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CAMPUS SOSÍGENES COSTA

BI SAÚDE – BACHARELADO INTERDISCIPLINAR EM SAÚDE


SEMIOLOGIA/PROPEDEUTICA EM SAÚDE NA INFÂNCIA E NA ADOLESCÊNCIA

ALEFF ALVES SILVA – 2016016687

PORTIFÓLIO

PORTO SEGURO – BAHIA


2018
BI SAÚDE – BACHARELADO INTERDISCIPLINAR EM SAÚDE
SEMIOLOGIA/PROPEDEUTICA EM SAÚDE NA INFÂNCIA E NA ADOLESCÊNCIA

ALEFF ALVES SILVA – 2016016687

PORTIFÓLIO

Portfólio apresentado ao Curso de Bacharelado


Interdisciplinar em Saúde da Universidade Federal do
Sul da Bahia, Campus Sosígenes Costa, como
requisito para obtenção de aprovação no componente
curricular: Semiologia/Propedêutica em Saúde na
Infância e na Adolescência.

PORTO SEGURO – BAHIA


2018
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...................... ................................................................................... 2
2 OBJETIVOS.............................................................................................................. 3
2.1 Objetivo geral......................................................................................................... 3
2.2 Objetivo específico................................................................................................. 3
3 METODOLOGIA....................................................................................................... 3
4 MEMORIAL............................................................................................................... 4
4.1 Meu primeiro encontro com o campo da saúde da criança e adolescente............. 5
5 CONCEITOS EM PROPEDÊUTICA EM SAÚDE DA CRIANÇA E DO
ADOLESCENTE.......................................................................................................... 6
5.1 Especificidades clinicas da infância e adolescência: Aparelho Geniturinário........ 8
5.2 POPE e as Cadernetas de saúde da Criança e do Adolescente............................. 12
6 SEMIOLOGIA DA INFANCIA.................................................................................... 17
6.1 Anamnese............................................................................................................... 18
6.2 Identificação............................................................................................................ 18
6.3 História Gestacional................................................................................................ 19
6.4 Exame físico............................................................................................................ 21
7 SEMIOLOGIA DO ADOLESCENTE......................................................................... 25
7.1 Anamnese do adolescente...................................................................................... 25
7.2 Exame físico............................................................................................................ 26
8 ALEITAMENTO MATERNO...................................................................................... 26
9 ANAMNESE DO APARELHO MENTAL .................................................................. 32
10 NOTAS CONCLUSIVAS.......................................................................................... 33
11 REFERÊNCIAS........................................................................................................ 35
12 ANEXO I................................................................................................................... 37
13 ANEXO II.................................................................................................................. 50
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1. INTRODUÇÃO

Este componente curricular (CC), Semiologia/Propedêutica em saúde na infância e na


adolescência apresenta conhecimentos e conceitos desenvolvidos dentro de uma
perspectiva de clinica geral, levando em conta os ciclos da vida aplicável aos indivíduos
no inicio da vida até o final da adolescência. Busca levar a prática voltadas a produção de
dados de interesse clinico (anamnese, exame físico, dados complementares) e numa
articulação interdisciplinar envolvendo a Clínica Médica, Clínica da Criança e Adolescente,
Práticas em Saúde, Semiologia e Propedêutica do Adulto, Semiologia da Criança e do
Adolescente, Psiquiatria, Neurologia, dentre outras especificidades.
Este portfólio apresenta, para além dos conceitos, e conhecimentos adquiridos durante
o percurso no CC, habilidades desenvolvidas, em equipes de aprendizagens ativas e
individualmente que possibilitaram uma abordagem parcialmente prática a partir de
estudos de casos e ate mesmo discussão de evidências.
Dentro desde trabalho de revisão bibliográfica e relatos de experiencias no
desenvolvimento do componente curricular Semiologia/Propedêutica em saúde na
infância e na adolescência, as referências principais para a montagem desse material
foram Porto e Porto (2016) e Bates (2016), buscando sempre estabelecer uma conversa
com os outros autores.
A atenção à saúde da criança pressupõe ações de promoção à saúde, prevenção de
agravos e de assistência à criança, tendo como compromisso promover qualidade de vida
para que a criança possa ter um crescimento e desenvolvimento saudável. São ações
primárias em saúde que para além de uma especialidade, de forma geral, o profissional
de saúde deve estar atento, e desenvolver habilidades clinicas a fim de atender essa
população. Neste sentido, este trabalho justifica-se com a perspectiva de desenvolver
habilidades de raciocínio clinico, que favoreça a prática, independente da área de atuação.
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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

 desenvolver competências e habilidades básicas para a abordagem propedêutica de


recém-nascidos, lactentes, pré-escolares, crianças em idade escolar e adolescente
com base na compreensão das especificidades clínicas, aspectos fisiológicos e
psicossociais desse ciclo de vida estabelecendo uma visão mais abrangente do
processo Saúde-Doença-Cuidado.

2.2 Objetivos Específicos

 Conhecer os aspectos principais da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da


Criança (PNAISC), no tocante aos direitos e aspectos éticos envolvidos.
 Conhecer as mudanças biológicas, morfofisiológicas e psicológicas esperadas nas
diferentes fases da infância até a adolescência.
 Aprender e aplicar estratégias de anamnese e exame físico na criança e adolescente
adquiridas no CC, com foco para produção de diagnósticos de problemas de saúde
em sujeitos individuais, no seu contexto social e cultural;

3 METODOLOGIA

Para elaboração deste portfólio foi feito uma leitura de materiais sobre
Semiologia/Propedêutica geral, bases morfofuncionais, e materiais de apoio sobre a saúde
da criança e do adolescente. Materiais necessários para que se estabeleça direcionamento a
discussão do tema proposto.
Trata-se de uma revisão bibliográfica, com alguns relatos de experiências tanto de cunho
pessoal como dentro de uma equipe de aprendizagem ativa, tudo isso com o objetivo de
explorar, por meio de pesquisa em periódicos e plataformas digitais principalmente Scielo e
demais meios científicos por intermédio do Google Acadêmico.
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4 MEMORIAL

Meu nome é Aleff Alves Silva, tenho 24 anos, nasci em Eunápolis na Bahia, porém me
considero de Porto Seguro por sempre residir aqui, e ter uma família nativa tradicional da
cidade. Minha família por parte do meu pai é indígena Pataxó, uma cultura que infelizmente
tive pouco contato. Sempre que tenho que lembrar da minha vida, eu tenho três fases muito
bem distintas e de certa forma marcada, que são minha infância, adolescência e a fase adulta.
Pouco me lembro da infância, cresci com pai e mãe em casa e meu irmão com apenas
um ano de diferença entre as idades, uma infância tranquila, superprotegido, não brincava na
rua como os outros meninos costumavam fazer, desde pequeno, aprendendo a ajudar em
casa, enfim, uma vida simples. Praticava esportes e estudava música com muito gosto.
Com nove anos, meu pai resolveu que todos teríamos que morar na aldeia de coroa
vermelha, foi um choque muito grande, pois estava acostumado com minha escola, vizinhos,
amigos, rotina e de repente, toda minha concepção de vida muda. Foi um processo de
adaptação difícil, porém, muito rica, pois as brincadeiras mudavam com as crianças que
ficamos amigos, passamos a caçar passarinhos e pescar que era o que tinha pra fazer na
aldeia, estudava de manha na escola dos brancos e a tarde na escola indígena, aprendendo
a língua, musicas, costumes e cultura. Parecia que finalmente estava encaixando em algum
lugar quando dois anos depois meus pais se separam.
Nessa parte da adolescência a partir dos doze anos de idade, deixo a aldeia, pois
minha mãe era branca, e volto para Porto Seguro, para iniciar novamente um processo de
adaptação, nova escola, nova cultura que não demorou muito, com quatorze anos, passei no
CEFET (hoje IFBA), em Eunápolis e me mudei, passei a morar sozinho, por dois anos, quando
consegui transferir e fazer o ultimo ano em Porto Seguro.
Venho de uma família muito católica como a maioria das famílias tradicionais da
cidade, e muito envolvido com a religião, decidi ser Padre, e com dezoito anos a igreja me
envia para um seminário interno, em São Paulo, considerado o segundo melhor do mundo
para estudar filosofia. Após um semestre, percebi que essa não era minha vocação, com meu
irmão mais novo cursando engenharia civil em Teixeira de Freitas, resolvi fazer vestibular na
mesma faculdade e entrei no Curso de Direito, onde cursei três semestres. Foi quando em
2014 a Universidade Federal da Bahia, teve sua primeira seleção pelo SISU, fiz o ENEM pela
primeira vez e entrei no Curso de BI Humanidades.
Curso de Direito trancado, resolvi estudar na minha cidade, no final do primeiro ano da
formação geral, eu estava num estado de depressão muito profundo, não havia gostado do
curso, não trabalhava, desde os quatorze anos morando sozinho, tive que retornar para a
casa da minha mãe, estava me sentindo muito mal. Foi quando eu tranquei a Universidade e
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também para o mundo. Neste período de quase um ano e meio em depressão, dormia de 10
a 12 horas por dia, não saia de casa, não tinha amigos, muitas vezes ia pra praia longe sozinho
e encarava o mar, a vontade era de ir e não voltar. Até que um amigo me ofereceu um trabalho
num hotel, lembro que no primeiro dia eu tive que usar 2 camisetas porque nas primeiras
horas eu suei toda uma camiseta de nervoso, muita gente, trabalhar em equipe, mas o
trabalho foi me tirando do estado que eu estava até que em 2016, resolvi voltar para a
Universidade, recomeçar, refiz o processo seletivo e entrei inicialmente no ABI e através de
edital de escolha de percurso, fiz a migração para o BI Saúde no qual estou caminhando para
o ultimo quadrimestre da formação, fazendo a área de concentração Subjetividade, Processos
Biopsicossociais e comunitário para ingressar num segundo ciclo em Psicologia.

4.1 Meu primeiro encontro com o campo da saúde da criança e adolescente e mental

Meu primeiro contato com o campo da saúde da criança e adolescente foi através do
esporte. Devido à preocupação dos meus pais com o nosso desenvolvimento, elementos
principais como alimentação saudável e exercícios físicos através do esporte, foi tão
importante quanto a educação escolar por exemplo. Silva e Costa Jr. (2011, p.48) apontam
que o incentivo de práticas de atividades físicas na infância e adolescência enfatizam
benefícios voltados a promoção de saúde e prevenção de doenças em crianças e
adolescentes, e observo que realmente me fez um adulto melhor.
Ainda durante a Adolescência eu jogava futebol e treinava karatê, logo passei a dar
aulas de karatê para os iniciantes no próprio local que eu treinava, e pude observar o
desenvolvimento de muitas crianças, que chegavam iniciavam desde 5 anos de idade, até
adolescentes e quantos benefícios podiam ser colhidos da pratica de uma atividade física
como por exemplo com relação a obesidade, distúrbios de sono, saúde mental, e era visível
como nas crianças conforme descrevem Bois et al. (2005), a prática da atividade física podiam
aumentar a autoestima, a aceitação social e a sensação de bem-estar entre as crianças, e
mais que ensinar técnicas de defesa pessoal, levar até as crianças e adolescentes esses
benefícios era a missão da escola.
Com relação a saúde mental, durante toda a minha vida, sempre tive acesso, e
entendia como funcionava o serviço de saúde, pelo menos em meu território. Minha mãe é
técnica de enfermagem, sempre trabalhou em dois serviços, o Hospital Luís Eduardo
Magalhães e no CAPS II. Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), nasce com o
movimento de luta pela mudança nos modelos de atenção em saúde, da gestão à prática
profissional.

É função dos CAPS prestar atendimento clínico em regime de


atenção diária, evitando assim as internações em hospitais
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psiquiátricos; promover a inserção social das pessoas com


transtornos mentais através de ações intersetoriais; regular a
porta de entrada da rede de assistência em saúde mental na
sua área de atuação e dar suporte à atenção à saúde mental na
rede básica. (BRASIL, 2015)

Durante toda a adolescência, tive a experiência de conviver e aprender muito com os


usuários do serviço de saúde mental, passava muitas manhãs e desde sempre os estigmas
que essas pessoas carregam dentro de uma sociedade, como de pessoas violentas, peso
para a família, condenadas, não faziam parte do que eu via sobre elas. Só o contato, a
convivência, ensina o que realmente essas pessoas são. Atualmente, poder voltar ao lugar
que faz parte do meu desenvolvimento e que cresci, realizando um projeto de extensão,
trabalhando terapêuticas, percebo que muito da minha posição como futuro profissional da
saúde, vem dessa experiência de contato e de estar no “lugar”, que seria reservado a esses
usuários, mas que compartilhamos em algum momento.

5 APRESENTANDO E CONSTRUINDO CONCEITOS EM PROPEDÊUTICA EM


SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

Para iniciar um contato e a avaliação do paciente, Bates (2016, p.03) aponta a


integração de elementos essenciais do cuidado clinico, a escuta empática, a capacidade de
entrevistar pacientes de qualquer idade, o humor e a procedência, as técnicas de exames
para os diferentes sistemas orgânicos e por fim o raciocínio clinico. Diante disso, a importância
da coleta de dados do paciente, como o exame físico fica evidente que muitos casos podem
ser resolvidos, ou identificados muitas vezes sem a necessidade de solicitação de exames
complementares por exemplo e ao mesmo tempo revela um perfil multifacetado do paciente
pois para além de uma visão simplesmente biológica, a pessoa apresenta aspectos, sociais,
econômicos, psíquicos, afetivos, familiares, dentre outros que passam a ser determinantes
para a saúde daquele indivíduo. Neste sentido, a Organização Mundial de Saúde (OMS)
define saúde não apenas como ausência de doença, mas como a situação do bem-estar,
físico, mental e social do indivíduo, buscando observar o indivíduo como um todo.
Para que haja uma observação clínica qualificada, apresentarei duas teorias
empregadas, a anamnese e o exame físico, a qualidade dessas duas técnicas é o que vai
determinar as próximas etapas de avaliação do paciente, e que não desconsiderando os
exames complementares, caso seja necessário, a orientação para a escolha do procedimento
diante do acervo tecnológico existente acontece de maneira mais ordenada.
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No inicio do componente curricular, tivemos a oportunidade de trabalhar dentro de


Equipe de Aprendizagem Ativa (EAA) os conceitos, a epidemiologia e as políticas públicas de
atenção à saúde na infância e adolescência a partir da confecção de painéis digitais, que nos
possibilitou entender a história da saúde da criança e adolescente, que por muitos anos foram
tratados como adultos, desconsiderando seus aspectos de desenvolvimento e crescimento.
O Ministério da Saúde (MS), para efeitos da Política Nacional de Atenção Integral à
Saúde da Criança (Pnaisc), segue o conceito da Organização Mundial da Saúde (OMS), que
considera: “Criança” – pessoa na faixa etária de zero a 9 anos, ou seja, de zero até completar
10 anos ou 120 meses; “Primeira infância” – pessoa de zero a 5 anos, ou seja, de zero até
completar 6 anos ou 72 meses (BRASIL, 2015b, art. 3º). Para atendimento em serviços de
Pediatria no SUS, a Política abrange “crianças e adolescentes de zero a 15 anos, ou seja, até
completarem 16 anos ou 192 meses, sendo este limite etário passível de alteração de acordo
com as normas e rotinas do estabelecimento de saúde responsável pelo atendimento”
(BRASIL, 2015b). A PNAISC tem como objetivo geral:
Promover e proteger a saúde da criança e o aleitamento
materno, mediante a atenção e cuidados integrais e
integrados, da gestação aos 9 (nove) anos de vida, com
especial atenção à primeira infância e às populações de
maior vulnerabilidade, visando à redução da
morbimortalidade e um ambiente facilitador à vida com
condições dignas de existência e pleno desenvolvimento
(BRASIL, 2015b, art. 2º).

Essa citação, nos ajuda a perceber a concepção politica e legal do acesso da criança a saúde,
um marco legal com relação ao direito da criança e que foi utilizada como base para montar
o painel da EAA 3, apresentada a seguir (figura 1):

Figura 1: Aspectos políticos: “Políticas públicas voltadas à infância e a adolescência \


Estratégias de Sobrevivência Infantil
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Fonte: EAA 3

5.1 Especificidades clinicas da infância e adolescência: Aparelho Geniturinário

Durante o percurso dentro do componente curricular, trabalhamos dentro das EAAs em


formato de seminário algumas especificidades clinicas da criança e do adolescente,
considerando uma classificação também apontada por Porto e Porto (2016 p.130) nas etapas
da infância como o recém-nascido (de zero a 28 dias de vida), lactente (de 29 dias de vida a
2 anos de idade), pré-escolar (dos 2 aos 7 anos de idade), escolar (dos 7 aos 10 anos de
idade) e adolescente (dos 10 aos 20 anos de idade). Buscamos compreender os aspectos
fisiológicos e psicossociais. Dentro dessa abordagem, o grupo que eu estava inserido
trabalhou a questão do aparelho geniturinário, uma abordagem utilizando slides (ANEXO I).
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Na apresentação realizamos uma introdução fazendo uma revisão do aparelho


reprodutor masculino e feminino, e a anatomia do sistema urinário. Falando da primeira
consulta de forma geral a primeira consulta médica deve ser abrangente, pois, além de uma
anamnese pormenorizada e exame físico completo, deve ser bastante explicativa e
tranquilizadora para a família (TRATADO DE PEDIATRIA, 2017).
No exame físico no trato geniturinário as técnicas mais utilizadas são a de inspeção e
palpação. No aparelho reprodutor masculino no exame do recém-nascido a investigação é
acerca da procura dos testículos na bolsa escrotal e na região inguinal, verifica-se também se
há exposição da glande e, havendo, observar se há epispadia ou hipospádia (o meato uretral
externo localizado na face dorsal do pênis ou na face ventral do pênis, respectivamente). No
adolescente o exame genital evolui como no exame do adulto com atenção aos parâmetros
de crescimento e avaliação da maturidade sexual. Observa-se as mudanças anatômicas da
genitália: Aumento dos testículos, surgimento de pelos púbicos e aumento progressivo do
pênis. Os achados anormais mais frequentes são: fimose, hipospádia, epispádia, criptorquidia
uni ou bilateral, ectopia testicular, testículos aumentados (geralmente por edema). A imagem
do mapa mental da figura 2 a seguir, auxilia no entendimento do processo do exame físico e
dos achados.

Figura 2: Mapa mental do exame físico do RN

Fonte: EAA 3
No exame da genitália masculina do lactente, pré-escolar e escolar possuem algumas
características dentro da observação parecidas como:
 Inspecione os órgãos genitais externos em decúbito dorsal;
 O prepúcio recobre totalmente a glande do pênis;
 Inspecione o corpo do pênis;
 O pênis deve ser reto;
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 Inspecione o escroto observando se há rugas;


 Palpar os testículos no escroto avançando para baixo a partir do anel inguinal, deve-
se tentar levá-lo para o escroto.

Na maturação sexual do gênero masculino Aumento dos testículos (4 aos 9 anos), o


aparecimento dos pelos pubianos e aumento do tamanho do pênis (9 aos 14) e o
aparecimento de pelos axilares e faciais (12,9 aos 14,5). Na maturação sexual foi identificado
5 estagios de desenvolvimento de genital e pelos pubianos segundo Marshall e Tanner
apresentados na figura 3a
Na genitália feminina do recém-nascido, pode apresentar sangramentos ou leucorréia,
clitóris proeminente, deve-se observar os pequenos lábios e genitália ambígua. Na genitália
da lactente A criança deve ser avaliada quanto à sua estrutura externa. Deve ser feita uma
avaliação dos grandes e pequenos lábios, verificar se há sinéquia (aderência) de pequenos
lábios, fazer a avaliação do hímen e a avaliação do clitóris. Os achados anormais podem
variar desde formação anatômica anormal (desenvolvimento sexual incompatível com a
idade) até Sangramentos anormais, sinais de infecção, presença de secreção purulenta e
fétida, hiperemia, prurido, ardor e sinais de traumas (hematomas, sangramento, lesões, dor).
Na genitália da adolescente pode se observar os primeiros sinais iniciais de
puberdade: Alterações do hímen secundárias ao estrogênio, alargamento dos quadris e
surgimento de pelos púbicos. Deve ser atribuída uma pontuação de maturidade sexual
seguindo a avaliação (estágio de Tanner). São os cinco estágios do desenvolvimento de
mamas e pelos pubianos femininos apresentados na figura 3b. Os outros aparelhos como o
cardiovascular, respiratório, abdome serão abordados mais a frente contendo características
mais gerais e achados normais.
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Figura 3a: Estágio de desenvolvimento de genital e pelos pubianos masculinos

Fonte: http://revistadepediatriasoperj.org.br/detalhe_artigo.asp?id=555

Figura 3b: Estágio de desenvolvimento de mamas e pelos pubianos femininos

Fonte: http://revistadepediatriasoperj.org.br/detalhe_artigo.asp?id=555
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5.2 POPE e as Cadernetas de saúde da Criança e do Adolescente

Uma outra atividade desenvolvida em sala junto com as EAAs, foi o estudo através do
Prontuário Orientado por Problemas e Evidências (POPE) onde Lopes explica:

o termo originalmente utilizado por Weed para o seu


modelo de prontuário foi Prontuário Médico Orientado por
Problemas (Problem-Oriented Medical Record). Temos
utilizado o termo Prontuário Orientado por Problemas e
Evidências (POPE) para destacar uma das
características básicas deste modelo que é a ênfase nas
evidências clínicas e científicas. (LOPES, 2015)

Junto ao POPE, utilizamos a Caderneta de Saúde da Criança e outros instrumentos


(gráficos e tabelas de uso clínico), para realizar a anamnese e exame físico, utilizar o formato
SOAP ao realizar evoluções clínicas através do caso clinico “Ela está muito cheinha” que pode
ser observado o problema na figura 4a e o desenvolvimento nas figuras 4b, 4c, 4d, 4e e 4f.

Figura 4a: Caso clínico “Ela está muito cheinha”


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Figura 4b: Identificação e Lista de Problemas

Figura 4c: Antecedente pessoais fisiológicos e patológicos, familiares, condições


socioeconômicas e culturais e hábitos de vida.
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Figura 4d: Genograma, Ecomapa e Diagrama das Relações Familiares


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Figura 4e: Evolução (parte 1)


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Figura 4f: Evolução (parte 2)

Figura 4g: Evolução (parte 3)


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6 SEMIOLOGIA DA INFANCIA

O Manual de atendimento clinico de semiologia (2018, p. 10) identifica a anamnese ou


história clínica como fator que constitui a base para o diagnóstico e tratamento do paciente.
Além dos dados objetivos de anamnese, uma boa entrevista poderá dar ao médico uma noção
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global do seu paciente, dos familiares, do ambiente em que vive e seu relacionamento com
pais, irmãos, amigos, professores e demais pessoas.
A história clínica da criança deve ser realizada considerando as fases do
desenvolvimento físico e neuropsicomotor peculiar de cada faixa etária. Considera-se recém-
nascida, a criança no primeiro mês de vida; lactente, de 1 mês a 2 anos de idade; pré-escolar,
de 2 a 5 anos; escolar, de 6 a 10 anos e adolescente, de 11 a 19 anos.

6.1 Anamnese

A anamnese da criança tem um caráter peculiar, pois nem sempre a criança vai ser
capaz de responder, por isso a importância de ser uma consulta com a intermediação dos
pais ou os responsáveis pela criança. Bates (2016, p. 61) aponta que nesse momento de
escuta, os pais ou responsáveis costumam “interpretar” as manifestações infantis em vez de
relatá-las objetivamente. Alguns aspectos podem facilitar essa relação médico-paciente como
por exemplo o cuidado com o ambiente, a apresentação do médico, bem como sua atitude e
comportamento, a atenção e a importância de saber ouvir a criança, os familiares, a
abordagem dos assuntos, facilitando, esclarecendo.
Inicialmente deve deixar que os pais façam a comunicação informando a queixa
principal (QP), a história da moléstia atual (HMA) de forma livre para depois iniciar um
questionamento mais dirigido. Aspectos importantes a serem identificados nessa fase são: o
desenvolvimento neuromotor, cognitivo, afetivo, se frequenta creche/escola, rendimento
escolar, início da erupção dos dentes, relacionamentos interpessoais, nutrição, presença de
poluentes ambientais próximo a casa ou escola, sobre as condições de moradia.
Na Anamnese do recém-nascido inicia num momento antes de seu nascimento,
geralmente oferecidas pela mãe, ainda possibilitada de responder e refletir sobre os
questionamentos. Muitas informações para este momento podem ser obtidas através do
documento do pré-natal da gestante e que possibilita uma anamnese mais rápida, levando
em consideração a mãe em inicio de trabalho de parto.

6.2 Identificação

Como pode ser observado na figura 5, a identificação do recém-nascido deve conter a


informações do pai e da mãe da criança em comum como por exemplo: nome, idade,
escolaridade, local de trabalho, presença de hábitos inadequados (fumo, álcool e outras
drogas), se há consanguinidade, tipo sanguíneo, informações sobre doenças, cirurgias,
transfusões anteriores a gestação. Com relação a mãe deve ser coletado informações com
relação a estabilidade do relacionamento, endereço completo e telefone para contato.
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Figura 5. Identificação do RN

Fonte: Autor próprio.

6.3 História Gestacional

Conforme apresentado no mapa conceitual da figura 6, a história gestacional deve


conter nos antecedentes obstétricos, o numero de gestações anteriores e sua evolução, como
por exemplo, aborto, natimortos, nascidos vivos, tipo de parto, informações a respeito do
tempo de amamentação dos filhos anteriores ajuda na identificação do ambiente em que o
RN será criado e pode ajudar a orientar nas dificuldades encontradas.
Os dados da gestação atual geralmente se conseguem durante os exames pré-natais
e são essenciais para identificação de quando foi o inicio do acompanhamento, numero de
consultas, data da última menstruação, a idade gestacional identificada através do exame
ultrassonográfico. Esses exames de ultrassom também podem fornecer informações do
desenvolvimento fetal. Deve-se registrar também resultados de exames sorológicos
realizados durante o pré-natal, todas as informações sobre vacinação.
20

Figura 6: Anamnese: História Gestacional

Fonte: Autor próprio

Dados com relação ao trabalho de parto como por exemplo: a duração, ocorrências
como alteração da FC, aspecto do liquido amniótico, tempo de rotura das membranas, uso de
medicação, tipo de parto e apresentação. Informações sobre a condição do nascimento como
data e hora, gênero, peso, tempo da primeira respiração, tempo para o primeiro choro. Os
valores registrados na escala de Apgar ao 1º e 5º são importantes indicadores das condições
de nascimento, tudo isso ainda na sala de parto como mostra na figura 7.
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Figura 7: Anamnese: Sala de Parto

Fonte: Autor Próprio

a. Exame Físico

No recém-nascido “O primeiro exame pediátrico é realizado imediatamente após o


parto pelo obstetra ou pelo pediatra. Um exame pediátrico meticuloso costuma ser realizado
nas primeiras 24h após o nascimento.” (BATES, 2016, p. 765). Esse exame é realizado para
identificar principalmente os sinais vitais, dados antropométricos, períodos de reatividade
como mostra nos mapas conceituais das figuras 4 e 5. Caso o recém-nascido se apresente
aparentemente saudável no exame físico sumário realizado na sala de parto, o exame físico
minucioso deverá ser feito após algumas horas de vida, geralmente com menos de 12 horas,
sempre que possível com a presença dos pais, o que reforça a relação entre o médico e
familiares, permitindo o esclarecimento de eventuais dúvidas dos genitores.
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Figura 8: Sinais vitais e Dados antropométricos

Fonte: Autor Próprio

Figura 9: Períodos de Reatividade

Fonte: Autor Próprio


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Algumas orientações devem ser levadas em consideração no preparo necessário para


realizar o exame físico. Segundo PROENF (2011), essas recomendações podem evitar
omissões, reduzir estresse do recém-nascido e preservar a sua temperatura, reduzindo o
tempo de exposição, esses aspectos envolvem, ser ágil e confortar a criança, ficar atento a
temperatura, despir apenas à área a ser examinada, um ambiente adequado, lavar bem as
mãos, higienização, todos podem ser observados no mapa mental da figura 10.

Figura 10: Orientações para realização do exame físico

Fonte: Autor Próprio

O primeiro exame físico do recém-nascido deve ser muito bem detalhado e tem extrema
importância na identificação de malformações e problemas de saúde inerentes a essa faixa
etária e que pode afetar todo o seu desenvolvimento e crescimento (Os mapas conceituais do
exame físico estão no Anexo II). As etapas desse exame podem ser descritas segundo Porto
e Porto (2016) divididos pelos aparelhos. Ectoscopia: o avaliador vai identificar a cor da pele
se há presença de manchas, hematomas, lesões que podem ocorrer no momento do parto.
Procurar evidencias de síndromes genéticas. Na boca observar os lábios e a conformação do
palato, pesqufisar se há dentes neonatais, observar a anatomia da língua e o frei lingual,
verificar gengivas. Observar a posição dos mamilos e a posição de inserção do coto umbilical
no abdômen. Observar a região sacral em busca de fóveas, fossetas, tufos capilares,
proeminências e manchas. Avaliar os membros, principalmente os dedos das mãos e dos pés.
Importante verificar também se as narinas e a região anal estão pérvias.
Aparelho Cardiovascular: Realizar ausculta atenciosa de todo o tórax. Observar
visualmente o ictus cordis e palpá-lo para identificação de frêmitos de origem cardíaca. Deve
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contar a frequência cardíaca e avaliar o ritmo. Palpar os pulsos femorais. Observar se ocorrem
sopros cardíacos e avaliar sua intensidade. Observar o tamanho do fígado e reflexos
hepatojugulares.
Aparelho Respiratório: Achados normais: movimentos respiratórios e frequência
respiratória compatíveis com a idade, ritmo respiratório normal (eupneia), ausência de sinais
de desconforto respiratório; expansibilidade torácica com movimentos simétricos das mãos
durante a verificação da expansibilidade pulmonar; frémitos presentes, com variações nas
diversas zonas do tórax; murmúrios vesiculares audíveis por toda a superfície dos pulmões,
com exceção do espaço Inter escapular superior e sobre o manúbrio; murmúrios brônquicos
audíveis sobre a traqueia, murmúrios brônquio vesiculares ouvidos sobre a região do brônquio
principal, especificamente na região Inter escapular e de cada lado do esterno.
(VASCONCELOS, PEREIRA E OLIVEIRA, 1999).
Abdome: Achados normais: movimentos respiratórios visíveis, em sincronia com os
movimentos torácicos, abdome flácido, simétrico, pele uniformemente esticada e sem pregas,
umbigo plano ou ligeiramente protruso, cicatriz umbilical seca, epitelizada, com formação de
fossa umbilical, isento de sinais de infecção e de sujeira; presença de peristaltismo intestinal
e com caraterísticas normais evidenciados através de ruídos que se assemelham a curtos
cliques metálicos ou borbulhas; sons caraterísticos: macicez (sobre o lado direito, ao nível do
rebordo costal, provindo da presença do fígado), timpanismo (à esquerda, sobre o estômago
e, em geral, no restante do abdome); abdome flácido e relaxado, isentos de massas, órgãos
dentro da normalidade, os pulsos femorais devem ser palpados simultaneamente a fim de
certificar-se de sua sincronia e normalidade. (VASCONCELOS, PEREIRA E OLIVEIRA, 1999)
Genitália - Masculina: Achados normais: órgão genital compatível com a idade, meato
urinário centralizado na glande, tamanho normal, isenta de lesões e secreções, testículos no
interior da bolsa escrotal, ambos com o mesmo tamanho, surgimento de pelos pubianos com
a puberdade. - Feminina: Achados normais: formação anatômica normal, pequenos lábios
compatíveis com a idade (hipertrofiados em recém-nascidos, atrofiados na criança,
desenvolvidos a partir da puberdade). canal vaginal presente com abertura vaginal coberta
pelo hímen (ausente após as relações sexuais). surgimento dos pelos pubianos a partir da
puberdade, ausência de sangramentos vaginais, exceto o normal advindo da menstruação,
meato urinário entre a vagina e o clitóris, ausência de sinais de infecção e traumas.
Neuromuscular: Achados normais: criança alerta (resposta a estimules do ambiente),
atividade compatível com o seu padrão habitual e a fase de desenvolvimento em que se
encontra, orientada no tempo e no espaço, reconhecendo pessoas e objetos familiares,
reflexos compatíveis com a idade; músculos estróficos, com tónus e movimentos voluntários
normais.
25

Figura 11: Ficha de acompanhamento do desenvolvimento

Fonte: (BRASIL, 2002)

7 SEMIOLOGIA DA ADOLESCENCIA

7.1 Anamnese do Adolescente

A peculiaridade na anamnese do adolescente tem o direito de decidir se quer ser


atendido com ou sem a presença dos pais, e pode recusar o atendimento ou o tratamento
indicado, porém a participação familiar nesse processo é altamente desejada.
26

7.2 Exame Físico

Segundo Porto e Porto (2016, p149), as modificações corporais que ocorrem na fase
da adolescência fazem com que o adolescente olhe mais para o seu corpo, passa a se
preocupar mais com ele e se torna mais cioso dele. É importante que algumas medidas sejam
tomadas a fim de proporcionar ao paciente uma tranquilidade e segurança com relação ao
trabalho do médico.
O adolescente deve perceber que o recinto que ele está é tranquilo, privado, que não
há perigos dele ser exposto. Uma outra recomendação é a presença de um outro profissional
da saúde no mesmo recinto, mesmo que não seja ao lado, ou realizando os exames, uma
maneira de proporcionar mais segurança agora não somente para o adolescente, mas
também para o médico. A medida que o exame acontece o medico deve ser o mais explicativo,
de forma clara e compreensível possível.
Com relação a técnica do exame, como foi dito antes, deve ser a mesma utilizada num
exame de adulto, atentando às peculiaridades, como por exemplo o registro do peso e da
estatura na curva de crescimento é fundamental para análise do crescimento e nutrição,
aspectos importantes nessa fase.
No exame da cabeça, segue a rotina, no pescoço o exame da tireoide é fundamental,
pois o aumento desta glândula é comum, pode ser fisiológico, mas em algumas condições
deve ser investigado. No tórax o exame das mamas deve ser realizado para se determinar o
estágio de maturação sexual de Tanner. No abdome segue a rotina. Genitais devem ser
sempre examinados para se determinar a maturação sexual. Verifica-se fimose, testículos,
vulva, e em algumas situações o exame ginecológico completo é obrigatório. Com relação ao
sistema nervoso, se não houver nenhuma queixa, pesquisar os principais reflexos, observar
comportamento, humor, atenção, capacidade de concentração e verbalização.

8 ALEITAMENTO MATERNO

Segundo Brasil (2015) aponta nos cadernos de atenção básica, sobre o aleitamento
materno e alimentação complementar, graças aos inúmeros fatores existentes no leite
materno que protegem contra infecções, ocorrem menos mortes entre as crianças
amamentadas. Estima-se que o aleitamento materno poderia evitar 13% das mortes em
crianças menores de 5 anos em todo o mundo. Devido a sua importância na saúde da criança,
e aplicando os mapas conceituais onde Cordioli et al (2014) apresenta os diferentes tipos a
depender da escolha da preparação, escolhi o formato de teia para ilustrar algumas
informações importantes e que posteriormente dentro das equipes de aprendizagem ativa,
foram compartilhados, complementados e transformados em grandes painéis para discussão
em sala.
27

 Na figura 12a, podemos observar as vantagens do aleitamento materno;


 A figura 12b, apresenta a produção do leite materno;
 A figura 12c, apresenta a composição do leite materno;
 A figura 12d, apresenta problemas precoces para amamentar;
 A figura 12e, apresenta sobre o ingurgitamento;
 E a figura 12f, apresenta a questão da boa pega e da boa posição.

Figura 12a: Vantagens

Fonte: autor próprio


28

Figura 12b: Produção

Fonte: autor próprio


29

Figura 12c: Composição

Fonte: autor próprio


30

Figura 12d: Problemas precoces

Fonte: autor próprio


31

Figura 12e: Ingurgitamento

Fonte: autor próprio


32

Figura 12f: Boa pega e Boa posição

Fonte: autor próprio

9 ANAMNESE DO APARELHO MENTAL

O exame do estado mental deve ser a busca sistemática por sinais e sintomas de
alterações que fogem da conduta considerada normal, do funcionamento mental, durante uma
entrevista psiquiátrica. Essas informações podem ser vinculadas de diferentes formas como
por exemplo, da observação direta do paciente, da anamnese, também pode ser obtida por
relatos de familiares, parentes próximos, amigos, enfim, pessoas de seu convívio.
Dentro dos aspectos do paciente durante a entrevista inicial Cordioli et al (2004)
descreve primeiramente a descrição do local onde está sendo realizado a entrevista (hospital,
posto de saúde, consultório particular). Em seguida descreve o motivo pelo qual está sendo
33

realizado (internação, tratamento ambulatorial, consultoria), para iniciar a registrar as


impressões do paciente, procurando observar:

 Aparência devendo ser observado os aspectos gerais, desde o modo do


paciente de andar, sua postura, roupas, adornos e maquiagem utilizados, sua higiene
pessoal, cabelos alinhados ou em desalinho, humor ou afeto predominante,
modulação afetiva, sinais ou deformidades físicas importantes, idade aparente, as
expressões faciais e o contato visual.
 Atividade psicomotora e comportamento: Um paciente em agitação psicomotora
caminha constantemente, não consegue ficar quieto e frequentemente apresenta
pressão para falar e ansiedade. Outros sintomas comuns são rabiscar, balançar pés
ou pernas, cruzar e descruzar frequentemente as pernas, roer unhas, ficar enrolando
o cabelo, etc., em padrão acelerado. O retardo psicomotor é caracterizado por uma
lentificação geral dos movimentos, da fala e do curso do pensamento, usualmente
acompanhado de humor deprimido. Também ocorrem: respostas monossilábicas,
aumento na latência das respostas, manutenção da mesma posição por longo tempo,
pouca gesticulação, expressão facial triste ou inexpressiva. (CORDIOLI ET AL, 2014)

Observar as funções mentais do paciente nos níveis da consciência, onde Cordioli et


al (2014) define como um estado de lucidez em que a pessoa se encontra em estado alerta,
reconhece a realidade externa ou de si mesmo em determinado momento e é capaz de
responder à estímulos. E em outros níveis como da atenção, sensopercepção, orientação,
memória, inteligência, afetividade de humor, pensamento, juízo crítico, conduta e linguagem.
Observando enfim, as funções psicofisiológicas: Sono, apetite e sexualidade.

10 NOTAS CONCLUSIVAS

Através das atividades, leitura e construção dos conceitos desenvolvidos dentro do


componente curricular Semiologia/Propedêutica na Saúde da Criança e do Adolescente,
podemos observar a importância do estudo e da prática clínica, a fim de desenvolver
habilidades que permitam uma melhor tomada de decisão ao entender e conduzir o processo
saúde-doença-cuidado, de forma racionalizada, e que por muitas vezes a partir de uma
anamnese bem feita e um exame físico sério, o custo fica bem menor comparado às medidas
tradicionais que envolvem a todo momento exames complementares.
Passando pela experiencia do trabalho em equipe e interdisciplinar podemos reafirmar
o nosso entendimento principalmente ao conceito de saúde, a medidas de identificação, e a
34

responsabilidade de um trabalho centrado em uma atenção primária, básica, porem de


qualidade.
Ao realizar mapas mentais, mapas conceituais, seminários, atividades de
aprendizagens ativas com equipes de aprendizagem, podemos desenvolver no decorrer do
quadrimestre uma prática diferenciada, buscando entender aquilo que é normal na criança em
todas as fases da vida, do recém-nascido ao adolescente, e de maneira interdisciplinar não
somente dentro das especialidades medicas, como sociais, econômicas, familiares e mentais.
A saúde mental é abordada de forma incisiva dentro desse processo pois, com o
entendimento dos condicionantes do sofrimento mental, o nosso olhar passa a ser
diferenciado dentro de situações/problemas, que nos permitirão, para além de uma
abordagem fisiológica, uma dimensão psicofisiológica, mais ampla com relação não somente
à criança, mas a população, usuária do sistema de saúde em si.
35

12 REFERÊNCIAS

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perspectivas. Rev. bras. enferm., Brasília , v. 67, n. 6, p. 1000-1007, Dec. 2014 . Available
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Bois, J. E., Sarrazin, P. G., Brustad, R. J., Trouilloud, D. O., & Cury, F. (2005). Elementary
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parents’ role modeling behaviors and perceptions of their child’s competence. Psychology of
Sport and Exercise, 6(4), 381-397.

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Básica. Saúde da criança: crescimento e desenvolvimento. Brasília : Ministério da Saúde,
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mental. 2004. Disponível em: <http:/www/.ufrgs.br/psiq/Avalia%C3%A7%C3%
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37

ANEXO I
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50

ANEXO II
51
52

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