Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Araçatuba – SP
2022
Daniela Jaqueline Leão de Moura Koshiyama
Giseli Albuquerque Debortoli
Keila Scalao dos Santos
Daniela, D.J.L.M.; Debortoli, G.A.; Santos, K.S.S. Diabetes melitus no período gestacional
[Monografia], Araçatuba: Universidade Paulista – UNIP; 2021.
Daniela, D.J.L.M.; Debortoli, G.A.; Santos, K.S.S. Diabetes mellitus in the gestational
period. [Monograph], Araçatuba: Universidade Paulista – UNIP; 2021.
Keywords: Gestational diabetes; diabetes complications; risk pregnant woman; hospital care.
LISTA DE TABELA
Sumário
1. INTRODUÇÃO......................................................................................................12
2 CASUÍSTICA E MÉTODO....................................................................................14
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................................15
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................23
5 CONCLUSÃO........................................................................................................24
REFERÊNCIAS.................................................................................................................25
ANEXO I - PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP..............................................28
ANEXO II - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido..................................................33
ANEXO III – DECLARAÇÃO..........................................................................................35
DECLARAÇÃO.................................................................................................................35
ANEXO IV - Relatório CopySpider..................................................................................36
APÊNDICE A – Instrumento para coleta de dados...........................................................37
APÊNDICE B - SLIDES....................................................................................................39
13
1. INTRODUÇÃO
O termo Diabetes tem origem em uma palavra grega que significa "Sifão”. A doença
recebeu este nome pela poliúria que a caracteriza, pois assim como no sifão, que é um
dispositivo usado para transportar um líquido de uma determinada altura para outra mais
baixa, o líquido ingerido por um diabético passa rapidamente através dos rins, sendo
eliminado na urina.1
Já o termo “Mellitus”, que foi adicionado mais tarde, deriva do latim e significa “Doce
Mel”. Isso porque em épocas antigas, os médicos diagnosticavam a diabetes provando a urina
e o sangue do paciente, que apresentavam sabor doce em caso de diabetes instalada.2
A diabetes é uma doença metabólica que se caracteriza por uma falha na produção de
insulina, que é um hormônio produzido pelas células beta-pancreáticas. A deficiência dos
receptores celulares para este hormônio também pode levar ao desenvolvimento dessa doença.
A Diabetes Mellitus (DM) pode ser hereditária, quando é chamada primária ou idiopática, ou
adquirida, quando é chamada de secundária. Nesse caso, fatores externos podem ocasionar a
doença, como por exemplo, o comprometimento do pâncreas por tumores ou distúrbios
glandulares.3
A Organização Mundial da Saúde e a Associação Americana de Diabetes (AAD)
classificam a DM em quatro classes clínicas: DM Tipo I, DM Tipo II, outros tipos específicos
de DM e diabetes gestacional.4 O DM Tipo I (prevalência de 5%- 10% dos casos), resulta
principalmente da destruição das células beta do pâncreas mediada por autoimunidade.5
A Diabetes Mellitus Gestacional (DMG), é definida como qualquer nível de
intolerância a carboidratos, resultando em hiperglicemia de gravidade variável, com início ou
diagnóstico durante a gestação. Sua fisiopatologia é explicada pela elevação de hormônios
contrarreguladores da insulina, pelo estresse fisiológico imposto pela gravidez e a fatores
predeterminantes (genéticos ou ambientais). O principal hormônio relacionado com a
resistência à insulina durante a gravidez é o hormônio lacto gênico placentário, contudo, sabe-
se hoje que outros hormônios hiperglicemiantes como cortisol, estrógeno, progesterona e
prolactina também estão envolvidos.5,6
A instalação desse tipo de diabetes interfere muito no ambiente em que se desenvolve
o concepto, observando um aumento de três vezes nas malformações congênitas em
gestantediabética e um aumento de dez vezes nos partos pré-termo.7
A gravidez é um período ideal para a intervenção de profissionais da saúde, pelo fato
14
2. CASUÍSTICA E MÉTODOS
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os dados foram coletados em janeiro de 2022, dos quais os sujeitos entrevistados somaram
51 (cinquenta e um) profissionais da unidade hospitalar pesquisada, em que 15 (29,41%) eram
enfermeiros, 19 (37,25%) médicos, 17 (33,33%) auxiliares de enfermagem / técnicos de
enfermagem, conforme dados sociodemográficos demonstrados na tabela 1.
Com relação ao quesito sexo, a maioria dos profissionais era do sexo feminino, o
equivalente a 90%, característica ainda mais predominante na classe de enfermeiros, representada
em quase sua totalidade por este gênero, o que corroborou com estudo realizado em 2012, que
apontou em seus achados registros de 88,6% desta categoria profissional do sexo feminino,
enquanto entre os técnicos de enfermagem 6% eram do sexo masculino 14. Outra característica que
se assemelhou ao presente estudo foi o predomínio da faixa etária entre 26 à 45 anos (26,6%) 14.
Na figura 1, ficou demonstrado que 27% (n.14) dos profissionais entrevistados informaram
possuir comorbidades, sendo a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) a mais citada entre os
profissionais, o correspondente a 33% (n.17), conforme representado na figura 2.
27% (14)
72% (37)
10% (5)
10% (5)
10% (5)
27%(14)
HAS DM Obesidade
Fibromialgia Síndrome de Sjogren Glaucoma
Ao serem questionados sobre vínculos empregatícios, a grande maioria informou não atuar
em outro local, o correspondente a 82% (n.41), conforme figura 3, e daqueles que atuavam
18
profissionalmente em outras localidades, o home care foi o local mais citado, sendo o equivalente a
37% (n.19), conforme ilustrado na figura 4.
20% (10)
82% (41)
Figura 3: Distribuição dos profissionais entrevistados que possuíam outro vínculo empregatício.
Birigui – SP, 2022.
13%( 6)
13% (6)
O modelo de atenção domiciliar representa um grande desafio para o enfermeiro por possuir
características no seu processo de trabalho que se diferenciam muito do modelo hospitalar no qual,
na maioria das vezes, sua formação profissional foi centralizada.15
Na figura 5 podemos observar os dados referentes ao tempo de trabalho dos profissionais
entrevistados na área hospitalar, em que 43 % (n.22.), possuía atuação superior há mais de 15 anos
de trabalho.
19
20% (10)
43% (22)
37% (19)
Ao que se refere a figura 6 ficou elucidado que 84% (n.43) dos entrevistados não possuem
especialização ou curso no segmento de obstetrícia.
16% (8)
84% (43)
Figura 6: Distribuição dos profissionais entrevistados que possuíam especialização ou curso na área
obstétrica. Birigui – SP, 2022.
29% (15)
71% (36)
Figura 7: Distribuição das respostas dos profissionais segundo afirmação de existência de gestantes
com diabetes gestacional na unidade hospitalar no momento da entrevista. Birigui – SP, 2022.
21
Na gestação com diabetes, duas situações diferentes podem existir: o diabetes diagnosticado
previamente à gestação e o diabetes reconhecido pela primeira vez durante a gestação, o diabetes
gestacional.20
No sistema público de saúde do Brasil, 7,6% das gestantes com mais de 20 anos são
portadoras de DMG. Além disso, a mortalidade perinatal é quatro vezes maior nesse grupo e a
morbidade também está aumentada, com altos índices de macrossomia, tocotraumatismo e
complicações metabólicas (hipoglicemia, hipocalcemia), hematológicas (bilirrubinemia,
policitemia) e respiratórias.21
O controle inadequado do DMG aumenta os riscos, as complicações e os efeitos adversos
para o binômio mãe-filho no período pré-natal e neonatal. Ter diabetes na gestação eleva a
possibilidade de desenvolvimento de DM2 para a mulher após o parto e, em cada gravidez, aumenta
o risco de as crianças desenvolverem a doença.22
Na figura 8 é apresentada a satisfação dos entrevistados com o gerenciamento prestado às
gestantes com DMG na unidade hospitalar, em que 58 % (n.30) dos entrevistados se sentiam
satisfeitos com a assistência prestada, em contra partida 42% (n.21) referiram não estar.
42%(21)
58% (30)
Toda gestante deve ser assistida nas consultas de enfermagem obstétrica intercaladas com as
consultas médicas. O enfermeiro deve dar maior ênfase aos aspectos preventivos do cuidado,
motivando a mulher ao autocuidado e a comunicação de alterações precocemente. 23
O pré-natal de alto risco abrange cerca de 10% das gestações que apresentam critérios de
risco, tais como cardiopatias, pneumopatias graves, nefropatias graves, endocrinopatias, doenças
hematológicas, HAS, doenças neurológicas, psiquiátricas, autoimunes, alterações genéticas
maternas, antecedente de trombose venosa profunda / embolia pulmonar, ginecopatias, portadoras
22
de doenças infecciosas, Hanseníase, Tuberculose, uso de drogas lícitas e ilícitas, patologias clínicas
que necessitem acompanhamento especializado e fatores relacionados a vida reprodutiva prévia e
fatores relacionados a gestação atual.23
Os fatores de risco e enquadramento das gestantes com diabetes mellitus gestacional podem
ser prontamente identificados no decorrer da assistência pré-natal desde que os profissionais de
saúde estejam atentos a todas as etapas da anamnese, exame físico geral e exame gineco-obstétrico
e podem ainda ser identificados por ocasião da visita domiciliar, razão pela qual é importante a
coesão da equipe.24
No caso do diabetes diagnosticado durante a gestação, é fundamental se realizar o
rastreamento e a confirmação diagnóstica em época oportuna e o mais precocemente possível. O
manejo eficaz da gestação diabética depende da adesão da mulher ao plano de cuidados quando está
internada para tratamento. Independentemente do tipo de diabetes (prévio à gestação ou
gestacional), a conduta clínica tem como objetivo a euglicemia materna, ou seja, manter média
glicêmica materna < 100 mg/dL, para que o resultado da gestação seja um recém-nascido vivo, a
termo, com peso adequado para idade gestacional e livre de malformação. A equipe envolvida na
assistência deve ser multidisciplinar, incluindo diabetólogo, obstetra, enfermeira, nutricionista,
fisioterapeuta e neonatologista.24
Nesse sentido, destaca-se a criteriosa investigação dirigida ao reconhecimento dos fatores de
risco do DMG; as gestantes, ao apresentarem dois ou mais fatores de risco, terão maior
probabilidade de desenvolver a doença. Sabe-se da importância do diagnóstico precoce, em virtude
de complicações maternas advindas do diabetes gestacional. 25
Em relação as complicações citadas, que ocorreram no atendimento à gestante que adquiriu
diabetes gestacional, foram elencados o histórico familiar de diabetes em parentes de primeiro grau
51% (n.26), a hipertensão ou pré-eclâmpsia na gravidez atual 27% (n.14) e morte fetal ou neonatal
22% (n.11), conforme mostra a figura 9.
23
16% (8)
10% (5)
43% (22)
4% (2)
27% (14)
Sobrepeso
Morte fetal ou neonatal
Obsidade ou ganho de peso na gravidez atual
Hipertensão ou pré-eclâmpsia na gravidez atual
Histórico familiar de diabetes em parentes de primeiro grau
Figura 9: Distribuição das complicações que ocorrem no atendimento a gestante com diabetes
gestacional. Birigui – SP, 2022.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
No decorrer deste estudo levantou-se, segundo a visão dos profissionais que ofertam
assistência à saúde de gestantes, as principais dificuldades enfrentadas pela equipe da atenção
clínica hospitalar perante ao atendimento às mulheres com diabete mellitus gestacional. Quando se
fala da satisfação perante o gerenciamento prestado a DMG, é possível argumentar frente a
problemática abordada, que o gerenciamento prestado na unidade hospitalar, não é satisfatório aos
sujeitos da pesquisa e desta forma o acolhimento e gerenciamento de qualidade frente a
problemática vivenciada se faz de fundamental importância dentro da dinâmica clínico hospitalar e
satisfação de seus colaboradores.
Os principais problemas que estão afetando a vida dos profissionais da saúde que prestam
atendimento a gestantes com DMG estão relacionados ao aumento das complicações patológicas
adjacentes, sendo a mais indiciada segunda a pesquisa, o histórico familiar de diabetes em parentes
de primeiro grau. Desta forma, o papel desses profissionais no cuidado a grávidas com diabetes
gestacional é de suma importância para o desenvolvimento de uma gestação saudável, já que é o
profissional quem classificará o grau de risco gestacional, procurando tomar condutas preventivas e
educativas para evitar o aparecimento de patologias associadas, bem como promover o tratamento,
junto a uma equipe, das doenças já instauradas durante a gravidez. Isto voga um trabalho ético,
holístico e complexo acerca de orientações essenciais a esta clientela.
Espera-se que este estudo estimule o desenvolvimento de estudos posteriores abordando esta
temática, introduzindo ações que possibilitem ajudar no desenvolvimento científico e agregar cada
vez mais a importância neste âmbito na prestação de um serviço de qualidade a gestantes com
DMG.
25
4 CONCLUSÃO
A presente pesquisa possibilitou notar que a atuação dos enfermeiros, médicos, técnicos e
auxiliares de enfermagem, ao prestar assistência a mulheres com diabetes mellitus gestacional,
devem atentar-se não apenas ao tratamento e manejo das mulheres que já o possuem, mas sim
prevenir a instalação deste agravo e o diagnóstico precoce, evitando-se assim possíveis
complicações gestacionais. Deste modo, são ações desses profissionais frente a gestante com
diabetes mellitus a realização de orientações sobre hábitos saudáveis de alimentação, prática de
atividades físicas, observação de sinais e sintomas de hiperglicemia ou hipoglicemia, utilizando-se
de linguagem acessível e de fácil compreensão.
26
REFERÊNCIAS
6.GINDE AA, PALLIN DJ, CAMARGO CA JR. Hospitalization and discharge education of
emergency department patients with hypoglycemia. Diabetes Educ. 2008; 34(4):683-91.
7.ZANONI, J. N. Diabetes Mellitus: aspectos gerais e neuropatia diabética. Arq. Ciênc. Saúde
Unipar, v. 4, n.1, p. 19-25. 2000.
8.NASCIMENTO SL, PUDWELL J, SURITA FG, ADAMO KB, SMITH GN. The effect of
physical exercise strategies on weight loss in postpartum women: a systematic review and
meta-analysis. Int J Obes (Lond). 2014;38(5):626-35.
9.Lima LS. Comunicação nas práticas em saúde: revisão integrativa da literatura. Saúde Soc.
2014; 23(4):1356-1369.
12.DOURADO VG, Pelloso SM. Gravidez de alto risco: o desejo e a programação de uma
gestação. Acta Paul Enferm 2007;20(1):69-74.
13. DE ARAÚJO, I. M., ARAÚJO, S. F., DE ANDRADE AOYAMA, E., & LIMA, R. N. (2020).
Cuidados de enfermagem à pacientes com diabetes mellitus gestacional. Revista Brasileira
Interdisciplinar de Saúde, 90(1), 46-49.
14. SILVA JC, Heinen A, Scheidt MB, Marcondes MAO; Bertini AM. Tratamento do diabetes
mellitus gestacional com glibenclamida: fatores de sucesso e resultados perinatais. Rev Bras
Ginecol Obstet. 2007;29(11):555-60.
16. REZENDE J, MONTENEGRO CAB. Obstetrícia fundamental. 9ª. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan; 2003.
19.RIOS CTF, VIEIRA NFC. Ações educativas no pré-natal: reflexão sobre a consulta de
enfermagem como um espaço para educação em saúde. Ciênc saúde coletiva [Internet]. 2007
Apr [cited 2018 Mar 19]; 12(2):477-486. Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S1413-81232007000200024&lng=en> Acesso em: 25/04/2021.
20.NOLAN JA, MCCRONE S, CHERTOK IR. The maternal experience of having diabetes in
pregnancy. J Am Acad Nurse Pract 2011;23(11):611-18.
21. SILVA JC, HEINEN A, SCHEIDT MB, MARCONDES MAO; BERTINI AM. Tratamento do
diabetes mellitus gestacional com glibenclamida: fatores de sucesso e resultados perinatais.
Ver Bras Ginecol Obstet. 2007;29(11):555-60.
25.Rios CTF, Vieira NFC. Ações educativas no pré-natal: reflexão sobre a consulta de
enfermagem como um espaço para educação em saúde. Ciênc saúde coletiva [Internet]. 2007
Apr [cited 2018 Mar 19]; 12(2):477-486. Available from:
https://www.scielo.br/j/csp/a/RNqVJ9KfR3GfsvjHTpFk3Yf/abstract/?lang=pt :>.
Acesso em: 09/09/2021.
26. Dourado VG, Pelloso SM. Gravidez de alto risco: o desejo e a programação de uma
gestação. Acta Paul Enferm 2007;20(1):69-74.
Eu, Daniela Jaqueline Leão de Moura Koshiyama, Giseli Albuquerque Debortoli, Keila Scalao dos
Santos portador (a) do documento de identidade RG nº 29.493.877-, nº 33.926.435-4, nº 7488310
aluno (a) regularmente matriculado (a) no Curso de GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM, DA
UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP, sob o R.A D808133, R.A N 366 EE4, R.A D501GE0
declaro a quem possa interessar e para todos os fins de direito, que:
Sou a legítimo (a) autora da monografia cujo título é: DIABETES MELITUS NO PERÍODO
GESTACIONAL da qual esta declaração faz parte, em seus ANEXOS;
Declaro-me, ainda, ciente de que se for apurado a qualquer tempo qualquer falsidade quanto às
declarações 1 e 2, acima, este meu trabalho monográfico poderá ser considerado NULO e,
consequentemente, o certificado de conclusão de curso/diploma correspondente ao curso para o qual
entreguei esta monografia será cancelado, podendo toda e qualquer informação a respeito desse fato
vir a tornar-se de conhecimento público.
Por ser expressão da verdade, dato e assino a presente DECLARAÇÃO,
APÊNDICE B - SLIDES
42
43
44
45
46
47
48
49