Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Adm
Estudo de Caso
E não poderia ser diferente, Pedro Casso, gestor da área de pessoas, anuncia em e-mail
para todas as chefias que a empresa iria entrar o ano com um programa completo de
treinamento e desenvolvimento. Todos da empresa, localizada no interior de São Paulo e
do ramo de serviços, vibraram com a notícia. No dia seguinte, logo pela manhã vários
chefes de unidades foram à sala do gestor para obter mais informações. Enquanto
esperavam ser atendidos trocaram idéias no chamado “cantinho do café” e muitos já
tinham uma idéia fechada sobre o treinamento. Um outro queria treinamento fora do
ambiente interno da empresa: “acho que o meu pessoal vai se sentir realmente em
treinamento”. Roberta M., a chefe mais antiga, fez um comentário que impactou: “eu só
quero ver o que vem por aí!!”
Roberta V., secretária, chega no cantinho do café e avisa que o gestor está com Mariana
Azzi, presidente, e pediu que todos aguardassem nas salas que ela chamaria um por um.
“Um por um?” exclamou Roberta M. que é a chefe mais antiga. A secretária confirmou.
Todos voltaram as suas salas.
Infelizmente, você se acha o melhor dos melhores e por essa razão não vê razão para
circular entre os demais gestores, as demais chefias. Uma vez me disse que
entusiasmava a idéia de ter um gestor estratégico de pessoas que rodasse a empresa,
que conversasse, até mesmo nos corredores, ainda que em baixa freqüência. Mas, sei lá,
você deve achar que gestor estratégico é outra coisa. Enfim, vamos pensar em
alternativas que não me deixem com uma imagem ruim na empresa e que, também, não
coloque você numa situação delicada. Mas, por enquanto, o programa vai aguardar um
momento propício para divulgação e aplicação”.
E assim estava Pedro, gestor de pessoas, frente à frente com gestores e demais chefes
que iam a sua sala. E não falara no “passa fora” da presidente, mas falou que havia
problemas na concepção do programa e que cada titular de unidades deveria aguardar
pelo menos um mês. Disse, também, que o motivo da demora se dera em função da
dificuldade em encontrar docentes que pudessem atender à programação. Mas, os
contatos estavam adiantados e era mesmo apenas uma questão de tempo.
Um ou outro perguntava pela reunião com a presidente e ele simplificava dizendo que era
um outro assunto, mas que estaria tendo algum link (ligação) com programação. Passou
dois ou três dias conversando sobre o programa e aí voltou à presidência. Chegando lá
explicou o que fizera e pediu a opinião da presidente. E ouviu um pouco mais. Ouviu da
presidente que duvidava que ele pudesse piorar um pouco mais e conseguiu. Queria que
ele explicasse porque passou três dias dando explicações, criando incertezas,
amplificando as conversas de corredor.
Disse que ouvira de dois gestores argumentos diferentes, o que era natural, já que
ninguém repete a outra pessoa o que disse anteriormente a alguém de mesma posição
funcional. Para encerrar ela fez um pequeno discurso: “meu prezado gestor, e agora? A
empresa toda fala do adiamento para, TALVEZ, daqui a um mês. As chefias todas se
perguntando que docente você estava procurando se a nenhum deles foi consultado
sobre as grades do programa
E eu disse a você que ainda bem que estávamos apenas com as linhas mestras do
programa, mas você querendo salvar a imagem fala da dificuldade em se conseguir os
docentes. Que docente, gestor? Nós nem sabemos o que vai acontecer. Temos
treinamento e desenvolvimento e logo vão perguntar onde faltam docentes. Pense no que
você fez e volte amanhã e me diga como sair dessa turbulência toda. Eu confesso, só
tenho pensamentos muito ruins”.
Você deve comentar sobre o comportamento do titular da área de pessoas e buscar uma
saída honrosa que não coloque a presidente numa situação delicada e faça retornar as
boas expectativas (menos a da chefe, lembra?) de gestores e chefes, em geral.