Você está na página 1de 6

Estudo de Caso

Sabe-se que a passagem da “economia de predação” para a “economia de produção” devido à


industrialização significou uma mudança decisiva na relação do homem com o meio ambiente,
levando à oferta de inúmeros produtos alimentícios prontos para o consumo disponíveis à
população e, muitas vezes, a preços mais baixos que influenciam nos padrões alimentares da
população e caracterizam a transição nutricional, a qual sofre influência de agentes sociais, de
saúde e de hábitos de vida. Assista o documentário Muito além do peso acessando o link a
seguir:

Tocar Vídeo

e, com um olhar crítico, descreva o que o filme aborda, associando aos fatores que
influenciaram, problemas à saúde e suas considerações.

O filme “Muito além do peso” é um documentário atual que traz um tema


relevante para o contexto da nossa sociedade que é a obesidade infantil e suas
consequências na vida da criança e sua família. O filme inicia com uma frase de
impacto que aborda que os nossos filhos viverão 10 anos menos que nós devido ao
ambiente familiar que construímos. Esta crítica iniciada pelo filme faz referência aos
hábitos alimentares das famílias brasileiras e também traz uma realidade mundial cuja
alimentação é pautada em fast food e junk food. Com a Revolução Industrial que
ocasionou nas sociedades posteriores a transição demográfica, epidemiológica e
também nutricional vimos nestes tempos alterações substanciais no modo de vida da
população. A sociedade passou de rural para urbana com aglomerações nos grandes
centros e assim as pessoas pararam de produzir os seus próprios alimentos e neste
ínterim houve também o crescimento da indústria alimentícia em que se instalou
utilizando-se de veículos de marketing na mente da população. Alimentos
industrializados e ultraprocessados e o fast food começaram a ter grande valor na vida
das pessoas até fazer parte da rotina da maioria da população. Dessa forma, a mudança
substancial dos hábitos das famílias fizeram com que os pais perpetuassem esse costume
alimentar para as crianças desde a tenra idade. Há pais que oferecem refrigerantes na
mamadeira para crianças menores de um ano de idade quando esta, deveria estar em
aleitamento materno complementar com uma introdução alimentar pautada em
alimentos naturais ou minimamente processados. O resultado desta transição nutricional
e destes hábitos alimentares é a epidemia de obesidade infantil que estamos criando e
vivendo.
Os hábitos alimentares não se referem apenas a comer mas também a poder
aquisitivo. Um suco de caixinha vale menos do que uma fruta; uma fruta vale menos
que um biscoito recheado – este é o código de poder que é percebido na sociedade. Isso
é uma inversão de valores que está ocorrendo na atualidade e que os alimentos
ultraprocessados são tidos como melhores do que os naturais. Toda esta construção
social mostra um analfabetismo alimentar. As pessoas não tem conhecimento e nem
sabem que açúcar é um carboidrato, e a composição dos alimentos industrializados que
estão ingerindo.
A problemática da obesidade infantil retratada traz aspectos clínicos
importantes em que as crianças tem repercussão na sua saúde e desenvolvem diabetes,
hipertensão arterial, alteração em exames laboratoriais como o colesterol entre outros. A
criança obesa tem problemas de saúde sérios como um adulto ou até idoso. É algo
realmente preocupante! Associado a isso tem o estigma da obesidade em que a criança
obesa não é uma criança. É obesa. Assim, esta criança tem sua identidade deformada e
ela é estigmatizada pelos lugares que passa podendo ocasionar transtornos psicológicos.
Chama atenção também os dados estatísticos de que a cada 5 crianças obesas, 4
permanecerão obesas quando adultas o que implica na dificuldade de mudar o quadro de
obesidade após a sua instalação.
O documentário traz algo relevante acerca da publicidade em que cita
algumas pesquisas que mostraram a relação entre muitas horas de TV com a obesidade.
Isso acontece que a criança quando fica presa à TV, celular, videogame, entre outros
perde o brincar criativo e fica refém de ficar passivo, apenas “assistindo” o que se está
passando. Assim, a criança não brinca, não corre e não gasta energia e fica apenas no
sofá. Além disso, sempre há propagandas de alimentos industrializados e
ultraprocessados que são veiculados e mostram um mundo mágico e desperta na criança
o desejo de ter e comer aquele alimento. enfraquece o brincar criativo. É interessante
notar a crítica que o filme faz em relação aos gastos irrisórios de 51 milhões de dólares
que são do governo dos Estados Unidos nas ações de promoção de hábitos alimentares
saudáveis e de atividade física contra 1,6 bilhões que são gastos pela indústria
alimentícia para divulgação dos seus produtos. Desta forma, percebe-se que a indústria
alimentícia quer vender os seus produtos e não tem preocupação nenhuma acerca da
saúde e dos problemas que gera na sociedade, mas o seu foco está no lucro. Chama
atenção a discussão de que as propagandas de alimentos que não são saudáveis não
poderiam ser censuradas, pois podem ser vendidos livremente. Dessa forma, o Estado
fica impossibilitado de intervir e regulamentar a veiculação destes tipos de propaganda.
Frente a todo este contexto exposto no documentário faço alusão a ações
importantes no Brasil que poderiam auxiliar na prevenção da obesidade infantil. Há a
publicação “Guia Alimentar para a População Brasileira” que traz um direcionamento
com passos para se construir hábitos alimentares saudáveis e também o “Guia Alimentar
para Crianças Brasileiras Menores de 2 anos” que aborda várias orientações para a
introdução alimentar e que é baseada em alimentos in natura e minimamente
processados. Estes documentos devem ser manual de bolso de todos os profissionais de
saúde que atenderem a população, principalmente as gestantes e mães de crianças
pequenas para incentivo ao aleitamento materno exclusivo até os 6 meses e depois a
construção de hábitos alimentares saudáveis com a introdução alimentar. As
recomendações de não ingestão de açúcares e alimentos ultraprocessados antes de 2
anos deve ser sempre enfatizadas nas consultas de acompanhamento de crescimento e
desenvolvimento. Como enfoque da saúde coletiva enfatizo aqui o trabalho dos
profissionais que atuam na Estratégia de Saúde da Família que estariam mais próximos
da comunidade com construção de vínculos com a população adstrita e poderiam
desenvolver ações de promoção e prevenção da saúde que envolvam alimentação
saudável e estilo de vida. Estes profissionais devem ser capacitados para envolver essas
famílias de crianças pequenas para proteção do aleitamento materno e da introdução
alimentar saudável a fim de prevenir toda a problemática que envolve a obesidade
infantil.
E por fim, destaca-se que o documentário foi bem importante por mostrar
uma realidade problemática e que não pode ser mascarada.
]

A publicidade enfraquece o brincar criativo.

As propagandas qdo pegam as crianças agora, elas vao continuar com o hábito pro resto da
vida.

Televisao – mundo magico. Horas de tv estão associadas a obesidade.


Um suco de caixinha vale menos do que uma fruta – código de poder aquisitivo e a criança que
elva fruta pra escola é menosprezada.

O que mais define o povo do que aquilo que ele come.

Analfabetismo alimentar!!! As pessoas não tem conhecimento....0 gordura trans, néctar – mais
açúcar e menos fruta.

A criança obesa não é uma criança. É obesa. A identidade dela fica deformada.

Você também pode gostar