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1 INTRODUÇÃO

A presença da mídia faz parte do nosso cotidiano, dificilmente não se vê algo


relacionado a ela e dentre os mecanismos midiáticos, a televisão é um dos meios
mais utilizados para a transmissão de informações que contribuem diretamente no
comportamento dos indivíduos. As propagandas compõem uma forma específica de
divulgação de bens e serviços e exercem influência, de forma muito significativa, no
processo de formação dos hábitos, sobretudo alimentares e de maneira ainda mais
intensa na infância, devido à maior vulnerabilidade dos indivíduos que compõem
esta faixa etária, tendo em vista a inicial formação da personalidade.
Em meio a isso, a divulgação maciça de alimentos industrializados nas
propagandas infantis, representa o estímulo ao consumo cada vez maior de
elevados teores de gorduras, açúcares e sal, além de substâncias sintéticas com
limites para consumo humano ainda pouco esclarecidas. Estes alimentos são muitas
vezes consumidos nos lanches escolares e são solicitados com freqüência aos pais,
demonstrando assim a forte e sutil influência da propaganda e dos meios de
comunicação de massa na qualidade de vida das crianças.
Diante do exposto, questiona-se: Qual a influência do marketing na escolha
da alimentação infantil?
Entre as diversas formas de influência sobre as práticas alimentares
provenientes do meio, a mídia, nas suas diferentes formas de atuação, está entre as
que mais rapidamente vem assumindo papel central na socialização de crianças e
jovens. Outro fator que contribui ainda mais para tal influência é a ausência dos pais
no âmbito familiar, sobretudo das mães que antes exerciam o papel de supervisão
na vida diária dos filhos e, atualmente em sua grande maioria, as mulheres estão
trabalhando fora de casa, tendo assim que atribuir a “função de mãe” a outra
pessoa. Conforme tais evidências destaca-se a importância do profissional
nutricionista na orientação aos pais e educadores quanto à promoção da
alimentação saudável, alertando quanto à influência do marketing na escolha da
alimentação infantil e ponderando sobre as possíveis conseqüências na mudança de
hábitos alimentares.
Desta forma, este trabalho de conclusão de curso tem como objetivo geral
avaliar a influência do marketing na escolha da alimentação infantil de escolas
pública e privada de Feira de Santana, Bahia, visando conhecer como os meios de
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comunicação influenciam o estilo de vida e, principalmente, o comportamento


alimentar, na tarefa de educar e informar os pais a respeito do papel da televisão
nas escolhas alimentares de seus filhos, apontando assim os possíveis riscos de
saúde devido ao alto consumo desses produtos, a fim de sugerir soluções
relacionadas ao papel do profissional de nutrição.
A fundamentação teórica deste trabalho divide-se em dois capítulos, onde o
segundo capítulo tem como título: Formação e desenvolvimento de hábitos
alimentares na infância, onde destacam-se os seguintes autores: Birch (1999),
Ramos e Stein (2000) e Souza et al (2006). O terceiro capítulo apresenta como
título: A participação do marketing na alimentação infantil, citando os autores: Cezar
(2000), Mestriner (2002) e Candido et al (2008).
Nesse contexto, e através da pesquisa de campo onde crianças e
responsáveis responderam as indagações de um questionário destinado a faixas
etárias afins, pode-se perceber que a propaganda agrada às emoções, não ao
intelecto, afetando mais profundamente crianças que adultos; o falso conceito de
alimento como algo que dê poder é perigoso por permitir que as indústrias
alimentícias explorem a vulnerabilidade das crianças.
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2 FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE HÁBITOS ALIMENTARES


NA INFÂNCIA

O presente capítulo refere-se à alimentação infantil de forma ampla, abordando


os maus hábitos alimentares, especialmente aqueles que acarretam a obesidade
infantil, buscando entender como as preferências alimentares são adquiridas, além
de relatar alguns fatores que podem interferir na formação do hábito alimentar na
infância e, sobretudo, enfocar a importância da alimentação saudável, sendo esta
essencial para o crescimento, desenvolvimento e manutenção da saúde da criança.
Para fundamentação teórica deste capítulo foram utilizados como principais autores
Birch (1999), Ramos e Stein (2000) e Souza et al (2006).

2.1 ALIMENTAÇÃO NA INFÂNCIA

É indiscutível a importância de uma alimentação adequada, independente da


fase da vida. Do ponto de vista nutricional, esta questão é relevante no sentido de
assegurar o crescimento e o desenvolvimento fisiológico, a manutenção da saúde e
do bem estar do indivíduo. No entanto, quando se trata de crianças o valor de uma
dieta equilibrada torna-se muito maior com um suporte equilibrado de nutrientes,
devido ao crescimento e desenvolvimento acelerado, os quais aumentam as
necessidades nutricionais. (OLIVEIRA, 1995; SOUZA et al, 2006).
Uma vez que é na infância que o hábito alimentar se forma, é necessário o
entendimento dos fatores determinantes, para que seja possível propor processos
educativos efetivos para a mudança do padrão alimentar da criança. (RAMOS;
STEIN, 2000).
A formação da personalidade e dos hábitos alimentares das crianças são os
responsáveis pelas suas escolhas para toda a vida, iniciando com a vida escolar, a
qual está intimamente relacionada com a vida social da criança. O hábito e as
preferências alimentares da família estão associados a fatores culturais e
econômicos, que exercem influência no comportamento e na atitude das crianças
perante a alimentação, e podem repercutir e refletir diretamente na saúde e no vigor
da sua fase adulta, constituindo-se em fatores de prevenção ou comprometimento
para algumas doenças. (OLIVEIRA, 1995; SOUZA et al, 2006).
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2.2 FATORES FISIOLÓGICOS

No decorrer dos primeiros anos de vida, o controle da ingestão alimentar passa


a ser complexo e as crianças aprendem a se alimentar em resposta à presença de
comidas palatáveis, contexto social, estado emocional e conhecimentos e crenças
sobre nutrição e alimentação. (BIRCH, 1999).
É possível que experiências intra-uterinas contribuam para preferências de
sabores. O líquido amniótico é aromático e o seu odor é influenciado pela dieta da
mãe. A semelhança de aromas entre o líquido amniótico e o leite materno pode estar
envolvida na preferência do recém-nascido pelo cheiro do leite materno, a
sensibilidade ao sabor doce já aparece na fase pré-natal, provavelmente estimulada
pelas substâncias químicas do líquido amniótico. (GIULIANI; VICTORA, 2000).
Durante a amamentação, o reflexo da expressão orofacial é interpretado pelos
pais como resposta ao prazer ou desgosto aos sabores, o que permite uma forma de
comunicação durante o período de lactação. (RAMOS; STEIN, 2000).
As sensações do paladar servem como um indicador do valor nutricional de
alimentos e são importantes no desenvolvimento de preferências alimentares e
estas são modificadas com o crescimento e maturação. (BIRCH, 1999).
A transição da dieta láctea da primeira infância para a alimentação da família
requer que a criança aprenda a aceitar pelo menos alguns dos novos alimentos a ela
oferecidos. Muitos dos alimentos que as crianças rejeitam inicialmente terminarão
por serem aceitos se a criança tiver ampla oportunidade de provar os alimentos em
condições favoráveis. (BIRCH, 1999).
A rejeição inicial ao alimento muitas vezes é erroneamente interpretada como
uma aversão permanente ao mesmo, e este acaba sendo excluído da dieta da
criança. (GIULIANI; VICTORA, 2000).
A criança aprende a gostar e a não gostar de alimentos, através da ingestão
repetida, associando os sabores dos alimentos com a reação afetiva do contexto
social e a satisfação fisiológica da alimentação. (RAMOS; STEIN, 2000).
A aprendizagem é fator importante na aceitação dos novos alimentos, e está
cientificamente provado que existe relação direta entre a freqüência das exposições
e a preferência pelo alimento (EUCLYDES, 2000).
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2.3 FATORES AMBIENTAIS

O comportamento alimentar da criança é determinado em primeira instância


pela família, da qual ela é dependente e, secundariamente, pelas outras interações
psicossociais e culturais. (RAMOS; STEIN, 2000).

2.3.1 Alimentação dos Pais

A alimentação dos pais costuma exercer influência decisiva na alimentação


infantil, afetando a preferência alimentar da criança e sua regulação da ingestão
energética. (BIRCH, 1999).
As refeições representam um importante evento nas interações familiares. As
crianças aprendem muito cedo que os alimentos são servidos em uma ordem
particular nas refeições, como, por exemplo, a refeição e depois a sobremesa e que
as ocasiões sociais especiais, como os aniversários, pedem alimentos diferenciados.
(BIRCH, 1999).
O padrão de alimentação envolve a participação efetiva dos pais como
educadores nutricionais, através das interações familiares que afetam o
comportamento alimentar das crianças. Em especial, as estratégias que os pais
utilizam na hora da refeição, para ensinar as crianças sobre o que e o quanto comer,
desempenham papel preponderante no desenvolvimento do comportamento
alimentar infantil. A criança não come apenas pela sugestão da fome, mas também
pela sugestão do ambiente e do contexto social. (RAMOS; STEIN, 2000).
A influência dos pais, assim como a de outros cuidadores na alimentação das
crianças somente se dá em relação às atitudes tomadas, quanto ao método da
abordagem como também pelo exemplo dado, uma vez que a observação de outras
pessoas se alimentarem favorece a aceitação de novos alimentos e são importantes
para a formação do hábito alimentar. (BIRCH, 1999).

2.3.2 Influência da Televisão

A televisão é um dos fatores potenciais que estimulam a alimentação. O poder


da televisão, através de seus agentes sociais, participa decisivamente na criação de
valores míticos como liberdade, autonomia, felicidade e bem-estar, prescrevendo,
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simultaneamente, comportamentos adequados ao alcance de tais fins. (ANDRADE,


2003; GORE et al, 2003).
A televisão é um veículo de comunicação utilizado para o entretenimento e para
a educação e representa a fonte de informação sobre o mundo mais acessada pela
maioria das pessoas, sendo capaz de transmitir aos mais diversos lugares e culturas
dados sobre como as pessoas se comportam, o que vestem, o que pensam como
aparentam ser e o que comem. Para a Organização Mundial da Saúde, a mídia
incluindo a TV, desempenha um papel principal na informação e na atitude alimentar
das crianças. (ALMEIDA; NASCIMENTO; QUAIOTI, 2002).
A televisão desperta sensações, emoções e alegria nas crianças e através
dela, podem viver perigosas aventuras, um romance ou até mesmo se divertir com
os desenhos animados sem sair de casa. O que ocorre é que, com grande tempo de
exposição a esta mídia, as crianças também se encantam com os produtos
divulgados nos intervalos dos programas como: brinquedos, salgadinhos, bolachas,
refrigerantes e outros produtos que em sua maioria ainda contam com personagens
fantásticos que deixam as crianças maravilhadas. Cada vez mais, os comerciais
chamam a atenção das crianças, despertando desejos, pois são bem trabalhados,
com criações fortes que mexem com suas imaginações e encantam inclusive
adultos. (CRIVELARO et al, 2006).
Diante da televisão, uma criança pode aprender concepções incorretas sobre o
que é um alimento saudável, uma vez que a maioria dos alimentos veiculados
possui elevados teores de gorduras, óleos, açúcares e sal. Maus hábitos alimentares
estão associados a diversos danos à saúde, entre eles, a obesidade, cujos índices
têm crescido nas últimas décadas como resultado de aumento no consumo de
alimentos com alta densidade calórica e redução na atividade física. (ALMEIDA;
NASCIMENTO; QUAIOTI, 2002).

2.3.4 Alimentação em Grupo

As mudanças no estilo de vida familiar atual levaram muitas crianças a


passarem parte ou a maioria de seus dias, em creches ou pré-escolas. (MAHAN;
ESCOTT – STUMP, 2002).
No período pré-escolar, a criança em contato com seus amigos e educadores
se desvencilham lentamente do núcleo familiar e essa ampliação de contato faz com
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que ela passe a tomar decisões e tenha suas próprias escolhas alimentares.
(BISSOLI; LANZILLOTTI, 1997).
As escolas são estabelecimentos que normalmente reúnem crianças que
comem bem em grupo; porém são também ambientes ideais para programas de
educação nutricional. As atividades que enfocam as relações do mundo real com o
alimento são mais prováveis de produzir resultados positivos. Participar de jogos que
ensinam nutrição, experimentar novos alimentos, participar do preparo de alimentos
simples e plantar uma horta são atividades que melhoram os hábitos e desenvolvem
atitudes alimentares positivas. (MAHAN; ESCOTT – STUMP, 2002).
A alimentação em grupo favorece a modificação de hábitos alimentares, por
facilitar a aceitação de novos alimentos, sendo importante a implantação de
atividades que promovam uma melhora na qualidade da alimentação infantil.
(BISSOLI; LANZLLOTTI, 1997).

2.4 TRANSIÇÃO NUTRICIONAL X OBESIDADE INFANTIL

É denominada ”transição nutricional” a mudança gradual no comportamento


alimentar da sociedade contemporânea, o qual vem ocorrendo nas últimas décadas;
tal processo acompanha uma crescente urbanização e industrialização. O padrão
alimentar tradicional cada vez mais é substituído por alimentos, refeições e hábitos
nutricionais menos adequados ao estilo de vida saudável. (COSTA et al, 2008).
As mudanças econômicas, sociais e demográficas ocorridas nas últimas
décadas em decorrência da modernização e crescente urbanização alteraram os
padrões de estado nutricional da nossa população, gerando um aumento da
prevalência de sobrepeso e da obesidade e diminuição da incidência de desnutrição,
caracterizando assim um período de transição nutricional. (GENTIL, 2000).
O traço predominante na caracterização na transição nutricional, no Brasil, é
sem dúvida a emergência epidêmica do sobrepeso e, particularmente, da obesidade,
como evento de maior visibilidade epidemiológica e de implicações correlatas com o
comportamento da morbi-mortalidade. (ASSIS; BATISTA FILHO; KAC, 2007).
A simples observação revela evidências claras de que o perfil alimentar da
população brasileira apresentou expressivas mudanças nos últimos trinta anos, o
que corresponde ao período mais característico da transição nutricional no país.
(ASSIS; BATISTA FILHO; KAC, 2007).
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Maus hábitos alimentares, especialmente aqueles que acarretam a obesidade


infantil, produzem problemas de saúde imediatos e também a longo prazo, visto que
cerca de 60% de crianças obesas sofrem de hipertensão e
hiperlipidemias. (ALMEIDA; NASCIMENTO; QUAIOTI, 2002).
A obesidade infantil vem crescendo de forma alarmante, constituindo-se numa
ameaça à saúde e ao desenvolvimento destes grupos, sendo ainda mais novas
associadas a dietas com alto teor de calorias, gorduras, açúcar e sódio, colocando
em risco o futuro das crianças. (IOM, 2006).
O tratamento da obesidade considera os aspectos fisiológicos, psicológicos e
sociais associados à doença. O principal objetivo do tratamento não é a redução
apenas de peso, mais também do fator de risco de desenvolvimento de outras
doenças, tais como: hipertensão, diabetes mellitus e problemas psicossociais na
infância. (WHO, 1998).
As doenças crônicas na infância apresentam uma prevalência bastante elevada
com implicações para o desenvolvimento da própria criança e também para sua
relação familiar. Podendo sofrer alguma forma de disfunção crônica, incluindo
condições físicas, deficiências no desenvolvimento, dificuldades de aprendizagem e
doença mental (Perrin; Shonkoff, 2000).
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3 A PARTICIPAÇÃO DO MARKETING NA ALIMENTAÇÃO INFANTIL

O presente capítulo tratará sobre a influência da propaganda e dos meios de


comunicação de massa no processo de formação dos hábitos alimentares na
infância, sendo este público o mais vulnerável, devido à imaturidade fisiológica.
Desde cedo, as crianças, com freqüência, assistem à televisão sem a presença de
adultos que possam ajudá-las a entender as mensagens de marketing. Além disto, o
aumento da exposição à TV acaba afastando-as da prática de exercícios e
colocando-as cada vez mais perto de doenças como a obesidade gerada pelo
consumo exagerado de alimentos muito calóricos, visto na maioria das vezes nas
propagandas de televisão. Para fundamentação teórica deste capítulo foram
utilizados como principais autores Cezar (2000); Mestriner (2002) e Candido et al
(2008).

3.1 CONCEITOS DE MARKETING

O marketing pode ser definido como o processo de planejamento, promoção


e distribuição de idéias para criar trocas que satisfaçam objetivos individuais e
organizacionais. Ele inclui pesquisa de mercado, distribuição, definição de preço,
embalagem, desenvolvimento de produto, publicidade, promoções e relações
públicas. (COSTA et al, 2008).
Kotler e Keller (2006) conceituam o marketing como um processo social por
meio do qual pessoas e grupos de pessoas obtém aquilo de que necessitam e o
que desejam com a criação, oferta e livre negociação de produtos e serviços de
valor com outros.
São estratégias para criar e aumentar os negócios de uma empresa,
analisando o mercado e a forma como ele se comporta. Tem como principal
objetivo atender desejos e necessidades dos clientes com lucro e relacionamento
de longo prazo. (CANDIDO et al, 2008).
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3.2 MARKETING NUTRICIONAL

O marketing nutricional visa informar o consumidor e influenciar sua estrutura


de preferências, além de explorar as características ou dimensão nutricional dos
alimentos. (GONSALVES, 2001).
Para Scagliusi (2005), marketing nutricional constitui uma importante
ferramenta de diferenciação empregada pela indústria de alimentos. Ele tem como
objetivo fornecer aos consumidores informações de caráter nutricional sobre os
produtos, permitindo que os mesmos façam escolhas conscientes em relação aos
produtos alimentícios, de acordo com o estilo de vida que pretendem adotar.
A dinâmica da vida moderna vem alterando os hábitos dos indivíduos ao
longo dos anos, criando assim necessidades que antes não existiam. Através
disso, as estratégias de marketing podem ser direcionadas para segmentos
específicos, como é o caso do mercado alimentício, no qual elas influem
diretamente no padrão de comportamento alimentar dos indivíduos. Essas
estratégias utilizadas não se limitam a oferecer e divulgar os produtos, como
também buscam compreender e surpreender o consumidor. (CANDIDO et al,
2008).
Os profissionais de marketing têm como estratégia fazer com que os
produtos, a cada dia, façam parte do hábito alimentar da população. Há um
crescimento pela escolha de alimentos pré-processado, semiprontos, enlatados,
congelados, entre outros em relação aos alimentos naturais, devido à forma de
preparo desses alimentos apresentarem maiores dificuldades e requerem tempo
que nem sempre as pessoas têm para se dedicarem a uma alimentação mais
saudável. Vários fatores são considerados por sua relevância, como: Visão: as
cores têm forte influência no consumo de alimentos, pelos valores e emoções que
despertam; Olfato: é um dos sentidos mais facilmente manipulável; Tato: pouco
utilizado no que tange a alimentos, embora possa se verificar sucos em pó com
consistência similar às das frutas naturais; Paladar: muitos sabores artificiais são
desenvolvidos visando aproximar-se o máximo do sabor original/natural.
(CANDIDO et al, 2008).
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3.3 A PRESENÇA DO MARKETING ALIMENTÍCIO NA TELEVISÃO

Hoje, as crianças são “bombardeadas” por propagandas em toda parte e


passam cerca de 40 horas por semana envolvidas com a mídia. A maioria das
quais movida por propagandas, assistindo, em média, a quarenta mil comerciais
por ano, somente na televisão. (LINN, 2006).
No Brasil, as crianças passam cerca de cinco horas por dia em frente à
televisão. O tempo que uma criança passa assistindo à programação televisiva
pode estar associado à obesidade, pois cada hora diante do aparelho pode resultar
em aumento de até 22% em sua prevalência. As propagandas influenciam o
comportamento alimentar, de modo que tal hábito está diretamente ligado
relacionado a pedidos, compras e consumo dos alimentos anunciados. (ALMEIDA;
NASCIMENTO; QUAIOTI, 2002).

3.4 INFLUÊNCIA DO MARKETING SOBRE O PÚBLICO INFANTIL

De acordo com Santos (2000), a criança passa por três etapas associadas a
faixas de idade. De 0 a 2 anos, dá-se a fase do Universo das Observações, na
qual a criança descobre as compras acompanhadas dos pais, sem conseguir
distinguir marcas de produtos.
O universo das indagações (dos 3 aos 5 anos) é a fase do “eu quero”, em que
a criança inicia a manifestação de seus desejos de compra e fazem suas
solicitações aos pais. Elas já são capazes de reconhecer marcas, distinguir entre
embalagens e localizar produtos em prateleiras.
Quando a criança começa a assumir uma postura mais ativa e seletiva em
relação às escolhas de marcas e produtos, ela entra no universo racional, que
compreende a faixa dos 6 aos 12 anos de idade. Aqui, ela passa a imitar seus
pais, ao exercer compras sozinha ou acompanhada de amigos, começa a ter
noção de valor (dinheiro), de tomada de decisões (escolhas), de indagação com o
ambiente (saber andar sozinho) e de comunicação (relacionamento com outras
pessoas: vendedoras, balconistas, etc.).
É interessante notar que de acordo com o estágio em que a criança se
encontra, ela pode assumir diferentes papéis de compra, enquanto vive no
universo de observação, sua capacidade de tomar decisões ou até de exercer
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influência consciente sobre o consumo ainda não se desenvolveu, assim, a sua


importância para o marketing é a de usuário, ou seja, todo o processo de compra
será de responsabilidade exclusiva de outras pessoas (geralmente os pais). É
nesse momento que o consumidor infantil pode ser considerado “passivo”, à
medida que quem decide o que ele virá vestir, comer e brincar são os seus pais.
(GADE, 1980; SANTOS, 2000).
Atualmente, as crianças podem ser consideradas consumidoras de quase
todo o tipo de produtos e serviços, muitas vezes consumindo até com seu próprio
dinheiro, seja ele mesada ou outras fontes. Por conta disso, as empresas
direcionam suas estratégias para cativar o consumidor infantil e aumentar as suas
vendas no mercado. Porém, a primeira publicação que reconheceu as crianças
como consumidores foi escrita há 35 anos, quando foram denominados
“compradores de caramelos de um centavo”. (MCNEAL, 2000).

3.5 A QUALIDADE NUTRICIONAL DOS ALIMENTOS VEICULADOS NA


TELEVISÃO

Os produtos alimentícios presentes nas propagandas de TV do horário


infanto-juvenil são, em sua maioria, inadequados do ponto de vista nutricional.
Almeida, Nascimento e Quaioti (2002) realizaram uma análise qualitativa do
marketing alimentício e reconstruíram a pirâmide alimentar a partir das
propagandas analisadas. Diferentemente da pirâmide considerada ideal, 60%
concentraram-se no grupo de gorduras, óleos e doces, com conseqüente redução
do grupo de pães, cereais e massas, além da ausência de carboidratos complexos
(frutas e vegetais in natura).
Em geral, tal padrão nutricional é mantido, de modo que a maioria dos
alimentos veiculados em propagandas televisivas é de alta densidade energética,
ricos em sódio, gorduras e açúcares, e pobres em fibras alimentares e carboidratos
complexos. (PONTES et al, 2007).

3.6 RECURSOS UTILIZADOS EM MARKETING

Além do estabelecimento dos meios através dos quais o mercado de oferta se


comunica com o mercado de consumo, o marketing estuda também a influência de
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outros elementos que atraem a atenção do consumidor, tanto a nível do consciente


quanto do inconsciente; alguns destes elementos, como a cor e a embalagem, são
considerados de grande importância, por serem fatores que influenciam na decisão
de compra. (FARINA, 1990).
Quando no cérebro se produz a sensação de cor, esta se encontra a nível do
inconsciente. Sabe-se que o homem reage, muitas vezes, impulsionado pelo
inconsciente coletivo, onde o simbolismo coletivo das cores (ex: verde simboliza a
esperança) representa um papel de destaque; reage, também, impulsionado por
seu inconsciente individual, o que caracteriza uma maneira personalizada de
responder aos estímulos que irão determinar suas preferências. (FARINA, 1990).

3.6.1 Embalagem

A embalagem tinha como funções iniciais proteger, conter e viabilizar o


transporte dos produtos. Com o desenvolvimento da humanidade e da economia, a
embalagem teve também denotações para conservar, expor e vender os produtos,
tornando-se assim uma importante ferramenta do marketing para atrair o
consumidor por meio do seu visual atraente e comunicativo. (MESTRINER, 2002).
A embalagem tornou-se parte fundamental de um produto, pois pode torná-lo
mais versátil, seguro, além de proteger o produto, esta deve colaborar para o
fortalecimento da imagem tendo, portanto o poder de influenciar o consumidor,
interferindo na sua decisão da compra. (CEZAR, 2000).
Deste modo nota-se que, quando um produto é embalado, sua forma e seu
visual estão diretamente relacionados com o consumidor dentro de sua classe
social e sua faixa etária, ou seja, a embalagem é desenvolvida para impressionar o
consumidor e vender mais, embora sua função básica seja simplesmente proteger
o produto e identificá-lo. As embalagens de alimentos exploram cada vez mais e
de forma mais sofisticada a imagem do produto servido, pronto para ser
saboreado. A finalidade das embalagens dos produtos alimentícios é visada nesse
caso a estimular o paladar e a cor. Nesse caso, deve ser empregada com o
objetivo de expressão. (FARINA, 1990; PEREIRA, 1998; MESTRINER, 2002).
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3.6.2 Rótulo

O rótulo faz parte da embalagem, é o componente que traz as informações do


produto. Normalmente um rótulo deve conter a marca nominal ou símbolo, nome e
endereço dos distribuidores, tamanho e usos recomendados e informação
nutricional. (LAS CASAS, 1997; MESTRINER, 2002).
Em alguns casos, os rótulos das embalagens podem incluir endereços para
atendimento dos consumidores caso queiram saber qualquer informação a respeito
do produto. As informações dos rótulos, inclusas através de seus fabricantes, são
de extrema importância, pois além do respeito ao consumidor, há também a
exigência legal do Código de Defesa do Consumidor, sendo assim um direito do
consumidor estar à parte dessas informações. (LAS CASAS, 1997).
Segundo Sá (2004), a rotulagem dos alimentos possibilita uma melhor
capacidade de julgamento do consumidor acerca das propriedades nutritivas do
produto, pode-se inclusive considerar, desta forma, que o marketing nutricional
pode contribuir para um melhor status educacional da população.

3.6.3 Cores

Atualmente, a grande influência da cor sobre o homem, tanto sob o ponto de


vista fisiológico quanto psicológico é fator decisivo. (FARINA, 1990; CEZAR, 2000).
Devido à sua propriedade essencial, a cor tem a capacidade de rapidamente
captar um domínio emotivo: a atenção do comprador. Uma embalagem pode ter
mudança estética com uso certo de cores mais adequadas e motivadoras, que a
destaquem entre os demais produtos concorrentes. (FARINA, 1990).
Segundo Sant’anna (2002), são inúmeras as finalidades da cor na
publicidade. As mais comuns são: chamar a atenção; dar estímulo; realismo aos
objetos e cenas; embelezar a peça e torná-la mais atrativa e formar uma atmosfera
adequada. As cores exercem importante papel no psicológico, sendo assim é
usada para estimular, acalmar, afirmar, negar, decidir, curar e, no caso da
propaganda, vender. Exemplo: chocolate e café normalmente têm suas
embalagens nas cores vermelha ou marrom. (CEZAR, 2000).
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3.6.4 Formas e Design

A primeira missão do design é chamar a atenção para a existência da


embalagem, pois é nesse primeiro momento que o produto deve ser notado.
(MESTRINER, 2002). Um design de embalagem eficaz é aquele que permite uma
boa absorção de olhar e dá ao consumidor um alvo de foco. (SHIMP, 2002).
Para Shimp (2002), as formas apresentam características que facilitam o
despertar de certas emoções. As diferentes formas das embalagens também
afetam seu volume aparente. No geral, se duas embalagens têm o mesmo volume
visível, mas com formatos diferentes, a embalagem mais alta das duas parecerá
conter uma maior quantidade de produto.
A embalagem pode ter inúmeras possibilidades de formas. Pode ser redonda,
quadrada, oval, retangular, triangular. O principal, porém, é não esquecer que a
forma precisa estar ligada com a funcionalidade. A criação da embalagem é
diferente de outras peças de comunicação e muito mais complexa, pois o designer
ou o criador precisa pensar e ter em mente qual público pretende atingir. As formas
são de extrema importância, pois, foram feitas para proteger, garantir higiene,
preservação e entre outras coisas, vender. Para isso, tem que chamar a atenção,
pois as formas nas embalagens é uma peça de comunicação. (CEZAR, 2000).
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4 INFLUÊNCIA DO MARKETING NA ESCOLHA DA ALIMENTAÇÃO


INFANTIL

4.1 ASPECTOS METODOLÓGICOS

O presente capítulo aborda as características que compõem a pesquisa


quanto aos aspectos metodológicos, enfatizando o tipo de pesquisa, a amostra, o
material utilizado para coleta de dados, a forma de análise de dados e os aspectos
éticos que os norteiam, além dos resultados obtidos com suas discussões.

4.1.1 Tipo de Estudo

O presente trabalho constitui-se num estudo de campo com abordagem


quantitativa com enfoque descritivo.
Lakatos e Marconi (2003) afirmam que pesquisa de campo é aquela utilizada
com o objetivo de conseguir informações e/ou conhecimentos acerca de um
problema, para o qual se procura uma resposta, ou de uma hipótese, que se queira
comprovar, ou, ainda descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles.
Consiste na observação de fatos e fenômenos tal como ocorrem espontaneamente,
na coleta de dados a eles referentes e no registro de variáveis que se presume
relevantes, para analisá-los.
Ainda citando Lakatos e Marconi (2003), este estudo é quantitativo descritivo,
pois consiste em investigação de pesquisa cuja principal finalidade é a análise das
características de fatos ou fenômenos, pois há a utilização de recursos e técnicas
estatísticas, e ainda a aplicação de um formulário que consiste numa lista de
indagações escritas.
Este tipo de estudo tem como vantagem as características: ser de baixo
custo, tempo de realização relativamente menor se comparado a outros estudos,
permitindo estimar a prevalência e realizar medidas de associação; e como
limitações: o parâmetro em que causa e efeito são observados em um mesmo
período do tempo. (ROUQUAYROL; ALMEIDA FILHO, 2003).
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4.1.2 Amostra

Foram selecionadas para a pesquisa 100 crianças dentro de um universo de


360, onde 41 foram de instituição privada e 59 de duas instituições públicas que
atenderam aos seguintes critérios de inclusão: os alunos matriculados no ano de
2009, os quais foram liberados por seus responsáveis a participarem da pesquisa
através do Termo de Consentimento Livre Esclarecido (APÊNDICE A), estando entre
a faixa etária de 4 a 10 anos de idade. Para o cálculo da amostra foi adotado um
nível de confiança de 90% e uma margem de erro de ± 8%, constituindo assim um
tamanho de amostra igual a 100 crianças, distribuídos em ambos os sexos.

Na tabela 1, abaixo, pode-se observar que foram avaliados 100 alunos, sendo
49 da escola privada e 51 da escola pública, distribuídos em idade de 4 anos a 10
anos, onde na escola privada 18,4% tinham de 4 anos à 4 anos e 11 meses e 30,6%
com idade de 5 anos à 5 anos e 11 meses, enquanto que na escola pública essa
proporção foi de 11,8% e 33,3%, respectivamente.

Tabela 1 - Distribuição dos alunos quanto à idade e o tipo de escola.


Feira de Santana-BA. Período: outubro de 2009.
IDADE Escola Total
Privada Pública
4 anos à 4 anos e 11 meses N 9 6 15
% 18,4% 11,8% 15,0%
5 anos à 5 anos e 11 meses N 15 17 32
% 30,6% 33,3% 32,0%

7 anos à 8 anos e 11 meses N 12 12 24

% 24,5% 23,5% 24,0%

9 anos à 10 anos N 13 16 29

% 26,5% 31,4% 29,0%

Total N 49 51 100

% 100,0% 100,0% 100,0%

Fonte: Pesquisa de Campo, 2009.


32

Já na tabela 2 podem-se visualizar os resultados em relação ao sexo,


constatou-se que na escola privada 65,3% dos alunos eram do sexo feminino e
34,7% do masculino, enquanto que na escola pública essa proporção foi de 58,8% e
41,2%, respectivamente.

Tabela 2 - Distribuição dos alunos quanto ao sexo e o tipo de escola.


Feira de Santana-BA. Período: outubro de 2009.
Sexo Escola

Privada Pública Total

Feminino 32 30 62

65,3% 58,8% 62,0%

Masculino 17 21 38

34,7% 41,2% 38,0%

Total 49 51 100

100,0% 100,0% 100,0%

Fonte: Pesquisa de Campo, 2009

4.1.3 Campo de Estudo

A pesquisa foi realizada nas seguintes escolas: Escola João Paulo I,


localizada à Rua Dr. Sabino Silva, n° 437, bairro: Kalilândia, na cidade de Feira de
Santana – Bahia, telefone: (75) 3221.2986, representada pela diretora Enedite Braz
da Silva; Escola Municipal Maria Antônia Costa, situada à Rua Rio Madeira, s/n,
bairro: Santa Mônica, na cidade de Feira de Santana – Bahia, (75) 3625-3817,
representada pela diretora Nelcilândia Figueredo da Silva Arouca; Associação Cristã
Feminina, localizada na Av. Maria Quitéria, nº 3.701, na cidade de Feira de Santana
– Bahia, telefone (75) 3223-0458, representada pela diretora Maria Madalena de
Oliveira.
33

4.1.4 Questões Éticas

Cumprindo a Resolução 196/96, de 10 de dezembro de 1996 do Conselho


Nacional de Saúde, a pesquisa que envolve seres humanos deve apresentar
características éticas, garantindo aos sujeitos participantes o anonimato e
respeitando seus valores culturais, éticos, sociais, morais e religiosos, bem como
seus hábitos e costumes, minimizando todo e qualquer risco que seja inerente ao
processo de investigação. (BRASIL, 1996).
A pesquisa foi realizada seguindo os princípios acima citados da Resolução
196/96 do Conselho Nacional de Saúde, onde representantes legais manifestaram a
sua anuência à participação na pesquisa após serem esclarecidos sobre seus
objetivos e com isso estarem livres a participarem, além de permitirem a divulgação
dos resultados obtidos, mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre
Esclarecido (TCLE) (APÊNDICE A).
O estudo serve como importante alerta aos pais, educadores e profissionais de
saúde como um todo, especialmente os profissionais nutricionistas, já que o perfil
nada saudável dos alimentos anunciados pode contribuir para o agravamento de
futuros problemas de saúde e suas complicações a curto e longo prazo.

4.1.5 Material e Métodos

A fim de alcançar os objetivos da pesquisa, foram aplicados questionários


contendo questões objetivas (APÊNDICES B à E) sobre questões relacionadas ao
consumo de alimentos e o acesso aos meios de comunicação. Para a referida
coleta, utilizou-se de entrevistas, com a aplicação dos questionários de forma
individualizada, tendo sido realizada entre os meses de setembro e outubro de 2009.

4.1.6 Análise de Dados

Utilizou-se a análise descritiva dos dados, visando conhecer os hábitos


alimentares e a sua relação com o acesso aos meios de comunicação com um
grupo de 100 estudantes de colégios públicos e privados da cidade de Feira de
Santana-BA. Foram construídos gráficos para auxiliarem na apresentação dos
dados estatísticos, calculados através do programa SPSS versão 15.0 e no
34

programa Microsoft Office Excel 2003, além da aplicação do teste Qui-quadrado de


Pearson, para verificar se existe discrepância entre as freqüências esperadas e as
observadas, ou seja, se existe associação entre as variáveis. É importante ressaltar
que, para as tabelas que apresentaram freqüências inferiores a 5, foi calculado o
teste qui-quadrado Exato de Fisher’s, que também avalia o grau de associação entre
as variáveis. Utilizou-se também a aplicação do teste t, onde se criou hipóteses para
avaliar diferenças estatisticamente significantes na avaliação da quantidade de
alimentos consumidos diariamente pelos alunos das escolas avaliadas, de acordo
com os grupos alimentares.

4.1.6.1 Teste de Hipótese

É uma regra de decisão para aceitar ou rejeitar, uma hipótese estatística com
base nos elementos amostrais. São dois os tipos de hipóteses: Designa-se por Ho, a
chamada hipótese nula, a hipótese estatística a ser testada, e por H1, a hipótese
alternativa. A hipótese nula expressa uma igualdade, enquanto a hipótese alternativa
é dada por uma desigualdade.

4.1.6.2 Teste Qui-quadrado

Avalia, através das hipóteses a serem testadas, se existe uma diferença


significativa entre as freqüências observadas e esperadas.

4.1.6.2.1 Hipóteses Estatísticas do Teste Qui-quadrado

H 0 : São iguais as freqüências observadas e esperadas, ou não existe

associação entre as variáveis.


H 1 : São diferentes as freqüências observadas e esperadas, ou existe

associação entre as variáveis.


35

4.1.6.3 Teste T

Hipóteses Estatísticas do teste de significância para igualdade entre duas


médias.
H 0 : São iguais as médias do consumo diário entre o tipo de escola.

H 1 : São diferentes as médias do consumo diário entre tipo de escola.

A avaliação do teste foi realizada através do critério do p-valor ou valor-p.


Este critério baseia-se na probabilidade de ocorrência de valores iguais ou
superiores ao assumido pela estatística de teste (5%), sob a hipótese de que Ho é
verdadeira.
Este número é chamado de probabilidade de significância ou p-valor.
Portanto, quanto menor o valor-p, maior a evidência para se rejeitar Ho e confirmar a
diferença entre as opiniões. De um modo geral, na área médica, considera-se que p-
valor menor ou igual a 0,05 (5%) indica que há associação entre as variáveis.

4.2 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.2.1 Distribuição das Crianças Quanto à Prática de Atividades no Turno


Oposto e o Tipo de Escola.

Em uma das indagações do questionário, as crianças responderam se


praticam alguma atividade no turno oposto ao da escola, independente da atividade,
que foram relatadas como: balé, inglês, banca, Kong-fú, Karaté ou natação. O
objetivo da pergunta era saber se as crianças passavam as manhãs em casa, onde
poderiam assistir a programação matinal, que em comparação com a programação
ao longo do dia que se segue é mais direcionada ao público infantil.
36

Tabela 3 - Distribuição das crianças quanto à prática de atividades no turno oposto e o tipo de
escola.
Feira de Santana-BA. Período: outubro de 2009.
Atividade Escola

Privada Pública Total


Sim 12 4 16
33,3% 11,4% 22,5%
Não 24 31 55
66,7% 88,6% 77,5%
Total 36 35 71
100,0% 100,0% 100,0%

Fonte: Pesquisa de Campo, 2009. Teste p-valor = 0,027

Em relação aos dados apresentados na tabela 3, constatou-se uma


associação significativa quanto à prática de atividades no turno oposto e a escola
avaliada, onde na escola privada 33,3% praticam enquanto que na pública essa
proporção foi de 11,4%. Pode-se observar também que apenas a minoria das
crianças de ambas as escolas praticam alguma atividade no turno oposto,
totalizando 22,5% (16) enquanto a grande maioria 77,5% (55) não tem nenhuma
atividade no turno oposto, estando assim mais susceptíveis a assistirem à televisão,
logo podendo ser mais influenciados, como afirmam Almeida, Nascimento e Quaioti
(2002), quando dizem que: assistir à TV é um comportamento sedentário comum em
indivíduos de todas as idades, tendo-se demonstrado associações significativamente
positivas entre o número de horas dependidas diante da TV e o peso de indivíduos.
Assim, um comportamento sedentário de assistir à TV, aliado aos dados da análise
qualitativa dos alimentos anunciados, indica uma situação preocupante no campo da
saúde pública.
37

4.2.2 Distribuição dos Alunos Quanto ao Canal que mais Assiste e o Tipo
de Escola.

Uma das perguntas abertas do questionário aplicado em campo às crianças


teve como objetivo conhecer os canais assistidos pelas mesmas, sendo eles da TV
aberta ou fechada.

Tabela 4 - Distribuição dos alunos quanto ao canal que mais assiste e o tipo de escola.
Feira de Santana-BA. Período: outubro de 2009.
Escola Total

Canal Privada Pública Privada

BAND 0 3 3

,0% 5,9% 3,0%

CARTOON 4 0 4

8,2% ,0% 8,2%

CULTURA 2 0 2

4,1% ,0% 2,0%

DISCOV. 1 0 1

2,0% ,0% 1,0%

DISNEY 4 0 4

8,2% ,0% 4,0%

FUTURA 0 1 1

,0% 2,0% 1,0%

GLOBO 26 33 59

53,1% 64,7% 59,0%

NICK 3 0 3

6,1% ,0% 3,0%

RECORD 3 6 9
38

6,1% 11,8% 9,0%

RIT 0 2 2

,0% 3,9% 2,0%

SBT 6 4 10

12,2% 7,8% 10,0%

TVE 0 2 2

,0% 3,9% 2,0%

Total 49 51 100

100,0% 100,0% 100,0%

Fonte: Pesquisa de Campo, 2009.

Segundo a pesquisa de campo, e de acordo com os dados acima explicitados


na tabela, a emissora que obteve maior audiência dentre as crianças tanto das
instituições públicas quanto da privada foi a rede Globo, com 59,0% (59), seguida da
rede Record 0,9% (9) e do SBT (Sistema Brasileiro de Telecomunicações) 10,0%
(10). Dentre as demais emissoras mencionadas pelas crianças não foram aqui
destacadas pela pouca relevância obtida. Observa-se que as emissoras que
apresentaram maior audiência são todas da TV aberta, o que comprova a tese de
Almeida, Nascimento e Quaioti (2002), quando dizem que a televisão é considerada
o veículo de comunicação mais utilizado pela população. O que fica confirmado no
estudo, independente da emissora escolhida.

4.2.3 Distribuição dos Alunos Quanto ao Tempo que Assiste TV e o Tipo


de Escola.

Quanto ao tempo que a criança passa assistindo TV, nota-se que 38,8% dos
alunos da escola privada passam menos de 1 hora enquanto que os da escola
pública essa proporção foi de 27,5%, já em relação a passar mais de 3 horas a
proporção de estudantes foi de 18,4% e 11,8%, respectivamente.
39

Tabela 5 - Distribuição dos alunos quanto ao tempo que assiste TV e o tipo de escola.
Feira de Santana-BA. Período: outubro de 2009.
Tempo assistindo TV Escola

Privada Pública Total

< 1h 19 14 33

38,8% 27,5% 33,0%

1a3h 21 31 52

42,9% 60,8% 52,0%

>3 h 9 6 15

18,4% 11,8% 15,0%

Total 49 51 100

100,0% 100,0% 100,0%

Fonte: Pesquisa de Campo, 2009. Teste p-valor = 0,198

Verificou-se, nesse estudo, que mais da metade das crianças assistem


televisão de uma a três horas diárias, tempo que se aproxima ao da permanência na
escola. Sabe-se que uma exposição de apenas 30 segundos aos comerciais de
alimentos é capaz de influenciar a escolha de crianças por determinados produtos
de acordo com Almeida, Nascimento e Quaioti (2002), os quais afirmam ainda que
para cada 10 minutos de propaganda, 1 minuto tem o objetivo de promover o
consumo de produtos alimentícios, contribuindo para gerar hábitos nem sempre
saudáveis, o que indica que as crianças são estimuladas a consumirem diariamente
alimentos muito calóricos e pouco nutritivos.
40

4.2.4 Distribuição dos Alimentos que as Crianças mais Vêem, Gostam e


Consomem.

Tabela 6 - Distribuições dos alunos em relação às quais propagandas de alimentos mais vêem
e o tipo de escola.
Feira de Santana-BA. Período: outubro de 2009.
Privada Pública
Propaganda P-
que mais vê. Sim % Não % Sim % Não % Valor

Refrigerante 35 71,4% 14 28,6% 43 84,3% 8 15,7% 0,120

Salgadinho 29 59,2% 20 40,8% 40 78,4% 11 21,6% 0,037

Sucrilhos 27 55,1% 22 44,9% 18 35,3% 33 64,7% 0,047

Pizza 23 46,9% 26 53,1% 32 62,7% 19 37,3% 0,112

Frutas 24 49,0% 25 51,0% 36 70,6% 15 29,4% 0,027

Margarina 28 57,1% 21 42,9% 35 68,6% 16 31,4% 0,234

Chocolate 30 61,2% 19 38,8% 38 74,5% 13 25,5% 0,155

Balas 16 32,7% 33 67,3% 22 43,1% 29 56,9% 0,280

Torta 15 30,6% 34 69,4% 28 54,9% 23 45,1% 0,014

Maionese 23 46,9% 26 53,1% 36 70,6% 15 29,4% 0,016

Achocolatado 29 59,2% 20 40,8% 44 86,3% 7 13,7% 0,002

Bolacha 34 69,4% 15 30,6% 44 86,3% 7 13,7% 0,042

Queijo 26 53,1% 23 46,9% 34 66,7% 17 33,3% 0,165

Achocolatado
pronto 34 69,4% 15 30,6% 41 80,4% 10 19,6% 0,204

Hambúrguer 24 49,0% 25 51,0% 43 84,3% 8 15,7% 0,000

Batata frita 27 55,1% 22 44,9% 36 70,6% 15 29,4% 0,109

Iogurte 34 69,4% 15 30,6% 42 82,4% 9 17,6% 0,129

Sucos 32 65,3% 17 34,7% 39 76,5% 12 23,5% 0,219

Sorvete 31 63,3% 18 36,7% 30 58,8% 21 41,2% 0,649


41

Cereais 20 40,8% 29 59,2% 17 33,3% 34 66,7% 0,438

Fonte: Pesquisa de Campo, 2009.

Em relação às propagandas de alimentos que mais vêem, verificou-se que a


grande maioria dos itens foram citados por mais da metade dos entrevistados de
ambas as escolas, destacando que se encontrou associação significativa em itens
como: salgadinho citado por 59,2% dos alunos da escola privada enquanto que na
pública a proporção foi de 78,4%, os sucrilhos vistos por 55,1% no primeiro grupo
contra 35,3% no outro grupo. Essa associação significativa foi registrada também
para as frutas, tortas, maionese, achocolatado, bolacha e hambúrguer,
demonstrando assim que os alunos das escolas públicas vêem mais propagandas
do que os alunos das escolas privadas.

Tabela 7 - Distribuição dos alunos em relação à quais alimentos mais gostam e o tipo de
escola.

Feira de Santana-ba. Período: outubro de 2009.

Privada Pública
Alimento que
gosta. Sim % Não % Sim % Não % P-Valor

Refrigerante 36 73,5% 13 26,5% 45 88,2% 6 11,8% 0,060

Salgadinho 35 71,4% 14 28,6% 45 88,2% 6 11,8% 0,036

Sucrilhos 25 51,0% 24 49,0% 14 27,5% 37 72,5% 0,016

Pizza 41 83,7% 8 16,3% 43 84,3% 8 15,7% 0,930

Frutas 36 73,5% 13 26,5% 42 82,4% 9 17,6% 0,284

Margarina 12 24,5% 37 75,5% 31 60,8% 20 39,2% 0,000

Chocolate 42 85,7% 7 14,3% 41 80,4% 10 19,6% 0,479

Balas 35 71,4% 14 28,6% 36 70,6% 15 29,4% 0,926

Torta 29 59,2% 20 40,8% 37 72,5% 14 27,5% 0,158

Maionese 13 26,5% 36 73,5% 22 43,1% 29 56,9% 0,082


42

Achocolatado 24 49,0% 25 51,0% 41 80,4% 10 19,6% 0,001

Bolacha 33 67,3% 16 32,7% 41 80,4% 10 19,6% 0,137

Queijo 33 67,3% 16 32,7% 37 72,5% 14 27,5% 0,570

Achocolatado
pronto 30 61,2% 19 38,8% 40 78,4% 11 21,6% 0,061

Hambúrguer 26 53,1% 23 46,9% 37 72,5% 14 27,5% 0,044

Batata frita 36 73,5% 13 26,5% 35 68,6% 16 31,4% 0,594

Iogurte 34 69,4% 15 30,6% 43 84,3% 8 15,7% 0,076

Sucos 38 77,6% 11 22,4% 42 82,4% 9 17,6% 0,548

Sorvete 40 81,6% 9 18,4% 42 82,4% 9 17,6% 0,925

Cereais 16 32,7% 33 67,3% 18 35,3% 33 64,7% 0,780

Fonte: Pesquisa de Campo, 2009.

Quanto aos alimentos que mais gostam, constatou-se que mais de 70% dos
alunos das escolas privadas apontaram gostar de refrigerante sendo 88,2% na
escola pública, gostar de salgadinhos foi citado por 88,2% dos alunos das escolas
públicas contra 71,4% na outra escola, apresentando uma associação significativa, o
que também foi registrado para o gosto pela margarina, achocolatado e hambúrguer,
que apresentaram maiores percentuais para o grupo da escola pública. Foi
constatada também associação significativa com maior percentual para alunos das
escolas particulares apenas para o item sucrilhos, onde 51% dos alunos apontaram
gostar contra 27,5% dos da outra escola.

Tabela 8 - Distribuição dos alunos em relação à quais alimentos mais consomem e o tipo de
escola.

Feira de Santana-ba. Período: outubro de 2009.

Privada Pública
Alimento que
mais consome Sim % Não % Sim % Não % P-Valor

Refrigerante 19 38,8% 30 61,2% 29 56,9% 22 43,1% 0,070


43

Salgadinho 19 38,8% 30 61,2% 36 70,6% 15 29,4% 0,001

Sucrilhos 8 16,3% 41 83,7% 5 9,8% 46 90,2% 0,332

Pizza 21 42,9% 28 57,1% 13 25,5% 38 74,5% 0,067

Frutas 34 69,4% 15 30,6% 31 60,8% 20 39,2% 0,367

Margarina 13 26,5% 36 73,5% 24 47,1% 27 52,9% 0,034

Chocolate 14 28,6% 35 71,4% 22 43,1% 29 56,9% 0,129

Balas 21 42,9% 28 57,1% 28 54,9% 23 45,1% 0,228

Torta 25 51,0% 24 49,0% 19 37,3% 32 62,7% 0,166

Maionese 4 8,2% 45 91,8% 7 13,7% 44 86,3% 0,374

Achocolatado 17 34,7% 32 65,3% 20 39,2% 31 60,8% 0,640

Bolacha 26 53,1% 23 46,9% 35 68,6% 16 31,4% 0,111

Queijo 22 44,9% 27 55,1% 20 39,2% 31 60,8% 0,565

Achocolatado
pronto 20 40,8% 29 59,2% 20 39,2% 31 60,8% 0,870

Hambúrguer 10 20,4% 39 79,6% 15 29,4% 36 70,6% 0,299

Batata frita 20 40,8% 29 59,2% 19 37,3% 32 62,7% 0,715

Iogurte 30 61,2% 19 38,8% 30 58,8% 21 41,2% 0,806

Sucos 33 67,3% 16 32,7% 33 64,7% 18 35,3% 0,780

Sorvete 17 34,7% 32 65,3% 18 35,3% 33 64,7% 0,950

Cereais 6 12,2% 43 87,8% 7 13,7% 44 86,3% 0,826

Fonte: Pesquisa de Campo, 2009.

Em geral registrou-se associação significativa, com os alunos das escolas


públicas apontando maior consumo, apenas nos itens: salgadinho (citado por 70,6%
dos alunos contra 38,8%) e margarina (citado por 47,1% contra 26,5%). Essa
associação significativa também foi registrada no item pizza, onde 42,9% dos alunos
da escola privada apontaram consumir contra 25,5% dos alunos da pública.
44

O cruzamento entre as freqüências de consumo e o tempo de exposição à


TV, observados no presente estudo, mostrou diferenças quanto ao comportamento
alimentar para alguns alimentos. Observou-se que os alunos das escolas públicas
assistem mais propagandas que os da escola privada, logo os mesmos formam mais
influenciados a consumirem, sobretudo os alimentos que afirmaram ver nas
propagandas, gostar e consumir, dentre os quais se destacou a margarina. Almeida,
Nascimento e Quaioti (2002), destacam uma análise realizada com a qualidade dos
alimentos veiculados pela televisão demonstraram que 60% dos produtos estavam
classificados nas categorias gorduras, óleos e açúcares. A predominância de
produtos com altos teores de gordura e/ou açúcar pode estar contribuindo para uma
mudança nos hábitos alimentares de crianças e agravando o problema de obesidade
na população

4.2.5 Distribuição dos Alunos em Relação à Marca Preferida e o Tipo de


Escola.

Avaliando a marca preferida dos alunos, não foi constatada uma associação
significativa entre as escolas, onde em geral cerca de 52% dos alunos apontaram ter
preferência, sendo que na particular a proporção foi de 58% e na pública cerca de
46%.
45

Tabela 9 - Distribuição dos Alunos em Relação à Marca Preferida e o Tipo de Escola.


Feira De Santana-BA. Período: outubro de 2009.
Marca Escola

Privada Pública Total

Sim N 21 16 37

% 58,3% 45,7% 52,1%

Não N 15 19 34

% 41,7% 54,3% 47,9%

Total N 36 35 71

% 100,0% 100,0% 100,0%

Fonte: Pesquisa de Campo, 2009.

Das 71 crianças entrevistadas, 36 relataram que têm uma marca de alimentos


preferida, o que nos leva mais uma vez a estabelecer uma relação entre o que é
sugerido nas propagandas com a influência de compra pela família. Quando o
consumidor infantil começa a participar mais ativamente do processo de compra, ele
representa três agentes importantes para as empresas (o consumidor “3 em 1”),
segundo Santos (2000) o consumidor atual, o promotor de consumo familiar e o
futuro adulto consumidor. Deve-se atentar para o fato de que apesar de conturbar o
fluxo de operação de algumas empresas no inicio (por exemplo, ao confundir o
pagamento no caixa de um supermercado), o momento inicial do contato da criança
com o consumo direto representa uma grande oportunidade para as organizações
de cultivar relacionamento futuros e duradouros com consumidores potenciais.
46

4.2.6 Distribuição do Consumo Médio Diário por Grupo de Alimentos dos


Alunos das Escolas Públicas e Privadas.

2,5 Distribuição do Consumo Médio Diário por Grupo de Alimentos dos Alunos das
Escolas Públicas e Privadas.
2,2 2,2
2,1
2
.

2 1,9
1,7
1,6 1,6
Número de alimentos

1,5 1,5 1,5


1,5 1,4 1,4
1,3

0,5

0
Cereais Leguminosos Frutas Leite Carnes Óleos Açucares
derivados Gorduras

Privada Pública

Gráfico 1 – Distribuição do consumo médio diário por grupo de alimentos dos alunos das escolas
públicas e privadas. Feira de Santana. Período: outubro de 2009.
Fonte: Pesquisa de Campo, 2009.

De acordo com o gráfico 1, foi possível observar que, na freqüência alimentar


avaliada, tendo como base a freqüência alimentar semi-quantitativa diária, segundo
o artigo cientifico Pirâmide Alimentar Adaptada: Guia para escolha dos alimentos, de
Phillipe et al (1999), dentre os grupos alimentares elencados no estudo, o que
obteve maior média foi o grupo dos açúcares, pois na escola privada obteve-se a
média de 2,1 enquanto que na pública foi de 2,2, confirmando assim a afirmação de
Giuliane e Victoria (2000) que apontam que as crianças tendem a preferir alimentos
com alta densidade energética. O consumo exagerado de alimentos muito calóricos
pode limitar a ingestão de uma dieta variada, pois rapidamente sacia a criança,
impedindo-a de ingerir outros alimentos. Em relação ao consumo médio diário de
alimentos, foi constatada uma diferença estatisticamente significativa apenas no
consumo do grupo Leites e derivados, onde em média na escola particular o
consumo foi de 2,2 itens enquanto que na pública a média foi de 1,7 alimentos.
Quanto aos outros grupos essa diferença não foi significativa, onde no grupo de
cereais o consumo foi de 1,3 contra 1,5; no grupo leguminosos o consumo médio
diário foi de 1,4 alimentos para ambas as escolas, frutas em torno de 2 alimentos,
47

carnes e no grupo óleos e gorduras em torno de 1,5 itens, o que pode ser justificado
pelas diferentes rendas per capita. De acordo com Euclydes (2000), para países em
desenvolvimento, as condições econômicas podem interferir no hábito alimentar das
crianças, uma vez que elas têm acesso restrito a alguns tipos de alimentos,
principalmente de origem animal.

4.2.7 A Influência da Propaganda no Consumo do Produto.

Nesta seção os alimentos que compõem os questionários aparecem em


gráficos, onde os resultados da pesquisa são apresentados em termos do número
percentual de citações em relação ao número de respondentes para cada alimento,
onde em alguns casos estabeleceu-se uma associação entre assistir as
propagandas e consumir os produtos nelas ofertados. Como pode se observar nos
gráficos dispostos abaixo para cada alimento, tendo ao final dos vinte gráficos sua
discussão geral, fazendo o link entre a pesquisa de campo e a literatura.

Em relação aos alunos da escola privada, constatou-se que aqueles que


viram a propaganda, 42,9% apontaram consumir refrigerante, enquanto que os que
não consumiram essa proporção foi de 28,6%. Porém não foi constatando uma
associação significativa em relação a ver a propaganda e consumir o produto para
os alunos desta escola. Já os alunos da escola pública a propaganda também não
apresentou associação significativa em relação ao consumo, porém, verificou-se que
o consumo entre os que vêem ou não a propaganda foi de 58,1% contra 50%,
respectivamente.
Os resultados podem ser visualizados no gráfico 2 a seguir.
48

Distribuição dos Alunos em Relação a ter Visto ou não a Propaganda do


Refrigerante e o seu Consumo de Acordo com as Escolas Privada e Pública.
80,0% 71,4%
70,0%
57,1% 58,1%
60,0% 50,0% 50,0%
50,0% 42,9% 41,9%
40,0% 28,6%
30,0%
20,0%
10,0%
0,0%
Sim Não Sim Não

Privada Pública

Consome refrigerante

Sim Não

Gráfico 2 - Distribuição dos alunos em relação a ter visto ou não a propaganda do refrigerante e o seu
consumo de acordo com as escolas privada e pública. Feira de Santana. Período: outubro de 2009.
Fonte: Pesquisa de Campo, 2009.

Avaliando o consumo de salgadinho entre os alunos que vêem ou não a


propaganda, constatou-se uma associação significativa para os alunos da escola
pública, onde aqueles que vêem 77,5% apontaram consumir enquanto que, aqueles
que não vêem, a proporção é de 45,5%. Já na escola particular não foi registrada
uma associação significativa, porém a proporção de alunos que apontaram ver a
propaganda e consumir o produto foi de 44,8% contra 30% daqueles que não
assistem.
Os resultados podem ser visualizados no gráfico 3 a seguir.
49

Distribuição dos Alunos em Relação a ter Visto ou não a Propaganda do Salgadinho e o seu Consumo de
Acordo com as Escolas Privada e Pública
90,0%
77,5%
80,0%
70,0%
70,0%
60,0% 55,2% 54,5%
50,0% 44,8% 45,5%

40,0%
30,0%
30,0% 22,5%
20,0%
10,0%
0,0%
Sim Não Sim Não

Privada Pública

Consome Salgadinho

Sim Não

Gráfico 3 - Distribuição dos alunos em relação a ter visto ou não a propaganda do salgadinho e o seu
consumo de acordo com as escolas privada e pública. Feira de Santana. Período: outubro de 2009.

Fonte: Pesquisa de Campo, 2009.

Quanto ao consumo de sucrilhos pelos alunos, verificou-se que 22,2% dos


alunos da escola particular que vêem a propaganda apontaram consumir, enquanto
para aqueles que não vêem 9,1% citaram consumir, porém não foi registrada uma
associação significativa. Já para os alunos da pública, foi constatada uma
associação significativa entre a propaganda e o consumo, pois 27,5% dos alunos
que viram a propaganda apontaram consumir enquanto que aqueles que não viram
nenhum apontaram consumir.
Os resultados podem ser visualizados no gráfico 4 a seguir.
50

Distribuição dos Alunos em Relação a ter Visto ou não a Propaganda do Sucrilhos e o seu
120,0% Consumo de Acordo com as Escolas Privada e Pública.

100,0%
100,0% 90,9%

77,8%
80,0% 72,2%
Sim
60,0%
Não
40,0%
27,8%
22,2%
20,0%
9,1%
0,0%
0,0%
Sim Não Sim Não

Privada Pública

Consome Sucrilho

Gráfico 4 - Distribuição dos alunos em relação a ter visto ou não a propaganda do sucrilhos e o seu
consumo de acordo com as escolas privada e pública. Feira de Santana. Período: outubro de 2009.

Fonte: Pesquisa de Campo, 2009.

Em relação ao consumo de pizza na escola particular, não foi constatado uma


associação significativa com a propaganda, já em relação a escola pública essa
associação foi registrada, pois para aqueles que viram a propaganda, 33,3
apontaram consumir enquanto que aqueles que não viram essa proporção foi de
apenas 10,5%.
Os resultados podem ser visualizados no gráfico 5 a seguir.
51

Distribuição dos alunos em relação a ter visto ou não a propaganda da pizza e o seu
100,00% consumo de acordo com as escolas privada e pública 89,50%
90,00%
80,00%
70,00% 60,90% 63,60%
60,00% 53,80%
50,00% 46,20%
39,10%
40,00% 33,30%
30,00%
20,00%
10,50%
10,00%
0,00%
Sim Não Sim Não

Privada Pública

Consome Pizza
Sim

Gráfico 5 - Distribuição dos alunos em relação a ter visto ou não a propaganda da pizza e o seu
consumo de acordo com as escolas privada e pública. Feira de Santana. Período: outubro de 2009.

Fonte: Pesquisa de Campo, 2009.

Quanto ao consumo de frutas foi relatado uma associação significativa entre a


propaganda e o consumo em ambas as escolas, pois constatou-se uma maior
proporção de alunos quando vêem a propaganda contra aqueles que não assistem.
Os resultados podem ser visualizados no gráfico 6 a seguir.
52

100,0% Distribuição dos Alunos em Relação a ter Visto ou não a Propaganda das Frutas e o seu
87,5% Consumo de Acordo com as Escolas Privadas e Pública.
90,0%
80,0% 69,4%
70,0% 60,0%
60,0% 52,0% 48,0%
50,0% Sim
40,0%
40,0% 30,6% Não
30,0%
20,0% 12,5%
10,0%
0,0%
Sim Não Sim Não

Privada Pública

Consome frutas
Gráfico 6 - Distribuição dos alunos em relação a ter visto ou não a propaganda das frutas e o seu
consumo de acordo com as escolas privada e pública. Feira de Santana. Período: outubro de 2009.

Fontes: Pesquisa de Campo, 2009.

Em relação ao consumo de margarina, verificou-se que não existe associação


significativa com a propaganda que os alunos dos dois tipos de escola vêem.

Os resultados podem ser visualizados no gráfico 7 a seguir.


53

Distribuição dos Alunos em rRlação a ter Visto ou não a Propaganda da Margarina e o seu
90,00% Consumo de Acordo com as Escolas Privada e Pública
78,60%
80,00%

70,00% 66,70%

60,00% 56,30% 57,10%

50,00% Sim
42,90% 43,80%
40,00% Nã
33,30% o
30,00%
21,40%
20,00%

10,00%

0,00%
Sim Não Sim Não

Privada Pública

Consome Margarina

Gráfico 7 - Distribuição dos alunos em relação a ter visto ou não a propaganda da margarina e o seu
consumo de acordo com as escolas privada e pública. Feira de Santana. Período: outubro de 2009.
Fonte: Pesquisa de Campo, 2009.

Com relação ao consumo de chocolate, a propaganda também não se


mostrou influente em ambas às escolas avaliadas, sendo que na escola privada
33,3% citaram consumir chocolate, enquanto que na pública essa proporção foi de
39,5%.
Os resultados podem ser visualizados no gráfico 8 a seguir.
54

Distribuição dos Alunos em Relação a ter Visto ou não a Propaganda de Chocolate e o seu
90,0% Consumo de Acordo com as Escolas Privada e Pública.
78,9%
80,0%
70,0% 66,7%
60,5%
60,0% 53,8%
50,0% 46,2% Sim
39,5%
40,0% 33,3% Não

30,0%
21,1%
20,0%
10,0%
0,0%
Sim Não Sim Não

Privada Pública

Consome Chocolate

Gráfico 8 - Distribuição dos alunos em relação a ter visto ou não a propaganda de chocolate e o seu
consumo de acordo com as escolas privada e pública. Feira de Santana. Período: outubro de 2009.
Fonte: Pesquisa de Campo, 2009.

Com relação ao consumo de balas, a propaganda também não se mostrou


influente em ambas as escolas avaliadas. Em torno de 50% dos alunos que vêem ou
não a propaganda apontou consumir o produto.
Os resultados podem ser visualizados no gráfico 9 a seguir.

70,0% Distribuição dos Alunos em Relação a ter Visto ou não a Propaganda de Chocolate e o seu
60,6%
Consumo de Acordo com as Escolas Privada e Pública.
60,0% 54,5%55,2%
50,0% 50,0%
50,0% 45,5%44,8%
39,4%
40,0% Sim
30,0% Não
20,0%
10,0%
0,0%
Sim Não Sim Não

Privada Pública

Consome Balas
Gráfico 9 - Distribuição dos alunos em relação a ter visto ou não a propaganda de balas e o seu
consumo de acordo com as escolas privada e pública. Feira de Santana. Período: outubro de 2009.
Fonte: Pesquisa de Campo, 2009.
55

Quanto ao consumo de tortas e bolos, em torno de 46% dos alunos de ambas


as escolas que vêem a propaganda apontaram consumir, já aqueles que não viram
propaganda essa proporção foi de 52,9% na particular e 26,1% na pública,
entretanto foi relatado uma associação significativa entre o consumo de tortas e
bolos e a propaganda nos dois grupos avaliados.
Os resultados podem ser visualizados no gráfico 10 a seguir.

Distribuição dos Alunos em Relação a ter Visto ou não a Propaganda de Tortas e Bolos
80,0% e o seu Consumo de Acordo com as Escolas Privada e Pública. 73,9%
70,0%
60,0% 52,9% 53,3% 53,6%
46,7% 47,1% 46,4%
50,0%
Sim
40,0%
26,1% Não
30,0%
20,0%
10,0%
0,0%
Sim Não Sim Não

Privada Pública

Consome Torta e bolos

Gráfico 10 - Distribuição dos alunos em relação a ter visto ou não a propaganda de tortas e bolos e o
seu consumo de acordo com as escolas privada e pública. Feira de Santana. Período: outubro de
2009.
Fonte: Pesquisa de Campo, 2009.

De acordo com os dados apresentados na tabela 20, verificou-se que não


houve associação significativa entre o consumo de maionese e a propaganda, onde
cerca de 8,5% dos alunos que vêem a propaganda apontam consumir o produto.
Os resultados podem ser visualizados no gráfico 11 a seguir.
56

Distribuição dos alunos em relação a ter visto ou não a propaganda de maionese e o seu
100,0% consumo de acordo com as escolas privada e pública.
91,3%92,3% 91,7%
90,0%

80,0% 73,3%
70,0%

60,0%
Sim
50,0%
Não
40,0%

30,0% 26,7%

20,0%
8,7% 7,7% 8,3%
10,0%

0,0%
Sim Não Sim Não

Privada Pública

Consome Maionese

Gráfico 11 - Distribuição dos alunos em relação a ter visto ou não a propaganda de maionese e o seu
consumo de acordo com as escolas privada e pública. Feira de Santana. Período: outubro de 2009.
Fonte: Pesquisa de Campo, 2009.

Quanto ao consumo de achocolatado em pó, a propaganda apresentou


influência nos alunos da escola privada, pois daqueles que apontaram ver a
propaganda do produto, 44,8% também apontou consumir enquanto que para
aqueles que não viram essa proporção foi de apenas 20%. Já em relação aos
alunos da escola pública não foi registrada uma associação significativa entre a
propaganda e o consumo.
Os resultados podem ser visualizados no gráfico 12 a seguir.
57

Distribuição dos Alunos em Relação a ter Visto ou não a Propaganda de Achocolatado em


90,0% pó e o seu Consumo de Acordo com as Escolas Privada e Pública.
80,0%
80,0%
71,4%
70,0%
59,1%
60,0% 55,2%

50,0% 44,8% Sim


40,9%
40,0% Não
28,6%
30,0%
20,0%
20,0%
10,0%
0,0%
Sim Não Sim Não

Privada Pública

Consome Achocolatado em pó

Gráfico 12 - Distribuição dos alunos em relação a ter visto ou não a propaganda de achocolatado em
pó e o seu consumo de acordo com as escolas privada e pública. Feira de Santana. Período: outubro
de 2009
Fonte: Pesquisa de Campo, 2009.

Em relação ao consumo de bolacha recheada, constatou-se que daqueles


que viram a propaganda 58,8% dos alunos da escola privada e 70,5% dos alunos da
escola pública, apontaram consumir, enquanto que para aqueles que não viram a
propaganda essa proporção foi de 40% e 57,1%, respectivamente.
Os resultados podem ser visualizados no gráfico 13 a seguir
58

80,00% Distribuição dos Alunos em Relação a ter Visto ou Não a Propaganda de Bolacha Recheada
e o seu Consumo de Acordo com as Escolas Privada e Pública
70,50%
70,00%

58,80% 60,00%
60,00% 57,10%

50,00%
42,90% Sim
40,00% 41,20%
40,00% Não

29,50%
30,00%

20,00%

10,00%

0,00%
Sim Não Sim Não

Privada Pública

Consome Bolacha recheada

Gráfico 13 - Distribuição dos alunos em relação a ter visto ou não a propaganda de bolacha recheada
e o seu consumo de acordo com as escolas privada e pública. Feira de Santana. Período: outubro de
2009.
Fonte: Pesquisa de Campo, 2009.

Com relação ao consumo de presunto e queijos, a propaganda se mostrou


influente para os alunos da escola privada, onde constatou-se uma associação
significativa entre a propaganda e o consumo, onde 57,7% daqueles que viram a
propaganda citaram consumir o produto, enquanto que para aqueles que não viram,
essa proporção foi de 30,4%. Já em relação aos alunos da escola pública, não foi
constatado uma associação significativa.
Os resultados podem ser visualizados no gráfico 14 a seguir.
59

Distribuição dos Alunos em Relação a ter Visto ou não a Propaganda de Presuntos e


80,0% Queijos e o seu Consumo de Acordo com as Escolas Privada e Pública.
69,6%
70,0% 64,7%
57,7%
60,0% 52,9%
50,0% 47,1%
42,3% Sim
40,0% 35,3%
30,4% Não
30,0%
20,0%
10,0%
0,0%
Sim Não Sim Não

Privada Pública

Consome Presuntos e queijos

Gráfico 14 - Distribuição dos alunos em relação a ter visto ou não a propaganda de presuntos e
queijos e o seu consumo de acordo com as escolas privada e pública. Feira de Santana. Período:
outubro de 2009.
Fonte: Pesquisa de Campo, 2009.

O achocolatado pronto para o consumo não demonstrou associação


significativa entre o vê e o consumir, tanto na escola privada quanto nas públicas.
Onde em ambas a proporção dos que não viram, logo não consumiram foi de 20,0%.
Os resultados podem ser visualizados no gráfico 15 a seguir.
Distribuição dos Alunos em Relação a ter Visto ou não a Propaganda de Achocolatados
90,0% Prontos e o seu Consumo de Acordo com as Escolas Privada e Pública.
80,0% 80,0%
80,0%
70,0%
60,0% 56,1%
50,0% 50,0%
50,0% 43,9% Sim
40,0% Não
30,0%
20,0% 20,0%
20,0%
10,0%
0,0%
Sim Não Sim Não

Privada Pública

Consome achocolatados prontos

Gráfico 15 - Distribuição dos alunos em relação a ter visto ou não a propaganda de achocolatados
prontos e o seu consumo de acordo com as escolas privada e pública. Feira de Santana. Período:
outubro de 2009.
Fonte: Pesquisa de Campo, 2009.
60

A influência do marketing em relação ao hambúrguer mostrou-se bastante


significativa na escola particular, onde 16,7% dos alunos relataram vê e consumir o
produto.
Os resultados podem ser visualizados no gráfico 16 a seguir.

Distribuição dos Alunos em Relação a ter Visto ou não a Propaganda de Hambúrguer e o


100,0% seu Consumo de Acordo com as Escolas Privada e Pública.
87,5%
90,0% 83,3%
80,0% 76,0%
67,4%
70,0%
60,0%
Sim
50,0%
Não
40,0% 32,6%
30,0% 24,0%
16,7%
20,0% 12,5%
10,0%
0,0%
Sim Não Sim Não

Privada Pública

Consome hambúrguer

Gráfico 16 – Distribuição dos alunos em relação a ter visto ou não a propaganda de hambúrguer e o
seu consumo de acordo com as escolas privada e pública. Feira de Santana. Período: outubro de
2009.
Fonte: Pesquisa de Campo, 2009.

Considerando a batata frita um alimento de grande densidade calórica, os


resultados foram satisfatórios, já que a pesquisa não mostrou associação
significativa no assistir e consumir em ambas as escolas.

Os resultados podem ser visualizados no gráfico 17 a seguir.


61

Distribuição dos Alunos em Relação a ter Visto ou não a Propaganda de Batata Frita e o
100,00% seu Consumo de Acordo com as Escolas Privada e Pública. 93,30%
90,00%
80,00%
68,20%
70,00%
60,00%
51,90% 50,00% 50,00% Sim
48,10%
50,00%
Não
40,00%
31,80%
30,00%
20,00%
10,00% 6,70%

0,00%
Sim Não Sim Não

Privada Pública

Consome batata frita

Gráfico 17 - Distribuição dos alunos em relação a ter visto ou não a propaganda de batata frita e o
seu consumo de acordo com as escolas privada e pública. Feira de Santana. Período: outubro de
2009.
Fonte: Pesquisa de Campo, 2009.

Considerando que os iogurtes são mais saudáveis que os refrigerantes, o


resultado das escolas públicas são animadores, pois demonstraram uma associação
significativa entre propaganda e consumo, onde 59,55 dizem vê e consumir,
enquanto na escola privada não houve associação significativa.

Os resultados podem ser visualizados no gráfico 18 a seguir.


62

Distribuição dos Alunos em Relação a ter Visto ou não a Propaganda de Iogurte e o seu
90,0% Consumo de Acordo com as Escolas Privada e Pública.
79,4% 80,0%
80,0%
70,0%
59,5%
60,0% 55,6%
50,0% 44,4% Sim
40,5%
40,0% Não
30,0%
20,0% 20,6%
20,0%
10,0%
0,0%
Sim Não Sim Não

Privada Pública

Consome iogurte

Gráfico 18 - Distribuição dos alunos em relação a ter visto ou não a propaganda de iogurte e o seu
consumo de acordo com as escolas privada e pública. Feira de Santana. Período: outubro de 2009.
Fonte: Pesquisa de Campo, 2009.

Em relação à propaganda e consumo de sucos observa-se que entre as


escolas públicas mostrou-se uma associação significativa, enquanto que nas
particulares não houve.

Os resultados podem ser visualizados no gráfico 19 a seguir.


63

Distribuição dos Alunos em Relação a ter Visto ou não a Propaganda de Sucos e seu
80,0% 71,9% Consumo de Acordo com as Escolas Privada e Pública
70,0% 66,7%
58,8% 58,3%
60,0%
50,0%
41,2% 41,7% Sim
40,0% 33,3%
28,1% Não
30,0%
20,0%
10,0%
0,0%
Sim Não Sim Não

Privada Pública

Consome sucos

Gráfico 19 - Distribuição dos alunos em relação a ter visto ou não a propaganda de sucos e seu
consumo de acordo com as escolas privada e pública. Feira de Santana. Período: outubro de 2009.
Fonte: Pesquisa de Campo, 2009.

Não houve associação significativa quanto ao sorvete tanto na escola privada


quanto nas públicas.

Os resultados podem ser visualizados no gráfico 20 a seguir.


64

Distribuição dos Alunos em Relação a ter Visto ou não a Propaganda de Sorvetes e seu
Consumo de Acordo com as Escolas Privada e Pública.
80,0%
72,2% 71,4%
70,0%
61,3% 60,0%
60,0%

50,0%
38,7% 40,0% Sim
40,0%
28,6% Não
27,8%
30,0%

20,0%

10,0%

0,0%
Sim Não Sim Não

Privada Pública

Consome sorvetes

Gráfico 20 - Distribuição dos alunos em relação a ter visto ou não a propaganda de sorvetes e seu
consumo de acordo com as escolas privada e pública. Feira de Santana. Período: outubro de 2009.
Fonte: Pesquisa de Campo, 2009.

Em relação ao cereal em barra observou-se uma associação significativa


entre propaganda e consumo nas escolas privadas de 15,0% enquanto 10,3 que
não consomem. Sendo que nas escolas públicas não houveram associações
significativas.

Os resultados podem ser visualizados no gráfico 21 a seguir.


65

Distribuição dos Alunos em Relação a ter Visto ou não a Propaganda de Cereais em Barras
100,0% e seu Consumo de Acordo com as Escolas Privada e Pública. 94,1%
89,7%
90,0% 85,0%
80,0%
70,6%
70,0%
60,0%
Sim
50,0%
Não
40,0%
29,4%
30,0%
20,0% 15,0%
10,3%
10,0% 5,9%
0,0%
Sim Não Sim Não

Privada Pública

Consome cereais em barras

Gráfico 21 - Distribuição dos alunos em relação a ter visto ou não a propaganda de cereais em barras
e seu consumo de acordo com as escolas privada e pública. Feira de Santana. Período: outubro de
2009.
Fonte: Pesquisa de Campo, 2009.

Dentre os vinte alimentos vistos e consumidos dentre as crianças, foi


observado que os alunos das escolas publicas apresentaram-se como sendo mais
influenciados pelo marketing tendo nove alimentos que relataram assistir a
propaganda e consumir apontando associação estatisticamente significativa, sendo
estes: salgadinhos 77,5% (31 crianças), sucrilhos 27,8% (5 crianças), Pizza 33,3%
(11 crianças), frutas 87,5% (21 crianças), tortas e bolos 46,4% (13 crianças),
maionese 8,3% (3 crianças), bolacha recheada 70,5% (31 crianças), iogurte 59,5%
(25 crianças) e sucos 66,7% (26 crianças).

Enquanto na escola privada sete alimentos apresentaram associação


estatisticamente significativa, sendo: frutas 87,5% (21 crianças), tortas e bolos
46,7% (7 crianças), maionese 8,7 (2 crianças), achocolatado em pó 44,8% (13
crianças), presuntos e queijos 57,7% (15 crianças), hambúrguer 16,7% (4 crianças)
e cereais em barra 15,0% (3 crianças). Dentre os alimentos citados três mostraram-
se com associação estatística significativa em ambas as escolas, sendo: as frutas,
tortas e bolos e a maionese.
66

A partir de uma analise sistemática feita neste estudo destacamos alguns


pontos, o primeiro foi que os alimentos considerados mais oneroso como o
hambúrguer, o cereal em barra e os presuntos e queijos mostraram mais
consumidos entre os alunos de escola privada, o que nos leva a conclusão que o
fator socioeconômico ainda é um fator determinante na obtenção dos alimentos
mesmo em dias modernos de bolsa família e tantas outras, com afirma Ruel (2002)
que quanto maior o poder aquisitivo das famílias maior o consumo de alimentos de
origem animal, os protéicos, logo mais caros.

Outro ponto que destacamos na provável influencia do marketing nas escolas


públicas, é o maior numero de horas que essas crianças passam enfrente a
televisão, sendo mais expostas que as da escola privada já que essas relataram
fazer atividades extras (esportes, reforço escolar ou inglês) no turno oposto ao das
aulas regulares o que diminuem a suposta exposição que teriam aos programas de
televisão, logo as propagandas. Já que segundo Euclydes (2000) está
cientificamente provado que existe relação direta entre a freqüência das exposições
e a preferência pelos alimentos. Desta forma, foi possível perceber que uma
variedade de fatores estão relacionados a influencia do marketing na escolha da
alimentação infantil. Sendo de grande importância investigar cada caso especifico,
quais são os fatores predominantes para que possa realizar uma intervenção
nutricional efetiva, quando esta se fizer necessária.
67

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considerando que a literatura aponta a televisão como fator de influência na


aquisição de hábitos alimentares entre crianças, os dados aqui apresentados
servem como importante alerta aos pais, educadores e profissionais de saúde, já
que o perfil nada saudável dos alimentos anunciados pode contribuir para o
agravamento da obesidade e suas complicações a curto e longo prazo. Por
encontrar-se em fase de formação da sua capacidade de discernimento, a criança é
extremamente vulnerável aos efeitos das propagandas, pois seu senso crítico ainda
é pouco desenvolvido.
Baseado nos resultados obtidos pode-se concluir que a televisão veicula
predominantemente propagandas de alimentos industrializados de elevado teor
energético, pobres em micronutrientes e fibras e com altos teores de açúcar e/ou
sal, sendo a maioria representada pelo grupo de gorduras e doces, o que não está
de acordo com as recomendações de uma alimentação saudável e balanceada.
Sendo assim, como propunha nossos objetivos de pesquisa, a influência do
marketing na escolha da alimentação infantil foi avaliada, constatando-se que os
alunos de escolas públicas foi a população mais influenciada pelas propagandas
visto que o baixo grau de instrução dos pais durante a administração das refeições
são fortes preditores de problemas alimentares, principalmente a recusa de uma
alimentação saudável durante a infância.
A influência da televisão reforça tendências alimentares previamente
existentes, especificamente pela preferência por alimentos doces e gordurosos.
Portanto, esses achados são preocupantes já que estudos mostram que os
indivíduos, em especial a criança, dedicam progressivamente mais tempo diante da
televisão. Sendo assim destaca-se a importância do profissional nutricionista na
orientação aos pais e educadores quanto à promoção da alimentação saudável,
alertando quanto à influência da mídia na mudança de hábitos alimentares.
A fim de melhor contribuir para a discussão/reflexão em torno das influências
negativas da televisão para a formação alimentar da criança, objetivamos agendar
nas escolas alvo da presente pesquisa de campo, uma palestra para apresentar os
dados obtidos e a nossa possível contribuição frente aos resultados desfavoráveis
encontrados. A mesma será agendada em data referente à reunião entre pais e
68

mestres, com um momento específico com as crianças avaliadas, pois como


mostrou o estudo, os cuidadores têm influência direta na formação das crianças e as
mesmas devem ter ciência da sua responsabilidade sobre a própria saúde. Portanto,
o estudo está aberto a novas pesquisas para novas descobertas.
69

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72

APÊNDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E


ESCLARECIDO

Nome da Pesquisa: Influência do Marketing na Escolha da Alimentação Infantil.


Pesquisadoras Responsáveis: Cinara Raquel Nunes de Matos, Clarice Silva de Moura e
Tânia Martins Santos.

O seu/sua filho(a) está sendo convidado(a) a participar de uma pesquisa. Este trabalho
avalia a influência do marketing na escolha da alimentação infantil. A participação do menor
é de caráter voluntário e você como responsável legal não precisará arcar com nenhum
custo deste estudo. Caso consinta na participação do seu/sua filho(a), solicitamos que
responda a um questionário, o qual abordará questões sobre hábitos alimentares,
quantidade de hora que passa em frente à televisão, tipo de propagandas assistidas, entre
outras questões relevantes para o estudo. A participação da criança será muito importante
para o sucesso dessa pesquisa, entretanto você é livre para participar. Sua identidade, bem
como a da criança em questão será mantida em sigilo e apenas as respostas do
questionário serão divulgadas. Este estudo pode contribuir para a discussão sobre a
influência que a criança sofre por parte do marketing, e assim identificar possíveis
problemas e futuras intervenções. Caso tenha sido bem informado(a) e queira participar
desta pesquisa, você deve assinar esse termo que consta de duas vias, uma ficará em sua
posse e a outra será devolvida para compor a coleta e análise de dados. Quaisquer dúvidas
poderão ser dirimidas através dos contatos telefônicos: (75)3622-0462/9126-0333.
Eu............................................................................................................, entendo que me foi
esclarecido que nem a minha identidade nem a da criança sob minha responsabilidade será
revelada em nenhuma publicação desta pesquisa; por conseguinte, consinto na publicação
para propósitos científicos. Eu entendo ainda que enquanto responsável pelo menor, sujeito
da pesquisa em questão estou livre para recusar sua participação no estudo ou que posso
desistir a qualquer momento e que a minha decisão não afetará adversamente ou causará
perda de benefícios para os quais eu poderia ser indicado.
Eu certifico que li ou foi-me lido o termo de consentimento e entendi seu conteúdo.
Uma cópia deste formulário ser-me-á fornecida. Minha assinatura demonstra que concordei
livremente em participar desse estudo.
Feira de Santana, _____ de ____________ de _______
.............................................................................
Assinatura do responsável pela criança, participante da pesquisa
Assinatura dos responsáveis pelo estudo
...................................................................
Cinara Raquel Nunes de Matos
..................................................................... -------------------------------------------------
Clarice Silva de Moura Marijara Vilas Boas Silva Almeida
....................................................................
Tânia Martins Santos
73

APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO À CRIANÇAS DE 4 ANOS


COMPLETO A 4 ANOS E 11 MESES.
Data____/____/______

Questionário integrante do projeto de monografia: INFLUÊNCIA DO


MARKETING NA ESCOLHA DA ALIMENTAÇÃO INFANTIL

Destinado a faixa etária de 4 anos a 4 anos e 11 meses

Aplicado ao responsável

Nome:__________________________________________________________

Idade:______________ data de nascimento_____/_____/_______

Sexo: Feminino ( ) Masculino ( )

Situação conjugal do responsável: ( ) Solteiro ( ) Casado

Profissão do(s) Responsável (eis): _________________________________

A criança pratica alguma atividade no turno oposto ao da escola?

( ) Sim ( ) Não Qual: _______________________________________

Escola:_________________________________________________________

Tipo de instituição: Privada ( ) Pública ( )

Qual o canal que mais assiste? ______________________________________

Quanto tempo/dia passa, assistindo TV diariamente?

< 1h ( ) 1-3h ( ) >3h ( )

Quais propagandas de alimentos que são mais vistas pela criança?

Refrigerante ( ) Achocolatado em pó ( )
74

Salgadinhos ( ) Bolachas recheadas ( )

Sucrilhos ( ) Presuntos/queijos ( )

Pizza ( ) Achocolatados prontos para beber ( )

Frutas ( ) Hambúrguer ( )

Margarina ( ) Batata frita ( )

Chocolates ( ) Iogurte ( )

Balas ( ) Sucos ( )

Tortas/bolos ( ) Sorvetes ( )

Maionese ( ) Cereais em barra ( )

Quais dos alimentos abaixo o seu filho mais solicita a compra?

Refrigerante ( ) Achocolatado em pó ( )

Salgadinhos ( ) Bolachas recheadas ( )

Sucrilhos ( ) Presuntos/queijos ( )

Pizza ( ) Achocolatados prontos para beber ( )

Frutas ( ) Hambúrguer ( )

Margarina ( ) Batata frita ( )

Chocolates ( ) Iogurte ( )

Balas ( ) Sucos ( )

Tortas/bolos ( ) Sorvetes ( )

Maionese ( ) Cereais em barra ( )

Quais dos alimentos abaixo são mais consumidos pela criança?

Refrigerante ( ) Achocolatado em pó ( )
75

Salgadinhos ( ) Bolachas recheadas ( )

Sucrilhos ( ) Presuntos/queijos ( )

Pizza ( ) Achocolatados prontos para beber ( )

Frutas ( ) Hambúrguer ( )

Margarina ( ) Batata frita ( )

Chocolates ( ) Iogurte ( )

Balas ( ) Sucos ( )

Tortas/bolos ( ) Sorvetes ( )

Maionese ( ) Cereais em barra ( )

Seu filho tem marca(s) preferida (s) de alimentos?

( ) sim ( ) não

Qual(ais):...............................................................................................................

FREQUÊNCIA ALIMENTAR – SEMI-QUANTITATIVA

ALIMENTO FREQUÊNCIA DIÁRIA

1 2 3 4 5 6

CEREAIS

LEGUMINOSAS

FRUTAS

LEITE E
DERIVADOS

CARNES

OLEOS E
GORDURAS

AÇÚCARES
76

APÊNDICE C – QUESTIONÁRIO À CRIANÇAS DE 5 ANOS COMPLETO A 6


ANOS E 11 MESES.

Data____/____/______

Questionário integrante do projeto de monografia: INFLUÊNCIA DO


MARKETING NA ESCOLHA DA ALIMENTAÇÃO INFANTIL

Destinado a faixa etária de 5 anos a 6 anos e 11 meses

Nome:__________________________________________________________

Idade:______________ data de nascimento _____/_____/_______

Sexo: Feminino ( ) Masculino ( )

Situação conjugal do responsável: ( ) Solteiro ( ) Casado

Profissão do(s) Responsável (eis): _______________________________________

_______________________________________

Você pratica alguma atividade no turno oposto ao da escola?

( ) Sim ( ) Não Qual: ___________________________________________

Escola:______________________________________________________________

Tipo de instituição: Privada ( ) Pública ( )

Qual o canal que mais assiste? __________________________________________

Quanto tempo/dia passa assistindo TV?

< 1h ( ) 1-3h ( ) >3h ( )

Quais propagandas de alimentos que você mais assiste?


77

Refrigerante ( ) Achocolatado em pó ( )

Salgadinhos ( ) Bolachas recheadas ( )

Sucrilhos ( ) Presuntos/queijos ( )

Pizza ( ) Achocolatados prontos para beber ( )

Frutas ( ) Hambúrguer ( )

Margarina ( ) Batata frita ( )

Chocolates ( ) Iogurte ( )

Balas ( ) Sucos ( )

Tortas/bolos ( ) Sorvetes ( )

Maionese ( ) Cereais em barra ( )

Quais destes alimentos você mais gosta?

Refrigerante ( ) Achocolatado em pó ( )

Salgadinhos ( ) Bolachas recheadas ( )

Sucrilhos ( ) Presuntos/queijos ( )

Pizza ( ) Achocolatados prontos para beber ( )

Frutas ( ) Hambúrguer ( )

Margarina ( ) Batata frita ( )

Chocolates ( ) Iogurte ( )

Balas ( ) Sucos ( )

Tortas/bolos ( ) Sorvetes ( )

Maionese ( ) Cereais em barra ( )

Há alguma marca de alimentos que você prefere?


78

( ) sim ( ) não

Qual(ais):_______________________________________________________

FREQUÊNCIA ALIMENTAR – SEMI QUANTITATIVA

ALIMENTO FREQUÊNCIA DIÁRIA

1 2 3 4 5 6

CEREAIS

LEGUMINOSAS

FRUTAS

LEITE E
DERIVADOS

CARNES

OLEOS E
GORDURAS

AÇÚCARES
79

APÊNDICE D – QUESTIONÁRIO À CRIANÇAS DE 7 ANOS COMPLETO A 8


ANOS E 11 MESES.

Data____/____/______

Questionário integrante do projeto de monografia: INFLUÊNCIA DO


MARKETING NA ESCOLHA DA ALIMENTAÇÃO INFANTIL

Destinado a faixa etária de 7 anos a 8 anos e 11 meses

Nome:__________________________________________________________

Idade:______________ data de nascimento_____/_____/_______

Sexo: Feminino ( ) Masculino ( )

Situação conjugal do responsável: ( ) Solteiro ( ) Casado

Profissão do(s) Responsável (eis): ___________________________________

_______________________________________

Você pratica alguma atividade no turno oposto ao da escola?

( ) Sim ( ) Não Qual: ___________________________________________

Escola:______________________________________________________________

Tipo de instituição: Privada ( ) Pública ( )

Qual o canal que mais assiste? __________________________________________

Quanto tempo/dia passa, assistindo TV?

< 1h ( ) 1-3h ( ) >3h ( )

Quais propagandas de alimentos que você mais vê?


80

Refrigerante ( ) Achocolatado em pó ( )

Salgadinhos ( ) Bolachas recheadas ( )

Sucrilhos ( ) Presuntos/queijos ( )

Pizza ( ) Achocolatados prontos para beber ( )

Frutas ( ) Hambúrguer ( )

Margarina ( ) Batata frita ( )

Chocolates ( ) Iogurte ( )

Balas ( ) Sucos ( )

Tortas/bolos ( ) Sorvetes ( )

Maionese ( ) Cereais em barra ( )

Quais destes alimentos você mais gosta?

Refrigerante ( ) Achocolatado em pó ( )

Salgadinhos ( ) Bolachas recheadas ( )

Sucrilhos ( ) Presuntos/queijos ( )

Pizza ( ) Achocolatados prontos para beber ( )

Frutas ( ) Hambúrguer ( )

Margarina ( ) Batata frita ( )

Chocolates ( ) Iogurte ( )

Balas ( ) Sucos ( )

Tortas/bolos ( ) Sorvetes ( )

Maionese ( ) Cereais em barra ( )


81

Quais dos alimentos você mais consome?

Refrigerante ( ) Achocolatado em pó ( )

Salgadinhos ( ) Bolachas recheadas ( )

Sucrilhos ( ) Presuntos/queijos ( )

Pizza ( ) Achocolatados prontos para beber ( )

Frutas ( ) Hambúrguer ( )

Margarina ( ) Batata frita ( )

Chocolates ( ) Iogurte ( )

Balas ( ) Sucos ( )

Tortas/bolos ( ) Sorvetes ( )

Maionese ( ) Cereais em barra ( )

Pergunta facultativa:

Por que não consome o alimento que mais vê na televisão?

Porque faz mal a saúde ( )

Porque minha mãe/pai não compra ( )

Porque engorda ( )

Porque é caro ( )

Porque não encontro o produto na cidade ( )

Outros motivos ( ) ______________________________________________


82

FREQUÊNCIA ALIMENTAR – SEMI-QUANTITATIVA

ALIMENTO FREQUÊNCIA DIÁRIA

1 2 3 4 5 6

CEREAIS

LEGUMINOSAS

FRUTAS

LEITE E
DERIVADOS

CARNES

OLEOS E
GORDURAS

AÇÚCARES
83

APÊNDICE E – QUESTIONÁRIO À CRIANÇAS DE 9 ANOS COMPLETO A 10


ANOS e 11 meses.

Data____/____/______

Questionário integrante do projeto de monografia: INFLUÊNCIA DO


MARKETING NA ESCOLHA DA ALIMENTAÇÃO INFANTIL

Destinado a faixa etária de 9 anos completos a 10 anos e 11 meses.

Nome:_________________________________________________________

Idade:______________ Sexo: Feminino ( ) Masculino ( )


Escola:______________________________________________________________

Tipo de instituição: Privada ( ) Pública ( )

Qual o canal que mais assiste? __________________________________________

Quanto tempo/dia passa, assistindo TV?

< 1h ( ) 1-3h ( ) >3h ( )

Quais propagandas de alimentos você mais vê?

Refrigerante ( ) Achocolatado em pó ( )

Salgadinhos ( ) Bolachas recheadas ( )

Sucrilhos ( ) Presuntos/queijos ( )

Pizza ( ) Achocolatados prontos para beber ( )

Frutas ( ) Hambúrguer ( )

Margarina ( ) Batata frita ( )

Chocolates ( ) Iogurte ( )
84

Balas ( ) Sucos ( )

Tortas/bolos ( ) Sorvetes ( )

Maionese ( ) Cereais em barra ( )

Quais dos alimentos você mais gosta?

Refrigerante ( ) Achocolatado em pó ( )

Salgadinhos ( ) Bolachas recheadas ( )

Sucrilhos ( ) Presuntos/queijos ( )

Pizza ( ) Achocolatados prontos para beber ( )

Frutas ( ) Hambúrguer ( )

Margarina ( ) Batata frita ( )

Chocolates ( ) Iogurte ( )

Balas ( ) Sucos ( )

Tortas/bolos ( ) Sorvetes ( )

Maionese ( ) Cereais em barra ( )

Quais dos alimentos você mais consome?

Refrigerante ( ) Achocolatado em pó ( )

Salgadinhos ( ) Bolachas recheadas ( )

Sucrilhos ( ) Presuntos/queijos ( )

Pizza ( ) Achocolatados prontos para beber ( )

Frutas ( ) Hambúrguer ( )

Margarina ( ) Batata frita ( )

Chocolates ( ) Iogurte ( )
85

Balas ( ) Sucos ( )

Tortas/bolos ( ) Sorvetes ( )

Maionese ( ) Cereais em barra ( )

Pergunta facultativa:

Por que não consome o alimento que mais vê na televisão?

Porque faz mal a saúde ( )

Porque minha mãe/pai não compra ( )

Porque engorda ( )

Porque é caro ( )

Porque não encontro o produto na cidade ( )

Outros motivos ( )

FREQUÊNCIA ALIMENTAR – SEMI-QUANTITATIVA

ALIMENTO FREQUÊNCIA DIÁRIA

1 2 3 4 5 6

CEREAIS

LEGUMINOSAS

FRUTAS

LEITE E
DERIVADOS

CARNES

OLEOS E
GORDURAS

AÇÚCARES
86

ANEXO I – OFÍCIO DA INSTITUIÇÃO ONDE ACONTECEU A PESQUISA


87

ANEXO II – OFÍCIO DA INSTITUIÇÃO ONDE ACONTECEU A PESQUISA


88

ANEXO III – OFÍCIO DA INSTITUIÇÃO ONDE ACONTECEU A PESQUISA

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