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ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL
As decisões alimentares não são feitas apenas pela contribuição nutricional de calorias,
macro e micronutrientes (apesar dessa relevância para a saúde). Isso porque o alimento
apresenta um papel muito mais abrangente do que apenas os aspectos nutricionais. O ato
de se alimentar traz consigo outros significados como convívio social, aspectos culturais,
afetivos e emocionais.
Nesse contexto, as escolhas alimentares são guiadas por dois tipos de determinantes: (1)
relacionado ao ALIMENTO e (2) relacionado ao INDIVÍDUO.
1) Os determinantes relacionados ao ALIMENTO como sabor, aparência e aspectos
nutricionais são descritos a seguir.
Sabor reflete as características sensoriais dos gostos básicos (doce, salgado,
amargo, ácido e umami) e é responsável pelo prazer em comer.
Aparência também é um atributo sensorial importante, sendo que um alimento
poderá não ser consumido se não parecer saboroso com aparência agradável e atrativa,
mesmo que apresente um apelo saudável.
Aspectos nutricionais são relacionados basicamente à busca e manutenção da
saúde, vitalidade, longevidade e estética.
2) Os fatores relacionados ao INDIVÍDUO são biológicos, fisiológicos, estado de saúde,
psicológicos, sociais e culturais.
Fatores biológicos e fisiológicos relacionam-se a necessidade calórica e de
macronutrientes (carboidratos, proteínas e gorduras) e micronutrientes (vitaminas e
minerais), e à ação de hormônios (da fome e saciedade, entre outros).
Estado de saúde também é um fator determinante de escolhas alimentares, haja
vista que indivíduos com algum tipo de doença devem seguir um plano
alimentar/dietoterápico específico.
Aspectos psicológicos da alimentação remetem aos significados emocionais
relativos às experiências e memórias alimentares relacionadas à fonte de vínculo, afeto e
sentimentos. Além disso, o estresse, a ansiedade e a depressão podem levar à compulsão
alimentar e/ou restrições nutricionais importantes.
Fatores sociais e culturais como nível socioeconômico, escolaridade, crenças
culinárias, costumes familiares, aspectos religiosos e filosóficos, e o acesso a informações
de profissionais de saúde e mídia em geral refletem o ambiente do indivíduo e influenciam
diretamente as escolhas alimentares.
Portanto, o hábito alimentar é formado pela interação entre os determinantes
relacionados ao alimento e ao indivíduo.
Desse modo, o chamado “gatilho” para escolher determinado tipo de alimento ou grupo de
alimento não depende apenas da fome fisiológica ou necessidade nutricional, mas também
de outros fatores como os estímulos sensoriais do olfato, visão e paladar. Por isso, a
apresentação do alimento é tão importante.
ESTADO NUTRICIONAL
Esta avaliação pode ser feita através de métodos convencionais e não-convencionais. São
métodos convencionais aqueles tradicionalmente usados, por sua consolidada utilização
tanto na prática clínica quanto em estudos epidemiológicos. Têm como características
principais: a) praticidade; b) custo aceitável; c) refletem com certa precisão o estado
nutricional do indivíduo. Os métodos não-convencionais são aqueles que apresentam
limitações no seu uso, como equipamentos de custo elevado, dificuldades técnicas para
sua execução, entre outras, que impossibilitam seu uso de forma rotineira.
Métodos Convencionais
História clínica
História Clínica
Alterações do padrão alimentar: devem ser avaliadas quanto à duração (em semanas) e o
tipo (quantitativa e qualitativa). Neste caso, procura-se detectar a presença de disfagia ou
alterações do estado mental;
História dietética: refere-se a uma revisão dos padrões usuais de ingestão de alimentos
utilizando técnicas especiais, sendo a mais conhecida o recordatório alimentar de 24 horas
(método qualitativo que investiga tudo o que o paciente ingeriu nas últimas 24 horas)
EXAME FÍSICO
O exame físico direcionado para detectar deficiências nutricionais deve ser minucioso, com
o objetivo de identificar sinais de carências específicas de nutrientes.
DESNUTRIÇÃO
A desnutrição pode ser definida como uma deficiência nutricional decorrente da carência
de nutrientes fundamentais para o funcionamento adequado do organismo. Sua origem é
complexa e pode ser desencadeada por diferentes fatores. De maneira geral, podemos
dizer que a desnutrição ocorre devido a uma alimentação inadequada ou a uma
incapacidade de absorção dos nutrientes ingeridos.
A desnutrição pode afetar pessoas de qualquer idade, porém alguns grupos são
considerados mais vulneráveis a desenvolvê-la. No grupo de risco estão crianças com
idade inferior a cinco anos, mulheres grávidas ou amamentando, idosos, e pacientes com
doenças crônicas.
Desnutrição proteica: a desnutrição proteica ocorre em pessoas cuja dieta apenas contém
proteína e que se alimentam, sobretudo, de carboidratos. Este tipo de desnutrição causa
uma menor resistência do corpo às infeções, hérnias abdominais, alterações na pele,
problemas hepáticos.
Desnutrição aguda leve: aqui o peso é normal para a idade da pessoa, mas o tamanho é
inferior ao normal.
Desnutrição aguda moderada: uma pessoa com este tipo de desnutrição pesa menos do
que deveria para a sua estatura.
Desnutrição aguda grave: neste caso, o peso está muito abaixo do que seria suposto (é
inferior a 30% do normal) e as funções corporais vão-se alterando. Trata-se de uma
situação crítica, com elevado risco de morte para a pessoa que sofre desta doença.
Carência de vitaminas e minerais: quando ocorre esta situação, a pessoa não é capaz
de levar a cabo as suas tarefas diárias devido ao cansaço, as defesas baixas que favorecem
o aparecimento de infeções ou a dificuldades de aprendizagem.
A desnutrição pode apresentar-se de forma leve até grave, sendo esta última a mais
perigosa, podendo até mesmo levar à morte. O principal sintoma da desnutrição é uma
acentuada perda de peso. Acompanhado a isso, temos uma diminuição da disposição e
também da capacidade de realizarmos atividades do dia a dia.
Podem ocorrer ainda alterações no cabelo e na pele, alterações psicológicas, como tristeza
e apatia, alterações ósseas, anemia, entre outras manifestações. Vale salientar, ainda, que
a pessoa com desnutrição fica mais sujeita a infecções devido ao comprometimento de
suas defesas.
Causas primárias: a pessoa apresenta uma alimentação que não fornece os nutrientes e
calorias necessários para seu desenvolvimento: ou a pessoa está alimentando-se pouco
ou não está se alimentando de maneira adequada.
NUTRIENTES
Nutrientes são substâncias presentes nos alimentos que são importantes para o
funcionamento do nosso organismo. Nosso corpo adquire-os por meio do processo de
digestão, que garante a quebra dos alimentos em partículas menores que podem ser
absorvidas pelo corpo.
Micronutrientes, por sua vez, são aqueles necessários em pequenas doses para que haja
um bom funcionamento do organismo, sendo encontrados em baixa quantidade nos
alimentos. Vitaminas e minerais são exemplos deles.
Macronutrientes
Micronutrientes
Fibras
As fibras são importantes na alimentação, entretanto, por não serem absorvidas, não são
consideradas por alguns autores como nutrientes. Apesar de não serem assim classificadas,
é importante que elas estejam presentes na dieta.
Uma dica importante para conseguir uma dieta rica em nutrientes é apostar na alimentação
colorida. Isso significa que quanto maior a diversidade de cores no prato, maior a
diversidade de alimentos e, consequentemente, maior a quantidade de nutrientes ali
presentes. Em um almoço, por exemplo, um prato contendo arroz, feijão, carne, tomate,
alface, cenoura e beterraba é rico em cores e também em nutrientes.
A
Terceiro nível: grupo do leite e produtos lácteos, grupo das carnes e ovos, grupo das
leguminosas e oleaginosas;
Quarto nível (topo da pirâmide): grupo dos óleos e gorduras, grupo dos açúcares e doces.
Em cada um dos grupos presentes na pirâmide, é possível observar a quantidade ideal
que deve ser ingerida. Observe abaixo os grupos alimentares e o total diário de
quilocalorias recomendado:
Arroz, pão, massa, batata, mandioca: 900 kcal (6 porções por dia)
NUTRIÇÃO NA GRAVIDEZ
O que comer?
Amamentar é um momento especial tanto para a mulher quanto para o bebê. Além de ser
um ato de carinho, que fortalece o vínculo entre mãe e filho, o leite materno é a melhor
maneira de alimentar recém-nascidos. Nessa fase, é comum que muitas mães fiquem
cheias de dúvidas sobre como deve ser sua dieta alimentar para que não falte nenhum
nutriente para o desenvolvimento da criança.
A lactante precisa de nutrientes suficientes para seu próprio organismo e para a produção
de leite, por isso ela deve aumentar em cerca de 500 calorias a quantidade total de calorias
por dia. Quem já possui uma dieta balanceada pode conseguir os nutrientes extras
necessários de maneira mais fácil.
Recomendações
5.Faça várias refeições por dia, para evitar comer muito de uma só vez;
6.Certifique-se de que você ingere pelo menos 1.000mg de cálcio por dia. Mães
adolescentes podem ter necessidade de 1.300mg do nutriente. O consumo dessa
quantidade de cálcio diariamente deve ser feito por toda a vida, pois ajuda a diminuir o risco
de osteoporose mais tarde;
7.Não há dados conclusivos em relação aos malefícios dos adoçantes artificiais na gravidez
e lactação, mas recomenda-se não utilizá-los em larga escala.
Passo 1: Dar somente leite materno até os seis meses, sem oferecer água, chás ou
qualquer outro alimento.
Colostro – é o leite dos primeiros dias pós-parto, é ideal nos primeiros dias de vida,
principalmente se o bebê for prematuro, pelo alto teor de proteína.
O leite materno contém tudo que o bebê precisa até o 6º mês de vida, inclusive água, além
de proteger contra infecções. O leite materno contém quantidade de água suficiente para
as necessidades do bebê, mesmo em climas muito quentes.
A oferta de água, chás ou qualquer outro alimento sólido ou líquido, aumenta a chance do
bebê adoecer, além de substituir o volume de leite materno a ser ingerido, que é mais
nutritivo.
A criança que recebe outros alimentos além do leite materno, antes dos 6 meses,
principalmente através de mamadeira, incluindo água e chás, pode adoecer mais e ficar
desnutrida.
A mãe que amamenta deve beber, no mínimo, dois litros de água pura diariamente e
estimular o bebê a sugar corretamente e com mais frequência.
Passo 2: A partir dos 6 meses, oferecer de forma lenta e gradual outros alimentos,
mantendo o leite materno até os dois anos de idade ou mais.
A partir dos 6 meses, o organismo da criança já está preparado para receber alimentos
diferentes do leite materno, que são chamados de alimentos complementares.
A alimentação complementar, como o nome diz, é para complementar o leite materno e não
para substituí-lo.
A introdução dos alimentos complementares deve ser lenta e gradual. O bebê tende a
rejeitar as primeiras ofertas do(s) alimento(s), pois tudo é novo: a colher, a consistência e o
sabor.
Desde cedo a criança deve acostumar-se a comer alimentos variados. Só uma alimentação
variada evita a monotonia da dieta e garante a quantidade de ferro e vitaminas que a criança
necessita, mantendo uma boa saúde e crescimento adequado.
É comprovado que a criança nasce com preferência para o sabor doce; no entanto, a adição
de açúcar é desnecessária e deve ser evitada nos dois primeiros anos de vida.
Até completar um ano de vida, a criança possui a mucosa gástrica sensível e, portanto, as
substâncias presentes no café, enlatados e refrigerantes podem irritá-la, comprometendo a
digestão e a absorção dos nutrientes, além de terem baixo valor nutritivo.
Deve ser evitado o uso de alimentos industrializados, enlatados, embutidos e frituras, que
contenham gordura e sal em excesso, aditivos e conservantes artificiais.
Os alimentos muito condimentados também devem ser evitados como: pimenta, mostarda,
catchup, temperos industrializados e outros.
Para uma alimentação saudável, deve-se usar alimentos frescos, maduros e em bom
estado de conservação. Os alimentos oferecidos às crianças devem ser preparados pouco
antes do consumo e nunca oferecer restos de uma refeição.
Há uma série de fatores que influenciam a ingestão alimentar e hábitos das crianças. Os
hábitos, as preferências e aversões aos alimentos são estabelecidos nos primeiros anos e
levados até a fase adulta, quando se atingem frequentemente alterações com resistência e
dificuldade.
A partir dos 2 anos de idade, a criança se distrai com facilidade, dá opinião no cardápio e
geralmente tem perda de apetite, conhecida como “anorexia fisiológica”, uma vez que o
interesse pelo alimento é substituído pela enormidade de descobertas que a criança faz no
dia a dia. Aos 3 anos o fator principal é a aparência dos alimentos, amenizado quando a
criança se torna segura de suas preferências. Com 4 anos, surge o interesse em preparar
as refeições. Por volta dos 4 anos e meio nota-se melhora na alimentação, firmando-se aos
5 anos. Com 8 anos de idade o apetite aumenta surpreendentemente.
Influência da família:
Por fim, considera-se que os pais são responsáveis na formação alimentar da criança,
devendo educar (e serem educados) para a construção de hábitos alimentares saudáveis.
NUTRIÇÃO DO IDOSO
A alimentação do idoso deve ser completa, equilibrada, variada e baseada na Roda dos
Alimentos Portuguesa, consumindo diariamente alimentos dos 7 grupos. Os idosos devem
guiar-se pelas porções intermédias de cada grupo alimentar. É recomendado que façam
entre 5 a 6 refeições diárias: pequeno-almoço, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde,
jantar e ceia.
A ingestão de água deve ser reforçada, 1.5L/dia, pois os idosos têm elevado risco para a
desidratação pelas possíveis perdas de líquidos e pela baixa percepção de sede.
MICRO-ORGANISMOS E OS ALIMENTOS
Para entender melhor o sentido de higiene, é preciso saber o que são os micro-organismos.
Como qualquer outro ser vivo, eles se reproduzem, se multiplicam. A diferença é que os
micróbios são muitíssimo mais rápidos que o homem e esse é o grande problema. A maioria
das bactérias, em quantidades pequenas, não faz mal ao homem. Mas em grandes
quantidades, ou seja, quando se multiplicam várias vezes, elas provocam doenças e podem
até matar! Existem bactérias que até mesmo em pouquíssimas quantidades podem
prejudicar o homem.
Os micro-organismos são encontrados por toda parte: no ar, na água, na terra, no nosso
corpo, mãos, pés, unhas, nariz, cabelos, olhos, barba. Para viverem, eles precisam de água
e de alimentos, além de tempo e temperatura ideal para se multiplicarem.
Bactérias:
apesar de algumas bactérias não serem patogênicas, ou seja, não causarem doenças, e
serem usadas na indústria alimentícia na elaboração de certos alimentos, como o iogurte,
leite fermentado etc., a maiorias dos casos de intoxicação alimentares são causados por
bactérias ou pelas toxinas que elas liberam. Entre as bactérias patogênicas ou causadoras
de doenças mais comuns estão: estafilococos, Clostridium (Perfringens, Botulinum etc.),
Shigella, Escherichia Coli e Bacillus Cereus, dentre outras.
Onde encontramos?
Leveduras:
Por exemplo, aparecem, às vezes, sobre a superfície do pão ou do queijo. Algumas vezes,
os fungos são usados de forma voluntária para produzir alguma característica de sabor ou
aroma apreciado do ponto de vista gastronômico, como o caso do queijo Camembert;
Vírus:
A diferença entre os vírus e as bactérias é que os primeiros não crescem nos alimentos,
apenas os usam como transporte. Para crescer e multiplicar, os vírus precisam de uma
célula viva. Assim, uma pessoa pode ingerir um alimento que esteja contaminado e, em
seguida, o organismo dessa pessoa será o meio propício para que o vírus se desenvolva.
A doença mais comum transmitida assim é a Hepatite A. Algumas doenças gastrointestinais
também são produzidas por vírus tipo rotavírus. Geralmente, estes vírus estão presentes
na matéria fecal das pessoas infectadas e podem contaminar alimentos, quer seja de forma
direta pelo do chamado esquema fecal-oral, quer seja de forma indireta através dos esgotos
Parasitas:
São transmitidos principalmente pela ingestão de animais parasitados
Nem todos os alimentos são contaminados com a mesma facilidade. Alguns oferecem um
meio excelente para a proliferação de micro-organismos por serem alimentos mais
perigosos do ponto de vista da higiene alimentar, por exemplo, a carne, o leite e os queijos
frescos. Os fatores que determinam a capacidade de proliferação de micro-organismos em
determinados alimentos são os seguintes:
O meio nutritivo: É preciso que os micro-organismos disponham de nutrientes para se
desenvolverem. Por exemplo, há mais possibilidades de desenvolvimento bacteriano no
leite que possui muito mais nutriente que o suco de laranja.
Umidade: Quanto mais água disponível contiver um alimento, mais facilmente será
contaminado. Por exemplo, os queijos mais duros, ao terem menor conteúdo de água
podem ser conservados fora da geladeira, enquanto os queijos brancos, de massa mole,
que possuem maior quantidade de água, estragam muito facilmente.
Tempo: A multiplicação das bactérias é muito rápida, sobretudo quando o alimento está
numa faixa de temperatura favorável a sua reprodução, ou seja, mais de 5o C e menos de
60o C.
PH: O pH de um alimento determina qual classe de micro-organismos pode se desenvolver.
Por exemplo, as frutas geralmente ácidas favorecem o desenvolvimento de fungos,
enquanto os peixes, que são menos ácidos, são meios favoráveis para as bactérias.
Necessidade de oxigênio: Alguns organismos necessitam da presença de oxigênio e
outros não, por isso alguns podem se desenvolver em conservas com óleo onde o oxigênio
não penetra, como por exemplo, o Clostridium do botulismo.
Hortaliças e frutas
1-As hortaliças e frutas próprias para consumo não devem apresentar:
2-Partes ou casca amolecidas, manchadas, mofadas ou de cor alterada.
3-Polpa amolecida com mofo. Folhas, raízes e talos murchos, mofados ou estragados.
4-Qualquer alteração na cor normal.
5-Qualquer modificação no cheiro característico.
6-Consistência alterada, esponjosa. Perfurações, enrugamento. Excesso ou falta de
umidade característica.
7-Prefira as frutas e verduras da estação.
8-Além de mais econômicas, conservam melhor os nutrientes.
Para que os alimentos sejam conservados da melhor maneira e não estraguem, é preciso
prestar atenção nas condições de temperatura, umidade, e no local de armazenamento,
entre outros fatores. Observar a data de validade do produto também é essencial.
Alimentos não perecíveis
Os alimentos não perecíveis, ou seja, que duram muito tempo, não precisam de
refrigeração e podem ser armazenados à temperatura ambiente. O local da armazenagem
deve ser arejado, limpo e livre de umidade. A temperatura ideal é de 25o C (temperatura
ambiente). Os alimentos que não precisam de refrigeração são os cereais (arroz, milho,
aveia, etc), grãos (feijão, lentilha, ervilha), farinhas, biscoitos, produtos defumados e
desidratados, enlatados e embalados em vidro, óleos, açúcares, leite em pó, além de
produtos em embalagens do tipo “longa vida” (papelão esterilizado).
O prazo de validade dos produtos deve ser observado com cuidado. Para evitar prejuízos,
quanto mais perto do prazo de validade estiver o produto, mais rápido ele deverá ser usado.
Hortaliças e frutas
As raízes, frutas e tubérculos que não estiverem maduros devem ser guardados em locais
secos e livres de insetos. As frutas e hortaliças não podem ficar expostas ao sol. Precisam
estar em local fresco e seco ou serem mantidas na geladeira, para que não acabem
ressecadas ou apodrecidas. A temperatura ideal para a conservação varia de um produto
para outro.
O que guardar na geladeira
Os produtos que precisam de refrigeração são aqueles que estragam mais facilmente e não
podem ficar armazenados por muito tempo. Mas fique atento: nas temperaturas de
refrigeração também pode haver crescimento de micro-organismos. É importante que a
geladeira não esteja com excesso de produtos, pois isso pode afetar sua capacidade de
resfriamento, prejudicando a conservação dos alimentos e causando perdas.
As carnes só devem ser conservadas na geladeira se forem ser usadas no mesmo dia.
Caso contrário, devem ser congeladas.
Alguns exemplos de alimentos que devem ser guardados na geladeira: ovos, leite, queijo,
manteiga, margarina, alguns vegetais e frutas, além de embutidos (presunto, salsicha,
linguiça).
As prateleiras mais altas da geladeira são as mais frias. É nelas que devem ser guardados
alimentos como carnes, leite e derivados.
Não misture alimentos crus e cozidos na mesma prateleira, pois os crus podem contaminar
os já preparados. E atenção: nunca forre as prateleiras da geladeira com plásticos ou
toalhas, pois isso dificulta a circulação do ar frio, prejudicando o bom funcionamento do
aparelho.
Coloque os alimentos em recipientes bem fechados. Observe o prazo de validade, sempre.
O refrigerador deve ser mantido limpo.
O que deve ser congelado
Os produtos congelados precisam ser conservados em temperatura de –18o C, para evitar
o desenvolvimento de micro-organismos e o processo de deterioração. Carnes, aves,
pescados e hortaliças não devem ser congelados novamente se já tiverem sido
descongeladas. É sempre importante observar o prazo de validade.
Conservação do valor nutritivo dos alimentos
As frutas e verduras perdem valor nutritivo com maior facilidade. Para aproveitar ao máximo
os nutrientes desses alimentos, siga as seguintes recomendações:
■ Frutas e verduras devem ser consumidas quando estiverem bem frescas. Com o
amadurecimento e o tempo de armazenamento, os nutrientes vão se perdendo. Prefira as
frutas e verduras da estação, pois, além de mais econômicas, conservam melhor os
nutrientes nessa época.
■ O ideal é que esses alimentos sejam consumidos inteiros ou em pedaços. Quando frutas
e verduras são batidas no liquidificador, algumas vitaminas, como a vitamina C, são
perdidas;
■ Ao cozinhar as verduras, mantenha a tampa da panela fechada. O melhor é prepará-las
no vapor.
■ Não cozinhe demais os alimentos, principalmente os vegetais.
■ Tente aproveitar a água que sobrou do cozimento na preparação de outro prato, como
arroz, sopas, cozidos ou sucos.
■ Não coloque nenhuma substância para realçar a cor dos vegetais (como bicarbonato de
sódio), pois isso provoca perdas de vitaminas e de minerais.
■ Não submeta nenhum alimento a temperaturas altas demais. Prefira o fogo brando.
■ Conserve os alimentos de maneira adequada.
DIETAS HOSPITALARES
O Manual de Dietas Hospitalares tem como objetivo principal a padronização das refeições,
que necessitem saber dos tipos de dietas, modificações realizadas e informações
nutricionais das dietas por via oral. Evidentemente que essa padronização não substitui a
prescrição individualizada da dieta. Cabendo ao Nutricionista ou profissional responsável
adequar de acordo com a necessidade do paciente
Dieta Geral
Alimentos indicados: pão, leite e derivados, arroz, feijão, carne, frutas, verduras, sucos.
Alimentos a serem evitados: sem restrição, mas seguindo uma alimentação equilibrada
Dieta Branda
Objetivo: fornecer uma dieta contendo o mínimo possível de fibras que não foram
abrandadas pela cocção, e uma quantidade moderada de resíduos. Indicação para uso:
utilizada como transição entre uma dieta pastosa e uma geral. Paciente no pós-cirúrgico,
em que a motilidade gástrica e a ação química do trato digestório estão debilitadas, com
dificuldade na mastigação ou deglutição, com uso de prótese dentária, presença de gastrite
ou úlcera péptica.
Alimentos indicados: arroz, feijão batido, frutas macias sem casca ou cozidas, legumes
cozidos, sucos de frutas, iogurte, pães macios, carnes cozidas, ovos cozidos.
Alimentos a serem evitados: frituras em geral, legumes e verduras cruas, legumes mais
duros como quiabo, vagem; legumes que aumentam a produção de gases como repolho,
pimentão, pepino, couve-flor; frutas duras e ou com sementes como maçã crua, uva; queijos
gordurosos, carnes duras e crocantes, ovo frito, pães duros ou com sementes.
Dieta Pastosa
Objetivo: fornecer uma dieta que possa ser mastigada e deglutida com pouco ou nenhum
esforço. Indicação para uso: paciente com dificuldade na mastigação ou deglutição devido
à inflamação, danos neurológicos, distúrbios neuromotores, retardo mental severo, doença
esofágica, alterações anatômicas da boca ou esôfago, dentição incompleta e uso de
prótese dentária. Não é indicada àqueles com risco de broncoaspiração.
Alimentos indicados: arroz pastoso, feijão batido, mingaus, purês, gelatina, iogurte,
vitamina de frutas, carne moída ou desfiada, legumes bem cozidos, macarrão e massas.
Alimentos a serem evitados: legumes e verduras cruas; legumes mais duros como quiabo,
vagem, jiló; legumes e verduras que aumentam a produção de gases como repolho,
pimentão, pepino, couve-flor; queijo gorduroso, carnes duras e crocantes, frituras em geral,
pães duros ou com semente, frutas com casca, ou qualquer outro alimento que não seja na
consistência de papa, ou que não seja macio o suficiente para ser desmanchado com o
talher.
Dieta Cremosa
Objetivos: fornecer uma dieta que seja bem tolerada por pacientes que não podem ingerir
alimentos sólidos e que não têm disfagia para líquidos finos. Indicação de uso: após
cirurgias de cabeça e pescoço, em doenças agudas e para aqueles pacientes incapazes
de tolerar alimentos sólidos ou com dificuldades de mastigação ou deglutição. Deve haver
precaução com o uso dessa dieta naqueles com risco de broncoaspiração. É,
preferencialmente, uma dieta de transição, e a progressão para alimentos sólidos dever ser
completada tão rápido quanto possível.
Alimentos indicados: vitamina de fruta, mingau, leite, coalhada, iogurte sem pedaços,
sucos, vegetais cozidos liquidificados sem pedaços, sopas cremosas, caldo de feijão.
Objetivo: fornecer líquidos e eletrólitos via oral para prevenir a desidratação, saciar a sede,
minimizar o trabalho do trato gastrintestinal e a presença de resíduos no cólon. Indicação
para uso: pós-operatório de cirurgias do trato gastrintestinal e de cabeça e pescoço, após
período de alimentação por via intravenosa, durante infecções graves e diarreia aguda,
antes ou depois de procedimento de diagnóstico, e como primeiro passo na alimentação
por via oral. Deve haver precaução com o uso dessa dieta naqueles pacientes
apresentando disfagia com risco de broncoaspiração. É indicada a progressão para uma
dieta mais adequada logo que tolerada pelo paciente.
Alimentos indicados: água, chá, água de coco, sucos coados, gelatina diet, consomê
(caldo de carne e legumes).
Alimentos indicados: água, chá, água de coco, sucos coados, gelatina diet, sopas de
legumes e carne liquidificados e coados.
Objetivo: fornecer uma dieta que elimine todas as fontes de lactose. Indicação para uso:
manejo de deficiências genéticas de lactase, danos na mucosa intestinal resultantes da
desnutrição, síndrome do cólon irritável, colite ulcerativa, gastroenterite, ressecção do
intestino delgado.
Alimentos indicados: pães, massas em geral sem adição de leite, leite sem lactose, frutas,
legumes, verduras, grãos, carnes, frango, suco de frutas, gelatina.
Dieta Hipolipídica
Alimentos a serem evitados: frituras, carnes gordas, pele de frango, maionese, creme de
leite, leite integral, queijo gordo, ovos, produtos industrializados como caldo de carnes e
temperos prontos, sopas instantâneas, bolachas recheadas, batata chips, manteiga,
manteiga, legumes na manteiga (soutê), macarrão alho e óleo, purês feitos com manteiga
e leite integral.
Dieta Hipossódica
Objetivo: fornecer uma dieta com restrição de sódio. Indicação para uso: doenças
cardiovasculares, hipertensão arterial, retenção hídrica, ascite, edema, tratamentos com
cortisona.
Características: teor de sódio de no máximo 2,4 gramas por dia, normal em todos os outros
nutrientes.
Alimentos indicados: frutas, verduras e legumes, grãos e cereais, leite, carnes magras,
sucos e vitaminas de frutas.
Dieta Hiperproteica
Características: todos os alimentos inclusos na dieta geral, com maior oferta de alimentos
ricos em proteína. Oferta cerca de 1,9g de proteína por kg de peso.
Alimentos indicados: pão, leite e derivados, arroz, feijão, carne, frutas, verduras, sucos,
etc.
Alimentos a serem evitados: sem restrição, mas seguindo uma alimentação equilibrada
e rica em proteína.
Dieta Obstipante
Objetivo: diminuir o volume das fezes e prolongar o tempo de trânsito intestinal. Auxiliar no
alívio dos sintomas da diarreia e prevenir as complicações, como a desidratação e a perda
de peso. Indicação para uso: na diarreia aguda ou crônica (tempo maior que duas semanas),
durante a fase de manutenção.
Alimentos indicados: Frutas obstipante sem casca, sem sementes, pães, torradas, caldo
de feijão, adoçante, legumes obstipantes, carnes, frango, peixes, sucos de frutas obstipante,
chá, gelatina, água de coco.
Alimentos a serem evitados: Frutas com casca ou frutas laxantes; pães com semente,
grãos, folhosos, legumes laxantes, açúcar, leite com lactose, frituras, alimentos gordurosos,
biscoitos recheados.
Características: hiperproteica (1,1 a 1,4g por kg de peso para hemodiálise e 1,2 a 1,5g por
kg de peso para diálise peritoneal), restrita em sódio (até 2 gramas por dia), em potássio
(K) (2 a 2,5 gramas por dia), em fósforo (P) (0,8 a 1 grama por dia) e em líquidos (1000 ml
+ o volume de diurese do paciente). Devido à necessidade de reduzir a oferta de leite e
derivados e feijão, a dieta é pobre em cálcio e fibras.
Alimentos indicados: frutas com baixo teor de potássio, massas, cereais, legumes e
verduras com baixo teor de potássio, leite e derivados e carnes em quantidade moderada.
Alimentos a serem evitados: Alimentos ricos em potássio, sódio, fósforo e uso moderado
de sal. (Ver tabela em anexo os alimentos ricos em potássio, sódio, fósforo e cálcio).
Características: hipoproteica (0,6 a 0,8g por kg de peso) restrita em sódio (até 2 gramas
por dia), em potássio (1,5 a 2 gramas por dia), em fósforo (0,6 a 1 grama por dia) e em
líquidos (de acordo com a diurese do paciente). Devido à necessidade de reduzir a oferta
de leite e derivados e a não oferta de feijão, a dieta é pobre em cálcio e fibras.
Alimentos indicados: frutas com baixo teor de potássio, massas, cereais, legumes e
verduras com baixo teor de potássio, leite e derivados e carnes em quantidade restrita.
Alimentos a serem evitados: Alimentos ricos em potássio, sódio, fósforo e uso moderado
de sal. (Ver tabela em anexo os alimentos ricos em potássio, sódio, fósforo).
Objetivo: fornecer uma dieta adequada em todos os nutrientes, para manter ou alcançar o
controle metabólico da glicose e dos lipídios sanguíneos. Indicação para uso: pacientes
adultos com diabetes do tipo 1 e 2.
Alimentos indicados: verduras e legumes, grãos, cereais, frutas, suco de frutas naturais,
gelatinas diet, carnes, frango, peixes, leite desnatado, queijo magro, produtos diet's,
adoçante.
Alimentos a serem evitados: açúcar, consumo elevado de arroz, batata, pão, macarrão,
massas em geral, carnes gordurosas, qualquer alimento que contenha açúcar
Objetivo: melhorar a qualidade de vida dos pacientes hepatopatas por meio da melhora
funcional hepática, manter ou recuperar o peso adequado, controlar o catabolismo proteico
muscular e visceral, manter o balanço nitrogenado, a síntese de proteínas de fase aguda e
a regeneração hepática, sem aumentar o risco de encefalopatia hepática. Indicação para
uso: pacientes com cirrose hepática, encefalopatia hepática (com exceção daqueles com
encefalopatia hepática severa, onde é indicado dieta hipoproteica até estabilização do caso).
Dieta Leve
Indicação: Tem como objetivo proporcionar moderado repouso no TGI. Indicado também
para pacientes com dificuldade de mastigação e deglutição, com frequência respiratória
e/ou cardíaca aumentada. Alimentos permitidos: Inclui alimentos líquidos e semissólidos
em suspensão, adicionado à base líquida. Ex: leite, mingau, vitamina, chá, suco, biscoito,
torradas, gelatina, sobremesa em creme (pudim, manjar, flan), sorvete, iogurte.
Recomendações: Devido ao baixo valor de celulose desta dieta. Seu uso por período
prolongado poderá resultar em obstipação. Para aumentar o valor calórico desta dieta, faz-
se o uso de produtos industrializados ricos em calorias, proteínas, vitaminas e minerais.
Dieta Enteral
A Dieta Enteral é uma forma líquida de tratamento nutricional utilizada quando o paciente
não pode ingerir sólidos por via oral.
Nessa dieta todos os nutrientes que podem ser obtidos através da alimentação sólida são
mantidos na alimentação líquida.
A administração dessa dieta pode ser realizada por meio de um tubo ou por meio de sonda
de gastrotomia, nasogástrica, jejunostomia ou nasojejunal, com acessos pelo nariz,
abdômen ou traqueia, dependendo da indicação do médico para a necessidade do paciente.
Dieta Parenteral
A Dieta Parenteral é também em forma líquida, uma solução ou emulsão com diferentes
formulações preparadas de acordo com a necessidade de cada paciente. Ela é composta
basicamente por carboidratos, aminoácidos, glicose, gorduras, proteínas, eletrólitos, sais
minerais e vitaminas. Quando por algum motivo a Dieta Enteral não puder ser realizada,
entra em cena a Dieta Parenteral que será administrada de forma intravenosa, por meio de
cateter, diretamente na veia.
O cateter venoso pode ser inserido nos membros superiores ou central, na cava, jugular ou
femoral.
Sendo assim, a diferença principal dessas duas Dietas será a forma como ela será
administrada. Lembre-se que os responsáveis pela decisão sobre o tipo de dieta são os
membros da equipe multidisciplinar que cuidam de cada paciente. Eles levarão em conta
diversos fatores para tomar essa decisão, como condições clínicas, o tipo da doença, como
está a acessibilidade ao sistema venoso, entre outros. Podendo até mesmo serem
indicadas as duas dietas ao mesmo tempo.
1-Via oral
Os pacientes podem não ter condições para usar a alimentação via oral por traumas, perda
de consciência, comprometimento neurológico, sequelas da idade avançada, disfagia
severa ou por obstrução orofaringe ou obstrução intestinal. E muitos pacientes de UTIs se
enquadram nessas condições.
2- Via enteral:
Não havendo a possibilidade da dieta oral, temos a alternativa subsequente: a dieta enteral
por sonda. Devemos dar preferência na impossibilidade da dieta oral – de acordo com
recomendação do ASPEN (Sociedade Americana de Nutrição Enteral e Parenteral) e
SBNEP (Sociedade Brasileira de Nutrição Enteral e Parenteral) – por preservar a natureza
fisiológica da alimentação e principalmente por buscar manter íntegro um dos maiores
órgãos de defesa: o intestino. Já muito consolidado como um dos principais órgãos no
fortalecimento da imunidade do paciente, ele atua de forma fundamental para evitar ou
diminuir os processos infecciosos que acometem os pacientes das UTIs.
Porém, esse acesso à dieta também tem suas limitações, entre elas o uso de
medicamentos vasoativos, o que resulta em diminuição do fluxo sanguíneo no intestino.
Isso pode provocar distensão abdominal, paresia ou diminuição da peristalse intestinal
(movimento de contração do tubo digestório) e, em alguns casos mais graves, levar à
completa disfunção ou imobilidade do intestino, o que o torna inapto para receber qualquer
alimento, mesmo sendo líquidos e por sonda. A alimentação enteral também é
contraindicada em casos de perfuração intestinal, obstrução intestinal, distensão abdominal
severa e necrose intestinal, sendo que o choque intestinal impede a utilização desse
procedimento.
3-Via parenteral
Caso o intestino esteja inapto para a dieta enteral, temos a terceira alternativa para a
nutrição do paciente, utilizando a via parenteral. Saindo do processo normal de alimentação
por via enteral, a dieta será administrada diretamente por meio da corrente sanguínea. Essa
alternativa também tem suas limitações, porém, ela deve ser usada quando for a única
possível. Um dos pontos mais críticos desse procedimento é o não uso do trato digestório
e do intestino que, em consequência, traz a perda da imunidade. A sua manifestação mais
severa é a translocação bacteriana, que pode resultar em infecções generalizadas sem
controle.