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ATENÇÃO À
SAÚDE
Luciana de
Souza
S719n Souza, Luciana de.
Nutrição e atenção à saúde / Luciana de Souza. – Porto
Alegre : SAGAH, 2017.
194 p. : il. ; 22,5 cm.
ISBN 978-85-9502-068-9
1. Nutrição. 2. Atenção à saúde. I. Título.
CDU 613.2
Introdução
Na saúde coletiva deve haver interações socioeconômicas dos indivíduos
da comunidade com o ambiente em que eles vivem, tendo a percepção
de quanto isso pode influenciar na saúde desta região ou comunidade.
Também que ao contrário de outras áreas da saúde, onde a característica
principal é o tratamento, na saúde coletiva o objetivo principal é prevenir
o desenvolvimento ou a disseminação de doenças e demais problemas
de saúde, de determinados indivíduos, em determinada região. O seu
papel como nutricionista é prevenir doenças relacionadas à alimenta-
ção e nutrição, assim como promover hábitos alimentares adequados e
saudáveis, tendo como um dos principais subsídios a Política Nacional
de Alimentação e Nutrição (PNAN). Neste capítulo, você irá identificar o
papel do Nutricionista na Saúde Coletiva, sua atuação conforme princípios
da PNAN e PAAS.
Atuação do nutricionista na saúde coletiva 27
Âmbito hospitalar
Saiba que é necessário promover a articulação entre o acompanhamento clínico e o
acompanhamento nutricional, tendo em vista a relevância do estado nutricional para
a evolução clínica dos pacientes. Assim como a interação destes com os serviços de
produção de refeições e os serviços de terapia nutricional, entendendo que a oferta
de alimentação adequada e saudável é componente fundamental nos processos de
recuperação da saúde e prevenção de novos agravos nos indivíduos hospitalizados.
Propósito
A PNAN integra a Política Nacional de Saúde, se inserindo, ao mesmo tempo,
no contexto da Segurança Alimentar e Nutricional.
Compondo o conjunto das políticas de governo voltadas à concretização
do direito humano universal à alimentação e nutrição adequadas, esta Política
tem como propósito a garantia da qualidade dos alimentos colocados para
consumo no País, a promoção de práticas alimentares saudáveis e a preven-
Atuação do nutricionista na saúde coletiva 31
Princípios
A PNAN tem por pressupostos os direitos à Saúde e à Alimentação e é orien-
tada pelos princípios doutrinários e organizativos do SUS: universalidade,
integralidade, equidade, descentralização, regionalização e hierarquização e
participação popular. A estes se somam os princípios a seguir;
A alimentação como elemento de humanização das práticas de saúde: veja
que pelo fato de a alimentação expressar relações sociais, valores, histórias
e sentimentos dos indivíduos, ela pode ser abordada de modo a relacionar
tudo isso com as práticas de saúde, valorizando o ser humano para além de
suas condições biológicas e reconhecendo-o como o centro no processo de
produção da saúde.
O respeito à diversidade e à cultura alimentar: você deverá considerar as
particularidades regionais do povo brasileiro, influenciadas principalmente
pelas culturas indígena, portuguesa e africana. Reconhecer, respeitar, pre-
servar, resgatar e difundir a riqueza incomensurável de alimentos e práticas
alimentares corresponde ao desenvolvimento de ações com base no respeito
à identidade e cultura alimentar da população.
O fortalecimento da autonomia dos indivíduos: é importante aumentar a
capacidade de interpretação e análise do sujeito sobre si e sobre o mundo, dando
ênfase à capacidade de fazer escolhas, governar e produzir a própria vida.
A determinação social e a natureza interdisciplinar e intersetorial da
alimentação e nutrição: contribuir para a construção de formas de acesso
a uma alimentação adequada e saudável, colaborando com a mudança do
modelo de produção e consumo de alimentos que determinam o atual perfil
epidemiológico.
32 Nutrição e atenção à saúde
Diretrizes
A PNAN foi aprovada pela Portaria 710, de 10 de junho de 1999, tendo como
diretrizes programáticas desta Política, que tem como fio condutor o Direito Hu-
mano à Alimentação e a Segurança Alimentar e Nutricional, são as seguintes:
Responsabilidades institucionais
Conforme os princípios do SUS, os gestores, de forma articulada e dando cumprimento
às suas atribuições comuns e específicas, atuarão no sentido de viabilizar o alcance do
propósito da PNAN. Considerando as características peculiares de intersetorialidade e
de vinculação desta Política à Política de Segurança Alimentar e Nutricional, existem
as responsabilidades de natureza intra e intersetorial. Caberá aos gestores do SUS, em
suas respectivas áreas de abrangência, promover a implementação e a avaliação desta
Política, estabelecendo o processo de articulação com aqueles setores envolvidos
com a Segurança Alimentar e Nutricional, visando, estabelecer parcerias e articulação
interinstitucional que possibilitem consolidar compromissos multilaterais. Será, também,
buscado o estabelecimento de parceria com a sociedade, para alcançar a efetiva
participação na PNAN.
Leituras recomendadas
ALVES, K. P. de S.; JAIME, P. C. A Política Nacional de Alimentação e Nutrição e seu
diálogo com a Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. Ciência & Saúde
Coletiva, Rio de Janeiro, v. 19, n. 11, p. 4331-4340, 2014. Disponível em: <http://www.
scielo.br/pdf/csc/v19n11/ 1413-8123-csc-19-11-4331.pdf>. Acesso em: 20 jan. 2017.
BRASIL. Ministério da Saúde. Guia alimentar para a população brasileira. 2. ed. Brasília,
DF: Ministério da Saúde, 2014.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção
Básica. Coordenação-Geral da Política de Alimentação e Nutrição. Estratégias de Promo-
ção da Alimentação Saudável para o Nível Local. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2007.
CARVALHO, D. B. B. de. Estudo de caso do processo de formulação da Política Nacional
de Alimentação e Nutrição no Brasil. Epidemiologia e Serviços de Saúde, Brasília, DF, v.
20, n. 4, p. 449-458, out./dez. 2011. Disponível em: <http://scielo.iec.pa.gov.br/pdf/
ess/ v20n4/v20n4a04.pdf>. Acesso em: 20 jan. 2017.
CASTRO, I. R. R. de. Desafios e perspectivas para a promoção da alimentação ade-
quada e saudável no Brasil. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 31, n. 1, p. 7-9,
jan. 2015. Disponível em: <http://www.scielosp.org/pdf/ csp/v31n1/pt_0102-311X-
csp-31-01-00007.pdf>. Acesso em: 20 jan. 2017.
FERREIRA, V. A.; MAGALHÃES, R. Nutrição e promoção da saúde: perspectivas atuais.
Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 23, n. 7, p. 1674-1681, jul. 2007. Disponível
em: <http://www.scielo.br/pdf/ csp/v23n7/19.pdf>. Acesso em: 20 jan. 2017.
JAIME, P. C. Síntese teórica: PNAN – Promoção da Alimentação Adequada e Saudável
(PAAS). São Paulo, set. 2016. Disponível em: <https://goo.gl/XTvYD9>. Acesso em:
20 jan. 2017.
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esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
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