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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS

ESCOLA DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES E HUMANIDADES


CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA

WILSON FILHO PANOBIANCO

ESTUDO DOS EFEITOS DA ATIVIDADE FÍSICA NA SAÚDE DE CRIANÇAS E


ADOLESCENTES COM SOBREPESO E OBESIDADE

GOIÂNIA
2021
WILSON FILHO PANOBIANCO

ESTUDO DOS EFEITOS DA ATIVIDADE FÍSICA NA SAÚDE DE CRIANÇAS E


ADOLESCENTES COM SOBREPESO E OBESIDADE

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado como requisito parcial para
obtenção do título de Licenciatura em
Educação Física pela Pontifícia
Universidade Católica de Goiás, sob a
orientação do Prof. Dr. Ademir Schmidt.

GOIÂNIA
2021
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho à minha mãe Edneide, meus irmãos Willian, Gustavo e
Marcos e à minha namorada Débora, por me apoiarem e incentivarem a cada
momento.
Dedico também aos meus amigos e futuros colegas de profissão e a cada
professor que contribuiu para a minha formação, em especial ao professor e
orientador Ademir Schmidt, que foi de fundamental importância para a conclusão
desse ciclo.
AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar a Deus, que tem sido o meu sustento maior
durante toda a minha vida e carreira acadêmica, além de me ter permitido compartilhar
estes momentos com aqueles que aqui agradecerei.
Agradeço à minha mãe, Edneide Lopes de Oliveira e também aos meus
irmãos, por terem me incentivado e apoiado durante todo o curso, sendo de
fundamental importância para a minha formação.
Agradeço também aos meus colegas de profissão e professores que puderam
contribuir de alguma forma ao decorrer do curso.
Agradeço a minha namorada Débora Abreu, que esteve ao meu lado desde o
início dessa jornada, sempre dando total apoio durante todos os momentos.
Agradeço ao professor e orientador Ademir Schmidt por seus ensinamentos e
toda confiança que me passou, sempre acreditando no meu potencial.
“Os que se encantam com a prática sem a
ciência são como os timoneiros que entram
no navio sem timão nem bússola, nunca
tendo certeza do seu destino”.
Leonardo da Vinci
RESUMO

O sobrepeso e a obesidade são doenças que se tornaram grandes problemas no


mundo inteiro, afetando em massa crianças e adolescentes. Os dados crescem cada
vez mais, tornando o problema uma crise mundial na saúde pública. A patologia está
relacionada a diversas complicações na saúde das crianças e dos adolescentes, que
podem se estender a idade adulta, causando ainda mais danos a saúde. O estudo
tem como objetivo analisar os efeitos da atividade física na saúde de crianças e
adolescentes com sobrepeso e obesidade. Como metodologia, realizou-se uma
pesquisa bibliográfica na linha de Ciências do Esporte e Saúde. Foram utilizados
como recursos materiais livros e artigos científicos. Os resultados mostram que a
prática frequente de atividade física, aliada a alimentação saudável, atua no controle
e na prevenção dessas patologias. Dessa forma, a escola é uma instituição de grande
valor frente a problemática, pois nas aulas de educação física escolar, as crianças e
adolescentes podem criar um elo importante com a atividade física e com hábitos
alimentares saudáveis. O professor de educação física deve atuar como mediador,
mostrando o valor do exercício físico e da atividade física e estar sempre atento aos
estudantes com tendências ao sobrepeso e obesidade, devendo realizar o diagnóstico
precoce.

Palavras-chave: Adolescentes. Atividade física. Crianças. Obesidade, Sobrepeso.


ABSTRACT

Overweight and obesity are diseases that have become major problems worldwide,
affecting children and adolescents in masse. The data grows more and more, making
the problem a worldwide crisis in public health. The pathology is related to several
complications in the health of children and adolescents, which can extend into
adulthood, causing even more damage to health. The study aims to analyze the effects
of physical activity on the health of overweight and obese children and adolescents.
As a methodology, a bibliographic research was carried out in the Sports and Health
Sciences line. Books and scientific articles were used as material resources. The
results show that the frequent practice of physical activity, combined with healthy
eating, acts in the control and prevention of these pathologies. Thus, the school is an
institution of great value to the face these problems, because in school physical
education classes, children and adolescents can create an important link with physical
activity and healthy eating habits. The physical education teacher must act as a
mediator, showing the value of physical exercise and physical activity and always be
attentive to students with tendencies to overweight and obesity, and must perform an
early diagnosis.

Keywords: Adolescents. Physical activity. Kids. Obesity, Overweight.


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ....................................................................................... 09
1 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................... 12
1.1 Atividade Física .................................................................................... 12
1.1.1 Atividade física e sedentarismo ............................................................. 12
1.2 Adolescência na contemporaneidade ............................................... 13
1.3 Sobrepeso e obesidade ....................................................................... 14
1.4 Diagnóstico do sobrepeso e obesidade ............................................. 15
1.4.1 Medidas antropométricas ....................................................................... 16
1.4.2 Composição corporal ............................................................................. 17
1.5 Benefícios da atividade física na saúde corporal de adolescentes 18
2 METODOLOGIA ..................................................................................... 20
2.1 Linha e tipo de pesquisa ...................................................................... 21
2.2 Procedimentos e técnicas ................................................................... 20
2.3 Forma de análise dos dados ............................................................... 21
3 ANÁLISE E DISCUSSÃO ...................................................................... 22
3.1 Contribuições da atividade física ........................................................ 22
3.2 Importância do diagnóstico precoce .................................................. 23
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................... 25
REFERÊNCIAS ...................................................................................... 26
9

INTRODUÇÃO

O estudo aborda os efeitos da atividade física na saúde corporal de crianças


e adolescentes com sobrepeso e obesidade.
A obesidade e o sobrepeso são descritos pelo acúmulo exagerado de gordura
corporal no sujeito. Para ser feito o diagnóstico, o modelo mais utilizado é o do índice
de massa corporal (IMC). A obesidade é uma doença crônica, que nas crianças e
adolescentes é uma complicação de saúde no mundo inteiro. Os dados desses
problemas só vêm crescendo cada vez mais e se tornou uma crise de saúde pública
global (NG et al., 2014). Ng et al. (2014) também mostraram que no ano de 1980 a
2013 o predomínio do sobrepeso e obesidade nas crianças e adolescentes nos países
desenvolvidos saltou de 16,9% para 23,8% no sexo masculino e de 16,2% para 22,2%
no sexo feminino. Nesse mesmo período nos países em desenvolvimento aumentou
de 8,1% para 12,9% no sexo masculino e de 8,4% para 13,4% no sexo feminino.
Nos Estados Unidos os dados também são preocupantes. Os dados subiram
de 15,6% para 32,1% no sexo masculino, e no sexo feminino foi de 15,2% para 31,7%,
nos anos de 1971 a 1974 e 2011 a 2012, respectivamente. Isso mostra a prevalência
do sobrepeso e da obesidade entre as crianças e adolescentes neste país. É claro
que os custos da obesidade infantil e na adolescência são elevados.
Em um estudo Finkeltein et al. (2009) mostram os custos médicos dessa
doença crônica ao decorrer da vida da criança obesa na faixa dos 10 anos de idade.
Os pesquisadores constaram que os gastos foram de $19.000 por ano, nos Estados
Unidos. Ainda compararam os gastos de uma criança com peso normal e da mesma
idade e viram que foram maiores. Somando os gastos de todas as crianças dessa
faixa etária de 10 anos, os gastos médicos ao decorrer da vida, foram de mais ou
menos $14 bilhões.
O sobrepeso e obesidade nas crianças e adolescentes pode causar vários
danos à saúde e pode ser instantâneo e a longo prazo. Fatores de risco para doenças
cardiovasculares como hipertensão arterial e colesterol alto é maior quando se é
obeso na infância e adolescência (REILLY et al., 2003). Além disso, segundo os
estudos de Narang e Mathew (2012) quando pré-diabéticos, estes também têm maior
risco de terem problemas de apneia do sono, e de acordo com Egan, Ettinger e
Bracken (2013) podem ter problemas com asma, e ainda problemas sociais e
psicológicos (GRIFFITHS, 2010). Tratando da doença a longo prazo, foi percebido
10

que esse problema de obesidade em crianças e adolescentes se perpetua até a idade


adulta (PARSONS et al.,1999; SINGH et al., 2008). E se chega essa idade com esse
problema, os riscos de se ter doenças cardiovasculares, acidente vascular encefálico
(AVE), diabetes do tipo 2, canceres e ainda osteoartrite, é muito maior (DANIELS,
2009; LOBSTEIN; BAUR; UAUY, 2004).
Por outro lado, a atividade física regular é uma das formas mais eficazes de
prevenir doenças cardiovasculares e mentais e melhorar a aptidão física. A atividade
física regular reduz os fatores de risco de várias doenças, como diabetes e obesidade.
Por isso se questiona: Quais os efeitos da atividade física na saúde de crianças e
adolescestes com sobrepeso e obesidade?
Desta forma, o objetivo geral do estudo foi analisar os efeitos da atividade
física na saúde de crianças e adolescentes com sobrepeso e obesidade. Mais
especificamente, se pretendeu: Analisar e descrever as contribuições que a atividade
física proporciona na saúde de crianças e adolescentes com sobrepeso e obesidade;
e abordar a importância do diagnóstico precoce do sobrepeso e da obesidade em
crianças e adolescentes.
O estudo se justifica devido à grande quantidade de casos de obesidade em
adolescentes, que só vem aumentando nos últimos tempos. As pesquisas associadas
ao assunto têm aumentado, e isso mostra a relevância deste tema.
Como futuro profissional da educação física vejo a necessidade de estudar as
contribuições que a atividade física pode promover na saúde das crianças e
adolescentes com sobrepeso e obesidade, para que assim possamos ajudar a
amenizar o cenário atual.
Além disso, estudo mostrou que intervenção de atividade física com
supervisão, traz efeitos benéficos no IMC de adolescentes (RUOTSALAINEN et al.,
2015).
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a atividade física, aliada a
mudança de comportamento e dieta, são vistos como a melhor forma de intervenção
a 18 anos (OMS, 2015).
Portanto, é importante analisar os efeitos da atividade física para crianças e
adolescentes com sobrepeso e obesidade, e este é o propósito do estudo, já que o
problema atinge milhares de pessoas e os estudos acerca do tema podem auxiliar na
prevenção e melhora da saúde destes indivíduos.
11

Para a concretização deste estudo, este foi dividido em quatro capítulos. O


primeiro aborda o referencial teórico, que contempla os tópicos que tratam da
atividade física, adolescência na contemporaneidade, sobrepeso e obesidade,
diagnóstico do sobrepeso e obesidade e, por fim, dos benefícios da atividade física na
saúde corporal de crianças e adolescentes. O segundo capítulo apresenta a
metodologia, com linha, tipo de estudo e procedimentos adotados. No terceiro capítulo
é apresentada a análise e a discussão. No quarto e último capítulo, são descritas as
considerações que o estudo permitiu inferir a partir das análises realizadas.
12

1 REFERENCIAL TEÓRICO

1.1 Atividade física

De acordo com Caspersen et al. (1985) a atividade física é determinada como


qualquer movimento corporal que é produzido pelos músculos esqueléticos, tendo
como resultado um gasto energético mais alto do que os níveis de repouso. Então, o
total de energia necessária para execução de certo movimento corporal, terá que
traduzir o nível de prática de atividade física exigido por esse mesmo movimento.
Para Pitanga (2008), a atividade física pode ser entendida também como
qualquer movimento corporal produzidos pelos músculos esqueléticos, que resulta em
gasto energético, tendo componentes e determinantes de ordem biopsicossocial,
cultural e comportamental, podendo ser exemplificada por jogos, lutas, danças,
esportes, exercícios físicos, atividades laborais e deslocamentos.

2.1.1 Atividade física insuficiente e sedentarismo

O nível de atividade física diária atual de crianças e adolescente é um dos


fatores que está associado a prevalência do sobrepeso e obesidade. Em um estudo
de Silva e Malina (2000), mostraram que o predomínio de sedentarismos entre
crianças e adolescentes entre 10 e 19 anos prevalece, os dados foram de 85% em
meninos e 94% em meninas.
Os grandes tempos de sedentarismos podem ser responsáveis pelo acúmulo
de gordura corporal. Estudos compararam quem não assiste televisão ou assiste
menos de 2 horas por dia, com indivíduos que assistem por mais de 5 horas por dia,
e mostrou que os que não assistiram ou que assistiram menos de 2 horas realizam
algum tipo de atividade física ou lazer.
Os estudos apontam que a obesidade infantil é mais relacionada a falta de
atividade física do que ao excesso de alimentação. Por isso, é importante destacar
que primeiramente deve ser feito direcionamentos para reduzir o sedentarismo e não
aumentar excessivamente o exercício físico (BAR-OR, 1993).
O sedentarismo, portanto, é atualmente um dos grandes problemas da
modernidade e também atingem diretamente o adolescente. Guedes e Guedes (1995)
levantam a hipótese de que uma possível modificação nos programas de educação
13

física escolar poderia auxiliar na prevenção do sedentarismo das próximas gerações


de adultos. Diante disso, sabe-se que, na maioria das escolas, os adolescentes não
recebem informações suficientes sobre a correlação entre aptidão física e saúde.
Para Mello, Luft e Meyer (2004), os hábitos sedentários fazem com que o
indivíduo tenha um baixo gasto calórico diário, fazendo com que diminua o
metabolismo que acaba contribuindo no contexto da obesidade. Em contrapartida,
Lambertucci el al. (2006), afirmam que o aumento do gasto energético com a atividade
física e a diminuição no consumo de calorias, são eficazes para a redução do peso
corporal, e tem por consequência a diminuição dos fatores de riscos associados a
obesidade.
Por fim, fica claro que o sedentarismo é um dos grandes vilões da
contemporaneidade, afetando rigorosamente os adolescentes. Em contrapartida,
segundo Blair e Brodney (1999) existem várias evidências de que a prática regular de
atividades físicas contribui no controle e manutenção do peso corporal e segundo
Freedman, Dietz e Srinivasan (1999) a atividade física também contribui na redução
de riscos cardiovasculares.

1.2 Adolescência na contemporaneidade

A adolescência tem sido motivo de preocupação para alguns estudiosos.


Dougal et al. (2015) mostraram em seus estudos que hábitos aprendidos nesta idade
logram até a idade adulta. O uso do álcool nesse período, torna maior a probabilidade
de consumo exagerado na idade adulta (WENNBERG; ANDERSSON; BOHMAN,
2000). Do mesmo jeito, a ingestão de alimentos na adolescência é um preditor na
idade adulta (LAKE et al., 2006). Por essa razão, diversas doenças crônicas podem
iniciar e evoluir ao longo da adolescência. Para melhoria da saúde dos adolescentes,
é necessário proporcionar condutas saudáveis desde cedo, primordialmente na
adolescência. Esses comportamentos saudáveis são um determinador da saúde, e
mudanças positivas são capazes de sensibilizar os resultados gerais da saúde
(DOUGAL et al., 2015).
14

1.3 Sobrepeso e obesidade

Segundo Frelute e Navarro (2000), a obesidade é uma doença que se


caracteriza pelo acúmulo exagerado de gordura corporal no indivíduo, acima de 120%
do peso considerado ideal para pessoa conforme sua estatura.
Pela classificação de Fisberg (1995) a obesidade é definida pelo acúmulo em
excesso de gordura em todo corpo, que pode ser causada por modificação nutricional,
doenças metabólicas, endócrinas e genéticas, e pode ter início em todas as fases da
vida, e que deve ter muita atenção em qualquer uma delas.
A obesidade é uma doença crônica que traz consigo inúmeras complicações,
que é definida pelo acúmulo demasiado de gordura (COUTINHO et al., 1998).
Segundo Brasil (1997) a causa da obesidade é complexa e multifatorial, resultando da
interação de genes, estilos de vida, ambiente, e fatores emocionais. Posto isso,
compreende-se que este acúmulo de gordura é também por ingerirem muita caloria e
com isso ter pouco gasto calórico.
A obesidade não é mais só uma questão particular, pois passa a se tornar um
sério problema de saúde pública da contemporaneidade. Segundo a OMS (1998), seu
predomínio vem aumentando nas últimas décadas em todo o mundo, principalmente
em países desenvolvidos, crescendo também em países em desenvolvimento, como
o Brasil.
Para a prevenção do sobrepeso e obesidade, Sancho (2006) afirma que é
necessário um baixo consumo de alimentos de alto valor calórico e baixo valor
nutricional. Além disso, o autor coloca a importância do planejamento das compras
dos alimentos, para que assim planeje antecipadamente as refeições, onde também
é importante a participação das crianças.
Em seu estudo de revisão de literatura, Tavares et al. (2010), colocam que a
obesidade causa um impacto muito grande não só na saúde, mas também no bem-
estar psicológico e especialmente na qualidade de vida, isso ocorre pelo motivo da
obesidade ter causas multifatoriais em razão da relação com fatores genéticos,
metabólicos, sociais, comportamentais e culturais.
Contudo, em grande parte dos casos, a obesidade está relacionada com o
excesso da ingestão calórica, juntamente com o sedentarismo. Com isso, o excesso
de calorias é armazenado como tecido adiposo, causando o balanço energético
positivo. O balanço energético é a diferença entre a quantidade de calorias ingeridas
15

e a de energia utilizada nas atividades do dia a dia e das funções vitais. O balanço
energético positivo é quando a quantidade de energia ingerida é maior do que a
utilizada (KOLOTKIN et al., 2001; BRASIL, 2006; FRANCISCHI et al., 2000).
Em crianças e adolescentes, o sobrepeso e a obesidade se relacionam ao
surgimento precoce de, segundo Nieto, Szklo e Comstock (1992) a problemas
psicológicos e Diabetes Mellitus tipo 2, e segundo Ravussin e Swinburn (1992) de
doenças cardiovasculares. Além disto, Gortmaker et al. (1993) ainda pode
comprometer a postura e causar alterações no aparelho locomotor e ocasionar
desvantagens socioeconômicas na vida adulta.
Em busca de justificações que expliquem o grande crescimento da obesidade,
Motta et al. (2004) afirmam que vários fatores são responsáveis na indicação da
obesidade tais como os fatores sociais, econômicos e culturais, em destaque a atual
função das mulheres na sociedade e sua introdução ao mercado de trabalho. O estudo
também coloca como outra justificativa para o crescimento da obesidade, o grande
acúmulo da população nos meios urbanos, com isso vem também a redução dos
esforços físicos diários, por consequência o gasto de energia é menor, e por fim, nos
grandes centros urbanos, os alimentos são em grande maioria, industrializados.

1.4 Diagnóstico do sobrepeso e da obesidade

De acordo com Damasso et al. (1995) o diagnóstico da obesidade na infância


até os 10 anos de idade é avaliado através da relação peso/estatura, sendo assim são
considerados obesos aqueles com o percentual maior que 120% do peso ideal, que é
estabelecido pelos dados antropométricos nacionais.
Deste modo, a obesidade tem sido relacionada ao modo de vida dos adultos
e das crianças, que pela pressa do dia a dia tem levado a comodidade, tanto quanto
as novas tecnologias que tem influenciado ao sedentarismo, fazendo com que as
crianças fiquem sem atividades físicas (FREITAS JUNIOR, 2007).
Diante disso, Balaban e Silva (2001) afirmam que a obesidade infantil é um
problema identificado por provocar efeitos em curto e longo prazo, e que pode se
estabelecer até a idade adulta, posto isso, a prevenção, o diagnóstico precoce e o
adequado tratamento são indispensáveis para a melhora do prognóstico.
A obesidade traz consigo um maior risco de doenças, como as
cardiovasculares, dentre outras. Como a estrutura corporal (massa óssea, massa
16

magra, água e gordura) da criança e adolescente está em constante mudança por


conta do seu crescimento, se torna difícil analisar a obesidade.
A OMS (2015) recomenda que o diagnóstico do sobrepeso e obesidade em
crianças e adolescentes é fundamentada na distribuição de escore Z de peso e altura,
ou seja, a relação entre o peso existente e o peso ideal para altura.
Por muito tempo este era o único método para constatar falhas nutricionais na
infância. No ano de 2000, o Center for Disease Control and Prevention (CDC, 2000)
divulgou um estudo para revisar as curvas de recomendação para corrigir falhas. O
elemento de revolução do estudo que sobressaiu foi o desenvolvimento de um novo
índice de Massa Corporal (IMC) por idade), tendo mais especificidade que o escore-
Z de peso para altura para constatar excesso de peso em crianças.
De acordo com Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da
Síndrome Metabólica (ABESO, 2016), o predomínio do sobrepeso e obesidade tem
crescido tanto no Brasil, que os resultados dos estudos apontam para um
comportamento epidêmico. A ABESO (2016) informa que o modelo de diagnóstico
internacional de sobrepeso e obesidade é o IMC, já em crianças e adolescentes a
classificação de acordo com o IMC é facultativo, pois é menos associado a
mortalidade quanto nos adultos. Por estar com a estrutura corporal em constante
crescimento, a análise é diferente conforme o sexo e a idade. Então, a linha da
normalidade é definida por curvas de IMC específica para cada idade e sexo. São
consideradas como sobrepeso e obesidade, quando for maior ou igual a +1 e +2
escores Z-IMC depois dos 5 anos de idade. O Brasil tem usado as curvas de IMC da
OMS para meninas de 0 a 5 anos, de 5 a 19 anos, e para os meninos de até 5 anos e
de 5 a 19 anos. Por fim, a ABESO (2016) coloca que a medida da circunferência
abdominal e do IMC são estratégias capazes de prever/diagnosticar a gordura visceral
e subcutânea.

1.4.1 Medidas antropométricas

De origem grega e pela sua etimologia, a palavra antropometria é formada


pela junção de dois termos que são Ánthropos que tem significado de “ser humano”,
e métron que significa “medida”, “medida do ser humano” (FERREIRA, 2016).
A antropometria tem sido usada para considerar a extensão e proporção dos
componentes corporais por mais de um século, usando as medidas de circunferência
17

e comprimento dos segmentos corporais. Sua origem vem desde a antiguidade, pois
desde muito tempo os egípcios e gregos estudavam e analisavam a associação de
todas as partes dos corpos (FERREIRA, 2016).
A antropometria tem como estudo as variáveis da massa corporal, diâmetros
ósseos, estatura, circunferências corporais e dobras cutâneas (que é um dos modos
de estimar a composição corporal). Com essas medidas é possível calcular ou avaliar
o somatótipo, altura tronco-cefálica, índice de massa corporal (IMC) e relação
cintura/quadril (RCQ), dentre outros (PIRES JUNIOR; PIRES, 2018).
Considerando que a antropometria é um método de avaliação barato, não
invasivo, poder ser aplicada universalmente e é aceita pela ciência, é vista como o
método mais válido para investigar a obesidade. Para serem realizados os
procedimentos, são necessários dados básicos como massa corporal, sexo, idade e
estatura. O uso do IMC para investigar e julgar a nutrição de crianças e adolescentes,
iniciou a partir de um estudo de Must et al. (1992), que mostrou os valores de
percentuais por idade e sexo. A OMS (2015) reconhece esses valores para detectar
o sobrepeso e a obesidade, mas só para adolescentes, para as crianças o
recomendado seria o índice de peso/altura.

1.4.2 Composição corporal

A composição corporal refere-se aos componentes que formam o organismo


humano, são os seguimentos corporais que formam a massa corporal total. Guedes e
Guedes (1998) coloca que para analisar a composição corporal deve-se dividi-la em
cinco níveis. No nível um eles denominam como atômico: oxigênio, carbono,
hidrogênio entre outros. No nível dois denominado o molecular: água, lipídeos,
proteínas e outros. Nível três o celular: massa celular, fluídos e sólidos extracelulares.
Nível quatro, o sistema tecidual: músculo esquelético, tecido adiposo, ossos, sangue
e outros. E por fim nível cinco, o corpo inteiro (GUEDES; GUEDES, 1998).
De acordo com Sant’anna, Priore e Franceschini (2009) vários métodos têm
sido usados para avaliar a composição corporal. Ellis (2000) coloca que os métodos
que se destacam são os métodos indiretos, como a pesagem hidrostática e a
absorciometria com raios‐X de dupla energia (Dexa). Contudo, estes são mais
complexos para serem utilizados em um número significativo de amostras por conta
do alto custo e ainda necessitam de um grupo de trabalho qualificado para avaliar os
18

resultados. Desta forma, segundo Carvalho e Pires Neto (1999) a antropometria, que
pertence ao grupo de métodos duplamente indiretos, é tida como um método simples
e acessível, de rápido e de baixo custo, e ainda pode ser utilizado em uma grande
quantidade de pessoas.

1.5 Benefícios da atividade física na saúde corporal de crianças e adolescentes

Estudos tem apontado que quanto maior o nível de atividade física em


crianças e adolescentes, maior é a melhora no perfil lipídico e metabólico, reduzindo
assim a prevalência de obesidade. Além disso, a criança ou adolescente ativo pode
vir a ser também um adulto ativo.
Para Silva e De Marchi (2007), o exercício físico é indispensável para reduzir
o tecido adiposo, além disso, é capaz de contribuir para a qualidade de vida do sujeito
obeso. Para isso, os autores colocam que é necessário adotar hábitos saudáveis, com
a utilização do exercício físico e alimentação saudável, assim, haverá a melhoras da
motivação, eficiência no trabalho, melhora da autoimagem, relacionamento
interpessoal, maior resistência ao estresse e maior estabilidade emocional.
Schmidt (2012), também fala dos benefícios dos hábitos saudáveis como a
prática de exercício físico e alimentação saudável. Afirma haver uma melhora na
redução da gordura corporal e proteger contra doenças crônicas associadas à
obesidade.
Hauser, Benetti e Rebelo (2004) já falava dos benefícios do exercício físico,
afirmando a importância deste para o equilíbrio do balanço energético, que é capaz
de colocar os indivíduos no grupo com menor risco de apresentar outras doenças.
Segundo Lazzoli et al. (1998, p. 107-109)

o objetivo principal da prescrição de atividade física na criança e no


adolescente é criar o hábito e o interesse pela atividade física, e não treinar
visando desempenho. Dessa forma, deve-se priorizar a inclusão da atividade
física no cotidiano e valorizar a educação física escolar que estimule a prática
de atividade física para toda a vida, de forma agradável e prazerosa,
integrando as crianças e não discriminando os menos aptos.

Guedes et al. (2001) afirmam que a atividade física inserida na infância e na


adolescência, pode ser transferida para idade adulta.
19

De acordo com os estudos de Mello e Tufik (2004), adolescentes que praticam


atividades físicas tem uma melhor qualidade de sono comparado aos que não
praticam. A atividade física desencadeia aquecimento corporal que faz com que
diminua a latência do sono, facilitando o começo do sono.
A atividade física parece também atuar beneficamente sobre os transtornos
de humor. Segundo Mello e Tufik (2004) o exercício atua no combate da ansiedade e
depressão. Pode também aumentar a autoestima, atuar beneficamente na melhora
funcional, reduzindo a obesidade, melhorando também a qualidade de vida nos
adolescentes. As mudanças benéficas da imagem corporal ajudam a evitar o
desânimo e aceitação, que são particularidades de adolescente com autoimagem
corporal ruim.
A atividade física também atua na longevidade. Astrand e Rodahl (1980)
comprovam que indivíduos ativos tem mais longevidade. O estudo mostra que essa
afirmação é mais associada com a mortalidade antecipada do que o prolongamento
propriamente dito.
Portanto, o aumento de carga de exercícios pode ser importante, tanto na
prevenção como no tratamento da obesidade. Em se tratando do processo de perda
de peso ponderal, torna-se eficientemente mais favorecido quando os dois tipos de
exercícios, aeróbios e anaeróbios, são utilizados em conjunto, neste sentido, um
minimiza as 17 pequenas deficiências do outro (em relação ao metabolismo de
gordura), e os resultados são substancialmente melhores. (FARINATTI 1992).
Para uma perda de peso a longo prazo, Bouchard (2003) diz que deve ter
participação regular em programas de exercícios físicos. Por fim, para o tratamento
da obesidade deve haver o aumento da prática de exercícios, atuando não só como
tratamento, mas também da prevenção.
20

2 METODOLOGIA

2.1 Linha e tipo de pesquisa

Este estudo foi realizado e produzido dentro da linha de pesquisa em Ciências


do Esporte e Saúde, onde os

objetos de estudo configuram-se em temáticas relacionadas com o


treinamento corporal e as suas diferentes possibilidades, sobretudo, o
esporte, a relação com a saúde, o desenvolvimento do fitness e wellness, as
atividades relacionadas aos diferentes grupos portadores de necessidades
especiais, assim como, o desenvolvimento motor nas diversas faixas etárias
e as influências biopsicossociais sobre as pessoas que não praticam
exercícios (NEPEF, 2014, p. 9).

O estudo em questão se classifica como uma pesquisa bibliográfica, que


segundo Oliveira (2007) é o estudo e análise de documentos de competência científica
tais como livros, periódicos, enciclopédias, ensaios críticos, dicionários e artigos
científicos, tendo como a finalidade primordial possibilitar aos pesquisadores a relação
direta com obras, artigos ou documentos que discutam o tema em estudo.

2.2 Procedimentos e técnicas

O estudo foi realizado a partir da busca de livros, artigos científicos,


dissertações e teses. A coleta dos materiais foi feita online e por uso de plataformas
científicas, banco de dados, repositórios e sites de entidades.
Foram utilizadas como fontes de pesquisas para a coleta de dados as bases
de dados eletrônicas da Scientific Electronic Library Online (SciELO), US National
Library of Medicine National Institutes of Health (PubMed), Google Acadêmico e Portal
de Periódicos da CAPES, buscando por materiais cientificamente qualificados para
realizar o estudo.
A seleção dos estudos foi feita mediante produções científicas que abordam
acerca da relação da atividade física e do sobrepeso e obesidade em crianças e
adolescentes.
A busca foi feita partindo das palavras-chave: atividade física, crianças,
adolescentes, sobrepeso e obesidade. Foram selecionados estudos com período de
publicação de até os últimos 5 anos, porém, foram também considerados estudos de
21

grande cunho científico publicados anteriores ao período estimado. Neste estudo,


foram aceitos materiais publicados nos idiomas português e inglês, utilizando recursos
de tradução para o idioma estrangeiro (ferramenta online do Google Tradutor).

2.3 Forma de análise

A partir dos filtros e bases de dados informados, foi feito primeiramente uma
leitura dos títulos, seguida dos resumos para selecionar os estudos. Posteriormente
foi feita uma leitura do estudo na íntegra com análise crítica acerca da pertinência das
produções científicas e sua relação com o objeto de estudo em questão. As produções
relacionadas ao tema foram aproveitadas, sendo as demais descartadas.
22

3 ANÁLISE E DISCUSSÃO

3.1 Contribuições da atividade física

Segundo Tavares et al. (2010) as causas da obesidade são multifatoriais,


porém, de acordo com Kolotkin et al. (2001), na maior parte dos casos, a obesidade
está relacionada com o excesso da ingestão calórica, juntamente com o sedentarismo.
Em contrapartida, Bar-Or (1993) coloca que o sobrepeso e a obesidade nas crianças
estão mais associados ao sedentarismo do que o excesso de ingestão calórica, e
mostra que inicialmente o papel da atividade física deve ser de direcionamentos para
diminuir o sedentarismo.
Para Lazzoli et al. (1998), o propósito primordial da atividade física nas
crianças e adolescentes é provocar hábitos e desejo pela atividade física e não
objetivando desempenho, incluindo-a no dia a dia, de modo prazeroso. Diante disto,
Dougal et al. (2015) afirmaram em seus estudos que os hábitos aprendidos na infância
e adolescência seguem até a idade adulta. Por isso, doenças crônicas podem iniciar
e desenvolver no decorrer da infância e adolescência. Desta maneira, para melhoria
da saúde desses indivíduos, é necessário proporcionar condutas saudáveis desde
cedo. Essas condutas saudáveis são determinantes para a saúde, e mudanças
positivas são capazes de sensibilizar os resultados gerais da saúde (DOUGAL et al.,
2015).
Diante disto, a Organização Mundial da Saúde (OMS), afirma que a atividade
física, aliada a mudança de comportamento e dieta, são vistos como a melhor forma
de intervenção (OMS, 2015). Além disso, a intervenção de atividade física com
supervisão, traz efeitos benéficos no IMC de adolescentes (RUOTSALAINEN et al.,
2015). Blair e Brodney (1999) reafirma que existem várias evidências de que a prática
regular de atividades físicas contribui no controle e manutenção do peso corporal.
Já para uma redução de massa corporal a longo prazo, Bouchard (2003) diz
que se deve ter participação regular em programas de exercícios físicos. Por fim, para
o tratamento da obesidade, deve haver o aumento da prática de exercícios, atuando
não só como tratamento, mas também da prevenção.
23

3.2 Importância do diagnóstico

De acordo com Balaban e Silva (2001), quando se tem obesidade na infância


e adolescência, tem grande tendência dessa se manter para a idade adulta. Diante
disto, para que se tenha um prognóstico positivo, se faz necessário o diagnóstico
precoce de crianças com alto risco de desenvolver a obesidade, pois conforme mais
idade e maior for o excesso de peso corporal, será mais difícil o controle da obesidade,
em razão dos hábitos alimentares aprendidos e as alterações metabólicas situadas.
Geralmente, as crianças tem como único local de realização de atividade
física, as aulas de educação física na escola, que apesar de serem praticadas
habitualmente duas vezes por semana, tem grande valor, servindo como fonte não só
de informações sobre a obesidade, mas também como direcionamentos para
prevenção da mesma, que são conteúdos indicados pelos Parâmetros Curriculares
Nacionais para o Ensino Médio (PCNEM) (BRASIL, 2000) e também estabelecidos
pelos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental (PCN’s)
(BRASIL, 1997; 1998a).
Para a identificação precoce, encontram-se diversos métodos de diagnóstico
para classificação do indivíduo com sobrepeso ou obesidade. Mais comumente,
utiliza-se o índice de massa corporal (IMC = peso/estatura²) e a medida da dobra
cutânea do tríceps (DCT). Em vista disso, o professor de educação física deve
procurar o método mais viável para aplicar dentro do âmbito escolar, de acordo com
a realidade em que está inserido, pois com o diagnóstico precoce, se torna mais
simples o tratamento da doença (MELLO; LUFT; MEYER, 2014).
A antropometria é vista como um método muito importante para o diagnóstico,
pois proporciona estimativa da prevalência das alterações nutricionais. Ainda que a
avaliação antropométrica seja restringida à massa corporal e a estatura, apresenta
imenso valor no diagnóstico nutricional da criança e adolescente, pois sua execução
é simples e acessível, considerando a objetividade da medida (WHO, 1986, 1995;
DOUEK; LEONE, 1995).
Must, Dallal e Dietz (1991) apresentam outro método de diagnóstico da
condição nutricional, que é o de distribuição do percentil para o IMC. Baseado no
cálculo do IMC, são usados os pontos que os autores indicam, sendo classificadas
com sobrepeso as crianças com o percentil de 85 a 95, e com obesidade as com IMC
acima do percentil 95.
24

Em seu estudo, Araújo, Brito e Silva (2010) apresentam que a educação física
escolar tem uma função significativa no trato da obesidade, pois é com a atividade
física planejada, aliada a hábitos alimentares saudáveis, que é possível minimizar a
patologia. Diante disso, Lazzoli et al. (1998) colocam que é nas aulas de educação
física na escola que as crianças devem construir uma conexão significativa com a
atividade física.
Dessa forma, a educação física deve desenvolver os conteúdos tratando
também das questões biológicas, não só questões sócio-histórico-culturais, pois
muitos estudantes apresentam situações de obesidade, diabetes, hipertensão arterial,
e outras, por não praticarem a atividade física de forma suficiente () (BRASIL-PCNEM,
2000).
Em vista disso, Mello, Luft e Meyer (2004) afirmam que o professor deve
apresentar atividades que sejam inclusivas, de caráter lúdico e motivantes,
possibilitando o gasto calórico e salientando o valor da atividade física diante das
doenças, enfatizando o aspecto preventivo.
25

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A obesidade em crianças e adolesces tem crescido demasiadamente, devido


principalmente ao sedentarismo e a alta ingestão calórica, entre outros fatores, pelo
acúmulo da população nos meios urbanos, reduzindo os esforços físicos diários,
fazendo com que se gaste menos energia.
São vários os riscos associados ao sobrepeso e a obesidade, como
problemas psicológicos, diabetes Mellitus tipo 2, hipertensão arterial, doenças
cardiovasculares, entre outros. Para prevenir e reverter a situação, são necessárias
mudanças no estilo de vida, abandonando o sedentarismo e hábitos alimentares
prejudiciais e implementando um estilo de vida mais ativo e saudável.
A escola é uma entidade de grande valor, pois nas aulas de educação física
as crianças e os adolescentes podem criar uma ligação importante com a atividade
física e o estilo de vida saudável, sendo o local onde se deve realizar o diagnóstico
precoce do sobrepeso e obesidade, por intermédio das ações do professor de
educação física. O professor deve levar informações sobre o sobrepeso e obesidade,
suas consequências para a saúde e direcionamentos para a prevenção destas,
enfatizando os prejuízos à saúde dos maus hábitos alimentares e mostrando sempre
o valor da atividade física.
Por fim, é válido destacar que, para que se tenha resultados notórios, é
importante que a prática do exercício físico seja orientada e bem estruturada. Só desta
forma será capaz de provocar hábitos e desejo pela atividade física e não visando o
desempenho, sendo ela lúdica e prazerosa, proporcionando a socialização e inclusão,
colaborando na prevenção e tratamento de outras patologias.
26

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