A midia ,no Brasil e no mundo, têm contribuído para a mudança dos
hábitos alimentares de crianças e adultos, estimulando o consumo de lanches calóricos e fast food, ao mesmo tempo em que difundem um novo padrão estético baseado no corpo ideal, esbelto. Essa influência preocupa os profissionais da área de alimentos e saúde, porque provoca o aumento do número de pessoas obesas e com DCNT ( doenças crônicas. )
A televisão é um dos veículos de comunicação mais utilizados para
propaganda e markting. A mídia é uma forte influenciadora nas escolhas alimentares das crianças, com propagandas de alimentos caloricos.
O crescimento e desenvolvimento do indivíduo ocorrem de maneira
mais expressiva na infância. Neste período os hábitos de vida são desenvolvidos e persistem ao longo de toda a vida. Dentre os hábitos desenvolvidos podemos destacar a alimentação, se inadequada pode acarretar problemas de crescimento e consequentemente restrições e comprometimentos futuros para o desenvolvimento das crianças.1,2 O comportamento alimentar é influenciado por fatores externos como características da família, estilo de vida dos pais e amigos, valores sociais, mídia, hábitos alimentares e conhecimentos de nutrição, além de fatores internos como as características psicológicas, autoestima, desenvolvimento emocional e preferências alimentares.3 A televisão influencia de diversas formas os indivíduos. Podendo assim interferir no comportamento e personalidade dos mesmos. Comportamento antissocial e mais violento na vida adulta já é associado com a periodicidade com que assistiu televisão na infância. Além disso, a televisão afeta o tempo de sono que a criança necessita, principalmente aquelas que possuem televisão nos seus quartos. Os anúncios apresentados nos meios midiáticos se moldam de acordo com o público alvo, no caso um mesmo anunciante pode exibir diversos comerciais, mas em formatos diferentes para abranger um maior número de pessoas, principalmente os restaurantes de fast food. Estratégias como a utilização de brindes, histórias ou personagens são mais usadas com o público infantil, já informações sobre preço, tamanho ou gosto do alimento são usadas com o público mais adulto. Assim esse meio acaba contribuindo de alguma maneira para a formação de alguns hábitos alimentares na juventude. No Brasil, há legislações que regulamentam as propagandas veiculadas com alimentos. Uma delas apresenta os pontos a serem respeitados pelas empresas em relação aos alimentos ricos em gorduras, açúcares, sódio, ou seja, os de má qualidade nutricional. São descritos na resolução as definições do que são esses alimentos bem como os seus requisitos necessários para se apresentar durante a publicidade do produto. A elaboração de programas educacionais é uma das maneiras de ampliar e disseminar o conhecimento das crianças sobre nutrição e saúde. Possui o intuito de promover a formação de bons hábitos alimentares, prevenir doenças relacionadas à má
alimentação e garantir qualidade de vida. No entanto nem sempre é
uma prática comum no universo infantil principalmente nas escolas.
A investigação do conteúdo que é transmitido nos meios de
comunicação possibilita descobrir o que está sendo informado aos que consomem esse material e averiguar o poder que isto causa no público avaliado. Assim, o presente artigo tem como objetivo principal realizar uma revisão da literatura avaliando a influência da mídia na alimentação infantil com ênfase no conteúdo que é abordado nas propagandas de televisão. da questão.
Apesar da divergência dos relatos sobre à exposição das crianças à
programas de TV, a porcentagem de
crianças expostas é alta, e segundo Santana et al. (2015) a mídia possui
grande influência nas escolhas
alimentares do público infantil, aonde foi possível observar que além de
serem transmitidas em horários
específicos, como nas principais refeições, as propagandas quase
sempre relacionam alimentos de fácil
acesso e que seja consumido com frequência por esse público.
Em relação aos alimentos escolhidos pelos responsáveis, grande parte
relatou adquirir alimentos
industrializados que possuíam personagens que seu(a) filho(a) gosta e
com apelo nutricional por considerar
saudável, o que se confirma pelo estudo de Soares et al. (2013) que ao
analisarem embalagens, ficaram
evidentes outros recursos além da ilustração dos personagens do
universo infantil em questão, através da
informação de nutrição e apelação do produto ser fonte de vitaminas ou
utilização do termo light como
benefício de ser sem açúcar e assim, despertando o interesse de pais e
crianças alfabetizadas.
A solicitação de produtos por parte da maioria das crianças pode ser
resultado da visualização de anúncios na televisão, o que confirma o fato de 51,4% das crianças já terem pedido para os pais comprarem algum
alimento após visualizá-lo na TV. O estudo de Emond et al. (2015)
concluiu que os anúncios de alimentos
industrializados voltados aos pais comumente abordam sobre nutrição,
saúde e retratos de um estilo de vida
ativo, podendo influenciar na compra de itens que os filhos solicitam.
Além da preferência alimentar por alimentos não saudáveis, as crianças
possuem uma grande influência
da publicidade do alimento em suas escolhas alimentares, visto que os
dados revelam que os indivíduos
optaram pela escolha de produtos industrializados com embalagens com
personagens. Tal resultado é
confirmado por dados da Associação Brasileira de Licenciamentos
(ABRAL, 2018), os produtos associados a
personagens famosos vendem cerca de 20% a mais que os produtos
não associados.
Pode-se concluir que a mídia e publicidade interferem nas escolhas
alimentares das crianças e de seus
responsáveis, através do uso de personagens e apelos nutricionais dos
produtos. Grande parte das crianças
possuíam um consumo elevado de alimentos processados e
ultraprocessados. A cantina da escola não possui
alimentos com personagens nas embalagens, no entanto grande parte