitou à marca pular para o primeiro lugar
no mercado brasileiro de tênis, superando rivais nacionais e internacionais. A
combinação de imagem internacional com preço nacional tornou-se imbatível.
Com o sucesso no mercado interno e utilizando a rede de distribuição
internacional já implantada pela divisão de calçados femininos, o próximo passo da
marca seria ganhar o mundo. Para tanto, estendeu-se o uso da mesma mensagem
publicitária, comerciais com temática internacional e investimento no esporte. Foi
iniciado o patrocínio das seleções do Brasil e da Argentina de vôlei, duas das
principais do mundo, e da Federação Internacional de Vôlei.
O próximo passo para reforçar a imagem de marca esportiva no Brasil e
garantir maior visibilidade no exterior foi patrocinar o Comitê Olímpico Brasileiro,
tornando a Olympikus a fornecedora dos uniformes da delegação brasileira aos
Jogos Olímpicos de Sydney em 2000.
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26
A presença nos Jogos seria utilizada para mostrar aos consumidores que os
produtos Olympikus efetivamente possuíam desempenho esportivo ao nível dos
melhores do mundo e nada melhor do que o maior evento do esporte do mundo para
servir como prova. Foram feitos diversos investimentos em produtos como os maiôs
de menor atrito com a água e sapatilhas de atletismo. Além disso, foi desenvolvida
uma grande campanha publicitária ligando os maiores nomes brasileiros dos Jogos,
Gustavo Borges, Maurren Maggi e Claudinei Quirino à Olympikus. Essa campanha
incluía inserções comerciais em todos os canais abertos e fechados que
transmitiriam os Jogos Olímpicos.
Ao final do ano 2000, a Olympikus, que mantinha sua liderança do mercado
de tênis, passara a contar com uma unidade de negócios de vestuário e acessórios
e havia alcançado o prêmio Top of Mind do Datafolha, como a marca mais lembrada
do segmento, empatando com a Nike e a Rainha.
Porém, havia algumas sinalizações para o futuro que preocupavam a
empresa:
AN02FREV001/REV 4.0
27
evento RockGol da MTV brasileira, em que os músicos mais populares do Brasil
jogam um campeonato de futebol entre si. Além da exposição de marca no evento, a
Olympikus passou a vender os uniformes de jogo em seu canal de distribuição,
tornando-se, em apenas dois anos, na linha de vestuário mais vendida da marca.
Esse novo cenário também representou uma grande pressão sobre os
preços da Olympikus, uma vez que as marcas internacionais, para se adaptarem
aos novos patamares do dólar, passaram a fechar parcerias com produtores locais
e, com isso, passaram a oferecer seus produtos por preços similares.
Frente a essa situação, a empresa decidiu readequar seus preços e manter
seus volumes de produção. Por pertencer a um grupo industrial, ao contrário das
concorrentes internacionais, é de interesse da empresa manter suas fábricas com
alto nível de ocupação.
No início de 2002, foi contratado o tenista Gustavo Kuerten, então número
dois do ranking mundial, para ser o novo rosto da marca. Com isso, a Olympikus
pretendia ter uma personalidade conhecida por todos, tenistas, não tenistas, e até
mesmo por quem não soubesse nem que esporte ele praticava. Kuerten também
seria reconhecido em qualquer país do mundo e, por praticar um esporte
considerado de elite, poderia endossar a aceitação social da Olympikus no topo da
pirâmide de renda, onde a presença da marca era mais restrita.
Após encerrar o contrato com Gustavo Kuerten no final de 2003, a empresa
buscou um caminho alternativo para acompanhar os desejos desse novo
consumidor, mais interessado em esporte como estilo de vida do que em esporte
competitivo.
Já se vislumbrava o ano de 2004 e os Jogos Olímpicos de Atenas como o
evento de interesse da grande audiência televisiva. Para se aproveitar do fato de
uniformizar todos os atletas brasileiros, fruto do seu contrato com o Comitê Olímpico
Brasileiro, a Olympikus preparou um projeto de marketing para aliar a visibilidade da
marca, gerada na televisão, com a possibilidade de reforçar os seus conceitos de
design e tecnologia.
Como forma de garantir que o consumidor ouvisse e compreendesse a
mensagem da marca, a Olympikus investiu na compra do patrocínio das
transmissões dos Jogos pela TV Globo. Para mostrar sua adequação à mistura de
esporte e moda, contratou o estilista Alexandre Herchcovitch para desenhar os
AN02FREV001/REV 4.0
28
uniformes dos atletas brasileiros e, para reforçar seu conceito de tecnologia de
produto, lançou o Tube, exclusivo sistema de amortecimento de impacto nos tênis.
Como rostos desse ambicioso projeto foram colocados lado a lado nos
comerciais de televisão o treinador da seleção masculina de vôlei, Bernardinho, e o
galã da novela das oito da TV Globo, Paulinho Vilhena, para, juntamente com a
apresentadora de TV, Paula Orsini, jogarem uma inusitada partida de vôlei pelas
ruas do Rio de Janeiro.
A estratégia de aliar comportamento, esporte e moda em um evento de
grande repercussão, aliada aos excelentes resultados da delegação brasileira nos
Jogos, fizeram com que a Olympikus voltasse a ter resultados positivos após um
período de estagnação.
Quando este estudo foi feito, em março de 2005, a Olympikus mantinha a
liderança do mercado brasileiro de tênis, exportava seus produtos para cerca de
vinte e cinco países da América Latina e Europa, e mantinha-se há cinco anos
empatada com a Rainha e a Nike como a marca de tênis mais lembrada pelos
brasileiros, segundo o instituto Datafolha.
O grande desafio para a Olympikus manter sua liderança no mercado interno
e conseguir crescer suas vendas no mercado internacional é criar uma identidade de
marca que seja reconhecida e valorizada pelos usuários do mundo todo por meio de
sua tecnologia esportiva, irreverência e brasilidade.
Como mais um passo nessa direção, a Olympikus acabou de lançar a sua
nova campanha publicitária chamada “Invente seu Jogo”, em que misturava atletas,
atrizes, cantores e apresentadores extremamente populares como Giba, Daniele
Winits, Juliana Knust, Marcelo D2, Toni Garrido, Luciano Huck e Paulo Bonfá,
envolvidos em uma série de esportes criados especialmente para os comerciais:
voleifute, beatvôlei e socovôlei.
Além disso, a marca se tornara patrocinadora oficial dos Jogos Pan-
Americanos de 2007, no Rio de Janeiro, além de já ter renovado o seu contrato para
continuar sendo a fornecedora oficial de material esportivo para o Comitê Olímpico
Brasileiro e para diversos outros países da América Latina.
Essas ações tinham como objetivo tornar a Olympikus a marca número 1 na
América Latina até 2008.
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29
FONTE: PINTO, 2005. Disponível em: <http://www.espm.br/Publicacoes/CentralDeCases/Documents
/ OLYMPIKUS.pdf> Acesso em: 02 dez. 2013.
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30
No próximo módulo iremos mergulhar no mundo do Marketing, entendendo
sua definição, sua história e, finalmente, conhecendo o tão esperado Marketing
Esportivo.
FIM DO MÓDULO I
AN02FREV001/REV 4.0
31
MÓDULO II
Baseado nisso, Kotler & Keller (2006, p. 2) apresentam uma definição mais
simplificada para Marketing, em que o apontam como uma atividade que “supre
necessidades lucrativamente”. Para eles, o Marketing envolve a identificação e a
satisfação das necessidades humanas e sociais.
Honorato (2004, p. 6) afirma que o Marketing busca atender desejos e
necessidades por meio de ações mercadológicas, sendo seu grande desafio atingir
o consumidor.
AN02FREV001/REV 4.0
34
É possível dizer que Marketing é o ato de satisfazer as necessidades e os
desejos dos clientes, administrando uma relação lucrativa com os mesmos.
Caro (a) aluno (a), diante das apresentações dos conceitos anteriores,
vamos entender o Marketing de maneira simples e eficaz. Primeiramente, vamos
destacar e entender as palavras-chave que envolvem o Marketing:
AN02FREV001/REV 4.0
35
conquisto o mercado. Agora, quando somente uma das partes estiver ganhando,
certamente ocorrerá a deficiência no Marketing.
Para fortalecer ainda mais nossa definição, entendamos o Marketing na
profundidade de sua palavra. A palavra Marketing é derivada do Inglês, onde Market
significa Mercado. E o ing corresponde ao gerúndio, conjugação que leva a uma
ação do verbo, o nosso “ndo” (fazendo, andando, comendo, comprando, falando).
Logo, podemos entender o Marketing como toda a Ação (ing) voltada para o
mercado (market). Dessa forma quebramos a barreira das vendas, e passamos a
compreender que marketing vai além disso. É qualquer estratégia, atividade, ação
voltada para o mercado, a fim de atendê-lo e satisfazê-lo.
A mudança de uma embalagem, a utilização das cores da loja, o preço
praticado no produto, o local de distribuição do produto, a forma de aplicação do
serviço, as letras utilizadas no cartão de visita, a eficiência no atendimento pessoal
ao cliente, o design do produto, a mudança da tampa da embalagem, são todas
ações voltadas para o mercado que visam satisfazer desejos e necessidades dos
clientes, e não vender produtos e serviços a qualquer custo.
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36
influenciar a demanda do seu produto. As várias possibilidades podem ser
reunidas em quatro grupos de variáveis, conhecidas como os “quatro Ps”:
produto, preço, promoção e praça (ou distribuição).
AN02FREV001/REV 4.0
37
ponto certo e deve ter sua posse transferida pelo preço certo”. A precificação pode
ser apresentada com base em vários critérios, apontaremos os três mais usuais:
Precificação baseada no Custo: de maneira simplificada, são calculados
todos os custos do produto (desde o processo de fabricação até o
processo de comercialização e entrega), sobre os custos apresentam-se
os percentuais de lucro, e forma-se o preço do produto;
Precificação baseada na Concorrência: o preço do produto deverá
acompanhar o preço praticado pela concorrência, ou um preço
aproximado ao da concorrência;
Precificação baseada no Valor: o preço do produto é baseado pelo valor
que o produto tem no mercado (não nos referimos a valores financeiros,
mas, na maioria das vezes valores sentimentais/emocionais). Por
exemplo: viajar para o Nordeste no Verão - são altos os valores que os
consumidores dão para essa viagem. Comprar rosas no dia das mães,
dia dos namorados, os consumidores pagam pelo valor dado em se
comprar a rosa nessas datas festivas, e não necessariamente pelo custo
que esses produtos tiveram. Ou seja, é o quanto o consumidor valoriza o
produto, para se pagar aquele determinado preço.
AN02FREV001/REV 4.0
38
em variados tipos e o queijo ralado, para impulsionar a venda casada dos produtos.
O Ponto de Venda deve ser bem posicionado e estratégico, para atrair o
consumidor.
PRODUTO PREÇO
Variedades de
Produtos Custo
Qualidade Valor
Design Concorrência
Características Lista de preços
Nome da Marca Descontos
Embalagem Subsídios
Tamanhos Período para
Serviços pagamento
Garantias Condições de crédito
Retornos
MERCADO
ALVO
PROMOÇÃO PRAÇA
Propaganda Canais
Publicidade Cobertura
Venda Pessoal Sortimento
Promoção de Vendas Localização
Relações Públicas Armazenamento
Merchandising Estoque
Transporte
Logística
FONTE: Adaptação de Kotler (1998 apud Augustini & Vilha, 2002, p. 61)
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39
2.2 A ORIGEM DO MARKETING
AN02FREV001/REV 4.0
40
Na década de 1990, com a internet, revoluciona-se a logística, a distribuição
e as formas de pagamento, a gestão de relacionamento com o cliente é fortalecida,
e também a responsabilidade social.
Na década de 2000 há expansão dos meios de comunicação que oferece o
poder da informação ao consumidor.
Outro estudo sobre a origem e evolução do Marketing, de igual relevância ao
anterior, é apresentado por Boone & Kurtz (1998 apud Honorato 2004, p. 12), o qual
o mesmo divide a evolução do Marketing em três fases, conforme apresentado na
Tabela 1.
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41
cliente devem estar subordinados aos da
empresa.
A transação de venda encerra-se com a
entrega do produto ou serviço ao cliente
e com a cobrança do valor envolvido na
venda.
A mentalidade da administração é
voltada para seu interior, e não para o
Mercado.
Salientam-se as NECESSIDADES e os
INTERESSES da EMPRESA.
O foco da administração de uma
empresa deve ser o cliente, não o
produto.
Todas as funções mercadológicas
executadas pela empresa devem estar
coordenadas com integração e
Orientação para o
sincronismo.
MARKETING Clientes
Todas as funções e departamentos de
(1950 – 2000)
uma empresa devem estar coordenados,
a fim de evitar a subotimização e de
promover sinergia.
A empresa deve objetivar receitas
lucrativas, não apenas receitas de
vendas.
FONTE: Adptação de BOONE, Louis E. & KURTZ, David L. Marketing contemporâneo. 8 ed. Rio de
Janeiro, LTC, 1998 apud HONORATO, 2004, p. 12.
Do ano 2000 até hoje, novas mudanças foram ocorrendo no mercado, o que
gerou novas percepções e estudos sobre o Marketing. Acompanhando tais
evoluções, Kotler (2012) nos apresenta um novo conceito, o Marketing 3.0. Ele nos
revela que ao longo dos anos, a evolução do Marketing foi marcada por três
períodos: Marketing 1.0, Marketing 2.0 e a tendência atual do Marketing 3.0.
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42
Vamos entendê-los?
AN02FREV001/REV 4.0
43
TABELA 2. COMPARAÇÃO ENTRE MARKETING 1.0, 2.0 E 3.0
Marketing 1.0
Marketing 2.0 Marketing 3.0
Marketing
Marketing voltado Marketing voltado
Centrado no
para o consumidor para os valores
Produto
Satisfazer e reter Fazer do mundo
Objetivo Vender produtos
os consumidores um lugar melhor
AN02FREV001/REV 4.0
44
Os acadêmicos ainda não chegaram a um acordo quanto à definição de
Marketing Esportivo. Alguns acreditam que a atividade envolve apenas a
venda de eventos esportivos. Outros adotam uma abordagem mais ampla e
acreditam que Marketing Esportivo é a aplicação dos princípios de
marketing a qualquer produto (bens, serviços, pessoas, lugares e ideias) da
indústria do esporte.
Segundo Mullin, Hardy & Sutton (1996 apud CHATAIGNIER, 2004, p. 49):
2
Disponível em: <http://www.universidadedofutebol.com.br/Artigo/2271/MARKETING%2B
ESPORTIVO%2BCONCEITOS%2BE%2BDEFINICAO> Acesso em: 08 nov. 2013.
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45
O Marketing Esportivo é um grande influenciador (dentro do esporte ou por
meio do esporte) na aquisição de produtos, serviços, ideias e marcas, pois ele mexe
com algo além da satisfação de necessidades e desejos, ele tem o poder de
envolver o consumidor especialmente pela emoção vinculada a atividade esportiva.
Por isso que autores afirmam que o Composto do Marketing Esportivo é formado por
cinco Ps, sendo os 4 Ps do Marketing (Produto, Preço, Praça e Promoção) e o P –
Paixão, a paixão pelo esporte!
Caro (a) aluno (a), imagine dois casos, o primeiro em que o cliente sai de
casa e vai até uma loja para comprar um aparelho de televisão LCD, pense no que o
levou a adquirir esse produto, quais fatores o fizeram comprar naquela loja, quanto
estava disposto a gastar, quais fatores o levaram a comprar aquela marca específica
de televisor, qual a sensação que teve ao usar o aparelho. Agora imagine o segundo
caso, em que o cliente vai até uma loja de artigos esportivos e compra a camisa do
seu clube de futebol, pense em quais fatores o levaram a escolher aquela camisa,
quanto estava disposto a pagar pelo produto, qual a sensação que obteve ao vestir
sua camisa, ou ao imaginar-se no estádio torcendo pelo seu time, ou reunido com
seus amigos para assistir ao campeonato.
É claramente perceptível a diferença entre as duas compras quando
tratamos do fator emocional. É fato que ao adquirir o televisor de sua preferência,
possivelmente o consumidor sentiu-se satisfeito, especialmente quando chegou em
casa, sentou-se no sofá e admirou as programações em sua televisão nova. Mas
quando comparamos essa sensação de satisfação do segundo caso, será que a
satisfação gerada foi a mesma? Concordam que a segunda compra envolveu muito
mais emoção, paixão e dedicação do cliente!?
É esse o poder do Marketing Esportivo, promover no consumidor a sensação
de realização e de paixão, de estar lado a lado, ou quase que pertencente ao seu
esporte e tudo que faz parte do mesmo. Olhando por essa perspectiva, pode-se
afirmar que o Marketing Esportivo tem o poder de agregar valor ao próprio esporte,
aos eventos esportivos e as marcas vinculadas ao esporte.
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46
Relatos apontam que o Marketing Esportivo já era, há tempos, utilizado em
atividades esportivas, mas foi por volta de 1921 que uma atitude da empresa
Hillerich & Bradsby (H&B) deu maior fundamento ao Marketing Esportivo, visto suas
estratégias eficazes, sua visão ampla de negócio e de ambiente.
A H&B, fabricante do taco de beisebol Louisville Slugger, no ano de 1921,
tornou-se líder em produção de tacos de beisebol, devido à implementação de um
plano de marketing que incluía forças externas, ou seja, as forças do
macromarketing, que resultaram em decisões no seu micromarketing: produto, ponto
de venda (praça), preço e promoção.
De acordo com Pitts & Stotlar (2002, p. 49-50) seguem as dez forças
externas que influenciaram a H&B em suas decisões de marketing:
1. Tamanho do aumento do mercado.
a. Crescimento do mercado de tacos de beisebol para jovens, com início
em 1912 e em rápida expansão após 1919;
b. Expansão do mercado de tacos de beisebol para adultos após a
Primeira Guerra Mundial.
2. Taxa de crescimento do mercado. Aumento após 1919, devido à expansão
do mercado para jovens e ao retorno dos soldados da Primeira Guerra
Mundial.
3. Rentabilidade industrial. A indústria de artigos esportivos em geral e a
indústria de tacos de beisebol em particular amealharam grandes lucros
nos anos imediatamente anteriores e posteriores à Primeira Guerra
Mundial. O fato levou ao surgimento de novos concorrentes, como Hilton
Collins e Wilson Sporting Goods.
4. Mudança da política governamental. A partir de 1919, o governo dos
Estados Unidos impôs uma taxa de 10% sobre as vendas de todos os
produtos esportivos. Esse imposto proporcionou aos compradores maior
poder sobre os produtores. Alguns fabricantes optaram por absorver o
imposto, a fim de não perder vendas. Outras empresas adicionaram o
custo extra de 10% ao preço de venda e tentaram manter as vendas por
meio de propaganda e promoções. Acima de tudo, o imposto de 10%
acirrou a competição entre os fabricantes de tacos de beisebol.
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47
5. Disponibilidade de recursos. Entre 1919 e 1923, houve escassez de
madeira de freixo de segundo corte. Isso levou os fabricantes de taco de
beisebol a lutar para conseguir os suprimentos. Também influenciou uma
busca por material alternativo para a confecção de tacos de beisebol.
6. Mudança tecnológica. A bola de beisebol com miolo de cortiça, introduzida
pela Reach & Co em 1909, aos poucos mudou a ênfase no beisebol das
jogadas de rebatida simples para as jogadas home-run (rebater a bola
para fora do campo de jogo – para arquibancada ou fora do estádio). Com
o aparecimento de rebatedores hábeis na jogada home-run, como Babe
Ruth, a ênfase nos pesos dos tacos mudou de pesado para leve. O
problema dos tacos de madeira de freixo era a fragilidade. As inovações
tecnológicas do início da década de 20 tornaram os tacos leves mais
fortes e mais resistentes à quebra. Empresas bem sucedidas usaram
garantias para avisar aos compradores sobre seus novos tacos resistentes
à quebra.
7. Economias de escopo. União de estratégias entre negócios relacionados
para a obtenção de vantagens competitivas. A fusão da Wright & Ditson
com a Victor Sporting Goods e a aquisição da Chicago Sporting Goods e
da Sell Sporting Goods pela Thomas E. Wilson Company permitiram a
essas empresas reduzir custos e ganhar meio de vantagem competitiva. A
Wilson Company, por exemplo, uniu forças de vendas, usou as mesmas
marcas, anunciou produtos relacionados nos mesmos veículos e
coordenou entrega e expedição. A Wilson observou também benefícios
operacionais administrativos.
8. Economias de escala. As economias de escala existiam na produção de
tacos, na distribuição e na compra de matéria-prima.
9. Preferências do comprador por produtos diferenciados. Os compradores
de tacos de beisebol queriam tacos especiais, que aumentassem a
destreza ou ligassem o comprador a um jogador famoso.
10. Economia nacional. Uma depressão assolou a economia norte-americana
durante 1920 e 1921. Os fabricantes de artigos esportivos acreditavam
que a depressão na realidade aumentava as vendas, devido ao lazer
forçado.
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48
As ações desenvolvidas em decorrência às forças externas trouxeram
reações às forças internas da empresa, seu produto, ponto de venda, preço e
promoção apresentaram ações influenciadas pelo macroambiente.
Segundo Pitts & Soltlar (2002, p. 51) as decisões de micromarketing da H&B
foram:
1. Produto. Na H&B, desenvolvimento de produto foi uma reação ao tamanho
e crescimento do mercado. O primeiro modelo Louisville Slugger
autografado da H&B foi introduzido em 1905. Tratava-se de uma réplica do
taco usado por Honus Wagner e destinava-se somente ao mercado adulto.
Com o crescimento e expansão do mercado jovem, a H&B introduziu o
modelo slugger júnior autografado, em 1915. O alto índice de crescimento
do mercado verificado após 1919 levou a H&B a produzir uma série de
modelos autografados, nos mais variados comprimentos e pesos, para
conquistar os diversos segmentos do mercado de tacos de beisebol. Essa
decisão foi influenciada também por mudanças nas preferências do
comprador. Os clientes queriam modelos autografados de seus jogadores
favoritos. As mudanças tecnológicas que originaram a “bola viva” também
influenciaram a H&B. Em 1921, a empresa introduziu o Luisville Slugger
“envenenado”, um taco mais leve e mais forte que resistia à quebra.
Comercializado com garantias, o produto atraía a nova classe de
rebatedores home-run. Nesse mesmo período, a H&B conscientizava-se
das necessidades de economias de escala. Consequentemente, por meio
de uma série de mudanças, a empresa aumentou a capacidade e a
eficiência da produção, alcançando o número de 10 mil tacos ao dia em
1923.
2. Ponto: Os maiores concorrentes da H&B, Spalding, Wilson, Draper &
Maynard, Goldstein & Rawlings beneficiaram-se com as economias de
escopo. Estas permitiram melhor distribuição e maior contato com o
consumidor. Para combater essas vantagens, a H&B aumentou o tamanho
de sua força de vendas, intensificando o contato com varejistas
independentes. Embora continuasse a vender por meio de intermediários, a
empresa iniciou uma política de venda direta ao varejista em 1919.
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49
3. Preço. A política de preços da H&B era uma resposta ao imposto de 10%
sobre produtos esportivos, à disponibilidade de recursos e à preocupação
com a manutenção da rentabilidade industrial. A H&B enfatizava a
manutenção vertical de preços. Queriam que os intermediários e varejistas
vendessem os tacos Louisville Slugger pelos preços sugeridos. A política
era necessária para sustentar a rentabilidade diante da concorrência cada
vez maior das lojas de rede e das empresas que operavam por reembolso
postal. O custo da madeira de freixo e o imposto de 10% sobre as vendas
também influenciaram essa política. A H&B também considerou as
economias de escala ao estabelecer os preços, conseguindo cortar os
custos de produção e distribuição. Com essa política de preços, a H&B
transferiu a economia aos consumidores na forma de preços mais baixos.
As preferências do comprador por tacos especiais também influenciaram a
política de preços da H&B. Percebeu-se que os clientes estavam dispostos
a pagar mais por produtos diferenciados, como os tacos de beisebol
autografados.
4. Promocão: A H&B desejava aumentar sua fatia no mercado de tacos de
beisebol em expansão, sempre preocupada com a rentabilidade industrial.
Acabou tomando decisões promocionais que eram também uma resposta
às economias de escopo que a concorrência empregava. A necessidade de
diferenciar os produtos de modo a atender às preferências do comprador
acabou influindo nas decisões promocionais da H&B. Em 1919, a empresa
iniciou uma campanha integrada de propaganda e promoção abrangendo
revistas populares e especializadas, um prospecto promocional e um
slogan publicitário. Tais decisões motivaram-se pelo desejo de aumentar a
participação no mercado de tacos de beisebol em expansão. A propaganda
e as promoções de vendas da H&B constituíam também um método de
combater as economias de escopo empregadas por empresas maiores.
Para completar, a decisão da H&B de empregar economias de escala
enfatizava a necessidade de uma campanha promocional unificada.
Finalmente, considerando que os clientes preferiam produtos diferenciados,
a H&B precisava de um método eficaz para informar os potenciais
compradores sobre os tacos especiais que produzia.
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50
Caro (a) aluno (a), perceba como as ações desenvolvidas pela H&B, já
naquela época, eram dedicadas à profunda análise de ambiente, observando
detalhes importantíssimos, e acompanhando as movimentações e atualizações do
mercado, fatores essenciais, não somente para aplicações do Marketing Esportivo,
mas para qualquer estratégia a ser desenvolvida na empresa.
Pitts & Stotlar (2002, p. 55 – 74) apresentam a evolução do Marketing
Esportivo em três períodos: Período das Origens (1820 – 1880), Período do
Desenvolvimento Institucional (1880 – 1920) e Período da Refinação e Formalização
(1920 – 1990).
A seguir acompanhe os acontecimentos que deram fundamento as origens
citadas.
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51
ingressos em algumas ocasiões, mas as cobranças eram disfarçadas pelos motivos
de contribuição de prêmios aos jogadores ou fundos para caridade. Foi somente em
1862 que se oficializou a cobrança de ingressos para cobrir despesas e pagar
jogadores. “Ao final da Guerra Civil, os jogadores de beisebol já exigiam uma parte
da renda dos ingressos, quando o esporte se tornou abertamente profissonal.”
(ADELMAN, 1986; KIRSCH, 1989; SEYMOUR, 1989; VOIGT, 1983 apud PITTS &
STOTLAR, 2002, p. 57). A comercialização e promoção do beisebol foram marcos
importantes para esse período, várias estratégias voltadas ao micromarketing, com
foco no composto mercadológico foram aplicadas.
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52
micromarketing foram mais sofisticadas porque tinham de ser. Ao longo dos
60 anos seguintes, as forças extenas continuariam a se expandir e as
respostas de micromarketing se tornariam mais complexas. (PITTS &
STOTLAR, 2002, p. 59).
Nesse período surgem novas forças externas e mais poderosas, o que exige
expansão das funções de micromarketing, acompanhadas agora de planejamento,
desenvolvimento e administração estratégica.
Nesse período os produtos esportivos recebem nomes e marcas registradas;
produtos são padronizados a fim de atender às exigências de sociedades
reguladoras esportivas e comitês legisladores.
Especialistas projetam os artigos esportivos, estes passam a ser
autografados por jogadores famosos como estratégia para torná-los mais atraentes.
“Na virada do século, surgiram as análises de mercado para determinar as
necessidades do cliente, estimar o potencial do mercado e estudar a concorrência.”
(PITTS & STOTLAR, 2002, p. 60).
Em meados de 1920, empresas grandes criam seus próprios departamentos
de marketing, como exemplo a A.G. Spalding & Brothers e a Thomas E. Wilson.
No Período de Desenvolvimento também ocorreram o aumento das
atividades promocionais em volume e intensidade, fabricantes de artigos esportivos
começam a contratar agências de publicidade.
Os fabricantes se preocupam em comunicar-se com seus clientes,
chamando assim a atenção para seus produtos.
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53
A maioria das cidades pequenas e até vilarejos do país já era servida por
transporte ferroviário em 1920. Mais vias significavam mais serviços. A
estrada de ferro proporcionava transporte rápido, seguro e barato aos
produtos manufaturados. Tornou possível as esconomias de escala no que
se refere à distribuição. (CHANDLER, 1977 apud PITTS & STOTLAR, 2002,
p. 62).
Número de trabalhadores
Ano Número de fabricantes empregados Valor do produto
1879 86 1401 1.556.258
1889 136 2008 2.709.449
1899 143 2225 3.628.496
1909 180 5321 11.291.552¹
1919 188 6412 25.335.063¹
1921 152 7063 34.711.174¹
¹ Inclui valores de produção de instalação em outras indústrias que produziram equipamentos esportivos
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54
É fato que foi vasto o crescimento da indústria do esporte nesse período,
conforme aponta a Tabela 4, essa apresenta uma amostra de 516 empresas que
produziam artigos esportivos entre 1899 e 1905.
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55
FONTE: Pitts & Stotlar, 2002, p. 71.
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56
A partir da década de 1980, os clubes passam a ser vistos não mais
somente como veículos para divulgarem outras marcas, mas como próprias marcas
a serem exploradas, gerando assim maior investimento em produtos com a marca
dos clubes.
No ano de 1981, a Fifa liberou o uso de logomarcas dos patrocinadores nas
camisas dos clubes.
Em 1984 foi garantido um lucro de US$ 200 milhões na organização das
Olimpíadas de Los Angeles.
E em 1998, o investimento mundial em publicidade ligado ao esporte foi de
US$ 11 bilhões, desse montante, 50% equivale ao investimento dos EUA.
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57
FIGURA 6 – MARKETING DO ESPORTE
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58
FONTE: Disponível em <http://www.sitebarra.com.br/?p=101140> Acesso em: 25 de nov. 2013
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59
Ao Marketing Esportivo entendemos que é a aplicação dos princípios de
marketing tanto nos eventos e modalidades esportivas (o que classificamos como
Marketing do Esporte), quanto nos produtos e serviços da indústria do esporte
(Marketing no Esporte).
Relatos apontam que o Marketing Esportivo já era, há tempos, utilizado em
atividades esportivas, mas foi por volta de 1921 que uma atitude da empresa
Hillerich & Bradsby (H&B) deu maior fundamento ao Marketing Esportivo, visto suas
estratégias eficazes, sua visão ampla de negócio e de ambiente.
FIM DO MÓDULO II
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60
MÓDULO III
Olá caro (a) aluno (a), nesse terceiro módulo você irá conhecer o
consumidor esportivo e quais análises o profissional do Marketing Esportivo deve
fazer para atraí-lo e retê-lo. Também será apresentado à concorrência que existe na
indústria do esporte, como analisá-la para superar suas estratégias frente ao
mercado competitivo.
Quando tratamos de estratégias mercadológicas, não podemos deixar de
falar e estudar o Composto de Marketing ou Mix de Marketing, que nos concede a
estrutura para qualquer plano de ação dessa área, portanto obterão informações
sobre o produto, preço, praça e promoção da indústria do esporte.
Bons estudos!!!
AN02FREV001/REV 4.0
63
na prática”. Os mesmos também apresentam quais os principais fatores que
influenciam o comportamento de compra. “O comportamento de compra do
consumidor é influenciado por fatores culturais, sociais, pessoais e psicológicos”
(KOTLER & KELLER, 2006, P. 172).
Aos Fatores Culturais relacionam-se a absorção de valores, percepções,
preferências e comportamentos adquiridos, especialmente, pela convivência com
familiares ou outras instituições.
Os Fatores Sociais dizem respeito às influências geradas por grupos de
referência, família, papéis sociais e status. De acordo com Kotlher & Keller (2006, p.
177) “os grupos de referência são aqueles que exercem alguma influência direta
(face a face) ou indireta sobre as atividades ou o comportamento de uma pessoa.”
Para clarear ainda mais nossa compreensão sobre os fatores sociais, vamos
entender a que se referem os papéis sociais e status.
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64
suprida. Tais necessidades são geradas por variáveis internas (as já pertencentes
as pessoas, como fome, sede, sexo) ou variáveis externas (as geradas pelo
mercado, por meio de anúncios, publicidades, fachadas, ou seja, que estimula o
consumidor àquela necessidade). O Reconhecimento do Problema é o momento em
que o consumidor percebe (seja por estímulos internos ou externos) que ele precisa
de algo.
Busca de Informações: percebendo a necessidade de algo, o consumidor
vai à busca de informações. O nível dessa busca vai variar de acordo com a
relevância do produto. Quando vamos comprar um chocolate, nossas buscas de
informações são bem menores, do que quando vamos comprar um carro. As
informações podem vir de fontes pessoais (família, amigos, vizinhos, conhecidos),
fontes comerciais (propaganda, vendedores, representantes, embalagens,
mostruário), fontes públicas (meios de comunicação de massa, organizações de
classificação de consumo) e fontes experimentais (manuseio, exame, uso do
produto). (KOTLER & KELLER, 2006, p. 189).
Avaliação das Alternativas: após a busca de informações, o consumidor
irá avaliar as alternativas, para assim verificar a mais cabível a sua necessidade,
qual o deixará mais satisfeito e trará mais benefícios. “No estágio da avaliação, o
consumidor cria preferências entre as marcas do conjunto de escolha e também
forma uma intenção de comprar as marcas preferidas.” (KOTLER & KELLER, 2006,
p. 194).
Decisão de Compra: nessa fase o consumidor apresenta a intenção de
compra gerada pela avaliação das alternativas, partindo assim para a decisão de
comprar o determinado produto ou serviço. Mas para decidir qual produto ou serviço
adquirir, o consumidor passa por seis subdecisões: decisão por produto (afinal, que
produto irá comprar?), decisão por marca (define qual marca será comprada),
decisão por revendedor (define de qual empresa revendedora irá adquirir o produto
dessa marca), decisão por quantidade (decide quantos produtos irá comprar),
decisão por ocasião (em que situação irá comprar, final de semana? Com qual
frequência?), decisão por forma de pagamento (define de que forma irá pagar:
cartão de crédito? À vista?). Importante ressaltar que a utilização das subdecisões
serão aplicadas de acordo com a relevância do produto, por exemplo, para eu
comprar aquele chocolate, preciso analisar profundamente a forma de pagamento?
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65
Comportamento Pós-compra: após adquirir o produto, o relacionamento
cliente X empresa ainda não acabou, nessa fase extremamente importante, o
consumidor irá apresentar o comportamento de satisfação ou insatisfação em
relação ao produto ou serviço adquirido.
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66
FONTE: Mullin, Hardy e Sutton (2004, p. 53 apud FAGUNDES et. al., 2010, p. 6)
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67
b) Produtos Esportivos: produtos e serviços, como equipamentos esportivos
e serviços médicos, ofertados aos consumidores para a prática de
esportes;
c) Promoção Esportiva: produtos e serviços ofertados para promover o
esporte, incluindo, por exemplo, eventos, brindes e patrocínio.
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68
Prezado (a) aluno (a), nesse momento é essencial que você interprete e
entenda muito bem a conceituação de concorrente. Vamos repetir: “Concorrentes
são empresas que atendem às mesmas necessidades dos clientes” (KOTLER &
KELLER, 2006, p. 340). Quando tratamos de concorrentes, não tratamos
exclusivamente das empresas que oferecem os mesmos produtos e/ou serviços,
mas que atendem as necessidades dos clientes.
Por exemplo, um cliente que deseja praticar uma atividade física como
entrenimento, pode optar por várias empresas e/ou academias de diversos esportes
distintos, logo o seu concorrente não será somente uma modalidade exclusiva, mas
todos aqueles que atendem as necessidades do consumidor.
Partindo desses princípios, é preciso identificar primeiramente os principais
concorrentes, e a partir daí descobrir quais são as estratégias, objetivos, forças e
fraquezas desses, além da sua capacidade financeira, capacidade física, bem como
a mesma se compara a outras empresas.
Não obstante, é obrigação de qualquer empresa identificar e analisar suas
próprias forças e fraquezas, ameaças e oportunidades (a que chamamos de Análise
SWOT ou FOFA), traçar seus objetivos e suas estratégias.
Para Rayport e Jaworski (apud KOTLER & KELLER, 2006, p. 340), “uma
empresa pode definir o perfil de sua concorrência direta e indireta mapeando os
passos do comprador na obtenção e no uso do produto.”
A empresa, a partir de pesquisas aplicadas ao consumidor, deve identificar
os motivos que o levam a adquirir o produto da concorrência, para assim superar as
expectativas do cliente, entendendo-o, a fim de atendê-lo com excelência.
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69
Outro fator importante a ser analisado na concorrência são os seus preços e
as estratégias de preços que os concorrentes possuem. A empresa deve estar
atenta a algumas situações:
Preços muito elevados: preços muito acima da concorrência podem gerar
uma barreira para o consumidor, o mesmo pode se mostrar resistente a pagar um
preço diferenciado, especialmente se os produtos e/ou serviços ofertados são os
mesmos, sem nenhum diferencial, ou se o produto e/ou serviço do preço mais
acessível suprir sua necessidade, não verá motivos em pagar mais caro. Caso a
empresa opte por apresentar preços muito diferenciados da concorrência deve
oferecer diferenciais suficientes para corresponder à quantia a ser paga. O nível de
valor agregado ao produto, nesse caso, deve ser considerável, relevante e
pertinente ao que está sendo ofertado. Mas, antes de tudo é preciso analisar o
ambiente e os consumidores e verificar qual o preço ideal a ser praticado.
Preços muito reduzidos: preços muito abaixo do praticado pela concorrência
nem sempre trazem resultados positivos, preço baixo não é garantia de compra, a
não ser que o preço seja inferior e os produtos e/ou serviços apresentados possuam
o mesmo valor (a mesma qualidade, o mesmo prazo de entrega, marcas
reconhecidas, entre outras vantagens iguais ou melhores do que os seus
competidores).
Prezado (a) aluno (a), essas são apenas algumas considerações que
merecem atenção ao aplicar o preço ao produto e/ou serviço. Porém, não podemos
afirmar que um ou outro seja o correto, ou que nenhum dos dois é o mais ideal, ou
que a decisão mais correta seja praticar o preço igual ao do concorrente. Não, não
podemos afirmar nenhuma dessas situações, pois a decisão do preço a ser aplicado
dependerá de pesquisas a serem realizadas a fim de identificar no mercado qual
será o preço mais aceitável.
Para melhor compreensão, acompanhe o exemplo que Pitts & Stotlar (2002,
p. 193 – 194) apresentam:
Digamos que você se encontra em processo de planejar a construção e
administração de uma instalação de futebol de salão. Atualmente, existem três
instalações para futebol de salão na mesma cidade. Sem se informar sobre os
preços da concorrência, você decide estabelecer o preço, ou taxa de liga, para dois
de seus produtos, conforme se segue:
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1. Liga avançada feminina – R$ 400,00
2. Liga avançada masculina – R$ 400,00
Por ocasião da inauguração da instalação, nenhuma liga se inscreve. Após
investigação, você descobre que os consumidores (jogadores de futebol) estão
comprando o produto (jogar) nos outros três campos, pois os preços lá são os
seguintes:
Campo A: Liga avançada feminina – R$ 300,00
Liga avançada masculina – R$ 300,00
Campo B: Liga avançada feminina – R$ 280,00
Liga avançada masculina – R$ 300,00
Campo C: Liga avançada feminina – R$ 295,00
Liga avançada masculina – R$ 295,00
A quantia que os consumidores de futebol de salão estavam dispostos a
pagar já fora estabelecida. Os consumidores já pagavam um valor específico para
jogar futebol havia alguns anos e não se dispunham a pagar mais.
Ah! A solução lhe parece muito simples! Basta estabelecer um preço muito
inferior ao da concorrência! Você estabelece a tava de R$ 100,00 para cada liga.
Desta vez, duas equipes se inscrevem e pagam os R$ 100,00, mas não há times
suficientes para preencher as oitro vagas necessárias. Sendo assim, você tem de
cancelar as inscrições e devolver o dinheiro aos que se inscreveram.
Mais uma vez você investiga conversando com os consumidores. E desta
vez, descobre que os consumidores pensaram que seu preço reduzido era uma
espécie de embuste, cheio de taxas ocultas que, somadas, completariam os R$
400,00 que você queria cobrar de início. Para completar, alguns confessaram a
preocupação com o que obteriam em troca de apenas R$ 100,00! Em outras
palavras, acreditavam que R$ 100,00 eram um preço muito baixo para se jogar
futebol e com certeza não obteriam um produto de qualidade.
“Essa situação reflete dois fatores ao se considerar preço: primeiramente, a
percepção do consumidor quanto ao valor do produto; em segundo lugar, uma
análise cuidadosa dos preços da concorrência.” (PITTS & STOTLAR, 2002, p. 194).
Por isso a necessidade da atenção e da pesquisa para imposição dos
preços a serem praticados no mercado, bem como do olhar atento e minucioso nos
passos da concorrência.
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71
3.3 ESTRATÉGIA DO COMPOSTO DO MARKETING ESPORTIVO
AN02FREV001/REV 4.0
72
utilidades ou benefícios psicológicos, sociais e funcionais.” (PRIDE & FERREL,
1991, p. 240 apud PITTS & STOTLAR, 2002, p. 158).
“Produto é um conjunto de atributos físicos, de serviço e simbólicos
destinados a intensificar o desejo do consumidor por satisfação” (BOONE & KURTZ,
1989, p. 271 apud PITTS & STOTLAR, 2002, p. 159).
“Produto é um conjunto de atributos tangíveis e intangíveis, incluindo
embalagem, cor, preço, qualidade e marca, mais os serviços e reputação do
vendedor. Um produto pode ser um bem tangível, serviço, lugar, pessoa ou ideia.”
(STANTON E COLABORADORES, 1991, pp. 168-169 apud PITTS & STOTLAR,
2002, p. 159).
“Produto é ‘a soma das satisfações física, psicológica e sociológica que o
comprador obtém da compra, posse e consumo’ e inclui ‘acessórios, embalagens e
serviços’.” (TARPEY, DONNELLY & PETTER, 1979 apud PITTS & STOTLAR, 2002,
p. 159).
Entendida conceituação do produto, vamos entender o que é um produto
esportivo. Podemos identificar o produto esportivo como qualquer bem, serviço,
pessoa, ideia ou lugar que atende, satisfaz as necessidades e os desejos do
consumidor relacionados ao esporte, ginástica ou recreação.
O primeiro passo de qualquer empresa, no que se trata de produtos, é
entender por qual ou quais motivos o consumidor procura determinado produto
(produto pode referir-se a bens, serviços, pessoas, lugares, ideias), quais os
benefícios e funções que buscam para satisfazer suas necessidades ou desejos,
para assim estabelecer o tipo de produto que irá oferecer. Portanto, primeiramente,
é necessário entender os 5 níveis importantes para criar ou aperfeiçoar determinado
produto:
Benefício-Núcleo: aqui se identifica a necessidade principal de uma
pessoa, qual o benefício principal e fundamental que busca para determinada
necessidade? Por exemplo, uma pessoa encontra-se com um índice elevado de
estresse, qual seria o benefício-núcleo para essa situação? Relaxamento,
socialização, diversão, atividade física.
Produto Básico: nesse momento é preciso identificar os produtos básicos
que atenderão à necessidade principal dessa pessoa, ou seja, qual o produto básico
que atenderá o benefício-núcleo. Nessa fase o produto ainda é básico, como o
AN02FREV001/REV 4.0
73
próprio nome diz, o mesmo ainda não possui marca, características detalhadas,
design, diferenciais. Quais seriam os produtos básicos para suprir o benefício-núcleo
apontado acima? Ginástica, dança, atividade de relaxamento e meditação, natação,
yoga.
Produto Real ou Esperado: nessa etapa o produto começa a apresentar
formas e especificidades. A empresa identifica o benefício fundamental para o
cliente, verifica o que supriria basicamente sua necessidade, e traduz isso em um
produto real ou esperado. Aqui o produto deve apresentar cinco particularidades:
marca, design, embalagem, nível de qualidade e características. Por exemplo, o
produto ideal para a situação apresentada pode ser: Uma academia de ginástica que
possui:
Marca: Academia Qualidade e Vida
Nível de Qualidade: Equipamentos de última geração e de marcas
confiáveis no mercado, atendimento de qualidade com empatia, atenção e
profissionalismo, acessibilidade a pessoas com necessidades especiais;
Embalagem: Fachada visível e atrativa, com cores vibrantes revestindo as
paredes externas do prédio;
Design: Layout da estrutura física original, moderno, com móveis e
equipamentos ergonômicos, decoração contemporânea e futurista;
Características: Planos e pacotes com preços acessíveis, música
ambiente, clima organizacional positivo que permite um ambiente
amigável, familiar e descontraído.
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74
modalidades de danças estrangeiras com instrutores profissionais estrangeiros, por
exemplo.
O produto também deve ser classificado por sua tangibilidade e
intangibilidade. Vamos entender?
“O produto tangível é algo concreto, definido, discernível e material. Trata-se
de um objetivo físico.” (PITTS & STOTLAR, 2002, p. 159). Por exemplo, uma bola de
futebol, um taco de beisebol, uma chuteira profissional, uma rede de vôlei, um par de
óculos para natação.
“O produto intangível é algo indefinido, indiscernível, indistinguível e
imperceptível.” (PITTS & STOTLAR, 2002, p. 159). Por exemplo, uma aula de dança,
o conserto da raquete de tênis, a afinação do instrumento musical, um evento
esportivo, um jogo de softball.
“É importante que quem toma decisões de marketing esportivo compreenda
os conceitos de tangível e intangível. Tal conhecimento orienta as decisões relativas
a estratégias de produto e influencia outras variáveis de marketing, também.” (PITTS
& STOTLAR, 2002, p. 159).
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75
FONTE: Disponível em <http://marketingfuturo.com/ciclo-de-vida-do-produto-introducao-
crescimento-maturidade-declinio/> Acesso em: 29 de nov. 2013
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76
aumentam rápida e regularmente. Apesar das vendas e lucros altos, a
empresa pode ainda estar em perigo. É durante esse estágio que a
concorrência vai invadir o mercado com produtos idênticos ou semelhantes.
A concorrência derrubará preços e os lucros vão diminuir. Agressivas
promoções de preços, ajustes nos custos, ações legais contra imitadores e
outras estratégias de marketing ajudarão a estabilizar os lucros. (PITTS &
STOTLAR, 2002, p. 169)
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77
As vendas dos produtos atravessam estágios diferentes, cada qual com
desafios, oportunidades e problemas distintos para o vendedor. 3. Os lucros
sobem e descem nos diferentes estágios do ciclo de vida do produto. 4. Os
produtos exigem estratégias diferentes de marketing, finanças, produção,
compras e recursos humanos para cada estágio de seu ciclo de vida.
(KOTLER & KELLER, 2006, p. 316).
ESPORTE OFERECIDO
ATIVIDADES ESPORTIVAS EQUIPAMENTOS COMO ENTRETENIMENTO
DE PARTICIPAÇÃO /ROUPAS ESPORTIVAS (PRODUTO DE
ESPECTADOR)
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78
A determinação do preço é um processo delicado e que tem fundamental
importância e impacto no processo de venda. Por vezes, o preço é o agente
impulsionador para a comercialização de determinado produto/serviço, não por ser
baixo, mas por ser o preço ideal. Logo, é preciso muita pesquisa e cautela na
definição do preço, uma vez que esse também é responsável por promover a venda.
Por isso, não há uma determinação exata de preço a ser praticado em todos
os esportes, ou modalidades esportivas exclusivas, independente de sua localidade
ou de seu público, pois há vários fatores que impactarão no preço, sejam fatores
internos (a paixão do torcedor, a necessidade da satisfação em adquirir aquele
produto/serviço ou participar daquele evento entre outros), sejam fatores externos (a
cultura do público daquela região, o ambiente político, o ambiente socioeconômico
entre outros).
O exemplo claro disso é o fato de pessoas pagarem valores elevados na
compra de ingressos para uma partida de futebol em dado campeonato,
impulsionados exclusivamente pela emoção.
Ao se determinar o preço de qualquer produto, deve-se analisar
minuciosamente o produto/serviço a ser oferecido e o público alvo que o adquirirá.
Caro (a) aluno (a) o preço de um produto esportivo vem apresentado de
inúmeras maneiras, com vários termos diferentes da palavra “preço”. Acompanhe
alguns exemplos apresentados por Pitts & Stotlar (2002, p. 191):
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79
Aluguel é o preço pago para se usar uma bóia no parque de esportes
aquáticos;
Taxa de liga é o preço que uma equipe de softball paga para jogar
numa liga;
Taxa de patrocínio é o preço que o banco local paga para ser
patrocinador de um evento das Olimpíadas Especiais. (O que o banco
obtém em troca do dinheiro é propaganda e boa imagem);
Taxa de registro é o preço que uma garota paga para participar dos
basquete no acampamento de verão;
Bônus de assinatura é parte do preço que um equipe de basquete
profissional paga para garantir os serviços de um jogador;
Salário é o preço que uma equipe de beisebol profissional paga pelos
serviços técnicos e jogadores;
Comissão é o preço extra a título de bônus que uma empresa de
marketing esportivo paga a seu pessoal de vendas por serviços
prestados;
Manuseio e Expedição são os preços que uma empresa de artigos
esportivos paga para que seus produtos ssejam descolados de um lugar
a outro;
Prêmio é o preço que a LPGA – Ladies’ Professional Golf Association
paga à golfistas para participar de um torneio;
Lance é o preço oferecido por um item no leilão de uma coleção de
objetos artísticos esportivos;
Taxa de endosso é o preço que um fabricante de calçados esportivos
paga a uma atleta famosa como Florence Griffith-Joyner para endossar
– demonstrar crença, favor, preferência, apoio a – seus produtos;
Taxa de direitos de transmissão é o preço que uma emissora de
televisão paga para transmitir uma partida de vôlei;
Taxa de consultoria é o preço que uma prefeitura paga a uma empresa
de marketing esportivo para analisar a exequibilidade e o status de
marketing de uma nova instalação multiesportiva;
Taxa de franquia é o preço que se paga para colocar uma equipe numa
liga esportiva profissional.
Ufa!!!! Esses são alguns dos termos que usualmente são usados no
mercado esportivo para definir o preço de atividades, produtos ou serviços dessa
indústria. É preciso perceber que, por vezes, a alteração do termo, não usando
simplesmente a palavra preço, pode ser considerada uma estratégia promocional.
No processo de precificação, além de analisar os custos, é preciso analisar o
valor do produto/serviço para o cliente, quanto o mesmo está disposto a pagar. Para
Pozzi (1998, p.94 apud ROCCO JR., 2012, p. 43) “os preços são estabelecidos em
função do quanto a organização acha que o consumidor está disposto a pagar”.
Também é essencial identificar e analisar o preço praticado pela concorrência, e
atenção: “para o profissional de gestão, seu produto não concorre somente com os
demais times de sua cidade ou região, mas com toda e qualquer forma de
entretenimento, desde outras modalidades esportivas até cinema, vídeos,
restaurantes” (ROCCO JR., 2012, p.43).
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80
Morgan e Summers (2008, p 260 apud ROCCO JR., 2012, p.42-43) nos
apresenta uma série de etapas ou pontos de decisão que precisam ser considerados
ao se determinar preços viáveis:
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81
2. Manter a fidelidade de revendedores e obter seu apoio nas vendas
3. Evitar demandas de “mais” por parte de fornecedores
4. Destacar a imagem da firma e de suas ofertas
5. Ser considerado “justo” pelos clientes
6. Ser considerado digno e confiável pelos rivais
7. Criar interesse e entusiasmo em torno de um item
8. Ajudar na venda de itens fracos da linha
9. Desencorajar os outros quanto a reduzir preços
10. Tornar um produto “visível”
11.“Mimar o mercado” para conseguir preço alto na venda do négocio
12.Estabelecer tráfego
13.Alcançar lucros máximos na linha de produtos
14.Recuperar investimento rapidamente.
Pride e Ferrel (1991) sugerem sete categorias de objetivos da determinação
do preço:
1. Sobrevivência
2. Lucro
3. Retorno de investimento
4. Fatia de mercado
5. Fluxo de caixa
6. Status quoI
7. Qualidade do produto
Boone & Kurtz (1989) apresentam as seguintes categorias de objetivos da
determinação do preço:
(1) OBJETIVOS DE RENTABILIDADE
Retorno de investimento especificado
Nível de lucro total especificado
Lucros totais aumentados sobre níveis anteriores
Taxa de retorno de vendas especificada
(2) OBJETIVOS DE VOLUME
Aumentar fatia de mercado
Retenção de fatia de mercado existente
Selecionar segmentos de mercado
Fatia de mercado especificada
(3) ALCANÇAR OBJETIVOS QUANTO À CONCORRÊNCIA
Atingir níveis de preços competitivos
(4) OBJETIVOS DE PRESTÍGIO
Criação de uma imagem prontamente identificável para a empresa e/ou
os seus produtos.
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82
como o consumidor final chega até o produto. Esse é o processo ou forma de
entrega do produto/ou serviço a seu consumidor.
A Distribuição pode ocorrer de forma direta, quando o produto/serviço é
entregue diretamente ao consumidor final, sem intermediários (como os
revendedores) ou indiretamente, onde há um ou mais agentes entre a empresa
fabricante e o consumidor final (nesse caso há a ação do revendedor).
Existem inúmeras formas de se efetuar essa entrega, cabe à empresa saber
o método mais ideal e como fazê-lo para que gere a maior satisfação para o cliente.
Prezado (a) aluno (a) quando falamos de distribuição, não estamos falando
somente da loja onde esse produto está sendo comercializado, mas em todo o
processo necessário para que esse produto se aproxime e alcance o consumidor
final.
A empresa deve tomar todo o cuidado para que o produto certo chegue ao
consumidor no tempo certo, da maneira correta e com a qualidade requerida. Uma
deficiência no processo de entrega do produto pode gerar índices de insatisfação
que ultrapassa a necessidade ou o desejo para adquiri-lo. O prazer em se adquirir
algo está totalmente vinculado à espera e, consequente, a entrega no prazo
esperado, ou até mesmo antes do prazo estipulado. Neste caso, a satisfação tende
a aumentar consideravelmente.
Caro (a) aluno (a), o convidamos a relembrar alguma situação de algo que
queria muito, pense em quando adquiriu o produto, o processo de escolha e de
fechamento da compra, pense em como voltou para casa satisfeito e ficou ansioso
no aguardo da entrega, porém, o produto atrasou, e por vezes firmavam promessas
de entregas que não eram cumpridas, como você se sentiu em relação à empresa e,
consequentemente, em relação ao produto, quando o mesmo foi entregue fora do
prazo? Com certeza o prazer de tê-lo recebido não foi o mesmo que as expectativas
que teve ao adquiri-lo.
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83
Agora, pense em outra situação que talvez lhe tenha acontecido. Relembre
ou imagine a mesma situação de compra, mas ao contrário do exemplo anterior, o
produto foi entregue antes do esperado, como foi o seu nível de satisfação pela
empresa e o prazer em se receber o produto?
Percebe a importância da Distribuição nos processos mercadológicos!?
Por isso o cuidado e o respeito ao consumidor deve ser primordial, pois ele
tem expectativas e espera que as mesmas sejam cumpridas, afinal, ele fez a parte
dele no processo de troca, ele pagou pelo produto/serviço, e o mesmo é esperado
pela empresa.
Lembra-se de quando falamos sobre produto? E apresentamos dois tipos de
produtos a você? Produtos tangíveis e intangíveis. Recordou? Para esses diferentes
produtos, há diferentes formas de distribuição.
AN02FREV001/REV 4.0
84
A atenção ao intermediário também é essencial, pois ele está representando
a sua marca, os seus produtos/serviços, quando o intermediário falha, a visão do
consumidor para a sua marca também se torna insatisfatória.
PITTS & STOTLAR (2002, p. 217) nos apresenta alguns tipos de
intermediários de distribuição disponíveis ao profissional de Marketing Esportivo:
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85
FIGURA 12 – SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO COMPLEXO NA INDÚSTRIA DO
ESPORTE
FABRICANTE,
PRODUTOR OU
FORNECEDOR
REPRESENTANTE
VAREJISTA VAREJISTA
Prezado (a) aluno (a), imaginemos a criação de uma empresa. Tal empresa
decide oferecer certo tipo de produto, instala-se em determinada localidade, estipula
os preços a serem praticados e… E caso a mesma não promova o seu produto, de
nada adiantará todo esse investimento, pois as pessoas não vão conhecê-la e tão
pouco se tornarão clientes. Logo, a empresa que nem bem começou já estará
fadada ao fracasso. É nesse ponto que entra o papel primordial da promoção, que é
AN02FREV001/REV 4.0
86
informar as pessoas sobre produtos, serviços, marcas, ideias. Promover a empresa
para que se torne conhecida do público-alvo.
“Promoção é o substantivo do verbo ‘promover’. Promover significa
persuadir, realçar, incentivar, favorecer, exaltar, elevar e construir uma boa imagem.
Promoção é o ato de promover.” (WEBSTERS, 1989 apud PITTS & STOTLAR,
2002, p. 230).
Boone e Kurtz (1992, p. 526 apud PITTS & STOTLAR, 2002, p. 230) definem
promoção como “a função de informar, persuadir e influenciar a decisão de compra
do consumidor”. Evans & Berman (1987, p. A43 apud PITTS & STOTLAR, 2002, p.
230) a definem como “qualquer forma de comunicação usada para informar,
persuadir ou relembrar pessoas sobre os bens, serviços, imagens, ideias,
envolvimento comunitário ou impacto social de uma organização.”
Uma vez entendido o que é promoção, se torna quase que automática a
compreensão sobre a Promoção Esportiva: “função de informar ou influenciar
pessoas sobre produtos, envolvimento comunitário ou imagem da empresa
esportiva.” (PITTS & STOTLAR, 2002, p. 231).
Como toda ação empresarial, o primeiro passo para estabelecer qual ou
quais tipos de promoção utilizar é desenvolver um bom Planejamento da Promoção.
“Planejamento da Promoção é o processo de desenvolver todos os aspectos do
esforço de comunição de uma empresa.” (PITTS & STOTLAR, 2002, p. 231).
No processo de planejamento se torna importante considerar todo o
Composto de Marketing, incluindo consumidores, concorrência, dinheiro investido,
recursos investidos, missão e objetivos da empresa esportiva.
Ou seja, onde se pretende chegar com a promoção, o que se pretende
atingir? Quais recursos tenho disponíveis para a aplicação? Como conquistar meus
consumidores? Como fortalecer minhas estratégias para alcançar ou ultrapassar o
concorrente?
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87
FIGURA 13 – MODELO DE PLANEJAMENTO PROMOCIONAL
ESTABELECER OBJETIVOS
DA PROMOÇÃO O que você pretende alcançar?
VERIFICAR O ORÇAMENTO
Tem dinheiro suficiente?
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88
Objetivos da promoção são declarações que especificam as ações exatas
desejadas pela empresa. Baseiam-se no que a empresa pretende.
Geralmente, os objetivos orientam-se pela demanda, necessidade de
informar ou imagem. O objetivo global é afetar comportamento,
conhecimento ou atitude. (PITTS & STOTLAR, 2002, p. 235)
TIPOS DE
DEMANDA INFORMAÇÃO IMAGEM
OBJETIVOS:
Persuasiva
Informativa Informativa
MENSAGEM Orientada pela
Lembrete Persuasiva
demanda
Uma associação de golfe
Uma nova empresa
profissional feminino usa
de marketing
a TV e anúncios em
Um fabricante de esportivo é
quadros de avisos para
calçados esportivos inaugurada e coloca
informar sobre seu jogo
usa um famoso num jornal local um
anual de jovens carentes
jogador de basquete anúncio contando
EXEMPLO contra profissionais. A
para persuadir o sua história, o que
associação e as
consumidor a faz, seus produtos e
jogadoras pagam para
comprar seus serviços, onde se
que os jovens passem o
produtos. localiza e os
dia jogando golfe e
horários de
participando de outros
funcionamento.
eventos.
AN02FREV001/REV 4.0
89
Parte-se então para os métodos promocionais a serem utilizados. Segundo
Pitts & Stotlar (2002, p. 236) “existem quatro categorias gerais de métodos
promocionais: propaganda, venda pessoal, promoção de vendas e publicidade.”
(Categorias detalhadas no Módulo IV desse curso).
Após determinar os métodos promocionais, é preciso estabelecer a
composição promocional, ou seja, é a escolha e consequente combinação dos
métodos promocionais a serem aplicados para que a empresa alcance seus
objetivos, por isso o nome composição, devido à combinação composta pelos
métodos escolhidos. Nessa fase é necessário perceber quais os compostos que são
mais adequados para o dado momento e o dado objetivo, e se combinados trarão
resultados positivos.
E finalmente, o profissional de Marketing Esportivo deve verificar, ou seja,
avaliar se a aplicação da composição promocional atingirá a meta estabelecida,
deve verificar se o planejamento da promoção surtirá os resultados esperados. Essa
avaliação se dará por meio de pesquisa de mercado, no objetivo de coletar
informações pertinentes e plausíveis que permitirão a verificação da relevância ou
não do planejamento promocional, para que assim ele seja posto em ação.
AN02FREV001/REV 4.0
90
às mesmas necessidades dos clientes” (KOTLER & KELLER, 2006, p. 340). Logo, é
preciso identificar primeiramente os principais concorrentes, e a partir daí descobrir
quais são as estratégias, objetivos, forças e fraquezas desses, além da sua
capacidade financeira, capacidade física, bem como a mesma se compara a outras
empresas. Para assim superar as suas estratégias.
O Composto de Marketing Esportivo é formado pela combinação de quatro
elementos: produto da indústria do esporte, preço da indústria do esporte, praça
(ponto de distribuição) da indústria do esporte e promoção da indústria do esporte.
Aliado a esses vem a Paixão do Consumidor da indústria do esporte. A Paixão que o
consumidor possui pelo esporte é um fator impulsionador para a compra dos
produtos ou serviços oferecidos, a emoção que o mesmo possui e demonstra é
extemamente importante nesse processo. Logo a combinação do Produto, Preço,
Praça, Promoção e Paixão podem garantir o sucesso da sua empresa.
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91
MÓDULO IV
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96
Existem vários tipos de pesquisas, desde as mais simples e práticas, até as
mais complexas e demoradas.
Delimitando a Pesquisa de Marketing à Pesquisa de Marketing Esportivo,
entendemos que:
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são deficiências que podem ser encontradas e que precisam ser melhoradas, os
problemas são situações mais próximas e até mesmo internas da empresa. As
ameaças são situações, geralmente externas, que podem afetar significativamente a
organização, como novos concorrentes, ou produtos substitutos.
Pitts & Stotlar (2002, p. 109 e 110) nos apresenta um caso muito
interessante sobre esse objetivo:
Por meio de entrevistas e conversas casuais, ambos os tipos de pesquisa,
uma jogadora de futebol, Pam Reeves, descobre que não existe liga de futebol para
mulheres no verão em Louisville, no Kentucky, e que existe um grupo que quer jogar
nessa estação (Pitts, 1993). Trata-se de uma oportunidade de marketing: há um
grupo de consumidores que quer algo que não existe. Em novas entrevistas – mais
pesquisas – Reeves obtém dados sobre o tipo de liga que as mulheres prefeririam.
Incluíam-se as seguintes informações:
1. As consumidoras queriam partidas que durassem menos do que o jogo
regulamentar. O jogo regulamentar consiste em dois tempos de 45
minutos, ou 1,5 hora de corrida. O verão em Louisville caracteriza-se por
altas temperaturas e alta umidade do ar, o que torna todo exercício muito
desconfortável. Partidas com duração de uma hora com intervalos seriam
desejáveis.
2. Elas queriam times com menos jogadoras do que mandava o
regulamento. O regulamento exige 11 jogadoras no campo. Havia risco de
a equipe aparecer desfalcada após a convocação, pois nos meses de
verão muita gente tira férias e viaja, o que significa a ausência de muitas
jogadoras. É mais fácil encontrar 10 jogadoras comprometidas com o time
no verão do que 16 ou 18 dispostas a jogar toda semana.
3. Gostariam que o jogo fosse leve e divertido, não tão estruturado quanto
os das ligas altamente competitivas que jogavam no outono e na
primavera.
4. Gostariam que os jogos ocorressem à noite, quando o calor não é tão
intenso quanto durante o dia.
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largura, enquanto que o campo regulamentar tem 110 metros de comprimento e 60
de largura. Os novos times têm sete jogadoras de cada lado, mais uma goleira, de
onde Reeves tirou o nome da liga. Seven-up Soccer. Na verdade são oito
elementos, mas Seven-Up Soccer soa melhor! Pam incorporou uma regra, “é para
curtir”, criando uma atmosfera de brincadeira e descontração. A fim de manter os
preços baixos, dispensou o juiz e os auxiliares. Trata-se provavelmente do aspecto
incomum e interessante do produto: sem juiz, qualquer jogador pode marcar! Todas
as jogadoras podiam aplicar penalidades frente a infrações ou golpes baixos. Essa
foi a novidade de adaptação mais difícil para as jogadoras, pois num jogo regular,
parte da estratégia do time consiste em prever quais violações e infrações o juiz
marcará e tentar evitá-las. Quando todos os elementos podem julgar, uma jogadora
não pode se arriscar! O resultado é uma partida muito limpa e sem trapaças.
No primeiro ano, a liga aconteceu nos domingos à noite. Entretanto, muitas
equipes tiveram problemas com falta de jogadoras, porque muitas se encontravam
em viagem de férias. Após mais pesquisas, no ano seguinte a liga passou a ocorrer
nas noites de quarta-feira. Escolheu-se a quarta-feira porque é o dia da semana em
que a maioria das jogadoras está livre de outras atividades de verão, como softball e
viagem de férias.
A maioria das regras baseou-se no fator calor do verão e incluía
substituições ilimitadas a qualquer momento, até no meio das jogadas; a partida
consistia em quatro tempos de 12 minutos com um minuto de intervalo, sendo o
intervalo do meio de dois minutos. A primeira regra permite à jogadora deixar o
campo e descansar a qualquer hora durante o jogo. A última estabelece uma partida
de curta duração, com pausas para descanso, água e resfriamento.
No primeiro ano, a liga contou com três times. Quatro anos depois, já eram
dez equipes e Reeves tem planos de estender a liga para duas divisões femininas e
considera oferecer uma divisão de universitárias ou masculina.
Por meio da pesquisa, Reeves descobriu uma oportunidade de marketing.
Com pesquisas contínuas, mudou e modelou o produto a fim de satisfazer às
necessidades da consumidora e conta hoje com um produto de sucesso.
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plano de monitoração e avaliação, a fim de identificar os pontos positivos que o
plano obteve, bem como as deficiências, para que assim aplique as tomadas de
ações cabíveis.
QUANDO… …o consumidor deseja …nossa companhia …o concorrente …as novas leis entram
este produto? pode oferecer um oferece seus em vigor?
…o consumidor pode produto? produtos?
pagar? …a companhia precisa
…devemos fazer ser paga?
propaganda? …a companhia deve
fazer propaganda?
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100
Assim como em qualquer área de Marketing, vários tipos de pesquisas
podem ser aplicadas, por vários objetivos. E as pesquisas podem ser classificadas
de várias maneiras. Vamos iniciar conhecendo as pesquisas Quantitativas e
Qualitativas.
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101
comportamentais dos consumidores. Entre estas, podem-se citar: suas
formas de pensar e agir em diversas situações, seus hábitos de consumo,
estilos de vida, atividades preferidas, atitudes no que se refere às marcas e
às inovações apresentadas ao mercado, assim como seus critérios para a
escolha, avaliação e utilização de produtos e serviços. (VIRGILLITO et. al.,
2010, p. 1).
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c) Análise de tendências: detecta tendências, historicamente, e prevê
tendências futuras.
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45 anos, de classe média, da região Sul do país. Perceba que nesse caso o
universo é muito grande, são muitas pessoas a serem pesquisadas, logo é preciso
selecionar uma amostra (um pedacinho desse universo) que representará o todo.
Exemplo: Serão entrevistadas 300 pessoas, de ambos os sexos, com idade entre 16
e 45 anos, da classe média, residentes nas três principais cidades da região.
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104
Pesquisa sequêncial: a pergunta é uma sequência da pergunta anterior.
Exemplo: Se a resposta foi Sim, apresente o motivo: A) Pois me divirto. B)
Pois perco calorias e mantenho a forma física. C) Pois faz bem para
minha saúde.
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105
grupo de clientes e, assim, implementarem ações de marketing que criem vantagem
competitiva.”
Calma caro (a) aluno (a), essa gama de informações pode ter te deixado
confuso, mas vamos explicar com mais tranquilidade e simplicidade. Vamos lá!
Imagine que pretenda atingir determinado público, o qual chamamos de
público-alvo, ou seja, o alvo que a empresa quer atingir. Para identificar melhor esse
público você deve segmentá-lo, peneirá-lo até que o público fique o mais parecido
(homogêneo) possível. Por exemplo: imagine um local com homens e mulheres, de
várias idades, de várias classes, de várias preferências. Agora separe homens de
mulheres; depois, no grupo de mulheres identifique as de 20 a 30 anos; das
mulheres de 20 a 30 anos idenfitique as de classe média; das mulheres de 20 a 30
anos de classe média, identifique as que gostam de aeróbica; pronto, de um
montante, você segmentou seu público em mulheres de 20 a 30 anos, de classe
média, que gostam de aeróbica, transformando o grupo no mais parecido possível.
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106
FONTE: Disponível em: <http://eco-gest.blogspot.com.br/2013/03/segmentacao-de-
mercado.html> Acesso em 27 de nov. 2013
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107
1. Entidades sem fins lucrativos
2. Repartições públicas municipais (departamento de parques)
3. Entidades voluntárias sem fins lucrativos sustentadas por sócios
4. Corporações, empresas, negócios
5. Administração de instalações esportivas
6. Albergues
7. Áreas de lazer
8. Hotéis
9. Clubes de esportes de salão
10. Clubes esportivos particulares
11. Esporte profissional
12. Vendas no varejo
13. Esportes em escolar, faculdades, universidades
14. Negócios esportivos
15. Serviços de administração esportiva
16. Comercialização de marketing esportivo
17. Organizações esportivs
18. Viagens de cruzeiro
FONTE: DeSensi, Kelley, Blanton & Beitel (1990 apud PITTS & STOTLAR, 2002, p. 120)
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108
espectador.
FONTE: Pitts, Fielding e Miller (1994 apud PITTS & STOTLAR, 2002, p. 120)
FONTE: Parks e Zanger (1990 apud PITTS & STOTLAR, 2002, p. 121)
AN02FREV001/REV 4.0
109
que é segmentação e como fazê-la, sua segmentação será encomendada à sua
necessidade.
Agora daremos uma atenção à Segmentação do Mercado Consumidor. A
segmentação do Mercado Consumidor, geralmente, se faz em quatro categorias
principais: Segmentação Geográfica (divisão do mercado em diferentes unidades
geográficas), Segmentação Demográfica (divisão do mercado em grupos de
variáveis da população, como idade, tamanho da família, sexo, renda, religião, raça,
grau de instrução entre outros), Segmentação Psicográfica (dados basicamente
psicológicos, com base no estilo de vida, personalidade e valores) e Segmentação
Comportamental (dados sobre comportamento de compra, como conhecimentos,
atitudes, uso e resposta a um produto).
No Marketing Esportivo, acrescenta-se a Segmentação do Mercado
Consumidor, uma nova categoria: Preferências de Mídia: “são informações sobre os
consumidores relativas ao que vêem na TV, o que ouvem no rádio e que revistas e
jornais lêem.” (PITTS & STOTLAR, 2002, p. 124).
Acompanhe uma situação hipótetica apresentada abaixo que ilustra as
possibilidades da segmentação de mercado.
O Just For Kicks Indoor Soccer Center foi inaugurado há sete anos. Na
época, com base em análises do consumidor de futebol de salão e da
indústria, o gerente apurou o seguinte:
Análise do Consumidor: as informações sobre o consumidor de futebol de
salão provinham de análise de dados dos sócios e de ligas de outros clubes
de futebol de salão. Os segmentos consumidores incluíam jovens
desclassificados como menores de 10 anos, menores de 12, menores de
14, menores de 16, menores de 18 e adultos. Todas as categorias
apresentavam grupos de meninas, de meninos, de mulheres, de homens e
mistos. Os grupos incluíam divisões por habilidade, nas categorias de
mulheres, de homens e mistas: divisão “A” para avançados, divisão “B” para
iniciantes e outras.
Outros segmentos consumidores potenciais que poderiam se tornar
consumidores de futebol de salão eram todos os consumidores de futebol
de campo.
Análise da Indústria: um clube de futebol de salão no extremo nordeste da
cidade, no limite do condado, em áera esparsamente povoada. Entretanto,
tais fatores nunca afetaram as taxas de participação, porque esse clube era
o único e todas as ligas estavam sempre lotadas.
Recentemente, o gerente do clube conduziu outro estudo semelhante. Os
resultados revelaram que existem mais consumidores de futebol de salão,
em grupos de todas as faixas etárias, masculinos, femininos e mistos. Nas
ligas adultas, a idade varia de 19 a 31 anos. O gerente surpreendeu-se com
esses dados, porque a faixa etária era a mesma apurada sete anos antes,
quando se esperava que a idade máxima houvesse passado para no
mínimo 38 anos. Após mais estudos, o gerente descobriu que aqueles
consumidores estavam abandonando o esporte porque os jogadores mais
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110
jovens eram melhores e mais rápidos, não por desinteresse. Ainda queriam
jogar futebol de salão, mas não contra adversários de 19 e 20! Com base
nessa informação, o gerente apresentou mais uma questão: “Se existisse
uma liga para pessoas de 30 anos, você jogaria?” A resposta foi 88% sim.
Valendo-se do que apurou no estudo, o gerente desenvolveu um produto
especificamente para um segmento consumidor com base na idade: uma
liga para jogadores de 30 anos ou mais. (PITTS & STOTLAR, 2002, p. 125).
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111
elementos não são isolados, ou seja, a empresa não precisa optar por usar somente
um deles, temendo afetar o outro, eles podem sim ser usados em harmonia, porém
a estratégia deve ser bem elaborada para surtir os resultados esperados.
“Propaganda é qualquer forma não pessoal de comunicação paga e
geralmente se apresenta em jornais, revistas, televisão, rádio, sinalização, mala
direta, métodos de patrocínios e métodos de endosso.” (BRAVOLD & BOWERS,
1992; EVANS & BERMAN, 1987; NATIONAL PARK SERVICE, 1991; STOTLAR,
1993 apud PITTS & STOTLAR, 2002, p. 237).
Alguns exemplos de propaganda podem ser:
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112
Promover uma confraternização com os clientes da academia de
ginástica;
Sortear mensalidades gratuitas para aulas de tênis;
Promover um campeonato com a presença de uma celebridade;
Organizar uma noite de autógrafos com um atleta famoso em sua loja;
Promover uma palestra com um atleta renomado em sua academia;
Promover uma feira beneficente;
Distribuir ingressos gratuitos para o jogo de futebol.
Penalty e Vitória
A Penalty, fornecedora de material esportivo do Vitória da Bahia, aproveitou
a tradicional camisa rubro-negra listrada do clube para fazer uma ação brilhante de
responsabilidade social.
A partir do lema da torcida, “meu sangue é rubro-negro”, foi criada uma
campanha para incentivar a doação de sangue pelos torcedores. Para isso a cor
vermelha foi retirada da camisa, e o uniforme ganhou listras brancas e pretas.
Conforme os torcedores doavam sangue em locais específicos e batiam as
metas o vermelho ia, gradualmente, voltando ao uniforme, que, no final da ação,
voltou às cores normais.
Guaraná Antártica
A fanpage do Guaraná Antarctica atingiu a marca de 5 milhões de
seguidores, número compatível com a população de muitos países. Então, a marca
usou essa feliz coincidência para ativar seu patrocínio da Seleção Brasileira.
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O próprio Mano Menezes, técnico na época, convocou jovens de todo o país
a enviarem vídeos de um minuto mostrando porque deveriam jogar na Seleção do
Guaraná. 12 pessoas foram selecionadas e disputaram um jogo contra a Seleção
Sub-20 da Costa Rica, país cuja população tem o mesmo número da fanpage do
Guaraná.
Essa ativação gerou muito boca a boca e, no final, a Seleção do Guaraná
venceu a partida!
Brahma – Imagina
Por anos tudo que o brasileiro sonhou foi ver uma nova Copa do Mundo
sendo realizada no país, mas, assim que isso aconteceu, por diversas razões esse
sonho parece ter se tornado um pesadelo para a opinião pública. “Imagina na Copa”
acabou virando um bordão sarcástico que representa o medo de que todos os
nossos problemas serão ampliados em julho de 2014.
A Brahma, indo na contramão desse sentimento, abraçou a causa contra o
pessimismo com uma campanha que mostrou um ponto de vista mais positivo, ou
seja, que faremos a maior festa de todos os tempos, resolvendo os problemas com a
nossa típica alegria e felicidade.
Volkswagem e Bebeto
Em 1994 Bebeto imortalizou um de seus gols na Copa do Mundo por causa
da comemoração onde balançava os braços, em homenagem a seu filho que tinha
acabado de nascer.
Hoje, 18 anos depois do gol que Bebeto deu ao país, a Volkswagen
aproveita a oportunidade para mostrar o mesmo pai dando um carro Gol de
aniversário para Mattheus, seu filho.
Em outras palavras, a marca tinha um momento único em mãos e não
deixou que ele passasse, contando uma bela história.
Zurick Seguros
Em 25 de agosto, sábado, em um jogo de Palmeiras e Santos, milhares de
torcedores que já estavam no estádio esperando o jogo começar quando foram
surpreendidos por jogadores do São Paulo e Corinthians entrando em
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114
campo. Tratava-se de uma simulação, organizada pela Zurich Seguros, com todos
os detalhes possíveis, de juiz e bandeirinha até o sistema de som do estádio
anunciando a partida.
Obviamente que o público presente não entendeu nada do que estava
ocorrendo e, logo depois do apito, veio a explição: “Ainda não inventamos seguro
contra alterações no calendário. Mas você pode contar com a Zurich Seguros para
cuidar dos seus bens, da sua vida e do seu futuro”. Em outras palavras, essa era
uma ação da Zurich Seguros para promover seus serviços.
Tudo isso foi filmado e se tornou um vídeo com bastante repercussão na
internet. Mas, buzz a parte, a curiosidade é que a Zurich não é patrocinadora de
nenhum dos times envolvidos, muito menos do Campeonato Brasileiro.
Prezado (a) aluno (a), nosso módulo está chegando ao fim, mas antes disso
acompanhe mais alguns casos interessantes sobre Marketing Esportivo. Os Estudos
de Caso nos faz conhecer na prática as estratégias que podem servir de grandes
lições para nossas tomadas de decisões.
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115
lugar, depois de conseguir a consolidação do produto, os executivos do Manchester
United modificaram sua estratégia de negócios. O CEO David Gill representa um
novo tipo de executivo da área do esporte que fala “a linguagem da folha de
pagamentos e da cotação das ações, e vê os clubes como marca, os jogadores
como ativos, os torcedores como clientes e lugares distantes como mercados”. Em
terceiro lugar, a marca Manchester United correu o mundo por uma variedade de
canais: restaurantes promovendo o clube, mega stores de itens esportivos, um canal
próprio de TC a cabo, um estádio totalmente reformado, e museus. Com essas
estratégias de marketing, a marca Manchester United, símbolo de um dos melhores
times de futebol do mundo, porquanto recheado de astros, ganhou força em amplos
setores de diferentes audiências mundiais.
O sucesso futuro do Manchester, contudo, não é coisa garantida.
Concorrentes como o AC Milan, Juventus, Chelsea, Real Madrid e outros grandes
nomes do futebol mundial, e esportes como basquete e beisebol, estão imitando a
fórmula dos ingleses. Esta situação inclusive obrigou o Manchester United a
continuar a melhorar e expandir sua marca. Assim fazendo, um componente-chave
de sua estratégia tem sido o investimento em novas mídias e na expansão da marca
Manchester United para novos mercados. Por exemplo, videoclipes, informações de
imprensa e videogames móveis são atualmente distribuídos aos apreciadores por
telefone celular pelo UM Mobile, um serviço wireless, da mesma forma que um novo
jogo virtual com o nome do clube. O que alimenta a utilização de novas mídias é a
expansão da marca para novos mercados, como os da Ásia e Estados Unidos. O
clube costuma enviar várias de suas equipes para disputar torneios e jogos
amistosos nas citadas regiões. Nos EUA, o Manchester formou também uma
parceria de marketing como os New York Yankees, e, na Ásia, continua a inaugurar
restaurantes, lojas, escolinhas de futebol na China, Japão e Coréia.
O sucesso até aqui alcançado pelo Manchester United é inegável. No
entanto, o novo cenário dos esportes profissionais do século 21 tem demonstrado
que não existe marca invencível. A compra do clube, que tinha anteriormente ações
negociadas nos mercados convencionais pelo megainvestidor norte-americano
Malcolm Glazer, deu início a um verdadeiro motim de torcedores mais tradicionais,
que se sentiram humilhados não apenas pela intrusão estrangeira, mas igualmente
pela percebida ameaça de futura degradação da marca Manchester United.
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116
Simultaneamente, clubes de futebol como o Chelsea, igualmente inglês, e outros
com pretensões globais estão investindo em territórios que o Manchester
anteriormente acreditava monopolizar. Se o Manchester United pretender manter
sua condição de marca de sucesso, deverá, no futuro, conseguir administrar tanto os
aspectos esportivos quanto de negócios de sua marca, a fim de satisfazer seus
mercados primários e continuar a se desenvolver globalmente para continuar
progredindo num mercado cada vez mais competitivo. Os segredos do sucesso do
Manchester já não são mais segredos, e só uma execução cada vez melhor de suas
estratégias conseguirá botar para correr concorrentes cada vez mais audaciosos.
FONTE: KOTLER, Philip; REIN, Irving; SHIELDs, Ben. Marketing Esportivo - A reivenção do esporte
na busca de torcedores.Artmed Editora S.A.: São Paulo, 2006, p. 37–38.
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Na mídia impressa a marca esteve presente em mais de 120 reportagens
durante o ano de 1998. Outro exemplo de visibilidade marcante aconteceu durante o
segundo jogo pela Copa Libertadores da América ocorrido em maio de 1999.
O jogo que pôs em campo o Palmeiras e River Plate proporcionou à
Parmalat mais de 214 aparições na tela da Globo, totalizando 11 minutos e 39
segundos; o equivalente a dois meses de investimentos no clube. A co-gestão
esportiva é uma estratégia que permite a participação ativa do patrocinador a
administração do esporte de uma equipe, preservando a tradição do clube.
Outra estratégia bem conhecida foi a criação dos Mamíferos da Parmalat, promoção
que rendeu à empresa os prêmios Marketing Best e Colunistas. Para alavancar a
promoção a Parmalat utilizou crianças vestidas de filhotes de mamíferos, com o
objetivo de ligar sua imagem ao público infantil, de uma maneira carinhosa.
O sucesso da promoção se refletiu no aumento das vendas dos produtos, pois da
previsão de 300 mil bichinhos de pelúcia o resultado chegou a 15 milhões de
unidades. Isso colocou a Parmalat entre as três maiores empresas de produtos
alimentícios do país, já que com o público infantil a empresa conseguiu se aproximar
também dos jovens e dos adultos.
A experiência da Parmalat mais uma vez mostrou que o "boicote" dos
torcedores do time adversário não acontece de forma tão abrangente, apenas em
alguns casos de fanatismo. Tanto, que o faturamento da Parmalat em dez anos
passou de 38 milhões para 1,87 bilhão de reais por ano.
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marca "Corinthians" por meio de diferentes modelos de camisa, TV via internet,
agência de turismo, programa Fiel Torcedor. Mas a ousadia começou mesmo num
momento de queda, quando o time caiu para a Série B do Brasileirão. A estratégia
era aproximar a torcida do time e reerguer a autoestima o quanto antes. Com isso foi
criada a camisa "Eu nunca vou te abandonar", baseada em um dos refrões da
torcida, o que evidenciou uma situação que é única entre todos os times brasileiros:
clara demonstração de paixão por um time de futebol. E em 10 meses de vendas já
havia ultrapassado a marca de R$ 1 milhão de faturamento aos cofres do clube. A
partir desta paixão corintiana foi criada a camisa para o "Corintiano Roxo" que ainda
hoje é a mais vendida, porém a grená (lançada no 1º semestre deste ano) pretende
superar as expectativas e assumir o posto de número 1º.
O MARKETING EM R$
O MARKETING DE ELITE
Ações de Marketing voltadas para as classes A e B vem sido utilizadas pelo
departamento do Corinthians há um bom tempo. O pontapé inicial ocorreu em 2008,
com o “O Timão é a sua Cara”, onde o torcedor pagava R$ 1 mil para colocar a sua
foto no uniforme utilizado pelos jogadores durante uma partida. Agora, por R$ 1000
e meia hora de diversão os torcedores jogam uma partida contra outros torcedores
no gramado do Parque São Jorge e são treinados por um ídolo do time alvinegro.
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Como "brinde", recebem um kit com uniforme completo e DVD do jogo. A ação foi
chamada de "Fiel Jogador".
E as opções para as classes A e B (famílias com renda superior a R$ 5.101)
são cada vez mais frequentes. Outro produto que ganhou destaque na mídia foi o
"Navio do Corinthians", um transatlântico com capacidade para 1.900 passageiros
que percorreu o litoral brasileiro. Ídolos da história do time de Parque São Jorge
foram convidados para acompanhar os viajantes, e o preço mais barato era R$
1800. E o clube ainda promove o “Encontro com jogadores” com preços que variam
de R$ 421 a R$ 843.
Para o público infantil, existe o “Acampamento de Férias Oficial do
Corinthians”, um pacote no valor de R$ 2.250 para crianças de 8 a 16 anos com
direito a atividades recreativas e treinamentos para desenvolvimento técnico e tático
de futebol.
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memória das vítimas na ocasião. Isso demonstra a importância que o Marketing
corinthiano dá ao meio social.
BRAND - O departamento de marketing do Corinthians planejou uma ação
para inovar a relação entre clube e torcedor. A equipe está à procura de um novo
presidente. Mas não para a vaga que será deixada por Andrés Sanchez no fim do
ano. E, sim, para o comando da "República Popular do Corinthians", campanha de
marketing criada para o centenário pelo Corinthians juntamente da Nike e da
agênciaF/Nazca - empresa de um dos maiores grupos publicitários do
mundo, Saatchi & Saatchi - que simulou que a torcida do clube fosse um país. Esta
campanha ganhou o prêmio "Idea of The World" desbancando as outras agências de
publicidade do grupo S&S de todo mundo.
EXPANSÃO - Outra ação que já está rodando pelos bastidores corintianos é
a contratação de um jogador chinês visando à internacionalização da marca e
ampliação da receita do clube, visto que a população chinesa tem mais de 1 bilhão
de habitantes. A ideia é excelente em termos de marketing, pois alavancaria um
mercado ainda inexplorado e ávido por ídolos do futebol.
VENDAS - O Corinthians lançou este mês um comercial em que apresenta
sósias de Kaká e Neymar, ídolos do São Paulo e Santos, respectivamente indo a
uma das lojas Poderoso Timão para fazer compras. Em uma TV dentro das lojas um
vídeo mostra os gols de Ronaldo contra esses dois times. No final da campanha
aparecem alguns jogadores do Timão. A ideia da campanha é divulgar os mais de
100 pontos de venda que a rede já possui.
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marketing dos clubes depende diretamente de um respeito maior a eles, que devem
ser tratados como verdadeiros clientes.
Por meio da 9ine, agência de publicidade de Ronaldo, o Corinthians vem
expandindo sua marca em inteligentes agenciamentos a esportistas de renome.
Tomando como exemplo a própria ida do Fenômeno para o Corinthians que, por si
só, já inovou todo o mercado nacional de marketing esportivo. Anderson Silva
(MMA) é um ótimo exemplo da expansão da marca para outros esportes.
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Venda pessoal é conhecida como a promoção direta, onde o vendedor está
frente a frente a um consumidor potencial no processo de venda e negociação.
Promoção de Vendas são atividades que possuem o objetivo de afetar
atitudes ou comportamento do consumidor por meio de suas estratégias
promocionais, são algumas delas: telemarketing, promoções de preço, anúncio em
ponto de compra, carta promocional, sorteios, patrocínio, demonstração,
degustação, merchandising, brindes, eventos especiais.
E Publidade, segundo Pitts & Stotlar (2002, p.238) “é qualquer forma de
promoção não paga, incluindo a promoção ou comunicação na forma de menção em
revista ou ser tema de artigo no jornal local.”
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Prezado (a) aluno (a), estamos imensamente felizes por você ter concluído
esse curso e conquistado o bem maior para qualquer ser humano: o Conhecimento.
Compreender o Marketing Esportivo amplia nossos horizontes e nossas
perspectivas diante desse mercado cada vez mais abrangente
Parabéns por você ter tido a competência em conhecer esse mercado,
identificando sua origem, os diversos conceitos que permeiam o tema, as diversas
ferramentas e estratégias. Além de verificar experiências práticas vivenciadas pelas
diversas organizações.
Nossas felicitações e agradecimentos!
Sucesso é o mínimo que podemos desejar a você!
FIM DO MÓDULO IV
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GLOSSÁRIO
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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centrado no ser humano. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.
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FIM DO CURSO
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