Você está na página 1de 4

A diferença entre o líder e o chefe

Por mais que o mundo corporativo esteja enfrentando mudanças absurdas em relação a
adoção de novas tecnologias, formas de interagir com o mercado e profundas alterações
na cultura empresarial, devido aos novos perfis profissionais, ainda falta muito no que
evoluir quando o assunto é comandar uma área ou projeto.

Certamente, você já pensou e vivenciou isso, mas não colocou no papel o quanto as
empresas (ou a sua empresa) ainda não entenderam a diferença entre o líder e o chefe.
Vamos resolver isso agora:

O Líder: estar na liderança de um campeonato, por exemplo, significa ter obtido o


melhor desempenho durante um período, usando as capacidades próprias e as
“ferramentas” e estratégias corretas. É uma posição, sobretudo, conquistada, mérito
próprio.

O líder do campeonato estimula os outros participantes do torneio a estudarem seus


passos e movimentos, em busca de traçar um plano que consiga superar a posição de
destaque na tabela. Acima de tudo, o líder é um exemplo.

Colocando essa mentalidade dentro do ambiente corporativo, o líder é quem,


verdadeiramente, pode liderar algo, pois sabe como organizar a estratégia para seu time,
participando ativamente de todos os processos, mas com maturidade suficiente para dar
autonomia a pessoas da equipe, estimulando o espírito de liderança. Um bom líder
forma novos lideres.

O líder é o cara que compartilha seus conhecimentos, que ajuda e se deixa ajudar, que
sabe guiar, mas que também busca por um caminho alternativo junto ao time, pois
entende a necessidade constante de aprender e ensinar. O mundo é permanentemente
mutável, todos já deveriam saber disso.

O líder inspira, acerta e erra com a mesma humildade, usando a sua tão desejada
posição de destaque não para oprimir, mas para incentivar, pois conta com “poder” para
arriscar, assumir responsabilidades. É o cara que colabora, compartilha e comunica de
forma eficiente.

O Chefe: esse é o conceito antigo e arcaico das empresas que precisam,


hierarquicamente, mostrar poder. Esse profissional, por vezes, chegou à chefia não por
merecimento, mas por saber se vender bem – e isso, por si só, já mostra o quanto a
companhia esta desesperadamente equivocada.

A pessoa que se vende bem só obtém resultados para si mesmo, e não para o produto,
equipe ou empresa. Esse cara é um câncer que consome os recursos das empresas e
apenas distribui críticas sobre seus pares, se colocando num pedestal, apontando o dedo
para todos, mas se isolando dos erros. Aliás, essa pessoa nunca erra, mas quem trabalha
com ela nunca presta ou é suficiente.

Aplique o conceito de líder, só que ao contrário. O chefe é o Ego o líder é a


Competência. O chefe se torna chefe sem que as pessoas entendam o motivo disso. Se
você fizer uma pesquisa rápida na sua empresa, logo descobrirá que muitas são as
pessoas que não entendem o real motivo de responder para seus superiores diretos.

O mercado – muitos executivos que eu entrevistei, aliás – diferenciam quem são lideres
e quem são chefes, mas ainda se esquece de colocar em pratica essa visão.

Eu sempre diferenciei os lideres como as pessoas que falam de boca cheia sobre os
resultados, desafios e perdas da equipe, e os chefes como os profissionais que exaltam
os resultados que ele obteve e em como a equipe precisa aumentar ou melhorar para
alcançar suas expectativas.

O líder não faz milagre, claro. Também enfrenta pessoas dentro da própria equipe que
não se alinham aos próximos passos e vivem de reclamações, mas, com isso, já
conseguimos identificar um futuro chefe.

O líder é o cara que o dono da empresa, CEO, diretor etc, cobra resultados, mas respeita
as opiniões, as levam a sério, como questões a ser consideradas e postas em prática.

O chefe é o cara que o dono da empresa, CEO, diretor etc, trata como pop star, mesmo
não entregando os resultados, mas é que ele se vendeu tão bem que é bom ter a sua
imagem por perto, mesmo não sendo a opinião de 70% da companhia.

O CEO, por exemplo, pode ser um líder, e por ser assim, pode acreditar em excesso nas
pessoas ou em suas capacidades, se enganando por um tempo – pois há muito mais o
que olhar em toda a companhia -, mas, logo, ele toma medidas que mostram o quanto
está de olho nos movimentos internos. O final dessa história nós já sabemos.

Fato: o líder vê o chefe como uma pessoa a se respeitar. O chefe vê o líder como
alguém muito bonzinho, sem tato para os negócios, sonhador demais. A palavra que
também pode definir o líder seria justo, e não bonzinho.
O chefe gosta de ser chefe, precisa mandar em alguém, dar ordens. Esse cara não tem
uma função no marketing, finanças, redação, criação, projetos etc. Ele é o chefe.

O líder é o cara que põe a mão na massa junto a todos os outros, e por mais
movimentada que seja sua agenda, não deixa de acompanhar os acontecimentos.

O chefe pode ter seus méritos? Claro que sim. Mas ao assumir o posto de chefia, deixa
de liderar e passa a ordenar.

O chefe não vai ler esse texto até o fim, pois sou um garoto de 23 anos “e o que eu
posso saber sobre o assunto”. O chefe que ainda pode ser líder vai até o final, mas irá
ignorar os pontos – porém vai pensar mais tarde. O líder vai, talvez, ir até a última
palavra, mas as coisas vão parecer tão obvias, que vai achar engraçado e, talvez, até
compartilhe, por acreditar que o garoto de 23 anos escreveu uma coisa bem bacana.

Obviamente, eu, como aprendiz de um excelente líder, quero que a minha visão seja
absorvida por vocês, pois é legal compartilhar e, quem sabe, talvez, até ajudar em
alguma mudança, né? Não custa tentar, faço meu melhor.

Acredito que já tenha passado do ponto, pois a ideia está bem clara. Mas, e ai: você é
líder, chefe ou, assim como eu, aprendiz? Ou, ainda: esta respondendo para um líder ou
para um chefe? Vale pensar.

Ju esta historinha é bacana

Todos os dias, a formiga chegava cedinho ao escritório e dava duro


no trabalho. Era produtiva e feliz.
Seu líder, o gerente marimbondo estranhou a formiga trabalhar sem
supervisão. Se ela era produtiva sem supervisão, seria ainda mais se
fosse supervisionada. E colocou uma barata, que preparava
belíssimos relatórios e tinha muita experiência, como sua
supervisora.
A primeira preocupação da barata foi a de padronizar o horário de
entrada e saída da formiga. Logo, a barata precisou de uma
secretária para ajudar a preparar os relatórios e contratou também
uma aranha para organizar os arquivos e controlar as ligações
telefônicas.
O marimbondo ficou encantado com os relatórios da barata e pediu
também gráficos com indicadores e análise das tendências que
eram mostrados nas reuniões.
A barata, então, contratou uma mosca, e comprou um computador
com impressora colorida.
Logo, a formiga produtiva e feliz, começou a ficar perdida no meio
de toda aquela movimentação de papéis e reuniões!
O marimbondo concluiu então que era o momento de criar a função
de gestor para a área onde a formiga produtiva e feliz, trabalhava.
O cargo foi dado a uma cigarra, que mandou colocar carpete no seu
escritório e comprar uma cadeira especial. A nova gestora cigarra
logo precisou de um computador e de uma assistente (sua
assistente na empresa anterior) para ajudá-la a preparar um plano
estratégico de melhorias e um controle do orçamento para a área
onde trabalhava a formiga, que já não cantarolava mais e cada dia
se tornava mais triste.
A cigarra, então, convenceu o gerente marimbondo, que era preciso
fazer um estudo de clima. Mas, o marimbondo, ao rever as cifras, se
deu conta de que a unidade na qual a formiga trabalhava já não
rendia como antes e contratou a coruja, uma prestigiada consultora,
muito famosa, para que fizesse um diagnóstico da situação.
A coruja permaneceu três meses nos escritórios e emitiu um
volumoso relatório, com vários volumes que concluía: “há muita
gente nesta empresa”.
Foi então que o Líder marimbondo decidiu demitir a formiga, claro,
porque ela andava muito desmotivada e aborrecida.

Você também pode gostar