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UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ - UNOPAR

CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO

SEDENTARISMO E OBESIDADE EM ADOLESCENTES BRASILEIROS COMO


REFLEXOS DA PANDEMIA COVID-19

ROBSON AZEVEDO COSTA OLIVEIRA

ARACAJU-SE
2022
ROBSON AZEVEDO COSTA OLIVEIRA

SEDENTARISMO E OBESIDADE EM ADOLESCENTES BRASILEIROS COMO


REFLEXOS DA PANDEMIA COVID-19

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como


requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel
em Educação Física Bacharelado.

Orientador: Prof. Bruno José Frederico Pimenta

ARACAJU-SE
2022
Dedico este trabalho a minha família, em nome de minha mãe,
a senhora Elda Costa de Souza Azevedo, exemplo de
resiliência que com carinho, dedicação e amor me ensinou o
caminho da justiça e foi fundamental na minha formação de
valores. A minha esposa, Maiara Bonfim, pelo incentivo diário e
compreensão nos momentos que precisei ficar ausente. E aos
amigos que estão sempre me dando forças para seguir firme
numa caminhada que não deve parar por aqui.
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por me conceder a coragem, força e


persistência para continuar dando saltos maiores em minha carreira profissional;
Aos familiares e amigos por todo apoio indispensável;
Ao Prof. Bruno José Frederico Pimenta, meu orientador que acompanhou as
etapas para conclusão deste trabalho;
À Profª Rita de Cássia Cardoso dos Santos que me ensinou como a atuação
docente pode impactar positivamente na vida dos estudantes, tornando-se
referência pessoal e profissional para mim;
À Profª Hilanna Mayara Lessa Silva, que com toda simplicidade,
tranquilidade, responsabilidade, carinho e atenção contribuiu significativamente para
meu crescimento pessoal e profissional.
Ao Prof. Alan Bruno Silva Vasconcelos, exímio profissional que levarei em
meu coração como referência pessoal e profissional;
E a todos os mestres que estiveram nos caminhos percorridos desde a
alfabetização até hoje por terem sido extremamente importantes na minha evolução
em cada etapa de ensino que antecedeu o Ensino Superior.
OLIVEIRA, Robson Azevedo Costa. Sedentarismo e obesidade em adolescentes
brasileiros como reflexos da pandemia COVID-19. 2022; 41 f. Trabalho de
Conclusão de Curso (Graduação em Educação Física Bacharelado). Universidade
Norte do Paraná – UNOPAR, Aracaju, 2022.

RESUMO

O presente trabalho de conclusão de curso analisará os efeitos ocasionados pela


COVID-19 na saúde de adolescentes brasileiros, pesquisando na literatura, a
relação entre o isolamento social, sedentarismo e o aumento da obesidade na
população jovem no Brasil, com destaque para as contribuições das atividades
físicas na melhoria da saúde do adolescente. O tema se justifica em virtude do
aumento da obesidade em adolescente decorrente da Pandemia COVID-19. Por
essa razão, buscar-se-á investigar: Quais os reflexos da Pandemia COVID-19 na
saúde dos adolescentes brasileiros? E, visando responder esse questionamento, o
objetivo desse estudo será examinar, a partir da produção acadêmica nacional, no
período de 2020 a 2021, os fatores associados à ocorrência da obesidade em jovens
brasileiros em virtude da Pandemia COVID-19, destacando as estratégias de
intervenções, no campo da Educação Física, para reduzir os riscos cardiovasculares
e metabólicos e aumentar os níveis de aptidão cardiorrespiratória em jovens
brasileiros. O procedimento metodológico utilizado será a revisão bibliográfica, nas
bases de dados Scientific Eletronic Library Online (SCielo), PubMed e Science
Direct. Como resultado, espera-se encontrar, nas evidências científicas, elementos
que determinam o comportamento da aptidão cardiorrespiratória em adolescentes
sedentários brasileiros, bem como os fatores associados à ocorrência da limitação
funcional cardiorrespiratória nesses adolescentes, suas principais complicações e as
estratégias terapêuticas, com foco na atividade física, indicadas na literatura para o
enfrentamento da obesidade na adolescência. Em conclusão, destaca-se a
importância de estratégias para minimização dos efeitos adversos da pandemia
COVID-19, sobretudo, na melhoria da qualidade de vida dos adolescentes
sedentários, contribuindo na redução do seu peso, combatendo a obesidade e
outros distúrbios cardiometabólicos, atuando de modo positivo na melhoria da saúde
mental e na função imunológica.

Palavras-chave: Adolescentes. Atividades Físicas. COVID-19. Obesidade.


Sedentarismo.
OLIVEIRA, Robson Azevedo Costa. Sedentary lifestyle and obesity in Brazilian
adolescents as reflexes of the COVID-19 pandemic. 2022, 41 f. Trabalho de
Conclusão de Curso (Graduação em Educação Física Bacharelado). Universidade
Norte do Paraná – UNOPAR, Aracaju, 2022.

ABSTRACT

The theme will aim to analyze the effects caused by COVID-19 on the health of
Brazilian adolescents, researching in the literature, the relationship between social
isolation, sedentary lifestyle and the increase in obesity in the young population in
Brazil, with emphasis on the contributions of physical activities in improving of
adolescent health. The theme is justified due to the increase in obesity in
adolescents resulting from the COVID-19 Pandemic. For this reason, we will seek to
investigate: What are the reflexes of the COVID-19 Pandemic on the health of
Brazilian adolescents? And, in order to answer this question, the objective of this
study will be to examine, from the national academic production, in the period from
2020 to 2021, the factors associated with the occurrence of obesity in young
Brazilians due to the COVID-19 Pandemic, highlighting the strategies of
interventions, in the field of Physical Education, to reduce cardiovascular and
metabolic risks and increase levels of cardiorespiratory fitness in young Brazilians.
The methodological procedure used will be the literature review, in the Scientific
Electronic Library Online (SCielo), PubMed and Science Direct databases. As a
result, it is expected to find, in the scientific evidence, elements that determine the
behavior of cardiorespiratory fitness in sedentary Brazilian adolescents, as well as
the factors associated with the occurrence of cardiorespiratory functional limitation in
these adolescents, their main complications and therapeutic strategies, focusing on
physical activity, indicated in the literature for coping with obesity in adolescence. In
conclusion, the importance of strategies to minimize the adverse effects of the
COVID-19 pandemic is highlighted, especially in improving the quality of life of
sedentary adolescents, contributing to their weight reduction, fighting obesity and
other cardiometabolic disorders, acting in a positively in improving mental health and
immune function.

Keywords: Adolescents. Physical activities. COVID-19. Obesity. Sedentary lifestyle.


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

APCR Aptidão Cardiorrespiratória


DM Diabetes
FIOCRUZ Fundação Oswaldo Cruz
HAS Hipertensão Arterial Sistêmica
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
OMS Organização Mundial da Saúde
Q-PAF Questionário de Prontidão para Atividade Física
SARS Síndrome Respiratória Aguda Grave
SCielo Scientific Eletronic Library Online
VO2max Consumo Máximo de Oxigênio
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 09
2. JUSTIFICATIVA.....................................................................................................11
3. OBJETIVOS...........................................................................................................13
3.1 GERAL.............................................................................................................13
3.2 ESPECÍFICOS.................................................................................................13
4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA...................................................................................14
4.1 AUMENTO DA OBESIDADE EM JOVENS BRASILEIROS COMO REFLEXO
DA PANDEMIA COVID-19.........................................................................................14
4.2 LITERATURA ATUALIZADA SOBRE OS FATORES ASSOCIADOS À
OCORRÊNCIA DA OBESIDADE EM ADOLESCENTES BRASILEIROS EM
VIRTUDE DA PANDEMIA COVID-19........................................................................23
4.3 ESTRATÉGIAS NA ÁREA DE EDUCAÇÃO FÍSICAS PARA MELHORIA DA
SAÚDE DOS ADOLESCENTES EM TEMPO DE
PANDEMIA.................................................................................................................28
5. METODOLOGIA DA PESQUISA...........................................................................35
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO.............................................................................36
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................37
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 38
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1 INTRODUÇÃO

Atualmente, tem sido comuns temas, como COVID-19, vírus SARS-CoV-2,


Coronavírus, Quarentema, Isolamento e Distanciamento Social em virtude do novo
coronavírus (COVID-19), surgido em Wuhan, China, no final de 2019, que se
espalhou rapidamente para todas as províncias chinesas e alcançou mais de 180
países (GREVE et al., 2020).
Em 11 de março de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS)
reconheceu que a infecção por COVID-19 se tornou uma pandemia global. E, em
virtude dos índices elevados de contágio e seriedade da infecção, essa instituição
apelou aos governos mundiais para a adoção de estratégias urgentes, a fim de
conter a proliferação do vírus, através de planos de contingência (OMS, 2020).
No Brasil, a pandemia COVID-19 levou as autoridades governamentais,
conforme recomendação da OMS, a decretar estado de emergência e calamidade
pública, por meio de Portaria do Ministério da Saúde (nº 188/2020), frente aos
elevados e crescentes casos de pessoas infectadas pelo novo coronavírus e
números de mortes em todo país (BRASIL, 2020). Nesse cenário, estados e
municípios brasileiros estabeleceram medidas de restrições à população para a
contenção da pandemia, dentre elas: isolamento social, fechamento de
estabelecimentos não essenciais, como também o uso de máscaras, higienização
das mãos, entre outras ações (CUNHA et al., 2021).
As medidas tomadas pelos governos, mesmo sendo necessárias para o
controle do vírus, teve um efeito negativo na saúde da população. Pesquisas têm
revelado que o isolamento social contribuiu para o aumento dos índices da
obesidade, especialmente, em populações mais vulneráveis como crianças e
adolescentes, por estarem em fase de desenvolvimento (CUNHA et al., 2021;
SOUZA et al., 2020).
O sobrepeso e obesidade na população jovem têm se constituído importante
fator de preocupação na área de saúde pública, isso em decorrência do isolamento
social adotado pelos estados para prevenção do contágio pela COVID-19,
importantes alterações nos hábitos de vida nessa população têm sido observadas
(MALTA; SZWARCWALD, 2021); por exemplo, aumento na prática de
comportamentos de risco, com ênfase em alta prevalência de inatividade física,
hábitos alimentares pouco saudáveis, maior tempo em comportamento sedentário,
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especialmente tempo de tela, aumento no consumo de alimentos doces e


gordurosos (CUNHA et al., 2021; SILVEIRA, 2021).
Antes da pandemia as pesquisas desenvolvidas pelo IBGE já revelavam
percentuais elevados de obesos na população adulta no Brasil, com cerca de 26,8%
de obesos, sendo maior número entre as mulheres (BRASIL, 2019). E entre a faixa
etária de 18 anos ou mais a pesquisa contabilizou 60,3% da população, o que
correspondeu a 96 milhões de pessoas, sendo 62,6% mulheres e 57,5% homens
(BRASIL, 2019).
Sobre obesidade infanto juvenil, os resultados são aterrorizantes quando
comparado à população adulta. Dados da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)
contabilizou que uma em cada grupo de três crianças está com problema com o
peso, especificamente “16,33% das crianças brasileiras estão com sobrepeso;
9,38% com obesidade; e 5,22% com obesidade grave. Em relação aos
adolescentes, 18% apresentam sobrepeso; 9,53% são obesos; e 3,98% têm
obesidade grave” (LIMA, 2021, p. 3). Estimativas da OMS revela que em 2025 o
número de crianças e adolescentes obesos no mundo alcançará cerca de 75
milhões (OMS, 2020).
Frente a esse cenário, tornou-se necessária o aprofundamento sobre a
interface entre a Pandemia COVID-19 e o sedentarismo em adolescentes
brasileiros, tendo como questões centrais de pesquisa: Quais os reflexos da
pandemia COVID-19 na saúde dos adolescentes brasileiros? Como as atividades
físicas podem contribuir para melhoria da saúde dos adolescentes em tempo de
pandemia?
Inúmeras são as respostas aos questionamentos descritos. Contudo, é
relevante supor que, dentre as possíveis explicações, a revisão da literatura
mostrará estratégias para reverter essa situação e colaborar para a melhoria da
saúde da adolescência brasileira, de modo a combater a obesidade e outros
distúrbios cardiometabólicos entre a população jovem, atuando de modo positivo na
melhoria da saúde física, mental e imunológica.
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2 JUSTIFICATIVA

Este estudo evidenciará a importância das atividades físicas para uma vida
saudável, sobretudo na prevenção das doenças crônicas não transmissíveis
(DCNT). A literatura atualizada mostra que milhares de pessoas são acometidas
pelas DCNT, principalmente, diabetes e doenças cardiovasculares, com alta
incidência e prevalência no Brasil. E essas doenças vem associadas aos níveis
crescentes de inatividade, sobrepeso e de obesidade da população brasileira.
Diante desse cenário, entender como os adolescentes são acometidos pelo
sedentarismo possibilitará uma reflexão acerca dos fatores preditivos à ocorrência
da redução da capacidade cardiorrespiratória, investigando suas causas e
consequências, bem como as estratégias impactadas pela prática regular de
atividade física, o que contribuirá para um maior aprofundamento do tema.
Em virtude da Pandemia COVID-19 aumentou a obesidade e o sobrepeso na
população jovem brasileira, já que crianças, adolescentes e jovens passaram a ficar
menos dependentes de suas capacidades físicas, sobretudo, em suas atividades de
predominância física, como lazer e atividades educacionais cotidianas, resultando
em elevação do peso, obesidade e, consequentemente baixo nível de aptidão física
(CUNHA et al, 2021).
Estudos apontam que as crianças e os adolescentes, mesmo representando
um grupo menos afetado pelos sintomas da infecção por COVID-19, sofreu
seriamente com as medidas de contenção da pandemia, especialmente, com o
isolamento social, que ocasionou interrupção de várias atividades físicas cotidianas
que comprometeram seu desempenho físico e emocional (CUNHA et al., 2021;
ALMEIDA et al., 2020; FIOCRUZ, 2020).
Em consequência da obesidade em crianças e adolescentes, urge a
necessidade da prevenção e do tratamento, sugerindo alteração comportamental
social, escolar e familiar, que juntos propiciem uma vida mais saudável, com uma
alimentação de qualidade e atividade física preventiva para a população jovem
brasileira. É importante também a implementação de ações públicas que garantam o
acesso de todas as crianças e adolescentes e suas famílias a informações sobre os
fatores determinantes e as consequências da obesidade e as formas de controle da
doença (SUÑÉ et al., 2017).
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A escolha dessa temática foi motivada pelo interesse do pesquisador, que


tem observado à ocorrência de queixas entre profissionais que atuam na área d e
Educação Física, sobre o aumento de jovens obesos e sedentários em decorrência
da Pandemia COVID-19, e como estes jovens estão em riscos cardiovasculares e
metabólicos. Sendo assim, justificam-se à escolha do tema, por sua relevância
social e acadêmica, como tentativa de identificar os fatores preditivos, os efeitos e os
meios de minimizar ou evitar os baixos níveis de aptidão física durante a juventude,
pois estes estão associados à obesidade e doenças cardiovasculares na idade
adulta.
Desse modo, torna-se necessária o aprofundamento sobre a interface entre a
redução da capacidade cardiorrespiratória e o sedentarismo em adolescentes, na
literatura atualizada, como objeto central deste trabalho de conclusão de curso, a fim
de ampliar o conhecimento acadêmico sobre o tema.
Será evidenciado também que o sedentarismo vêm contribuindo para a
redução da qualidade de vida da população jovem, ocasionando outras
enfermidades decorrentes do caráter crônico-degenerativo das patologias
associadas à obesidade; e por isso, os estudos vem demonstrando as dificuldades
da adesão ao tratamento da obesidade, como também mostram as investigações
científicas os benefícios que a alimentação saudável e das atividades físicas trazem
para melhoria da saúde da população jovem, estes aspectos abrem espaços para
novas discussões no âmbito da saúde, com foco nas atividades físicas.
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3. OBJETIVOS

3.1 GERAL

Analisar, através da análise das publicações científicas entre os anos 2020-


2021, os efeitos ocasionados pela COVID-19 na saúde dos adolescentes brasileiros;

3.2 ESPECÍFICOS

• Verificar o aumento da obesidade em adolescentes brasileiros em virtude da


Pandemia COVID-19;
• Pesquisar a literatura atualizada os fatores associados à ocorrência da
obesidade em jovens brasileiros em virtude da Pandemia COVID-19;
• Descrever estratégias de intervenções, no campo da Educação Física, para
reduzir os riscos cardiovasculares e metabólicos e aumentar os níveis de
aptidão cardiorrespiratória em adolescentes brasileiros.
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4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

O arcabouço teórico desse estudo objetiva fazer uma revisão da literatura


sobre a pandemia COVID-19 e seus reflexos na saúde dos adolescentes brasileiros,
através de uma análise teórica e conceitual dos seguintes temas: 1) Aumento da
Obesidade em Adolescentes Brasileiros como Reflexo da COVID-19; 2) Literatura
Atualizada sobre os Fatores Associados à Ocorrência da Obesidade em
Adolescentes Brasileiros em Virtude da Pandemia Covid-19; 3) Estratégias na Área
da Educação Física para a Melhoria da Saúde dos Adolescentes Brasileiros em
Tempos de Pandemia; trazendo informações objetivas e didáticas por meio da
leitura de pesquisadores brasileiros no campo da Saúde, com vistas a facilitar o
entendimento e a assimilação do assunto abordado.

4.1 AUMENTO DA OBESIDADE EM ADOLESCENTES BRASILEIROS COMO


REFLEXO DA PANDEMIA COVID-19

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou que a obesidade é uma


epidemia global, de modo semelhante pesquisadores chamam a atenção não só
para a obesidade, como também o sobrepeso, pois ambos constituem fatores de
risco de várias doenças (BRASIL, 2014).
Por definição, a obesidade e sobrepeso, são quadros de um excesso de
gordura corporal, que leva a um aumento na frequência de doenças e,
consequentemente, na mortalidade. São consideradas patologias decorrentes de
fatores, como: maus hábitos alimentares, problemas emocionais e orgânicos, baixa
atividade física (CRUZ, 2018).
O sobrepeso é caracterizado como o excesso de peso corporal, ou seja, é
uma comparação entre o peso excedido, o peso normal ou padrão de uma pessoa,
com base em sua altura e composição física. Por sua vez, a obesidade (Tabela 1) é
conceituada como o Índice de Massa Corporal (IMC) superior a 30 kg/m2. Esse
índice é estabelecido dividindo-se o peso (em Kg) pela altura (em metro) elevada ao
quadrado (PONTES et al., 2019).
De acordo com valores do IMC, a obesidade pode ser dividida em três níveis:
grau I (30,0 kg/m2 – 34,9 kg/m2); grau II (35,5 kg/m2 – 39,9 kg/m2); e grau III - grave
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ou mórbida (maior ou igual a 40,0 kg/m2)), sendo o IMC do sobrepeso de 25 a 29,9


uma situação entre o peso normal e a obesidade (BRASIL, 2014).

Tabela 1: Classificação da Obesidade Segundo o Índice de Massa Corpórea


IMC CLASSIFICAÇÃO
Abaixo de 18,5 Abaixo do peso

18,5 – 24,9 Peso normal


25,0 – 29,9 Sobrepeso
30,0 – 34,9 Obesidade grau I
35,0 – 39,9 Obesidade grau II
40,0 e acima Obesidade grau III
Fonte: (BRASIL, 2014)

Silva et al., (2014) explica que é pela medida da circunferência abdominal que
é avaliada a adiposidade em homens e mulheres, sem a necessidade de ajustes
relacionados à estatura, cujos valores são: “circunferência absoluta (>102 cm para
homens e >88 cm para mulheres) e o índice cintura quadril (>0.9 para homens e
>0.85 para mulheres) são, ambos utilizados como medidas da obesidade central”
(BRASIL, 2014, p. 21).
Em síntese, uma pessoa obesa é definida pela quantidade de tecido adiposo
no corpo que compromete sua saúde física e psicológica, afetando sua expectativa
de vida (BUSATO et al., 2015). Por essa razão, a obesidade passou a é ser
considerada uma doença crônica de difícil manejo, apresentando uma complexidade
advinda da multiplicidade de fatores que abrange as influências metabólicas,
fisiológicas, comportamentais, sociais, celulares e moleculares (MALTA et al., 2017).
Pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE
(BRASIL/2014) revelou um aumento crescente da obesidade entre os brasileiros,
sendo observada, no período entre 1987 e 1997, uma elevação de 11% para 15%,
sendo maior no sudeste do país e menor no nordeste; e continuou a crescer, em
2008 e 2009, com percentuais de 12,4% entre os homens e 16,9% entre as
mulheres com mais de 20 anos; 4,0% dos homens e 5,9% das mulheres entre 10 e
19 anos e 16,6% dos meninos e 11,8% das meninas entre 5 a 9 anos.
E, ao longo das décadas, os brasileiros continuaram, cada vez mais, a
engordar e o número de obeso aumentou significativamente, como pode ser
observado na Figura 1.
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Figura 1- Evolução da Frequência de Excesso de Peso no Brasil

Fonte: (BRASIL, 2019).

O IBGE divulgou um percentual de 26,8% de obesos no Brasil, demonstrando


que o número dobrou nos últimos anos, ou seja, de 12,2% para 26,8%. Foi
observado também que a obesidade entre as mulheres subiu de 14,5% para 30,2%,
e entre os homens passou de 9,6% para 22,8% (BRASIL, 2019).
Outro dado revelado nessa pesquisa foi, a faixa etária da população obesa,
ou seja, uma em cada quatro pessoas de 18 anos ou mais anos de idade no Brasil
estava obesa, contabilizando 41 milhões de pessoas. Já o sobrepeso atingiu 60,3%
da população de 18 anos ou mais de idade, o que correspondeu a 96 milhões de
pessoas, sendo 62,6% das mulheres e 57,5% dos homens (BRASIL, 2019).
No mesmo vértice, os dados sobre obesidade infanto juvenil são tão
apavorantes quanto à população adulta, conforme vem demonstrando a OMS, com
a estimativa de que em 2025 o número de crianças e adolescentes obesos no
mundo alcançará cerca de 75 milhões. No Brasil, a população infanto juvenil tem
sido marcada pelo excesso de peso, como demonstrado na Figura 2:
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Figura 2 – Excesso de Peso em Crianças e Adolescentes no Brasil

Fonte: IBGE (2014).

Em estudos recentes, a Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) contabilizou que


uma em cada grupo de três crianças está com problema com o peso, “sendo que
16,33% das crianças brasileiras estão com sobrepeso; 9,38% com obesidade; e
5,22% com obesidade grave. Em relação aos adolescentes, 18% apresentam
sobrepeso; 9,53% são obesos; e 3,98% têm obesidade grave” (LIMA, 2021, p. 3).
Em virtude do exposto, a obesidade tornou-se um problema de saúde pública
no Brasil e no mundo (FERREIRA et al., 2020; MALTA et al., 2017). Pesquisadores
têm demonstrado a tendência crescente entre os jovens na redução de atividades
físicas, o que corrobora para um aumento das prevalências do comportamento físico
inativo na juventude brasileira (BRASIL, 2017). Logo, o que se depreende é que os
jovens sedentários, por gastarem pouco tempo em atividades físicas, tendem a
possuir menores níveis de aptidão física (SENHA, 2019; TAVARES et al., 2015).
Também é observável o aumento dos problemas associados ao crescimento
da obesidade, como a hipertensão arterial sistêmica (HAS), dislipidemias, diabetes
(DM), doenças cardiovasculares, apneia obstrutiva do sono, neoplasias, problemas
pulmonares (DUNCAN, 2020); bem como, pedras na vesícula; infecção de pele;
aumento de infecções e mortalidade após cirurgias, entre outras (MALTA et al.,
2017).
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Atualmente, a elevação da população obesa e com sobrepeso é um fato no


Brasil, alcança todas as faixas etárias, classe social e ambos os sexos (BRASIL,
2018). No caso específico da população jovem, Guedes e Mello (2021) realizaram
um estudo de revisão e metanálise que documentaram um percentual de 22 a 25%
dessa população apresentando excesso de peso corporal (sobrepeso + obesidade).
Os pesquisadores fizeram comparações com dados levantados em outros países e
verificaram que:

Esta taxa de prevalência da obesidade na juventude brasileira é


aproximadamente de duas a três vezes maiores que a identificada em
países da África (9,7%) e do sudeste asiático (8,1%); porém, inferior à
encontrada nos Estados Unidos (31%) e similar à relatada em alguns países
europeus como Portugal, Espanha, França, Inglaterra e Alemanha. Na
América Latina, uma revisão sistemática recente apontou prevalências
nacionais com binadas de sobrepeso e obesidade na população de 5 a 19
anos entre 16,6% e 36,9% (GUEDES; MELLO, 2021, p. 6).

Os dados expõem o crescimento da obesidade em crianças, adolescentes e


jovens, revelando a preocupação de especialistas de todo mundo. Em muitos
países, a obesidade constitui uma das causas principal de morte previsível. A esse
respeito Aratangy (2020) enfatiza que ela tem sido tratada como uma doença
crônica, que gera ou acelera o surgimento de outras patologias com elevada
mortalidade mesmo na população mais jovem.
Nesse entendimento, é importante destacar que bebês obesos, em geral,
tornam-se crianças, adolescentes também obesos e futuro adultos obesos, como
bem explicam Suñé et al., (2017, p. 1364):

As crianças obesas filhas de pais obesos têm maiores chances de


tornarem-se adultos obesos, devido a influências genéticas e também
devido aos hábitos adotados pela família. Além disso, alguns estudos têm
mostrado que o comportamento alimentar de adolescentes parece
apresentar elevado consumo de lipídeos. Quase 34% dos alunos de escolas
públicas e 39% dos alunos de escolas particulares apresentam consumo
elevado deste nutriente. Os longos períodos de sedentarismo também
podem ser responsabilizados pelo acúmulo de gordura corporal.

O que se constata é que a obesidade na infância tem como consequência à


possibilidade de sua manutenção na vida adulta, pelo fato da obesidade ter início
nessa fase da vida, momento em que costumes, práticas e valores são aprendidos e
internalizados.
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Vários são os fatores que contribuem para o aumento da prevalência da


obesidade na infância, Suñé et al., (2017, p. 1364) destacam a associação positiva:

[...] entre sobrepeso e horas de conduta sedentária, ou ainda não assistir à


televisão ou assistir menos de 2 horas por dia, comparado a quem assiste
por mais de 5 horas por dia, está associado positivamente à realização de
alguma atividade física de lazer. Outro fator que pode estar associado ao
aumento na prevalência de sobrepeso e obesidade é o nível de atividade
física diária realizada por crianças e adolescentes. Estudos apresentam
prevalências de sedentarismo em meninos e em meninas com idade entre
10 e 19 anos.

Pesquisas identificam também os efeitos da obesidade infanto juvenil com o


aumento das gorduras no sangue, doença arterial e aumento de infecções, entre
outras (GUEDES; MELLO, 2021).
Em síntese, os níveis crescentes de inatividade, sobrepeso e de obesidade
entre os jovens revelam uma situação preocupante para toda a sociedade, pois
aumentam as patologias associadas como diabetes, hipertensão, colesterol elevado
entre outras. E essa realidade piora a qualidade e expectativa de vida da população
e eleva os índices de mortalidade precoce (CUNHA et al., 2021).
Além dos problemas fisiopatológicos, a obesidade gera problemas
psicológicos como descreve Sichieri:

A partir dos 9 anos estas crianças sentem culpa e vergonha do seu corpo;
reduzindo a diminuição de sua autoestima, isolando-se da sociedade; e com
isto acabam comendo muito mais para compensar e combater a ansiedade,
ganhando muito mais peso. Todavia, a obesidade não é mais apenas um
problema estético, que incomoda por causa da "zoação" dos colegas. O
excesso de peso pode provocar o surgimento de vários problemas de saúde
como diabetes, problemas cardíacos e a má formação do esqueleto
(SICHIERI, 2019, p. 23).

Para reverter esse quadro, pesquisas reforçam a indicação de tratamentos,


incluindo as técnicas dirigidas a modificações no comportamento e estilo de vida,
com redução na ingestão calórica, aumento sobre o conhecimento nutricional e a
prática de atividade física.
Mesmo com a indicação de tratamento para a obesidade, nos últimos anos os
índices de sobrepeso e obesidade aumentaram na população jovem, principalmente,
em virtude da Pandemia COVID-19 (CUNHA et al, 2021; MALTA et al., 2017; CRUZ
et al., 2018), com a elevação do sedentarismo, ingestão de comida rápida e
altamente calórica e dieta irregular (MALTA et al., 2017; BRASIL, 2017).
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A infecção por COVID-19 é uma doença cruel atingiu milhares de pessoas


com percentuais elevados de mortes, o que levou a, OMS a declarar como uma
pandemia (PEDROSA et al., 2020). A situação pandêmica passou a exigir dos
governos em todo mundo, medidas urgentes para o controle da proliferação do vírus
e minimização das consequências ocasionadas por essa infecção, em virtude da alta
de taxa contaminação e danos adversos, agravados pela escassez de recursos
humanos, insumos de saúde e da logística hospitalar em vários países (CUNHA et
al., 2021).
O surgimento do novo Coronavírus ocorreu em dezembro de 2019, em
Wuhan, na China, onde foram notificados casos de pneumonia de etiologia
desconhecida. E, posteriormente, “descobriu-se que o causador da doença era um
vírus da família Coronaviridae, denominado Coronavírus 2 da Síndrome Respiratória
Aguda Grave (SARS-CoV-2), causador da doença por coronavírus 2019 (COVID-
19)”. (CUNHA et al. 2021, p. 12). Conforme Greve et al., (2020, p. 17), o novo
coronavírus possui com alto poder de disseminação e mortalidade, por sua evolução
rápida, que exige internação em decorrência da SARS.
A partir desse momento, a OMS apelou aos governos para a adoção de
estratégias urgentes, a fim de conter a proliferação do vírus, através de planos de
contingência (OMS, 2020). Todavia, apesar das recomendações da OMS para a
elaboração de planejamento e estratégias para enfrentamento de pandemias, a
maioria dos países não criaram seus planos de contingências (AVENI, 2020).
De modo global os sistemas de saúde não conseguiram abranger toda a
população, principalmente, os grupos vulneráveis que enfrentam maiores
dificuldades em receber assistência, sendo, portanto, os mais afetados
(MAZZAFERA et al., 2021).
No Brasil, o setor de suprimentos hospitalares esbarrou em vários obstáculos,
como destacados na literatura: falta de medicamentos e leitos, deficiência estrutural,
sobrecarga de atendimentos, falhas nas instalações e equipamentos, infraestrutura
tecnológica deficiente, ausência de preparo técnico, de informação por parte de
alguns profissionais, demora no atendimento e diagnóstico, entre outros
(MAZZAFERA et al., 2021). E como destacado por Aveni (2020, p.477), a crise da
COVID-19 revelou as fraquezas dos sistemas de saúde, sobretudo, “a falta de
respostas rápidas, as falhas de mercado na economia da saúde, a falta de
planejamento, de previsões e de análise de risco”.
21

Diante desse cenário pandêmico, os governos passaram a estabelecer


medidas de restrições às sociedades para a contenção do novo vírus, sendo as
principais, distanciamento social, lockdown (confinamento), toque de recolher,
restrições de atividades consideradas não essenciais (PEDROSA et al., 2020).

Na tentativa de conter o avanço do vírus, os países determinaram uma série


de medidas restritivas à população, pautadas basicamente no isolamento e
distanciamento social, com o fechamento compulsório de estabelecimentos
com atividades não essenciais, fechamento de escolas, clubes, fronteiras,
cancelamento de eventos e contratos em geral, milhões de pessoas foram
impossibilitadas de exercerem suas atividades laborais, pessoais e sociais
(BAHIA et al., 2020, p. 23).

Portanto, foram determinadas medidas sanitárias e de isolamento social, em


virtude dos elevados casos de infectados e mortos. Tratou-se de um momento
notoriamente importante, em virtude das repercussões nos vários âmbitos da vida
das pessoas, sobretudo, na saúde da população, sem comparação na história
brasileira recente.
Cunha et al., (2021) fazem uma análise, a partir de várias pesquisas, para
evidenciar os impactos causados pelas medidas adotadas para conter a pandemia,
a saber:

As medidas provocaram impactos em toda sociedade, tanto em sua vida


cotidiana, como, de um ponto de vista mais abrangente, em sua saúde
física e mental. Nesse sentido, o confinamento provocou sintomatologias
insônia, irritabilidade, exaustão emocional e outros problemas de saúde,
sobretudo, nos grupos mais vulneráveis, pois são os que mais enfrentam
dificuldades em receber assistência e sobreviver às intempéries geradas
pela pandemia.

Os autores acrescentam ainda que esses impactos não preservaram a


população infanto juvenil, senda severamente afetada pelas restrições da pandemia
de COVID-19, como também, por serem mais vulneráveis, em face do processo de
crescimento e desenvolvimento.
Almeida et al., (2020) destacam que mesmo o isolamento social sendo
fundamental para redução do contágio do vírus, muito adolescentes enfrentaram
uma situação de risco acrescido de distúrbios cardiometabólicos, em decorrência do
“sedentarismo, advindo do uso excessivo da internet, o número de adolescentes que
desenvolveram obesidade recrudesceu consideravelmente, gerados por esse
isolamento social” (p. 547).
Em virtude do isolamento social, diversas atividades direcionadas à juventude
22

e a infância brasileira foram cessadas, como: “interrupção de relações sociais e


atividades físicas, resultando em alterações de hábitos alimentares e do ritmo
circadiano. Logo, o isolamento e as restrições se tornaram um grande desafio para
essa população” (CUNHA et al., 2021, p.3).
A esse respeito Pitanga et al., (2020) comentam que as atividades físicas em
ambientes abertos e/ou fechados foram proibidas para conter o avanço do vírus e
disseminação da doença, resultando em:

Todas essas medidas fizeram com que a população brasileira passasse a


ter dificuldades para a prática de atividade física. Assim, estamos diante de
um quadro onde a pandemia de COVID-19 pode contribuir de forma
significativa na maximização da pandemia da inatividade física e da
obesidade. Na esteira desta discussão, pode-se citar estudos que afirmam
que a inatividade física, também considerada uma pandemia, é um grave
problema de saúde pública responsável por mais de 3 milhões de mortes
por ano, ao redor do mundo. Estima-se que 1/3 da população mundial com
idade acima de 15 anos não cumpra a recomendação da Organização
Mundial de Saúde (OMS) de fazer pelo menos 150 minutos de atividade
física por semana (PITANGA et al., 2020, p. 1).

Corroborando com Pitanga et al., (2020) outras pesquisas revelam que, além
da inatividade física, o isolamento social inclinou as pessoas a uma alimentação
menos saudável, através do consumo excessivo de alimentos gordurosos,
industrializados, carboidratos, elevado consumo de sal e açúcares, que colaborou
para problemas de saúde, elevou as chances do desenvolvimento da obesidade e
outras doenças (FIGUEIREDO, et al., 2020).
Portanto, devido à pandemia, adolescentes foram proibidos de praticar
exercícios e/ou atividades de lazer fora de casa. Isso ocasionou maior tempo de tela,
ou seja, os jovens foram expostos à tela de computadores e celulares com grande
intensidade. Com isso, “alguns fatores negativos foram constatados, como aumento
do consumo de comidas não saudáveis, diminuição dos exercícios físicos, aumento
de problemas físicos e prejuízo no aprendizado” (FIGUEIREDO et al., 2020, p. 106).
O que se depreende na literatura atualizada é que o sedentarismo em
adolescentes brasileiros foi agravado pelo aumento de tempo de tela, pelo
fechamento das escolas e ambientes de lazer, como também adoção de uma
alimentação pouco saudável, o que constituiu em desvantagem para a saúde da
população jovem brasileira, associando-se muitas vezes com os já existentes
desvios ponderais, desenvolvimento de deficiências nutricionais múltiplas ou
específicas e sedentarismo (CUNHA et al., 2021).
23

Em virtude do exposto, faz sentido analisar o tema envolvendo COVID-19,


saúde, sedentarismo e adolescência no Brasil, por remeter outra temática de
extrema importância para a qualidade de vida da juventude brasileira, a obesidade,
que, como visto anteriormente, vem sendo considerada uma epidemia e um
problema de saúde pública em escala global que se agravou na pandemia COVID-
19.
A obesidade gera prejuízo no estado geral na adolescência, incluindo
problemas psicológicos e sociais, além de várias comorbidades, como o
aparecimento de inúmeras doenças crônicas, como também elevação da
morbimortalidade (GUEDES; MELLO; 2021). Sendo assim, é imprescindível
estabelecer “estratégias para a manutenção da prática de atividade física entre os
jovens, como consequente forma de enfrentamento da obesidade durante a
pandemia do COVID-19 e dos seus riscos” (PITANGA et al., 2020, p. 3).
Se o adolescente com sobrepeso não mudar seus hábitos alimentares e não
incluir algum tipo de atividade física em sua rotina, poderá tornar-se obeso na fase
adulta e, assim, aumentar os riscos de morte, devido às doenças decorrentes da
obesidade. Por essa razão, urge a necessidade de desenvolver medidas que
possam combater à obesidade e seus efeitos nocivos, sobretudo por funcionar como
fator etiológico ou agravante de diversas outras doenças, tem se tornado premente
nessa faixa etária.
Portanto, para reverter esse quadro, pesquisas reforçam a indicação de
tratamentos, incluindo as técnicas dirigidas a modificações no comportamento e
estilo de vida, com redução na ingestão calórica, aumento sobre o conhecimento
nutricional e a prática de atividade física.

4.2 LITERATURA ATUALIZADA SOBRE OS FATORES ASSOCIADOS À


OCORRÊNCIA DA OBESIDADE EM ADOLESCENTES BRASILEIROS EM
VIRTUDE DA PANDEMIA COVID-19

Nesta seção são apresentadas as pesquisas que têm relação com o tema do
trabalho em tela, com o objetivo foi mostrar a relevância do assunto abordado na
literatura atual.
No processo de investigação bibliográfica foram capturadas publicações
científicas nas bases de dados Scientific Eletronic Library Online (SCielo), PubMed e
24

Science Direct, incluindo artigos entre 2020 e 2021, todos em português, a partir dos
descritores: Adolescentes; Atividades Físicas; COVID-19; Obesidade e
Sedentarismo. A alternativa em usar esses suportes de dados ocorreu devido à
facilidade em realizar pesquisas mais eficaz, atualizada, fundamentada e segura.
A amostra para análise compreendeu 10 (dez) artigos, número relativamente
pequeno, para o período de quase dois anos (2020 a 2021), mas justificável, quando
se constata na literatura científica brasileira que a temática o sedentarismo e a
obesidade como reflexos da Pandemia COVID-19 em adolescentes, apesar de sua
atualidade, relevância social e acadêmica, ainda possui um número reduzido de
publicações no país, por trata-se de um tema recente, não só no Brasil como no
mundo (SILVEIRA, 2021). Segundo Malta e Szwarcwald (2021) ainda são escassos
os estudos sobre os impactos da Pandemia COVID-19 na vida dos jovens,
adolescentes e das crianças brasileiras, em virtude da atualidade do tema e vivência
do evento pandêmico.
A Tabela 2 apresenta as publicações consultadas, sendo possível identificar:
os autores, o ano de publicação, o título, o método de pesquisa aplicado e os
principais resultados, tendo como parâmetro o tema “O sedentarismo e obesidade
com reflexos da Pandemia COVID-19 em adolescentes brasileiros” nas publicações
nacionais.

Tabela 2 - Resultados das buscas em periódicos nacionais dentro dos critérios


estabelecidos.
Autor (es) Título Método Resultados
Ano
PITANGA et al. Inatividade física, Pesquisa O aumento dos níveis de atividade física na
(2020) obesidade e bibliográfica população pode ajudar a combater a
COVID-19: obesidade e outros distúrbios
perspectivas cardiometabólicos, além de melhorar a saúde
entre múltiplas mental e a função imunológica, e,
pandemias. consequentemente nos preparar melhor, tanto
para a atual pandemia de COVID-19, quanto
para outras futuras pandemias com
características similares.

GONZAGA et Pandemia de Pesquisa Estudos prévios mostraram a importância da


al. (2020) COVID-19 e o bibliográfica realização de atividades físicas durante o
sedentarismo período de pandemia, mas com intensidade de
no máximo moderada, preferencialmente em
lugares abertos ou até dentro de casa e
diminuir o período sentado ou deitado durante
o dia.
25

SOUSA et al. A pandemia de Pesquisa As modificações nos hábitos de vida no que


(2020) COVID-19 e suas bibliográfica tange à restrição de atividades, alterações da
repercussões na dinâmica alimentar e aumento do tempo de
epidemia da utilização de eletrônicos, contribuem para um
obesidade de balanço energético positivo e,
crianças e consequentemente, para maior possibilidade
adolescentes. de surgimento ou agravamento de sobrepeso
e obesidade em crianças e adolescentes.

TAVARES et al. Inatividade física Estudo As atividades físicas realizadas no âmbito do


(2020) no lazer durante a descritivo. lazer no período da infância e adolescência
pandemia da podem influenciar na manutenção da prática
COVID-19 em mesmo em situações adversas, como o
universitários de distanciamento social ocasionado pela
Minas Gerais. pandemia de COVID-19.

FLORÊNCIO Isolamento social: Pesquisa O isolamento social pode diminuir de forma


JÚNIOR, consequências bibliográfica profunda os níveis de atividade física e
PAIANO, físicas e mentais aumentar os níveis de comportamento
COSTA da inatividade sedentário em jovens que estão sem aulas
(2020) física em crianças presenciais neste momento. Tudo isso
e adolescentes. aumenta o risco de ganho de peso, obesidade,
ansiedade, depressão e até modificações na
estrutura cerebral dessa população.

MALTA; A pandemia de Estudo Os resultados apontam mudanças nos estilos


SZWARCWALD COVID-19 e transversal. de vida dos adolescentes e aumento de
(2021) mudanças nos comportamentos de risco à saúde.
estilos de vida
dos adolescentes
brasileiros.

SILVEIRA Estilo de vida em Estudo de Identificou-se que os jovens universitários do


(2021) universitários do corte sul do Brasil apresentam um perfil de estilo de
sul do Brasil e a transversal, vida com a presença de comportamentos
influência da de nocivos à saúde, destacando-se,
pandemia da abordagem especialmente, alta prevalência de prática
COVID-19. quantitativa e insuficiente de atividade física, hábitos
objetivos alimentares não saudáveis e dificuldades com
descritivo- sono, em lidar com o estresse e de relaxar no
comparativos tempo livre.

MAZZAFERA Hábitos digitais Estudo Os resultados indicaram que a maioria dos


et al. (2021) de alunos do descritivo alunos reconhece o impacto em seus hábitos
ensino superior digitais, de estudo e lúdicos. Houve aumento
no período da do tempo de conexão nos hábitos digitais e
Pandemia de predomínio da ideia de ludicidade relacionada
COVID-19. a jogo.

CUNHA et al. O impacto da Revisão O cotidiano das crianças e adolescentes foi


(2021) pandemia de narrativa. significativamente afetado com a pandemia da
COVID-19 na COVID-19, devido a problemas financeiros e
saúde mental e de saúde enfrentado por familiares. Nesse
física de crianças sentido, é de suma importância atentar-se à tal
e adolescentes. população nesse momento tão delicado, a fim
de amenizar os impactos da pandemia em
suas vidas.
26

BIROLINI Os reflexos Estudo Os estudos que investigam as


(2021) negativos do descritivo e consequências do isolamento social para a
isolamento social reflexivo, por saúde mental infanto-juvenil enfatizam o
na saúde mental meio de estresse, a depressão e a ansiedade como
infanto-juvenil. revisão da os principais aspectos negativos vividos por
literatura. crianças e adolescentes, independente do
motivo que levou a tal condição, seja por
alguma doença ou transtorno, condição
material, física ou mental, ou ainda por
regras legais da pandemia
Fonte: Elaborado pelo autor (2021)

Nos estudos nacionais analisados, publicados no período pandêmico COVID-


19 (2020 a 2021), observou-se uma correlação entre os baixos níveis de aptidão
física e os hábitos sedentários em adolescentes e jovens brasileiros.
Essa constatação decorre das mudanças comportamentais como reflexo do
isolamento social que contribuíram para o aumento do sedentarismo e, isso, tem
repercutido na qualidade da zona saudável de capacidade aeróbica da população
brasileira, sobretudo, entre os adolescentes e jovens, pois foram afetaram
diretamente pelo isolamento social (TAVARES et al., 2020).
Malta e Szwarawald (2021) corroboram com os resultados encontrados por
Tavares et al., (2020), demonstrando a preocupação da comunidade científica sobre
a associação entre os baixos níveis de aptidão física, sedentarismo e as doenças
cardiovasculares em adolescentes. Alguns estudos atribuem essa situação
pandêmica que instituiu o isolamento social, ou seja, o estilo de vida sedentário,
decorrente de maior tempo de tela, que eleva a prevalência do sedentarismo
(SOUSA et al., 2020; GONZAGA et al., 2020; TAVARES et al., 2020).
O tempo de tela (do inglês screen time) é considerado, na literatura, como
sendo a medida do tempo que os adolescentes gastam diariamente em atividades
de baixo gasto energético, tais como: “assistir televisão, jogar videogame, usar o
computador e outras atividades similares, sendo essa medida a forma mais
empregada para avaliar o comportamento sedentário em estudos com adolescentes”
(SOUSA et al., 2020, p. 37).
O estudo desenvolvido por Pitanga et al., (2020, p. 18) revelou que a
pandemia acentuou “a inatividade física, também considerada uma pandemia, é um
grave problema de saúde pública responsável por mais de 3 milhões de mortes por
ano, ao redor do mundo”.
27

Portanto, o estilo de vida sedentária não afetou apenas a população adulta,


nos dois últimos anos, a inatividade física decorrente do isolamento social tornou-se
mais frequente em crianças, adolescentes e jovens, tal fato foi mais intensificado
pela paralisação das aulas, fechamento de ambientes destinados à prática da
atividade física, orientação para permanecer em casa, fatores que reduziram as
possibilidades de prática de atividade física, ocasionando o aumento do
sedentarismo e consequentemente da obesidade (PITANGA et al., 2020; SILVEIRA,
2021).
Por consequência, o aumento do número de adolescentes com obesidade e
sobrepeso pode implicar em várias complicações de saúde, já que estes podem ser
acometidos por diversas enfermidades (GONZAGA et al., 2020). Contudo, os jovens
que recebem tratamento apropriado, tendem a melhorar substancialmente a
qualidade de vida e atenuar os eventos das complicações de saúde (SOUZA et al.,
2020). Pensando nisso, estratégias para aumentar os níveis de atividades físicas de
adolescentes e jovens devem ser prioritárias, com a inclusão de atividades como
caminhar ou pedalar, para prevenir o desenvolvimento de problemas
cardiovasculares, pois a criação de bons hábitos nesta fase da vida frequentemente
permanece na vida adulta (OMS, 2020).
Como demonstrando em estudos, a prática regular de atividade física
proporciona melhora dos níveis de aptidão cardiorrespiratória em jovens, e
consequentemente, melhora a capacidade cardiovascular, previne as doenças
cardiovasculares e reduz a comorbidade e mortalidade infanto juvenil. Já que os
jovens sedentários que gastam pouco tempo em atividades físicas, tendem a possuir
menores níveis de aptidão cardiorrespiratória (SOUSA et al., 2020).

A prática de atividade física regular é importante para manutenção do peso


adequado em adolescentes, além de proporcionar benefícios para a
cognição. Interessantemente, uma única sessão de exercícios físicos pode
gerar efeitos positivos sobre funções cognitivas importantes, assim como,
quando realizados cronicamente, pode promover adaptações em estruturas
cerebrais e na plasticidade sináptica, importantes para a cognição
(FLORÊNCIO JÚNIOR; PAIANO; COSTA et al., 2020, p. 18).

Nesse sentido, a educação física tem grande relevância na efetivação de


uma saúde de qualidade, uma vez que sendo deficiente ocasiona uma série de
problemas para a saúde, como também a ingestão em excesso de alimentos
inadequados possibilita o surgimento de várias patologias; o que demonstra a
28

importância da temática para se viver bem, de maneira especial, quando se verifica


a elevada tendência às doenças cardiovasculares e sua relação com hábitos
alimentares e estilos de vida inadequados (SILVEIRA, 2021; FLORÊNCIO JÚNIOR;
PAIANO; COSTA, 2020).

Em um cenário pandêmico como o atual, a prática da atividade física de é


uma importante ferramenta para a saúde pública no enfrentamento da
COVID-19, em especial ao considerar os possíveis traumas causados pelo
distanciamento, e isolamento social. A prática de atividade física oferece a
capacidade de redefinir um estado de equilíbrio, quando se trata das
necessidades psicológicas básicas do ser humano (TAVARES et al. 2020, p.
12).

Na impossibilidade de sair de casa, estudos sugerem a realização de


atividades físicas em lugares abertos ou mesmo em casa, com intensidade
moderada, podendo ser reduzido o período de exercícios, mas o importante é
manter o adolescente em movimento (GONZAGA et al., 2020).

4.3 ESTRATÉGIAS NA ÁREA DA EDUCAÇÃO FÍSICA PARA A MELHORIA DA


SAÚDE DOS ADOLESCENTES BRASILEIROS EM TEMPO DE PANDEMIA

Inquéritos populacionais têm apontado com frequência a inadequação dos


hábitos alimentares advindos mudanças no estilo de vida das pessoas, sobretudo,
crianças e adolescentes, com o aumento do consumo de alimentos industrializados,
gordurosos, carboidratos em excesso, altos níveis de sedentarismo, aspectos que
vêm contribuindo para agravos na saúde, decorrente do sobrepeso e obesidade
(SUÑÉ et al., 2017; CRUZ et al., 2018; LIMA et al., 2021; GUEDES; MELLO; 2021).
Como visto no capítulo anterior, a situação de obesidade foi agravada pela
pandemia de COVID-19 que trouxe implicações sem precedente na história da
população brasileira. E o mais sério é que ela afetou também a população mais
jovem brasileira, sobretudo, crianças e adolescentes, que foram atingidos
significativamente pelo isolamento social, tendo suas vidas modificadas, uma vez
que tiveram:

A mobilidade restrita ao lar, a interrupção de aulas e de atividades grupais, a


maior exposição às telas e modificações na alimentação, é necessário
entender de que forma as medidas antropométricas dos mais jovens são
alteradas e os possíveis impactos na epidemia de obesidade em
decorrência da pandemia que ora se apresenta (SOUSA et al., 2020, p. 6).
29

Frente ao evento pandêmico, os adolescentes ficaram reclusos em casa e,


assim, as atividades físicas foram reduzidas de maneira drástica, levando ao
surgimento de comorbidades associadas à obesidade. Logo, a falta de atividades
físicas desencadeiou sobrepeso e obesidade na população mais jovem, aumento o
risco de outros riscos cardiometabólicos e prejuízos ao o sistema imunológico
(GONZAGA et al., 2020).
Das doenças associadas ao quadro da obesidade, hoje existe uma
preocupação crescente com o diabetes e as doenças cardiovasculares (DUNCAN,
2020). E em virtude das consequências que essas doenças acometem, profissionais
da área de saúde vêm demonstrando uma extrema preocupação relacionada à
saúde e à qualidade de vida da população mais jovem (OLIVEIRA et al., 2015);
evidenciando-se a necessidade de investimentos em informação, prevenção,
diagnósticos precoces, formas de tratamentos adequados e efetivos para
minimização dos seus efeitos (SICHIERI, 2019). Para tanto, a literatura sugere
vários procedimentos para o seu tratamento, dentre eles a alimentação saudável e a
prática constante de atividades físicas (ALVES; SILVA, 2018).
No tocante às atividades físicas, objeto de estudo desse capítulo, pesquisas
têm demonstrado a importância do convívio social e das atividades físicas na
prevenção de prejuízos futuros ou ainda como adjuvantes para o bem-estar
(TAVARES et al., 2015; BIROLINI, 2021). Estudos sugerem que:

A atividade física de intensidade moderada, de extrema importância em


função do covid19 e uma observação importante é que de acordo com as
recomendações da OMS para indivíduos saudáveis e assintomáticos são de
no mínimo 150 minutos de atividade física por semana para adultos e 300
minutos por semana para crianças e adolescentes (GONZAGA et al., 2020,
p. 12).

A pesquisa de Tavares et al. (2015) provou que os adolescentes e jovens que


praticam atividades físicas obtêm melhor capacidade aeróbia do que os de
comportamento sedentário, tanto em relação às estimativas de frequência quanto ao
índice de aptidão cardiorrespiratória (APCR).
A capacidade aeróbia é caracterizada como uma capacidade funcional, por
isso é apontada como uma das mais importantes na promoção de saúde,
considerada como preditora (na infância e juventude) e nível de aptidão física na
fase adulta (ARAÚJO et al., 2017). Por sua vez, a aptidão física é um elemento
30

primordial do estilo de vida da população jovem, sobretudo, quando considerada


como indicador do consumo máximo de oxigênio (VO2max) (TAVARES et al., 2015).
O VO2max refere-se à capacidade aeróbica máxima de uma pessoa, ou
seja, a maior capacidade de oxigênio que essa pessoa atinge quando utiliza o ar
inspirado durante a prática de uma atividade física aeróbica, ou seja, o VO2max
reflete a capacidade integral dos sistemas cardiovascular, respiratório e muscular
esquelético (MASSUÇA; PROENÇA, 2013).
Resultado semelhante ao estudo de Tavares et al., (2015) foi encontrado na
pesquisa de Senha (2019) que associou a APCR aos hábitos sedentários em
escolares de Santa Cruz do Sul – RS, despontando que os adolescentes com
prevalência elevada de baixos níveis de APCR possui deslocamento sedentário para
a escola e alta frequência de tempo de tela igual ou superior de duas horas diárias.
Por sua vez, Pelegrine et al., (2017) comprovou em sua pesquisa, a
prevalência de APCR inadequada em adolescente com composição corporal
imprópria. De igual modo, os dados obtidos na pesquisa de Mello et al., (2019)
sugeriram que adolescentes com excesso de peso apresentaram maior prejuízo na
APCR não apenas ao nível máximo, mas também ao nível submáximo, quando
comparados aos adolescentes com peso normal.
Assumindo o pressuposto de que o maior acúmulo de peso corporal em
idades jovens está associado à estreita interação de “moderadores socioculturais,
comportamentais e biológicos, esses achados confirmaram hipótese de que o
ambiente específico de exposição pode impactar diferentemente moças e rapazes
na infância e na adolescência” (GUEDES; MELLO, 2021, p. 6).
Outros estudos descreveram alguns fatores que podem justificar os
crescentes aumentos nas taxas de prevalência de sobrepeso e obesidade de jovens
nas últimas décadas, tais como:

Restrição de espaço físico destinado ao lazer ativo, aumento da violência


urbana, incentivo ao uso de transporte motorizado, concomitantemente com
maior oferta de equipamentos eletrônicos destinados à ocupação do tempo
livre (TV, computadores, videogames, iphone) vêm contribuindo de maneira
decisiva para reduzir as oportunidades de prática de atividade física.
Mudanças importantes nos hábitos alimentares observadas mais
recentemente também têm contribuído para esse cenário. Elevado consumo
de alimentos industrializa dos ultras processados e bebidas
açucaradas/refrigerantes, menor consumo de frutas/hortaliças e substituição
de refeições e preparações tradicionais por lanches rápidos são
frequentemente apontados em inquéritos populacionais envolvendo jovens
brasileiros. Ainda, a menor conscientização sobre os riscos e as
31

consequências do excesso de peso corporal em idades jovens é mais um


fator a ser considerado (GUEDES; MELLO, 2021, p. 7).

Portanto, o que se percebe é que os fatores supramencionados contribuem


para a redução da APCR, tanto meninos quanto meninas. Contudo, a elevação dos
níveis de aptidão aeróbica demanda intervenções no estilo de vida, como pôde ser
observado em estudos desenvolvidos em adolescentes que vivem na zona urbana e
os adolescentes que vivem na zona rural, sendo que este último possui melhores
resultados de aptidão aeróbica pelo modo de vida rural que proporciona melhor
APCR.
Essa constatação é demonstrada por Brito et al., (2017), em estudo com
ambos os sexos, com adolescentes das zonas urbana e rural, percebeu-se que
92,1% dos alunos de zona rural obtiveram APCR excelente e 68,4% bom nível de
atividade física em virtude do estilo de vida presente na zona rural.
Outras pesquisas também mostraram resultados significativos de APRC em
adolescentes cujas escolas possuem estruturas esportivas em seu entorno (quadras
esportivas, playgrounds e parques verdes) (ARAÚJO et al., 2017).
Este resultado reforça a importância das atividades físicas e esportivas
realizadas fora da escola, desenvolvidas em:

Espaços não-formais, especialmente os espaços configurados no âmbito do


lazer durante a infância/adolescência, reverberando assim impactos
positivos no bem-estar e qualidade de vida na vida adulta. Assim, é
premente a organização de um Sistema Nacional de Esporte e Lazer no
Brasil que priorize as condições de prática e acesso para que todas as
pessoas possam usufruir de experiências em diferentes espaços, sempre e
quando quiserem, de maneira crítica e criativa, aumentado as chances de
uma maior parcela da população brasileira ser ativa no lazer, independente
do gênero, idade, cor/raça, escolaridade ou classe social (TAVARES et al.,
2020, p. 45).

Os pesquisadores demonstraram que adolescentes cujas escolas e locais de


moradia que apresentam estruturas esportivas em seu entorno (campos de futebol,
parques verdes, pista de skate, pista de bicicross, quadras de esporte poliesportivas
e ginásio poliesportivo) apresentam maiores níveis de APCR, tanto do sexo
masculino, quanto do feminino, em comparação aos adolescentes pertencentes às
escolas e residências com baixa presença de estruturas esportivas em seu entorno.
Portanto, nessa pesquisa ficou evidenciado que:
32

Quanto maior disponibilidade de estruturas esportivas próximas às


dependências da escola e residências, maiores foram os níveis de APCR
aos estudantes pertencentes a tais ambientes em comparação aos
escolares que estudam em escolas e residências que possuem pouca
disponibilidade de estruturas esportivas próximas as suas dependências
(ARAÚJO et al., 2017, p. 105).

A falta de atividades físicas entre os adolescentes traz sérios danos à saúde,


como à obesidade. Os estudos mostraram que adolescentes obesos estão ficando
hipertensos, com aumento de colesterol e triglicérides, fatores que contribuem para o
aumento de morte desses na fase adulta. Além das questões físicas, destacam-se
também “alterações hormonais e, posteriormente, sexuais, sendo a obesidade
infanto-juvenil responsável por distúrbios alimentares e depressão, podendo levar,
inclusive, ao suicídio na adolescência” (ARATANGY, 2020, p. 73).
Portanto, em virtude dos riscos gerados pelo sobrepeso e obesidade na
população infanto juvenil as estratégias de enfrentamento do problema precisam ser
mais bem divulgadas. A esse respeito comentam Pitanga et al., (2020, p. 21) sobre a
importância de aumentar a prática de atividade física entre os adolescentes,
sobretudo, na fase de isolamento social, como:

[...] estratégia para minimizar os efeitos adversos da atual e de possíveis


futuras pandemias, que possam exigir o distanciamento social.
Considerando os benefícios da prática regular de atividade física para os
sistemas cardiometabólico e imunológico, bem como para a saúde mental, é
muito importante que as pessoas sejam conscientizadas para continuidade
desse comportamento durante o período da pandemia do COVID-19, para
assim, melhor suportar os efeitos de uma possível contaminação por
infecções virais. O aumento dos níveis de atividade física na população
pode ajudar a combater a obesidade e outros distúrbios cardiometabólicos,
além de melhorar a saúde mental e a função imunológica, e,
consequentemente nos preparar melhor, tanto para a atual pandemia de
COVID-19, quanto para outras futuras pandemias com características
similares.

Logo, em decorrência dos riscos gerados pelo sedentarismo na população


infanto juvenil as estratégias de enfrentamento do problema precisam ser mais bem
divulgadas. Organizações e instituições nacionais e internacionais recomendam a
implementação de procedimentos, como as técnicas dirigidas a modificações do
comportamento e estilo de vida, com alterações na ingestão calórica, maior nível de
conhecimento acerca da nutrição e maior prática de atividade física, estímulo às
atividades físicas, limitação do tempo de exposição a aparelhos eletrônicos
(PITANGA et al., 2020; SOUSA et al., 2020).
33

Os tipos de técnicas modernas de intervenção do sedentarismo vêm


aumentando consideravelmente nos últimos anos, destacando-se, entre elas, as
atividades físicas (SILVA et al., 2019), por seus efeitos positivos na redução de
peso, sendo considerado importante coadjuvante no tratamento da obesidade, uma
vez que a atividade física traz benefícios para a saúde, como indicam estudos que a
prática regular de atividade física é capaz de melhorar:

[...] capacidade cardiovascular e respiratória, aumento da resistência física e


muscular, melhoria da densidade óssea e da mobilidade articular, redução
da pressão arterial em hipertensos, e do nível de colesterol, da tolerância à
glicose e da ação da insulina, do sistema imunológico, da diminuição do
risco de cânceres de cólon e de mama nas mulheres, entre outros
benefícios, não menos importantes, como a prevenção de osteoporose e
diminuição de lombalgias, aumento da autoestima, diminuição da
depressão, alívio do estresse, aumento do bem-estar e redução do
isolamento social (BRASIL, 2014, p.131).

Uma pesquisa realizada por Pontes et al., (2019) mostrou os benefícios do


treinamento físico com jovens com sobrepeso ou obesos. Contudo, requer
estratégias diferenciadas, como as atividades aeróbicas, a exemplo: caminhar,
correr, nadar, jogar e pedalar. Essas atividades contribuem significativamente para a
redução de peso.
Guedes Júnior et al., (2019, p. 121) explicam que quanto maior a intensidade
nas atividades físicas, maior é a ocorrência de outras adaptações metabólicas que
convergem para a redução do peso corporal. Os autores recomendam um programa
regular de exercícios físicos considerando as variáveis: frequência, intensidade,
duração e tipo, incrementando o volume do exercício e do gasto calórico (SILVA et
al., 2019).
Complementando as recomendações, pesquisadores acrescentam que, é
importante conhecer e respeitar os princípios biológicos do treinamento, a fim de
alcançar os resultados positivos, tais como:

Princípios biológicos do treinamento físico: princípio da conscientização;


princípio da saúde, princípio da individualidade biológica; genótipo:
características adquiridas até o nascimento; o potencial genético é
intransponível; fenótipo: influências externas a partir do nascimento que
interferem no indivíduo; princípio da adaptação; princípio da sobrecarga;
princípio da continuidade/reversibilidade; princípio da variabilidade; princípio
da interdependência volume e intensidade; princípio da especificidade
(GUEDES JÚNIOR et al., 2019, p. 27).
34

Verifica-se que o principal objetivo do treinamento físico é reduzir


sensivelmente o percentual de gordura corporal, e, por consequente, promover a
mobilização e a utilização dos ácidos graxos como principal fonte energética
(GUEDES Jr. et al., 2019).
É importante a combinação de exercícios físicos que se relacionam à vida
cotidiana do adolescente, envolvendo os movimentos de diferentes capacidades
físicas. O treino além da tonificação muscular faz o organismo ter um alto gasto
energético. Por conta disso, traz “melhoria da flexibilidade, da coordenação motora,
do equilíbrio e condicionamento cardiorrespiratório, como também auxilia na redução
do peso e, consequentemente, no emagrecimento” (MOURA, 2019, p. 53).
A esse respeito assinala Silva et al., (2019, p. 37) que:

Os exercícios físicos devem ser adequados à capacidade do indivíduo e


iniciados de forma muito leve até o organismo adaptar-se às novas
atividades. Assim, o tipo de exercício físico a ser prescrito deve ser
adaptado às características da pessoa em relação à idade, às limitações
pessoais, aos objetivos, às condições de saúde e aos riscos produzidos.
Para tanto, é necessária a realização de uma avaliação física com
anamnese e aplicação do Questionário de Prontidão para Atividade Física
(Q-PAF), como padrão mínimo para inclusão em um programa de atividade
física moderada.

Em suma, a presente revisão ratifica que as atividades físicas são essenciais


no combate ao sedentarismo em adolescentes, pois melhora a saúde do praticante,
pois minimizam os riscos de doenças crônicas, auxilia na redução de peso, como
também traz melhoria na qualidade de vida.
A literatura é consistente quanto às evidências acerca dos diversos benefícios
proporcionados pela atividade física, principalmente para os sistemas
cardiometabólico e imunológico, bem como para a saúde mental dos adolescentes
(PITANGA et al., 2020; CUNHA et al. 2021; SILVEIRA, 2021; MALTA,
SZWARCWALD, 2021).
Pelo exposto, verifica-se o efeito das atividades físicas na qualidade de vida
dos adolescentes, pois, independentemente, de eles possuírem doenças, a atividade
física traz uma série de benefícios, que vão desde, aumentar a capacidade aeróbica,
diminuir a fadiga, melhora da força e flexibilidade, melhoria no sono, minimização
dos níveis de estresse e redução de peso até a elevada da autoestima e bem-estar.
35

5 METODOLOGIA DA PESQUISA

A presente pesquisa será de revisão bibliográfica, com abordagem qualitativa.


Esse tipo de revisão foi escolhido por ser considerado um estudo útil para reunir
conteúdo específico de um assunto de forma resumida e sintetizada (LAKATOS,
MARCONI, 2015). E, abordagem qualitativa sua escolha deveu-se por sua intenção
de analisar os aspectos dinâmicos e individuais da experiência humana, tentando
“apreender tais aspectos em totalidade, no contexto daqueles que o estão
vivenciando e por permitir uma análise minuciosa dos conteúdos da pesquisa
observando com acuidade todo o seu contexto” (POLIT; HUNGLER, 2011, p. 102).
O universo da pesquisa serão as bases de dados: LILACS (Literatura Latino-
Americana em Ciências da Saúde), Scielo (Scientific Eletronic Library Online),
PubMed e Science Direct, acessadas no portal da Biblioteca Virtual em Saúde
(BVS), utilizando os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), disponíveis no site
“www.decs.bvs.br”, a saber: Adolescentes; Atividades Físicas; COVID-19;
Obesidade e Sedentarismo.
Serão selecionados artigos científicos, publicados no período de 2020 a 2021,
com acesso livre, que foram realizados no Brasil, cujo assunto principal esteja no
título, resumo e palavras-chave. Serão excluídas as publicações que embora
abordem o tema proposto, não contenham o texto completo disponível, publicados
em língua estrangeira e não tenham relevância ao tema.
Depois da seleção das publicações, será realizada sua leitura e, em seguida,
será sumarizado o conteúdo e apresentado os principais aspectos para compor a
revisão da literatura, o qual avaliará itens como ano da publicação do artigo, autores,
título, metodologia, objetivo e resultados. Portanto, depois de realizada a busca,
leitura e seleção do material, serão identificadas as publicações que apresentem
conteúdo relevante ao tema e, sem seguida, será feita a ordenação dos registros.
Os dados serão analisados a partir da abordagem essencialmente qualitativa,
apoiando-se, cujo tratamento adotado será a confecção de tabelas e gráficos,
utilizando as tabelas do Excel para organizar os dados obtidos, com intenção de
permitir uma leitura mais fácil dos dados coletados.
36

6 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Este estudo buscará analisar os reflexos da Pandemia COVID-19 na saúde


de adolescentes brasileiros, a fim de investigar a relação existente entre o
sedentarismo e a pandemia COVID-19, com a maior propensão a obesidade e a
ocorrência de perfil de risco cardiometabólico em adolescentes brasileiros.
Os estudos vêm comprovando que os adolescentes que possuem baixos
níveis de aptidão física estão propensos a desenvolver doenças cardiovasculares,
aumentando as chances de comorbidades e mortalidade infanto juvenil. Por essa
razão, pesquisas sugerem que os jovens pratiquem atividades físicas, gastem
menos tempos em frente a televisores, computadores, tablete e celulares e passem
a adotar hábitos de vida saudável, como deslocar-se ativamente às suas atividades,
a fim de possuir melhores níveis de aptidão aeróbica.
O que poderá ser verificado nos resultados dos estudos é que as atividades
físicas tem sido uma estratégia eficaz na minimização dos efeitos adversos da
pandemia COVID-19, sobretudo, na melhoria da qualidade de vida de adolescentes
sedentários, por meio da redução de peso, combatendo a obesidade e outros
distúrbios cardiometabólicos, como também melhoramento da saúde mental e a
função imunológica.
Sendo assim, os resultados esperados dessa pesquisa estarão, sobretudo,
relacionados ao conhecimento sobre os aspectos epidemiológicos da obesidade em
adolescentes no Brasil, analisando a literatura científica nacional sobre os fatores
que contribuem para a proporção da epidemia no país, com foco nos reflexos da
COVID-19 e ações de prevenção no campo da Educação Física, indicadas na
literatura para o enfrentamento e controle da obesidade infanto-juvenil no Brasil.
Com essa pesquisa será possível obter vários benefícios, espera-se poder
ampliar o conhecimento sobre o tema, de modo a identificar, nas evidências
científicas, o comportamento da aptidão cardiorrespiratória em adolescentes
brasileiros, bem como os fatores associados à ocorrência da limitação funcional
cardiorrespiratória em adolescentes sedentários, suas principais complicações e as
estratégias terapêuticas, com foco na atividade física, para o enfrentamento da
obesidade na adolescência.
37

7 CONCLUSÃO

“Sedentarismo e Obesidade em Adolescentes Brasileiros como Reflexos da


Pandemia Covid-19” é um Trabalho de Conclusão de Curso produzido no Curso de
Educação Física Bacharelado e trata da obesidade em adolescentes, doença que
vem sendo considerada uma epidemia mundial há várias décadas, e vem aumento
gradativamente na população jovem, sobretudo, em decorrência do evento
pandêmico vivenciado nos últimos dois anos que limitou o acesso da população a
atividades físicas e favoreceu o sedentarismo, maus hábitos alimentares e excesso
de atividades de tela.
Partindo do exposto, este trabalho abordará a obesidade infanto juvenil com
vista a contribuir para o aumento do conhecimento sobre as estratégias, no campo
da Educação Física, para minimizar os efeitos da pandemia na saúde dos
adolescentes.
A revisão da literatura mostrará que a conjunção de vários fatores vem
corroborando para a redução dos níveis de aptidão física em adolescentes
brasileiros de ambos os sexos, em face da Pandemia COVID-19, tais como:
comportamento sedentário, hábitos de vida inadequados, com alta frequência de
tempo em atividades informatizadas, alimentação excessivamente calórica, entre
outros fatores que contribuem para impactar negativamente na saúde de jovens
brasileiros e, consequentemente, elevaram-se os índices de sobrepeso e obesidade
nessa faixa etária.
Diante desse quadro, observa-se a importância de estudos como esse que
visará analisar as estratégias de saúde pública, por meio da implementação de
ações permeadas de atividades físicas, com aperfeiçoamento constante dos
profissionais da saúde que atuam nas áreas de maior risco de obesidade, visando à
redução da doença e minimização dos seus efeitos, como estratégias de prevenção
e melhorias das condições de vida da população jovem. E é nesse sentido que a
pesquisa centrará a análise, com foco, sobretudo, nas ações de Educação Física na
prevenção da obesidade na população jovem.
38

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