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TRABALHO DE CAMPO DE ANTROPOLOGIA ALIMENTAR

Tema: Dieta e antropologia (pesquisa etnográfica em casa)

Nome do discente: Maria Estrela José Meia Chuva

Curso: Licenciatura em Nutrição

Xai-Xai, Agosto de 2022


Índice
Introdução ........................................................................................................................................3
Contextualização ..............................................................................................................................4
Tipo de dieta no pequeno-almoço, almoço e jantar, contextos do seu uso alimentar ......................4
Influência parental sobre a alimentação ...........................................................................................5
Conclusão ........................................................................................................................................7
Referências Bibliográfica.................................................................................................................8

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INTROIDUCAO

Para uma alimentação equilibrada, sem excessos ou carência de determinados nutrientes, é


preciso ter conhecimento sobre a nutrição. E a maior parte das comunidades moçambicanas, por
causa de factores socioculturais e económicos, são sujeitos a uma alimentação padrão que na
maioria das vezes não incorpora um padrão nutricional aceitável.

Neste trabalho pretende se de forma resumida, descrever o tipo de dieta alimentar a que sou
sujeito e o contexto social do meu uso alimentar.

Como muitas famílias moçambicanas, a minha família desempenhou um papel primordial no


meu tipo de dieta alimentar, a qual foi gradualmente mudando de acordo com as condições
sociais, financeiras e culturais a que estou inserido.

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Contextualização

O conhecimento de diferentes alimentos é essencial para a aquisição de uma alimentação


variada, o que constitui uma das premissas fundamentais para uma alimentação saudável. As
refeições em família representam um importante evento na promoção de uma alimentação
saudável. Os alimentos servidos e as refeições oferecidas, em geral, são determinados pela
família, ou seja, se a mesma se alimenta em casa ou se faz as refeições fora do lar.

Fazer escolhas alimentares é um processo complexo, dinâmico e multifacetado, embutido nos


relacionamentos sociais e que tem consequências a curto e longo prazo para a saúde. As escolhas
dos alimentos são formadas pelos sistemas de socialização culturais, e limitadas pela
contingência do ambiente físico e social. As refeições representam um importante evento nas
interacções familiares, com estruturas temporais portadoras de significado.

As escolhas alimentares não dependem somente da disponibilidade e das preferências, mas


também dos factores cognitivos, tais como o conhecimento sobre os benefícios e o custo
associados aos alimentos.

Tipo de dieta no pequeno-almoço, almoço e jantar, e os contextos sociais económicos de seu


uso alimentar

A minha dieta alimentar não foge a regra de tantas comunidades de baixa renda em
Moçambique. Ela baseia-se em alimentos que vão de acordo com a renda familiar. A minha
dieta, primeiro tem uma influência familiar, cuja renda é da classe baixa e que depois passou a
ser uma dieta de classe média por razões de emprego.

Assim sendo, por influência social do meio que me encontro, e por reunir condições básicas
sócio económicas, a minha dieta alimentar foi modificando, numa perspectiva de me sentir a
consumir produtos alimentares que possam constituir de pessoas de classe média, sem pensar
tanto no seu valor nutricional e nem na sua variação.

Assim sendo, a minha dieta alimentar baseia - se naquilo que pessoalmente e por influencia do
meio a que estou inserida fomos considerando como alimentos essenciais, de acordo com a

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classe social a que pertencemos. Por semana, os alimentos baseiam se em verduras preparadas
com base de amendoim coco (couve, folhas de abóbora e folhas de feijão nhemba e outras),
arroz, farinha de milho, carne vermelha, frango e seus derivados, pão acompanhado de diferentes
tipos de manteiga e salada caso haja, feijão, massa esparguete, e diferentes tipos de peixe, desde
os de água doce e salgada.

Para a compra destes produtos são gastos em media 3 horas de tempo pois o mercado local
encotra-se distante da comunidade a que estou inserida. Em média para a aquisição dos produtos,
gasto 3 salários mínimos, pois tenho um agregado familiar de 5 elementos.

Assim sendo, os produtos que fazem parte da minha dieta, são preparados nem uma media de 3
horas de tempo diariamente, e todos eles são de muita influência cultural e social.

Sendo eu de origem da Zona Centro de Moçambique, a linhagem alimentar baseia- se em


preparar alguns alimentos segundo as receitas da minha zona de origem, e por estar a residir na
zona sul do país, também adoptei receitas desta região. Com isso clarifico que os hábitos
alimentares adquiridos durante a infância, na minha zona de origem foram modificando de
acordo com a zona em que actualmente resido e que as condições financeiras também
contribuem para este tipo de dieta.

Influência parental sobre a alimentação

O aspecto de maior influência ambiental para a criança é a família. Os hábitos alimentares de


adultos jovens, como comer todos os alimentos presentes no prato, usar o alimento como um
incentivo ou uma ameaça, comer a sobremesa e realizar as refeições em horários programados,
foram relacionadas com as mesmas práticas de alimentação utilizadas pelos pais durante a
infância. Quando adultos, ao seleccionar um alimento eles relembram as considerações a respeito
de nutrição ditadas por seus pais. Esta é uma constatação intrigante de como os pais podem
influenciar, a longo prazo, as práticas alimentares de seus filhos.

A influência parental sobre as escolhas alimentares pode se manifestar de várias maneiras: por
meio da aquisição de generosos alimentícios (ditados, em parte, pela renda, instrução e pela
classe social), da religião e da cultura; seus comportamentos durante as refeições e suas reacções

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aos alimentos podem servir de modelo para as crianças; e na transmissão de informações sobre
os alimentos (por exemplo, ensinando quais alimentos são saudáveis).

Para promover mudanças duráveis na alimentação das crianças e, consequentemente, possíveis


melhorias para a saúde, deve-se compreender de que maneira as escolhas alimentares da família
determinam a ingestão alimentar da criança e como estas escolhas alimentares se desenvolvem
até a formação de um hábito alimentar.

As crianças aprendem a respeito do alimento não somente por suas experiências, mas também
observando outros. As pesquisas realizadas por diferentes autores têm evidenciado similaridades
com relação às preferências, à ingestão, à aceitação e à disposição para experimentar novos
alimentos entre pais e filhos.

Segundo o acima descrito, a minha dieta também seguiu as directrizes anteriormente esplanadas,
tendo havido influência parental, observações de outros hábitos alimentares da sociedade em que
estou inserido e condições económicas, e esta ultima com grande impacto, pois a medida que os
ganhos financeiros aumentam, maior é a procura de diferentes alimentos fora do padrão comum,
mesmo sem conhecer o real valor nutricional.

As redes sociais e meios de comunicação social também desempenham um papel preponderante


na minha dieta, pois através delas são assistidos diversos programas de culinária, onde fui
aprendendo diversas receitas, outras bem distantes do meu padrão de dieta, mas por curiosidade e
pretensão de degustar de novas iguarias, fui experimentando e adoptando algumas para a minha
dieta.

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Conclusão

Depois das descrições da minha dieta feitas neste trabalho, conclui-se que embora a família seja
determinante na formação dos hábitos alimentares, não se pode deixar de mencionar outros
factores tais como as redes sociais, os meios de comunicação social e o ambiente social a que a
pessoa esta inserida.

Todavia, não se deve esquecer de sempre ter em conta o valor nutricional dos alimentos da nossa
dieta e não nos limitar apenas no seu consumo. Este papel deve ser desempenhado pelos pais
logo na introdução alimentar dos filhos para que futuramente não tenham problemas de saúde de
origem alimentar.

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Referencias bibliográficas

1. BURNIER, Jussara N. T.; WAY,Charles. Segredos emnutrição:


respostasnecessáriasaodia-a-dia. Porto Alegre: Artes Médicos Sul, 2000.
2. https://andreiatorres.com/

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