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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO

NUTRIÇÃO

EDIRENE DOS ANJOS SOUZA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO II


OBESIDADE INFANTIL

São Félix do Coribe - Bahia


2022
EDIRENE DOS ANJOS SOUZA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO II
OBESIDADE INFANTIL

Trabalho apresentado ao Curso de Nutrição da UNOPAR -


Universidade Norte do Paraná, para a disciplina de Trabalho
de Conclusão de Curso II .

Profº: Ms Bruno José Frederico Pimenta

São Félix do Coribe - Bahia


2022
Dedico este Tcc...

A Deus, aos meus amigos, familiares e colegas

de curso que contribuiram nos meus estudos,

e que me apoiaram sempre nos momentos

alegres e dificies da minha vida!


AGRADECIMENTOS

A Deus, pela minha vida, por me permitir ultrapassar todos os obstáculos


encontrados ao longo da realização deste trabalho. Aos amigos e familiares, que
sempre estiveram ao meu lado, pela amizade incondicional e pelo apoio
demonstrado ao longo de todo o período de tempo em que me dediquei a este
trabalho. Aos professores e colegas, por todos os conselhos, pela ajuda e pela
paciência com a qual guiaram o meu aprendizado.

SANTOS Edirene dos Anjos, Obesidade Infantil, 2022. 20 p. Trabalho de


Conclusão de Curso de Nutrição– Centro de Ciências Empresariais e Sociais
Aplicada, Universidade Norte do Paraná, São Félix do Coribe, 2022.
RESUMO

Falar sobre a Obesidade Infantil, não é um tema muito fácil, pois especifica vários
fatores da saúde do adolescente, portanto é uma doença caracterizada pelo
acúmulo excessivo de gordura em bebês e crianças. Ela ocorre quando o Índice de
Massa Corporal (IMC) está acima do recomendado para sua idade. De acordo com
uma pesquisa divulgada pela Federação Mundial de Obesidade, até 2025, o Brasil
terá mais de 11 milhões de crianças obesas. Os números revelam a gravidade do
problema, que traz riscos à saúde das crianças. Além disso, esses dados chamam
atenção para o consumo desenfreado de alimentos ricos em gordura e açúcar.

PALAVRAS-CHAVE: Obesidade. Infantil.alimentação.


LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1..................................................................................................................20
FIGURA 2...................................................................................................................21
FIGURA 3...................................................................................................................24

SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................08
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA....................................................................................14
3 MATERIAL E MÉTODOS/
METODOLOGIAS..........................................................19
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO...............................................................................20
5 CONCLUSÃO..........................................................................................................25
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................28
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1. INTRODUÇÃO

O tema escolhido para o meu trabalho de conclusão de curso foi a


“Obesidade Infantil”, um assunto muito interessante para ser discutido. Por se tratar
de uma pesquisa bibliográfica, estudei vários autores que condiz com o tema, e que
possa retratar cada assunto a serem expostos. A obesidade infantil se caracteriza,
de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), quando o peso da criança
está acima dos 15% do peso médio correspondente à sua idade. Ela é considerada
um problema crônico que afeta crianças de até 12 anos de idade. O excesso de
peso pode provocar outras complicações como colesterol alto, diabetes, hipertensão
arterial e doenças cardiovasculares.
A condição também pode acarretar no surgimento da depressão,
devido à baixa autoestima com o próprio corpo. Se não for tratada por um
especialista, a obesidade pode gerar consequências à criança até a vida adulta.
Para a OMS, o problema vem se tornando cada vez mais um dos maiores
problemas de saúde pública do século XXI. A condição já atinge os países
desenvolvidos e agora, com maior frequência e em crescimento, nos países em
desenvolvimento, como o Brasil.
Antigamente não havia muita criança obesa, pelo qual infância era
baseada em brincadeiras nas ruas e bairros com várias crianças, correndo e se
divertindo, ou seja, baseada em movimento, hoje foi substituída por uma vida
totalmente sedentária em frente ao computador, videogame e a televisão. A
alimentação que antes se baseava no famoso arroz e feijão, atualmente foi, em
grande parte, substituída por alimentos industrializados, frituras e doces, que são as
preferências da maioria das crianças.
Sendo assim o sedentarismo associado a uma má alimentação, ou
seja, uma alimentação não balanceada é o principal fator que gera a obesidade. É
de se analisar que a obesidade pode incidir qualquer faixa etária, e iniciada por
fatores como o desmame precoce, a alimentação exagerada de alimentos
inadequados, distúrbios de comportamento alimentar e da relação familiar,
especialmente nos períodos de aceleração do crescimento. Dados tais fatos,
percebe-se que é importante identificar precocemente o excesso de peso em
crianças para que se possa diminuir os riscos de se tornarem adultos obesos.
9

Alguns autores dão ênfase a dois fatores que possivelmente podem contribuir para
dobrar o risco da obesidade em adultos jovens: obesidade em um dos pais ou sua
presença na infância.
O objetivo pelo qual a escolha do tema Obesidade Infantil, tem a ver
com “O Dia Nacional de Prevenção da Obesidade” foi instituído pela Lei nº
11.721/2.008, com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância da
prevenção da obesidade. É fundamental aumentar a conscientização sobre
prevalência, gravidade e diversidade do estigma do peso. A obesidade se
caracteriza pelo excesso de gordura corporal, em se tratando da massa corporal
total e não simplesmente do excesso de massa corporal para uma determinada
estatura.
Esta relação que pode ser feita inclusive, pelo consequente
desequilíbrio existente entre a ingesta calórica e o gasto energético de um indivíduo.
Quando se tem um excesso de ingesta alimentar caracterizado pelo consumo de
alto teor de gordura e baixo gasto energético faz com que a pessoa acumule gordura
corporal, o que ao longo do tempo e do estilo de vida desta pessoa, seja
considerada obesa. Nos Estados Unidos a obesidade infantil já é considerada uma
epidemia, 33% dos adultos são considerados obesos, e atualmente a epidemia não
afeta somente adultos, já é considerada uma epidemia em crianças inclusive.
A rotina das pessoas passa por mudanças devido as inovações
tecnológicas e frequentemente nos deparamos com crianças e adolescentes que
substituem as atividades que demandam gasto energético por uma diversão
diferente, que consome menos energia e gera menos movimento físico. É com
grande frequência que às vemos por várias horas na frente da televisão,
computador, videogame ou navegando na internet.
E para piorar, normalmente esta rotina é praticada comendo alimentos
nada saudáveis, como salgadinhos, batatas fritas e bolachas recheadas, que são
ricos em sódio, colesterol e calorias. Com o passar dos anos esta rotina levará a
criança à obesidade infantil. Através das informações já levantadas, percebe-se que
a principal causa da obesidade está diretamente ligada a hábitos não saudáveis,
sendo estes, a má alimentação, somada ao sedentarismo.
Estes fatores não são somente culpa da tecnologia e da mídia, também
estão relacionados aos pais, que ao mesmo tempo não oferecem alimentos
saudáveis a seus filhos, vão sempre pela opção mais prática dos alimentos
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industrializados, e tampouco educam seus filhos sobre hábitos saudáveis, os


deixando livres para escolher suas tarefas no tempo livre.
O objetivo geral deste trabalho é: Compreender através de leituras
bibliográficas o que poderá causar a obesidade e suas doenças na vida da criança.
Já em relação aos objetivos específicos:
 Compreender através de estudos o que é a obesidade;
 Identificar vários riscos da obesidade infantil, o que é gato energético, ingesta
alimentar entre outros fatores;
 Estudar as causas de doenças cardiovasculares em crianças obesas.

Com o decorrer das leituras prévias sobre o tema para a construção do


referencial teórico, considerou-se ser importante apresentar, antes de tudo, um
panorama histórico-cultural sobre a obesidade infantil no Brasil, para que a doença
possa ser compreendida como um problema estabelecido ao longo dos anos, diante
das transições que aconteceram na sociedade, e no qual a ciência foi introduzida no
percurso, posteriormente, como elemento teórico-metodológico e avaliativo para dar
respaldo principalmente às ações no campo da saúde.
Trazer à luz do conhecimento a forma como a alimentação é
reconhecida como fonte de sobrevivência, mas também como um ato movido pela
cultura do consumo contemporânea se fez importante nesta pesquisa. Autores
referenciados ao longo do estudo afirmam que esta foi uma das questões que
influenciou o significativo aumento da obesidade infantil no país.
Outra questão discutida está ligada à promoção da saúde e à
perspectiva de risco. De acordo com Castiel, Guilam e Ferreira (2010), o estilo de
vida é o principal foco da promoção e educação em saúde atualmente, considerando
ainda que a maneira como a pessoa vive e age pode ser associada com escolhas e
atitudes equivocadas. Entretanto, para Deborah Lupton (1997), o ser humano não
tem total controle a respeito de tudo o que acontece com seu corpo, ou seja, é
constantemente transformado através das suas relações sociais, mas dentro dos
limites biológicos.
Pela delimitação do meu tema, pude compreender nos meus estudos
que a obesidade foi discutida pelo aspecto corporal e seus estigmas, detalhando que
o preconceito pode influenciar o estado emocional das crianças. Outro ponto
abordado é o fato da obesidade, inclusive a infantil, ter sido reconhecida
11

legitimamente como um problema de saúde pública que atinge diversos países em


níveis elevados e, que por este motivo, a OMS passou a investir em propostas
emergenciais para conter a doença e suas consequências ao redor do mundo. Foi
entendido que a condição obesa das pessoas necessita de atenção e ações
coordenadas para seu enfrentamento, diferentemente como acontecia até o século
XVIII em que ser gordo era reflexo de boa saúde e respeito, ao mesmo tempo em
que ser magro carregava uma conotação de doença e desnutrição, sendo essa ideia
desconstruída na sociedade ocidental no decorrer da história.
O interessante é que a forma física do indivíduo, o que significa o
quanto a questão corporal em si está ligada ao tema. Sant’anna (2000) traz
apontamentos interessantes a esse respeito e diz que é impossível retroceder no
tempo e encontrar um corpo sem qualquer marca da cultura, pois nele existem sinais
das práticas cotidianas e das representações sociais. Foram algumas décadas de
avanços a respeito da consideração do corpo como instrumento de mudança e
libertação na sociedade.
Entretanto, no final do século XX foi criado o que a autora chama de
“corporeismo” nas sociedades ocidentais, pois o corpo foi redescoberto na arte, na
política, na ciência e inclusive na mídia. Mais tarde, surgiu a necessidade que o
mesmo fosse estimulado pelo lado físico através do lazer e do esporte, seguido da
necessidade de investigá-lo e relacioná-lo diretamente com a saúde, o
prolongamento da vida através da manutenção do corpo e do bem-estar de cada
homem, mulher e criança.
Agora uma problemática para este tema da Obesidade Infantil, além
dessas crianças terem dificuldades de peso, elas também tem que enfrentar o
bullying, infelizmente é uma situação muito séria, o que poderá causar numa
criança: depressão, falta de motivação e comportamento nervoso, chegam a
desenvolver patologias psicológicas mais graves, que acabam levando-as a atitudes
de extrema violência.
A obesidade é causa geradora de várias patologias e condições clínica,
que afetam diretamente a saúde e a qualidade de vida das pessoas como descreve
o autor a seguir. A obesidade é um sério problema de saúde, que já reduz a
expectativa de vida pelo aumento do risco de desenvolvimento de doença arterial
coronariana, hipertensão arterial, diabetes tipo II doenças pulmonar obstrutiva,
12

osteoartrite e certos tipos de câncer (GUEDES; GUEDES, 2002 apud CRUZ;


SANTOS; ALBERTO, 2007, p. 21).
Sendo assim, a obesidade, nunca vem como uma doença isolada ela
geralmente traz outras doenças vinculadas com ela, e não bastando isso ela
prejudica principalmente a qualidade de vida das pessoas, que muitas vezes pelo
excesso de peso tem vergonha de sair de casa, tem dificuldades de fazer uma
caminhada e acabam no seu tempo de lazer ficando em casa, não possuindo uma
diversão ou entretenimento, o que muitas vezes causa a depressão.
Entretanto a obesidade infantil não tem uma formula única para se
tratar, o tratamento varia em conformidade com a gravidade da doença, e sendo
que, em certos casos medidas extremas podem ser adotadas, como o uso de
medicamentos e a intervenção cirúrgica. No entanto, estas medidas são o último
recurso para o tratamento, que, em casos menos graves, que são a maioria, deve-se
adotar a reeducação alimentar e sair do sedentarismo com a participação da família
e da sociedade.
Portanto, cada pessoa possui um metabolismo diferente, e deve seguir
uma dieta diferente, pois o que pode ajudar para uma pessoa pode prejudicar outra,
cada pessoa deve conscientizar-se a ter uma vida ativa e saudável, para evitar
problemas. A melhor forma de prevenção é começar pela conscientização de cada
um, para após isso ter uma conscientização geral e um resultado eficaz.
A obesidade infantil é classificada como uma doença nutricional que
mais cresce em todo mundo e apresenta difícil intervenção. Assim, tendo em vista a
importância epidemiológica e suas consequências na saúde dos indivíduos, esse
trabalho teve por objetivo, descrever por meio de uma revisão bibliográfica, a
situação da obesidade em crianças e adolescentes no Brasil, descritos em diversos
estudos, bem como destacar seus fatores causais e suas complicações.
Os métodos utilizados consistiram em uma revisão de literatura, a partir
de artigos científicos de revistas eletrônicas, através de sites de busca como Scielo,
Bireme, Pubmed, e Periódicos Capes, reunindo materiais publicados entre os anos
de 2005 a 2020. Pesquisas publicadas durante esse período indicaram a alta taxa
de sobrepeso e obesidade infantil em diversas regiões do Brasil.
Dando por fim a esta introdução para que possa dar continuidade ao
trabalho, é ao aumento da obesidade é a mudança no panorama nutricional da
população, que vive um processo de transição nutricional, com o aumento da
13

obesidade entre as crianças e adolescentes, problema este atribuído principalmente


aos hábitos alimentares inadequados e ao sedentarismo, onde se encontra uma das
principais causas do aumento da obesidade, que está relacionado à correria do dia a
dia, tanto dos adultos quanto das crianças, que são influenciadas pelo modo de vida
ao qual estão expostas, a comodidade e os avanços tecnológicos induzem ao
sedentarismo deixando as crianças sem atividades físicas. Entretanto, outros fatores
podem estar envolvidos como a genética e fatores emocionais.
As bases fundamentais para o tratamento da obesidade infantil são
unânimes entre os especialistas, incluem modificações no plano alimentar, no
comportamento e na atividade física. Para iniciar o tratamento da obesidade infantil,
é muito importante dispor de uma equipe multiprofissional formada por médico,
nutricionista, educador físico e psicólogo.
O tratamento é longo, por isso é desejável que o relacionamento da
equipe com o paciente seja integrado. Sabe-se que a obesidade na infância e na
adolescência tende a continuar na fase adulta, se não for convenientemente
controlada, levando ao aumento da morbimortalidade e diminuição da expectativa de
vida. Dessa forma, cabe ao pediatra detectar precocemente as crianças com um
maior risco para o desenvolvimento de obesidade, com a tomada de medidas mais
efetivas de controle para que o prognóstico seja mais favorável a longo prazo.
14

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Pela revisão bibliográfica, utilizei vários autores que eu pesquisei, e


cada um deles especificaram sobre o que é a obesidade e também a infantil. A
obesidade está cada vez mais presente no dia a dia da sociedade, tornando-se um
problema cada vez mais grave. As pessoas não se preocupam com as crianças
obesas, pois acham que é bonito ser gordinho quando pequenos, mas não analisam
os problemas futuros que isso pode causar. Recine e Radaelli (2015, p. 3) definem
obesidade como:
“Uma doença crônica caracterizada pelo excesso de gordura
corporal, ela causa sérios prejuízos à saúde do indivíduo. A
obesidade está ligada ao aumento de peso, porém, nem todo
aumento de peso está ligado com a obesidade, como por exemplo,
muitos atletas possuem um peso elevado devido sua massa
muscular e não adiposa”. Recine e Radaelli (2015, p. 3)

A obesidade é a consequência de o indivíduo ingerir mais energia que


seu corpo necessita. Pode-se afirmar que tal consumo em excesso é possível de se
iniciar em qualquer fase da vida de uma pessoa, podendo sofrer influências culturais
ou dos próprios hábitos familiares. Por isso dizemos que a obesidade possui fatores
de caráter múltiplo, tais como os genéticos, psicossociais, cultural-nutricionais,
metabólicos e endócrinos. A obesidade, portanto, é gerada pela interação entre
fatores genéticos e culturais, assim como familiares.
Obesidade é definida, em vários estudos epidemiológicos que tratam
da questão, como sendo o acúmulo excessivo de gordura no organismo.
Considerada uma doença multifatorial, a obesidade, principalmente a obesidade
visceral, está intimamente relacionada ao desenvolvimento de inúmeras desordens
metabólicas, incluindo-se a intolerância à glicose, hiperlipidemia, complicações
cardiovasculares e acidente vascular cerebral. (DÂMASO et al., 2003 apud
COLLOCA; DUARTE, 2015, p. 192).
15

A Organização Mundial da Saúde (OMS, 2004) recomenda o Índice


de Massa Corporal (IMC), como método válido na verificação do
estado nutricional populacional, indicativo de prevalência de
sobrepeso e obesidade. Calculado a partir da relação entre “peso
(kg)/ estatura (metros)”, utilizando a equação matemática IMC =
PESO (kg) / ALTURA (m)2, em que o valor obtido classifica,
indivíduos adultos, como estando com peso normal se o índice obtido
estiver entre os percentis < 20 e > 24,9 Kg/m2 , com sobrepeso
quando este percentual for < 25 e > 29,9 Kg/m2, enquanto que, para
indivíduos obesos, considera-se o índice > 30 Kg/m2.
(VIUNISKI;2000 apud COLLOCA; DUARTE, 2015; p.194)

Portanto, o que podemos observar a partir destas informações, que a


obesidade não é só um problema de aumento de gordura corporal, acontece que
junto a ela vem vários problemas relacionados, prejudiciais à saúde dos seres
humanos, e que é errado usar como base o peso do indivíduo, uma vez que existem
pessoas que são pesadas e nem por isso são obesas.
Especificamente sobre a obesidade infantil, a Secretaria de Direitos
Humanos da Presidência da República (BRASIL, 2015a) afirma que o país superou
o baixo peso e desnutrição, porém o número de crianças e adolescentes com
sobrepeso e obesidade é preocupante, já que 7,3% das crianças menores de cinco
anos estão com excesso de peso.
Em números concretos, a Pesquisa de Orçamento Familiar do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (POF/IBGE 2008-2009) apontou que uma em
cada três crianças, de 05 a 09 anos, estava acima do peso recomendado pela OMS.
Já a Comissão de Obesidade no Brasil (COB) revelou que o excesso de peso e a
obesidade são encontrados com grande frequência, a partir de 05 anos de idade, em
todos os grupos de renda e em todas as regiões brasileiras (COB, 2014).
A OMS vem alertando acerca do aumento da obesidade infantil nos
países desenvolvidos e em desenvolvimento; estes últimos passam por um processo
de “transição nutricional” onde por um lado, observa-se que o quadro de desnutrição
tem diminuído, mas por outro lado, o quadro de obesidade tem aumentado.
Ao se analisar o aumento na prevalência da obesidade nas últimas
décadas, nota-se que um grande número de casos passa a ser um grave problema
de saúde pública, sobrecarregando o sistema de saúde em função do maior
16

atendimento às doenças crônicas decorrentes da obesidade (FERREIRA et al.,


2006). A grande preocupação é o impacto econômico global, que esses futuros
adultos obesos poderão causar (SILVA et al., 2007)
As causas da obesidade são de natureza multifatorial o que a torna
complexa, dificultando assim a sua identificação. Para tanto Borges-Silva (2011, p.
86), define a causa da obesidade como: A gênese da obesidade é estabelecida
devido a sucessivos balanços energéticos positivos, em que a quantidade de
ingestão energética é superior a quantia energética utilizada pelo organismo,
levando-se em conta que outros fatores, tais como: genéticos, ambientais,
comportamentais e hormonais ou químicos, também contribuem para sua origem.
Marcondes et al., (2003, p. 359), divide a obesidade em dois grupos:
 Primária ou exógena, sendo esta multifatorial, corresponde a cerca de 95%
dos obesos decorrente da alimentação, dos hábitos sedentários de vida e da
herança genética;
 Secundária, responsável por cerca 5% das causas, devido a alterações
genéticas específicas, disfunções neurológicas, ou ingestão medicamentosa.
Com relação às dislipidemias, a Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (ANVISA) define como distúrbio que altere os níveis séricos dos lipídios
(gordura). Nesse contexto Marcondes (2003, p. 362) expõe: Nas crianças obesas, o
padrão sorológico geralmente observado é de fração LDL-colesterol e triglicerídeos
(TGL) elevados, com fração HDL-colesterol baixa, principalmente nas meninas com
distribuição central da gordura copórea. A hiperinsulinemia e a lipólise aumentadas
nos adipócitos viscerais produzam elevação dos ácidos graxos circulantes, podendo
promover a síntese hepática de TGL e LDL.
As crianças com sobrepeso geralmente apresentam pressão arterial
elevada. O sobrepeso e a hipertensão interagem em funções cardíacas. A
obesidade afeta diversos processos metabólicos. Nesse contexto, Mcardle et al
(2003 apud ARAÚJO 2011) escreve: A obesidade afeta as articulações (visto que
favorece a predisposição a artroses, osteoartrites, dentre outras doenças), o sistema
cardiovascular (sendo diretamente responsável por casos de hipertensão arterial
sistêmica, hipertrofia cardíaca e mortes súbitas), expõe a pessoa a um maior risco
cirúrgico, afeta o sistema metabólico do indivíduo (como predisposição ao diabetes
2, resistência à insulina, etc.), além da maior probabilidade de o paciente
desenvolver câncer, problemas respiratórios.
17

As alterações esqueléticas advindas da sobrecarga de peso sobre as


articulações e ossos levam o indivíduo a frequentes traumatismos e graves
alterações de postura devido à lordose lombar, cifose dorsal e lordose cervical.
(MARCONDES et. al., 2003) Os problemas descritos acima são os mais graves,
entretanto a de ser destacado o fator estético, que apesar de ter potencial menos
grave afeta o psicológico da criança. Segundo Silva et al., (2007, p. 40).
Esse fator é desencadeado por problemas dermatológicos tais como
estrias, micoses, dermatites, além de a criança ser enquadrada fora dos padrões de
beleza da sociedade, podendo estar relacionada com uma fraca imagem corporal,
isolamento social, sentimento de rejeição e depressão, associados a significativas
depressões e fracasso escolar.
Enquanto no ano de 1975 as taxas de obesidade nas crianças e
adolescentes do mundo aumentavam menos de 1% (equivalente a cinco milhões de
meninas e seis milhões de meninos), em 2016 o índice subiu para quase 6% em
meninas (50 milhões) e quase 8% 4 em meninos (74 milhões). Combinados, o
número de obesos de 5 a 19 anos aumentou mais do que dez vezes no mundo, de
11 milhões em 1975, para 124 milhões em 2016 (ABESO, 2017).
Representando assim, um grave problema de saúde pública, sendo
importante a atenção em relação aos hábitos de vida dessa população, uma vez que
está associada à possibilidade de sua manutenção ao longo da vida, gerando como
consequências problemas cardiovasculares, respiratórios, endocrinológicos dentre
outros (MONTEIRO et al., 2013).
O principal problema relacionado ao aumento da obesidade é a
mudança no panorama nutricional da população, que vive um processo de transição
nutricional, com o aumento da obesidade entre as crianças e adolescentes,
problema este atribuído principalmente aos hábitos alimentares inadequados e ao
sedentarismo, onde se encontra uma das principais causas do aumento da
obesidade, que está relacionado à correria do dia a dia, tanto dos adultos quanto
das crianças, que são influenciadas pelo modo de vida ao qual estão expostas, a
comodidade e os avanços tecnológicos induzem ao sedentarismo deixando as
crianças sem atividades físicas (FREITAS, 2007). Entretanto, outros fatores podem
estar envolvidos como a genética e fatores emocionais (XAVIER, 2009).
Segundo Oliveira (2004), a obesidade infantil pode levar a alterações
de comportamento dentro do grupo social, e ainda leva ao comprometimento da
18

qualidade de vida, estando associada a problemas de saúde física e mentais muitas


vezes irreversíveis. Rodrigues (2008) relata que as crianças obesas tem uma maior
propensão que as crianças não obesas a terem um autoconceito negativo, em
decorrência da discriminação no convívio social. A discriminação sofrida pode
acarretar em uma maior vulnerabilidade à depressão, ansiedade e ao ato de comer
compulsivamente (FISBERG, 2005; CARVALHO et al. , 2001; AVANCI et al., 2007).
Ainda assim, além dos problemas emocionais a obesidade não compromete
somente a estética, podendo acarretar doenças como: diabetes, hipertensão arterial,
arteriosclerose, distúrbios psicológicos, complicações cardiovasculares e articulares
(VIUNISK, 1999).
Sendo a obesidade infantil uma patologia reconhecida por gerar
consequências a curto e longo prazo e por ser importante preditor da obesidade
adulta, podendo persistir na criança ao longo do tempo, a prevenção tem um papel
muito importante nas primeiras etapas de vida, bem como diagnóstico precoce e
efetivo tratamento são fundamentais para melhoria do prognóstico (BALABAN;
SILVA, 2001).
Achterberg e colaboradores (1994) descrevem que a Pirâmide
Alimentar é um instrumento de orientação nutricional utilizado por profissionais com
objetivo de promover mudanças de hábitos alimentares visando a saúde global do
indivíduo e a prevenção de doenças. Seu uso propicia a adoção e manutenção e
uma dieta saudável por estimular uma escolha balanceada e variada dos alimentos
e indicar o consumo moderado de açúcares e óleos.
Além disso, a pirâmide alimentar é um instrumento eficaz na
adequação dietética em adolescentes (TAVELLI et al, 1998; BARBOSA et al, 2005).
As bases fundamentais para o tratamento da obesidade infantil são unânimes entre
os especialistas, incluem modificações no plano alimentar, no comportamento e na
atividade física (PETROSKI, 2003). Para iniciar o tratamento da obesidade infantil, é
muito importante dispor de uma equipe multiprofissional formada por médico,
nutricionista, educador físico e psicólogo. O tratamento é longo, por isso é desejável
que o relacionamento da equipe com o paciente seja integrado.
19

3. MATERIAL E MÉTODOS/METODOLOGIA

O trabalho onde usei os meus métodos e metodologias, foram aulas


gravadas e pesquisadas na internet, redes sociais que descrevem sobre a
Obesidade Infantil como a página do Instagram, livros, panfletos explicativos,
cadernos para anotações e resumos de partes mais importantes a serem discutidas
no trabalho. O que me interessou nesse contexto que eu li no livro, é o autor Oliveira
(2004) define a obesidade como um excesso de gordura corporal decorrente de
hábitos alimentares não saudáveis, sendo uma doença que afeta todo organismo,
abrangendo aspectos clínicos, epidemiológicos e psicossociais, necessitando de
uma abordagem multidisciplinar para seu controle.
Segundo Coutinho e colaboradores (1998) a obesidade é uma
enfermidade crônica que vem acompanhada de múltiplas complicações,
caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal. A etiologia da obesidade
é complexa e multifatorial, resultando da interação de genes, ambiente, estilos de
vida e fatores emocionais, assim entende-se que as pessoas também podem
engordar principalmente pelo fato de comerem muito, terem um gasto calórico
diminuído ou acumulam gorduras mais facilmente e têm mais dificuldade em
queimá-las (BRASIL, 1997).
Existem vários métodos empregados para diagnosticar a obesidade
que permitem estimar a quantidade total de gordura corporal, assim como sua
distribuição (PEIXOTO et al, 2006). O índice de massa corporal (IMC) é
frequentemente utilizado na prática clínica e em estudos epidemiológicos para a
avaliação do estado nutricional das crianças e adolescentes, com o objetivo de
identificar se a criança está abaixo do peso, no peso adequado ou obesidade. A
Organização Mundial da Saúde recomenda o uso do IMC no rastreamento de
sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes devido à facilidade para
obtenção das medidas, ao baixo custo dos equipamentos necessários para as
avaliações e à elevada correlação com a gordura corporal. O IMC foi determinado
20

pela razão entre o peso e a estatura: IMC = peso (kg) / estatura (m2), (CONDE,
2006).

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Diante das minhas pesquisas bibliográficas, vamos mostrar uma tabela,


em relação a obesidade infantil, como: criança acima do peso e obesa, o que
verificamos a diferença das idades, observem abaixo:

Fonte: Kerdina

A Organização Mundial da Saúde relata que a obesidade infantil vem


aumentando no mundo inteiro, inclusive no Brasil. É uma doença multifatorial,
caracterizada por excesso de tecido adiposo, determinado pela interação dos fatores
genéticos, culturais e comportamentais. O manejo da obesidade na infância é um
desafio, pois está associado à mudança de hábitos familiares, principalmente dos
pais, juntamente com a falta de entendimento da criança quanto ao real valor do
21

problema. Existem vários métodos para diagnosticar e classificar a criança em


obesa ou com sobrepeso. Em geral, utiliza-se o Índice de Massa Corporal (IMC).
Este é calculado pela seguinte fórmula:

Já em relação a OMS- Organização Mundial da Saúde tem os seus contextos entre


meninos e meninas:

Fonte: Nutrição

E nisso, o outro índice que eu pesquisei sobre a obesidade, é que


realmente é bastante útil para triagem e acompanhamento das crianças e
adolescentes é o Índice de Obesidade (IO). O IO é considerado seguro porque o
peso e altura da criança são corrigidos pelo percentil 50 (valores considerados
normais para cada faixa etária e sexo). O índice de obesidade é expresso pela
seguinte fórmula:
IO = Peso atual / peso no percentil 50 x 100 Altura atual / Altura no percentil 50
Através deste trabalho pôde-se perceber que a prevalência da
obesidade infantil vem aumentando nas últimas décadas. É uma patologia
multicausal, caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura estando diretamente
relacionada à obesidade na vida adulta. Filhos de pais obesos têm 80% de chances
de se tornarem crianças obesas, estas chances caem pela metade se apenas um
dos pais for obeso, e é apenas de 9% se nenhum dos pais for obeso. Sendo um dos
maiores problemas de saúde pública no mundo.
22

Os fatores que influenciam para o aumento da obesidade infantil é a


genética aliada à fatores sócio comportamentais sedentarismo a uma alimentação
rica em carboidratos entretanto pobre em proteínas e vitaminas, como é o caso dos
fast food. Os principais riscos para a criança obesa são: a elevação dos triglicérides
e do colesterol, hipertensão, alterações ortopédicas, dermatológicas e respiratórias.
O fator psicológico também se destaca, a partir do momento que a criança obesa é
discriminada por seus pares não obesos, podendo sofrer alterações negativas, em
sua personalidade, levando à baixa autoestima e depressão. A obesidade é um
problema social e a prevenção é o melhor caminho. A escola tem papel fundamental
ao modelar as atitudes e comportamentos das crianças sobre atividade física e
nutrição. Deve-se dar atenção à prevenção com desenvolvimento de estratégias
preventivas para todas as idades. De qualquer forma a prevenção deveria começar
na infância.
As crianças com sobrepeso geralmente apresentam pressão arterial
elevada. O sobrepeso e a hipertensão interagem em funções cardíacas. A
obesidade afeta diversos processos metabólicos. Nesse contexto, a obesidade afeta
as articulações (visto que favorece a predisposição a artroses, osteoartrites, dentre
outras doenças), o sistema cardiovascular (sendo diretamente responsável por
casos de hipertensão arterial sistêmica, hipertrofia cardíaca e mortes súbitas), expõe
a pessoa a um maior risco cirúrgico, afeta o sistema metabólico do indivíduo (como
predisposição ao diabetes 2, resistência à insulina, etc.).
Contudo, além da maior probabilidade de o paciente desenvolver
câncer, problemas respiratórios. As alterações esqueléticas advindas da sobrecarga
de peso sobre as articulações e ossos levam o indivíduo a frequentes traumatismos
e graves alterações de postura devido à lordose lombar, cifose dorsal e lordose
cervical. Os problemas descritos acima são os mais graves, entretanto a de ser
destacado o fator estético, que apesar de ter potencial menos grave afeta o
psicológico da criança.
Esse fator é desencadeado por problemas dermatológicos tais como
estrias, micoses, dermatites, além de a criança ser enquadrada fora dos padrões de
beleza da sociedade, podendo estar relacionada com uma fraca imagem corporal,
isolamento social, sentimento de rejeição e depressão, associados a significativas
depressões e fracasso escolar. O aumento da morbimortalidade dispõe que
evidências de correlação direta entre obesidade e as seguintes doenças:
23

cardiovasculares, câncer de cólon nos adultos, fraturas de quadril e artrite nas


mulheres. A obesidade iniciada na infância ou adolescência poderá potencializar os
riscos da mortalidade.
Por último, nota-se as consequências relacionadas aos gastos
públicos, onde estima-se para um ano que o custo total, para o Sistema Único de
Saúde (SUS) com doenças relacionadas ao sobrepeso e a obesidade, câncer,
diabetes e cardiológicas no Brasil é de US$ 20.152.102.171. As hospitalizações
custam US$ 1.472. 742.952, e os procedimentos de ambulatório US$ 679.353.348,
segundo a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome
Metabólica. Há sinais da prevalência da obesidade nos adolescentes dos grandes
centros urbanos, acompanhando uma tendência mundial, principalmente nos países
industrializados, o respectivo diagnóstico na infância é fundamental para a
prevenção do distúrbio e de suas complicações no adolescente e no adulto.
Desta forma, a obesidade infantil causada pelo fator genético só irá se
manifestar caso o ambiente vivenciado pela criança for favorável. Já o
acompanhamento e o tratamento para as crianças obesas ou a cima do peso é
envolvedor de vários aspectos, com ênfase no comportamento da criança, visando a
reeducação alimentar e mudanças no estilo de vida sedentária, que acarreta no
envolvimento e no exemplo partido da família.
Para que haja um tratamento mais eficaz, é necessário que se faça
uma intervenção precoce nos hábitos da criança, quando constatado mudanças
motoras e o elevado ganho de peso na criança, antes mesmo dela se tornar obesa.
Pois, quanto mais velha for a criança e maior for o seu peso, mais difícil será a
reversão de tal quadro. Sendo que o tratamento da obesidade é bem complexo, a
principal indicação é preveni-la, em escolares têm se um pouco mais de
probabilidades de dar certo, pois não possuem a ideia formada nem hábitos de vida
ativos, então buscar ensina-los a terem um habito alimentar saudável e praticarem
atividade física regularmente é a melhor solução encontrada para o problema.
Outra parte da pesquisa que mais me interessou nesses estudos
bibliográficos, é sobre acompanhamento do profissional da saúde, que criou esta
tabela para controlar o peso das crianças e adolescentes, diferentemente as
anteriores demonstradas. Por que quando se fala em crescimento e obesidade
infantil há, também, um outro índice muito utilizado: o percentil.
24

Esta medida estatística refere-se à posição que a criança ocupa em


relação a outras crianças da mesma idade. Se cruzarmos o percentil de peso com o
percentil da altura saberemos se o peso da criança e/ou jovem está acima ou abaixo
do esperado para a sua altura. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a
tabela de IMC para crianças de 0 a 5 anos (ou Tabela de IMC Infantil) é mais
complexa que a de adultos, onde há uma tolerância com o aumento de peso ao
decorrer dos anos. Em crianças, o aumento de peso não, necessariamente, significa
que ela está ficando obesa e a diminuição do IMC não quer dizer que a criança está
emagrecendo (considerado que ela está crescendo). Observe abaixo o controle de
peso:
25

Fonte: Santa Luzia

5. CONCLUSÃO
26

Diante do trabalho exposto, o tema escolhido “Obesidade Infantil”, e


no qual se evidenciou-se, diante dos meus conhecimentos nas pesquisas
bibliográficas, é que a obesidade infantil como sendo considerada uma síndrome
complexa e multifatorial com alta prevalência no Brasil que pode ter como causas
fatores ambientais, familiares, genéticos, econômicos e sociais e apresenta como
consequência o aparecimento de várias doenças crônicas, que anteriormente eram
quase que exclusivamente encontradas na vida adulta.
Entende-se que o problema da obesidade infantil, bem como suas
causas e consequências, são bem mais sérios do que se parecem, por essa razão
requer estratégias mais abrangentes de enfrentamento e monitoramento,
intervenções mais profundas devem ser realizadas para um melhor controle da
obesidade infantil, baseada na intervenção primária, focada na prevenção e
proteção da saúde, por meio de programas educativos, práticas de atividades físicas
e de conscientização de hábitos de vida saudáveis, tendo o ambiente escolar e o
convívio familiar como os principais norteadores deste desfecho.
Os hábitos alimentares inadequados, a falta de brincadeiras e a
atenção na internet em ficar horas no computador ocorre o sedentarismo, a falta de
exercícios físicos e má alimentação.
A pesquisa teve por intuito fazer um panorama a respeito da produção
científica brasileira sobre a obesidade em crianças, para observar o que tem sido
investigado e em quais circunstâncias e contextos. Isso porque foi considerado que
o conhecimento científico pode ser um grande propulsor de mudanças quando
alinhado a outros elementos fundamentais de avanços no país, além de servir como
alicerce para que a obesidade infantil seja conhecida a fundo diante de suas
multiplicidades.
Durante o percurso deste trabalho, foi possível identificar a quantidade
de artigos científicos publicados ao longo de 33 anos em importantes fontes de
informação da ciência brasileira. Foram encontradas as instituições de ensino e
pesquisa que mais publicaram neste período, os editais que incentivaram as
investigações através de recursos financeiros, os principais autores que escreveram
a respeito da temática e suas áreas de pesquisa, além do período de maior e menor
incidência dos artigos científicos, os países que trabalharam em colaboração sobre a
doença e, por fim, a classificação das categorias de cada um dos estudos.
27

Existem vários métodos empregados para diagnosticar a obesidade


que permitem estimar a quantidade total de gordura corporal, assim como sua
distribuição. O índice de massa corporal (IMC) é frequentemente utilizado na prática
clínica e em estudos epidemiológicos para a avaliação do estado nutricional das
crianças e adolescentes, com o objetivo de identificar se a criança está abaixo do
peso, no peso adequado ou obesidade. A Organização Mundial da Saúde
recomenda o uso do IMC no rastreamento de sobrepeso e obesidade em crianças e
adolescentes devido à facilidade para obtenção das medidas, ao baixo custo dos
equipamentos necessários para as avaliações e à elevada correlação com a gordura
corporal. O IMC foi determinado pela razão entre o peso e a estatura: IMC = peso
(kg) / estatura (m2), (CONDE, 2006).
Enquanto no ano de 1975 as taxas de obesidade nas crianças e
adolescentes do mundo aumentavam menos de 1% (equivalente a cinco milhões de
meninas e seis milhões de meninos), em 2016 o índice subiu para quase 6% em
meninas (50 milhões) e quase 8% 4 em meninos (74 milhões). Combinados, o
número de obesos de 5 a 19 anos aumentou mais do que dez vezes no mundo, de
11 milhões em 1975, para 124 milhões em 2016 (ABESO, 2017). Representando
assim, um grave problema de saúde pública, sendo importante a atenção em
relação aos hábitos de vida dessa população, uma vez que está associada à
possibilidade de sua manutenção ao longo da vida, gerando como consequências
problemas cardiovasculares, respiratórios, endocrinológicos dentre outros.
Contemplar absolutamente todas as vertentes da obesidade infantil no
país não seria possível, entretanto qualquer que fosse o percurso traçado seria de
fundamental relevância compreender também qual o contexto sociocultural e como
foi estabelecido o processo de construção histórica da doença. Essa perspectiva
inclui o fato de quando a obesidade passou a ser reconhecida como uma
preocupação concreta no campo da saúde pública. Por isso, entender como a
doença é estruturada na sociedade faz com que se possa analisar de que forma o
Estado age diante desta questão e o que o impulsiona a financiar pesquisas públicas
sobre o tema. E é assim que se forma o alicerce das três bases observadas nesta
pesquisa: Ciência, Sociedade e Estado.
Em nosso meio, a obesidade infantil é um sério problema de saúde
pública, que vem aumentando em todas as camadas sociais da população brasileira.
É um sério agravo para a saúde atual e futura dos indivíduos. Prevenir a obesidade
28

infantil significa diminuir, de uma forma racional e menos onerosa, a incidência de


doenças crônico-degenerativas.
No trabalho citamos a escola, pois é um local importante onde esse
trabalho de prevenção pode ser realizado, pois as crianças fazem pelo menos uma
refeição nas escolas, possibilitando um trabalho de educação nutricional, além de
também proporcionar aumento da atividade física. A merenda escolar deve atender
às necessidades nutricionais das crianças em quantidade e qualidade e ser um
agente formador de hábitos saudáveis.
Como quase a totalidade das crianças fazem pelo menos uma refeição
diária na escola, deve-se começar por ela fazendo uma reeducação alimentar,
proporcionar aos escolares essa refeição balanceada e saudável, buscando a partir
daí um trabalho em sala de aula que busque trabalhar a conscientização, e 18
principalmente fazer com que as crianças criem esse habito saudável para o resto
de suas vidas.
Perante a realidade em que os índices de obesidade crescem, e ao
mesmo tempo crescem as consequências negativas trazidas pela obesidade, torna-
se necessário que os profissionais da saúde tomem medidas drásticas para o
diagnóstico, prevenção e controle desta enfermidade. Que no caso das crianças e
dos adolescentes o foco seja a conscientização sobre o problema, e seus pontos
negativos, também devem transmitir informações e aconselhamentos sobre hábitos
alimentares e prática de atividade física para aplicação no dia a dia, assim, levando
uma vida saudável.
29

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

BRASIL. Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Brasil supera


baixo peso infantil, mas número de crianças e adolescentes com sobrepeso e
obesidade é preocupante. Presidência da República. Brasília, DF, 2015a.
Disponível em:<http://www.sdh.gov.br/noticias/pdf/alimentacao-adequada-estudo-
completo>. Acesso em: 24 mar. 2015.

COLLOCA, E. A.; DUARTE, A. C. G. D. O. Obesidade infantil: etiologia e


encaminhamentos, uma busca na literatura. 2015. Disponível em: Acesso em: maio
2015.

CONDE, W. L.; MONTEIRO, C. A. Body mass index cutoff points for evaluation
of nutritional status in brazilian children and adolescents. Jor. Pediatr., v. 82, p.
266-72, 2006.

COUTINHO, W. et al. Consenso Latino Americano sobre Obesidade. Arq. Bras.


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LUPTON, Deborah. Corpos, prazeres e práticas do eu. Educação e realidade,


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FERREIRA, S.; TINOCO, A. L. A.; ANATO; VIANA, N. L. Aspectos etiológicos e o


papel do exercício físico na prevenção e controle da obesidade. Minas Gerais,
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RECINE, E.; RADAELLI, P. Obesidade e desnutrição. 2015. Disponível em:


Acesso em: jun. 2015.

SILVA, António José et. al. Obesidade Infantil. Montes Claros: CGB Artes Gráficas,
2007.

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