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ORATÓRIA
SAÚDE
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103p. : il.
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-8241-142-1
CDD 808.51
SUMÁRIO
2 ORATÓRIA ................................................................................................................................7
8 VOCABULÁRIO ........................................................................................................................53
ANEXOS ..............................................................................................................................................94
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................101
1 BASES DA COMUNICAÇÃO
Na Grécia Antiga, no século de Péricles, diziam que havia três tipos de personalidade
que poderiam ser atacados, respeitados e realizados. O primeiro era aquele que nascia com
3
grandezas humanas; o segundo aquele que herdava grandezas humanas e o terceiro,
geralmente o mais famoso, o que conquistava grandezas humanas.
O primeiro não foi explicado, mas acreditamos que a genética e os estudos da
hereditariedade poderiam esclarecer a sua natureza. O segundo possivelmente seria fruto da
influência da sociedade. E o terceiro seria a personalidade que com ou sem duas personalidades
anteriores conquistava valores humanos. Naquela época estes valores eram expressos pela
capacidade de transmitir seus conhecimentos ou emoções.
Os gregos naquela época compreenderam a importância da palavra oral, já que uma
lei determinava aos 40.000 cidadãos livres atenienses que em um processo o acusado e o
acusador deveriam defender-se pela própria palavra. O advogado era somente um assistente
daqueles que atacavam ou defendiam. E acrescentavam que era muito vergonhoso um indivíduo
não saber lutar com sua força física, pois a força física era fruto da mãe natureza e a capacidade
para a linguagem oral dependia única e exclusivamente da vontade de cada um.
Acreditamos que somente falando é que nossas qualidades e limitações se
apresentam, completando a nossa verdadeira face. Este é, sem dúvida, um dos grandes
benefícios do estudo da Oratória: modificar e melhorar a ideia dos nossos semelhantes sobre a
nossa pessoa. Talvez por esse motivo Sócrates tenha dito: “Fala para que eu te veja.”
Grande parte das pessoas – independente do nível sociocultural – sabe que pode
desenvolver, realçar sua personalidade e aumentar o campo de suas oportunidades, aprendendo
a falar convincentemente, mas muitos ficam parados na ideia de frequentar um curso de
Oratória, outros fogem de situações sociais onde estaria estimulando sua comunicação. As
pessoas que vão deixando o medo de falar em situações públicas adiam assim o aumento de
suas possibilidades, esquecendo que o estudo da comunicação verbal e suas práticas
enaltecem, destacam, realçam o belo, ordenam o raciocínio, disciplinam a mente, encorajam-
nos, dão-nos segurança, ensinando a nos sentirmos e agirmos melhor.
Dizia Léon Gambeta, em 1871, na condição de chefe da III República Francesa:
“Senhores Deputados. Muitas são as técnicas de Aristóteles a
Cícero, Tácito e Quintiliano; mas, deixando de lado os estudos
profundos da retórica, vou tentar transmitir aquilo que em minha vida de
político das praças públicas ou ainda das assembleias e da Câmara me
levou a esta posição. O que importa para a partida do orador, para o
início, é que ele tenha um arquivo mental de onde possa tirar uma frase
decorada e dizer no momento oportuno. Da mesma maneira, para fechar
o discurso, deve ter uma série de frases arquivadas em sua memória e,
quando sentir que é hora de encerrar, aplicá-las. Quanto ao meio do
discurso, que alguns chamam de corpo, conheci oradores que 4
começavam falando erradamente, confusos e com o tempo com a
prática os erros foram diminuindo e os acertos aumentando. Mas
senhores deputados. Tudo o que falei não valerá de nada se os
senhores não cuidarem do conteúdo. Por exemplo: se devem falar sobre
o esgoto de Paris, só há um solução: visitarem os esgotos de Paris e
conversar sobre o assunto com aqueles que lá trabalham”.
VEÍCULOS OU TRANSMISSORES
MENSAGEM
6ª
Retorno ou
feedback
1ª Parte – Emissor 2ª Parte – Voz
Do mesmo modo retórica é uma palavra originária da língua grega rhetoriké, que
designa:
A oratória ou arte de falar ao público foi a primeira forma de uso da palavra, com a
finalidade de persuadir, convencer, vender. Sem a tecnologia da escrita os grandes oradores
transpunham suas ideias em praças, ruas, escolas utilizando a comunicação oral como forma de
expressão.
Quando usamos a comunicação escrita temos regras gramaticais que devem ser
seguidas, o mesmo deve ocorrer com a comunicação verbal, para que nossos pensamentos
sejam transmitidos de forma clara, objetiva, organizada e que tenham efeito.
A comunicação verbal formal, conferências, palestras, saudações, quanto ao esquema,
é igual à oratória informal de diálogo ou conversas com um pequeno grupo, de caráter social, de
vendas ou ainda como em situações corriqueiras do dia a dia. A diferença maior é que na
Oratória cerimoniosa existe uma necessidade maior de sinônimos, antônimos e analógicos,
emprego de ornamentos de linguagem, volume de voz. A dramatização e as ideias de valor têm
maior realce.
Preparar um discurso é essencial ao êxito da fala. Nunca assuma uma tribuna sem ter
em mente um plano de discurso. A composição didática de um discurso auxilia o orador na 8
localização do conteúdo, aumentando sua confiança e objetividade, já que terão em mente todas
as partes do discurso. O discurso pode ser entendido com uma exposição dos pensamentos e
raciocínios preparada para uma determinada ordem, a fim de convencer os ouvintes.
Retórica
O caráter argumentativo está presente desde o início: justificamos uma tese com
argumentos, mas o adversário faz a mesma coisa. Neste caso a retórica não se distingue em
nada da argumentação. Trata-se de um processo racional de decisão em situação de incerteza. 9
Para os antigos, a retórica abrange tanto a arte de bem falar – ou eloquência – como o estudo do
discurso ou as técnicas de persuasão e até de manipulação. Ouçamos o que Quintiliano expõe a
este respeito:
Castro Alves
2. Metonímia: utilizamos quando designamos uma coisa pela outra, pela sua
relação íntima, como causa e efeito. Exemplo:
“A cruz (religião) e a Balança (justiça).
Metantonio
Santos
Melantonio
6. Sinédoque: é usado para empregar o todo por uma parte; aquilo que significa
mais pelo que significa menos, ou o contrario. Exemplo:
“As asas cortam os céus.” (asas são partes dos aviões).
Se é loucura... se é verdade
13
10. Prosopopeia: é uma forma na qual se atribui vida a seres ou coisas inanimadas
ou ausentes. Exemplo:
“Ó noite, que notícias trazes do meu amor?” (Santos, 1958a).
(Melantonio, 1979).
12. Ironia: é uma expressão que em função do contexto em que está inserida,
significa exatamente o contrário do eu se diz. É também conhecida como
dissimulação e as mais fortes são chamadas de sarcasmo. Exemplo:
“Olhem quem está ai: minha sogrinha, minha segunda mãe, esse coração de
ouro, essa pomba sem fel. E a linguinha, como vai, bem afiada? Sente aqui,
minha santa, junto de seu genrinho querido, vamos vasculhar o lixo da Bahia”.
13. Repetição: é uma maneira que consiste em repetir uma palavra ou um termo
com o intuito de insistir na ideia, dando-lhe mais ênfase. Exemplo:
”Divertia-os o ódio, divertia-os a inveja, divertia-os a ambição, divertia-os o
interesse, divertia a soberba, divertia-os a autoridade e ostentação própria”.
14. Interrogação: é uma forma de suscitar uma questão para logo em seguida 14
resolvê-la, despertando o interesse do ouvinte. Exemplo:
“Quereis ver o que é a alma? Olhai para o corpo sem a alma”.
Antiguidade
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No começo a força bruta era utilizada em nome do grupo, com o tempo a força da
inteligência passa a dominar, e esta foi aplicada pela arte de comunicar com as palavras. As
multidões se contagiavam e aumentavam o ânimo para as lutas, para o trabalho ou novos
empreendimentos pela palavra orientada pelo raciocínio lógico. Verificamos principalmente com
as civilizações do Egito, Mesopotâmia, Palestina, Grécia e Roma.
Cinco séculos antes de Cristo surgiu na Magna Grécia, na Sicília, cidade de Siracusa,
a primeira escola de Oratória, dirigido por Córax, considerado um dos criadores da retórica,
seguidor de Empédocles. Essa Escola Siciliana pregava métodos sobre a eficácia e a didática da
Oratória, que determinavam:
Professor notável desse período foi Isócrates, mas, sem dúvida alguma, o mais
importante dos pioneiros da Oratória científica foi Aristóteles, pois após trezentos anos de sua
morte ainda existem escolas de Oratória que seguiam à risca as orientações aristotélicas. Mais
tarde, com a influência asiática de artifícios complicados, houve certa decadência da Oratória em
geral.
Tácito (65 a 120 d. C.) escreveu o “Dipalogo dos Oradores”, no qual declara a respeito
do antigo ensino:
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“O discípulo habituava-se a frequentar a casa do
mestre, a acompanhá-lo fora de casa, a ouvir tudo o que dizia,
quer diante dos juízes, quer nas assembleias, de sorte que
assistia mesmo ao embate das réplicas, estava presente nas
disputas e aprendia a guerriar, por assim dizer, no próprio
campo de batalha. Uma grande prática, muita segurança,
notável discernimento, tais eram as vantagens daí resultantes
para os que estudavam”.
Idade Média
Durante a época medieval o ensino era para a minoria, tinha como fim preparar os
jovens nas artes literais que compreendiam o trivium: estudo da Gramática, Retórica e Lógica; o
quadrivium: estudo da Aritmética, Música, Geometria e Astronomia. Estudavam nas
universidades teologia, Medicina e Direito. Neste preríodo o cristianismo fez renascer a Retórica
e a eloquencia do púpito que lançou os padres Basílio e João Crisóstomo e os padres latinos
Santo Ambrósio e Santo Agostinho.
O movimento histórico das cruzadas teve como grandes eloquentes Pedro e Eremita.
São Bernardo, Tomás de Aquino e São Boaventura formam o conjunto de oradores que
antecederam a Renascença, de interrese para os religiosos e também para aqueles que
cultivavam a cultura grega. A Oratória no século XII e dominada pela escolástica (filosofia
medieval de características cristãs, que surge para suprir as exigências da fé; ocorre no período
do século IX até o século XVI, ou seja, até o final da Idade Média), método que consiste em
raciocionar, formando silogismo e usando a memorização. Neste período ocorre o declínio da
Oratória.
Renascença
Na Renascença ressurge a eloquência. Na Itália o ápice será com o frade Jerônimo
Savanorola, que tocou não só a república de Florença mas também a Itália e Europa. Ele é
considerado o maior orador de seu século. Seu poder com a palavras resultaram em sua prisão,
tortura e julgamento por um mês, sendo queimado em praça pública.
Na Pré-Renascença e na Renascença a Oratória é ainda mais religiosa. No período da
Reforma surgem os pregadores evangélicos Lutero e Melanchton na Alemanha e Calvino na
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Suíça. A contrarreforma de Inácio de Loyola movimenta a Igreja de Roma para reformulação da
Homilética.
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Latino-americanos: Bolívar e San Martin, Jose Julián Martí Pérez, Belizário Roldán,
Sarmiento, Donoso Cortés, Alfredo Palácio.
No Brasil a Oratória, segundo Sodré (1967), teve seu início com os povos indígenas,
que desde a época do descobrimento são tidos como seres vibrantes e comunicativos. Este
relato baseia-se nos escritos de Pero Vaz de Caminha, da primeira carta por ele enviada a
Portugal.
Na República, o Brasil retoma um período de certa liberdade, com o exercício dos três
poderes: legislativo, executivo e judiciário. Tanto a Câmara como o senado contou com grandes
oradores, sendo os mais conhecidos Quintino Bocaiúva, Rui Barbosa, Epitácio Pessoa, Assis
Brasil, Barbosa Lima, Irineu Machado, Nilo Peçanha, Coelho Neto e Moniz Sodré.
Merecedor de grandes elogios à sua
eloquência, pois ainda é considerado por muitos
o maior orador brasileiro de todos os tempos,
apesar de tecer discursos longos e cansativos,
mas que normalmente encantavam as plateias.
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Juscelino Kubitschek nasceu em Diamantina, Minas
Gerais, em 12 de setembro de 1902. Formou-se em Medicina em
1927 e iniciou sua carreira política em 1934. Eleito Presidente da
República de 1956 a 1961, faleceu de acidente automobilístico
em Resende, no dia 22 de agosto de 1976.
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O Assunto
Geralmente somos convidados para falar sobre um assunto que se relaciona com
nossa profissão, nosso interesse pessoal ou até acontecimentos da nossa vida. Mas isso não
significa que o orador não deva escolher o tema a ser abordado. Sendo assim, escolha
corretamente o assunto que irá desenvolver na sua apresentação.
a) Fale sobre uma questão atual;
b) Trate de um assunto no qual tenha autoridade;
c) Escolha um tema que você goste;
d) Coloque uma nova roupagem nos velhos assuntos;
e) Opte por uma questão pertinente à circunstância;
f) Decida-se por um assunto com tempo para ser pesquisado e apresentado;
g) Fale sobre um ângulo do tema que o auditório ainda não tenha ouvido.
O que você de fato deseja obter com sua apresentação? Devemos saber claramente o
que pretendemos, não ocorrendo desvio em nossa exposição, para que possamos organizar a
forma verbal e não-verbal da nossa comunicação. Ter em mente nossos objetivos: eles podem
aparecer separadamente, ao mesmo tempo ou ainda de forma alternada em uma mesma
apresentação:
Objetivos
a) Informar; 31
b) Persuadir e Motivar;
c) Entreter;
d) Promover-se.
O ouvinte
Precisamos saber para quem iremos expor nosso pensamento. Para que tudo esteja
adequado ao público, ao local, às situações novas, às solicitações do público, ao tempo climático
e horário, à intensidade a voz, ao tipo de vocabulário, à extensão e à abrangência de gestos,
assim como selecionar as informações, considerando a expectativa e a necessidade dos
ouvintes. Para conhecermos os ouvintes temos que considerar:
a) A forma como as pessoas ouvem: considerar que as pessoas têm dificuldades
para escutar por algumas das seguintes razões:
Dificuldade de concentração;
Audição seletiva;
Prejulgamento e distorções;
Qualidade da mensagem.
b) Os motivos que as levaram à apresentação.
c) Quanto os ouvintes já sabem sobre o assunto.
d) Quanto os ouvintes gostariam de saber e quanto desejamos informar.
e) Suas motivações de vida.
f) Qual o espírito de participação dos ouvintes.
g) Características do público que influenciam na preparação. As principais
características são:
Sexo;
Idade;
Nível sociocultural;
Raça.
Local e Circunstância
Pesquisar as informações
b) Proporcionalidade
Não existe uma medida fixa que determine o tamanho e o tempo que se consumirá em
cada parte do discurso. Isso irá variar de caso para caso, dependendo sempre das
circunstâncias que cercam o discurso. Tendo isso em mente devemos nos deter no tempo que
deve dispor cada parte do discurso. Isso indica que a introdução e a conclusão deverão ser
curtas e o corpo do discurso mais extenso, guardando sempre essa proporção sugerida.
c) Elucidação
O auditório é quase sempre de conjunto heterogêneo e com atenção e interesse que
não resiste a mais leve dificuldade de entendimento. Por isso deverá marcar cada ideia, cada
informação, sem forçar a concentração e o raciocínio do auditório.
6 DIVISÕES DO DISCURSO E/OU APRESENTAÇÃO
O orador que não souber organizar sua fala, colocando cada informação em seu
momento adequado e apropriado, poderá conduzir sua apresentação para algo monótono ou
prolixo, não havendo bom aproveitamento do tempo. Didaticamente o discurso ou apresentação 34
possui quatro partes, facilitando sua elaboração e compreensão por parte do orador e do
ouvinte.
As normas seguidas pelos oradores em situações ou discursos formais ou informais
são baseadas na ordem retórica organizada por Aristóteles. Hoje se utiliza a divisão abaixo
descrita.
Vocativo
1. Introdução
Exórdio
Proposição
2. Preparação Narração
Divisão
Confirmação
3. Assunto central
Refutação
Recapitulação
4. Conclusão
Epílogo
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INTRODUÇÃO OU EXÓRDIO
Objetivos
A plateia pode estar interessada no tema, mas o ângulo de abordagem pode não ser o
que ela espera. Isto pode gerar resistências, pois as pessoas podem achar que seus interesses
serão contrariados. Cabe ao orador utilizar docilidade e benevolência ao buscar levá-las a
“baixar a guarda” e se deixar guiar por seu raciocínio.
Toda informação que estiver contida na introdução deverá estar relacionada com o
corpo do discurso e com a conclusão. Como sabemos, a introdução deve romper as barreiras
porventura criadas, mas o que ela tem de maior valor é a ligação com o assunto. É em seu
encerramento que colocaremos o desenvolvimento do tema a ser tratado.
Vocativo
Lembre-se que o vocativo deve ser uma espécie de abraço na plateia. A maneira como
recebemos estas pessoas irá refletir no bom ou mau andamento de nossa apresentação.
7 TÉCNICAS PARA SEREM UTILIZADAS NA INTRODUÇÃO
Aludir à ocasião
Trata-se de um breve comentário sobre a presença dos ouvintes e uma breve
referência ao tema que será abordado.
Exemplo: discurso do presidente da Bolsa Mercantil & Futuros, Manoel Pires da Costa,
aos empresários e ao então Ministro da economia Marcílio Marques Moreira, em 8 de junho de
1992. O presidente introduziu o assunto aludindo à ocasião:
“Raros são os momentos da vida brasileira em que um
universo tão representativo une-se para defender plataformas
comuns. Mais de mil empresários, partindo dos mais remotos
recantos deste País, representando a indústria, o comércio, a
agricultura, o setor financeiro e os serviços em geral, encontram-
se aqui para transmitir uma mensagem simples e direta:
queremos a modernização já”.
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_______________
◆ Fato bem-humorado
O fato bem-humorado não é a piada. Ele deve surgir do ambiente ou da mensagem
que estamos transmitindo. Estará relacionado ao estado de espírito da plateia. Esta poderá
responder positivamente ou mesmo de forma indiferente. Sendo esta a realidade, tome isso
como algo passageiro e dê prosseguimento ao assunto que irá abordar.
◆ Uma história ou narrativa interessante
Esta técnica desperta naturalmente a curiosidade da plateia, levando-a a se portar de
forma bastante receptiva e curiosa sobre o tema que será colocado posteriormente.
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◆ Por falta de credibilidade
Isso acontecerá quando o ouvinte não souber da competência do orador em relação ao
assunto. Devemos observar que não se trata de falta de conhecimento ou de experiência por
parte do orador quanto ao tema, mas sim de desconhecimento por parte do público. Demonstrar
sua experiência e autoridade, com sutileza, para não passar imagem de arrogante ou
prepotente, que poderia provocar a antipatia ao auditório.
EXEMPLO: O Ministro das Relações Exteriores Abreu Sodré iniciou seu discurso na
reunião da Capel, na cidade do México, elogiando o local e o povo mexicano. 41
________________
1. Contar piadas;
2. Fazer perguntas quando não desejarmos respostas;
3. Pedir desculpas;
4. Tomar partido de assuntos polêmicos;
5. Usar chavões ou frases feitas;
6. Criar expectativas que não podem ser cumpridas;
7. Mencionar acontecimentos que incomodem os ouvintes;
8. Mostrar-nos muito humildes diante de ouvintes importantes;
9. Explicar falta de tempo para a exposição;
10. Ser muito previsível;
11. Começar com palavras inconsistentes.
Exemplos para Introdução *
PREPARAÇÃO
A) Proposição
Informamos aos ouvintes qual é nosso assunto e onde pretendemos chegar com ele.
Apenas em uma ou duas frases contamos a essência do conteúdo da apresentação.
Quando a plateia conhece o assunto a ser abordado, identificando os objetivos a
serem atingidos, pode entender melhor a sequência do raciocínio do orador. Nem sempre a
proposição será necessária, pode ser suprimida quando:
◆ O assunto contrarie o interesse do ouvinte;
◆ O público já sabe do tema; 43
◆ O assunto for controvertido.
B) Narração
C) Divisão
__________________
ASSUNTO CENTRAL
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“É a parte do discurso na qual estão incluídas todas as
informações que norteiam a linha de argumentos de nossa
mensagem, estabelecendo a base de defesa das ideias contra
possíveis objeções dos ouvintes”. POLITO, 1999.
D) Confirmação
Aqui o orador irá desenvolver seu ponto de vista. Para que consiga um bom
envolvimento do auditório é importante transmitir credibilidade e de fundamental importância o
conhecimento do tema abordado, uma postura corporal de confiança, para que possa, com
tranquilidade, fazer uso de todos os recursos estruturais do ambiente bem como o fisiológico.
Elementos de apoio à argumentação são importantes na exposição. Além de
esclarecer os ouvintes sobre a nossa forma de pensar, eles servem como prova para as
afirmações que fazemos. Podem ser exemplos, estatística, definições, estudos científicos, teses,
testemunhos, ilustrações. Métodos ou técnicas de confirmação orientam a exposição ordenada
da mensagem:
Ordenação no tempo
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Ordenação crescente
Basear a mensagem partindo das informações mais fracas ou básicas até chegar às
maiores ou complexas. Fornecer ao público uma linha de raciocínio que possa ser acompanhada
sem esforço pelo público.
Ordenação de natureza intrínseca
POLUIÇÃO
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AMBIENTAL SONORA
Consiste em analisar os dois lados de uma ideia, para tomar ou não partido por um
deles. Abordar o assunto apresentando suas vantagens e desvantagens dependerá sempre do
tipo de público.
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Consiste no relato aos ouvintes que já passamos por situação semelhante àquela que
está sendo vivida, ou que, no passado, já tivemos o mesmo posicionamento que eles têm hoje. A
tática é informar que fomos mudando a nossa opinião.
E) Refutação
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O momento de refutar:
◆ Imediatamente, se a objeção for para um argumento específico;
◆ Logo após a ideia ser apresentada, se a objeção for para todos os argumentos
ou um grande número deles;
◆ Desde o princípio do discurso, se soubermos que inevitavelmente haverá
objeções.
CONCLUSÃO
Esta é a última chance que o orador tem para defender e convencer o auditório
definitivamente. Deverá falar com mais vibração, um ritmo mais acentuado na articulação das
palavras e aumento da intensidade da voz. Reafirmará os principais pontos de argumentação,
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valorizando o conteúdo da mensagem, levará o ouvinte à reflexão, tratará de persuadir e orientar
Características:
Deve ser breve (menor ainda que a introdução);
É a única parte da apresentação que deve ser anunciada, fazendo com que os ouvintes
fiquem mais atentos.
G) Epílogo
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As palavras devem ser dirigidas mais para o sentimento que para a razão. É o
momento mais apropriado para o uso da emoção. Podemos, por exemplo, encerrar as
apresentações de duas maneiras:
1. Aumentando a velocidade e a intensidade da fala;
2. Diminuindo a velocidade e a intensidade da fala.
4. Programar a sua saída para não ficar parado na frente do público, sem saber
para onde ir.
Lembre sempre de
agradecer e cumprimentar
a plateia.
8 VOCABULÁRIO
Comunicar bem não é dizer palavras difíceis, é raciocinar com lógica, expressando
ideias de maneira organizada. O vocabulário é a expressão da personalidade e da cultura da
pessoa, de seu conhecimento da língua e até da sua postura de vida. Deve ser o mais amplo 53
possível, estar adequado ao público e expressar os sentimentos e ideias do comunicador.
Devemos evitar
1. Palavrões e gírias;
2. Termos incomuns;
3. Palavreado técnico;
4. Chavões e frases vulgares;
5. Palavras ou termos que poluem a fala.
Pronomes de tratamento
*O coronel comandante da PM (estadual) será saudado como excelência, pois seu cargo está no
nível de secretário de Estado.
Cuidados especiais
Segundo Knapp & Hall (1999), o conceito da comunicação não-verbal é bem mais
abrangente, podendo ser conceituada como:
56
55% 7% pelas
linguagem palavras.
corporal.
38%
variações
vocais e de
fala.
Ao planejar uma apresentação, nunca perca de vista a intenção dos gestos e da
movimentação que acompanha a mensagem oral. O domínio corporal facilita a transmissão da
mensagem para a plateia e propicia a comunicação. Os gestos e as expressões faciais, a
postura e a movimentação corporal servem para:
Autoanálise corporal
1. Com me vejo fisicamente? Aceito, aprecio e valorizo o corpo que tenho? O que
considero mais bonito?
2. O que mais rejeito em mim?
3. O que quero mudar em mim, fisicamente?
4. Os sinais que transmito em meus gestos, na mímica facial, no olhar, na postura,
na respiração e na maneira como uso o espaço revelam a pessoa que penso
ser?
5. Qual a primeira impressão que os outros têm de mim?
6. Gosto de me olhar no espelho? Gosto da minha imagem e do que ela transmite?
7. Busco feedback da imagem que tenho?
8. Quando vou começar meu processo de mudança?
9. O que farei para mudar?
Termos uma visão positiva da nossa imagem propicia segurança e naturalidade. Essa
autoanálise faz uma avaliação do atual estágio do comunicador e fornece os requisitos para
estimular o desenvolvimento da linguagem corporal.
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Proxêmica
Pode ser definido como o estudo da utilização e da percepção do espaço social e
pessoal. Lida com a ocupação do espaço, levando em conta a relação com a liderança, fluxo de
comunicação e tarefa a cumprir.
A distância social entre os indivíduos pode ser relacionada com a distância física.
Nesse sentido, menciona quatro tipos de distância:
1. Distância íntima: para abraçar, tocar ou sussurrar; envolve contato físico
entre os corpos; não permitida habitualmente em público na maior parte das culturas (0-
45 cm);
Modo próximo: maior proximidade possível, contato entre a pele e músculos;
Modo afastado: apenas as mãos estão em contato; proximidade provoca visão
distorcida do outro, distância na qual se fala aos sussurros.
2. Distância pessoal: para interação com amigos próximos; distância que o
indivíduo guarda dos outros (45-120 cm);
Modo próximo: permite tocar no outro com os braços; a posição/distância revela
o relacionamento que existe entre os indivíduos;
Modo afastado: limite do alcançe físico em relação ao outro; distância habitual
da conversação pessoal;
3. Distância social: para interação entre conhecidos; definida como o “limite
do poder sobre outrem”; a esta distância os indivíduos não se tocam (1,2cm -3,5cm);
Modo próximo: adotado quando várias pessoas dividem o mesmo espaço de
trabalho ou em reuniões pouco formais;
Modo afastado: adotado quando de relações sociais ou profissionais formais; 59
4. Distância pública: para falar em público; situa-se fora do círculo mais
imediato do indivíduo; vista em conferências (acima de 3,5 m).
Modo próximo: relações formais; permite a fuga ou a defesa caso o indivíduo se
sinta ameaçado;
Modo afastado: modo no qual a possibilidade de estabelecer contato com
alguém é nula, devido a distância.
Quando utilizamos a comunicação não-verbal envolvemos mudanças de atitude ou
movimentos que irão interagir com o ambiente, refletindo em nossa postura, gestos ou
expressão faciais.
Gestual
O gesto cumpriu o propósito de completar a fala. Os gestos são movimentos do corpo
usados para comunicar ideia, intenção ou sentimento, reações realizadas pelos braços e mãos,
toque no corpo, arrumar-se, etc. Ajudam-nos na comunicação de muitas maneiras:
Substituem a fala quando não podemos ou não queremos usá-la;
Regula o fluxo da interação;
Estabelece e mantém a interação;
Da ênfase e apoia a fala, facilitando a memorização do conteúdo.
HABILIDADES COMPORTAMENTAIS
Ela irá refletir na imagem que o auditório terá sobre o orador tanto em pé como
sentado. Não deve ser nem negligente, aparentando derrotado ou prepotente, com ar de 62
arrogante. Suas pernas não devem estar nem abertas nem fechadas, com movimentos
desordenados ou muito rígidas. O ideal é apoiar ora sobre uma, ora sobre outra.
Devemos tomar cuidado com algumas posturas corporais que podem prejudicar sua
performance comunicativa.
Expressão Espalhafatosa
Expressão de Estátua
Imobilidade total que lembra até a morte ou imobilidade parcial. São defeitos que levam
à comunicação dura e artificial. Há oradores que apresentam movimentos com a rigidez dos
autômatos. São expressões corporais bruscas, retilíneas, inesperadas, desarmonizadas, gestos
que acontecem raramente.
Expressão Repetida
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Expressão Orgulhosa
Tal orador comunica petulância, presunção, antipatia ou, ainda, neutralidade, frieza,
indiferença. Um orador pode às vezes ser altivo, mas não isolante. Pode usar a ironia, mas não o
sarcasmo.
Expressão de Inferioridade
Evitemos a atitude do comunicador que parece pedir desculpas por existir. Negativas
são também as expressões de lástima chorosa, de abatimento ou cansaço, que lembra uma
personalidade deprimida. O comunicador é um dominador de ideias, é aquele que acredita no
seu recado. Com a expressão de inferioridade, ele desmoraliza a sua mensagem.
Expressão de Superioridade
Está consagrado pelos psicólogos que a causa maior desta expressão é motivada por
algum complexo de inferioridade. Os que manifestam expressão de superioridade são pessoas
frágeis, que às vezes criam mentiras e fazem um esforço para acreditar sinceramente nas
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mentiras que inventam e são frutos de uma mente doentia. É o tipo de orador que fala somente
para si ou, ainda negativamente, para o auditório e não consegue o certo: falar com o auditório.
Expressão Dançante
Não basta que o corpo se expresse, é preciso que ele se comunique de forma
eficaz. Esse objetivo será alcançado se tivermos coragem de fazer uma análise
65
objetiva da força e agilidade de nossa comunicação não-verbal.
Se você é uma pessoa tranquila, sua movimentação externa tenderá a refletir essa
característica. Caso seja energética e extrovertida, sua linguagem corporal também
refletirá isso. Observe se seu gestual combina com os traços da sua
personalidade, se há um equilíbrio entre gestos e fala e se a comunicação corporal
está cumprindo seu papel.
Evite uma postura de uma pessoa subserviente: ombros caídos, olhar baixo, costas
curvadas e uma expressão de desamparo, que em nada contribuem para a
comunicação efetiva. Em contrapartida, um nariz empinado, olhos ameaçadores,
queixo erguido e ar de superioridade costumam criar um distanciamento da plateia
e até certa antipatia.
Cuidado com a postura antes de chegar à tribuna. Enquanto aguarda sua vez de
falar, sente-se com naturalidade, sem ficar cruzando e descruzando as pernas,
sem tamborilar com os dedos, porque a plateia está observando-o.
Expressões faciais
É um sistema de multimensagens e pode comunicar informações sobre:
Personalidade.
Interesses e receptividade.
Estados emocionais.
Demonstração de apresentação para o outro.
Regulador da conversação.
Abre e fecha caminhos comunicativos.
Substitui mensagens faladas.
O rosto e suas expressões são foco constante da plateia. Os músculos da face devem
ser trabalhados constantemente para manter uma flexibilidade e expressar o sentido emocional
do orador. A rigidez muscular endurece a expressão e impede uma comunicação mais fluida e
expressiva. As expressões faciais são como um mapa das emoções e a afetividade do orador,
sua segurança, seu entusiasmo e sua crença na mensagem que está sendo transmitida.
66
HABILIDADES COMPORTAMENTAIS
HABILIDADES TÉCNICAS
Não olhe só para um lado da plateia, mas para onde houver pessoas. Seu
olhar não deve afastar-se mais de 15 segundos, sob pena de a plateia perder
o interesse na mensagem. 69
Não encare, olhe de forma natural e tranquila. Antes de começar a falar olhe
para toda a plateia e durante a introdução e a conclusão não afaste o olhar.
Fique atento à linguagem corporal dos participantes para saber o que eles
estão querendo dizer.
Se houver um olhar hostil, não se entregue a ele, imediatamente olhe para
outros mais receptivos.
Não há técnica que mais funcione do que a naturalidade.
Aparência Física
É parte dos estímulos não-verbais totais que influenciam as reações interpessoais.
Devemos considerar a roupa, sapatos e meias, acessórios, óculos, etc. Esteja trajado para a
ocasião.
As roupas, os acessórios que você escolhe e a maneira como os usa fazem parte dos
elementos que o revelam ao mundo. Antes de a plateia ouvir você ela o vê e o sente. A
aparência física não pode ficar em segundo plano na composição da sua imagem profissional
bem-sucedida.
É mais fácil escolher o traje quando já se conhece o grupo em que se vai atuar. Mas
discrição e simplicidade costumam ser bons parceiros em qualquer ocasião. A elegância não
grita! O cuidado com a aparência compatível com a posição de comunicador é uma questão de
sensibilidade e inteligência.
Vestir-se com critérios bem definidos o deixará mais confiante e seguro de seu
desempenho. Ter cuidado consigo mesmo é sinônimo de autoestima e autorrespeito elevado. A
roupa deve ser usada em seu favor, como outro recurso de comunicação.
Nas regras para se compor uma imagem visual devemos observar os seguintes
critérios:
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Tipo de evento;
O público-alvo;
Características do trabalho;
Horário;
Temperatura;
Duração.
1. Mantenha a barba e o cabelo curtos. Se tiver bigode, ele não deve ultrapassar a linha
dos lábios.
2. Na dúvida, prefira usar terno e gravata. Se o evento acontecer fora da cidade leve duas
mudas de roupas para prevenir-se contra possíveis mudanças de temperatura. Se
estiver usando terno evite arregaçar as mangas da camisa nem solte a gravata.
3. Compre ternos com bom caimento. Nas ocasiões mais formais prefira usar preto, cinza
ou azul-marinho, com sapatos pretos. O marrom entristece a imagem. Os ternos de cor
lisa aceitam mais facilmente outras peças. Observe se a roupa está bem passada. Não
use camisa de manga curta sob o paletó.
4. A gravata é um elemento que revela a personalidade do usuário. O tecido, o desenho, o
nó, tudo pode definir se ele é introvertido, extrovertido e outras características. Evite
gravatas muito coloridas.
5. O cinto deve acompanhar a cor dos sapatos e as meias devem cobrir as panturrilhas. E
as cores das meias devem ser ou da cor da calça ou do sapato.
6. Os punhos da camisa não podem aparecer mais que dois centímetros sob o paletó.
7. Não ponha nada no bolso para não fazer volume.
8. Se você viaja muito, prefira ternos de tecido, porque nem sempre se pode contar com
bons serviços de hotéis. Para desamassar uma roupa, pendure-a num cabide no
banheiro e abra o chuveiro com água bem quente para que o vapor penetre nas fibras
do tecido. Faça isso no dia anterior ao evento para que a roupa não fique úmida.
9. Consulte revistas e publicações especializadas sobre como vestir-se. Se for o caso,
converse com um consultor de moda e peça uma orientação mais adequada à sua
personalidade, suas necessidades profissionais e ao público que você quer atingir. 71
10. Busque a melhor imagem sem perder suas características e gostos pessoais.
1. Não use maquiagem pesada, mas tons leves e harmoniosos que não chamem muito
atenção.
2. Conheça os produtos e tons que combinam com sua pele.
3. Use esmalte em tons claros e discretos.
4. Use poucas jóias ou bijuterias e evite as barulhentas.
5. Nos eventos mais formais prefira um tailleur ou vestido com blazer.
6. Antes de comprar a roupa sinta se o tecido não a incomoda.
7. Tire as etiquetas das roupas para não incomodar durante a apresentação.
8. As meias finas devem combinar com a cor dos sapatos, o tom da sua pele e a roupa que
está usando. Tenha sempre um par de reserva.
9. Evite usar roupas que marquem o corpo, sejam transparentes, muito decotadas ou com
fendas.
10. Use sapatos de salto médios.
11. Solas de borracha não fazem barulho no assoalho e não distraem a atenção da plateia.
12. Tenha uma bolsa de boa qualidade e coloque só o necessário.
Ambiente da comunicação
O ambiente contribui para o resultado final dos encontros. O conteúdo e a frequência
são influenciados pelo ambiente. Ele pode desencadear reações emocionais de excitação,
prazer e dominação.
Segue abaixo exemplos de estruturas ambientais para diversas situações de
comunicação, com suas características, esquema arquitetônico, vantagens e desvantagens
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destes modelos.
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74
Número pequeno de
Apresentação de fatos,
Apresentação sistemática da participantes. Abusos dos
informações, dados,
matéria, no início, permitindo melhores, que omitem a
episódios, narrações, slides,
aproveitar o tempo. maioria. Conforme o expositor
etc.
poderá levar muito tempo.
MODELO 4 – DISCUSSÃO – MESA-REDONDA
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Facilita a solução de
problemas. Há intercâmbio de
Não é eficiente para
ideias, experiências, etc. As
aprendizagem de fatos e
conclusões são do grupo
Participação do grupo em alto obtenção de informações.
todo. O quadro-negro evita
grau, em mesa-redonda ou Limite o número de
fugir do temário. O líder não
semicírculo. participantes até quinze
precisa conhecer, pois é o
pessoas, de duas a quatro
coordenador e incentivador.
horas.
São os participantes que
concluem.
MODELO 5 – PARTICIPAÇÃO DE TODOS
76
77
Permite a participação de
É positivo devido à posição muitos. Possibilita a Geralmente não consegue
dos participantes. 100% de discussão individual, troca de grande profundidade de
participação por grupo de ideias e desenvolvimento de conhecimento. Limitação de
qualquer tamanho. liderança entre seus tempo.
componentes.
MODELO 7 – MISTO
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1. O microfone amplifica sua voz, fala e respiração, assim como todos os distúrbios
relacionados a essas dimensões da comunicação. Portanto, reduza o esforço vocal, articule bem
os sons das palavras, fale pausadamente, não estenda os finais das palavras, pois o microfone
faz parecer que a pessoa está cantando e coordene sua respiração.
3. Evite tossir, espirrar, pigarrear, fungar ou suspirar ao microfone, pois tais ruídos
amplificados são motivos de riso ou constrangimento do auditório.
7. Se for o primeiro falante a usar o microfone, verifique se está ligado (botão ON-
OFF no corpo do microfone). Evite testá-lo pigarreando ou batendo na cápsula. Comece como
80
uma simples saudação como “bom-dia” e perceba se está sendo amplificado.
12. Evite o uso de bijuterias ruidosas e relógios com alarme para evitar ruídos
adicionais.
Lista dos principais abusos vocais ou com impacto na produção da voz, com as
fundamentais sugestões de controle, redução ou modificação. Estas medidas devem ser
consideradas principalmente antes de suas apresentações. Lembre-se: quanto mais preparado
está seu organismo melhor será sua performance.
EVITE : SUGESTÕES:
frequencia;
Falar agudo demais (muito fino) Procurar falar em frequência mais grave
83
Trabalhar em ambiente ruidoso Melhorar as condições acústicas, se
possível, fechando portas e janelas,
reduzir o uso contínuo da fala nessas
situações; orientar-se pelas pistas
sinestésicas
84
Falar com crise alérgica Reduzir o uso da voz nessas situações;
hidratar-se adequadamente.
85
Tomar café ou chá em excesso Controlar o excesso de cafeína,
hidratar-se; substituir o chá-preto por de
flores ou frutas
2. Assim como se aprende a falar bem, deve-se trabalhar a voz, para que ela
possa transmitir, além das palavras, o que realmente pensamos e sentimos.
7. Quando a palavra não condiz com a voz, alguma coisa está errada com quem
fala.
8. Originariamente o aparelho fonador não foi criado para a voz e para a fala, mas
improvisado com partes já existentes até alcançar, hoje, uma quase “independência”.
9. Muitíssima gente não realizou a muda vocal completa. Isso se reflete, até, em
sua maneira vocal incompleta, o que ocorre em percentagem altíssima.
10. Cada pessoa tem uma voz própria, inconfundível, tanto quanto seu rosto e suas
impressões digitais.
12. É enorme a energia gasta, inutilmente, quando não se utiliza uma boa técnica
vocal.
13. Pode-se proteger a voz tomando medidas higiênicas elementares, simples.
14. Quando sob tensão, a voz pode regredir para uma etapa de maior segurança.
Muitos não desejam assumir sua voz adulta.
17. É preciso estudar mais as modificações vocais geradas por novos conjuntos e
pela parafernália eletrônica.
Treino Auditivo
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1) Concentre-se e procure identificar todos os ruídos e sons que lhes chegam ao ouvido ao
mesmo tempo. Classifique-os quanto:
Graves ou agudos?
Forte ou fracos?
Surdo ou sonoro?
Suave ou áspero?
Qual o sexo?
Qual a idade?
Abafado ou estridente?
É estrangeiro?
Possui chiados?
Qual a impressão emocional que ele passa para você? Dinâmico ou descansado, tímido ou
competitivo, acanhado ou agressivo, receoso ou ousado, introvertido ou extrovertido?
OBS: você pode fazer esse exercício conversando com qualquer pessoa, quando assistir
televisão ou ouvir rádio.
2) Gravar sua voz. Leia textos curtos e depois escute, mas não se esqueça de acompanhar o
texto, para observar onde houve falhas.
1) Relaxamento geral. Procure apertar as mãos com bastante força e solte. Observe a
sensação que temos quando soltamos as mãos (relaxamento). Faça agora com o rosto,
contraia todos os músculos da face e solte. Faça três vezes.
2) Relaxamento da mandíbula. Abra e feche a boca bem devagar. Caso você estale o
maxilar quando abri-lo, procure fazer o movimento de maneira bem suave. Faça três 90
vezes.
5) Relaxamento interior (bocejo). Boceje bem cumprido. Para fazer o bocejo abra bem a
boca e puxe o ar pelo nariz e pela boca e solte da mesma forma. Este movimento relaxa
a região da laringe e órgão da fala.
6) Exercícios respiratórios.
b. Inspire pelo nariz – Expire fazendo o som do fonema /s/ como se fosse uma
bexiga: sssssssssssssssssssss................
c. Inspire pelo nariz – Expire fazendo o som do fonema /z/ como se fosse uma
abelha: zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz................
Treino Vocal
EXEMPLO: aaaaaaaaa..................
eeeeeeeeeee................
3) Agora com a mão em concha nos ouvidos. Procure diminuir a intensidade de sua voz.
Faça esse exercício com as vogais sustentadas.
91
4) Faça leitura de estória. Assim estará trabalhando a modulação de sua voz. (anexo 3)
1) Vibração de língua como um telefone. Se não conseguir faça o trim, trim, trim....
4) Estalar a língua.
9. Quais os objetivos?
92
10. Qual a natureza da ocasião?
13. Haverá outros oradores? Em caso afirmativo, quem? Sobre que assunto falará? Falam
19. Quanto tempo leva? Existem possíveis causas de atraso? Há parque de estacionamento
adequado ou transporte público?
25. Existe aparelhagem sonora? Caso afirmativo, que tipo de microfone? Quem controla o
volume? Funciona bem?
93
ANEXOS
ANEXO 1
Trava-língua
96
Abracadábrico cricrió fluciômetro
Proclive
ANEXO 3
A travessia do rio
Há muitos anos, Tom era funcionário de uma empresa preocupada com a educação.
Um dia, o executivo principal decidiu que ele e todo grupo gerencial – um total de 12 pessoas – 99
deveriam participar de um curso de sobrevivência, que tinha a forma de uma longa corrida de
obstáculos. A prova era cruzar um rio violento e impetuoso. Para a surpresa de todos, pela
primeira vez, o grupo gerencial foi solicitado a dividir-se em três grupos menores de quatro
pessoas para a superação daquele obstáculo. Os grupos eram: A, B e C.
O grupo A recebeu quatro tambores de óleos vazios, duas grandes toras de madeira,
uma pilha de tábuas, um grande rolo de corda grossa e dois remos.
O grupo B recebeu dois tambores, uma tora e um rolo de barbante.
Já o grupo C não recebeu recurso nenhum para cruzar o rio; eles foram solicitados a usarem os
recursos fornecidos pela natureza, caso conseguissem encontrar algum perto do rio ou na
floresta próxima.
Não foi dada nenhuma instrução a mais. Simplesmente foi dito aos participantes que
todos deveriam atravessar o rio dentro de quatro horas.
Tom teve a “sorte” de estar no grupo A, que não levou mais do que meia hora para construir uma
maravilhosa jangada. Um quarto de hora mais tarde, todo o grupo estava em segurança e com
os pés enxutos no outro lado do rio, observando os grupos em sua luta desesperada.
O Grupo B, ao contrário, levou quase duas horas para atravessar o rio. Havia muito
tempo que Tom e sua equipe não riam tanto como no momento em que a tora e dos dois
tambores viraram com os gerentes financeiros, de computação, de produção e de pessoal. E o
melhor estava por vir. Nem mesmo o rugido das águas do rio era suficiente para sufocar o riso
dos oito homens quando o grupo C tentou lutar contra as águas espumantes. Os coitados
agarraram-se a um emaranhado de galhos, que estavam se movendo rapidamente com a
correnteza.
Nenhum deles pensou em ajuda mútua, nem sonhou em dividir os recursos (tambores,
toras, cordas e remos) para atingirem uma meta comum. Não ocorreu a nenhum dos grupos
coordenar os esforços e ajudar os outros. Foi uma lição para todos no grupo gerencial. Todos
caíram direto na armadilha. Mas naquele dia, o grupo aprendeu muito a respeito de trabalho em
equipe e de lealdade em relação aos outros.
Moral da história
Dica
Estamos todos no mesmo barco! Experimente acolher ao invés de julgar, perdoar ao
invés de acusar e compreender ao invés de revidar! É difícil, sem dúvida! Mas é possível e
extremamente gratificante. A vida fica mais leve, o caminho fica mais fácil e a recompensa, muito
mais valiosa.
REFERÊNCIAS
101
BLOCH, Pedro. Você quer falar melhor? Rio de Janeiro: Revinter, 2002.
CARRILHO, Manuel Maria [Org.]. Retórica e comunicação. Porto: ASA, 1994. 169 p.
FROLDI, S. Albertina; O`NEAL, F. Helen. Comunicação Verbal - um guia prático para você falar
em público. São Paulo: Thomson Pioneira, 1998.
KNAPP, L. Mark; HALL, A. Judith. Comunicação não-verbal na interação humana. São Paulo:
JSN, 1999.
102
PICCOLOTTO, Leslie. Técnicas de impostação e comunicação oral. São Paulo: Loyola, 1977.
POLITO, Reinaldo. Assim é que se fala - Como organizar a fala e transmitir ideias. 1. ed. São
Paulo: Saraiva, 1999.
POLITO, Reinaldo. Como falar corretamente e sem inibições. 42. ed. São Paulo: Saraiva, 1996.