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Treinamento desportivo: Infância, Adolescência e Fase Adulta

Introdução

A importância da atividade física durante os primeiros anos de vida do ser


humano é ressaltada por diversos autores que demostram os benefícios físicos e
fisiológicos. Para Andrade (2014, p. 08) “É na infância que as crianças aprendem as
bases necessárias para o seu desenvolvimento nos aspectos físicos, motor, social,
emocional, cognitivo, linguístico e o comunicacional”. De acordo com Colantonio et
al (1999, p.18) “Em uma criança, os principais efeitos estão nas atitudes e na
formação dos hábitos”. É na infância que se aprendem os primeiros passos da vida,
onde se conhece e se desenvolvem as principais habilidades.
O treinamento desportivo determina alguns princípios básicos fundamentais
para se trabalhar com crianças e adolescentes, dando prioridade a fatores
relacionados ao crescimento e desenvolvimento. Segundo Weineck (1999), o
treinamento para este público é um processo sistemático e de longo prazo, sendo
que os objetivos, programas e procedimentos devem ser diferentes dos adotados
para o treinamento de adultos. Bem como, Filin (1996) afirma que deve-se respeitar
a idade sensível para a intensificação de cada valência física, atingindo dessa forma
um melhor rendimento, porém visando o futuro. A prática de atividades físicas
contribui para o desenvolvimento das crianças e dos adolescentes, além de ajudar a
diminuir os riscos para as doenças na vida adulta.
Entre os vários benefícios estão a promoção de crescimento físico, estímulo
do desenvolvimento motor, melhoria da eficiência cardiovascular e respiratória,
efeito positivo no perfil lipídico, redução da gordura corporal, redução do risco de
diabetes melito tipo 2, incremento da massa óssea, aumento da massa muscular e
da força isométrica, além de importantes efeitos psicológicos, como melhora da
autoestima, afastamento natural dos vícios, empenho na busca por objetivos e
estímulo da socialização (BOUCHARD et al., 2004).

Desenvolvimento

A busca por uma melhor qualidade de vida está associada a uma vida
saudável, não sedentária, como meio para promoção e/ou manutenção da saúde.
Além disso, essa busca tem sido cada vez maior, e tem estreitado a relação saúde-
atividade física provocando mudanças no estilo de vida.
POWERS; HOWLEY, 2005, destaca a importância de lembrar que o trabalho
do treinamento com crianças deve sobretudo respeitar as fases de seu
desenvolvimento e crescimento. Desta forma, a sequência deve ser aplicada nos
primeiros anos da infância, sendo a principal preocupação voltada para seu
desenvolvimento geral e global, como também ao desenvolvimento do organismo
como um todo a partir de atividades mais lúdicas.
Ao passo que, na fase da adolescência, estes adolescentes são
encaminhados para alguma modalidade específica, pelo desejo dos seus
responsáveis como também por vontade própria. Sendo assim, o profissional
trabalhará de forma que busque o aperfeiçoamento físico específico de determinada
modalidade, visando o aprimoramento fisiológico ideal para desempenhar tal
esporte.
Com o final da fase da puberdade, o jovem poderá assim, iniciar um trabalho
de desenvolvimento e aperfeiçoamento das capacidades biomotoras específicas,
buscando aprimorar as qualidades físicas, como a força, a potência, a resistência e
a velocidade, de maneira que determinada modalidade seja praticada objetivando
um bom nível de rendimento.

Considerações finais
Vale destacar que, a prática de atividade física requer cuidados que vão
desde a melhoria na atividade para determinada faixa etária até os cuidados na
prescrição, evitando-se a competição excessiva, bem como a especialização
precoce, minimizando assim, os riscos de traumas físicos e psicológicos.
Entretanto, independentemente da fase em que a criança ou adulto se
encontra, deve-se ter muito cuidado na prescrição e orientação das atividades
físicas, pois quando mal orientada, pode causar lesões, traumas físicos e
psicológicos, podendo até mesmo levar a criança a ter uma aversão à atividade
física futuramente.
Conforme o exposto, a atividade física proporciona muitos benefícios para
crianças, adolescentes e consequentemente adultos, desde que se respeitado os
limites da idade e tendo os devidos cuidados. Destaca-se ainda, que esta prática
deve ser, obrigatoriamente, aplicada e acompanhada por um Profissional de
Educação Física, para que dessa maneira possa ter um melhor rendimento e,
sobretudo, uma melhor qualidade de vida.

Referências bibliográficas

COLANTONIO, E. Atividades físicas e esportivas na infância e na


adolescência: aspectos fisiológicos e desenvolvimentais. cap. 22 pg 273-282.
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